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Medicina Legal | Wagner Bertoline DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS www.focusconcursos.com.br | 1 DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS Conceito - é toda informação escrita, fornecida por um médico, em que relata matéria médica de interesse jurídico e médico-legal; Através desses documentos o médico fornecerá seus esclarecimentos (escritos ou verbais) à Justiça ou à parte interessada. Ele pode ser resultante de pedido da pessoa interessada (atestados / pareceres médico-legais) ou fruto do cumprimento de encargo deferido pela autoridade competente (relatórios). Documentos médico-legais ou atos médico-legais: - Hélio Gomes nomeia cinco modalidades: Atestado, Relatório, Consulta, Parecer e Depoimento Oral. - Flamínio Fávero discrimina três espécies: Atestado, Relatório e Parecer. Na missão de informar às autoridades, o médico produz documentos que apresentam uma configuração que varia conforme a situação e a sua finalidade. Analisaremos as características desses documentos, chamados de documentos médico-legais. DOCUMENTOS PERICIAIS Os documentos relativos às perícias realizadas por médicos são denominados documentos médico-legais. Aqueles relativos ao trabalho pericial realizados por peritos que não atuam na área médica são usualmente denominados laudos periciais. São todas as informações de conteúdo médico e que tenham interesse judicial Características: Emitidos por médicos habilitados Decorrentes de exames médicos Apresentados, geralmente, por escrito

DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS

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DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS

Conceito - é toda informação escrita, fornecida por um médico, em que relata matéria

médica de interesse jurídico e médico-legal;

Através desses documentos o médico fornecerá seus esclarecimentos (escritos ou

verbais) à Justiça ou à parte interessada.

Ele pode ser resultante de pedido da pessoa interessada (atestados / pareceres

médico-legais) ou fruto do cumprimento de encargo deferido pela autoridade

competente (relatórios).

Documentos médico-legais ou atos médico-legais:

- Hélio Gomes nomeia cinco modalidades: Atestado, Relatório, Consulta, Parecer

e Depoimento Oral.

- Flamínio Fávero discrimina três espécies: Atestado, Relatório e Parecer.

Na missão de informar às autoridades, o médico produz documentos que apresentam

uma configuração que varia conforme a situação e a sua finalidade.

Analisaremos as características desses documentos, chamados de documentos

médico-legais.

DOCUMENTOS PERICIAIS

Os documentos relativos às perícias realizadas por médicos são denominados

documentos médico-legais.

Aqueles relativos ao trabalho pericial realizados por peritos que não atuam na área

médica são usualmente denominados laudos periciais.

• São todas as informações de conteúdo médico e que tenham interesse judicial

Características:

• Emitidos por médicos habilitados

• Decorrentes de exames médicos

• Apresentados, geralmente, por escrito

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• Objetivam o esclarecimento de questão judicial

Classificação:

• Pareceres

• Relatórios médico-legais (laudo ou auto)

• Atestados

• Notificações compulsórias

• Depoimentos orais

Bizu: PRANO D

PARECERES

São consultas feitas a renomados especialistas na área médica para utilização em

processo judicial (criminal, cível ou trabalhista) ou administrativo.

São documentos oficiosos, particulares, encomendados pelas partes para reforçar

sua tese e, por isto, devem ser analisados com cautela e raramente se sobrepõem

aos exames oficiais.

Consulta e Parecer, há controvérsias:

Flamínio Fávero opina que parecer é a resposta a uma consulta. Como dizia Souza

Lima consulta é pergunta, e não resposta.

Hélio Gomes e vários outros autores diferenciam os dois termos:

- Parecer é dado a uma das partes, sendo documento particular feito por autoridade

científica no assunto consultado.

- Consulta é o meio pelo qual os interessados esclarecem suas dúvidas, através da

autoridade processante, acerca de um relatório médico-legal.

PARECER MÉDICO-LEGAL

É dividido em 04 (quatro) partes:

• Preâmbulo: onde constará a qualificação do solicitante e do parecerista e os

dados do processo;

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• Exposição: transcrição dos quesitos e do objeto da consulta

• Discussão: parte + IMPORTANTE do parecer, onde os fatos apresentados serão

analisados em minúcias

• Conclusões: modo de ver do parecerista, dando resposta aos quesitos

formulados

• PrEdisco!!!!!

Os pareceres podem ser orais ou escritos, porém somente o parecer escrito

integrará os autos.

RELATÓRIOS

• Elaborado pelos próprios médicos

• É o mais comum dos relatórios

- Se for ditado logo após o exame: auto

- Se for redigido posteriormente pelos peritos: laudo

- O relatório médico-legal consiste na narração, minuciosa, da perícia

realizada.

ATESTADOS

Atestados clínicos: simples declarações para certificar condições de sanidade ou

enfermidade, p.ex., para justificar ausência do paciente ao trabalho (é sempre

fornecido a pedido do interessado).

Atestados para fins previdenciários: para comprovação de estado patológico

(INSS).

Oficiosos: aqueles solicitados para atender interesses particulares.

Administrativos: quando para o serviço público, para efeitos de licenças,

aposentadorias ou abono de faltas. INDICAR CID.

Judiciários: para interesse da administração da Justiça. INDICAR CID.

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Atestado de Óbito

Documento Médico pelo qual se afirma a cessação da vida.

• A Declaração de Óbito, documento padronizado em todo território nacional e

distribuída pelo Ministério da Saúde compõe-se de 08 blocos de informações,

correspondendo o atestado de óbito aos dados médicos constantes IV da

Declaração de Óbito.

• O atestado de óbito é indispensável para o registro do óbito junto ao Cartório

de Registro Civil, o qual reterá uma das vias e encaminhará a outra ao serviço

de estatística, à família é fornecida a Certidão de Óbito para que se possa

realizar o sepultamento ou cremação, conforme determinado no artigo 77 da

lei 6.015/73.

Importância do atestado de óbito

Juridicamente, transmite direitos e obrigações. Importância sanitária.

Atestados de óbito: em casos de morte

• Natural, atribuição do próprio médico desde que tenha assistido o paciente.

• Poderá ser feita cremação, desde que haja declaração de vontade nesse sentido,

OU interesse para a saúde pública.

• O atestado de óbito deverá ser firmado por dois médicos ou por um médico

legista.

• Natural mas por doenças mal definidas: médicos do SVO – Serviço de

Verificação de Óbito

• Violenta (acidente, suicídio e crime) e suspeita (inesperada, sem causa

evidente): IML – Instituto Médico Legal.

A cremação de cadáver no caso de morte violenta, PODE ocorrer depois de

autorizada pela autoridade judiciária.

• O médico estará impedido de atestar o óbito em algumas situações.

• Nos casos de morte natural em que não se tenha dado assistência e nos casos

em que não há diagnóstico da causa mortis, ainda que tenha havido curto

período de internação (menos de 24 horas).

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• Nos casos de mortes violentas ou suspeitas, autópsia é necessária e o atestado

será fornecido pelo médico que a realizar nas dependências do Instituto Médico

Legal (IML)

• No caso de óbito de recém-nascido, nascido vivo, o médico estará obrigado a

fornecer o atestado de óbito. Nesse caso registra-se o nascimento e o óbito,

independentemente do tempo de gestação e das características do feto.

O registro de óbito deve ser feito mesmo que a criança nasça sem vida.

Existem situações em que o tempo de gestação é muito pequeno e o feto permanece

retido dias no útero materno e, ao nascer já se encontra em processo de

decomposição (destrutivo) não sendo possível individualiza- lo.

Para essas situações temos a seguinte regra, formulada com base na Classificação

Internacional das Doenças (CID 10) a qual considera período perinatal:

• A partir de 22 (vinte e duas) semanas de gestação.

• Feto com 500g (quinhentos gramas) ou mais de peso.

• Feto com estatura acima de 16,5cm (dezesseis e meio centímetros)

O que estiver abaixo destes padrões é considerado aborto e não é necessário

atestado de óbito.

ATESTADOS FALSOS

O atestado é chamado de

Gracioso,

De favor ou

Complacente quando fornecido a alguém por amizade ou por qualquer outro

motivo

Não se efetiva o ato médico (exame, por exemplo)

Às vezes é dado com fim de lucro

É improcedente a alegação de que a finalidade do atestado é meramente

protocolar, sem importância.

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Além de problemas e questões ÉTICAS, um atestado gracioso ou “lucrativo”

poderá vir a caracterizar um “atestado falso”, punível, nos termos do Código

Penal:

Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso:

Pena - detenção, de um mês a um ano

Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também

multa.

O atestado será considerado falso se fizer afirmação não verdadeira, negar ou

omitir a verdade ou se for emitido sem exame do paciente.

Modalidade dolosa

NOTIFICAÇÕES COMPULSÓRIAS

São notificações OBRIGATÓRIAS às autoridades competentes por razões sociais ou

sanitárias:

• Doenças de notificação obrigatória: Doenças que requerem medidas de

isolamento e doenças constantes da Portaria do Ministério da Saúde (atualizada

periodicamente). p.ex., dengue, hanseníase, Aids, tuberculose etc.

• Comunicação de acidente de trabalho CAT: inclui também doença profissional e

do trabalho.

• Comunicação de ocorrência de crime de ação penal pública incondicionada (desde

que não exponha o cliente a procedimento criminal).

• Comunicação de ocorrência de morte encefálica: para captação e distribuição de

órgãos (Lei 9.434/1997)

• Ocorrências induzidas ou causadas por alguém não médico: óbitos, lesão corporal,

danos à saúde (comunicação ao CRM e à Polícia).

• Ocorrência de violência contra a mulher: p.ex., esterilizações cirúrgicas (Lei

10.778/2003).

• Caso a notificação não seja feita, o médico estará sujeito às penas do delito

tipificado no artigo 269, do Código Penal:

• Omissão de notificação de doença.

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• Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja

notificação é compulsória: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

• Caso o médico se omita em razão do pedido do paciente ou do responsável do

paciente, estes responderão à título de partícipe, nos termos do artigo 29 do

Código Penal.

DEPOIMENTOS ORAIS

• Esclarecimentos prestados de forma oral pelo perito, no inquérito policial ou

durante o processo.

• Objetiva o esclarecimento de questão médica de interesse judicial.

• Tais depoimentos são normalmente reduzidos a termo.

RELATÓRIOS

São resultantes da atuação médico legal:

• Auto:

• Relatório ditado ao escrivão ou ao escrevente na presença do delegado ou do

juiz.

• É normalmente elaborado por peritos “ad hoc”.

• É assinado pelos peritos nomeados, pelo escrivão e pelo delegado.

PARTES DE UM LAUDO

1. Preâmbulo

2. Quesitos

3. Histórico

4. Descrição

5. Discussão

6. Conclusão

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7. Resposta aos Quesitos

Pre Que Histo? Des disso!! Senão, CoRes fecha.

LAUDOS PERICIAIS

LAUDO

O laudo deve apresentar:

• Preâmbulo: dados gerais como autoridade requisitante, objeto do exame, data,

hora, local e tipo da ocorrência

• Quesitos: na área criminal os quesitos são oficiais e padronizados para as principais

perícias – são perguntas relevantes para o Direito. Porém, é facultado às partes

formulá-los, conforme redação do artigo 176 do Código de Processo Penal.

• São perguntas específicas, dirigidas pelo Juiz ou pelas partes aos peritos,

objetivando esclarecer determinado ponto referente ao exame realizado.

• Deverão ser respondidas pelo perito objetivamente de forma afirmativa ou

negativa

• Histórico e antecedentes: com referência ao fato ocorrido ou motivo que

ensejaram a perícia, localizando-os no tempo e no espaço.

• Descrição: trata-se da parte com maior relevância no laudo, pode se dizer, a mais

importante; deverá informar minuciosamente e de forma precisa o objetivo da

perícia, citando as partes lesivas em exame e utilizando métodos, esquemas,

desenhos, gráficos, fotografias etc., mencionando exames externos e internos.

• Discussão: interpretação dos fatos, diagnósticos, prognósticos – os peritos

comentam os dados obtidos, discutem várias hipóteses e exteriorizam suas

impressões.

• As lesões porventura encontradas serão analisadas de forma científica e

comparadas a dados históricos, quando houver.

• O perito não julga, ele esclarece por meio de dados científicos.

• Quando o perito apresenta os diagnósticos, suas impressões pessoais, e

comentários sobre o exame.

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• Conclusões: ponderações decorrentes do exame feito

- Deve conter a síntese do exame e da discussão.

- Uso de deduções afirmativas, negativas ou inconclusivas (não confundir com

incompletas).

• Respostas aos quesitos oficiais e aos formulados – devem ser simples, breves,

com o mínimo possível de palavras.

• Deve ser sumária e o mais possível concludente e não dubitativa. Devem ser

respondidos de preferência com monossílabos (sim/não) ou a afirmação de que

a perícia não tem condições de esclarecer a dúvida levantada (considera-se

prejudicado tal quesito).

Quesitos Oficiais – Lesão Corporal

1º) Há ofensa à integridade corporal ou à saúde do examinado?

2º) Qual a natureza do agente, instrumento ou meio que a produziu?

3º) Foi produzida por meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro

meio insidioso ou cruel?

4º) Resultará incapacidade para as ocupações habituais por mais de trinta dias;

ou perigo de vida; ou debilidade permanente de membro, sentido ou função;

ou antecipação do parto?

5º) Resultará incapacidade permanente para o trabalho ou enfermidade

incurável; ou perda ou inutilização de membro, sentido ou função; ou

deformidade permanente; ou abortamento?

• Os quesitos ou questões de que se tenha dúvidas, podendo o perito elaborar

laudo complementar para responde-las, conforme estabelece o artigo 159, § 5º,

I, do Código de Processo Penal:

• Art. 159, § 5º Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto

à perícia:

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• I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem

a quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões

a serem esclarecidas sejam encaminhados com antecedência mínima de

10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo complementar.

• Fecho ou encerramento.

• Pre Que Histo? Des disso!! Senão, cores fecha.

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DÚVIDAS NO LAUDO

Consulta Médico-Legal: Esse documento consiste em perguntas que a parte

interessada pode fazer no intuito de esclarecer aspectos controversos do laudo

apresentado pelos peritos.

Parecer Médico – Legal: A resposta dada à consulta Médico-Legal pode ser oferecido

pelos próprios peritos que elaboraram o auto de exame em questão ou até mesmo

por outros peritos.

FÉ PÚBLICA E PRESUNÇÃO DE VERDADE

A validade e os efeitos do documento decorrem de lei federal que confere ao médico

o poder de atestar, com fé pública, os atos profissionais pertinentes ao exercício da

Medicina. O Código de Ética Médica confere a competência e a obrigação quando

legitimamente requerido.

O LAUDO PERICIAL

Documento oficial

• Clareza e inteligibilidade.

• Precisão e objetividade.

• Padrão culto de linguagem tipo denotativo (sem metáforas).

• Impessoalidade (nunca na primeira pessoa do singular).

• Formalidade e padronização.

• Focar nos aspectos pertinentes e formulados pelo juiz/advogado.

• Excluir ou relativizar tudo que não esteja justificado de maneira objetiva.

• O laudo é mais um elemento de prova no processo e não se constitui no

julgamento final do caso.

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OUTRAS QUESTÕES

• Falsa perícia.

• Prazo para realização da perícia.

• Prazo para entrega do laudo.

• Suspeição, incompatibilidade e impedimento dos peritos.

FALSA PERÍCIA

• Prevista no art. 342 do CP. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade

como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial,

ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral.

• Alcança peritos oficiais e não oficiais

• Na falsa perícia o especialista PROPOSITADAMENTE:

• Faz afirmação falsa ou

• Nega a verdade ou

• Silencia sobre fato relevante.

PRAZO PARA REALIZAÇÃO DA PERÍCIA

CPP

• Regra: o mais rápido possível.

• Exceções:

• Exame necroscópico – mínimo de 6 horas.

• Exame complementar de lesão corporal – mínimo de 30 dias.

CPC

• Logo após a nomeação pelo juiz.

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PRAZOS PARA ENTREGA DO LAUDO

CPP

• Regra: 10 dias

• Exceções:

• Cessação de periculosidade (1 mês ou 15 dias).

• Incidente de insanidade (até 45 dias).

• Dilatação solicitada pelos peritos.

CPC

• Regra: prazo determinado pelo juiz

• Exceções:

• Dilatação solicitada pelo perito

• 10 dias a mais para os assistentes técnicos

SUSPEIÇÃO, INCOMPATIBILIDADE E IMPEDIMENTO

• Suspeição: vínculo do perito com as partes.

• Impedimento: relação de interesse com o objeto do processo.

• Incompatibilidade: outras razões de conveniência previstas nas leis de organização

judiciária.

Tais situações são as mesmas previstas para os juízes (CPP – arts.: 252, 253 e 254. /

CPC – arts.: 134 e 135)

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