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8/2/2019 Ead Estudo de Caso
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Gesto do Conhecimento em Disciplinas de Graduao
Estudo de Caso: Educao a Distncia1
Vanessa Matos dos Santos2
Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita Filho - UNESP
Resumo
O estudo do processo de gesto do conhecimento em disciplinas de graduao
atravs de um estudo de caso o foco desta pesquisa. A tarefa de gerenciar o
conhecimento e informao vem ganhando espao no cotidiano brasileiro, mas necessita
ainda de estudos aprofundados acerca de sua eficcia em termos educacionais. O uso de
novas tecnologias como o computador e a Internet, enquanto canais de comunicao
potencializa a ao comunicacional e educativa humana. A interao entre professor e
aluno sempre existiu e no poderia ser diferente nessa modalidade. Porm, essa
interao agora mediada pelo suporte tecnolgico. preciso que a tecnologia seja
utilizada em prol de um bem maior, independente da ideologia utilizada. O estudo das
possibilidades oferecidas pela educao a distncia uma necessidade.
Palavras chaves: Comunicao; Novas tecnologias; Internet; Sociabilidade Virtual;
Educao a distncia.
1 Introduo
1
Trabalho apresentado sesso de temas livres 2 Mestranda em Comunicao Miditica Linha de Pesquisa : Gesto da Informao e ComunicaoMiditica da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicao (FAAC) da UNESP / campus de Bauru.
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O avano da rea comunicacional em pases emergentes no acompanhado
pelo nmero ofertado de vagas em cursos de graduao, cerceando a possibilidade de
expanso do nmero de formandos. Nesse sentido, a modalidade de estudos a distncia
representa uma possibilidade vivel para esta situao.
Porm, para que tal projeto possa ser implementado, torna-se necessrio o
desenvolvimento de experimentaes cientficas no caso desta pesquisa, a
experimentao ser feita com a disciplina Teorias da Comunicao I, ministrada para o
curso de Comunicao Social habilitao em Jornalismo na Faculdade de Arquitetura,
Artes e Comunicao da Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita Filho
Campus de Bauru /SP.
A tarefa de gerenciar o conhecimento e a informao a distncia vem ganhando
espao no Brasil de tal forma que hoje o desenvolvimento e incentivo de programas de
Educao a Distncia (EAD) configura-se como uma necessidade. No entanto, tal
crescimento tem se dado de maneira muito tmida e ainda conta com certo descrdito
respaldado pela hiptese de que se trata de uma modalidade educativa paliativa; voltada
para pases emergentes ou em desenvolvimento.
Cabe ressaltar que a experincia de EAD em pases desenvolvidos tem sido
expressivamente positiva. Um dos primeiros pases a implantar a modalidade foi o
Canad. As primeiras experimentaes se deram a partir do sculo XIX, quando ainda
era utilizado material impresso enviado pelo correio. A partir da, a modalidade passou
a ganhar espao naquele pas como uma ferramenta eficiente na tarefa de garantir que
todos tivessem acesso educao, uma vez que alcanava regies de difcil acesso em
determinadas pocas do ano.
Atualmente o pas conta com 56 universidades (pblicas e privadas), das quais
somente 3 no oferecem disciplinas ou cursos inteiros a distncia. A modalidadetambm utilizada na educao primria e secundria (equivalente ao ensino
fundamental e mdio, no Brasil). Em 1994, ano em que se fizeram as ltimas contagens
desse setor, um total de 225.321 estudantes da educao primria e secundria
estavam matriculados num dos 953 cursos a distncia.
Outros pases tambm utilizaram e ainda utilizam a modalidade. A
Universidade Aberta da Gr-Bretanha (Open University) consagrou-se como modelo no
ensino a distncia. O mesmo podemos dizer da Fern Universitt na Alemanha, alm, claro, da Universidade Nacional de Educao a Distncia (UNED) na Espanha. Na
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Amrica Latina, podemos citar a Universidade Aberta da Venezuela e a Universidade
Estatal a Distncia da Costa Rica.
Atualmente, 42 instituies de ensino superior so credenciadas pelo MEC para
oferecer cursos de especializao a distncia. A Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC) tambm faz parte deste rol de instituies, dispondo, inclusive, de um
Laboratrio de Ensino a Distncia (LED). Ao todo so 250 matriculados em mestrado e
doutorado com disciplinas on-line.
Belanger e Jordan (2000) explicam que tal crescimento ocorre, em primeiro
lugar, em virtude da necessidade de aprimoramento constante dos trabalhadores
inseridos no mercado de trabalho. essa situao, soma-se o aumento do custo da
educao, forando os estudantes a trabalhar enquanto esto na Universidade. O reflexo
dessa situao a elevao do tempo e custo para a concluso dos cursos.
2 A busca por um novo modelo de ensino
Inicialmente, torna-se necessrio conceituar educao a distncia. Lionilda
Nogueira em seu mestrado intitulado Ensino a distncia e as novas tecnologias de
informao e comunicao (2001, p. 17) explica que:
A caracterstica bsica da educao a distncia o estabelecimento de umacomunicao de dupla via, na medida em que o professor e aluno no seencontram juntos no mesmo espao fsico necessitando assim de meios quepossibilitem a comunicao entre ambos, seja por correspondncia eletrnica,telefone ou telex, rdio,modem, videodisco controlado por computador,televiso.
Neste sentido, a EAD representa uma possibilidade vivel e exeqvel para a
amenizao dos problemas anteriormente citados na parte introdutria. A proposta desta
pesquisa analisar atravs de um Estudo de Caso como se d o processo de gesto
do conhecimento com alunos da graduao. A opo pelo estudo de caso se justifica,
conforme Gil (2002, p. 54) pelo fato de que:
Nas cincias, durante muito tempo o estudo de caso foi encarado comoprocedimento pouco rigoroso, que serviria apenas para estudos de naturezaexploratria. Hoje, porm, encarado como o delineamento mais adequadopara a investigao de um fenmeno contemporneo dentro de seu contexto
real.
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Desta forma, faz-se necessrio, tambm, um estudo acerca do arsenal
tecnolgico disponvel para tal empreitada. As propostas iniciais de EAD com livros e
cartilhas foram modificadas, na dcada de 70 pela televiso e o rdio, pelos udios e
vdeos na dcada de 80 e as pelas redes de satlites e correio eletrnico na dcada de 90.
A Internet, no entanto, no deve ser entendida unicamente como suporte tecnolgico
que proporciona interatividade, mas tambm uma nova sociabilidade.
Porm, segundo Litwin (2001, p. 17):
O Sistema Educacional desconhece e nisso entendemos que reside parte desua crise atual o impacto da tecnologia na cultura no que se refere s novasmaneiras de operar, assim como ao seu carter particular de ferramenta, o quehoje implica, fundamentalmente, o acesso rpido informao em condies
mutveis. Tal desconhecimento justifica-se em razes de ordem terica,epistemolgica e metodolgica.
Do exposto por Litwin na obra citada possvel perceber a necessidade de se
desenvolver experincias cientficas quanto eficcia do sistema de comunicao
utilizado em EAD. A Internet merece especial destaque enquanto meio potencializador
da atividade humana e suporte tecnolgico que possibilitou acessar a virtualidade de um
outro enfoque e experimentar uma nova forma de interao com o outro. Hoje, a EAD
no pode mais ser classificada apenas pela distncia, at porque, com o uso daInternet, o entendimento sobre o que vem a ser distncia ganha outros contornos.
Seria mais correto, ento, classificarmos os projetos em EAD segundo os
suportes tecnolgicos por eles utilizados.
Em seu livro A sociedade em rede, Castells (2002, p.108) esclarece que
necessrio atentarmos para o fato de que estamos vivendo uma revoluo tecnolgica;
porm A primeira caracterstica do novo paradigma que a informao sua matria-
prima: so tecnologias para agir sobre a informao, no apenas informao para agir
sobre a tecnologia, como foi o caso das revolues tecnolgicas anteriores.
3 A importncia comunicacional
O ensino passa a ser mediado por um suporte tecnolgico e a questo da
interatividade (que pode ser simultnea ou no) ganha especial importncia, vez que
diminui a possvel sensao de isolamento e favorece a troca de experincias
multiculturais. As propriedades interativas do canal comunicacional que vo
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determinar o grau de interatividade por eles proporcionados. Alm do mais, a
interatividade garante a rapidez das respostas dos professores ou tutores s dvidas dos
alunos e vice-versa (feedback), fazendo com que o aluno consiga progredir mais
rapidamente.
Cabe destacar um elemento importante: o professor ou tutor disponibiliza dados
e no informao. O dado pode ou no se converter em informao, com base no
sistema de valores e crenas, juzo etc. de cada pessoa. Thayer (1976), explica que o
fenmeno bsico de toda a comunicao o processo de levar em conta. Nesse
sentido, as pessoas levam em conta aquilo que lhes parece mais importante. O processo
de levar em conta , em verdade, a converso de dados em informaes com base na
significao.
O Modelo de Comunicao de Thayer op.cit. tambm trabalha com a noo de
feedback e feedforward. O feedback (retro-alimentao) a resposta que um
determinado organismo d em virtude de um determinado estmulo, podendo ser
positivo ou negativo.
Littlejohn (1982, p. 50-51) faz a considerao: seja em sistemas mecnicos ou
humanos, a resposta ao feedback negativo Repetir, Diminuir o Ritmo, Descontinuar.
A resposta ao feedback positivo Manter, Aumentar o Ritmo, Prosseguir.
O Feedforwardpode ser traduzido por antecipao, ou seja, j se tem um retorno
em resposta ao feedback. A importncia desse sistema reside na questo do
Ajustamento, pois, com base na resposta ao estmulo, realiza-se a tomada de deciso,
ajusta-se o estmulo seguinte com vistas aos resultados pretendidos.
Um dos pilares de Thayer op. cit. a informao de uma forma ou de outra,
todos buscam alguma informao. Ocorre que, novamente, nem toda a informao
converte-se necessariamente, em conhecimento. Desta forma, explica Polistchuk em sua
obra Teorias da Comunicao (2003, p. 104):
Quando a informao recebida comparada a um estoque individual deestruturas e esquemas de cognio, ela pode transformar-se em conhecimento ,isto , novas estruturas e novos esquemas que enriquecero o repertriocognitivo, comportamental ou simblico daquele que a apre(e)ndeu.
Nesse sentido, Berlo (1999) em O Processo da Comunicao ressalta a
necessidade que emissor e receptor tm de domnio do mesmo cdigo para um ato
comunicacional bem sucedido. Alm de destacar o processo comunicacional sendo
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influenciado tambm pelo receptor, aqui o receptor no se configura como simples
recebedor de mensagens o autor destaca a necessidade de qualidade do canal no
sistema de comunicao.
A EAD ampara-se nos processos de comunicao e seu sucesso depende da
eficcia desses processos. O estudo minucioso desta questo pode revelar outras
potencialidades das novas tecnologias.
Mas, preciso que a tecnologia seja utilizada em prol de um bem maior, como
um meio e no um fim. O estudo da gesto do conhecimento, com respaldo da
Comunicao, pode trazer importantes contribuies para a questo da educao a
distncia.
Estudar as potencialidades da EAD no implica em autodidatismo destaque-se
mas antes, em ampliao de oportunidades para um nmero maior de pessoas e, no
apenas isso, tambm necessrio o desenvolvimento de uma educao para a
tecnologia; no basta disponibilizar, preciso ensinar a usar. Castells (2003, p.266) op.
cit:
Uma vez que toda a informao est na rede ou seja, o conhecimentocodificado, mas no aquele de que se necessita - , trata-se antes de saber ondeest a informao, como busc-la, como transform-la em conhecimento
especfico para fazer aquilo que se quer fazer.
4 Novas formas de sociabilidade
O estudo das novas formas de sociabilidade proporcionadas pelo novo meio
tecnolgico torna-se crucial, vez que entende-se o sucesso ou o fracasso de projetos em
EAD segundo o grau de interatividade e sociabilidade proporcionados pelos mesmos.
As transformaes provenientes dessa nova tecnologia ocasionam impactos navida das pessoas e pouco se sabe acerca desses impactos na interao social e quais suas
reais possibilidades de sociabilidade. Muito j se especulou sobre o tema e as opinies
de dividem: para William Mitchell, do MIT (1999), o uso das novas tecnologias e
incorporao das mesmas pelo homem faz com que emerja uma nova forma de
sociabilidade. J para alguns crticos sociais a exemplo de Mark Slouka (1995) que
afirmam que as novas tecnologias promovem a desumanizao das relaes sociais e o
isolamento do ser humano.
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A Internet como expresso das novas tecnologias est presente em nosso
cotidiano e configura um novo cenrio de experimentaes para o ser humano. No
mais possvel neg-la, pois ela configura uma sociedade sob um novo paradigma - o
paradigma informacional.
A sociedade informacional resultado de um processo de transformao
capitalista que assistiu concretizao de um novo paradigma tecnolgico baseado na
tecnologia da informao. Nesta perspectiva, a informao no mais apenas um dado,
ela possui um valor agregado.
Todas essas transformaes difundiram-se num perodo histrico de
reestruturao do capitalismo. Desta forma, so, pois, transformaes capitalistas ou
pelo menos, com fins capitalistas com algumas variaes de nao para nao.
Castells (2002, p. 54) explica que as relaes sociais que se do em mbito da
sociedade atual necessitam ainda estudos e pesquisas, uma vez que o material existente
nem sempre atende aos quesitos de cientificismo. Trata-se de um fenmeno recente
demais para que a pesquisa acadmica tenha conseguido chegar concluses cientficas
sobre suas implicaes sociais. E segue:
Dessa forma, os modos de desenvolvimento modelam toda a esfera de
comportamento social, inclusive a comunicao simblica. Como oinformacionalismo baseia-se na tecnologia de conhecimentos e informao, huma ntima ligao entre cultura e foras produtivas e entre esprito e matria,no modo de desenvolvimento informacional. Portanto, devemos esperar osurgimento de novas formas histricas de interao, controle e transformaosocial.
A comunicao nesta sociedade no mais a mesma que existia h uma dcada;
configurando uma sociedade interativa e a comunicao mediada pelo suporte
tecnolgico.
A questo da mediao na comunicao merece especial destaque, vez que a
mesma no uma novidade deste momento. Esta mediao j ocorreu em outros
momentos histricos com o uso de outros suportes tecnolgicos a comunicao por
carta, por exemplo. Porm, a carta levava dias para chegar ao seu destinatrio e
efetivamente comunicar atividade primeira a que se propunha.
O diferencial das novas tecnologias justamente a diminuio desse tempo; as
mensagens (antigas cartas) so instantneas; vivemos a sociedade da interao. Os
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meios so realmente extenses do homem, como afirmou McLuhan. E no somente
isso, a tecnologia permite a potencializao dessas extenses.
Hoje, atravs da interatividade proporcionada pela nova tecnologia Internet ,
possvel promover agrupamentos de pessoas em torno do mesmo objetivo ou valores,
formando verdadeiras comunidades virtuais. Para alm da discusso sobre as
comunidades virtuais, que ser tratada mais adiante, assistimos a transformao da
comunicao.
A linguagem usada na Internet obedece normas diferentes que no as
gramaticais. No somente a linguagem, mas os estilos de vida transformaram-se de
maneira significativa. Alm do mais, a rede permite o anonimato, favorecendo a
expresso das minorias. Castells (2002, p. 446) explica que isso ocorre devido ao fato
de que: como se o simbolismo do poder embutido na comunicao frente a frente
ainda no tivesse encontrado sua linguagem na nova comunicao mediada por
computador.
4.1 Modelo interacional de Thompson
A escolha pelo modelo de Thompson (2002, p.286) deve-se ao fato de ser este
um autor que discute especificamente o impacto interacional dos meios tcnicos.
Para ele, a forma mais elementar de interao a realiza em nvel face a face
quando o emissor e receptor da mensagem partilham o mesmo espao e tempo, num
processo dialgico no necessitando, pois, de quaisquer mediadores tecnolgicos.
Nesse tipo de interao, os interlocutores contam com os chamados indicadores
simblicos, como gestos, expresses faciais etc.
Tais indicadores desempenham funo de monitorizao das mensagens que so
enviadas e recebidas, reduzindo quaisquer processos de ambigidade que possam surgir.Ou seja, atravs dos sinais emitidos pelos indicadores simblicos possvel realizar o
processo de readequao da mensagem frente ao grau de compreenso alcanado. O
grau de compreenso obtido por meio do feedback emitido pelo receptor no somente
atravs de seu discurso, mas tambm por seus indicadores simblicos.
Historicamente, as interaes sociais modificaram-se medida que as
comunicaes foram desenvolvendo-se a imprensa no sculo XV e posteriormente os
meios eletrnicos nos sculos XIX e XX. Esses novos meios fizeram com que o homembuscasse outras formas que no somente a face a face para comunicar-se. Thompson
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(2002) explica que as novas formas de interao surgiram segundo as necessidades
comunicacionais dos indivduos.
Surge, ento, o que o autor chama de relao mediada e quase-relao mediada.
Nessas duas modalidades a comunicao ocorre de maneira mediada e, portanto, pode
ocorrer em tempos e espaos diferentes.
A interao mediada caracteriza-se pelo uso do dispositivo tecnolgico de um
meio para se fazer existir. O uso do telefone pode ser um exemplo desse tipo de
interao. Os interlocutores esto em espaos diferentes, mas conseguem realizar a
comunicao. Neste caso, no entanto, no existe a possibilidade de uso dos indicadores
simblicos, a no ser o tom da voz, por exemplo. Neste caso, o feedback do receptor
existe, percebido pelo emissor e, alm disso, imediato.
O uso de um dispositivo tecnolgico tambm uma das caractersticas da
quase-interao mediada. Porm, neste caso, as interaes ocorrem apenas em um nico
fluxo do emissor para o receptor. No se permite a reciprocidade (feedback) pelo
menos no de maneira imediata. Os indicadores simblicos so emitidos, mas no existe
a possibilidade de monitorizao, exemplo do que ocorre na televiso.
Os indicadores so enviados, mas no se tem um controle especfico de quais
resultados esto sendo gerados. Cabe aqui, no entanto, uma importante considerao: as
medies do IBOPE sobre audincias refletem em parte as respostas do pblico, porm
a mesma no instantnea. Quando os resultados alcanam as emissoras de TV, a
resposta do pblico j foi dada e reflete-se nos nmeros da audincia.
A ausncia de monitorizao das respostas do pblico pode gerar dois tipos de
resultados. Se por um lado permite que os receptores exercitem uma espcie de
criatividade interacional, por outro, segundo Marcelo (2001, p. 42):
constrange-os, na medida em que constitui uma fonte de incerteza visto queesto privados do feedback, que lhes permitiria determinar a forma como assuas mensagens esto a ser recebidas e compreendidas pelos receptores.
Sob a tica do receptor, a ausncia de monitorizao imediata que permite a
liberdade de dosar a natureza e a extenso da ateno dispensada ao que est sendo dito.
Alm das duas modalidades de interao, Thompson (2002) explica que os
interlocutores desenvolvem o gerenciamento de sua auto-apresentao. Desta forma, os
indivduos se apresentam de maneira a respaldar seu discurso os indivduos passam a
assumir determinadas convenes interacionais.
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Na tentativa de explicar de forma isso ocorre, Thompson (2002) utiliza-se dos
conceitos do socilogo Erving Goffman de regies anteriores e regies anteriores. Tais
conceitos so de natureza comportamental e assim podem ser explicados: todo
comportamento que respaldar a mensagem ser posto nas regies anteriores. Da mesma
forma, todo comportamento que puder contradizer a mensagem ser posto nas regies
posteriores.
5 Consideraes Finais
O desejo e necessidade de aprender cada vez mais e ir sempre alm do que lhe
era imposto fez com que o homem transpusesse vrias barreiras e galgasse mais
conhecimentos acerca do mundo e de si prprio.
Num primeiro momento o homem saiu de sua aldeia e subverteu os espaos
martimos e terrestres. O mesmo aconteceu com o espao areo e assim tem sido, at
chegar a outro planeta Marte. Inicialmente o homem utilizou-se da tecnologia do
alfabeto, que alterou a sua maneira de estruturar pensamentos, seguida da tecnologia do
livro, rdio, TV etc. Entre uma tecnologia e outra, normalmente, o homem levava
muitos anos porque as mesmas ocorriam lentamente conforme a evoluo do Ser.
Conforme as tecnologias foram desenvolvendo-se, tambm o hiato entre uma e
outra foi diminuindo, fazendo com que a distncia entre as mesmas fossem cada vez
menor. O homem agora, atravs dos meios de comunicao e seus dispositivos
tecnolgicos, subverte a noo de tempo e espao. Tais modificaes refletem-se em
todos os campos da vida cotidiana e organizao das atividades humanas, de forma que
a Comunicao em seu aspecto social tambm sofre reconfiguraes, uma vez que
se insere num contexto scio-cultural mais amplo, traduzindo a interao homem
mundo.O homem experiencia, neste momento histrico, a popularizao de uma nova
tecnologia - a Internet - que pe em cheque diferentes perspectivas, tais como a noo
de comunidade, identidade, cultura etc. A tecnologia no determina a sociedade, antes,
incorpora o potencial de transformao desta.
Num pas de vastas extenses territoriais como o Brasil, a modalidade de
educao a distncia representa uma possibilidade vivel e exeqvel. O estudo de caso
servir para problematizar a questo do uso de novas tecnologias em disciplinas degraduao.
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Em que medida a informao disponibilizada converte-se em conhecimento e de
que forma ocorre a gesto desse conhecimento so as questes norteadores desta
pesquisa.
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