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+ DOENÇA DE PARKINSON Em 1817, Parkinson definiu a doença. Charcot propôs a síndrome ser chamado mal de Parkinson. Em 1913, FH Lewy descrita pela primeira vez as inclusões citoplasmáticas hialinas concêntricos. Em 1919 Trétiakoff observada pela primeira vez as lesões características do SNC. Kampavata, com tremor e acinesia representando DP, na literatura antiga Ayurveda Índia (4500-1000 aC). Sinônimos: paralisia agitante,parkinsonismo idiopático, DP do tipo LB ou LBD predominante do tronco cerebral. "Para aprender a tratar uma doença, precisa-se aprender a reconhecê-la: o diagnóstico é o melhor trunfo no tratamento"J-M. Charcot Drª Mônica Mendonça Vieira Marcolino

Doença de Parkinson

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Page 1: Doença de Parkinson

+

DOENÇA DE PARKINSON

Em 1817,

Parkinson definiu

a doença.

Charcot propôs a

síndrome ser

chamado mal de

Parkinson.

Em 1913, FH

Lewy descrita

pela primeira vez

as inclusões

citoplasmáticas

hialinas

concêntricos.

Em 1919

Trétiakoff

observada pela

primeira vez as

lesões

características do

SNC.

Kampavata, com

tremor e acinesia

representando

DP, na literatura

antiga Ayurveda

Índia (4500-1000

aC).

Sinônimos: paralisia

agitante,parkinsonismo

idiopático, DP do tipo LB ou

LBD predominante do tronco

cerebral.

"Para aprender a tratar uma doença, precisa-se aprender a reconhecê-la: o

diagnóstico é o melhor trunfo no tratamento"J-M. Charcot

Drª Mônica Mendonça Vieira Marcolino

Page 2: Doença de Parkinson

+

Introdução

A doença de Parkinson é

tradicionalmente caracteriza-se

como um distúrbio de movimento,

no entanto, problemas de

percepção sensorial, incluindo

síndromes de dor também são

freqüentes.

Page 3: Doença de Parkinson

+ Doença de Parkinson

As síndromes parkinsonianas estão entre as condições

neurodegenerativas mais frequentes.

Caracteriza pela perda de células da parte compacta da

substância nigra e o depósito de α-sinucleína que irá se

agregar em áreas específicas do tronco cerebral, da medula

espinhal e de regiões corticais.

Como não existe nenhum exame complementar que confirme

o diagnóstico, o conhecimento clínico e a perspicácia são as

chaves para o diagnóstico.

Page 4: Doença de Parkinson

+ Doença de Parkinson

É a segunda doença neurodegenerativa mais comum em todo

o mundo.

Sintomas sensitivos, sensoriais, mentais e autonômicos

complementam esta síndrome.

Marcadores patológicos incluem a perda de neurônios da área

compacta da substância nigra e o acúmulo de α-sinucleína no

córtex cerebral, no tronco cerebral e na medula espinhal.

Sob o aspecto fisiopatológico: doença ocasionada por

alterações funcionais dos sistemas dopaminérgico,

noradrenérgico, serotoninérgico e colinérgico.

Page 5: Doença de Parkinson

+ Os sintomas cardinais da DP

Tremor de repouso(pode ser postural

ou cinético),

Bradicinesia ou acinesia,

Rigidez muscular e,

Instabilidade postural ( com quedas).

A presença de dois destes sinais acima descritos permite o

diagnóstico de Parkinsonismo, sendo o Parkinsonismo Primário ou

Idiopático (DP) a causa mais frequente.

Page 6: Doença de Parkinson

+

Page 7: Doença de Parkinson

+ Outros sinais

Presença da alteração da postura, com a atitude peculiar do

corpo e dos membros, como olhar fixo,e as características de

imobilidade, e tendência a propulsão e retropulsão. Neste

particular Charcot descreveu uma manobra, hoje tradicional,

para a avaliação da instabilidade postural: "... se eu puxar os

ombros do paciente para trás, ocorrerá uma retropulsão...”.

Fácies características dos pacientes com DP, "em máscara":

os músculos da face ficam imóveis, com um olhar fixo peculiar,

produzindo uma expressão de tristeza, indiferença e mesmo

de estupidez.

Page 8: Doença de Parkinson

+ Etiologia

A combinação complexa de fatores ambientais, intrínsecas

disfunções metabólicas celulares e suscetíveis alelos

genéticos.

Duas formas de PD são reconhecidos: um PD "familiar" ou de

início precoce (<10% de todos os pacientes), em que

mutações no gene têm sido identificados, e uma esporádica de

início tardio PD (> 85%) que não parece componentes

hereditariedade exposição, mas também familiar sugerem

fatores genéticos.

Page 9: Doença de Parkinson

+ Etiologia

Embora PD é conhecida por resultar de uma mutação genética

específica em um pequeno subgrupo de pacientes com DP de

início precoce (veja a seção ìGeneticsî sob ìRisk Factorsî), a

etiologia precisa de DP em todos os outros pacientes

permanece desconhecida. De acordo com especialistas em

DP, o cenário mais provável envolve tanto a vulnerabilidade

genética e exposição ambiental a fatores ainda não

identificados. Precisamente como estes fatores genéticos e

ambientais interagem para provocar a doença permanece um

enigma. Esta seção analisa vários fatores que pesquisadores

acreditam podem contribuir para um risco de desenvolver

personís DP.

Page 10: Doença de Parkinson

+ Fatores de Riscos

A idade é o fator de risco predominante para o desenvolvimentoda DP.

A idade média, está no final dos anos 50 aos anos 60.

Maior prevalência entre os homens.

Prevalência de 1,3 - 1,5 relação mulher-homem.

Uma teoria que explicaria a diferença de gênero sugere que o estrogênio em mulheres oferece um benefício neuroprotetor, ainda controverso.

maior exposição a fatores de risco ambientais, como pesticidas e produtos químicos industriais, combinados com um maior nível de proteção estrogênica dessas toxinas em mulheres.

Page 11: Doença de Parkinson

+ Fatores de risco

Agressão ambiental, exposição a N-metil-4-fenil-1 ,2,3,6-

tetrahidropiridina (MPTP; uma impureza, por vezes

encontrados em heroína) induzida rápido início de sintomas

clássicos da DP.

A semelhança entre os pesticidas e certas MPTP e herbicidas

levou os investigadores a vincular altas concentrações dessas

substâncias nas áreas rurais a maior prevalência de DP.

Outros fatores ambientais que têm sido relacionada com DP

incluem toxinas encontrados na água potável e metais tais

como alumínio, cobre, ferro e manganês.

Page 12: Doença de Parkinson

+ Epidemiologia

Ocorre em todo o mundo, não é relacionada à raça ou credo, e afeta ambos os sexos, aproximadamente igual ou com uma preponderância de 1,5 entre os homens.

Sua prevalência é maior entre os brancos, que entre os negros.

Com o aumento da expectativa de vida, tanto a ocorrência e a prevalência de DP estão aumentando drasticamente.

Nos países industrializados, sua prevalência é 0,3% na população em geral, aumentando exponencialmente com a idade de cerca de 3% com idade acima de 65 anos.

A duração média da doença desde o diagnóstico até a morte é até 20 anos, com taxas de mortalidade crescentes de 0,6-1,3 por 5 a 20-30 anos.

Page 13: Doença de Parkinson

+ Etiopatogenia

Desordem neurodegenerativa e progressiva, de etiopatogenia

desconhecida, que acomete os neurônios dopaminérgicos da

substância negra (pars compacta), resultando em um déficit de

dopamina no corpo estriado, substância negra e regiões

profundas do cérebro .

Caracteriza-se pela presença de disfunção monoaminérgica

múltipla, incluindo o déficit de sistemas dopaminérgicos,

colinérgicos, serotoninérgicos e noradrenérgicos.

O déficit dessas substâncias (neurotransmissores) afeta a

capacidade do organismo de controlar os movimentos normais.

Page 14: Doença de Parkinson

+ Anatomia

A substância negra faz parte de uma complexa rede de vias

neurais envolvidas no movimento conhecido como o circuito

tálamo-cortical dos gânglios basais.

A investigação sugere que a ruptura deste circuito ao nível dos

resultados substantia nigra na DP sintomatologia, e essa

interrupção constitui a base para a hipótese corrente de

patogenese DP.

Page 15: Doença de Parkinson

+ Anatomia

Descreve as principais estruturas cerebrais envolvidas na DP.

Page 16: Doença de Parkinson

+ Genética

consenso entre os especialistas é que o cenário mais provável

envolve uma interação de múltiplos genes e fatores ambientais

específicos.

Page 17: Doença de Parkinson

+ Genética da doença de Parkinson:

mudanças de paradigma e

perspectivas futuras

Page 18: Doença de Parkinson

+ Dopamina

A dopamina desempenha um papel na modulação da dor, percepção e processamento em adição à substância P, os opióides endógenos, glutamato, a serotonina e a norepinefrina.

Portanto, diminuição dos níveis de dopamina pode também contribuir para o início dos sintomas dolorosos que frequentemente ocorrem em pacientes com doença de Parkinson (DP).

Até à data, DP tem sido tradicionalmente encarado como uma doença crônica do comportamento motor perturbada.

Em anos mais recentes, os pesquisadores também se concentraram em distúrbios não motores, como problemas de percepção sensorial, incluindo síndromes de dor.

Page 19: Doença de Parkinson

+

CLÍNICA

Sintomas motores

Sintomas sensitivos

Sintomas disautonômicos

Movimentos involuntários

Sintomas psiquiátricos

Outros sintomas

Page 20: Doença de Parkinson

+ Tremor: repouso e postural

O tremor de repouso tem frequência de 4 a 6 Hz, afetando

principalmente os membros superiores.

Embora infrequente, o aparecimento isolado do tremor postural

na DP o torna indistinguível do tremor essencial.

Em alguns pacientes, o tremor pode estar ausente constituindo

o tipo acinético-rígido da DP.

Page 21: Doença de Parkinson

+ BRADICINESIA

É responsável por uma série de sintomas, tais como: hipomimia facial, diminuição da frequência do pestanejar, disartria com hipofonia, períodos de injustificadas pausas no ato de falar e redução da movimentação dos membros superiores durante a marcha.

Toda a musculatura estriada está afetada por uma rigidez uniforme denominada plástica, podendo estar acompanhada do sinal da roda dentada, uma crepitação periarticular percebida durante a pesquisa do tônus muscular.

A rigidez e a bradicinesia dos músculos da deglutição constitui um grave problema nos estágios mais avançados da doença.

Page 22: Doença de Parkinson

+ Equilíbrio postural

Marcha apresenta-se do tipo festinante, com evidente

desequilíbrio postural. A causa deste distúrbio está relacionada

à acentuação da propulsão e da retropulsão do tronco,

tratando-se de um sintoma que evolui provocando quedas e

grande limitação motora.

O diagnóstico clínico da DP pode ser estabelecido quando se

observa um progresso lento destes sintomas sem nenhuma

outra causa aparente.

A boa resposta clínica à levodopaterapia é de grande auxílio

para a confirmação diagnóstica.

Page 23: Doença de Parkinson

+

Bradicinesia, rigidez plástica e

tremores apresentam-se quase

sempre visivelmente assimétricos no

início da doença.

Page 24: Doença de Parkinson

+ Sintomas sensitivos

Entre os sensitivos, sabe-se que, aproximadamente, 40% dos

pacientes se apresentam com dor e dormência, local ou

generalizada.

Aí estão incluídos: constipação intestinal, hipotensão

ortostática, sialorreia, impotência sexual e sudorese.

Principalmente a constipação intestinal pode anteceder em

anos ao aparecimento dos sintomas motores.

A mioclonia e a distonia podem aparecer e desaparecer em

diferentes fases da doença, podendo estar associadas ao uso

da levodopaterapia.

Page 25: Doença de Parkinson

+ Sintomas psiquiatricos

A depressão (38,1%), alucinações (26,6%), ansiedade

(20,1%), apatia (16,5%), agitação (16,5%), ilusões (15,8%),

comportamento exuberante (10,8%), irritabilidade (10,1%),

desinibição (6,5%) e euforia (0,7%).

Muitos pacientes apresentavam depressão coincidindo com o

estágio off, contrastando com hipomania ou euforia, que

predominavam no estágio on.

De um modo geral, identificou-se que o distúrbio pode se

iniciar logo após o diagnóstico da doença, estando aumentado

nos períodos on.

Page 26: Doença de Parkinson

+ Outros sintomas

Hiposmia e a dermatite seborreica podem se apresentar antes

dos sintomas motores.

A hiposmia precoce está relacionada com a falta de dopamina

em estruturas como o úncus e o tubérculo olfatório.

Page 27: Doença de Parkinson

+ Diagnóstico diferencial da DP

Feito com doenças que se apresentam com parkinsonismo associado a alguns sintomas que não ocorrem ou que surgem em fases diferentes da DP.

A demência de corpo de Lewy se apresenta com perda cognitiva e alucinações visuais de início precoce.

A paralisia supranuclear progressiva, geralmente, inicia-se com quedas, posteriormente, surge paralisia do olhar conjugado vertical e retrocollis.

A atrofia sistêmica múltipla apresenta-se com incontinência urinária, síncopes, impotência sexual e síndrome piramidal já nas fases iniciais da doença.

Além disto, estas doenças geralmente não respondem, ou

respondem muito pouco à levodopaterapia.

Page 28: Doença de Parkinson

+ Diagnóstico diferencial da DP

Existem muitas causas de parkinsonismo e critérios clínicos de diagnóstico fornecem uma elevada sensibilidade para a identificação de PD com uma especificidade de 75-92%.

Para o diagnóstico de PD definido, a confirmação histopatológica é necessária.

Estudos clínico-patológicos têm demonstrado que a doença de corpos de Lewy (DCL) é responsável por 73-83% dos casos de parkinsonismo, incluindo 42-63% de DP, enquanto que outras doenças degenerativas disfarçados de DP, como a demência com corpos de Lewy (DCL), atrofia de múltiplos sistemas (MSA), paralisia supranuclear progressiva (PSP), etc, são responsáveis por 9-33%.

Page 29: Doença de Parkinson

+ Diagnóstico diferencial da DP

Page 30: Doença de Parkinson

+ No estágio inicial da DP

Estágio 1 - ocorre o acometimento do núcleo motor dorsal dos nervos glossofaríngeo e vago, além da zona reticular intermediária e do núcleo olfatório anterior.

Estágio 2 - existe o comprometimento adicional dos núcleos da rafe, núcleo reticular gigantocelular e do complexo do locus ceruleus.

Estágio 3 - observa-se o comprometimento da parte compacta da substância negra do mesencéfalo.

Estágios 4 e 5 há comprometimentos das regiões prosencefálicas, do mesocórtex temporal e de áreas de associação do neocórtex e neocórtex pré-frontal, respectivamente.

Estágio 6, ocorre o comprometimento de áreas de associação do neocórtex, áreas pré-motoras e área motora primária.

Page 31: Doença de Parkinson

+ Estágios da Doença de Parkinson

Page 32: Doença de Parkinson

+ A dor é um problema importante na

doença de Parkinson.

No entanto, a consciência de síndromes de dor e seu tratamento em pacientes com DP precisa de uma maior exploração, como a natureza da DP relacionadas com a dor não é totalmente compreendido. A dor como uma característica de DP geralmente é pensado para ser freqüentemente associada com complicações motoras. Problemas de dor muitas vezes aparecem em relação aos 'off' Estados como queixas sensitivas em pacientes com DP e reduzir a sua qualidade relacionada à saúde de vida.

No entanto, de alta dose de levodopa (pico) estados dolorosos também pode ocorrer em tempos de eficácia máxima levodopa.

Dor associada com esta estimulação excessiva dopaminérgica geralmente é um resultado de aparecimento de distonia ou de coreia grave.

Page 33: Doença de Parkinson

+ Propostas de déficits dos

neurocircuitos cerebrais na doença

de Parkinson

Apresenta alterações

propostas no circuito

tálamo-cortical dos

gânglios basais de

pacientes com DP.

Page 34: Doença de Parkinson

+ Infecções

Primeira suspeita de ligação entre DP e infecções foi por volta de 1920 quando os pacientes infectados durante um surto de encefalite letárgica (que provoca sintomas semelhantes aos da DP) responderam temporariamente a terapêutica com levodopa.

Além disso, 10 hà 15 anos mais tarde, muitos dos sobreviventes tinham desenvolvido DP.

Níveis elevados de marcadores de resposta imune têm sido encontrados na substantia nigra dos que sofrem de DP. Alguns pacientes com DP mostram aumento dos níveis de citocinas imunorreguladores interleucina-1 (IL-1) e do fator de necrose tumoral (TNF), bem como evidência de antígeno de leucócitos humanos (HLA)-DR-positivo microglia reativo. Se esta resposta imune é um fator causal ou uma resposta secundária à perda progressiva de células dopaminérgicos da substância negra permanece obscura.

Page 35: Doença de Parkinson

+ Ácido fólico

• Ácido fólico é importante no funcionamento do cérebro em

todas as idades, e uma deficiência de ácido fólico tem sido

associada com transtornos do humor e cognição (por exemplo,

demência, depressão) (Reynolds EH, 2002).

• Pessoas com doença de Parkinson freqüentemente

apresentam níveis baixos de ácido fólico.

Page 36: Doença de Parkinson

+ Fisiopatologia

Em 1912, Lewy descreveu, pela primeira vez, os corpos de

inclusão intracelulares que passaram a se constituir no

principal sinal patológico da DP.

Atualmente, sabe-se que os corpos de Lewy são encontrados

no interior dos neurônios, consistindo de neurofilamentos com

agregados de α-sinucleína e ubiquitina.

Em 2007, Wakabayashi e cols. postularam que estes

corpúsculos de inclusão não estariam relacionados com a

causa da doença, mas sim com sua sintomatologia.

Page 37: Doença de Parkinson

+ Fisiopatologia

Em 1986, Jellinger conceituou que a DP caracteriza-se por

perda de neurônios assimétrica ou unilateral das porções

caudais e centrais da parte compacta da substância nigra,

acrescentando-se que esta perda também ocorreria no locus

coeruleus, no núcleo dorsal do vago e no núcleo basal de

Meynert.

Em 82 a 100% dos casos, existem depósitos de corpos de

Lewy em vários núcleos aminérgicos localizados em regiões

subcorticais e medulares, assim como na cadeia ganglionar

simpática e no córtex cerebral.

Page 38: Doença de Parkinson

+ Sistema de neurotransmissores –

principais áreas identificadas

A) Sistema dopaminérgico: a degeneração neuronal afeta as vias mesolímbica, mesocortical e nigroestriatal.

B) Sistema noradrenérgico: o locus coeruleus tem perda de 50 a 80% de neurônios pigmentados. Reduções de neurônios no núcleo dorsal do vago e nos núcleos hipotalâmicos supraóptico e paraventricular;

C) Sistema serotoninérgico: Perda de 57,8% de neurônios no núcleo dorsal da rafe;

D) Sistema colinérgico: entre os demenciados, observa-se redução de 50 a 60% de neurônios colinérgicos no núcleo dorsal da rafe.

Page 39: Doença de Parkinson

+ Fisiopatologia

Revelou que a doença se inicia no plexo autonômico gástrico

de Meissner e nas terminações neurais olfatórias, daí se

propagando para o tronco cerebral, particularmente, o

mesencéfalo.

No mesencéfalo, mais precisamente, nos núcleos dorsais do

vago, no núcleo do glossofaríngeo, no núcleo olfatório e na

área intermédia. Em seguida, a evolução pode ser dividida em

mais cinco etapas: 1 - núcleos da rafe, núcleo gigantocelular e

locus coeruleus; 2 - parte compacta da substância nigra; 3 -

áreas prosencefálicas do mesocórtex temporal; 4 - áreas de

associação do neocórtex frontal; 5 - áreas de associação do

neocórtex, áreas pré-motora e motora.

Em 2003, um estudo feito por Braak e cols.

Page 40: Doença de Parkinson

+ Fisiopatologia

No momento em que os sintomas clínicos de PD-se evidente,

aproximadamente 50% de nigral neurónios dopaminérgicos e

80% de dopamina do estriado ter sido perdida. Uma das

razões para a apresentação clínica pode ser atrasada uma

plasticidade neuronal compensatória envolvendo a via

dopaminérgica nigropallidal para o globo pálido interno, que

serve para manter a produção palidal normal para o tálamo

ventral e córtex motor na DP precoce; tomografia por emissão

de pósitrons (PET) sugerem estudos que a perda desta via

adaptativo na doença avançada pode ser um passo crucial na

progressão da doença.

Page 41: Doença de Parkinson

+ Dano Neuronal Regional na DP

Degeneração dopaminérgica na substantia nigra pode ser visto em estudos post-mortem como níveis reduzidos de melanina (pigmento preto feita a partir de orthoquinones, concentrou-se na substantia nigra). Estes resultam níveis reduzida do sistema nervoso central (SNC) colapso celular catecolaminérgica

Lesões Extranigral podem ser encontrados em neurônios glutamatérgica, colinérgico tryptaminergic, GABAérgica, noradrenérgica, e neurónios adrenérgicos, e eles podem permear não só regiões corticais e subcorticais do SNC mas também porções consideráveis de sistemas nervoso periféricos e entérico.

Além disso, os neurônios afetados na DP são predominantemente aqueles com axônios longos; neurônios de circuitos locais e células de curto axoned projeção geralmente permanecem livres de alterações relacionadas com o DP.

Page 42: Doença de Parkinson

+ Dano Neuronal Regional na DP

Até o momento, os pesquisadores relataram perda neuronal no SNC na área tegmental ventral (dopaminérgico), locus coeruleus (noradrenalina), núcleo da rafe (serotonina), prosencéfalo basal ou núcleo pedúnculo (colinérgico) e complexo parafascicular centromediano (glutamatérgica).

Pacientes com DP têm evidências de denervação periférica generalizada simpático (Gold-stein DS, 2002). Esta denervação pode estar relacionado a sintomas específicos DP e complicações.

Em particular, perdas significativas de terminações nervosas simpáticas do coração está ligada à hipotensão ortostática, um sintoma comum na DP.

Page 43: Doença de Parkinson

+ Mecanismos neuronal de morte

celular

O principal mecanismo de morte celular neuronal na DP permanece controverso.

Os papéis relativos à apoptose e outras formas de morte celular não foram claramente definidas, em grande parte porque marcadores morfológicos que os patologistas usam para confirmar o processo de degeneração neural na DP não são confiáveis e têm produzido resultados conflitantes.

Uma melhor compreensão do processo de morte celular, em particular, como o processo difere na morte da célula natural ou induzida natural e na morte celular induzida por patológico (isto é, a morte celular causada por neurotoxinas) é necessária para elucidar os mecanismos de degeneração na DP e, em última análise fornecer novos alvos terapêuticos.

Page 44: Doença de Parkinson

+ Estresse oxidativo e disfunção

mitocondrial

A substantia nigra está envolvido na degradação de catecolaminas (dopamina, norepinefrina e epinefrina), um processo que produz radicais livres como subprodutos. Estes radicais livres são degradadas por antioxidantes endógenos, tais como glutationa. Perturbações no equilíbrio destes processos aumentar o número de radicais livres (no caso de DP, espécies de oxigênio parcialmente reduzidos), fazendo com que um estado de stress oxidativo. A hipótese do estresse oxidativo propõe que os radicais livres podem danificar um neurônio e causar sua morte.

Além disso a desagregação da catecolamina, outras fontes endógenas de radicais livres incluem grupos superóxido (O2-), óxido nítrico (NO), hidroxilo (OH) e grupos peroxil, e peróxido de hidrogénio (H2O2).

Page 45: Doença de Parkinson

+ Mecanismos celulares que podem

estar envolvidos no processo

neurodegenerativo na doença de

Parkinson

À luz dessas descobertas,

suspeitam que tanto a

disfunção mitocondrial e o

estresse oxidativo estão

intrinsecamente envolvidos

na morte celular neuronal

progressiva na DP,

provavelmente pela indução

de apoptose, mas eles ainda

têm de elucidar a seqüência

real dos eventos.

Page 46: Doença de Parkinson

+ Deficientes de manuseamento das

proteínas

Acumulo patológico de proteínas (por exemplo, alfa-sinucleína, ubiquitina) pode resultar de danos oxidativos às células dopaminérgicos da substância negra (mencionado anteriormente), contribuindo assim para o ciclo de morte celular na DP.

É importante notar, contudo, os investigadores acreditam que a acumulação de proteína tóxica pode ser também um contribuinte para oxidativo-stress induzido por danos na DP tornando-se uma causa, em vez de um efeito.

Este dilema é semelhante à da disfunção mitocondrial e stress oxidativo, que é o caso patogenético primária? Atualmente, esta questão permanece sem resposta.

Page 47: Doença de Parkinson

+ TRATAMENTO

Doença de Parkinson (DP) é a única doença crônica

neurodegenerativa para o qual não são altamente eficazes

terapias sintomáticas.

Os tratamentos são principalmente baseadas em uma

estratégia de reposição de dopamina usando levodopa ou

agonistas da dopamina, e proporcionar uma melhoria

acentuada dos sintomas motores e capacidade de

discriminação.

Page 48: Doença de Parkinson

+ TRATAMENTO

Desde o estudo fundamental por Cotzias em 1967, levodopa tem

sido o esteio da terapia sintomática de Doença de Parkinson.

Após 2 anos de uso está associado com o desenvolvimento de

flutuações motoras e discinesia. O uso crônico da levodopaterapia

favorece o aparecimento de flutuações motoras e de movimentos

involuntários como coreia e distonia, sintomas de difícil controle

terapêutico.

Tem pouco ou nenhum efeito sobre as características motoras

específicas (por exemplo marcha e disfunção do equilíbrio) e um

complexo de sintomas não motores (disfunção autonômica,

síndromes de dor, distúrbios do sono, distúrbios do humor,

demência).

Page 49: Doença de Parkinson

+ TRATAMENTO

Até os dias de hoje, a levodopaterapia ainda é a melhor

terapêutica para a doença.

Nesta fase inicial, a levodopa deve ser administrada na

dosagem de 250 a 600mg/dia em conjunto com a benzerazida

ou a carbidopa, ambas antagonistas da descarboxilase

periférica (ADA).

Nos últimos anos, a entacapona foi associada a este esquema.

Trata-se de uma substância inibidora da catecol-o-metil-

transferase, com resultados iniciais indicando uma discreta

superioridade em relação à fórmula que utiliza apenas ADA.

Page 50: Doença de Parkinson

+ TRATAMENTO

A selegilina (5 a 10mg/dia) e a rasagilina (1 a 2mg/dia) são

substâncias inibidoras da monoamino-oxidase que podem ser

usadas desde o início da doença.

A amantadina é um fármaco com ação anticolinérgica que

também pode ser usada no início do tratamento, porém

inevitavelmente agrava a constipação intestinal, além de, pelo

menos possivelmente, contribuir para a perda cognitiva.

Page 51: Doença de Parkinson

+ TRATAMENTO - agonistas

dopaminérgicos nos sintomas

motores da doença. O emprego de agonistas dopaminérgicos não ergolínicos como

o pramipexol, ropinirol e piribidil trazem grandes benefícios como auxiliares à levodopaterapia.

No entanto, podem antecipar o início das discinesias, além de desencadear ou agravar os sintomas psicóticos.

A apomorfina subcutânea pode reduzir a possibilidade de efeitos discinésicos e off da levodopaterapia.

A utilização da levodopa por gastrojejunostomia poderia ter resultados semelhantes para aqueles pacientes que não suportassem possíveis efeitos colaterais da apomorfina, como sedação e hipotensão ortostática.

Page 52: Doença de Parkinson

+ TRATAMENTO - fisioterapia

Os distúrbios posturais são um dos mais difíceis sintomas a

serem tratados na DP, mas podem ser reduzidos com o auxílio

da fisioterapia motora.

A fisioterapia motora esteja indicada para a rigidez e a

bradicinesia, talvez o seu maior benefício esteja no trabalho da

memória motora para a recuperação do equilíbrio postural.

Page 53: Doença de Parkinson

+ TRATAMENTO- cirurgico

Em pacientes que sintomas motores evoluem muito

rapidamente ou que apresentam graves discinesias, pode

estar indicada a cirurgia estereotáxica através da estimulação

do núcleo subtalâmico ou do globo pálido medial.

Algumas complicações podem surgir deste tipo de

procedimento, entre elas: depressão, abulia, afasia motora e

disfonia.Os sintomas de perda cognitiva podem ser tratados

com antiacetilcolinesterásicos, já que a doença cursa com

déficit colinérgico.

Page 54: Doença de Parkinson

+ TRATAMENTO- sintomas

psiquiátricos.

O receptor 5-HT2c tem atuação antagonista dopaminérgica. Por terem atuação agonista inversa sobre este receptor, a quetiapina e a clozapina são indicadas para o tratamento dos sintomas psicóticos na DP.

Estas substâncias reduzem, substanciamente, os efeitos parkinsonianos provocados pelos neurolépticos de primeira geração.Vários estudos indicam o uso de tricíclicos e inibidores seletivos de recaptação (ISRS) na depressão da DP. Entretanto, até o ano de 2003, havia exatamente 100 artigos relacionados a agravamento de sintomas motores em parkinsonianos, após o uso de ISRS, efeito atribuído às suas ações agonistas 5-HT2c.

Por outro lado, os tricíclicos possuem ação anticolinérgica, assim sendo, sua utilização crônica pode agravar o já presente déficit de acetilcolina existente na DP, contribuindo para a evolução da perda cognitiva.

Page 55: Doença de Parkinson

+ TRATAMENTO - sintomas

psiquiátricos.

A utilização de um agonista dopaminérgico poderia trazer benefícios para os sintomas depressivos. Entre os receptores dopaminérgicos responsáveis pela ação antidepressiva destes fármacos sobressai-se o D3, situado na via mesolímbica. Trata-se de uma via que se inicia no mesencéfalo ventral e termina no núcleo acumbens e na amígdala, sendo uma das responsáveis pelo sistema de recompensa.

Entretanto, este tipo de fármaco contribui para o aparecimento de sintomas psicóticos, e o efeito secundário de sonolência pode aprofundar a apatia.

Talvez a saída esteja no uso de antidepressivos com ação antagonista 5-HT2c como a mirtazapina e a trazodona, ou ainda a bupropiona, um fármaco com ação inibidora da recaptação de dopamina.

Page 56: Doença de Parkinson

+ Conclusão

A doenca de Parkinson e classificada entre as doencas

degenerativas do sistema nervoso que manifestam a falencia

de dispositivos neuronais, como incapazes de se renovarem e,

por isso, apresentam-se particularmen- te sensiveis ao

envelhecimento.

Na atualidade consideram-se como fatores etiopatogenicos

mais importantes as causas multifatoriais, ou seja, a

combinacao de predisposicao genetica com a presenca de

fatores toxicos ambientais. E associado a elas esta o processo

de envelhecimento, o qual tem associacao direta a DP, devido

a perda neural progressiva a medida que a idade avanca.

Page 57: Doença de Parkinson

+ Conclusão

Nao podemos esquecer das disfuncoes dos sistemas

dopaminergicos assim como os monoaminergicos, que sao os

sistemas colinergicos, serotoninergicos e noradrenergicos, os

quais sao tidos como fatores importantes na apresentacao da

sintomatologia na DP, principalmente as alteracoes motoras,

pois essas causam limitacoes na vida desses idosos, que ja se

apresenta tao restrita a muitas tarefas, e essas limitacoes tem

despertado um sentimento de incapacidade, o que repercute

em uma baixa qualidade de vida.

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+

Page 59: Doença de Parkinson

+ Sócrates.

Existe apenas um bem, o saber, e apenas um mal, a

ignorância.

Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância.