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RECICLE INFORMAÇÃO: Passe este jornal para outro leitor ou indique o site Ano VIII - Edição 96 - Novembro 2015 Distribuição Gratuita Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê Artigos Recomendados EDITORIAL Proclamação da República João Paulo Barros Página 2 ******************* O que sobrou da Família? Genha Auga Página 3 ******************* Um lugar perfeito Genha Auga Página 7 ******************* A impermanência de tudo Mariene Hildebrando Página 8 ******************* Reorganizar para conquistar Ivan Claudio Guedes Omar de Camargo Página 9 ******************* Ideologia e totalitarismo na Escola Loryel Rocha Página 10 ******************* História do Ministério Público No Brasil Página 11 ******************* O churrasco e o pós-doutorado Flávio Aguiar Página 13 - Boa música Brasileira - Cultura - Educação - Cidadania - Sustentabilidade Social Agora também no seu .www.culturaonlinebrasil.net Baixe o aplicativo IOS www.culturaonlinebrasil.net /// CULTURAonline BRASIL /// www.culturaonlinebr.org E que faça-se vida raiz, luz de tronco e pétalas de bem querer a todos, na fértil terra chamada Brasil... Façamos então a paz para podermos viver a paz e não a guerra. A jovem DEMOCRACIA no BRASIL, está na UTI. Literalmente! Página 4 Dia da Instituição do Direito de Voto da Mulher Página 5 Página 14 A MAIOR FRAUDE DA HISTÓRIA Continuação - Parte VI Página 15 A lusofonia é uma Bolha Continuação - Parte VI Página 16 E tem mais... Confira!

E que faça-se vida raiz, luz de tronco e pétalas de bem ... · download Editor : Filipe de Sousa ... estão prevalecendo à relação afetiva. ... 22 · Dia Internacional do Livro

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Ano VIII - Edição 96 - Novembro 2015 Distribuição Gratuita

Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê

Artigos Recomendados

EDITORIAL Proclamação da República

João Paulo Barros

Página 2 *******************

O que sobrou da Família? Genha Auga

Página 3

*******************

Um lugar perfeito Genha Auga Página 7

*******************

A impermanência de tudo Mariene Hildebrando

Página 8 *******************

Reorganizar para conquistar Ivan Claudio Guedes Omar de Camargo

Página 9 *******************

Ideologia e totalitarismo na Escola Loryel Rocha Página 10

*******************

História do Ministério Público No Brasil Página 11

*******************

O churrasco e o pós-doutorado Flávio Aguiar

Página 13

- Boa música Brasileira - Cultura - Educação - Cidadania - Sustentabilidade Social

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E que faça-se vida raiz, luz de tronco e pétalas de bem querer a todos, na fértil terra chamada Brasil...

Façamos então a paz para podermos viver a paz e não a guerra.

A jovem DEMOCRACIA no BRASIL, está na UTI. Literalmente!

Página 4

Dia da Instituição do Direito de Voto da Mulher Página 5

Página 14

A MAIOR FRAUDE DA

HISTÓRIA Continuação - Parte VI

Página 15

A lusofonia é uma Bolha

Continuação - Parte VI

Página 16

E tem mais... Confira!

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Novembro 2015 Gazeta Valeparaibana Página 2

A Gazeta Valeparaibana é um jornal mensal gratuito distribuído mensalmente para download

Editor: Filipe de Sousa - FENAI 1142/09-J

Ajude-nos a manter este projeto por apenas R$ 2,00 mensal

Email: [email protected]

Gazeta Valeparaibana e

CULTURAonline BRASIL

Juntas, a serviço da Educação e da divulgação da

CULTURA Nacional

Frases de Filipe de Sousa

Promover a Educação e o Autoconhecimento é para os fortes e para os persistentes,já que a maioria da população prefere o pão e circo.

******

Enquanto a cidade grita os manipuladores vão cozinhando o galo em fogo brando.

******

O melhor do meu conhecimento eu não aprendi nos livros e sim nos lugares por onde passei.

******

Não é saudável provocar o conflito. Saudável é esclarecer as causas do conflito, promovendo a

paz.

****** A vida não é aquilo que se vê e sim aquilo que

se é.

****** As crianças, assim como as árvores precisam

ser regadas, podadas e cuidadas, para que pro-duzam boa sombra e frutos saudáveis.

******

O meu ponto de vista é o meu ponto de vista o que não quer dizer que queira levar alguém a

seguir o meu ponto de vista.

****** A maioria de nossos políticos que vestem a rou-pagem de esquerda não são mais que ótimos

artistas.

****** Antes de criticar ou acusar seja o exemplo da-

quilo que critica ou do que acusa.

****** A imagem te direciona a um conceito a palavra

credível te esclarece.

****** O Brasil tem vindo ao longo dos séculos provan-do que "Santo de casa não faz milagres" é mero

servo do milagreiro.

****** A Justiça é como remédio. Tem que ser aplica-

do na hora certa e na medida certa.

Editorial

Rádio web CULTURAonline Brasil

NOVOS HORÁRIOS e NOVOS PROGRAMAS

Prestigie, divulgue, acesse, junte-se a nós !

A Rádio web CULTURAonline Brasil, prioriza a Educação, a boa Música Nacional e programas de interesse geral sobre sustentabilidade social, cidadania nas temáticas: Educação, Escola, Professor , Família e Socie-dade.

Uma rádio onde o professor é valorizado e tem voz e, onde a Educação se discute num debate aberto, crítico e livre. Mas com responsabilidade!

Acessível no link: www.culturaonlinebrasil.net

Neste mês, no próximo dia quinze, é mais um aniversário da proclamação da República no Brasil, quando o Mare-chal Deodoro da Fonseca deu o golpe de Estado e tirou Dom Pedro II do poder. Mas a República brasileira é uma Re-pública de verdade? Funciona da forma que uma verdadeira República precisa funcionar?

Primeiro, o que significa a palavra “República”? Vem do latim Res Pública, que significa “Coisa Pública”. Se a coisa é pública, logo, não é privada. Não é propriedade particular de ninguém. É patrimônio comum de todos. Os princípios da República são o do interesse coletivo (isto é, de toda a população), o da equidade (isto é, nenhum indivíduo está aci-ma das leis do Estado tendo privilégios em relação aos demais indivíduos da sociedade), o da Laicidade (isto é, o Es-tado e o governo não podem servir a interesses de nenhuma das religiões, adotar posição de neutralidade em relação às religiões, nem ser a favor e nem ser contra), o da Democracia (permitir ampla participação dos cidadãos na política, direta ou indiretamente) e o da Temporariedade (os cargos públicos eletivos como Vereador, Prefeito, Governador, Deputado, Senador e Presidente devem ter mandato temporário, com prazo previsto para expirar, ao contrário dos reis e rainhas, que têm mandato vitalício nos regimes monárquicos).

No Brasil, os princípios da República são realmente respeitados? Os recursos públicos são realmente tratados como públicos? Ou existe algum político que trata o dinheiro público como sendo seu particular? Os Poderes Públicos do Brasil realmente se empenham pelo interesse coletivo? Ou prioriza interesses particulares de alguns? O que acontece no Congresso Nacional, em Brasília? O que acontece nas Câmaras Municipais? No Brasil, todos são realmente iguais perante as leis e os órgãos públicos, de modo geral? Há diferença de tratamento entre indivíduos? Uns têm mais direi-tos do que outros? Como funciona na prática? Os políticos têm postura neutra em relação às religiões institucionais? Ou algumas instituições religiosas têm privilégios em relação às outras? O eleitor realmente participa do procedimento político? Ou só comparece nas urnas durante as eleições e depois é esquecido? Os políticos eleitos cumprem os man-datos e dão espaço para outros cidadãos também poderem se candidatar? Ou monopolizam os cargos eletivos se candidatando indefinidamente, a vida inteira, fazendo da política a sua profissão, a sua carreira?

A República do Brasil é uma República de verdade? Ou uma Oligarquia de uma minoria da sociedade civil? Valeu à pena para o Brasil, o Marechal Deodoro da Fonseca ter proclamado a República? Ou não fez diferença para a maiori-a? Nós todos temos que repensar a República do Brasil.

João Paulo Barros

IMPORTANTE

Todas as matérias, reportagens, fotos e demais conteúdos são de

inteira responsabilidade dos colabo-radores que assinam as matérias, podendo seus conteúdos não cor-

responderem à opinião deste proje-to nem deste Jornal.

CULTURAonline BRASIL

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Novembro 2015 Gazeta Valeparaibana Página 3

Família O QUE SOBROU DA FAMÍLIA?

A família que sempre foi vista como a base de tudo, constituída através do casamento baseado no amor sincero e generoso, com confiança, fidelidade, apoiado na fé, com muita perseverança na criação dos filhos e edificado com firmeza e disciplina, está so-frendo mudanças complexas e sérias.

Atualmente, parece que ela vem perdendo muito do seu conceito ao ponto de que o ca-samento mais parece um mal-estar e por isso muitos preferem viver sozinhos. Será que o antigo sonho de jovens namorados que queriam casar e ter filhos com base na afetividade e respeito, onde o sexo era prati-cado com o aconchego da intimidade, havia aceitação e comunhão entre cônjuge se os encontros eram pela simples alegria de es-tarem juntos, com projetos de vida e com a esperança de serem felizes para sempre já não tem mais sentido para as novas gera-ções, mas, se sim, qual o papel dos pais dessa nova geração...

Por que será que essas coisas que parecem ser tão boas, quase ninguém mais as quer?

Mas, se tudo isso deve mudar e se repagi-nar seria bom que fosse para melhor, o ena-morar poderia continuar a fazer parte da uni-ão conjugal e o essencial à família que é o procriar através do amor poderia ser manti-do comprometendo com seriedade a exis-tência da humanidade. Ou, seria isso tudo apenas uma ilusão romântica?

A família acabou ou as mudanças que so-freu será o modelo do verdadeiro futuro pro-missor...

> Nos dias de hoje, o homem e a mulher podem ter relacionamentos sem a necessi-dade de um compromisso.

> A promiscuidade na adolescência assolou-se e parece padrão de comportamento.

> Filhos são de produção independente co-mo se um só bastasse na vida de uma crian-ça.

> Muitos casais já não procriam mais em nome da vaidade do corpo e opção para progredir na carreira profissional em nome do dinheiro e do consumismo.

> Filhos são gerados em laboratórios.

>Filhos são gerados pela priorização do se-xo e na sequencia, pela falta de responsabi-lidade, vem a rápida separação e a mulher se vire sozinha com sua prole ou ficam na custódia de avós ou são depositados em escolinhas.

Família virou “terra de ninguém”, qualquer um entra, sai, devasta, mais destrói do que constrói. Maltratada e destroçada deixa ór-fãos pelo mundo afora, está abandonada até pela própria sociedade e nem parece ter sido o primeiro bem que Deus permitiu ao homem ter.

Esse momento crucial que estamos passan-do, onde há crise de identidade da própria pessoa com sua família põe até em dúvida se filhos ainda é um bem para a família pois, a vida a dois parece não ser mais interes-sante, os sentimentos precários e fugazes estão prevalecendo à relação afetiva.

Existe uma preocupação por parte do Esta-do e da Igreja?Ou isso é falso?Ou esse é realmente um novo modelo de felicidade ao qual ainda nem todos estão acostumados...

Afinal, quando se tem famílias bem estrutu-radas sempre haverá vantagens positivas para a sociedade, mas, com famílias desam-paradas e desfiguradas, sempre sobrará problemas para todos nós.

Genha Auga - jornalista MTB: 15.320

Calendário do mês

01 · Dia de Todos os Santos 02 · Dia de Finados 03 · Instituição do Direito e Voto da Mulher (1930) 04 · Dia do Inventor 05 · Dia da Ciência e Cultura 05 · Dia do Cinema Brasileiro 05 · Dia do Radioamador 08 · Dia do Aposentado 08 · Dia Mundial do Urbanismo 10 · Dia do Trigo 12 . Dia do Diretor de Escola 14 · Dia Nacional da Alfabetização 15 · Proclamação da República 16 · Semana da Música 17 . Dia da Criatividade 19 · Dia da Bandeira 20 · Dia Nacional da Consciência Negra 22 · Dia do Músico 22 · Dia Internacional do Livro 25 · Dia Nacional do Doador de Sangue 26 · Dia do Ministério Público

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DEMOCRACIA

A verdadeira Democracia (onde o povo participe de alguma forma das decisões

que interferem nas relações sociais) su-põe uma prática pedagógica: educar pa-ra a cidadania. Educar é um ato que visa não apenas desenvolver nossas habili-dade físico-motoras e psíquico-afetivas, mas igualmente à convivência social, a cidadania e a tomada de consciência

política.

A educação para a cidadania significa fa-zer de cada pessoa um agente de trans-formação social, por meio de uma práxis

pedagógica e filosófica: uma reflexão/ação dos homens sobre o mundo para

transformá-lo.

Este é um dos objetivo do Jornal

Gazeta Valeparaibana

“A família é a base da sociedade”

Vamos ser sinceros: é muito difícil pensar a nossa sociedade sem a noção de família. Em torno dessa instituição, no sentido mais amplo, rodeiam formas de organização coleti-va e social, direitos e deveres, referências para os nossos relacionamentos. A ideia da fa-mília como base da sociedade não se sustenta apenas no senso comum, mas também é

institucionalmente reconhecida, como se vê no artigo 226 da Constituição Federal.

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Novembro 2015 Gazeta Valeparaibana Página 4

Social

Como ter mais produtividade melhorado a quali-dade de vida?

Hoje tudo acontece mais rápido, crescimentos disruptivos atravessa-ram o universo da internet para assombrar as agendas profissionais e também a rotina de vida da maioria das pessoas. Inovando a perspec-tiva do gerenciamento de tempo o Instituto Qualidade do Tempo pro-põe o ON Talks: evento online e gratuito, de 23 a 29 de novembro deste ano. O evento reúne especialistas de diversas áreas dando di-cas, visões e novidades sobre a gestão da qualidade do tempo. O in-tuito é incentivar que as pessoas se tornem protagonistas de suas próprias vidas.

A areia do tempo parece se esvair das ampulhetas pessoais para um grande reservatório que escolhe, aleatoriamente, quem serão os pre-miados para viver com tranquilidade. "Nossa proposta é mostrar para as pessoas que é preciso ter planejamento" conta Karine, co-fundadora do Instituto Qualidade do Tempo "Ter qualidade neste tem-po não é um golpe de sorte. Vai além, é um gerenciamento conscien-te de escolhas. Ainda presas na ideia de que o tempo é um só, as pessoas não percebem que há também um tempo individual, psicoló-gico, do qual é necessário se empoderar."

Para Guatasara Pousas, co-fundador do Instituto Qualidade do Tem-po, hoje há um grande movimento de conexão. "Para preencher um vazio interno, muitas pessoas buscam uma conexão no viés tecnoló-gico, elas querem estar cada vez mais conectadas. Vejo que o cami-

nho do autoconhecimento, do ser se conectar com ele mesmo, é a maneira mais inteligente para iniciar esta jornada de estar presente no mundo." pondera Guatasara "As tecnologias otimizam nosso tempo e também nossos relacionamentos, desde que seja verdadeiro. O para-doxo do uso das tecnologias é o mesmo que propomos para o próprio tempo, mais foco na qualidade que na quantidade."

Com uma curadoria abrangente e diversificada, o evento reúne gran-des nomes como Dr. Howard J. Resnick (PhD pela Universidade de Harvard), Dr. Alberto Peribanez (PhD e autor do Best Seller Lugar de Médico é na Cozinha), Flávio Passos (Apresentador no Canal Sony do programa "Comer bem: Que mal tem?"), Hélcio Padrão (Sócio Fundador da Vita Denarium e referência em Antroposofia e Pedagogi-a Social no Brasil), Ailton Krenak (Um dos principais líderes indígenas do Brasil, fundou a União das Nações Indígenas e a Aliança dos Po-vos da Floresta), Enéas Guerriero (EFT, Life e Spirit Coach), Emília Queiroga Barros (Representante na América Latina do State of the World Forum), Loryel Rocha (Fundador do Instituto Brasilan Mukha-rajj, produtor de programas e edições sobre a cultura da paz e a cultu-ra luso-afro-brasileira), Ana Münzner (Principal expoente do Thinking Enviroment no Brasil), dentre vários outros.

Para participar do ON Talks é simples. Basta se cadastrar no site on-talks.com.br, você receberá por email a programação com os horários em que todas as palestras irão ao ar e conteúdos exclusivos sobre os temas principais do congresso: gestão do tempo e qualidade de vida. Uma oportunidade para quem quer transformar o tempo em uma vari-ável para viver com mais produtividade e qualidade.

Contatos: Karine ou Guatasara

[email protected] / [email protected]

+55 31 8466-9119 / 9901-5901 / 9828-5940

facebook.com/ontalksbrasil

Site: www.ontalks.com.br

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O Instituto Mukharajj Brasilan (Rio de Janeiro-Brasil) e o Centro Ernesto Soares de Iconografia e Simbólica-Cesdies (Mafra-Portugal) foram fundados em Abril de 1997, por Loryel Rocha e Manuel J. Gandra. Em 2012, o Centro Ernesto Soares de Iconografia e Simbólica foi incorporado oficialmente ao Instituto Mukharajj Brasilan, criando um grupo luso-brasileiro de estudos, pesquisas, educação & desenvolvimento pessoal e consultoria especializado em Cultura Oral e Simbólica Tradicio-nal no âmbito dos povos falantes de língua portuguesa, prestando uma atenção muito particular às suas manifestações Portugal-Brasil. Nosso propósito é tornar-se um centro de referência em Cultura Oral e Simbólica Tradicional, assegurando excelência, ineditismo e inovação em tudo o que fazemos. No desempenho de sua missão promoverá todo o tipo de iniciativas e ações adequadas, bem como, facultará serviços de consultoria biblio-gráfica, iconográfica e simbólica, além de publicação e divulgação de seus trabalhos e eventos. Oferecemos cursos, palestras, publicações, projetos e produtos orgânicos. O Instituto Mukharajj Brasilan-Cesdies, atua focado na evolução consciente dos seres, das instituições e do planeta, objetivando a construção de uma Cultura de Paz mundial.

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Novembro 2015 Gazeta Valeparaibana Página 5

Nossos deveres

3 de novembro - Dia da Instituição do Direito de Voto da Mulher

Há 83 anos, em 3 de novembro de 1930, Washington Luís, então presidente da República, instituiu o direito ao voto feminino – após anos de lutas e reivindicações, as brasileiras conquistaram o direito de ir às urnas e ajudar a decidir os rumos da política nacional. O primeiro vo-to feminino no Brasil, porém, aconteceu realmente três anos antes, em 1927; na cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte: a professora Celina Guimarães, primeira eleitora do país, teve seu alistamento eleitoral permitido pelo governo do estado. Durante o governo Getúlio Vargas, o voto feminino começou a ser efetivamente liberado, mas ainda com restrições: as mulheres só podiam ir às urnas com autoriza-ção do marido, se fossem casadas; ou se tivessem renda própria, caso fossem solteiras ou viúvas. Apenas em 1946 o voto tornou-se direito e dever de todas as mulheres, sem restrições.

O movimento sufragista, ou seja, a luta pelo direito de votar e ser votado, chegou ao Brasil em 1919, através da bióloga Bertha Luz, que trouxe estes ideais de Paris. Junto com a militante anarquista Maria Lacerda de Moura, Bertha fundou a Liga Pela Emancipação Intelectual da Mulher, que mais tarde se tornaria a Federação Pelo Progresso Feminino. O direito ao voto feminino foi conquistado no Brasil antes da maioria dos países latino-americanos – em parte, pela relação próxima que as sufragistas tinham com a elite política.

Hoje, mais de 70 milhões de brasileiras votam a cada eleição nacional – um número normalmente maior que o de homens, que fica em tor-no de 65 milhões. Desde 2010, o Brasil tem a primeira mulher presidente de sua história, a ex-ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

por Marina Lopes

Na rua, a pressão da opinião pública na rua é capaz de fazer o que a lei

não consegue

Porque precisamos fazer a Reforma Política no Brasil?

Seus impostos merecem boa administração. Bons políti-cos não vem do nada. Para que existam bons políticos

para administrar o país, toda a sociedade precisa colaborar para que eles possam nascer e terem sucesso. É preciso um sistema eleitoral moderno para melhorar a qualidade da política. Os políticos "tradicionais" tem horror à reforma política, porque ela pode mudar a situa-ção atual onde eles usam e manipulam o eleitor e são pouco cobrados !

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DESIGUALDADES

Os contrastes sociais são responsáveis por todas as desigualdades raciais, étnicas e interculturais. Mesmo em tempos pós emancipação quem tem muita melanina, na maioria das vezes, é olhado de canto, é temido. Julgado e culpado. Prostrado à marginalização e banalidade. Jogado à sorte do destino. É triste ver que muitos são obrigados a sobreviver com pouca coisa, enquanto poucos riem e fazem de tudo um

circo, vivendo bem e muito bem, "com muitas coisas"

O problema da desigualdade social não é a falta de dinheiro para muitos, e sim o excesso nas mão de poucos.

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Dia do Diretor de Escola Qual o papel/função do Diretor na escola?

Para além dos que muitos tendem a imaginar, o Diretor exerce importante papel no cotidiano escolar. Suas funções vão além de cuidar do administrativo e financeiro, ele é peça funda-mental no desenvolvimento pedagógico, traba-lho da coordenação, corpo docente e demais membros da comunidade escolar.

O diretor da escola é uma figura importante en-quanto líder e exerce uma função bastante am-pla e complexa na comunidade escolar. No de-correr do desempenho de seu papel, tem o po-der de influenciar tanto de maneira positiva quanto negativa, as pessoas que compõem a escola. Desse modo, deve desenvolver habili-dades que venham a favorecer o desempenho do seu pessoal com o qual trabalha e conse-qüentemente a qualidade da educação ofereci-da pelo estabelecimento de ensino que repre-senta.

Mais do que um administrador que cuida de orçamentos, calendários, vagas e materiais,

quem dirige a escola precisa ser um educador. E isso significa estar ligado ao cotidiano da sa-la de aula, conhecer alunos, professores e pais. Só assim ele se torna um líder, e não a-penas alguém com autoridade burocrática. Pa-ra Antônio Carlos Gomes da Costa, pedagogo e consultor, há três perfis básicos nessa fun-ção:

O administrador escolar – mantém a escola dentro das normas do sistema educacional, segue portarias e instruções, é exigente no cumprimento de prazos;

O pedagógico – valoriza a qualidade do ensi-no, o projeto pedagógico, a supervisão e a ori-entação pedagógica e cria oportunidades de capacitação docente;

O sociocomunitário – preocupa-se com a gestão democrática e com a participação da comunidade, está sempre rodeado de pais, a-lunos e lideranças do bairro, abre a escola nos finais de semana e permite trânsito livre em sua sala.

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O QUE ELES DISSERAM SOBRE CASAMENTO E AMOR?

Lupicínio Rodrigues (na música Esses Moços): “Se eles julgam que a um lindo

futuro / só o amor nesta vida conduz / sai-bam que deixam o céu por ser escuro / e

vão ao inferno, à procura de luz”. * * *

Galeão Coutinho: “O amor é como um pi-ano. As mulheres são o teclado. Não é

possível tocar uma grande sinfonia numa tecla só.

* * * Berilo Neves: “Em negócios de amor, só as pequenas coisas têm importância. Por

exemplo: um piolho na cabeça da namora-da”. * * *

Airton, meu amigo: “Casar é bom. Eu já casei quatro vezes”.

* * * Antônio Feijó: “Quando o amor empreen-de a mais simples jornada, vai a demência

adiante a conduzir-lhe os passos”. * * *

Camilo Castello Branco: “Duas pessoas que se amam só começam a dizer coisas

ajuizadas desde que se aborrecem”. * * *

Groucho Marx: “As noivas modernas pre-ferem conservar os buquês e jogar seus

maridos fora”.

De novo Groucho Marx: “O matrimônio é a principal causa do divórcio”.

* * * Abraham Lincoln: “Casamento não é o

paraíso nem o inferno – é apenas o purga-tório”. * * *

Lenny Bruce: “Minha sogra destruiu meu casamento. Minha mulher voltou para casa mais cedo e me pegou na cama com ela”.

* * * Nietzsche: “O casamento transforma mui-tas loucuras curtas em uma longa estupi-

dez”. * * *

Joaquim Manuel de Macedo: “O amor mais constante que geralmente se conhe-

ce é o amor ao dinheiro”. * * *

Padre Antônio Vieira: “Melhor é o tédio, que nos salva, do que o amor, que nos

perde”.

Novembro 2015 Gazeta Valeparaibana Página 6

Dia Internacional do Livro Fonte e Base do Conhecimento. Por: A,Teixeira Guerreiro (1941). No grande jogo de interesses e deveres, nada há firme no mundo sem um ponto de apoio. Cada dia que escorre, na ampulheta do tempo, - para usar o velho e sovado clichê, - e quanto mais se desco-brem e multiplicam os caminhos da vida, essa ver-dade se cristaliza nas certezas de um axioma. Desprezar ou descurar do livro, como intencional ou inadvertidamente se vem fazendo, precisamen-te, nos meios intelectuais e culturais, é um erro pe-rigoso e de cujas consequencias o nosso século e os que tem responsabilidade de se orientar pelo fanal do livro, muito se vão arrepender, depois de pagar um tributo pesadíssimo. E é daí que o poeta, mais avisado do que muitos, proclamava: “O livro caindo n’alma

“é gérmen que faz a palma,

é chuva que faz o mar”

Ou ainda, usando doutra imagem muito própria dos nossos dias: “O livro é audaz guerreiro,

que conquista o mundo inteiro,

sem nunca ter Waterloo”

Uma observação dolorosa: A mocidade de hoje, apesar de viver abraçada com o livro, entupindo os corredores dos estabelecimentos de educação, não cultiva o amor do livro. Nele deita a mão apenas enquanto vai á escola e volta. O próprio desalinho com que sobraça o volume em que vão compendi-adas as lições, o descaso com que o arrasta, de cambulhada e entressachado de lápis, tinteiro, ré-gua e compasso, num maltrato, criminoso e imper-doável, é atestado flagrante da atitude mental peri-gosa que vimos denunciando. Fazendo côro nessa orquestra descompassada, e quase que estimulan-do essa atitude, os pais, por sua vez, tem somente uma preocupação: que os filhos tirem notas nas provas que lhes cheguem para passar no fim do ano. Quase nada ou pouco lhes interessa que os filhos conheçam a materia que estudam. Passem

nos exames, seja por que processo for, e isso é tudo! É uma mentalidade de retrocesso, caracterizando, dolorosamente, uma época sombria. Dos jovens que cursam as escolas atuais, raros são os que detêm o livro sob a ação perscrutadora dos olhos, por dez ou quinze minutos, antes de se dirigirem aos estabelecimentos escolares a que pertencem. O espetáculo confortador e edificante das épocas que nos precederam, ontem mesmo, daquela avalanche de beneditinos das letras, se-quiosos do saber, acurvados, horas a fio e noites a dentro, auscultando a alma dos grandes pensado-res dos vários estágios Evolutivos da humanidade, é raríssimo, senão qua-se inexistente nos dias agitados e angustiosos que nós vivemos. Falta o estimulo e o prazer para os torneios florais do pensamento. O gosto literário ao lado do traba-lho de pesquisas e estudos, desapareceu. Em re-gra o conhecimento é superficial, fugidio e sem ba-se. Os que por audácia ou entusiasmo, se apresen-tam em publico falando ou escrevendo, via de re-gra, são apenas um pouquinho mais de analfabe-tos. O estudo custa trabalho e esforço e, ninguém quer perder tempo com essas baboseiras!... E, daí, esse panorama desconsertante e desolador que a nega-ção pelo livro está apresentando, precisamente dentro dos quadros escolares. O estudante de hoje está se contentando e acha que já faz muito, em papaguear noções mal ouvidas e mal assimiladas, no decorrer de uma aula. O trato com os grandes escritores, com os proho-mens do pensamento, não lhe interessa. Nenhum deles ou raros deles tem ambição de mergulhar o pensamento no mar profundo da sabedoria e afinal as suas ideias e convicções ao diapasão da menta-lidade de um Dante, de um Milton, de um Camões de um Cervantes, de um Campoamor, para aludir de preferência aos eleitos das musas, ás quais a mocidade, nos seus justos anseios de gloria literá-ria e no alçar do vôo para os mundos desconheci-dos da arte, sempre quis estar em contacto.

Fonte: cognitiva.com.br

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Novembro 2015 Gazeta Valeparaibana Página 7

Contos e Poesias

UM LUGAR PERFEITO! Resolvemos brincar de andar sem rumo pelas ruas de Floripa, entrar e seguir cada rua e entrar em outra sem saber onde iria dar e curtir as casas, os jardins, as crianças aproveitando as férias brincando descal-ças na rua, as comadres conversando entre os muros das casas, as flores e pássaros que encontrávamos entre as variadas árvores, o sol quente bronzeando nossas peles.

Vimos galinhas, patos e coelhos, todos juntos nos quintais, pavão e peixes dourados nos tanques que havia nas entradas de restaurantes. Um lugar mais afastado do centro e dos bairros nobres, mas, cheio de encantamentos, trilhas com bambus e eucaliptos A cada rua que entrávamos mais nos encantávamos e mais distantes de onde saímos fomos ficando.

O sol cada vez mais quente nos fazia parar e tomar água fresquinha que nos davam onde pedíamos e seguíamos em frente até com planos de comprar u-ma daquelas casas e largaríamos tudo e todos e-,“desbravadamente” mudaríamos para lá a fim de explorar aquela pequena imensidão de prazeres. Mui-tas fotos e muitas risadas, mercadinhos e vendinhas onde encontrávamos petiscos deliciosos, cafezinho fresquinho e bolos caseiros deliciosos. Que mais que-ríamos? Mais nada, apenas viver para sempre na-quele lugar.

De repente nos deparamos com um caminho de terra numa subida entre árvores de copas largas que ame-nizava bem o calor do sol escaldante e a cada cami-nhada, nos deparávamos com casas enormes, boni-tas parecendo bem confortáveis que até mudamos a ideia de comprar uma daquelas pequenas e boniti-nhas casinhas pelos caminhos já percorridos e quem sabe nos instalaríamos em uma daquelas tão lindas que até pareciam desenhadas e feitas para o acon-chego de duas aventureiras como nós.

Muitas horas se passaram e seguíamos determina-das e firmes e sem dar a menor importância ao que ficou pra trás. Admiradas estávamos que as poucas pessoas que fomos encontrando pelo caminho nos cumprimentavam sem ao menos saber quem éramos;

- Tarde senhoritas!

Impressionadas e corteses, respondíamos:

- Boa tarde meu senhor, boa tarde senhora, boa tarde crianças...

E rumo às alturas daquela subida, nossos corações palpitavam imaginando o que de tão interessante ain-da encontraríamos pelo caminho e aonde iríamos chegar. A tarde foi caindo e o sol de amarelo come-çou a avermelhar. Olhos arregalados e a respiração ofegante, estávamos diante do mais belo por do sol e, o melhor de tudo, só nós duas, sem ninguém para dar palpite ou mudar nossas intenções de desbravar caminhos...

- Terminou a subida e nos deparamos com um cami-nho reto, um pouco mais difícil e estreito para cami-nhar, plantas rasteiras juntavam-se às raízes das ár-vores e embora não fosse mais subida, a caminhada ia ficando mais difícil.

- Será que é o cansaço? Perguntamo-nos.

Melhor parar ou continuar em sincronia pensamos, até que uma olhou pra outra e colocamos em pauta se seguiríamos em frente ou recuaríamos. Imagine toda aquela caminhada e deliciosa aventura pra na-da. Decidimos seguir em frente, até que deparamos com um grupo de meninos e resolvemos perguntar se valeria a pena seguir a jornada e o que nos esperava além do ponto em que chegamos, afinal, não tardaria a noite chegar.

- Olha, responderam eles, quando chegarem mais adiante há um riacho que será difícil atravessar, pois alguns tipos de peixes podem lhes atacar, não sabi-am se piranhas, arraias ou jacarés. Mas, sem alguém experiente ou, canoa, não seria bom tal tentativa. Mais um detalhe nos fez voltar à realidade quando disseram:

- Ao cair da tarde, rapidamente cai a noite e o solo esfria e nisso, as cobras que se escondem do calor, saem de suas tocas e atravessarão seus caminhos, que sem botas e sem forquilha para segurar as peço-nhentas, dificilmente sairão daqui são e salvas e a escuridão tomará conta do lugar e só a lua poderá iluminar os caminhos, se tiverem sorte do vento não mudar e a chuva não chegar.

- Até logo, disseram, uma boa noite!

Olhamos uma para outra e dissemos:

- Pelo amor de Deus, vamos voltar...

Descemos correndo, perdendo o folego, esquecemos a beleza do lugar e, “pernas pra quem te quer”, aven-tureiras sem bússola, sem lanterna, medrosas deste-midas que custaram a descobrir o caminho da volta e regressamos pra casa da querida tia Monica que nos esperava desesperada, sem notícias dessas duas forasteiras sumidas o dia todo e já pensando em a-cionar bombeiros e polícia para nos encontrar.

Ufa! Conseguimos chegar...

- Mãe! Disse tia Monica, que maluquice é essa, como sai sem avisar para onde, sem celular, já é noite e a vizinhança toda está alvoroçada sem saber o que fazer para me ajudar. Ficaram muito preocupados ao saberem que a avó saiu com a netinha sem dar mais notícias.

Entramos, tomamos um bom banho, jantamos e em silêncio ficamos.

Na cama, cochichamos:

“Se não fossem as cobras e o riacho, seria um lugar perfeito para morar”.

Genha Auga – jornalista MTB: 15.320

Numa sociedade movida à dinheiro e hipocrisia, encontramos pessoas propensas aos mais diversos rumos incluindo-se a devassidão. Cuidado com quem andas, pois tua companhia sumariza quem és. Não tenha medo de lutar pelo que acredita, apenas seja você mesmo nos mais divergentes momentos que possam surgir. Fazendo isto, certamente afetará os que estão à tua volta que não gostam do que veem. Saberão fazer a triagem do joio e do trigo. Só tome cuidado com o lado com que ficará, pois uma escolha errada pode te afetar drasticamente. Pense no seu futuro. Sua escolha hoje, será o seu futuro amanhã. Seja feliz, haja com honestidade sempre. Mas acima de tudo, cuidado com o que te tornarás!

Filipe de Sousa

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CORAGEM

Passaram-se os anos, Foi preciso coragem. Deixar o lugar onde dedicara sua vida Competência e honestidade foi seu jargão Preservou em tempo o que lhe restara; Saúde e dignidade.

Foi preciso coragem Para dedicar-se à própria vida.

Dormir mais, Transgredir regras,

Falar de seus pensamentos, Ter desobrigações sem culpas

Conhecer pessoas desinteressadas.

Desprendeu-se de tudo Tornou-se gostosamente uma vadia!

Não ficou nenhum “vazio” Preencheu-se de amor e tranquilidade

Antes que a morte a levasse ou a loucura a con-denasse.

Essa coragem a fez uma adorável desocupada. Aposentou-se. Genha Auga – jornalista MTB: 15.320

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Novembro 2015 Gazeta Valeparaibana Página 8

Para pensar

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A Impermanência de tudo Não pensamos muito nisso. Na impermanên-cia de tudo. Em como tudo muda o tempo to-do. Em como as mudanças acontecem às vezes de forma inesperada e nos atropela co-mo se fosse um trem, passando por cima sem dó nem piedade. Mas às vezes nos levando rumo a felicidade, mudando nossa vida de maneira maravilhosa. Fato é que as mudan-ças às vezes são precedidas de uma insatis-fação. Às vezes nossa existência parece per-feita, tudo como tem que ser, e chega a morte e nos leva alguém querido, que amamos, e não conseguimos imaginar nossa existência sem aquela pessoa. Quanto à morte nada po-de ser feito, ou então nos apaixonamos perdi-damente por alguém que vai transformar nos-sa vida completamente, ou mudamos de cida-de, de país. A chegada de um filho, o fim de um relacionamento, um novo emprego... A vida é feita de mudanças, e aquele que não entende isso sofre mais do que aquele que entende que tudo é impermanente. A felicida-de e a infelicidade também.

Nada dura para sempre da mesma maneira. Só assim para haver evolução. O crescimento interno acontece na medida em que aprovei-tamos nossas experiências. Temos que ser meio camaleônicos e nos adaptar, ou então, mudar tudo de novo e nos rebelar. Ninguém consegue ficar parado. Mesmo quando fingi-mos não ver as mudanças chegando ou pe-dindo passagem, o universo se encarrega de nos fazer enxergar, e de nos fazer agir. Não conseguimos deter a nossa evolução, apenas retardá-la. Quando não deixamos fluir, leva-mos um susto do universo, que nos faz tomar uma posição e nos faz sair da estagnação.

Estamos sempre nos reinventando. Encerran-do ciclos, começando novos ciclos. É impor-tante compreendermos que as mudanças são necessárias, que a impermanência faz parte da nossa existência. Situações desagradáveis não irão durar para sempre e vice versa. Te-mos o momento presente. Cultivar o desape-go faz parte desse crescimento. Situações e

pessoas são importantes, mas tudo vem e vai. Quando aceitamos o desapego e a imperma-nência, nos encaminhamos para conseguir a paz tão almejada segundo os budistas. De-senvolvemos-nos através da impermanência. Passamos pela infância, adolescência fase adulta e nos tornamos velhos. As estações mudam. Não temos verão para sempre, nem inverno para sempre, não somos os mesmos sempre, nos recriamos e nos adaptamos, nos renovamos, e isso faz parte do ciclo da vida. Etapas se findam para que novas comecem.

Ciclos, a vida é feita disso. Encontros, pesso-as que fazem parte da nossa história em al-gum momento, situações que vivenciamos e experimentamos, boas ou más, para o bem ou para o mal, em algum momento irão fazer parte da nossa existência, nos ajudaram a e-voluir, nos transformarão, outras vão nos completar e preencher a nossa existência e não iremos querer que aquilo passe. Mas pas-sa. Superamos e nos transformamos, porque somos assim, impermanentes.

Nossas crenças que pareciam ser para sem-pre, mudam. Estamos sempre nos adaptando, mudando a direção. Devemos encarar essas mudanças como novas oportunidades, como algo natural que faz parte da nossa existên-cia. Virar a página para algumas circunstân-cias , situações e pessoas não significa que fomos derrotados, isso é o que parece num primeiro momento, e existe uma inutilidade nesse sentimento que não nos leva a lugar nenhum. Perceber o quanto somos capazes de nos reerguer, de aprender, e de nos re-construirmos e recriar nossa existência, nossa vida. Basta ter um novo olhar, sermos menos críticos e mais amorosos com a gente. Para alguns é mais difícil que para outros. Tem pessoas que se comprazem na dor, acostu-mados que estão a ela.

Tem gente que não aceita que nada dura para sempre, e que encara as mudanças como castigo. Nossa vida é passageira, nós tam-bém somos, e, fazendo um trocadilho com a palavra passageiros...somos passageiros por-

que nossa existência é breve, somos passa-geiros como viajantes dessa nave que se cha-ma planeta terra, então vamos tirar o máximo proveito dessa aventura humana. Nossa alma está aqui ocupando um corpo justamente para progredir e aprender. É na impermanência das coisas que eu tenho oportunidade de crescer. Não há nada que não mude o tempo todo. Hoje podemos estar apaixonados por alguém e não imaginarmos nossa vida sem essa pessoa, amanhã podemos nem querer ver mais...

Nossos pensamentos mudam a todo instante, nosso humor, nossas emoções, momentos felizes, momentos de dor. Como lidar com es-sa impermanência toda?

Entendendo que não temos controle sobre nada. Não queremos morrer, mas vai aconte-cer um dia. Não temos controle, apenas a fal-sa sensação de que estamos no controle de tudo. O quanto antes aceitarmos que tudo po-de mudar em questão de segundos, mais feli-zes seremos, sofreremos menos. Evitaremos conflitos desnecessários, podemos não estar vivos amanhã.

A Impermanência está, simplesmente assim. Se resistimos a ela, interrompemos o fluxo natural das coisas. É preciso deixar um ciclo acabar para que outro possa começar. Não é fácil passarmos de uma situação que nos a-grada para outra totalmente contrária, aquilo que um dia foi bom, passa de uma hora pra outra a não ser mais, como disse antes, tudo é impermanente. E como diz Eckhart Tolle, em “Praticando o Poder do Agora”

“...a felicidade e a infelicidade são, na ver-

dade, uma coisa só. Somente a ilusão do

tempo as separa. Não oferecer resistência

à vida é estar em estado de graça, de des-

canso e de luz. Nesse estado, nada depen-

de de as coisas serem boas ou ruins”.

Mariene Hildebrando

Professora e especialista em Direitos Humanos

Email: [email protected]

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Novembro 2015 Gazeta Valeparaibana Página 9

Discutindo a Educação REORGANIZAR PARA CONQUISTAR A divisão das escolas em ciclos não é uma medida pedagógica, mas sim econômica.

Parafraseando a famosa frase “Dividir para conquistar” é o que utilizaremos como apoio para começar nosso artigo desse mês. Quem não viu e ouviu falar da reorganização escolar proposta pelo estado de São Paulo? Não acre-ditamos que haja alguém que não tivesse visto e ouvido. Mas, vamos ao que interessa –o es-tado de São Paulo, através da Secretaria da Educação lançou recentemente a mais nova versão de um plano antigo, dos idos de 95/96 da então secretária de educação Srª. Rose Neubauer, do governo Covas(PSDB). Na épo-ca, o arranjo feito incluía as famosas escolas padrão e nessas escolas professores (supostamente) teriam um salário melhor, o ensino teria um ganho pedagógico, etc. Bom, estamos em 2015 e olhando o passado vemos que isso não funcionou, pois a qualidade conti-nua, senão a mesma, pior. Nosso governador resolve então reeditar, ou melhor,ressuscitar tal evento com a mesma verborragia antiga,de que haverá melhoria na qualidade do ensino. Só tem um detalhe, e para pior, não teremos ganhos salariais, aliás não tivemos e não tere-mos ganhos salariais no que pese à inflação acachapante que se descortina no horizonte primaveril desse nosso Brasil (poético não?). Ao separar as escolas em ciclos, independen-te do local em que se realiza, nos deparamos com certas incoerências com as quais nos preocupamos seriamente. Haverá melhoria na qualidade do ensino ao se fechar salas de au-las e até mesmo escolas inteiras? Na prática, nós professores sabemos que as salas estão superlotadas, apesar da secretaria jurar de pé junto que não. Só para relembrar, este ano gravamos um vídeo explicando a superlotação das salas de aula em São Paulo (https://youtu.be/23m9lt27Ed0). Outra questão que nos chama muito a atenção é para os cortes de verbas da Secretaria Esta-dual da Educação. Desde o final do ano pas-sado que estamos vendo cortes em cima de cortes, ao ponto de as escolas não terem folha de sulfite, tinta para impressora e até papel higiênico nos banheiros. Enquanto isso, conti-nuamos assistindo as obras superfaturadas, a aquisição de materiais com preços superfatu-rados e a má gestão do dinheiro público. São essas coisas que não conseguimos dige-rir, não sabemos se por falta de capacidade nossa ou por que nos faltam meios, dados, enfim, sabe-se lá. O fato é que fechar salas, não promover a valorização do profissional, entuchar alunos nas salas de aulas, não nos parece nada pedagogicamente correto apesar da insistente fala do secretário de governo Sr. Herman. Recentemente, no SPTV vimos uma reporta-gem, nitidamente encomendada pelos respon-sáveis por essas medidas, pois saltava aos olhos a preparação do que foi mostrado. Para

ilustrar melhor vamos voltar um pouco nas no-tícias desse mesmo canal de TV e de outras emissoras. Pois bem, até então eles vinham mostrando o descontentamento das famílias com a tal reestruturação. Foram várias repor-tagens e isso não é bom para o governo, pois colocam em cheque essas decisões e acirram as pessoas contra. De repente, fazem outra reportagem, desta vez com uma família extre-mamente contente com a modificação, que almoçam diariamente no restaurante (evidenciando a família típica dos nossos alu-nos, só que não), e apresentando uma escola que está totalmente preparada para atender este único ciclo (ciclo I na reportagem). Desde quando a família comum, dessas que conhe-cemos tão bem, almoça em restaurante? Co-mo assim? Nossos alunos vão com fome para a escola e muitos na esperança de ter uma refeição digna na escola, pois em casa muitos não têm o que comer! Desculpe caro leitor, mas para nós, isso se chama matéria paga. Obviamente que tal escola existe, mas não é regra, é exceção, e por que há exceção? Jus-tamente para que se tenha algo útil para mos-trar para imprensa, ou você acha que a repor-tagem escolheu uma escola aleatoriamente? Ademais, vale lembrar que conforme o próprio secretário disse em várias entrevistas, a obri-gação do Ensino Fundamental I é do municí-pio e não do Estado. Por que então a reporta-gem se concentrou em uma escola de Ensino Fundamental I? Não nos preocupa o fato de se ter escolas de apenas ensino médio e ciclo I e II. Não, pois até é possível que haja uma melhoria na ges-tão dessas escolas e pedagogicamente pode-rá haver um pequeno ganho. Veja bem, disse-mos “poderá” e não que de fato irá haver, pois o ganho pedagógico, que se refletirá nas avali-ações externas, depende de muitos outros fa-tores que não estão sendo levados em conta. O que nos preocupa também é o fato desse enxugamento, leia-se redução de custos, refle-tir no pífio salário daqueles que trabalham nas escolas, visto que teremos professores afasta-dos ou demitidos e superlotação de classes. Imagine que o professor da rede pública pau-lista que ganha algo em torno de R$ 13,00 pa-ra dar aula para 35 ou 40 alunos, estará ga-nhando o mesmo para lecionar para 45 ou 50 alunos (em algumas escolas os números são até superiores a esses). O que nos preocupa também é o fato desse enxugamento, leia-se redução de custos, visto que teremos professores afastados ou demiti-dos e superlotação de classes é o custo aluno tão famoso no PNE, pois o salário dos profes-sores estaria atrelado a este custo. Ora bolas, se o custo subir automaticamente subiria o sa-lário do professor, mas o inverso também é verdade, se o custo diminuir não tem como justificar o aumento de salário do professor e a relação salário/custo aluno se torna diferente. Vamos recorrer à matemática para entender melhor : Se hoje temos uma relação(fictícia): Salário / Custo que poderíamos exemplificar

como 10 /5= 2, então 2 é fator de proporciona-lidade neste caso. Isso quer dizer que o salário é 2 vezes maior que o custo. Considere então uma diminuição no custo alu-no de 5 para 2, daí a equação acima ficaria assim: Salário / Custo igual 10 / 2,então o fator proporcionalidade é 5. Isso quer dizer que o salário ficará 5 vezes maior do que o custo a-luno. Entendeu a jogada? Legalmente correto, po-rém imoral, vergonhoso. É isso que será dito a posteriori quando os professores reclamarem do salário. Agora, como o governo afirma que a “reorganização” é pedagógica, gostaríamos de levantar algumas questões: O ensino por ci-clos requer um acompanhamento sistemático sobre a evolução deste aluno. Pois bem, como se dará este acompanhamento sendo que o aluno vai mudar de escola constantemente? Em se tratando da passagem do ciclo II (4 a-nos) para o Ensino Médio (3 anos) não enten-demos aonde está essa “melhoria pedagógi-ca”. No que se refere ao ciclo I, realmente o Sr. Secretário tem razão. Os artigos 8, 9, 10 e 11 da Lei 9.394/1996 estabelecem as respon-sabilidades de cada sistema de ensino. De qualquer forma, no que se refere à Educação Infantil e ao ciclo I do Ensino Fundamental, o Estado deve trabalhar em regime de “colaboração”. Na prática, é outra coisa, é ca-da um por si e azar da população (salvo quan-do município e Estado são administrados pelo mesmo partido político, caso contrário, é um boicotando o outro). A população deve se apropriar deste debate. Os professores devem se apropriar deste de-bate. A “reorganização” não tem nenhum cará-ter pedagógico, já temos quase um mês em que essa “novidade” chegou à mídia e até a-gora não vimos necessariamente nenhuma análise séria sobre a separação das escolas de ciclo II e Médio (lembrando que ciclo I fica a cargo das prefeituras). Essa “reorganização” é econômica, e não pedagógica. Fica a reco-mendação para um vídeo em que discutimos este assunto https://youtu.be/2zoBIfmJYm0. Omar de Camargo Professor em Química. [email protected]

Ivan Claudio Guedes Geógrafo e Pedagogo. [email protected]

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Novembro 2015 Gazeta Valeparaibana Página 10

Opinião IDEOLOGIA E TOTALITARISMO NAS

ESCOLAS

Aristóteles define o homem como um animal racional. Com isso, afirma que a razão é um espaço sagrado íntimo e inviolável na e para a interioridade humana. Desenvolvê-la é fun-damental para que a humanização do Ser Hu-mano seja uma proposta viável. Os séculos seguintes se encarregaram de corroborar e aprofundar as palavras do Estagirita cujos es-tudos inseminaramos modernos estudos da psicologia, da mente e da consciência.

Atualmente, todo projeto educacional que não considere, de saída, os estudos das neuroci-ências e seus impactos na educação, são fraudulentos. As íntimas e estreitas cone-xões entre ambos foi largamente demonstra-da pelo brilhante professor Pierluiggi Piazzi e por Luiz Carlos Faria da Silva, ambos, críticos ferrenhos do modelo de educação sócio-construtivista que destrói a capacidade de ra-ciocínio inviabilizando o aluno a articular as coisas racionalmente ao mesmo tempo que o habilitam a externalizar os impulsos, a violên-cia, a barbárie sustentados num sentimenta-lismo tóxico. Os alunos sócio-construtivistas são capazes de ler sons nas palavras, mas, são absolutamente incapazes de ler ideias dentro dos sons. É o que se chama de anal-fabetismo funcional. A questão é: como o Brasil pretende tornar-se uma grande nação se tem um povo incapaz de articular raciocí-nio? Esta equação é uma impossibilidade ló-gica, matemática, contábil. Mas, a quem po-de servir criar gerações de analfabetos funcio-nais?

Vendem-nos a ideia que a má educação no Brasil é resultado da falta de verbas, de pro-fessores, de computadores, de ônibus para levar as crianças na escola, de merendas, etc. Nada disso. “A crise de educação no Brasil não é uma crise: é um projeto”, já alertava Darcy Ribeiro, em 1977, numa conferência em São Paulo em uma reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC )na PUC-SP cuja conferência chama-va-se“Sobre o Óbvio”. Darcy denunciou que a crise da educação no Brasil não é uma crise, é um projeto, que vem sendo implantado há décadas. Por quem, como e para quê? A di-mensão do tema a sua complexidade não ca-bem, evidentemente, num artigo rápido como este.

Esse projeto ultrapassa o âmbito das ciências sociais e da pedagogia para inserir-se na en-

genharia social onde um dos tentáculos con-siste em criar um ministério da reforma psico-lógica. Ocorre que, a história inventada do Brasil republicano, dentro das “academias” e da “cultura” seguem uma linha programática que desliga o Brasil dos mundo, ou seja, a história do Brasil corre ao largo e à parte do que acontece no mundo, como se o Brasil nunca sofresse nenhuma influência do entor-no, vivendo numa redoma de vidro, em estado de suspensão. Sob essa perspectiva, o Brasil seria o único país no mundo cuja história de-senrola-se à margem dos acontecimentos do mundo. Dentro dessa visão oficial, os aconte-cimentos da educação no Brasil e do modelo sócio-construtivista dominante nas escolas brasileiras não tem nenhuma ligação com o projeto neocomunista de criação da Nova Or-dem Mundial, muito embora no mundo inteiro, tal projeto seja debatido, largamente estudado e implementado sorrateiramente, tendo a O-NU e a UNESCO como porta-vozes máximos.

É consabido que a educação, entre outros e-feitos colaterais, impacta positiva ou negativa-mente na sociedade, favorece ou desfavorece as mudanças sociais. A educação transforma a mentalidade de um povo, através de uma revolução pacífica, silenciosa, construindo e modificando uma geração após outra, o tipo de mentalidade que se pretende que o povo tenha. “A reforma da educação mundial em curso visa precisamente a introduzi-la em nossas sociedades”, alerta BERNARDIM, Pascal (in: Maquiavel Pedagogo, p. 152).

A revolução educacional psicológica é uma estratégia global de controle dos povos que será sucedida pela revolução social:

Globalista e criptocomunsita, hegeliana, ela busca submeter o indivíduo ao Estado, tanto

em seu comportamento quanto em seu psiquismo e em seu próprio ser:

Na verdade, toda a taxomomia dos objetivos pedagógicos subentende um modelo de

adulto ideal. É preciso alguma coragem, nos dias de hoje, para admitir que se escolheu

este ou aquele dentre os inúmeros modelos que nos são propostos (Unesco).

Precisamos ter uma concepção do tipo de pessoa que desejamos formar, para que só

então possamos ter uma opinião precisa sobre a educação que consideramos ser a

melhor.

(BERNARDIM, op. cit., p.153).

O texto deixa claro que o cerne dessa revolu-ção psicológica que se inicia nas escolas pelo sistema educacional adotado oficialmente se-rá a criação de um tipo de pessoa “ideal. Pa-rece ficção científica, não é mesmo? Parece, mas, não é. De todas as guerras no mundo que a humanidade fez essa será, talvez, a mais cruel, a mais terrível. A reforma psicoló-gica e a lavagem cerebral em escala mundial está sendo construída simplesmente para be-neficiar meia dúzia de indivíduos detentores

de um poder transnacional que outro objetivo não tem, desde que derrubaram as Casas Re-ais do Ocidente, a não ser elegerem-se como um novo modelo de casta eleita, uma nova Monarquia Financeira Mundial.

Teoria da conspiração! Quem brada isso, é um misto de alienado com ignorante porque inclusive, tais assuntos não são “projetos” a serem concretizados, já foram e cujas pautas estão sobre a mesa de todo e qualquer pais sendo discutidas diariamente. Por que o Bra-sil não fala sobre isso? Ora, o Brasil tem uma história que corre à margem do mundo, tem uma história própria. Também esse discurso de alienação da nação é milimetricamente or-questrado por aqueles que de fato detém o poder, são as verdadeiras oligarquias as quais todos os partidos políticos brasileiros prestam reverência incondicional.

Sobre esse assunto da reforma psicológica na educação no mundo o livro de Pascal Bernar-dimé demolidor. E para quem acha que o co-munismo está morto o livro Os EUA e a Nova Ordem Mundial, um debate entre Alexandre Dugin e Olavo de Carvalho, da Vide Editorial, é uma leitura fundamental, porque elucida cla-ramente que o neocomunismo está mais vivo do que nunca. Quem afirma isso? O próprio Alexandre Dugin, o homem que é simples-mente o Conselheiro e Mentor pessoal de Vladmir Putin, o braço armado que executa toda a estratégia intelectual de Dugin. Olavo de Carvalho, execrado no Brasil pela “academia” foi o único intelectual brasileiro com quem Dugin travou um debate e saiu ab-solutamente derrotado pois, teve todas as su-as estratégias, loucuras e mentiras reveladas e demolidas pela inteligência ímpar de Olavo de Carvalho.

Os políticos brasileiros não podendo aceitar o sucesso de outros países e sendo incapazes de trabalhar honestamente para consegui-lo para sua nação, instituíram o ufanismo do fra-casso e da auto-comiseração e, desde há dé-cadas, o Brasil é um entreposto de meias ver-dades do mundo inteiro, inclusive as da ONU que abandonou sua missão inicial para tornar-se um grande banco de negociatas para be-neficiar banqueiros e ditadores internacionais.

O problema da educação nacional deve ser buscado na classe política e na academia que, cegos por dinheiro e vaidade, destroem a nação e seu futuro sem piedade. São psico-patas morais. A saída? Os pais, professores, alunos, etc., unirem-se para extirpar das esco-las o modelo de educação sócio-construtivista gramsciano. O mal tem de ser solapado pela raiz. O homem é uma animal racional. É com o exercício desse mínimo espaço sagrado que todos os seres humanos tem que o Brasil pode pensar em voltar a ter futuro.

O que move o mundo são as ideias.

Loryel Rocha

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Novembro 2015 Gazeta Valeparaibana Página 11

Ministério Público

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A História do Ministério Público no Brasil

Período Pré-Colonial

Orientado pelo direito praticado em Portugal, o Brasil ainda não tinha o Ministério Público como instituição.

Em 1521, as Ordenações Manuelinas, que fiscalizam o cumprimento e execução da lei juntamente com os Procuradores dos Feitos do Rei, citam o papel do promotor de justiça, que deveria ser alguém letrado e bem entendido para saber espertar e alegar as cau-sas e razões para clareza da justiça e inteira conser-vação da mesma.

Em 1603, as Ordenações Filipinas passaram a pre-ver, ao lado do promotor de Justiça da Casa da Supli-cação, as figuras do Procurador dos Feitos da Coroa, do Procurador dos Feitos da Fazenda e a do Solicita-dor da Justiça da Casa da Suplicação, com funções que, posteriormente, iriam ser exercidas pelo Ministé-rio Público.

O promotor de Justiça da Casa da Suplicação, indica-do pelo rei, tinha as funções de fiscalizar o cumpri-mento da lei e de formular a acusação criminal nos processos perante a Casa de Suplicação.

Período Colonial

Até o início de 1609, funcionava no Brasil apenas a justiça de primeira instância e ainda não existia o Mi-nistério Público. Os processos criminais eram inicia-dos pelo particular, pelo ofendido ou pelo próprio juiz e o recurso cabível era interposto para a relação de Lisboa, em Portugal.

Em março de 1609, cria-se o Tribunal da Relação da Bahia, onde foi definida pela primeira vez a figura do promotor de Justiça que, juntamente com o Procura-dor dos Feitos da Coroa, Fazenda e Fisco, integrava o tribunal.

Em 1751, o Tribunal de Relação é criado, no Rio de Janeiro, com a mesma estrutura organizacional do tribunal baiano.

Em 1763, com a transferência da capital de Salvador (BA) para o Rio de Janeiro, o Tribunal de Relação do Rio de Janeiro foi transformado em Casa de Suplica-ção do Brasil.

Em 1808, a Casa de Suplicação passa a julgar recur-sos de decisões do Tribunal de Relação da Bahia. Neste novo tribunal os cargos de promotor de Justiça e o de procurador dos Feitos da Coroa e Fazenda foram unificados e passaram a ser ocupados por dois titulares.

Império

Em 1824, a Constituição não se refere ao Ministério Público, mas estabelecia que nos juízos de crimes, cuja acusação não pertencesse à Câmara dos Depu-tados, a acusação ficaria com sob a responsabilidade do procurador da Coroa e Soberania Nacional.

Em 1828, a Lei de 18 de setembro de 1828 tratava sobre a competência do Supremo Tribunal de Justiça e determinava o funcionamento de um promotor de

Justiça em cada uma das Relações.

A sistematização das ações do Ministério Público começa em 1832 com o Código de Processo Penal do Império. O Código colocava o promotor de Justiça como órgão defensor da sociedade.

Em 1871, a Lei do Ventre Livre passou ao promotor de Justiça a função de protetor do fraco e indefeso, ao estabelecer que a ele cabia zelar para que os fi-lhos livres de mulheres escravas fossem devidamen-te registrados.

República

Em 1890, o decreto 848, que criava e regulamentava a Justiça Federal, dispôs sobre a estrutura e atribui-ções do Ministério Público no âmbito federal.

Em 1934, a Constituição faz referência expressa ao Ministério Público no capítulo ‘Dos órgãos de cooperação’. Institucionaliza o Ministério Público e prevê lei federal sobre a organização do Ministério Público da União.

Nos anos seguintes, o processo de codificação do Direito nacional permitiu o crescimento institucional do Ministério Público. Os Códigos Civil de 1917, de Processo Civil de 1939 e de 1973, Penal de 1940 e o de Processo Penal de 1941 passaram a atribuir diver-sas funções à instituição.

Em 1937, a Constituição não faz referência expressa ao Ministério Público, mas diz respeito ao Procurador-Geral da República e ao quinto constitucional.

Em 1946, a Constituição se refere expressamente ao Ministério Público em título próprio, nos artigos 125 a 128, sem vinculação aos poderes.

Em 1951, a criação do Ministério Público da União (MPU) se consolida com a lei federal nº 1.341. A le-gislação previa que o MPU estaria vinculado ao Po-der Executivo e também dispunha sobre as ramifica-ções em Ministério Público Federal, Militar, Eleitoral e do Trabalho.

Em 1967, a Constituição faz referência expressa ao Ministério Público no capítulo destinado ao Poder Judiciário.

Em 1969, a Emenda constitucional se refere ao Mi-nistério Público no capítulo destinado ao Poder Exe-cutivo.

Em 1981, o estatuto do Ministério Público é formaliza-do pela Lei Complementar nº 40, que instituiu garanti-as, atribuições e vedações aos membros do órgão.

Em 1985, a área de atuação do MP foi ampliada com a lei 7.347 de Ação Civil Pública, que atribuiu a fun-ção de defesa dos interesses difusos e coletivos.

Em 1988, a Constituição faz referência expressa ao Ministério Público no capítulo ‘Das funções essenci-ais à Justiça’, definindo as funções institucionais, as garantias e as vedações de seus membros.

Com a Constituição de 88, na área cível, o Ministério Público adquiriu novas funções, destacando a sua atuação na tutela dos interesses difusos e coletivos, como meio ambiente, consumidor, patrimônio históri-co, tutrítico e paisagístico; pessoa portadora de defici-ência; criança e adolescente, comunidades indígenas e minorias ético-sociais. Atribuições que ampliaram a evidência do Ministério Público na sociedade, trans-formando a instituição num braço da população brasi-leira.

Fontes: CNMP, MPU, artigo Ministério Público: aspectos históricos, de Victor Roberto Corrêa de Souza

Dia da Bandeira

A Bandeira do Brasil foi instituída a 19 de novembro de 1889, ou seja, 4 dias depois da Proclamação da Re-pública. É o resultado de uma adap-tação na tradicional Bandeira do Im-

pério Brasileiro. Neste contexto, em vez do escudo Imperial português dentro do losango amarelo, foi adi-cionado o círculo azul com estrelas na cor branca. Normas Existem normas específicas nas dimensões e propor-ções do desenho da Bandeira Brasileira. Ela tem o formato retangular, com um losango amarelo em fun-do verde, sendo que no centro a esfera azul celeste, atravessada pela faixa branca com as palavras Or-dem e Progresso em letras maiúsculas verdes. Essa faixa é oblíqua, inclinada da esquerda para direita. No círculo azul estão 27 estrelas, que retratam o céu do Rio de Janeiro, incluindo várias constelações, co-mo, por exemplo, o Cruzeiro do Sul. As estrelas re-presentam simbolicamente os 26 Estados e o Distrito Federal. A única estrela que fica na parte superior do círculo representa o estado do Pará. A Bandeira Nacional é hasteada de manhã e recolhi-da na parte da tarde. Ela não pode ficar exposta à noite, a não ser que esteja bem iluminada. É obrigató-rio o seu hasteamento em órgãos públicos (escolas, ministérios, secretarias de governo, repartições públi-cas) em dias de festa ou de luto nacional. Nos edifí-cios do governo, ela é hasteada todos os dias. Tam-bém é exposta em situações em que o Brasil é repre-sentado diante de outros países como, por exemplo, em congressos internacionais e encontros de gover-nos. Bandeiras presidencial e vice-presidencial Além da Bandeira Nacional do Brasil que todos co-nhecemos muito bem, existem duas outras bandeiras brasileiras oficiais:

- Bandeira presidencial - Bandeira vice-presidencial.

Curiosidades: - As quatro cores da Bandeira Nacional representam simbolicamente as famílias reais de que descende D.Pedro I, idealizador da Bandeira do Império. Com o passar do tempo esta informação foi sendo substituí-da por uma adaptação feita pelo povo brasileiro. Den-tro deste contexto, o verde passou a representar as matas, o amarelo as riquezas do Brasil, o azul o seu céu e o branco a paz que deve reinar no Brasil. - A versão atual da Bandeira Nacional Brasileira com 27 estrelas entrou em vigor em 11 de maio de 1992, com a inclusão de mais quatro estrelas (antes eram 23 estrelas) representando os estados do Amapá, To-cantins, Roraima e Rondônia. - A maior bandeira do Brasil hasteada fica na capital brasileira, na Praça dos Três Poderes. Ela tem 20 me-tros por 14,30 metros. O mastro em que ela fica has-teada possui 110 metros de altura. Quando ela fica velha, rasgada ou desbotada deve ser substituída por uma nova. A antiga é entregue a uma unidade militar para ser incinerada no dia 19 de novembro (Dia da Bandeira).

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Novembro 2015 Gazeta Valeparaibana Página 12

Administração na República

ATENÇÂO

A Gazeta Valeparaibana, um veículo de divul-gação da OSCIP “Formiguinhas do Vale”, orga-nização sem fins lucrativos, somente publica matérias, relevantes, com a finalidade de abrir discussões e reflexões dentro das salas de au-las, tais como: educação, cultura, tradições, his-tória, meio ambiente e sustentabilidade, respon-sabilidade social e ambiental, além da transmis-são de conhecimento.

Assim, publica algumas matérias selecionadas de sites e blogs da web, por acreditar que todo o cidadão deve ser um multiplicador do conheci-mento adquirido e, que nessa multiplicação, no que tange a Cultura e Sustentabilidade, todos devemos nos unir, na busca de uma sociedade mais justa, solidária e conhecedora de suas res-ponsabilidades sociais.

No entanto, todas as matérias e imagens serão creditadas a seus editores, desde que adjudi-quem seus nomes. Caso não queira fazer parte da corrente, favor entrar em contato. [email protected]

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Divisão dos Poderes no Brasil

A separação dos poderes no Brasil passou a existir com a Constituição outorgada de 1824 que prevaleceu até o fim da Monarquia, mas além dos três poderes, na época, havia tam-bém o quarto poder, chamado de Moderador, que era exercido pelo Imperador, mas foi ex-cluído da Constituição da República, em 1891.

No art. 2º da Constituição Federal de 1988 vemos os Poderes da União que são: Legisla-tivo, Judiciário e Executivo.

Além disso, existe o Ministério Público (MP), um órgão do Executivo. Apesar dessa rela-ção, ele tem total independência dos outros poderes em algumas situações. Seu objetivo principal é garantir que a lei seja cumprida e agir na defesa da ordem jurídica.

Poder Legislativo no Brasil O Poder Legislativo é realizado pelo Congres-so Nacional. Esse poder é responsável por criar as leis e é formado pela Câmara dos De-putados (representantes do povo), Senado Federal (representantes dos Estados e Distri-to Federal), e Tribunal de Contas da Uni-ão (órgão regulador e fiscalizador das ações externas, prestando auxílio para o Congresso Nacional).

O Congresso Nacional elabora as leis e rea-liza a fiscalização financeira, contábil, opera-cional, patrimonial e orçamentária da União e entidades ligadas à Administração direta e in-direta.

O Poder Legislativo é organizado em duas casas (bicameralismo), tradição desde o perí-odo da Monarquia (1822-1889). No caso, as Casas são: Câmara Baixa (Câmara dos De-

putados) e Câmara Alta (Senado). O objetivo é que uma Casa realize o trâmite e discus-sões das matérias e a outra Casa melhore e revise os trabalhos e vice-versa. Assim, as duas casas poderão contribuir para a elabora-ção das normas jurídicas.

A Câmara dos Deputados tem como função, além de representar o povo, discutir sobre os assuntos nacionais e legislar sobre eles, fa-zendo a fiscalização dos recursos públicos.

Poder Executivo no Brasil Com a preferência do sistema presidencialis-ta, proposto na Constituição de 1988, esse poder é exercido pelo Presidente da Repúbli-ca com a ajuda dos ministros de Estado.

O Presidente da República age liderando, sancionando, promulgando, dando ordens pa-ra publicação das leis, criando cargos, fun-ções ou empregos públicos na administração pública, aumentando salários, vetando proje-tos de leis e coordenando a administração fe-deral.

É crime presidencial, art. 85, atos do Presi-dente da República que impedem o exercício do Poder Legislativo, Judiciário, Ministério Pú-blico e as constituições das demais unidades da federação.

Poder Judiciário no Brasil O judiciário tem o poder de julgar e garantir o cumprimento das leis, promovendo a paz so-cial. Ele tem uma estrutura singular e existe uma hierarquia dos seus órgãos, nomeados de 'instâncias'.

A primeira instância é representada pelo ór-gão que irá realizar o julgamento da ação ini-cialmente. Se caso, as partes envolvidas no processo recorrerem aos resultados da ação anterior, o processo será submetido à u-ma instância superior, mas há casos em que a ação já poderá ser submetida à essa instân-cia.

Instâncias do Poder Judiciário Supremo Tribunal Federal (STF) – é formado por onze ministros, nomeados pelo Presidente e aprovados pelo Senado Federal. Ele é res-

ponsável por julgar os casos referentes a vio-lação da Constituição Federal. O Conselho Nacional de Justiça controla a administração e a parte financeira do Judiciário.

Superior Tribunal de Justiça (STJ) – é forma-do por no mínimo 33 ministros, nomeados pe-lo Presidente e aprovados pelo Senado. Ele torna as leis federais uniformes e harmônicas às decisões dos tribunais regionais federais e estaduais (2ª instância), além de apreciar re-cursos especiais que contestam as leis fede-rais.

Justiça Federal – controlado administrativa e financeiramente pelo Conselho da Justiça Fe-deral, é formado pelos Tribunais Regionais Federais (TRFs) e Juízes Federais. Ele julga as ações judiciais dos Estados, da União, au-tarquia ou empresa pública federal.

Justiça do Trabalho – controlado administrati-va e financeiramente pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho, é formado pelo Tribu-nal Superior do Trabalho (TST), os Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) e os Juízes do Trabalho. Ele realiza o julgamento dos processos trabalhistas.

Justiça Eleitoral – composto pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), Juízes Eleitorais e as Jun-tas Eleitorais. Ela realiza o julgamento das a-ções relacionadas à legislação eleitoral, con-tribuindo na coordenação e normatização das eleições no país.

Justiça Militar – formada pelo Superior Tribu-nal Militar (STM), Tribunais e Juízes Militares é responsável pelo julgamento dos crimes mi-litares de acordo com a lei.

Justiça Estadual – formada, geralmente, por Tribunal de Justiça (TJ) e os Juízes Estadu-ais. As atribuições desses tribunais estão pro-postas na Constituição Federal e na Lei de Organização Judiciária dos Estados, mas são responsáveis por julgar ações comuns que não dizem respeito as justiças federais.

Fonte: okconcursos.com.br

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Novembro 2015 Gazeta Valeparaibana Página 13

Literatura

O reino da cozinha: O churrasco e o pós-doutorado

Por: Flávio Aguiar *

Durante o pós-doutorado em Teoria Literária que fiz no Canadá, tive o privilegio de estudar com o professor Northrop Frye, na Universida-de de Toronto, uma dos mais brilhantes teóri-cos da literatura de todos os tempos.

Além de grande critico literário, Frye também teorizava sobre o ensino da literatura. Uma das coisas que ele comentou conosco – os jovens docentes vindos de varias partes do mundo – foi que um dos ápices da carreira de um professor era o momento em que ele se tornava capaz de fazer o que chamava de “improvisação erudita”.

Este professor tornava-se capaz de, por e-xemplo, a partir da pergunta de um estudante, discorrer de modo pertinente sobre tema não previsto nem preparado.

Com isto em mente lembro-me sempre de um curso de Sociologia da Literatura que fiz, ain-da na pós-graduação na USP, com o profes-sor Rui Coelho. Até hoje não sei muito bem sobre o que era o curso, especificamente, mas recordo maravilhado as excepcionais au-las do prof. Rui.

A partir de qualquer pergunta ou comentário, ele revelava sua fantástica erudição em tudo, sobretudo em matéria de romances policiais.

Acho que, para além de minhas leituras pre-coces de Sherlock Holmes, Hercule Poirot, Miss Marple, Nero Wolfe e uma penca de de-tetives, vem daí minha imorredoura paixão pelo gênero.

Dá para dizer o mesmo sobre o churrasco e seus derivados, sobretudo estes últimos. Pou-cas coisas se comparam à delícia do salsi-chão de ontem no café da manhã de hoje, por exemplo. E um dos temas mais deliciosos do

pós-doutorado é o das variações do arroz de carreteiro.

Este prato é herdeiro das longas viagens le-vando tropas de boi para lá e para cá, quando os boiadeiros se perdiam (mode de dizer) nas trilhas do pampa, sem mulheres para cozi-nhar. Na carreta iam arroz, charque, e o indis-pensável para cozinhar, o sal, azeite de oliva ou comum (chamado de “óleo” no Norte do Brasil, além da fronteira com Santa Catarina), a panela de ferro, a colher de pau e demais apetrechos. O charque tinha de ser deixado n’água para dessalgar, antes de picá-lo para fazer o arroz.

O churrasco de um pedaço de carne grelhado na trempe (grelha) era um prato guerreiro, passível de ser feito em tempos de guerra e correrias. O arroz de carreteiro já era um pra-to mais pacífico, exigindo tempo para ser fei-to, um acampamento ou até mesmo um gal-pão de estância.

Uma das delícias do arroz de carreteiro é fazê-lo com as sobras do churrasco de ontem ou ante-ontem, substituindo o charque pelos pe-daços de picanha, costela ou outra carne que tenha sobrado. Uma variante saborosa e sim-ples é o chamado “arroz de puta”. Este con-siste em fazer o carreteiro com linguiça ou salsichão picado, ao invés de carne de rês. Por que “de puta”? Porque tradicionalmente esta receita era mais barata do que a feita com carne de sobre ou charque de primeira, costumando ser servida, por isto, nos puteiros de outrora.

Uma variação semântica curiosa é a de que o arroz de carreteiro é chamado de “Maria Isa-bel” no Mato Grosso. Segundo as historias contadas deve-se o fato a que durante muito tempo caminhoneiro de longa distância era quase sinônimo de gaúcho. E que nesta regi-ão havia uma pensão de duas irmãs, Maria e Isabel.

Elas serviam o arroz de carreteiro aos cami-nhoneiros gaúchos e tiveram a gloria extrema de dar o nome a este prato. Aliás, esta é uma das maiores glorias da vida: emprestar o no-me a um prato de cozinha, como “Flié a Os-valdo Aranha” no Rio de Janeiro (Bife com fri-tas, farofa e ovo). É gloria maior do que ter dado o nome à gilete ou a algum acidente ge-ográfico.

Tome-se o pedaço escolhido para fazer o ar-roz de carreteiro, seja charque (que ficou des-salgando em água) linguiça, salsichão, coste-la, picanha, maminha (nunca use porco nem frango, porque secam demais).

Pique-se o pedaço em pedacinhos pequenos. Piquem-se cebola, alho e tomates (em caso de necessidade extrema pode usar purê de

tomate). Ponham estes, naquela ordem, para dourar, no azeite de oliva, em fogo lento.

Quando estiverem dourados a cebola e o a-lho, e o tomate refogado, acrescentem-se os pedaços da carne com um pouco de vinho tin-to, e deixe-se refogar por algum tempo. Quan-do o conjunto tiver reduzido um pouco (não demais), acrescente-se o arroz e mexa-se. Espere um pouco.

Daí acrescente a água fervente, na proporção de três para um, isto é, para cada volume da-quela mistura, três volumes de água. Prove o caldo para ver se o sal está no ponto. Se não estiver, acrescente um pouco, mas não de-mais, pensando na futura hipertensão, etc. Tampe a panela (que deve ser de ferro, é cla-ro) e deixe cozinhar. Isto deve durar de quinze a vinte minutos.

Tome o cuidado de deixar o arroz molhado, jamais seco, ao tirar a panela do fogo. O me-lhor, se a companhia permitir, é colocar a pa-nela na mesa, ou então dizer para as pessoas se servirem diretamente no fogão (a gás, é claro, ou de lenha, jamais elétrico). Variantes possíveis: servir junto um tanto de salsa pica-da, ou também de ovo duro picado.

Há quem goste de juntar milho debulhado. Prefiro comer separado. Acompanhe com u-ma salada rica, queijo com goiabada na so-bremesa, e o prato estará feito.

Recomendação: durante o preparo, é de lei tomar um trago de boa canha (pinga, em gau-chês) para acompanhar. Pode fazer também um “limãozinho” (espremidinha no Norte), ou seja, cachaça com limão espremido, sem açú-car, no máximo uma pedrinha de gelo. De-pois, durante a refeição, um vinho tinto, algo encorpado.

E pronto, seu pós-doutorado está feito.

* Flávio Aguiar nasceu em Porto Alegre (RS), em 1947, e reside atualmente na Alemanha, onde atua como correspondente para publica-ções brasileiras. Pesquisador e professor de Literatura Brasileira da Faculdade de Filosofi-a, Letras e Ciências Humanas da USP, tem mais de trinta livros de crítica literária, ficção e poesia publicados. Ganhou por três vezes o prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro, sendo um deles com o romance Anita (1999), publicado pela Boitempo Editorial. Também pela Boitempo, publicou a coletânea de textos que tematizam a escola e o aprendizado, A escola e a letra (2009), finalista do Prêmio Ja-buti, Crônicas do mundo ao revés (2011) e o mais novo A Bíblia segundo Beliel.

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Novembro 2015 Gazeta Valeparaibana Página 14

15 de Novembro

A Formação da República

O período compreendido entre a proclamação da República em 1889 e a Revolução de 1930, foi tradicionalmente deno-minado de República Velha.

Nos últimos anos, o termo vem gradualmente sendo substitu-ído por Primeira República, porém, as interpretações sobre o período não sofreram alterações significativas.

Os Novos Atores

Nas últimas décadas do século XIX o regime monárquico viveu um processo constante de crise, refletindo o surgimento de novos interesses no país, associados a elite cafeeira, aos militares, às camadas urbanas e aos imigrantes, que repre-sentavam a nova força de trabalho.

O movimento que eliminou a monarquia no país foi comanda-do pelo exército, associado à elite agrária, particularmente os cafeicultores do oeste paulista. Estes últimos, há duas déca-das haviam organizado um partido político, o PRP - Partido Republicano Paulista - que não apenas defendia o ideal repu-blicano, mas também a fim da escravidão e o federalismo que garantiria a autonomia estadual. Foi desta maneira que a elite cafeeira procurou conquistar o apoio dos setores urba-nos, de diferentes classes e das elites regionais.

Apesar de dividido em facções, os republicanos históricos, chamados evolucionistas, eram predominantes e defendiam mudanças graduais, sem a participação popular no movimen-to, procurando marginalizá-la não só da ação, mas principal-mente da construção do novo modelo político. Eram admiti-dos pelos monarquistas, pois defendiam o respeito a ordem pública, muitos eram cafeeicultores e alguns ainda possuíam escravos; julgavam que chegariam ao poder disputando as eleições com os partidos tradicionais e percebiam a enorme importância que tinha o governo como instrumento de ação econômica. Seu principal líder era Quintino Bocaiúva.

Os militares por sua vez haviam angariado grande prestígio após a Guerra contra o Paraguai, momento a partir do qual o exército passou a se estruturar, destacando a importância das escolas militares, que foram responsáveis pela formação ideológica da maioria dos soldados, das grandes cidades, a partir da ideologia positivista, base para a participação políti-ca cada vez mais ativa dos militares.

Dentro do exército brasileiro destacou-se Benjamim Cons-tant, professor da Escola Militar, acusava o ministério imperial de falta de patriotismo, por ter punido militares que se recusa-vam a capturar negros foragidos e criticavam pela imprensa os desmandos de políticos corruptos.

O positivismo é uma ideologia que desenvolveu-se na França e ganhou o mundo ocidental, tornando-se predominante já no final do século XIX. O nome vem da obra de Augusto Comte, "Filosofia Positiva", quando o autor faz uma análise sobre o desenvolvimento de seu país ao longo do século, atribuído à indústria e a elite industrial, grupo esclarecido e capacitado, que, se foi o responsável pelo progresso econômico, deveria ser o responsável pelo controle do Estado. Para Comte, ca-beria a elite governar, enquanto caberia ao povo trabalhar. Trabalhar sem reivindicar, sem se organizar e sem protestar, pois "só o trabalho em ordem é que pode determinar o Pro-gresso", nascendo daí o lema de sua filosofia, que os milita-

res escreveram na bandeira brasileira, após o golpe de 15 de novembro.

Existe uma tendência de se considerar que "os militares" proclamaram a República, ou que, sem os militares, não ha-veria república.

Primeiro é importante lembrar que havia nas camadas urba-nas uma forte disposição a favor do movimento republicano; segundo, já vimos que havia um forte partido político, repre-sentando a nova elite agrária, disposta a chegar ao poder, mesmo de forma moderada; terceiro, é necessário lembrar que, apesar de existir o "espírito de corpo" entre os militares e que a ideologia positivista era cada vez mais forte dentro do exército, este encontrava-se dividido e existiam as disputas internas ao mesmo.

Os militares, de uma forma geral, rechaçavam os políticos civis, porém perceberam que era necessária uma aliança com os evolucionistas, pois garantiriam dessa maneira o fim da monarquia, mas a manutenção da "ordem".

Monarquista convicto, Deodoro enfrentava problemas políti-cos com parte do ministério imperial e também dentro do exército. Participou do movimento republicano a partir da crença de que D. Pedro II já não governava e que o ministé-rio comandado por Ouro Preto pretendia fortalecer a Guarda Nacional, e enfraquecer o exército.

No dia 11 de novembro civis e militares organizaram o levan-te, cuja idéia encontrou a oposição de Floriano Peixoto.

O governo provisório criado após o golpe foi comandado pelo Marechal Deodoro da Fonseca

A ESPADA

República da Espada foi a denominação dada ao período que compreende desde 15 de novembro até o final do governo do Marechal Floriano Peixoto, em 1894. Durante este período, dois militares governaram o país; daí a origem do nome: es-pada.

No entanto, apesar de Deodoro e Floriano serem homens do exército e possuírem o "espírito de corpo" do militar, não po-demos dizer que tivemos no Brasil dois governos militares, mesmo considerando a tendência centralizadora dos mes-mos.

Apesar das contradições que marcaram esses dois primeiros governos do Brasil republicano, e de, muitos pretenderem a continuidade do "poder militar", a renúncia de Deodoro e a retirada de Floriano, mostram a força dos grandes cafeeicul-tores e de setores ligados a exportação. Esa força se mostra-va crescente desde a proclamação da República e era perce-bida também entre os políticos civis: a política "industrialista" de Rui Barbosa, baseada no emissionismo, encontrou forte oposição das oligarquias, principalmente a paulista

Durante o governo provisório, encabeçado pelo marechal Deodoro, o país conheceu um processo de "modernização institucional", destacando-se a separação entre Estado e Igreja, sendo que muitas funções civis, até então controladas pela Igreja Católica, passaram para o poder público; ao mes-mo tempo os deputados elaboravam a nova constituição, que foi promulgada em fevereiro de 1891, consagrando em seus pontos fundamentais:

O federalismo, que garantia autonomia aos estados para elaborar sua própria Constituição, eleger seu governador, realizar empréstimos no exterior, decretar impostos e possuir suas próprias forças militares;

O presidencialismo, o chefe da federação seria o Presidente da República, com poderes para intervir nos estados quando houvesse um tendência separatista, invasão estrangeira ou conflitos entre os estados;

O regime representativo, o Presidente da República e os go-vernadores estaduais, assim como todos os membros do Poder Legislativo, em todos os níveis, seriam eleitos direta-mente pelo povo, excluídos os analfabetos, as mulheres, os soldados, e os menores de idade.

A Crise Política

Promulgada a Constitiuição, Deodoro foi eleito pelo Congres-so Nacional numa votação marcada por ameaças de inter-venção militar. No entanto, neste episódio percebe-se que o próprio exército não era uma força coesa, pois o Marechal Floriano concorreu a Vice presidente apoiando o candidato das oligarquias, Prudente de Moraes. Apesar da derrota de Prudente, o marechal Floriano foi eleito vice presidente. (Pela Constituição de 1891 a eleição para presidente e vice eram separadas e podiam ser eleitos candidatos de chapas dife-rentes). Durante o governo Deodoro a crise política agravou-se e foi marcada de um lado pelo autoritarismo e pelo centra-lismo de Deodoro, e por outro, pela oposição exercida pelos grandes fazendeiros através do Congresso Nacional, apoia-dos por parte do exército. Em novembro de 1891 Deodoro decretou o fechamento do Congresso Nacional, dois pretex-tos foram utilizados, a aprovação da Lei de Responsabilidade do presidente da República, que poderia sofrer impeachment e ser afastado do cargo, em certos casos e a greve da Cen-tral do Brasil; porém, sem apoio social, e sofrendo forte opo-sição da Marinha, não conseguiu manter o poder, renuncian-do no dia 23 do mesmo mês.

O governo de Floriano Peixoto foi marcado pelo apoio do Congresso Nacional ao presidente, que, apesar de centraliza-dor e autoritário, governou para fazer valer a Constituição recém promulgada e consolidar a República.

Do ponto de vista econômico herdou a inflação provocada pelo encilhamento e executou timidamente medidas protecio-nistas em relação à indústria, assim como a facilitação ao crédito, com a preocupação de controlar a especulação. Do ponto de vista político, reprimiu as principais revoltas que ocorreram no país e foram apresentadas como subversivas ou monarquistas: a Revolta da Armada e a Revolução Fede-ralista no Rio Grande do Sul.

O fato de ser encarado como responsável por consolidar a República não significa que seu governo tenha sido marcado pela estabilidade. Ao contrário, várias manifestações contrá-rias ao governo ocorreram. No início de seu governo, o Mare-chal Floriano enfrentou oposição dentro do próprio exército, marcada pelo manifesto dos 13 generais, que contestava a legitimidade de seu governo, ao mesmo tempo, enfrentava os problemas derivados dos estados, onde as oligarquias locais disputavam o poder e uma fatia dos benefícios econômicos que pudessem ser retirados do governo federal.

A principal rebelião regional ocorreu no Rio Grande do Sul, onde a luta pelo poder colocou frente a frente os pica-paus, "republicanos históricos" liderados por Júlio de Castilhos, e os maragatos, liderados pelo monarquista Silveira Martins, do Partido Federalista Brasileiro.

Os maragatos eram defensores de uma reforma constitucio-nal, adotando-se o parlamentarismo e opunham-se ao gover-no de caráter ditatorial de Júlio de Castilhos.

Floriano pendeu para o lado dos pica-paus, apesar de Casti-lhos ter apoiado o golpe de Deodoro em 1891. Floriano preci-sava do apoio da bancada gaúcha no Congresso Nacional.

Em setembro de 1893 começou a Segunda Revolta da Arma-da, com o Almirante Custódio de Melo tentando reeditar o movimento que culminou com a renúncia de Deodoro. Apoia-do no exército e no Congresso Nacional que votou o "estado de sítio", o presidente executou forte repressão aos revolto-sos, que se retiraram para o sul e instalaram um governo em Desterro, capital de Santa Catarina; em outubro as forças da marinha se unem aos federalistas do Rio Grande do Sul e no início do ano seguinte dominam Curitiba.

A repressão do governo caracterizou-se pela extrema violên-cia, e tanto os marinheiros como os federalistas gaúchos foram derrotados, ampliando o prestígio e poder de Floriano. Mesmo tentado a permanecer no poder, Floriano percebeu que não teria o apoio da elite cafeeira de São Paulo e que não conseguiria enfrentar a elite econômica do país. Com a posse de Prudente de Moraes terminava a "República da Espada".

Fonte: historianet.com.br

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Novembro 2015 Gazeta Valeparaibana Página 15

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Os donos do mundo (artigo continuado)

A MAIOR FRAUDE DA HISTÓRIA

Continuação — Parte VI As pessoas podem não perceber imediata-mente, mas a verdade virá à tona no futuro. O pior crime legislativo da História está sendo perpetrado por essa lei dos banqueiros."

Esse verdadeiro ato de ganância e traição ao povo americano foi o resultado de uma longa batalha entre os moneychangers da Europa e os políticos americanos honestos. O sistema de fractional reserve lending (empréstimo sem lastro) seria para sempre o desejo dos merca-dores, agiotas e usurários e efetivamente nun-ca mudou desde o início do Renascimento quando começou a ser praticado. Outro ingre-diente fundamental dessa equação era a taxa-ção do povo e que foi consagrada na nova lei. A constituição americana, tal como foi redigi-da, não apenas precluía o governo de editar quaisquer leis (essa prerrogativa cabia so-mente ao congresso) como também vetava a imposição de quaisquer taxas sobre a popula-ção. Apenas os estados podiam criar taxas e emolumentos, como fora o desejo dos founding fathers. A curiosa coincidência é que apenas semanas antes da promulgação do Federal Reserve Act, o congresso havia aprovado uma lei criando o imposto de renda. Até hoje historiadores e estudiosos têm dúvi-das se esta lei foi adequadamente ratificada antes de entrar em vigor.

O modelo de banco central criado pe-los moneychangers nos Estados Unidos, com fundamento no pioneiro Bank of England, ga-nharia o mundo no século XX e hoje todos os países do planeta possuem um banco central igual ou similar, baseado num sistema de im-postos como garantia do dinheiro que em-prestam, a juros, aos governos de seus pró-prios países, literalmente mantendo esses go-vernos e a população reféns de suas ganan-ciosas políticas monetárias, expandindo e contraindo o crédito como melhor lhes apraz. O líder inconteste dessa atividade é o-Fed americano, que "dita as regras" para seus congêneres em redor do mundo, mas o meca-nismo é exatamente esse.

Como o Fed é um banco privado, sua inten-ção primordial é criar grandes dívidas junto ao governo e aplicar juros sobre elas e, como ga-rantia de pagamento, precisa de um sistema de impostos à prova de erros. Desde os pri-mórdios das atividades da família Rothschild na Europa que os moneychangers sabiam que a única garantia real de recuperar os seus empréstimos a reis, monarcas e gover-nos era o direito do devedor de taxar a popu-lação.

Em 1895 a Suprema Corte americana consi-derou inconstitucional uma forma similar de taxação do público. Mais uma vez o senador Aldrich veio em socorro dos moneychangers e empreendeu vigoroso lobby no congresso pa-ra provar que a nova taxação era necessária. E sucedeu. Seus colegas congressistas ace-deram, sem se dar conta de que haviam vota-do o "elo perdido" do tabuleiro de xadrez

dos moneychangers em sua jornada para do-minar os Estados Unidos da América no sécu-lo seguinte, bem como o resto do mundo com seu conceito de "bancos centrais privados".

Em outubro de 1913 o senador Aldrich apre-sentou novo projeto de lei fiscal no congresso, dando ao governo federal o direito de cobrar impostos, o que era apenas permitido aos es-tados da união. Para os moneychangers era essencial que o governo federal pudesse ta-xar a população, sob pena de não consegui-rem dar seguimento à estratégia de criação de dívidas crescentes com aplicação de juros. Essa estratégia foi repetida em todos os paí-ses do mundo durante o século XX até que todos se tornassem devedores de seus ban-cos centrais e garantissem os empréstimos através da cobrança de impostos ao público.

Revendo a história do Vigésimo Século e a dos Estados Unidos em particular, podemos observar claramente como a sombra ganan-c i o s a e s i n i s t r a d o s p o d e r o -sos moneychangers manipula a agenda pla-netária até hoje. A prática de financiar os dois lados de um conflito, por exemplo, tornou-se uma de suas atividades regulares, opondo o capitalismo ao comunismo e este ao socialis-mo, religiões contra religiões e raças contra raças. Durante todo o século passado, osmo-neychangers, que não têm país, bandeira, hi-no ou deus, tiveram o controle em suas mãos.

Eles financiavam um dos lados até que esti-vesse suficientemente forte e pronto para uma guerra, depois financiavam o lado oposto e deixavam ambos se destruírem até ficarem sem recursos. A solução para ambos os opo-nentes saírem do fundo do poço em que se haviam atirado era criar mais e mais impostos para satisfazer a ganância e a usura dos ar-gentários.10

Não é difícil pintar o quadro real desta fraude. O risco que osmoneychangers corriam era mínimo, pois os empréstimos que faziam e-ram apenas constituídos de cédulas de papel criadas do nada, através do sistema do fractional reserve lending (empréstimo sem lastro). A prática se tornou até mais fácil com o advento dos computadores, que simples-mente adicionaram mais zeros às operações. Os cidadãos dos países devedores eram a garantia dos empréstimos enquanto continua-vam a pagar seus impostos e estavam sub-metidos às diretrizes de seus governos esta-belecidos.

Foi assim que os moneychangers europeus ganharam controle sobre as inocentes mas-sas da civilização do planeta e continuam a detê-lo na atualidade.

Para termos uma idéia da ativa participação dos moneychangers na Primeira Grande Guerra (1914-1918) é preciso entender que o conflito era essencialmente entre a Rússia e a Alemanha. A França e a Inglaterra foram par-tícipes involuntários. Entretanto, ambos os pa-íses tinham membros da família Rothschild no controle de seus bancos centrais, mantendo-os reféns econômicos juntamente com suas colônias ultramarinas.

Os moneychangers insuflaram a guerra sob o pretexto da defesa nacional, financiando to-dos os lados envolvidos até a exaustão física e material. Depois de quatro anos de derra-mamento de sangue, os argentários reuniram-se com todos os envolvidos e desenvolveram um sistema de taxação para pagar as dívidas de guerra, que acabaria por desencadear o surgimento do nazismo e a eclosão da II Guerra Mundial, que funcionou da mesma for-ma.

A grande restrição creditícia imposta pe-lo Fed no início dos anos 30 causou a quebra da bolsa novaiorquina de 1929, com impacto em todo o mundo. O presidente Roosevelt a-cabou por falir a economia americana ao ce-d e r a t o d o s o s m an d am e n tos dos moneychangers, inclusive confiscando todo o ouro em poder do público e aplicando severas sanções a quem não o entregasse. Foi assim que surgiu Fort Knox, um dos gran-des embustes americanos, famoso na literatu-ra e no cinema por guardar uma imensa fortu-na em barras de ouro, mas, que, na realidade, nunca foi auditado desde sua criação há mais de seis décadas e suspeita-se que tenha pou-co ou nenhum ouro guardado atualmente, que teria sido enviado aos bancos europeus como garantia de empréstimos feitos pelos argentá-rios ao governo dos EUA.

Dez anos depois do crash, em 1939, todos os players de um lado e de outro do Atlântico estavam tão depauperados que uma nova guerra tornou-se iminente.

Os moneychangers, principalmente através do Fed americano, financiaram todos os lados e aguardaram a eclosão do conflito. Até os nazistas receberam dinheiro deles. O projeto Manhattan, que deu aos Estados Unidos a bomba atômica, foi o coup de gras dos espe-culadores, viabilizando a emergência dos a-mericanos como primeira potência mundial mas também criou as condições essenciais para a Guerra Fria entre os americanos e a União Soviética, mais um projeto de alta lu-cratividade para os moneychangers nas déca-das seguintes com a corrida armamentista bi-polar.

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Novembro 2015

Edição nº. 96 Ano VIII

Sustentabilidade Social e Ambiental - Educação - Reflorestamento - Desenvolvimento Sustentável - Cidadania

CONTINUANDO nesta edição a sequencia de textos de autoria de Marta Lança sobre

Lusofonia. Adaptando-se ao português escrito e falado no Brasil.

Marta Lança: Doutoranda em Estudos Artísti-cos na FCSH - Universidade Nova de Lisboa, onde se formou em Línguas e Literaturas Mo-dernas, variante Estudos Portugueses, com pós-graduação em Literatura Comparada e

Edição de Texto.

A lusofonia é uma bolha Parte VI

O multiculturalismo como “uma espécie de posição global vazia, que trata cada cultura local como o colono trata uma população co-lonizada – como indígenas cujos costumes devem ser cuidadosamente estudados e res-peitados.” Nesta lógica, as culturas apenas se encontram, ou entram em choque, mas não se contagiam, porque são coisificadas, pro-movidas a identidades (étnicas, por exemplo) e retiradas de um processo de complexida-des. (MVA) Raros são os momentos de co-nhecimento, fruição, trocas culturais e deba-tes produtivos, em que as diferenças culturais convivem de formas variadas, em movimento e influenciando-se mutuamente. Apesar dos combates culturais não deverem substituir-se às lutas sociais, é uma dinâmica que deve vir a par.

7. “laços” lusófonos

Voltemos, então, aos tais “laços” que a lusofo-nia ostenta. Do outro lado da moeda, alguns comportamento de alguns portugueses que vivem em países africanos são, também eles, similares aos dos de outros tempos: vivem igualmente a sua cultura de gueto, no eixo ca-sa-jipe-empresa, vão a praias vigiadas, fre-quentam meios privilegiados, tratam por “locais” os africanos e perpetuam na sua cor de pele as conotações económicas. Alguns portugueses vivem por ‘lá’ mas em constante desconfiança, cheios de preconceitos sobre o ‘cenário’ à volta, numa pose neo-colonial mas mais tímida e discreta, sem lhes ser permitido fazer certas afirmações no espaço que já não

é o “seu”, mas do qual ainda se julgam donos, reivindicando (compreensivelmente) uma he-rança familiar e histórica que ainda pesa nas suas apreciações e fruição do vasto espaço africano. Às vezes, também pesa na consci-ência, e então tornam-se condescendentes com tudo, culpando o colonialismo e as rela-ções do passado de todos os males atuais, à la Kadafi. Outras vezes, com um riso cínico da incapacidade dos africanos se auto-organizarem. Porém, em nada África lhes é indiferente: o fascínio da pureza, do sangue, a disfuncionalidade, a doença, a infantilidade, o desgoverno e o caos são coisas que atraem e fazem proliferar ong’s com legiões de jovens ocidentais numa pretensão ‘altruísta’ nas mesmas bases da missão evangelizadora do tempo colonial.

Entre as várias atitudes nas formações discur-sivas em relação a África, como assinalou A-na Mafalda Leite (2003: 23), contam-se a pa-ternal (com resquícios coloniais, encarando o outro com distância e tolerância), a deslum-brada, a adesão incondicional (quase acríti-ca), e a solidária, que faz a ponte com o pas-sado (somos todos inocentes, partilhámos a história passada), de alguma forma ligada à lusófona, no que tem de “versão democrática de como o encontro dos portugueses com os outros povos foi diferente dos outros, e de co-mo esses povos têm saudades do nosso con-vívio” (Ana Barradas, 1998: 232).

Mais uma vez, essa visão de exceção subja-cente ao colonialismo português está presen-te nas retóricas bem intencionadas do encon-tro ou partilha de culturas, tendo de ser ques-tionada na sua veracidade e na sua origem para que o “cinismo de Estado” não disfarce as realidades quotidianas.

8. promoção de lusofonia

Apesar do discurso aparentemente empenha-do da lusofonia, na realidade não existe ver-dadeiramente uma consciência lusófona, não há lóbi lusófono na ONU ou na OMC (pelo menos se compararmos com a francofonia), nem tem assim tanta coesão, nem no plano económico nem político. Nem em termos de

identidade: quase nenhum africano ou brasi-leiro se afirma enquanto ‘lusófono’ (só ouço portugueses falarem disso).

O que une os “lusófonos” afinal hoje em dia, que ‘potencial’ é este para o qual devemos encontrar uma estratégia de consolidação? Será então a partilha de cultura: conhecimen-to das histórias e literaturas uns dos outros, gostos culinários, musicais, o futebol?

Se assim for, a dúvida persiste no que toca à estratégia dos promotores da lusofonia, uma vez que o desinteresse é a Tonica dominante nas várias áreas de expressão. Como questi-onava Kalaf numa crónica do Público: “Será que nos interessamos realmente pela lusofo-nia? Ou este é um conceito que serve tão-só a maquinação mediática? O Brasil, aparente-mente, pouco se importa com a atualização deste luso-qualquer-coisa e Angola está a se-guir o mesmo caminho.”

Este desinteresse provirá talvez do fato das práticas também remontarem ao passado. Os agentes de promoção da lusofonia ainda fun-cionam como centro cultural na ‘metrópole’ que subsidia os vários representantes no ter-reno sem qualquer noção das realidades des-

ses países, sem estratégia conjunta de pro-

gramação, etc.

O espaço lusófono acaba por ser a tal “bolha onde tudo é possível e tudo se consome”, re-tomando a ideia de Lívia Apa, “um mundo cri-ado pelo ‘laço’ da língua portuguesa, dentro do qual os escritores transitam, se movem, trocam visitas, falam, escrevem, são lidos, mas fora do qual eles próprios não conse-guem encontrar o seu lugar, como se fossem até incapazes de ter acesso ao que acontece fora da lusofonia. Por exemplo, os escritores africanos lêem pouco os outros africanos não lusófonos.”

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