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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA ESCONDIDOS, OS TÍMIDOS DENTRO DA EMPRESA Por: Maicon da Silva Moreira Orientador: Mario Luiz Trindade Rocha Co-orientadora: Gloria Jesus de Oliveira Rio de Janeiro 2013 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · conceitos sobre timidez, inclusive na empresa. O terceiro capítulo irá apresentar as O terceiro capítulo irá apresentar as atividades

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

ESCONDIDOS, OS TÍMIDOS DENTRO DA EMPRESA

Por: Maicon da Silva Moreira

Orientador: Mario Luiz Trindade Rocha

Co-orientadora: Gloria Jesus de Oliveira

Rio de Janeiro

2013

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

ESCONDIDOS, OS TÍMIDOS DENTRO DA EMPRESA

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Pedagogia Empresarial.

Por: Maicon da Silva Moreira

3

AGRADECIMENTOS

A minha esposa Micheli Branco que entendeu

minha ausência e me apoiou durante todo o

período de realização do curso e desta pesquisa.

4

DEDICATÓRIA

A Deus em primeiro lugar, pois foi quem me

sustentou e permitiu que eu conseguisse

alcançar mais esta etapa em minha vida. A

minha família porque foi minha base e

sempre me incentivou a estudar. A minha

querida esposa Micheli Branco por estar

sempre ao meu lado.

5

RESUMO

O desenvolvimento de profissionais dentro das organizações hoje é uma

realidade para quase toda empresa que busca crescimento. Na era da gestão do

conhecimento empresas que não investem em seu capital humano podem ficar atrás

em comparação àquelas que investem em seus ativos intangíveis. Os funcionários

tímidos são exemplos de pessoas que podem ser prejudicados por sua própria

natureza, a timidez. Sendo assim, para que esse consiga desempenhar suas

funções de forma satisfatória se faz necessária a intervenção do profissional da

educação empresarial através do “Treinamento de Pessoas.”

Entender o papel do pedagogo empresarial desenvolvendo o comportamento

de colaboradores tímidos é o objetivo deste trabalho.

PALAVRAS-CHAVE: Timidez, comportamento, pedagogia empresarial.

6

METODOLOGIA

A pesquisa proposta é de caráter investigativa empírica e teórica, pois será

trabalhado conhecimentos sobre a educação corporativa, além de construir através

das atividades ou papel do pedagogo, a importância da andragogia com foco em

desenvolvimento de pessoas.

O tipo de pesquisa escolhida foi devido à necessidade de trazermos um

melhor entendimento através das bibliografias existentes sobre o papel do

pedagogo, em especial atenção aos cuidados dos profissionais tímidos, foco deste

trabalho.

Os conceitos necessários para desenvolvimento serão retirados de fontes

produzidas por estudiosos da área de educação (pesquisadores ou estudando de

pedagogia), psicologia e também de pesquisadores de administração.

Para trazer a pesquisa para a realidade e fortalecer os pontos trabalhados irei

realizar uma pesquisa de campo para entender a interpretação dos funcionários de

uma empresa, a cerca do tema “timidez” e a partir desta, tentar desvendar a

responsabilidade do pedagogo trabalhando este assunto.

Ainda sobre a pesquisa, o perfil (cargo – categoria) profissional escolhido para

a pesquisa foi a de atendentes de telemarketings, pois entendemos que tal função

seja mais propícia para localizarmos colaboradores que sofrem de timidez.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - O trabalho do Pedagogo Empresarial

1.1 Contextos Históricos 10

1.2 O trabalho do Pedagogo Empresarial 12

CAPÍTULO II - Escondidos, os tímidos dentro das empresas

2.1 Conceitos sobre timidez 17

2.2 Como identificar as pessoas tímidas 20

2.3 Problema – o cotidiano das pessoas tímidas 21

CAPÍTULO III – As melhores práticas, através da educação empresarial para o

desenvolvimento dos funcionários tímidos.

3.1 Mercado profissional e desenvolvimento de pessoas 25

3.2 Psicologias e educação 27

3.3 Treinamento de pessoas 30

CAPÍTULO IV – Análise de Resultados do Call Center.

4.1 Perfil dos entrevistados 34

CONCLUSÃO 43

BIBLIOGRAFIA 45

ANEXO 47

8

INTRODUÇÃO

As pessoas no passado eram vistas como apenas mais uma chave de

ignição dentro da empresa, ou seja, os empresários olhavam para seu pessoal e os

viam apenas como uma ferramenta necessária para o funcionamento do processo

produtivo. Podemos também dizer, sem muita dúvida, que os donos de empresa

viam seus empregados como um “mal necessário”. Sendo assim, a riqueza, aos

olhos dos investidores eram somente nos produtos, na matéria prima e não na mão

de obra. Mas hoje, o entendimento sobre valor, ou melhor, riqueza propriamente

dita, pode ser atrelada ao conhecimento que a empresa possui ou desenvolve. A

partir desse contexto, há uma ruptura dentro do mercado empresarial para focar não

somente a satisfação na qualidade do produto e na satisfação do cliente, mas

também, no profissional que estará produzindo e reinventando o produto no dia a

dia.

Segundo Chiavenato (2009), para ser bem-sucedida, toda empresa precisa

necessariamente saber utilizar intensamente todos os seus pontos fortes em

conjunto, tais como valores, cultura, recursos, engajamento e preparo de seu

pessoal, e com eles criar incessantemente sua vantagem competitiva.

A competitividade, atualmente, chama-se conhecimento, e esse quem o

produz é o homem, que a cada dia transforma o seu saber em teorias e práticas com

a finalidade de desenvolver processos e ultrapassar barreiras antes consideradas

impossíveis dentro da empresa. Desta forma, podemos dizer, que um dos maiores

trunfos empresariais da atualidade dentro das organizações é o capital humano, que

além de produzir, administrar, reinventar a roda e viver sobe constante pressão,

consegue pensar no seu papel e desempenho enquanto colaborador de

determinada empresa.

No contexto apresentado acima, o pedagogo, um profissional que durante

muito tempo ficou restrito a sua formação surgi para intermediar o processo do

conhecimento dentro da organização.

9

Almeida (2006) deixa entender que o pedagogo não tem como desafio

apenas algumas atividades administrativas, mas ele precisa estar atento a tudo e

está envolvido com o negócio. Nesse envolvimento, pode se entender que ele irá se

deparar com diversos tipos de pessoas que possuem problemas, sejam esses

profissionais ou pessoais, que interferem na vida profissional.

Um grande problema identificado nas pessoas é a timidez excessiva, essa,

interpretada por Zimbardo (2002) como um problema, passa a ser também uma

demanda a mais no trabalho do pedagogo. A timidez que para muitos é uma postura

insignificante, apesar de pessoal, tem reflexos na sociedade, pois se trata de um

problema generalizado, ou seja, em todos os lugares identificamos pessoas tímidas,

independente da classe social, grau de instrução, grupo familiar etc.

O interesse por pesquisar o papel do pedagogo trabalhando funcionários

tímidos, foi devido a minha experiência como analista de treinamento onde observei

em muitas situações que certos funcionários eram mais participativos e outros não e

também por durante muito tempo me considerar uma pessoa tímida e ter sofrido

muito por causa disso durante minha infância e adolescência.

Sendo assim, há relevância na pesquisa, pois apesar de atualmente existir

bastantes fontes sobre o trabalho do pedagogo na empresa, não identifiquei

pesquisa que trata justamente do ensino dentro da organização a funcionários

tímidos.

O seguinte trabalho será dividido em quatro capítulos, sendo o primeiro

responsável por tratar o trabalho do pedagogo empresarial, sua importância e

responsabilidade. O segundo capítulo tem por objetivo abordar de forma integral os

conceitos sobre timidez, inclusive na empresa. O terceiro capítulo irá apresentar as

atividades que o pedagogo pode realizar para auxiliar os profissionais tímidos. E por

fim, o quarto e último capítulo será elaborado através de pesquisa em um Call

Center para mostrar qual o perfil dos tímidos e como ele se vê na atualidade.

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CAPÍTULO I

O TRABALHO DO PEDAGOGO EMPRESARIAL.

1.1 Contextos históricos

A atuação do pedagogo já faz algum tempo deixou de ser somente na

educação regular (escola) para também se estender ao ambiente empresarial.

Porque o pedagogo passou a trabalhar em empresas? Porque as empresas

enxergaram que existe uma real necessidade de manter dentro do seu quadro de

colaboradores a presença de um profissional da educação? Porque o pedagogo,

atualmente, sai da graduação com outros olhares para a educação e não somente a

regular? Perguntas como essas nos faz lembrar que a história do mundo vem

mudando num ritmo acelerado e às vezes não paramos para perceber as grandes

mudanças que nossa sociedade vem enfrentando.

Para entendermos as diversidades na atuação do pedagogo precisamos

entender as mudanças que ocorrem na história da humanidade e na história de

nosso país.

A função do pedagogo se iniciou na antiguidade na Grécia e esta atividade

era realizada por escravos. A palavra pedagogo significa “aquele que conduz a

criança”, pois na Grécia antiga o pedagogo, escravo, era encarregado de

acompanhar, guardar as crianças. Com o passar do tempo e o fim da escravidão, a

função do pedagogo passou a se desempenhada por outras pessoas até chegar ao

que denominamos pedagogia na atualidade. (HOLTZ, 2006).

Avançando na história podemos citar a Revolução Industrial como um marco

importante para a função do pedagogo, pois ela mudou a conjuntura do mundo. A

escravidão deixou aos poucos de ser interessante para dar espaço ao comércio de

bens industrializados. As grandes potencias industriais passaram a influenciar os

países colonizados e ou subordinados a elas para entrarem na era da

industrialização. (HENDERSON, 1979)

11

O Brasil foi incentivado pela Inglaterra a abandonar o sistema escravista e

iniciar o processo de industrialização. Aqui não houve o início de uma pequena

indústria, tudo começou com grandes investimentos, ou seja, grandes indústrias.

Com o início da industrialização no país houve a necessidade de recrutar mão

de obra qualificada que na maioria das vezes não era possível. Em pesquisa

realizada durante minha graduação em História (monografia), identifiquei que muitas

fábricas brasileiras (têxtil) incentivavam seus funcionários a estudar para melhor

desempenhar suas funções dentro da empresa. O conhecimento técnico, sem sobra

de dúvida, era ministrado por alguém já capacitado através de conhecimento

adquirido pela experiência. Neste contexto ainda não existia o profissional da

educação com foco em educação corporativa, nem mesmo o curso de pedagogia a

nível superior existia em nosso país.

No final da década de 30, a educação em nosso país já estava sendo

orientada para o sentido vocacional e preparo da mão de obra e na década de 40,

esse contexto foi efetivo com a criação do SENAC (Serviço Nacional de

Aprendizagem Comercial) e outros processos em educação.

O aparecimento da industrialização mudou o mundo e criou novas atividades

profissionais para o homem. O professor que já existia na época da industrialização

com o passar do tempo deixa de ser interessante ser presente somente na

educação regular, mas seu trabalho passa a ser importante também para auxiliar as

empresas existentes.

Na atualidade vivemos um contexto diferente da época do início da

industrialização em nosso país em relação à educação. Hoje, vivemos a era do

conhecimento, a informação para as empresas passou a ser elemento lucrativo. As

empresas não somente produzem objetos. As empresas hoje produzem serviços,

qualidade, informação, enfim, tudo que necessariamente requer aprendizado.

O aparecimento da informática também alterou o cotidiano nas empresas e

criou uma nova forma de aprender no trabalho. A informática leva o ser humano a

todo o mundo tornando a comunicação muito mais eficaz e interativa. Com isso, as

12

empresas deixaram de ser regionais e conseguiram se expandir com mais facilidade.

Mudou-se o espaço físico de trabalho, o profissional hoje pode, se sua profissão

permitir, trabalhar em home Office, desta forma, as paredes se quebraram, os

funcionários se comunicam via web e são produtivos também em casa. É neste novo

cenário profissional que o pedagogo está inserido para desempenhar seu trabalho.

1.2 O trabalho do pedagogo empresarial

Sem prévio conhecimento do trabalho do pedagogo empresarial, podemos

pensar que ele estará limitado a ficar dentro de uma sala de aula na empresa

ensinando os profissionais a trabalharem em determinada função. Acontece que as

responsabilidades de um profissional da educação dentro de uma empresa é mais

ampla e não se resume apenas em ensinar.

Conforme citado na introdução deste trabalho, o pedagogo não possui

somente como desafio a condução de dinâmicas de grupo para processos seletivos,

preparar material para treinamento, etc. este profissional deve estar sintonizado com

o contexto da empresa, envolvido com as atividades, pois a demanda em educação

vai surgir porque as empresas vivem em constante mudança. (ALMEIDA, 2006)

A palavra mudança nunca fez tanto sentido na história da humanidade como

atualmente. Através da informática e a era da informação, tudo vive em constante

mudança e por este motivo há necessidade de algum funcionário trabalhar esse

processo de forma satisfatória. O pedagogo empresarial por trabalhar com educação

é capacitado para mudar o pensamento, comportamento e atitudes dos

colaboradores. HOLTZ, diz sobre como ela define o casamento entre a empresa e a

pedagogia:

Vejam, tanto a Empresa como a Pedagogia agem em direção a

realização de ideais e objetivos definidos, no trabalho de provocar

mudanças no comportamento das pessoas. Esse processo de mudança

provocada, no comportamento das pessoas em direção a um objetivo,

chama-se aprendizagem. E aprendizagem é a especialidade da Pedagogia

e do Pedagogo. (HOLTZ, 2006, p.6)

13

É interessante a definição de casamento entre a empresa e a pedagogia, pois

o objetivo em comum será sempre o ponto principal que fará do pedagogo um

profissional necessário dentro do contexto organizacional.

Holtz ainda menciona algumas responsabilidades do pedagogo empresarial e

identificamos que das seis responsabilidades 4 delas faz menção a alcance de

objetivos. Entende-se assim que o pedagogo trabalhará para desenvolver pessoas e

desta forma alcançar objetivos. Para o pedagogo o objetivo será sempre a mudança

de comportamento e o alcance do aprendizado. Para a empresa o alcance dos

objetivos sempre será quantitativo, pois o mundo corporativo sempre analisa

números. Sendo assim, a empresa espera que o pedagogo mude o comportamento

de seu funcionário para que a organização permaneça em constante evolução

buscando o crescimento.

RESPONSABILIDADES DO PEDAGOGO

1 Conhecer e encontrar as soluções práticas para as questões que

envolvem a otimização da produtividade das pessoas humanas - o

objetivo de toda Empresa.

2 Conhecer e trabalhar na direção dos objetivos particulares e sociais da

Empresa onde trabalha.

3 Conduzir com atividades práticas, as pessoas que trabalham na

Empresa - dirigentes e funcionários - na direção dos objetivos

Humanos, bem como os definidos pela Empresa.

4 Promover as condições e atividades práticas necessárias -

treinamentos, eventos, reuniões, festas, feiras, exposições, excursões,

etc... - , ao desenvolvimento integral das pessoas, influenciando-as

positivamente (processo educativo), com o objetivo de otimizar a

produtividade pessoal.

5 Aconselhar, de preferência por escrito, sobre as condutas mais

eficazes das chefias para com os funcionários e destes para com as

chefias, a fim de favorecer o desenvolvimento da produtividade

empresarial.

6 Conduzir o relacionamento humano na Empresa, através de ações

14

pedagógicas, que garantam a manutenção do ambiente positivo e

agradável, estimulador da produtividade.

(HOLTZ, 2006, pagina 15)

O pedagogo para conseguir desempenhar as atividades acima precisa, antes

de tudo, conhecer não só sobre pedagogia, mas também sobre outras áreas

correlatas que servirão de complemento para entendimento e compreensão das

necessidades humanas dentro da organização.

Holtz, 2006, destaca uma parte de seu trabalho para falar de algumas

ciências que auxiliam o trabalho do pedagogo. Nesta parte do trabalho ela faz uma

afirmativa interessante sobre a pedagogia: “A PEDAGOGIA considera a pessoa

humana, na sua vida integral, individual e social.” (HOLTZ, 2006, p.18)

Partindo do princípio que a pedagogia considera o homem de forma integral,

o profissional da pedagogia empresarial realmente irá muito além do pequeno

trabalho de desenvolver conhecimento técnico, pois para entender o funcionário de

forma integral precisará levar em consideração aspectos complexo de sua vida.

Assim, o pedagogo terá que utilizar de outras ciências para conseguir entender o

homem. São citadas pela autora, muitas ciências que auxiliam o trabalho do

pedagogo, porém destaco nesta monografia apenas duas que entendo ser

importantíssima para eles, sendo elas a “psicologia educacional e a sociologia

educacional” e que serão abordadas no terceiro capítulo deste trabalho.

No livro de RIBEIRO, 2008, ela citou uma lista de competência do profissional

moderno de autoria de (LOPES, TRINDADE, CARVALHO e CADINHA, 2006):

espírito de liderança, orientação para o cliente, orientação para resultados,

comunicação clara e objetiva, flexibilidade e adaptabilidade, criatividade e pró-

atividade e aprendizagem contínua.

Esta mesma autora cita:

...as autoras aqui mencionadas circunscrevem a pedagogia

empresarial como um elemento de articulação entre o desenvolvimento das

15

pessoas e as estratégias organizacionais. Ratificam que o pedagogo

empresarial desenvolve suas atividades com o Departamento de Recursos

Humanos, hoje com uma visão mais abrangente dos fenômenos

organizacionais. Em outras palavras, as ações deste departamento...;

compreendem que o espaço organizacional é, sobretudo, um espaço de

valorização da dimensão e da dignidade humana. (RIBEIRO, 2008, p.10)

Nunca se falou tanto em treinamento de recursos humanos como nos últimos

anos. Isto porque, a cada dia as empresas percebem a importância de ter grupos de

profissionais que consigam atender as suas expectativas, sem contar que o

conhecimento adquirido em cursos, mesmo os de nível superior, estão aquém da

qualificação adequada a realidade do mercado, uma vez que o conhecimento é

transmitido aos estudantes, porém não há, na maioria das vezes, tempo para que

tudo o que foi ensinado seja praticado para efetivamente ocorrer o aprendizado.

Sendo assim, temos além a falta de profissionais qualificados, temos profissionais

que saíram de cursos de qualificação, porém não alcançaram a qualificação

necessária para a realização das atividades no dia a dia.

Nos países em desenvolvimento, como por exemplo o Brasil, há uma

preocupação maior com a qualificação da mão de obra, visto que reconhece que

somente com o desenvolvimento da população conseguirá competir com as

potencias mundiais.

Aqui no Brasil atualmente onde as empresas conseguem profissionais que

dominam o conhecimento técnico, mas não possuem bom comportamento, o

pedagogo empresarial terá que moldar esse funcionário a fim de atingir as

competências necessárias para exercícios das funções. Sendo assim, vejo que o

papel do pedagogo empresarial além do alcance dos objetivos empresariais, é

compreender o comportamento organizacional e condicioná-lo à mudança

constante.

16

CAPÍTULO II

ESCONDIDOS, OS TÍMIDOS DENTRO DAS EMPRESAS

2.1 Conceitos sobre timidez

Podemos conceituar timidez como desconforto social, dificuldade de interação

que acarreta em prejuízos para toda a vida. De um modo geral, a timidez leva a

pessoa agir como se tivesse medo de “pessoas”, pois o tímido geralmente evita

contato com o outro e situações que os levam a contato ou exposição social.

Assim como muitas pessoas, eu durante minha infância e adolescência fui

muito tímido. Essa condição não identificada por minha família ou não entendida

como um problema me levou a um sofrimento constante me mantendo em profundo

silêncio. O fato de ter que levantar as mãos ou ter que falar presente em uma sala

de aula era para mim um sacrifício incalculável, pois ficava imaginando o que os

colegas de classe pensariam quando o quieto, nerdi, parado etc. aparecesse.

Algumas perguntas eu não sabia responder, tais como: Porque me consideravam

diferente? O que acontecia comigo internamente? Porque eu sentia tanto aquela

vontade de me esconder?

Enfim, os sintomas são quase sempre os mesmos, pois logo que conhecemos

uma pessoa tímida percebemos que ela possui alguma coisa diferente das demais.

Acontece que na maioria das vezes pela timidez não ser entendida como algo que

necessita de apoio, muitos se afundam neste problema que pode trazer

consequência drástica para toda vida e não somente na infância e adolescência.

Se levarmos em consideração que a maioria das pessoas aceitam a ideia de

que já foram tímidas um dia, estamos aqui falando que a timidez pode ser

comparada a problemas que geralmente todos nós passamos durante a vida como,

por exemplo, as dúvidas que são constantes durante a adolescência. Mas diferente

de alguns comportamentos o que deve ser levado em consideração e tomado como

ponto de atenção para identificarmos a timidez é que o indivíduo na maioria das

17

vezes sofre calado e quando não há um acompanhamento deste, muitos outros

problemas podem aparecer como resposta.

No dicionário Aurélio encontramos o significado da palavra timidez da

seguinte forma: “s.f. Caráter de quem é tímido; falta de coragem. / Insegurança;

acanhamento; inibição”. Zimbardo diz que é difícil conceituar a timidez, pois esse

comportamento quanto mais estudado, mais complexo se torna. Ele usou outras

palavras, mas quis fazer esta afirmação, pois apesar que de um modo geral os

tímidos são mais calados, não é somente o problema de comunicação que eles

enfrentam, muito pelo contrário, o problema timidez acarreta inúmeras dificuldades

que podem seguir uma pessoa da infância até a vida adulta.

Philip Zimbardo, psicólogo que criou uma clínica para o tratamento da timidez

na Universidade de Stanford, citou em seu livro o objetivo desta clínica: “Com esta

clínica esperamos não só ajudar as pessoas a vencer a sua timidez, mas, sobretudo

ensinar-lhes algo mais sobre a natureza desse problema tão generalizado”.

(ZIMBARDO, 2002, p.12.)

Zimbardo também diz que a timidez é um problema pessoal que pode ser

considerado uma doença social: “A timidez é um problema pessoal insidioso que

está a tomar proporções de tal forma epidêmicas que pode ser justificadamente

considerada uma doença social.” (ZIMBARDO, 2002, p.13.)

O primeiro ponto a ser enfatizado neste trabalho sobre timidez é a “timidez

como um problema”, e isso já nos leva entender que muitos precisam de ajuda para

entender e saber conviver com ela.

Mas, podemos também confrontar a interpretação de Zimbardo com a

afirmação Giovanna Axia que vê a timidez como uma condição humana.

A timidez não é uma enfermidade que precise ser curada ou uma

deficiência a ser superada pela força de vontade e pelo autoconvencimento

racional. A timidez é uma condição humana, é um aspecto vulnerável, frágil

e precioso da humanidade. Todos nós, de modo mais ou menos consciente,

sabemos que a timidez tem qualquer coisa de raro e nobre em si mesma.

Do contrário, por que reclamaríamos para nós tal condição, com tanta

18

vontade? Quase todos, excetuando-se provavelmente os tímidos autênticos,

estão prontos a se declarar tímidos. (AXIA, 2003, p.16.)

Zimbardo interpretou a timidez como doença que esta ligada diretamente a

dor. Acreditamos que quando o autor se refere a timidez como doença, esse está

tentando enfatizar o lado negativo que a timidez acarreta no indivíduo, pois uma vez

que a pessoa passa por situações que a leva ao sofrimento, podemos dizer que ela

sentiu dor.

Na interpretação de Axia a timidez não é uma enfermidade que precise de

cura ou deficiência que precisa ser superada. Entendemos que a timidez não é uma

deficiência e por este motivo não é uma enfermidade, mas que a superação pode

ser um caminho quando o indivíduo sofre com sua própria característica.

A leitura das duas obras nos leva a interpretação de que a timidez pode ser

uma condição humana em que todos possamos passar ou conviver com ela, mas

também entendemos que se o tímido não conseguir controlar sua timidez essa se

torna um problema e com consequências que podem levá-lo a ruína pessoal.

Ambos os autores relatam outro lado sobre a timidez, Zimbardo em sua obra

menciona que algumas pessoas escolheram ser tímidas como um estilo de vida.

Axia defendendo o conceito de natureza humana, diz que ser tímido é normal como

se ter olhos castanhos ou azuis. Portanto, entendemos que há um lado positivo em

ser tímido, até pelo fato que alguns estilos de vida requer da pessoa ser mais

reservada e interagir menos com outras, porém para enxergar esse lado positivo

depende das circunstâncias em que o indivíduo se encontra e de seu contexto

cultural. Para interpretar a timidez como uma característica positiva de alguém esse

não deve passar por sofrimento em decorrência de sua natureza.

A timidez pode ser considerada por nascença e adquirida no decorrer da vida

ou devido a uma determinada situação que resultou em trauma imediato.

Quando citamos ou citarmos que o individuo tímido necessita de apoio ou

acompanhamento não diz respeito a cura de uma doença, porque a timidez não é

uma doença. Porém, o acompanhamento tem objetivo de auxiliar o indivíduo a

19

passar por esse momento e entender a sua condição humana, visto que o tímido

tem medo de sua própria timidez.

2.2 Como identificar as pessoas tímidas

Identificar uma pessoa tímida não é difícil, assim como muitas coisas, até

porque, de uma forma geral, os tímidos tendem a se comportar da mesma maneira,

ou seja, evitando contato social. A importância de se identificar a pessoa tímida se

deve ao fato que muitos tímidos ainda estão dentro das escolas, ou seja, existem

milhares de crianças que neste momento de suas vidas sofrem de timidez e não são

acompanhadas por profissionais qualificados. Desta forma, se um aluno não tiver

esse acompanhamento durante sua infância ou adolescência, poderá possivelmente

se tornar um adulto tímido o que acarreta em sofrimento e um problema

generalizado na sociedade.

O tema “timidez” deve ser discutido em todos os cursos de educação

independente da modalidade e objetivo, pois se a timidez é uma condição humana já

na infância teremos crianças que possivelmente sofrem deste problema e

necessitam de acompanhamento de profissionais capacitados e conhecedores do

assunto.

Se a timidez pode ser desenvolvida no decorrer da vida, pessoas adultas

podem se tornar tímidas, assim como crianças e adolescentes podem se tornarem

tímidos de uma hora para outra. Claro que para que isso aconteça eventos externos

precisam resultar em um ambiente propício ao desenvolvimento da timidez. Dentro

deste contexto, aponto os pais e os professores e até líderes dentro das empresas

como pessoas que podem indiretamente levar uma pessoa a desenvolver a timidez.

Podemos citar o caso do matador de realengo como um típico problema

também correlacionado a timidez. O perfil comportamental do matador de realengo

era de um adolescente tímido, extremamente introspectivo, não interagia com as

pessoas (escola e trabalho) vivia num mundo paralelo (internet) e sofreu por isso em

boa parte da adolescência.

20

Especialistas que analisaram o caso definiram o perfil de esquizofrenia ao

responsável pela chacina. Esta doença psíquica que leva o indivíduo a criar um

mundo a parte do seu, têm explicações genéticas e ambientais. Analisando a

explicação ambiental conseguimos perceber que as pessoas com mais chance de

desenvolver a doença são aquelas que passaram por situações como: traumas,

abusos físicos e sexuais, experiências psicológicas negativas etc. Não podemos

dizer que a timidez em si acarreta o desenvolvimento de doenças psíquicas, porém

essa natureza quando não identificada ou acompanhada pode ser um fator que leva

as pessoas serem propícias a elas.

Quando a timidez se inicia na infância e não identificada e acompanhada,

possivelmente esse indivíduo se tornará um adulto tímido e com isso poderá ter

dificuldades na vida profissional.

2.3 Problema – o cotidiano das pessoas a tímidas

Já falamos aqui que as pessoas tímidas normalmente evitam contatos sociais,

pois se sentem desconfortáveis com outras pessoas.

Sobre o cotidiano dos tímidos Axia relata em seu livro:

Ser tímidos significa experimentar uma forte sensação de medo

quando se trata de interagir com outras pessoas, sobretudo com pessoas

que não se conhece. O principal problema da pessoa é que essa forte

sensação de medo não pode ser simplesmente ignorada, posta de lado ou

brilhantemente administrada. Esse medo está enraizado na consciência de

si, justamente quando a pessoa gostaria de prestar o mínimo de atenção

possível a si mesma e a seus movimentos interiores... a pessoa tímida está,

por assim dizer, cravada a um eu que sofre uma reação emotiva

desagradável. A atenção da pessoa tímida não pode estar vinculada da

percepção do próprio estado interior. É a penosa consciência de si, de um

eu imerso em problemas, que está bem no centro da timidez.(AXIA, 2003,

p.18 e 19.)

21

Entendemos que, uma vez que os tímidos se sentem desconfortáveis diante

de uma situação que envolva contato social é porque de alguma forma o sentimento

de timidez os levam a um sofrimento pessoal. Vários sintomas podem ser

experimentados pelas pessoas tímidas, já que a timidez é complexa e não há uma

regra para sua manifestação. A única definição sobre sintomas da timidez

identificados por relatos e bibliografias é que as pessoas tímidas têm medo de

contatos sociais.

Abaixo apresento algumas características mais corriqueiras para os tímidos:

Ansiedade – Geralmente os tímidos sofrem de ansiedade porque ele possui

um senso crítico muito desenvolvido a cerca de si mesmo.

Calados – Por causa do medo, ansiedade e auto avaliação que o tímido faz

de si mesmo ele não consegue, na maioria das vezes, expor sua opinião numa

conversa.

Vergonha – Por estar sempre se auto avaliando o tímido possui muita

vergonha, pois está sempre pensando sobre o que os outros pensam dele.

Cora – Quando estão em uma situação embaraçosa os tímidos coram em

resposta ao que está sentindo no momento.

Dificuldade de pensar e se expressar – Por estar sempre imaginando o que

outros possam estar pensando dele mesmo, o tímido possui grande dificuldade de

pensar e se expressar com clareza.

Sentimentos negativos – Frequentemente a timidez pode ser acompanhada

de sentimentos negativos como depressão, ansiedade e solidão.

Terror de público – Os tímidos em sua grande maioria possuem medo do

público, pois se geralmente eles estão sempre a se avaliar e pensar no que as

pessoas pensam sobre eles, quando estão em pública imaginam que todas aquelas

pessoas estão a te avaliar e enxergando seus defeitos.

22

Diante das características apresentadas acima, podemos dizer que timidez

então se torna um problema quando a pessoa não consegue controlar sua própria

natureza. Esses problemas podem ser individuais, como também podem se tornar

sociais.

Zimbardo menciona em sua obra:

...As tendências da nossa sociedade indicam que essa doença se

irá agravar à medida que as forças sociais forem aumentando o nosso

isolamento, o nosso espírito competitivo e a nossa solidão. Se não

começarmos a fazer qualquer coisa depressa, muitos dos nossos filhos e

dos nossos netos se tornarão prisioneiros de sua própria timidez. Para evitar

que isso aconteça, temos de começar a compreender o que é a timidez de

modo a criarmos um ambiente favorável em que as pessoas tímidas

possam despojar-se da segurança das suas prisões privadas e recuperar a

liberdade para elas perdida de falar, de agir e de estabelecer relações

humanas. (ZIMBARDO, 2002, p.13.)

Nosso século está caracterizado pela informação, pela interação virtual e por

reduzir distâncias através da internet. Entretanto, até que ponto essa distancia está

realmente sendo reduzidas? Ao mesmo tempo em que uma pessoa no Brasil parece

está perto do Japão, também parece está a milhares de quilômetros do seu próprio

vizinho e porque não de sua própria família. Essa característica da interação virtual,

apesar de criada com objetivos positivos, hoje já podemos identificar o lado negativo

da situação.

Pessoas tímidas se afundam em ambientes virtuais e as vezes criam mundos

que não fazem parte da sua realidade. Nas redes sociais os perfis não criados de

acordo com o que é definido ou decidido pelo usuário. Os jogos de vídeo game

atualmente nos deixam online competindo com pessoas do outro lado do mundo.

Será que as empresas também não estão entrando na era da interação virtual? A

resposta para essa pergunta é sim. Hoje já temos muitas empresas que utilizam

métodos de treinamento em plataformas virtuais, videoconferências e Home Office.

23

O trabalho designado “Home Office” consiste em profissional executar suas

funções diretamente de sua residência. Claro que essa atividade possui inúmeros

benefícios como, por exemplo, redução de tráfego de transporte público, redução de

custo com maquinário e prédio para trabalho dos funcionários e também no caso de

treinamento redução do número de instrutores. Mas para que a atividade possa ser

realizada bem estruturada deve-se levar em conta o perfil da atividade e do

profissional que irá executar a função, uma vez que o home Office pode levar o

funcionário ao isolamento total e isso acarretar em problemas maiores.

Enfim, podemos aqui mencionar que a timidez quando não acompanhada, de

modo geral traz problemas sociais, pois independente das atividades em que os

tímidos estão inseridos, normalmente estarão envolvendo o cotidiano e a vida de

outras pessoas, seja durante a infância, juventude, vida profissional etc.

24

CAPÍTULO III

AS MELHORES PRÁTICAS, ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO

EMPRESARIAL PARA O DESENVOLVIMENTO DOS

FUNCIONÁRIOS TÍMIDOS.

3.1 Mercado profissional e Desenvolvimento de Pessoas

Já ha algum tempo o meio empresarial percebeu os prejuízos que a falta de mão

de obra qualificada acarreta para o desempenho das atividades na empresa. No

Brasil, especificamente, a falta de mão de obra não é um problema novo e por isso

especialistas sempre estão a pensar sobre as alternativas que as empresas podem

por em prática para conseguirem desenvolver seu colaboradores de forma

satisfatória e assim alcançarem o tão esperado crescimento organizacional.

Independente do tamanho da empresa, se pequena, média ou grande, a falta de

mão de obra qualificada, analisando de forma macro, além de atrapalhar seu

crescimento, também atrapalha o bom rendimento do trabalho e em alguns casos o

trabalho de uma equipe.

No Brasil, já há alguns anos, o mercado tem investido em qualificação

profissional técnica. O que isso significa? Significa que estamos colocando no

mercado a cada dia profissionais formados com conhecimento técnico para a

realização de determinada profissão. Mas, será que essa formação está completa?

Questionamentos como esse nos faz pensar que, na maioria das vezes, empresas

se preocupam com o conhecimento técnico, cobrando em sua grande maioria

experiência em determinada função, mas se esquecem de um fator importantíssimo

que pode, de certa forma, atrapalhar muito as atividades na empresa. Estamos

falando da falta de conhecimento que os profissionais têm em relação à

comportamento.

Do que adiante a empresa ter um espetacular gerente se esse não sabe se

comportar de forma adequada. Do que adianta ótimos analistas se quando

colocados em reunião não sabem se comportar de maneira satisfatória.

25

Assim como o conhecimento técnico, a falta de conhecimento em

comportamento pode levar uma empresa a falência, levando em consideração que

ela pode estar sendo administrada por um gerente ou diretor mal instruído nesse

contexto.

Chiavenato diz:

A globalização, o desenvolvimento tecnológico e a mudança e

transformação na sociedade fazem com que a capacidade de sobrevivência

e excelência das organizações passe cada vez mais a depender forte e

diretamente das habilidades e competências das pessoas que nelas

trabalham. (CHIAVENATO, 2009, p.1.)

O desenvolvimento e sucesso das empresas estão ligados diretamente com

as habilidades e competências de seus funcionários, por isso, há relevância em

pensar que é necessária a capacitação do grupo em prol do alcance dos objetivos.

Estamos enfatizando neste capítulo sobre a importância da capacitação não

somente em habilidades técnicas, mas também em capacitação de comportamento

que interfere de forma significativa nas decisões das empresas.

Já falado em capítulo anterior que a timidez é uma condição humana que a

maioria das pessoas experimentam, mas muitas dessas não conseguem se livrar

desse comportamento e com isso ficam prejudicadas em várias áreas de sua vida.

Umas das áreas mais prejudicadas pela timidez é a área profissional. Funcionários

tímidos tendem a ter maior dificuldade para se relacionar, pois na maioria das vezes

eles têm medo de pessoas, ou seja, medo de tudo que pode levá-lo ao contato

social.

Se levarmos em consideração que o mercado exige do profissional o trabalho

em equipe, como ficam os funcionários tímidos? Vemos neste contexto que muito

profissionais podem estar sendo demitidos por serem tímidos e até nem se dar conta

disso, assim como o empregador que o demitiu. Já vimos que a timidez tem várias

formas de manifestação e pode iniciar em qualquer momento da vida, ou seja, um

26

ótimo profissional, inclusive, pode da noite para o dia se tornar um ser humano

tímido, isso vai depender das circunstâncias de trabalho ou de uma situação em

específica. Desta forma, os pedagogos empresariais precisam olhar para este

problema com certo cuidado e tentar com algumas técnicas trabalhar este

profissional.

Quais comportamentos precisam ser modificados para que a empresa

alcance um patamar de qualidade de seu negócio ou produto? Poderíamos aqui citar

várias habilidades necessárias para que um colaborador pudesse ser considerado

competente e exercer de forma satisfatória sua ocupação, mas o foco da nossa

pesquisa é timidez e iremos falar sobre como desenvolver os profissionais com esta

característica através do treinamento e desenvolvimento.

O treinamento e desenvolvimento é a melhor ferramenta para que a empresa

possa alcançar seus objetivos e por isso, iremos destacar esse como uma atividade

importantíssima para o desenvolvimento de funcionários tímidos e o conhecimento

de psicologia para que o pedagogo possa interagir neste treinamento com o tímido.

3.2 Psicologias e educação

Psicólogo todo mundo é um pouco e entendemos que o conhecimento teórico

da “psicologia da educação” pode auxiliar muito o pedagogo empresarial, visto que

entender o ser humano é fundamental para conseguir desenvolvê-lo e

principalmente quando esse desenvolvimento será através da educação.

Definir psicologia não é uma tarefa fácil, tendo em vista que é uma ciência

que estuda o homem e esse é um ser muito complexo. Alguns pesquisadores da

área entendem que existe, na verdade, psicologias, frente a essa complexidade.

A psicologia científica se difere da psicologia do senso comum. A psicologia

do senso comum provavelmente qualquer profissional possui, uns com mais

facilidade em utilização, outros com menos, mas o importante é que utilizamos a

psicologia do senso comum no dia a dia e por isso podemos dizer que o pedagogo

27

empresarial por mais que não domine as abordagens da psicologia, certamente

utiliza a psicologia do sendo comum através da didática.

Das abordagens mais conhecidas da psicologia científica destacamos a

psicologia do “desenvolvimento”, “comportamento” e “aprendizagem” como

importantes para o conceito de mudança do funcionário. Isso porque ambas teorias

estudam o desenvolvimento do ser humano e abordam a interação entre o indivíduo

e ambiente. Abaixo apresento o conceito dessas três teorias da psicologia:

Conceito de teoria do comportamento (Behaviorismo): “... estudo das

interações entre o indivíduo e o ambiente, entre as ações do indivíduo (suas

respostas) e o ambiente (as estimulações).” (BLOCK, FURTADO, TEIXEIRA, 2001,

p.45.)

A teoria do comportamento (behaviorismo) é muito utilizada no processo

educacional devido à concepção de (ação – reação), pois inúmeras técnicas

educacionais utilizam a comparação (ação – reação) para alcançar o aprendizado.

Sendo assim, a educação empresarial (treinamento) pode se aproveitar do

conhecimento da psicologia do comportamento para melhor desenvolver seu

processo educativo de treinamento corporativo.

Conceito de teoria do desenvolvimento:

...estuda o desenvolvimento do ser humano em todo os seus

aspectos: físico-motor, intelectual, afetivo-emocional e social – desde o

nascimento até a idade adulta, isto é, a idade e, que todos estes aspectos

atingem o seu mais completo grau de maturidade e estabilidade. (BLOCK,

FURTADO, TEIXEIRA, 2001, p.96.)

Jean Peaget foi um dos grandes pensadores da teoria do desenvolvimento

com ênfase no campo educacional. Para este psicólogo, o desenvolvimento humano

é conduzido através da hereditariedade, do crescimento orgânico, da maturação

neurofisiológica e do meio.

28

Lev Semenovich Vigotski também foi um estudioso do desenvolvimento

humano e teve seu trabalho ignorado no ocidente por um bom tempo. No livro

Introdução a psicologia lemos:

...Vigotski não via o homem como um ser passivo, consequência

dessas relações. Entendia o homem como ser ativo, que age sobre o

mundo sempre em relações sociais, e transforma essas ações para que

constituam o funcionalismo de um plano interno. (BLOCK, FURTADO E

TEIXEIRA, 2001, p.107.)

Unindo as duas teorias, poderíamos dizer que o homem se desenvolve

através do meio em que vive e que é um ser ativo no processo de construção do

meio através de relações sociais.

A psicologia da aprendizagem é formada por uma série de possibilidades e

por isso existem várias teorias que completam o entendimento sobre o assunto:

“Encontramos um número bastante grande de teorias da aprendizagem. Essas

teorias poderiam ser genericamente reunidas em duas categorias: as teorias do

condicionamento e as teorias cognitivas” (BLOCK, FURTADO, TEIXEIRA, 2001,

p.114.)

A teoria do condicionamento refere-se à ideia de estímulo e resposta

enquanto que a teoria cognitivista refere-se ao processo de relação do indivíduo com

o meio, ou seja, mundo externo.

Enfim, as três teorias da psicologia são é fundamentais para auxiliar o

trabalho do pedagogo empresarial, pois num treinamento empresarial este pode

colocar em prática atividades que condiz com as teorias apresentadas para alcançar

a mudança do comportamento do funcionário.

Assim, entendemos que o ser humano é um ser social que através das

relações sociais aprende. Simplificando este conceito, poderíamos dizer que para

ocorrer aprendizagem o ser humano precisa estar em um estágio de conhecimento

limitado para então aprender. Se compararmos as crianças com este conceito acho

29

que a explicação se encaixa melhor. As crianças aprendem a partir das interações

com os adultos, a cada dia ela vê algo diferente que não conhece, por isso aprende.

3.3 Treinamento de pessoas

Para Chiavenato o treinamento de pessoas faz parte do subsistema da

administração de recursos humanos (ARH) e para obter resultado satisfatório

precisa de sinergia com os demais sistemas.

Os cincos subsistemas de RH segundo Chiavenato são:

(CHIAVENATO, 2009, p.5. Figura 1.1)

Segundo ele o segredo das organizações bem sucedidas está em saber

conduzir o conhecimento de seus colaboradores:

O segredo das organizações bem sucedidas é saber consolidar e

reciclar o conhecimento entre seus funcionários, treinar, preparar e

desenvolver os funcionários que tenham condições permanentes de lidar

com a mudança e inovação, de proporcionar valor à organização e ao

cliente e, sobretudo, de mantê-la sempre eficaz e competitiva em um mundo

globalizado e de intensa concorrência. (CHIAVENATO, 2009, p.3.)

Chiavenato também fala que: “As organizações bem sucedidas estão

migrando do investimento em recursos tangíveis para o investimento em recursos

30

intangíveis, pois este produz os melhores retornos e resultados.” (CHIAVENATO,

2009, p.17.)

Ainda sobre treinamento de pessoas, temos a citação de Chiavenato:

Outros autores referem-se a uma área genérica chamada

desenvolvimento, e que é desdobrada em educação e treinamento: o

treinamento significa o preparo da pessoa pra o cargo, enquanto o propósito

da educação é o de preparar a pessoa para o ambiente dentro ou fora de

seu trabalho. (CHIAVENATO, 2009, p.38.)

Conforme Carvalho, citado na monografia de Neidy Pereira, o treinamento é

uma forma de educação voltada para o trabalho, uma vez que seu objetivo central é

preparar o treinando para o desempenho eficiente de uma determinada tarefa que

lhe é confiada (Carvalho, 2001).

É correto afirmarmos que as empresas têm investido em treinamento, pois

perceberam que o conhecimento acadêmico em si, não fará seus colaboradores

serem brilhantes frente as atividades que terão que executar dentro da empresa.

Treinamento deve estar atrelado a desenvolvimento, Chiavenato diz que o

treinamento é para atividade profissional e educação para preparo de ambiente

interno e externo. Porém, se houver treinamento de comportamento podemos dizer

que houve educação e não somente treinamento, pois muito do que se aprende num

treinamento comportamental pode ser aplicado também na vida pessoal.

O tímido, na maioria das vezes é tímido em sua vida e não somente dentro da

empresa. Sendo assim, há necessidade quando esse funcionário é importante para

a empresa de se ter um curso que o prepare para a interação dentro da

organização. O próprio treinamento já um recurso que auxilia a socialização e já

vemos aqui que o tímido tem dificuldade com relação social.

Diante do exposto acima, gostaríamos de enfatizar o treinamento de

relacionamento interpessoal como um recurso importantíssimo para auxílio deste

colaborador. Neidy em sua monografia diz que treinamento comportamental traz

resultado porque as pessoas refletem a cerca de suas posturas inadequadas o que

31

acarreta e melhoria no trabalho e relacionamento interpessoal. Esta pesquisadora

chegou a essa conclusão após aplicar questionários em determinada empresa sobre

treinamento comportamental.

Hoje já podemos contar não só com conhecimento de treinamento de pessoas

sobe o olhar da administração, como também olhar da psicologia. Existem pesquisas

atualmente no Brasil na área da psicologia que trabalha o conceito de (treinamento

de habilidade social). Mas, o conceito deste treinamento deu-se no final do século

passado pelo psicólogo Argyle na Inglaterra. Este psicólogo entendia as relações

sociais como meio de interação e comunicação. Para desenvolver o programa este

psicólogo incorporou conceitos da psicologia para conseguir resultados como:

redução de comportamento antissocial e ajustamento do indivíduo aos padrões da

cultura. Foi desenvolvido mais tarde um manual de avaliação de habilidades sociais

que deve ser aplicado por um profissional graduado em psicologia, mas pode servir

como ponto inicial para o desenvolvimento de um treinamento focado em

relacionamento interpessoal ministrado pelo pedagogo empresarial.

Desta forma, podemos dizer que um funcionário que possui dificuldade de

interação pode ser treinado para alcançar esta habilidade.

Almir e Zilda Del Prete em seu livro mencionam:

Na infância e na adolescência, as práticas educativas da família e

da escola, juntamente com a experiência de convivência com os colegas

são as principais condições para aquisição e o aperfeiçoamento das

habilidades sociais e da competência social. Porém quando essas práticas

são desfavoráveis, podem surgir déficits de habilidades sociais e problemas

de competência social que impactam negativamente as relações

interpessoais e, portanto, a qualidade de vida das pessoas. (PRETE, 2011,

p.19.)

O treinamento de habilidades sociais leva em consideração que o indivíduo

possui certa dificuldade com interação e nesta perspectiva, o funcionário tímido

32

necessita de desenvolvimento, ou seja, “treinamento e educação”, pois sua

dificuldade de interação o atrapalha tanto no trabalho como em seu dia a dia.

33

CAPÍTULO IV

ANÁLISE DE RESULTADOS DO CALL CENTER

O objetivo da pesquisa é comparar os conceitos de timidez a uma profissão

que se enquadra com o perfil da pessoa tímida. Para tal, antes de saber se o

colaborador que nos auxiliou com a pesquisa é tímido ou não, gostaríamos de

entender o perfil dele, pois a partir daí poderíamos chegar a conclusão do percentual

de tímidos de acordo com um perfil específico, por exemplo, gênero, opção sexual,

idade etc.

O atendente de telemarketing trabalha com atendimento pelo telefone e por

isso não se mostra para o cliente. Por conta disso identificamos uma grande

quantidade de pessoas que vão em busca desta profissão para não ter, em muitos

casos, que superar sua própria timidez.

O fato é que muitos desses profissionais podem exercer esta atividade com

louvor e a timidez realmente não o atrapalhará em nada. Entretanto, quando esse

pensar em mudar de cargo dentro da empresa terá que ter o lado interpessoal

desenvolvido a ponto de conseguir se expor, o que para o tímido é algo traumático.

A pesquisa foi realizada na Central de Relacionamento de uma seguradora

líder no mercado brasileiro do seguimento de saúde. Atualmente este Call Center

possui 134 atendentes e 07 supervisores para atender a todo território nacional, ou

seja, todo o Brasil. Somente 34 colaboradores participaram da entrevista o que

equivale a 35% do quadro funcional.

O foco do trabalho destes atendentes é liberar senhas de atendimento

médico para hospitais que prestam serviço em nome da seguradora em questão. Por

este motivo, o perfil deles são de um profissional comprometido, centrado e com

bastante anos de casos, pois a liberação da senha requer análise criteriosa, uma

vez que o negócio da empresa é “saúde”.

34

Para apresentação neste trabalho selecionamos nos gráficos as perguntas

mais significativas para o tema da pesquisa:

Figura 1 - Resultado da pesquisa sobre timidez Fonte: Questionário respondido por atendentes de Call Center.

Através desta pesquisa identificamos que a 50% dos atendentes que

trabalham na central de consideram tímidos.

Obs.: A maioria das mulheres se considerou tímidas na pesquisa. Na contagem

soma-se 14 mulheres tímidas para apenas 3 homens tímidos.

Figura 2 - Resultado da pesquisa sobre timidez Fonte: Questionário respondido por atendentes de Call Center.

35

82% dos entrevistados que informaram não ser tímidos reconheceram que já

foi um dia:

Obs.: Este é um dado muito preciso de acordo com a teoria defendida por Axia, pois

ela defende a timidez como natureza humana. Sendo assim, a maioria das pessoas

se consideram ou afirmam que já sentiram o que é ser tímido.

Figura 2 - Resultado da pesquisa sobre timidez Fonte: Questionário respondido por atendentes de Call Center.

50% dos entrevistados estão dentro da faixa etária entre 20 a 25 anos e 36%

estão entre 26 a 30 anos:

36

Figura 3 - Resultado da pesquisa sobre timidez Fonte: Questionário respondido por atendentes de Call Center.

Na comparação dos gêneros temos 59% do sexo feminino e 41% do sexo

masculino.

Figura 4 - Resultado da pesquisa sobre timidez Fonte: Questionário respondido por atendentes de Call Center.

Quanto à opção sexual do grupo 82% diz ser heterossexual e 18% diz ser

homossexual.

37

Figura 5 - Resultado da pesquisa sobre timidez Fonte: Questionário respondido por atendentes de Call Center.

Dos sintomas mais corriqueiros sentidos pelas pessoas tímidas, 43%

informaram sentir muita ansiedade, 22% sentem constrangimento em público, 17%

sentem muita vergonha, 9% dizem que coram e 9% reconhecem que possuem

dificuldade de iniciarem uma conversa.

Figura 6 - Resultado da pesquisa sobre timidez Fonte: Questionário respondido por atendentes de Call Center.

79% dos entrevistados não gostam de ser tímidos.

Obs.: o dado acima é importante para reforçarmos que o tímido tem medo

da sua própria timidez. Por este motivo que em sua maioria não gostam de ser

tímidos.

38

Figura 7 - Resultado da pesquisa sobre timidez Fonte: Questionário respondido por atendentes de Call Center.

Dos que gostam de ser tímidos, 67% acham que se tornam uma pessoa

melhor por causa da timidez.

Figura 8 - Resultado da pesquisa sobre timidez Fonte: Questionário respondido por atendentes de Call Center.

59% dos tímidos informaram que a timidez não o prejudica nas atividades

profissionais, porém, 41% disseram que sim.

39

Figura 9 - Resultado da pesquisa sobre timidez Fonte: Questionário respondido por atendentes de Call Center.

76% dos pesquisados informaram que a empresa nunca ministrou nenhum

treinamento que o auxiliasse com a timidez. Porém, 18% informaram que sim.

Obs.: Esse indicador nos mostra que houve pouco investimento em treinamento para

esse grupo, uma vez que qualquer treinamento, oficina, workshop etc. já se

configura um meio de interação para as pessoas tímidas e por isso pode ser

considerada como treinamento que o ajude com a timidez.

40

Figura 10 - Resultado da pesquisa sobre timidez Fonte: Questionário respondido por atendentes de Call Center.

58% dos colaboradores tímidos informaram que nunca participaram de

treinamento sobre relacionamento interpessoal. Enquanto 32% informaram que sim.

Obs.: A falta de treinamento para melhora do relacionamento interpessoal afeta

diretamente o clima no trabalho, além de reduzir a produtividade.

Obs.: O grupo que informou já ter participado, provavelmente trabalha a mais tempo

em comparação com os que não fizeram. Porém, cabe salientar que o número de

funcionário que não fez é maior. Sendo assim, podemos dizer que há um déficit no

desenvolvimento desses colaboradores.

41

Figura 11 - Resultado da pesquisa sobre timidez Fonte: Questionário respondido por atendentes de Call Center.

82% dos tímidos informaram que nunca deixaram de participar de processos

seletivos por causa da timidez. 18% informaram que sim.

Obs.: Os Zimbardo inicia seu livro falando sobre o conceito de timidez na

antiguidade e um dos conceitos é vinculado a falta de coragem. Quando o

colaborador deixa de participar de um processo de seleção ele está justamente com

sem coragem, está sendo covarde frente a situação.

Obs.: Os que informaram ter deixado de participar de processos de seleção,

disseram que se sentem ansiosos e têm dificuldade de iniciar diálogo.

42

CONCLUSÃO

Conforme estabelecido a priori, objetivou-se nesta pesquisa estudar o papel

do pedagogo empresarial auxiliando na mudança do comportamento dos

funcionários tímidos. Para chegarmos a esse entendimento estudamos o papel do

pedagogo, o perfil das pessoas tímidas e o que podemos realizar dentro das

empresas para alcançarmos o desenvolvimento deste colaborador.

Atualmente pesquisas sobre timidez é encontrada com facilidade, porém não

foi encontrado nenhum trabalho que desse ênfase a essa particularidade da

natureza humana sobre o aspecto empresarial, por este motivo houve o interesse de

se redigir um trabalho monográfico que explicasse neste a função do pedagogo e

até o que pode ser realizado para auxílio dos tímidos.

Se a timidez pode ser desenvolvida em qualquer momento da vida,

entendemos que é de fundamental importância que o pedagogo empresarial gaste

tempo desenvolvendo atividades que auxilie esse profissional a superar este

característica no próprio ambiente de trabalho.

Na presente pesquisa buscamos ainda comparar os conceitos de timidez com

o perfil dos atendentes de telemarketing de uma empresa. A escolha deste grupo de

colaboradores deu-se pelo fato que nesta profissão o indivíduo pode, sem nenhuma

dificuldade, se esconder do contato pessoal com o cliente, uma vez que o contato se

faz através do telefone. Não vimos a necessidade de disponibilizar gráficos com

todas as perguntas da pesquisa de campo, pois o objetivo da pesquisa era comparar

os conceitos de timidez com as atividades e o perfil dos profissionais e todos os

gráficos disponíveis apresentam esses três pontos de forma resumida.

Durante a pesquisa percebemos que a maior dificuldade das pessoas tímidas

é se relacionar com outras pessoas. Em muitos casos, podemos dizer, que os

tímidos têm medo de gente, pois estão sempre a se esconder de situações que o

exponham ao contato direto com outras pessoas ou exposição social. Dentro desta

perspectiva, observamos que através da didática os profissionais da educação

empresarial colocam em prática a psicologia da educação e utilizam de atividades

43

que focam diretamente o contato com pessoas, ou melhor dizendo, atividades que

auxiliem os funcionários a aprenderem a se relacionar. Nesta monografia

enfatizamos o “Treinamento de Pessoas” como uma dessas atividades dentro das

organizações.

Identificamos também que já existe um manual que orienta profissionais a

conduzirem treinamento de habilidade social. Sendo assim, podemos sim trabalhar

um funcionário tímido dentro das empresas. Com esta afirmativa estamos dizendo

que muitas empresas quando identificar que a timidez está atrapalhando seu

funcionário pode investir em treinamento de habilidade social que propicie maior

contato e interação entre pessoas dentro da organização. Enfim, não estamos aqui

falando apenas de pessoas que podem ser contratadas com características tímidas,

mas sim, de funcionários que de uma hora para outra em decorrência de algum

acontecimento se tornou tímido e por isso o investimento é inteligente, necessário e

lucrativo.

44

BIBLIOGRAFIA

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referências. Rio de Janeiro: Brasport, 2006.

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45

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Mendes – UCAM – AVM – Rio de Janeiro, 2012.

PIAGET, Jean. Seis estudos de psicologia. 24. Ed. Rio de Janeiro: Forense

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PRETTE, Zilda; PRETTE, Almir (Org). Estudo sobre habilidades Sociais e

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RIBEIRO, Amélia Escotto do Amaral. Pedagogia empresarial: atuação do

pedagogo na empresa. 5. ed. Rio de Janeiro: Wak, 2008.

ZIMBARDO, Philip G. A Timidez. Lisboa: Edições 70, 2002.

46

ANEXO - QUESTIONÁRIO

PEDAGOGIA EMPRESARIAL Data:

PESQUISA PÓS-GRADUAÇÃO - UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES – AVM

Marque com a letra (X) a opção que se enquadra com o seu perfil e sua opinião.

QUAL A SUA IDADE?

15 a 19 anos 20 a 25 anos 26 a 30 anos 31 a 35 anos 36 a 40 anos

41 a 45 anos 46 a 50 anos 51 a 55 anos 56 a 60 anos Acima de 60 anos

SEXO

Feminino Masculino

ESTADO CIVIL

Solteiro Casado Divorciado União estável

ESCOLARIDADE

Ensino fundamental

Ensino Médio Ensino Médio Ensino Superior Incompleto

Ensino superior Completo

Pós Superior

SE ESTIVER CURSANDO OU CURSOU NÍVEL SUPERIOR, QUAL O CURSO?

Resposta:

SE ESTIVER CURSANDO OU CURSOU NÍVEL SUPERIOR, REALIZOU O ESTÁGIO OBRIGATÓRIO?

SIM NÃO

TRABALHA OU JÁ TRABALHOU EM SUA ÁREA DE FORMAÇÃO?

SIM NÃO

QUAL SUA RELIGIÃO?

CATÓLICA PROTESTANTE ESPÍRITA OUTRAS SEM RELIGIÃO

QUAL SUA OPÇÃO SEXUAL?

47

HETEROSEXUAL HOMOSEXUAL

POSSUI FILHOS?

SIM NÃO

POSSUI ALGUM HOBBY?

SIM NÃO QUAL?

POSSUI ALGUM VÍCIO?

CIGARRO BEBIDA ALCÓLICA OUTRAS

VOCÊ SE CONSIDERA TÍMIDO (A)

SIM NÃO

SE A RESPOSTA ANTERIOR FOR NÃO, JÁ SE SENTIU TÍMIDO EM ALGUM MOMENTO DE SUA VIDA:

SIM NÃO

SE VOCÊ FOR TÍMIDO, DOS SINTOMAS ABAIXO QUAL VOCÊ EXPERIMENTA COM MAIS FREQUENCIA?

CORA ANSIEDADE VERGONHA CONSTRANGIMENTO EM PÚBLICO

DIFICULDADE DE INICIAR CONVERSA

VOCÊ GOSTA DE SER TÍMIDO?

SIM NÃO

SE A RESPOSTA DA PERGUNTA ACIMA FOR SIM, INFORME O PORQUÊ:

RESPOSTA:

VOCÊ ACHA QUE A TIMIDEZ TE PREJUDICA NAS SUAS ATIVIDADES PROFISSIONAIS?

SIM NÃO

SUA EMPRESA JÁ MINISTROU ALGUM TREINAMENTO QUE O AJUDASSE EM RELAÇÃO A TIMIDEZ?

SIM NÃO

48

VOCÊ JÁ PARTICIPOU DE ALGUM TREINAMENTO SOBRE RELACIONAMENTO INTERPESSOAL EM SUA EMPRESA?

SIM NÃO

VOCÊ GOSTA DO QUE FAZ?

SIM NÃO

VOCÊ JÁ DEIXOU DE FAZER ALGUM PROCESSO DE SELEÇÃO PARA UMA POSSÍVEL PROMOÇÃO POR CAUSA DE TIMIDEZ?

SIM NÃO