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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
RESPONSABILIDADE SOCIAL NO JUDICIÁRIO FLUMINENSE:
CULTURA E ARTE
Por: Alexandre Fabri
Orientador
Prof. Luiz Eduardo Chauvet
Rio de Janeiro
2014
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
RESPONSABILIDADE SOCIAL NO JUDICIÁRIO FLUMINENSE:
CULTURA E ARTE
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Gestão Pública.
Por: . Alexandre Fabri
3
RESUMO
O trabalho apresentado visa demonstrar a importância da
responsabilidade social efetuada por Órgãos Públicos. Assunto recorrente
nos dias atuais, a responsabilidade social vem sendo bastante trabalhada por
instituições privadas, porém, ainda tem uma participação tímida pela
Administração Pública brasileira.
O objetivo central do trabalho é retratar, elaborando um
estudo de caso, dois exemplos de responsabilidade social efetuados por
Órgãos Públicos, ambos do Poder Judiciário, que optaram por divulgar
conhecimento à sociedade através da disseminação de cultura e arte. São
eles o Centro Cultural Justiça Federal - CCJF, vinculado ao Tribunal Regional
Federal da 2ª Região, e o Centro Cultural do Poder Judiciário do Estado do
Rio de Janeiro – CCPJ-Rio, ligado ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio
de Janeiro.
Dessa forma, visamos identificar e visualizar a situação dos
dois citados projetos culturais, como foram criados e com que objetivos, e
como desempenham suas atividades.
O presente trabalho será norteado com os conceitos centrais
relativos ao tema, através de definições apresentadas por autores renomados
e por instituições que são referência no assunto.
4
METODOLOGIA
A metodologia utilizada para a confecção e desenvolvimento
deste trabalho, foi o método exploratório, realizado através de consultas e
pesquisas bibliográfica e webgráfica.
Como o presente trabalho baseia-se em estudo de caso dos
Centros Culturais da Justiça Federal e da Justiça Estadual, ambas do Rio de
Janeiro, foi efetuada pesquisa de campo nas próprias instituições, inclusive
em suas bibliotecas, a fim de coletar a maior quantidade de informações, em
folhetos, revistas especializadas, jornais, livretos, folders e livros, acerca do
tema proposto, presentes naqueles Órgãos.
5
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 06
CAPÍTULO I – CONCEITOS RELEVANTES 08
1.1 - Cultura 08
1.2 – Responsabilidade Social 12
1.3 – O Poder Judiciário 18
1.4 – O Rio de Janeiro como Cenário 20
CAPÍTULO II – A CULTURA NO JUDICIÁRIO FLUMINENSE:
CCJF / TRF da 2ª Região - RJ 22
2.1 – Breve Histórico 22
2.2 – Missão/ Objetivos 24
2.3 – O Espaço e as Atividades Desenvolvidas 26
2.4 – Principais Mostras Realizadas 27
CAPÍTULO III – A CULTURA NO JUDICIÁRIO FLUMINENSE:
CCPJ-RIO / TJERJ 30
3.1 – Breve Histórico 30
3.2 – Missão/ Objetivos 31
3.3 – O Espaço e as Atividades Desenvolvidas 33
3.4 – Principais Mostras Realizadas 34
3.5 - O Crescimento 35
CONCLUSÃO 37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 39
ÍNDICE 41
FOLHA DE AVALIAÇÃO 43
6
INTRODUÇÃO
O presente trabalho é dedicado ao tema da
Responsabilidade Social, assunto cada vez mais em evidência nos dias
atuais. Cuidar do planeta, ter atitudes sustentáveis, criar ferramentas
ensejando uma contribuição para uma sociedade mais justa, são ações cada
vez mais freqüentes nas instituições privadas. Tais ações, distintas,
voluntárias, e diversas da apenas obtenção de lucro por parte das empresas,
estreitam laços entre aqueles que as promovem e a sociedade, criando um
diferencial competitivo e um ganho de visibilidade e imagem institucional.
Entretanto, na seara dos Órgãos Públicos, a realização de
ações focadas na Responsabilidade Social ainda é bastante pequena se
comparado às instituições privadas. Em nosso trabalho, trataremos do estudo
de caso de dois projetos realizados por órgãos do Poder Judiciário: o Centro
Cultural Justiça Federal - CCJF, vinculado ao Tribunal Regional Federal da 2ª
Região, e o Centro Cultural do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro
– CCPJ-Rio, ligado ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro,
ambos localizados na capital fluminense.
Importante ressaltar que a escolha do tema a ser tratado se
deu bastante em função de serem ambos órgãos do Poder Judiciário que, ao
criarem centros culturais, estavam lidando com disseminação de cultura e
arte, ou seja, são projetos sem nenhuma relação com a atividade fim das
instituições que as conceberam.
No primeiro capítulo, traremos os pontos centrais do tema
abordado, que juntos formam o panorama geral do presente trabalho,
conceituando e trazendo definições sobre cada um, separadamente. Assim,
trataremos dos conceitos de Responsabilidade Social, Cultura, Poder
Judiciário e sobre o cenário onde se estabeleceram os dois centros culturais,
a cidade do Rio de Janeiro.
No segundo e terceiro capítulos, traremos o estudo de caso
em si, com um capítulo distinto para cada centro cultural. Neles, faremos um
7
mapeamento do histórico de criação, demonstraremos a missão e os
objetivos de tais centros, como são suas instalações e quais são suas
atividades desenvolvidas, além de retratarmos as principais mostras e
exposições já realizadas, em um breve retrospecto destes dois centros
culturais que vêm implementando um belo trabalho na cidade do Rio de
Janeiro.
8
CAPÍTULO I
CONCEITOS RELEVANTES
O objetivo central do presente trabalho visa demonstrar a
função social desenvolvida por Órgãos do Poder Judiciário fluminense ao
investirem na cultura e na arte, criando Centros Culturais na cidade do Rio de
Janeiro.
Todavia, antes de discorrer efetivamente acerca dos Centros
Culturais, de suas criações e suas atividades desenvolvidas, faz-se
necessário, anteriormente, explanar brevemente os pontos centrais que
permeiam o tema desse trabalho, e que juntos formam o conjunto geral a ser
abordado.
Dessa forma, neste primeiro capítulo desenvolveremos o que
entendemos serem os itens principais do presente projeto, fazendo um
panorama geral, conceituando cada um deles separadamente.
Ante o exposto, a seguir discorreremos sobre os conceitos de
Cultura, Responsabilidade Social, Poder Judiciário, e sobre a cidade do Rio
de Janeiro, demonstrando suas especificidades e características, e
contextualizando a relação existente entre cada um deles.
1.1 – CULTURA
Conforme o contexto em que é utilizada, a palavra Cultura
possui diferentes e variados significados. Enfatizaremos aqui apenas os
significados mais relevantes e cujo conceito tenha relação com o tema.
Um dos sentidos mais usuais, e que reflete a perspectiva do
senso comum, é quando um indivíduo diz, por exemplo, "Fulano não tem
9
cultura", querendo dizer que aquela mencionada pessoa não dispõe de
determinado saber ou inteligência. A cultura, nesse contexto, é usada para
demonstrar o quão "letrado", ou não, seria a outra pessoa, e está diretamente
relacionada com a quantidade de informações e educação que o indivíduo
possui, sendo, ainda, um elemento de distinção entre as pessoas, algumas
ditas "mais cultas" e outras "menos cultas".
Em um sentido mais restrito, podemos dizer que cultura,
muitas vezes, acaba se confundindo com o próprio significado de arte.
Decerto, a cultura tem uma relação intrínseca com a produção artística,
qualquer que seja - literária, audiovisual, ou artesanal - , porém, seguramente
não se limita a isso. Nesse sentido, Célio Turino, historiador e ex-secretário
de Cultura e Turismo em Campinas/SP, afirma1:
"A Cultura não pode ser confundida com eventos
isolados, que se bastem em si mesmos. Muito
menos pode ser reduzida a mero entretenimento
ou restrita às Belas Artes ou à “alta cultura”,
erudita e hermética. Cultura é um pouco disso
tudo, mas também as referências históricas,
costumes, condutas, desejos e reflexões. "
Outro recorrente significado, ainda sob o ponto de vista do
senso comum, mas com um sentido mais abrangente, refere-se a frases do
estilo "A cultura dos europeus é muito rica". A sentença traduz a Cultura
como sendo um conjunto de valores e ideias, que remetem à história, às
crenças, aos costumes e às tradições, no caso, pertinentes a um povo de
uma determinada região. Enquanto na frase "Fulano não tem cultura", o
vocábulo significava primordialmente "educação", na sentença agora exposta
também se apropria desse sentido e vai além, ampliando-o para "civilização".
1 Extraído da Revista Princípios, Edição 71, Nov/Dez/Jan, 2003-2004, página 73.
10
Percebe-se que há uma enorme gama de interpretações para
o sentido desse vocábulo. Entre as inúmeras definições acerca da palavra
“cultura” encontradas no prestigiado Dicionário Aurélio (1999, p. 591), temos:
cultura - sf (...) 5 – o conjunto de características
humanas que não são inatas, e que se criam e se
preservam ou aprimoram através da comunicação
e cooperação entre indivíduos em sociedade. 6 –
A parte ou aspecto da vida coletiva, relacionados à
produção e transmissão de conhecimentos, à
criação intelectual e artística, etc. 7 – O processo
ou estado de desenvolvimento social de um grupo,
um povo, uma nação, que resulta no
aprimoramento de seus valores, instituições,
criações, etc; civilização, progresso. 8 – Atividade
e desenvolvimento intelectuais de um indivíduo;
saber, ilustração, instrução. (...) 11 – Antrop. O
conjunto complexo dos códigos e padrões que
regulam a ação humana individual e coletiva, tal
como se desenvolvem em uma sociedade ou
grupo específico, e que se manifestam em
praticamente todos os aspectos da vida: modos de
sobrevivência, normas de comportamento,
crenças, instituições, valores espirituais, criações
materiais, etc.
Por um outro viés, numa abordagem antropológica, o escritor
Roberto da Matta assim conceitua2:
"Cultura é, em Antropologia Social e Sociologia,
um mapa, um receituário, um código através do
2 Extraído de Artigo publicado no Jornal da Embratel, RJ, 1981.
11
qual as pessoas de um dado grupo pensam,
classificam, estudam e modificam o mundo e a si
mesmas."
Edward Tylor, antropólogo britânico considerado o pai do
conceito moderno de cultura, definiu o vocábulo, no final do século XIX, em
síntese, como "um conjunto complexo que inclui os conhecimentos, as
crenças, a arte, a lei, a moral, os costumes e todas as outras capacidades e
hábitos adquiridos pelo homem enquanto membro de uma sociedade"
(Castro, 2012, p. 69).
Verifica-se que, sob a ótica antropológica, a Cultura possui
um conceito voltado para as relações sociais e a forma de atuação em
sociedade.
Já o estudioso brasileiro Alfredo Bosi, em Dialética da
Colonização (1996), define cultura a partir da linguística e da etimologia da
palavra: cultura, assim como culto e colonização, viria do verbo latino colo,
que significa eu ocupo a terra. Cultura seria, então, o futuro de tal verbo,
significando o que se vai trabalhar, o que se quer cultivar, e não apenas em
termos de agricultura, mas também de transmissão de valores e
conhecimento para as próximas gerações.
Bosi afirma, ainda, que cultura é o conjunto de práticas, de
técnicas, de símbolos e de valores que devem ser transmitidos às novas
gerações para garantir a convivência social. E que para haver cultura é
preciso antes que exista também uma consciência coletiva que, a partir da
vida cotidiana, elabore os planos para o futuro da comunidade. Tal definição
torna, portanto, o significado de cultura muito próximo do ato de educar.
Nessa perspectiva, cultura seria aquilo que um povo ensina aos seus
descendentes para garantir sua sobrevivência.
Ante as explanações realizadas, observamos que Cultura
possui três definições principais em termos de relevância para o presente
trabalho: as duas primeiras, baseadas no senso comum, se relacionam com
12
os sentidos de “educação/saber”, e com “civilização”; a terceira,
antropológica, com o modo de viver em sociedade e a forma como
transmitimos conhecimento às próximas gerações.
1.2 – RESPONSABILIDADE SOCIAL
Vivemos em um mundo com um volume cada vez maior de
informações, e, portanto, com cidadãos cada vez mais conscientes. Dessa
forma, também cada vez mais tem-se discutido o papel social das empresas.
Com o advento da Globalização Mundial as desigualdades
sociais se tornaram mais evidentes, e junto ao agravamento de problemas
ambientais e econômicos, em escala mundial, amplificados pela internet,
ferramenta acessível a um número cada vez maior de indivíduos, se fez
necessário que as empresas adotassem um modelo de gestão direcionado
não só para seus próprios propósitos de lucro e subsistência, mas também
para benefício de toda uma coletividade.
De certa forma, pode-se dizer que a responsabilidade social
das empresas tem relação direta com a consciência dos empresários em
adotar medidas para estabelecer melhores condições de vida e bem-estar
para, ao menos, parte da população. É a função social da empresa.
Segundo Froés e Neto (2001, p. 26), tudo começou com a
prática de ações filantrópicas, onde empresários bem sucedidos decidiram
retribuir à sociedade parte dos ganhos que obtiveram em suas empresas. Tal
comportamento refletia, entretanto, uma vocação para a benevolência, um
ato de caridade para com o próximo.
Assim, surgiram as entidades filantrópicas em busca dos
recursos dos empresários filantropos. A filantropia, diferentemente da
responsabilidade social, é desenvolvida através de ações individuais desses
empresários.
13
A responsabilidade social é um estágio mais avançado no
exercício da cidadania corporativa, e tem a ver com a consciência social e o
dever cívico. As ações de responsabilidade social são mais amplas em
comparação às filantrópicas; exigem maior planejamento, periodicidade, e
visão voltada para o futuro e, por esse motivo, gerenciamento efetivo por
parte das empresas-cidadãs.
Nesse sentido, Fróes e Neto (2001, p. 27) ressaltam as
principais diferenças entre os conceitos:
“Tanto a filantropia quanto a responsabilidade
social são de natureza diversa. A filantropia é uma
‘simples doação’, fruto da maior sensibilidade e
consciência social do empresário. A
responsabilidade social é uma ‘ação
transformadora’. Uma nova forma de inserção
social e uma intervenção direta em busca de uma
solução de problemas sociais.”
E complementam (2001, p. 28):
“A filantropia parte de uma ação individual e
voluntária e tem muitos méritos. Mas a
responsabilidade social vai além de vontades
individuais – caminha para tornar-se a soma de
vontades que constitui um consenso, uma
obrigação moral e econômica a ligar o
comportamento de todos os que participam da vida
em sociedade.”
14
Importante acrescentar que, em contrapartida ao
investimento gasto com o comprometimento social em si, muitas vezes
consideravelmente altos, as empresas socialmente responsáveis conquistam,
através de seus projetos sociais, uma imagem positiva perante a sociedade,
facilitando ações tipicamente mercadológicas e empresariais. Nesse esteio,
segundo Martinelli (1997, p. 81), “de alguns anos para cá, tem-se notado em
ritmo promissor uma crescente consciência de que a empresa pode e deve
assumir dentro da sociedade um papel mais amplo, transcendendo a sua
vocação básica de geradora de riquezas (...) pode estar associado não só a
motivos de obrigação social, mas também a sugestões de natureza
estratégica”.
Ao realizar investimentos na área social, as empresas
buscam não pura e simplesmente o apoio à uma determinada causa social,
mas o fazem também como uma forma de amenizar os eventuais problemas
decorrentes de sua produção industrial, de ordem ambiental ou econômica. E
como consequência, ainda conquistam visibilidade, melhoria de sua imagem
institucional, ganho de confiança por parte de seus funcionários,
colaboradores, parceiros e investidores, e, na maioria das vezes, aumento de
competitividade e produtividade.
A despeito da possibilidade de a Responsabilidade Social
poder ser caracterizada como instrumento para o Marketing, e eventual
aumento de produtividade, das empresas consideradas socialmente
responsáveis, não é pretensão deste trabalho desqualificar ou desmerecer o
conceito. Pelo contrário, acreditamos na importância das ações e projetos
sociais pautados pela ética e responsabilidade, dado o comprometimento e o
resultado objetivo encontrado por inúmeras empresas, e pelo fato do
benefício vir de encontro tanto à empresa socialmente responsável como
para toda a população envolvida.
Outro aspecto a ser considerado ao tratarmos o tema
“responsabilidade social” é acerca de sua abrangência. As empresas
socialmente responsáveis devem abordar e tratar com o devido zelo duas
dimensões distintas - a interna e a externa. A primeira diz respeito aos
15
próprios funcionários e colaboradores da empresa, e engloba questões como
saúde profissional, condições e segurança de trabalho; a segunda, está
relacionada com a comunidade em geral, e diz respeito a ações e projetos de
fomento do desenvolvimento social.
Ambas as dimensões relatadas acima estão intrinsecamente
relacionadas com o conceito de stakeholders - grupos que dependem da
organização para alcançar seus interesses ou objetivos próprios e dos quais
a organização também depende para alcançar suas metas. Decerto, uma
empresa socialmente responsável deve atuar com eficácia, equilibrando da
melhor maneira possível tais dimensões, em busca de um resultado mais
abrangente e satisfatório para os diferentes grupos com os quais atua e lida
frequentemente.
Em um conceito mais amplo, Cardoso e Ashley (2002) assim
definem a responsabilidade social:
“Responsabilidade Social é o compromisso que
uma organização deve ter para com a sociedade,
expresso por meio de atos e atitudes que a afetam
positivamente, de modo amplo, ou a alguma
comunidade, de modo específico na sociedade e à
sua prestação de contas para com ela”(Cardoso e
Ashley 2002, p. 31)
Já segundo o Instituto Ethos, o conceito de Responsabilidade
Social Empresarial é assim expresso3:
“Responsabilidade Social Empresarial é a forma
de gestão que se define pelo compromisso público
de implementação de processos produtivos,
comerciais e gerenciais baseados em relações
3 Extraído do site do Instituto, através do link "http://www3.ethos.org.br/cedoc/apresentacao-do-instituto-ethos-sobre-responsabilidade-social-e-sustentabilidade-em-projetos/#.U5JaqvldWao", acesso em junho de 2014.
16
éticas, transparentes e solidárias da empresa com
todos os públicos afetados pelas suas atividades e
pelo estabelecimento de metas empresariais
compatíveis com a sustentabilidade da sociedade,
preservando recursos ambientais e culturais para
gerações futuras, respeitando a diversidade e
promovendo a igualdade.”
O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social é
uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público4) cuja
missão é mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios
de forma socialmente responsável, tornando-as parceiras na construção de
uma sociedade justa e sustentável. O Instituto foi criado em 1998 por um
grupo de empresários e executivos oriundos da iniciativa privada.
Conforme consta no site, o Instituto Ethos acredita “as
empresas são importantes agentes de promoção do desenvolvimento
econômico e do avanço tecnológico e possuem importante influência nas
transformações do planeta e, por isso, a sua participação e engajamento são
cruciais para a construção de um mundo melhor, ao lado dos esforços do
Estado e da sociedade civil”. E ainda que “as ações cooperativas – tanto no
âmbito local, regional, nacional ou internacional – são cada vez mais
necessárias para a manutenção do bem-estar da humanidade”.
O tema anda tão em voga que em 1 de Novembro de 2010
foi publicada em Genebra, na Suíça, a Norma Internacional ISO26000 –
Diretrizes sobre Responsabilidade Social. No Brasil, o lançamento da versão
nacional, a ABNT NBR ISO 26000, ocorreu em São Paulo, no dia 8 de
Novembro do mesmo ano.
Segundo a ISO 26000, a responsabilidade social se expressa
pelo desejo e pelo propósito das organizações em incorporarem 4 “Trata-se da qualificação dada a pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas por iniciativas de particulares, para desempenhar serviços sociais não exclusivos do Estado com incentivo e fiscalização do Poder Público, mediante vínculo jurídico instituído por meio de termo de parceria.” (Di Pietro, 2009, p. 499) Disciplinado pela Lei nº 9.790/1999. A qualificação de uma instituição como OSCIP cabe ao Ministério da Justiça.
17
considerações socioambientais em seus processos decisórios e a
responsabilizar-se pelos impactos de suas decisões e atividades na
sociedade e no meio ambiente. Isso implica um comportamento ético e
transparente que contribua para o desenvolvimento sustentável, que esteja
em conformidade com as leis aplicáveis e seja consistente com as normas
internacionais de comportamento. Também implica que a responsabilidade
social esteja integrada em toda a organização, seja praticada em suas
relações e leve em conta os interesses das partes interessadas.
Fróes e Neto (2001, p 36) acrescentam que “a empresa
socialmente responsável torna-se cidadã porque dissemina novos valores
que restauram a solidariedade social, a coesão social e o comprometimento
social com a equidade, a dignidade, a liberdade, a democracia e a melhoria
da qualidade de vida de todos que vivem sociedade” .
Os mesmos autores (2001, p. 35/36) listam as principais
características das empresas contemporâneas com cidadania empresarial,
quais sejam:
- alto comprometimento com a sociedade;
- atuação em parceria com o governo, demais empresas e
entidades em programas e projetos sociais;
- apresentam progressão de investimentos nas áreas
sociais;
- viabilizam projetos sociais independentemente de
benefícios fiscais existentes;
- realizam ações sociais, cujo principal objetivo não é o
marketing, mas um comprometimento efetivo com a
comunidade;
18
- possuem funcionários conscientes da responsabilidade
social da empresa, e que, em função disso, atuam como
voluntários em campanhas e projetos sociais;
- os valores e princípios empresariais, além de sua missão
e visão estratégica, incorporam responsabilidades
diversas, envolvendo o seu relacionamento com o
governo, clientes, fornecedores, comunidade, sociedade,
acionistas e demais parceiros.
1.3 – O PODER JUDICIÁRIO
"O Poder Judiciário é a expressão da nossa
soberania, de nossa cultura, de nossa dignidade
cívica. Enquanto tivermos Poder Judiciário
vigilante, a Democracia no Brasil poderá sofrer
eclipses, mas jamais entrará em colapsos
definitivos." Tancredo Neves (citado no trabalho
intitulado "autonomia do Judiciário e a nova
Constituição, do Juiz Petrônio José Garcia Leão,
Revista da Amagis, 9:38)
A Constituição Federal em vigor dispõe em seu art. 2º que "são
Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o
Executivo e o Judiciário". Os três Poderes citados são juntos os pilares do
regime político na República.
Segundo Lúcia Grinberg (Cabral, 2009, p. 29) "o Judiciário tem
como funções primordiais garantir a constitucionalidade das leis e os direitos
individuais, ainda que interpostos contra atos dos demais poderes da
República". Por esse motivo, e também devido ao exercício jurisdicional a
19
que se destina, é essencial para o Poder Judiciário a independência
garantida no dispositivo legal supramencionado.
Nesse mesmo sentido, Aroldo Plínio Gonçalves (Teixeira, 1994,
p. 34) esclarece que "para salvaguardar os direitos individuais, coletivos e
sociais, impor o império da lei na solução dos casos concretos de conflitos de
interesses e controlar a constitucionalidade da própria lei e outros atos
normativos do poder público, é indispensável que o Judiciário se erija como
Poder independente".
Por tais razões, os Juízes têm ampla liberdade de decidir, e
sujeitam-se apenas à Constituição, às leis e às suas consciências. Também
detêm autonomia e são livres de quaisquer vínculos hierárquicos. Com o
propósito de resguardar a sua missão pacificadora, possuem garantias
especiais, expressas na Carta Magna, tais quais a vitaliciedade no cargo, a
inamovibilidade, e a irredutibilidade de vencimentos.
Vale lembrar, ainda, que a atual Constituição Federal, em seu
art. 99, assegura ao Poder Judiciário autonomia administrativa e financeira,
concedendo-lhe maior independência em relação aos demais poderes da
União.
Oportuno salientar que as características especiais conferidas
aos juízes e ao Poder Judiciário com o fito de assegurar-lhes independência
quanto à sua função precípua de julgar e dirimir conflitos, acabam se
refletindo nos jurisdicionados, ao proporcionar-lhes uma justiça mais isenta e
imparcial. De certa forma, pode-se até dizer que se "estendem" aos
jurisdicionados.
Decerto que a função típica do Poder Judiciário é a denominada
jurisdicional: resolver os conflitos individuais e sociais, e dirimir os litígios de
interesses. Sua essência se funda, portanto, no inciso XXXV do art. 5º da
CF/88, que dispõe que "a lei não excluíra da apreciação do Poder Judiciário
lesão ou ameaça de direito".
20
O fato de Órgãos do Poder Judiciário optarem por investir em
projetos culturais, ou seja, em uma atividade não-finalística ou própria às
suas instituições, só ressalta suas intenções em desenvolver uma função
social. O CCJF - Centro Cultural Justiça Federal, do Tribunal Regional
Federal da 2ª Região, e o CCPJ-RIO - Centro Cultural do Poder Judiciário do
Estado do Rio de Janeiro, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de
Janeiro, representam a Responsabilidade Social das instituições a que se
vinculam, perante os habitantes da Cidade Maravilhosa, tema do próximo e
último tópico deste capítulo, a seguir.
1.4 – A CIDADE DO RIO DE JANEIRO COMO CENÁRIO
Conhecida pelas suas belezas naturais, razão pela qual ficou
apelidada de Cidade Maravilhosa, o Rio de Janeiro é o principal destino
turístico do Brasil.
Muitos consideram a cidade a capital cultural do país. Em terras
cariocas nasceram os gêneros musicais mais famosos do Brasil pelo mundo
afora: o samba e a bossa-nova. O carnaval carioca é conhecido
internacionalmente. O Rio também sedia a mais importante emissora de
televisão do país, o que em termos de influência deve ser considerado. E
abriga o time de futebol mais popular da nação. Expressão maior da
representatividade da cidade foi a escolha do Comitê Olímpico Internacional
para torná-la a primeira cidade-sede das Olimpíadas na América do Sul, em
2016.
Razões não faltam para que o Rio esteja sempre no centro das
atenções, ao mesmo passo em que dita tendências para o restante do país.
Além da produção cultural aqui existente, onde inúmeras
empresas privadas possuem e investem em centros culturais, o Rio conta,
ainda, com um enorme patrimônio histórico, espalhado por diversas
21
instituições. Ao caminhar pelas ruas do Centro da cidade pode-se deslumbrar
vários prédios históricos.
Esse é o cenário em que os Órgãos do Poder Judiciário
fluminense resolveram instalar seus centros culturais, agregando ainda mais
valor cultural à cidade.
Por outro lado, ao se posicionarem em um ambiente já envolto
de cultura, esbarram em um grande desafio: o de divulgar e ampliar suas
próprias instalações, mostras e apresentações.
No próximo capítulo veremos um pouco da criação e do
histórico do CCJF e do CCPJ-Rio, bem como as atividades desenvolvidas e
principais amostras realizadas.
22
CAPÍTULO II
A CULTURA NO JUDICIÁRIO FLUMINENSE:
CCJF - CENTRO CULTURAL JUSTIÇA FEDERAL
TRF DA 2ª REGIÃO - RIO DE JANEIRO
2.1 - BREVE HISTÓRICO
"Criado em 2001, o Centro Cultural da
Justiça Federal foi a primeira instituição do gênero
ligada ao Poder Judiciário no país. Não foram
poucos os desafios enfrentados pelas direções do
CCJF nos anos iniciais de sua implantação, com o
propósito de torná-lo um espaço de excelência,
num contexto bastante competitivo como o da
cidade do Rio de Janeiro, marcada pela presença
de inúmeras outras instituições similares." Sérgio
Schwaitzer (Cabral, 2009, p. 09)
O trecho acima, escrito pelo Desembargador Sérgio Schwaitzer,
atual Presidente do TRF da 2ª Região, traduz com precisão não só a
importância da implantação do CCJF para a Justiça Federal, mas também o
esmero destinado à sua criação. Alem disso, expõe o contexto existente na
cidade do Rio de Janeiro à época da criação do Centro Cultural, no que se
refere à competitividade acerca da divulgação e desenvolvimento de
atividades relativas à cultura e à arte na Cidade Maravilhosa.
Para chegar efetivamente no momento da criação do CCJF,
devemos, antes, retratar brevemente a importância histórica do prédio onde
hoje está instalado, com endereço atual à Av. Rio Branco, nº 241, Centro do
Rio de Janeiro. O Palácio da Justiça Federal, junto com o Teatro Municipal do
Rio, o Museu Nacional de Belas Artes e a Biblioteca Nacional, compõe um
23
conjunto arquitetônico dos últimos remanescentes do estilo eclético, em voga
no Brasil no início do século XX, ligado à construção da Av. Central (atual Av.
Rio Branco), tendo sido construído para ser um exemplo de modernidade.
O edifício foi projetado pelo renomado arquiteto de origem
espanhola Adolpho Morales de Los Rios, e integrava o projeto de
modernização da cidade do Rio de Janeiro, capital do país naquele momento,
motivado pelos ideais de "ordem e progresso" trazido pela consolidação da
República no Brasil.
A construção do prédio, atualmente tombado pelo Patrimônio
Histórico, data de 1905. Inicialmente, foi projetado para ser sede do
arcebispado, período em que foi propriedade da Mitra Arquiepiscopal do Rio
de Janeiro. Mas em 1909, ano em que foi adquirido pelo Governo Federal
após intensas negociações, tornou-se sede do Supremo Tribunal Federal.
Nesse momento, o edifício sofreu modificações, a fim de descaracterizar a
fachada religiosa do prédio e ganhar contornos mais direcionados à temática
da Justiça, priorizando e redimensionando os espaços para a prestação
jurisdicional.
A partir de 1960, quando ocorreu a transferência do STF para
Brasília, o edifício foi cedido para instalar algumas varas da Fazenda Pública
do Tribunal de Alçada do Estado da Guanabara. Posteriormente, já na
década de 70, foi retomado à Administração Federal, e passou a ser ocupado
integralmente pela Justiça Federal de 1ª Instância.
Em 1988, após o desabamento do teto e de duas salas no
térreo do Palácio, o prédio chegou a ser interditado pela Defesa Civil em
função de seu estado crítico de conservação, permanecendo fechado até
1994. Neste mesmo ano, foi firmado convênio entre o Tribunal Regional
Federal da 2ª Região, o Instituto Herbert Levy e a Caixa Econômica Federal,
para recuperação e adaptação do Palácio da Justiça Federal, possibilitando,
segundo especialistas, a execução de uma das mais importantes obras de
restauro do patrimônio histórico realizadas nas últimas décadas no Rio de
Janeiro.
24
Importante ressaltar que o projeto de restauro do Palácio da
Justiça Federal foi confeccionado levando em consideração o uso a que seria
destinado a partir daí, qual seja, o de abrigar um centro cultural de
excelência. Com isso, adaptações foram executadas, com o objetivo de
compatibilizar o espaço físico existente com o tipo de atividade a que seria
destinado.
Após sete anos de obras de recuperação, restauração e
adaptação do prédio, em 04 de abril de 2001, inaugurou-se o Centro Cultural
Justiça Federal, quando o espaço foi efetivamente aberto, e de novo
entregue à sociedade carioca e brasileira.
2.2 - MISSÃO/ OBJETIVOS
Como já foi mencionado, na década de 80, o prédio em que
está instalado o CCJF sofria com o abandono e com a deterioração. No final
daquela década, iniciaram-se as discussões sobre o destino de edifício, onde
uma parte dos servidores e magistrados da Justiça Federal envolvidos se
posicionava pela restauração e outra, pela derrubada, para a construção de
um novo e moderno prédio no seu lugar.
A proposta que prevaleceu, gerando a posterior reforma do
prédio, foi apresentada pelo Juiz Federal José Ricardo de Siqueira Regueira,
então Diretor do Foro, e visava à ocupação do prédio com um centro de
cultura voltada para a preservação da memória jurídica, e temas correlatos à
magistratura. Sobre o assunto, o Juiz declarou (Coelho, 2002):
"Trabalhei em cima de um projeto restrito à cultura
jurídica porque sabia que seria muito difícil
conseguir unanimidade dos membros do TRF para
um projeto cultural mais amplo. Minha maior
preocupação era dar o pontapé inicial, salvar o
prédio (...)".
25
Observa-se que a missão originária ao desenvolver o projeto
que serviu de base para a restauração do Palácio da Justiça era direcionada
a assuntos acadêmicos e jurídicos. O público alvo previsto, portanto, seriam
os magistrados, serventuários do Judiciário, alunos e professores de direito,
juristas e pesquisadores da cultura jurídica. A preservação da memória e do
acervo da Justiça Federal do Rio de Janeiro teve peso fundamental para a
aceitação e concretização de tal projeto, e foi o que efetivamente motivou o
Tribunal a realizá-lo. O fato do prédio ter sido durante décadas a sede do
STF também contribuiu para a aceitação do projeto.
Há de se ponderar, ainda, que àquela época havia uma
tendência no Rio de Janeiro, em específico no Centro da cidade, em abrigar
centros culturais em antigos e reformados edifícios históricos. O Rio
presenciou, a partir do final da década de 1980, o fenômeno da proliferação
de centros culturais (Azevedo, 2002). O Centro Cultural do Banco do Brasil,
por exemplo, recém inaugurado, já era um sucesso junto ao público e
continha uma programação de excelente qualidade.
Conforme relatado no tópico anterior, a restauração foi
efetivada e anos após, em 2001, o Centro Cultural foi aberto ao público. A
serventuária Lenora de Beaurepaire, Diretora Executiva escolhida para
coordenar o projeto de implantação do CCJF, recorda que o projeto de um
centro cultural aberto às mais variadas expressões artísticas foi acontecendo
sem muita previsão, naturalmente. Sobre o tema, ela relata (2001):
"Eu acreditava que o Centro poderia vir a contribuir
para qualquer pessoa que o frequentasse,
inclusive para os membros do Judiciário. (...)
acreditava que o Centro poderia ser bastante útil ,
porque traria a possibilidade de aproximação entre
o universo jurídico e o cultural. O Centro Cultural
representava a possibilidade de se estabelecer um
espaço de discussão, das mais variadas, atraindo
público de diversas classes sociais, faixas etárias
e níveis de instrução. Atrairia pessoas de
26
interesses diferentes, suas atividades estimulariam
a sensibilidade e a reflexão, trariam novas
informações. Hoje, por exemplo, quando penso na
exposição do fotógrafo e etnólogo Pierre Verger
que apresentamos, logo no início do Centro, vejo o
quanto ela tinha a ver com Justiça (...)."
Em consulta ao site do CCJF, através do link
"http://www.ccjf.trf2.gov.br/instit/downloads/regulamento_2014.pdf", realizada
durante os meses de maio e junho de 2014, encontramos a atual proposta de
missão do Centro:
"O Centro Cultural da Justiça Federal (...) tem por
finalidade a aproximação e a integração da Justiça
Federal à sociedade por meio do desenvolvimento
de atividades artísticas e culturais voltadas ao
público em geral.
Para o cumprimento de tal missão, o CCJF planeja
e executa suas atividades, além de disponibilizar
suas instalações para a execução de projetos
encaminhados por proponentes externos, em
consonância com os valores e políticas
estabelecidos para o seu funcionamento."
2.3 – O ESPAÇO E AS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
O CCJF funciona de terça a domingo, das 12h às 19 horas.
Dispõe de instalações modernas e confortáveis em um prédio histórico
plenamente reformado, com acesso e acomodações disponibilizados para
portadores de necessidades especiais.
27
Conta com uma sala de Teatro com capacidade total para 144
pessoas (dois para deficientes físicos); uma sala de Cinema, denominada
Cine Cultural Justiça Federal, com 56 assentos, incluindo uma poltrona para
pessoa obesa e acessibilidade para cadeirantes; Galerias de Exposição
espalhadas pelos seus três andares, onde são realizadas mostras de Artes
Plásticas, Vídeo-Instalações, e de Fotografias; e também uma Biblioteca,
com acervo estimado em 30.000 títulos . Além disso, o CCJF possui, ainda,
uma Sala de Leitura (50 lugares), no segundo pavimento, e uma Sala
Multiuso (30 lugares), no térreo, para abrigar cursos, palestras, seminários e
oficinas. Para o lançamento de livros, o CCJF utiliza o hall de entrada e a
Sala de Leitura.
Por fim, há, ainda, a Sala das Sessões, com 84 assentos,
disponibilizada para visitações públicas orientadas, tendo em vista que foi
outrora a sede das sessões do STF, quando este Órgão ocupou o edifício. A
Sala das Sessões é também utilizada, assim como o Teatro, para concertos
de música.
2.4 – PRINCIPAIS MOSTRAS REALIZADAS
Vista como um Centro de Cultural de excelência, várias mostras
e exposições se destacaram ao longo desses já 13 anos de existência do
CCJF. Entre elas, podemos citar:
- Exposições de Fotografia: Pierre Verger - Álbum de Viagem, de 10/08 a
30/09/2001; Exposição Jean Cocteau, com curadoria de Álvaro de Sá, de
01/11/2002 a 05/01/2003; FotoRio - Encontro Internacional de Fotografia do
Rio de Janeiro, nas edições de 2003, 2005, 2007, 2009 e 2011; Avenida
Central 1905-2005: Imagens de um Brasil moderno no acervo do Instituto
Moreira Salles, de 10/11/2005 a 18/06/2006; Destaques do Fotojornalismo
Internacional, de 10 a 29/06/2008; Parede - I Festival Internacional de Pôster
- Arte do Rio de Janeiro, de 12/02 a 08/03/2009; Memórias da Cidade, com
acervo do jornal O Globo, de 06/04 a 22/05/2011.
28
- Exposições de Artes Plásticas: 1º Mostra Internacional Rio Arquitetura
(MIRA), de 16/04 a 01/06/2003; Exposição Luiz Costa e Marina Vergara -
Esculturas de figuras humanas, de 27/01 a 05/03/2006.
- Teatro: Soppa de Letra, com direção de Naum Alves de Souza, e atuação
de Pedro Paulo Rangel, de 25/06 a 29/08/2004; O Pequeno Eyolf, com
direção de Paulo de Moraes, atuações de Luciana Braga, João Vitti e outros,
de 21/10 a 30/01/2005; A Falecida, texto de Nelson Rodrigues, direção de
João Fonseca, e atuação de Guilherme Piva, Rafaela Amado e outros, de
08/03 a 27/04/2008; Fascinante Gershwin - uma revista musical, com
supervisão de Marília Pera, de 17/07 a 05/09/2010; Sonho de uma noite de
verão, de Shakespeare, de 23/01 a 27/02/2011; Nise da Silveira - Senhora
das Imagens, Com Mariana Terra, coreografias de Ana Botafogo, de 07/07 a
25/08/2011.
- Música: contou durante os anos de 2004 a 2006 com o projeto Quartas
Instrumentais; Internacional Cello Encounter, em agosto/2006; Série Jovens
Pianistas, em 2008; importante ressaltar que o Centro sempre deu espaço a
espetáculos de música clássica, privilegiando a participação de músicos
iniciantes.
- Cinema: O CCJF participa do Festival do Rio de Cinema, mais importante
festival de cinema da cidade, desde o primeiro ano de existência do Centro
(2001 a 2013); participa também do festival de animações audiovisuais
Anima Mundi, de 2004 a 2013; III Encontro de Cinema Negro - Brasil, África e
Américas, em novembro/2009; exibiu também o IRIS - Mostra Internacional
de Animação da Diversidade Sexual, em setembro de 2010; atualmente,
encontra-se exibindo o RIOFGC - Rio Festival Gay de Cinema.
- Dança: Festival Panorama de Dança 2007.
- Seminários e Palestras: Exposição de Documentos do Centro de Memória
da Justiça Federal de São Paulo, em 06/2001; Relíquias, mistérios e
29
Curiosidades do Arquivo e do Depósito Judicial da Seção Judiciária do Rio de
Janeiro, em 06/2001; IV Seminário de Produção cultural da UFF - A
Identidade do Produtor Cultural, de 17 a 20/09/2004; Workshop Roteiros para
TV, com Maria Carmem Barbosa, em abril de 2006; 4º Fórum Violência,
Participação Popular e Direitos humanos, em setembro de 2010.
- Especiais: Lançamento do livro "Viagem ao Direito do Terceiro Milênio:
Justiça, Globalização, direito humanos e tributação (Ed. Renovar), de autoria
do Desembargador Federal Alberto Nogueira, em 11/06/2001; Mostra Cultural
Brasil Angola, em 2007; Curso de Capacitação em História, Arte e Cultura,
em 2011.
30
CAPÍTULO III
A CULTURA NO JUDICIÁRIO FLUMINENSE:
CCPJ-RIO – CENTRO CULTURAL DO PODER
JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO/ TJERJ
3.1 – BREVE HISTÓRICO
O Centro Cultural do Poder Judiciário do Estado do Rio de
Janeiro - CCPJ-Rio está instalado no Antigo Palácio da Justiça, atualmente
com endereço à Rua Dom Manoel, número 29, em frente à Praça XV, Centro
do Rio de Janeiro.
Braço cultural do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de
Janeiro, o CCPJ-Rio foi criado em abril de 2009, durante a gestão do Exmo.
Desembargador Luiz Zveiter na Presidência daquele Órgão. Entretanto,
iniciou suas atividades apenas em novembro de 2010, por ocasião da
reabertura do palácio (originalmente construído em 1926 com o objetivo de
servir como sede para a Corte de Apelação do então Distrito Federal), após
obras de modernização e restauro no biênio 2009-2010.
Anteriormente à criação do CCPJ-Rio, o Tribunal de Justiça do
Rio de Janeiro desenvolveu um outro projeto cultural na capital carioca, em
parceria com a Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro - EMERJ,
através do programa "Cultural EMERJ", realizado entre os anos de 2000 a
2008. Verifica-se, portanto, que, apesar da criação do Centro Cultural ser
relativamente recente, o trabalho do TJERJ visando e se preocupando em
desenvolver e disseminar arte e cultura na capital do Estado data de muito
antes, podendo-se aferir, inclusive, a partir desse dado, a existência de know-
how por parte de servidores e da administração do Tribunal no momento da
criação do CCPJ-Rio.
31
O Cultural EMERJ rendeu ao Tribunal do Rio, em dezembro de
2007, a Menção Honrosa no "IV Prêmio Innovare - A Justiça do Século XXI",
destacando, dessa forma, o primoroso trabalho executado.
O CCPJ-Rio é considerado herdeiro direto do programa
Cultural EMERJ.
3.2 – MISSÃO/ OBJETIVOS
Conforme consta no site institucional do Centro, extraído do link
"http://www.tjrj.jus.br/web/guest/institucional/centrocultural", acessado no dia
15/06/2014, a missão do CCPJ-RIO é assim expressa:
"O Centro Cultural tem a missão de
privilegiar o Conhecimento e a Arte como
condições essenciais à formação de um Judiciário
mais próximo da sociedade, que estimule, através
do desenvolvimento contínuo de programas
culturais gratuitos e abertos à população, o cultivo
de valores humanitários de justiça, tolerância,
respeito e compreensão, fundamentais para o
exercício da cidadania. A visão do CCPJ-Rio é de
consolidar-se como núcleo criador de cultura,
promovido pelo Poder Judiciário do Estado Rio de
Janeiro, estimulando no cidadão a formação do
sentimento de justiça e semeando esta visão para
todo o Poder Judiciário nacional."
Importante destacar, ainda, trechos que expõem os objetivos do
programa Cultural EMERJ, apontado como precursor do trabalho realizado
no CCPJ-Rio, extraídos do site do Prêmio Innovare que, conforme
mencionado, rendeu ao TJERJ menção honrosa no ano de 2007 (visualizado
32
através do link "http://www.premioinnovare.com.br/praticas/cultural-emerj-
707/", com data de acesso em 15/06/2014):
" O Cultural EMERJ destina-se a promover uma
programação que estimule o aperfeiçoamento da
formação humanística da magistratura por
intermédio de ações artísticas e culturais; que
fortaleça o diálogo entre o pensamento jurídico e
as diversas áreas do saber e da arte; que reúna
operadores do Direito e integrantes de diversos
segmentos da sociedade; que possa contribuir
para a construção de um Judiciário mais próximo
da sociedade, operando de forma a destruir
estigmas, preconceitos e medos em relação ao
Poder Judiciário ao possibilitar a convivência de
seus membros e outros representantes da
sociedade num ambiente democrático e igualitário.
A programação oferecida pelo Cultural EMERJ de
forma regular, sistemática e gratuita, tanto ao
público interno – magistrados, professores, alunos,
funcionários e familiares -, quanto ao público em
geral, privilegia o conhecimento e a arte como
condições essenciais à formação do cidadão, no
estímulo de valores de tolerância, respeito e
compreensão da sociedade."
Através dos trechos reproduzidos, pode-se verificar uma
confluência de objetivos entre o Cultural EMERJ e o CCPJ-Rio, evidenciando
a estreita relação existente. Em ambos, percebe-se haver um destaque para
a aproximação do Judiciário com a sociedade. Outrossim, consta, ainda, uma
preocupação com o papel social do Tribunal, ao promoverem cultura no
sentido de estimular valores ao exercício da cidadania.
33
3.3 – O ESPAÇO E AS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
O CCPJ-Rio funciona de segunda a sexta-feira, das 11 às 18
horas, e está localizado no pavimento térreo do Palácio da Justiça, sito à Rua
Dom Manuel, 29. A programação do Centro é realizada na Sala Multiuso e
em outros salões e tribunais históricos do palácio.
A moderna Sala Multiuso, principal espaço de utilização do
CCPJ-Rio, foi projetada para abrigar eventos culturais variados, tais como
projeções de vídeo, apresentações de peças de teatro, leituras dramatizadas,
recitais de música, palestras, cursos e seminários. Conta com capacidade
para 60 lugares.
Entre as atividades desenvolvidas no Centro Cultural, temos:
- Cinema no Palácio: Ciclo de projeções em DVD de filmes, seguidos de
debates com especialistas sobre o tema abordado na tela;
- Curso Livre no Palácio: Em breve formato, compostos por quatro encontros
de duas horas semanais, os cursos exploram temas variados nas diversas
áreas do conhecimento e da arte, ministrados por especialistas convidados;
- Música no Palácio: Programa que privilegia a produção de música de
câmara instrumental e lírica, contemplando formações e estilos diversos;
- Por dentro do Palácio: programa de visita teatralizada promovido pelo
CCPJ-Rio, nascida do desejo de abrir as portas do Antigo Palácio da Justiça
à visitação pública, de maneira ao mesmo tempo descontraída e informativa
que desperte na população a vontade de conhecer um pouco da arquitetura,
história e uso do edifício inaugurado em 1926 como sede da "Corte de
Apelação" do então Distrito Federal;
- Teatro na Justiça: Criado em 1999 no âmbito do TJERJ, o programa de
artes cênicas tem como objetivo refletir, por meio do teatro, valores de justiça
e pensar sobre a relação entre direito e teatro;
34
- Teatro no Palácio: Breves temporadas de espetáculos bem recebidos pela
crítica especializada e pelo público;
- Tribuna livre: Ciclo de debates sobre assunto relevante da atualidade que
possa utilizar em sua construção diversas formas de apresentação no
desenvolvimento do tema escolhido.
3.4 – PRINCIPAIS MOSTRAS REALIZADAS
Entre a numerosa programação do CCPJ-Rio realizada nesses
quatro anos de existência, podemos ressaltar a peça de teatro "Os Físicos",
de Friedrich Durrenmatt, com direção de Sílvia Monte, e elenco formado por
Magistrados do TJERJ, que marcou a abertura do Antigo Palácio da Justiça e
a inauguração do CCPJ-Rio, em dezembro de 2010. As peças "Antígona", de
Sófocles, e "Um Inimigo do Povo", de Henrik Ibsen, ambas com direção de
Sílvia Monte, a primeira também com elenco de Magistrados em 2011, e a
segunda, com os atores Marcelo Escorel e Lauro Góes, entre outros, em
2011/2012, devem ser lembradas.
Dentro do Programa Teatro no Palácio podemos citar o
espetáculo "Ato de Comunhão", de Lautaro Vilo, dirigido e atuada por
Gilberto Gawronski. Encenada em 2011, a peça foi eleita pelos críticos do
jornal O Globo uma das 10 melhores daquele ano, apresentadas na cidade
do Rio de Janeiro.
Entre os cursos livres oferecidos, temos: A Justiça pela Lente
de Sidney Lumet, em junho de 2011; As faces do poder em Shakespeare, em
agosto de 2011; e a Literatura que virou cinema, em junho de 2012.
Na seara do cinema, o CCPJ-Rio exibiu, entre outros, os ciclos:
"Shakespeare na Tela", em agosto de 2011; e "FilmAmbiente no Palácio", em
novembro de 2011. Já na parte musical, o Centro contou com inúmeros
recitais de músicas clássicas, com os mais variados instrumentos, tais como
violino, piano, flauta, clarineta etc, sempre privilegiando a qualidade das
apresentações.
35
3.5 - O CRESCIMENTO
Importante passo no caminho do CCPJ-Rio foi a gestão do
Exmo. Desembargador Manoel Alberto Rebêlo dos Santos, que, ao assumir a
presidência do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, em fevereiro
de 2011, comprometeu-se em investir no fortalecimento do CCPJ-Rio, à
época, recém-inaugurado.
Verificando os dados quantitativos obtidos no primeiro biênio de
exercício do Centro Cultural destacamos o crescimento, do primeiro para o
segundo ano, tanto do número de programações realizadas quanto de
público atingido. Segundo a Diretora do CCPJ-Rio1, Sílvia Monte5, “foram
computados, em 2011, 140 programações para 5.052 participantes; em 2012,
registraram-se 193 programações para 9.722 participantes. São aumentos,
respectivamente, de 37,86% na oferta de programações e de 92,44% no
afluxo de espectadores, sendo este último certamente atribuível à maior
visibilidade e ao reconhecimento público do trabalho do CCPJ-Rio”.
Decerto, quanto maior tempo de estrada possui um centro
cultural, maior será sua visibilidade e, consequentemente, contando com uma
programação de qualidade, também será maior a participação do público. O
CCPJ-Rio, já por esses dois primeiros anos de vida demonstrou a disposição
em ampliar seu projeto cultural e, sobretudo, conquistar o público espectador.
Sobre a iniciativa do Exmo. Presidente do TJERJ, durante o
mencionado biênio inicial do Centro, destacou a Diretora do CCPJ-Rio6: “é
muito honroso haver participado diretamente de uma gestão presidencial que
soube ver na cultura elemento essencial para a formação do cidadão. O
fortalecimento do CCPJ-Rio como espaço democrático de cultura vem
contribuindo de forma indelével na formação do sentimento de justiça na
sociedade brasileira, enriquecendo e ampliando a atuação do Tribunal de
5/6 Fonte: site do www.tjrj.jus.br, extraído do weblink http://www.tjrj.jus.br/documents/10136/238869/result-bienio-2011-2012.pdf, acessado em junho de 2014.
36
Justiça do Estado do Rio de Janeiro como pólo promovedor de transformação
social”.
37
CONCLUSÃO
O Poder Judiciário é um dos pilares da democracia no nosso
país. Com direitos e garantias expressos e assegurados na Constituição
Federal, o Judiciário é um dos três poderes do regime político brasileiro, junto
ao Legislativo e ao Executivo, independentes entre si. Tem como objetivo a
garantia da constitucionalidade das leis e dos direitos individuais, coletivos e
sociais. Sua função precípua consiste na missão pacificadora de resolver os
conflitos de interesses e controlar a constitucionalidade das leis nacionais.
A despeito de sua função básica central, dois órgãos do
judiciário da cidade do Rio de Janeiro, o Tribunal Regional Federal da 2ª
Região e o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, conforme foi
demonstrado no presente trabalho, decidiram investir em promover cultura e
arte na capital fluminense, ao criarem centros culturais, respectivamente, o
Centro Cultural Justiça Federal e o Centro Cultural do Poder Judiciário do
Estado do Rio de Janeiro.
Optando por efetuar tal investimento, os dois Órgãos do
Judiciário demonstraram preocupação em realizar um trabalho social, ao
promoverem cultura e arte, em um compromisso público com a comunidade
do Rio de Janeiro e, por que não dizer, também para o Brasil, tendo em vista
a Cidade Maravilhosa ser a mais visitada do país inteiro.
Nosso planeta vive um período com inúmeras dificuldades
ambientais e econômicas, de modo que não basta às empresas atingirem
apenas seus próprios propósitos de lucro e subsistência. A Responsabilidade
Social é necessária e ilustra o nível de comprometimento das empresas com
a sociedade. O TRF da 2ª Região e o TJERJ, com seus centros culturais,
conforme vimos no segundo e terceiro capítulos da presente monografia,
onde expusemos o trabalho realizado no CCJF e no CCPJ-Rio, vêm
desempenhando um importante papel social na cidade fluminense.
Além da função social em si, cabe ressaltar, ainda, a escolha
por realizar um trabalho com cultura e arte. Divulgar cultura significa educar
38
seu povo, transmitir novos conhecimentos e levar tal aprendizado para as
próximas gerações. Acrescente-se a isso, o fato de que ambos os Órgãos do
Judiciário possuem como missão de seus centros culturais, além do
desenvolvimento de programas culturais objetivando o cultivo de valores
humanitários fundamentais para o exercício da cidadania, uma ênfase em
divulgar e garantir a salvaguarda da memória do judiciário brasileiro. Ou seja,
não bastasse o trabalho executado a fim de divulgar cultura/conhecimento
baseados em valores como justiça, tolerância, respeito e compreensão, os
dois centros culturais ainda realizam seus projetos visando aproximar a
sociedade ao Poder Judiciário em sua função precípua.
Nesse esteio, ambos os centros culturais vêm continuamente
ampliando e aprimorando suas atividades. E apesar do contexto existente no
Centro da cidade do Rio de Janeiro, onde ambos estão localizados, que
conta com uma significativa quantidade de centros culturais “disputando” a
atenção do público, pudemos observar que os dois centros culturais
conquistaram ao longo de suas existências, com suas primorosas seleções
de mostras e atividades culturais, cada qual o seu espaço e sua parcela de
espectadores, aumentando cada vez mais a cada ano. Podemos citar, por
exemplo, no CCFJ, a iniciativa de realizar convênios de bastante
expressividade com renomadas mostras, tais como a participação anual no
Festival de Cinema do Rio de Janeiro, desde o ano de sua criação, e muitas
outras exposições de destaque internacional. E, no CCPJ-Rio, a ampliação
da programação e o aumento no número de frequentadores, já no primeiro
biênio de existência do centro, evidenciando o primoroso trabalho executado
e o reconhecimento por parte do público.
Diante de todo o exposto, verificamos a excelência do trabalho
realizado nos dois centros culturais, e concluímos que a criação de ambos
por Órgãos do Judiciário ratifica a disposição de tais instituições em
compartilhar e disseminar conhecimento, em um compromisso social que,
certamente, vem contribuindo para a transformação da sociedade e para a
formação de cidadania na cidade do Rio de Janeiro.
39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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15/02/2002.
BEAUREPAIRE, Lenora. Centro Cultural da Justiça Federal - Restauração da
memória do Poder Judiciário e da própria República. Revista Justiça e
Cidadania, n.13, 03/2001.
BOSI, Alfredo. Dialética da colonização. São Paulo: Companhia das Letras,
1996.
CABRAL, Silvério Luiz Nery. Memórias da Justiça Federal: depoimentos do
projeto história oral da justiça federal / Silvério Luiz Nery Cabral, Paulo
Freitas Barata, Hilário dos Santos Pimentel; apresentação Sérgio Schwaitzer;
coordenação e notas Paulo Knauss, Lucia Grinberg. Rio de Janeiro: Centro
Cultural da Justiça Federal, 2009.
CARDOSO, A. J. G. e ASHLEY, P. A. A Responsabilidade social nos
Negócios: um conceito em construção. São Paulo: Saraiva, 2002.
CASTRO, Cesar. Evolucionismo cultural: textos de Morgan, Tylor e Frazer.
Organizador: Cesar Castro. 1ª Ed. São Paulo: Editora Jorge Zahar, 2012.
COELHO, João Batista. O Centro Cultural Justiça Federal: estudo sobre sua
implantação. Niterói: UFF, 2002.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 23. ed. São Paulo:
Atlas, 2009.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio Século XXI: o
dicionário da língua portuguesa / Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. 3ª ed.
totalmente revista e ampliada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.
40
MARTINELLI, C. Empresa cidadã: uma visão inovadora para uma ação
transformadora. In: 3º Setor, Desenvolvimento Social Sustentado. São Paulo:
Paz e Terra, 1997.
MELO NETO, Francisco Paulo de; FRÓES, César. Gestão de
Responsabilidade social corporativa: o caso brasileiro. 2ª ed. Rio de Janeiro:
Qualitymark Ed., 2001.
TEIXEIRA, Sálvio de Figueiredo. O Judiciário e a Constituição. Coordenação
do Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira. São Paulo: Saraiva, 1994.
41
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
RESUMO 3
METODOLOGIA 4
SUMÁRIO 5
INTRODUÇÃO 6
CAPÍTULO I
CONCEITOS RELEVANTES 8
1.1 - CULTURA 8
1.2 – RESPONSABILIDADE SOCIAL 12
1.3 – O PODER JUDICIÁRIO 18
1.4 – O RIO DE JANEIRO COMO CENÁRIO 20
CAPÍTULO II
A CULTURA NO JUDICIÁRIO FLUMINENSE:
CCJF / TRF DA 2ª REGIÃO - RJ 22
2.1 – BREVE HISTÓRICO 22
2.2 – MISSÃO/ OBJETIVOS 24
2.3 – O ESPAÇO E AS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 26
2.4 – PRINCIPAIS MOSTRAS REALIZADAS 27
CAPÍTULO III
A CULTURA NO JUDICIÁRIO FLUMINENSE:
CCPJ-RIO/ TJERJ 30
3.1 – BREVE HISTÓRICO 30
3.2 – MISSÃO/ OBJETIVOS 31
3.3 – O ESPAÇO E AS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 33
3.4 – PRINCIPAIS MOSTRAS REALIZADAS 34
3.5 - O CRESCIMENTO 35
42
CONCLUSÃO 37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 39
ÍNDICE 41
43
FOLHA DE AVALIAÇÃO
NOME DA INSTITUIÇÃO: INSTITUTO AVM - UNIVERSIDADE CÂNDIDO
MENDES
TÍTULO DA MONOGRAFIA: RESPONSABILIDADE SOCIAL NO
JUDICIÁRIO FLUMINENSE: CULTURA E ARTE.
AUTOR DO TRABALHO: ALEXANDRE FABRI
DATA DA ENTREGA:
Avaliado por: Conceito: