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Os direitos no trabalho, na vida política e social das mulheres não foram uma concessão, mas conquistas marcadas por tensões e protestos. Nada tem sido fácil para as mulheres e apesar dos avanços, ainda há muito a conquistar. Festejamos o aumento da presença da mulher no mercado de trabalho, inclusive em profissões antes destinadas apenas aos homens; o direito ao voto, o Questão de gênero/palestra O Sindipetro-BA convida as companheiras e companheiros a participar da palestra “A Construção Social do Gênero Masculino e Feminino”, com a economista e especialista em relações do trabalho, Marilane Teixeira, no dia 26/03, terça-feira, em local a ser divulgado brevemente. O Sindipetro Bahia presta homenagem a todas as mulheres petroleiras, trabalhadoras diretas e terceirizadas, mulheres batalhadoras, mães, companheiras, amantes e amigas, que conseguem, com maestria, desempenhar múltiplas funções com extrema competência. movimento feminista e o exercício da sexualidade, a participação no movimento sindical e na vida política, os avanços na legislação com destaque para a Lei Maria da Penha. Por outro lado, é imprescindível que continuemos a lutar pelo fim das discriminações, preconceitos, violências morais, físicas e sexuais ainda sofridas pelas mulheres, jornada excessiva de trabalho, desvantagens na carreira profissional. E ainda por condições que levem a equidade de gênero no ambiente de trabalho e na vida doméstica. Portanto, o 8 de março não pode ser visto apenas como uma data comemorativa, mas um momento de mobilização e de reflexão, adequado para debater assuntos que tratem da importância do papel da mulher na sociedade, visando a igualdade de oportunidades e direitos. Esta reflexão deve começar dentro de casa e deve vir do companheiro, que tem como obrigação valorizar e respeitar a mulher, inclusive dividindo as tarefas domésticas. E as mulheres devem continuar lutando, pois lembrando a revolucionária marxista Rosa Luxemburgo “quem não se movimenta não sente as correntes que o prendem”. ESPECIAL FOTOS: WANDAICK COSTA

E S P E C I A L - Sindipetro BA : Sindipetro BAtrabalho chega a 67,1 horas por semana, sendo 32,3 com o trabalho doméstico. » Um número cada vez maior de mulheres urbanas vivem

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Page 1: E S P E C I A L - Sindipetro BA : Sindipetro BAtrabalho chega a 67,1 horas por semana, sendo 32,3 com o trabalho doméstico. » Um número cada vez maior de mulheres urbanas vivem

Os direitos no trabalho, na vida política e social das mulheres não foram uma concessão, mas conquistas marcadas por tensões e protestos. Nada tem sido fácil para as mulheres e apesar dos avanços, ainda há muito a conquistar.Festejamos o aumento da presença da mulher no mercado de trabalho, inclusive em profissões antes destinadas apenas aos homens; o direito ao voto, o

Questão de gênero/palestraO Sindipetro-BA convida as companheiras e companheiros a participar da palestra “A Construção Social do Gênero Masculino e Feminino”, com a economista e especialista em relações do trabalho, Marilane Teixeira, no dia 26/03, terça-feira, em local a ser divulgado brevemente.

O Sindipetro Bahia presta homenagem a todas as mulheres petroleiras, trabalhadoras diretas e terceirizadas, mulheres batalhadoras, mães, companheiras, amantes e amigas, que conseguem, com maestria, desempenhar múltiplas funções com extrema competência.

movimento feminista e o exercício da sexualidade, a participação no movimento sindical e na vida política, os avanços na legislação com destaque para a Lei Maria da Penha.Por outro lado, é imprescindível que continuemos a lutar pelo fim das discriminações, preconceitos, violências morais, físicas e sexuais ainda sofridas pelas mulheres, jornada excessiva de trabalho,

desvantagens na carreira profissional. E ainda por condições que levem a equidade de gênero no ambiente de trabalho e na vida doméstica.Portanto, o 8 de março não pode ser visto apenas como uma data comemorativa, mas um momento de mobilização e de reflexão, adequado para debater assuntos que tratem da importância do papel da mulher na sociedade, visando a igualdade de

oportunidades e direitos.Esta reflexão deve começar dentro de casa e deve vir do companheiro, que tem como obrigação valorizar e respeitar a mulher, inclusive dividindo as tarefas domésticas. E as mulheres devem continuar lutando, pois lembrando a revolucionária marxista Rosa Luxemburgo “quem não se movimenta não sente as correntes que o prendem”.

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Marbe Cristina Noguerino, coordenadora em exercício do Coletivo Nacional de Mulheres Petroleira Fupistas, técnica de suprimento pleno no EDISP, fala sobre a organização da mulher petroleira e os problemas no dia a dia do trabalho. A seguir:

Quais são os problemas mais frequentes enfrentados pelas mulheres petroleiras no ambiente de trabalho?

Marbe - Temos várias manifestações quanto aos uniformes, que são de modelo masculino, falta de banheiros, vestiários e alojamentos decentes para as mulheres, dificultando o ingresso das mesmas em atividades operacionais, dificuldades de progressão nas carreiras e, infelizmente, assédios moral e sexual, principalmente contra as petroleiras terceirizadas, pela vulnerabilidade à que estão expostas nas relações de trabalho.

O que o movimento sindical tem feito para combater este tipo de problema? Há uma organização das mulheres no âmbito da FUP?

Marbe - Por iniciativa de algumas companheiras foram criados Coletivos ou Departamentos de Mulheres em alguns Sindicatos, que tem se

E n t r e v i s t a

E S P E C I A L

empenhado em tentar minimizar as diferenças existentes na categoria, promovendo Encontros Estaduais e Regionais. Estas organizações regionais mantiveram contato entre si e sugeriram a criação do Coletivo Nacional das Mulheres Petroleiras, que foi

aprovado na última Plenária da FUP. O intuito da criação do Coletivo Nacional é fomentar a participação das mulheres petroleiras nas diversas esferas de discussões e melhorar as relações de trabalho das mesmas.

Fale sobre o Encontro Nacional das Petroleiras Fupistas, que vai acontecer de 5 a 7 de abril, no Rio de Janeiro.

Marbe - Este Encontro foi a primeira deliberação do Coletivo Nacional, ainda na III PlenaFUP e tem por objetivo unificar as lutas, trocar experiências e, nos problemas comuns à todas mulheres da categoria, buscarmos soluções. Teremos palestras e atividades culturais, que irão servir de subsídios para discutirmos sobre as diversas formas de assédio no sistema Petrobrás, a participação das mulheres no mundo do trabalho, na vida pública e privada, bandeiras de lutas e reivindicações específicas para a categoria petroleira. Estamos finalizando os detalhes do encontro, como programação completa e forma de inscrição e brevemente todos os sindicatos receberão o comunicado. Porém, caso desejem saber mais sobre o evento, podem enviar dúvidas e sugestões para o e-mail marbe.cristina@ yahoo.com.br

Você sabia que...

» A cor símbolo do movimento de mulheres teria origem na estampa do tecido que estava sendo produzido no momento do incêndio, em 1857, que matou 129 operárias, em uma fábrica de Nova Iorque: o lilás.

» Em 1893, na Nova Zelândia, as mulheres conquistaram, pela primeira vez no mundo, o direito de votar.

» No Brasil, a cada 15 segundos, uma mulher é vítima de violência.

» Durante a ditadura militar no Brasil (1964-1984), o governo proibiu a comemoração do Dia Internacional da Mulher no 8 de março. Para escapar à proibição institui-se o 30 de abril como Dia Nacional da Mulher

» Entre as mulheres casadas e com filhos, a jornada total de trabalho chega a 67,1 horas por semana, sendo 32,3 com o trabalho doméstico.

» Um número cada vez maior de mulheres urbanas vivem sozinhas com os seus filhos, trabalham fora e são as únicas responsáveis pelo sustento da família.

» Apenas 20 em cada 100 trabalhadores que recebem mais de 20 salários são mulheres

» Estudos mostram que, no universo do trabalho, as mulheres são preferidas para as funções de rotina.

» Resultado: De cada 10 pessoas afetadas pelas Lesões por Esforço Repetitivo(LER), oito são mulheres.

» Mulheres ganham, em média, 38,5% a menos do que os homens, realizando o mesmo trabalho.

» Mulheres com nível superior ganham 40% menos do que os homens com a mesma escolaridade

(Citações extraídas do “Almanaque da Mulher - A incrível jornada”)

Temos várias manifetações......infelizmente, assédios moral e sexual, principalmente contra as petroleiras terceirizadas, pela vulnerabilidade à que estão expostas nas relações de trabalho.