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ED. 82 - NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 2015 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA DIREÇÃO CERTA F I N A L DE A NO CO M A S C O N T A S D A F E T R O PA R E M D I A J O V V E N S E T R A N S P P O R T E E R O D D O V I Á R I O : U M N O V O D E S AF I O S E E T T O R R D D E E C C A A R R G G A A S S R R E E Q Q U U E E R R C C U U I I D D A A D D O O S S E E SP E C I A I S PUBLICAÇÃO DA FEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES EM TRANSPORTES RODOVIÁRIOS DO ESTADO DO PARANÁ

ED. 82 - NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 2015 | DISTRIBUIÇÃO ...fetropar.org.br/wp-content/uploads/2016/01/Fetropar-novembro.pdf · riência e as batalhas travadas foram ... mental para

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ED. 82 - NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 2015 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

DIREÇÃO CERTA

FINAL DE ANO COMAS CONTAS DA

FETROPAR EM DIA

JOVVENS E TRANSPPORTEE RODDOVIÁRIO:

UM NOVO DESAFIO

SEETTORR DDEE CCAARRGGAASS RREEQQUUEERR CCUUIIDDAADDOOSS

EESPECIAIS

PUBLICAÇÃO DA FEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES EM TRANSPORTES RODOVIÁRIOS DO ESTADO DO PARANÁ

DIRETORIA EXECUTIVA DA FETROPAR

PRESIDENTE: João Batista da Silva

1° VICE-PRESIDENTE: Moacir Ribas Czeck

2° VICE-PRESIDENTE: Ronaldo José da Silva

3° VICE-PRESIDENTE: Luiz Adão Turmina

4° VICE-PRESIDENTE: Alcir Antonio Ganassini

SECRETÁRIO GERAL: Anderson Teixeira

SEC. GERAL ADJUNTO: Valdemar Ribeiro do Nascimento

SEC. DE FINANÇAS: Evaldo Antônio Baron

SEC. DE FINANÇAS ADJUNTO: Olímpio Mainardes Filho

SEC. DE IMPRENSA E COMUNICAÇÃO: Hilmar Adams

SEC. DE EDUCAÇÃO SINDICAL E CULTURA: Josiel Tadeu Teles

SEC. DE ORGANIZAÇÃO SINDICAL E RELAÇÕES SINDICAIS: Ênio Antonio

da Luz

SEC. DE NEGOCIAÇÕES COLETIVAS E JURÍDICO: Jaceguai Teixeira

SEC. DE RELAÇÕES COM MOTOCICLISTAS E SIMILARES: Agenor “Cacá”

Pereira

FETROPAR - RUA PROF. DR. PEDRO MACEDO DA COSTA, 720 • VILA IZABEL • CEP: 80320 - 330 • CURITIBA-PRFONE E FAX: 41 3244 - 2523 • [email protected]

ENTIDADE FILIADA À

A Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Paraná (Fetropar) encerrou mais um ano. Ele foi repleto de mudanças e de-safi os que transformaram a nossa en-tidade.

Porém, o mais importante em 2015 foi contar com o apoio de cada sindica-to fi liado para fortalecer ainda mais as nossas lutas. Afi nal, a Fetropar só exis-te por causa da união de várias mãos, deixando de lado nossas diferenças de opinião para buscar um único objetivo: a defesa dos direitos dos trabalhadores.

O aprendizado, as trocas de expe-riência e as batalhas travadas foram diversas e serviram como preparação para o ano que se segue. Em 2016, os ataques aos trabalhadores serão ainda

PALAVRAS DO PRESIDENTE

JOÃO BATISTA DA SILVAPRESIDENTE DA FETROPAR

mais ferrenhos, e caberá aos dirigentes sindicais e às entidades estarem à frente dos trabalhadores para lutar por eles.

Essa causa não representa apenas uma categoria, mas a luta da classe tra-balhadora para enfrentar, dia a dia, a pressão e o assédio. O anseio de obter melhores condições de trabalho, respei-to e direitos é o que nos move.

A Federação agradece e reconhece todo o esforço que cada um realizou para chegarmos até aqui – como uma das mais importantes entidades sin-dicais do estado. Esperamos que cada sonho não alcançado ou meta não atin-gida venha com ainda mais força no pró-ximo ano, para que, juntos, possamos ir mais longe.

Obrigado por mais um ano!

EDITORIAL POUCAS PALAVRAS

SUPLENTES DA DIRETORIAJosé Aparecido Faleiros, Sérgio Machado dos Santos,

Hailton Gonçalves, Aparecido Nogueira da Silva, Jorge

Luiz Chila, Josiel Veiga, Sérgio Paulo Kampmann, Gilberto

Maurício Amorim, João Carlos Passarim, Emerson Luiz

Vianna da Silva, Agisberto Rodrigues Ferreira Junior,

Sirton Holuboski Barbosa, Adilson de Souza Guerra, José

Rodrigues dos Santos

CONSELHO FISCAL EFETIVO: Cláudio Francisco Mistura,

Dino César de Morais de Mattos, Jair Korobinsk

CONSELHO FISCAL SUPLENTES: Lourenço Johann, Jonas

Cleiton Comissio, Mauro Afonso Garcia

CONSELHO DE REPRESENTANTES JUNTO À CNTTT - EFETIVO: Vicente Venuk Pretko e Elyseo Manoel Sezerino

CONSELHO DE REPRESENTANTES JUNTO À CNTTT - SUPLENTES: José Luiz Kogeraski e Edilson Marenda

EXPEDIENTEPRODUZIDO PELA AGÊNCIA ABRIDOR DE LATAS

WWW.ABRIDORDELATAS.COM.BR

TEXTOS: Guilherme Mikami, Larissa Amorim, Larissa

Knaipp, Rebeca Mileski

REVISÃO: Jéssica Chelsea, Sara Duim

JORNALISTAS RESPONSÁVEIS: Guilherme Mikami (SRTE 9458/PR)

e Larissa Amorim (SRTE 9459/PR)

DIAGRAMAÇÃO E PROJETO GRÁFICO: Abridor de Latas

TIRAGEM: 20 mil exemplares

FETROPAR | SETEMBRO E OUTUBRO DE 2014 | PÁG. 3DIREÇÃO CERTA I 3

NOTÍCIAS COMUNICAÇÃO

Já conferiu o novo site da Fetropar? Pois

é, estamos de cara nova! Com a proposta

de investir em comunicação e deixar a ca-

tegoria e os sindicatos atualizados, a pá-

gina da entidade está com um visual clean

e funcional.

As informações e serviços podem ser

facilmente encontrados na página, bem

como as últimas notícias. O objetivo é dei-

xar os trabalhadores bem informados com

apenas um clique, sem muita complicação.

O trabalho que a Fetropar e os sindica-

tos vêm realizando também pode ser en-

contrado já ao abrir a página, dando maior

visibilidade às atividades e reivindicações

das categorias.

“Temos realizado inúmeras ações para

fortalecer a base e os dirigentes sindicais

que representam nossa categoria. Por isso,

essa comunicação do nosso trabalho se tor-

nou o elemento principal em nossa nova

página”, explica o presidente da entidade,

João Batista da Silva.

SINDICATOSPor dentro do site, o trabalhador e o di-

rigente sindical têm acesso fácil às informa-

ções da Federação e dos sindicatos fi liados

– que possuem um espaço só deles, na aba

“Notícias Sindicatos Filiados”. As novidades

das entidades podem ser encaminhadas à

assessoria de comunicação da Fetropar para

serem divulgadas na página.

As matérias podem ser enviadas para o

e-mail [email protected]

com foto e texto já escrito. Dessa forma, os

sindicatos que compõem a Federação fi ca-

rão por dentro das notícias de cada região,

fortalecendo as lutas dos trabalhadores.

Já na aba “Saiu na Imprensa”, a base tem

acesso, em um único lugar, a legislações,

processos judiciais e projetos que infl uen-

ciam e/ou orientam os trabalhadores e

dirigentes sindicais nas lutas diárias por

respeito aos direitos.

TVA TV da Fetropar, com reportagens sobre

os principais eventos da entidade, também

está na nova página. Afi nal, as imagens di-

zem mais que palavras e, por isso, aproxi-

mam o trabalhador das ações da Federação

e dos sindicatos fi liados e relatam de melhor

forma o trabalho realizado.

Esse investimento na TV não é à toa.

No meio sindical, os vídeos são importante

instrumento de pressão, podendo ser utili-

zados como prova de promessas da classe

patronal, por exemplo.

INSTITUTO O Instituto São Cristóvão (ISC), agora,

além de ter seu site próprio, tem as últimas

notícias da organização apresentadas na

página da Fetropar. Para integrar todas as

partes que compõem a Federação, é preciso

começar com a comunicação!

ESSA COMUNICAÇÃO DO NOSSO TRABALHOSE TORNOU O ELEMENTO PRINCIPAL

EM NOSSA NOVA PÁGINA

“ “FETROPAR INVESTE EM COMUNICAÇÃO

PARA SE APROXIMAR DOS TRABALHADORES

FETROPAR DE CARA NOVA: SITE JÁ ESTÁ NO AR.

4 PÁG. SETEMBRO E OUTUBRO DE 2014 | FETROPAR4 I DIREÇÃO CERTA

NOTÍCIAS MOTORISTAS

PARA DEFENDER TRABALHADORES RODOVIÁRIOS,LIVRO É LANÇADO EM CURITIBA

O escritório Passos & Lunard Advoga-

dos Associados lançou, no início de novem-

bro, uma obra que pretende ser referência

na luta contra a lei 13.103/2015, mais conhe-

cida como Lei do Caminhoneiro.

Com comentários sobre a nova legisla-

ção e uma análise crítica, o livro Motorista

Profi ssional reúne artigos de advogados,

magistrados, professores, promotores e

procuradores empenhados na defesa dos

trabalhadores. Nele, são abordados os re-

trocessos da lei – principalmente em rela-

ção à legislação anterior: a 12.619/2012 (Lei

do Descanso).

Com as alterações no texto, conquistas

históricas da categoria se perderam. Na

obra, todas elas são analisadas ponto a pon-

to. Para os idealizadores do projeto, André

Passos, Edésio Passos e Sandro Lunard, o

objetivo é discutir o tema e fazer parte de

uma nova literatura – que defenda os tra-

balhadores.

LANÇAMENTONo lançamento da obra – que contou

com a participação da Fetropar –, os auto-

res puderam falar da importância de reunir

os artigos e apresentar as medidas tomadas

depois de fi nalizado o material.

Durante o evento, Lunard afi rmou que

o livro é referência na literatura trabalhista,

uma vez que faz apontamentos sobre inú-

meras inconstitucionalidades, e “vem para

auxiliar a compreensão e a aplicação desse

novo dispositivo administrativo”.

O advogado e autor de um dos artigos

Alexandre Simões Lindoso falou de um dos

fatores precarizantes da nova Lei: o excesso

de jornada de trabalho. “O regime de tur-

nos, desgaste e fadiga são desproporcionais

em relação a outras categorias de trabalha-

dores, aumentando os riscos de acidentes

de trabalho entre os motoristas profi ssio-

nais do transporte rodoviário”, destacou.

“Ela é um retrocesso absurdo, que fere

todo um arcabouço normativo constitucio-

nal voltado para proteger os trabalhadores

nesse tipo de serviço mais penoso”, comple-

tou Lindoso.

O presidente da Fetropar, João Batista

da Silva, lembrou que a entidade tem reali-

zado um amplo trabalho contra a Lei do Ca-

minhoneiro. Por isso, enviará a publicação

para cada vara de Justiça existente no esta-

do – em torno de 150 na área trabalhista.

O advogado trabalhista André Passos

explicou, durante a apresentação, que a ati-

vidade desenvolvida pela categoria é funda-

mental para a sociedade, o que não lhes tira

o direito de uma jornada adequada e digna.

“Para todas as pessoas que se utilizam

das estradas, seja para passeio, viagem ou a

trabalho, essa luta teve um reconhecimento

importante com a lei 12.619/2012, em que se

conseguiu sensibilizar e mobilizar forças

em vários seguimentos dos trabalhadores

e da Justiça para criar um conjunto de leis

que representaram um grande avanço. Ago-

ra, esse avanço sofre um golpe com a nova

lei 13.103/2015”, declarou.

NECESSIDADEA ideia de reunir os artigos veio da ne-

cessidade de explicar cada ponto da nova

lei, uma vez que houve várias alterações

que podem acabar passando despercebidas

pelos trabalhadores.

Com a defesa histórica que o escritório

realiza em prol da Fetropar e dos trabalha-

dores rodoviários a nível nacional, além da

experiência nessa área, os advogados deci-

FETROPAR E ENTIDADES PARTICIPAM DE LANÇAMENTO DA OBRA MOTORISTA PROFISSIONAL.

FETROPAR | SETEMBRO E OUTUBRO DE 2014 | PÁG. 5DIREÇÃO CERTA I 5

MOTORISTASNOTÍCIAS

diram esclarecer a Lei do Caminhoneiro e

mostrar os prejuízos trazidos por ela.

Por isso, o livro contém esclarecimen-

tos sobre todas as normas e a interpretação

de expressões que podem levar a diferentes

entendimentos – como “reserva” e “tempo

de espera”.

INCONSTITUCIONALIDADESegundo os juristas, a obra também co-

menta a inconstitucionalidade da nova le-

gislação, motivo pelo qual algumas entida-

des já movem ações contra ela no Supremo

Tribunal Federal (STF).

Uma delas é a Ação Direta de Inconsti-

tucionalidade (ADI) da Confederação Na-

cional dos Trabalhadores em Transportes

Terrestres (CNTTT) em conjunto com a

Fetropar. Nela, as entidades explicam por-

que a Lei do Caminheiro não deveria ser

aprovada. De acordo com a redação, alguns

princípios adotados vão contra a própria

Constituição Federal (CF), no que diz res-

peito às condições de trabalho.

Sobre a inconstitucionalidade da Lei,

Motorista Profi ssional também é referên-

cia. No livro, os autores mostram a relação

contraditória com a CF no que diz respeito

às jornadas exaustivas de trabalho e à inse-

gurança nas estradas brasileiras.

Para fundamentar todas essas questões

e alcançar seu objetivo, os artigos reunidos

têm uma linguagem simples – mesmo para

tratar de temas complexos. Com a missão de

tornar o escritório uma referência na defesa

dos trabalhadores, a obra foi escrita levando

em consideração as conquistas obtidas pela

categoria dos rodoviários e pela classe traba-

lhadora – suprimidas pela nova legislação.

Por isso, não há apenas crítica, mas

também alternativas à Lei do Caminhonei-

ro, no sentido de como deve ser interpre-

tada. Dessa forma, os poderes judiciário e

de fi scalização podem ser questionados,

visando sempre diminuir a jornada de tra-

balho e garantir uma boa remuneração.

PARCERIAA obra conta com 15 diferentes autores

profi ssionais do Direito, que são referência

no tema, além de ter o apoio institucional

da CNTTT e da Fetropar.

* Com informações e fotos gentilmente

cedidas pelo escritório Passos & Lunard

Advogados Associados.

[O LIVRO] VEM PARA AUXILIAR A COMPREENSÃO E A APLICAÇÃODESSE NOVO DISPOSITIVO ADMINISTRATIVO.

“ “

6 PÁG. SETEMBRO E OUTUBRO DE 2014 | FETROPAR6 I DIREÇÃO CERTA

NOTÍCIAS SINDICAL

Garantindo a transparência no uso de re-

cursos, a Fetropar realizou, em 9 de dezem-

bro, a prestação de contas de abril a novem-

bro de 2015. Durante a reunião do Conselho

Fiscal, foram revisadas as notas e os relatórios

de viagens do período.

Segundo o presidente da Federação, João

Batista da Silva, a apresentação do movimento

fi nanceiro é determinada no estatuto e está

sendo cumprida pela nova diretoria, que as-

sumiu a gestão da entidade em agosto.

“O Conselho Fiscal foi minucioso ao exa-

minar as notas, fazendo um trabalho muito

bem feito”, apontou.

Para o membro do Conselho Fiscal e

secretário geral do Sindicato dos Trabalha-

dores em Transportes Rodoviários de Cas-

cavel (Sitrovel), Jonas Cleiton Comissio, a

prestação de contas assegura a transparência

das fi nanças da Federação. “É um trabalho

muito importante e precisa ser feito para de-

monstrar, com bastante transparência, o que

é realizado, para que não existam dúvidas”,

afi rmou.

TRANSPARÊNCIA É GARANTIDA COM PRESTAÇÃO DE CONTAS DA FETROPAR

Em 9 de dezembro, o ISC realizou a presta-

ção de contas, com participação do presidente

da entidade, João Batista da Silva, e do Con-

selho Fiscal. Após análise do balanço geral de

sete meses, as contas foram aprovadas.

Para o integrante do Conselho Fiscal e vi-

ce-presidente do Sindicato dos Empregados

em Escritório e Manutenção nas Empresas

de Transportes de Passageiros de Curitiba e

Região Metropolitana (Sindeesmat), José Luis

Kogeraski, “pela conferência, está tudo corre-

to”, afi rmou.

“Conferimos nota por nota e não encon-

tramos dúvida alguma”, declarou o represen-

tante do Conselho e diretor social do Sindi-

cato dos Motoristas Condutores de Veículos

Rodoviários e Trabalhadores em Empresas de

Transportes de Cargas, Passageiros Urbanos,

Motoristas, Cobradores de Linhas Intermuni-

cipal, Interestadual e de Turismo e Anexos de

Maringá (Sinttromar), José Bento de Andrade.

ISC PRESTA CONTAS EFECHA O ANO DE 2015

CONTAS SÃO ANALISADAS UMA A UMA PELO CONSELHO, CONFORME REGIMENTO DA FETROPAR.

FETROPAR | SETEMBRO E OUTUBRO DE 2014 | PÁG. 7DIREÇÃO CERTA I 7

NOTÍCIAS BALANÇO

DIRETORIA E CONSELHO DA FETROPARENCERRAM REUNIÕES DE 2015

Em 10 de dezembro, dirigentes sindicais

participaram da última reunião ordinária

da diretoria e do Conselho Deliberativo da

Fetropar de 2015.

O secretário de Negociações Coletivas e

Jurídico, Jaceguai Teixeira, fez um breve ba-

lanço, apresentando que, em geral, as pendên-

cias do sistema mediador já estão resolvidas.

Segundo Jaceguai, a única negociação que

está pendente e enfrentando difi culdades é

com a Expresso Nordeste, que envolve oito

sindicatos fi liados. Como a empresa exerce

muita pressão sobre os trabalhadores, a cate-

goria não quer aceitar a realização de banco de

horas em vez de pagamento de horas extras.

As discussões seguirão até serem garantidos

os direitos da base.

FINANCEIRODurante a reunião, foi feita a prestação de

contas da Federação referente ao mês de no-

vembro, analisando as despesas operacionais,

as receitas da entidade e o defi cit do período.

Ainda sobre esta questão, os dirigentes

aprovaram a realização de empréstimos pela

Fetropar para o Sindicato dos Trabalhadores

em Transportes Rodoviários do Estado do Pa-

raná (Sitro) e para o Sindicato dos Motoristas

e Cobradores nas Empresas de Transportes de

Passageiros de Curitiba e Região Metropoli-

tana (Sindimoc), para fi ns de pagamento do

13º salário de funcionários e diretores, férias

coletivas e demais pendências das entidades.

Outro tema debatido foi a doação de re-

cursos da Federação para os sindicatos fi lia-

dos. Ficou estabelecido que a Fetropar fará

uma doação única, com valor máximo esti-

pulado, apenas para as entidades que reque-

rerem. Outras doações serão feitas somente

em casos de grande necessidade, depois de

avaliadas pelo coletivo.

EXPEDIENTEO expediente da Fetropar neste fi m de ano

também foi referendado pelos dirigentes sin-

dicais. Entre 21 de dezembro e 5 de janeiro, a

Federação entrará em recesso. Neste período,

os funcionários da entidade entrarão em férias

coletivas – que serão desdobradas em dois pe-

ríodos, para não prejudicar os atendimentos.

Durante a reunião, foi informado que hou-

ve reforço da vigilância e do monitoramento

da sede da Federação. Por isso, os dirigentes

que precisarem ir à entidade devem entrar

em contato com a empresa responsável pela

segurança.

PERSPECTIVASComo tratativa para 2016, os diretores

deverão fazer o replanejamento da Fetropar,

revendo questões estatutárias, entre outras.

“Encerramos este ano com o sentimen-

to de dever cumprido. Fico muito feliz por

termos conseguido bons resultados em nos-

sas atividades. Espero que, no ano que vem,

continuemos com essas conquistas”, destaca o

presidente da entidade, João Batista da Silva.

ENCERRAMOS ESTE ANO COM O SENTIMENTODE DEVER CUMPRIDO. FICO MUITO FELIZ POR TERMOS CONSEGUIDO BONS RESULTADOS EM

NOSSAS ATIVIDADES.

“ “

ÚLTIMA REUNIÃO DA FETROPAR EM 2015 PLANEJA MUDANÇAS PARA O PRÓXIMO ANO.

8 PÁG. SETEMBRO E OUTUBRO DE 2014 | FETROPAR8 I DIREÇÃO CERTA

NOTÍCIAS TRANSPORTE

CURITIBA NÃO ACOMPANHA DESENVOLVIMENTOE FICA PARA TRÁS NO SISTEMA BRT

A capital paranaense é considerada pio-

neira e foi, por muito tempo, modelo na

implantação e gestão do sistema Bus Rapid

Transit (BRT). Canaletas exclusivas, ônibus

biarticulados e tecnologia avançada fi zeram

de Curitiba um exemplo mundial.

Hoje, 40 anos depois, a realidade é ou-

tra. Superlotação, veículos antigos e atrasos

mostram a saturação do transporte público

da cidade. O sistema BRT deixou de ser efi -

ciente e fi cou para trás de outras cidades bra-

sileiras que estão investindo nesse serviço.

O Banco Mundial (BM) tem ajudado no

fi nanciamento de projetos para implanta-

ção do BRT, como o que vem sendo feito em

Bogotá, na Colômbia, desde 2000. Porém,

a condição para que a instituição fi nancie

o sistema é que os governos envolvam em-

presas privadas – benefi ciando grandes em-

presários.

ENCONTRONo fi nal de novembro, sindicalistas de

oito países da África e da América Latina

realizaram encontro no Rio de Janeiro para

visitar o centro de operações do sistema

BRT. Ainda em sua primeira fase, a capital

fl uminense conta com 91 km de corredor ex-

clusivo para ônibus. A partir de 2016, serão

construídos mais 58 km.

Os sindicalistas compartilharam as di-

ferentes experiências do BRT no Brasil, Co-

lômbia e África do Sul. Para o presidente da

Fetropar, João Batista da Silva, que também

esteve presente no evento, o sistema trouxe

impactos positivos para os trabalhadores;

porém, o sucateamento e a falta de investi-

mentos têm gerado desgaste aos operários,

piora nas condições de trabalho e aumento

signifi cativo de assaltos.

“O projeto BRT, no papel, traz benefícios

para os trabalhadores. Em Curitiba, o desin-

vestimento e as guerras judiciais têm levado

ao efeito contrário, prejudicando tantos os

usuários quanto aqueles que fazem o siste-

ma funcionar”, explicou.

Não muito diferente, os sindicalistas da

Colômbia afi rmaram que os motoristas ga-

nham menos, estão sendo demitidos e en-

frentam problemas de saúde e segurança. É

válido lembrar que, assim como na capital

paranaense, a Colômbia também envolveu

empresas privadas na implantação do BRT.

Ao fi nal de três dias de visitas técnicas e

debates, os sindicalistas apontaram que os

sindicatos devem se fortalecer para melho-

rar organização e negociação, troca de in-

formações e desenvolvimento de estratégias

para os projetos de BRT.

Ficou defi nido que a Federação Interna-

cional dos Trabalhadores em Transportes

(ITF) ajudará os sindicatos que representam

os trabalhadores rodoviários, para que as

transformações sejam benéfi cas para socie-

dade e para os trabalhadores.

FETROPAR | SETEMBRO E OUTUBRO DE 2014 | PÁG. 9DIREÇÃO CERTA I 9

NOTÍCIAS TRANSPORTE

O transporte rodoviário é reconhecido

como uma importante ferramenta econô-

mica, já que muitos produtos e serviços se

deslocam diariamente, fazendo com que a

economia funcione. É importante reconhe-

cer o papel dos trabalhadores que possibili-

tam que esse processo aconteça e funcione

adequadamente, entre eles, os motoristas

de caminhão.

Mesmo sabendo da importância desses

profi ssionais, o mercado mundial encontra

hoje um defi cit de trabalhadores no setor. A

necessidade de melhorias das condições de

trabalho, como o trânsito, rodovias melhor

estruturadas, horários mais fl exíveis para

cumprir as entregas e cobrança de clien-

tes, é apontada como fator que desmotiva

os trabalhadores a iniciarem a carreira de

motorista.

O salário também não motiva os jovens

a ingressarem na profi ssão. O custo inicial

para a formação é elevado e deve sair do

bolso do próprio trabalhador.

Além disso, são poucas as empresas que

decidem investir no início da carreira dos

motoristas, já que a falta de infraestrutura

difi culta que escolas de formação profi ssio-

nal e até exames de aptidão sejam desen-

volvidos.

CARREIRAO início da carreira tem suas difi cul-

dades, mas o motorista enfrenta, também,

obstáculos para se manter na função. Dos

motoristas iniciantes na Europa, dois ter-

ços ainda acreditam que a carreira de mo-

torista tem futuro. Ainda assim, mudanças

signifi cativas devem acontecer para que a

atual situação dos trabalhadores melhore e

a perspectiva da profi ssão venha a acolher

novos profi ssionais.

Diante desse quadro, o interesse pela

profi ssão de motorista é menor do que a de-

manda, gerando defi cit. No Brasil, de acordo

com a Confederação Nacional do Transporte

(CNT), faltam 100 mil motoristas. Na ten-

tativa de solucionar esse problema, a apos-

ta é no jovem que pode se interessar pela

carreira, investindo na formação inicial em

parcerias com autoescolas.

Além de melhorar as condições de tra-

balho, a profi ssão deve fi car mais atraente e

a formação para o início de carreira deve ser

sempre desenvolvida. Para o presidente da

Fetropar, João Batista da Silva, a necessida-

de de motoristas segue as novas demandas

da economia.

“É preciso entender a realidade para que

as medidas possam melhorar o processo do

transporte. O motorista, que é a base do

processo, deve ser incentivado e motivado

a iniciar e continuar essa carreira que é tão

importante para a economia”, afi rma.

O MOTORISTA DEVE SER INCENTIVADO E MOTIVADO A INICIAR E CONTINUAR

ESSA CARREIRA QUE É TÃO IMPORTANTE PARA A ECONOMIA.

“ “DEVE-SE APOSTAR NOS JOVENS PARA

O TRANSPORTE RODOVIÁRIO CONTINUAR

SALÁRIOS E CONDIÇÕES DE TRABALHO DESMOTIVAM JOVENS A SEGUIREM CARREIRA.

10 PÁG. SETEMBRO E OUTUBRO DE 2014 | FETROPAR10 I DIREÇÃO CERTA

NOTÍCIAS TRANSPORTE

A lista de problemas que as cidades vivem

diariamente é grande: caos do trânsito, falta de

qualidade no transporte público, poluição sonora

gerada pelos veículos, entre tantas outras. Além

disso, o transporte de cargas nos centros urbanos

é apontado como o maior gargalo da mobilidade

brasileira.

Sinalizações que especifi quem o local, o ho-

rário e o tipo de veículo que podem circular são

prejudiciais ao processo de mobilidade urbana.

O transporte de cargas precisa ser visto como es-

sencial para o funcionamento da cidade, e não

como dispensável.

Uma das alternativas é observar modelos in-

teligentes de mobilidade que possam ser adap-

tados para a realidade brasileira. Para a Fetropar,

as difi culdades de mobilidade urbana também

impactam a saúde do trabalhador que, muitas

vezes, é forçado pelo empresário a ampliar sua

jornada, para poder recuperar o tempo perdido

no trânsito das grandes cidades.

PLANEJAMENTO DE MOBILIDADE URBANA DESCONSIDERA O TRANSPORTE DE CARGAS

Nas rodovias brasileiras, é comum ob-

servar animais de diversos portes atraves-

sando as vias. Além de causarem acidentes,

muitos deles são atropelados e mortos.

Segundo estudo da Universidade Fede-

ral de Lavras (Ufl a), 15 animais são mortos

por segundo nas estradas brasileiras. Na li-

derança da lista, estão animais de pequeno

porte, representando 90% das mortes. O

restante é dividido entre animais de mé-

dio – macacos e gambás – e grande porte,

como antas, lobos e onças.

O alto índice de mortes de animais é

consequência direta da desconsideração

com a natureza durante construção da ma-

lha viária brasileira.

Os animais soltos são responsabilida-

de do seu proprietário. A implantação de

medidas preventivas – como construção de

cercas de restrição e demarcação, sinaliza-

ção ao longo das vias e corredores de fau-

na para passagens dos animais – é um dos

meios de reduzir acidentes e a morte de

animais.

ESTRADAS DO BRASIL TÊM15 ATROPELAMENTOS DE ANIMAIS A CADA SEGUNDO

TRANSPORTE DE CARGAS É CONSIDERADO MAIOR GARGALO DA MOBILIDADE BRASILEIRA.

FETROPAR | SETEMBRO E OUTUBRO DE 2014 | PÁG. 11DIREÇÃO CERTA I 11

NOTÍCIAS MOTORISTAS

O trânsito vem se tornando cada vez mais

complicado, já que a frota cresce em ritmo

muito acelerado e a imprudência é constante.

Uma prova disso é o número de multas

aplicadas. Motoristas, e até mesmo pedestres

– adequando-se em até 454 situações –, são

notifi cados com as multas diariamente.

Situações cotidianas podem gerar multa

e pontos na Carteira Nacional de Habilitação

(CNH). Comer enquanto estiver no trânsito,

dirigir usando sapatos que não são fi rmes nos

pés, usar fones de ouvido e fumar enquanto

dirige são exemplos de infrações médias.

Para o presidente da Fetropar, João Ba-

tista da Silva, respeitar a legislação é funda-

mental para a segurança de todos. “As leis

de trânsito têm como objetivo preservar a

vida do motorista e do pedestre. Seguir as

determinações pode garantir a segurança de

todos, além de evitar inúmeros acidentes”,

afi rma.

MÃOS NO VOLANTE E OLHO NO TRÂNSITO PARA EVITAR 400 TIPOS DE MULTA

A Justiça determinou, para uma em-

presa de transportes, pagamento de in-

denização a um motorista carreteiro que

enfrentava longas e cansativas jornadas de

trabalho.

Foi comprovado que os períodos de

trabalho dele não respeitavam os interva-

los interjornada.

A adoção do regime de trabalho pela

empresa feriu as condições plenas do tra-

balhador, prejudicando o convívio familiar

e social do motorista, além de impedir o

direito ao lazer e ao descanso.

A juíza afi rmou que as alegações têm

caráter de prevenção da saúde, de higiene

e de segurança do motorista, uma vez que

já existe um risco natural na profi ssão e que

a falta de condição plena de trabalho preju-

dica a segurança dele e de outras pessoas.

Em vigência desde abril, a Lei do Ca-

minhoneiro trouxe mudanças no tempo da

jornada de trabalho, que poderá ser aumen-

tada em até duas horas extras ou – diante de

acordo coletivo – em até quatro horas.

SENTENÇA DETERMINA INDENIZAÇÃO POR JORNADA EXCESSIVA DE MOTORISTA

multa

DESPERCEBIDAS, PEQUENAS IMPRUDÊNCIAS PESAM NA CNH.

12 PÁG. SETEMBRO E OUTUBRO DE 2014 | FETROPAR12 I DIREÇÃO CERTA

NOTÍCIAS TRANSPORTE

TRANSPORTE DE MATERIAIS CARREGAJUNTO A SAÚDE DO TRABALHADOR

O levantamento, o transporte e a depo-

sição de cargas devem seguir as normas es-

tabelecidas para preservar a integridade do

trabalhador. Empregadores e empregados

devem estar atentos para que as atividades

desenvolvidas pelo trabalhador não preju-

diquem sua saúde e sua segurança.

Atividades como elevação, abaixamento

e carregamento de cargas, se realizadas de

maneira incorreta, podem comprometer a

saúde do trabalhador. Lesões nos braços,

nas pernas e nas articulações são alguns

exemplos de consequências que prejudi-

cam diretamente o empregado.

Para preservar sua saúde e sua segu-

rança, antes de iniciar o levantamento e

o transporte da carga, o trabalhador deve

considerar a sua capacidade física e avaliar

se consegue realizar a tarefa sozinho. Caso

não consiga, é preciso que o transporte seja

realizado por duas pessoas ou mais. É im-

portante que a segurança esteja presente

durante todo o processo.

Analisar características como a natureza

e a temperatura da carga também é impor-

tante. As condições do local por onde o tra-

balhador irá transitar, além do trajeto a ser

realizado, também devem ser consideradas.

Para levantar a carga, ela deve estar pró-

xima ao trabalhador. O empregado precisa

dobrar as pernas para realizar o movimen-

to, levantando a carga com a força delas, e

não com a das costas – que devem perma-

necer retas durante todo o levantamento.

Para o deslocamento, o trabalhador

deve planejar o trajeto, removendo qual-

quer obstáculo até o destino. Caso o percur-

so seja longo, o empregado deve planejar

alguns pontos de descanso.

A postura do trabalhador, com a cabeça

reta e a carga próxima ao corpo, é de extre-

ma importância. Antes de ajustar a carga na

sua posição fi nal, o material deve ser des-

carregado.

Não torcer o corpo enquanto carrega

cargas, não se esticar para alcançá-las, não

levantar cargas do chão para alturas acima

do ombro, organizar o armazenamento

para facilitar o manuseio, diminuir a dis-

tância do carregamento e separar a carga

em porções menores são maneiras de pre-

servar o trabalhador.

Para o presidente da Fetropar, João Ba-

tista da Silva, as pequenas mudanças no

comportamento do empregado são funda-

mentais para garantir a sua saúde. “Aquilo

que puder ser feito para preservar a integri-

dade do trabalhador deve ser feito, porque

a saúde do empregado deve ser sempre cui-

dada”, afi rma.

AQUILO QUE PUDER SER FEITO PARA PRESERVAR A INTEGRIDADE DO TRABALHADOR DEVE SER FEITO, PORQUE

A SAÚDE DO EMPREGADO DEVE SER SEMPRE CUIDADA.“ “

FETROPAR | SETEMBRO E OUTUBRO DE 2014 | PÁG. 13DIREÇÃO CERTA I 13

NOTÍCIAS CURTAS

EMPRESA PAGARÁ R$ 3 MIL A MOTORISTA SEM BANHEIRO

ADICIONAL POR VIBRAÇÃO É CONCEDIDO A COBRADOR DE ÔNIBUS

O Tribunal Superior do Trabalho (TST)

rejeitou recurso da Viação Novo Retiro

Ltda., de Belo Horizonte (MG), condenada

a indenizar um motorista que era obrigado

a usar o mato ou banheiros do comércio lo-

cal porque a empresa não tinha sanitários

nos locais de trabalho. Ele se submeteu a

essa condição durante dez anos. A empresa

alegou que ele “já deveria ter se acostumado

à utilização de banheiros públicos”.

O TST considerou que a empresa foi

omissa por não adotar as medidas de segu-

rança e saúde às que está obrigada por força

de lei, capazes de minorar os riscos à saúde

dos empregados.

EMPRESA QUE NÃO FORNECIA TROCO DEVERÁ INDENIZAR COBRADOR

COBRADOR DE ÔNIBUS ATINGIDO EM ASSALTO SERÁ INDENIZADO

TST GARANTE ADICIONAL A COBRADOR DE ÔNIBUS

Empresa foi condenada pelo TST a

pagamento de indenização por danos

morais a um cobrador atingido por tiros

durante assalto dentro do ônibus em que

trabalhava. O Tribunal entendeu que,

diante da atividade desenvolvida pelo

empregado, a empresa assume a respon-

sabilidade objetiva, já que o cobrador está

exposto a um risco mais acentuado que os

demais indivíduos.

Durante a ação dos bandidos, ele foi

atingido por um tiro no braço e dois na

barriga. Socorrido, foi encaminhado ao

hospital, onde passou por duas cirurgias.

Uma empresa de ônibus foi condena-

da a pagar adicional de insalubridade a

cobrador pela exposição à vibração do veí-

culo durante a jornada de trabalho.

O juiz concedeu o adicional ao analisar

os laudos periciais que comprovavam que

o empregado estava sendo submetido a

níveis de vibração nocivos à saúde. O lau-

do aferido pelos peritos apontava número

acima do disposto antes de nova norma –

período trabalhado pelo cobrador.

Um cobrador de ônibus de Curitiba de-

verá ser indenizado por ter de trabalhar sem

dinheiro de troco, ou com valor insufi ciente.

A empresa também foi condenada a pagar

indenização por danos morais pelos assaltos

sofridos na estação-tubo. Ainda cabe recurso

da decisão.

Ficou comprovado que, até 2013, a empresa

não fornecia troco para os cobradores; a partir

daquela data, passou a fornecer R$ 20,00, valor

insufi ciente. O cobrador alegou ter sido cha-

mado de “ladrão” e de “vagabundo” por clien-

tes que se irritaram com a situação.

O TST condenou empresa ao pagamento

do adicional de insalubridade a um cobrador de

ônibus pela exposição à vibração do veículo du-

rante a jornada de trabalho. A decisão foi base-

ada no princípio da irretroatividade das normas

jurídicas e na norma vigente à época do ajuiza-

mento da ação, visto que, no curso do processo,

foi editada uma portaria que tratava especifi ca-

mente do tema e restringia esse direito.

Ao examinar o recurso do trabalhador ao

TST, o relator concluiu que o Tribunal Regional,

ao reenquadrar o laudo pericial à nova norma,

editada posteriormente à sentença, violou a CF.

Foi restabelecida a sentença, o que condenou a

empresa a pagar o adicional de insalubridade.

14 PÁG. SETEMBRO E OUTUBRO DE 2014 | FETROPAR14 I DIREÇÃO CERTA

NOTÍCIAS SAÚDE

FETROPAR E SINDICATOS FILIADOSNA LUTA CONTRA O CÂNCER DE PRÓSTATA

Novembro foi mais um mês de cons-

cientização, desta vez para os homens. A

campanha Novembro Azul chamou a aten-

ção para uma doença silenciosa, mas que

faz diversas vítimas todos os anos: o câncer

de próstata.

O objetivo é levar informações sobre a

importância de realizar exames periódicos,

uma vez que o câncer de próstata é o segun-

do mais comum entre os homens.

De acordo com pesquisa da Sociedade

Brasileira de Urologia (SBU), em 2013, dos

cinco mil entrevistados, 47% nunca reali-

zaram o exame preventivo. Ainda segundo

a SBU, 44% revelaram que nunca se consul-

taram com um urologista, e 51% disseram

nunca ter feito exames para verifi car os ní-

veis de testosterona no sangue.

Com esses resultados, não é de assustar

o rápido crescimento do câncer de próstata

no Brasil. Foram registrados 60 mil casos só

em 2012. Por isso, a prevenção e os exames

são a melhor forma de mudar as estatísticas.

Não muito diferente de outros cânceres, o

de próstata também requer mudanças nos

hábitos para diminuir as chances de desen-

volver a doença.

PREVENÇÃOVilão de inúmeras doenças, o cigarro

também pode contribuir para o surgimen-

to do câncer de próstata. Por isso, a melhor

prevenção é abandonar o vício. Para aque-

les que gostam de uma cerveja depois do

expediente, cuidado! As bebidas alcoólicas

também aumentam o risco de desenvolver a

doença e, portanto, devem ser evitadas.

A prática de exercícios físicos e boa ali-

mentação também ajudam na prevenção

contra o câncer. Porém, mesmo com todos

esses cuidados, o exame preventivo ainda

é essencial, principalmente depois dos 45

anos. Não é à toa. Cerca de 75% dos casos

de câncer de próstata ocorrem a partir dos

65 anos.

A Fetropar e os sindicatos fi liados – que

apoiam a campanha – orientam os traba-

lhadores a observarem esses cuidados para

terem uma vida mais saudável.

“Não existe remédio melhor que a pre-

venção. Nós, trabalhadores, que na maioria

das vezes temos família para sustentar, não

podemos esquecer da nossa saúde. Mesmo

com uma vida atarefada, é essencial dedi-

carmos um tempo para cuidar de nós mes-

mos”, afi rma o presidente da Fetropar, João

Batista da Silva.

NÃO EXISTE REMÉDIO MELHOR QUE A PREVENÇÃO. MESMO COM UMA VIDA ATAREFADA, É ESSENCIAL

DEDICARMOS UM TEMPO PARA CUIDAR DE NÓS MESMOS.

“ “

FETROPAR | SETEMBRO E OUTUBRO DE 2014 | PÁG. 15DIREÇÃO CERTA I 15

NOTÍCIAS ASSÉDIO MORAL

A 1ª Vara do Trabalho de Araraquara (SP)

será responsável por julgar ação civil públi-

ca que pede a condenação de uma empresa

de transportes por dano moral coletivo. A

denúncia é de que houve prática de assédio

moral contra trabalhadores que foram tes-

temunhas em investigação do Ministério

Público do Trabalho de São Paulo (MPT-SP).

O caso ocorreu em 2011, quando o MPT-

SP realizou, em conjunto com a Polícia

Rodoviária de São Paulo (PR-SP), uma

operação na rodovia Washington Luiz, a fi m

de conter o excesso de jornada nas estradas.

Na época, cerca de 50 caminhoneiros fo-

ram ouvidos como testemunhas na investi-

gação. Um deles era empregado da empresa

acusada e trabalhava 13 horas sem interva-

los, além de receber salários “por fora”.

Segundo o depoimento do trabalhador,

o MPT-SP fi rmou com a empresa um Ter-

mo de Ajuste de Conduta (TAC), no qual a

empresa se comprometeu a não exigir horas

extras em excesso nem suprimir intervalos,

entre outras obrigações.

Porém, cerca de um mês depois, o cami-

nhoneiro procurou o órgão para informar

que a empresa o estava assediando moral-

mente, com ameaças de dispensa, e o colo-

cando em situações forçadas de ociosidade.

AÇÃOSegundo a ação do MPT-SP, a conduta da

empresa constitui, por via refl exa, agressão

a seus poderes e atribuições, “mas, primor-

dialmente, ultraje ao próprio trabalhador

assediado e a toda a coletividade”, pois afeta

e abala todo o ambiente de trabalho, “vi-

timando o conjunto de trabalhadores da

empresa”.

O MPT-SP sustentou que a ação tem

clara natureza trabalhista, pois visa prote-

ger a saúde psicológica e a dignidade dos

trabalhadores afetados pela conduta asse-

diante da empresa, “evitando-se, assim, um

ambiente de trabalho hostil, intimatório,

degradante e ofensivo para a coletividade

por eles formada”.

De acordo com a argumentação, “caso se

permita que condutas como essa se repitam e

se multipliquem, nenhum trabalhador aceita-

rá ser ouvido como testemunha pelo MPT-SP,

pois saberá que, se o fi zer, será submetido ao

assédio moral e/ou perderá o emprego”.

Para o presidente da Fetropar, João Ba-

tista da Silva, a ação é uma conquista por

causa da referência que será nesse tema.

“Isso inibirá que outras empresas venham

a assediar os trabalhadores e será uma ju-

risprudência a nosso favor”, explica.

A ação segue agora para a 1ª Vara do Tra-

balho de Araraquara (SP) para ser julgada.

A AÇÃO TEM CLARA NATUREZA TRABALHISTA, POIS VISA PROTEGER A

SAÚDE PSICOLÓGICA E A DIGNIDADE DOS TRABALHADORES AFETADOS PELA CONDUTA

ASSEDIANTE DA EMPRESA.

“CAMINHONEIRO QUE SOFREU

ASSÉDIO MORAL TERÁ AÇÃO JULGADA

AÇÃO SERVIRÁ DE REFERÊNCIA NO COMBATE AO ASSÉDIO MORAL.

16 PÁG. SETEMBRO E OUTUBRO DE 2014 | FETROPAR16 I DIREÇÃO CERTA

NOTÍCIAS SAÚDE

TRABALHAR NAS OFICINAS MECÂNICASEXIGE CUIDADO E ATENÇÃO

As ofi cinas mecânicas são ambientes que

oferecem inúmeros riscos para o trabalha-

dor. O empregador tem obrigação de prover

Equipamentos de Proteção Individual e Co-

letiva (EPIs/EPCs) e treinamento adequado

para prevenção de acidentes, além de adotar

medidas para minimizar os riscos. A realiza-

ção de tais providências preza especialmen-

te pela integridade do funcionário, garantin-

do sua saúde e segurança.

As ferramentas utilizadas não podem ser

improvisadas e, se apresentarem defeitos ou

forem de má qualidade, devem ser substitu-

ídas.

O uso de creme protetor de pele e aven-

tais impermeáveis quando o contato com

substâncias for intenso e inevitável é funda-

mental para garantir a integridade do em-

pregado. Ele também deve utilizar banqueta

ergonômica para trabalhar sentado, quando

possível, além de fazer uso de botina de se-

gurança para proteção dos pés.

Óculos de ampla visão, luvas nitrílicas,

botas impermeáveis e protetor respiratório

são ferramentas essenciais para lavagem e

desengraxe das peças desmontadas.

Além disso, materiais infl amáveis devem

ser armazenados em locais fora da ofi cina,

em embalagens com rótulos de identifi ca-

ção. Extintores de incêndio devem estar em

locais sem obstrução, e no ambiente da ofi -

cina deve estar exposta sinalização de que é

proibido fumar.

A soldagem de peças e componentes

é um processo que também exige muitos

cuidados. O empregado deve utilizar más-

cara com lente protetora contra radiação

ultravioleta, luvas e aventais de raspa para

proteção contra queimaduras. É preciso ter

cuidado com os tanques de combustível, ve-

rifi cando se todos os gases foram retirados

completamente. A soldagem deve ser reali-

zada em locais que não sejam confi nados ou

próximos a produtos infl amáveis.

Já os testes de motores depois de terem

sido montados exigem que o trabalhador

utilize protetores auriculares. Se o funcio-

nário precisar retirar os protetores, tal tarefa

deve ser realizada, no máximo, duas vezes

por dia.

Para a limpeza de mãos e braços, a pasta

desengraxante à base de produtos naturais

para limpeza das mãos é a sugestão de uso.

“Essas medidas são meios de preservar a

integridade do empregado de ofi cinas me-

cânicas, protegendo sua saúde e segurança”,

explica o presidente do Sindeesmat, Agis-

berto Rodrigues Ferreira Junior.

Fonte: Sindeesmat

USO CORRETO DOS EPIS AJUDA NA PREVENÇÃO CONTRA ACIDENTES.

AS FERRAMENTAS UTILIZADAS NÃO PODEM SER IMPROVISADAS E,

SE APRESENTAREM DEFEITOS OUFOREM DE MÁ QUALIDADE, DEVEM

SER SUBSTITUÍDAS.

FETROPAR | SETEMBRO E OUTUBRO DE 2014 | PÁG. 17DIREÇÃO CERTA I 17

RÁPIDAS SINDICATOS

Pelo terceiro mandato consecutivo, a

diretoria do Sindicato dos Trabalhadores

em Transportes Rodoviários de Toledo

(Sinttrotol) foi reeleita com 95,2% dos

votos. A eleição ocorreu em 8 e 9 de

dezembro, elegendo a chapa única O

Trabalho Continua.

De acordo com o presidente reeleito,

Luiz Adão Turmina, dos 20 cargos na direto-

ria, apenas 10 estavam preenchidos. Agora, a

diretoria da entidade fi cou completa nova-

mente.

O próximo mandato começa a valer a

partir de 4 de fevereiro de 2016, data em que

será realizada a cerimônia de posse.

Em 12 e 13 de dezembro, a chapa única

União e Ação venceu as eleições do Sindicato

dos Motoristas, Condutores de Veículos Ro-

doviários Urbano e em Geral, Trabalhadores

em Transportes Rodoviários de Telêmaco

Borba (Sinconvert).

O presidente Olímpio Mainardes Filho,

que encabeçou a chapa, foi reeleito com 67%

dos votos. Entre os diretores, houve apenas

três alterações. O novo mandato começa a

valer a partir de 13 de janeiro de 2016 e vai

até 2020. Pela frente, muito trabalho para a

DIRETORIA DO SINCONVERT É REELEITA

SINTTROTOLREALIZA ELEIÇÃO

REUNIÃO EM UMUARAMA PÕE FIM À CATRACA LIVRE

CURITIBA GANHA MAIS VAGAS PARA MOTOFRETISTAS

Em dezembro, o Sindicato dos Tra-

balhadores e Condutores em Transpor-

tes Rodoviários e Anexos de Umuarama

(Sintrau) participou de reunião na Pre-

feitura com representantes da empresa

Viação Umuarama.

Foram expostas as ocorrências e,

reconhecendo os problemas, o prefeito

colocou fi m à catraca livre e propôs re-

alizar testes aos domingos, com o valor

da tarifa a R$ 1,50, para avaliar como a

população irá utilizar o benefício. Caso

não haja avanço, voltará a ser cobrado

o valor de R$ 3,10 para o transporte pú-

blico.

O Sindicato dos Trabalhadores e

Condutores de Veículos Motonetas,

Motocicletas e Similares de Curitiba e

Região Metropolitana (Sintramotos)

comemorou a criação de mais pontos

para motofrete em Curitiba.

Resultado de uma solicitação feita

pelo presidente da entidade, Cacá

Pereira, à Secretaria Municipal de

Trânsito (Setran) em outubro, as vagas

exclusivas são uma reivindicação da

categoria que se torna realidade.

Em 14 de novembro, foi realizada a posse

da diretoria do Sindicato dos Trabalhadores

em Transportes Rodoviários de Pato Branco

(Sintropab), eleita em 29 e 30 de outubro,

para o mandato dos próximos quatro anos.

A chapa União e Luta, com Ênio Antonio

da Luz como presidente e apenas três altera-

ções nos diretores, foi reeleita com 98% dos

votos. Não houve outras inscrições de cha-

pas, o que, para a diretoria, é resultado do

DIRETORIA DO SINTROPAB TOMA POSSE

“bom trabalho realizado ao longo do último

mandato”.

Agora, a diretoria já planeja o próximo

período e almeja mais conquistas para os

trabalhadores que representa.

diretoria, que já está planejando os próximos

quatro anos.

A cerimônia de posse será realizada na

sede do próprio Sindicato; porém, devido

ao espaço, será apenas para formalização da

diretoria.

18 PÁG. SETEMBRO E OUTUBRO DE 2014 | FETROPAR18 I DIREÇÃO CERTA

SINDICATOS SEGURANÇA

A IMPORTÂNCIA DE REGISTRARO BO EM CASO DE ARRASTÕES

Não bastam todos os problemas corri-

queiros enfrentados por quem pega ônibus

em Curitiba, os passageiros têm de se preocu-

par, e muito, com os assaltos em ônibus, esta-

ções tubo e até mesmo dentro de terminais.

Curitiba registrava, até setembro de 2015,

uma média de sete casos diários de assaltos

no transporte coletivo. Foram mais de 2 mil

ocorrências. De todo o sistema de transpor-

te da cidade, o local mais visado pelos assal-

tantes é a estação-tubo Coronel Luiz José dos

Santos (sentido bairro), no Boqueirão.

Apesar da falta de dados sobre arrastões,

é perceptível o aumento desse tipo de crime,

principalmente na região sul de Curitiba. Em

casos de arrastões em ônibus, infelizmente,

cada vez mais frequentes, o registro da quei-

xa muitas vezes não é feito pelos passageiros,

seja por medo ou apenas por achar que não

irá resolver a situação.

Mas essa falta de documentação atrapa-

lha o mapeamento dos crimes no transporte

público e não contribui com a ação da polícia.

O cidadão tem um papel importante na ga-

rantia da segurança pública de sua comuni-

dade, e a denúncia dos crimes pela população

contribui para que haja mais segurança.

AUTORIDADESA Polícia Militar (PM) de Pinhais expli-

ca, em sua página do Facebook, que casos de

assalto, ameaça, violência física e furto são

crimes que merecem punição. Dessa forma,

é necessário que a pessoa registre Boletim de

Ocorrência (BO), pois isso ajuda as vítimas e

toda a comunidade.

Algumas pessoas acabam não registran-

do essas ocorrências, mas é muito importan-

te que essa atitude seja tomada. Os motivos

que impedem a população de registrar os

crimes na polícia são diversos, como o medo

de represália ou quando o criminoso é pa-

rente ou amigo próximo, além de casos não

tão graves e ameaças, que podem parecer ir-

relevantes.

Em casos de ataques constantes na mes-

ma região, os BOs alertam a polícia sobre a

importância de foco na vistoria dos locais,

que podem ser reforçados se forem denun-

ciados.

O BO é o ato que dá início à apuração de

um crime cometido e fornece dados para es-

tatísticas ao poder público.

É muito importante registrar qualquer

tipo de ocorrência, fornecendo o maior nú-

mero de informações possíveis para o poder

público traçar um perfi l da criminalidade,

além de podermos cobrar atitudes da polícia

dentro de fatos ocorridos, e não de supostos

boatos de insegurança.

Fonte: Sindimoc

CURITIBA REGISTRAVA UMA MÉDIA DE SETE CASOS DIÁRIOS DE ASSALTOS NO TRANSPORTE COLETIVO.

O BOLETIM DE OCORRÊNCIA É O ATO QUE DÁ INÍCIO À APURAÇÃO DE

UM CRIME COMETIDO E FORNECE DADOS PARA ESTATÍSTICAS AO

PODER PÚBLICO.

FETROPAR | SETEMBRO E OUTUBRO DE 2014 | PÁG. 19DIREÇÃO CERTA I 19

INSTITUTO DICAS