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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
CURSO DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO
TRATAMENTO INFORMACIONAL EM PORTAIS DE EAD:
ESTUDO DE CASO PARA VERIFICAÇÃO DAS MELHORES
PRÁTICAS.
RECIFE
2015
CHARLES ARTHUR NAZÁRIO GUEDES DA SILVA
TRATAMENTO INFORMACIONAL EM PORTAIS DE EAD:
ESTUDO DE CASO PARA VERIFICAÇÃO DAS MELHORES
PRÁTICAS.
RECIFE
2015
AGRADECIMENTOS
Sem dúvidas produzir um trabalho extenso exige uma dedicação que precisa,
efetivamente, gerar um sentimento de satisfação em produzi-lo, e em meio de
tantas distrações proporcionadas pelo mundo moderno além de assuntos
pessoais, é muito gratificante conseguir concluir este trabalho, que me ajudou a
aprimorar meus conhecimentos em torno da EaD (área a qual trabalho
atualmente) assim como me deu a oportunidade de me desenvolver como
profissional na área de gestão e tecnologias relacionadas à disseminação e
armazenamento da informação, principalmente visualizar a construção do
conhecimento.
Começando os agradecimentos com minha irmã, Sheyla Cristina Guedes da
Silva, não existe pessoa que tenha dado mais apoio moral em tudo que foi
decisão minha na vida, apesar de não ter me auxiliado no desenvolver
propriamente dito do meu TCC, é graças a ela que eu tive uma grande fonte de
inspiração para ser persistente e não desistir, aos meus pais, Alberto Charles
Guedes da Silva e Suzana Cristina Barboza da Silva Guedes, por terem tanta
paciência comigo e também me apoiarem, ao Prof. Mauricio, orientador do meu
projeto, que mesmo tão ocupado, sempre me atendeu para tirar minhas dúvidas,
mostrar os meus erros e indicar o caminho a qual meu TCC melhor se concluiria,
meus colegas de trabalho em EaD e também aos tutores e gestores do curso de
farmácia da faculdade que foi gerada a pesquisa com os alunos, por cederem
tempo e me ajudarem a completar o trabalho.
Mesmo que indiretamente, todas essas pessoas foram de grande importância
para eu ter conseguido gerar este trabalho nesses meses que se passaram.
Então por fim, fica mais uma vez meu grande e profundo obrigado a todos, que
acreditaram em mim e me apoiaram nessa etapa tão importante da vida.
RESUMO
Este trabalho é resultado de um estudo sobre EaD, seus conceitos iniciais, suas
ferramentas e sua importância na sociedade atual, apresentando as melhores
práticas de uma equipe multidisciplinar para construir um portal com qualidades
em usabilidade e informação. Em seguida, um estudo de caso em uma faculdade
de saúde de Recife, procurando demonstrar as vantagens das práticas
levantadas neste trabalho. Por fim, os resultados demostraram que cursos em
EaD, tendem a ter uma melhor aceitação do público quando se mantem o foco
na interatividade.
Palavras-Chave: Educação a Distância. Gestão da informação. Usabilidade.
ABSTRACT
This work is the result of a study on e-learning, their initial concepts, their tools
and their importance in today's society, with the best practices of a
multidisciplinary team to build a portal with qualities in usability and information.
Then, a case study in a medicine college in Recife, trying to demonstrate the
advantages of the practices raised in this work. Finally, the results showed that
in distance education courses tend to have a better public acceptance when it
keeps the focus on interactivity.
Keywords: E-Learning. Information Management. Usability.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 01 – CICLO DE USABILIDADE NA EAD 31
FIGURA 02 – GRUPO EM DISCURSÃO 33
FIGURA 03 – PIRÂMIDE DA APRENDIZAGEM 36
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 08
2 INFORMAÇÃO E TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS 11
2.1 EAD, sua importância na sociedade informacional 13
3 FERRAMENTAS PARA GESTÃO DE CURSOS EM EAD 18
3.1 Tecnologias Assistivas, a importância da inclusão na EAD 19
3.2 Vídeos em EAD, como utilizar de forma a agregar valor informacional
21
4 O PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO E SUA FUNÇÃO MULTIDISCIPLINAR NA PRODUÇÃO EM CURSOS EAD
24
5 USABILIDADE NA BUSCA DA QUALIDADE EM CONSTRUÇÃO DE PORTAIS EM EAD
29
6 ESTUDO DE CASO NA FACULDADE DE SAÚDE 32
6.1 Auto Instrucional, a importância de sua otimização para a busca do conhecimento
36
6.2 Pesquisa para medir a qualidade do Portal de EAD na Faculdade de Saúde
37
7 RESULTADOS DE PESQUISA 39
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS 50
REFERÊNCIAS
P á g i n a | 8
1 INTRODUÇÃO
A carga informacional que recebemos diariamente é muito mais intensa
que em qualquer outra época da história da humanidade. A facilidade que os
avanços tecnológicos proporcionaram para disseminação em massa de
informações faz com que ocorra um excesso informacional, precisando em
vários segmentos formas de condensar a informação para melhor absorção, pois
com a quantidade de informações que circulam diariamente no nosso dia-a-dia,
é fácil se distrair e perder o foco naquilo que realmente é importante para nosso
desenvolvimento. Existe uma quantidade enorme de informação, mas acaba
faltando qualidade. Segundo Arruda (2003):
O homem moderno está cada vez mais exposto a um volume
imensurável de informações, que chega a todo instante, de forma veloz
e pelos mais diversos meios, o que costuma provocar muita ansiedade.
As pessoas tentam buscar e absorver o máximo de informação no menor
tempo possível, mas, em geral, não conseguem organizar de forma
adequada a aquisição desse excesso de informação. O resultado é
sentimento de frustração, desgaste mental, fadiga dos neurônios e, em
casos mais sérios, um quadro de estresse com consequências para o
organismo.
Tendo em vista essa problemática atual, muitas áreas precisam estudar
as melhores práticas na hora de construir sua cadeia de conhecimento, pois
nossa atenção é limitada, e com a ascensão de smartfones acompanhados de
programas de mensagens instantâneas em meio online, é muito fácil a distração.
Quando uma pessoa é distraída por uma conversa, um comercial, um som de
mensagem vindo de seu celular, automaticamente, ela inibe o processo gerado
no cérebro, muitas vezes sendo o suficiente para se “perder” e acabar por desistir
de continuar na atividade. E em ambientes de trabalho e de educação (nosso
foco no presente estudo), a distração por esses diversos produtos tecnológicos
acabam por comprometer a aprendizagem, como no caso da Educação a
Distância, popularmente conhecida como EaD.
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As criações tecnológicas que surgem em grande escala na nossa
sociedade urbana costumam sofrer atualizações e modificações em seus
lançamentos e relançamentos no mercado, como no caso da EaD, que ainda
passa por transformações. Ela surgiu com uma visão no usuário, buscando
facilitar o acesso à informação e de uma formação, e se tornou uma ferramenta
de mercado, devido a sua alta procura.
É necessária uma constante busca de novas tecnologias e ferramentas,
uma comunicação efetiva entre os professores, alunos, e agentes tecnológicos
(programadores, designers, gestores, entre outros) que fazem o intermédio
neste processo para que o produto final, o conhecimento, seja passado com
eficiência ao cliente (o cursista).
Nesta pesquisa, procura-se estabelecer um resgate dos principais
conceitos em torno da EaD, além de outros pontos que ajudem na sua
construção, buscando demonstrar como a informação é distribuída nos portais e
a forma que ela é distribuída influencia na absorção do conhecimento, gerando
um levantamento de conceitos acerca da temática com os materiais já
produzidos sobre o assunto.
Procurando também levantar o estado atual do objeto estudado,
explicando o papel da gestão da informação na construção de cursos em
ambiente online, buscando por meio de uma pesquisa com usuários, identificar
e confirmar hipóteses levantadas durante o trabalho, quais os efeitos e impactos
individuais em relação aos usuários discentes.
O presente estudo se caracteriza como uma pesquisa exploratória e
descritiva. De acordo com Gil (2002, p.41) pesquisas exploratórias têm como
objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vista a torná-lo
mais explícito ou a construir hipóteses, inclui levantamento bibliográfico e
entrevistas. Gil ainda afirma que o estudo descritivo tem como objetivo primordial
a descrição das características de determinada população ou fenômeno.
Envolvendo os principais agentes, tanto os do processo de produção
(gestores do portal) quanto os utilizadores do produto final que é o portal da
Faculdade de Saúde (alunos), o presente trabalho é caracterizado como estudo
P á g i n a | 10
de caso. Para Hewitt-Taylor (2002), o estudo de caso é o exame detalhado de
uma ocorrência com características únicas, dentro de um contexto real,
utilizando múltiplas fontes de investigação.
A abordagem escolhida para a pesquisa foi a qualitativa. Segundo Gil
(2002, p.50) esse procedimento envolve a interrogação das pessoas cujo
comportamento deseja conhecer. Portanto um questionário foi gerado com os
alunos que acessaram o portal desde seu início (08/2014) até a data em que foi
aplicada a pesquisa (21 e 22/05/2015), já que é deles que teremos uma noção
mais abrangente das mudanças metodológicas propostas no portal da
Faculdade de Saúde (nome fictício para a empresa referenciada, visando
resguardar sua identidade).
Foi gerada uma análise de qualidade do Portal da Faculdade de Saúde,
no ponto de vista dos conceitos de qualidade e gestão da informação, apoiados
em um questionário feito com os alunos que acessam o Portal, sendo que os
primeiros cursos aplicados na instituição são destinados a apoio ao ensino
presencial de cursos de graduação de ensino superior em Saúde. O objetivo, em
uma visão geral, é verificar se essas formas de organização da informação, em
diferentes mídias, de fato representam melhorias na disseminação e absorção
da informação, no caso desse estudo, a informação educacional em portais de
educação online.
P á g i n a | 11
2 INFORMAÇÃO E TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS
Alinhada as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), a
circulação da informação é feita de forma rápida, quase instantânea. Páginas de
web atualmente, tentam evitar que o usuário faça muitos cliques ou se perca em
informações desnecessárias, deixando muitas vezes que o usuário mesmo que
escolha o que ele quer ver, conceitos que estão ligados com a Web 3.0,
Folksonomia, entre outros estudos atuais que focam no usuário e na liberdade
em seu controle informacional, estes estudos, que estão revolucionando os
conceitos de gestão, e consequentemente, a atuação dos gestores da
informação nas organizações.
As tecnologias foram sendo desenvolvidas e ajustadas com a intenção de
facilitar e reduzir esforços em certas atividades, com seu avanço, a tecnologia
não só trouxe a oportunidade de ganho de tempo, como também quebrou a
barreira do espaço, já que é sabido que comunicação e troca de conhecimentos
são feitas em tempo real em qualquer lugar do globo terrestre. Encarando as
novas tecnologias como oportunidade de negócio, elas vêm modificando e
aprimorando atividades nos mais diversos setores, hoje em dia, por exemplo,
encontramos até vendedores de barraca utilizando máquinas para aceitar
pagamentos em cartão.
No setor da educação, a tecnologia vem sendo adaptada de diversas
formas, em diversas situações diferentes, a juventude de hoje está ligada à
internet cotidianamente e seu acesso não se limita mais os computadores
tradicionais, smartfones, Ipads, e outros aparelhos auxiliam nessa disseminação
de informações via web, portanto, os gestores estão tomando uma nova postura
e procurando sempre se atualizar das ferramentas que são disponibilizadas para
poder inovar ou até criar seus modos de gestão e distribuição da informação.
Um dos principais avanços do século XXI é o reconhecimento da
educação como um dos fatores de maior importância para a evolução do ser
humano, como a Web se tornou uma ferramenta essencial nos tempos atuais
para distribuição e acesso a todos os tipos de informações existentes, o setor
educacional também sofreu alterações como forma de ampliar seus horizontes
P á g i n a | 12
e facilitar a vida de muitos. A Tecnologia educacional possui a característica de
toda forma de modernizar o aprendizado, baseado em um planejamento inicial,
acompanhamento e controle, e trabalhando em conjunto com o usuário, tanto na
educação formal e informal.
Embora inclua como componentes a utilização de meios, a tecnologia
aplicada à educação deve ser vista como um conjunto sistemático de
procedimentos que tornem possível o planejamento, a execução, o
controle e o acompanhamento do sistema educacional. (NIETSCHE,
2005, p.345)
A utilização de equipamentos que transmitam vídeos, PowerPoint e
documentos no geral tanto para treinamentos quanto para a aula em si, vem se
expandindo nos ambientes de ensinos a cada ano que se passa, não só em
faculdades e colégios particulares, como também em escolas governamentais,
onde são distribuídos eletrônicos com o intuito de “modernizar”, ajudando na
disseminação do conhecimento de forma mais interativa e menos cansativa do
que os conhecidos moldes clássicos de educação.
É neste sentido que a Escola/organização, entendida como um espaço
que privilegia os aspectos culturais, o desenvolvimento e a veiculação
de novas teorias e descobertas científicas, tem que chamar a si o desafio
tecnológico que a sociedade lhe proporciona. A Escola como
organização deve criar e desenvolver mecanismos de gestão de
informação interna e externa, utilizando as novas tecnologias de
informação e comunicação e promover o desenvolvimento destas
competências nos docentes. (BARATA, 2010, p. 32)
Em geral, as tecnologias educacionais, principalmente no Brasil, foram
aplicadas para quebrar as barreiras da desigualdade social, introduzindo
pessoas menos favorecidas no mundo digital, “alfabetização” na informática. De
início muitos professores rejeitaram a inserção das tecnologias em seus métodos
de ensino, existiu inclusive um grande prejuízo por essa má aceitação, contudo,
gradativamente, foi-se observando que as tecnologias se tornaram ferramentas
necessárias e em muitos momentos, imprescindíveis, Barata (2010) afirma que,
ainda há muito a fazer, pois para além dos recursos tecnológicos são
necessárias mudanças socioculturais e cognitivas, conducentes a novas
aprendizagens, novas dinâmicas de interação e partilha de conhecimentos.
P á g i n a | 13
2.1 EAD, sua importância na sociedade informacional
Na década de 40 o Instituto Monitor e o Instituto Universal Brasileiro já
ensinavam a distância utilizando material impresso, radio e correio. Aos
poucos apareceram os Telecursos pela televisão, onde os adultos
poderiam voltar a estudar e fazer supletivos. Com a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação (LDB), em 1996, veio o crescimento das instituições
de ensino superior junto ao Ministério da educação para oferta dos
cursos superiores à distância. (SPRESSOLA, 2010, p. 17)
O ensino a distância, é mais uma das evoluções proporcionada pelo
constante avanço tecnológico, já que ela segue uma proposta que proporciona
autonomia para a pessoa, apesar de ser um facilitador para pessoas com pouco
tempo e estar crescendo cada vez mais o número de estudantes de EaD, seu
processo de crescimento, ao início, foi lento e muitas vezes tratado com desdém
por muitos, que aos poucos enxergaram que colocar essas tecnologias a serviço
da educação ajuda a quebrar barreiras.
A Web se tornou uma ferramenta essencial nos tempos modernos de
distribuição e acesso a todos os tipos de informações existentes, métodos
tradicionais de ensino acabam não sendo suficientes para englobar todos os que
se interessam por adquirir uma graduação, pós-graduação ou especialização,
por diversos motivos, bastante comuns na nossa sociedade atual, como por
exemplo, a falta de tempo e a dificuldade de locomoção devido ao trânsito
caótico que faz parte das grandes metrópoles ao redor do globo.
Segundo Holmberg (1977), O termo educação a distância cobre várias
formas de estudo, em todos os níveis, que não estão sob a supervisão contínua
e imediata de tutores presentes com seus alunos em salas de aula ou nos
mesmos lugares, mas que não obstante beneficiam-se do planejamento, da
orientação e do ensino oferecidos por uma organização tutorial.
Das vantagens, as que mais se destacam são: a “quebra geográfica” e o
ganho de tempo. Muitas pessoas no Brasil, vivem em cidades pequenas e
distantes da capital, e em sua redondeza não se encontra faculdades, ou,
quando se tem, não são boas o suficiente para o perfil do usuário ou não
possuem o curso desejado pelo mesmo, o ensino a distância conseguiu mudar
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a realidade de muita gente que possuía essa vontade de ter seu curso superior,
podendo realizá-lo em sua própria residência. Em outros casos, mesmo a pessoa
morando em regiões metropolitanas, por conta dos compromissos diários serem
extensos, e o transito muitas vezes ocupando uma grande carga de horário no
dia-a-dia do cidadão, o ensino a distância acaba se tornando uma ótima
alternativa, o usuário escolhe seu horário para assistir as aulas e desenvolver
seu conhecimento dentro de sua área de atuação.
O que observamos deste mercado relativamente novo, mas que está
diretamente direcionado à distribuição de conhecimento, é que ainda existe
muito a ser trabalhado e adaptado. Muitas vezes, visando apenas o lucro ou a
expansão dos negócios (faculdades privadas e ambientes de cursos
profissionalizantes), o que encontramos em sua maioria, são cursos mal
desenvolvidos, onde são oferecidos textos em PDF (apenas) como seu conteúdo
educacional para depois de sua leitura, o aluno ser avaliado, com pouca, ou até
nenhuma comunicação com o professor. Torna-se necessário mais estudos em
torno da Educação a Distância, afinal, a forma a qual a informação é transmitida
para seu receptor é um ponto central para qualquer cientista da informação, e
sabendo o avanço dessa área, existe a importância de gerar um estudo para
que, com essa pesquisa, se possa levantar dados que tragam uma melhor
gestão da informação nas plataformas online de educação.
A EaD, segundo Flores e Escola (2008, p.40):
Marca um novo modelo de aprendizagem que ultrapassa o ensino
tradicional reorientando-se para o construtivismo social. Ao promover um
espaço de colaboração on-line permite a construção coletiva do
conhecimento, pelas oportunidades de partilha, comunicação, interação
e promove a autonomia responsabilizando os alunos pelo seu processo
de aprendizagem.
Em um estudo gerado por Hirchheim (2005), o autor concluiu por meio de
sua pesquisa que é necessário um planejamento adequado antes de se investir
em cursos totalmente realizados on-line. Existe também como resultado nos
seus estudos uma boa população que julgou que os ensinos presenciais eram
insubstituíveis, mas do ano em que o estudo foi gerado para os mais atuais é
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notável que essa realidade foi mudada, o número de cursos a distância foi
multiplicado e as demandas, cada vez maiores. Mas uma realidade observada
pelo autor que ainda hoje é verificada é a falta de planejamento na construção
dos cursos em plataforma online, devido à falta de contato presencial, é
necessário se pensar nas melhores formas de transmitir o conteúdo.
Existem algumas formas de classificar os tipos de EaD, de acordo com
Maia e Meirelles (2004):
a) Sala de aula à distância, com aulas síncronas transmitidas via satélite ou
internet e salas com pequenos grupos de alunos;
b) Aprendizagem independente assíncrona: onde os alunos fazem o curso
independente da hora e local. Não há aulas presenciais. O aluno recebe
o material (pela internet, impresso, CD-ROM, ou vídeo) e deve seguir
fielmente o programa do curso;
c) Aprendizagem independente acrescida de aulas presenciais – síncrona e
assíncrona: os alunos recebem material para estudo independente, mas
também se encontram periodicamente para receber apoio instrucional.
Além das ditas por Maia (2014), que são definições de EaD de uma forma
macro de sua aplicação, existe agora a EaD como educação complementar,
utilizada dentro de cursos superiores, tanto para ampliar as opções dos alunos,
como cadeiras extra curriculares, como também para suprir deficiências em
determinada área básica que seja essencial para a graduação, como por
exemplo a química, biologia e português.
Para a aplicabilidade desta modalidade de ensino é necessário uma gama
de processos, ferramentas e profissionais envolvidos, o que se observa até o
presente momento desse estudo, é que existem muitos cursos a distância que
não investem muito em sua estrutura, ficando praticamente como um repositório
de arquivos em PDF, ou quando os cursos se focam apenas em vídeo-aulas,
causando cansaço na vista e consequentemente no raciocínio do cursista (termo
geral mais utilizado para designar os estudantes em EaD quando não se tem
uma modalidade específica como graduando ou mestrando). Segundo Nilvania
(2010) no processo de ensino-aprendizagem na modalidade de EaD, há muitas
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alterações quanto ao ensino tradicional. Não há um modelo único de educação
à distância. Cada instituição de ensino cria seus métodos próprios.
Apesar de cada instituição poder criar seus próprios métodos, é
necessário que a base para criação deles siga algumas regras básicas que
auxiliam na educação efetiva. Robert Mills Gagné (1916 – 2002) foi um psicólogo
com mestrado na Universidade de Yale e doutorado na Universidade de Brown,
ele teve como destaque seus estudos voltados à psicologia na educação, sendo
o que podemos considerar um dos primeiros a levar o comportamento humano
natural na forma com que ele tende a levar os estudos e como que as formas
com que o conhecimento é passado influencia completamente na aprendizagem.
Seus conceitos são bastante considerados e estudados para quem
trabalha com educação à distância, assim como tecnologias informacionais,
desenho instrucional e pedagogos em geral. Com seu enfoque behaviorista, ou
seja, no comportamento humano, Gagné (1974) observou que fatores internos e
externos influenciam no processo da educação.
A seguir, uma tabela, com os nove eventos instrucionais propostos por
Gagné na primeira coluna, seguindo por uma breve descrição e pelo que seria
sua aplicabilidade em portais educacionais em ambientes online:
Quadro 01 – Eventos instrucionais de Gagné e sua aplicação em EaD.
Eventos Instrucionais (Gagné)
Descrição/ Propósito Aplicação em EaD
Ganhar a atenção Atrair o estudante para
aquele assunto, provocar curiosidade.
Apresentar um visual atraente. Mostrar as vantagens.
Fazer uma "chamada" ao aluno para instigar seu acesso.
Descrever os objetivos Mostrar o que o aluno vai
aprender.
Trazer ao aluno os objetivos do curso de forma simples, direta, e
como a avaliação será feita.
Estimular a recordação do aprendizado
anterior
Ligar conhecimentos antigos para facilitar a absorção dos
novos.
Criar links no inicio de cada material novo com algum resumo
ou exemplo do que foi visto anteriormente.
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Apresentar o material Disponibilizar o material de
forma com que o aluno queria utiliza-lo.
Parte de maior foco na construção do curso em EaD. Destrinchar o material para
apresenta-lo de forma interativa, dividindo em textos, imagens,
vídeos e jogos educativos.
Orientar a aprendizagem
Auxiliar o aluno no decorrer do material a compreender e perceber a importância do
assunto.
Utilizar exemplos atuais, mostrar relações, utilidade no cotidiano,
entre outros.
Propiciar desempenho Permitir que o aluno mostre
o que está absorvendo do material.
Utilizar questionários no fim de cada unidade do curso. E/ou
jogos interativos para fixação do conteúdo didático.
Feedback Mostrar para o aluno um
retorno para que ele saiba como está se saindo.
Retorno rápido sobre os seus acertos e erros durante os
exercícios de fixação. Contato via fórum, entre outros.
Avaliar desempenho Avaliar o grau de assimilação
do conhecimento passado durante o curso.
No final do Curso/Módulo, um ou mais exercícios que avaliem o
cursista e seu desempenho final.
Estimular a retenção e transferência do conhecimento
Proporcionar o estudante a oportunidade de aplicar o conhecimento adquirido.
Gerar exercícios práticos, fazer com que o aluno observe sua
aplicação em outros contextos.
Esse processo lógico proposto pelo estudioso não precisa ser realizado
de forma absoluta, pois sua aplicabilidade pode (e deve) variar, de acordo com
o ambiente e a cultura a qual está sendo inserido, mas ter conhecimento de uma
estrutura processual focada na área que será construído algo, ajuda no
desenvolver da mesma e evita futuros “furos” no projeto, que são deixados de
lado por parecerem sem muita importância, mas podem custar muito caro mais
na frente quando o determinado projeto estiver concluído. Então, estudar e
descrever o processo educacional antes, é importante para a EaD, assim como
estudar e conhecer as ferramentas tecnológicas que irão fazer parte e de fato
dar “vida” a estrutura instrucional construída.
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3 FERRAMENTAS PARA GESTÃO DE CURSOS EM EAD.
Uma das primeiras coisas que tem que se alinhar com a equipe do projeto
em EaD, é em que plataforma o curso será inserido, é preciso levantar as
Tecnologias Educacionais que farão parte do processo, sendo elas para
controlar o ambiente de EaD, como também as utilizadas para adaptar
conteúdos e dar complementos aos cursos ofertados.
Segundo Harasin (1989), o ambiente e as estruturas encontrados nos
meios eletrônicos de interação são particularmente apropriados para
abordagens de aprendizado colaborativo que enfatizem a interação grupal.
Existe mudança paradigmática com foco na aprendizagem e na
interatividade que exigem novas iniciativas. Paralela a essa realidade,
cresce a utilização dos ambientes cooperativos de aprendizagem e
educação à distância (EaD). A utilização dos Ambientes Virtuais de
Aprendizagem (AVA) nas práticas pedagógicas facilita a construção de
novos espaços cooperativos, promovendo movimentos dialógicos entre
docentes e discentes, estimulando questionamentos, reflexões,
interações e intervenções, potencializando os espaços para a
aprendizagem. (FRANÇA, 2014)
O Moodle (modular object-oriented dynamic learning environment) é uma
plataforma de gestão de aprendizagem online, que facilita a interação do
professor e do aluno em meios digitais, apresentando o curso, envio de
exercícios, chats agendados, tópicos relacionados às cadeiras fornecidas do
semestre, fórum para abrir discursões entre os alunos, permitindo também a
troca de materiais nos mais diversos formatos (word, áudio, pdf, imagem, vídeos,
powerpoint) etc, renovando as práticas pedagógicas. É um software livre, e
funciona em diversos sistemas operacionais, facilitando sua aplicabilidade, foi
desenvolvido por um pedagogo australiano chamado Martin Dougiamas, no ano
de 1999.
Na educação, o AVA MOODLE possibilitou diversos avanços, visto que
disponibiliza novos meios de ser comunicar, novas linguagens, ampliando o
acesso à informação e ao conhecimento (FRANÇA, 2014), ainda segundo
França (2014), no MOODLE se permitem práticas das mais tradicionais às
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ousadas e emancipadoras. O ambiente virtual permite ao educador criar espaços
para nova cultura avaliativa, diferenciada por questionários on-line e enquetes.
A popularidade do MOODLE em ambientes de ensino se dá devido a sua
flexibilidade e interface amigável, facilitando o acesso até de usuários mais leigos
e a aproximação e facilidade que os alunos encontram para realizarem as mais
diversas atividades sem precisar estar necessariamente de forma presencial.
Para a equipe de produção da EaD o MOODLE dá a autonomia, já que
ele possui código aberto, permitindo que se façam as alterações de acordo com
suas preferências no ambiente. O MOODLE permite a gestão nos seguintes
aspectos: de sua parte estrutural (programação), se sua parte visual (design ou
re-design) e da sua parte administrativa, permitindo distribuir os diferentes tipos
de acesso, e para cada acesso, seu diferente conteúdo informacional, por
exemplo, um professor tem em seu acesso o perfil dos seus alunos e suas
atividades, mas apenas a função administrador permite alterações mais
completas dentro do portal, já o aluno tem apenas acesso ao que o professor
disponibiliza. Logo, a plataforma MOODLE é atualmente uma das mais
adequadas para uma gestão eficiente em portais de EaD.
3.1 Tecnologias Assistivas, a importância da inclusão na EAD.
A qualidade da plataforma em EaD precisa também inserir as Tecnologias
Assistivas, pois a acessibilidade está em conjunto com a usabilidade na hora de
medir a qualidade de um sistema. É preciso lembrar que existem muitas pessoas
que possuem alguma dificuldade ou deficiência, e com o acesso da informação
deve ser melhor distribuído para todos, é preciso levar em consideração todos,
as Tecnologias Assistivas têm sua importância para manter a qualidade e o nível
do EaD.
A tecnologia assistiva é o termo utilizado para caracterizar todas as formas
de adaptação tecnológica para portadores de alguma deficiência, seja ela
motora, visual, auditiva, etc. Promovendo a inclusão e dando mais possibilidades
de desenvolvimento social e profissional para essas pessoas. Tecnologia em si,
já é utilizada e constantemente adaptada para facilitar nossas atividades
cotidianas, porém, até pouco tempo atrás, não se pensava nas minorias com
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algum tipo de deficiência para permitir que os mesmos também acompanhassem
essa evolução e pudessem se tornar mais independentes.
“Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de
característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos,
metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a
funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com
deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua
autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social.
(GALVÃO FILHO, 2009, p. 26)
Existem hardwares e softwares (gratuitos e pagos) especializados para
promoverem esses tipos de tecnologias. Os físicos são mouses, teclados e
adicionais dispositivos de saídas, normalmente para deficiências intelectuais e
motoras, teclados virtuais, softwares de reconhecimento de voz, entre outros.
Dois dos mais famosos sites de avaliação de acessibilidade de páginas
da internet são as páginas da Silva e Hera, neles, é possível verificar o quão
acessíveis as páginas podem ser, infelizmente muito se faz na usabilidade de
sites, mas poucos têm excelência nos quesitos de acessibilidade, os sites citados
avaliam, entre outras coisas:
1- Se o site fornece um equivalente textual a cada imagem, possibilitando a
leitura de deficientes visuais que utilizam de programas que leem as
imagens durante a navegação.
2- Se o site dá títulos aos frames, possibilitando que o usuário decifre os
links dispostos na página.
3- Se o site possui uma página alternativa em caso de impossibilidade de
aplicar a acessibilidade em determinada função da página.
4- Se o site possui uma sequência lógica para percorrer os links.
É compreensivo que ainda existem dificuldades em adaptar certos
processos de forma que absolutamente todos possam ter acesso sem
dificuldades, mas é papel de todos, principalmente dos gestores da informação,
não só estruturar e separar as informações em sua relevância, mas também se
preocupar em quem vai receber essa informação e como essa pessoa irá
recebê-la, qual seu público alvo, quais são as possíveis dificuldades para alguns
P á g i n a | 21
e qual sua melhor forma para adaptar a informação. É um trabalho que exige
uma visão macro e poder de observação, que o gestor da informação deve
possuir junto com o resto de sua equipe de trabalho.
A importância de diferenciar e conhecer cada um desses termos listados
no decorrer do trabalho até então, é que a junção de todos eles, de forma direta
e indireta, formam uma proposta de gestão de informação e conhecimento em
meio acadêmico/digital, que se mostram efetivos na busca por resultados de
transmissão e organização da informação, nesse estudo especificamente, em
plataforma de EaD, o que não impede de ser utilizado em outros tipos de
plataformas e ambientes, muito pelo contrário. Empresas que adquirem uma
qualidade informacional possuem uma visão administrativa que pensa em seus
colaboradores e clientes, tendem a ter uma gestão que abrange o bem estar do
próximo, sabendo que, consequentemente, irá ter um melhor retorno. A
dedicação de um funcionário nas realizações de suas atividades em uma
empresa, assim como a dedicação de um cursista para gerar suas atividades em
seu curso, depende muito de como se apresenta o seu “ambiente de trabalho”,
o ambiente influencia o homem.
Além da parte estrutural, os vídeos são ótimos aliados para auxiliar
usuários com algum tipo de deficiência, pois neles podemos inserir elementos
visuais com imagens e legendas (para deficientes auditivos) assim como a
explicação do assunto em voz (para deficientes visuais), permitindo então que
todos possam ter aquele conhecimento.
3.2 Vídeos em EAD, como utilizar de forma a agregar valor informacional
Uma das ferramentas que mais auxiliam na acessibilidade seriam os
vídeos, que contam com recurso visual, auditivo e devem (apesar de não ser tão
comum) possuir legendas, dando a oportunidade de a informação ser absorvida
também para quem possui alguma deficiência.
Vídeos servem como uma forma de demonstração de conteúdo, como
uma forma de evitar o desgaste do texto excessivo. A quebra de um assunto com
um vídeo curto para realizar uma explicação ou até para exemplificar o conteúdo
P á g i n a | 22
abordado ajuda a manter o interesse do aluno e a interatividade,
consequentemente possibilita maior absorção daquela informação.
Contudo a produção de um vídeo normalmente leva tempo e um
profissional de edição custa caro no mercado, tornando a utilização de vídeo
quase inexistente nos cursos EAD no Brasil, sendo que, quando os vídeos são
utilizados normalmente, são em forma de “vídeo-aulas”, ou seja, quando filmam
um professor dando a aula, em torno de 40 minutos, o que torna tão cansativo
quanto um conteúdo apenas de texto, tornando a absorção da informação menor
e maior rejeição dessa didática pela parte do aluno.
Uma equipe de design e desenvolvedores é de extrema importância pra
construção da parte visual, na criação de personagens, imagens e também para
edição de vídeos, comumente gerado por programas da Adobe como “After
Effects” e “Premiere”, mas essas não são as únicas opções, um bom exemplo
disso é o software inglês chamado “VideoScribe”, apesar de também ter seu
preço (bem inferior ao pacote adobe) ele pode ser uma solução para quem quer
aplicar vídeos em seu curso e sem precisar de gerar edições mais profissionais,
já que o programa já faz isso automaticamente pra você. Com uma narração de
fundo, feita por gravação ou algum programa que gera voz, ou apenas uma
música (livre de direitos autorais) você explica o conteúdo enquanto o programa
“desenha” formas, pessoas, balões, entre outras coisas, não exigindo nenhum
treinamento, e produzindo um efeito agradável ao usuário.
Na internet existem músicas livres de direitos autorais em diversos
lugares, no próprio Youtube se acham canais que disponibilizam músicas para
download, essas músicas podem ser usadas em baixo volume em algum vídeo
do conteúdo, para não tirar atenção do aluno, mas também para não deixar
monótono, o silêncio que leva de uma explicação para outra pode ser suficiente
para o cursista se distrair ou cansar.
Caso existam barreiras que possam dificultar o professor/tutor do curso
produzido, gravar em sua voz a narração do vídeo, existem programas em que,
ao digitar, o programa lê e permite converter em áudios falados, exemplo,
Balabolka, um programa Russo, criado especialmente para pessoas com
P á g i n a | 23
dificuldades visuais, com intuito de converter livros e arquivos de texto em áudio,
mas que também serve perfeitamente para construir a narração nos vídeos
propostos para dar completude ao conteúdo do curso.
É importante que esses vídeos tenham um tempo médio de 30 segundo,
6 minutos, evitando se passar disso, vídeos longos tendem a fazer o usuário
cansar e perder o interesse nele (assim como textos longos), fazer quebras entre
textos, vídeos, questões surpresas, jogos, entre outros, que faz com que o curso
fique menos cansativo e mais interativo, o que é a principal proposta para
desenvolvimento intelectual de cursistas no momento.
P á g i n a | 24
4 O PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO E SUA FUNÇÃO MULTIDISCIPLINAR
NA PRODUÇÃO EM CURSOS EAD.
A gestão da informação (GI) pode ser definida como todas as ações
relacionadas à "obtenção da informação adequada, na forma correta, para a
pessoa indicada, a um custo adequado, no tempo oportuno, em lugar apropriado,
para tomar a decisão correta" (Woodman apud Ponjuan Dante, 1998, p.135).
Como visto no tópico anterior, o MOODLE é uma plataforma que permite
que a informação vá até a pessoa certa de acordo com o seu perfil, mas a
ferramenta precisa de profissionais que saibam utilizá-la da forma correta.
Hoje em dia, vivemos em uma época em que muitos dos profissionais
precisam ter uma bagagem multidisciplinar, ou seja, é preciso se especializar e
observar outras áreas que possam complementar sua formação e suas
atividades. Na Ciência da Informação, possuímos um amplo cenário para se
desenvolver suas competências, na administração de um setor, no controle de
uma biblioteca, no preparo de relatórios, assim como em uma equipe de
tecnologia da informação.
A informação que circula nos mais diversos meios de negócio vêm
precisando receber um tratamento diferenciado, com isso, entra os profissionais
com bagagens multidisciplinar, que estão sendo cada vez mais valorizados para
gerir essas atividades, captando as informações valiosas que normalmente as
empresas acabam perdendo por má gestão. É sabido que diversas empresas
não davam muita atenção a organização da informação e acabaram só
percebendo sua importância quando algo grave ocorreu, contudo, devido
diversos casos de empresas que sofreram grandes problemas por conta dessa
falha na administração informacional, essa realidade vem sendo modificada,
sistemas de gerenciamento e backups em diversos servidores são mais comuns
hoje em dia que há 10 anos atrás.
Em uma empresa, todo setor precisa de pelo menos um “funcionário
chave” que tenha um controle mais preciso sobre as informações importantes de
seu setor, já que a carga informacional de cada área da empresa costuma ser
enorme, mas como essa informação deve ser distribuída?
P á g i n a | 25
De acordo com Barata (2010):
Na divulgação da informação há que ter em conta três princípios fundamentais:
1. O acesso à informação – todos necessitam e têm direito a estarem informados;
2. A igualdade de tratamento – todos devem ter igual oportunidade de acesso à
informação;
3. A transparência – a informação disponibilizada deve refletir fielmente o
significado do conteúdo a transmitir.
O profissional Multidisciplinar em EaD, tem como sua função de
planejamento focado na melhoria de ensino, baseado em métodos sistêmicos
apoiados na tecnologia, conduzindo assim para o aperfeiçoando do processo de
ensino. Em curto prazo a avaliação da equipe verifica falhas e possíveis
problemas, podendo gerar as revisões necessárias, em longo prazo, sua
aplicação consegue trazer um levantamento geral verificando a qualidade da
experiência de ensino proporcionada pelas mudanças aplicadas.
O design instrucional pode gerar formas dinâmicas de trabalho
relacionando os conteúdos à realidade dos alunos como um todo,
visando pensar estratégias que, de fato, salientem a direção da
aprendizagem e sejam facilitadoras do processo. Desta forma destaca-
se a necessidade de se pensar as atribuições e funções da atividade do
professor on-line, das estratégias e dos recursos gráficos que exerce um
papel decisivo nos processos de aprendizagem. (FRANÇA, 2008).
Uma equipe de EaD não possui uma fórmula exata de que tipos de
profissionais devem formar essa equipe, e nem a quantidade de cada um, as
vezes, programadores, designers e gestores dividem entre si as competências
descritas de um design instrucional.
Além de realizar a gestão de cursos em EaD, os profissionais da equipe
multidisciplinar têm como atividades planejar, preparar, projetar, produzir e
publica textos, imagens, gráficos, sons, simulações, atividades e tarefas
relacionados a uma área de estudo, sendo capazes de personalizar os estilos e
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ritmos individuais de aprendizagem e gerar adaptação às características
instrucionais de cada usuário.
A ação intencional de planejar, desenvolver e aplicar situações didáticas
específicas que incorpore, tanto na fase de concepção como durante a
implementação, mecanismos que favoreçam a contextualização e a
flexibilização (FILATRO, 2004, p. 21).
O gestor tem seu papel diferenciado e multidisciplinar na área da EaD,
assim como seu papel fundamental na administração dos cursos e da plataforma
no MOODLE. Ele também deve possuir domínio em outras ferramentas
tecnológicas que possam auxiliar no processo, nas diversas etapas na
estruturação dos módulos do curso, pois a interatividade proporcionada por
variadas ferramentas educacionais ajuda a condensar a informação,
distribuindo-a em outros formatos de mídia, gerando sua maior absorção. A
profissão do gestor exige essa abrangência de competências, mas seu papel é
fundamental para alinhar com os outros membros da equipe (programadores,
tutores, designers) quais são as melhores formas de passar as informações,
internas e externas do portal EaD.
Portanto, a equipe de EaD se baseia em uma cultura de probabilidade,
isso significa que a avaliação e às vezes, até retrabalho (no início do processo),
são características para se chegar a excelência, produzindo testes e revisões,
quando necessário, para garantir a qualidade do produto.
Mas a qualidade para se obter exige não só o trabalho minucioso de uma
equipe multidisciplinar, toda inovação leva tempo, de acordo com Tolovi Jr
(1994). É fundamental que os diretores de nossas empresas entendam que
programas de qualidade total são programas que tratam do comportamento das
pessoas e, portanto, levam tempo.
É difícil definir a qualidade, já que, muitas vezes, nem o próprio cliente
sabe o que realmente ele precisa, mas a qualidade neste projeto é baseada em
princípios de usabilidade e gestão, com o intuito de facilitar o processo de
absorção da informação gerada nos materiais didáticos. Levando em
consideração o público alvo da pesquisa, a qualidade precisa ser gerada nesta
P á g i n a | 27
etapa de destrinchamento do conteúdo, porém, uma boa interface não pode ser
deixada de lado. A informação e o conhecimento em EaD são melhor distribuídos
quando a plataforma e o conteúdo possuem juntos qualidade.
Existe uma grande diferença na hora de medir a qualidade do sistema e
a qualidade da informação, mas é a partir da junção das duas qualidades que se
chega no objetivo. Ou seja, a qualidade total está ligada a melhoria contínua, e
a melhoria contínua só ocorre com o envolvimento de todos. É um ciclo
constante.
Para se chegar ao resultado que gere satisfação existe um processo de
gestão do conteúdo. Que competências o gestor informacional produz em
ambientes de educação online?
1. Preparo do material bruto ambiente online – Na produção desses
primeiros cursos em EaD na instituição, os professores e tutores que
produziram os materiais, os entregaram com todo seu conteúdo escrito
de forma corrida, apenas com algumas observações sobre quebra de
texto, indicações sobre avisos, etc. O gestor da informação tem o papel
importante de receber o material e identificar nele a ideia central (para dar
destaque a mesma no decorrer das unidades pedagógicas) e em que
momentos a informação pode ser transformada, seja em vídeos, imagens
e áudios. O profissional da informação tem o delicado trabalho de fazer a
informação virar conhecimento da forma mais eficaz possível, eliminando
os erros clássicos que ainda hoje ocorrem em portais educacionais de
EaD (como os já citados cursos à distância que se resumem a repositórios
de pdf e/ou vídeo-aulas corridas, com tempo acima de 20 minutos).
2. Controle informacional dentro da plataforma – utilizando o programa
de gerenciamento MOODLE, controla-se o portal, dando os acessos
específicos a cada competência, mantendo a organização dos dados,
verificar a acessibilidade, monitorar e atualizar hiperlinks externos, entre
outras atividades gerenciais.
P á g i n a | 28
3. Envio de relatórios – gerar semanalmente, quinzenalmente ou
mensalmente (dependendo do que se quer coletar) relatórios completos
sobre os cursos, número de acessos, números de novos inscritos,
números de usuários que concluíram, entre outros aspectos. Esse
relatório é importante, pois ajuda a identificar em quais etapas
normalmente os usuários deixam de evoluir nos estudos, podendo
verificar possíveis dificuldades no cursista, que podem ser em relação ao
conteúdo ou a forma com que ele esteja sendo apresentado (como dito
anteriormente, o processo para qualidade da informação exige constantes
mudanças).
Na EaD, a gestão da informação deve responder questões do tipo “que
informações são necessárias?” e “onde essas informações são necessárias?”.
Na prática, o gestor da informação pretende obter uma visão global da estrutura
disponibilizada e das necessidades de informação de acordo com a etapa do
processo.
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5 USABILIDADE NA BUSCA DA QUALIDADE EM CONSTRUÇÃO DE
PORTAIS EM EAD
Para Nielsen (1993) apud. Reitz (2009), a usabilidade em sistemas pode ser
simplificada em alguns pontos gerais:
Aprendizagem: o sistema deve ser fácil de aprender permitindo ao
usuário rapidamente realizar alguma operação com o sistema;
Eficiência: o sistema deve ser eficiente para se utilizar permitindo ao
usuário obter um alto nível de produtividade após tê-lo aprendido;
Memorização: o sistema deve ser fácil de relembrar caso um usuário
retorne ao sistema após um período de ausência, ou seja, o usuário não
necessita reaprendê-lo novamente;
Erros: o sistema deve ter um baixo índice de erros, de modo que os
usuários cometam poucos erros durante o seu uso, e os que cometerem
que possam facilmente repará-los. Além disso, erros muito graves não
devem ocorrer;
Satisfação: o sistema deve ser agradável ao uso, para que os usuários
sintam subjetivamente satisfeitos quando o utilizarem.
Nielsen (1993) explicou a usabilidade em contexto de sistemas no geral,
visando em seus estudos sistemas empresariais, porém os seus conceitos
cabem diretamente também na usabilidade em plataformas de educação online.
O portal precisa ser satisfatório, precisa ser de fácil acesso, erros não podem ser
constantes, por mais que seja comum acontecerem, principalmente por fazer
parte de uma plataforma online, onde se pode acontecer queda de energia nos
servidores, problemas de conexão, entre outros, assim como o portal precisa ser
intuitivo, facilitando a memorização do usuário quando ele passar muito tempo
sem acessar o mesmo, não adianta o conteúdo de estudo ser bom, bem
trabalhado, com a informação bem estruturada e selecionada, se o portal em si
não apresentar esses critérios básicos propostos por Nielsen, a usabilidade deve
estar em equilíbrio com a gestão da informação.
A usabilidade pode ser considerada como o meio pelo qual atributos e
critérios específicos são empregados visando proporcionar ao usuário
condições de realizar suas tarefas interativas com facilidade de uso,
P á g i n a | 30
eficiência, eficácia, de forma intuitiva, resultando na diminuição da
sobrecarga cognitiva do usuário, e neste sentido, promovendo condições
que facilitem a retenção de informações ou da aprendizagem dos
conteúdos de estudo. (REITZ, 2009, p.30)
Muir et. al. (2003) apud Reitz (2009) baseando em estudos de usabilidade
em cursos via web, construíram uma pirâmide de níveis de usabilidade com os
seguintes pontos:
Usabilidade acadêmica: a usabilidade aborda os aspectos educacionais,
tais como estratégias pedagógicas, organização dos materiais do curso,
teorias de aprendizagem e o estudo do comportamento esperado. As
especificidades do e-learning são consideradas neste nível;
Usabilidade específica ao contexto: a usabilidade relaciona-se com os
requisitos específicos de disciplinas e cursos. Cada curso apresenta
necessidades específicas e objetivos esperados os quais os tornam
diferentes de outros cursos;
Usabilidade web geral: os aspectos da usabilidade comuns à maioria
dos websites como navegação e acessibilidade para usuários com
necessidades especiais. Refletem as preocupações gerais da IHC
(interação humano-computador) ou aspectos que não são específicos a
Web;
Usabilidade técnica: este nível refere-se aos aspectos como falha de
links, confiabilidade do servidor, tempos de download, plug-ins
adequados, exatidão da HTML. Também é conhecida como o nível de
usabilidade “funcional”.
Como um ponto depende diretamente do outro, ou seja, a falha de um deles
já torna o outro ponto falho, decidiu-se representar o conceito construído por
Muir, não em pirâmide (que pode dar uma ideia de que a base pode se ‘sustentar’
sem as outras), mas por um ciclo, com pontos ligados por setas, onde se cria a
ideia de dependência e necessidade.
P á g i n a | 31
Figura 01 – ciclo de usabilidade na EaD.
Fonte: adaptação da pirâmide de Muir (2003).
Nessa imagem adaptada, o destaque é na etapa em que o gestor da
informação é mais presente, a usabilidade acadêmica, é nesse momento em que
se trabalha na informação, nas formas que ela irá ser apresentada, separada por
grau de importância.
Apesar de seguir uma ordem lógica, começando por usabilidade técnica
até chegar às específicas do contexto dos cursos, o processo em um portal em
EaD é uma cadeia constante, mudanças técnicas e pedagógicas ocorrem
durante o processo, não só de forma corretiva, mas também para aprimorar, já
que ferramentas novas constantemente aparecem e podem representar
melhorias.
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6 ESTUDO DE CASO NA FACULDADE DE SAÚDE
Os desafios nas tecnologias on-line estão nas questões relativas a melhorar o
processo de aprendizado on-line, com a integração das funcionalidades de modo
que os usuários possam definir os processos de comunicação adequados de
acordo com a aplicação e a natureza do grupo e sistemas inteligentes que levem
a um consenso geral ou que resolva parcialmente as questões em desacordo.
(CARVALHO, 2009).
A otimização dos cursos a distância, com novos cenários de
aprendizagem e ferramentas de apoio, precisa do apoio total da gerência, pois
existe uma quebra dos sistemas tradicionais, ao se observar que os cursos à
distância, em geral, ainda não são bem desenvolvidos em grande parte dos
portais observados. Por mais que em muitos dos casos o conteúdo seja rico,
existe uma grande falha na hora de estruturar, selecionar e passar as
informações no ambiente de educação à distância, o conteúdo informacional,
muitas vezes, é “jogado” para o aluno, em forma de PDF, textos extensos e/ou
vídeo aulas longas e cansativas. A inadequação desses portais gera a ansiedade
informacional, ou seja, frustrações, perda de foco e absorção de conteúdo,
consequentemente o desinteresse. A Faculdade de Saúde montou uma equipe
com uma visão mais ampla e interativa do que seria um curso à distância bem
estruturado.
Sabemos que o computador é a ferramenta em que o espaço e tempo
são reduzidos auxiliando no processo de ensino daqueles que não têm tempo, o
conteúdo “jogado” que vemos normalmente nos portais de EaD precisam de uma
reformulação. É preciso gerir a informação com uma equipe multidisciplinar que
transmita a informação certa, de forma simples, e com o auxílio de ferramentas
que deixem os cursos mais agradáveis, acessíveis, e, consequentemente, que
façam com que a informação seja absorvida de forma mais efetiva. Além do
mais, a excelência em serviços virtuais fortalece a imagem da instituição perante
o público-alvo.
Segundo Carvalho Neto (2009, p. 57):
Nos sites de comércio eletrônico a audiência principal é o cliente
consumidor, pois o objetivo do site é exclusivamente comercial (venda).
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Nos sistemas acadêmicos o foco principal está na informação. A
informação (e sua transmissão) é principal fundamento pelo qual um
sistema computacional voltado para o ensino existe.
Consequentemente, é indissociável o estudo da qualidade do design e
qualidade da informação em tais tipos de sistemas.
A proposta da construção dos cursos em EaD na Faculdade de Saúde foi
dada para suprir um problema informacional que estava sendo observado nos
alunos de primeiro período, em todos os cursos que se iniciavam, existia
deficiência em conceitos básicos, portanto de começo a proposta é reforçar e
dar os novos alunos a oportunidade de poderem fazer cursos básicos de
química, linguagem entre outros, importantes para a construção do profissional
na área de saúde.
Alguns pontos que auxiliam a construção do EaD pensando na melhor
absorção do conteúdo informacional:
Visual simples e agradável.
Atalhos em todas etapas, dando a oportunidade do usuário gerar o menor
número de cliques e não se perder dentro do portal.
Qualidade de estruturação do conteúdo.
Conteúdo disponibilizado em diversos formatos.
Sequência lógica e bem definida, evitando excesso informacional ou
informações desorganizadas.
A equipe multidisciplinar da Faculdade de Saúde possui a seguinte estrutura:
Figura 02 – grupo em discursão.
Líder em EaD- coordena a equipe, divide as tarefas
de acordo com suas complexidades, indica
tecnologias, materiais, revisa todo material
produzido.
Docente – prepara e entrega o material do curso,
em ordem lógica e com as devidas divisões e
indicações de mídias para utilização nos materiais.
Fonte: pixabay.com
P á g i n a | 34
Programador – Constrói e administra a estrutura do Portal da EaD.
Designer (Front-End) – edita os elementos da página, verifica sua usabilidade,
constrói os personagens e gravuras dentro do portal EaD.
Administrador de E-learning – administra o Portal em EaD em sua
continuidade, entrando em contato com os alunos, preparando relatórios,
organizando os dados e informações geradas no processo.
O programador, designer gráfico e administrador de E-learning trabalham
em conjunto na hora de estudar o material bruto entregue pelo professor/tutor e
a melhor forma de passar esse material para o formato de EaD e suas
tecnologias informacionais, a equipe desenvolve o papel do design instrucional.
É importante que os docentes que vão preparar o material bruto sejam
instruídos para fazer o material já imaginando que informações podem ser
apresentadas em vídeos, ou se seria cabível a inclusão de um jogo educativo no
decorrer do material, mesmo que o professor não possua o conhecimento do
meio igual a um design instrucional. Mini palestras para os docentes, já ajudam
nesse processo, durante a passagem do material bruto para o ambiente digital.
Se deve fazer uma análise minuciosa do material, verificando qual a ideia central
que deve receber o devido destaque, como diluir informações quando são
excessivas e quando alocar vídeos, gráficos e jogos interativos para aliviar os
textos. Todo esse processo de gestão da informação precisa ser feito com a
equipe multidisciplinar alinhada com o docente para que não ocorra risco de ter
desestruturado com alguma ideia específica. Todo esse processo enriquece o
material, e precisa do constante trabalho em grupo, que ajuda a identificação de
possíveis erros.
No portal da Faculdade de Saúde, desenvolvido para os alunos da
instituição, foi construído pensando na melhoria do acesso à informação. Segue
abaixo os pontos observados durante a navegação do Portal da Faculdade de
Saúde, em relação aos cursos de Nivelamento em Química e nos cursos Básico
e Intermediário de Escrita, Linguagem e Produção Acadêmica:
P á g i n a | 35
O assunto é dividido em unidades pedagógicas, com uma certa
quantidade de conteúdo por páginas, dando a oportunidade do usuário
fazer pausas mais precisas durante o decorrer do material, durante os
textos são vistos diversos exemplos, imagens e vídeos.
Ferramenta para o usuário escolher o tamanho da fonte do texto.
Atalhos, tanto para navegar entre as unidades, quanto para retornar no
menu principal.
No final de cada página, uma questão interativa para o aluno responder
referente ao material que ele acabou de ler e assistir, essa técnica ajuda
a fixação do conteúdo, ou seja, a informação lida vira conhecimento.
Vídeos simples, mas que ajudam a exemplificar o assunto, todos os
vídeos são narrados, possuem legendas e são curtos, para não ficarem
cansativos.
Elementos interativos durante o decorrer das explicações, alguns pontos
possuem explicações extras, ao passar o mouse em uma frase
destacada, por exemplo, sobe uma caixa com explicações sobre aquele
ponto. Quanto mais a página se interage com o aluno, mais o aluno
absorve a informação.
Os professores alinhados com a equipe de EaD trazem para o cursista
imagens e exemplos da atualidade, para facilitar a explicação, esse
método já é um velho conhecido, ao se adaptar o conhecimento a
assuntos mais atuais o cursista tende a absorver melhor o conteúdo.
Esses são alguns dos exemplos das criações feitas pela equipe
multidisciplinar dentro do portal, que atenta pela interatividade, pela informação
precisa, e pela utilização de diferentes aplicabilidades para gerar a melhor forma
de passar a informação e que ela seja efetivamente absorvida pelo usuário final.
Na instituição, a EaD foi recém implantada, inicialmente, para oferecer aos
alunos a oportunidade de estudar coisas básicas necessárias para compreender
o universo amplo das ciências de saúde, portanto a equipe de EaD identificou
duas formas de ensino para disponibilizar a esses alunos, como os cursos são
P á g i n a | 36
opcionais e complementares, os primeiros módulos a serem lançados seguem a
metodologia auto instrucional.
Curso Auto Instrucional é um método de aprendizagem onde o sujeito
gera seu estudo sem mediação, ganhando autonomia e liberdade em relação à
assiduidade. Enquanto o Curso Mediado, o professor tem o papel de guiar os
alunos, um por um, no seu processo de aprendizagem, por meio de fóruns que
se encontram na própria plataforma. Desta forma o professor pode gerar os mais
diversos trabalhos, individuais ou em grupos, estudos de caso,
compartilhamento de arquivos em geral, produzindo uma maior interação.
6.1 Auto Instrucional, a importância de sua otimização para a busca do
conhecimento
Vejamos a pirâmide Dale (1969) apud França (2014) na figura 03, nessa
pirâmide o autor busca criar uma pirâmide estatística de quanto, em média, o
sujeito aprende, de acordo com a forma que o conteúdo é obtido, como por
exemplo, a leitura e a audição, são instrumentos passivos de aprendizado, ou
seja, o sujeito absorve uma porcentagem menor do que se ele estivesse
participando ativamente, como por exemplo, em um debate/ discussão.
Figura 03 - Pirâmide da Aprendizagem.
Fonte: Dale (1969) apud França (2014).
P á g i n a | 37
Os primeiros cursos em EaD lançados na instituição da Faculdade de
Saúde são auto instrucionais, sendo que cursos mediados estão sendo
preparados para serem implementados em um período mais a frente do
fechamento deste trabalho. Então a aplicação de um curso auto instrucional tem
um contexto “passivo” de acordo com a Pirâmide de Aprendizagem. Já que não
existe interação direta com o professor, ou com os outros alunos (nos cursos
mediados a interação com outros agentes ocorre por meio de fórum).
Devido à julgada deficiência de transmissão de conhecimento em cursos
auto instrucionais no que se diz respeito a interações entre os agentes de ensino
e seus cursistas, os cursos auto instrucionais aplicados na da Faculdade de
Saúde têm a missão de serem os mais interativos possíveis, para quebrar este
paradigma criado pelo autor, onde até 50% é absorvido do aluno de
conhecimento.
O ponto mais alto em que o autor descreve como passivo, é onde vemos
e ouvimos em conjunto, onde o autor exemplifica como ‘assistir um filme’, isso
aponta que a utilização de vídeos, no decorrer do material escrito de conteúdo,
auxilia na hora de absorver melhor o conteúdo.
6.2 Pesquisa para medir a qualidade do Portal de EAD na Faculdade de
Saúde.
A pesquisa a seguir foi feita com os alunos inscritos no primeiro curso
disponibilizado no portal da Faculdade de Saúde, o curso de Nivelamento em
Química, que foi desenvolvido especialmente para os alunos do curso de
Farmácia (porém, alunos de outros cursos de saúde da instituição podem
também ter seu acesso), no total existem 28 alunos do curso de Farmácia
inscritos no curso de Nivelamento em Química.
Foram entregues folhas, junto ao termo de consentimento, para os
alunos que já tinham acessado o portal da faculdade de saúde a distância. As
perguntas foram baseadas no questionário de Avaliação do impacto da
usabilidade técnica e pedagógica de Reitz (2009), sofrendo apenas algumas
alterações e adaptações para coletar informações mais precisas para o presente
trabalho. São vinte (20) perguntas em que o usuário responde dentre uma escala
P á g i n a | 38
de discordo totalmente a concordo totalmente, medindo o impacto de cada item
na percepção do usuário final do portal da Faculdade de Saúde. O questionário
aplicado se encontra no ANEXO I.
Todas as perguntas foram apresentadas nesse formato de afirmação, em
que o usuário diz se concorda ou discorda nessa sequência: Discordo
totalmente, discordo parcialmente, neutro, concordo parcialmente, concordo
totalmente. Assim, dando uma dimensão pela visão do usuário sobre os pontos
que o trabalho procura tratar como melhorias em EaD.
A pesquisa foi gerada nos dias 21 e 22 de maio de 2015, no primeiro dia
com os alunos do quinto período de farmácia, dos quais houve retorno de apenas
4 (quatro) questionários (existe uma baixa adesão nos cursos por alunos de
períodos mais elevados). No segundo dia de pesquisa foram obtidos 15 (quinze)
questionários respondidos, todos por alunos de primeiro período do curso de
Farmácia, o que já leva à conclusão que existe uma motivação maior dos alunos
a acessarem o portal educacional quando eles estão no início da sua graduação.
Totalizando 19 questionários retornados.
Após a coleta dos questionários foi feita a análise das respostas
retornadas para, em seguida, fazer a construção dos gráficos para demonstrar a
percentagem para cada uma das perguntas feitas, todos feitos utilizando o
programa Excel 2010 da empresa Microsoft.
P á g i n a | 39
7 RESULTADOS DE PESQUISA
Abaixo, as perguntas seguidas da verificação dos resultados, simplificados em
forma de gráficos, com comentários em seguida para fundamentação.
A- A forma com que o conteúdo é disponibilizado ajuda na
construção de meu conhecimento em torno do assunto abordado.
A primeira pergunta em torno da forma a qual a informação é passada na
plataforma de EaD teve retorno bastante positivo, todos os cursistas
participantes concordaram com a estrutura do conteúdo no portal.
B- Sinto como se eu estivesse no controle da minha própria
aprendizagem ao interagir com o portal.
É de grande importância, principalmente em cursos auto instrucionais,
que o usuário sinta total, ou pelo menos bastante, o sentimento de controle
durante a navegação no portal, nesse resultado vemos que, apesar da maioria
concordar, existe uma parcela que ainda não desenvolveu esse sentimento
totalmente, o que já se torna um ponto para aprimoramento futuro.
Concordo parcialmente
16%
Concordo Completamente
84%
Neutro5%
Concordo parcialmente
21%
Concordo Completamente
74%
P á g i n a | 40
C- Eu posso usar meus próprios caminhos para encontrar o que eu
quero aprender dentro do portal.
Neste ponto verificamos mais uma vez que as opiniões, apesar de serem
positivas, diferem muito de um para outro, é necessário verificar se os assuntos
de cada curso estão sendo exibidos corretamente, sem deixar algum tipo de
dúvida ou dificuldade no seu acesso pelo aluno.
D- A linguagem transcrita nos materiais é de simples compreensão.
As frases e os conceitos são similares aos utilizados no meu dia-
a-dia.
Uma das propostas maiores é a utilização de uma linguagem mais simples
possível para o cursista, a intenção é que o mesmo absorva o conhecimento, pra
isso, utilização de exemplos atuais são necessários para gerar a compreensão.
Pelos resultados fica claro que, apesar de bom, é necessária uma pequena
melhora.
Neutro16%
Concordo parcialmente
37%
Concordo Completamente
47%
Concordo parcialmente
37%Concordo
Completamente63%
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E- As informações são organizadas em uma ordem natural e lógica.
A continuidade lógica do conteúdo oferecido também deve ser observada,
desistências sempre ocorrem quando o cursista “se perde” no decorrer do
material, mas no portal estudado o retorno foi positivo.
F- Não me sinto confuso com a forma com que os símbolos, ícones,
imagens e vídeos são usados.
Um ponto de usabilidade que vai receber uma atenção especial na
construção dos próximos cursos, 47% dos cursistas não concordam
completamente com a forma que os ícones estão distribuídos seja de fácil
compreensão, apesar de não ter nenhuma resposta realmente negativa.
Concordo parcialmente
21%
Concordo Completamente
79%
Concordo parcialmente
47%Concordo
Completamente53%
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G- Considero a utilização de variadas mídias (áudio, vídeo, jogos,
textos, questões extras) importante para estudar em um curso em
EaD, pois com a diversidade de formatos ajuda na compreensão
do conteúdo.
A variedade de formatos para apresentação do conteúdo é de extrema
importância na construção de um curso em EaD, sendo a questão de maior
retorno positivo entre as outras levantadas neste questionário. Em aulas
presenciais, o aluno possui possibilidades que em ambientes virtuais ele não
tem, como o contato direto com o professor para sanar qualquer dúvida, ou, em
sala de aula, os professores utilizam de seminários e debates para gerar a
construção de conhecimentos. No ambiente virtual, é necessário criar formas
para que o aluno absorva o conhecimento suprindo essa deficiência, logo, dividir
o conteúdo em diversos formatos e em uma linguagem que ‘fale’ com o usuário
é necessário.
H- As informações são apresentadas em formatos diversos que
torna mais fácil de aprender (e menos cansativo).
Complementando a questão anterior, novamente com resultados
positivos, não obtivemos nenhum cursista que discordasse dessa afirmação.
Concordo parcialmente
5%
Concordo Completamente
95%
Concordo parcialmente
21%
Concordo Completamente
79%
P á g i n a | 43
I- As mensagens de erro (quando ocorrem) indicam precisamente
qual é o problema.
Primeira questão a ter uma resposta negativa de “discordo parcialmente”,
percebe-se que o portal precisa de maiores testes nos erros e nas soluções de
seus problemas. É conhecido que muitas pessoas desistem logo de algum portal
ou página de internet quando a mesma apresenta algum erro que não traga
consigo uma forma de solucionar.
J- Sei onde estou e quais opções seguir, isto é, o que concluí e o
que ainda devo fazer.
Os cursos foram construídos com o cuidado de possuir uma continuidade
lógica, mas ainda existem cursistas que ficam em dúvida em algum ponto do
material e podem se “perder” diante do curso, apesar de ser a minoria, é preciso
atingir todos os públicos, portanto também será um tópico a ser estudado na
empresa.
Discordo parcialmente
5%
Neutro48%
Concordo parcialmente
21%
Concordo Completamente
26%
Neutro16%
Concordo parcialmente
26%
Concordo Completamente
58%
P á g i n a | 44
K- O conteúdo está no nível apropriado do meu entendimento.
Como a pesquisa foi feita exclusivamente com os alunos de farmácia e
eles fizeram o curso de Nivelamento em Química, existiram retornos negativos
devido ao conteúdo, pois muitos alunos não compreenderam o conceito do
curso, que é exatamente relembrar o básico para aqueles que sentem alguma
dificuldade, alunos já com conhecimentos avançados consideraram o curso
fraco, consequentemente abaixo do nível deles.
L- O conteúdo interativo mantém minha atenção.
A utilização da interatividade em EaD com grande aceitação dos cursistas,
elementos interativos são constantemente explorados pela equipe
multidisciplinar, explorando ferramentas novas, buscado casos nacionais e
internacionais, pesquisando o que existe de mais atual e se é válido incluir em
algum dos cursos futuros.
Discordo completamente
5%
Discordo parcialmente
6%
Concordo parcialmente
17%
Concordo Completamente
72%
Neutro5%
Concordo parcialmente
21%
Concordo Completamente
74%
P á g i n a | 45
M- Recebo feedback (aviso) motivador.
Feedback tem uma importância enorme para ajudar a humanizar o
processo de ensino em plataformas online, a comunicação com o usuário faz
com que ele se sinta ouvido, como os cursos em EaD na empresa pesquisada
são novos, ainda se precisa melhorar a comunicação com os usuários no geral,
apesar do resultado na presente pesquisa ter sido mais positivo que negativo,
não se pode deixar nenhum cursista sem sua resposta, e ela deve vir em um
tempo curto.
N- As imagens e vídeos ajudam a exemplificar, consequentemente a
absorver a informação passada.
Esta foi mais uma pergunta para fortificar as principais teorias levantadas
no decorrer do trabalho. Às vezes, os usuários não entendem exatamente a
questão da pergunta, a repetição da pergunta (com outras palavras) ajuda a
confirmar, e neste caso, mais um retorno positivo.
Discordo completamente
11% Discordo parcialmente
6%Neutro11%
Concordo parcialmente
22%
Concordo Completamente
50%
Concordo parcialmente
11%
Concordo Completamente
89%
P á g i n a | 46
O- Cada página apresenta todos os botões de navegação ou
hiperlinks necessários, tais como, anterior (voltar), próxima, top
(topo) e página inicial (homepage).
Mas um conceito de usabilidade analisado com os cursistas, a sua
navegabilidade, para que o usuário tenha a todo o momento as opções de seguir
em frente, ou retornar para algum ponto específico, e de acordo com a pesquisa,
o portal da faculdade de saúde está bem nesse quesito.
P- A quantidade de informação disponibilizada por unidade
pedagógica é o suficiente, evitando o excesso de informação.
Os cursos foram pensados com conceitos de gestão da informação,
apesar da riqueza de conteúdo ser necessária, é preciso que a informação seja
direta, sem demorar a chegar ao seu ponto principal, muitas pessoas perdem
interesse em leituras longas e cansativas, e no portal analisado a maior parte
dos cursistas estão satisfeitos com a forma que a informação foi destrinchada.
Discordo parcialmente
11% Neutro5%
Concordo parcialmente
21%Concordo Completamente
63%
Neutro10%
Concordo parcialmente
16%
Concordo Completamente
74%
P á g i n a | 47
Q- Gosto do visual e da atmosfera deste site.
Não basta seguir os conceitos de usabilidade e gestão da informação sem
também ter uma visão mais ampla do visual da página, ele precisa agradar os
olhos do cursista, o retorno foi positivo, mas a equipe da faculdade de saúde já
trabalha para melhorar ainda mais o design da página, pois é dele a porta de
entrada para a geração do conhecimento.
R- Gosto dos testes e jogos no site.
A utilização de jogos no decorrer de um material em EaD o deixa mais
lúdico e agradável ao cursista, pois ele começa a enxergar aquilo com um pouco
mais de diversão e menos obrigação. Nos primeiros cursos disponibilizados
ainda não foram muito utilizados jogos, apenas no curso de nivelamento em
Química, os profissionais da equipe da EaD estão se aprimorando para crescer
em seus testes e jogos e melhorar ainda mais a interatividade do curso, como
podemos ver neste gráfico, ainda existem usuários insatisfeitos, mesmo que a
maioria já se sinta satisfeita com o que já foi apresentado.
Concordo parcialmente
32%
Concordo Completamente
68%
Discordo completamente
5%
Discordo parcialmente
5%
Neutro5%Concordo
parcialmente11%Concordo
Completamente74%
P á g i n a | 48
S- O material de aprendizagem me faz querer aprender, sinto-me
motivado.
Motivar o usuário é o principal foco na construção de uma plataforma de
curso a distância, não adianta qualidade total se aquilo ainda não despertar a
vontade no aluno, e motivação é um problema conhecido por todos, não só
apenas em ambientes online, como também em salas de aula presenciais. O
material produzido nos primeiros cursos em EaD na Faculdade de Saúde
motivaram os usuários, seja completamente ou pelo menos parcialmente. O que
se procura então é poder aumentar as estatísticas dos que concordam
completamente, e isso vai por meio da melhoria em todos os pontos
pesquisados.
A última pergunta do questionário foi feita de forma mais opcional aberta,
pois nem todos alunos poderiam querer se expressar abertamente sobre o portal,
das dezenove (19) pesquisas respondidas, quatro (4) responderam as sugestões
e observações:
0.1 “Nível do assunto um pouco inferior ao visto na tutoria”
0.2 “No curso de química, o qual utilizei, apresentou por vez, uma literatura muito
básica”.
0.3 “melhorar os joguinhos do EaD”.
0.4 “Só a respeito do Feedback, o retorno por sua vez demora, ou até mesmo,
não chega”.
Nos dois primeiros comentários (0.1) e (0.2), feitos pelos alunos de
farmácia, foram em relação ao curso de nivelamento de química. Como já
Concordo parcialmente
42%Concordo Completamente
58%
P á g i n a | 49
comentado no item (K) da página 44, existem alunos que acessaram o curso de
nivelamento em química esperando aprenderem algo de acordo com seus níveis
já avançados, sendo que o curso foi criado para suprir a necessidade de alguns
que ainda possuíam dificuldades em conceitos básicos da química.
No terceiro comentário (0.3) já comentado pelo item (R) da página 47,
sobre a utilização de jogos, já está sendo construído um ambiente mais voltado
à estrutura de jogos, o que será aplicado no futuro curso de nivelamento em
matemática. Até o fechamento desta pesquisa, as reuniões com os envolvidos
nesse futuro curso ainda estão ocorrendo.
No quarto comentário (0.4) comentado no item (M) da página 45, mostra
a insatisfação de um cursista em relação ao feedback, que apesar de ter tido
num geral uma boa avaliação, não foi absoluto, portanto, será trabalhado melhor
pela equipe de EaD.
P á g i n a | 50
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Verificamos nesse trabalho um levantamento teórico com diversos
autores das mais variadas áreas para fundamentar e coletar, sob as mais
diversas perspectivas: pedagógica, tecnológica e gestora, de como se proceder
a construção de um Portal em EaD, como a informação demasiada pode fazer
mal, como a aprendizagem se realiza, a qualidade em ambientes de Web, design
instrucional, construção de autonomia no cursista e o impacto da usabilidade no
desempenho de absorção informacional. Procurando unir conceitos de Gagné
(1980) sobre pedagogia aos de Filatro (2008) sobre design instrucional, entre
outros autores importantes para o trabalho gerado.
De todo questionário gerado com os alunos da instituição, a pergunta a
qual se obteve quase que absoluto em aceitação é a utilização de variadas
mídias no decorrer do material didático (áudio, vídeo, jogos, questões de fixação
no final de tópicos/unidades). Percebe-se que este ponto, amplamente
comentado durante esse trabalho, é de grande importância na construção de
cursos em EaD na atualidade, confirmando boa parte do presente estudo
levantado. A interatividade ajuda a manter o foco e interesse do cursista, e
melhora a absorção da informação, transformando-a em conhecimento.
Foi também observada uma resistência dos alunos nesses primeiros
cursos oferecidos devido seu título de “nivelamento”, como esse tipo de curso
possue um perfil de liberdade ao usuário de gerar ou não o curso, sem contar
como carga horária ou gerar diploma, os alunos tendem a não concluir o curso
EaD, muitos utilizaram apenas o material como “repositório”, acessando apenas
para retirar dúvidas quando essas surgiam. Apesar de ter um acesso razoável e
ter tido um ótimo retorno na pesquisa gerada, o curso de Química básica ainda
tem uma baixa adesão de alunos concluintes.
A equipe da instituição já está trabalhando para gerar mudanças nos
futuros cursos de nivelamento (e também na reconstrução do de Química
Básica), para chamar a atenção do aluno em outros aspectos, como a inclusão
maior da gamification (todo processo do curso ser mais lúdico em forma de
P á g i n a | 51
jogos), além de incluir ranks de pontuações maiores, com algum tipo de prêmio
simbólico.
Até a finalização desse trabalho, ainda não foi oferecido nenhum curso
mediado de extensão em EaD (que irá oferecer certificação e carga horária),
como será o caso do curso Avançado de Linguagem e Escrita Acadêmica e o
curso Inglês Instrumental (previstos para o segundo semestre deste ano ou início
de 2016), portanto as expectativas para um maior número de acesso nesses
cursos são grandes.
Este trabalho levantou práticas de gestão da informação na construção de
cursos educacionais em ambientes online, observando que, com o planejamento
da equipe, bons resultados podem aparecer logo no começo do projeto, mas,
como a informação é mutável e as tecnologias se renovam constantemente, fica
evidenciado que não existe uma formula única. É necessário estar atualizado,
gerar estudos, pesquisas, levantar dados e aperfeiçoar continuadamente os
sistemas e métodos.
P á g i n a | 52
REFERÊNCIAS:
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Paulo, São Paulo, 03 Jul. 2003.
BARATA, Alzira da Cruz. Comunicação e Gestão da Informação em
Contexto Escolar: O uso da Plataforma Moodle e da Página Web Num
Agrupamento de Escolas do Concelho de Castelo Branco. Departamento de
Educação e Ensino à Distância, Lisboa, 9 Jul. 2010.
CARVALHO NETO, Silvio. Dimensões de qualidade em ambientes virtuais
de aprendizagem. 2009. Tese (Doutorado em Administração) - Faculdade de
Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2009. Disponível em:
<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-02022010-123846/>.
Acesso em: 22 Out. 2014.
FILATRO, A. Design Instrucional Contextualizado. Rio de Janeiro: Editora
SENAC, 2004.
FILATRO, A. Design Instrucional na prática. São Paulo: Pearson, 2008.
FLORES, P. Q.; FLORES, A.;ESCOLA, J. A Plataforma Moodle no 1º Ciclo do
Ensino Básico e no Ensino Superior. In: COSTA, Fernando Albuquerque. et al
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Moodle`08. EDUCOM, 2007. p.39-49.
FRANÇA, C. C. Construção da autonomia de estudantes no ambiente
virtual de aprendizagem MOODLE: Estudo com professores universitários.
2014. Dissertação (mestrado) – Universidade Católica de Brasilia, Brasília,
2014.
FRANÇA, George. O design instrucional na educação a distância – John
Dewey como uma referência metodológica. São Paulo: Editora Esfera, 2008.
GAGNÉ, R. M. Como se realiza a aprendizagem. Rio de Janeiro: Livros
Técnicos e Científicos, 1980.
P á g i n a | 53
GALVÃO FILHO, T. A. A Tecnologia Assistiva: de que se trata? In:
MACHADO, G. J. C.; SOBRAL, M. N. (Orgs.). Conexões: educação,
comunicação, inclusão e interculturalidade. 1 ed. Porto Alegre: Redes Editora,
2009. p. 207-235.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas S/A,
2002.
HARASIN, Linda. Online education: new Domain. In: MASON, Robin; KAYE,
Anthony (Eds.) Mindweave: communication, computers and distance education.
Oxford: Pergamon Press, 1989.
HEWITT-TAYLOR, J. Case Study: an approach to qualitative enguiry Nurs
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HIRSCHHEIM, R. The Internet-Based Education Bandwagon: Look Before
you leap Communications of the ACM. V. 48, n. 7, p. 97-101, jul. 2005.
MAIA, M. O uso da tecnologia de Informação para a Educação a Distância
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Paulo: Fundação Getulio Vargas, 2003.
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PONJUÁN DANTE, G. Gestión de información en las organizaciones:
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SPRESSOLA, N. A. Instrumento para avaliar as competências no trabalho
de tutoria na modalidade EAD. 2010. Dissertação (Mestrado em Economia,
P á g i n a | 54
Organizações e Gestão do Conhecimento) - Escola de Engenharia de São
Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2010. Disponível em:
<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18157/tde-11012011-101157/>.
Acesso em: 30 out. 2014.
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VALENTIM. M.L.P. Inteligência Competitiva em Organizações: dado,
informação e conhecimento. DataGramaZero - Revista de Ciência da
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YIN, R. K. Pesquisa Estudo de Caso - Desenho e Métodos. 2. ed. Porto
Alegre: Bookman, 1994.
P á g i n a | 55
ANEXO I:
Pesquisador Responsável:
Charles Arthur Nazário Guedes da Silva
Título da pesquisa:
Tratamento informacional em portais de EaD. Estudo de caso para verificação
das melhores práticas.
Questionário de avaliação de usabilidade, acesso e eficiência na absorção
do conteúdo (baseado no questionário de Avaliação do impacto da usabilidade
técnica e pedagógica de Reitz (2009)):
1- Discordo completamente.
2- Discordo parcialmente.
3- Neutro.
4- Concordo parcialmente.
5- Concordo complemente.
1 2 3 4 5
1- A forma com que o conteúdo é disponibilizado ajuda na construção de meu conhecimento em torno do assunto abordado.
2- Sinto como se eu estivesse no controle da minha própria aprendizagem ao interagir com o portal.
3- Eu posso usar meus próprios caminhos para encontrar o que eu quero aprender dentro do portal.
4- A linguagem transcrita nos materiais é de simples compreensão. As frases e os conceitos são similares aos utilizados no meu dia-a-dia.
5- As informações são organizadas em uma ordem natural e lógica.
6- Não me sinto confuso com a forma com que os símbolos, ícones, imagens e vídeos são usados.
7- Considero a utilização de variadas mídias (áudio, vídeo, jogos, textos, questões extras) importante para estudar em um curso em EaD, pois com a diversidade de formatos ajuda na compreensão do conteúdo.
8- As informações são apresentadas em formatos diversos que torna mais fácil de aprender (e menos cansativo).
9- As mensagens de erro (quando ocorrem) indicam precisamente qual é o problema.
10- Sei onde estou e quais opções seguir, isto é, o que concluí e o que ainda devo fazer.
11- O conteúdo está no nível apropriado do meu entendimento.
P á g i n a | 56
12- O conteúdo interativo mantém minha atenção.
13- Recebo feedback (aviso) motivador.
14- As imagens e vídeos ajudam a exemplificar, consequentemente a absorver a informação passada.
15- Cada página apresenta todos os botões de navegação ou hiperlinks necessários, tais como, anterior (voltar), próxima, top (topo) e página inicial (homepage).
16- A quantidade de informação disponibilizada por unidade pedagógica é o suficiente, evitando o excesso de informação.
17- Gosto do visual e da atmosfera deste site.
18- Gosto dos testes e jogos no site.
19- O material de aprendizagem me faz querer aprender, sinto-me motivado.
20- Sugestões e observações:
P á g i n a | 57
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Pesquisador Responsável: Charles Arthur Nazário Guedes da Silva
Titulo da pesquisa: Tratamento informacional em portais de EaD. Estudo de caso
para verificação das melhores práticas.
Gostaria de convidá-lo (a) a participar como voluntário (a) da pesquisa intitulada:
“Tratamento informacional em portais de EaD. Estudo de caso para verificação das
melhores práticas.”, referente ao TCC (trabalho de conclusão de curso) do pesquisador
Charles Arthur Nazário Guedes da Silva, no curso de Gestão da Informação da UFPE –
Universidade Federal de Pernambuco.
O objetivo deste trabalho é avaliar a absorção de conhecimento educacional no portal
estudado baseado em conceitos de usabilidade, gestão da informação e interação
serem aplicados em seu processo. Sua forma de participação consiste em responder
perguntas contidas no formulário de coleta de dados e de permitir a avaliação de suas
respostas para gerar dados necessários para o fechamento da pesquisa.
Não será cobrado nada, não haverá gastos e a pesquisa será anônima, para que o
usuário se sinta mais a vontade para respondê-la, deixando claro que a participação no
estudo é voluntária e que poderá recusar essa participação e retirar seu consentimento
em qualquer momento da pesquisa se assim preferir.
Agradeço sua atenção e participação, para qualquer dúvida pode entrar em contato com
os pesquisadores responsáveis:
Charles Arthur Nazário Guedes da Silva. Número (81) 9510-4567,
[email protected]. Endereço: Rua Promotor Haroldo Henrique, 93 - Padre
Roma. Jaboatão dos Guararapes – CEP 54100-021
Maurício Rocha de Carvalho. Número (81) 99764151, [email protected]. Endereço:
Rua Rodésia, 266 – Aldeia dos Camarás. Camaragibe – CEP 54783-760
“Confirmo ter compreendido os objetivos desta pesquisa, bem como, a forma da minha
participação. Minha colaboração se fará de forma anônima, com o acesso e a analise
dos dados coletados realizados apenas pelos orientadores e pesquisadores deste
trabalho. Eu li e compreendi esse termo de consentimento, portanto, concordo em dar
meu consentimento para participar como voluntário dessa pesquisa.”
Recife,___de___de_____
__________________________________________
(Assinatura do Participante)
__________________________________________
(Assinatura do Pesquisador)
__________________________________________
(Testemunha)