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Ebola: População africana enfrenta nova epidemia do vírus
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O vírus ebola voltou a preocupar autoridades africanas e de saúde após um
novo surto ter sido identificado no início deste ano em Guiné, onde mais de 100
pessoas teriam morrido vítimas do vírus. Isso sem contar os casos suspeitos
no Mali, Serra Leoa e Libéria, todos países da África Ocidental .
Considerado um dos vírus mais perigosos, a febre hemorrágica ebola é fatal
em 90% dos casos, pois não há cura nem vacina para combatê-lo.
A violência com que o vírus ataca o corpo humano deve-se a uma proteína
que rompe as paredes dos vasos sanguíneos , provocando hemorragia interna
e externa .
Direto ao ponto: Ficha-resumo
Após uma incubação de dois a 21 dias, o vírus provoca uma forte febre,
com dores de cabeça e musculares, conjuntivite e fraqueza generalizada. Em
um segundo momento, os sintomas são vômitos, diarreia e, às vezes, erupção
cutânea. A transmissão ocorre por vias respiratórias ou por contato com fluidos
corporais das pessoas infectadas, como o sangue.
O ebola é um filovírus (da família Filoviridae), nome dado ao vírus
particularmente mortal para o organismo humano. Foi identificado pela primeira
vez em 1976, após algumas epidemias graves em Nzara, província oeste-
equatorial do Sudão, e em Yambuku, região vizinha no norte da República
Democrática do Congo (antigo Zaire) e próxima ao rio Ebola, que deu nome
doença.
MALÁRIA: Quando os mosquitos infectados se alimentam do sangue humano , eles
transmitem os protozoários que causam a doença. Uma vez no sangue, eles crescem
dentro dos glóbulos vermelhos, destruindo-os. Anualmente, entre 350 e 500 milhões de
casos de malária ocorrem na África subsaariana. Desses casos, mais de 1 milhão
resultam em morte.
Desde a sua descoberta , já foram identificados cerca de 2.000 casos, sendo
1.300 fatais. A última epidemia do vírus registrou mais de 400 casos e matou
224 pessoas em Uganda, entre outubro de 2000 e março de 2001. No fim de
2007, mais de 100 pessoas foram infectadas com o vírus no país.
Até agora, todos os casos do ebola em humanos foram registrados na África.
No caso dos animais, em 1989 e 1990, um filovírus designado Ebola- Reston foi
isolado em macacos mantidos em quarentena nos laboratórios americanos de
Reston (Virgínia), Alice (Texas) e na Pensilvânia, nos EUA. O mesmo filovírus
foi identificado em macacos em quarentena nas Filipinas , perto de Manila,
prontos para serem exportados. Alguns dos macacos morreram e pelo menos
quatro pessoas foram infectadas, embora não tenham tido problemas clínicos.
Em 2000, mais de 300 gorilas morreram vítimas de um surto de ebola, no
noroeste do Congo, na África. Na época, o país também registrava casos entre
humanos. Entre 1990 e 2000, o número de chimpanzés e gorilas foi
drasticamente reduzido nos parques da região africana. Pesquisadores
acreditam que muitos doentes, para evitar a internação, podem ter procurado
abrigo nos parques e, após sua morte, serviram de alimentos para os animais,
que acabaram contaminados.
Embora não haja cura, pesquisadores continuam
desenvolvendo medicamentos para tratar o ebola. Em outubro de 2012 um
“coquetel” de anticorpos denominado MB-003 foi testado em animais expostos
aos vírus. O coquetel atua inativando o vírus e estimulando o sistema
imunológico a eliminar as células infectadas. O resultado foi positivo nos
macacos que haviam sido expostos em até uma hora ao vírus.
Ebola é vírus raro no oeste da África
Na epidemia atual, chamou atenção o fato de serem raros os casos de ebola
no oeste da África, mais comuns na região central e no leste do continente. O
primeiro e último caso na África Ocidental aconteceu em 1994, na Costa do
Marfim , quando um cientista contraiu o vírus após ter contato com chimpanzés
infectados.
Por esse motivo, a OMS ( Organização Mundial da Saúde) alertou que o atual
surto epidêmico de ebola na África Ocidental está entre os "mais assustadores"
desde o aparecimento da doença, há 40 anos. A disseminação do vírus
preocupa, pois pode estar se propagando em direção Conacri, capital da
República da Guiné, e ao país vizinho, Libéria, o que seria preocupante.
Os hospedeiros naturais do vírus são os morcegos frugívoros (cuja alimentação
é basicamente de frutas), mas gorilas e chimpanzés também são tidos como
transmissores do ebola por meio da ingestão de frutas nas quais os morcegos
salivaram ou defecaram.
No caso dos humanos, o contágio pode acontecer quando comemos estes
animais, o que é comum na África. Para cientistas, foi desta forma que o ebola
se alastrou pela região.
Além disso, um fator cultural pode contribuir para o contágio ser mais comum
na África: a tradição de lavar os corpos dos mortos durante a preparação para
o enterro. Como o corpo da vítima do ebola permanece contagioso mesmo
depois da morta, dependendo do contato tido com a vítima, o vírus pode ser
transmitido. Por isso, as vítimas devem ser rapidamente enterradas ou
cremadas.
Vacinas em teste: Brasil avança na busca da cura da Aids e contra o câncer e a dengue
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A descoberta da cura para a Aids , de tratamentos menos agressivos para
os pacientes com cânce r e de uma forma de conter a dengue são alguns
desafios atuais da ciência. Vacinas que estão em teste no Brasil podem
encurtar a busca pela cura e por melhores tratamentos para essas doenças.
Direto ao ponto: Ficha-resumo
O Instituto Butantã, em parceria com a USP (Universidade de São Paulo ),
desenvolveu uma vacina contra a dengue que começou a ser testada em
voluntários em outubro deste ano. Se os testes forem realizados com sucesso ,
a vacina poderá chegar à população em até cinco anos. O medicamento
promete combater em uma única dose os quatro tipos da doença já
identificados.
A dengue é uma doença transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti .
É endêmica no Brasil e em países tropicais, podendo causar a morte. Mas,
com as mudanças climáticas e a globalização, ela começa a aparecer em
regiões de temperaturas mais moderadas.
A pesquisa para desenvolver a vacina brasileira começou em 2006, junto com
os institutos nacionais de saúde dos Estados Unidos . A técnica de produção da
vacina da dengue é a do vírus atenuado, utilizada em organismos que têm a
capacidade de se multiplicar. A partir de um vírus normal, cientistas conseguem
modificá-lo até que suas propriedades patogênicas (agente de doença) sejam
drasticamente diminuídas, sem oferecer risco à saúde.
Ao tomar uma vacina como mecanismo de prevenção, uma pessoa que recebe
o agente infeccioso produz anticorpos para defender o organismo, mas como o
invasor está inativado, a pessoa não consegue desenvolver a doença.
Moléstias como a febre amarela , sarampo, caxumba e rubéola têm suas
vacinas produzidas a partir da técnica de vírus atenuado
No Brasil, o avanço no número de casos de dengue é assustador e constitui
um grave problema de saúde pública nas cidades e na área rural. Em 2010,
uma epidemia deixou cerca de 4.000 municípios infestados. Em 2013, até
agora, 1,4 milhões de pessoas já foram infectadas pela dengue no país. Mais
de 500 morreram.
Esperança contra a Aids
A vacina brasileira contra o HIV , o vírus causador da Aids , também já entrou
em fase de testes. Batizada de HIVBr18 , a vacina foi desenvolvida por
pesquisadores da FMUSP ( Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo), com estudos iniciados em 2001. A vacina foi testada em camundongos,
que após aplicação, apresentaram como resultado um aumento de imunidade
contra o vírus.
Em outubro de 2013, ela começou a ser testada em macacos da espécie
Rhesus, que serão imunizados e apresentam sistema imunológico semelhante
ao dos humanos. Esta fase deve durar dois anos e, se obter sucesso, a
substância poderá ser testada clinicamente em pessoas.
A HIVBr18 foi desenvolvida a partir da análise do sistema imunológico de
portadores do vírus que demoravam mais tempo para adoecer. O estudo da
FMUSP descobriu que o sangue destas pessoas apresentava uma quantidade
maior de linfócitos T do tipo CD4 do que o normal.
Presente no sangue, o linfócito é um tipo de glóbulo branco que produz
anticorpos que defendem o corpo de possíveis infecções. Existem três tipos de
linfócitos: células B, células T (CD4 e CD8) e células NK. Cada um exerce uma
função específica no combate a invasores.
As células T reconhecem e destroem células do organismo que estejam
alteradas, evitando que elas se multipliquem. O CD4, ou linfócito auxiliador,
“comanda” o sistema imunológico e, ao receber informações da presença de
organismos estranhos, estimula os outros linfócitos a combater os antígenos.
r
Ao entrar num organismo, o vírus HIV instala-se nas células CD4 para se
multiplicar e destrói os linfócitos da pessoa portadora, deixando-a exposta a
diversas infecções causadas por fungos, parasitas e bactérias. Estas são
chamadas de doenças oportunistas e são as verdadeiras causadoras da morte
do indivíduo. Os soropositivos com quantidade maior de CD4 conseguem
controlar a quantidade de vírus e demoram mais tempo para desenvolver a
doença.
O objetivo da pesquisa brasileira é desenvolver uma vacina que possa ativar
os linfócitos CD4 e CD8 e reduzir drasticamente a carga viral no organismo. A
vacina não “curaria” o paciente, mas induziria a uma resposta imunológica,
evitando que a pessoa desenvolva a imunodeficiência ou transmita o vírus.
Alívio no tratamento para o câncer de próstata
Uma vacina desenvolvida no Brasil pode ser uma nova opção para
o tratamento do câncer de próstata. Aplicado direto na pele, o produto
terapêutico é feito a partir da célula de tumor, estimulando o sistema
imunológico da pessoa a identificar e destruir as células cancerígenas e assim
reduzir as possibilidades de resistência.
Testes do laboratório brasileiro Fk Biotec, que patenteou a vacina, demonstram
boas taxas de redução da doença e da mortalidade por câncer de próstata.
Entre os pacientes vacinados a taxa de mortalidade se reduziu a 9%, muito
abaixo dos 19% registrados entre os não vacinados.
A vacina brasileira vem sendo desenvolvida desde 2001 e poderá ser uma
alternativa mais barata à americana, lançada nos EUA em 2010 e considerada
uma referência no tratamento. O produto também poderá ser utilizado para
tratar outros tipos de câncer , como de mama, pâncreas, de intestino e
melanoma. A previsão do laboratório é lançar a vacina em até três anos.
O câncer de próstata matou pelo menos 15 mil brasileiros no ano passado e 60
mil novos casos surgem no país anualmente. A doença é a segunda causa de
morte por carcinoma entre homens no Brasil e no mundo, ficando atrás apenas
do câncer de pele.
Insetos na alimentação: Eles podem ser comida do futuro e ajudar a reduzir a fome no mundo?
Os insetos constituem o maior grupo animal da face da Terra -- há um milhão
de espécies vivas conhecidas de um total de 30 milhões que provavelmente
existam. Esses animais desempenham importante papel ecológico , atuando
em diversas funções: polinizadores , herbívoros, decompositores, predadores e
parasitoides. Mas eles também possuem a fama de serem nojentos, pragas de
lavouras e de atrapalhar as pessoas em dias de calor.
E como alimento dos seres humanos ? Sim, já estão pensando nisso.
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO)
acredita que o futuro do combate à fome no mundo está justamente no
consumo desses bichinhos.
Direto ao ponto: Ficha-resumo
Recentemente, a FAO publicou um relatório que analisa o potencial dos insetos
na oferta de alimentos para a humanidade. Para a organização, os insetos
podem ser utilizados como reforço na comida de boa parte da população no
futuro.
A organização calcula que quase 1 bilhão de pessoas sofram de desnutrição
atualmente. No futuro, o cenário pode ser pior ainda. A população mundial está
estimada em 9 bilhões para o ano de 2050. E, para alimentar esse batalhão de
gente, a atual produção de alimentos precisará dobrar.
Mas a expansão das terras cultivadas e a criação de animais não vão
acompanhar esse ritmo. A solução, acreditam os especialistas, estaria nas
fazendas de criação de insetos. Na África, um dos continentes mais atingidos
pela fome, 62% dos países têm 500 espécies de insetos comestíveis presente
na região, por exemplo.
Comparada à pecuária, a criação desses bichos causaria um impacto
ambiental muito menor. Ela utiliza menos espaço e é mais barata. Além disso,
os insetos se reproduzem em uma velocidade maior e emitem menos gás
carbônico (causador do efeito estufa ). Outra possibilidade que esse tipo de
cultivo pode abrir é o aumento de renda familiar de comunidades carentes,
uma aposta da FAO, já que eles poderiam ter suas próprias criações e
comercializá-las.
Uma ressalva: uma criação como essa requer a mesma atenção zootécnica
que qualquer outro animal.
E os artrópodes apresentam ainda uma relação eficiente entre ração e carne
produzida. Estudos recentes feitos por um grupo de pesquisadores brasileiros
mostram que os insetos têm mais carne a ser aproveitada e podem converter 2
kg de ração em 1 kg quilo de massa. No caso do gado, são necessários 8 kg
de ração para produzir 1 kg de carne.
Comer insetos, uma questão cultural
A rejeição aos insetos é uma questão cultural. Para muitas pessoas, esse
hábito é visto como um comportamento primitivo, por isso o preconceito. Mas
os números podem surpreender. Atualmente, mais de dois bilhões de pessoas
usam os insetos em suas refeições diárias. A maioria em países do sul da Ásia
e regiões tropicais, como América Central, que abrigam mais de 300 espécies
de insetos comestíveis.
O Camboja ( sudeste asiático ), por exemplo, possui aranhas como iguarias
tradicionais; a China aprecia espetos de grilos e larvas de bicho-da-seda. No
México é possível degustar lagartas, ovos de mosquito, gafanhotos e
percevejos, e na Índia, o cupim ao molho curry é prato popular.
A prática de comer insetos é chamada de entomofagia. Durante séculos,
muitos povos incluíram insetos em seus cardápios. Na Roma e Grécia
Antiga eram comuns banquetes repletos de larvas de besouros e de
gafanhotos.
Segundo o último levantamento feito por cientistas, em abril de 2012, existem
1.900 espécies comestíveis de insetos. O maior grupo é o de coleópteros
(besouros), com mais de 400 espécies, seguido por himenópteros
(principalmente formigas ), com algo em torno de 300 espécies, ortópteros
(gafanhotos e grilos) e lepidópteros ( lagartas de borboletas e mariposas ),
cada grupo com mais de 200 espécies registradas, além de cupins, cigarrinhas
e moscas, dentre outros.
Os insetos podem ser consumidos em qualquer estágio de desenvolvimento ,
mas a maioria dos alimentos para consumo humano envolvem insetos em
forma de larva (em fase de desenvolvimento) ou pupa (estágio do inseto entre
a larva e o adulto), etapas que fazem parte do ciclo dos insetos holometábolos,
ou seja, aqueles que apresentam metamorfose completa durante o seu
desenvolvimento.
No Brasil, o “cascudo” mais famoso é a saúva, formiga que pode ser
encontrada principalmente em panelas da região Norte . O hábito é uma
herança dos índios amazônicos e dizem que o gosto lembra o de camarão.
Atualmente, apenas uma empresa localizada em Minas Gerais trabalha com a
produção de alimentos à base de insetos no país e já apresentou um pedido
para vender insetos para consumo humano ao Ministério da Agricultura.
Para acostumar a população a esse tipo de alimento, em 2013, duas redes de
supermercados da França começaram a oferecer produtos testes e rodadas de
degustação. É uma forma de fazer com que as pessoas deixem de ver
estranheza num prato com larvas, minhocas e besouros.
Os benefícios e as vitaminas
Comer insetos não faz mal à saúde dos humanos –nós já utilizamos remédios
feitos de insetos, por exemplo. Esses animais são ricos em proteína, moléculas
importantes na constituição do organismo . A proporção é vantajosa: um corpo
de um inseto pode conter até 80% de proteína (o excesso de proteína deve-se
ao sangue de temperatura fria desses bichinhos). Além disso, eles também são
ricos em lipídeos de qualidade (gordura), fibra, vitaminas e minerais .
O besouro, inseto mais consumido por humanos, por exemplo, possui uma
concentração de ferro mais alta do que um bife de carne bovina. O mineral é
um nutriente importante e sua deficiência pode causar anemia. Já o
gafanhoto S. histrio , oferece vitamina D em níveis semelhantes ao do peixe
arenque, ao do fígado de galinha cozido ou à gema do ovo. A formiga da
espécie Atta cephalotes (tanajura ou saúva) também não fica atrás: possui
mais proteínas (42,59 %) do que a carne de frango (23 %) ou bovina (20 %).
Mas cuidado: não dá para adotar essa iguaria no cardápio "caçando" no jardim
de casa. Assim como os animais, os insetos podem estar contaminados ou
podem ser focos de doença e pesticidas. A recomendação é que venham de
criadores responsáveis.
Falta de água: com alto consumo, problema afeta a geração de energia
2
Basta uma redução na quantidade de chuvas que as notícias logo chegam: vai
faltar água na sua cidade. Em março, após uma longa estiagem no verão, o
nível do reservatório do Sistema Cantareira, que abastece a Região
Metropolitana de São Paulo , chegou a 15% , o mais baixo patamar desde que
o sistema foi construído, em 1974. O normal para essa época seria de 60%.
Direto ao ponto: Ficha-resumo
Para compensar a perda do volume de água fornecido pela empresa Sabesp,
municípios abastecidos pelo sistema adotaram medidas de diminuição do
consumo. No futuro, a situação pode piorar. Na Região Metropolitana de São
Paulo, por exemplo, a demanda por água será 27% maior em 2035.
Além do uso doméstico (em Nova York, um cidadão chega a gastar 2.000 litros
de água potável por dia) e público, os recursos hídricos são utilizados na
agricultura, pecuária, indústria (para fabricar 1 kg de aço são necessários 600
litros de água) e na geração de energia nas usinas hidrelétricas.
A geração de energia hidrelétrica , nuclear e térmica precisa de água. No Brasil,
as usinas hidrelétricas são responsáveis por mais de dois terços da energia
gerada no país. Assim, a falta de chuvas e a escassez de água afetam o
fornecimento de luz, gerando apagões, racionamento entre outras medidas.
Uma recente decisão do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) foi
aumentar a capacidade de geração das termoelétricas, que custam mais caro.
Esse custo adicional será repassado ao consumidor brasileiro na hora de pagar
a conta de luz .
Com o crescimento da população , o inchaço desordenado das cidades e o
desenvolvimento econômico que aumenta a demanda por recursos hídricos, a
água de qualidade é cada vez mais escassa.
Escassez de água
A necessidade de um consumo consciente e a escassez da água levou
a ONU (Organização das Nações Unidos) a criar em 2004 o Dia Mundial da
Água , em 22 de março.
A água é um elemento fundamental a todo ser vivo. Mas o acesso à água
potável sempre foi um problema para as populações do mundo . A Terra é
composta de 70% de água, a maior parte localizada nos oceanos. Desse
percentual, cerca de 3% é formado por água doce. E grande parte dela se
encontra congelada nas calotas polares ou embaixo da superfície do solo .
A possibilidade da escassez de água futura alerta o Brasil para a necessidade
de reduzir sua dependência das grandes hidrelétricas. Um relatório recente
produzido pela Coppe/UFRJ, área de engenharia da universidade, e financiado
pelo Banco Mundial , aponta para a possibilidade das hidrelétricas em
construção Santo Antonio, Jirau e Belo Monte não gerarem a energia esperada
devido à falta de chuvas na Amazônia.
Dados da ONU de 2006 estimam que até 2050 mais de 45% da população
mundial não terá acesso à água potável. Segundo a previsão dos organismos
internacionais, quase todos os três milhões de habitantes que devem ser
adicionados à população mundial até 2050 nascerão em países que já sofrem
com a escassez desse recurso. As áreas mais atingidas serão a África, a Ásia
Central e o Oriente Médio. Num futuro não muito distante, o cenário desenhado
é de países brigando mais por água e menos por petróleo.
Vários problemas afetam a qualidade da água e agravam o seu desperdício.
No campo, as técnicas inadequadas de irrigação e o uso abusivo de produtos
químicos afetam o meio ambiente. O problema se agrava com o desmatamento
e remoção de áreas de vegetação e matas ciliares que protegem os rios. Nas
cidades, o lançamento de lixo e esgoto sem tratamento podem poluir os
mananciais que abastecem a região. Sem contar ações cotidianas, como
fechar a torneira enquanto escovar os dentes, economizar o tempo no banho,
ensaboar a louça com a torneira fechada, entre outras.
Brasil, uma potência hídrica
Segundo a ANA ( Agência Nacional das Águas), o Brasil é considerado a maior
potência hídrica do planeta – dados estimam que o país detenha
aproximadamente 12% da água doce do mundo.
O maior potencial hídrico do Brasil é a Amazônia. No entanto, o uso da
água para gerar energia a partir de uma hidrelétrica implica inundar grandes
áreas, o que é visto como um problema socioambiental.
A riqueza de volume de água é garantida pelas chuvas tropicais e por três
grandes bacias: Amazônica, São Francisco e Paraná. Além disso, o Brasil
possui a maior reserva de água doce subterrânea do mundo, o aquífero
Guarani, que abrange parte dos territórios da Argentina, do Brasil, do Paraguai
e do Uruguai e cruza a fronteira de oito Estados brasileiros (Goiás, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina
e Rio Grande do Sul ), e já abastece cidades próximas.
O aquífero é uma formação geológica rochosa capaz de armazenar e ceder
água subterrânea, abastecendo poços artesanais e fontes de água doce. Para
especialistas, os aquíferos poderiam ser uma alternativa para atender
necessidades futuras de consumo de água . No entanto, essa não é uma
solução simples.
O problema é que em quase todos os continentes, importantes aquíferos estão
sendo esgotados de forma mais rápida que o tempo de recarga, como é o caso
da Índia, China, Estados Unidos, norte da África e Oriente Médio , causando
um déficit hídrico mundial de cerca de 200 bilhões de metros cúbicos por ano.
Além do risco de contaminação, cidades que estão sob estas águas
subterrâneas podem afundar com o uso indiscriminado, com aconteceu na
Cidade do México (México) e na Califórnia (EUA). Ou seja, são exemplos do
desperdício da água e de uma possível solução para um dos principais
desafios mundiais do século 21.