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ed 41 boletim - ADVOCEF · 4 Junho | 2007 L ongas e minuciosas discus-sões, muitas propostas apresentadas, várias rejeita-das, poucas mas importantes decisões aprovadas: é o ba-

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EDITORIAL

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ADVOGADOS DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

DIRETORIA EXECUTIVA|Presidente: Altair Rodrigues de Paula (REJUR/Londrina)|Vice-Presidente: Silvio do Lago Padilha (REJUR/Belo Horizonte)|1º Tesoureiro: JoséCarlos Pinotti Filho (REJUR/Londrina)|2º Tesoureiro: Patrícia Raquel Caires Jost Guadanhim (REJUR/Londrina)|1º Secretário: Marisa Alves Dias Menezes (JURIR/SãoPaulo)|2º Secretário: Henrique Chagas (REJUR/Presidente Prudente)|Diretor Regional Norte: Liana Cunha Mousinho Coelho (JURIR/Belém)|Diretor Regional Nordes-te: Maria dos Prazeres de Oliveira (JURIR/Recife)|Diretor Regional Sudeste: Sonia Lucia dos Santos Lopes (JURIR/Rio de Janeiro)|Diretor Regional Centro-Oeste:Gustavo Adolfo Maia Junior (JURIR/Brasília)|Diretor Regional Sul: Mariano Moreira Júnior (JURIR/Florianópolis)

REPRESENTANTES JURÍDICOS 2006/2007|JURIR/AJ: Paula Giron Margalho; JURIR/BU: Henrique Chagas; JURIR/BE: Renato Lobato de Moraes; JURIR/BH: Simone Solangede Castro Rachid; JURIR/BR: Luciano Caixeta Amâncio; JURIR/CP: Flávia Elisabete de Oliveira Fidalgo Souza Karrer; JURIR/CG: Cleonice José da Silva Herculano; JURIR/CB: Gustavo Eduardo Reis de Siqueira; JURIR/CT: Jayme de Azevedo Lima; JURIR/FL: Marcelo Oscar Silva Santos; JURIR/FO: Adonias Melo de Cordeiro; JURIR/GO: IvanSérgio Vaz Porto; JURIR/JP: Fábio Romero de Souza Rangel; JURIR/ME: Carlos André Canuto de Araújo; JURIR/MN: Alcefredo Pereira de Souza; JURIR/NA: Carlos Robertode Araújo; JURIR/PO: Jaques Bernardi; JURIR/PV: Cláudia Elisa de Medeiros Teixeira; JURIR/RE: Paulo Melo de Almeida Barros; JURIR/RJ: Leonardo Faustino Lima;JURIR/SA: Jair Oliveira Figueredo Mendes; JURIR/SL: Samarone José Lima Meireles; JURIR/SP: Marisa Alves Dias Menezes; JURIR/TE: Renato Cavalcante de Farias;JURIR/VT: Rodrigo Sales dos Santos; DIJUR/GERID: Edson Pereira da Silva; GEAJU: Elisia Souza Xavier; GETEN: Frederico Gazolla Rodrigues Rennó; REJUR/CV: RoseliAparecida Bettes; REJUR/JF: Josiane Mendes Gomes Dias Pinto; REJUR/JM: Carlos Eduardo Leite Saboya; REJUR/LD: Daniela Pazinatto; REJUR/MR: José Irajá deAlmeida; REJUR/NH: Aline de Lima Riccardi; REJUR/NT: Daniel Burkle Ward; REJUR/PF: Karin Wietzke Brodbeck; REJUR/RP: Sandro Endrigo de Azevedo Chiaroti; REJUR/SM: Clarissa Pires da Costa; REJUR/SR: Cleusa Maria de Jesus Arado Venâncio; REJUR/UB: Luciola Parreira Vasconcelos; REJUR/VR: Aldir Gomes Selles.

CONSELHO DELIBERATIVO|Membros Efetivos: Darli Bertazzoni Barbosa (Londrina), Renato Luiz Harmi Hino (Curitiba), Isabella Gomes Machado (Brasília), LuisFernando Miguel (Porto Alegre) e Bruno Vicente Becker Vanuzzi (Porto Alegre)|Membros Suplentes: Luciano Paiva Nogueira (Belo Horizonte), Marcelo DutraVictor (Belo Horizonte) e Alfredo Ambrósio Neto (Goiânia).

CONSELHO FISCAL|Membros Efetivos: Paulo Roberto Soares (Brasília), Rogério Rubim de Miranda Magalhães (Belo Horizonte) e Julio Cézar Hofman (Maceió)|MembrosSuplentes: Ivan Sérgio Vaz Porto (Goiânia) e Éber Saraiva de Souza (Cuiabá).

CONSELHO EDITORIAL|Altair Rodrigues de Paula e Roberto Maia|Jornalista responsável: Mário Goulart Duarte (Reg. Prof. 4662) – E-mail: [email protected] Gráfico: Marcelo Torrecillas|Editoração eletrônica: José Roberto Vazquez Elmo|Capa: Eduardo Furasté|Ilustrações: Ronaldo Selistre|Tiragem: 1.200exemplares Impressão: Gráfica Pallotti|Periodicidade: mensal

Endereço em Brasília/DF: SBS, Quadra 2, Lote 1, BL S, Sala 1205|Edifício Empire Center|CEP 70070-100|Fone (61) 3224-3020|E-mail: [email protected]ária: Priscila Christiane da Silva.

Endereço em Londrina/PR: Rua Santa Catarina, 50 / sala 602|CEP 86.010-470|Fone (43) 3323-5899|E-mail: [email protected]|Secretárias: Tatiane StabileDantas Buzinaro e Ivete Augusta Pereira|Auxiliar Administrativa: Thaís Bender.

0800 400 8899 O Boletim da Advocef é distribuído aos advogadosda CAIXA e a entidades associativas.www.advocef.org.br | Discagem Gratuita

2 Junho | 2007

Maturidade e decisão

O crescimento de nossacategoria se faz com doisprincípios: lutar peloreconhecimento de nossospleitos, fazendo mais emelhor o nosso cotidiano

A edição de junho traz uma resenha demais um Congresso da ADVOCEF, even-

to maior e mais significativo da categoria.Em sua décima-terceira edição, e confir-

mando uma tendência que se revela natu-ral na evolução da história da Associação,traçaram-se neste congresso importantesprojetos e definições na condução das lutasdos advogados.

O evento de 2007, o primeiro realiza-do em novo mês, brindou seus participan-tes com uma acolhedora e diferenciada re-cepção.

O sol e os organizadores foram unâni-mes em proporcionar alegres dias nasAlagoas, viabilizando a execução dos traba-lhos, com elevado grau de maturidade edescontração.

Nesta edição, também, uma matéria so-bre tema de relevante e crescente interessedos advogados: a utilização massiva dainformática em favor da qualificação e dasimplificação do trabalho técnico.

Numa empresa como a CAIXA, que detempos em tempos vê-se às voltas comações de massa, frutos em regra de históri-

cas e desastradas decisões governamentais,não há mais como dar as costas à informa-tização.

Ouvindo experiências da prata da casa,a matéria revela algumas pontuais mas de-cisivas iniciativas em favor de um tratamen-to diferenciado dessas verdadeiras monta-nhas de ações.

As avalanches de papéis, mandados, pu-blicações, documentos, pastas suspensas, ar-quivos de aço que tramitam e entulham asdependências das unidades jurídicas preci-sam urgentemente ser substituídas por fer-ramentas modernas, ágeis e sintonizadas comos novos tempos, acompanhando uma ten-dência do próprio Judiciário. E para demons-trar o quão possível pode ser isto, a ADVOCEFdemonstra alguns cases a serem copiados eaprimorados na esfera corporativa.

Aproveitem estes conteúdos, pois o cres-cimento de nossa categoria se faz com estesdois princípios: lutar pelo reconhecimentode nossos pleitos, fazendo mais e melhor onosso cotidiano.

Diretoria Executiva da ADVOCEF

Junho | 2007 3

Informatização do Jurídico da CAIXA é destaque na imprensa

O processo avançaMatérias recentes da revista Info

Corporate e do Jornal do GED rela-tam a experiência da CAIXA, que come-çou a implantação no Rio Grande do Sulde um sistema de gerenciamento eletrôni-co de documentos (GED), inicialmente parao âmbito do Juizado Especial Federal(processo eletrônico) e, já em fase deindexação, para os demais procedimentos.Para o JEF, hoje, declara o gerente de ser-viço Milton Julio Sica Magalhães à Info, osadvogados da CAIXA podem receber e-mails diários com os prazos dos processose analisá-los com até dois dias de antece-dência. "Se antes os advogados gastavam70% do tempo com funções burocráticas,esse índice caiu para 20%." A CAIXA éré, apenas no RS, em uma média de 100processos por dia, que geram em média500 eventos a serem analisados pelos ad-v o g a d o s .

Falta integraçãoO nível de informatização das unidades daCAIXA está entre médio e baixo, segundoa ótica do advogado Roberto Carlos Pires,coordenador jurídico do JURIR/Rio de Janei-ro. Ele constata que há ainda muito des-perdício de informações entre os sistemas."Há redundância de digitação", aponta. Ealerta que a CAIXA precisa de uma políticaem nível departamental para desenvolversistemas, pensando sempre na interaçãocom os que já existem."De nada adianta desenvolver uma solu-ção se ela não 'conversa' com outra e tere-mos que digitar as mesmas informaçõesduas vezes. Não adianta resolver o nossoproblema, deixando o problema para ou-tra unidade."Também é importante, segundo RobertoPires, não criar entraves à automatizaçãode procedimentos. "O atual obstáculo quevejo como mais grave foi a inclusão nosite do SIWEB da digitação de código desegurança, cuja finalidade é justamenteevitar a automatização das nossas unida-des em um site que não é acessível nainternet." A GERID, consultada, não semanifestou sobre o assunto.

Política transparenteO advogado gostaria que a CAIXA institu-ísse logo uma política transparente que per-mita às unidades desenvolverem suas so-

Seu colega Rafael Caletti acrescenta queo novo sistema simplificou o acompanha-mento do processo e reduziu os erros. Alémdisso, conforme Rafael, a atualização doSIJUR, com as fases processuais compiladasdo e-proc, garantiu maior fidelidade.

Principais dificuldadesSegundo Eduardo, o acesso ao sistema

da Justiça Federal pela rede da CAIXA aindafunciona com soluções paliativas. E o desem-penho do servidor de arquivos, que melho-rou com a aquisição de um novo equipa-mento, ainda precisa de ajustes em sua con-figuração.

Rafael Caletti considera que, apesar dapretendida simplificação nos Juizados Espe-ciais, há muitos campos a preencher no sis-tema de protocolo, o que exige uso excessi-vo do mouse e do teclado.

Eduardo diz que faltam advogados etambém um servidor de rede compatível

com a necessidade. Um sistema dedigitalização de documentos, como o doJURIR/Rio de Janeiro, ajudaria bastante, diz.O gerente de serviço Milton Magalhãesinforma que o sistema do RJ foi obtido apartir de adendo contratual com a empre-sa fornecedora de cópias de papel, "o quetentamos no RS e não obtivemos".

Ainda assim, diz Milton, recentementea GERID disponibilizou scanners de produ-ção que vão permitir a implementação doprojeto pela inserção de uma célula de tra-balho específica para o GED no Apoio Jurí-dico.

Rafael e Eduardo: o trabalhoganhou qualidade

luções. "Por sua vez, em ato subseqüente,a GERID terá que orientar o desenvolvimen-to de soluções locais que possam ser utili-zadas em qualquer outro JURIR."Ao contrário do que pensam alguns, diz oadvogado, os Jurídicos da CAIXA ainda es-tão muito atrás do Judiciário. Ele dá doisexemplos. "Aqui no Rio de Janeiro recebe-mos os cartões com a assinatura digital, masnem todas as máquinas têm o leitor, e asque têm não possuem o software de leitu-ra. Outra situação é que apenas o Rio deJaneiro tinha (e tem) em funcionamento umsistema de GED, estando agora Porto Ale-gre também com ferramenta similar."Atualmente, o JURIR/Rio de Janeiro estáfocado para concluir a integração do SILIQ(Sistema de Liquidação de Sentenças e Con-trole Jurídico) com o PLANEC (sistema utili-zado pela Gerência do FGTS para cálculodos planos econômicos). O objetivo é com-pletar a digitalização do fluxo de informa-ções entre JURIR e GIFUG e permitir contro-le e automatização na rotina de pedidos desubsídios às unidades.

No Jornal do GED, o gerente destaca queo download dos documentos, até então exe-cutado por pelo menos cinco empregados,passou a ser feito de forma robotizada, cominserção de indexação automática.

"Antes o advogado se via obrigado aentrar em cada processo e proceder inúme-ros cliques para a obtenção do download dosarquivos", explica Magalhães ao Boletim daADVOCEF. Agora a tarefa é feita a partir dearquivos XML fornecidos pelo Juizado Espe-cial Federal, tratados no aplicativo chamadoJURISVb, que cruza informações com o SIJUR.

Atuando na área, no JURIR/Porto Alegre,o advogado Eduardo Neves Elson atesta queo trabalho ganhou qualidade, apesar de fa-lhas eventuais do sistema do processo ele-trônico. Um aspecto positivo, observa, é oacesso imediato aos documentos pela áreaadministrativa, permitindo o cadastramentoinicial no SIJUR.

Roberto Pires:nível na CAIXAentre médio e

baixo

4 Junho | 2007

Longas e minuciosas discus-sões, muitas propostas

apresentadas, várias rejeita-das, poucas mas importantesdecisões aprovadas: é o ba-lanço de mais um Congressodos advogados da CAIXA, odécimo-terceiro de sua histó-ria, que aconteceu emMaceió, nos dias 24 a 27 demaio de 2007. “Antes destaparticipação, considerava oCongresso uma perda de tem-po e dinheiro”, confessou aestreante Eliana Maria Renó,do JURIR/Goiânia. Agora elaentende que o evento deveser realizado anualmente.“Sua importância se deve nãosó aos temas ali discutidos,que são de suma relevânciaaos interesses da categoria, mas tambémaos relacionamentos profissionais que alicrescem e fortificam.”

Essa história vem de longe. O consul-tor jurídico da CAIXA Davi Duarte lem-brou na cerimônia de abertura os 15 anosda ADVOCEF, que foi constituída em 15de agosto de 1992, “dia em que os caras-pintadas tomaram as ruas de Brasília paradizer ao governante que o poder resideno povo, que elege e destitui represen-tantes”. No episódio, o ex-presidenteFernando Collor havia pedido aos brasilei-ros para saírem às ruas de verde e amare-

Balanço anualAs decisões dos advogados no XIII Congresso da ADVOCEF

lo, como sinal de apoio. A população, emresposta, saiu de preto.

“É da soma de energia e dedicação,de esperança, de solidariedade, de reali-zações, conquistas e revezes que é feitaa história da Associação”, disse Davi. Enu-merou conquistas importantes: os acordoscom a CAIXA, reconhecimento enormatização dos honorários, defesa dasprerrogativas dos associados e inserção nacomunidade jurídica, por meio de publi-cações técnicas. Para manter o alto graude representatividade a que chegou aADVOCEF, ressaltou Davi, “é imprescin-

dível que, sobretudo,sejam transpostos,sempre, os interessesindividuais, para queprevaleçam os da ca-tegoria”.

Nos últimos quatroanos, foi a primeira vezque a Diretoria Jurídi-ca da CAIXA não utili-zou o espaço que lheé reservado nos Con-gressos da ADVOCEF,para expor suas metase discutir temas de in-teresse da empresa eda categoria. “No en-tanto, esteve muito

bem representada na abertura pelo con-sultor jurídico Dr. Davi Duarte”, salientouo presidente da entidade, Altair Rodriguesde Paula.

No Congresso, a assembléia decidiu que,agora, toda representação pela ADVOCEFserá precedida de consulta ao ConselhoDeliberativo e à Diretoria Executiva e de vistado representado pelo prazo de 15 dias.Após, a decisão deverá ser comunicada aosrepresentantes da ADVOCEF nas unidadese aos membros da Diretoria e dos Conse-lhos Deliberativo e Fiscal.

Tarefas para comissõesA categoria dediciu avaliar outra vez

a questão da sobrecarga de trabalho naCAIXA. As condições nas unidades juríricasserão analisadas pela comissão formadapelos advogados Cíntia Mara Dias Custó-dio, Flávio Silva Rocha, Ruy Telles deBorborema Neto e Flávia Elisabete Karrer.

A partir do XIII Congresso, as propos-tas de alteração do Regulamento de Ho-norários deverão ser subscritas por no mí-nimo três advogados com direito a rateio.E as propostas rejeitadas só poderão serreapresentadas mediante a subscrição deno mínimo 5% dos advogados com direi-to a rateio. Com esse conteúdo, foramincluídos no Regulamento de Honoráriosos artigos 34-A e 34-B.

Congressistas constatam a importância do encontro de todos os anos

Davi, com Altair: representante da DIJUR

Junho | 2007 5

SugestõesA advogada Josiane Mendes GomesDias Pinto, da REJUR/Juiz de Fora,acha que precisa haver mais tempopara a discussão da pauta, antes doCongresso. "Não pode ser aceita pro-posta às vesperas do encontro anual,a menos que trate de fato ocorridoapós o encerramento do prazo", de-fende.Eliana Maria Renó, do JURIR/Goiânia,pensa que as propostas poderiam serenviadas pelo representante daADVOCEF de cada Jurídico, após aná-lise prévia.Ricardo Pollastrini, do JURIR/João Pes-soa, também critica a falta de umcronograma para apreciação préviadas propostas. "Alguns participantesdesconheciam o teor das propostas ealgumas tinham o texto tão extensoe minucioso que invibilizaram a vota-ção, como a proposta de alteraçãodo rito das eleições."

Pollastrini sugere também que o pró-ximo Congresso discuta outros temas,além do assunto salarial. "Um exem-plo seria a questão da independênciatécnica do profissional que em certoscasos se vê induzido a adotar deter-minadas teses e em outros sofre pres-são dos destinatários das consultasjurídicas na elaboração de parecerese manifestações."

Josiane: mais tempo paraestudar propostas

Para avaliar melhor a proposta quepretendia alterar radicalmente o capítuloXIII, Das Eleições, a assembléia nomeouuma comissão que vai regulamentar otema para levar à deliberação no próxi-mo Congresso. Integram o grupo os ad-vogados George Andrade do NascimentoJúnior, Cristina Gonzalez Ferreira Pinheiroe Paulo Melo de Almeida Barros.

Outra comissão vai elaborar um proje-to sobre a criação de vice-presidências paraa ADVOCEF. A proposta foi apresentadapelo advogado Octávio Caio Mora Y Ara-újo de Couto e Silva, que pensa em raci-onalizar as tarefas da Diretoria. Caio e oscolegas Ricardo Gonzalez Tavares,

Fernando da Silva Abs daCruz e Luciano CaixetaAmâncio vão apresentarsuas conclusões no próximoCongresso.

Outros temasA ADVOCEF vai partici-

par do processo de criaçãoda nova Lei Orgânica daAdvocacia-Geral da União,que trata, entre outros, dotema de transposição dosadvogados de empresaspúblicas federais. O assun-to foi comentado em pa-lestra do professor EveraldoBezerra Patriota. O advo-gado Ricardo Pollastrini, do JURIR/João Pes-soa, desconfia que o palestrante falou oque o público queria ouvir. Sinal disso se-ria a afirmação de que eventual“inconstitucionalidade” da transposiçãonão era o que mais preocupava, pois,havendo “vontade política”, seria supe-rada. “Tal comentário feito a uma platéiade advogados, e sem maiores elaboraçõesposteriores, me pareceu no mínimo insó-lito”, diz Pollastrini.

Seja como for, a ADVOCEF não des-perdiça oportunidades. “Tal qual um pro-cesso, no contencioso judicial, o assunto

ainda tem muitos desdobramentos atésurgir a coisa soberanamente julgada”,disse o presidente Altair. A comissão querepresenta a categoria no processo de cri-ação da nova Lei Orgânica da AGU, insti-tuída no Congresso de 2006, ganhou no-vos membros, sendo hoje constituída pe-los advogados Agnelo Queiroz Ribeiro,Bruno Vicente Becker Vanuzzi, CarlosAlberto Regueira de Castro e Silva,Fernando da Silva Abs da Cruz, GryecosAttom Valente Loureiro, José Carlos IzidroMachado, Luciano Caixeta Amancio,Marcelo Dutra Victor, Marcelo NicolauNader e Sergio Luis Fuks. Os integrantesescolheram para presidente e secretárioda comissão os colegas Gryecos Loureiroe Bruno Vanuzzi.

Os advogados Jayme de Azevedo Limae José Carlos Izidro Machado vão estudarproposta para ser apresentada ao municí-pio de São Paulo, para viabilizar o recebi-mento dos honorários devidos aos advoga-dos da CAIXA, no processo Parque do Povo.A ADVOCEF não intervirá no processo ju-dicial antes da expedição do precatório,devendo, até lá, apenas negociar.

Quanto ao processo do FGTS, decidiu-se aguardar o julgamento dos embargosde declaração. Não havendo modificaçãodo julgado, será iniciada a execução nospróprios autos onde o acordo foi homolo-gado.

No Congresso, foi aprovada a pautade reivindicações para o acordo coletivode trabalho do período 2007/2008. Osadvogados da CAIXA serão representadospela FENADV.

Pollastrini: a transposição e avontade política

Eliana, com Alfredo Ambrosio:Congressos são importantes, sim

6 Junho | 2007

Projeto vitoriosoO advogado Roberto

Maia, do JURIR/PortoAlegre, fez uma exposiçãosobre a trajetória da Revis-ta de Direito da ADVOCEF,cujo quarto número foi lan-çado no XIII Congresso.Um dos idealizadores e edi-tores da Revista, Maiaapresentou números e da-dos que atestam o percur-so vitorioso até aqui.

Quem não participou doprocesso de produção dapublicação não podia ima-ginar a trabalheira que édefinir parâmetros técnicos(formato, tipo de papel,projeto gráfico, indexação),normas editoriais, númerode artigos, tiragem, produ-ção, modo de distribuição.

A Revista de Direito sur-giu para cumprir uma dasfinalidades essenciais da ADVOCEF, que éo aprimoramento intelectual dos seus as-sociados, conforme consta no Estatuto So-cial (art. 2º, letra c). Ao publicar os artigosdos advogados da CAIXA, lembrou RobertoMaia, a Revista contribui na formação dosprofissionais e, ao mesmo tempo, promo-ve o conhecimento técnico produzido pelacategoria, em todas as áreas do Direito.

ConsolidaçãoA segunda edição, lançada em março

de 2006 no Superior Tribunal de Justiça,teve repercussão nacional e consolidou oprojeto. A terceira edição, apresentada aopúblico no Congresso de Belém, em agos-to de 2006, apresentou mais páginas paraleitura (356) e, a partir daí, adotou-se adistribuição personalizada.

No quarto volume, lançado no Congres-so de Maceió, há mais autores (12) e julga-dos de importância. Nessa edição, de 1.800exemplares, buscou-se também a reduçãode custos com a qualificação de parceiros.

"Logo teremos a quinta edição, a sex-ta, e assim por diante, enquanto houveradvogados da CAIXA produzindo teses euma categoria interessada na própria va-lorização”, garante Altair Rodrigues dePaula, presidente da ADVOCEF e membro

Números mostram a trajetória vitoriosa da Revista de Direito da ADVOCEF

Wilson Malcher e Izabel Almeida autografam exemplares da Revista de Direito paraPatrícia Guadanhim e Ana Paula da Silva

do Conselho Executivo da Revista. A equi-pe responsável pela publicação é formadaainda pelos advogados Alaim Stefanello,Davi Duarte, Fabiano Jantalia, PatríciaGuadanhim e Roberto Maia e pelo juiz doTRT da 4ª Região João Pedro Silvestrin.

Audiência qualificada

• 980 advogados da CAIXA, ativos e inativos

• 72 ministros de tribunais superiores

• 196 desembargadores e juízes detribunais regionais e de Justiça

• 190 juízes federais diretores de foro

• 16 integrantes do Conselho Nacionalda Justiça

• 61 instituições de ensino

• 24 entidades de classe

Quem lê a Revista de Direito da ADVOCEF?Segundo a advogada Patrícia Guadanhim, osleitores estão assim catalogados:

Já estão sendo recebidos os artigos paraa Revista nº 5, que tem lançamento pre-visto para novembro de 2007. O endereçopara remessa é [email protected]. Asnormas editoriais estão no site daADVOCEF.

Junho | 2007 7

Ser ou não ser, questionava o MestreShakespeare, nos idos dos 1600. Não

imaginava o grande teatrólogo queadentrando nos tempos do terceiro milê-nio a pergunta se manteria atual, nãomais no campo das altas indagações exis-tenciais, mas no prosaico universo de umgrupo de advogados de uma grandecorporação financeira, eventualmentebrasileira.

Pois a crise de identidade permeia oscorações e mentes dos advogados da CAI-XA nestes idos dos 2000.

A cada dia a pergunta seapresenta: ser ou não ser ad-vogado da CAIXA, daEMGEA, da UNIÃO, do Es-tado do Rio Grande doSul, do Meridional, daHabitasul, da CaixaEstadual RS, e por aívai a longa lista.

A dúvida emer-ge arrasadora acada nota de expe-diente lida, a cadapeça elaborada e,mais, em cada au-diência realizada.

Neste último caso,a dúvida se faz acom-panhar de um sentimen-to de constrangimentoinenarrável. É necessário, an-tes de qualquer procedimento,elaborarmos uma pequena biogra-fia pessoal para que o MM Juiz entenda opapel que interpretaremos na audiência.

Audiência de conciliação que tem porobjeto contrato da EMGEA e perdoa-setudo, ou quase: cobram-se apenas ho-norários e custas. Saldo devedor, presta-ções em atraso, encargos moratórios,tudo é perdoado.

Audiência de conciliação da CAIXA e lávai o pobre advogado explicar a Vossa Ex-celência que, mesmo sendo um contratodo SFH, a alteração no pólo ativo (ou passi-vo) muda também o nível do perdão: per-doam-se apenas os encargos moratórios.

Crédito comercial cedido do BancoMeridional: perdão até o valor da ces-são.

Maria Elizabeth da Silva Borges (*)

Ser ou não serARTIGO

Crédito da Habitasul: depende, se écrédito administrado (CAIXA?), ou cedi-do (EMGEA?), se tem dívida anterior àcessão, etc. Às vezes temos advogadosda Habitasul e da CAIXA presentes naaudiência, porém, defendendo períodosdistintos do contrato sub judice.

A dúvida torna-se mais angustiantequando a matéria versa sobre execuçãofiscal, especificamente débitos para como FGTS.

Na defesa dos interesses da União,os advogados da CAIXA deparam-secom melindrosa questão, que reclamaluzes sobre o Estatuto da Advocacia eem especial o Código de Ética.

Se, por uma graça dos céus, e é preci-so a invocação divina na cobrança de cré-ditos de recuperação tão difícil quantoaqueles que são objeto de execuções fis-cais, é apurada a existência de bem imó-

vel que, por uma desgraça nem tão divi-na assim, seja garantidor de alguma ope-ração com a participação da CAIXA, a ori-entação velada é ignorar e buscar outrosbens. Afinal, vem a pergunta que não quercalar: para quem advogamos, União ouCAIXA? E a lealdade exigida no exercícioda advocacia é devida apenas a quememite os contracheques no final do mês?

E aí passamos para uma outra indaga-ção: ter ou não ter remuneração à altu-

ra das funções desempenhadas. O ní-vel da remuneração dos advogados

é inversamente proporcional àgrandeza dos detentores dos di-

reitos que defendem e à com-petência e à dedicação de-

les exigidas. Na verdade,os advogados da CAI-XA tornaram-se mão-de-obra barata paraatender aos mais di-versos interesses eprojetos do Gover-no Federal que, dis-pondo de corpo pró-prio de advogadosna Advocacia-Geralda União, ou nas pro-

curadorias especia-lizadas, entre outras

práticas, delega aos pro-curadores da empresa pú-

blica a defesa e a cobrançade débitos oriundos do FGTS.

Sem que recebam honorários desucumbência na sua defesa, e perce-

bendo remuneração inferior aos demaisprocuradores federais.

O momento está a exigir intenso de-bate sobre o ser ou não ser e o ter ou nãoter. Sobre ser advogado da CAIXA ou daUnião e de quem mais interessar; de terou não remuneração digna e compatívelcom as demais carreiras de procuradoresfederais. Não seria a hora de abrir a dis-cussão sobre a criação da advocacia dasempresas públicas, ou da incorporação dosadvogados das empresas públicas aosquadros da Advocacia-Geral da União?A discussão está posta.

(*) Advogada da CAIXAem Porto Alegre/RS

8 Junho | 2007

O Supremo Tribunal Federal deve exa-minar, em breve, as primeiras pro-

postas de súmula vinculante (**), instru-mento que subordina imperativamente ins-tâncias inferiores da magistratura a ado-tar decisões das instâncias superiores.

Ao contrário dos objetivos a que sepropõem, tais súmulas contaminarão ooxigênio da atmosfera jurídica e os princí-pios da legalidade e da liberdade, restrin-girão ferozmente a independência dejuízes de instâncias inferiores e aprisiona-rão a jurisprudência. Um retrocesso emmatéria de prestação jurisdicional.

A crise do sistema judiciário nãoserá equacionada com tais medi-das. É precário considerar que os35 milhões de processos que tra-mitam pelos canais do Judiciário,dos quais 15 milhões apenas emSão Paulo, ganharão celeridadecom a súmula vinculante.

O diagnóstico sobre a lentidãoda Justiça é bem conhecido, apon-tando para a insuficiência de recur-sos humanos e materiais, as defici-ências do ordenamento jurídico, oformalismo processual exagerado,a ineficiência administrativa, o pre-cário funcionamento dos cartóriose o despreparo de parcela signifi-cativa dos operadores do direito -questões que não serão resolvidas,nem mesmo diminuídas, com assúmulas vinculantes.

As conseqüências mais drásticasda aprovação da medida se darão na es-fera da própria liberdade dos juízes. Abase do direito é a interpretação. Sem ela,inexiste o direito.

Portanto, a aplicação da súmulavinculante inibe o princípio da interpreta-ção do direito, eliminando a liberdade dequestionamento da lei e da própria juris-prudência e desprezando as peculiarida-des de cada caso.

Magistrados terão de decidir de formamecânica, julgando de acordo com assúmulas, impedidos de buscar fundamen-tação e assentar as decisões numa basesólida de interpretação.

Caso desejemos saber como o mestreRui Barbosa defendia a independência das

CONVIDADO

Luiz Flávio Borges D'Urso (*)

Rompendo os eixosda legalidade

esferas da Justiça, basta anotar a expres-são de seu célebre discurso sobre o Su-premo Tribunal Federal na Constituiçãobrasileira, em 14 de novembro de 1914,proferido no Instituto dos Advogados:

"Nenhum tribunal, no aplicar da lei,incorre, nem pode incorrer, em responsa-bilidade, senão quando sentencia contraas suas disposições literais ou quando secorrompe, julgando sob a influência depeita ou suborno.

Postas essas duas ressalvas, que nadaalteram a independência essencial aomagistrado, contra os seus erros, na inter-pretação dos textos que aplica, os únicosremédios existentes consistem nas formasdo processo, nas franquias asseguradas àdefesa das partes e, por último, nos recur-sos destinados a promover areconsideração, a cassação ou a modifi-cação das sentenças, recursos que não seinterpõem da Justiça para outro poder, masse exercitam, necessária eintransferivelmente, dentro na própria es-fera judicial, de uns para outros graus dasua hierarquia".

A adoção da súmula vinculante, comolembra o professor Ronaldo Rebello de Brito

Poletti, induz a um direito judicial,lastreado na jurisprudência dos tribunais,enquanto o nosso direito é processual.

Ademais, não se deve julgar exclusi-vamente de acordo com os precedentes,mas também de acordo com as leis, com-petindo ao órgão jurisdicional compor con-flitos de interesse. A súmula vinculantenão se justifica ante a expressão maior dodireito.

Questiona-se, ainda, se o enunciadode uma súmula, que é um resumo,poderá vincular julgamentos futuros.

Por outro lado, um vínculo aosprecedentes se dá em função dosfundamentos arrumados para tomara decisão, e não por causa de sim-ples conclusão expressa em umasúmula.

A restrição à liberdade do ma-gistrado quer significar, ainda, oencolhimento do direito do cidadãoao devido processo legal. Sob essamoldura, os caminhos mais largospara alcançar a tão almejadaceleridade na administração da Jus-tiça estão na ampliação da estrutu-ra do Judiciário - comarcas, varas,juízes, tribunais -, além de amplareforma processual e preparaçãomais adequada, inclusive nos qua-dros da advocacia. Se a questão éevitar litigância desnecessária, coma interposição de recursos sucessi-

vos de uma instância para a outra, que sealerte o próprio Estado, este, sim, o maiorlitigante do país.

Sobre o mérito, estaremos substituin-do tais recursos por aqueles que discuti-rão a aplicação da súmula vinculante, oque não desafogará a Justiça, correndo-se o risco de romper os eixos da legalida-de e da liberdade.

(*) Advogado criminalista, mestre edoutor pela USP, é presidente da

OAB/SP.

(**) Esse artigo foi publicadoorinalmente na Folha de S. Paulo,antes da aprovação das primeiras

súmulas.

Junho | 2007 9CRÔNICA

Sobre um baitaAndré Falcão de Melo (*)

Não sei se esse período de festejosjuninos, em que se respira e revive

essa que é a mais autêntica tradiçãonordestina, tenha contribuído para es-sas divagações. Na verdade, foi-me gen-tilmente solicitada uma crônica, suge-rindo-me, inclusive, nela retratasse estaépoca, em que a santidade flerta como pecado, e vice-versa - é que são trêssantos a capitaneá-la, e inobstante asmais diversas características de perso-nalidade e vida de cada um, decertotinham (ou têm) em comum o gostopelo milho verde estalando na fo-gueira, pela pamonha, canjicae tantas outras iguarias des-sa rica (e saborosíssima)culinária. O que não sei ése eram (ou são, lá nocéu) chegados a umforrozinho, mastampouco duvidaria. Afi-nal, que pecado haverianisso, pois não? Seja lácomo for, o fato é que,impregnado dessa áu-rea induvidosamente ins-pirada por aqueles que-ridos Antônio, Pedro eJoão, veio-me à mente (eao coração) um invencívelimpulso de traçar algumaslinhas sobre um homemforjado nas melhores ce-pas, egresso daquelas plagas,autêntico sertanejo, pois, que veiocá, à Capital, ensinar-nos mais, muitomais, do que enrolar um cigarro defumo de corda ou as artes de uma boaordenha.

Olha, meus caros, no exercício daadvocacia recebi, naturalmente, gratasinfluências. Falo de conduta, ditadapela ética, e de conhecimento técnico-jurídico. Felizmente, de maus exemplos- e o meio jurídico, não sendo diferen-te de outros setores da vida humana, éprenhe deles - sempre me pus longe.Bem longe!

advogadoMas dizia dos bons, que benfaze-

jamente me influenciam até hoje. Pode-ria citá-los a todos (embora correndo orisco de esquecer-me de algum), mashoje quero destacar o maior que tive,desde que ingressei na advocacia daCaixa Econômica Federal, no início dosanos 90. Posso dizer que muito do pro-fissional que há em mim "se formounele", uma espécie de faculdade jurí-dica humana.

te raciocínio lógico (seus pareceres sãoos melhores, escritos ou verbais).Cornelio é aquele a quem se recorrequando o problema parece sem solu-ção. E não é rara a constatação de sa-tisfação no semblante de quem acabade consultá-lo, embora, por igual, nãose furte a dizer a verdade mais dura,se assim for e houver de ser transmiti-da. Mas o faz com compaixão, apesarde sua aparente rudeza - na verdade

mero disfarce que veste, esculpido nobravo e sofrido sertão alagoano,

onde - como dito lá no início -estão suas raízes, decerto

para afastar os mal-in-tencionados, e que,outrossim, ao primei-ro contato com os debem se esvai.

Tive a honra e oprazer de trabalharsob sua chefia porvários anos. Foi o me-lhor chefe que tive, eo melhor que já vi atu-ar, sem embargo doinegável valor dos que

se lhe seguiram. Hoje,Dr. Cornelio está completa-

mente voltado ao exercício daadvocacia, o que, para a CAI-

XA, se perdeu(emos) competentegestor, ganhou integral e brilhante

técnico e artista (é que advogar,quem o faz bem não estranha a afir-

mação, é técnica e arte). Não há malque não traga um bem...

E eu, força das ondas generosas davida, voltei a desfrutar, mais amiúde,de seus inestimáveis conhecimento eamizade, decorrência do convívio no-vamente aproximado. Nada mudou, adespeito das funções diversas que hojeocupamos, e dos anos passados. Con-tinuo aprendendo com ele.

(*) Advogado da CAIXAem Maceió/AL

O Dr. Cornelio Alves, ou o meu ami-go Cornelio, é o advogado público porexcelência. Dedicadíssimo às causasque patrocina (não há o mínimo exa-gero no superlativo empregado), àempresa pública que o remunera nãoé menos intransigente em sua defesa.Observância estrita à ética - aquela,fora de moda, mas que tanto se apre-goa, e hoje pouco se pratica - , inque-brantável dogma que abraçou. É leal,conselheiro e dotado de impressionan-

10 Junho | 2007

1. Realização deparceria com

instituições deensino, para

divulgação deeventos de

interesse dacategoria e

para gestão juntoàs

áreas da CAIXA.2. A ADVOCEF

deverá participar deassociações em defesa de

associados da FUNCEF.

Notas do Congresso

3. A cidade deVitória, no EspíritoSanto, foi eleitapara sediar o XIVCongresso.4. Emreconhecimentoaos serviçosprestados àADVOCEF, oadvogado LuizFernando

Schimidt vai participar dopróximo Congresso, quando jáestará aposentado.

Propostas aprovadas no XIII Congresso:

Equipe do CEJUR: Maria José Cravo da Silva (Biblioteca),Marusa Freire (coordenadora-geral), Cláudia Santiago Netto

(agente de treinamento) e Fernanda Maia (estagiária)

Já está funcionando o Centro de EstudosJurídicos do Banco Central (CEJUR), no

espaço da Procuradoria-Geral, no edifício-sede em Brasília. Coordenado pela

procuradora Marusa Vasconcelos Freire,as atividades começaram em maio, com

um Programa de Atualização em ProcessoCivil. Advogados da CAIXA, que

esperam por projeto semelhante nainstituição, ouviram a brincadeira do ex-colega, agora no Bacen, Fabiano Jantalia:

"Largamos na frente".

Largada na frente

Direito garantido

O advogado Gladston Mamede,editor do informativo Pandectas,

relatou a epopéia vivida numa filano aeroporto de Guarulhos,

quando soou o detector de metaisprovocado pelas presilhas de seussuspensórios. Chamada a PolíciaFederal, Mamede defendeu-se:

"Exigem-me que remova ossuspensórios, o que certamente

atentará contra a minhadignidade, garantida pelo artigo

1º, III, da Constituição daRepública. Em lugar de ficar com

as calças nas mãos, quero arevista com o detector portátil". A

revista foi deferida.

Duas instâncias"A mídia expressa idéias mais progressistas e maismodernas e posso dizer que ganhei na mídia. A Justiçatem idéias mais retrógradas e o Roberto ganhou lá."Paulo Cesar de Araújo, comentando a apreensão deseu livro "Roberto Carlos em Detalhes".

A advogada e o brilhoO brasileiro Aguinaldo Leandro, maquiador da empresa

francesa Givenchy, disse à Veja o que não pode faltar no"nécessaire" de uma mulher: "Primeiro um bom

corretivo, para dar retoques nas olheiras e nas marcas.Depois, um pó para amenizar a oleosidade. Dá para

imaginar uma superadvogada em uma reunião com apele brilhando? Não dá... Inclua, ainda, um batom ouum gloss. Gloss, aliás, é uma arma poderosíssima paraaumentar o volume dos lábios. Mas fuja dele se vocêtiver lábios de Angelina Jolie. Seu rosto se resumirá a

uma boca. E, por fim, nunca deixe de usaruma máscara para cílios".

Dica de leituraA repórter Elaine Resende, da Consultor Jurídico,fala das coincidências de autor e personagens em"Triângulo no Ponto", do ministro do STF ErosGrau: "Todos são sexagenários, viveram em São

Paulo, cursaram Direito, nutrem paixão pelapoesia, foram acadêmicos, comunistas, tiveram

longas e freqüentes passagens pela França eprometeram a si e à namorada um dia escrever um

romance." Elaine recomenda o livro.

Schimidt vai ao XIV Congresso

Junho | 2007 11

1. 1. 1. 1. 1. A Súmula Vinculante nº 1 tem este enunciado: “Ofende agarantia constitucional do ato jurídico perfeito a decisão que,

sem ponderar as circunstâncias do caso concreto, desconsideraa validez e a eficácia do acordo constante de termo de adesãoinstituído pela Lei Complementar 110/2001”. Repercussão do

trabalho dos advogados da CAIXA, com participação do JURIR/Rio de Janeiro, no julgamento do RE 418.918/RJ.

2.2.2.2.2. Súmula nº 2: "É inconstitucional a lei ou ato normativoestadual ou distrital que disponha sobre sistemas de consórcios

e sorteios, inclusive bingos e loterias". Segundo o consultorjurídico da CAIXA Davi Duarte, a súmula “impede que os

Estados lesgislem sobre loterias e jogos, sob pena dereclamação direta ao STF, e põe termo ao principal argumento contrário, que entendia serlegal o jogo não regulamentado, posto que as normas federais especiais que autorizam aprática de loterias e jogos constituem-se em regras que derrogam, excepcionalmente, as

normas de Direito Penal, a teor do art.1º, do Decreto-lei nº 204/67”.

As três primeiras súmulas3.3.3.3.3. Davi observa que a Súmula nº 2 é muito positivapara as Loterias administradas pela CAIXA, que em2006 somaram arrecadação de R$ 4,5 bilhões, masadverte que "a pacificação do tema no Judiciáriodesloca o interesse dos empresários de jogos egovernantes estaduais para o Congresso Nacional,onde é constante a iniciativa para editar novas leissobre loterias e jogos”.4. 4. 4. 4. 4. Súmula nº 3: "Nos processos perante oTribunal de Contas da União asseguram-se ocontraditório e a ampla defesa quando da decisãopuder resultar anulação ou revogação de atoadministrativo que beneficie o interessado,excetuada a apreciação da legalidade do ato deconcessão inicial de aposentadoria, reforma epensão".

Cautela de hoje"Sou muito cautelosa. Aprendi que nãobasta ser honesto nem parecer honesto,é preciso provar na Justiça que éhonesto." Marina Silva, ministra do MeioAmbiente, no O Globo em 28/05/2007

Cursos de DireitoHá atualmente 1.046 cursos de Direito que

oferecem 200 mil vagas anuais a um diploma. Acada ano, 80% dos bacharéis são reprovados no

Exame de Ordem. O presidente nacional daOAB, Cezar Britto, citou os dados e ressaltoumais uma vez a necessidade de melhoria dos

cursos de Direito.

Vergonha atual

Circulando pelainternet, outravez, trecho da"Oração aosMoços", dojurista Rui

Barbosa:"De tanto

ver triunfaras nulidades,

de tanto verprosperar a

desonra, de tantover crescer a injustiça, de tantover agigantarem-se os poderesnas mãos dos maus, o homem

chega a desanimar da virtude, arir-se da honra, a ter vergonha de

ser honesto."

Fusão da CAIXA e BB1. Para o presidente Antonio Neto, do Banco

do Brasil, pode estar chegando a hora da fusãocom a CAIXA. A afirmação está em matéria do

Correio Braziliense de 3 de junho, segundo aqual "essas instituições estão tendo

seus espaços engolidos pelos bancosprivados". O jornalista Vicente

Nunes mostra os números: entredezembro de 2002 e março de2007, os ativos administrados

pelo BB e pela CAIXA cresceram57% e 70%, respectivamente,

enquanto os recursos doBradesco e do Itaú

expandiram-se 137% e 139%.2. Resultado: a CAIXA caiu da segunda para aquarta posição no ranking dos maiores bancos

do país e a liderança absoluta que o BBostentou com tranqüilidade nos últimos anos

está a um passo de ser tomada pelos doisbancos privados.

3. Especialistas ouvidos pelo jornalpensam que a fusão terá de serconsiderada pelo governo. "Mas épreciso ver se realmente os dois bancos

públicos secomplementam",questiona AlexandreMarques Filho, da

Corretora Elite. AndréSegadilha, analista doBanco Prosper, explica:"A CAIXA sempre fez o

papel de banco de fomentopara as pessoas físicas,

financiando, principalmente, acasa própria. Já o BB sempre atuou deforma mais parecida com os bancosprivados, ainda que responsável porexecutar uma forte política de créditopara o setor agrícola. Não sei se essasestruturas combinam".

12 Junho | 2007

Ano VI | Nº 052Junho | 2007

Os presidentes da ADVOCEF, FENADV,ASABB, ADEMP e ASABRB (*) en-

traram com pedido no Supremo TribunalFederal para admissão, na condição deAmici Curiae, na ADI 3396-4, que de-fende os direitos dos advogados públi-cos e os de empresas públicas e socie-dades de economia mista. Entre osmemoriais entregues ao ministro Celso deMello, relator, foi incluído um novoposiciona-mento do Tribunal de Contas daUnião, que conclui "pela inconstitucio-nalidade do art. 4º da Lei nº 9.527/97, notocante à não aplicação do art. 21 da Leinº 8.906/94 aos advogados do Banco doBrasil, em face do disposto no art. 173,§ 1º, II, da Constituição Federal".

A relevância da matéria, ressaltamas entidades, está na abrangência na-cional, na quantidade de profissionaise empresas alcançados pelos efeitos do

Apoio à

Ministro Celso de Mello: relator da ADI 3396

julgado e no interesse jurídico da OAB,expresso no artigo 44, I, da Lei 8.906.

Os memoriais lembram que, na CAI-XA, foram celebrados dois acordos, dis-pondo sobre a jornada e honorários desucumbência. O primeiro foi acordo co-letivo de trabalho, firmado em 21/05/1996, data anterior à primeira ediçãoda MP 1522. O segundo foi assinadoem 26/11/2001, sob o amparo deliminar concedida na ADI MC 1522 ehomologado pela 8ª Vara do Trabalhode Brasília/DF, pondo fim à reclamaçãotrabalhista e adquirindo a imutabilidadeinerente à coisa soberanamentejulgada.

Em dezembro de 2001 foram reali-zados acordos individuais objetivandoo ajuste quanto aos honorários e a ele-vação da jornada de trabalho de seispara oito horas.

(*) FENADV (Fede-ração Nacional dos

Advogados), ASABB(Associação dos

Advogados do Bancodo Brasil), ADEMP

(Associação dosAdvogados Emprega-

dos da Petrobras),ASABRB (Associação

dos Advogados doBanco Regional de

Brasília).

ADI 3396Leia

também:Avanços do processoeletrônico na CAIXA

Pág. 3

• • • • •

O projeto vitorioso daRevista de Direito daADVOCEF

Pág. 6

• • • • •

Ser ou não ser, a questãodo advogado da CAIXA

Artigo de

Maria Elizabeth da Silva Borges

Pág. 7

• • • • •

As súmulas vinculantes, aindependência dos juízes ea jurisprudência

Artigo do presidente da OAB/SP

Luiz Flávio Borges D'Urso

Pág. 8

• • • • •

Um advogado público(da CAIXA) por excelência

Crônica de

André Falcão de Melo

Pág. 9