Dppf - Revisão Da Recensão - Renata Miranda

8/19/2019 Dppf - Revisão Da Recensão - Renata Miranda

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Mestrado em Ciências da Educação – Supervisão Pedagógica

2015-2017

Desenvolvimento do Professor e Processos de Formação

Recensão Crítica de um Artigo Científico

“Da formação por competências à prárica docente reflexiva”

Geilsa Soraia Cavalcanti Valente e Ligia de Oli veira Viana

Escola de Enfermagem Anna Nery – UFRJ, Brasil

Mestranda: Renata Simões Rodriguez Miranda



Este artigo científico, baseia-se no pensamento e concepção de como a formação de

competências é notoriamente diferente, de uma prática docente reflexiva. Embora este

artigo se refira ao ensino da enfermagem, fala de conceitos cada vez mais emergentes

no que diz respeito à relação entre ensino e aprendizagem e como se refere no artigo “ a

importância do ser/fazer e do agir pedagógico”, pois ser -se professor/ educador, numa

sociedade em constante mutação, estes conceitos emergem e desvanecem rapidamente,

dado que nmão vivemos numa sociedade estática, mas em plena mutação!

Posto isto, as autoras do artigo, para direccionarem o seu estudo partiram de duas

questões: “Que é a inter-relação do desenvolvimento de competências na formação do

enfermeiro e na prática docenten reflexiva na Graduação em Enfermagem? Que

contribuições para a reflexão traz para a prática docente do professor de Enfermagem?”

Para estas duas questões, definiram que queriam alcançar dois objectivos : “Discutir a

inter-relação entre o desenvolvimento de competências na formação do enfermeiro e a

prática docente reflexiva. Descrever as contribuições proporcionadas pela reflexão na

prática docente do professor de Enfermagem.”

Embora este arigo, como já referi, seja no âmbito do ensino da enfermagem são

referidos ao longo do artigo, autores como Donald Shon, Perrenoud, Delors, Bogdan e

Biklen, Nóvoa, autores estes de referência também para o campo da Educação - na

temática do professor reflexivo e pensador das suas práticas pedagógicas.



Tardiff (2002) diz, “os saberes da prática docente integram diversos saberes: os saberes

profissionais: transmitidos pelas instituições de formação de professores, os saberes

disciplinares: socialmente definidos e seleccionados pela instituição universitária,

integrados à prática docente por intermédio da formação contínua dos professores; os

saberes curriculares: são os saberes sociais da instituição escolar; os saberes

experienciais: elaborados no exercício das prática docente, que emergem e são

validados pela própria experiência individual”. A meu ver esta concepção de Tardiff,

está bastante bem formulada, e completa dado que um professor é um veículo de

conhecimento, no entanto este não pode ser apenas um conhecimento científico!

Na minha óptica e como diz Paulo Freire, na sua Pedagogia da Autonomia:“[...] formaré muito mais do que puramente treinar o educando no desempenho de destrezas.”

(Freire, 1997: 15) e depois mais adiante: “...ensinar não é transferir conhecimento, mas

criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção.”

Ou seja, os desafios que são propostos aos professores, nesta altura, são mais do quetransmitir conhecimentos ou saberes, e até mesmo mais do que ensinar dterminada

competência aos alunos, sejam capazes de os formar humanamente, isto é, como seres

humanos, e que ao ensinar desta forma, sejam detentores de uma prática reflexiva, passo

a citar as autoras do artigo:

Nóvoa (1992) salienta que somos nós mesmos que temos que pensar a nossa profissão. Sob essa

perspectiva, surgiu nas últimas décadas uma tendência denominada genericamente de formação de

professores reflexivos, fazendo um profundo exame da situação atual da docência e indicando novos

caminhos, tendo como referencial a prática docente.

A certa altura, é referido no artigo, que “os saberes dos professores” são ainda pouco

explorados pelas Ciências da Educação, neste ponto eu discordo em certa parte, com o que é

referido, dado que, ainda que estejamos umas “novas núpcias”, no que diz respeito ao que são

as Ciências da Educação, e quais as problemáticas que lhes dizem respeito, cada vez mais estas



caminham a par e passo dos problemas que dizem respeito à educação e por conseguinte à

formação dos professores, e no que devem ou não ser os seus saberes.

Embora tenha a consciência de que de facto é uma área ainda pouco enfatizada, pelas Ciências

da Educação, estas não se afastam ao que nisso lhes diz respeito.

Concordo ainda, quando as autoras referem que os professores, sejam de que área for devem ser

detentores de uma prática reflexiva sistemática da sua prática, para que assim possam evoluir e

mlhor formar, quem encontram nas suas salas de aula.

Ponderando agora sobre toda a temática deste artigo, ao qual me estou a pôr de olho crítico, a

única objecção que faço será mesmo, a da pouca exploração por parte das Ciências da

Educação, no que diz respeito aos saberes dos professores e ao que devem ser esses saberes.

Em suma e concordando com as autoras: “o desafio é ensinar, ao mesmo tempo, atitudes,

hábitos, savoir-faire, métodos e posturas reflexivas”. Além disso, segundo o autor, é

importante criar ambientes de análise da prática, ambientes de partilha das contribuições

e de reflexão sobre a forma como se pensa, se decide, se comunica e se reage em uma

sala de aula. Também é preciso criar ambientes para o professor trabalhar sobre si

mesmo, sobre seus medos e suas emoções, onde seja incentivado o desenvolvimento da

pessoa, de sua identidade.” (Perrenoud, 2002)

Concluindo, assim a minha recensão crítica, o artigo parece-me muito bem estruturado e

formulado, bem como as suas questões e objectivos, claros e específicos, pesando mais

em aspectos positivos do que negativos. Apenas acho que sendo um estudo meramente

bibliográfico de âmbito qualitativo, se deveriam ter focado mais na pesquisa sobre o que

são as Ciências da educação, as suas preocupações e problemas, tal como fizeram com a

temática do “ professor reflexivo sobre a sua própria prática”. Como diria Biellerot , “A

pedagogia, arte e técnica de fazer aprender, perde as suas fronteiras em favor de uma

antropologia da aprendizagem na qual os pedagogos deixam as suas marcas” (Jacky

Biellerot in Pourtois, 1999).



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