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ÓRGÃO MENSAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA PARA TODO O BRASIL • NOVEMBRO DE 2018 • ANO 6 • Nº 62 • 13.000 EXEMPLARES DISTRIBUIÇÃO GRATUITA www.institutocairbarschutel.org – www.associacaochicoxavier.com.br Fechamento autorizado Pode ser aberto pela ECT Remetente: INSTITUTO CAIRBAR SCHUTEL Cx. Postal 2013 – 15997-970 – Matão-SP. Momento do país mostra nossa fragilidade moral, solicitando mudança de comportamentos. Página 2 Necessidade exposta É momento para não esmorecer Já sabemos que a vida transcende de muito a atual e pequenina existência Página 6 Foto: https://i0.wp.com/www.travisdickinson.com/wp-content/uploads/2017/12/zac-durant-302752-2.jpg Jovem adora pensar, questionar, dialogar, interpretar, encontrar soluções, mostrar o que pensa e o que pode fazer. E está à procura de bons exemplos... Nesse sentido, o pensamento espírita pode ser transformador. Página 3 Os jovens e a educação moral Evento de setembro contribuiu para sede própria da Casa de Fraternidade Chico Xavier, de Araraquara. Página 2 EAC presta contas

É momento para não esmorecer - institutocairbarschutel.orginstitutocairbarschutel.org/wp-content/uploads/2018/11/tribuna-nov... · Foto: Jovem adora pensar, questionar, dialogar,

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ÓRGÃO MENSAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA PARA TODO O BRASIL • NOVEMBRO DE 2018 • ANO 6 • Nº 62 • 13.000 EXEMPLARES • DISTRIBUIÇÃO GRATUITAwww.institutocairbarschutel.org – www.associacaochicoxavier.com.br

Fechamento autorizadoPode ser aberto pela ECT

Remetente: INSTITUTO CAIRBAR SCHUTELCx. Postal 2013 – 15997-970 – Matão-SP.

Momento do país mostra nossa fragilidade moral, solicitando mudança de comportamentos.

Página 2

Necessidade exposta

É momento para não esmorecerJá sabemos que a vida transcende de muito a atual e pequenina existência

Página 6

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Jovem adora pensar, questionar, dialogar, interpretar, encontrar soluções, mostrar o que pensa e o que pode fazer.E está à procura de bons exemplos... Nesse sentido, o pensamento espírita pode ser transformador.

Página 3

Os jovens e a educação moralEvento de setembro contribuiu para sede própria da Casa de Fraternidade Chico Xavier, de Araraquara.

Página 2

EAC presta contas

Novembro de 2018 PÁGINA 2

Editorial

Necessidade exposta

Os quadros políticos vividos no país desses dias deixaram a mos-

tra nossas mazelas pessoais e coletivas. Revelaram o estágio de agressividade que ainda ha-bita em nós, como indivíduos e como nação. As redes sociais, a imprensa escrita e falada, e mesmo os discursos políticos – ao invés de apresentarem propostas e programas para um país em momento de ex-trema di� culdades, preferiram os ataques mútuos de acusa-ções –, demonstrando nossa imaturidade política, civil e especialmente moral. Mas este é um processo normal, estamos em fase de aprendizado, experi-mentando as agruras de nossas próprias imperfeições morais, entre elas a omissão, a indife-rença política, o descaso com a coletividade nacional.

É justamente por meios dos embates que aprendemos, que amadurecemos. Nada disso é motivo de desânimo ou tristeza, é antes um convite à renovação das ideias, às mudanças de comportamento para alcance da nobreza espiritual que já sabemos, podemos conquistar. Daí a grandeza do Evangelho que nos convida à incessante renovação moral para merecer-mos viver com mais harmonia e tranquilidade. r

Obreiros da última horaAmigos do be m

Médium: Lázara Alves de Oliveira

ReceitasCampanha Massas: R$ 11.554Patrocínios PJ: R$ 11.200Patrocínios PF: R$ 5.580USE Matão: R$ 870Inscrições: R$ 21.000Fotos: R$ 50Livraria: R$ 3.080

Total: R$ 53.334

DespesasSorema: R$ 3.500Telão LED: R$ 3.500SOM (inclui extras): R$ 4.245Palestrantes (tudo): R$ 7.625Tendas: R$ 3.720Crachás: R$ 669Água: R$ 300Transporte banda: R$ 300Func. SOREMA: R$ 800Decoração palco: R$ 200Rádios: R$ 200

Alimentação: R$ 17.964Banners e brindes: R$ 1.340Trenzinho/crianças: R$ 680Cadeiras e bancos: R$ 1.384Doação CASA CX: R$ 6.907

Total: R$ 46.427

ResumoReceita EAC: R$ 53.334Despesa EAC: R$ 46.427Vr. Doado CASA CX: R$ 6.907

Considerem:a) Ganhamos suco/café/sacolas.b) Não pagantes (convidados, palestrantes, crianças, isenções e casos de jovens) e média dos valores.

930 participantes, de 88 cidades, 800 inscrições pagantes.

Prestando contas do EAC 2018

Ao chamado do Divino PastorA ecoar pela imensidão

do in� nitoMovimentam-se as falanges do bemLevando alento aos a� itos.

Vindas das mais distantes cons-telaçõesAos paramos de luz que se renovamPara cantarem em uníssonoUnem-se as vozes da era nova.

Despertando mentes adormecidasAo som das liras celestiaisEntoam imorredouras melodiasO sublime canto dos imortais.

Convocados a socorrer os que choramNos fronts erguidos nas trevasErigem-se as construções do bemNo amado seio da Terra.

Comandados pelo SenhorDo maior de todos os exércitosBuscando o endereço da dorUnidos marcham no rumo certo.

Partem ao encontro das almasQue julgam-se por Deus esque-cidasSoerguendo com as mãos do amorOs que suplicam voltar à vida.

E Deus, Pai de in� nita bondadeOrdena que aos vales da dorEm busca das ovelhas perdidasDesçam os anjos da caridade.

Encontram-se no mesmo portoOs obreiros que chegamE os que de há muito vieram edi-� carA bandeira do consolador prome-tidoQue neste orbe há de imperar.

Não curveis as vossas frontesÓ, � lhos do Altíssimo,

Perante o mal que grassa na TerraEstais seguros pelas mãos divinasDaquele que jamais fomentou a guerra.

Seja vosso pendão o amorVosso escudo a humildadeE o conhecimento que levaisOs indestrutíveis pilares da ver-dade.

Avante, pois, ó caminheiros!Estais sob o � el comando de JesusVitoriosas serão vossas batalhasA caminho da eterna luz. r

Novembro de 2018PÁGINA 3

Educando o Espírito ImortalPensamento espírita é transformador

Marcus De [email protected]

Tivemos oportunidade mui-to grati� cante de trabalhar mais de uma vez com jo-

vens adolescentes na faixa etária de 14 a 16 anos, participantes de trabalho profissionalizante realizado por organização não go-vernamental que gentilmente nos convidou para realização de uma palestra e, posteriormente, uma o� cina de vivências. Na primeira oportunidade o tema foi “Educa-ção da Sexualidade”, e na segunda vez em que lá estivemos desenvol-vemos uma o� cina de vivências sobre “Técnicas de Sensibilização dos Sentimentos”.

Ao realizar uma atividade bastante diferenciada do que convencionalmente se entende por uma palestra, de certa for-ma surpreendemos os jovens e os coordenadores do trabalho, pois sempre partimos do prin-cípio que o jovem possui amplas potencialidades, e que eles mais necessitam de apoio, de estímulo, de reforço à autoestima, do que sermões e disciplinas rígidas. Assim, convidamos a uma ativi-dade de integração para estimular a afetividade.

Surpresos, no início demostra-ram um pouco de má vontade, dei-xando que estereótipos e precon-ceitos a� orassem, mas, estimulados, incentivados, levaram a bom termo a proposta da atividade, o que fa-cilitou a sequência da palestra, ou seja, fazê-los pensar, chegar a uma tomada de consciência, individual e social, sobre o assunto, por si mesmos. Foi grati� cante. E assim

também aconteceu com a o� cina de vivências.

O educador deve ser, sempre, um facilitador do processo educa-cional, e deve acreditar nas � nalida-des e resultados da educação, assim como acreditar nas potencialidades do educando. E não temer fazer abordagens que levem à re� exão moral do assunto, ou seja, sobre-

por-se a preconceitos de ordem pessoal, religiosa, etc., e fazer com que todos pensem e atuem no cam-po da ética e dos valores.

Contudo, não basta fazer pen-sar e atuar dentro de uma sala de aula. É necessário também fazer com que se coloquem no lugar do outro, invertendo papéis sociais,

e, igualmente, fazer com que transportem o pensar e atuar para o coletivo social ao qual perten-cem, desde o núcleo familiar ao contexto maior da nacionalidade e da humanidade.

E o jovem adora fazer isso. Pen-sar, questionar, dialogar, interpretar, encontrar soluções, mostrar o que pensa e o que pode fazer. E está à procura de bons exemplos, de parâ-metros seguros para construção de sua vida com objetivos superiores à mediocridade reinante.

Esse é o papel da educação mo-ral. Mas isso depende da ação do educador. E nada melhor do que se colocar no lugar dos jovens que estão à sua frente, compreendê-los e, então, mostrar-lhes um novo caminho, possível de ser construído e trilhado.

Mas, e a disciplina? Como eles vão aprender a respeitar limites? Como vão saber respeitar o educa-dor? Tudo isso acontece de forma sólida se deixarmos que eles dis-cutam as regras, as compreendam e acatem. Se � zermos com que se sensibilizem para o outro e para a vida, deixando que despertem para objetivos e ideais maiores, e � quem conscientes de si mesmos, da vida e de Deus. Porque morali-zar não é um processo de fora para dentro, e sim de dentro para fora. Exatamente como o é o processo da educação.

Se damos exemplos para a atuação dos educadores na esco-la, também lembramos que esses mesmos exemplos devem servir para os orientadores da juventude

nos Centros Espíritas, na tarefa de evangelização dos jovens, pois a chamada reunião da mocidade ou juventude espírita deve ser di-nâmica, participativa, integrando o jovem não apenas no conheci-mento e vivência do Espiritismo, mas igualmente nas atividades que a instituição proporciona e poderá proporcionar. O jovem não é apenas o futuro, ele é também o presente atuante, cheio de energia, de ideias e potenciais que preci-sam ser aproveitados, sempre com a � nalidade de torná-lo homem de bem.

E lembrem-se os pais e respon-sáveis que a educação moral dos jovens também se faz na família, no lar, com as advertências salutares, os bons exemplos, a orientação amiga com base no diálogo construtivo, com a distribuição de tarefas que os jovens possam assumir respon-sabilidades e entenderem o quanto é importante cumprir com os pró-prios deveres.

Escola, centro espírita e família devem se unir no grandioso pro-pósito de educar moralmente os jovens.

Pensemos nisso. r

“O educador deve ser, sempre, um facilitador do processo educacional, e deve acreditar nas finali-dades e resultados da educação, assim como acreditar nas potencialida-des do educando. E não temer fazer abordagens que levem à reflexão mo-ral do assunto, ou seja, sobrepor-se a preconcei-tos de ordem pessoal, re-ligiosa, etc., e fazer com que todos pensem e atuem no campo da ética e dos valores

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Vontade, livre-arbítrio e dorTrechos parciais de entrevista ainda inédita sobre obra de Léon Denis

Orson Peter [email protected]

Em recente visita a Volta Redonda (RJ), conhecemos a estudiosa da obra de Léon

Denis e palestrante espírita Ana Maria de Nigris, que é Bióloga es-pecialista em Biologia Parasitária, Cirurgiã dentista e artista plástica atuante na cidade onde reside, integrando direção do Grupo Es-pírita Luzeiros do Mestre, como dirigente mediúnica há 20 anos, na mesma cidade. A entrevista, ainda inédita na íntegra será publicada oportunamente pela revista eletrônica O Consolador. Trazemos aqui trechos parciais das questões que intitulam a pre-sente matéria.

1 – O que dizer sobre a VON-TADE, no estudo presente numa das obras?

A vontade, segundo Denis e vários outros autores, é a maior de todas as potencias. Kardec, na Revista Espírita de dezembro de 1868, dizia que “a vontade... é o pensamento chegado a um certo grau de energia; é o pensamento tornado força motriz”. Na terceira parte do livro “O Problema do Ser...”, Denis cita � lósofos que se detiveram no estudo da vontade, como Nietzsche, cita o mecanis-mo de “Mind Cure”, assegura que a presença de nevos, ou marcas de nascença são provas “de que a vontade impressiona a matéria e pode submetê-la a seus desíg-nios”. A ciência atual, na � gura de muitos ilustres pesquisadores, como o Biólogo Bruce Lipton (A Biologia da Crença) corrobora Denis ao a� rmar: “O ser humano

é quem controla seu destino, dependendo de como ele lê o ambiente, como sua mente o percebe. A conclusão é que não somos limitados pelos nossos genes, mas pela nossa percepção e nossas crenças”.

2 – E sobre o LIVRE-ARBÍ-TRIO, também da mesma obra?

Léon Denis nos brinda com um excelente exercício do pensa-mento crítico, ao nos apresentar o livre arbítrio como algo a ser conquistado, e não como direito adquirido, donde surgem exten-sas discussões se temos ou não liberdade de escolha. São palavras do mestre: “Para sermos livres temos que querer...Fazer esforço para vir a sê-lo, libertando-nos da escravidão da ignorância e das paixões baixas, substituindo o império das sensações e dos instintos pelo da razão”. Como? é a pergunta que nos vêm de ime-diato à mente. E ele nos responde com uma moderna “tríade”: Pela Libertação física pela limita-ção dos apetites... Libertação intelectual pela conquista da verdade...Libertação moral pela conquista das virtudes...

3 – Em recente trabalho sua abordagem focou a DOR. O que dizer da experiência de dor?

Ao iniciar o capítulo referente à dor, nos deparamos com um aparente paradoxo: “. ..tudo o que vive neste mundo, natureza, ani-mal, homem, sofre e, todavia, o amor é a lei do Universo e por amor foi que Deus formou os seres. Contradição aparentemente horrível, problema angustioso, que perturbou tantos pensadores e os levou à dúvida e ao pessimismo...”. Ora! A dor como potência da alma? Nós ocidentais estamos acostumados a ver a dor como vilã, como algo a ser extinto. Denis nos apresenta o papel edu-cativo e evolutivo da dor, como lei de equilíbrio e educação. Nos en-sina a distinguir dor de sofrimen-to, nos mostra que pela vontade podemos domar, vencer a dor ou, pelo menos, fazê-la redundar em nosso proveito, fazer dela meio de elevação. Àqueles que imaginam que uma vida de felicidade e pra-zer contínuos seria nosso objetivo maior, Denis exorta: Suprimi a dor e suprimireis, ao mesmo tempo, o que é mais digno de admiração neste mundo, isto é, a coragem de suportá--la. Antonio Damasio, renomado neurocientista português, atribui à dor o papel de provocadora de mudanças. Diz ele: “Os grande motivadores das culturas atuais foram as condições que levaram à dor e ao sofrimento, que leva-ram as pessoas a ter que fazer alguma coisa que cancelasse a dor e o sofrimento”. r

Dia 24 de novembro, sábado, às 17 horas no CEAR (Av. Maria Antônia Camargo de Oliveira, 4.133, Fonte), em Araraquara

Com Haroldo Dutra, Ros-sandro Klinjey, Andréa dos

Reis, Marlon Reikdal, Fábio de Lucca, André Siqueira e Wag-ner Moura.

Mais informações e inscrições: www.idebr.com.

IDE: ideias, diálogos e espiritualidade

Novembro de 2018PÁGINA 5

1 – Um fato talvez mais impor-tante do que a constatação em termos de quantidade,

resultante também de nossas ob-servações, é a seriedade com que se encara o Espiritismo. Onde quer que se pesquise – e podemos dizer: com avidez – busca-se o lado � losó� co, moral e instrutivo. Em nenhum lugar vimos a prática espírita reduzida a motivo para distrações nem as experiências serem conduzidas como diversão. Invariavelmente as perguntas fú-teis e a simples curiosidades são postas de lado. Em sua maioria os grupos são muito bem dirigidos, alguns mesmo de notável maneira, com o emprego pleno dos verdadeiros princípios da ciência espírita. Os propósitos são idênticos aos que norteiam a So-ciedade de Paris e não se tem outra bandeira senão os princípios ensinados pelo “Livros dos Espí-ritos”. (Allan Kardec, A viagem espírita em 1862, ed. O Clarim)

2 – É preciso con-fessar, não obstante, que essa progressão ascen-dente está longe de ser uniforme. Se há locali-dades onde a ideia espí-

rita parece germinar à medida em que a semeamos, outras, há, em contraposição, onde penetra mais di� cilmente, por motivo de causas locais devidas ao caráter de seus habitantes e, sobretudo, à natureza de suas ocupações. (Allan Kardec, Viagem Espírita em 1862, ed. O Clarim)

3 – Perispírito (de peri, em re-dor, e spiritus, espírito): invólucro semimaterial do Espírito depois da sua separação do corpo. O Espírito o tira do mundo em que se acha e o troca ao passar de um

a outro; ele é mais ou menos sutil ou grosseiro, segundo a natureza de cada globo. O perispírito pode tomar todas as formas à vontade do Espírito; ordinariamente ele assume a imagem que este tinha em sua última existência corpo-ral. Embora de natureza etérea, a substância do perispírito é a suscetível de certas modifica-ções que a tornam perceptível à nossa vista. É o que se dá nas aparições. Ela pode até, por sua união com o fluido de certas pessoas, tornar-se temporaria-mente tangível, isto é, oferecer ao

Sempre a lucidez de KardecTrechos extraídos de duas notáveis obras do Codificador

Seleção de Daniele Antunes

toque a resistência de um corpo sólido, como se vê nas apari-ções estereológicas ou palpáveis.A natureza íntima do perispírito não é ainda conhecida; mas po-der-se-ia supor que a matéria do corpo é composta de uma parte sólida e grosseira e de uma parte sutil e etérea; que só a primeira sofre a decomposição produzida pela morte, ao passo que a segun-da persiste e segue o Espírito. O Espírito teria, assim, um duplo invólucro; a morte apenas o despojaria do mais grosseiro; o segundo, que constitui o perispí-

rito, conservaria o tipo e a forma da primeira, da qual ele é como a sombra; mas sua na-tureza essencialmente vaporosa permite ao Espírito modificar essa forma à sua vontade, torná-la visível, pal-pável ou impalpável.O perispírito é, para o Espírito, o que o peris-perma é para o germe do fruto. A amêndoa, despojada do seu invó-lucro lenhoso, encerra o germe sob o invólucro delicado do perisperma.( I n s t r u ç õ e s p r á t i -cas sobre as mani-festações espíritas – Allan Kardec) r

Novembro de 2018 PÁGINA 6

É momento para não esmorecerFase atual exige foco, perseverança, consciência

Rogério [email protected]

São chegados os tempos, como havia sido predito no passado. A iniquidade

se apresenta dominadora e parece ser a grande vencedora. Poucos podem sorrir e desfrutar da relativa felicidade tão desejada, enquanto milhões sofrem todo o tipo de escárnio e sofrimento. Que época! Que momento!

Mamon, o deus da ganância pa-rece imperar nos corações e mentes dos desavisados, provocando uma anormal concentração de bens nas mãos de pouquíssimos.

Quem em sã consciência diria ser possível ter se concretizado este atual quadro. A que ponto chegamos, exclamam muitos. Qualquer mortal, diante de tal cenário temeroso diria: O dia do juízo � nal está próximo, pois, maiores descalabros do que estes não podem existir, é o � m dos tempos. Onde está o Criador, não está vendo tantas injustiças? Fomos deserdados!?

Entretanto, não somos mor-tais, somos imortais, graças ao Espiritismo sabemos agora que a vida transcende de muito a atual e pequenina existência. A vida não

se realiza apenas nestes tempos, já vivemos, continuamos vivos e viveremos, aqui e em outros mun-dos, seremos viajores no Universo de casa em casa, de mundo em mundo, tanto ainda por descobrir e conhecer, até � nalmente con-quistarmos a relativa perfeição, fatal destinação de todos nós. A vida ora enfrentada é passageira, representando particularmente talvez o clímax de um processo de renovação, neste mundo e desta parcela da humanidade universal.

Alguns argumentam ser fácil falar, quando: há comida na dis-pensa; existem roupas limpas para se vestir; podemos voltar para a nossa casa que nos espera de portas abertas nos protegendo do frio e das intempéries; é possível consultar um médico e comprar remédios diante de uma doença inesperada..., realmente são tantas as necessidades materiais.

É fato, cada qual desfruta de variadas possibilidades e recur-sos, todavia, todos sempre frutos amargos ou saborosos oriundos das condutas passadas, do exercí-cio pleno de nosso livre arbítrio, e, sendo a nossa amada Terra ainda

um mundo de provas e expiações, é de se esperar muito choro e ranger de dentes, muitos escândalos ainda hão por vir.

Nestas épocas, se roga ao cris-tão para não desfalecer, é uma fase de testes, provas, veri� cações de aprendizado, quando a pequenina virtude da fé, aquela que mes-mo do tamanho de um grão de mostarda tem o poder de mover montanhas, deve ser lembrada e vivida cuidadosamente em nossas mentes e corações, substituindo integralmente Mamon o deus � listeu das riquezas.

Ela nos fará: atravessar este ciclo sem fraquejar ou sucumbir diante de tantas incertezas; nos comuni-cará a fortaleza para enfrentar os dilemas ainda por vir; en� m, nos manterá vivos e con� antes no Pai que está à frente de tudo e jamais nos perde de vista.

São tempos de renovação, de testemunhos, de paciência, de re-signação e de muita oração.

Exercitemos a fé renovadora, ela nos avivará a esperança em dias melhores, não nos deixará tais quais órfãos perambulando sem rumo pelas estradas da vida, ela tem o poder de promover a ale-gria e con� ança na mensagem de imortalidade do inolvidável Rabi da Galiléia, nos mostrando como forti� car a cidadela íntima para enfrentar dias tão incertos.

Não esmoreçamos, pois aqueles que atravessarem esta etapa de provas com galhardia e brandura herdarão a Terra, e desfrutarão de momentos mais reconfortadores e felizes, capazes de nos fazer sentir internamente como verdadeiros � lhos do Pai Amoroso e Miseri-cordioso, herdeiros da vida eterna, irmãos de toda a Humanidade. r

Livros clás-sicos de Cairbar Schutel tiveram seus prefácios compactados e declamados na

abertura da 8ª edição do EAC – Encontro Anual Cairbar Schutel, em Matão. São os livros Parábolas e Ensinos de Jesus, Vida e Atos dos Apóstolos e O Espírito do Cristia-

Suzana Amyuni declama prefácios Professora e jornalista se apresentou no EAC em Matão

Redação

nismo. A jornalista, proveniente de São Carlos-SP e vinculada a Obreiros do Bem daquela cidade, declamou com graça e beleza – acompanhada com fundo musical do esposo – os prefácios dos 3 livros clássicos de Schutel, compactados para apresentação em poucos mi-nutos. Você pode ver esse precioso momento do evento, escaneando o código QR ao lado. r

Novembro de 2018PÁGINA 7

Análise das comunicações mediúnicas“O que deve ser entregue ao público, exige condições especiais.” (Allan Kardec)

Maroísa [email protected]

Em sua correspondência regular, chegavam a Kar-dec mensagens mediúnicas

obtidas em grupos de diversas localidades. Seus autores davam a ele a liberdade de dispor delas como bem entendesse, com a esperança de vê-las publicadas na Revista Espírita. Ele tinha em mãos mais de 3.600 mensa-gens para serem analisadas, por isso, considerou melhor algumas reflexões em torno da qualidade das mesmas:

“Em grande número encontra-mo-las notoriamente más, no fundo e na forma, evidente produto de Espíritos ignorantes, obsessores ou mistif icadores e que juram pelos no-mes mais ou menos pomposos que as assinam. Publicá-las teria sido dar armas à crítica. Circunstância dig-na de nota é que a quase totalidade das comunicações dessa categoria emana de indivíduos isolados e não de grupos. Só a fascinação poderia levá-los a ser tomados a sério, e im-pedir se visse o lado ridículo. Como se sabe, o isolamento favorece a fascinação, ao passo que as reuniões encontram controle na pluralidade das opiniões.”

Para sua alegria, a maioria delas encerrava bons pensamentos e ex-celentes conselhos mas, disso não se seguiria que todas fossem boas para publicação, e expõe os motivos que o levavam a tal cuidado:

“Para apreciar as comunicações, relativamente à publicidade, não podem ser vistas de seu ponto de vista, mas do público. Compreende-mos a satisfação que se experimenta ao obter algo de bom, sobretudo quando se começa; mas além de

que certas pessoas podem ter ilusões relativamente ao mérito intrínseco, não se pensa que há centenas de outros lugares onde se obtém coisas semelhantes; e o que é de poderoso interesse individual pode ser bana-lidade para a massa.”

Ele não pretendia desencorajar a publicação das mensagens mas mostrar que a escolha rigorosa é necessária pois as comunicações mediúnicas haviam aumentado em número e qualidade e os espíritas eram mais numerosos e esclarecidos:

“Para começar, convém delas afastar tudo quanto, sendo de interesse privado, só interessa àquele que lhe concerne. Depois, tudo quanto é vulgar no estilo e nas ideias, ou pueril pelo assunto. Uma coisa pode ser excelente em si mesma, muito boa para servir de instrução pessoal; mas o que deve ser entregue ao público, exige con-dições especiais.”

Foi com tais critérios que, das 3.600 comunicações, ele encontrou 3.000 com boa qualidade e com excelente fundo; mas dessas, havia somente 300 para publicidade e destas, apenas 100 com um mérito incontestável.

Adverte também que os bons escritores espirituais são raros; que um determinado Espírito pode ser apto a dar uma boa comunicação isolada ou um excelente conselho em particular, mas é incapaz de produzir um trabalho completo que suporte um exame, sejam quais forem suas pretensões ou o nome atrás do qual se proteja.

“Publicando comunicações dig-nas de interesse, faz-se uma coisa

útil. Publicando as que são fracas, insignif icantes ou más, faz-se mais mal do que bem. Uma con-sideração não menos importante é a oportunidade. Umas há cuja publicação é intempestiva e, por isso, prejudicial. Cada coisa deve vir a seu tempo. Várias delas que nos são dirigidas estão neste caso e, posto que muito boas, devem ser adiadas.”

Kardec também alerta para o seguinte fato: se o Espírito � car insistindo na publicação de seus escritos, é sinal evidente de obsessão por parte do médium, que pode iludir-se com uma possível notoriedade. Estejamos, portanto, atentos a essas orien-tações, pois elas oferecem equi-líbrio e segurança no exercício da mediunidade! r

Kardec para mulheresLivro é destinado às mulheres

Redaçã[email protected]

Rosana V. Silveira, a autora, resumiu o trabalho recém--publicado: “Fizemos uma

pesquisa profunda e bastante sensível sobre os principais temas relevantes ao belo, complexo e grandioso universo feminino. Nosso objetivo é facilitar a vida cada vez mais atribulada das mu-lheres e contribuir para que pos-sam encontrar rapidamente ajuda

em Kardec, em diversos setores de sua vida prática, emocional e espiritual. Esperamos ajuda-las a serem mais felizes e para que possam contribuir ainda mais para um mundo melhor.”

O lançamento é do IDEAK – Instituto de Divulgação Espírita Allan Kardec. A obra é facilmente encontrada em nossas distribui-doras. r

Parábola do amor de JesusTexto foi apresentado no EAC pelo autor no final de sua palestra

Paulo Cezar [email protected]

REMETENTE:Instituto Cairbar Schutel.

Caixa postal 2013 15997-970 - Matão-SPNovembro de 2018

Fechamento autorizadoPode ser aberto pela ECT

“A Evolução do Espírito”Um Espírito Amigo - Médium:

Paulo Cezar Fernandes

Um Soberano Senhor muitos � lhos fez gerar, e os con-tinua gerando dia e noite

sem cessar, tantos que conta in� nita jamais poderá contar. Sendo Seu Nome Amor, tudo Criou por Amar.

A cada um e a todos dá ordens de construção, da sua própria existência e de suporte ao irmão. Sua lei é tão precisa, perfeita e efi ciente, que a ela ninguém burla, nem foge impunemente.

E todas as Criaturas, na ordem da Criação, saem pelo mundo afora aprendendo esta lição. Crescem e multiplicam, pedras sem animação, plantas que já respiram e fertilizam o chão. Bichinhos inteligentes, mas ainda sem razão, esforçando o en-tendimento em bandos, em união.

E passam anos, milênios, sem conscientização, mas cumprem a Lei do Senhor, expandindo a sen-sação. Transformam a Inteligência, mudam de direção, passam a olhar para o alto, em vez de mirar o chão.

E neste esforço divino alcan-çam uma elevação, as coisas que já faziam não lhes dão satisfação. Procuram fora do mundo um porquê, uma razão, para a própria existência e a vida do irmão.

Descobrem-se Criaturas e o Supremo Criador, que a Lei que os transforma é a Força do Amor. Mas vivem luta infi nda e destinada ao só ter, não conseguem entristecidos eliminar o sofrer.

O Soberano, entretanto, jamais os abandonou, e, porque Miseri-córdia, lhes envia um Salvador.

Outro Filho, Criatura, dos primei-ros, eu não sei, mas sua sabedoria já lhe fazia um Rei.

Já conquistara a si mesmo, os domínios do saber, já com-preendera que a Vida, é doar sem receber. E ele que já voltara para a Casa do Senhor, deixa todo o seu conforto, seu elevado labor.

Mira a Vida cá embaixo, lutas sem consolação, e atende à rogativa do Senhor da Criação.

Desce da sua altitude, reduz todo o seu poder, mostra como é que se nasce e se vive sem morrer. Tem a Verdade, o Caminho para a Vida do Senhor, e que tudo o quanto existe é posse do Criador.

Cura todas as feridas, dores sem consolação, conduzindo-as na vida tomando-as pela mão, que nenhuma das ovelhas se perderá do Pastor, mas que a Paz exige luta bondosa e com fervor, pra trans-formar o instinto em sentimento de Amor.

Que ninguém tem o direito de ofender quem errou, pois, no rumo do Mais Alto, todos têm o seu va-lor. Que a pequena Criatura erra mesmo sem saber, e que a grandeza da Vida é amparar no sofrer.

Nessa divina tarefa ninguém o reconheceu, tudo o que ele plantava na hora ninguém colheu. Foi pisado, conduzido à suprema humilhação, mas mostrou toda a brandura e a Força que é o Perdão.

Do alto do seu calvário, na cruz do supremo ofício, mostrou-se Um com o Pai, no divino sacrifício. Que o Vida sempre ensina, hu-mildade e devoção e que ninguém neste mundo é salvo sem doação.

E cumprindo, em derradeiro, o seu divino papel, três dias dorme o seu corpo antes de mostrar o Céu. Que a Vida nunca é mor-te, que é fi nita a dor, mas, que ninguém vai Mais Alto, sem a vivência do Amor. r