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e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Escola Técnica Aberta do Brasil Vigilância em Saúde Doenças Vetoriais, Viróticas e Reconhecim ento Geográfico Milton Formiga de Souza Junior Ministério da Educação

Doenças Vetoriais

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Guia sobre doenças vetoriais.

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  • e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesEscola Tcnica Aberta do Brasil

    Vigilncia em Sade

    Doenas Vetoriais, Virticas e Reconhecimento Geogrfico

    Milton Formiga de Souza Junior

    Ministrio daEducao

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    Vigilncia em Sade

    Doenas Vetoriais, Virticas e Reconhecimento Geogrfico

    Milton Formiga de Souza Junior

    Montes Claros - MG2011

  • Ministro da EducaoFernando Haddad

    Secretrio de Educao a DistnciaCarlos Eduardo Bielschowsky

    Coordenadora Geral do e-Tec Brasil Iracy de Almeida Gallo Ritzmann

    Governador do Estado de Minas GeraisAntnio Augusto Junho Anastasia

    Secretrio de Estado de Cincia, Tecnologia e Ensino SuperiorAlberto Duque Portugal

    ReitorJoo dos Reis Canela

    Vice-ReitoraMaria Ivete Soares de Almeida

    Pr-Reitora de EnsinoAnete Marlia Pereira

    Diretor de Documentao e InformaesHuagner Cardoso da Silva

    Coordenador do Ensino ProfissionalizanteEdson Crisstomo dos Santos

    Diretor do Centro de Educao Profissonal e Tecnlogica - CEPTMasa Tavares de Souza Leite

    Diretor do Centro de Educao Distncia - CEADJnio Marques Dias

    Coordenadora do e-Tec Brasil/UnimontesRita Tavares de Mello

    Coordenadora Adjunta do e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesEliana Soares Barbosa Santos

    Coordenadores de Cursos:Coordenador do Curso Tcnico em AgronegcioAugusto Guilherme Dias Coordenador do Curso Tcnico em ComrcioCarlos Alberto Meira Coordenador do Curso Tcnico em Meio AmbienteEdna Helenice Almeida

    Coordenador do Curso Tcnico em InformticaFrederico Bida de Oliveira

    Coordenador do Curso Tcnico em Vigilncia em SadeSimria de Jesus Soares

    Coordenador do Curso Tcnico em Gesto em SadeZaida ngela Marinho de Paiva Crispim

    DOENAS VETORIAIS, VIRTICAS E RECONHECIMENTO GEOGRFICOe-Tec Brasil/CEMF/Unimontes

    ElaboraoMilton Formiga de Souza Junior

    Projeto Grficoe-Tec/MEC

    Superviso Wendell Brito Mineiro

    DiagramaoHugo Daniel Duarte SilvaMarcos Aurlio de Almeida e Maia

    ImpressoGrfica RB Digital

    Designer InstrucionalAnglica de Souza Coimbra FrancoKtia Vanelli Leonardo Guedes Oliveira

    RevisoMaria Ieda Almeida MunizPatrcia Goulart TondineliRita de Cssia Silva Dionsio

    Presidncia da Repblica Federativa do BrasilMinistrio da EducaoSecretaria de Educao a Distncia

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    Prezado estudante,

    Bem-vindo ao e-Tec Brasil/Unimontes!

    Voc faz parte de uma rede nacional pblica de ensino, a Escola Tcnica Aberta do Brasil, instituda pelo Decreto n 6.301, de 12 de dezembro 2007, com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino tcnico pblico, na modalidade a distncia. O programa resultado de uma parceria entre o Ministrio da Educao, por meio das Secretarias de Educao a Distancia (SEED) e de Educao Profissional e Tecnolgica (SETEC), as universidades e escola tcnicas estaduais e federais.

    A educao a distncia no nosso pas, de dimenses continentais e grande diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pes-soas ao garantir acesso educao de qualidade, e promover o fortalecimen-to da formao de jovens moradores de regies distantes, geograficamente ou economicamente, dos grandes centros.

    O e-Tec Brasil/Unimontes leva os cursos tcnicos a locais distantes das instituies de ensino e para a periferia das grandes cidades, incenti-vando os jovens a concluir o ensino mdio. Os cursos so ofertados pelas instituies pblicas de ensino e o atendimento ao estudante realizado em escolas-polo integrantes das redes pblicas municipais e estaduais.

    O Ministrio da Educao, as instituies pblicas de ensino tcnico, seus servidores tcnicos e professores acreditam que uma educao profis-sional qualificada integradora do ensino mdio e educao tcnica, no s capaz de promover o cidado com capacidades para produzir, mas tambm com autonomia diante das diferentes dimenses da realidade: cultural, so-cial, familiar, esportiva, poltica e tica.

    Ns acreditamos em voc!

    Desejamos sucesso na sua formao profissional!

    Ministrio da EducaoJaneiro de 2010

    Apresentao e-Tec Brasil/Unimontes

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    Indicao de cones

    Os cones so elementos grficos utilizados para ampliar as formas de linguagem e facilitar a organizao e a leitura hipertextual.

    Ateno: indica pontos de maior relevncia no texto.

    Saiba mais: oferece novas informaes que enriquecem o assunto ou curiosidades e notcias recentes relacionadas ao tema estudado.

    Glossrio: indica a definio de um termo, palavra ou expresso utilizada no texto.

    Mdias integradas: possibilita que os estudantes desenvolvam atividades empregando diferentes mdias: vdeos, filmes, jornais, ambiente AVEA e outras.

    Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em diferentes nveis de aprendizagem para que o estudante possa realiz-las e conferir o seu domnio do tema estudado.

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    Alfabetizao DigitalSumrio

    7

    Palavra dos professores conteudistas ........................................9Projeto instrucional ........................................................... 11Aula 1 - Introduo s doenas vetoriais .................................. 15 1.1 Doenas Vetoriais ................................................... 15 Atividades de Aprendizagem ........................................... 18Aula 2 Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) ..................... 19 Atividade de aprendizagem ............................................ 30Aula 3 - Leishmaniose Visceral (LV) ......................................... 33 3.1 Introduo ........................................................... 33 Atividades de aprendizagem ........................................... 43Aula 4 - Doena de Chagas ................................................... 45 Atividades de aprendizagem ........................................... 55Aula 5 - Malria ................................................................ 57 5.1 Introduo ........................................................... 57 Atividades de aprendizagem ........................................... 63Aula 6 - Dengue ............................................................... 65 6.1 Introduo ........................................................... 65 Atividades de aprendizagem ........................................... 71Aula 7 - Febre Amarela ....................................................... 73 7.1 Introduo ............................................................ 73 Atividades de aprendizagem ........................................... 81Aula 8 - Febre Maculosa ...................................................... 83 8.1 Introduo ........................................................... 83Aula 9 - Febre do Nilo Ocidental ................................................ 89 9.1 Introduo ............................................................ 89Resumo ......................................................................... 93Referncias ..................................................................... 94Currculo do professor conteudista ......................................... 96

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    Palavra dos professores conteudistas

    Sejam todos bem -vindos! O tema que iremos trabalhar ser so-bre doenas vetoriais, virticas e reconhecimento geogrfico. Dentro deste tema, iremos trabalhar focando nas principais enfermidades que so trans-mitidas por vetores em nosso pas. O objetivo principal deste tema fazer com que voc, profissional da sade, tenha a base de conhecimento sobre algumas das principais doenas vetoriais que acometem a populao brasi-leira e mundial, e tenha a capacidade de desenvolver questionamentos sobre essas enfermidades, entendendo os aspectos epidemiolgicos das doenas vetoriais zoonticas, os fatores determinantes para o aparecimento ou man-tena de algumas doenas vetoriais em nosso meio, as medidas de preveno e controle. Iremos trabalhar com os acontecimentos das enfermidades e, ao longo deste mdulo, iremos, didaticamente, ter a capacidade de entender e questionar a importncia da medicina preventiva e profiltica no controle dessas importantes enfermidades.

    necessrio, antes de tudo, ter em nossa mente a importante in-formao de que um dos grandes tesouros do ser humano o conhecimen-to. Sem ele (o conhecimento), no seremos capazes de nos desenvolvermos intelectualmente, no seremos capazes de superar os desafios e, principal-mente, no teramos chegado onde estamos. E para que voc, profissional, tenha um melhor entendimento sobre o tema, necessrio fazer uma leitura sobre o conceito de sade e doena e sobre a Lei 8080/1990, que dispe sobre as condies para a promoo, proteo e recuperao da sade, a or-ganizao e o funcionamento dos servios correspondentes. importante ler sobre a Portaria Ministerial 2.474, de 30 de agosto de 2010, que fala sobre as doenas transmitidas por vetores e que esto no nosso foco de estudos. Nes-ta, so citadas uma relao de doenas, agravos e eventos em sade pblica e que so denominadas de Doenas de Notificao Compulsria (DNC) para todo o territrio nacional e so estabelecidos fluxo, critrios, responsabili-dades e atribuies aos profissionais e servios de sade. As doenas que ire-mos estudar foram extradas dessa importante portaria ministerial. Tambm, no podemos nos esquecer de que necessrio ter acesso a um computador com internet para que possamos adquirir informaes adicionais. Passando por esta etapa, focalizaremos as doenas vetoriais.

    Ser necessrio um trabalho conjunto (professores e alunos) para conseguirmos assimilar as principais informaes contidas neste caderno didtico, como deveremos estud-las e, ao final de cada tema, vocs iro perceber que para cada aula tero sido citados dados sobre o passado e o presente de cada uma das enfermidades. E, com que propsito? A nossa meta levantar questionamentos sobre essas importantes doenas e como est o

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    comportamento em nosso ambiente: Est aumentando! No est! Onde est mais presente? Como isso acontece? E o porqu disso acontecer? Sempre dito por mim aos meus alunos das disciplinas presenciais: Somos uma semente em solo seco, mas, no momento que lhe so dadas condies para desenvolver, como por exemplo, gua, sombra, luz e umidade, quebra-se a casca que a protege e se formam plantas com razes profundas para irem procura de gua e, dessa forma, as rvores crescem firmes e frondosas e, ao longo de suas vidas, produzem sombra, proteo e mais sementes que daro continuidade sobrevivncia da espcie. Logicamente, de uma forma me-tafrica, eu estou falando sobre ns (eu e voc). Somos estas rvores e as sementes que produzimos para dar continuidade a estas atividades. E, para adquirir o conhecimento, preciso ter motivao, passar por muitos desa-fios, ser perseverante e nunca desistir das nossas metas principais. Pois, no existe uma vitria sem que haja superao, dedicao, esperana e vontade de crescer. E, para a felicidade do professor, espera-se e deseja-se que alu-no sempre consiga superar o mestre.

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    Projeto instrucional

    Disciplina: Doenas Vetoriais, Virticas e Reconhecimento Geo-grfico - (carga horria: 63h).

    Ementa: Conceitos de sade e doena, mecanismos de trans-misso. Organizao do sistema de sade no Brasil. Quadro sanitrio e demogrfico brasileiro. Importncia das variveis demogrficas e sociais, indicadores sociais. Risco em sade. Sade e trabalho. Vigilncia epide-miolgica. Vigilncia sanitria. Fundamentos de sade pblica.

    AULA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM MATERIAIS CARGA HORRIA

    1. Intro-duo s doenas vetoriais

    - Definir o que uma zoonose;- Definir o que so doenas metaxni-cas;- Listar algumas das principais zoonoses de importncia em nosso pas; - Refletir sobre quais os desafios que sero enfrentados para o controle des-sas enfermidades.

    7h

    2. Leish-maniose Tegumentar Americana (LTA)

    - Conhecer a importncia dessa doena em nosso meio;- Conhecer os importantes fatores relacionados a essa para a mantena da doena;- Conhecer um breve histrico sobre a enfermidade; - Conhecer o que promoveu o surgimen-to dessa doena no meio urbano;- Refletir sobre quais os tipos mais comuns de LTA que acometem os seres e animais;- Conhecer os principais hospedeiros e reservatrios desta doena;- Conhecer a forma como a LTA pode ser transmitida para o ser humano;- Conhecer alguns importantes quadros clnicos da LTA;- Conhecer a forma como a doena diagnosticada e como feito o trata-mento da LTA;- Conhecer a forma como a doena est se comportando em nosso pas, quais as principais regies aonde vm mostran-do um maior nmero de casos quantas pessoas j foram acometidas pela LTA;- Conhecer qual a importncia da vigi-lncia epidemiolgica para o combate da LTA e quais as principais medidas de controle que devem ser adotadas.

    7h

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    3. Leish-maniose Visceral

    - Introduzir a discusso sobre a enfer-midade e uma distribuio mundial da LV;- Conhecer algumas das principais apre-sentaes da doena no animal e no ser humano;- Conhecer o agente etiolgico da do-ena e quem so os transmissores dessa enfermidade;- Conhecer quais das espcies animais podem naturalmente, ter a doena;- Conhecer a forma como acontece a transmisso da doena nos animais enfermidade e no ser humano;- Conhecer como feito o diagnstico da doena;- Refletir sobre a questo: para esta doena tem um tratamento?- Conhecer como a doena vem se com-portando nas mais diversas reas desse nosso pas;- Refletir sobre a questo: a doena mata?- Conhecer como est sendo efetuada a vigilncia para esta doena no territ-rio brasileiro;- Conhecer como feito o controle da LV.

    7h

    4. Doena de Chagas

    - Conhecer a doena atravs de um Breve histrico sobre sobre a enfermi-dade e o seu descobridor, - Conhecer o Agente etiolgico causador da doen-a, hospedeiros e reservatrios;- Entender sobre a transmisso e o que mudou em relao ao que era antiga-mente;- Correlacionar a doena com os sinto-mas observados, principalmente nas formas agudas da doena;- Saber qual o perodo de incubao e os Conhecer os sinais clnicos observa-dos tanto na fase aguda e crnica da doena de chagas;- - - Quantas mortes causadas por esse agente j foram notificadas nesses ltimos anos;- - Fazer a atividades de fixao sobre a doena.

    7h

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    5. Malria Entender sobre a enfermidade atravs de uma breve descrio sobre a histria dessa doena - Conhecer sobre o seu agente etiolgi-co , hospedeiros e reservatrios;-Entender como feita a transmisso da doena para os seres humanos, os sintomas observados, perodo de incu-bao e sinais clnicos observados;-- - Entender o papel da vigilncia epi-demiolgica no combate da enfermida-de em nosso meio e quais as medidas de controle adotadas;- Fazer os exerccios de fixao sobre a doena.

    7h

    6. Dengue. Apresentar a doena atravs da descri-o de um breve histrico; - Descrever o agente etiolgico causa-dor da doena, hospedeiros e reserva-trios;- Entender sobre como feito a transmisso da doenas para os seres humanos, os sintomas observados e o o perodo de incubao;- Entender os sinais clnicos observa-dos;- Existe tratamento? E vacina? Existe alguma vacina capaz de proteger a pessoa?- - Entender sobre a importncia da vi-gilncia epidemiolgica para o combate da doenas em nosso meio e quais as medidas de controle adotadas;- Fazer as atividades de fixao sobre a doena.

    7h

    7. Febre Amarela

    - Descrio de um breve histrico sobre essa enfermidade - Conhecer sobre o agente etiolgico causador da doena, hospedeiros e reservatrios;- Entender sobre a transmisso da do-ena para os seres humanos, os sinto-mas observados perodo de incubao e os sinais clnicos observados;- Entender o papale da vigilncia epide-miolgica no combate da enfermidade em nosso meio;Entender a importncia das medidas de controle adotadas;- Fazer os as atividades de fixao sobre a doena.

    7h

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    8. Febre Maculosa

    - Entender sobre a enfermidade e atravs de um breve histrico sobre essa enfermidade;, - Descrever sobre o agente agente etiolgico causador da doena, hospedeiros e seus reservat-rios;- Entender a transmisso da doena para os humanos, sintomas , perodo de incubao e os sinais clnicos observa-dos;- Compreender qual o papel da vigi-lncia epidemiolgica no combate os casos de febre maculosa em nosso meio e quais as medidas de controle adota-das;- Fazer as atividades de fixao sobre a doena.

    7h

    9. Febre do Nilo Ocidental

    - Descrever um breve histrico sobre essa enfermidade; - Descrever sobre o agente etiolgico causador da doena, hospedeiros e reservatrios;- Entender como transmitida a doena para os humanos, os sintomas , per-odo de incubao e os sinais clnicos observados;- Compreender sobre a s medidas de controle adotadas;- Fazer as atividades de fixao da doena.

    7h

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    AULA 1

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    Aula 1 - Introduo s doenas vetoriais

    Comecemos com um questionamento importante: Por que as doenas transmitidas por animais para os humanos, as zoonoses, ainda causam grandes preocupaes no mundo onde vivemos? Este mdulo tem como meta principal descrever algumas das principais doenas transmiti-das por vetores, em humanos, e quais delas denominamos como zoonoses e que so de grande importncia para a sade pblica em nosso pas.

    Objetivos

    Ao final desse mdulo, o aluno conseguir ter a capacidade de: Definir o que uma zoonose; Definir o que so doenas metaxnicas; Listar algumas das principais zoonoses de importncia em nosso pas; Entender o mecanismo de transmisso dessas doenas; Entender como o sistema de sade vem trabalhando para o con-

    trole de algumas doenas; Analisar o quadro sanitrio e indicadores sociais; Entender como est sendo feita a vigilncia epidemiolgica das

    doenas zoonticas; Reconhecer quais os desafios que sero enfrentados para o

    controle dessas enfermidades nos anos subsequentes; Comparar os dados de cada uma das enfermidades com os n-

    meros de casos atualizados.

    1.1 Doenas Vetoriais

    Para iniciarmos os nossos trabalhos sobre doenas transmitidas por vetores, precisamos entender os trs conceitos importantes para os nos-sos estudos: o que uma Zoonose; o que so Doenas Vetoriais e o que so Doenas Metaxnicas. Primeiramente, devemos definir que zoonose conceituada como uma infeco ou doena infecciosa que, sob condies naturais, transmitida entre os animais e homem. Um exemplo clssico que exemplifica esse conceito a raiva transmitida pela mordida de um co doente. A raiva transmitida pelo co que contm o vrus na saliva e que, atravs da mordida, transmite a doena para o ser humano ou para outro animal. Mas, a raiva faz parte desse tema que iremos estudar? No, essa doena apenas um exemplo dado para um tipo de transmisso que conhe-cemos h sculos.

    As doenas vetoriais so aquelas que so transmitidas por vetores. Por exemplo, a dengue transmitida pela picada de um mosquito fmea

  • e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Vigilncia em Sade16

    infectado com vrus da dengue e que, da mesma forma, o vrus pode ser transmitido para o mosquito se, no momento da picada deste, o organismo esteja com o vrus presente no sangue, o que chamamos de viremia. Aten-o! Percebam aqui que estamos falando de duas formas de transmisso: Aquela em que o mosquito transmite a doena para o organismo (humano) e a outra forma onde o humano, que contm o vrus, transmite para o mosqui-to que ainda no tinha o vrus.

    E Doena Metaxnica quando o agente da doena infecciosa se desenvolve em uma ou mais etapas do ciclo de vida no organismo vetorial. Por exemplo, a Malria, que tambm transmitida por um mosquito e que s aps essa passagem torna-se capaz de transmitir a doena ao ser humano.

    Nesse mdulo, listaremos um grupo de doenas, especialmente as que so transmitidas por vetores ao homem, sendo, ento, de importncia para a sade pblica em nosso pas. Entre estas, a leishmaniose visceral e leishmaniose tegumentar, Doena de Chagas, malria, dengue, febre ama-rela e febre maculosa e o vrus do Nilo Ocidental. Esta ltima doena citada ainda considerada uma doena extica que at o momento no foi diag-nosticada em nosso pas, mas existe essa possibilidade, por consequncia de migraes de aves provenientes de pases onde a doena tem comportamen-to endmico.

    E quais os fatores que promovem o surgimento de doenas transmi-tidas por vetores em nosso pas? Por que algumas doenas ressurgiram e vm causando preocupaes na comunidade cientfica, pblica e social? Por que no estamos conseguindo controlar algumas dessas enfermidades em nosso pas? Por que no conseguimos elimin-las de nosso meio? O que mudou em nosso pas para que ocorressem tantos casos novos causados por doenas vetoriais nos ltimos anos? Ora! Existem diversos fatores que propiciam a in-cidncia e a prevalncia de doenas zoonticas, metaxnicas e infecciosas. Em se tratando de Brasil, podemos listar diversas condies que favoreceram a mantena ou o surgimento dessas doenas em nosso ambiente e, entre estas, podemos citar como sendo as principais:

    As dimenses geogrficas de nosso pas e com os mais variados climas e microclimas;

    O aumento do efeito estufa por motivos de queima de combus-tveis fsseis;

    Os desmatamentos; As queimadas; As modificaes climticas regionais ou locais; As grandes construes de hidreltricas e estradas; O povoamento desordenado e rpido das grandes cidades; A infraestrutura deficiente; A dificuldade ao acesso a determinados locais em nosso pas; Os passeios ecolgicos e acampamentos em reas florestais; O aquecimento global; A desnutrio com a baixa resistncia da imunidade do organis-

    mo; Intensificao de eventos climticos extremos (chuvas torren-

    Infeco Agente infeccioso penetra e multiplica-se no

    organismo do animal ou do homem.

    Doena infecciosa quando, resultante de

    uma infeco, ocorre a doena no homem ou

    no animal.

    Incidncia identificada como

    sendo uma nova ocorrncia de doenas

    em uma populao estudada durante um

    determinado perodo de tempo.

    Prevalncia nmero de pessoas de uma

    determinada populao que tm uma doena

    especfica em um tempo especfico. Geralmente,

    no tempo em que a pesquisa ou estudo foi

    feito.

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    ciais, tempestades e inundaes); Intensificao da Agricultura; Falta de orientao educacional com enfoque na sade pblica; O contato com animais selvagens; A adaptao, ao meio urbano, de transmissores de doenas em

    meio urbano; Reflorestamentos.

    Os fatores citados anteriormente nos mostram que existem inme-

    ras possibilidades de sermos acometidos por uma ou mais doenas vetoriais por consequncia dessa srie de acontecimentos. E, dessa forma, so ainda mais preocupantes em pensar que a cada dia perdemos espaos importantes no combate s enfermidades. Por esse motivo,

    A trade ecolgica (Homem Agente Meio ambiente) de grande importncia para o desenvolvimento de hipteses e questionamentos sobre as doenas zoonticas. Mas no podemos deixar de citar um quarto elemen-to, no menos importante para completar ou fechar o ciclo, que o vetor e que, de forma indireta, transmite uma doena para algum organismo (ho-mem ou animal) e que tambm pode ser infectado no momento que suga o sangue de pessoas ou animais que foram infectados. A esse fato dado um nome de ciclo biolgico (ciclo da vida), para o desenvolvimento e/ou manu-teno de uma doena em nosso meio.

    Pelo fato de nosso ambiente possuir predominncias tropicais, os vetores (ex. mosquitos, carrapatos, piolhos, moscas) representam um papel importante nesse contexto de doenas em nosso pas. Pois, nele se encon-tram diversas condies propcias para o desenvolvimento e mantena des-ses insetos vetores transmissores de doenas. E cada vez mais se percebe que estamos mais prximos destes por motivos diversos.

    Alguns indicadores importantes sobre a populao vivente em nosso pas devem ser ressaltados. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica IBGE (2009) mostrou que a populao brasileira aumentou nesses ltimos 30 anos para um nmero representativo de 193.733,795 habitantes. No apenas isso, mas ocorreu um aumento populacional em cerca de 20 milhes de habi-tantes entre o perodo de 2000 a 2009. Desses (193.733,795 habitantes), 86% esto vivendo em zonas urbanizadas, sendo que, 91% dessa populao tem acesso gua encanada. Foi um grande avano? Sim. Mas foi suficiente para amenizar o fato relacionado transmissibilidade de doenas? No. Tivemos at o ano 2008 cerca de 46.920 bitos causados por doenas infecciosas e parasitrias. E no mundo quantas pessoas morrem a cada ano por consequ-ncia de doenas? Segundo o pesquisador Morens e colaboradores, no ano de 2010, cerca de 59 milhes de pessoas morreram por consequncia de doenas. Esse mesmo autor dividiu uma parte desse grupo e disse que 14.9 milhes de pessoas morreram por consequncia de algum tipo de doena infecciosa. O que podemos dizer de tudo isso que h 30 anos pensvamos que no futuro no iramos morrer por consequncia de doenas infecciosas e sim por doenas degenerativas, por velhice mesmo. Hoje, a situao atual

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    que ainda estamos morrendo por consequncia de doenas infecciosas e, tambm, degenerativas. um problema grave sim. Estamos tentando rever-ter essa situao. Contudo, no fcil.

    Temos um longo caminho a percorrer quando o assunto doena e para que possamos enfrentar esse problema preciso, primeiramente, conhec-los e, segundo, traar planos estratgicos para combat-los. uma luta bem desigual e estamos em desvantagens quando se trata de algumas enfermidades transmitidas por animais. Hoje, mesmo com tantos desenvol-vimentos tecnolgico-cientficos na rea da sade e reas afins, no estamos sendo capazes de minimizar ou controlar alguns desses agravos que, ao longo desses anos, vm se fortalecendo, infectando e matando pessoas. E qual nosso grande desafio? de controlar o aumento dessas doenas emergentes que vm apresentando novas formas de contgios e mesmo as formas antigas provocam preocupao. Isso seria culpa da doena, do vetor ou do hospedei-ro? No, somos ns os verdadeiros culpados de todos esses acontecimentos de muitos outros. Mas, j que estamos tratando de doenas vetoriais, fica o entendimento de que tudo que fazemos de errado reverte para ns mesmos. E o que todos ns devemos fazer? Combater, conhecer, ajudar!. um cami-nho sem volta, porque, a cada dia, nascem mais pessoas, cerca de 220 mil pessoas. E, a cada 30 anos, dobramos em populao; at 2030, seremos cer-ca de 8 bilhes de pessoas. muita gente! E os nossos lderes, comunidades cientficas, Organizaes no governamentais (ONGs) e a sociedade? Bem, podemos dizer que hoje momento de nos unirmos e, sem medir esforos, para combater esse mal em prol de uma causa to importante que a quali-dade de vida saudvel. Isso que no tem prazo de acabar, devendo ser feito, trabalhado todos os dias.

    Atividades de Aprendizagem

    Vamos fazer duas atividades distintas para fixarmos a ideia:- Vamos pesquisar nos livros, revistas e/ou internet os seguintes temas:

    1. Populao mundial: O quem vem acontecendo com ela nesses ltimos 50 anos?2. Doenas do mundo moderno: Quais a doenas que nos acometem nos dias de hoje? E o que estamos fazendo para evit-las?

    Elabore um resumo sobre estes dois temas e, posteriormente, ire-mos conversar sobre esses assuntos durante as nossas atividades.

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    AULA 1

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    Aula 2 Leishmaniose Tegumentar Ame-ricana (LTA)

    Objetivo

    Neste mdulo sobre LTA, voc, profissional, entender alguns as-pectos importantes desta enfermidade, entre os quais, podemos citar:

    Breve histrico sobre a enfermidade; O que promoveu o surgimento dessa doena no meio urbano; Quais os tipos mais comuns de LTA que acometem os seres hu-

    manos e animais; Principais hospedeiros e reservatrios desta doena; Como a LTA pode ser transmitida para o ser humano; Alguns importantes quadros clnicos da LTA; Como a doena diagnosticada e como feito o tratamento da LTA; Como a doena est se comportando em nosso pas, quais as

    principais regies que vm mostrando um maior nmero de ca-sos e quantas pessoas j foram acometidas pela LTA;

    Qual a importncia da vigilncia epidemiolgica para o comba-te da LTA e quais as principais medidas de controle que devem ser adotadas.

    2.2 IntroduoA Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) uma importante zo-

    onose que, h alguns anos, era considerada como uma doena tipicamente de zona rural e que atualmente, passou a ser de zona periurbana, devido aos aspectos sociais e ambientais. Por que foi dita a palavra social? Porque ocorreu a sada do homem do campo para a cidade, chamada de xodo rural, e ambiental por consequncia dos desmatamentos (figura 01), aumento das atividades de agricultura e pecuria. A doena deixou de acometer ocasio-nalmente pessoas que tinham contato com florestas e passou atingir as pes-soas que viviam periurbanizadas, que dizer, em reas prximas de regies urbanas.

    De acordo com muitas literaturas consultadas, para essa doena houve importantes mudanas no padro de transmisso e, atualmente, ob-serva-se a existncia da LTA silvestre, que transmitida por animais silves-tres, LTA ocupacional ou de lazer, em que a transmisso por consequncia do processo de explorao florestal de forma desordenada para a construo de estradas, explorao de madeiras, agropecurias e o turismo ecolgico. A LTA rural ou periurbana acontece em ambientes de matas residuais ou pe-riurbana onde houve uma adaptao do vetor ao ambiente prximo das casas onde vivem pessoas (figura 02).

    uma doena de caracterstica infecciosa que causada por proto-zorios do gnero Leishmania, em que a transmisso feita por um mosquito vetor e o ser humano o considerado um hospedeiro acidental, infelizmente!

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    Existem a forma tegumentar da leishmaniose, que caracterizada pelas diversas apresentaes clnicas e, tambm, pelo tipo de protozorio causador desta doena.

    Figura 1 - Exemplo de explorao florestal com aumentando do risco de contato com mosquito transmissor da leishmania.Fonte: Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Vigilncia em Sade. Manual de Vigilncia da Leishmaniose Tegumentar Americana / Ministrio da Sade, Secretaria de Vigilncia em Sade. 2. ed. Braslia: Editora do Ministrio da Sade, 2007. 180 p.: il. (Serie A. Normas e Manuais Tcnicos)

    Figura 2 - Exemplos de locais onde pode estar presente o mosquito transmissor da leishmaniose.Fonte: Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Vigilncia em Sade. Manual de Vigilncia da Leishmaniose Tegumentar Americana / Ministrio da Sade, Secretaria de Vigilncia em Sade. 2. ed. Braslia : Editora do Ministrio da Sade, 2007. 180 p. il. (Serie A. Normas e Manuais Tcnicos)

    Sobre a Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA), a primeira descrio dessa doena foi feita por Moreira, em 1985, sendo inicialmente chamada de Boto do Oriente ou Boto de Biskra. Em 1908, houve uma epidemia em Bauru/SP e s em 1909, um pesquisador chamado Lindenberg e colaboradores encontram o parasito em pessoas que trabalhavam nas reas de desmatamento para construo de rodovias em So Paulo. Essas pessoas apresentavam lceras na pele, narinas e na regio farngea. Posteriormen-te, entre 1991 a 1912, outros pesquisadores fizeram observaes de grande importncia e correlacionaram as leses de mucosa com o leishmania. S em 1923 foi criado o termo Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) para denominar a forma mucosa e cutnea da doena.

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    2.2.1 Agente Etiolgico

    um e um protozorio da famlia Trypanosomatidae, obrigatoria-mente intracelular das clulas do sistema e defesa, denominada de fagocti-co mononuclear.

    O protozorio possui duas formas, denominadas de forma flagela-da ou promastigota, encontrada no tubo digestivo do inseto transmissor, e a forma aflagelada ou amastigota, que pode ser observada em tecidos dos hospedeiros vertebrados (figura 03).

    do conhecimento da classe cientfica que, das 19 espcies de leishmania, 11 (onze) dessas espcies so capazes de causar as doenas aos seres humanos e 08 (oito) so especficas, capazes de acometer apenas os animais. Podemos citar as trs principais espcies de maior relevncia em nosso pas:

    a Leishmania (Leishmania) amazonensis Pelo prprio nome j deixa a dica de que essa espcie pode ser encontrada em flo-restas amazonenses, principalmente, nas regies do Amazonas, Rondnia, Par, Tocantins e no Sudoeste do Maranho;

    a Leishmania (Viannia) guyanensi Pode se diferenciar em rela-o primeira espcie anteriormente citada, e se trata de uma espcie que pode ser encontrada na regio das Guianas. Porm, est tambm presente na Bacia Amaznica, nas regies do Ama-p, Roraima, Amazonas e Par;

    a Leishmania (Viannia) braziliensis, que de ampla distribuio pelo pas, podendo ser encontrada desde o sul do Par ao Nor-deste e em alguns locais da Amaznia Oriental.

    Figura 3 - Leishmania forma flagelada ou promastigota (foto superior) e forma aflagelada ou amastigota (foto inferior).Fonte: Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Vigilncia em Sade. Manual de Vigilncia da Leishmaniose Tegumentar Americana / Ministrio da Sade, Secretaria de Vigilncia em Sade. 2. ed. Braslia: Editora do Ministrio da Sade, 2007. 180 p.

    Etiolgico Vem do termo etiologia que designa estudo das causas. Para este caso, considera-se o agente causador da doena.

    Espcies Definio dada a indivduos que tm o mesmo material gentico e quando cruzam entre si produzem outros indivduos frteis.

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    2.2.2 Hospedeiro e Reservatrios

    muito importante saber que na natureza existe uma quantidade considervel de animais que podem servir como reservatrio da doena: marsupiais, roedores, bicho preguia, tamandu, candeos, feldeos e equ-deos. ,m E que, atravs do vetor transmissor, somos altamente vulnerveis de sermos infectados ,,

    O vetor (mosquito) e o agente etiolgico (Leishmania), que, natu-ralmente, esto dispersos em nosso ambiente, os organismos susceptveis (ser humano e animais), esto prximos suficientes para promover a mistura perfeita e disseminao da doena, bem como, a mantena da mesma nos animais e na natureza.

    2.2.3 Modo de Transmisso

    importante saber para que a transmisso acontea, necessrio que o ciclo para a disseminao da doena esteja completo e que sem o in-seto transmissor, em condies naturais, no existiria a doena no homem, j que o mosquito o nico capaz de transmitir o agente etiolgico (leishma-nia). A voc poderia nos perguntar: Uma pessoa infectada pode transmitir a doena para a outra? Respondo que no, pois no existe a transmisso pessoa a pessoa, na forma de um modelo natural de transmisso (figura 4).

    Na natureza, o vetor responsvel pela transmisso da leishmania conhecido como um inseto do gnero Lutzomyia (flebotomnio) (figura 5).

    So popularmente conhecidos como mosquito palha, tatuquira e birigui.

    A transmisso ocorre quando o inseto flebotomnio fmea infectado pica o homem (figura 6). E, aps dois a trs meses, os sinais clnicos da do-ena so observados.

    Esse tempo at o aparecimento dos sintomas pode ser mais curto (duas semanas) ou mais longo (dois anos) e isso vai depender do estado imu-nolgico da pessoa e de outros fatores que podem estar relacionados.

    Animais

    Silvestres e domestico

    Meio ambiente

    Vetor

    (inseto)

    Figura 4 - Representao esquemtica mostrando a relao existente entre o vetor animais homem e meio ambiente no processo de transmisso da doena.

    HospedeiroQuando um organismo abriga outro dentro de

    si.

    ReservatrioQuando um agente

    infeccioso vive na condio de

    dependncia e l consegue se reproduzir

    com inteno de transmitir para outro

    organismo humano e/ou animal.

    MarsupiaisAnimais mamferos que possuem uma bolsa no abdome e l os filhotes terminam de completar

    parte do crescimento.

    GneroFaz de uma classe cuja

    extenso se divide em outras classes em

    relao a primeira, que so chamadas de

    espcies.

    IngurgitadaEspecificamente para os insetos; quando se

    diz esse termo porque o inseto est cheio de

    sangue.

    Homem

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    Figura 5: Flebotomnio fmea ingurgitada.Fonte: Manual de Vigilncia da Leishmaniose Tegumentar Americana /Ministrio da Sade. Secretaria de Vigilncia em Sade 2 Edio Braslia: Editora do Ministrio da Sade. Brasil. 2007.180 p.

    Figura 6: Ciclo de transmisso das Leishmanioses (*)Fonte: Atlas de leishmaniose tegumentar americana: Diagnstico clnico e diferencial /Ministrio da Sade, Secretaria de Vigilncia em Sade, Departamento de Vigilncia Epidemiolgica Braslia: Editora do Ministrio da Sade, 2006. 136 p.

    Figura 7 - Leishmaniose Tegumentar America (LTA) com lcera e com bordas elevadas assemelhando a uma moldura de quadro.Fonte: Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Vigilncia em Sade. Manual de Vigilncia da Leishmaniose Tegumentar Americana / Ministrio da Sade, Secretaria de Vigilncia em Sade. 2. Ed. Braslia: Editora do Ministrio da Sade, 2007. 180 p.

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    Figura 8 - Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) no co e no gato apresentando leso no focinho e lbio.Fonte: Manual de Vigilncia da Leishmaniose Tegumentar Americana. Ministrio da Sade. Secretaria de Vigilncia em Sade. 2. ed. Braslia: Editora do Ministrio da Sade, 2007. Brasil. 180 p.

    2.2.4 Perodo de Incubao

    Podemos dizer que o perodo de incubao da doena no ser hu-mano pode ser de dois a trs meses. Porm, existe a possibilidade de ter variaes que podem ser de duas semanas a dois anos.

    2.2.5 Quadro Clnico

    descrita como uma doena no contagiosa, mas, sim, transmitida atravs de um vetor. Isso quer dizer que, para que essa zoonose possa ser trans-mitida de forma natural, necessria a presena de um mosquito transmissor.

    uma doena metaxnica, que acomete animais e o homem. A leishmaniose tegumentar americana (LTA) possui sinonmia, sen-

    do, desta forma, conhecida, tambm, como lcera de Bauru, nariz de tapir e boto do oriente.

    A doena pode apresentar-se de vrias formas. Sendo que a forma cutnea clssica observada pela presena de ppulas, evoluindo para lce-ras com bordas em forma de moldura, como a de um quadro, e no sentida dor nessa regio (indolor).

    Existem outros tipos de manifestaes dessa doena, como a for-mao de verrugas apresentando de forma localizada (em um nico ponto) ou difusa (vrias partes do corpo).

    A doena pode se manifestar sob vrias formas, entre elas, cita-se a forma inaparente ou na forma de leses espalhadas pelo corpo que podem afetar a pele e mucosas.

    Na infeco inaparente, no so demonstrados os sintomas clnicos da doena e s so observados atravs dos testes laboratoriais, que vo acusar uma resposta positiva, e atravs do teste chamado reao de Monte-negro ou intradermoreao.

    Na Leishmaniose Cutnea (LC), so observadas lceras em regies da pele que esto mais expostas e as bordas dessas feridas apresentam-se elevadas e de fundo avermelhado (figura 7 e 8).

    Na LC disseminada, apresentam-se mltiplas leses que podem sur-gir em vrias partes do corpo e em nmeros que podem chegar a cem ou centenas (figura 9).

    IncubaoDo momento do contato ou exposio ao agente at a apresentao dos

    primeiros sintomas.

    Quadro ClnicoEst relacionado aos

    sintomas e estudos das pessoas acometidas

    pela doena nos locais onde so dados os cuidados sade.

    Doena no contagiosa

    Quando a doena no transmitida de forma

    direta, ou atravs de um contato direto.

    Sinonmia Nome que se d s

    palavras com significado semelhante.

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    Figura 9 - de leishmaniose cutnea disseminada.Fonte: Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Vigilncia em Sade. Manual de Vigilncia da Leishmaniose Tegumentar Americana / Ministrio da Sade, Secretaria de Vigilncia em Sade. 2. ed. atual. Braslia: Editora do Ministrio da Sade, 2007. 180 p.

    J na forma denominada de recidiva ctis de LC, aps a presen-a da ferida ulcerativa, a doena evolui para a cicatrizao espontnea ou atravs de medicamentos, e observada a presena localizada, que fica ao redor da leso (figura 10).

    Figura 10 - Forma recidiva ctis de leishmaniose cutnea.Fonte: Fonte: Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Vigilncia em Sade. Manual de Vigilncia da Leishmaniose Tegumentar Americana / Ministrio da Sade, Secretaria de Vigilncia em Sade. 2. ed. Braslia: Editora do Ministrio da Sade, 2007. 180 p.

    A forma difusa de LC observada em pessoas com deficincia em responder imunologicamente ao parasita que est presente no organismo e podem surgir leses nicas que, posteriormente, evoluem com a formao de placas e em vrias partes do corpo (foto 11).

    Figura 11 - Forma de leishmaniose cutnea difusa.Fonte: Fonte: Fonte: Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Vigilncia em Sade. Manual de Vigilncia da Leishmaniose Tegumentar Americana / Ministrio da Sade, Secretaria de Vigilncia em Sade. 2. ed. Braslia: Editora do Ministrio da Sade, 2007. 180 p.

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    Na Leishmaniose de Mucosa (LM), surgem leses deformantes que so observadas nas mucosas das vias areas superiores e que, na maioria dos casos, so resultados de evoluo crnica da leishmaniose cutnea, quando no tratada ou por consequncia do de um tratamento inadequado.

    Esse tipo pode ser representado clinicamente pela forma tardia (figura 12), da qual a mais comum, podendo surgir vrios anos aps cica-trizao. A LM pode ser de origem indeterminada (figura 13), quando no possvel detectar evidncias da presena da leishmaniose cutnea.

    Na forma de mucosa concomitante, ocorre leso mucosa e a leso cutnea ativa (figura 14).

    Na forma contgua (figura 15), observada a propagao direta de leso cutnea que est prxima a orifcios naturais, para a mucosa das vias reas e digestivas. E, por fim, a forma mucosa primria (figura 16), que ocor-re atravs da picada do vetor na mucosa.

    Figura 12 Leishmaniose de mucosa de forma tardiaFonte: Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Vigilncia em Sade. Departamento de Vigilncia Epidemiolgica. Atlas de leishmaniose tegumentar americana: diagnstico clnico e diferencial / Ministrio da Sade, Secretaria de Vigilncia em Sade, Departamento de Vigilncia Epidemiolgica Braslia: Editora do Ministrio da Sade, 2006. 136 p.

    Figura 13 - Leishmaniose de Mucosa na forma indeterminada.Fonte: Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Vigilncia em Sade. Departamento de Vigilncia Epidemiolgica. Atlas de leishmaniose tegumentar americana: diagnstico clinico e diferencial / Ministrio da Sade, Secretaria de Vigilncia em Sade, Departamento de Vigilncia Epidemiolgica Braslia: Editora do Ministrio da Sade, 2006. 136 p.

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    Figura 14 Leishmaniose de Mucosa na forma concomitante.Fonte: Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Vigilncia em Sade. Departamento de Vigilncia Epidemiolgica. Atlas de leishmaniose tegumentar americana: diagnstico clnico e diferencial / Ministrio da Sade, Secretaria de Vigilncia em Sade, Departamento de Vigilncia Epidemiolgica Braslia: Editora do Ministrio da Sade, 2006. 136 p.

    Figura 15 - Forma de Leishmaniose de Mucosa na forma contgua.Fonte: Fonte: Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Vigilncia em Sade. Departamento de Vigilncia Epidemiolgica. Atlas de leishmaniose tegumentar americana: diagnstico clnico e diferencial / Ministrio da Sade, Secretaria de Vigilncia em Sade, Departamento de Vigilncia Epidemiolgica Braslia: Editora do Ministrio da Sade, 2006. 136 p.

    Figura 16 - Forma primria de leishmaniose de mucosa.Fonte: Fonte: Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Vigilncia em Sade. Departamento de Vigilncia Epidemiolgica. Atlas de leishmaniose tegumentar americana: diagnstico clnico e diferencial / Ministrio da Sade, Secretaria de Vigilncia em Sade, Departamento de Vigilncia Epidemiolgica Braslia: Editora do Ministrio da Sade, 2006. 136 p.

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    2.2.6 Diagnstico

    Existem vrios mtodos de diagnsticos, que podem ser chamados de mtodos diretos, que so capazes de observar a presena do parasita (figura 03), e os mtodos indiretos, que detectam os anticorpos (imunoglo-bulinas) presentes no sangue.

    A importncia dos mtodos laboratoriais que estes servem para termos a confirmao dos achados clnicos e, tambm, para fornecer infor-maes epidemiolgicas essenciais sobre a doena, bem como ter o conhe-cimento do tipo de espcie que est presente em um determinado ambiente para que sejam adotados os devidos controles.

    O exame direto atravs da demonstrao do parasita considerado como o de primeira escolha; um exame rpido, fcil e barato. um exame que deve ser feito no incio da evoluo da leso presente na pele, pois, nas feridas antigas, com mais de um ano, raramente sero encontradas os parasitas.

    Existe, tambm, o mtodo direto, que atravs de cultivo do pa-rasita em meios de cultura enriquecido. Este tipo de diagnstico permite a identificao da espcie de leishmania envolvida e o mtodo in vivo atravs da inoculao de material coletado em animais.

    Para os exames imunolgicos, o teste de escolha chamado de tes-te de intradermoreao de Montenegro IDRM ou da leishmanina, onde ser observada uma resposta de hipersensibilidade celular retardada (figura 17).

    A tcnica de ELISA, ou Ensaio Imuno Enzimtico, um teste bom, mas o seu uso restrito pesquisa. Temos o teste de IFI ou teste de Imunofluores-cncia Indireta (IFI) e o teste de reao de cadeia de polimerase ou PCR.

    Figura 17 Diagnstico da leishmaniose Tegumentar America atravs teste de intradermoreao de Montenegro IDRM.Fonte: Fonte: Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Vigilncia em Sade. Departamento de Vigilncia Epidemiolgica. Atlas de leishmaniose tegumentar americana: diagnstico clnico e diferencial / Ministrio da Sade, Secretaria de Vigilncia em Sade, Departamento de Vigilncia Epidemiolgica Braslia: Editora do Ministrio da Sade, 2006. 136 p.

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    2.2.7 Tratamento

    O medicamento de escolha para a LTA o antimonial pentavalente, que tem a funo de destruir o parasito.

    Existem dois tipos de antimoniais pentavalentes que podem ser uti-lizados: o antimoniato de N-metil glucamina e o stibogluconato de sdio, sendo que o segundo no no comercializado em nosso pas. Se, com este tratamento, no houver uma resposta adequada ou satisfatria, passa-se, ento, a adotar drogas de segunda escolha, que so anfotericina B e o iso-tionato de pentamidina.

    Existem uma srie de recomendaes, contra-indicaes e reaes adversas que estas drogas podem causar ao paciente. Por isso, a importncia do acompanhamento do paciente pelos profissionais de sade.

    2.2.8 Caractersticas Epidemiolgicas

    A doena est presente em vrios municpios de todas as unidades federadas e, por ano, so registrados cerca 28.794 casos autctones. So em mdia 17 casos para cada 100.000 habitantes. E qual regio tem apresentado o maior nmero de casos dessa doena? A tabela 01 nos mostra que entre os anos de 2005 a 2009 foram registrados 112.305 casos e que a regio Norte foi a mais afetada, com 46.354 casos. Em seguida, temos a regio Nordeste, com 33.119 casos. Em terceiro lugar, observa-se a regio Centro-Oeste, com 18.832 casos. E, por fim, as regies Sudeste e Sul, com 10.772 e 2.722 casos, respectivamente.

    Tabela 1Casos de leishmaniose tegumentar confirmados no ano de 2009 e divididos

    por regies do Brasil

    Regio 2005 2006 2007 2008 2009 Total

    Norte 10.679 8.833 9.890 8.680 8.272 46.354

    Nordeste 8.112 6.169 5.925 6.003 6.910 33.119

    Sudoeste 2.809 2.868 1.898 1.592 1.605 10.772

    Sul 541 573 514 630 464 2.722

    Centro-Oeste 4.388 3.852 3.095 3.005 4.492 18.832

    UF ignorada 156 102 85 82 81 421.85

    Brasil 26.685 22.397 21.407 19.992 21.824 112.305

    Fonte: SINAN/SVS/MS Atualizado em 18/08/2010 (Dados sujeitos reviso).

    2.2.9 Vigilncia Epidemiolgica

    Qual a importncia da vigilncia epidemiolgica? que, atravs dela, possvel diagnosticar e tratar os casos da forma mais rpida possvel.

    Casos autctonesQuando as pessoas so infectadas no mesmo lugar onde vivem. Ou seja, a doena no foi trazida de outras regies por onde passaram.

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    E por que tanta pressa de se tratar a doena no homem? Porque tem o obje-tivo de reduzir as complicaes e as alteraes ou deformidades anatmicas causadas ao ser humano por consequncia da doena.

    A investigao epidemiolgica feita e tem a inteno de determi-nar a possvel rea endmica ou se este mais um novo foco da doena. Ava-lia-se, tambm, a possibilidade de ser mais um caso autctone ou importado.

    Informaes como forma clnica, idade, sexo e ocupao so impor-tantes no processo de investigao.

    Para esta e em todas as doenas descritas nesse caderno didtico so feitos estudos no local da infeco que tm como inteno adotar algum modelo de medidas de preveno e controle para a doena, impedindo que outras pessoas corram o risco de se infectar.

    Por que importante o estudo entomolgico do vetor? A vigilncia entomolgica tem a funo de levantar informaes quantitativas e qualita-tivas sobre o inseto transmissor. E a importncia desse trabalho de conhe-cer o comportamento do mosquito no meio ambiente.

    2.2.10 Medidas de controle

    No existe uma nica medida de controle capaz de evitar a in-feco do agente no homem. Isso vai depender da particularidade de cada regio ou foco da doena. Porm, nesse momento, muito importante e es-trategicamente eficiente a organizao dos servios de sade com profissio-nais capacitados e motivados e que o local tenha o mnimo de equipamentos necessrios para o atendimento da comunidade afetada. No apenas ter, necessrio, tambm, ser gil, promovendo o atendimento rpido do suspeito ou doente, o diagnstico e tratamento adequado com o devido acompanha-mento.

    Quanto ao controle do vetor? indicado nos casos em que foi evi-denciada a presena do mosquito no ambiente domiciliar e peridomiciliar.

    importante efetuar os estudos epidemiolgicos e entomolgicos para comprovar a existncia do mosquito vetor no ambiente.

    uma doena para a qual ainda no existe vacina para humano. Existe, sim, o tratamento para o homem, que deve ser feito com acompa-nhamento dos servios mdicos e totalmente gratuito e oferecido pelo Ministrio da Sade (MS).

    Atividade de aprendizagem

    A. Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) uma doena capaz de causar importantes agravos nos seres humanos, visto que, na pessoa acometida, causa deformidades, feridas, incapacidade fsica e, muitas vezes, pode levar morte. No Brasil, ano de 2009, a doenas atingiu um nmero de pessoas superior a 20 mil. Essa doena uma realidade e todo o ano atinge essa cifra de mil. Com base no que foi explicado sobre a Leishmaniose Tegumentar Americana, marque V (verdadeiro) ou F de (falso).

    rea endmica considerado quando

    comumente ocorre a presena de um

    agente infeccioso ou de uma doena em uma

    determinada rea.

    Caso importadoQuando um agente

    ou doena foi trazida de um lugar para o

    outro onde no existia anteriormente.

    Estudo entomolgico Estudos dos insetos

    e todas as coisas referentes a estes.

    Informao quantitativa

    Dentro dos estudos epidemiolgicos,

    resume-se no por qu isso est acontecendo.

    , na verdade, uma tentativa de explicar

    um fato.

    Informao qualitativa

    Dentro dos estudos epidemiolgicos,

    resume-se no Como isso acontece.

    uma tentativa de compreender algo referente ao fato

    acontecido.

    PeridomiciliarO que est em volta do domiclio (casa,

    residncia)

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    ( ) considerada uma doena infectocontagiosa e que transmitida pelo contato direto pessoa a pessoa.( ) uma zoonose e pode ser transmitida por qualquer tipo de mosquito.( ) uma doena que possui vrias denominaes, entre as quais temos nariz de tapir, boto do oriente e lcera de Bauru.( ) uma doena no contagiosa, por isso pode ser transmitida pelo con-tato direto.( ) Existem vrias espcies de leishmania que so capazes de acometer os animais e o homem. Porm, trs so consideradas como principais, que so a Leishmania amazonensis, Leishmania guyanensi e a Leishmania (Viannia) braziliensis.( ) Apenas os ces so os reservatrios responsveis pela mantena da doena na natureza.( ) O mosquito flebotomnio transmissor da Leishmaniose Visceral Ame-ricana e, para este, existem vrios nomes populares, entre os quais temos mosquito palha, tatuquira, birigui.( ) A doenas transmitida atravs da picada do mosquito flebotomnio macho e infectado.( ) Caso autctone da LVA quando a pessoa infectada em outra regio diferente daquela onde vive.( ) A nica medida de controle capaz de eliminar o a doena no ser huma-no atravs do uso da vacina antileishmania.

    B. rea endmica definida com sendo aquela em que sempre vai estar pre-sente uma determinada doena ou agente infeccioso. Sobre a Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA), dentre os animais listados abaixo, qual no considerado ou reconhecido como reservatrio e, por isso, no est envolvi-do no processo de transmisso da doena?a. Roedoresb. Felinosc. Cesd. Avese. Ratos

    C. Para a Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) existe tratamento e medidas de controle que so feitos pelo Ministrio da Sade (MS), atravs do SUS (Sistema nico de Sade) e so atividades gratuitas. Quanto ao trata-mento e s medidas de controle da LTA. Marque V (Verdadeiro) ou F (Falso).( ) Para a eliminao da LTA, necessrio eliminar os ces soropositivos e tratar precocemente as infeces humanas.( ) Devemos ratar precocemente as infeces humanas e, principalmente, ces soropositivos.( ) de grande importncia o uso de inseticidas contra mosquitos do g-nero flebotomnio, bem como, o tratamento de ces soropositivos.( ) Para o combate da enfermidade, deve-se adotar atividades de cons-cientizao da populao para tratamento dos ces soropositivos, bem como, o uso estratgico de inseticidas no ambiente, independente da presena ou no do mosquito transmissor;.( ) Para entendermos mais sobre a enfermidade extremamente impor-tante efetuar os estudos entomolgicos sobre o mosquito transmissor da doena para que se tenha um conhecimento sobre o comportamento do vetor no meio ambiente e a forma de transmisso para os seres humanos e animais.

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    AULA 1

    Alfabetizao Digital

    33

    Aula 3 - Leishmaniose Visceral (LV)

    Objetivos

    Nessa aula sobre a LV, iremos abordar temas semelhantes ao tema anteriormente citado. Porm, alguns aspectos se diferenciam em relao doena LTA. Com isso, para entendermos sobre esta doena, iremos abordar os seguintes aspectos:

    Introduo sobre a enfermidade e uma distribuio mundial da LV; Algumas das principais apresentaes da doena no animal e

    no ser humano; Agente etiolgico da doena e quem so os transmissores dessa

    enfermidade; Quais das espcies animais podem, naturalmente, ter a doena; Como acontece a transmisso da doena nos animais e no ser

    humano; Como feito o diagnstico da doena; Para esta doena, tem um tratamento? Como a doena vem se comportando nas mais diversas reas

    desse nosso pas; A doena mata? Como est sendo efetuada a vigilncia para esta doena no ter-

    ritrio brasileiro; Como feito o controle da LV; E, no final, faremos uma atividade para melhor compreenso

    do assunto.

    3.1 Introduo

    A Lleishmania Vvisceral, h alguns anos, era considerada uma do-ena tipicamente de zonas rurais. Atualmente, vm sendo observados casos nas reas urbanizadas. Esta doena possui aspectos crnicos, acomete o or-ganismo de forma sistmica e caracterizada por apresentar febre de longa durao, perda de peso, fraqueza no corpo, a pessoa no consegue ter os movimentos ou reaes normais e anemia. Se no for devidamente tratada, pode causar a morte em cerca de 90% daquelas pessoas que so acometidas pelo agente.

    considerada uma doena que possui uma grande chance de causar a morte da pessoa afetada, principalmente naquelas que no receberam o devido tratamento. A LV tem uma ampla distribuio pelo mundo, sendo re-gistrados casos na sia, Europa, Oriente Mdio, frica e nas Amricas (figura 18).

  • e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Vigilncia em Sade34

    Figura 18: Locais no mundo onde so registradas a Leishmaniose Visceral.Fonte: http://www.who.int/leishmaniasis/leishmaniasis_maps/en/index.html - Data de acesso 25/03/2011.

    Por que to importante o descobrimento da doena? Porque na maior parte dos casos no so observados os sintomas. Ou seja, possuem o que chamamos de forma inaparente ou assintomtica da doena e, por decorrncia desse fato, foram feitas observaes importantes e que so di-vididas em perodos, conforme se segue: O perodo inicial (figura 19) quan-do a pessoa infectada apresenta-se com uma febre durante um perodo de 04 semanas ou menos, pele e mucosas apresentam-se plidas, aumento do tamanho do fgado e bao (espleniomegalia e hepatomegalia) e, ao fazer os testes laboratoriais para a presena da doena, so observados que os ttulos de anticorpos para a leishmaniose podem estar altos ou no apresentarem ttulos algum. O Perodo de Estado (figura 20) quando a pessoa infectada apresenta febre irregular, emagrecimento progressivo, peles e mucosas p-lidas, aumento do tamanho do fgado e do bao e os ttulos de anticorpos esto elevados ao se fazer testes laboratoriais. No Perodo Final (figura 21) a pessoa enferma apresenta febre continuamente, aspectos de desnutrio, membros inferiores inchados, sangramento pelo nariz (epistaxe), gengiva (gengivorragia), pontos vermelhos pelo corpo indicando hemorragias dos pequenos vasos (petquias), pele e mucosa amareladas (ictercia), barriga dgua (ascite) e os ttulos de anticorpos elevados so observados.

    No estado avanado da doena, a pessoa enferma tem mais chances de morrer.

    A LV possui vrias denominaes, podendo ser chamada de calazar, febre dundu, espleniomegalia tropical e doena de cachorro (figura 22).

    Figura 19: Paciente com Leishmaniose Visceral (LV) na fase inicial ou aguda, onde a rea desenhada neste paciente representa o fgado (lado direito do paciente) e bao (lado esquerdo do paciente) apresentando aumento de tamanho.Fonte: Manual de vigilncia e controle da leishmaniose visceral / Ministrio da Sade, Secretaria de Vigilncia em Sade, Departamento de Vigilncia Epidemiolgica. Brasil. Editora do Ministrio da Sade. Braslia. 2006. 120 p.

    Doena crnica considerada uma

    doena que possui uma durao mnima de 03

    meses.

    AnemiaDiminuio da

    quantidade hemoglobina. A

    hemoglobina tem a funo de conduzir

    oxignio para os tecidos e est presente nas

    hemcias que so conhecidas como

    clulas vermelhas do sangue.

  • e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesDoenas Vetoriais, Virticas e Reconhecimento Geogrfico 35

    Figura 20 - Pacientes com Leishmaniose Visceral (LV) no perodo de estado onde apresentam fgado (lado direito do paciente) e bao (lado esquerdo do paciente) com aumento de tamanho.Fonte: Manual de vigilncia e controle da leishmaniose visceral / Ministrio da Sade, Secretaria de Vigilncia em Sade, Departamento de Vigilncia Epidemiolgica. Brasil. Editora do Ministrio da Sade. Braslia. 2006. 120 p.

    Figura 21 - Pacientes com Leishmaniose Visceral (LV) no perodo final na doena apresentando um grande aumento de tamanho na regio barriga por consequncia do fgado e do bao estarem extremamente aumentados de tamanho.Fonte: Manual de vigilncia e controle da leishmaniose visceral / Ministrio da Sade, Secretaria de Vigilncia em Sade, Departamento de Vigilncia Epidemiolgica. Brasil. Editora do Ministrio da Sade. Braslia. 2006. 120 p.

    Figura 22 Sinais clnicos de leishmaniose visceral em co, onde so observados um crescimento exagerado das unhas e um estado emagrecimento (LV).Fonte: Manual de vigilncia e controle da leishmaniose visceral / Ministrio da Sade, Secretaria de Vigilncia em Sade, Departamento de Vigilncia Epidemiolgica. Brasil. Editora do Ministrio da Sade. Braslia. 2006. 120 p.

    3.1.1 Agente Etiolgico e vetor

    um protozorio do gnero Leishmania, espcie Leishmania cha-gasi, principal agente da doena. O agente causador da doena vai estar presente no tubo digestivo do inseto transmissor (flebotomnio) (figura 23), uma vez contaminado.

    Para a transmisso da leishmaniose, temos os insetos denominados flebotomneos e, no Brasil, so duas as espcies que esto envolvidas na transmisso da doena, que so Lutzomyia longipalpis e Lutzomyia cruzi.

  • e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Vigilncia em Sade36

    Em especial, a espcie de L. longipalpis, infelizmente, conseguiu se adaptar facilmente aos ambientes peridomiciliares e tambm pode ser encontradas dentro das residncias. E, com isso, grave a presena desse inseto portando a doena ou mesmo algum animal infectado e que esteja presente juntamente com o inseto transmissor.

    Figura 23 - Inseto flebotomnio transmissor da Leishmaniose Visceral.Fonte: Manual de vigilncia e controle da leishmaniose visceral / Ministrio da Sade, Secretaria de Vigilncia em Sade, Departamento de Vigilncia Epidemiolgica. Brasil. Editora do Ministrio da Sade. Braslia. 2006. 120 p.

    3.1.2 Hospedeiro e Reservatrios

    Na rea urbana, o co a principal fonte de infeco, e nas reas silvestres podemos citar que as espcies de raposas (Cerdocyon thous e Du-sicyon vetulus) e marsupiais (Didelphis albiventris) (figura 24)

    Figura 24 Raposa (Dusicyon vetulus) e um marsupial (Didelphis albiventris)Fonte: Manual de vigilncia e controle da leishmaniose visceral / Ministrio da Sade, Secretaria de Vigilncia em Sade, Departamento de Vigilncia Epidemiolgica. Brasil. Editora do Ministrio da Sade. Braslia. 2006. 120 p.

    3.1.3 Modo de Transmisso

    A transmisso atravs de um vetor, o inseto flebotomnio fmea infectado, das espcies Lutzomyia longipalpis e L. cruzi. Lembrando que, para ocorrer a transmisso, o animal estar infectado e no apenas isso, o parasita (leishmania) dever estar presente na pele ou no sangue das zonas perifricas do corpo. O mosquito, ao picar o animal que contm o parasita, e ao absorver o sangue, suga tambm o parasita (figura 25).

  • e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesDoenas Vetoriais, Virticas e Reconhecimento Geogrfico 37

    No existe a transmisso direta de uma pessoa para outra ou de um animal para outro animal. Mas importante lembrar que existe sim o risco atravs da contaminao por transfuso de sangue ou atravs do uso com-partilhado de seringas e agulhas para o uso de substncias entorpecentes.

    Figura 25 - Modo de transmisso da doena do animal para o ser humano.Fonte: SVS/SUS/MS Disponvel em: . Acesso em:...

    3.1.4 Perodo de Incubao

    No existe um tempo certo, mas esse pode variar tanto para ser humano como tambm para os ces. De modo geral, no homem, de 10 dias a 24 meses com mdia entre 2 a 6 meses. No co, varia de 3 meses a vrios anos, com um tempo mdio que ser de 3 a 7 meses.

    Percebam que essa doena de considerada crnica e isso nos leva a dizer que pode levar de meses a anos para que ocorra o surgimento dos sinais clnicos.

    3.1.5 Quadro Clnico

    importante falar que, no ser humano, s uma pequena parcela que tem a doena, desenvolve ou apresentar os sinais clnicos e sintomas. Para aquelas pessoas que no apresentam os sintomas, ao se fazer os exames laboratoriais para a pesquisa de anticorpos contra o parasita, sero obser-vadas reaes de positividade ou reao positiva para o protozorio (leish-mania), devido ao organismo infectado produzir imunidade humoral por um perodo consideravelmente longo. Com isso, conclui-se que o parasita est no organismo h muito tempo desafiando o sistema de defesa.

    Pessoas com idade abaixo de 6 meses e acima de 65 anos so bem mais suscetveis ao agente. So pessoas que, ao terem a doena, possuem mais riscos de morrerem por consequncia da infeco.

    Vale lembrar que ao observar pessoas apresentando febre, aumen-to do tamanho do fgado, aumento do tamanho do bao, rpido emagreci-mento, fraqueza, baixa capacidade de reflexos motores, inchaos, diarrias,

  • e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Vigilncia em Sade38

    sangramentos pelas aberturas naturais, vmitos, entre outros, isso pode ser indcio de que o organismo est com algum problema e, certamente, so indcios de que a mquina humana precisa de cuidados mdicos. Ento, extremamente importante levar esta pessoa a um posto mdico para que seja examinada por um profissional competente.

    No co, os sintomas iro depender do sistema de defesa do animal, mas, geralmente, a doena apresenta-se de forma sistmica e crnica.

    No momento em que so observados os sintomas, o desenvolvimen-to rpido e fatal, causando a morte desse animal semanas aps.

    Em alguns animais, a doena pode permanecer latente, quer dizer no aparente ou oculta, chegando, inclusive, cura espontnea que o pior.

    Os ndices da forma assintomtica da leishmania visceral podem estar entre 40 a 60% de uma populao que seja reagente aos testes de diagnstico. Por isso, dizemos que a melhor forma de saber se doena est presente atravs do diagnstico laboratorial.

    3.1.6 Diagnstico

    Para a pesquisa do parasita, feita uma coleta do bao e linfon-dulos atravs do mtodo chamado de puno aspirativa, aspirado de medula ssea, coleta de uma pequena amostra de fgado. Este o mtodo que me-lhor oferece mais segurana o aspirado de medula ssea e, aps a coleta, feita a pesquisa do parasita.

    O material aspirado dever ser examinado usando os processos de coloraes de rotina, chamados coloraes de Giemsa ou Wright, Leishman, Panptico.

    Existem os mtodos de cultura em laboratrio, usando meios de cultura especficos para o desenvolvimento do parasita em um ambiente artificial. Porm, so mais caros e demorados.

    O mtodo de isolamento, usando animais de laboratrios, tambm uma forma de isolamento empregado para a pesquisa direta do agente, porm, demorado e no tem importncia prtica, j que precisamos de uma resposta rpida.

    O mtodo de PCR (Reao de polimerase em cadeia) pode ser con-siderado como uma nova perspectiva para o diagnstico da doena, pois apresenta bons resultados para se detectar o parasita.

    No Brasil, o exame mais utilizado para o diagnstico RIFI Reao de Imunofluorescencia Indireta, que expresso atravs de diluies em srie do soro coletado. Existe tambm o teste de ELISA Ensaio Imuno Enzimtico.

    3.1.7 Tratamento

    Em nosso pas, a formulao disponvel o antimoniato N-metil glucamina, que distribuda pelo Ministrio da Sade. Devem ser observados alguns cuidados importantes antes de se iniciar o tratamento dos pacientes e o tratamento pode e deve ser feito em nvel ambulatorial, sendo, assim, mais seguro o monitoramento do enfermo.

  • e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesDoenas Vetoriais, Virticas e Reconhecimento Geogrfico 39

    Temos as drogas utilizadas para um tratamento alternativo, que so o desoxicolato sdico de anfotericina B e as formulaes lipossomais (anfotericina-B-lipossomal e anfotericina-B-disperso coloidal), pentamidinas (sulfato e mesilato) e os medicamentos que modulam a resposta imunolgi-ca do paciente (Interferon gama e GM-CSF). As duas ltimas drogas citadas ainda esto em fase de investigao e todas devem ser administradas em hospitais de referncia.

    No co, no recomendado o seu tratamento, pois essa tentativa possui uma baixa capacidade de resposta para a eliminao do agente no organismo animal, e com uma ressalva importante, que, ao tratar o animal, pode-se estar causando uma seleo dos parasitas que, dessa forma, se tor-naro mais resistentes s drogas utilizadas.

    3.1.8 Caractersticas Epidemiolgicas

    Para essa doena, a regio Nordeste considerada a que tem o maior nmero de casos registrados com 9.227 entre os anos de 2005 a 2009. Em seguida, temos a regio Norte, registrando 3.715 casos nesse mesmo pe-rodo. Em seguida, temos as regies Sudeste, Centro-Oeste e Sul com 3.403, 1.466 e 17, respectivamente (Tabela 02).

    Em nosso pas, considerada uma doena endmica, ou seja, a do-ena ocorre em apenas um determinado local ou regio, no se espalhando para outras comunidades (Figura 26). Logicamente que, para a transmisso do agente, o vetor precisa estar presente. Contudo, registram-se surtos fre-quentes da doena. O que queremos dizer com isso? Isso ocorre quando h um aumento dos nmeros de casos da doena acima do normal em uma determinada regio.

    O que tem temos de informao em nosso pas quando se fala de LV? Dados obtidos do Ministrio da Sade (MS) indicam que existe uma distri-buio dessa doena em 21 Unidades Federativas (UF), com uma mdia anual de 3.500 casos por ano e incidncia de 1.9 casos para cada 100.000 habitan-tes (tabela 03), totalizando 18.397 casos, com 1.144 bitos por consequncia da LV(tabela 02 e 04).

    Na figura 28, observamos que existem reas onde ainda no foram relatados casos da doena e reas onde a transmisso espordica, mode-rada a intensa. Agora, a doena est presente principalmente em regies povoadas, que a faixa mais no centro que nas extremidades.

    Regies 2005 2006 2007 2008 2009 Total

    Norte 660 684 847 815 709 3.715

    Nordeste 2.011 1.982 1.741 1.739 1.754 9.227

    Sudeste 656 704 679 723 641 3.403

    Sul 3 3 3 0 8 17

    Centro-Oeste 261 277 331 322 275 1.466

    UF Ignorada 6 1 3 253 306 569

    Brasil 3.597 3.651 3.604 3.852 3.693 18.397Tabela 2 - Dados sobre os casos confirmados da Leishmaniose Visceral (LV) com informaes divididas por grandes regies no Brasil.Fonte: SINAN/SUS/MS Atualizado 09/07/2010 - dados sujeito alterao.

  • e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Vigilncia em Sade40

    Regies 2005 2006 2007 2008 2009

    Norte 4.5 4.5 5.5 5.4 4.6

    Nordeste 3.9 3.8 3.3 3.3 3.3

    Sudeste 0.8 0.9 0.8 0.9 0.8

    Sul 0 0 0 0 0

    Centro-Oeste 2.0 2.1 2.4 2.4 2.0

    Brasil 2.0 2.0 1.9 2.0 1.9

    Tabela 3 - Incidncia da Leishmaniose Visceral no Brasil.Fonte: Sinan/SVS/MS Atualizado em 09/07/2010 Disponvel em . Acesso em:20/10/2011...

    Regies 2005 2006 2007 2008 2009 Total

    Norte 37 34 26 41 17 155

    Nordeste 138 144 83 94 86 545

    Sudeste 69 52 45 41 75 282

    Sul 2 1 0 0 0 3

    Centro-Oeste 33 30 16 33 20 132

    UF Ignorada 1 1 0 7 18 27

    Brasil 280 262 170 216 216 1.144

    Tabela 4 - Nmeros de bitos por consequncia da Leishmaniose Visceral no Brasil.Fonte: Sinan/SVS/MS Atualizado em 09/07/2010.

    Figura 26 Dados entre o perodo de 2007 a 2009 onde so mostradas as reas onde existe a transmisso de Leishmaniose Visceral (LV).Fonte: SVS/MS Disponvel em: .Acesso em 22/10/2011:....

    LetalidadeQuando a pessoa que

    adquiriu a doena morre por consequncia

    disso. o poder da doena em causar a morte da pessoa

    acometida.

    bitoFalecimento, morte.

    EspordicaQuando acontece de vez

    em quando.

  • e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesDoenas Vetoriais, Virticas e Reconhecimento Geogrfico 41

    3.2.9 Vigilncia Epidemiolgica

    A principal funo da ao da vigilncia, e talvez a mais importan-te, de tentar reduzir a taxa de letalidade e morbidade atravs da rapidez do diagnstico e tratamento das pessoas acometidas.

    , tambm, importante no s o tratamento, mas, tambm, promo-ver a diminuio dos riscos de transmisso.

    Observem que, alm do fato de a pessoa estar com a doena, se no ambiente onde mora estiver a presena do vetor, ento h uma possibilidade de existncia de fonte de infeco, onde o mosquito pode picar e transmitir para outras pessoas, a doena. Por isso, muito importante fazer os estudos epidemiolgicos da rea e atravs dos dados obtidos adotar as devidas me-didas de controle imediato.

    Outro fato que podemos citar como relevante que a LV uma Do-ena de Notificao Compulsria (DNC) e se faz necessria a investigao epidemiolgica sobre o mosquito transmissor e sobre a presena do parasita (leishmania) no homem e animais.

    Uma ateno especial para o que vai ser dito agora! Nessa situao, onde est presente a doena, na qual ela esteja afetando pessoas, muito importante relacionar a ideia anteriormente citada sobre o Homem Meio Ambiente Vetor e Agente Etiolgico. Pois, a ligao desses elementos, an-teriormente citados, torna-se mais fcil ao dizer que o efeito, as consequ-ncias dessa mistura para a continuidade da doena em uma determinada regio afetada. A exemplo disto, temos a Regio Norte e Nordeste e Centro--Oeste, local onde concentra-se o maios nmero de casos de leishmaniose.

    Nesta rea onde um indivduo apresenta febre alta e aumento do tamanho do fgado, Isso ser considerado como um caso suspeito e deve ser encaminhado para se fazer os testes para pesquisa do agente bem como promover os devidos cuidados a esse paciente.

    A confirmao feita atravs de exame parasitolgico positivo ou atravs de um teste chamado Imunofluorescncia reativa, tanto para o homem como para o animal.

    Para o ser humano, deve-se efetuar o tratamento, e para o animal que estiver positivo, deve-se sacrific-lo, evitando que o mesmo seja um reservatrio, causando mais risco s pessoas.

    3.1.10 Medidas de controle

    Como o prprio nome diz, a funo de tentar evitar o contato com o vetor, quebrar o elo de comunicao com indivduos que podem contrair o agente causador da doena (homem e animal).

    Para o controle dessa enfermidade, devem-se adotar as devidas protees individuais, como, por exemplo, o uso de repelentes, mosquitei-ros, limpeza diria do ambiente (figura 27), tanto fora quanto dentro da residncia onde se mora.

    Doena de Notificao Compulsria (DNC)Quando uma doena obrigada a ser notificada (avisada) e que todos tenham o conhecimento sobre essa doena no local onde aconteceu. Fim do glossrio

    Imunofluorescncia reativaTcnica usada para fazer o diagnstico da leishmaniose em animais e humanos. Quando a pessoa ou o animal est com a doena, o teste reage, indicando isso atravs de um brilho fluorescente.

  • e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Vigilncia em Sade42

    Figura 27: Ao de limpeza para retirada de lixo no meio ambiente.Fonte: Disponvel em: Publicado em: 26/09/2010 e extrado 02/04/2011. Acesso em: 22/10/2011...

    Deve-se evitar ficar exposto ao meio ambiente em horrios mais provveis onde o vetor apresenta-se ativo, que so no incio do dia e da noite (crepsculo) e noite (ver foto).

    Para os ces errantes (figura 28), que no tm dono ou domiclio fixo, independentemente do pensamento humanitrio de cuidar ou oferecer alimento, deve-se pensar em voc, na comunidade, nas pessoas e familiares que vivem nesse ambiente, pois, os ces errantes so considerados animais que tm grandes chances de ter o parasita nos ambientes endmicos.

    Figura 28 - Ces errantes atrados por uma fmea que estava no ciclo (cio).Fonte: WSPA Disponvel em: . Acesso em: abr. .02/04/2011.

    O co reconhecidamente considerado como o reservatrio prin-cipal da doena, e, por ser errante, est presente em qualquer lugar, tem maior chance de se infectar com a doena e de ser capaz de transmiti-la para todos ns atravs do vetor , ao longo desses anos conseguiu se adaptar aos ambientes domiciliares e peridomiciliares.

    uma doena para a qual ainda no existe vacina para o ser hu-mano, mas existe o tratamento, apenas para o homem, que deve ser feito com acompanhamento dos servios mdicos, e mais, totalmente gratuito e oferecido pelo Ministrio da Sade (MS).

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    Atividades de aprendizagem

    1. A Leishmaniose Visceral (LV) uma importante doena vetorial que, no passado, acometia principalmente pessoas viventes em reas rurais. Hoje, esse quadro epidemiolgico est diferente, pois a LV tambm est presente em zonas urbanizadas e at o ano de 2010 foram registrados 3.852 casos, com incidncia de 1.9 pessoas para cada 100.000 habitantes. uma Doen-a de Notificao Compulsria (DNC) e que, se no tratada, pode causar a morte em 90% das pessoas acometidas. Diante do que foi exposto, marque V (verdadeiro) ou F (falso) para as afirmaes abaixo:

    ( ) uma doena que em muitos casos podem apresentar a forma inapa-rente.( ) No perodo inicial, a pessoa infectada pode ou no apresentar ttulos de anticorpos para a doena.( ) A doena tem vrias sinonmias e pode ser conhecida tambm como calazar, febre dundu, espleniomegalia tropical ou doena do cachorro.( ) causada por vrus do gnero Leishmania, espcie Leishmania chagasi.( ) Nas reas silvestres, os principais reservatrios da doena so a raposa e os marsupiais, e nas reas urbanas temos os ces, considerados como a principal fonte de infeco.( ) Para esta doena existe a possibilidade de transmisso direta pessoa--pessoa ou animal-animal. ( ) No pas, existe rea sem casos da doena, reas com transmisso es-pordica, rea de transmisso moderada e rea de intensa transmisso. ( ) O que dito sobre vigilncia epidemiolgica para a LV que devem ser feitos com rapidez o diagnstico e o tratamento das pessoas acometidas. Paralelamente, so importantes os estudos entomolgicos sempre com pri-mordial inteno de se diminuir os riscos de transmisso na populao. ( ) Para a LV, o tratamento gratuito e deve ser feito o mais rpido pos-svel para a pessoa acometida e, para o animal, deve-se efetuar o sacrifcio.( ) uma doena para a qual ainda no tem uma vacina capaz de prote-ger o ser humano, mas, felizmente, tem tratamento. Aliado ao tratamento, devem-se adotar as medidas individuais de controle (repelentes, mosquitei-ros, limpeza do ambiente).

    2. No que diz respeito s areas endmicas para a LV, existe um importante reservatrio urbano e este fundamental para a manuteno desta doena. De qual reservatrio estamos falando?

    a. Homemb. Mosquito Flebtomoc. Cod. Quirpterose. NDR

  • e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Vigilncia em Sade44

    3. Os agentes que desenvolvem as Zoonoses podem ser representados por microorganismos diversos. Entre estes, temos as bactrias, fungos, vrus, rickettsias e muitas outras. Com relao s Zoonoses, em especial doenas metaxnicas, assinale a alternativa incorreta:

    a) A agente etiolgica leishmaniose visceral a Leishmania chagasi.b) Leishmaniose Visceral causada por bactria.c) O mosquito flebotomnio o mosquito transmissor da leishmania.d) O principal reservatrio da doena o co.e) Nenhuma das alternativas anteriores

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    AULA 1

    Alfabetizao Digital

    45

    Aula 4 - Doena de Chagas

    Objetivos

    A doena de chagas uma conhecida nossa, principalmente, por aqueles que viveram em ambiente de pouco infraestrutura, as chamadas casas de pau-a-pique, muito comuns na regio do Nordeste. Hoje, o cen-rio frente a essa doena est diferente. A transmisso da Doena de Chagas adquiriu uma forma e sobre ela que iremos falar um pouco. Mas tambm necessrio sabermos sobre:

    A doena, contando uma breve histria sobre ela e sobre o seu descobridor, considerado, na poca, por consequncia dos es-tudos cientficos;

    O agente etiolgico causador da doena, hospedeiros e reser-vatrios;

    A transmisso, o que mudou em relao ao que ocorria antiga-mente e os sintomas observados, principalmente nas formas agudas da doena;

    O perodo de incubao, que considerado quando o organis-mo infectado pelo agente e vo at o momento que so apre-sentados os sintomas da doena;

    Os sinais clnicos observados, tanto na fase mais rpida da do-ena como tambm na fase mais demorada de apresentao dos sintomas e quais as formas de diagnstico da Doena de Chagas;

    Existe tratamento? E vacina? Existe alguma vacina capaz de proteger a pessoa?

    O que temos de mais atual sobre essa doena em nosso pas e no mundo em que vivemos;

    Quantas mortes j aconteceram nesses ltimos 05 anos; O que a vigilncia epidemiolgica vem fazendo para combater

    os casos de Chagas em nosso meio e quais as medidas de con-trole adotadas;

    E, finalmente, as atividades de fixao sobre a doena.

    4.1 Introduo

    A Doena de Chagas causada por um parasita, um protozorio fla-gelado denominado de Trypanossoma cruzi (figura 29). A doena pode apre-sentar duas fases clnicas, uma denominada de aguda e a crnica, e pode se manifestar de vrias formas. considerada como uma doena que possue uma ampla distribuio no continente americano, desde o sul dos Estados Unidos at a Argentina (figura 30). No Brasil, tem sido observada a presena da doena principalmente na regio da Amaznia legal. Atualmente, tem-se

  • e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes Vigilncia em Sade46

    o conhecimento de que existe um nmero superior a cem espciesde inseto barbeiro (triatomnio) responsveis por transmitir naturalmente o Tripanos-soma cruzi nos animais e nos humanos e estima-se uma populao de pode estar entre 16 a 18 milhes de indivduos infectados e que mais de 80 mi-lhes estejam em risco de serem contaminados na Amrica Latina.

    Figura 29 - Foto do tripanossoma cruzi.Fonte: J.R.Coura, Oswaldo Cruz Institute Fiocruz Disponvel em: . Acesso em: 25/09/2011 ....

    Figura 30 - Nmeros e distribuio da Doena de Chagas nas Amricas.Fonte: WHO, 2010 Disponvel em: . Acesso em:25/set/2011 ...

    A Doena de Chagas foi denominada em homenagem ao seu des-cobridor, o mdico brasileiro Carlos Justiniano Ribeiro das Chagas (figura 31). Esse grandioso mdico, atravs de suas pesquisas, conseguiu identificar e descrever o agente etiolgico, hoje conhecido como Tripanosoma Cruzi, o agente que transmissor da doena (inseto barbeiro ou triatomneo) e o modo como era transmitida esta doena.

    Na poca, este pesquisador era responsvel pelos estudos da ma-lria que acometia trabalhadores de construo de uma ferrovia na regio norte de Minas Gerais. Este trabalho foi considerado o nico desse tipo na histria da medicina, pois foi ele prprio, o mdico Carlos Chagas, que des-creveu todo o ciclo da doena.

  • e-Tec Brasil/CEMF/UnimontesDoenas Vetoriais, Virticas e Reconhecimento Geogrfico 47

    Aps estas descobertas, seu nome passou a ser reconhecido tanto no Brasil como no exterior e diversas homenagem foram dedicadas a este grande pesquisador.

    Figura 31 Carlos Justiniano Ribeiro das Chagas descobridor da doena.Fonte: Oswaldo Cruz House Fiocruz. Disponvel em: . Acesso em: 02 abr. 2011.

    4.1.1 Agente Etiolgico

    causado por um protozorio com flagelo chamado de Tripanoso-ma Cruzi e pertence famlia Tripanosomatidae. O parasita pode ser en-contrado no sangue perifrico do homem e dos animais, principalmente nas fibras dos msculos cardacos. No inseto, o parasita, o triatomneo, pode ser encontrado no trato digestivo do inseto triatomnio (barbeito).

    4.1.2 Hospedeiro e Reservatrios

    O vetor transmissor, como foi dito anteriormente, o triatomneo, que se alimenta de sangue. Esses insetos podem viver em ambientes silves-tres, ao redor de domiclios e at mesmo dentro das casas. De todos os inse-tos triatomneo que foram encontrados apresentado o parasita Tripanosoma cruzi, o Triatoma infestans (figura 32) considerado como o mais importante na transmisso dessa doena. Felizmente, esse inseto foi eliminado de nosso ambiente.

    Existe, porm, outros insetos que so capazes de transmitir a doena, como os Panstrongylus megistus (figura 33) e o Triatoma sordida (figura 34).

    O homem, bem como diversos mamferos selvagens ou criados por ns, pode ter naturalmente o parasita Tripanosoma Cruzi dentro do si. E en-tre os mamferos domsticos, quais so os mais importantes na transmisso da doena? Bem, existem aqueles que esto em maior quantidade e com os quais temos maior contato, que so os animais domesticados (gatos, ces e porcos), e os animais de vida silvestre, que so os tatus, gambs, macacos,

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    morcegos e bicho preguia. Alguns estudos mostraram que o parasita pode estar presente nas aves, rpteis e anfbios.

    Somando todos os animais domsticos e silvestres, podemos en-contrar um nmero de 150 espcies de mamferos que so capazes de ter naturalmente o parasita presente em seu organismo.

    Figura 32 - Triatoma infestans.Fonte: Brasil. 2009. .

    Figura 33 - Panstrongylus megistus.Fonte: Brasil. 2009.

    Figura 34 - Triatoma sordida.Fonte: Brasil. 2009.

    4.1.3 Modo de Transmisso

    Existem vrias formas de transmisso da Doena de Chagas, entre as quais temos a transmisso pelo inseto vetor Triatoma, em que as fezes

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    do inseto que contm o parasita Tripanosoma Cruzi so acidentalmente in-troduzidas dentro do organismo atravs da pele que est com algum tipo de leso (figura 35).

    As fezes produzidas pelo parasita durante a picada podem ser conduzi-das para a boca ou olhos. Por que isso acontece? Porque a picada vai gerar uma coceira no local e, com isso, a pessoa reage coando o lugar e isso provoca o contato com as fezes que esto prximas da regio picada. (Figura 35).

    Bem, estando as fezes contaminadas com o parasita ou com o agente causador da Doena de Chagas, o parasita inoculado no organismo de forma acidental e da mesma forma pode ser conduzido para a boca e olhos.

    Ento, podemos pensar que essa a nica forma de transmisso oral? No. uma das formas de transmisso. Esse modelo de transmisso por via oral pode, tambm, acontecer atravs da ingesto de alimentos contaminados com o Tripanosoma cruzi. E essa forma de transmisso vem gerando uma grande preocupao na rea de vigilncia sanitria, pois, , atualmente, considerada a principal forma de transmisso (figura 36).

    Ok! Falamos das fezes, e falamos, tambm, da forma de transmisso oral atravs dos alimentos; falamos da transmisso oral (boca) e pela conjuntiva (olhos). Existe mais alguma outra forma de transmisso? Existe. Ento, atentem para essa estria: Eu nunca doei sangue, mas, um dia, resolvi ter a coragem de faz-lo. Para o meu sangue ser liberado para ser utilizado, feita uma srie de testes que garantam que esse produto, o meu sangue, esteja 100% livre desse parasita bem como de outros (vrus e bactrias). Mas to arriscado assim termos esse parasita? Hoje, no tanto, mas na dcada de 80, a transmisso por transfuso tinha um percentual alto em relao aos dias de hoje. Os dados nos diziam que existiam 7,03 % positivas para aquelas pessoas doadoras de sangue voluntrias. Hoje, felizmente, esses riscos diminuram para 0,7% na rede priva-da e 0,6% na rede pblica graas aos grandes avanos que tivemos na rea da sade atravs de controles rigorosos feitos pelos profissionais da rea da sade e vigilncia sanitria.

    E na transmisso vertical? Espere um pouco! O que transmisso ver-tical? que quando mes infectadas passam a doena para o filho durante o perodo de gestao ou parto.

    Nossa! So tantas as formas de transmisso! Ainda existem mais? Sim. Ainda existe a transmisso por contaminao em ambientes de laboratoriais. Por qu? Ora! Voc, trabalhando em um laboratrio, manipula sangue, tecidos, ou o prprio parasita, enfim, tudo isso citado anteriormente um material biolgico e, sendo assim, ns, tcnicos, formados, graduados ou pesquisadores, todos, es-tamos sujeitos porque, ao manipulamos materiais que podem ter o agente cau-sador da doena (fezes do inseto, sangue dos homens e animais), logicamente, c