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1 LICENCIATURA EM RADIOLOGIA DOSSIER DE ESTÁGIO 2012/2013 MÓDULO de Mamografia Hospital : H. Santa Maria Monitora: Técnica Teresa Gama Aluna: Carolina Rodrigues nº20070005 Aluno: Silvino Simões nº21100126 LISBOA 2012/2013

Dossier Mama Carolina e Silvino

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Page 1: Dossier Mama Carolina e Silvino

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LICENCIATURA EM RADIOLOGIA

DOSSIER DE ESTÁGIO 2012/2013

MÓDULO de Mamografia

Hospital : H. Santa Maria

Monitora: Técnica Teresa Gama

Aluna: Carolina Rodrigues nº20070005

Aluno: Silvino Simões nº21100126

LISBOA 2012/2013

Page 2: Dossier Mama Carolina e Silvino

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Direcção do curso – Profª. Ana Luísa Vieira

Coordenação de estágio – Prof. Júlio Martins Pires

Hospital – Hospital Santa Maria

Monitora – Técnica Teresa Gama

Módulo de estágio – Mamografia

Data de Inicio – 24/09/2012

Data Final –17 /09/2012

Aluna – Carolina Rodrigues nº20070005

Caso Clínico – Hamartoma com Calcificação Ductal

Aluno – Silvino Simões nº21100126

Caso Clínico – Biópsia Histológica guiada por Estereotaxia

Page 3: Dossier Mama Carolina e Silvino

3

AGRADECIMENTOS

Queremos, desde já, prestar o nosso agradecimento á Monitora Técnica Teresa Gama, pela

sua disponibilidade e simpatia, foi sempre muito acessível mostrando interesse em nos

ensinar, esclarecer todas as nossas dúvidas e curiosidades.

Agradecemos também a todos os funcionários do Serviço de Imagiologia do HSM(1)

que de

alguma forma nos acompanharam neste estágio.

Não poderíamos deixar de agradecer á Directora do Curso de Radiologia Profª.(2)

Ana Luísa

Vieira, ao Coordenador de Estágios de Radiologia Prof.(3)

Júlio Pires e á Orientadora de

Estágio Profª.(2)

Carla Sá, por todo o apoio que nos deram e por tornarem este Estágio

possível.

Page 4: Dossier Mama Carolina e Silvino

4

RESUMO

Este dossier foi realizado no âmbito de Estágio de Mamografia que foi efetuado no Hospital

Santa Maria – Centro Hospital Lisboa Norte, E.P.E.(4)

, em Lisboa este teve início no dia 24 de

Setembro e terminou no dia 16 Outubro de 2012.

A principal finalidade deste dossier de estágio, é descrever a aplicação dos conhecimentos

teórico-prácticos, durante o estágio. Serve ainda para descrever o nosso contacto com o meio

hospitalar e a sua realidade, bem, como a realização de exames por parte dos discentes e a

selecção de dois casos clínicos relevantes na técnica de Mamografia.

Durante o nosso percurso nos fomos deparando com diversos casos, e pudemos concluir que o

técnico de radiologia desempenha um papel importante nesta valência, pois a realização deste

tipo de exame é delicada e dolorosa e envolve muita sensibilidade por parte das mulheres

dado o elevado número de neoplasias em todo o mundo. A neoplasia da mama é muito

frequente, e compreende uma região de muita estima para o sexo feminino. Com isto, deve-se

ter em conta o estado de ansiedade dos pacientes que vão fazer a mamografia, deve-se

transmitir tranquilidade e optimismo de forma que os pacientes confiem e cooperem para uma

boa realização do exame.

Este estágio foi importante na nossa formação académica, pois permitiu-nos contactar com

um serviço em que a boa disposição deve predominar, juntamente com o profissionalismo por

parte da nossa monitora, que nos transmitiu muita experiência/técnica.

Page 5: Dossier Mama Carolina e Silvino

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Índice AGRADECIMENTOS .......................................................................................................................... 3

RESUMO ................................................................................................................................................. 4

LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS ............................................................................................ 7

LISTA DE FIGURAS/ IMAGENS ............................................................................................................ 8

LISTA DE TABELAS/GRÁFICOS ........................................................................................................... 9

INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 10

CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO E DO SERVIÇO ................................................................... 11

Orgânica funcional do local de estágio ............................................................................................ 11

Caracterização do Serviço de Imagiologia ....................................................................................... 14

DESCRIÇÃO DO EQUIPAMENTO ..................................................................................................... 15

MAMOGRAFIA DIGITAL ..................................................................................................................... 16

A MAMOGRAFIA ................................................................................................................................. 16

HISTÓRIA DA MAMOGRAFIA ............................................................................................................ 17

PRINCIPIOS FISICOS DA MAMOGRAFIA......................................................................................... 19

ANATOMIA DA MAMA ........................................................................................................................ 20

Tipologias mamárias ......................................................................................................................... 22

Patologia da Glândula Mamária ...................................................................................................... 23

FUNÇÕES DO TÉCNICO RE RADIOLOGIA ...................................................................................... 24

Relação Técnico – Paciente .............................................................................................................. 25

METODOS E TÉCNICAS EM RADIOLOGIA ...................................................................................... 26

Método de localização....................................................................................................................... 26

Compressão ....................................................................................................................................... 26

Incidências utilizadas em Mamografia ............................................................................................. 27

Incidências realizadas no HSM ......................................................................................................... 28

Anatomia Radiológica das incidências standard .............................................................................. 30

Tradução Radiológica da Incidência Obliqua Externa ...................................................................... 31

Incidências Complementares realizadas durante o estágio .............................................................. 31

Intervenções observadas durante o estágio ...................................................................................... 33

PROTECÇÃO RADIOLÓGICA ............................................................................................................ 35

Cronograma de actividades .................................................................................................................. 36

CASO CLÍNICO .................................................................................................................................... 38

HAMARTOMA COM CALCIFICAÇÃO DUCTAL ........................................................................... 38

PREPARAÇÃO DO EXAME – MAMOGRAFIA ............................................................................... 38

Técnica .............................................................................................................................................. 40

Page 6: Dossier Mama Carolina e Silvino

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Imagens Obtidas da Mama................................................................................................................ 43

Correlação hipótese de diagnóstico .................................................................................................. 45

Caso Clínico .......................................................................................................................................... 46

Biópsia Histológica guiada por Estereotaxia ................................................................................... 46

Técnica e exame: ............................................................................................................................... 47

CONCLUSÃO ........................................................................................................................................ 52

BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................................... 53

ANEXOS ................................................................................................................................................ 54

Anexo 1 – Imagens do Equipamento de Mamografia ........................................................................... 54

Anexo 2 – Demonstração do Auto-exame da Mama ............................................................................. 55

Anexo3 – Classificação Birrads ............................................................................................................ 56

Anexo 4- Folha de presenças – Carolina Rodrigues ............................................................................. 57

Anexo 5 – Folha de Auto Avaliação – Carolina Rodrigues .................................................................. 58

Anexo 6 – Folha de presença – Silvino Simões ..................................................................................... 60

Anexo 7 – Folha de Autoavaliação – Silvino Simões ............................................................................ 61

Page 7: Dossier Mama Carolina e Silvino

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LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS

HSM

(1) – Hospital Santa Maria – pg.3; 10; 13; 35

Profª(2)

– Professora – pg.3; 9

Prof(3)

– Professor – pg.3

E.P.E(4)

- Entidade Publica Empresarial – pg.4; 10

TC(5)

– Tomografia Computorizada – pg.13

RM(6)

– Ressonância Magnética –pg. 13

CEA(7)

– Controlo de Exposição Automática – pg. 14

kV(8)

- Kilovoltes – pg. 14; 15; 18; 19

MAs(9)

– Miliamperes por segundo –pg 14

AP (10)

– Ântero-Posterior – pg. 19

QSE(11)

– Quadrante Superior Externo –pg.25

QSI (12)

– Quadrante Superior Interno – pg. 26

QIE(13)

– Quadrante Inferior Externo – pg. 27

QII(14)

– Quadrante Inferior Interno – pg.28

CC(15)

– Crânio-Caudal – pg. 27; 30; 40; 46

OML (16)

– Obliqua Médio- Lateral –pg. 27; 30; 47

Page 8: Dossier Mama Carolina e Silvino

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LISTA DE FIGURAS/ IMAGENS

Figura 1- Anatomia da Superfície

Figura 2- Representação Esquemática da Estrutura da Mama

Figura 3- Métodos de localização: Á direita Sistemas de Quadrantes e á esquerda Sistema de

Relógio.

Figura 4- Anatomia Radiológica Crânio – Caudal

Figura 5- Anatomia Radiológica Obliqua Externa

Imagem 1- Hospital Santa Maria

Imagem 2- Mamógrafo “SENOGRAPH DS”

Imagem 3- Primeiro Mamógrafo

Imagem 4- Mamógrafo de 2ª geração.

Imagem 5- Mamógrafo constituído por Ródio

Imagem 6- Posicionamento na Incidência Crânio-Caudal

Imagem 7- Posicionamento na Incidência Oblíqua médio-lateral

Imagem 8- Posicionamento na Incidência Perfil Estrito a 90º

Imagem 9- Acessório pare egectuar a incidência com compressão selectiva

Imagem 10- Acessório para efectuar Macroradiografia.

Imagem 11- Esterotix

Imagem 12- Incidência CC da mama direita

Imagem 13- Incidência de perfil estrito a 90º

Imagem 14- Imagem adquiridas das amostras

Page 9: Dossier Mama Carolina e Silvino

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Imagem 15- Incidência CC á mama direita

Imagem 16- Incidência CC á mama direita

Imagem 17 – Incidência OML á mama direita

Imagem 18 – Incidência OML á mama esquerda

Imagem 19 – Incidência Complementar

Imagem 20 –Mamografo GE Medical Systems “Senographe DS”

Imagem 21 – Estação de control

Imagem 22 – Consola dos RX

Imagem 23 – Demonstração do Auto-Exame da mama

LISTA DE TABELAS/GRÁFICOS

Tabela 1 –Descrição dos exames observados e realizados

Tabela 2 – Tabela Classificação Birrads

Gráfico 1 – Exames observados

Gráfico 2- Exames realizados por Carolina Rodrigues

Gráfico 3 – Exames realizados por Silvino Simões

Page 10: Dossier Mama Carolina e Silvino

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INTRODUÇÃO

O objectivo geral deste estágio no módulo de Mamografia é consolidar os conhecimentos

teórico-prácticos adquiridos ao longo dos anos de formação, com maior relevância nos

conteúdos instruídos no âmbito da disciplina de Imagem Médica IV lecionada pela Profª.(2)

Carla Sá. O estágio representa assim, uma parte integrante do curso prespectivando o futuro.

Outro objectivo deste estágio, reside na capacidade social de relacionamento com os pacientes

assim como funcionários e outros frequentadores dos serviços hospitalares.

Nesta valência de estágio foi nos dado a oportunidade de adquirir experiência e competências

com as várias actividades que nos propusemos relativamente ao posicionamento do doente,

comunicação interpessoal, gestão emocional da doença, ao correcto manuseamento do

aparelho, aos parâmetros de exposição e ao pós-processamento de imagem.

Neste dossier iremos abordar não só o método e técnica radiológica em Mamografia, mas

também, a história da Instituição caracterização do serviço, o conceito de Mamografia e o seu

percurso histórico.

Serão indicadas as diferenças da radiologia digital directa e realizaremos também uma breve

descrição e ilustração da anatomia mamária.

Não pudemos, também, deixar de referir a importância do técnico nas suas atitudes e

comportamentos para com o doente são de extrema importância para o acalmar e retirar-lhe o

receio e ansiedade.

Por último vamos apresentar dois casos clínicos por nos escolhidos, que será desenvolvido de

forma a esclarecedora e concisa, de forma a se compreender melhor algumas das técnicas

aplicadas na Mamografia.

Page 11: Dossier Mama Carolina e Silvino

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CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO E DO SERVIÇO

Orgânica funcional do local de estágio

O Hospital de Santa Maria localiza-se na

Cidade Universitária, em Lisboa; é um

importante estabelecimento universitário de

referência do Serviço Nacional de Saúde,

sendo parte integrante desde de Janeiro de

2007; em conjunto com o Hospital Pulido

Valente, do centro Hospitalar Lisboa Norte

EPE(4)

. O HSM(1)

tem como missão várias

funções integradas no que diz respeito á

prestação de cuidados, de formação pré, pós-graduada e continuada, bem como, de inovação e

investigação, assumindo-se assim como uma unidade essencial para o sistema de saúde

português.

Com esta missão, cumpre-se os objectivos de uma enorme unidade do sistema público;

contendo qualidade, segurança da igualdade e universalidade de acesso, assistência eficaz e

eficiente, assim como também a satisfação dos pacientes e dos profissionais.

Este Hospital presta diversos serviços, que se dividem nas seguintes especialidades:

Departamento de Medicina

Serviço de Dermatologia

Serviço de Doenças Infecciosas

Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo

Serviço de Gastrenterologia e Hepatologia

Serviço de Imuno-Alergologia

Serviço de Medicina I

Serviço de Medicina II

Serviço de Medicina III

Imag. 1 – Hospital Santa Maria

Page 12: Dossier Mama Carolina e Silvino

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Serviço de Nefrologia e Transplantação Renal

Serviço de Reumatologia

Departamento de Cirurgia

Serviço de Cirurgia I

Serviço de Cirurgia II

Serviço de Cirurgia Plástica

Serviço de Estomatologia

Serviço de Ortopedia

Serviço de Transplantação

Serviço de Urologia

Bloco Operatório Central

Central de Esterilização

Cirurgia do Ambulatório

Cirurgia Experimental

Departamento da Criança e da Família

Serviço de Cirurgia Pediátrica

Serviço de Genética

Serviço de Neonatologia

Serviço de Pediatria

Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Medicina da Reprodução

Serviço de Obstetrícia

Serviço de Ginecologia

Departamento de Neurociências

Serviço de Neurocirurgia

Serviço de Neurologia

Serviço de Oftalmologia

Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental

Page 13: Dossier Mama Carolina e Silvino

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Departamento de MCDT's

Serviço de Anatomia Patológica

Serviço de Imagiologia Geral I

Serviço de Imagiologia Geral II

Serviço de Imagiologia Neurológica

Serviço de Imuno-Hemoterapia

Serviço de Medicina Física e de Reabilitação

Serviço de Patologia Clínica

Departamento de Oncologia

Serviço de Hematologia e Transplantação de Medula

Serviço de Oncologia Médica

Serviço de Radioterapia

Departamento de ORL, Voz e Perturbações da Comunicação

Serviço de Otorrinolaringologia, Voz e Perturbações da Comunicação

Serviço de Otorrinolaringologia

Departamento do Tórax

Serviço de Cardiologia I

Serviço de Cardiologia II

Serviço de Cirurgia Cárdio-Torácica

Serviço de Cirurgia Torácica

Serviço de Pneumologia I

Serviço de Pneumologia II

Departamento de Urgência e Cuidados Intensivos

Serviço de Medicina Intensiva

Serviço de Urgência Central

Outros Serviços Clínicos

Serviço de Anestesia

Centro de Ambulatório

Page 14: Dossier Mama Carolina e Silvino

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Caracterização do Serviço de Imagiologia

O serviço se imagiologia do HSM(1)

, é constituído por:

Piso 1:

Sala de Radiologia Convencional de Urgência

Piso 2:

Recepção

Sala de espera

2 Salas de Radiologia convencional

1 Sala de Digestivos

3 Salas de TC(5)

2 Salas de RM(6)

2 Salas de Angiografia

3 Salas de Ecografia

1 Sala de Mamografia

Piso 3:

Gabinetes Médicos

Gabinetes de Formação e Investigação

Vestuários

Page 15: Dossier Mama Carolina e Silvino

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DESCRIÇÃO DO EQUIPAMENTO

Relativamente á sala de Mamografia, esta é constituída por um mamógrafo da GE Medical

Systems “SENOGRAPHE DS” este sistema elimina a necessidade das cassetes de filme e

usufrui de tecnologia digital, incluindo a exibição de imagens no ecrã, o trabalho em rede e o

arquivamento. As imagens brutas e processadas estão disponíveis no monitor AWS LCD em

apenas alguns segundos após a exposição.

O mamógrafo é constituído por um sistema de raios X que engloba uma ampola com um

ânodo rotativo de molibdénio, sistema de Controlo Automático de Exposição (CEA)(7)

, a

gantry, um eixo rotativo, o potter, a consola de controlo, um gerador, acessórios e ecrã

protector.

A gantry roda em torno de um eixo,

fazendo movimentos verticais, para

cima e para baixo dependendo do

posicionamento. O sistema de

compressão é feito a partir de uns

pedais. O nível de compressão está

indicado num visor como também o

angulo.

O equipamento dispõe de um potter 24x30 que é composto por uma grelha anti-difusora que

contribui para a redução da radiação difusa.

Seguidamente temos o CEA(7)

que controla a densidade (mAS(9)

) e proporciona exposições

de densidade óptica constante. É composto por uma célula que é regulada de acordo com a

dimensão e densidade da mama. O modo CEA(7)

inclui três programas, nomeadamente o

Standard utilizado para a selecção automática de kV(8)

e mAs(9)

e pode-se utilizar em todo o

tipo de mamas, tem ainda o programa Contraste utilizado para a selecção automática de kV(8)

baixos relativamente ao modo Standard e de mais mAs(9)

, para um melhor contraste em

mamas adiposas e por fim o programa Dose que faz a selecção de altos kV(8)

para uma melhor

penetração do tecido mamário em mamas muito densas, O CEA(7)

proporciona uma selecção

automática dos parâmetros técnicos (ânodo, filtro, kV e mAs(9)

).

Imag.2 – Mamógrafo “SENOGRAPH DS”

Page 16: Dossier Mama Carolina e Silvino

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MAMOGRAFIA DIGITAL

As ampolas em Mamografia Digital são muito similares ás da radiologia convencional,

estando a grande diferença no sistema de aquisição de imagem, que em vez de ser analógico

em película radiográfica, é em matriz digital, com obtenção “directa” da imagem

mamográfica digital.

O sistema de Mamografia Digital é um sistema que elimina a necessidade de utilização de

chassis, e aproveita a tecnologia digital, incluindo dispositivos de imagens em redes,

impressão em película e arquivo.

As vantagens que a Mamografia Digital disponibiliza são, redução da dose de radiação,

melhoramento da imagem radiográfica, exibição das imagens em poucos segundos, aumento

da sensibilidade e especificidade, diminuição de custos operacionais.

A MAMOGRAFIA

A Mamografia é um exame radiológico da mama, que tem por objectivo investigar a

patologia mamária, sobretudo numa fase pré-clínica e fazer a triagem relativamente ao cancro

da mama. A principal vantagem da Mamografia é a detecção de tumores mamários que são

demasiado pequenos para serem detectados durante os exames clínicos normais. Dadas as

diferenças mínimas de densidade que existem entre os vários tecidos mamários, tem de se

utilizar equipamento e técnicas especiais, com baixa Kv(8)

. Só assim podem ressaltar focos de

displasia ou tumorais e sobretudo microcalcificações.

Page 17: Dossier Mama Carolina e Silvino

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HISTÓRIA DA MAMOGRAFIA

A tecnologia da Mamografia evoluiu muito desde que os cientistas descobriram o que era

basicamente um tripé apoiando uma câmara especial de Raios-X. Assim foi criada a primeira

máquina projectada especificamente para efectuar mamografias.

O primeiro Mamógrafo foi desenvolvido em 1966, até então as

imagens mamográficas eram efectuadas por equipamentos de

radiologia convencional.

Já em 1967, uma equipa projectou uma unidade básica, incorporando um espectro de Raios-X

mais específico e um tubo para obter melhor foco no tecido mamário e na cavidade torácica.

A implementação de mobilidénio, um componente metálico resistente, incorporado nessa

nesse aparelho composto por um tubo e uma lente apoiados num tripé, produziu triagens de

melhor qualidade do que as Mamografias improvisadas, obtidos por equipamentos de

radiologia convencional da época.

O primeiro modelo “Senographe” foi comercializado em 1969

Em 1980, este projecto de 2ª gerecção reduziu o tempo de exposição, dando mais confiança

aos pacientes durante o exame. Este também apresentava mais resolução e precisão utilizando

um tipo de filme mais avançado para proporcionar melhor detalhe.

Os primeiros equipamentos motorizados para compressão da mama foram criados no início da

década de 80.

A compressão da mama, apesar de desconfortável e dolorosa em algumas mulheres, é

necessária para reduzir a espessura de tecido mamário e para melhorar a sua visualização,

pelo facto de simplificar os procedimentos em Mamografia e permitir observação de

estruturas semelhantes.

Imag.3- Primeiro Mamógrafo.

In “http://www.gehealthcare.com”

Page 18: Dossier Mama Carolina e Silvino

18

Perto do final da década de 80, vários outros desafios ajudaram a formar a

história da Mamografia: a GE Sistemas Médicos aperfeiçoou equipamentos,

incluindo componentes e acessórios para biópsia da mama.

Com a tecnologia de ponta, a composição dos mamógrafos passou a ser de um

elemento metálico que possibilita melhor penetração no tecido mamário, com

menor dose de radiação, o Ródio (RH). A utilização do Ródio é sobretudo útil em

mulheres com mamas densas.

A partir de 1966, aumenta o nível de adesão á prevenção, levando mais mulheres aos serviços

de imagiologia, para realizarem Mamografia. Cresce, assim, a carência da construção de

equipamentos menos desagradáveis á compressão permitindo aos Técnicos de Radiologia a

realização de exames de alta qualidade em menos tempo.

A GE lançou o Mamógrafo (Senographe 800T), com características que tornaram o

manuseamento deste mais fácil e menos propenso a erros, foram lançados os sistemas de

aquisição digital de campo de visão médio com pontos digitais para procedimentos de

diagnóstico.

Em 1998, Seno Vision da GE é lançado com um detector digital único, que permite a troca de

imagem de cassete em filme/ ecrãs para imagem digital. Num monitor de computador é

possível visualizar a imagem em termos de pontos digitais, visão aumentada, localização de

agulha e aquisição de imagem estereotáxica para orientação nas intervenções/biopsias

mamárias.

Imag. 4 - Mamógrafo de 2ª geração.

In “http://www.gehealthcare.com”

Imag. 5 – Mamógrafo constituído por Ródio

In “http://www.gehealthcare.com”

Page 19: Dossier Mama Carolina e Silvino

19

A GE lança em 2000 o maior avanço tecnológico em Mamografia dos últimos 30 anos, o

Senographe 2000D, primeiro sistema de Mamografia Digital.

Actualmente, a GE continua a desenvolver novos mamógrafos, e tem um número de patentes

em sua tecnologia de mamografia, que contribui para melhorar significativamente a qualidade

de imagem.

O desenvolvimento avançado obtido pela GE nos sistemas de mamografia e noutro tipo de

equipamento para obter imagens mamográficas, coloca-os líder mundial na área de imagens

mamográficas e em cuidados na saúde da mulher.

PRINCIPIOS FISICOS DA MAMOGRAFIA

No início do radiodiagnóstico da mama eram utilizados os mesmos equipamentos de radiação

X da Radiologia Convencional.

No entanto, predominava a dificuldade em se produzir um feixe de radiação adequado para a

visualização dos tecidos moles da mama.

As limitações existentes para a produção de um feixe de radiação X ideal eram:

- Ausência de regulação fina do feixe de radiação, com baixo poder de penetração (25 a 30

Kv(8)

).

- Ampolas de radiação X com ânodo e foco de dimensões muito grandes – impossibilitando a

formação de um feixe de radiação suficientemente fino.

- Controlo exacto da dose de radiação para conseguir optimizar uma boa qualidade da

imagem.

Devido á mama apresentar um tipo de tecido muito específico, o feixe de radiação X, tem que

ser o mais monoenergético possível e utilizar fotões de baixa energia.

A mama absorve os fotões de baixa energia, e uma parte insignificante de fotões de energia

mais elevada, que não vai contribuir para a obtenção do diagnóstico.

Page 20: Dossier Mama Carolina e Silvino

20

Os fotões que são absorvidos pela mama, são filtrados, com o intuito de se reduzir a dose de

radiação X aplicada no exame. Esta filtragem também tem o objectivo de melhorar a

qualidade de imagem.

Nestes exames é utilizada uma técnica de tensão com pico de Kv(8)

muito baixa para

maximizar o efeito fotoelétrico e para haver uma melhor absorção, esta técnica tem como

objectivo permitir visualizar as diferenças mais pequenas que surgem nos tecidos moles da

mama.

ANATOMIA DA MAMA

As mamas são um órgão par que sofre a influência de várias hormonas, antes da puberdade, as

mamas são pouco desenvolvidas.

A partir da puberdade estas começam a desenvolver-se e atingem o sseu maior

desenvolvimento nos últimos meses da gravidez e após o parto, no período do aleitamento.

A mama é constituída pelo tecido glandular, corpo mamário, que segrega e excreta o leite,

com vasos e nervos, distribuídos entre os lobos e lóbulos do tecido glandular.

Na mulher adulta, a mama é uma eminência cónica ou hemisférica, o tamanho das mamas

varia de uma mulher para a outra e inclusive na mesma mulher, dependendo da sua idade e da

influência das hormonas.

As mamas são órgãos que asseguram a alimentação do recém-nascido durante todo o período

de aleitamento e para alem desta função principal, por se tratar de uma zona de erotização as

mamas apresentam também uma função sexual.

As mamas estão localizadas na porção AP(10)

do tórax de

cada lado do externo, ao longo “linha mamária” que se

estende desde a axila até á prega inguinal, anteriormente

ao músculo grande peitoral e no intervalo compreendido

entre a 2ª e a 7ª costela.

O bordo interno das mamas termina no esterno e o bordo

externo termina na linha média axilar. Fig.1 – Anatomia da Superfície

In ““http://www.4shared.com”

Page 21: Dossier Mama Carolina e Silvino

21

A porção inferior da mama continua com a barriga formando o sulco-infra mamário.

As mamas apresentam em média 12 a 13 cm de largura, 10 a 11 cm de altura e a 5 a 6 cm de

espessura.

O peso das mamas varia muito podendo oscilar entre os 150 e 200 gramas nas adolescentes,

400 a 500 gramas na mulher nulípara e pode alcançar os 900 gramas na mulher em período de

lactação. O volume das mamas aumenta durante o aleitamento podendo nessa altura o seu

volume duplicar, após a menopausa, as mamas entram em regressão com consequente

diminuição do volume.

A superfície exterior da mama, muito convexa e arredondada, apresenta três zonas: zona

periférica, zona média ou aréola e uma zona central ou mamilo.

A zona periférica, porção mais extensa, continua-se com a pele das regiões adjacentes e com a

aréola.

A zona média ou aréola apresenta uma forma circular com cerca de 2 cm de diâmetro.

Na aréola, encontram-se dispostas irregularmente, 12 a 20 saliências com aspecto rugoso,

denominadas Tubérculos de Morgagni resultantes das glândulas sebáceas muito

desenvolvidas.

A zona central é o mamilo que tem uma forma cilíndrica ou cónica, com 1 cm de

comprimento e 1,5 cm de largura na base, encontrando-se no centro da aréola e dirigindo-se

obliquamente para diante e para fora.

As dimensões do mamilo são muito variáveis,

exteriormente o mamilo é irregular e rugoso com uma

pigmentação semelhante á da aréola com excepção do

vértice que é incolor e apresenta cerca de 10 a 20

orifícios de saída dos canais galactóforos. Cada

galactóforo é formado por vários lóbos que constituem

a unidade secretora da mama. Os lóbulos, por sua vez,

consistem em pequenos grupos de alvéolos.

A face anterior da mama relaciona-se com a pele, através da zona periférica, da zona média e

da zona central.

Fig. 2 – Representação Esquemática da Estrutura da Mama

In ““http://www.4shared.com”

Page 22: Dossier Mama Carolina e Silvino

22

A face posterior relaciona-se com a camada célula-adiposa retromamária, com o ligamento

suspensor da mama, com a fáscia superficialis, com a bolsa serosa retromamária, com o

músculo grande peitoral e com o pequeno peitoral.

Tipologias mamárias Na mamografia, tanto a espessura da mama comprimida como a densidade do tecido

contribuem para a escolha da técnica. O tamanho ou a espessura da mama são fáceis de ser

determinados, mas a densidade da mama é menos óbvia e necessita de conhecimentos

adicionais.

De um modo geral as mamas podem ser classificadas em três tipos, dependendo da

quantidade de tecido fibroglandular e adiposo:

As três tipologias mamárias compreendem:

Mama Fibroglandular:

- Comum nas mulheres da faixa etária compreendida entre os 15 e os 30 anos e

mulheres nulíparas com mais de 30 anos

- Mulheres gravidas ou lactantes

- Radiograficamente densa

- Existência de pouco tecido adiposo

Mama Fibro-Adiposa:

- É comum nas mulheres com uma idade compreendida entre os 30 a 50 anos

- Mulheres jovens com mais de três gestações

- Radigraficamente, apresenta uma densidade média

- Apresenta aproximadamente 50% de tecido adiposo e 50% de tecido Fibroglandular

Mama Adiposa:

- É comum nas mulheres com mais de 50 anos e na pós- menopausa

- Apresenta uma baixa densidade, devido á atrofia do tecido fibroglandular

- A mama das crianças e dos homens normalmente também apresenta estas categorias

Page 23: Dossier Mama Carolina e Silvino

23

Patologia da Glândula Mamária

Factores de risco patológico:

- Sexo, 99% dos cancros da mama ocorrem em mulheres;

- Idade, a incidência de patologias malignas aumenta com a idade, geralmente a partir dos 35

anos. Com o avançar da idade a probabilidade aumenta cada vez mais;

- Factores hormonais, há um risco aumentado em relação á menarca precoce e menopausa

tardia;

- Facrores familiares, existe um risco acrescido quando familiares têm ou já tiveram cancro;

- Paridade, nas mulheres nulíparas e mulheres cuja a sua primeira gravidez se verificou após

os 30 anos, há um risco maior de desenvolver uma segunda neoplasia, do que aparecer um

primeiro cancro.

Lesões circunscritas:

- Fibroadenoma é uma distrofia localizada em expressão tumoral de crescimento

habitualmente lento, composto por elementos conjuntivos;

- Quisto, apresenta-se como formações arredondadas, de limites bem definidos e contornos

regulares, movendo-se em conjunto com a glândula;

- Lipoma, apresenta-se como uma formação circunscrita por uma fina cápsula fibrosa e

conteúdo com densidade de gordura;

- Papiloma intra-ductal, quando volumosos, traduzem-se por uma opacidade lobulada retro-

areolar;

- Fibroadenolipoma, apresenta-se como uma formação redonda ou ovoide, limitada por uma

fina cápsula, contendo no seu interior gordura e ilhotas de matriz fibro-glandular;

- Galactocelo, é uma lesão circunscrita, de contornos bastante nítidos, cuja densidade varia

consoante o conteúdo. Pode apresentar uma densidade mista.

Page 24: Dossier Mama Carolina e Silvino

24

Alterações difusas

- Distrofia mamária, são situações que se acompanham de alterações da normal arquitectura

fibro-glandular;

- Mastite, apresenta-se clinicamente como um abcesso;

- Citoesteatonose.

Hipertranparências

- Tumoral – limpoma ,fibroadenolipoma;

- Traumática – citoesteatonecrose;

- Lactação –galactocelo

FUNÇÕES DO TÉCNICO RE RADIOLOGIA

O Técnico de Radiologia é responsável por todos os equipamentos presentes na sala de

Mamografia. Faz parte das suas funções ligar e desligar os equipamentos e garantir o seu

funcionamento durante a realização dos exames. É papel do Técnico de Radiologia a assepsia

do equipamento e material utilizado antes da realização de cada exame.

O papel do Técnico é fundamental na execução do exame, é essencial e determinante preparar

a sala devidamente para realização do exame, confirmar sempre o nome da doente e excluir a

possibilidade de gravidez.

Cabe ao Técnico de Radiologia, através de uma postura humana, calma, atenciosa e

disponível, estabelecer laços de confiança mútua entre si e a(o) paciente.

Todas as perguntas devem ser respondidas de forma aberta e franca, bem como a explicação,

de uma forma simples e de fácil compreensão, de todos os procedimentos que serão

efectuados durante o exame.

O Técnico de Radiologia deve posicionar a mama cuidadosamente pois é fundamental para

um bom diagnóstico, deve tentar mostrar a maior quantidade possível de tecido mamário,

Page 25: Dossier Mama Carolina e Silvino

25

obter um bom contraste, uma excelente resolução e eliminar os artefactos indesejáveis e

prejudiciais á qualidade do exame.

O Técnico de Radiologia deverá conhecer o motivo da realização do exame antes do contacto

directo com o paciente de modo a prever a atitude da (o) paciente na sala face ao exame e ao

equipamento.

Após estes procedimentos imprimem-se as imagens obtidas para que o Médico Radiologista

possa observa-las e relatá-las.

No fim do exame se necessário ajuda-se a(o) paciente a vestir e indica-se que aguarde na sala

de espera até ser chamada para a Eco mamária.

Por fim prepara-se a sala para a execução do próximo exame.

Relação Técnico – Paciente

A Mamografia é um exame que interfere com uma parte íntima da mulher mas que pode

diagnosticar precocemente o cancro da mama. É sem dúvida um exame invasivo.

Quando o Técnico de Radiologia executa um exame radiológico na área da Mamografia, é

responsável pelo acolhimento e tranquilização da(o) paciente como também é responsável por

todos os equipamentos e materiais necessários e pela optimizaçao da dose de exposição.

A mamografia propriamente dita, provoca um sentimento de medo e ansiedade na(o) paciente.

O medo da dor e do diagnóstico também contribui para o estado preocupado da(o) paciente.

O Técnico de Radiologia deve ter cuidado com o modo como aborda a doente. Essa

abordagem deve ser feita de modo a que a doente se possa sentir um pouco mais à vontade

com toda a situação envolvente.

O Técnico de Radiologia deve explicar cautelosamente todos os passos para a realização de

cada incidência e explicar o modo como irá proceder á compressão, nunca omitindo o facto de

possível dor durante a compressão, deve ser franco e retirar qualquer dúvida que

eventualmente possa surgir. Deve ter cuidados especiais com a segurança e o conforto da(o)

paciente.

Page 26: Dossier Mama Carolina e Silvino

26

O Técnico de Radiologia deve estabelecer uma relação de empatia para com a doente e deve

demonstrar respeito e capacidade de escuta, só assim se consegue que a (o) paciente “relaxe”

de modo a permitir um exame de alta qualidade e fazer com que a(o) paciente volte a repetir o

exame no tempo devido.

METODOS E TÉCNICAS EM RADIOLOGIA

Método de localização

Existem duas formas muito utilizadas para subdividir a mama em áreas menores, de modo a

simplificar a localização da massa por parte do paciente e do Médico, permitindo assim

descrever a região de interesse especial com maior exactidão, então tem-se:

1. O sistema de Quadrantes, este é o mais fácil de

utilizar, e consiste em quatro quadrantes que

podem ser descritos, através do ponto de

referência que é o mamilo. Estes quadrantes são

o QSE(11)

, QSI(12)

, QIE(13)

e o QII(14)

.

2. O sistema do Relógio, este baseia-se na

assimilação da superfície da mama ao

mostrador de um relógio, localiza as regiões

segundo o ponteiro do relógio.

Compressão

A compressão da mama é inerente ao exame de Mamografia e condiciona notoriamente a

qualidade da mamografia, pois a compressão uma distribuição regular dos tecidos, facilitando

a identificação de pequenas lesões; imobilização da mama, anulando a falta de definição e

diminuindo os tempos de exposição; a espessura é menor, o que permite também uma dose de

radiação menor; redução da radiação difusa que permite uma melhor qualidade do exame;

aproximação as estruturas diminuindo a falta de definição geométrica.

Fig.3 – Métodos de localização: Á direita Sistemas de

Quadrantes e á esquerda Sistema de Relógio.

In ““http://www.4shared.com”

Page 27: Dossier Mama Carolina e Silvino

27

Incidências utilizadas em Mamografia

Incidências base:

Crânio-caudal;

Obliqua Médio Lateral.

Incidências complementares:

Perfil a 90º ou perfil estrito;

Perfil invertido ou Perfil interno;

Crânio-caudal com rotação;

Macro localizada;

Compressão selectiva;

“Rolled View”;

Clevage View/Quadrantes internos;

Cleópatra/ Quadrantes externos;

Técnica de Eklud;

Tangencial;

Prolongamento Axilar

Exames complementares:

Ecografia mamária;

Citologia;

Galactografia;

Quistografia Gasosa;

Microbiópsia;

Macrobiosia;

Marcação com arpão;

Biopsia por Estereotaxia.

Page 28: Dossier Mama Carolina e Silvino

28

Imag. 6 - Posicionamento na Incidência Crânio-Caudal

In: BONTRAGER, Kenneth L; “Tratado de Técnica

Radiológica e Base Anatómica”, 2003

Incidências realizadas no HSM

As incidências mais comuns são: CC(15)

e OML(16)

, isto porque são as incidências Standard,

estas incidências, realizam-se sempre bilateralmente para que haja comparação, caso haja

alguma suspeita de patologia mamária o Médico Radiologista solicitará ao Técnico de

Radiologia incidências complementares adequadas para um melhor estudo da mama.

Incidência Crânio-Caudal

Esta incidência destina-se ao estudo dos quadrantes

internos e externos da mama.

Posicionamento

Paciente encontra-se em ortostatismo, de frente para o

mamógrafo e com a gantry angulada a 0º. A mama deve

ficar apoiada no potter pelos quadrantes inferiores, de

modo a que o sulco infra-mamário fique junto do seu

bordo superior.

Deve verificar-se a simetria dos quadrantes internos e externos, fazendo com que o eixo

mamário coincida com o plano transversal do potter e o mamilo fique no centro da imagem.

Deve comprimir-se gradualmente a mama, de modo a desprojectar o mamilo e evitar a

formação de pregas. O braço do lado em estudo deve estar relaxado e o ombro deve ficar fora

do campo.

A cabeça gira para o lado contrário e deve segurar a mama contra-lateral.

Paciente em apneia respiratória no momento da aquisição.

Page 29: Dossier Mama Carolina e Silvino

29

Imag.- 7 - Posicionamento na Incidência Oblíqua médio-lateral

In: BONTRAGER, Kenneth L; “Tratado de Técnica Radiológica

e Base Anatómica”, 2003

Critérios de boa realização do exame

Identificação correcta do exame (nome da paciente, data do exame, nome da

incidência, lado a radiografar e identificação correcta do quadrante);

Desprojecção do mamilo;

Simetria dos quadrantes externos e internos em relação ao eixo mamilar;

Adquada exposição para visualização da mama e do tecido adiposo retro-

mamário. Se possível deve ser visualizado o músculo peitoral;

Ausência de artefactos de movimento e de pregas

Incidência oblíqua Médio-Lateral

Esta incidência tem como objectivo estudar os quadrantes, superior e inferior.

Posicionamento

A gantry encontra-se angulada entre 45º e 60º, a(o) paciente

encontra-se em ortostantismo e o braço do lado a

radiografar em abdução a 90º, apoiando a axila no canto

supra-externo do potter e o braço no seu bordo superior.

A linha médio-axilar deve ficar em contacto com o bordo

longitudinal do potter, permitindo que os quadrantes

externos e o prolongamento axilar apoiem neste

devidamente.

A compressão deve ser gradual, ficando o limite superior do compressor abaixo da clavícula

e o limite inferior abaixo do sulco infra-mamário.

Paciente em apneia respiratória no momento da aquisição.

Page 30: Dossier Mama Carolina e Silvino

30

Fig.4 - Anatomia Radiológica Crânio – Caudal

BONTRAGER, Kenneth L; “Tratado de Técnica Radiológica e Base Anatómica”, 2003

Critérios de boa realização do exame

Identificação correcta do exame (nome da paciente, datado do exame; nome da

incidência, lado a radiografar e identificação correcta do quadrante);

Desprojecção do mamilo que se apresenta de perfil, em relção a mama;

Visualização do músculo grande peitoral até ao nível do mamilo;

Visualização do sulco mamário;

Adequada exposição para visualização de todos os tecidos mamários;

Eixo mamário deve estar o mais horizontal possível.

Ausência de artefactos de movimento e pregas.

Anatomia Radiológica das incidências standard

Tradução Radiológica da Incidência Crânio-Caudal

Tecido adiposo

Page 31: Dossier Mama Carolina e Silvino

31

Figura 5 - Anatomia Radiológica Obliqua Externa

BONTRAGER, Kenneth L; “Tratado de Técnica Radiológica e Base Anatómica”, 2003

Imag.- 8- Posicionamento na Incidência Perfil

Estrito a 90º

In: BONTRAGER, Kenneth L; “Tratado de

Técnica Radiológica e Base Anatómica”, 2003

Tradução Radiológica da Incidência Obliqua Externa

Incidências Complementares realizadas durante o estágio

Estas incidências têm como objectivo estudar os achados radiolágicos que são visualizados

nas incidências CC(15)

e OML(16)

.

Perfil Estrito a 90º

Esta incidência permite visualizar a posição real das estruturas

da mama em relação ao mamilo.

Para se realizar este exame, a gantry encontra-se angulada a

90º.

A paciente apoia o bordo axilar no bordo torácico do potter e

faz uma abdução de 90º do braço do lado a radiografar que fica a descansar sobre o bordo

superior do potter. Efectua-se tracção da mama no sentido anterior de modo a horizontalizar o

eixo mamilar e projectar sobre o potter o sulco inframamário. Faz-se uma compressão

adequada da mama e identifica-se o lado em estudo.

Tecido adiposo

Page 32: Dossier Mama Carolina e Silvino

32

Esta incidência é utilizada quando se procura achados radiológicos entre as oblíquas média-

lateral e o perfil estrito.

Incidência com compressão selectiva

Esta incidência serve para avaliar e localizar lesões

radiologicamente suspeitas.

A compressão localizada permite, através de um compressor de

menor dimensão avaliar áreas suspeitas e excluir “pseudomassas”

através da desprojecção de tecido mamário sobreposto nas

incidências standard.

Este estudo pode ser utilizado em qualquer tipo de incidência.

Prolongamento axilar

Permite a visualização radiológica do prolongamento axilar e da região mais externa da

mama.

A paciente encontra-se em ortostatismo de frente para o potter. A gantry encontra-se com uma

angulação de 20º. A(o) paciente faz abdução de 90º do braço de modo a este apoiar no bordo

superior do potter e faz um apoio do terço médio-externo da axila.

Efectua-se compressão adequada e procede-se a identificação correcta da mama radiografada.

Incidência de Cleópatra

Esta incidência tem como objectivo estudar a região mais posterior e externa da mama.

A paciente encontra-se em ortostatismo de frente para o potter, que se encontra com uma

angulação entre 5 a 10º. Apoia o tórax no seu bordo longitudinal e roda ligeiramente no

sentido de apoiar os quadrantes mais externos da mama em estudo no potter.

Efectua-se uma compressão gradual e adequada. Procede-se a correcta identificação da mama.

Img – 9 – Acessório pare egectuar a

incidência com compressão selectiva

Page 33: Dossier Mama Carolina e Silvino

33

Imag.- 10- Acessório para

efectuar Macroradiografia.

Macroradiografia

Esta incidência amplia a zona suspeita da mama.

Este estudo serve de referência e especificação de agrupamentos de

microcalcificações ou outras pequenas lesões.

Nesta incidência avalia-se os contornos de lesões ou densidades que

possam sugerir massas.

Pode ser realizada em qualquer incidência.

Intervenções observadas durante o estágio

Estereotaxia

Este é o exame mais indicado em lesões infra – clínicas, ou seja, em

lesões que se detectem por palpação ou microcalcificações, cujas

características deixam suspeitas acerca da sua malignidade ou

benignidade. Permite a determinação da localização da lesão para

posterior biopsia/citologia.

O estereotix é o equipamento que em conjunto com o mamógrafo

permite o cálculo tridimensional ( profundidade, distância longitudinal

e transversal) da localização da lesão.

Procedimentos gerais:

1. Analise da Mamografia efectuada antes do exame.

2. Explicação do exame á paciente.

3. Posicionamento da paciente junto ao mamógrafo/extereotix de acordo com a análise

supracitada.

4. Compressão da área da lesão na janela localizadora.

5. Realização de uma incidência.

Imag.-11- Esterotix

Page 34: Dossier Mama Carolina e Silvino

34

6. Verificação da localização da lesão na janela localizadora.

7. Caso o passo anteriormente descrito se verifique, realização das incidências obliquas

(+15ºe -15º) para que o computador possa precisar a localização da lesão.

8. Escolha da agulha.

9. Desinfecção da área.

10. Depois de se determinar a localização, introdução da agulha para recolha do tecido.

11. Avaliação das amostras recolhidas.

Biopsia Mamária guiada por ecografia

A Biópsia Mamária orientada por ecografia consiste na introdução de uma agulha através da

pele na direcção da lesão, recolhendo-se fragmentos da lesão.

A Biópsia Mamária seguida por ecografia é um exame mais cómodo, permitindo que a doente

permaneça deitada confortavelmente durante todo o exame, esta técnica não usa radiações e é

mais rápida, além de permitir seguir em tempo real a recolha dos fragmentos.

Para a Biópsia é administrado anestésico local e usam-se agulhas de grande calibre (14). A

agulha é inserida numa pistola e quando esta guiada através do ecógrafo está situada na lesão

suspeita é feito o disparo que faz a agulha avançar permintindo a recolha de fragmentos.

Habitualmente colhem-se vários fragmentos ou seja faz-se mais do que um disparo com a

pistola (geralmente entre 3 e 6).

Os fragmentos recolhidos são enviados para o serviço de Anatomia Patológica, para serem

analisados.

Page 35: Dossier Mama Carolina e Silvino

35

PROTECÇÃO RADIOLÓGICA

É da responsabilidade do Técnico de Radiologia promover a protecção radiológica do

paciente e de si próprio.

Respectivamente ao resto da equipa de saúde, o Técnico de Radiologia tem a responsabilidade

de avisar que vai emitir Radiação X, dependendo desta informação cabe a cada indivíduo

preocupar-se com a sua própria protecção, sendo também função do Técnico de Radiologia

disponibilizar aventais protectores e colares de chumbo para protecção da tiroide.

Sempre que se inicia emissão de radiação, o Técnico de Radiologia deve proteger-se por

detrás do vidro de chumbo.

O posicionamento correcto da paciente, colimação da zona a estudar, a imobilização da(o)

paciente e a apneia respiratória, contribuem para a protecção da doente e do Técnico de

Radiologia evitando que haja repetições do exame.

A escolha de condições técnicas óptimas contribui para um bom exame, evitando irradiação

desnecessária da paciente.

É muito importante que o Técnico de Radiologia, confirme se a doente está ou não grávida, de

modo a evitar situações complicadas e de risco.

Page 36: Dossier Mama Carolina e Silvino

36

Tabela 1 – descrição dos exames observados e realizados

Cronograma de actividades

Descrição dos exames dos exames observados e realizados

Incidência Visualizados Carolina Rodrigues Silvino Simões

Crânio caudal (dir. e esq.)

15 28 27

Oblíqua média lateral (dir. e esq.)

15 28 27

Crânio caudal unilateral direita

6 3 5

Crânio caudal unilateral esquerda

4 3 2

O M L unilateral direita

5 3 3

O M L unilateral esquerda

7 2 4

Perfil a 90º

4 4 2

Compressão selectiva

4 1 -

Macrografia

6 2 2

Prolongamento axilar

1 1 -

Crânio caudal com rotação externa

1 - 1

Biópsia guiada por estereotaxia

1 - -

Biósia guiada por ecografia

1 - -

Page 37: Dossier Mama Carolina e Silvino

37

Gráfico 1 –Exames Observados

Gráfico 2 – Exames realizados por Carolina Rodrigues

Gráfico 3 –Exames realizados por Silvino Simões

0

50 Exames observados

0 20 40

Exames realizados por Carolina Rodrigues

0

50

Exames realizados por Silvino Simões

Page 38: Dossier Mama Carolina e Silvino

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CASO CLÍNICO

HAMARTOMA COM CALCIFICAÇÃO DUCTAL

NOME: M.A.A.T.S

IDADE: 74 anos

SEXO: Feminino

HISTÓRIA CLÍNICA: Paciente realizou Mamografia a 24 de Julho de 2012 e devido a

achado clínico, foi referenciada para estudo de diagnóstico no H.S.M (1)

ANAMNESE: Mulher com 74 anos, dirigiu-se no dia 29 de Outubro de 2012 ao serviço de

Imagiologia do H.S.M(1)

para realização de Ecografia Mamária. A paciente tinha exame

anterior realizado á três meses noutra instituição que revelava patologia, por isso foi

encaminhada para o H.S.M(1)

a modo de ser diagnosticada. O Médico Radiologista pediu que

se fizessem duas incidências Crânio-Caudal e Perfil a 90º antes de realizar a ecografia para

que toda a informação fique registada no processo da paciente nesta instituição. Seguidamente

foi efectuada a ecografia, seguida de biopsa com eco-guiada para reavaliação.

PREPARAÇÃO DO EXAME – MAMOGRAFIA

Para a realização da mamografia não é necessária nenhuma preparação prévia, contudo, deve-

se que se ter em conta alguns aspectos importantes, nomeadamente:

Se a paciente é menstruada, saber a data da ultima menstruação, devido á tensão

mamária, caso isso se verifique, não deve efectuar a Mamografia pois esta torna-se

mais dolorosa, apesar de não interferir com o diagnóstico. Sempre que possível a

Mamografia deve ser realizada na semana seguinte ao período menstrual.

Antes de se realizar a Mamografia, caso a paciente ainda seja menstruada, deve-se

perguntar sempre se há alguma eventualidade de estar grávida.

A paciente deve de informar ao médico se toma alguma medicação hormonal e se tem

alguma antecedente familiar com história de cancro na mama.

Para a realização da Mamografia é pedido á paciente que se dispa da cintura para cima e que

retire todos os objectos.

Page 39: Dossier Mama Carolina e Silvino

39

É recomendável que a paciente:

No dia do exame não use desodorizante, pó de talco ou loção. Estes podem parecendo

no exame, simulando pequenas calcificações.

Descreva qualquer queixa á Técnica de Radiologia que lhe faz o exame para ter a

certeza que essa zona é radiografada

A paciente deve de levar consigo as Mamografias anteriores de modo a permitir a

comparação com os exames actuais.

Comunicação com a paciente e anamnese:

Quando o Tècnico de Radiologia está a realizar o exame, deve explicar a a(o) paciente todo o

procedimento do exame. Explicar que a compressão apesar de dolorosa é imprescindível para

a Mamógrafia.

Com o objectivo de economizar tempo, a anamnese deve concentra-se em dados realmente

importantes.

Os dados da anamnese são muito importantes para a interpretação das imagens, tanto para o

Técnico de Radiologia, como também, para o Médico Radiologista terem acesso ás seguintes

informações

Se a(o) paciente toma alguma medicação hormonal, pois esta pode originar

imagens com maior densidade, e se a medicação hormonal for a base de

hormonas tiroideias estas podem causar alterações fibrocísticas.

Se a(o) paciente foi submetida a alguma cirurgia ou radioterapia pois

alterações pós cirúrgicas ou pós radiação podem acontecer.

Nos achados clínicos, nomeadamente, nas retrações, alterações cutâneas ou

palpáveis é importante saber: quando é que ocorreram; as alterações quando é

que foram notadas.

Page 40: Dossier Mama Carolina e Silvino

40

Técnica

Posicionamento do doente para a Mamografia

Incidência Crânio-Caudal Direita

Paciente em ortostantismo, de frente para o mamógrafo , a gantry encontra-se a 0º. Os

quadrantes inferiores da mama direita apoiados no potter de modo que o bordo superior deste

fique ao nível do sulco inframamário. A paciente coloca a mão do lado a radiografar na

cintura e a mão controlateral vai afastar a mama esquerda do campo de visão, a face roda para

o lado contrário ao estudo. A compressão deve ser realizada de forma progressiva e adequada.

Critérios de boa realização:

Simetria dos quadrantes externos e internos segundo o eixo mamilar;

O mamilo deve estar desprojectado em relação ao tecido mamário;

Visualizar o tecido adiposo retro-mamário e se possível visualização do Musculo

Grande Peitoral;

Adequada penetração das áreas densas;

Ausência de pregas cutâneas;

Ausência de artefactos;

Correcta identificação do exame.

Incidência Perfil da mama direita a 90º

A gantry tem uma angulação de 90º, paciente em ortostatismo o braço direito em abdunção de

90º, de forma a colocar o escavado axilar no canto supero-externo do potter e o braço no

bordo superior. Os quadrantes externos da mama bem como o prolongamento axilar e a linha

médio-axilar devem encontrar-se em contacto com o potter. A compressão deve ser realizada

de forma progressiva e adequada, até que o limite superior do compressor apresente-se

inferiormente á clavícula e o limite inferior abranja o sulco infra-mamário.

Este estudo tem como finalidade estudar as estruturas duvidosas.

Page 41: Dossier Mama Carolina e Silvino

41

Critérios de boa realização:

Visualização do sulco infra-mamário;

Tecido glandular homogeneamente distribuído na imagem;

Desprojecção do mamilo;

Eixo mamário horizontalizado

Adequada penetração das áreas densas;

Ausência de artefactos na imagem;

Ausência de pregas cutâneas;

Correcta identificação do exame;

Visualização do Músculo Grande Peitoral

Ecografia Mamária

A ecografia mamária é um exame que complementa a Mamografia, destinado ao estudo da

mama. É um excelente exame para estudo das glândulas mamárias quer em situações, como

exame de diagnóstico de primeira linha, quer como complemento de outos exames, em

particular da Mamografia. De referir, que nas mulheres jovens e grávidas a ecografia é um

exame de primeira linha.

Biopsia eco-guiada

A mamografia e ecografia mamária são exames excelentes para detectar anomalias mamárias

mas em muitos casos não é possível apenas com base nestes exames afirmar que determinada

lesão é benigna ou maligna.

Portanto, a biopsia guiada por ecografia é um exame ralizado, para diagnosticar a benignidade

ou malignidade de um tecido.

A biopsia faz-se com uma agulha introduzida no tecido mamário na direcção da lesão,

recolhendo pequenos fragmentos, que serão enviados para a Anatomia Patológica, estes serão

estudados para se fazer um diagnóstico.

Page 42: Dossier Mama Carolina e Silvino

42

Procedimento da biopsia:

Previamente, seguem-se todas as normas de assepsia para a intervenção, nomeadamente, a

preparação de um campo esterilizado, com o seguinte material:

Bisturi

Compressas esterilizadas

Betadine

Seringa para anestesia

Pistola para biopsia

Agulha subcutânea e intramuscular

Copo esterilizado

Penso compressivo

O procedimento é orientado e seguido pela ecografia, este método mais comodo para a

paciente, pois poderá estar deitada mais confortavelmente durante todo o exame, não usa

radiações e é mais rápido, além de nos permitir seguir todo o procedimento em tempo real.

Para efectuar a biópsia é administrado um anestésico local. As agulhas utilizadas para a

biopsia são de grande calibre (14). A agulha é colocada na pistola que ao fazer o disparo

recolhe fragmentos da lesão. Este procedimento repete-se entre três a seis vezes, cada disparo

demora uma pequena fracção de segundos, a cada disparo a agulha tem de ser retirada a fim

de se colher o fragmento, isto faz com que o procedimento total demore algum tempo.

Depois do procedimento terminar, a maioria das pacientes está apta para retomar a sua

actividade normal no próprio dia, contudo, não deve fazer esforços com o braço da mama

intervencionada.

Os riscos que podem surgir após este exame são: possível formação de hematomas na área

intervencionada e infecção no local da incisão na pele. Contude se forem tomadas todas as

precauções estes riscos são raros de acontecer.

Page 43: Dossier Mama Carolina e Silvino

43

LEGENDA

1. QUADRANTE EXTERNO

2. QUADRANTE INTERNO

3. TECIDO ADIPOSO

4. REGIÃO ARÉOLO-MAMILAR

5. NÓDULO

6. CALCIFICAÇÃO NO DUCTO

Imagens Obtidas da Mama

A imagem remete-nos para o estudo da mama direita, em incidência Crânio-Caudal, é uma

mama essencialmente adiposa, dado a idade da paciente. No quadrante interno e na região

retromamilar é possivel visualizar Nódulo radiotransparente, contendo pequenas densidades

ovulares, circundado por linha radiopaca, no qual se verifica uma calcificação que percorre o

ducto.

Nesta incidência verificam-se alguns critérios de boa realzação, nomeadamente a visualização

do tecido adiposo retro-mamário,adequada penetração das áreas densas, ausência de

artefactos. Devido á patologia existente, não é possivel se verificar todos os critérios de boa

realização.

Imag.- 12- Incidência CC(15) da mama direita

Page 44: Dossier Mama Carolina e Silvino

44

Imag. – 13- Incidência de perfil estrito a 90º

A imagem remete-nos para o estudo da mama direita, em incidência de Perfil Estrito a 90º.

Radiograficamente, posteriormente no quadrante superior destaca-se uma zona de maior

hiperdensidade, corresponde a parte do músculo grande peitoral; no quadrante inferior

visualiza-se o eixo inframamário.

A tipologia da mama em estudo é de tipo adiposa, no quadrante superior e na região

retromamilar verifica-se Nódulo radiotransparente, contendo pequenas densidades ovulares,

circundado por linha radiopaca, no qual se verifica uma calcificação que percorre o ducto.

Relativamente aos criterios de boa realização, a incidência contêm parte do Musculo Grande

Peitoral, a imagem demonstra uma adequada penetração das áreas densas, e ausência de

artefactos ou pregas cutâneas.

LEGENDA

1. MUSCULO GRANDE PEITORAL

2. EIXO INFRA-MAMÁRIO

3. TECIDO ADIPOSO

4. REGIAO ARÉOLO-MAMILAR

5. NÓDULO

6. CALCIFICAÇÃO NO DUCTO

Page 45: Dossier Mama Carolina e Silvino

45

Correlação hipótese de diagnóstico

A mamografia revelou Nódulo radiotransparente, contendo pequenas densidades ovulares,

circundado por linha radiopaca, no qual se verifica uma calcificação que percorre o ducto.

O Nódulo visivel na Mamografia remete-nos para possivel Harmatoma.

Hamartoma é uma lesão benigna, contêm vários tipos de tecidos e cresce de uma forma

desorganizada. Podem ocorrer na mama, mas também são comuns em outras áreas do corpo.

Não é considerado um desenvolvimento maligno, á medida que cresce á mesma taxa que as

células circundantes. Hamartomas são na sua maioria sem sintomas e geralmente não são

detectados, a menos que apareçam em algum exame radiologico efectuado por outro motivo.

Mas, se o nódulo tomar proporções maiores, pode causar distorção estética da forma da

mama, que geralmente é corrigido através de remoção cirúrgica. Dentro das células epiteliais

do Hamartmoma pode haver desenvolvimento de cancro, por isso tem de ser analisado com

muito cuidado. O diagnóstico preciso do Hamartoma é feito por biópsia e por exame

anatomopatologico.

A calcificação ocorre quando partículas de sais de cálcio vão se depositanto na mama, neste

caso verifica-se deposito no ducto, esta lesão poderá ser consequência de alguma infecção ou

alguma inflamação. Esta calcificação podera ser classificada como benígna, que não tem

nenhuma agravante, ou malígna. No caso de a calcificação ser diagnosticada benígna, convém

que a paciente realize exames de controlo para ter a certeza que não evolui malignamente. O

diagnostico sera feito por biosia e analisado pela Médico Patologista.

A paciente realizou uma biopsia guiada por Ecografia, na qual, foi retirado pequenos

fragmentos da lesão localizada no quadrante supero-externo, seguindo a amostra para a

Anatomia Patológica.

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Caso Clínico

Biópsia Histológica guiada por Estereotaxia Nome: HNAVS

Sexo: Feminino

Idade: 68 anos

História clínica: A paciente entrou no serviço de mamografia do hospital no dia 24 de

Setembro de 2012 para realizar um exame de rotina. A paciente voltou depois ao serviço de

mamografia no mesmo dia para realização de biópsia histológica guiada por estereotaxia visto

que no exame realizado foram identificadas microcalcificações no quadrante superointerno da

mama direita. Sendo estas microcalcificações do tipo BI-RADS 2.

BI-RADS é a nomenclatura desenvolvida pelo American College of Radiology e divide as

lesões em calcificações, distorções de arquitectura, nódulos e outras alterações.

A mamografia é a principal técnica para a identificação de microcalcificações, visto que com

as outras técnicas, estas não são visíveis. Uma vez localizadas as microcalcificações, procede-

se então à biopsia por estereotaxia.

O equipamento do serviço de mamografia é GE Healthcare Senographe DS no qual é possível

instalar o dispositivo Senographe DS Interventional para realização da biópsia por

estereotaxia.

A estereotaxia é um procedimento que permite determinar a posição de uma lesão num espaço

tridimensional (coordenadas X, Y e Z).

Uma vez escolhida a projecção para o estudo de estereotaxia, a primeira imagem obtém-se

com o braço em posição perpendicular ao plano XY. Quando se obtém uma imagem da

mesma lesão com uma angulação diferente, esta aparece deslocada ao longo de uma linha

(linha epipolar). Esta distância relativamente ao centro está relacionada com a sua

profundidade. A estereotaxia utiliza um par de imagens obtidas inclinando o braço a +15º e -

15º em relação ao plano detector. Ao medir a sua distância ao centro é possível então

determinar a sua profundidade e assim ter a sua localização tridimensional (X,Y, e Z).

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Imag. 14- Imagem adquirida das amostras

Técnica e exame:

Após a realização das incidências normais (Crânio caudal e oblíqua médio lateral), a paciente

realizou ainda uma incidência complementar para a mama direita (perfil a 90º) para melhor

visualização das microcalcificações.

Após uma primeira avaliação, decidiu-se que teria de ser realizada uma biópsia histológica

guiada por estereotaxia à mama direita.

Procedeu-se então à preparação da sala, preparando todo o material necessário e montando o

equipamento.

A paciente foi então colocada em decúbito lateral direito, desinfectou-se a àrea a puncionar e

administrou-se uma anestesia local.

Faz-se um pequeno corte cutâneo para facilitar a colocação da agulha e assim evitar lesões

externas causadas por fricção ou hematomas.

Introduz-se a agulha com a mola trancada até à profundidade da lesão, uma vez chegada à

posição desejada, faz-se um disparo para recolher uma pequena amostra. Procede-se então à

recolha de várias amostras, no caso desta paciente foram recolhidas dez amostras.

Imagem adquirida das amostras:

Cerca de metade das amostras continha microcalcificações.

A anatomia patológica detectou vários fragmentos com alterações fibroquísticas e aspectos

fibroadenomatóides com calcificações no estroma, não se observando tecido de neoplasia.

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48 Imag. 15 – incidência CC(15) á mama direita

Material utilizado:

Anestesia

Bisturi

Compressas esterilizadas

Luvas esterilizadas

Betadine

Soro fisiológico

Agulha

Pistola para colocação de agulha

Recipiente para colocação das amostras

As calcificações podem ser de dois tipos: microcalcificações quando o seu tamanho é inferior

ou igual a 1mm ou macrocalcificações quando o seu tamanho é superior a 1mm.

Protocolo para realização de exame de mamografia:

Incidência cranio caudal:

Paciente em ortostatismo, de frente para o mamografo, mão do lado a radiografar apoiada na

cintura e a mão oposta a afastar a mama não radiografada. Gantry a 0º, o potter deve ficar ao

nível do sulco infro-mamário e a mama apoia pelos quadrantes inferiores. Deve haver uma

simetria dos quadrantes interno e externo, o mamilo deve ficar desprojectado da mama e a

compressão deve ser progressiva de modo a evitar as pregas cutâneas. As imagens devem

estar correctamente identificadas.

Incidência crânio caudal direita onde se pode ver uma

mama na sua maioria formada por tecido adiposo e

algum tecido fibro-glândular nos quadrantes externos. É

também possível visualizar micro calcificações no

quadrante interno.

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Incidência crânio caudal esquerda onde se pode ver que é uma mama na sua maioria formada

por tecido adiposo, existindo algum tecido fibro-glândular nos quadrantes externos.

Incidência Obliqua média lateral:

Gantry a 45º, paciente em ortostatismo com o braço do lado a radiografar em abdução de 90º,

vai apoiar a axila no canto superior do potter, a mão do lado oposto a radiografar vai afastar a

outra mama para não haver sobreposição, a linha medio-lateral deve estar em contacto com o

potter. A compressão deve garantir que o limite superior do compressor fique abaixo da

clavícula e o limite interior contenha o sulco infra-mamário. Deve haver uma boa

horizontalização da mama e o mamilo deve ficar de perfil. As imagens devem estar

correctamente identificadas.

Imag.16 – Incidência CC(15) á mama esquerda

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Imag. 17 –Incidência OML(16) á mama direita

Imag. 18 – Incidência OML(16) á mama esquerda

Oblíqua média lateral direita onde se pode ver que é

uma mama formada maioritariamente por tecido

adiposo, existindo algum tecido fibroglandular e

onde é possível ver as microcalcificações no

quadrante superior.

Incidência oblíqua média lateral esquerda onde se

pode ver que é uma mama formada maioritariamente

por tecido adiposo e algum tecido fibroglandular.

Foi ainda realizada uma incidência para a mama

direita com angulação a 90º mas o seu procedimento é

similar à oblíqua média lateral a 45º.

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Com esta incidência complementar foi possível ver com maior precisão a localização das

microcalcificações. Normalmente quando se detectam microcalcificações, deve-se sempre

proceder à identificação da sua natureza dado que existe grande probabilidade de ser maligno.

Visto que as alterações detectadas na paciente são de natureza benigna e não se detectaram

outras alterções, a paciente deve realizar os exames de rotina normalmente, sendo o próximo

no espaço de 10 a 12 meses.

Imag. 19- Incidência complementar

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CONCLUSÃO

Todos os objectivos que nos foram propostos para este estágio foram atingidos com sucesso

conseguimos através dos nossos conhecimentos teóricos adquiridos ao longo da cadeira de

Mamografia, aplica-los na práctica e permitir um desempenho mais adequado ás exigências

deste módulo.

Por mais básicas que as incidências da mama possam parecer, surgiram algumas dificuldades

no posicionamento da mama, em grande parte devido ao receio das pacientes em efectuarem o

exame, em especial na incidência obliqua médio-lateral onde nem sempre se conseguia

manter a mama na posição desejada, é de referir que estas dificuldades foram ultrapassadas

com o decorrer da prática.

Com este estágio, podemos concluir, que para se praticar esta valência os Técnicos de

Radiologia têm que saber lidar muito bem com a parte psíquica do paciente, pois para além da

técnica, é necessário uma enorme força emocional para saber lidar com este tipo de pacientes

tão especiais e com possível resultado menos favorável que possam surgir com o diagnóstico

final.

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BIBLIOGRAFIA

Literária:

1. BONTRAGER, Kenneth L., Tratado de Técnica Radiológica e

Base Anatómica, 5ª Edição, Rio de Janeiro, Editora Guanabara

koogan, 2003.

2. PINA, J.A. Esperança, Anatomia Humana dos órgãos, Editora

Lidel, 2005.

3. PISCO,J.M., Imagiologia Básica Texto e Atlas, Editora Lidel,

2004.

Bibliografia não impressas:

1. Sá, C. (2012). Material de Apoio da Disciplina de Imagem

Médica IV. Lisboa: Escola Superior de Saúde Ribeiro Sanches.

Informática:

http://www.hsm.min-saude.pt

http://www.gehealthcare.com

http://www.4shared.com

www.breast-cancer.ca/type/hamartoma.htm

http://www.appliedradiology.com/Issues/2003/09/Articles/Calcific

ations-in-the-breast--A-radiologic-perspective.aspx

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ANEXOS

Anexo 1 – Imagens do Equipamento de Mamografia

Img. -20- Mamografo GE Medical systems:

“SENOGRAPHE DS”

Imag.- 21- Estação de controlo

Imag.-22- Consola de Raios X

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Anexo 2 – Demonstração do Auto-exame da Mama

Imag. 23 – Demonstração do Auto-Exame da mama

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Anexo3 – Classificação Birrads

Uma forma de se avaliar o tipo de lesões mamárias é através do sistema BI –RADS, este

termo é um acrónimo para Breast Imaging-Reporting and data System.

Classificação Tradução Mamográfica

0 Incompleto

1 Achados mamográficos negativos – mamografia normal

2 Achados mamográficos benignos

3 Achados mamográficos provavelmente benignos

4 Suspeita de anormalidade

5 Altamente sugestivo de malignidade

6 Malignidade comprovada através de biópsia

Tabela 2- Classificação BI-RADS

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Anexo 4- Folha de presenças – Carolina Rodrigues

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Anexo 5 – Folha de Auto Avaliação – Carolina Rodrigues

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Anexo 6 – Folha de presença – Silvino Simões

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Anexo 7 – Folha de Autoavaliação – Silvino Simões

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