39
ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA Módulo 6. Estado e Poder Estudo de Caso: ANGOLA Claudia Generoso de Almeida [email protected] @ António Ole, 1978 Sessão 18/11/2016

ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

  • Upload
    lyhanh

  • View
    225

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA Módulo 6. Estado e Poder Estudo de Caso: ANGOLA

Claudia Generoso de Almeida [email protected]

@ António Ole, 1978

Sessão 18/11/2016

Page 2: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

Resumo da sessão de 16 de Novembro

» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal Internacional (TPI) (Burundi, Gambia, África do Sul) » Informalização do poder e das instituições: «instrumentalização da política da desordem» » Neopatrimonialismo e o big man rule como características fundamentais do exercício do poder nos Estados em África

Page 3: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

Estados que ratificaram o Estatuto de Roma

Angola assinou mas não ratificou, não há jurisdição automática do TPI

Page 4: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

ESTUDO DE CASO: ANGOLA

Page 5: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

Perguntas que vão orientar a nossa análise

1. Que principais fases se podem identificar na formação do

Estado de Angola? - trajectória histórica

2. Que efeito teve o fim da guerra civil em termos de

consolidação do poder na figura do presidente e do MPLA?

3. Que características são apontadas ao Estado angolano e

quais as principais questões críticas?

Page 6: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

De que Estado estamos a

falar:

1 246 700 km2

25 789 024 habitantes

18 províncias

Línguas: o português falado por

71,15% de angolanos,

umbundu como a segunda

mais falada (22,96%)

Ver: http://opais.co.ao/mais-de-

7-milhoes-de-angolanos-falam-

linguas-nacionais/

Fonte: Censos de 2014

Page 7: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

Fonte:

http://angolanoticias.blogs

pot.pt/2013/03/idiomas-

de-angola-e-os-grupos-

etnicos.html

Page 8: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

Hino Nacional Angola Avante!

(Letra Manuel Rui, Composição Rui Mingas)

Angola, avante!

Revolução, pelo Poder Popular!

Pátria Unida, Liberdade,

Um só Povo, uma só Nação!

Page 9: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

Manuel Rui (Alves Monteiro)

(Huambo, 4 de Novembro de 1941, Ministro da

Informação do MPLA durante o governo de transição,

membro fundador da União dos Escritores Angolanos,

autor da letra do Hino Nacional de Angola)

Quem me dera ser onda (1982)

Criação de um leitão no sétimo andar de um prédio,

contra a lei, até ao carnaval da vitória

Cumprimento dos ideais da revolução e a construção

da nação angolana.

Page 10: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

1. Formação do Estado angolano

a) O processo de descolonização

b) O pós-independência

c) A transição para a democracia multipartidária

d) O fim da guerra civil e o «dividendo da paz»

Page 11: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

1. Formação do Estado angolano

a) O processo de descolonização

- Transferência exclusivista de poder no Acordo de Alvor (15 de Janeiro

de 1975): 3 movimentos nacionalistas

FNLA MPLA UNITA

- Um só território, uma só nação: Mas o que dizer do Enclave de Cabinda?

- O nascer sangrento do novo Estado (a dipanda – independência-

proclamada a 11 de Novembro de 1975): guerra entre os 3 movimentos

Ver:

http://www.projectotrilhos.com/pt/home

Page 12: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA): anteriormente designada

União das Populações de Angola (UPA), o movimento foi fundado como

resultado de um acordo de fusão entre a UPA e o Partido Democrata de Angola

(PDA) a 27 de Março de 1962. Dirigido por Holden Roberto, o movimento

estabeleceu-se no norte de Angola e representaba ogrupo étnico dos bakongo

Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA): oficialmente fundado

em 10 de Dezembro de 1956 em resultado da fusão de quatro organizações -

PLUAA (Partido de Luta Unida dos Africanos de Angola), MIA (Movimento para

a Independência de Angola), MINA (Movimento pela Independência Nacional

de Angola) e PCA (Partido Comunista de Angola). Principalmente intelectual e

urbano, formado por mestiços e assimilados educados da zona de Luanda.

Dirigido por Agostinho Neto.

União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA): oficialmente

fundado em Marzo de 1966, baixo a liderança de Jonas Savimbi, era um

movimento pluriétnico, embora com o apoio significativo do grupo mais

expressivo de Angola (os ovimbundu).

Os 3 principais movimentos nacionalistas ou de libertação de Angola

Page 13: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

Enclave descontínuo do país, rico em petróleo,

localizado na costa ocidental africana, com cerca de 7.680 km2

Acordo de Alvor; anexação de Cabinda como parte

integrante do futuro Estado africano, sem o prévio

consentimento dos autóctones do Enclave (Bembe

2010)

FLEC - Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (fundada em 1963): recusa

qualquer saída que não seja a autodeterminação e a independência do território,

que considera protectorado português à luz do famoso Tratado de Simulambuco

(1885)

Presidente de Angola considerou, em 26 de Fevereiro de 2002, que Cabinda seria

também “uma questão a tratar no âmbito da reforma constitucional” (Bembe 2010)

Finais de 2005 abriu-se uma ronda de negociações directas entre o governo de

Angola e o Fórum Cabindês para o Diálogo (organização que alega agrupar todas

as forças de resistência de Cabinda)

Memorando de Entendimento do Namibe de 1 de Agosto de 2006: a manutenção

da “República de Angola como Estado unitário e indivisível, democrático e de

direito”. Estatuto especial à província

Page 14: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

https://www.facebook.com/coque.mukuta/videos/1138751869544019/

https://soundcloud.com/kabuabuata/angola-41-depois-mpla-dirigiu-da-

pior-forma-possivel-os-destinos-de-angola-nelito-ekuikui

http://sicnoticias.sapo.pt/programas/reportagemsic/2016-11-17-

Angola-um-pais-rico-com-20-milhoes-de-pobres-1

“Analise aos 41 anos de independência de Angola, Avanços e Recuos’’

Debate (12/11/2016), levado a cabo pelo Centro de Integridade pública de

Angola, na sua décima edição, no programa: “TURBILHÃO DA

SOCIEDADE” com duração de 45 minutos, com Nelito Ekuikui (secretário

regional da UNITA no município de Belas) e Walter Ferreira (jurista, ligado

ao MPLA, Coordenador da Plataforma Juvenil pela Cidadania)

Debate sobre os legados da independência

Page 15: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

1. Formação do Estado angolano

b) O pós-independência:

- Regime monopartidário (1975-1992): MPLA governa enquanto partido

único a República Popular de Angola com a oposição (do FNLA) da

UNITA.

- Guerra civil (1975-2002): Estado ausente de grandes parcelas do

território, sem capacidade tributária, e não garante a segurança fora dos

meios urbanos (Soares de Oliveira, 2015)

Page 16: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

1. Formação do Estado angolano

b) O pós-independência:

- Guerra civil (1975-2002): 1975-1991; Esforço Bicesse; 1993-2002

3 Dimensões do conflito armado (1975-1991)

Civil: fracturas no nacionalismo angolano, construção do Estado-Nação,

base étnica-rival

Regional: regime do apartheid na África do Sul e regime de Mobutu no

Zaire

Global: Guerra fria. A intervenção indirecta dos EUA (UNITA) e Rússia

(MPLA) e directa da África do Sul (UNITA) e Cuba (MPLA)

Sugestão de documentário: Jihan El Tahri Cuba, an African Odyssey (2007).

3 fases da guerra (1975-1991)

1975-1979: entusiasmo e euforia do MPLA e sobrevivência da UNITA

1980-1984: frustração político-militar do MPLA (negociação com a África

do Sul (Acordo de Lusaka Fevereiro de 1984) e entusiasmo da UNITA

pela vitória

1985-1989: empate militar e procura de uma solução negociada ao

conflito, abertura político-económica.

Page 17: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

1. Formação do Estado angolano

c) A transição para a democracia multipartidária

- A promessa de paz nos Acordos de Bicesse (1991) e nas primeiras

eleições multipartidárias (1992)

- Volta à Guerra (1993-2002): consolidação do poder presidencial

Assinatura do Protocolo de Lusaka (20 de Novembro de 1994), após mais

de 11 meses de negociações entre o governo do MPLA e a UNITA, na

presença de José Eduardo dos Santos e ausência de Savimbi.

O Governo de Unidade e Reconciliação Nacional (GURN) é empossado em

11 de Abril 1997. Com 28 ministros, 58 vice-ministros e um secretário de

Estado, o executivo é dirigido por Fernando França Van-Dúnem e abrange

todas as formações políticas nacionais com assento no parlamento. A UNITA

participa neste Governo com quatro ministros e sete vice-ministros.

- Acumulação primitiva de capital por parte de uma minoria: especulação

comercial, manipulação da taxa de cambio, programa de privatização

(Soares de Oliveira 2015,195-197)

Page 18: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

Legislativas Número de votos (%)

MPLA 1.976.940 (53,7 %)

UNITA 1.258.103 (34,1 %)

Presidenciais Número de votos (%)

José Eduardo dos Santos 1.877.052 (49 %)

Jonas Malheiro Savimbi 1.547.586 (40 %)

Angola: Resultados das Eleições Gerais

de 1992

Fonte: Clemente-Kersten (1999, 71-74); Estatística das Eleições de 1992,

Comissão Nacional Eleitoral de Angola

(http://www.cne.ao/estatistica1992.cfm)

Nota: necessidade de 2ª volta nas presidenciais que não chegou a acontecer.

Page 19: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

1. Formação do Estado angolano

d) Fim da Guerra e o «dividendo da paz»

- Fim da Guerra (vitória militar do governo do MPLA): Memorando de

Luena (em 30 de Março de 2002, o chefe do Estado Maior Adjunto das FAA,

general Geraldo Nunda, e o chefe do Alto Estado Maior Geral das Forças

Militares da UNITA, general Abreu Muengo "Kamorteiro", rubricam no Luena,

Moxico, os termos de um acordo de cessar-fogo em Angola, ratificado depois

em Luanda). O país urbano, civilizado e moderno; a parceria com a

China, a cedência de recursos em troca da construção de infra-

estruturas, com governo angolano a enviar petróleo em troca de linhas

de crédito chinesas (Alves e Power 2012)

- Consolidação do posicionamento de poder do MPLA e reforço dos

poderes do presidente

Page 20: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

Fonte: “O Rei Sol”, Caricatura de JES feita pelo jornal Expresso

Nascido em Luanda, 28 de Agosto 1942

Licenciado em Engenharia de Petróleos (União Soviética)

Foi Ministro das Relações Exteriores, Ministro do Planeamento e

Desenvolvimento Económico

Com a morte de Agostinho Neto passa a assumir a presidência

(1979).

2º Presidente em África que está há mais tempo no poder (1º Obiang

na Guiné Equatorial)

Presidente José Eduardo dos Santos

Page 21: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

1. Formação do Estado angolano

d) Fim da Guerra e o dividendo da paz

- Estado paralelo (presidência e Sonangol, 2º maior grupo empresarial de

África) (Soares de Oliveira, 2015, 51). Controlo das receitas pela

presidência, substituição da administração pública

- Cooptação (de autoridades tradicionais para expandir a influência do

Estado,veja-se em Maio de 2012, 41 554 autoridades reconhecida pagas

pelo governo; de militares por via da expropriação de terras e extracção

de minério (Soares de Oliveira 2015, 178 e 182)

- Subdesenvolvimento da administração do Estado: “a administração do

Estado se encontra subordinada ao partido e que ambos obedecem ao

diktat do presidente” (Soares de Oliveira, 2015, 142)

- Controlo do presidente dos métodos de exercício da violência

- Nova constituição de 2010: eliminação de eleições presidencias directas.

José Eduardo dos Santos pode ficar no poder até 2022.

Page 22: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

1. Formação do Estado angolano

d) Fim da Guerra e o dividendo da paz

- O MPLA como gatekeeper e vigilante do passado

Schubert (2016): «as pessoas procuram, de forma consciente e activam

a filiação no regime como estratégia de mobilidade social, para

aumentar o seu poder relativo riqueza e estatuto»

- MPLA como instrumento do presidente, burocracia presidencial (Casa

Civil e Casa Militar) acima dos organismos da administração pública

- Regime de partido dominante (eleições 2008, 2012 e 2017 (?)): o mesmo

partido ganha as eleições com maioria de forma consecutiva.

Page 23: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

MPLA 81.64%

UNITA 10.39%

PRS 3.17%

ND 1.20%

FNLA 1.11%

Votantes: 87.4% Eleições Legislativas 2008

Fonte: Africa Elections Database

(http://africanelections.tripod.com/)

Page 24: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

MPLA 71.85%

UNITA 18.67%

CASA-CE 6.00%

PRS 1.71%

FNLA 1.13%

Votantes: 62.8%

Eleições Legislativas 2012

Fonte: Africa Elections Database

(http://africanelections.tripod.com/)

Page 25: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

3. Características do Estado angolano

Estado frágil que não chega a todo o território;

O Estado distribui bens privados, e não públicos, por via partidária e não por

via administrativa (Soares de Oliveira 2015, p. 291)

Estado que não garante as liberdades políticas (atrofia)

Neopatrimonialismo e personalização do poder na figura do presidente e dos

seus seguidores (círculo chegado de pessoas)

Estado rendeiro: sistema extractivo de rendas assente na exploração

petrolífera, dependência face ao petróleo

Corrupção

Pobreza e baixos índices de desenvolvimento humano

Page 26: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

Estado frágil

Fonte: http://fsi.fundforpeace.org/2016-angola

Page 27: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

Liberdades políticas: Estado angolano considerado não livre

Page 28: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

Estado rendeiro: dependência face ao petróleo

Page 29: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

Receitas petróleo (% do PIB): queda do preço do barril afectou fortemente as receitas

Fonte: World Bank, 2011

Page 30: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

Fonte: Transparency International, 2015

Score: 15/100

Altos níveis de corrupção

Page 31: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

Esperança média de vida: 56 anos

Cerca de 32% da população vive com

2 dólares por dia.

Fonte: World Bank

Page 32: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

Angola: baixo índice de desenvolvimento humano

(esperança média de vida; educação, rendimento per capita)

Fonte: Human Development Report, 2015

(149/188)

Page 33: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

3. Questões críticas

Política: sucessão do JES. Necessidade de controlar o processo,

proteger a sua família, os seus aliados e o seu legado.

O presidente anunciou em Março de 2016 que se retiraria do seu

cargo em 2018. Mas as eleições são em 2017 e o MPLA aprovou

de forma unânime a sua candidatura.

Económica: crise atual com a queda do preço do petróleo

Social: descontentamento e aumento da pobreza

Page 34: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

Bibliografia sobre Angola

História de Angola

- Birmingham, David. 2015. A Short History of Modern Angola. London: Hurst.

-Chabal, Patrick e Nuno Vidal (coord.). 2008. Angola, the Weight of History.

London: Hurst.

- Fernandes, João e Zavoni Ntondo. 2002. Angola: povos e línguas. Luanda:

editorial Nzila

- Wheeler, Douglas e René Pélissier. 2009. História de Angola. Lisboa: Tinta da

China.

- Sousa Santos, António Egidio. 2012. Esboço da história política de Angola :

como poderia silenciar-me? Luanda: Kilombelombe.

Processo de descolonização

-Cardoso, Silva. 2000. Angola. Anatomia de uma Tragédia. Lisboa: Oficina do

Livro.

-Costa Pinto, António. 2001. O Fim do Império Português. A Cena Internacional, a

Guerra Colonial e a Descolonização, 1961-1975. Lisboa: Livros Horizonte.

-Guerra, João Paulo. 2009. Descolonização portuguesa: o regresso das

caravelas. Lisboa: Oficina do Livro.

-Marques, Alexandra. 2013. Segredos da Descolonização de Angola. Lisboa: Dom

Quixote.

-Pezarat Correia, Pedro. 1996. Angola: do Alvor a Lusaka. Lisboa: Hugin.

Page 35: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

Bibliografia sobre Angola

Guerra civil

- Beck, Teresa Koloma. 2012. The Normality of Civil War: Armed Groups and

Everyday Life in Angola. Frankfurt y Nueva York: Campus Verlag. Birmingham,

- Brittain, Victoria. 1998. Morte da Dignidade. A Guerra Civil em Angola. Lisboa:

Publicações Dom Quixote.

- Guimarães, Fernando A. 1998. The Origins of the Angolan Civil War: Foreign

Intervention and Domestic Political Conflict. Basingstoke: Macmillan Press

- Hare, Paul. 1996. A Última Grande Oportunidade para a Paz em Angola. Porto:

Campo das Letras.

- Heywood, Linda. 2000. Contested power in Angola, 1840s to the present. Nueva

York: University of Rochester Press.

-Koné, Amadou. 2013. De la guerre d'indépendance à la guerre civile et

internationale en Angola (1961-1991). Paris: Connaissances et Savoirs.

- Maier, Karl. 1996. Angola: Promises and Lies. Londres: Serif.

- Messiant, Christine. 2008. L'Angola postcolonial. 1. Guerre et paix sans

democratisation. Paris: Kartahala.

- Milhazes, José. 2009. Angola. O princípio do fim da União Soviética. 2ª ed.

Lisboa: Vega

- Minter, William. 1994. Os contras do apartheid. As raízes da guerra em Angola e

Moçambique. Maputo: Arquivo Histórico de Moçambique.

Page 36: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

Bibliografia sobre Angola

Guerra civil

- Monteiro, António. 2006. «Portugal, os Estados Unidos e a Guerra Angolana. Uma

Parceria para a Paz», em Regimes e Império: As Relações Luso-Americanas no

século XX, coord. Luís Nuno Rodrigues, 243-278. Lisboa: FLAD w IPRI.

- Nogueira Pinto, Jaime. 2011. Jogos Africanos. Lisboa: Esfera dos Livros

- Vieira da Silva, Sérgio. 2013. Política e Poder na África Austral (1974-1989). Lisboa:

Escolar Editora

- Vines, Alex. 1995. «La troisième guerre angolaise», Politique Africaine 57 (Março):

27-39.

-Weigert, Stephen L. 2011. Angola: A Modern Military History, 1961-2002. New York

York: Palgrave Macmillan.

Acordos de Bicesse, Nações Unidas e Eleições de 1992

- Albuquerque, Carlos. 2002. Angola – A Cultura do Medo. Lisboa: Livros do Brasil.

- Anstee, Margaret. 1996. Orphan of the Cold War: The Inside Story of the Collapse of

the Angolan Peace Process 1992-3. New York: Palgrave MacMillan.

- Anstee, Margaret. 2001. «The role of international mediators in conflicts: Lessons

learned from Angola», Cambridge Review of International Affairs 14 (2): 70-79.

- Bayer, Tom. 1992. «Angola Presidential and Legislative Elections, September 29-30

1992», Report of the IFES Observation Mission. Washington, DC: International

Foundation for Electoral Systems.

Page 37: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

Bibliografia sobre Angola

Acordos de Bicesse, Nações Unidas e Eleições de 1992

- Beckoe, Dorina A. 2008. Implementing Peace Agreements. Lessons from

Mozambique, Angola, and Liberia. New York: Palgrave MacMillan.

-Bittencourt, Marcelo. 2010. «Conflictos, Identidades e Voto em Angola», en África

passado e presente: II encontro de estudos africanos da UFF, coords. Alexandre

Ribeiro, Marcelo Bittencourt y Alexsander Gebara (ebook). Niterói: PPGHistória-UFF

- Clemente-Kersten, Ana Catarina. 1999. «Angola», em Elections in Africa - A Data

Handbook, coords. Dieter Nohlen, Bernard Thibaut y Michael Krennerich, 65-79.

Oxford: Oxford University Press.

- Cohen, Herman J. 2000. Intervening in Africa: Superpower Peacemaking in a

Troubled Continent. Nueva York: St. Martin’s Press.

- Krška, Vladimír. 1997. «Peacekeeping in Angola (UNAVEM I and II)», International

Peacekeeping 4 (1): 75-97

-Malaquias, Assis. 2006. «The UN in Mozambique and Angola: Lessons learned»,

International Peacekeeping 3 (2): 87-103.

-Pereira, Anthony W., 1994. «The Neglected Tragedy: the Return to War in Angola,

1992–3», The Journal of Modern African Studies 32 (1): 1-28.

-Santos, Onofre dos. 2005. Eleições angolanas 1992: uma lição para o futuro.

Washington: International Republican Institute.

-Vidal, Nuno e Justino Pinto de Andrade (coord.). 2008. O Processo de Transição

para o Multipartidarismo em Angola, 3ª ed. Luanda e Lisboa: Firmamento e Livrarias

Nobel.

Page 38: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

Questão de Cabinda

- Bembe, Miguel. 2013. Análise do Processo de Paz no Enclave de

Cabinda. Cadernos de Estudos Africanos 20: 27-54.

-Bembe, Miguel. 2013. A Questão de Cabinda - Uma Visão Estratégica

(Evolução da Situação e Cenários de Futuro). Luanda-Angola: Gráfica das

Edições de Angola (EAL).

- Bembe, Miguel. 2014. Mecanismos de Partilha do Poder e Acomodação

das Elites (Modelo e Processo para o Enclave de Cabinda). Lisboa: Instituto

Superior de Ciências Sociais e Políticas.

-Human Rights Watch. 2004. Angola: Between War and Peace in Cabinda.

Londres: HRW

- Martin, Phyllis.1977. «The Cabinda connection – An historical

perspective», African Affairs 76 (302): 47-59.

Bibliografia sobre Angola

Page 39: ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA - · PDF file» A situação recente de saída de alguns Estados Africanos do Tribunal Penal ... do poder na figura do presidente e dos seus seguidores

Bibliografia sobre Angola

Pós-guerra civil

- Alves, Ana Cristina e Marcus Power (coord.). 2012. China and Angola: A Marriage of

Convenience?. London: Pambazuka Press.

-Faria, Paulo Conceição João. 2013. «The Dawning of Angola's Citizenship

Revolution: A Quest for Inclusionary Politics», Journal of Southern African Studies 39

(2): 293-311.

-Ferreira, Manuel Ennes. 1994/1995. O processo de privatização em Angola. Política

Internacional, I (10): 177-1996.

- Florêncio, Fernando, org. 2016. Dynamics of Social Reconstruction in Post-War

Angola. Freiburg: Arnold Bergstraesser Institut.

-Hodges, Tony. 2004. Angola: anatomy of an oil state. 2ª ed. Bloomington: Indiana

University Press

- Martins, Vasco. 2016. «Politics of power and hierarchies of citizenship in Angola»,

Journal of Citizenship Studies

-Pearce, Justin. 2015. Political Identity and Conflict in Central Angola 1975-2002.

Cambridge: Cambridge University Press.

-Schubert, John. 2016. «‘A Culture of Immediatism’: Co-optation and Complicity in

Post-war Angola», Journal Ethnos

- Soares de Oliveira, Ricardo. 2015. Magnífica e Miserável Angola desde a Guerra

Civil. Lisboa: Tinta da China.

-Tvedten, Inge. 1997. Angola: Struggle for Peace and Reconstruction. Boulder, CO:

Westwiew Press.

- Vidal, Nuno e Justino Pinto de Andrade. 2011. Economia política e Desenvolvimento

em Angola. Luanda: Chá de Caxinde.