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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INTEGRAÇÃO DE PCDS EM UM AMBIENTE DE TRABALHO
IGUALITÁRIO
JULIANA DE ANDRADE RAMOS
ORIENTADOR:
Prof. PAULO JOSÉ
Rio de Janeiro 2019
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O PR
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REITO
AUT
ORAL
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Apresentação de monografia à AVM como requisito
parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão de Pessoas.
Por: Juliana de Andrade Ramos.
INTEGRAÇÃO DE PCDS EM UM AMBIENTE DE TRABALHO
IGUALITÁRIO
Rio de Janeiro
2019
3
AGRADECIMENTOS
...à Deus e a todas as pessoas que me apoiaram
para o desenvolvimento e a finalização desta
monografia.
4
DEDICATÓRIA
Aos meus familiares, em especial os meus pais,
amigos e todas as pessoas envolvidas que
contribuíram para a realização desta monografia.
5
RESUMO
O estudo a ser apresentado mostrará a realidade vivida hoje por portadores
de deficiência no seu processo de inclusão no mercado de trabalho e na sociedade.
Será apresentada também historicamente a evolução deste processo e a
importância de conscientizar e sensibilizar a mudança comportamental referente à
acolhida destas pessoas pela sociedade brasileira. O objetivo é mostrar que vai
além da obediência à lei, mas sim no papel como cidadãos com ética,
responsabilidade social e sem nenhum tipo de preconceito ou discriminação.
Esclarecerei os tipos de deficiência e ajudarei o leitor a entender mais sobre este
mundo da inclusão e sua extrema importância.
6
METODOLOGIA
Serão utilizados livros, artigos de revistas, estudos pedagógicos, sites na
internet e a legislação como métodos de estudo para o trabalho.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .........................................................................................................................8
CAPÍTULO I
Significado Geral de Deficiência, Classificações e Tipos de deficiências
existentes.............................................................................................................................. 10
CAPÍTULO II
O Processo Histórico da Inclusão dos Deficientes no Mundo e no Brasil ......... 18
CAPÍTULO III
Além da Lei de Cotas ......................................................................................................... 26
CONCLUSÃO........................................................................................................................ 35
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................... 38
ÍNDICE .................................................................................................................................... 42
8
INTRODUÇÃO
Diversidade constitui-se em um tema que vem sendo discutido amplamente
pela sociedade contemporânea. A diversidade, seja na sociedade quanto nas
organizações, é fundamental para o enriquecimento de todos. A relação entre as
pessoas vem gradativamente assimilando as diferenças entre si, sejam elas
culturais, étnicas, ideológicas ou outras, que quanto mais são divididas e
compartilhadas, mais enriquecem a aprendizagem de novos valores e da
importância destes valores.
Atitudes de intolerância e preconceito entre os homens estão presentes desde
longa data e abordaremos dentro do estudo esta parte histórica. A não aceitação
das diferenças de credo, raça, cultura, de orientação sexual, condição física,
intelectual ou mental infelizmente tem condenado muitos grupos de pessoas à
marginalização social. O dano que se causa a esses indivíduos pode impactá-los por
toda a vida.
Em contrapartida a consciência sobre os problemas que estas intolerâncias
causam diretamente ao indivíduo vem crescendo e parece que a humanidade está
finalmente refletindo seriamente que nunca fomos iguais, somos e sempre seremos
diferentes. Isto é real e natural e a diversidade entre os homens é que garante a
importância da originalidade de cada um de nós e o respeito a nossa individualidade.
Tratar com igualdade as diferenças é o objetivo deste estudo, mostrando as
principais dificuldades encontradas desde a antiguidade até os dias atuais e o
processo de evolução que viemos conquistando.
Apesar da conscientização de algumas empresas sobre o assunto, ainda há
muito que se aprender para que esta relação entre instituição e os portadores de
deficiência se torne uma convivência tranquila, trazendo benefícios para ambas às
partes.
Segundo dados do IBGE, a população brasileira conta com 190 milhões de
pessoas, sendo 23,9% portadoras de alguma deficiência. Número altamente
significativo. De acordo com o último Censo do IBGE, o Brasil possui hoje 45
milhões de Pessoas com Deficiência (PCDS).
9
Podemos observar hoje, mudanças comportamentais referentes à acolhida
dada pela sociedade para com estas pessoas e das empresas em um modo geral,
que enxergaram a necessidade de aprender a conviver com as diferenças e
passaram a pensar de forma inclusiva. No estudo serão detalhados ainda os
significados, classificações e tipos de deficiências existentes.
As palavras chaves neste momento do enfoque da deficiência passam a ser
capacidade, ambiente, apoio e essa revisão de conceitos apresenta uma interface
com o conceito de qualidade de vida.
A presença destes profissionais no mercado de trabalho é de extrema
importância, pois sua inclusão não é só econômica, mas também social, uma vez
que é também e principalmente dentro do ambiente de trabalho que o PCD tem a
oportunidade de romper preconceitos, demonstrando suas habilidades e
produtividade igual ou melhor que qualquer outro empregado. Não podemos deixar
de citar que o próprio PCD também precisa se ajudar no processo de inclusão, não
se vitimando perante os obstáculos enfrentados. O apoio familiar e de amigos
também é muito importante.
Cabe agora a sociedade planejar seus sistemas de suporte com prestação de
serviços que visam o bem-estar da pessoa com deficiência e sua inclusão social.
10
CAPÍTULO I
Significado Geral de Deficiência, Classificações e Tipos de
deficiências existentes.
1.1. Significado Geral do Termo “Deficiência”
Como já foi mencionado, a deficiência é um tema que traz consigo o peso da
exclusão, do preconceito, da invisibilidade e da rejeição social.
Podemos dar algumas definições para Deficiência. Uma delas, do Instituto
Benjamin Constant em seu site, considera-se, “Pessoa com deficiência àquela que
apresente, em caráter permanente, perdas ou reduções de sua estatura, ou função
anatômica, fisiológica, psicológica ou mental, que gerem incapacidade para certas
atividades, dentro do padrão considerado normal para o ser humano”.
De acordo com o Decreto 3.298 de, 20 de dezembro de 1999, é considerado
pessoa com deficiência: Art.3ºPara os efeitos deste Decreto considera-se então:
I-Deficiência – toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou
função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o
desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser
humano;
II-Deficiência permanente – aquela que ocorreu ou se estabilizou
durante um período de tempo suficiente para não permitir recuperação ou
ter probabilidade de que se altere, apesar de novos tratamentos;
III-incapacidade – uma redução efetiva e acentuada da capacidade
de integração social, com necessidade de equipamentos, adaptações,
meios ou recursos especiais para que a pessoa portadora de deficiência
possa receber ou transmitir informações necessárias ao seu bem-estar
pessoal e ao desempenho de função ou atividade a ser exercida.
De maneira geral, o termo está relacionado com um alto grau de disfunção
das funções psicológicas, fisiológicas ou anatômicas do ser humano, uma vez que
todos podemos sofrer algum tipo de deficiência no organismo.
11
1.2. Classificações e Tipos de Deficiências Existentes
Todas as deficiências, ao longo da história, puderam ser classificadas,
trazendo algumas diferenciações, como mostrarei abaixo.
O estudo consulta como base classificatória a visão de Ely, Vera Helena Moro
Bins (2001), com a Política de Educação Especial. Ela classifica as deficiências da
seguinte maneira:
Física: “caracteriza-se pela variedade de condições não sensoriais que
afetam o indivíduo em termos de mobilidade, de coordenação motora geral, como
decorrência de lesões neurológicas, neuromusculares e ortopédicas, ou ainda, de
más formações congênitas ou adquiridas”;
Auditivas: “caracteriza-se pela perda total ou parcial, congênita ou adquirida,
da capacidade de compreender a fala através do ouvido, podendo ser leve,
moderada, severa e profunda. De 25 a 40 decibéis (db) – surdez leve; de 41 a 55db
– surdez moderada; 56 a 70 db – surdez acentuada; 71 a 90 db – surdez profunda;
Anacusia – perda total da capacidade auditiva”;
Mental: “caracteriza-se pelo funcionamento intelectual geral
significativamente abaixo da média, com manifestação antes dos dezoitos anos
proveniente do período de desenvolvimento, juntamente com limitações associadas
a duas ou mais áreas da conduta adaptativa ou da capacidade do indivíduo em
responder adequadamente as demandas da sociedade quanto a: desempenho em
família e comunidade, comunicação, habilidades acadêmicas, independência de
locomoção, saúde, cuidado pessoal, segurança, desempenho escolar, lazer e
trabalho”;
Visual: “cegueira caracteriza-se pela redução ou perda total da acuidade
visual, igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; baixa
visão: que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor
correção óptica. Os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em
ambos os olhos for igual ou menor que 60o; ou a ocorrência simultânea de
quaisquer das condições anteriores”;
12
Múltipla: “caracteriza-se pela associação, no mesmo indivíduo, de uma ou
mais deficiências (mental, visual, auditiva, física) com comprometimentos que
acarretam atrasos no desenvolvimento global da capacidade adaptativa”;
As deficiências também podem ser classificadas desta forma:
Cognitiva: Dificuldade no tratamento das informações recebidas (atividades
mentais) ou na produção linguística (uma das saídas do sistema cognitivo);
Sensorial: Dificuldade de perceber informações através da percepção
(sistema sensorial – audição, visão, paladar/olfato, háptico e equilíbrio)
Deficiência-múltipla: Associação de mais de um tipo de deficiência.
Físico-motora: Limitação que ocorre durante a performance do indivíduo, isto
é, de suas decisões de ação que envolve a mobilidade, força, precisão e
coordenação; A deficiência física pode gerar sequelas e muitos tipos de limitações
motoras. São classificadas como deficiências físicas:
Amputação: Perda parcial ou total de um determinado membro ou segmento
de membro;
Monoparesia: Perda parcial das funções motoras de um só membro (inferior
ou superior);
Monoplegia: Perda total das funções motoras de um só membro (inferior ou
superior);
Paraplegia: Perda total das funções motoras dos membros inferiores (pernas)
causando perda da sensibilidade e movimentação destes, impossibilitando o andar
e, algumas vezes, a capacidade de permanecer sentado. Essa lesão, muitas vezes,
é causada por lesão da medula espinhal ou por casos de poliomielite;
Paraparesia: Perda parcial das funções motoras dos membros inferiores;
Tetraparesia: Perda parcial das funções motoras dos membros inferiores e
superiores;
13
Tetraplegia: Perda total das funções motoras dos membros inferiores e
superiores;
Triplegia: Perda total das funções motoras em três membros;
Triparesia: Perda parcial das funções em três membros;
Hemiparesia: Perda parcial das funções motoras de um hemisfério do corpo
(direito ou esquerdo);
Hemiplegia: Perda total das funções motoras de um hemisfério do corpo
(direito ou esquerdo);
Nanismo: Deficiência acentuada no crescimento;
Paralisia Cerebral: Lesão de uma ou mais áreas do sistema nervoso central.
Em alguns casos a paralisia ocorre pela falta de oxigenação (hipóxia) na área
afetada, gerando sintomas como alterações psicomotoras, espasmos musculares
repentinos, chamados de paralisia cerebral espástica, tremores, convulsões, perda
de coordenação, respiração irregular, entre outros sintomas, podendo ou não causar
deficiência mental, pois apesar de existirem casos onde o indivíduo apresenta
paralisia cerebral e deficiência mental, estas duas condições podem não acontecer
necessariamente ao mesmo tempo;
Síndrome de Down ou Trissomia do Cromossoma 21: Consiste em uma
alteração genética produzida pela presença de um cromossomo a mais no par 21.
Esta modificação genética afeta o desenvolvimento do indivíduo, determinando
algumas características físicas e cognitivas. As pessoas com esta alteração devem
praticar atividade física para seu bem-estar físico e emocional. A maioria das
pessoas com esta síndrome tem a trissomia 21 simples. Isso significa que um
cromossomo extra está presentes em todas as células do organismo, devido a um
erro na separação dos cromossomos 21 em uma das células dos pais. Forma mais
frequente do retardo mental, causada pela existência de três cromossomas 21 –
Trissomia do 21 – ao invés de dois no par 21. É uma doença genética em que os
indivíduos apresentam, além de um grau de atraso no seu desenvolvimento
14
intelectual e motor, podem sofrer também de problemas de visão, audição e
doenças respiratórias.
Podemos observar que a definição legal brasileira está apoiada
essencialmente em termos médicos, o que requer uma solicitação de laudos de
especialistas no caso de maiores esclarecimentos quanto a comprovar a deficiência.
Essa definição é determinante no momento, por exemplo, da contratação de
pessoas com deficiência. Todavia em nossa prática observamos ser uma questão
ainda complexa. No plano jurídico nem sempre confirmamos a presença da
deficiência que o candidato alega e o laudo médico descreve, pois não se encaixaria
em nenhuma das categorias descritas. Na realidade, tais categorias, reduzem o
leque de possibilidades, havendo em muitos casos a condição clara de uma
anormalidade na estrutura ou função que a priori coloca a pessoa em condição de
deficiência.
Dúvidas dessa natureza indicam a necessidade de ampliarmos a discussão
sobre quem é de fato a pessoa com deficiência, e também em relação à própria lei
de reserva de vagas que contempla somente esse segmento de pessoas.
Prosseguindo nos dados estatísticos, de acordo com a última RAIS (Relação
Anual de Informações Social), em 2016, houve um aumento de 3,79% no número de
pessoas com deficiência no mercado de trabalho formal brasileiro, em relação ao
ano anterior de 2015. Com o aumento, o Ministério do Trabalho (MT) contabilizou a
presença de 418.521 pessoas com deficiência, com carteira assinada. Os dados
incluem empregadores da iniciativa privada, empresas públicas diretas e indiretas e
órgãos públicos.
Segundo a chefe da Divisão de Fiscalização para Inclusão de Pessoas com
Deficiência e Combate à Discriminação no Trabalho, a auditora-fiscal do Trabalho,
Fernanda Maria Pessoa di Cavalcanti, o resultado é muito significativo,
considerando-se que, no mesmo ano, houve uma retração de 4,16% de empregos
para trabalhadores sem deficiências. Além disso, levando em conta os últimos oito
anos (2009 a 2016), houve um acréscimo de 45% de Pcd’s no mercado de trabalho,
enquanto o mercado formal de emprego só cresceu 12%.
15
Facilitando o entendimento, podemos então dizer que:
No caso de deficiência auditiva, o indivíduo pode ter dificuldades de perceber
estímulos sonoros tanto parcialmente quanto totalmente. Quando isto ocorre é
considerado surdez, impossibilitando a audição mesmo com a ajuda de aparelhos.
Porém, quando a perda é considerada parcial, o portador desta deficiência consegue
compreender a fala com ou sem ajuda de aparelhos. Na deficiência congênita, o
indivíduo possui baixa capacidade de compreensão e comunicação das
informações, acarretando ao afastamento do convívio social. Normalmente essa
deficiência se manifesta até os 7 ou 8 anos de idade, impedindo-o de desenvolver-
se nas condutas sociais adaptativas.
As deficiências físico-motoras se apresentam na insatisfação das demandas
de atividades que necessitam de esforço físico, exemplo, atividades de puxar,
alcançar, agarrar, além das atividades de coordenação motora tais como, pinçar,
andar, correr e pular. Ainda temos as deficiências múltiplas que podem se
apresentar com uma ou mais deficiências, como já citado, temos como exemplo,
deficiência mental associada à auditiva, paralisia ou visual.
As deficiências sensoriais são aquelas que o indivíduo perde grande
capacidade do sistema de percepção, o levando a apresentar dificuldades em
perceber as informações do meio ambiente.
As deficiências visuais são as que levam o indivíduo a ter limitações na
capacidade de enxergar, podendo ser parciais ou totais. Ocorrendo perda parcial é
possível que haja uma correção oftalmológica com uso de óculos ou lentes e em
casos mais graves podem realizar cirurgia. Porém, quando a perda é total ou
mínima, passa a ser considerada então, cegueira.
Com base no conteúdo exposto acima, fica claro que o portador de deficiência
é um indivíduo capaz, possuindo apenas algumas limitações, diferentes de outros
indivíduos, sejam elas físicas, visuais, motoras e/ou mentais, mas quando treinados
e orientados adequadamente podem tornar-se indivíduos com rendimento e
produtividade, igual ou até mesmo maior, do que qualquer outro indivíduo –
profissional.
16
“[...]Em nossa sociedade, as pessoas com deficiência representam
um sinal que todos somos diferentes, e que essa diferença, antes de ser
algo negativo, pode nos levar a atitudes mais tolerantes com as diversas
dificuldades humanas”. (CORRER, 2003, P.18)
Nos últimos anos, tivemos duas siglas que foram bastante utilizadas no
tratamento aos deficientes. A primeira mais utilizada foi Pessoa Portadora de
Deficiência (PPD) que, por solicitação dos próprios deficientes, foi modificada para
Portador de Necessidades Especiais (PNE) com o argumento de que quem porta
algo pode em algum momento deixar de portar.
Além disso, foi verificado que essa expressão englobava não só os
deficientes, mas como também os idosos, gestantes, crianças ou algum indivíduo
que estivesse em alguma situação com necessidade de algum tratamento
diferenciado, conforme observado por Sassaki:
“A expressão pessoa com necessidades especiais é um gênero que
contém as pessoas com deficiência, mas também acolhe idosos, as
gestantes, enfim, qualquer situação que implique tratamento diferenciado.
Igualmente se abandona a expressão pessoa portadora de deficiência com
uma concordância em nível nacional visto que as deficiências não se
portam, o que tem sido motivo para que se use, mais recentemente a forma
pessoa com deficiência.” (SASSAKI, 2003, p.1236).
Muitas pesquisas e discussões foram realizadas sobre este assunto, a nível
mundial, enfim ficou definida a terminologia “Pessoas com deficiência” (PCD),
adotada pela Constituição Federal de 1988 e pela legislação em vigor, como a mais
adequada para nos referirmos a esses indivíduos, visto que as deficiências não se
portam, estão na pessoa ou com a pessoa.
A Declaração dos Direitos dos Deficientes, adotada pela Assembléia Geral da
ONU, através da resolução 3.447/75 dispõem no seu Art.
1º o seguinte:
“O termo ‘deficiente’ designa toda pessoa em estado de
incapacidade de promover a si mesma, no todo ou em parte, as
necessidades de uma vida pessoal ou social normal, em consequência de
uma deficiência congênita ou não de suas faculdades físicas ou mentais”.
17
(MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO – PROCURADORIA GERAL DO
TRABALHO, 2000, p.39).
O CONADE (Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência),
através do decreto de nº 3.298/99, dispõe no seu Art. 3º o seguinte:
“Deficiência é toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou
função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o
desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser
humano”. (BRASIL, Lei de nº 3.298/99, 20 de Dezembro de 1999, art.3º,I).
Atualmente, é cada vez mais frequente a preocupação de organizações como
a ONU, CONADE e CORDE, por exemplo, na luta pela conscientização e inclusão
social desses indivíduos, e podemos dizer, que já alcançamos grandes avanços
através de pesquisas que, hoje, refletem a realidade dos PCDs de maneira mais
positiva.
Esta preocupação vai desde assegurar a essas pessoas uma vida social e
econômica igualitária, mas como também garantir que o tratamento utilizado ao se
referirem a estes indivíduos fosse feito de maneira mais respeitosa e livre de
quaisquer tipos de preconceitos, que pudesse agregá-los a sociedade como
cidadãos, independentemente do seu tipo de sequela.
É preciso que haja uma mudança na mentalidade da sociedade e das
empresas de um modo geral, que precisa aprender a conviver com as diferenças e
passar a pensar de forma inclusiva. Já evoluímos, mas ainda é necessário mais. As
oportunidades e a inclusão possibilitará às pessoas portadoras de deficiência a
capacidade de produzir e contribuir para sua satisfação pessoal e profissional.
Atualmente, de um lado, temos as empresas em busca por um crescimento
equilibrado e sustentável, e do outro, o importante impulso dos portadores de
deficiência e de seus familiares para atingir a independência, de forma a torná-los
parte da sociedade.
O mundo corporativo precisa ter mais interesse em buscar compreender a
questão da diversidade e praticá-la da melhor maneira, para que no futuro estes
indivíduos sejam independentes e vistos igualmente, quando comparados a
qualquer outro profissional.
18
CAPÍTULO II
O PROCESSO HISTÓRICO DA INCLUSÃO DOS DEFICIENTES NO MUNDO E NO BRASIL
2.1. Da exclusão à inclusão: Uma trajetória histórico cultural
É sempre importante conhecermos a história de grandes movimentos e
causas de extrema relevância mundialmente e em nosso País.
De acordo com Silva, Maria de Fátima (2008), pedagoga com 20 anos de
experiência na área da Educação e Recursos Humanos, que vem desenvolvendo
programas de Inclusão e Responsabilidade Social, ela diz em um de seus estudos
sobre diversidade, que conhecer a história facilita para a compreensão das relações
sociais que a sociedade mantém com seus membros com deficiência desde o
período antes de Cristo até os dias atuais.
Quando nos deparamos com essas pessoas, nossas atitudes revelam não
somente as crenças e nossos valores individuais, como também o contexto social
em que vivemos. Através de um condicionamento cultural “aprendemos” os
preconceitos e reproduzimos estigmas de acordo com cada momento histórico.
Dessa forma, a trajetória histórico/cultural das pessoas com deficiência reflete como
se desenvolveram os valores da humanidade e nos ajudam a entender os motivos
por que um dia condenamos ao extermínio membros imperfeitos e hoje estamos
aprendendo cada dia mais a conviver com a diversidade humana.
Os povos da antiguidade possuíam uma visão mística acerca da deficiência,
entendida por alguma culpa vinculada a algum pecado cometido ou resultante da
ação do sobrenatural, inspirava o medo, a repugnância e as pessoas com
deficiências eram exorcizadas.
Por outro lado, muitas deficiências podiam ser adquiridas sendo comum
nessa época a prática da mutilação como forma de punição a não obediência às
regras sociais, ou mesmo como castigo aos guerreiros que perdiam uma batalha.
19
Na Grécia antiga cultivou-se a visão espartana do homem forte e perfeito e
assim crianças que nasciam com deformidades podiam ser abandonadas em
lugares sagrados ou nas florestas. Por outro lado, os soldados mutilados em função
de seus atos heroicos nas guerras recebiam um tratamento mais digno, beneficiados
com práticas terapêuticas de cura e alívio como recompensa.
Com a chegada do Cristianismo pregando valores de amor ao próximo, o
tratamento aos doentes e deficientes é marcado por uma postura de caridade e de
tolerância. As diferenças e desigualdades entre os homens são agora aceitas com
resignação e fatalidade, conduzindo agora a prática do assistencialismo, surgindo
nesse momento o atendimento destas pessoas nos hospitais e asilos mantidos por
igrejas. Por exemplo, na idade média a pessoa com hanseníase (doença contagiosa
conhecida popularmente como lepra) era banida da cidade e com alguma sorte
podia ser recolhida pelos “leprosários”. Amparados por essa ideologia cristã,
presente desde a época do Feudalismo, podemos identificar ainda hoje muitas
instituições de atendimento a pessoa com deficiência, um modelo paternalista e
segregacionista.
Somente com o Renascimento foi possível uma mudança significativa na
posição da sociedade frente a pessoa com deficiência, abrindo-se o caminho para
ciência, afastando-se da visão mística.
O avanço do conhecimento humano permite o desenvolvimento de técnicas
de reabilitação da pessoa com deficiência na área da educação e da medicina.
A ortopedia transforma-se em uma grande especialidade médica,
desenvolvendo próteses e aparelhos de apoio e correção de deformidades.
No século XIX surgiram escolas especializadas para cegos na Europa e EUA
e é desenvolvido o método Braille. A capacidade de trabalho das pessoas com
deficiência começa a ser valorizada e estas começam a aprender algum ofício.
Nessa época merece destaque Hellen Keller, cega e surda de nascença que
educada por Ane Sullivan passa a dedicar toda a sua existência ao trabalho para as
pessoas com deficiência.
2.2. Importância do Século XX
20
Sob a tutela do Estado, os “loucos”, “incapazes”, “deficientes” até então
reclusos nas casas de internação inciam sua participação nas relações sociais e de
trabalho. Passam a exercer sua cidadania, no rastro das mudanças sociais,
alavancada pela revolução industrial que veio determinar maior necessidade de mão
de obra. Os programas de reabilitação contemplam o treinamento profissional da
pessoa portadora de deficiência, visando o desenvolvimento de suas
potencialidades e capacidades. Porém o grande momento da reabilitação ocorre
mesmo no século XX, com o avanço tecnológico, o progresso das ciências e uma
postura filosófica mais engajada, se preocupando ainda mais com o bem estar do
ser humano.
Pelo mundo inteiro são criadas instituições especializadas no atendimento
das deficiências e implantados programas de reabilitação. Organizações
intergovernamentais, como a ONU, OMS E UNESCO passam a dar apoio, criando
um intercâmbio de conhecimentos a respeito da pessoa com deficiência, que
também passam a se organizar e lutar pelos seus direitos. Estamos então próximos
do fim de um longo período de exclusão social.
Por um longo período da história, as pessoas com deficiência permaneceram
alijadas do convívio da sociedade marcadas pelo estigma da invalidez.
Segundo Sassaki (1997) podemos identificar quatro fases que marcaram as
relações sociais desse grupo: a fase de exclusão social que foi anterior ao século
XX; a segregação institucional que predominou até os anos 50; fase da integração
até os anos 70 e nos anos 80 inicia-se a discussão sobre a inclusão.
Esse conceito de forma mais abrangente, definirá uma política de ações
afirmativas em relação às pessoas com deficiência em direção aos seus direitos e
respeito a sua cidadania. Em nosso país o movimento de inclusão ganha força a
partir dos anos 90.
A luta das pessoas com deficiência por seus direitos a cidadania organiza-se
nos anos 70 em nível internacional, com a participação de diversos países, entre
eles o Brasil referendando os documentos que vão estabelecer as diretrizes de ação
em prol daquelas pessoas.
21
Em 1971, a assembleia geral da ONU proclamou a “Declaração dos Direitos
das Pessoas com Retardo Mental”, e em 1975 aprovou a “Declaração dos Direitos
das Pessoas Deficientes”.
2.3. Pessoas com Deficiência e a luta pela cidadania
Esses documentos internacionais enfatizam a não discriminação, o respeito, a
dignidade, os direitos civis e políticos dos deficientes, o direito aos tratamentos que
asseguram o desenvolvimento máximo de suas potencialidades, atendendo às suas
necessidades especiais.
O ano de 1981 foi eleito pela ONU, como o “Ano Internacional da Pessoa
Portadora de Deficiência” e as nações discutiram os princípios da “participação e
igualdade plenas.”
A equiparação de oportunidades e acessibilidades aos bens e serviços da
sociedade vão concretizando nessa década, ainda segundo Silva, Maria de Fátima
(2008), com a aprovação pela Assembléia Geral das Nações Unidas, através da
Resolução 37/52, de 3 de Dezembro de 1982 o PAM, Programa de Ação Mundial
para a Pessoa Portadora de Deficiência.
Na área do trabalho teve grande importância a Convenção 159 da OIT,
realizada em Genebra em 1983, que provocou nos países membros a tomada de
medidas para a formação profissional, colocação e emprego das pessoas com
deficiência. O documento na área da educação intitulado de Declaração de
Salamanca, em 1994, ao tratar democratização do ensino, recomenda práticas
educacionais inclusivas, garantindo a presença de todos os alunos com
necessidades especiais em escolas regulares.
Em 2001, o Brasil promulga a Convenção da Guatemala da OEA –
Organização dos Estados americanos, realizada na Guatemala em 1999 para
eliminação de todas as formas de discriminação contra pessoas portadoras de
deficiência.
Finalmente a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, um
Tratado Internacional, aprovado pela ONU em 2006, é promulgada pelo nosso país
22
em 09 de Julho de 2008. Esse fato recente aumentou a perspectiva de mudanças
significativas para as pessoas com deficiência ao assegurar-lhes o exercício pleno e
equitativo de todos os direitos humanos, liberdade e dignidade.
2.4. Uma revisão conceitual do conceito “Deficiência”
O enfoque da deficiência como conceito social possui uma definição que varia
conforme os valores e ideais de uma dada cultura frente a um certo momento de sua
história. O que é deficiente para alguns grupos, pode não ser para outros e as
reações das pessoas variam entre os diferentes grupos sociais. Nas sociedades
civilizadas surge um grande esforço em reduzir as limitações das pessoas com
deficiência, na medida em que novos métodos de reabilitação clínica e de
assistência educativa foram sendo desenvolvidos.
“Um ambiente preparado para as diferenças não exclui e permite o acesso e a integração
plena, desde o ponto de vista funcional e psicológico, naquelas atividades diárias realizadas por
todos, redefinindo assim o próprio conceito de deficiência.” (FERRÉS, 2006, p. 22)
Dessa forma, a pessoa com deficiência encontra-se em maior desvantagem
social se o ambiente não oferece meios que facilitem sua adaptação e integração.
Por outro lado, se as condições de acessibilidade (normas que garantem a
funcionalidade das edificações e vias públicas, que evitem ou removam obstáculos
às pessoas com deficiência e permitam o acesso destas a edifícios, a logradouros e
a meios de transporte) são favoráveis, com certeza a deficiência não causará tantas
limitações.
Essa é a nova perspectiva para se compreender a deficiência na atualidade: a
inserção da pessoa em seu ambiente definirá sua condição.
Considerando que a deficiência causa limitações em alguma função do
indivíduo, como por exemplo, uma perna amputada limita a locomoção, podemos
otimizar o ambiente reduzindo a limitação funcional, proporcionando serviços,
apoios, tecnologias e treinamento, focalizando o desenvolvimento da pessoa em
suas habilidades potenciais. Ainda com o mesmo tipo de exemplo, uma pessoa que
tem a perna amputada, com apoio de muletas é beneficiada ao caminhar em áreas
com rampas, ao invés de escadas.
23
As palavras chaves passam a ser capacidade, ambiente, apoio e essa revisão
de conceitos apresenta uma interface com o conceito de qualidade de vida. Cabe
agora a sociedade planejar seus sistemas de suporte com prestação de serviços
que visam o bem-estar da pessoa com deficiência e sua inclusão social.
Segundo Sassaki, Romeu Kazumi. Inclusão: Construindo uma sociedade para
todos. Vol. 174. WVA, 1997:
“A sociedade atravessou diversas fases no que se refere às
práticas sociais. Ela excluiu as pessoas com condições atípicas, depois
passou a atendê-las em instituições segregadas, como escolas especiais,
centros de reabilitação etc. Em seguida veio a prática da integração social,
a inserção pura e simples das pessoas com deficiências, que conseguiam,
por méritos próprios, utilizar espaços físicos e sociais sem nada modificar na
sociedade. Alguns necessitavam de adaptação para tentar a convivência
com os não deficientes, outros já foram inseridos em ambientes separados,
dentro dos sistemas gerais, ex.: Classe especial dentro da escola regular. ”
Para o autor, é a sociedade que deve ser modificada para incluir todas as
pessoas. Ela precisa ser capaz de atender às necessidades de seus membros.
A entrada no século XXI já traz como marcas importantes iniciativas para a
promoção e a defesa dos Direitos Humanos no Brasil e, de maneira especial, dos
direitos das pessoas com deficiência. Os desafios ainda são muitos, mas são
inequívocas e inúmeras as conquistas. O Ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria de
Direitos Humanos da Presidência da República, em entrevista alusiva ao Dia
Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência (em 21 de setembro de 2010)
sintetizou: “os avanços na área das pessoas com deficiência são visíveis, em termos
orçamentários, institucionais, de participação social, no marco legal e de integração
entre os ministérios.” O Decreto da Acessibilidade, a Lei do Cão Guia e a ratificação
da Convenção da ONU sobre os direitos das pessoas com deficiência são os
destaques no marco legal.
A realização de duas Conferências Nacionais dos Direitos da Pessoa com
Deficiência, organizadas pelo CONADE e pela CORDE, e a ratificação da
Convenção das Nações Unidas sobre o Direito das Pessoas com Deficiência
colocaram o tema num novo patamar no País. Tanto o texto da Convenção, como as
24
deliberações das Conferências incorporam os avanços conceituais e terminológicos
pelos quais o movimento lutou, no Brasil e no mundo, nos últimos trinta anos. No
caso do Brasil, a Convenção foi ratificada com equivalência de emenda
constitucional e, com relação às Conferências, consolidou-se um espaço
participativo de deliberação nas políticas públicas.
Destaques da Legislação ano a ano, de acordo com o site “Bengala legal”:
2004: Estabelecidas normas gerais e critérios básicos para a promoção da
acessibilidade arquitetônica e urbanística, de transportes, na informação e
comunicação e ajudas técnicas – resultado de debates, propostas, sistematizações
e consultas públicas (coordenação SDH).
2005: a Língua Brasileira de Sinais (Libras) meio legal de comunicação e
expressão, é incluída como disciplina curricular; simultaneamente, é prevista e
certificada a formação de professores e instrutores e garantida a formação do
tradutor e intérprete de Libras – Língua Portuguesa; dados do Censo Educação
Superior/2008 (INEP/MEC) demonstram que a disciplina de Libras foi ofertada em
7.614 cursos superiores; foram formados também 2.401 docentes para o ensino da
Libras e já existe um total de 2.725 intérpretes à disposição de alunos surdos ou
com deficiência auditiva (coordenação MEC).
2006: Garantido à pessoa com deficiência visual usuária de cão-guia o direito
de ingressar e permanecer com o animal em todos os locais públicos ou privados de
uso coletivo (coordenação SDH).
2007: Regulamentada a concessão de pensão especial às pessoas atingidas
pela hanseníase que foram submetidas a isolamento e internação compulsórios; o
Brasil é o primeiro país do ocidente a reconhecer essa ação como violação de
Direitos Humanos; foi instituída a Comissão Interministerial de Avaliação dos
requerimentos de indenização; 4.389 pessoas já foram beneficiadas com a pensão,
de dezembro de 2007 a dezembro de 2009 (coordenação SDH).
2008: Ratificados os textos da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência e seu Protocolo Facultativo. A Convenção, que cuida dos direitos civis,
políticos, econômicos, sociais e culturais dos cidadãos com deficiência, passa a ser
25
o primeiro tratado internacional de direitos humanos ratificado com equivalência
constitucional, nos termos da Emenda Constitucional 45/2004 (coordenação SDH).
2009: Decreto n° 6.980: A Subsecretaria Nacional de Promoção dos Direitos
da Pessoa com Deficiência sucede a Coordenadoria Nacional para Integração da
Pessoa Portadora de Deficiência – CORDE. Com a estrutura maior e com o novo
status, o órgão gestor federal de coordenação e articulação das ações de promoção,
defesa e garantia de direitos humanos desse conjunto de 24,5 milhões de brasileiros
tem mais alcance, interlocução e capacidade de dar respostas às novas demandas
do segmento.
2010: Estabelecidas normas para o pagamento da indenização por dano
moral às pessoas que adquiriram deficiência física decorrente do uso da Talidomida.
A assinatura do Decreto contou com o apoio do Poder Legislativo e foi resultado de
uma grande articulação política da assessoria parlamentar da Casa Civil e da
Secretaria de Direitos Humanos (SDH/PR). O Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS) ficará responsável pela operacionalização do pagamento da indenização
26
CAPÍTULO III
ALÉM DA LEI DE COTAS
3.1. O Mercado de Trabalho e a Responsabilidade Social
Responsabilidade (vem do latim “responsabilitate”, ato de responder) Social
(do latim “societas” (associação amistosa) refere-se às atitudes que as empresas e
indivíduos tomam para cumprir deveres e obrigações para com a comunidade em
geral). É um termo relativamente novo, que vem conquistando cada dia mais
adeptos, por ser uma estratégia dos empreendedores que julgam importância não só
investir em projetos sociais, mas também em viabilizar condições de trabalho para
os funcionários, criando um ambiente leve e produtivo.
A responsabilidade social visa, principalmente, que as empresas possam
contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais limpo. A tomada
de atitudes para mostrar a responsabilidade social é feita nas empresas de forma
voluntária, independente de incentivos fiscais ou legislação, embora acabe se
tornando uma necessidade por envolver benefícios para a coletividade que apoia a
atividade empresarial. A responsabilidade social tem levado as empresas a
repensarem suas obrigações perante a sociedade, pois hoje, tem-se demonstrado
ser fundamental para a continuidade de uma marca no mercado a consciência com
que cada empresa trata o ser humano.
Froes e Melo (2001), no livro “Gestão da responsabilidade social corporativa:
o caso brasileiro” faz uma análise do investimento das empresas, mostrando que as
mesmas lucram socialmente quando as ações internas dão bons resultados.
Segundo eles, os dados apontam que a produtividade aumenta e que, quando as 11
empresas investem em habilidades e talentos, os funcionários se sentem motivados,
com isso, ganha a empresa, que gasta menos com a saúde dos funcionários. Nesse
sentido, “A responsabilidade social busca estimular o desenvolvimento do cidadão e
fomentar a cidadania individual e coletiva. [...] As ações de responsabilidade social
são extensivas a todos os que participam da vida em sociedade – indivíduo,
governo, empresa, grupos sociais, movimentos sociais, igrejas, partidos políticos e
outras instituições.” (FROES; MELO, 2001, p. 27).
27
A responsabilidade social é, portanto, uma ação coletiva e uma mobilização
cívica destinada a um grupo e extensiva a todos, podendo, sim, estar
completamente relacionada à inclusão social e à cidadania coletiva das massas
populares, em que todos se tornam agentes de mudança.
Froes e Melo (2001), com referência a Leonardo Boff, afirmam: “Vivemos um
difuso mal-estar da civilização”. Isso se dá pelo descuido, descaso e abandono.
Segundo Boff (1999, p. 97 apud FROES; MELO, 2001), há dois modos de ser no
mundo: o trabalho e o cuidado. Aí emerge o processo de construção da realidade
humana. Diante disso, os sujeitos se transformam a realidade, através de uma
construção dialética. Sendo o grande desafio para o ser humano combinar trabalho
com cuidado, que não se opõem, mas se compõem”.
A responsabilidade social é um exercício que considera os projetos sociais e
as ações comunitárias. A primeira se refere a empreendimentos voltados à busca de
problemas sociais que afligem a sociedade, sendo necessárias atitudes imediatas. A
segunda trata-se da participação de empresas em campanhas sociais, realizadas
por fundações filantrópicas e governamentais, entre outras. Um exemplo destas
ações são as doações de apoio a grupos, como creche, escolas, instituições de
abrigo etc. (FROES; MELO, 2001).
A responsabilidade como um ato social é muito mais que um cuidado. É uma
conduta ética, talvez essa seja a razão do conhecido slogan “RESPONSABILIDADE
SOCIAL”.
3.2. As Demandas da Legislação e o Trabalho
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é a principal norma legislativa
brasileira referente ao Direito do Trabalho e o Direito Processual do Trabalho. Criada
pelo Decreto-lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e sancionada pelo então
presidente Getúlio Vargas, durante o período do Estado Novo, ela unifica toda
legislação trabalhista existente no Brasil. O seu objetivo principal é a
regulamentação das relações individuais e coletivas do trabalho. Além disso, a CLT
reflete sobre a oferta e demanda do bem e do serviço.
28
O homem sempre lutou por mudanças na busca de seus direitos e conquistou
alguns que lhes possibilita hoje uma vida mais digna. Atualmente, no século XXI, a
massa excluída está sendo tratada com maior cuidado pela legislação brasileira,
criando novos parâmetros políticos e, porque não dizer, econômicos e sociais.
No Brasil, foram criados diversos Decretos e Emendas para justificar fatos ou
situações e, assim, ganhar a importante força de lei, tendo como referência o bem-
estar do cidadão, mobilizando uma política a favor do direito de ir e vir, de trabalhar
e de estudar, como qualquer sujeito do Estado Federativo do Brasil, estendendo-se
também é claro, ao deficiente.
Na Constituição Federal de 1988 está posto o princípio de igualdade e da
dignidade do ser humano. O art. 7o trata diretamente do direito dos trabalhadores ao
dispor que:
Art. 7o. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição:
I- relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem
justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização
compensatória, dentre outros direitos; II -seguro-desemprego, em caso de
desemprego involuntário; III - fundo de garantia do tempo de serviço; IV –
salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a
suas necessidades vitais básicas e às de sua família, com moradia,
alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e
previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; […] VIII - décimo
terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da
aposentadoria; [...]
É fundamental ao cidadão ter conhecimento de seus direitos e que estão
dispostos na legislação, bem como dos deveres para uma prática de cidadania.
A Lei de Cotas, que tem base na Convenção no 150/83, da Organização
Internacional do Trabalho, foi incorporada no Decreto Legislativo no 51, de 28 de
agosto de 1989, ganhando força de lei. Desta forma, as pessoas com deficiência
dispõem dos demais benefícios sociais entre os quais: orientação; formação
29
profissional e educacional; de emprego, não podendo ser negada a sua igualdade
perante os demais cidadãos (BRASIL, 2007).
Essa regulamentação da convenção editou, durante 69a Conferência,
realizada em Genebra, em 1o de junho de 1983, a Recomendação no 168, que trata
da reabilitação profissional e do emprego às pessoas com necessidades especiais.
Em 13 de dezembro de 2006, a Assembleia Geral da Organização
das Nações Unidas (ONU) aprovou a Convenção Internacional de Direito da
Pessoa com Deficiência, o primeiro documento de direito do século XXI e o
oitavo da ONU. Trata-se de importantíssimo instrumento de aprimoramento
dos direitos humanos, não apenas porque atende as necessidades
específicas desse grupo, que conta com cerca 650 milhões de pessoas com
deficiência em todo o mundo. [...] mas, acima de tudo, porque revigora, os
direitos humanos, hoje ameaçados por guerras consideradas ilegais pela
ONU e pelo avanço do mercado global, em detrimento de direitos sociais
antes consolidado ( BRASIL, 2007. p. 13).
Com certeza, este dado já mudou, mas não se pode deixar de pensar que é
preciso analisar as possibilidades deste público e não somente a sua deficiência,
como já foi mencionado.
A Lei de Cotas estabelece a obrigatoriedade das empresas na contratação de
pessoas com deficiência no mercado de trabalho, determinando uma porcentagem
específica. Uma empresa que possui 100 (cem) ou mais funcionários precisa
preencher uma parcela de 2% (dois por cento) de seus cargos com pessoas com
deficiência.
Entre as normas internacionais existentes, como Decretos que conferem
status de lei nacional no Brasil, encontra-se a Convenção no 159/83 da OIT e a
Convenção Interamericana. Tratam de toda e qualquer discriminação contra
pessoas com deficiência, mais conhecida como Convenção da Guatemala,
promulgada em 8 de outubro de 2001.
A Convenção da Guatemala afirma que as pessoas com deficiência possuem
os mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais que as demais pessoas,
definindo como discriminação, com base na deficiência, toda diferenciação ou
exclusão que possa impedir ou anular o exercício dos direitos humanos e de suas
30
liberdades fundamentais. Desta forma, ambas as Convenções auxiliam a lei que
trata das pessoas com limitação física, mental, sensorial ou múltipla, e que possuem
incapacidade para o exercício de atividades normais. Em razão dessa incapacidade,
tinham dificuldade de inserção social.
De acordo com isto, é necessário abrirmos os olhos para este novo campo de
trabalho e potencializar as pessoas, não apenas com deficiência, ver novas formas
de agir no mundo e pensar no futuro com maior responsabilidade, pois diariamente
crescem as dificuldades no mercado de trabalho. As disputas por vagas são grandes
e a procura se mantém cada vez mais acirrada. Talvez a maior dificuldade das
empresas para adotar um projeto de inclusão seja o desconhecimento a respeito das
deficiências e as possibilidades e habilidades destes profissionais. Nos abrirmos
para o novo é algo que possui somente um lado, o lado positivo.
Conforme o Ministério do Trabalho (2007), as políticas internacionais de
incentivo ao trabalho das pessoas com deficiência envolvem providências que vão
desde a reserva obrigatória de vagas dentro das empresas, até o incentivo fiscal e
propiciar condições empresariais em favor de fundos públicos, para subsidiar
programas de formação profissional, no âmbito privado e público.
Uma fato, Portugal estabelece a cota de 2% no trabalho privado e 5% na
tarefa administrativa pública, sendo uma cota mínima, comparada à da Alemanha,
que determina para as empresas com mais de 16 empregados uma cota de 6%,
incentivo para o fundo de formação profissional de pessoas com
deficiência.(BRASIL, 2007).
Além disso, existem ainda alguns países, como a Bélgica, que não há um
percentual legal para a iniciativa privada. É estabelecida por sindicatos e por
representantes patronais para cada ramo da economia. Segundo os EUA, são
inexistentes cotas legais fixadas, uma vez que as medidas afirmativas dessa
natureza decorrem de decisões judiciais. (BRASIL,2007).
No Brasil, a legislação estabelece obrigatoriamente que uma empresa com
100 (cem) funcionários preencha uma parcela de seus cargos com pessoas com
deficiência, conforme dispõe o art. 93 da Lei no 8.213/91.
31
Percentuais estabelecidos pela legislação brasileira para a contratação de
pessoas com necessidades especiais:
- de 100 até 200 funcionários - 2%
- de 201 a 500 funcionários - 3%
- de 501 a 1000 funcionários - 4%
- de 1001 em diante funcionários – 5%
(FONTE: BRASIL (2007. p. 20)
Nos percentuais acima, visualizam-se as cotas previstas na legislação
brasileira a cada empresa e, com a fiscalização do governo, está em vigor a
contratação das pessoas com necessidades especiais. Assim, como em outros
países, se estabelece um fundo formativo. É importante esta ação, podendo
administrar com mais serenidade e não apenas contratar os portadores de
necessidades especiais para cumprir com a legislação, o pensamento não é mais
somente este. São pessoas que necessitam de atenção e acompanhamento. Por
outro lado, é de suma importância a busca do mercado de trabalho por todos, sem
descriminação, com vista ao reconhecimento de seus esforços por aquilo que
acreditam ser e pelo que podem fazer para serem reconhecidos.
O trabalho pode ser apontado como uma fonte simbólica de prática social.
Este mercado que a cada dia está mais seletivo e que exige muita
profissionalização, é promissor, sendo necessário investir tanto no empregado
como no empregador.
A Lei de Cotas trouxe somente benefícios, deixando claro que todas as
pessoas, sem discriminação, estão amparadas por uma condição legal e sistemática
do trabalho.
Entendemos então que, todos têm as mesmas condições. No entanto, muitos
não conseguem se inserir no mercado de trabalho ainda por resistência da família,
ou por discriminação ou preconceito. A sociedade em geral, através das empresas e
32
de demais instituições, ajudam a preencher esta lacuna, firmando parcerias na
busca de um espaço para a conquista real da cidadania.
O ingresso das pessoas com deficiência no mercado de trabalho intensifica o
processo da “Inclusão Social”. Para ocorrer uma inovação no mundo, é necessário
ações que acabem com a exclusão social. As questões pertinentes à inclusão são
inferidas pela cultura de cada local e de como a pessoa absorve esta cultura em
uma experiência sua, particular.
A inclusão não significa tornar todos iguais, mas respeitar a diferença e olhar
com cuidado para os sujeitos que apresentam necessidades especiais. Desta forma,
o processo de inserção/inclusão social é a oportunidade de o ser humano se tornar
muito mais acessível nas suas relações sociais, sendo um paradigma da sociedade
moderna a busca da participação das pessoas em todas as adaptações sociais.
A questão inclusiva ainda exige mudanças significativas no modo de
estabelecer uma relação com o outro, de maneira a provocar uma transformação
histórica em relação ao respeito à diversidade e no que se refere ao estabelecimento
de uma relação mais sincera.
3.3. A Importância de um Bom Relacionamento com os PCDS
A inclusão é um processo de mudança dentro de uma empresa,
principalmente para aqueles que convivem e trabalham diretamente com a pessoa
com deficiência (o PCD). Se você não tem contato direto com uma PCD pode estar
se perguntando “Como agir?” “Como se relacionar?”. Bom, a resposta é simples, de
forma natural da mesma forma que você trataria qualquer outro colega de trabalho.
Ao lidar com pessoas com deficiência, lembre-se que não há diferença alguma entre
você e elas. Pergunte sempre se pode ajudá-lo ou como pode ajudá-lo. Não se
ofenda se ele não aceitar sua ajuda.
Deficientes Físicos:
- Em conversas prolongadas, procure se sentar;
- Nunca se apoie em cadeiras de rodas, bengalas ou andadores;
33
- Acompanhe o ritmo da pessoa;
- As palavras “corra” ou “ande”, no sentido figurado, podem ser usadas
naturalmente.
Deficientes Visuais:
- Comunicação verbal é essencial;
- Ao indicar uma cadeira, coloque as mãos da pessoa no encosto;
- Mantenha áreas comuns desobstruídas;
- As palavras “olhe” ou “veja”, no sentido figurado podem ser usadas
naturalmente.
Deficientes Auditivos:
- Não adianta gritar;
- Chame a atenção da pessoa, colocando-se em seu campo visual;
- Fale pausadamente e articulando as palavras;
- Tenha paciência e use a criatividade.
Deficientes Intelectuais:
- Não tenha pressa;
- Não infantilize a pessoa. Se for adulto, trate-o como adulto;
- Tenha consciência de sua condição intelectual;
- Não subestime sua inteligência.
(FONTE: Oliveira, Jamile. “O respeito à diversidade humana é o primeiro passo para
construirmos uma empresa inclusiva”. Rio de Janeiro: Revista “Entre Nós”
“ABBOTT”, 2015).
34
Dentro das organizações é importante lembrar que o processo de Recrutamento e
Seleção dos PCD’S não devem ser diferentes dos demais candidatos, pois isto
caracterizaria discriminação, o que seria totalmente o oposto do significado genuíno
da inclusão destes profissionais dentro do mercado de trabalho. Esta igualdade deve
estar presente também aos cargos que são oferecidos a estas pessoas, pois acaba
sendo muito comum não haver cargos de gestão para estes indivíduos e até mesmo
diferença de salários, o que também contraria totalmente o objetivo e propósito de
inclusão para com estas pessoas.
O respeito ao próximo é um sinal de respeito a si mesmo porque, ao agir dessa
maneira, estará se mostrando digno de que ajam contigo assim também.
35
CONCLUSÃO
Diante de tudo que foi citado neste estudo monográfico, podemos observar
que a sociedade tem ainda uma resistência ao olhar o diferente, impossibilitando de
certa forma sua progressão, mas, com o surgimento e a obrigatoriedade da Lei de
Cotas, começaram a ser analisadas as possibilidades destes sujeitos. Percebe-se
agora o que pode ser realizado pela pessoa com deficiência e não focam apenas
nas suas limitações. Desta forma, o trabalho é um processo de inserção social, pois
é por este meio que os homens e mulheres atendem às suas necessidades básicas
e sua subjetividade nas relações com o outro. Buscam o seu lugar na sociedade
pelas relações trabalhistas igualitárias, e a Lei de Cotas auxilia a inclusão destas
pessoas na atuação no mercado de trabalho e na própria construção da existência
humana. Conferimos também o conceito de Responsabilidade Social, o atrelando
diretamente ao processo de Inclusão.
Ainda é muito longo o caminho a ser percorrido para a efetivação concreta da
Inclusão, pois ainda existem muitos desafios, entre os quais, a resistência oculta
pela não acessibilidade e demais questões ainda não estão totalmente organizadas.
A resistência é visível em vários setores: governo, que parece fechar os olhos para
certas situações; empresas que incluem pessoas com necessidades especiais
apenas para atender à legislação; a sociedade que, de um modo geral, não percebe
o diferente e, o próprio portador de deficiência, que internaliza a impossibilidade e
não luta pela mudança. Ele acaba se vitimizando.
O acesso dos deficientes ao mercado de trabalho, apesar de estimulado e
garantido pela Lei, ainda não é pleno. Todos possuem o direito a educação e ao
trabalho, direito este garantido pela Constituição, mas ainda existem muitas
barreiras a serem ultrapassadas e derrubadas. Vimos que estas barreiras não são
de hoje, mas sim, desde a antiguidade.
Estes sujeitos precisam lutar para garantir ainda mais seus direitos de
cidadãos, o simples fato de se locomover em locais públicos, ter seu direito de ir e
vir, ter acesso facilitado e ter ainda mais participação na sociedade de maneira
integral ou ativa ainda não se encontra próximo do que podemos chamar de
satisfatório. O processo vem sendo de maneira lenta. Apesar desta lentidão, este é
36
um grande marco para a inclusão e caracteriza uma nova postura para as demandas
de trabalho. As relações do trabalho e da sociedade estão sendo construídas
positivamente e as resistências estão se perdendo.
A informação se faz extremamente necessária, pois através dela, essa
resistência do ambiente corporativo pode ser diluída. Quanto mais conhecimento
sobre este assunto for fornecido aos colaboradores, mais fácil se estabelece esta
relação, o que possibilita uma mudança de conceito sobre as habilidades e
capacidades que estes profissionais possuem.
As organizações e nós, como sociedade, devemos rever no que diz respeito
as ações que necessitam ser tomadas para que os deficientes tenham uma vida
digna, assim como todo e qualquer cidadão merece. Uma boa estrutura corporativa
engajada em Gestão de Pessoas faz um enorme diferencial neste tipo de processo,
se torna fundamental.
Incluir o próprio deficiente e seus familiares no processo também é de suma
importância, pois eles não devem agir ou serem tratados como vítimas, mas como
indivíduos “normais”, capazes de produzir e atuar de forma mais efetiva seja no
âmbito social, como no profissional.
As pessoas com deficiência são capazes de contribuir para uma sociedade
igualitária, mostrando os seus valores, não somente no mundo corporativo, mas
também no ambiente social o qual convive.
Podemos afirmar que existem muitas ações que nós, como sociedade e
organização podemos realizar para de fato aumentarmos a inclusão social em nossa
empresa, cidade e até mesmo em nosso país. A ideia é de algo extensivo, de
mudanças e de acolhida a estas pessoas de um modo geral.
Há muitos avanços no mercado de trabalho e existem muitos movimentos
interessantes e marcantes na inclusão, um exemplo é quando um colega de trabalho
estreita sua relação e é receptivo verdadeiramente com uma pessoa com
deficiência, esta postura gera enriquecimento na conduta social e estimula o
encontro com o diferente. Isto se organiza em um contexto de respeito mútuo, no
qual o olhar se dirige as possibilidades e não nas limitações.
37
O processo de inclusão no mercado de trabalho então, está sendo construído
gradativamente, em decorrência da permanência justa das pessoas com deficiências
em todo meio social.
38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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internacionais do trabalho sobre a reabilitação profissional e emprego de pessoas
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& Sociedade, 2007.
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comunidade. Bauru: EDUSC, 2003.
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projetos de espaços públicos. Florianópolis: UFSC, 2001.
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RIBAS, JOÃO BAPTISTA CINTRA. Viva a diferença: convivendo com nossas
restrições ou deficiências. 2ª ed. São Paulo: Moderna, 1996
VANNUCHI, Paulo de Tarso. Convenção sobre os direitos das pessoas com
deficiência. Brasília, 2007.
39
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no 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e
dá outras providências.
CONADE (Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência),
através do decreto de nº 3.298/99, dispõe no seu Art. 3º
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DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DOS DEFICIENTES, adotada pela
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FROES; MELO. A gestão da Responsabilidade Social Empresarial 1999, p.
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MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. Lei de nº 3.298/99, 20 DE DEZEMBRO DE 1999,
ART.3º, I. BRASÍLIA: 1999.
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. Lei de nº 10.098/00, DE 19 DE DEZEMBRO DE
2000, ART. 1º,I. BRASÍLIA: 2000.
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. Lei 8.213/91, de 24 de Julho de 1991, Art.93.
Brasília: 1991
OLIVEIRA, JAMILE. “O respeito à diversidade humana é o primeiro passo
para construirmos uma empresa inclusiva”. Rio de Janeiro: Revista “Entre Nós”
“ABBOTT”, 2015
RAIS (Relação Anual de Informações Social), 2016; Número de pessoas com
deficiência no mercado de trabalho formal brasileiro
40
SASSAKI, ROMEU KAZUMI. Inclusão. Construindo uma Sociedade para
Todos. Rio de Janeiro: WVA, 1999.
SASSAKI, ROMEU KAZUMI. Inclusão: Construindo uma sociedade para
todos. Vol. 174. WVA, 1997:
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liderança, conceito, reabilitação, emprego e terminologia. São Paulo: Revista
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SILVA, MARIA DE FÁTIMA. “Programa de Inclusão e Responsabilidade
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41
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Cadeirando – Sobre diversidade – Data de acesso: 12/04/2019.
- http://www.deficienteonline.com.br/lei-8213-91-lei-de-cotas-para-deficientes-
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- http://www.portalacesse.com/2018/01/23/
Lei de Cotas: RAIS registra aumento na contratação de pessoas com
deficiência – Autor: Juliana Reis. Data de acesso: 11/03/2019.
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O Século XXI – Deficiências – Autor: Mário Cléber Martins Lanna Júnior. Data
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- https://www.significadosbr.com.br/responsabilidade-social
Significado de Responsabilidade Social – Data de Acesso:
02/04/2019.
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO.................................................................................................................2
AGRADECIMENTO.................................................................................................................3
DEDICATÓRIA.........................................................................................................................4
RESUMO ...................................................................................................................................5
METODOLOGIA ......................................................................................................................6
SUMÁRIO .................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO .........................................................................................................................8
CAPÍTULO I
Significado Geral de Deficiência, Classificações e Tipos de deficiências
existentes.............................................................................................................................. 10
1.1. Significado Geral do Termo “Deficiência” ....................................................... 10
1.2. Classificações e Tipos de Deficiências Existentes........................................ 11
CAPÍTULO II
O Processo Histórico da Inclusão dos Deficientes no Mundo e no Brasil ......... 18
2.1. Da exclusão à inclusão: Uma trajetória histórico cultural ........................... 18
2.2. Importância do Século XX .................................................................................... 19
2.3. Pessoas com Deficiência e a luta pela cidadania .......................................... 21
2.4. Uma revisão conceitual do conceito “Deficiência” ....................................... 22
CAPÍTULO III
Além da Lei de Cotas ......................................................................................................... 26
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3.1. O Mercado de Trabalho e a Responsabilidade Social .................................. 26
3.2. As Demandas da Legislação e o Trabalho ....................................................... 27
3.3. A Importância de um Bom Relacionamento com os PCDS ......................... 32
CONCLUSÃO........................................................................................................................ 35
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ....................................................................................... 38
BIBLIOGRAFIA CITADA .................................................................................................... 39
WEBGRAFIA......................................................................................................................... 41
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVMJULIANA DE ANDRADE RAMOSProf. PAULO JOSÉ
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVMSUMÁRIOINTRODUÇÃOCAPÍTULO ISignificado Geral de Deficiência, Classificações e Tipos de deficiências existentes.1.1. Significado Geral do Termo “Deficiência”1.2. Classificações e Tipos de Deficiências Existentes
CAPÍTULO IIO PROCESSO HISTÓRICO DA INCLUSÃO DOS DEFICIENTES NO MUNDO E NO BRASILCAPÍTULO IIIALÉM DA LEI DE COTASCONCLUSÃOBIBLIOGRAFIA CONSULTADABIBLIOGRAFIA CITADAWEBGRAFIAÍNDICE