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Novembro - 2014 E AGORA?

Ed. 08 Novembro 2014 - O Mirante

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Revista Digital desenvolvida pela Empresa de RH Dorsey Rocha & Associados.

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Novembro - 2014

E AGORA?

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01 Novembro 2014 - E agora?

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Editorial

“E agora José?

A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou. E agora, José?”

O ano de 2014 se aproxima do seu final e nos convida a algumas reflexões. Vivemos, ainda no primeiro semestre, as atribulações da Copa do Mundo e já recentemente cumprimos mais uma etapa do processo eleitoral escolhendo o principal mandatário, governadores e membros do legislativo.

Independentemente do nosso grau de satisfação com o desfecho, não é exagero retórico afirmar que estamos amadurecendo como animais políticos, aprendendo com a experiência do voto.O ano que está findando foi (e é) extremamente delicado e complexo para a nossa economia, afetando, consequentemente, o futuro das organizações em geral. As perspectivas para 2015 são difusas, deixando no ar um clima de apreensão.

Nosso mote para o Mirante é “E agora, José?” em homenagem ao poeta Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) autor do poema “José”, publicado em 1942. O tema sugere a coragem de olhar o seu entorno, a coragem de olhar dentro de si, buscando elementos para novas e, às vezes, radicais decisões.

O consultor Carlos Carvalho investiga o entorno complexo e intrin-cado, procurando extrair dessa aparente desordem os elementos para decisões tempestivas e inovadoras. A médica e administradora Marisa Madi apresenta a dimensão transcendente dos processos de qualidade no contexto da saúde e os benefícios decorrentes para as pessoas e para a comunidade.

O diretor Ely Bisso faz uma correlação entre as expectativas do empresariado e as prioridades para os próximos quatro anos degoverno. O livro sugerido “O Deserto dos Tártaros” de Dino Buzatti aborda o caráter atemporal e universal, comum a toda a espécie humana: a busca do significado.

Na seção “Ponto de Vista” uma reflexão sobre a peça “O Rinoceronte” de E. Ionesco e os perigos de um conformismo quase patológico.

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m momentos de recessão ou crise a primeira coisa que vemos e sentimos em nosso ambi-ente são cortes: de investimento, de verba, de visão de futuro e de esperanças.

Tudo parece ficar mais difícil, mais lento. Nesse mo-mento, muitas vezes não conseguimos ver cenários mais positivos ou uma “saída estratégica à esquerda”. Acabamos sofrendo de inércia ou ficamos à procura de um salvador, um iluminado que nos mostre uma nova possibilidade.

As crises sempre são fontes de oportunidades, é a frase que mais se repete quando estamos em meio a uma. Mas, o que há de verdadeiro nessa afirmação? Há brechas nas dificuldades?

Sim, durante as crises as chances mudam de forma. Em épocas de boa economia o glamour, o luxo e a abundância são as estrelas; mas em momentos difíceis os “produtos de luxo” são deixados de lado viram “supér-fluos”, porque é necessário economizar. Ou, pelo menos, ser prudentes. É a hora de buscar alternativas e mudar o mindset.

São infinitas possibilidades na vida – escolhas, opções, novos desdobramentos, transformação de cenário. E como é importante manter-se flexível e aber-to à mudança para superarmos quaisquer dificuldades. É preciso levar em conta todas as opções que temos.

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03 Novembro, 2014 - E agora?

“NA HORA DA INCERTEZA”

OPORTUNIDADES ESTÃO AÍ PARA

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Divirta-se e ria um pouco do dia a dia. Procure novas maneiras de lidar com as velhas situações. Alguns chamam isso de repaginar, outros de inovação, mas o ponto para pensar é que ao se adaptar ao mundo à sua volta você também irá criar uma maneira eficaz de conquistar seus objetivos atuais.

Concentre toda a sua energia em terminar o serviço a que se propôs, seja ele qual for. Mas preste atenção nos seus relacionamentos; cheque os fatos, leia as entre-linhas e dedique-se a aumentar sua percepção de mun-do. Identifique quais oportunidades estão à sua espera. Transforme sua ação, quem sabe desenvolvendo uma nova habilidade ou aprendendo diferentes técnicas.

Faça um esforço para melhorar seus conhecimentos.

É tempo de acrescentar variedade à sua vida de alguma maneira, para não ficar às voltas com a mesma rotina de sempre ou ser sufocado por ela.

Em tempos de crise a criatividade fica mais aguçada, o que, aliás, o brasileiro tem de sobra. Se bem aplicada gera resultados e progresso.

Não basta ter pensamentos inspiradores: é essen-cial colocá-los em prática. Em meio a tanta crise, as oportunidades estão aí para quem persevera e age. Reflita, observe, faça, contribua com a transformação necessária.

Carlos CarvalhoConsultor Dorsey Rocha & Associados 04

“NA HORA DA INCERTEZA”

QUEM AS PROCURA E OU AS ENCONTRA.

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05 Novembro, 2014 - E agora?

A MAGIACONCRETA

de viver o outro LADO

esde o início da minha carreira na administração de hospitais, me interessei pelo tema da Qualidade e estive envolvida com alguma atividade relacionada. Durante 15 anos participei de um programa de avaliação e certificação de hospitais e tive a oportunidade de desenvolver as habilidades de uma avaliadora, o que muito contribuiu para minha atuação como gestora.

Durante o processo de avaliação dos hospitais, em no máximo uma semana, trabalhava a busca por evidências do cumprimento de padrões e requisitos exigidos pelo programa. Concretamente, leitura de relatórios de indi-cadores e documentos, entrevistas com os gestores, colaboradores e pacientes, observação. Porém, uma parte subjetiva sempre aparecia; tímida nas minhas primeiras avaliações e saltando aos olhos quando passei para a posição de coordenadora.

Era essa parte subjetiva que me fascinava e ao mesmo tempo me intrigava. No momento em que era possível verificar que o hospital como um todo estava em sintonia, com o raciocínio administrativo pautado na quali-dade e o processo todo independia de uma pessoa ou pequeno grupo, mas incorporado por todos. Por outro lado, também era evidente quando este ponto “mágico” não havia acontecido, ainda.

Intrigava-me qual seria o caminho para chegar nesta virada, pois até então, não tinha tido a opor-tunidade de participar do processo completo de implantação de um programa de qualidade. Em alguns hospitais que trabalhei, cheguei a participar do início: o convencimento da alta direção, a sensibilização dos colaboradores, a formação de multiplicadores, os primeiros passos. Em outros, quando cheguei já havia a cultura implantada e o programa já estava incorporado, em manutenção: um ajuste aqui, outro ali.

No ICESP, pude viver a magia concreta do outro lado, praticamente desde o início.

O Projeto era a implantação do Programa de Qualidade e Segurança do Paciente como premissa da implantação do próprio Instituto. Por isso, já no segundo ano de funcionamento, em 2010, o ICESP buscou a Acreditação Hospitalar como um caminho metodológico para atingir este obje-tivo. Inicialmente, adotando o modelo de acreditação nacional pelo qual foi certificado em 2010, 2011 e 2012 e, a partir de então, a adoção do modelo de acreditação internacional, sendo recentemente certificado.

Da primeira acreditação com alcance nacional para a mais recente, em nível internacional, a “magia” foi se revelando muito mais concreta e envolta em muito esforço e suor. Foi fascinante vivenciar junto com o grupo de líderes do hospital, todos os sentimentos suscitados nesta caminhada. Da exaustão dramática da primeira avaliação para o cansaço gostoso da última. Do cumprimento do padrão com foco no reconhecimento externo, para o cumprimento do padrão para uma melhor segurança do paciente. De cuidar da minha área para cuidar do nosso processo. Do pedir ajuda para o meu chefe para levar a solução para o ele avaliar comigo. De momentos pontuais e intensos para uma profundidade constante e disciplinada.

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Diretora Executiva do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo

Marisa Madi

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O grupo foi amadurecendo e percebendo este crescimento. E qual foi o meu papel como líder de líderes? Onde e como meu papel de líder fez diferença em um grupo tão capacitado e competente? Esta reflexão foi permanente durante todo o processo. Não havia espaço para atrapalhar um movimento tão importante, não só para o ICESP, mas para o seu entorno. E não seria possível chegar ao reconhecimento final sem o envolvimento de todos, da alta direção a operação.

Passada a euforia do reconhecimento e da conquista de uma meta tão significativa, de uma entrega inédita nesta corporação e feitas as reflexões que um processo tão grandioso exige, listo abaixo algumas das funções que assumi e que, acredito, contribuíram neste caminho:

• Fornecer os meios.• Elencar as prioridades e comunicá-las todo tempo para todos.• Escolher um método de trabalho e sustentá-lo.• Empoderar pessoas. Ouvir e apoiar nos momentos de dificuldade.• Estar presente nos momentos de controle do projeto.• Buscar espaço junto à alta liderança para ter apoio.• Dar feedback positivo para as pessoas se sentirem seguras.• Dar limites para as pessoas se sentirem tranquilas.• Estar presente e à frente nos momentos críticos e de maior exposição.

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screvo impactado pela publicação de uma pesquisa realizada junto a líderes empresarias por uma revista de negócios. Eles responderam quais seriam as reformas mais importantes para o “Brasil que queremos”. A reforma mais votada foi a do ENSINO: teve 35% das preferências.

Este texto foi escrito uma semana antes do primeiro turno da eleição. Quando você estiver lendo já teremos um novo presidente. Quem será? Inconformado e esperançoso, acredito na possibilidade de um Brasil melhor.

Eu concordo que ela é a mais importante, primeiro por causa do impacto do ensino na produtivi-dade, mas não apenas isso: também pelo impacto na alienação da realidade, no interesse na políti-ca e na vida pública. Precisamos investir num ensino fundamental que enfatize o aprendizado de português, matemática e atualidades. Eu diria que nada mais seria necessário se os alunos soubes-sem ler e entender, escrever, fazer contas e estarem informados sobre o que está acontecendo de importante no mundo - já bastaria para aumentar muito a produtividade e o interesse.

A segunda mais votada foi a GESTÃO PÚBLICA, com 20%. Eu creio que, passada a eleição, os partidos maiores deveriam se unir em torno de uma agenda para o Brasil. Precisamos mudar a gestão pública. O país não pode ter 39 ministérios. Imaginem uma reunião do presidente com seus ministros e sendo permitido que cada um fale por três minutos o que de mais importante está acontecendo no seu ministério: lá se foram duas horas. Isso é ingovernável. Agora imaginem os desdobramentos em termos de tamanho do estado e dos custos. É preciso reduzir isto para garantir que os recursos cheguem aos cidadãos.

Por último, vou tratar aqui da REFORMA TRIBUTÁRIA que tece 9% das preferências. A carga tributária no Brasil está por volta de 37% do PIB. O estado não se sustenta com muito menos. Porém, precisamos de uma reforma que ao menos simplifique o processo de apuração e recolhimento de tributos para que os custos de processamento e recolhimento sejam menores.

Se o novo governo tiver a coragem de propor essa agenda e os partidos tiverem um mínimo de grandeza para olhar para o país e os cidadãos, poderemos ter a esperança de um futuro melhor.

A terceira é a INFRAESTRUTURA, com 16%. Aqui as coisas começam a exigir mais dinheiro e investimento. As privatizações de estradas, portos, aeroportos, energia e telefonia não resolveram o problema, pois as empresas se apropriaram de estruturas já existentes e rentáveis, mas fazer novos investimentos em infraestrutura onde o retorno é de longo prazo não é prática da iniciativa privada, que quer sempre ajuda governamental.

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07 Novembro, 2014 - E agora?Ely BissoSócio-Diretor Dorsey Rocha & Associados

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A EXPECTATIVA DE UM NOVOBRASIL

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Quem indica: Marta Castilho / Consultora da Dorsey Rocha & Associados

Por que indicou: Este livro despertou a minha percepção sobre a importância de não me acomodar. A vida segue alegre e cheia de significados para quem se atreve a vivê-la em sua plenitude.

Sinopse: Um jovem tenente parte para servir num forte situado em região desolada, numa fronteira onde um ataque do povo tártaro parece iminente. Mas nada acontece.

IndicaIndica

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ENQUETE!PONTO DE

VISTAO Rinoceronte – a atualidade de uma fábulaEugène Ionesco (1909-1984), romeno naturalizado francês, escritor e dramaturgo escreveu a peça “O Rinoceronte” em 3 atos. O enredo básico trata da invasão de uma pequena cidade interiorana por rinocerontes que, paulatinamente, dominam a mente das pessoas transformando-as em animais semelhantes (rinocerontes).

O problema central é que as pessoas já não resistem a esse tipo de invasão que leva ao conformismo, à ausência de crítica, à submissão absoluta. Na época, a obra foi considerada um libelo contra os modelos autoritários vigentes na Europa (nazismo e fascismo) ao que se opôs o autor.

A peça, diz ele, investe contra qualquer tipo de movimento (político, cultural, religioso) que oprime a liberdade, que aniquila a capacidade de crítica e de autocrítica.Em tempos em que se difunde e se cultua o pensamento único sob vári-os disfarces, a obra do dramaturgo romeno assume grande atualidade (e também um saudável desconforto).

Rodolpho RochaSócio Fundador Dorsey Rocha & Associados

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