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“Pela liberdade, assim como pela honra, pode-se e deve-se arriscar a vida” (Dom Quixote, Miguel Cervantes) Informativo da Associação Nacional dos Anistiados da Petrobrás | conape.org.br | 21 2262-2945 | 0800 095 9249 Ano 4 | Nº 20 Setembro e Outubro | 2014 UNE - União Nacional dos Estudantes Importante saber A Petrobrás, uma das maiores empresas petrolíferas do mundo, orgulho do povo brasileiro, foi um dos grandes objetos dos debates acirrados nessas Eleições 2014. Em todas a Petrobrás sempre foi tema, pré e pós-eleições. Passadas as votações caberá a to- dos nós ficarmos atentos se os diver- sos problemas elencados, como os escândalos envolvendo a empresa, gestão como um todo (inclusive no respeito aos direitos dos petroleiros da ativa, aposentados, anistiados e pensionistas), serão jogados para de- baixo do tapete ou terão consequên- cia positiva, para o futuro soberano do Brasil no setor petróleo e energéti- co como um todo? Em sua edição pós-eleições, a re- vista Exame trouxe alguns pontos que fizeram da Petrobrás um tema bastante debatido pelos candidatos à presidência da República. A petroleira, por exemplo, sofreu um revés em seus negócios nos últimos anos e, para especialistas consulta- dos por exame.com, são várias as ra- zões que podem explicar isso. Um dos principais pontos ressalta- dos pelos especialistas é a dívida lí- quida. Nos últimos quatro anos, a dívida líquida da Petrobrás cresceu quase 300%, de acordo com dados da Economatica. Passou de 61 bi- lhões de reais para 241 bilhões de re- ais até junho de 2014. O caixa, por sua vez, não avançou na mesma pro- porção e cresceu menos de 20% no mesmo período. Pré-sal é outro tema destacado. Em 2006, a Petrobrás anunciou a desco- berta de Tupi, atual campo de Lula, na Bacia de Santos, que concentra grande quantidade de petróleo abaixo da camada de sal. No dia 1º de maio de 2009, a estatal deu início à produ- ção do pré-sal de fato. • Opinião Direitos Petróleo Direitos Humanos Língua Portuguesa Trabalho Uma República oscilante, um artigo de Newton Menezes. >> p.2 Anistia Internacional repudia morte de adolescentes. >> p.7 Comissão da Verdade apresentará relatório final em 10 de dezembro. >> p.4 O engº Roberto Coimbra fala do péssimo ambiente na ditadura. >> p.7 ACT define reajuste salarial aos anistiados e pensionistas. >> p.8 Não haveria Nuremberg com Hitler, artigo do advogado Marcelo Cerqueira. >> p.2 Inaugurado busto do ex- deputado federal Rubens Paiva. >> p.8 Petrobrás bate recorde de produção de 2,23 milhões de barris. >> p.6 E a Petrobrás pós-eleições? Auditora-fiscal, Maria Lúcia Fattorelli, propõe bases para uma reforma fiscal. Confira na pág.7 Aloisio Simões livrou petroleiros de serem presos pela ditadura >> P.5 Senado media debates sobre o novo acordo ortográfico. >> p.4 >> Págs. 2, 3 e 7 6º Encontro de Mulheres e Pensionistas de Anistiados 26 novembro | 2014 | na Conape

E a Petrobrás pós Aconape.org.br/wp-content/uploads/2017/08/conape... · Assim rasgou-se o Império e remen-dou-se a República. Conta-se que pe-la causa sangue derramou-se. Um

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“Pela liberdade, assim como pela honra,pode-se e deve-se arriscar a vida”(Dom Quixote, Miguel Cervantes)

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Ano 4 | Nº 20Setembro e Outubro | 2014

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Importante saber

A Petrobrás, uma das maioresempresas petrolíferas do mundo,

orgulho do povo brasileiro, foi umdos grandes objetos dos debatesacirrados nessas Eleições 2014. Emtodas a Petrobrás sempre foi tema,pré e pós-eleições.Passadas as votações caberá a to-

dos nós ficarmos atentos se os diver-sos problemas elencados, como osescândalos envolvendo a empresa,gestão como um todo (inclusive no

respeito aos direitos dos petroleirosda ativa, aposentados, anistiados epensionistas), serão jogados para de-baixo do tapete ou terão consequên-cia positiva, para o futuro soberanodo Brasil no setor petróleo e energéti-co como um todo?Em sua edição pós-eleições, a re-

vista Exame trouxe alguns pontosque fizeram da Petrobrás um temabastante debatido pelos candidatos àpresidência da República.

A petroleira, por exemplo, sofreu umrevés em seus negócios nos últimosanos e, para especialistas consulta-dos por exame.com, são várias as ra-zões que podem explicar isso.Um dos principais pontos ressalta-

dos pelos especialistas é a dívida lí-quida. Nos últimos quatro anos, adívida líquida da Petrobrás cresceuquase 300%, de acordo com dadosda Economatica. Passou de 61 bi-lhões de reais para 241 bilhões de re-

ais até junho de 2014. O caixa, porsua vez, não avançou na mesma pro-porção e cresceu menos de 20% nomesmo período.Pré-sal é outro tema destacado. Em

2006, a Petrobrás anunciou a desco-berta de Tupi, atual campo de Lula,na Bacia de Santos, que concentragrande quantidade de petróleo abaixoda camada de sal. No dia 1º de maiode 2009, a estatal deu início à produ-ção do pré-sal de fato. •

Opinião Direitos

Petróleo Direitos Humanos Língua Portuguesa Trabalho

Uma Repúblicaoscilante, um artigo deNewton Menezes. >> p.2

Anistia Internacionalrepudia morte deadolescentes. >> p.7

Comissão da Verdadeapresentará relatório finalem 10 de dezembro. >> p.4

O engº Roberto Coimbrafala do péssimo ambientena ditadura. >> p.7

ACT define reajustesalarial aos anistiados epensionistas. >> p.8

Não haveria Nurembergcom Hitler, artigo doadvogado MarceloCerqueira. >> p.2

Inaugurado busto do ex-deputado federalRubens Paiva. >> p.8

Petrobrás bate recorde deprodução de 2,23 milhõesde barris. >> p.6

E a Petrobrás pós-eleições?

Auditora-fiscal, Maria Lúcia

Fattorelli, propõe bases para

uma reforma fiscal.

Confira na pág.7

Aloisio Simões livrou petroleiros de serem presos pela ditadura >> P.5

Senado media debatessobre o novo acordoortográfico. >> p.4

>> Págs. 2, 3 e 7

6º Encontro de Mulheres ePensionistas de Anistiados

26 novembro | 2014 | na Conape

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conape notícias2 www.conape.org.br

* Conselheiro da Conape.

OOppiinniiããoo && ttaall

Uma República oscilante

De retardo e precipitações consti-tuímos o presente. Lentos, fomos

o último a abolir a escravatura – mise-rável bem de nossa economia –, ape-sar de, por trás dos panos, a princesaIsabel a proteger quilombos como odas Camélias no remoto Lemblon(Eduardo Silva, Cia. Das Letras,2003). Depois amigos e correligionári-os golpearam o inteligente e bona-chão Pedro II. Patriótico, exigiu sersepultado sob terras brasileiras. Mori-bundo, do exílio em Portugal mandoubuscá-las em solo de sua nascença,seria o leito de seu descanso.Assim rasgou-se o Império e remen-

dou-se a República. Conta-se que pe-la causa sangue derramou-se. Umbêbado dormia num regime e acorda-ra em outro. Incauto, como de hábito,saúda o rei. Na tentativa de impedir ainfâmia, um zeloso soldado com a es-pada lhe feriu a orelha. E gotejou so-bre a calçada um fio simbólico...As chamadas reformas de base,

também um pretexto para o militaris-mo, ainda se arrastam em soluçõescapengas. Somos um tanto conser-vadores. Temerosos de mudanças, onovo não nos agrada. Principalmentequando significa a quebra da aristo-cracia de poder, qualquer que seja.Na verdade as causas populares têmpouca representatividade, a não serpela galhofa e posterior cooptação.Como atitude de desmerecimento es-colhemos e vez por outra aparece atéanimal no lugar de gente (vide Caca-reco e outros). Uma revolta significan-te: há quem na fuga de sua realfunção chega ao Congresso como fi-guras estranhas e zombeteiras.É a nossa República segue num ca-

minhar oscilante. Parlamentares quese xingam e discutem mas não legis-lam o suficiente. Atos de um parla-mentarismo sem sê-lo. Uma grandeconstituição com princípios a carecerde regularização. A lembrança doPangloss de Voltaire é oportuna: E vai

tudo bem no melhor dos mundos...Diante das contradições, um fato

merecedor de destaque: o nosso pro-cesso eleitoral. Longe dos erros pro-positais e manipulações do passado,dos longos dias de contagem das cé-dulas de candidatos e que eram de-positadas em urnas fragilíssimas evolantes substituíveis, hoje, em seuslugares temos um sistema único eexemplar. Não satisfeito com a avan-çada urna eletrônica, o TSE já testa abiométrica. Coisa que o democrático(sic) primeiro mundo não tem.Terminada as eleições, seus exces-

sos e “desconstruções”, ganhamosno sentimento da democracia: a liber-dade de escolher. Ambos, derrotado eeleito, pregam a união e o bem dopaís. Resta saber se assim tudo vaiacontecer, pois faltou no eleito a hu-mildade do cumprimento que recebeudo derrotado. À Presidente Dilma, co-mo disse Frei Betto, “cabe o desafiode governar melhor do que já fez e

tentar resgatar o que lhe imprimiu tan-ta credibilidade”. Afinal a votação deAécio teve uma forte adesão. Portantoa exigência tornou-se muito maior eagora é de todos.Em tempo:O positivismo é fato histórico. Na

Rua Benjamin Constant, o seu primei-ro templo no Brasil, símbolo de me-moráveis lutas, está aos pedaços como teto ruindo e tudo de importânciaque no interior existe. A continuidadedo serviço de restauração faz muitotempo foi abandonada. Só uma placaque prometia fazê-la em 30 dias, daSecretaria de Obras e da Cultura, re-siste ironicamente. Participaram dacriação da República em lugar do Im-pério. A inscrição na bandeira nacio-nal lhes pertence. É oriunda do lema“o amor por princípio e a ordem porbase, o progresso por fim”. Dói assistiraquele descaso, a memória da histó-ria brasileira a ser destruída e desme-recida. •

Marcello Cerqueira*

O país sabe que agentes do Esta-do prenderam, cassaram, seques-traram, torturaram, mataram e“desapareceram” com adversáriosdo regime, da resistência armadaou não. O Poder Militar (ainda hojeautônomo em função de uma tran-sição incompleta e consentida),embora não possa mais negar oscrimes dos seus agentes, escuda-se na lei nº 6.683/79, que teriaconcedido a anistia possível àquelaaltura.Naturalmente, a questão da anis-

tia “recíproca” ocupa lugar de rele-vo na discussão. E ela tem duasfaces que, por diferentes cami-nhos, se encontraram em 1979.De um lado, a abertura “lenta,

gradual e segura” (de alguma for-ma ainda em vigor), formulada noconsulado do general Geisel, irianaturalmente desaguar na reformapartidária, pois um futuro confrontoeleitoral MDB versus Arena seriaresolvido com uma acachapantederrota para a ditadura. No projetoGeisel, algum tipo de anistia, adi-ante, teria de ser concedida. A mo-dificação da Lei de Segurança

Nacional, lei 6.620 de 17/12/78,que revogava o decreto-lei 898/69,diminuía a pena dos já condena-dos pela Justiça Militar e apontavarumos.A anistia deveria ser concedida

para que os entes políticos que seencontravam exilados e cassadospudessem voltar, recuperar direitospolíticos e organizar novos parti-dos, quebrando a lógica da disputaeleitoralbinária. Jáno derra-deiro con-sulado daditadura, o governo envia o incrívelprojeto que cassava o MDB e abriacaminho para a reforma partidária.Do lado das forças democráticas,

cresciam as oposições no reclamode uma anistia que fosse “ampla,geral e irrestrita”. Não foi.Não se faria Nuremberg com Hi-

tler no poder.Por isso é que os chamados “cri-

me de sangue” não foram anistia-dos pela citada lei 6.683/79, queexpressamente os excluiu no §2ºdo art. 1º da referida lei: “Excetu-am-se dos benefícios da anistia os

que foram condenados pela práticade crimes de terrorismo, assalto,sequestro e atentado pessoal.”Assim, não foram libertados com

a Lei de Anistia aqueles condena-dos pelo que se convencionou cha-mar de “crimes de sangue”, cujasdefesas se valeram da modificaçãointroduzida na lei que então oscondenara (DL 898/69) pela lei6.620, de 17/12/78, que diminuía a

pena dos já condenados pela Jus-tiça Militar, como acima já referido.Dessa forma, com a boa vontade

do general Tasso Fragoso, entãoministro do Superior Tribunal Militarsorteado para examinar os pedidosde adequação das penas à novalei, acabaram por serem afinal li-bertados.Mas não em virtude da Lei de

Anistia de 79, repita-se. Inútil aco-bertarem-se nas leis de anistiaposteriores, pois estas apenasalargaram os efeitos civis daquela.E nem se acoitarem na Arguição

de Descumprimento de PreceitoFundamental (ADPF) 153 (penden-te de embargos de declaração),que afirmou a constitucionalidadeda Lei de Anistia (6.683/69), pois adecisão reitera, também e princi-palmente, que não foram anistia-dos os “crimes de sangue”.A propósito do Judiciário, agora

tão apreciado pelos torcionários,não custa lembrar que a ditaduramilitar cassou e suspendeu direitospolíticos de membros do SupremoTribunal Federal, do Tribunal Fede-ral de Recursos, de desembarga-dores e juízes de Direito, cujasdecisões que contrariavam o regi-me não foram cumpridas.Entretanto, a História está a recla-

mar uma solução que encerre esseciclo tenebroso em que viveu opaís. Os agentes do Estado devemresponder por seus crimes.Mancha o soldado e humilha a

Nação qualquer contemplação comtais criminosos. •

* Marcello Cerqueira é advogado

Fonte: O Globo - 4/10/14.

A anistia deveria ser concedida para que os entes políticos

que se encontravam exilados e cassados pudessem voltar,

recuperar os seus direitos

Não haveria Nuremberg com Hitler

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3Setembro e Outubro | 2014

Em entrevista à Agência Adital,em 12/9, que a seguir resumi-

mos, o ex-preso político e profes-sor Valter Pinheiro (foto), integrantedo Comitê pela Memória, Verdadee Justiça do Ceará, falou sobre os35 anos da Lei de Anistia, instituídapela ditadura militar, sem discus-são com a sociedade.Pinheiro foi um dos muitos que

militaram pela retomada da demo-cracia durante o regime de exce-ção, sendo sequestrado por duasvezes pelos militares e torturado napropriedade conhecida como “Ca-sa dos Horrores”, na cidade de Ma-ranguape (Estado do Ceará). “Éprivada, mas seus primeiros propri-etários eram simpatizantes do Gol-pe Militar. Inclusive, cederam partedo terreno da fazenda para umaunidade do Exército”.Para ele, é urgente e fundamental

a necessidade de revisão e puni-ção dos autores das violações aosdireitos básicos da população, noperíodo ditatorial (1964-1985).A Adital lembrou que a Lei de

Anistia foi promulgada em 28 deagosto de 1979 pelo presidenteJoão Batista Figueiredo, após am-pla mobilização social, ainda du-

rante o regime militar. Por meiodela foi concedida anistia aos ati-vistas políticos (ou eleitorais), quetiveram seus direitos políticos cas-sados, mas também aos servidoresda Administração Pública direta eindireta, inclusive aos próprios mili-tares que protagonizaram atos desequestro, homicídios e tortura,dentre outras violações.35 anos depois, a Lei ainda é

controversa no país. Nos últimosanos, principalmente com o debateque se iniciou após a instalação deComissões da Verdade para apuraros eventos do período ditatorial,setores intelectuais, dos movimen-tos sociais e dos trabalhadoresquerem a revisão dessa legislação.A Adital ponderou: “Torturadores,seus mandantes e ex-ditadores de-vem permanecer anistiados ou de-vem pagar pelos crimescometidos? Crimes de lesa-huma-nidade não prescrevem, ou seja,não têm prazo para julgamento.Haveria no Brasil ambiente políticopara avançar nessa questão?”Em resposta à Adital, Valter Pi-

nheiro, disse: “Essa Lei de Anistiafoi uma imposição fascista dos mili-tares que estavam no poder. A Lei,

por ela, os torturadores também fo-ram anistiados, com o que nós dis-cordamos radicalmente. Falo emmeu nome e em nome do Comitêpela Memória, Verdade e Justiçado Ceará. A avaliação que fazemosé que não era essa anistia quequeríamos nem a que queremos”.O professor sublinhou, também,

que a Lei de Anistia foi aprovadapelo regime militar sem discussãocom a sociedade. “Os militares játrouxeram o projeto e não houveum amplo debate com as diversasforças políticas, organizações e,portanto, foi uma imposição”. ParaPinheiro, a lei continua um desafio,para que seja revisada, ou seja,anistia para os ex-presos políticose punição para os torturadores,seus mandantes e cúmplices.A Adital ponderou que há uma ar-

gumentação jurídica em torno dapossibilidade ou não de se fazeressa revisão. O professor avaliouque tal argumentação jurídica pelarevisão “se baseia — inclusive emtodos os fóruns internacionais dedireitos humanos — no fato de quese considera a tortura um crime delesa-humanidade. Esses crimes detortura não prescreveram nem vão

prescrever”.Ele defende uma ampla mobiliza-

ção, um amplo debate nacional nosentido de que haja uma revisão naLei de Anistia. “E que se exija queos criminosos, que cometeram cri-mes contra a humanidade, no casoos torturadores e o que resta deseus mandantes, que sejam puni-dos”.Sobre a democracia brasileira, o

professor Pinheiro acredita que “hámuito que se fazer para que hajademocracia neste país, inclusive noque se refere à perseguição aostrabalhadores — aos trabalhadoresconscientes, que estão na luta pelaconstrução de uma nova socieda-de. As torturas continuam. As tortu-ras estão aí nos presídios, mesmocontra presos comuns”. (Confira aentrevista integral no sítio da Cona-pe – conape.org.br) •

35 anos da Lei de Anistia

Ditadura

“Não era essa a anistia que queríamos nem a que queremos”, afirma ex-preso político.

Adital

A Conape realizará, em 26/11/2014, às 10h, o seu 6º Encontro de Mu-lheres e Pensionistas de Anistiados, na sede da entidade no Centro

do Rio de Janeiro.Além das discussões de temas de interesses específicos, o encontro terá

um momento de confraternização com o tradicional "Amigo Oculto", paracelebrar o final de 2014 e dar boas-vindas a 2015.O evento será coordenado pelas diretoras Idinéa Nicacio da Silva, Marly

Gomes de Andrade e Ina Soares Lutterbach, com o suporte das funcionári-as da Conape. •

Conexão >> http://www.conape.org.br/index.php/2012-04-18-12-57-11/2012-05-03-14-32-28/outras-noticias/380-35-anos-da-lei-de-anistia

Às 10h, na sede da Conape, Centro do Rio

O coordenador da Comissão Naci-onal da Verdade (CNV), Pedro Dal-lari, avaliou como negativo o fatode as conclusões das sindicânciasfeitas, à pedido da CNV, sobre ouso de instalações do Exército,Marinha e Aeronáutica como locaisde tortura e outras graves viola-ções de direitos humanos, não ad-mitirem tais práticas, ignorandodecisões da Comissões EspecialSobre Mortos e Desaparecidos Po-líticos e da Comissão de Anistia doMinistério da Justiça, que, anterior-mente à CNV, já atestaram o usodesses locais para prisões ilegais,tortura, mortes, desaparecimentos

forçados e ocultação de cadáveres."O resultado das sindicâncias foidecepcionante", afirmou Dallari,pois as Forças Armadas não reco-nheceram algo que o governo nor-te-americano já havia atestado àépoca mesma das violações: "Emirônica coincidência, os relatóriosdas sindicâncias foram divulgadosna mesma semana em que o Pre-sidente Barack Obama nos envioudocumentos do Estado norte-ame-ricano – cartas, mensagens e tele-gramas da embaixada dos EUA noBrasil, dos anos 60 e 70 – infor-mando sobre a prática de torturano nosso país". •

Pedro Dallari avalia como negativa a recusa das Forças Armadasem reconhecer a tortura em dependências militares

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conape notícias4 www.conape.org.br

CCuurrttaass

Formas de privatizar a PetrobrásO diretor do Instituto Latino-ameri-

cano de Estudos Socieconômicos(Ilaese), Nazareno Godeiro, em arti-go publicado no Aepet Notícias (ou-tubro/2014), selecionou cinco formasde privatização da Petrobrás, a mai-oria foi posta em prática e outras es-tão em curso. Estas ideias, Godeirotambém apresentou no VII Congres-so da Federação Nacional dos Pe-

troleiro (FNP), em 2013. Em síntese,são elas: 1.Privatização da Petro-brás pela venda de ações na Bolsade Valores de Nova Iorque; 2.A reali-zações de leilões de petróleo pelaANP; 3.Terceirização da mão deobra; 4.Desinvestimento da Petro-brás; e 5.Endividamento generaliza-do da petrolífera brasileira. Confiraem conape.org.br o artigo "As cincofaces da privatização da Petrobrás".

Novo acordo ortográfico (II)Bechara, porém, considera que a

simplificação fonética, “aparente-mente ideal”, resultaria em mais pro-blemas que soluções, pois extinguiriapalavras que têm o mesmo som,mas com escrita e significados dife-rentes. Como exemplo, ele cita aspalavras seção, sessão e cessão,que ficariam reduzidas a uma só gra-

fia — sesão. O presidente da CE,senador Cyro Miranda, explicou quea intenção não é alterar o acordo,uma vez que esse papel cabe aoExecutivo, em entendimento com osdemais países signatários. A vice-presidente da CE, senadora AnaAmélia, ressaltou que o papel da co-missão é mediar a discussão, e nãopromover mudanças.

Novo acordo ortográfico (III)No editorial do Jornal de Letras (se-

tembro/2014), a Academia Brasileirade Letras (ABL) considerou totalmen-te desproporcional o movimento en-cabeçado por Ernani Pimentel,"procurando levar o Senado da Re-pública a adiar indefinidamente a en-

trada em vigor do Acordo Ortográficode Simplificação da Língua Portugue-sa". Para a ABL, Pimentel usa argu-mentos frágeis. "Suas razões são tãoabsurdas que ele defende a mudan-ça da nossa grade curricular, paraque se diminua o número de horasem que se ensina ortografia."

Crise no setor energéticoO Clube de Engenharia enviou, em

documento, diversas propostas para osetor energético brasileiro aos candi-datos à presidência da República. Otexto destaca que a transformação dosetor energético em um modelo mer-cantil contribui para o aumento das ta-rifas. A partir de 2012, a energiaelétrica, por exemplo, reajustou seuspreços em 80%, penalizando os con-

sumidores residenciais. A indústriatambém sofreu com um aumento de130% nos preços. O documento listauma série de eventos, como "apa-gões", estouros de bueiros, entre ou-tros tantos. “A energia elétrica não éuma simples commodity como seimaginou no modelo mercantil, mas éinsumo essencial para o funciona-mento do nosso modo de vida, em to-dos os seus aspectos.”

Fontes: Jornal do Senado, Jornal de Letras (ABL - Academia Brasileira de Letras), Aepet Notícias, Jornal do Clube de Engenharia, Comissão Nacional da Verdade.

Balanço da CNV (I)Comissão Nacional da Verdade

(CNV) anunciou, em 23/10, que es-tá concentrada na redação do rela-tório final, que será entregue nodia 10 de dezembro à presidenteda República. Enquanto a CNV jáestá na fase final de sua apuraçãosobre as graves violações de direi-

tos humanos ocorridas no Brasilentre 1946 e 1988, com especialatenção para o período da ditaduramilitar (1964 a 1985) e já redige orelatório final, o coordenador daCNV, Pedro Dallari, aproveitou asua participação, em 22/10, na 22ªConferência Nacional dos Advoga-dos, no Rio de Janeiro.

Balanço da CNV (II)Dallari aproveitou a Conferência dos

Advogados (participou do painel "Golpede 64 e seus reflexos"), para fazer umaavaliação sobre os (no seu dizer) positi-vos trabalhos de dois anos de investiga-ções da CNV, e citou como exemplo dosucesso das sete diligências realizadasnas bases militares listadas no relatório

preliminar da CNV sobre tortura em ins-talações das Forças Armadas, publica-do em fevereiro deste ano, dentre asquais destacou a última delas, realizadano último dia 21, na Base Naval de Ilhadas Flores em São Gonçalo (RJ). Maspara o bem da reconciliação nacional,ele defende que as FFAA reconheçamas graves violações cometidas.

Balanço da CNV (III)Dallari destacou (aos advogados

do Rio) que o primeiro objetivo daCNV, investigar, buscar a verdadee promover a memória dos fatosocorridos durante o período investi-gado foi alcançado. Para ele, o tra-balho da imprensa foi fundamentalpara que essas informações che-

gassem à sociedade antes mesmoda entrega do relatório. Fez ques-tão de lembrar que, diferente dosoutros países sul-americanos ondehouve ditadura, no Brasil não fo-ram registradas em março e abrildeste ano manifestações de come-moração dos 50 anos do golpe mi-litar dignas de nota.

Prisão e tortura na Ilha das FloresDez ex-presos políticos e um ex-sol-

dado do corpo de fuzileiros navais daMarinha reconheceram locais de pri-são e tortura na Base Naval de Ilhadas Flores, no município de SãoGonçalo (RJ), durante diligência reali-zada pela Comissão Nacional daVerdade e pela Comissão da Verda-

de do Rio. Na base funcionou, entre1969 e 1971, um presídio mantidopela Marinha. Antes do uso do localcomo prisão pela ditadura militar, fun-cionou no mesmo edifício do antigopresídio, entre 1907 e 1966, a Hospe-daria dos Imigrantes. O local tambémabrigou prisioneiros de guerra na I eII Guerra Mundiais.

Novo acordo ortográfico (I)Em 21/10, na Comissão de Educa-

ção e Cultura (CE), do Senado, ogramático Evanildo Bechara, mem-bro da Academia Brasileira de Le-tras, defendeu o Acordo Ortográficoda Língua Portuguesa, enquanto Er-nani Pimentel, presidente do Centrode Estudos da Língua Portuguesa,cobrou maior simplificação gramati-

cal. Pimentel lidera movimento paraadoção de critério fonético, ou seja,a escrita das palavras orientada pelaforma como se fala. Por esse crité-rio, chave seria escrita com x (“xa-ve”), sem preocupação com aorigem das palavras. "O ensino ba-seado na etimologia, na pseudoeti-mologia, é dos séculos que seforam", disse Pimentel.

José Moutinho (jornalista)

DDiirreeiittooss hhuummaannooss

Para a ABL, o argumento de Pimentel de

que apenas 20% da população pode ser

considerada plenamente alfabetizada "não é

verdade absoluta, nem será dessa forma

basicamente amadora que se irá resolver o

problema. O trato dessa matéria exige

seriedade, como tem feito a ABL, na

liderança do processo."

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5Setembro e Outubro | 2014

O anistiado Aloisio Simões nas-ceu em 19 de fevereiro de

1932, no bairro da Penha, ZonaNorte no Rio de Janeiro, portanto,“carioca da gema”. Caminhoneirodesde a juventude, Simões, em1962, foi contratado pela RefinariaDuque de Caxias (Reduc), sendolotado no Setor de Transportes.Inaugurada em 1961, com apenasseis unidades e 13 km², a Reducestava em fase avançada de cons-trução quando Aloisio foi contrata-do. Antes da Petrobrás, ele foimotorista da Coca-Cola, onde fezamizade com Wilson Marinho Con-de, que também foi motorista damultinacional de refrigerantes e de-pois foi ser Inspetor de Transportesda Reduc.Numa oportunidade, em 1962,

Aloisio foi fazer uma entrega da Co-ca-Cola, na Reduc. Ele viuseu ex-colega de Coca-Cola,Wilson Conde, na refinaria edirigiu-se a ele. Após conver-sarem, Conde incentivou oAloisio a se candidatar paratrabalhar na refinaria. “Eu dirigiadesde o Aterro do Flamengo aoMercado São Sebastião, na Penha”,disse Aloisio sobre sua experiênciaantes de ingressar na Reduc.Um parêntese. Hoje aos 82, Aloi-

sio mora no bairro de Jacarepaguá,Zona Oeste do Rio, numa aprazívelrua, bem arborizada. Ele e sua es-posa Dilma, receberam (carinhosa-mente) o conselheiro da Conape,Newton Menezes; o gerente admi-nistrativo da entidade, Armindo Mi-guel Filho; e o jornalista José CarlosMoutinho. Muito simpático e sorri-dente, ele esforçou-se bastante pa-ra driblar as falhas de memória,durante a entrevista ao Conape No-tícias. No entanto, respondia todasas perguntas com muita simpatia esatisfação. Por várias vezes enfati-zou como fez muitas amizades naReduc, das quais se destaca WilsonConde, muitas vezes citado. “Eu medava bem como todo mundo”, refor-çava em diversos momentos.Voltando ao assunto contratação

de Aloisio pela Reduc. “O Conde

olhou para mim e disse: ‘o que vocêestá fazendo aqui [Reduc, em Du-que de Caxias]? [...] Você não quertrabalhar aqui? ’”. Aloisio respondeupositivamente. “Aí ele chamou oChefe dos Transportes, o Iedo Brun.Depois fiz uma prova e fui aprovadopara trabalhar na Reduc, em 1962”.Disse que deu muito duro na Re-

duc, pois a refinaria estava emconstrução, o que exigia o transpor-te de muitos materiais de constru-ção, pedras, entulhos, entre outros.Menezes lembrou que o Setor deTransportes chegou a pertencer aoDepartamento Serviços Gerais, queposteriormente foi chefiado porAbelardo Rosa Santos, anistiado eo atual presidente da Conape.Aloisio lembrou da sua aproxima-

ção com o Sindicato dos Petroleirosde Duque de Caxias, e que passou

a colaborar como motorista do sin-dicato, em horas vagas. Sublinhou,também, que foi muito próximo dospetroleiros e sindicalistas AristélioTravassos [Contabilidade da Reduc]e Kleber Batista de Souza [Opera-ção], ou “Kleber Papagaio”, assimapelidado pelos companheiros emfunção de ele ter sido muito falante.O fato dele se dar bem com todo

mundo, como sempre ressaltava,contribuiu muito para ajudar oscompanheiros num dos momentosmais negros vividos pelos petrolei-ros na Reduc, a partir de 1964 coma ditadura militar. Os militares esta-vam perseguindo todos os ativistase Aloisio contribuiu para proteger,por exemplo, o Kleber Papagaio.“Eu era o único que sabia onde oKleber estava escondido, pois era oúnico que levava comida, café, do-cumentos para ele lá no ‘Inferninho’[um depósito de materiais velhos,num lugar ermo da Reduc]”.Aloisio sublinhou que o Wilson

Conde não se dava bem com os pe-troleiros ativistas, pois era um inte-

gralista. No entanto, “tinha comigouma amizade como se fosse de paipara filho. Ele era muito mais velhodo que eu. [...] Nunca me denunci-ou, embora tenha denunciado ou-tros”.Além do Kleber, o Aloisio conse-

guiu levar Aristélio e sua família pa-ra a casa de um amigo deste último.Também disse ter levado comida,entre outras coisas, para o Aristélio.Após ser descoberta sua proximi-

dade com as lideranças de petrolei-ros, em 1964, Aloisio foi demitido daPetrobrás. Ele disse que demorou aser descoberto pela ditadura, comocolaborador dos sindicalistas, poistrabalhava em regime de turno, ten-do pouca visibilidade para os apoia-dores do regime.

Um “espião” do bemO gerente administrativo

da Conape, Armindo Fi-lho, teve convivência pre-térita com AloisioSimões, quando este fre-quentava regularmente a

Conape.Armindo lembrou que Aloisio tra-

balhou diretamente no gabinete deum coronel, na Petrobrás, e presta-va atenção quando o militar falavaao telefone. Assim, Aloisio conse-guia captar informações importan-tes e repassá-las para aslideranças, como Aristélio e KleberPapagaio, escondidos nos fundosda Reduc (ou no “inferninho”, comonomeavam). Aloisio foi como um“espião” da resistência à ditadura.Lembrou que numa determinada

oportunidade, Aloisio descobriu queo militar soube sobre um dos es-conderijos do Kleber e tinha dadoordem de irem buscá-lo. Imediata-mente Aloisio dirigiu uma Pick-Up efoi avisar o Kleber para deixar o lo-cal. “No entardecer daquele dia,Aloisio pediu ao Kleber para pegartudo que tinha, pois os militares es-tavam indo prendê-lo. Fizeram rapi-damente uma trouxa de roupasnecessárias e jogaram pela janela,em direção ao Aloisio, que a colo-cou no Jeep”.

Disse que foi tudo muito rápido,por pouco Kleber e sua família seri-am presos. Por poucos minutos fo-ram salvos pelo Aloisio. Quandoeste retirava Kleber e seus familia-res num Jeep, minutos depois che-gou uma viatura com militares, quearrombaram a casa, mas não haviamais ninguém para prender. Elesobservavam, a poucos metros dedistância, o movimento dos milita-res.Após os militares terem abandona-

do o local, Aloisio levou Kleber Pa-pagaio e família para um novo local.Assim fazia nosso entrevistadoquando trabalhava no Setor deTransportes da Reduc, ou seja, fica-va sempre atento às manobras dosmilitares para prender os sindicalis-tas e avisava, rapidamente, estes úl-timos. Com isto conseguiu livrá-losda prisão, entre outras consequên-cias com a ditadura. Para o novoesconderijo, Aloisio conseguiu levaroutras lideranças, entre eles Joséde Sá Cavalcanti.Armindo destacou que Aloisio era

um frequentador assíduo da Cona-pe. “Ele vinha aqui quase que se-manalmente. Ele foi suplente deconselheiro e vinha muito aqui, atéum dia ele sofreu um acidente grave(que quase tirou sua vida) numa es-teira ergométrica. [...] Esse acidenteprejudicou a memória dele. Se eles[os fisioterapeutas] não tivessemuma clínica médica no local, não te-riam tido tempo de salvar Aloisio”.Newton Menezes lembrou de um

fato curioso (e trágico) na vida deKleber Papagaio. “O Kleber teveuma contradição. Por ele ser muitofalante, e foi chamado de Papagaio,acabou tendo um câncer de laringe,e emudeceu”. Kleber faleceu em15/01/2013. Em outra oportunidade,na década de 1960, Kleber salvouAloisio numa explosão ocorrida naReduc. •

Como muito destacou em diversos momentos da entrevista, ele se dava bem com todo mundo na Reduc/Petrobrás, dos

sindicalistas aos dirigentes da refinaria, num dos períodos mais negros do país. Com acesso privilegiado aos gabinetes, o

anistiado e motorista Aloisio Simões, conseguia descobrir as manobras dos militares e livrava as lideranças da prisão.

“Eu era o único que sabia onde o Kleber estava

escondido, pois era o único que levava comida,

café, documentos para ele lá no ‘Inferninho’ [um

depósito nos fundos da Reduc]”

os petroleiros anistiados e pensionistas contam sua históriaMemória Conape

Aloisio Simões: na Reduc, ajudou a livrar lideranças depetroleiros de serem presos pela ditadura militar

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conape notícias6 www.conape.org.br

Giro pelo mundo

Petrobrás tem novo recordeEm 15/10, a Petrobrás anunciou mais um

recorde de produção de petróleo no Brasil,no mês de setembro. Segundo a empresa,foi produzida uma média de 2,23 milhõesde barris de óleo no país, em setembro, in-cluindo os campos operados pela estatalpara seus parceiros. O volume é 0,3% mai-or do que o de agosto, que já havia sido re-corde. O resultado foi motivado,principalmente, pelo aumento da produçãodas plataformas P-55 e P-62, no campo deRoncador - Bacia de Campos -, e Cidadede Paraty, no campo de Lula Nordeste -Bacia de Santos. Cinco novos poços deprodução marítima iniciaram operações nasduas bacias.

No fundo oceânicoUma quantidade de petróleo equivalente a

cerca de dois milhões de barris, libertadapelo derrame da BP no Golfo do México,em 2010, está no fundo oceânico, pelas es-timativas de um estudo divulgado em 27/10.O destino de dois milhões dos cerca de cin-co milhões que foram derramados tinhapermanecido um mistério até agora, apon-taram os autores do estudo, publicado pe-los Anais da Academia Nacional [dos EUA]de Ciências. Os investigadores analisaramamostras colhidas em mais de 500 locaisem torno do poço Macondo, onde o petró-leo foi derramado, e apuraram que se tinhadisseminado extensamente. O petróleo es-palhou-se por uma área de 3200 quilóme-tros quadrados, a partir do ponto de fuga,mas é admitido que pode ter chegado a lo-cais ainda mais distantes.

Kuwait e o campo paradoUma autoridade do Kuwait disse, em

26/10, que o campo de petróleo Khafji, ad-ministrado em conjunto com a Arábia Sau-dita, foi desligado por motivos "puramentetécnicos e não políticos", informou a agên-cia estatal de notícias Kuna. A produção depetróleo do campo de Khafji tinha sido in-terrompida temporariamente para cumprirregras ambientais, segundo uma fonte daindústria e uma carta interna vista pelaAgência de Notícias Reuters. Mas o encer-ramento do campo, que tem uma produçãode 280 mil a 300 mil barris por dia, reavivouespeculações de novas tensões entre osdois países. O subsecretário do Ministériodas Relações Exteriores do Kuwait, Khaledal-Jarallah, disse que as relações entre osdois países são fortes demais para seremafetadas por discrepâncias sobre questõesde produção de petróleo do campo.

(Com agências de notícias)

O engenheiro Roberto RibeiroCoimbra, profissional de alta

competência, destacou ao ConapeNotícias que o seu depoimentotem a finalidade de relembrar al-guns eventos que ele viveu a partirdo regime militar implantado em1964, resultando no seu desliga-mento da Petrobrás. A exemplo doseu amigo Mozart Gutterres, de-monstrou como a ditadura instalouna petroleira um clima persecutórioe autoritário contra os petroleirosdos mais diversos níveis hierárqui-cos. Coimbra sublinhou que a Pe-trobrás vivia num “terrívelambiente”.No período de 1962 a 1964, ele

chefiou o Departamento de Enge-nharia da Refinaria Duque deCaxias (Reduc), foi subchefe res-ponsável pela organização, implan-tação e supervisão do Grupo deConstrução do Terminal de Tra-mandaí e do Oleoduto Canoas-Tra-mandaí (Tedut), no Rio Grande doSul, e superintendente da Reduc.Destacou que no Tedut foi desen-

volvido um trabalho, pioneiro e debom padrão técnico.Em abril de 1964, foi convocado

pelo Assistente da Presidência daPetrobrás, General Arthur Levy, pa-ra uma reunião, na qual foi convida-do para assumir a direção da obrada Refap, em função da saída doengenheiro Fernando Ribeiro, porimposição dos militares golpistas.Coimbra recusou a proposta. Ale-gou que não seria uma pessoa daconfiança do regime para tal tarefa.O Marechal Adhemar de Queiroz,

então presidente da Petrobrás, nãose conformou com a recusa e afir-mou taxativamente que a designa-ção era uma ordem. “Segundo eleeu era um soldado da Petrobrás, ecomo tal, tinha que cumprir meudever e assumir o cargo. Sendouma ordem tive que acata-la”. MasCoimbra impôs uma condição: nãoser envolvido em investigações re-lativas a atividades políticas, poissua atuação na Superintendênciaseria inteiramente apolítica.Foi o início de um calvário naquele

ambiente contaminado pela ditadu-ra. “Era uma atmosfera de intrigas,boatos, mentiras e falsidades. Indi-

víduos bajulavam abertamente eabjetamente os governantes”, disseCoimbra.Esse período, segundo ele, foi o

mais desagradável. “A combinaçãode denúncias, falsas calúnias, intri-gas e atos de vingança, entre ou-tros, tornava o ambienteinsuportável.”Mesmo assim ele conseguiu a

proeza de anular um contrato lesivoà Petrobrás, para a montagem deum grande número de tanques dearmazenamento de óleo cru e dederivados. “Anulei a concorrência efui acusado de estar sabotando arevolução [golpe militar], atrasandoa obra de ampliação da Reduc”.Conseguiu uma enorme redução

no preço, embora o preço unitárioainda fosse um pouco acima dopreço praticado na Refap. “Mesmoassim o resultado foi uma enormeeconomia para a Petrobrás. Mas fi-quei com a suspeita de sabotadorda revolução.”Após uma visita do então presi-

dente da República, Marechal Cas-tello Branco, à Reduc, Coimbrarecebeu do presidente da Petro-brás, Mal. Queiroz, saudações peloêxito da visita. Mas o clima pesadocontinuava o mesmo. A intençãoera desestabilizar a Superintendên-cia.Coimbra enviou, em 29/5/64, ao

então diretor da Petrobrás, Leopol-do Miguez de Mello, um relatóriosobre o excelente resultado alcan-çado na Reduc e denunciou o am-biente de boatos contra ele[Coimbra], prevendo sua quedaiminente. No mesmo relatório fezum resumo da sua atuação nachefia da Divisão de Planejamentoda Obra de Construção da Reduc ena chefia do Tedut, bem como en-caminhou ao diretor Leoplodo Mi-guez seu pedido de exoneração daSuperintendência da Reduc. “Taldocumento foi a maneira de ex-pressar meu protesto e meu repú-dio aos boatos e ao ambiente deintrigas alimentados por pessoasda Petrobrás estranhas a Reduc.Meu pedido não foi aceito.” Coim-bra rebateu outras acusações, pordocumento.Em abril de 1964, ocorreu a ocu-

pação militar, incluindo a Reduc, aFabor e o Orbel. Ele destacou quenesse dia, quando chegou à Re-duc, ficou surpreso em ver o apara-to militar. "Era uma forte pressãopsicológica.” Assim, em 24/6/64, re-forçou seu pedido de exoneração.O pedido não foi aceito.Em 5/6/64 havia recebido um Me-

morando do Cel. Adolpho RoccaDieguez, recém-empossado comodiretor da Petrobrás. O documentoacusava Coimbra de envolvimentono “esquema ideológico subversi-vo” assumido por diversos empre-gados da Petrobrás. Em 10/6/64, oengenheiro rebateu, em documen-to, todas as acusações.Em agosto de 1964, após recu-

sar-se a demitir “empregados in-convenientes” (coerente com a suacondição de não participar de ativi-dades políticas), Coimbra foi exo-nerado por solicitação doComandante do 1º Exército. Foiafastado das dependências da Pe-trobrás e teve que aguardar em ca-sa o resultado de um inquéritosobre ele. Após concluído o inquéri-to, Coimbra pôde retornar ao cargode superintendente da Reduc.Disse que, durante todo o tempo

da investigação, compareceu à Pe-trobras apenas quando convocado.E que o período após 23/4/64 foi opior de sua vida profissional. Osboatos, as intrigas, a intervençãomilitar, as investigações, a politica-gem de baixo nível, tornaram suavida muito difícil.Em 20/4/65 solicitou sua licença

de um ano, sem vencimento, paratratar de interesse particular, e em3/11/66, após expirar o período delicença, pediu demissão da Petro-brás. •

O engenheiro Roberto Coimbra fala do péssimo ambienteque viveu na Petrobrás durante a ditadura militarConforme citamos em Conape Notícias 19 (jul-ago/2014), na página 5, apresentamos

a seguir um resumo do relato do ex-superintendente da Reduc, o engenheiro Roberto

Ribeiro Coimbra (foto), um dos empregados com cargo de chefia da Petrobrás que

sofreu constrangimentos com a ditadura militar.

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7Setembro e Outubro | 2014

Ditadura

Anistia sim, Impunidade não

Atila Roque*

Em 28 de agosto de 1979 o entãoPresidente da República, General

João Baptista Figueiredo, sancionou alei 6683, que concedeu anistia aos quecometeram “crimes políticos, ou cone-xos, ou tiveram seus direitos cassados”.A Lei da Anistia foi uma etapa importan-te na transição da ditadura para a de-mocracia, mas também abriu espaçopara a impunidade dos agentes do Es-tado que cometeram crimes contra ahumanidade durante o regime militar.Passados 35 anos de sua promulga-ção, com grande atraso em relação aorestante da América Latina, o Brasilvem se defrontando com as revelaçõese vasta documentação levantadas pe-los trabalhos da Comissão Nacional daVerdade e das cerca de 80 comissõesda verdade em atividade no país.O que tem vindo à tona, com grande

dramaticidade, já era uma realidade pa-ra pesquisadores, ativistas de direitoshumanos e familiares de vítimas da di-tadura, mas pela primeira vez ganha avisibilidade merecida: agentes do Esta-do cometeram sistematicamente, empleno exercício de suas funções, umelenco de crimes de lesa humanidadecomo a tortura, assassinatos e o desa-parecimento de opositores do regimemilitar. Estes crimes faziam parte da es-

tratégia organizada da repressão e, di-ante desse contexto, é hora de revisar alei de anistia para finalmente alcançar ajustiça.Desde o fim do regime autoritário bra-

sileiro, houve mudanças no direito inter-nacional que consolidaram o conceitode “crimes contra a humanidade”, evo-cado pela primeira vez nos tribunais deNuremberg e deTóquio, que julga-ram atrocidadesdos alemães e ja-poneses na Se-gunda Guerra Mundial. Nas décadasde 1980-2010, julgamentos como osdas juntas militares na Argentina, dosgenocídios em Ruanda, na ex-Iugoslá-via e no Camboja, e a criação do Tribu-nal Penal Internacional estabeleceram anorma de que crimes como tortura, es-tupro, assassinato e desaparecimentoforçado, quando cometidos no âmbitode uma repressão política sistemáticapor agentes do Estado ou do poder quedomine um certo território, são tão gra-ves que não podem ser anistiados enem prescrever.Essas normas foram aplicadas recen-

temente em diversos países da Améri-ca Latina que sofreram ditaduraslevando a processos judiciais na Argen-tina, Bolívia, Chile, Guatemala, Peru eUruguai, em alguns casos com a prisão

de ex-chefes de Estado. As leis deanistia foram revisadas ou revogadas.O Brasil é uma exceção: uma ilha deimpunidade na qual ninguém foi punidopor violações de direitos humanos noperíodo autoritário, apesar da adesãodo país aos acordos internacionais parapunir crimes contra a humanidade.Com frequência os defensores da im-

punidade usam os argumentos de quea lei de anistia teria sido um “pacto” eque seria necessário perdoar as atroci-dades cometidas pelos “dois lados”.São justificativas frágeis. O movimentopor uma “Anistia Ampla, Geral e Irrestri-ta” foi uma campanha histórica da soci-edade civil que lutava parareorganizar-se em plena vigência do AI-5 e outras legislações de exceção, masnão se tratou de uma negociação queenvolvesse plenamente e sem restri-ções todos os setores da oposição, es-pecialmente os mais atingidos peladitadura. Também é indevida a tese dos“dois lados”, como se tivéssemos vividono Brasil algo parecido com uma guerracivil ou insurreição armada contra o re-gime. O episódio da guerrilha do Ara-guaia nem de longe se equivale a tal

cenário e foi brutalmente dizimado peloregime militar.O golpe civil-militar de 1964 abriu ca-

minho para a implantação de um Esta-do de exceção que violousistematicamente os direitos da popula-ção – inclusive daquelas pessoas que oapoiavam, e que também tiveram restri-tos seus direitos ao voto, seu acesso àimprensa e às artes livres, entre outros–, e que fez uso da violência institucio-nal extrema na repressão daqueles quea ele se opuseram, a maioria de manei-ra absolutamente pacífica, como foi ocaso de Rubens Paiva e Vladimir Her-zog.Se queremos seguir adiante e deixar

para trás, definitivamente, a herança daditadura precisamos olhar de frente es-se passado em que agentes do Estadocometeram crimes contra a humanida-de e revisar a Lei da Anistia de 1979para que possamos finalmente fazerjustiça a todos que sofreram, morrerame sobreviveram à violência do Estado.Não existe a possibilidade de perdãosem justiça. Para isso precisamos julgaros responsáveis por crimes contra ahumanidade. •

Não existe a possibilidade de perdão sem justiça.

Para isso precisamos julgar os responsáveis por

crimes contra a humanidade.

Em seu artigo "A necessária reformado modelo tributário brasileiro", publi-cado no Jornal dos Economistas, aauditora-fiscal aposentada e coorde-nadora nacional da Auditoria Cidadãda Dívida, Maria Lucia Fattorelli, pro-põe várias alternativas para uma refor-ma tributária.Destacou que tal reforma é um dese-

jo geral, mas que, no momento de im-plementada, surgem os problemas deconflitos de interesses entre entes fe-derados e os diversos grupos econô-micos e sociais.Entre os diversos aspectos levanta-

dos, a auditora-fiscal destacou que oBrasil tem uma das cargas tributáriasmais elevadas e desiguais do mundo."Em relação ao PIB, temos uma cargade cerca de 35%; porém, essa cargarecai de forma desigual sobre os diver-sos grupos econômicos [...]". Veja ográfico ao lado.

Ela sublinhou que os tributos recaemmais sobre a classe trabalhadora e so-bre o consumo, sendo os que maiscontribuem para o bolo arrecadado.Apresentou ainda algumas bases pa-

ra uma necessária reforma do atualmodelo tributário, "que está extrema-mente injusto e regressivo":• A carga tributária é concentrada em

tributos incidentes sobre o consumo ea renda do trabalho, enquanto as gran-des rendas e riquezas são aliviadas;• No caso das Pessoas Físicas, cabe

ressaltar a ausência de progressivida-de; a defasagem na atualização da ta-bela do IRPF, que faz com que hajaum verdadeiro confisco da renda dostrabalhadores; a impossibilidade dededuções relativas a pagamentos deoutros tributos, medicamentos, mora-dia etc;• No caso das Pessoas Jurídicas, te-

mos alguns aspectos esdrúxulos que

precisam ser corrigidos, especialmentea atual possibilidade de dedução de“Juros sobre o Capital Próprio”, quecorresponde a uma despesa fictícia erepresenta inaceitável privilégio;• Algumas isenções precisam ser re-

vistas, tais como:• Isenção de Imposto de Renda sobre

a distribuição de lucros e remessas aoexterior;• Isenção de Imposto de Renda sobre

os ganhos dos estrangeiros com títulosda dívida interna e isenção de IOF pa-ra rentistas estrangeiros;• Isenção de ICMS e outros tributos

para os exportadores (danos aos esta-dos com a Lei Kandir), além de incenti-vos fiscais;• Desoneração do INSS;• Outros privilégios dos ricos preci-

sam ser revistos, tais como:• Não regulamentação do Imposto

sobre Grandes Fortunas;

• Não incidência do IPVA sobre heli-cópteros, jatinhos, lanchas e iates;• Tributação reduzida sobre heranças

e doações;• Reduzida tributação do ITR, benefi-

ciando a acumulação de terras e lati-fúndios;• Incentivos fiscais equivocados:

obras da Copa e obras no exterior;• Benesses tributárias e anistias a

multinacionais, seguradoras e bancos(Medidas Provisórias 615 e 627). •

* Historiador, é diretor executivo da AnistiaInternacional Brasil.Publicado no Correio Braziliense - 27/8/2014.

EconomiaMaria Lucia Fattorelli apresenta algumas bases para a reforma tributária

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conape notícias8 www.conape.org.br

| Fonte: Extra.

Estudos mostram que pessoas

que participam de serviços

humanitários têm melhor saúde e

vivem mais.

Quando ajudamos as pessoas

com bons atos, o cérebro libera

uma quantidade de endorfina

(bem-estar) e melhora a

sensação de prazer.

Alimentos ricos em vitamina A:

leite integral, ovo, batata doce

cozida, abóbora cozida, cenoura

crua, manga, espinafre e couve.

Direitos sociais

Causa própriaO jornalista e escritor Zuenir Ventura, em seu ar-

tigo “Papo em causa própria” (O Globo, 18/10/14),manifestou preocupação com os candidatos àpresidência da República por não terem debatidoa questão dos idosos no país. “Além do mais, praa cultura do consumo, a velhice não tem o gla-mour da juventude, embora o Brasil seja cada vezmais um país de cabelos brancos – 26 milhões depessoas, e que serão triplicadas em 2050. “Ou se-ja, temos futuro”, sublinhou Zuenir, que divulgou arealização de um fórum sobre longevidade, reali-zado em São Paulo. Presente ao encontro, ele re-comendou a leitura (para jovens e futuros idosos)do livro “A bela velhice”, de Mirian Goldenberg.

Para além da mamografiaO exame de mamografia rotineiro deve ser feito

com moderação em mulheres com menos de 50anos. A orientação é de especialistas que discuti-ram em 16/10, no Senado, a prevenção do câncerde mama e a qualidade da informação sobre o te-ma. O Ministério da Saúde recomenda a mamo-grafia para mulheres dentro da faixa etária de 50 a69 anos. De acordo com a médica Carolina Fus-chino, da Sociedade Brasileira de Mastologia(SBM), o ideal é direcionar o exame para a faixaprioritária, na qual há maior impacto na diminuiçãoda mortalidade.

A preguiça dos americanosEm artigo, publicado no web sítio da Ae-

pet, em 30/9, o jornalista José Augusto Ri-beiro, destacou uma "pérola" nos EUA. "Aeconomia dos Estados Unidos não se recu-pera tão bem como se diz, o problema dodesemprego permanece sério e uma dasmais altas autoridades do governo norte-americano, o Presidente da Câmara dosRepresentantes, John Boehner, anunciouter descoberto o maior obstáculo à quedado desemprego no país: a preguiça dosamericanos." É incrível tal fato, que nos fazlembrar o ex-presidente FHC que chamouos nossos aposentados de vagabundos.Coisas do mundo neoliberal...

21 2262-29450800 095 9249

Urgências21 8868-095921 2595-0385

Mulheres ciumentas têm mais

risco de apresentar Alzheimer, diz

estudo da revista científica

"Neurology"

Uma nova moléstia encontrada

em bactéria marinha pode ter um

papel significativo no tratamento

do câncer de pele.

A descoberta dos banefícios da

molécula seriniquinona teve

participação de duas cientistas

brasileiras.

DDiiccaass ddee ssaaúúddee

Fontes: O Globo, Jornal do Senado, Agência Brasil.Foto: Prefeitura do Rio.

Conexão:

http://www.conape.org.br/index.php/2012-04-

18-12-57-11/2012-05-03-14-32-28/noticias-

em-destaques/382-ministerio-do-

planejamento-convoca-recadastramento

ACT define reajuste salarial aos anistiados e pensionistas

O reajuste salarial dos petrolei-

ros (anistiados políticos e

pensionistas) ficou definido em

6,51% (tabela de salário básico),

9,71% (Remuneração Mínima por

Nível e Regime - RMNR) bem co-

mo reajuste no auxílio-almoço. O

Acordo Coletivo de Trabalho

(ACT) foi assinado pela Petrobrás

e os Sindicatos dos Petroleiros do

Rio de Janeiro; Pará, Amazonas,

Maranhão e Amapá; Alagoas e

Sergipe; Litoral Paulista; e São

José dos Campos.

Agora o ACT será homologado

no Ministério do Trabalho, caben-

do à Petrobrás enviar a relação

para o Ministério do Planejamen-

to, para que este inclua o reajuste

na folha de pagamento dos anisti-

ados e pensionistas. Este proces-

so deve levar em torno de três

meses.

O ACT tem vigência a partir de

1º de setembro de 2014 até 31 de

agosto de 2015. •

Inaugurado busto do deputadoRubens PaivaA TV Petroleira noticiou a inau-

guração do busto do ex-deputadofederal Rubens Paiva, barbara-mente assassinado pela ditaduramilitar. Segundo o advogado Mo-desto da Silveira, presente ao atode inauguração, o "crime" do Pai-va foi ter visitado um amigo no

Chile, no período ditatorial de Pi-nochet, em 1973, e trazer para oBrasil uma carta de um exiladobrasileiro para ser entregue a umparente deste último. Por isso, en-tre outros motivos, a ditaduraprendeu Paiva. O busto fica emfrente ao Batalhão da Polícia doExército, na Barão de Mesquita,Tijuca, onde foi torturado e morto.

Ag

ên

cia

Bra

sil

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9Setembro e Outubro | 2014

01/10 - Elvira de Souza Ribeiro01/10 - Joaquim Vieira Dias02/10 - Tereza Ramos do Nascimento04/10 - Francisco Rinaldo Moreira04/10 - Maria Augusta Fernandes Silva04/10 - Olivia Almeida Pereira05/10 - Salette Duarte David da Conceição05/10 - Helio Erveton Avelar06/10 - Newtom Correa de Araújo09/10 - Manoel de Oliveira Pinto11/10 - Francisco Ariosto Holanda11/10 - Heronides Pereira de Araújo15/10 - Ayrio Semeraro

18/10 - Antônio Carlos de Souza18/10 - Maria Margarida Holanda18/10 - Marise Helena de Carvalho Padilha19/10 - Fernando Goulart Junior20/10 - Rivaldo Gonçalves Otero24/10 - Maria Jose da Silva Rodriguez26/10 - José Pericles Couto Alves27/10 - Carlos Amaral Freire28/10 - Nancy Gomes da Conceição e Silva28/10 - Sergio Luiz Conforto28/10 - Benedita Lima do Carmo29/10 - Maria Socorro Marques de Aguiar30/10 - Lucia Coelho de Queiroz

PPaarraabbéénnss aaooss aanniivveerrssaarriiaanntteess ddoo bbiimmeessttrree !!

Prezados(as) Associados(as) aniversariantes, a Conape deseja muitasaúde, paz e alegria, extensivo aos seus familiares.

Setembro

02/09 - Carlos Eduardo Alexandrino de Lima04/09 - Jandival Lira Gabriel06/09 - Amaury Paiva Sabino07/09 - Benedito Juliano Alves Cordeiro07/09 - Maria Hermínia Wyllie Saldanha V. oliveira08/09 - Carlos Alberto Marques da Silva08/09 - Maria de Lourdes Julio de Sá08/09 - Nazaire Cordovil Barbosa10/09 - Iracema Benigno Feio11/09 - Ieda Terezinha Del Rei Lima13/09 - Antonio Joaquim da Costa13/09 - Maria das dores Betini14/09 - João de Toledo Piza14/09 - Jurema Mamede de Oliveira17/09 - Joseilson D’Albuquerque Silveira17/09 - Daisy Carrasco Tonini18/09 - Eduardo Ferreira dos Santos

18/09 - Ildo Soares de Lima18/09 - Ubirajara Cabral Ponce de Leão19/09 - Benedito Péricles de Moraes19/09 - Oscar Dias Lacerda20/09 - Gladys Cardoso da Silva21/09 - Almerinda Ferreira da Silva21/09 - Saly da Silva Wellausen22/09 - Maria dos Anjos de Assis Monteiro23/09 - Alberto Torrentes Vieira24/09 - Almir Machado de Souza25/09 - Joaquim da Silva Rodrigues26/09 - Tereza Antonio da Silva Lima27/09 - Manoel Nunes da Silva27/09 - Zuleide de Mello Bentes28/09 - Sady Antonio Fachinello30/09 - Raimundo Andrade Simões30/09 - Gisela Suckow Lima de Oliveira

Outubro

CCoonntt rr iibbuuaa nnoo ddéébbii ttoo aauuttoommáátt iiccooGanhe mais tempo para fazer o que gosta. Curta a vida. Use o débito auto-mático de seu banco para contribuir com a Conape. É seguro, prático, rápi-do e confortável. Ligue para a Conape e saiba mais sobre como fazer.

Acesse o "Orientador AMS: livro de credenciados - médico e odontológico": http://busca-ams.petrobras.com.br/busca-

ams/start.do ou pelo telefone 0800 2872267. Caso não consiga pela internet, a Conape está a disposição para dar mais

informações.

"Fabricador de instrumentos de traba-

lho, de habitações, de culturas e socie-

dades, o homem é também agente

transformador da história. Mas qual

será o lugar do homem na história e o

da história na vida do homem?"

(Marc Bloch, historiador)

Ministério do Planejamento convoca recadastramento

Os anistiados e pensionistas estão convocados, pelo Ministério do Planejamento, a fazer o recadastramento obrigató-rio; é fácil e rápido. Deve ser feito em qualquer agência do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal ou Banco de Bra-sília, no mês de aniversário do(a) associado(a). Leve um documento oficial de identidade com foto e CPF. A Conapeestá a disposição para mais esclarecimentos.

PPeennssee nniissssoo

A Conape informa, aos seus asso-ciados residentes em Duque de Ca-xias, que as funerárias sediadas noreferido município não permitem quea empresa Santa Casa Card, com aqual a Conape mantém convênio,tratem dos funerais em Caxias.Em um eventual óbito, pedimos que

entrem em contato com o plantão daSanta Casa Card, pelo telefone0800-2828182, para que recebamorientações quanto às providênciasa serem tomadas.Caso tenham alguma dúvida, li-

guem para a Conape.

AAooss aassssoocciiaaddoossrreessiiddeenntteess eemmDDuuqquuee ddee CCaaxxiiaass

AMS (Assistência Multidisciplinar de Saúde)

Seus dados estãoatualizados na

Conape?Você, associado(a), já parou

para pensar se seus dados

estão atualizados na Conape?

Avalie, pois só você e seus

familiares poderão informar à

sua entidade as alterações

ocorridas recentemente (como

mudança de endereço, de

telefones, entre outros). É muito

importante mantê-los

atualizados. Assim a Conape

poderá estabelecer contatos

efetivos, inclusive em casos de

urgência.

Plano Funeral e Pecúlio

Familiar: aos que optaram pelo

plano funeral e pecúlio, é

recomendável que verifiquem

se suas informações estão

atualizadas. Liguem para a

Conape, certifiquem-se e

evitem prejuízos aos

beneficiários.

Page 10: E a Petrobrás pós Aconape.org.br/wp-content/uploads/2017/08/conape... · Assim rasgou-se o Império e remen-dou-se a República. Conta-se que pe-la causa sangue derramou-se. Um

1440kHz (AM-Rio)

Das9hàs10h27

EExxppeeddiieennttee

Remetente: Conape - Associação Nacional dos Anistiados da Petrobrás

Avenida 13 de maio, 13 - sala 1512 - Centro - Rio de Janeiro - RJ - Cep: 20.031-007

Telefone: 21 2262-2945 | 0800 095 9249 | Fax: 21 2533-6071 | Correio eletrônico: [email protected] | www.conape.org.br

Associação Nacional dos Anistiados da Petrobrás | Desde 1979, em defesa dos petroleiros anistiados

Presidente: Abelardo Rosa Santos | Vice-Presidente: Antonio Carlos Klaes Fontes

Diretores: Carlos Olimpio de Almeida Alves | Eylan Soares Pinto | Idinéa Nicacio da Silva | Ina Soares Lutterbach | Jair Brega Marcatti | Márcia da Silva

Guimarães | Marly Gomes de Andrade | Wilson Souza de Carvalho

Suplentes: José dos Santos Cordeiro | Xerxes Affonso Campos

Conselho-Fiscal: Aquiles Ferrari | Francisco Silva Canavarro | Newton de Almeida Menezes

Suplentes: Francisco Soriano de Souza Nunes | Alexandrina Beatriz Távora Gil

Redação, edição e diagramação: José Carlos Moutinho (jornalista | Mtb 24460 RJ)

As opiniões emitidas nos artigos são deinteira reponsabilidade de seus autores,não significando ser o pensamento daConape e seus dirigentes.

FFaaiixxaa LLiivvrree

A Conape recomenda atodos ouvir.

Agora na

Rádio Livre

So

luç

ão

Você deve realizar o seu recadastramento anu-almente em qualquer agência do Banco do Bra-sil, da Caixa ou Banco de Brasília – BRB.Se você recebe seu pagamento por outra insti-

tuição, procure uma das agências desses trêsbancos. Mas se você já recebe em um deles, éainda mais fácil: basta realizar seu recadastra-mento em qualquer agência do seu banco. Vocêdeve levar um documento oficial de identificaçãocom foto e CPF. Ao provar que é você quem re-cebe o benefício, todo mundo sai ganhando.O objetivo do Governo Federal é garantir o cor-

reto pagamento do benefício. •

Descubra as SETE diferenças entre

os dois desenhos (ao lado).

O recadastramento ésimples e rápido!

Créditos: Revista Coquetel Especial (sobre o Recadastramento)

para o Ministério do Planejamento e Secretaria de Gestão Pública.

Mais informações:

www.conape.org.br

www.recadastramento.gov.br

Alô SEGEP – Central de Atendimento SIPEC: 0800-9782328