40
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSO” PROJETO VEZ DO MESTRE Cristina Chain Costa DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS ESCOLAS, O USO DE DROGAS PELOS ADOLESCENTES. Orientador: Profº. Maria Poppe Rio de Janeiro, RJ, Julho de 2004

DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

  • Upload
    lymien

  • View
    216

  • Download
    2

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PRÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSO”

PROJETO VEZ DO MESTRE

Cristina Chain Costa

DROGAS NA ADOLESCÊNCIA

COMO ABORDAR NAS ESCOLAS, O USO DE DROGAS

PELOS ADOLESCENTES.

Orientador: Profº. Maria Poppe

Rio de Janeiro, RJ, Julho de 2004

Page 2: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

2

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PRÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO VEZ DO MESTRE

DROGAS NA ADOLESCÊNCIA

COMO ABORDAR NA ESCOLA, O USO DE DROGAS

PELOS ADOLESCENTES

OBJETIVO:

Trabalho monográfico apresentado como requisito parcial para

obtenção do Grau de Especialista em Orientação Educacional.

Rio de Janeiro, RJ, Julho de 2004

Page 3: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço à Deus

Aos meus filhos

Henrique, Amina e Amanda

E a todos que contribuíram direta e indiretamente para que eu alcançasse

esse meu objetivo.

Page 4: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

4

DEDICATÓRIA

Dedico In memoriam à

Henrique de Souza Costa – meu marido

À todos os adolescentes que tenho o prazer de conviver, principalmente

aos alunos da Sociedade Educacional Itaúna (SEI).

Page 5: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

5

RESUMO

Costuma-se pensar que prevenir o uso indevido de drogas é tarefa que diz respeito

unicamente às autoridades policiais, judiciais ou outras. Mas na verdade, toda a

comunidade deve contribuir, pois este apoio é essencial para o êxito das propostas legais e

dos programas oficiais.

Cada vez mais cedo alguns jovens começam a fazer uso de drogas, são inúmeras as

nuanças mas o interesse do usuário é sempre o mesmo: a busca do prazer. A droga dá

prazer, não há como negar.

O conhecimento humano ainda não permite saber, de antemão, quem vai virar

dependente de uma substância, mas os estudos indicam que os dependentes de drogas têm

dificuldades em sentir prazer e encontram nas drogas um alívio para o sofrimento que os

atormenta emocionalmente.

O uso precoce é um dos fatores de risco mais importantes, pois a personalidade do

jovem ainda não está desenvolvida, ele ainda está tentando achar sua forma de se relacionar

com o mundo. Oferecer a ele uma fonte instantânea de prazer pode ofuscar sua visão para

outros mecanismos saudáveis que, tanto quanto as drogas, têm o poder de alterar sua

consciência e seus sentimentos, como os esportes, os estudos e as atividades artísticas.

Famílias pouco afetivas também povoam o histórico de muitos usuários regulares. É

como se o sujeito possuísse um déficit afetivo, uma sede do prazer negado pela família. A

pressão social também favorece o uso de drogas, além dos amigos, algumas das mensagens

transmitidas à sociedade. Entre outros recados, ensina-se a criança que a felicidade está

ligada ao consumo e que a tristeza e a solidão tem que ser eliminadas.

O modelo atual de combate às drogas busca nada mais nada menos que a

abstinência completa das substâncias ilegais. Essa guerra tem três frentes de batalha.

Page 6: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

6

A primeira é tentar acabar com a oferta, ou seja, combater os fornecedores, os

narcotraficantes. A polícia Federal brasileira, que apreende toneladas de entorpecentes todo

ano trabalha nessa frente.

A Segunda frente de combate é a redução da demanda. Há duas maneiras de

convencer o sujeito a não usar drogas, ou seja, de prevenir o seu uso. Além de ameaçar

prendê-lo, processa- lo e condena- lo, ou seja, reprimi- lo, pode-se tentar educa- lo ensinar-lhe

os riscos que determinada substância traz a sua saúde e coloca- lo em contato com pessoas

que já foram dependentes.

A terceira frente de batalha é o tratamento. Chegar a eliminação das drogas não

pelo ataque à oferta ou ao consumo, mas tratando aqueles que já estão dependentes da

droga como vítimas que precisam de ajuda médica em vez de algozes que merecem

repressão policial.

Das três estratégias, a que tem recebido mais atenção e recursos é, disparado o

combate ao tráfico, mas parece que esta abordagem não é a mais eficiente, pois o inimigo

está cada vez mais viçoso.

Necessário se faz evidenciar o trabalho que a Escola pode fazer, uma vez que ela

não está somente como transmissora de conteúdos programáticos e sim, como

transformadora e construtora de uma sociedade autônoma, reflexiva e autocrítica.

Page 7: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

7

METODOLOGIA

O objetivo deste estudo tem o enfoque principal a Escola, como agente preventivo

ao uso de drogas. Tem como base a Constituição Federal no seu artigo 205, onde diz que:

“A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada

com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu

preparo para o exercício de cidadania e sua qualificação para o trabalho.”

O que é mais detalhado nos PCNs., quando se propõe os Temas Transversais,

distinguindo-os das áreas de conhecimento: “O compromisso com a construção da

cidadania pede necessariamente uma prática educacional voltada para a compreensão da

realidade social e dos direitos e responsabilidades em relação a vida pessoal, coletiva e

ambiental...”

Fundamentados na própria Constituição, são destacados quatro princípios básicos

para a orientação escolar:

- Dignidade da pessoa humana;

- Igualdade de direitos;

- Participação;

- Co-responsabilidade pela vida social.

Ainda no texto de apresentação dos Temas Transversais, à título de embasamento

destaca-se:

“A contribuição da escola, portanto, é de desenvolver um projeto de

educação comprometida com o desenvolvimento de capacidades que

permitam intervir na realidade para transformá-la. Um projeto

pedagógico com esse objetivo poderá ser orientado por três grandes

diretrizes:

Page 8: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

8

- posicionar-se em relação às questões sociais e interpretar a tarefa

educativa como uma intervenção na realidade no momento presente;

- não tratar os valores apenas como conceitos ideais;

- incluir essa perspectiva no ensino dos conteúdos das áreas de

conhecimento escolar”.

Diversos autores foram consultados, através de livros, textos e artigos, cujo

conteúdo vinha de encontro a problemática em discussão, trazendo embasamento para a

uma possível solução da situação atual.

Foram pesquisadas também, as condições necessárias para que a comunidade

escolar esteja apta para abortar um tema tão difícil como as drogas, inclusive com

características permissivas, como é o caso das drogas lícitas.

Page 9: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

9

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.....................................................................10

CAPÍTULO 1 DROGAS................................................................................12 CAPÍTULO 2 DROGAS NA ADOLESCÊNCIA........................................21 CAPÍTULO 3 A ESCOLA COMO AGENTE PREVENTIVO.................27

CONCLUSÃO.......................................................................31 BIBLIOGRAFIA...................................................................36 ÍNDICE...................................................................................38

Page 10: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

10

INTRODUÇÃO

“VENDER, FORNECER, AINDA QUE

GRATUITAMENTE, MINISTRAR OU ENTREGAR,

DE QUALQUER FORMA, À CRIANÇA OU

ADOLESCENTE, SEM JUSTA CAUSA, PRODUTOS

CUJOS COMPONENTES POSSAM CAUSAR

DEPENDÊNCIA FÍSICA OU PSÍQUICA, AINDA

QUE POR UTILIZAÇÃO INDEVIDA.”

Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei 8069/90, artigo 243º

É quase impossível determinar, atualmente, quantos indivíduos fazem uso de drogas.

Mas é certo, milhares de jovens deixaram–se induzir à sedução dos tóxicos. É verdade, que

só existem estimativas diante da carência de dados concretos, mas se pode observar que os

grandes centros são os mais atingidos pelo uso e tráfico de drogas. No Brasil, sabe-se que

o Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília são as cidades de maior incidência. Fato esse que

pode ser comprovado pelo grande número de prisões, e pela quantidade de tóxicos

apreendidos.

O século XXI desperta grande expectativa quanto às providências a serem

objetivamente tomadas pelas autoridades constituídas que tem a responsabilidade, não só

quanto as medidas concernentes ao controle do comércio, mas também em relação à

recuperação dos dependentes, e principalmente, a prevenção do uso de drogas.

Sabe–se que elas destroem o caráter, comprometem o sentido realístico e subvertem

o senso de responsabilidade, fragilizando a família, os laços comunitários e a própria força

de trabalho.

Page 11: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

11

Daí, uma efetiva prevenção, que a própria legislação brasileira enfatiza, deve operar

–se também, através da educação escolar, pois em última análise, o uso de drogas é uma

agressão à saúde pública no presente, e um crime contra o futuro dos jovens.

Este trabalho é o resultado de pesquisa sobre drogas, com o objetivo de se encontrar

respostas objetivas, sérias, científicas, para as perguntas e dúvidas mais frequentes surgidas

nos últimos tempos. Informação sobre drogas, é o que compõe os capítulos que se seguem:

o que são, como evoluíram, que efeitos podem causar, o que leva as pessoas a se drogarem,

principalmente os adolescentes, e finalmente como a escola pode e deve atuar como

parceira importante no combate ao uso das drogas, pois melhor que reprimir, é informar,

orientar, instruir, educar.

Page 12: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

12

1

DROGAS

Bálsamo ou veneno? Comida dos deuses ou maldição do diabo? Hábito natural ou

desvio da sociedade moderna? Não há resposta fácil ou certa quando o assunto é complexo

por abranger aspectos médicos, econômicos, históricos tão sinuosos e se transformou no

grande mal do século, que envolve e contamina o que de mais precioso tem uma nação,

seus jovens.

1.1- HISTORIANDO A QUESTÃO DO USO DE DROGAS

O uso de substâncias psicoativas tem acompanhado o homem no decorrer da

história, adquirindo diferentes significados ao longo dos anos, com marcantes

transformações das funções dessas substâncias na vida de seus usuários.

O uso pelos povos antigos estava intimamente relacionado à integração social e/ou à

transcendência espiritual, principalmente em ocasiões festivas e ritualísticas. Não há

indícios de que as drogas tenham representado risco social e à saúde nessa época (Paulino,

1997).

No entanto, com a industrialização, o surgimento da farmacologia, o isolamento de

princípios ativos de plantas, como a morfina e a cocaína, as formas de uso de substâncias

psicoativas foram sendo ampliadas. Foi iniciada uma forte busca por medicamentos capazes

de diminuir os vários tipos de sofrimento físicos e psíquicos, bem como para aumentar a

inspiração de alguns artistas para o desenvolvimento de suas criações.

Nesse contexto histórico, o consumo de drogas passou a ocupar novas funções,

como por exemplo, a busca do prazer individual e o alívio imediato de desconforto físico

ou psíquico.

Page 13: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

13

Foi marcadamente a partir dos anos 60 que a expansão da utilização de drogas pela

humanidade nos levou a situações de uso abusivo. Ao parecer assinalar, prioritariamente

por jovens, um grito de protesto e rebeldia contra a sociedade que se estabelecia naquele

período, o consumo de drogas pela juventude buscava mostrar ao mundo a possibilidade de

surgimento de uma nova sociedade de amor e paz, livre da violência.

Usadas desta maneira, entretanto, a suposta sociedade só estava à vista dos efeitos e

alterações provocados pela droga nos organismos, nas percepções e nos sentidos dos jovens

usuários, talvez os únicos que vislumbrassem a fantasia de uma realidade alucinadamente

colorida e pacífica. Embora algumas mudanças possam ter sido registradas nos rumos de

organização da sociedade, talvez os grandes perdedores tenham sido alguns daqueles jovens

que, por inúmeros e variáveis motivos, a despeito do protesto, não conseguiram mais

retornar daquilo que chamavam de “viagem “ou do “sonho da paz universal”, e os que

retornaram, ficaram decepcionados com o “status quo” estabelecido.

As respostas da sociedade foram rígidas e punitivas, sobretudo porque não se

analisava, nas formas de combate àquele protesto, a questão através do contexto histórico e

social, priorizando-se excessivamente mecanismos de censura e repressão que não

contribuíram para o estabelecimento de políticas sociais que garantissem mudanças para

uma vida de melhor qualidade para a humanidade. Deste modo, ao longo de décadas, as

drogas passaram a desempenhar um importante papel econômico na economia mundial,

perdendo apenas para o de armas e o do petróleo.

1.2- DEFININDO DROGAS

Segundo a Organização Mundial de Saúde, DROGA é “qualquer entidade química

ou mistura de entidades que alteram a função biológica e possivelmente sua estrutura”.

Outra definição comumente encontrada é “qualquer substância capaz de modificar a função

do organismos vivos, resultando em mudanças fisiológicas ou de comportamento”, e, ainda

Page 14: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

14

dependendo do ponto de vista médico, “são substâncias usadas para produzir alterações nas

sensações, no grau de consciência e no estado emocional”. Esta definição inclui maconha,

cocaína e heroina, mas também café, chocolate e Prosac, sem falar no álcool e no cigarro.

Do ponto de vista legal e jurídico, existem as drogas livres, que na prática qualquer

um pode comprar sem controle, apesar de haver um contrato formal (álcool e cigarro); as de

uso controlado (que podem ser compradas com receitas médicas); e as ilegais. Não há

nenhum critério técnico que justifique a inclusão das substâncias em uma ou outra

categoria. A heroina e a cocaína por exemplo, são drogas ilícitas, ou seja, ilegais e causam

dependência, mas a nicotina presente no cigarro, que é considerado droga lícita, é a droga

que tem o maior grau de dependência. Outro exemplo fica por conta do imenso número de

pessoas que sofrem de alcoolismo, contra um número bem inferior de dependentes de

drogas ilegais. Além disso , algumas drogas ilegais, como o LSD, não causam dependência.

1.3- CONHECENDO AS DROGAS MAIS COMUNS.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, drogas psicoativas “são aquelas que

alteram o comportamento, humor e cognição”. Isto significa que agem preferencialmente

sobre os neurônios, afetando o sistema nervoso central. Essas drogas são introduzidas no

organismo de várias maneiras, podendo ser aspiradas ou inaladas, comidas ou bebidas,

fumadas e injetadas. Fumar certos produtos, como o crack, ou injeta- lo (‘pico”) provoca

efeitos quase imediatos, pois a corrente sanguínea os leva diretamente ao cérebro.

Observa-se três tipos principais de efeito, que classificam as drogas em três

categorias distintas: depressoras, estimulantes e perturbadoras.

1- O usuário fica mais relaxado e calmo, até sentir-se sonolento ou mole. Tem-se aí o

efeito depressor, pois tais substâncias diminuem, retardam ou reduzem (“deprimem”) o

funcionamento mental.

Page 15: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

15

2- O usuário fica alerta, atento, às vezes agitado. Sente-se animado, bem disposto e

capaz de quase tudo. Eis o efeito estimulante, o produto estimula ou acelera o

funcionamento mental.

3- O usuário passa a perceber as coisas deformadas, coloridas, bizarras. Pensamentos,

percepções, recordações ficam como imagens de sonho, esquisitos e sem nexo. Esse é o

efeito perturbador no Sistema Nervoso Central, distorce seu funcionamento.

CATEGORIA DAS DROGAS

DEPRESSORAS ESTIMULANTES PERTUBADORAS

bebidas alcoólicas anfetaminas maconha

calmantes, ansiolíticos cocaína ácido lisérgico(LSD)

opiáceos(codeína) cafeína ayahuasca

barbitúricos nicotina cogumelo

inalantes(solventes) anorexígenos datura

Fonte: Adaptação Medicina Preventiva-Drogas (Stryjer, 2002)

Todas alteram o funcionamento do Sistema Nervoso Central e do cérebro,

retardando, acelerando ou desgovernando, desta forma, dificultam a coordenação motora,

mental e emocional. Algumas das substâncias citadas têm também uma utilidade medicinal,

porém havendo abuso ou uso indevido, podem provocar dependência.

Page 16: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

16

AS DROGAS DEPRESSORAS MAIS COMUNS NO BRASIL E SEUS EFEITOS

Nome

Dependência

Drogas

Comercial

Popular

Via

Uso Terapêutico

Efeito Tóxico

Física

Psíquica

Álcool

Birita, Mé

Mél, Pinga

Oral

Nenhum

Desinibe

Tremores Delirium T. Alucinações

Sim

Sim

Benzodiazepínicos

(tranquilizantes)

Lexoton

Valium

Diazepan

Dienpax

Calmantes

Oral ou

Ingetado

Ansiolítico

Relaxante Musc.

Anticonvulsivo

Sedação

Sonolência

Diminui

Reflexo

Psicomotores

Sim

Sim

Hipnóticos

Gardenal

Comital

Soníferos

Bola

Oral

Sedativo

Anticonvulsivo

Desorientação

Embriaguez

Sim

Sim

Inalantes

Solventes

Éter

Gasolina Verniz Clorofór-mio

Loló

Cheirinho

Lança

Nazal

Nenhum

Tontura

Euforia

Desorientação

Alucinações

Sim

Sim

Opiáceos

Pambenyl

Eritós

Bol

Oral

Antitussígeno

Antiespasmó-

tico

Alucinações

Hipotensão

Sim

Sim

Fonte: Adaptação Medicina Preventiva-Drogas (Stryjer,2002)

O abuso de álcool, cria graves problemas e sofrimentos, com um altíssimo custo

social. O uso crônico leva a uma degradação física e moral, provocando, na falta do

produto, uma síndrome de abstinência violenta. Ele pode levar à morte (por coma alcoólico

ou por complicações orgânicas, como a cirrose). Instiga com frequência a violência e

acidentes, bem como absenteísmo no trabalho.

Page 17: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

17

Os tranquilizantes (calmantes, ansiolíticos, sedativos) são atualmente muito usados,

a base da substância ativa é diazepam (por isso são chamados benzodiazepínicos). Quando

usados sem justificativa médica, procura-se uma anestesia de emoções” e o uso abusivo

destes medicamentos pode provocar dependência.

Os opiáceos ilegais, como ópio e heroína, objeto do narcotráfico oriundo da Ásia,

são pouco presentes no Brasil. A morfina, potente analgésico, pode criar dependência. Ela é

usada normalmente em doenças terminais. Os remédios à base de codeína, são mais

consumidos no Brasil, seja sob forma de xaropes contra tosse, seja como analgésicos. O

abuso, além de dependência e síndrome de abstinência, pode causar parada respiratória.

Os inalantes ou solventes representam hoje, na juventude brasileira, a “droga da

iniciação”(como antigamente a maconha), em particular o “cheirinho da loló”. Eles têm a

fama de produzir efeitos mirabolantes (“barato”), mas podem causar danos graves no

aparelho respiratório e no cérebro. Entre os meninos e meninas de rua, é bem conhecido o

uso da cola de sapateiro e esmalte, funcionando como uma espécie de “tapa fome”,

ajudando-os a aguentar ou esquecer a miséria e a violência.

Page 18: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

18

AS DROGAS ESTIMULANTES MAIS COMUNS NO BRASIL E SEUS EFEITOS

Dependência Drogas Nome Via Uso

Terapêutico

Efeito Tóxico

Física Psíquica

Cafeína

Chá Mate, Chá

Preto, Café,

Noz de Cola,

Guaraná

Oral

Nenhum

Taquicardia

Nervosismo

Sim

Sim

Nicotina

Fumo, Tabaco,

Cigarro

Oral

Nasal

Nenhum Doenças Car-

diovasculares,

Câncer no Pul-

mão

Sim

Sim

Cocaína

Pó, Neve, Bri-

sola, Bright,

Pico, Crack e

Branquinha

Oral

Nasal

Injetado

Anestésico

Local

Irritação, Insó-

nia, Inapetên-

cia, Convulsão

Idéias de Per-

seguição

Sim

Anfetaminas

Bolinha, Bola,

Rebite, Ice

Oral

Injetado

Moderador de

Apetite

Insônia, Delí-

rio, Irritação,

Agressividade,

Convulsão

Sim

Sim

Fonte: Adaptação Medicina Preventiva-Drogas (Stryjer, 2002)

A cafeína é o componente de inúmeros produtos, como por exemplo, café e

refrigerantes, sendo por isso amplamente consumida. Dosagens excessivas, dessa

substância, pode causar danos.

A nicotina, aspirada pelo fumo do tabaco, causa inúmeros malefícios

cardiovasculares e respiratórios. Seu consumo é hoje mais questionado, tendo a lei 9294 de

15/07/96, feito restrições ao seu uso e propaganda.

A cocaína e seus sub-produtos, como o crack, são extraídos da coca, planta nativa

dos Andes. Objeto do narcotráfico oriundo dos países andinos, ela é a “droga da moda”,

muito usada nas classes média e alta . O uso intenso cria forte dependência psíquica, usada

Page 19: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

19

injetada (“pico”), havendo o compartilhamento de seringa, pode transmitir infecções

graves, como a hepatite ou o vírus da AIDS.

O crack, pedras cristalizadas a partir da pasta base de cocaína, é fumado em

cachimbos. Seu efeito é devastador, provocando forte dependência física e alta mortalidade.

As anfetaminas são medicamentos ainda muito consumidos, em particular para

manter-se acordado, substâncias anfetamínicas contidas nos moderadores de apetite

(anorexígenos) além de emagrecimento, criam dependência.

Todo uso de substâncias estimulantes pode provocar insônia, nervosismo,

irritabilidade, instabilidade emocional e idéias de perseguição (paranóia), chegando a

formações delirantes.

AS DROGAS PERTURBADORAS MAIS COMUNS NO BRASIL.

Dependência Drogas Nome Via Uso Terapêutico Efeito Tóxico

Física Psíquica

LSD (Ácido

Lisérgico)

Ácido

Viagem

“Trip

Öral

Nenhum

Hilaridade,

Má Viagem, Alucinações,

Delírios.

Sim

Maconha(Marijua

na,Canabis)

Erva, Fumo,

Fininho, Baseado,

Diamba, Bagulho

Fumando

Não Reconhecido

Má Viagem, Taquicardia, Desorientação, Desmotivação

Sim

Sim

Chá de Cogumelo Chá

Cogu

Oral

Não reconhecido

Desorientação,

Alucinação

Não Não

Datura Zabumba, Trom-

beta, Sala Bran- ca, Lírio

Oral

Não reconhecido

Desorientação,

Alucinação,

Convulsão,

Delírio

Não

Não

Daime Ayahuasca,

Chá

Oral

Não reconhecido

Ilusão

Não

Não

Fonte: Adaptação Medicina Preventiva-Drogas (Stryjer)

Page 20: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

20

Estas drogas, mais conhecidas como produtos “psicodélicos” foram popularizados

na década de 60, com o movimento hippie.

O LSD é o produto de origem sintética mais conhecido. Ele pode provocar

alucinações e confusão mental de demorada remissão, “viagens ruíns” podem levar ao

suicídio.

.

A maconha é uma das substâncias mais antigas. Ela favorece a introspecção e o

desligamento do mundo. Uso intensivo e prolongado provoca a chamada “síndrome

amotivacional”, prejudicando o engajamento ativo.

Os alucinóginos vegetais, de origem sobretudo indígena, “fazem viajar”, com riscos

imprevisíveis, pois a intensidade da tal viagem, a duração e a volta ao ponto de partida são

muito variáveis.

Finalizando, deve-se chamar a atenção que existem drogas que se encaixam em

mais de uma categoria, a maconha é considerada como um alucinógeno leve. Há ainda

outras que são estimulantes e alucinógenas como o MDA ou “droga do amor” e o MDMA

ou “ecstasy”.

Page 21: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

21

2

DROGAS NA ADOLESCENCIA

A demarcação entre grupos etários como a que se conhece hoje, ou seja, a fronteira

formal entre jovens e adultos no que se refere ao domínio de afetos, bem como o interesse

em determinar a idade exata das pessoas são questões de formação recente, engendradas a

partir do incremento da instituição escolar. Neste sentido, a própria noção de adolescência é

uma construção discursiva, que não só caracteriza a modernidade, mas é essencial na

formação da subjetividade moderna.

Desde o século passado tem havido um interesse crescente em relação ao mundo

dos adolescentes. Muito já se disse e se escreveu sobre os aspectos clínicos,

fenomenológicos e metapsicológicos da adolescência: uma passagem, uma catástrofe, um

luto, um despertar etc...

Para Freud, a adolescência é a última etapa da vida infantil, o momento onde a

pulsão sexual se coloca a serviço da função reprodutiva, notadamente sob a forma da

possibilidade de um agir sexual. O impacto produzido no sujeito pelas mudanças corporais

da puberdade, onde haverá fixação definitiva do real da anatomia sexual e a organização

psíquica que aí irá ocorrer, terá segundo Freud, um papel importante no desencadeamento

das neuroses.

Isso não faz da adolescência um período de vida patológico em si. Na verdade, cada

sujeito vai lançar mão de recursos particulares para rearranjar psiquicamente, aquilo que diz

respeito a um fenômeno físico, em consonância com a cultura, a época e a sociedade a qual

ele está inserido, que por sua vez oferecerá suportes simbólicos para seu desenrolar.

Page 22: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

22

É difícil para o adolescente coordenar simbolicamente tudo que acontece na

puberdade, lidar com essa nova realidade onde questões como: quem sou eu? de onde vim?

para onde vou? qual o sentido da vida? o que quero? é esse cara que quero ou o outro? é

essa garota ou ela é apenas uma entre outras? quem que, sou eu ou meus pais?, se

precipitam de forma intensa, face os avatares do despertar real do sexo, que por definição é

sempre traumático, posto que é impossível traduzi- lo em palavras, dar- lhe um sentido. É

naquilo onde não se pode reclamar, por não se poder vir a dizer, que está o impossível de

suportar para o sujeito.

O uso de drogas, serve como anteparo para amortecer este choque produzido pelo

encontro do sujeito com o real, na insuficiência do aparelho psíquico traduzir

simbolicamente as figuras do intolerável que se apresentam a ele.

2.1 ALGUNS FATORES DE RISCO

- Tolerância à frustração

A frustração existe todos os dias para todas as pessoas, mas a maioria “encaixa” a

dor e segue em frente à conquista ou a espera de dias melhores. Porém, há sempre uma

minoria que tem uma atitude intransigente não suportando viver as frustrações

momentâneas, não lhe servindo de forma alguma a suposição de que o futuro será melhor

se lutarem por ele.

É uma atitude aprendida logo nos primeiros anos de vida e que continua na

adolescência, os jovens aprendem a evitar a todo custo sofrimentos momentâneos, embora

o enfrentar destes sofrimentos seja parte importante do seu processo de maturação.

Para aqueles que não toleram a frustração, as gratificações imediatas são

imprescindíveis, sem avaliar as possíveis consequências negativas das mesmas a prazo, o

que funciona como poderosa motivação para a iniciação à drogas.

Page 23: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

23

- Baixa auto-estima

Quem está convencido que tem pouco valor e é muito influenciável pelos outros,

não tem força para recusar a iniciação à droga se o grupo pressionar. A incapacidade de

assumir valores e de ter opiniões próprias com alguma autoconfiança é talvez o maior risco

individual.

- Não aceitação sistemática das normas

Quase todos consideram que algumas normas sociais não devem ser aceitas. Esta

capacidade de por em causa as normas sociais é saudável e muito comum na adolescência,

no entanto, para alguns, a oposição a tais normas é sistemática e converte-se num “modus

vivendi”. A coberto de argumentações explícitas como a luta contra as normas injustas e a

procura da liberdade individual contra as “grilhetas sociais”, estão os valores e atitudes de

caráter negativo como o cepticismo, hedonismo, egocentrismo e falta de responsabilidade e

disciplina social. Nestes casos sucedem situações de “desvio social” propícias à iniciação

da droga.

- A família

Os pais são os primeiros modelos dos filhos. Se os pais são consumidores de drogas,

mesmo sendo as legais como é o caso do tabaco, álcool ou tranqüilizantes, fornecem um

modelo de consumismo que os filhos tendem a seguir. Efetivamente, as crianças aprendem

mais com o que vêm os pais fazer, do que com os conselhos que ouvem dos mesmos, por

outro lado, a forma com que os pais interagem ou não com os filhos, ou seja, a forma com

que educam os filhos é provavelmente a mais importante pois facilita a solidificação de

valores e laços afetivos que manterão os jovens longe das drogas.

Page 24: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

24

- Os amigos

A necessidade de integrar-se num grupo de amigos, faz com que jovens, que não

tenham vínculos familiares alicersados, fiquem sem apoio e sem proteção necessários,

ficando inseguros e vulneráveis às diferentes influências do grupo. Se o grupo faz uso de

drogas, dificilmente o jovem que anseia a aprovação do grupo não usará também.

- A comunicação social

O fascínio cultural, representado na comunicação social, pela droga, atrai jovens

com interesse em experimentar o risco por novas experiências.

O exagero e dramatização, que é por vezes usados em campanhas moralistas contra

a droga, tem efeitos perversos porque os jovens apercebem – se dos exageros e acabam por

não dar crédito à mensagem, assumindo um em contrapartida uma atitude positiva face à

droga .

- As atividades sociais

A falta de centros recreativos de desportos ou culturais faz com que para muitos

jovens, a única forma de se divertirem e se socializarem seja através das drogas.

- O nível sócio econômico

A falta de perspectiva de futuro para os jovens que moram em favelas ou bairros da

periferia, que vivem no meio de violência brutal, sem saneamento, sem água potável, com

alimentação miserável, é um poderoso incentivo à evasão através das drogas.

Page 25: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

25

- A comunicação social

O fascínio cultural, representado na comunicação social, pela droga, atrai jovens

com interesse em experimentar o risco de novas experiências. O exagero e dramatização

que são por vezes usados em campanhas moralistas contra a droga tem efeitos perversos

porque os jovens apercebem-se dos exageros e acabam não dando crédito à mensagem,

assumindo uma postura positiva à droga.

Por outro lado, no que diz respeito as drogas legais, como o álcool e o tabaco, a

publicidade faz associação à saúde e beleza, através de imagens de juventude e vigor muito

sugestivas.

- Cultura

Novamente o álcool é um exemplo paradigmático, porque não sendo na nossa

cultura uma droga estigmatizada e ilegal, a iniciação de seu consumo é vista de forma

benevolente, mesmo que sejam jovens. Devido a sabedoria acumulada de séculos nas

sociedades ocidentais, sabe-se geralmente como evitar seus efeitos devastadores. No

entanto, a sua introdução repentina noutras culturas que não consigam criar “travões”

adequados, pode provocar o descalabro social.

SITUAÇÃO DO CONSUMO DE DROGAS NO BRASIL PELOS ADOLESCENTES

Faixa etária/ano 1987 1989 1993 1997

10 – 12 anos 14,2 17,7 14,5 12,4

13 – 15 anos 19,3 25,5 20,3 21,7

16 – 18 anos 27,4 30,7 26,7 31,2

> 18 anos 30,1 32,3 31,7 34.4

Total 22,0 26,6 23,3 25,0

Fonte: Adaptação Medicina Preventiva-Drogas (Stryjer,2002)

Page 26: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

26

Nenhum jovem usa drogas por uma causa única e sim por diversos fatores

estruturais e desencadiantes. Isto é, o tipo de droga usada, o ambiente que ele está inserido

e a personalidade do jovem caracterizam uma situação multifatorial que deve ser

considerada. Na realidade, o “problema das drogas” não existe. O que existe são problemas

humanos.

O vício tem início sob quatro aspectos principais: - problemas emocionais = 65%; -

curiosidade = 20%; - exibicionismo ou auto-afirmação = 10%; problemas mentais = 5%

(Zaitter,1994).

Em contra partida, quatro elementos tem se mostrado protetores: - forte ligação

com os pais; - compromisso escolar; - envolvimento regular em atividades religiosas; -

crença em normas e valores da sociedade (Hawkins, 1992).

Page 27: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

27

3

A ESCOLA COMO AGENTE PREVENTIVO

Trabalhar com a prevenção, para evitar que cada vez mais se propague o uso

abusivo de drogas entre crianças e adolescentes, significa trabalhar rigorosamente nos

padrões do Estatuto da Criança e do Adolescente ( ECA), mais especificamente cumprindo

os artigos 3º , 7º e 53º.

_ Artigo 3º __ A criança e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes à pessoa humana , sem prejuízos da proteção

integral de que trata esta Lei , assegurando –se – lhes , por lei ou por

outros meios , todas as oportunidades e facilidades , afim de lhes facultar

o desenvolvimento físico , mental , moral , espiritual e social , em

condições de liberdade e de dignidade ;

_ Artigo 7º __ A criança e o adolescente tem direito a proteção à

vida e à saúde , mediante a efetivação de políticas sociais públicas que

permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso em

condições dignas de existência ;

_ Artigo 53º __ A criança e o adolescente tem direito à educação ,

visando o pleno desenvolvimento de sua pessoa , preparo para o

exercício da cidadania e qualificação para o trabalho , assegurando–se–

lhes :

I - Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II- Direito de ser respeitado por seus educadores ;

III- Direito de contestar critérios avaliativos , podendo recorrer

as instâncias escolares superiores;

Page 28: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

28

IV- Direito de organização e participação de entidades estudantis ;

V- Acesso a escola pública e gratuita próxima de sua residência .

Parágrafo único __ É direito dos pais ou responsáveis, ter ciência do

processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas

educacionais.

Pode–se traduzir tal tarefa para garantir a execução da lei a partir do atendimento

de suas necessidades básicas, toda criança/adolescente estivesse satisfeita com a qualidade

de sua vida dentro do princípio do prazer que, desta forma , certamente não seria procurado

pelo caminho das drogas. Não se quer cair num universo utópico de um mundo paradisíaco

impossível de se obter , porém , pode–se equacionar alguns esforços para que os recursos

sejam utilizados de modo mais adequado na implantação de políticas públicas.

No plano geral , uma grande forma de ajuda dá–se a partir do ato de eleger nossos

representantes para o poder legislativo e executivo , com a opção por pessoas

comprometidas com as política sociais e o uso democrático da verba pública. No esboço de

programas ou de tratamentos e recuperação ou de prevenção e educação, é importante o

exercício da relação custo/benefício de cada um deles. Os recursos gastos com a internação

de poucos dependentes talvez fosse o suficiente para que, de maneira precoce, se evitasse

que um grande número de jovens trilhassem um tortuoso e arriscado caminho de drogas.

Hoje, vê –se que a idade média de contato da criança com a droga está a cerca dos 6

anos de vida (NEPAD/UERJ) , não deve–se tentar prevenir ou intervir só no período da

adolescência. Uma estratégia importante pode ser definir planos de ação através de

propostas por política setorial e por faixa etária, identificando as melhores formas de como

atuar junto a criança de 0 à 6 anos, de 6 à 12 anos e junto ao adolescentes de 12 à 18 anos.

Na área da política de educação, um investimento maior na educação infantil ,

voltada para a criança do pré- escolar ainda tão desassistida , e para aquelas do ensino

fundamental e do ensino médio. Nesta situação, acumulam–se paulatinamente , elevados

Page 29: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

29

índices de repetência e de abandono escolar (evasão), que reforçam a baixa escolaridade de

crianças e de adolescentes fazendo com que eles se desinteressem pela própria formação e

que se direcionem para um mercado de trabalho equivocado, gradativamente

desestimulando–os para uma vida saudável ou levando–os à vida na rua.

O incentivo de uma política de educação garantindo a escola de boa qualidade e

promotora de saúde de vida poderá reverter o quadro. Permitirá, por exemplo, que a

reestruturação curricular trabalhe, de fato, pedagogicamente a questão do uso e abuso de

drogas , seus riscos , e feitos e/ou conseqüências com os alunos para uma opção de vida de

boa qualidade, como é uma das propostas dos PCNs., mais especificamente, contida nos

Temas Transversais, cujos conteúdos são: Ética, Saúde, Meio ambiente, Orientação sexual,

Pluralidade cultural.

Os conteúdos dos Temas Transversais, não são novas áreas de ensino, constituem

temas a serem trabalhados transversalmente nas disciplinas da base comum nacional, com o

objetivo de proporcionar amplo debate sobre os mesmos, pois envolvem problemáticas

sociais e atuais urgentes, consideradas de abrangência nacional e até mesmo de caráter

universal.

Mizucami (1998), no V Congresso Paulista sobre Formação de Educadores,

apresentou o resultado de sua pesquisa e esclarece que, de acordo com as determinações e

as fundamentações teóricas presentes nos PCNs., identificou oito tipos de competências

esperadas do professor para que haja possibilidade destes alcançarem seus objetivos:

1- Planejador central do currículo e do ensino.

2- Ser a figura central do processo ensino-aprendizagem.

3- Avaliador do progresso do aluno e observador dos eventos da sala de aula.

4- Educador do desenvolvimento pessoal de cada aluno.

5- Ser agente do seu processo de aprendizagem e desenvolvimento profissional.

6- Conhecer profundamente as áreas de conhecimentos e dos Temas Transversais.

Page 30: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

30

7- Educador de estudantes diversos.

8- Participar do projeto educativo da escola.

Dentre os quais destaca-se um, cuja referencia cabe dentro deste contexto:

CONHECER PROFUNDAMENTE AS ÀREAS DE CONHECIMENTOS E OS

TEMAS TRANSVERSAIS.

Percebe-se então, como o próprio documento reconhece, que quanto a

formação de professores é necessária:

“... uma política educacional que contemple a formação inicial e

continuada dos professores, uma decisiva revisão das condições

salariais, além da organização de uma estrutura de apoio que fortaleça o

desenvolvimento do trabalho (acervo de livros e obras de referências,

equipe técnica para supervisão, materiais didáticos, instalações

adequadas para a realização do trabalho de qualidade), aspectos que,

sem dúvida, implicam a valorização da atividade do professor”, (Brasil,

1997 a, p.38).

Não se pode exigir de educadores que desconhecem o assunto, atitudes ou papeis de

prevenção no campo do uso de drogas , ou cuja o tema nunca tenha sido abordado nos seus

cursos de formação, de fato, o corpo docente declara-se, com grande frequencia,

despreparado para a abordagem dos temas propostos. Logo, a sua capacitação é

fundamental para que a transmissão de idéias preventivas detenha credibilidade, por meio

de posturas seguras, autênticas e lúcidas, substituindo os preconceitos que alimentam

medos e inseguranças por conceitos criteriosos. Estes serão comprovados cientificamente, e

contextualizados, no que tange à realidade concreta, escolar e comunitária.

Para tal o Ministério da Saúde , junto ao Programa das Nações Unidas para o

Controle Internacional de Drogas ( UNDCP) , tem procurado investir na capacitação

Page 31: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

31

técnica , sobretudo de professores no campo da prevenção de drogas, com resultados

iniciais promissores .

Na faixa do adolescente , outra medida importante na prevenção ao uso e abuso de

drogas pode ser a escolarização do adolescente associada ao ensino profissionalizante.

Existem programas de educação juvenil que desenvolvem essa prática de forma bem

sucedida , muitas vezes aliada ao setor de empresas privadas com aproveitamento posterior

do adolescente no mercado de trabalho.

Estas atividades de valorização do indivíduo por meio da ampliação de suas

perspectiva de vida certamente estarão contribuindo para afasta–lo da dependência de

drogas. Vale também lembrar que tais atitudes devem estar ligadas a uma política de

trabalho segura , que possa oferecer a esses cidadãos um emprego com remuneração

digna. Esta é uma arma utilizada pelo narcotráfico em níveis até desproporcionais tamanho

o volume de dinheiro envolvido , mais que , infelizmente , seduz jovens que não encontram

empregos salários dignos.

Na concepção em que se compreende o papel da escola como espaço fundamental à

construção de conhecimentos e valores que estejam em sintonia com o tempo e o mundo

em que se vive, é importante que questões como a do uso de drogas, possam estar

incorporadas aos conteúdos curriculares no contexto histórico e social para garantir,

através de uma reflexão crítica dos alunos , a opção por uma vida saudável .

“Propor uma educação com qualidade na multiciplicidade de

situações de uma comunidade é fundamental na interação escola/vida

para propiciar ao aluno a apropriação de meios para que ele se situe no

mundo em que vive , nas relações que nele se estabelecem, criticando e

participando de sua formação”. ( Assis, R./1996).

Page 32: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

32

Dentro dessa perspectiva, a inserção da prevenção ao uso de drogas na grade

curricular de alunos da educação infantil ao ensino médio, discutindo a importância da

preservação do meio ambiente e da própria vida, poderá se estabelecer como medida eficaz

para se evitar o uso abusivo de drogas e/ou a dependência às drogas, se não agora

minimamente em gerações futuras.

Page 33: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

33

CONCLUSÃO

O sonho, aquele doce sonho dos anos 60, acabou. John Lennon, os Beatles, o pé na

estrada, a flor, a liberação sexual, o amor livre, os cabelos soltos aos ventos da rebelião

jovem, a minissaia, a vida aberta. Tudo isso ficou lá, guardado na memória e no coração de

quase todas as cidades do Ocidente. Entretanto, como aparece nas narrativas fantásticas,

uma sombra se desgarrou do cenário de ilusões, rompeu o mundo dos sonhos, transpôs a

barreira da realidade e se alastra, e contamina, e se multiplica, e adquire formas variadas,

surpreendentes, assustadoras.

Esta sombra são as drogas. As transformações culturais de quarenta anos passados,

ao mesmo tempo que forçaram a derrubada de tabus e preconceitos, tiveram também esse

poder de produzir e prolongar a coexistência com as drogas. Nas escolas, nas casas, nos

locais de trabalho, por toda parte passou a existir uma tolerância em relação às drogas.

Apesar da repressão policial, apesar dos lamentos de mães e pais, apesar das advertências

dos médicos, apesar das proibições da lei...

A verdade, indisfarçável, é que se tornaram mais e mais comuns os casos de gente

drogada. Gente famosa ou gente anônima, cada um de nós tem pelo menos um amigo ou

um parente que faz uso de drogas. A demanda por drogas aumentou extraordinariamente e

a oferta cresceu na mesma proporção.

Não por acaso, tem crescido nos últimos anos a mortalidade entre jovens na faixa

etária dos 15 aos 24 anos vítimas de acidentes, homicídios e suicídios, muitas vezes com

evidente conexão com algum tipo de droga, desde a mais leve ou pesada, lícita ou ilícita.

Sim as pessoas começam a se viciar na adolescência e lamentavelmente, como

grupo mais numeroso, vêm os que começam a se viciar na pré-adolescência e só depois

colocam-se aqueles que se tornaram dependentes de drogas já adultos.

Page 34: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

34

Justamente na pré-adolescência e na adolescência, quando é chegado o momento de

definir o rumo o papel nesse mundo, as drogas atacam. O corpo está se desenvolvendo, o

sexo desperta, as dúvidas sobre a vocação profissional se agigantam e bem nesta curva

crucial da vida, bem nesta hora da pincelada final no caráter vem brilhar o pó, vem dançar a

fumaça, vem picar a agulha, vem se oferecer a droga como truque para escapar dos

conflitos existenciais.

E aí nos perguntamos, de quem seria a culpa? Das autoridades, que não conseguem

controlar as drogas proibidas? Das industrias, que fornecem quantidades espantosas de

drogas permitidas, como o álcool e o fumo? Dos pais, que não educam direito em casa?

Dos amigos, que convidam, que insistem? Da sociedade?

Relacionar culpados, não chega a ser construtivo. Apontar o dedo de nada resolve,

até porque, há mais vítimas do que culpados nesta história.

Concluo com essa pesquisa que abordar a questão das drogas na Escola é medida

preventiva que se impõe. Aliás, para a Escola, é mais fácil perceber que o aluno está

envolvido com drogas do que para os pais, pois o envolvimento emocional existente na

relação pais e filhos pode levar a “cegueira psíquica”, isto é, como os pais não querem ver

seus filhos drogados, eles negam a si mesmos que isso esteja acontecendo. E como os filhos

escondem dos pais seu vício, fica ainda mais difícil.

Tal envolvimento psicológico não existe na Escola. O que existe são referências e

registros mais objetivos (desempenho, disciplina, notas) que, ao lado das observações de

cada professor, podem permitir uma melhor avaliação do comportamento do aluno.

Desta forma, a comunidade escolar pode orientar seus alunos em relação às drogas,

desmistificando-as, juntamente com seus usuários, através de conhecimentos básicos

científicos (seus efeitos), psicológicos e sociais (como agem os adolescentes saudáveis, os

usuários e os dependentes; como traficam etc.).

Page 35: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

35

Já está provado à exaustão que a repressão pura e simples dos delitos ligados ao

tóxico não adianta. A solução, é diminuir a demanda e isso só será possível com a

prevenção. Quanto antes os jovens forem informados, alertados e motivados a se manterem

longe das drogas, mais chances haverão de resgate desse submundo, melhores serão as

perspectivas de proporcionar- lhes o exercício pleno de cidadania.

A problemática das drogas atinge a todos indistintamente e seu enfrentamento

demanda uma atuação conjunta e articulada de todos os segmentos da sociedade, movidos

pelos princípios da co-responsabilidade e da não-adversidade. É importante para o jovem

sentir e saber que seus educadores, numa comunhão com sua família e comunidade estão

unidos no mesmo ideal: livra-los dos perigos e das devastadoras consequências resultantes

do uso de drogas.

Necessário se faz verbalizar as expectativas positivas em relação ao jovem,

estimulando a continuidade dos estudos, o exercício dos princípios de altruísmo,

cooperação e solidariedade, promovendo-se ainda atividades criativas e extracurriculares

para a criação de vínculo entre aluno, escola, pais e comunidade, sendo a escola o veículo

de informação mais adequado.

É importante para o jovem compreender a vida como horizontes de possibilidades

em que lutas, dificuldades, desilusões e tristezas podem se tornar desafios para a busca de

soluções e a organização coletiva que vise à transformação social.

Um fato realmente não se pode negar: droga dá prazer. Resta saber se esse prazer

momentâneo, falso, efêmero e muitas vezes buscado como fuga para suportar uma dura

realidade compensa tudo mais que é subtraído pelo uso das drogas: auto-estima,

planejamento e construção de um projeto de vida, família, trabalho, criatividade, lazer,

capacidade de tomar decisões e solucionar problemas, assumir responsabilidades, enfim,

ser um cidadão.

Page 36: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

36

BIBLIOGRAFIA

Brasil, Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais, 1999.

Bucher, R. Prevenindo Contra as Drogas e DST/AIDS: Cartilha do Educador. Brasília,

1995.

Contini, Maria de Lourdes Jeffery e Koller, Sílvia Helena. Adolescência e Psicologia.

Concepções, práticas e reflexões críticas. Brasília: CFP, 2002.

Dados da Organização mundial de Saúde, 2000.

Deslandes, Suely Ferreira. Pesquisa Social: teoria, método e criatividade.

Petrópolis,RJ.Vozes,1994.

Hawkins JD; Catalano RF: Miller JY. Risk and Protective factors for alcohol and other

Drug Problens in Adolescence: Implicacions for substance abuse prevencion. Psychol

Drull, 112:64, 1992.

Estatuto da Criança e do Adolescente, 1991.

Inem, Clara e Baptista, Marcos. Toxicomanias. Abordagem clínica. Rio de Janeiro:

NEPAD/UERJ: Sette letras, 1997.

MacLellan, Tom e Bragg, Alicia. Tudo Sobre Drogas, São Paulo: Nova Cultural,1988.

Revista Nova Escola, 2003.

Page 37: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

37

Silva, Carlos dos Santos e Gian, Calvi. Drogas! Se eu quiser parar, você me ajuda? Rio de

Janeiro: Autores & Agentes & Associados, 1997.

Stefani, Rosaly. Referencial e Parâmetros Curriculares Nacionais. São Paulo: Paulus ,2000.

Stryjer, Roberto Saulo Osmar. Medicina Preventiva – Drogas. Rio de Janeiro: Biologia e

Saúde, 2002.

Zaitter MB. In Drogatização. Drogas e consequências. São Paulo: Lovise, 1994.

.

Page 38: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

38

ÍNDICE

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO 1

DROGAS

1.1- Historiando a questão do uso de drogas

1.2- Definindo drogas

1.3- Conhecendo as drogas mais comuns

CAPÍTULO 2

DROGAS NA ADOLESCENCIA

2.1- Alguns fatores de risco

CAPÍTULO 3

A ESCOLA COMO AGENTE PREVENTIVO

CONCLUSÃO

BIBLIOGRAFIA

ÍNDICE

10

12

12

12

13

14

21

21

22

27

27

33

36

38

Page 39: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

39

FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Pós-Graduação “Lato Sensu”

Título: Drogas na adolescência. Como abordar na escola, o uso de drogas pelos

adolescentes.

Por: Cristina Chain Costa

Orientador: Prof. Maria Poppe

Data de entrega: Julho de 2004.

Avaliador: Conceito:

Page 40: DROGAS NA ADOLESCÊNCIA COMO ABORDAR NAS … CHAIN COSTA.pdf · universidade cÂndido mendes prÓs-graduaÇÃo “lato senso” projeto vez do mestre cristina chain costa drogas na

40

ATIVIDADES CULTURAIS