65
www.alom.com.br Edição n• 02 - Jan/Fev 2010 AS CONQUISTAS E DESAFIOS DO EDUCADOR FÍSICO EM UM MERCADO EM CONSTANTE TRANSFORMAÇÃO MERCADO PROFISSIONAL NA EDUCAÇÃO FÍSICA

Ed02_JanFev10

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Gestão Fitness Ed02JanFev10

Citation preview

Page 1: Ed02_JanFev10

www.alom.com.brEdição n• 02 - Jan/Fev 2010

AS CONQUISTAS E DESAFIOS DO EDUCADOR FÍSICO EM UM MERCADO

EM CONSTANTE TRANSFORMAÇÃO

MERCADO PROFISSIONAL NA EDUCAÇÃO FÍSICA

Page 2: Ed02_JanFev10

EXPEDIENTEA Revista Gestão Fitness é uma publicação bimestral,

100% digital, 100% gratuita,

desenvolvida pela Álom Comunicação em Negócios.

02 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10

Jornalismo e RevisãoMadalena [email protected]

Projeto Gráfico e WebdesignIrene Asato Ruiz

www.ireneruiz.com

Tecnologia da InformaçãoIvan Carlos de Almeida

www.icarlos.net

Revista DigitalNews Flipwww.newsflip.com.br

Atendimento ao [email protected]

[email protected]

Redaçã[email protected]

Sitewww.alom.com.br

DiretoraThais [email protected]

Proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização escrita.Artigos e colunas não representam necessariamente a opinião da revista e são de total responsabilidade de seus autores. As imagens dos artigos e matérias foram cedidas pelos respectivos colunistas e entrevistados.

As imagens ilustrativas são provenientes de banco de imagens e os créditos constam ao lado direito inferior de cada foto.

Contato11 3731-6704

Imagem de CapaPhotoXpress.com

Page 3: Ed02_JanFev10

EDITORIAL

A Revista Gestão Fitness lança sua segunda edição trazendo com ela os ares

da inovação no meio de informação em gestão de academias e carreira profissional

do educador físico.

A primeira edição foi um sucesso!! Mais de 26mil visitantes, contabilizando

mais de 47mil visitas, adotaram a Gestão Fitness como guia na consulta sobre as-

suntos em negócios no meio fitness. Hoje contamos com assinantes nacionais e em

vários países como Portugal, Venezuela, Panamá e Angola.

Em 2010, muitas novidades estão por vir, estaremos mais presentes nas re-

des sociais, ampliando nossa participação na internet com o objetivo de formar uma

grande rede de informação ao setor do fitness, saúde e bem-estar.

Agradeço a todos que colaboraram e acreditam nesta forma moderna e visio-

nária de distribuição da informação de forma ecológica e gratuita.

Forte Abraço!

Por Thais Cavalcanti

Page 4: Ed02_JanFev10

Neste momento, precisamos resgatar a essência

da função do professor: servir ao cliente; saber dar

aula; saber o significado de suas ações em sala;

mudar comportamentos e hábitos; fazer a diferen-

ça na vida das pessoas; entender a didática de sua

aula. Além, é claro, de adquirir todos os recursos

disponíveis para gerir melhor sua carreira: Market-

ing, gestão de tempo, financeira, relacionamento

com o cliente e com o mercado.

Sua Carreira, um verdadeiro show!

Autora: Marynês Pereira – Editora Phorte

06 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10

Marynês Pereira - CREF 002615-G/SP é profissional com mais de 25 anos de experiência

atuando como executiva nas áreas de Gestão Estratégica e de Pessoas, Marketing, Vendas

e Franchising e Diretora Executiva da Provider Solutions , desde 2003.

Lançado em novembro a obra está à venda pelo site

http://www.providersolutions.com.br/produtos.asp

Mais informações:

www.providersolutions.com.br

[email protected]

Não perca a palestra sobre Carreira no site

http://www.providersolutions.com.br/curso.asp.

Page 5: Ed02_JanFev10
Page 6: Ed02_JanFev10

COORDENAÇÃO “APAGA INCÊNDIO”

O coordenador precisa ter organização que a função

exige naturalmente e, sobretudo, pensar estrategica-

mente no sentido de tornar o negócio rentável.

Por Cristina Santos

Imag

em:Im

ageP

uls

08 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10

Page 7: Ed02_JanFev10

carreira

Um dos mais delicados e clássicos problemas de professores que se tornam

coordenadores de uma hora para outra, é que surge também de uma hora para outra o

famoso coordenador “bombeiro” ou “apagador de incêndio”! Isso porque é comum ver

bons ou excelentes professores se tornarem coordenadores mais pelo carisma em aula do

que por suas competências administrativas.

O triste disso é que a carreira desse profissional fica comprometida. Sem saber

como e o quê fazer, se perde em dúvidas e questionamentos, toma atitudes impensadas

e sem sentido que não levarão nem ele e nem a empresa a lugar algum. E na tentativa

de solucionar pendências que vão se acumulando por motivos óbvios, toma decisões im-

pensadas de qualquer maneira, a qualquer custo e de qualquer jeito, sem planejamento,

protocolo, ações assertivas e sem foco.

Acredite: um bom profissional deveria reunir uma gama de competências técnicas

e pessoais, carisma e profissionalismo que o tornasse competitivo, sério, competente e

eficiente, evitando assim ter de correr contra o tempo se e quando algo der errado.

Saber lidar com pessoas, administrar tempo e resultados, gerenciar a carteira de

clientes, distribuir e delegar tarefas com segurança e identificar talentos são alguns dos

segredos que facilitam, e muito, a vida de um coordenador. Conhecer sua equipe e do que

ela é capaz permite que um professor seja mais do que um coordenador: faz com que ele

seja empreendedor e se torne uma referência entre a equipe. E isso faz toda a diferença:

no mínimo não se corre o risco de estar só em caso de urgência!

Seria bom se pudéssemos adivinhar quando um professor vai faltar sem avisar pre-

viamente ou quando o gestor da empresa vai perguntar porque a renovação está tão baixa

ou ainda qual o número ideal de clientes em cada aula!

O coordenador precisa ter a organização que a função exige naturalmente e, sobre

Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 09

Page 8: Ed02_JanFev10

tudo, pensar estrategicamente no sentido

de tornar o negócio rentável e auto-sus-

tentável.

Em média, todo profissional deseja

escalar um degrau a mais na carreira e o

então professor acaba aceitando o desa-

fio, por acreditar que isso será o início de

uma carreira produtiva, consistente e du-

radoura. Porém, as obrigações aumentam,

a lista de tarefas, controles e análises tam-

bém, bem como a carga horária, e a remu-

neração nem sempre é tão proporcional.

E é aí que começam as dificuldades: será

que vale a pena o desafio?

O fato é que construir títulos hie-

rárquicos não vai transformar, de uma

hora para outra, um professor em líder,

pelo simples fato de que ser coordenador

é muito mais complexo do que se imagina.

Um erro de leitura, tanto de quem fez o

convite quanto de quem o aceitou, pode

ser fatal para ambos, e, com isso, o sonho

de crescimento ficará comprometido por

conta da frustração pessoal e resultados

ruins.

E pior: os clientes sentirão falta

daquele professor animado, carismático

e atencioso do passado e que fará toda a

diferença na hora da fidelização e retenção

dos clientes.

Bons negócios a até breve!

Comente sobre este artigo em nosso blog:

http://gestaofitness.wordpress.com/

Cristina Santos é Graduada em Educação Física, MBA em Gestão de Pessoas pela FMU e Forma-ção em Teoria DISC e Teoria de Valores pela Success Tools.

E-mail: [email protected]

10 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10

carreira

Page 9: Ed02_JanFev10
Page 10: Ed02_JanFev10

Wellness é um termo utilizado para mostrar à sociedade que a atividade

física tem uma essência muito mais ampla do que simples sessões de

treinos, que visam “mais músculos” ou “menos gordura”.

Por Caio Correia

Imag

em:Im

ageP

uls

12 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10

VOCÊ COMPREENDE O WELLNESS?

Page 11: Ed02_JanFev10

gestão de negócios

Atualmente, no setor de fitness é muito comum nos depararmos com o termo

wellness. Alguns “gurus” dizem que o foco agora é o wellness; que o wellness dá mais

sentido para a atividade física etc. De tanto ler e ouvir sobre o tal do wellness, resolvi fazer

algumas perguntas para verificar o quanto eu sabia desse assunto.

Abaixo você poderá ler as perguntas que fiz e também analisar as minhas respostas.

1) O que é wellness?

Irei fugir da tradução convencional. Wellness é um termo utilizado para mostrar à

sociedade que a atividade física tem uma essência muito mais ampla do que simples ses-

sões de treinos, que visam “mais músculos” ou “menos gordura”. Pelo meu olhar, acredito

que o conceito wellness deu um sentido mais holístico para a atividade física, conseguiu

extrair seus principais benefícios e apresentar o setor de maneira mais assertiva e posi-

tiva.

2) Como surgiu o wellness?

Como a maioria das mudanças que ocorre no mercado, a inserção do wellness no

nosso vocabulário aconteceu diante de uma necessidade do setor de fitness. Necessitá-

vamos de que a atividade física repercutisse na sociedade de uma maneira mais agradá-

vel. Sendo assim, acredito que o wellness surgiu com o objetivo de dar uma “cara mais

simpática” ao setor (se é que você me entende?!). Antes disso, o setor era essencialmente

“fitness”. Nessa fase, a imagem que a atividade física nos remetia era a de “músculos”,

“suor”, “intensidade”. Com o wellness, passamos a tratar de “saúde”, “bem-estar”, “equilí-

brio”, “harmonia” etc. Certamente, imagens bem mais adequadas e estimulantes. Gostei

e gosto muito dessa “nova” abordagem que se mostra genuína e mais próxima dos “ci-

dadãos comuns”, dos “sedentários”, dos “inativos”.

3) O mercado de fitness entende o wellness?

Sim! Atualmente, o mercado já entende o wellness, até por não se tratar de algo

Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 13

Page 12: Ed02_JanFev10

tão atual. Concluo que existe esse enten-

dimento, pois percebo que muitas decisões

são tomadas em função do wellness. Só

discordo dos “gurus”, quando eles dizem

que o wellness é o foco de tudo, que é a

grande oportunidade!

Existe uma academia que é 100%

fitness e que é uma superatração: a UFC

Gym é uma academia focada nos lutadores

e adoradores de lutas do tipo “vale-tudo”

e caracteriza-se por treinamentos, suor e

intensidade, passando longe do wellness.

Vale conferir (http://www.ufcgyms.com).

Citei a UFC, pois a academia foi desenvol-

vida sabendo e compreendendo a tendên-

cia wellness, mas apostando na grande

oportunidade de uma academia 100% fit-

ness nos dias de hoje.

4) Será que atuamos dentro do conceito

wellness?

O mercado já entendeu, mas apre-

senta grandes dificuldades para “atuar

wellness”. Ao meu ver, a atuação wellness

envolve capacidades que vão além das in-

formações técnicas, suficientes na época

fitness. Para atuar wellness os profissio-

nais devem ser estratégicos e empáticos,

devem ter uma visão mais ampla das pes-

soas e proporcionar momentos positivos

por meio da atividade física, além de ge-

rar bons resultados de saúde e bem-estar.

Profissionais de Educação Física com es-

sas características são raros. Fazendo uma

analogia simples, acho que as faculdades

e cursos formadores desses profissionais

ainda pensam e atuam fitness. A maneira

de ensinar esses profissionais não evolu-

iu conforme o mercado, mas isso é outra

história.

Então, você, leitor, compreende o

wellness?

Um abraço!

Comente sobre este artigo em nosso blog:

http://gestaofitness.wordpress.com/

Caio Correia é Coordenador de Projetos e Cursos da Competition Academia e membro do Board do Fitness XP Group.

E-mail: [email protected]

14 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10

gestão de negócios

Page 13: Ed02_JanFev10

Comunidade Revista Gestão Fitness

http://www.twitter.com/gestaofitness

Participe de nossos canais de comunicação na internet e mantenha-se atualizado sobre as novidades da publicação, comente os artigos e

matérias e envie suas sugestões.

Siga-nos no Twitter e fique por dentro das novidades da revista e links para assuntos interessantes na web.

Na Comunidade da Gestão Fitness no Orkut você participa dos fóruns de discussão sobre os temas da revista e envia sugestões.

Page 14: Ed02_JanFev10

O Código de Conduta Profissional deve ser uma cópia

fiel do que a empresa espera e o que ela pode

oferecer. Assim, evita-se aquela discórdia entre o

“disse e o não disse”. Vale o que está escrito.

Por Celso Cunha

Imag

em:S

xc.h

u

16 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10

CÓDIGO DE

CONDUTA

PROFISSIONAL

Page 15: Ed02_JanFev10

gestão de pessoas

Desde seu início, a relação capital-trabalho é algo bastante complexa. O em-

pregador pensa que seus custos de produção são sobremaneira elevados e o empregado,

por sua vez, acha que recebe bem menos do que deveria. Já na entrevista, os valores

são discutidos e inicia-se uma troca, oficializada ou não, que com o tempo e as mudanças

de cenários criam um desacordo às escuras entre as partes. Quase nunca isso é discutido

abertamente, e mesmo quando isso acontece, as rusgas são quase que inevitáveis. Re-

clamações aos colegas na “rádio corredor” e as respostas, muitas vezes, mal educadas por

parte da direção. E tudo termina mal.

Essa situação poderá ser evitada se logo na seleção, em vez de falar de maneira

generalizada e confiar no bom senso do grupo, isso seja passado por escrito em um docu-

mento que poderá ser uma apostila ou um livreto, o que se espera do funcionário e como

ele deverá agir em cada situação, além do que ele deve esperar da empresa.

Caso seja um simples documento, ele é chamado de “Normas e Procedimentos”,

“Código de Postura Profissional”, ou se for mais completo “Código de Ética”, que seria a

denominação mais apropriada. O nome é o que menos importa. Pensemos em como evi-

tar os possíveis conflitos que tanto prejudicam os resultados da empresa.

Podemos começar pela pontualidade, assiduidade, carisma, comprometimento, sim-

patia etc. Embora alguns desses itens sejam características pessoais, eles compõem o

perfil do futuro integrante da equipe. Exigir que o postulante apresente-se sempre de bom

humor, parece demais para qualquer ser humano, mas, solicitar que aperte a mão e sorria

para os clientes em seu horário de trabalho, chamando-os pelo nome em tom agradável,

parece bastante razoável e enriquecedor para ambas as partes.

Outro ponto a definir é se a empresa permitirá ou não o uso se aparelhos celulares

e notebooks durante o expediente ou, em se tratando de academias, se será permitido

exercitar-se em horários que não coincidam com o de trabalho. Outro ponto é em relação

Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 17

Page 16: Ed02_JanFev10

ao serviço de personal trainer pago ou não

para a empresa, se namoradas e parentes

de funcionários serão bolsistas ou não, a

obrigatoriedade do uso de uniformes, se

será tolerada a relação entre professor(a)

e aluna(o) ou casais trabalhando na mes-

ma empresa ou a polêmica de se permitir

ou não ao funcionário também trabalhar

em outra empresa concorrente.

A missão, visão, cultura e valores da

empresa também devem estar presentes

nesse documento, que deverá ser assinado

e rubricado em todas as folhas se o acordo

vier a ser firmado.

A percepção e o desenvolvimento de

talentos podem ser incluídos, bem como o

treinamento e o investimento da empresa

nessas pessoas. O plano de carreira, se

houver, também deverá figurar no docu-

mento, além da participação nos lucros de

igual forma.

A composição do código de ética ja-

mais poderá ignorar as leis do trabalho vi-

gentes no País ou ele se tornará nulo. Se

ocorrer do empregado ou o empregador

vier a descumprir o que ficou acordado en-

tre as partes, a parte que se sentir prejudi-

cada deverá buscar em reunião esclareci-

mentos e, se for o caso, novo acordo tendo

como pano de fundo o atual cenário.

Uma cópia do “Código” deverá estar

sempre na recepção ou secretaria para ser

consultado quando houver interesse ou ne-

cessidade. Vemos que não faltam pontos a

serem discutidos nessa composição. O im-

portante é que esse documento seja cópia

fiel do que a empresa espera e o que ela

pode oferecer. Assim, evita-se aquela dis-

córdia entre o “disse e o não disse”. Vale o

que está escrito.

Comente sobre este artigo em nosso blog:

http://gestaofitness.wordpress.com/

Celso Cunha é Graduado em Administração de Empresas, Especializado em Gestão de Pes-soas, Consultor Financeiro, Empresário do setor de Fitness (Academia e Confecção). E-mail: [email protected]

18 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10

gestão de pessoas

Page 17: Ed02_JanFev10

http://gestaofitness.wordpress.com

Participe do Blog da Revista Gestão Fitness.Você encontrará um resumo dos artigos

da publicação e poderá comentar os assuntos e sugerir temas.

Page 18: Ed02_JanFev10

O vestiário faz parte da transição entre o exercício

e a sua ida para casa. A boa experiência dentro

dele causa uma ótima última impressão e a

vontade de voltar no dia seguinte.

Por Patricia Totaro

PROJETANDOVESTIÁRIOS

20 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10

Planet Sports I Unidade Sena Madureira São Paulo, SP

Foto

: di

vulg

ação

inte

rna

Page 19: Ed02_JanFev10

espaço físico

Continuando a nossa conversa sobre a arquitetura das principais áreas das aca-

demias de ginástica, vou tratar nesta edição sobre o tema vestiários. Eles são um ponto

importante de contato entre o seu cliente e o seu negócio. Dão a sensação da limpeza e

do padrão de qualidade da academia e passam a sensação de conforto.

Todos os clientes que visitam a academia gostam de ver os vestiários, pois lá per-

cebem o cuidado que se tem com os alunos. Mesmo os que não pretendem usar os chu-

veiros no dia a dia, sentem-se impressionados com um vestiário bonito, bem planejado e

bem cuidado.

O que levar em conta ao planejar os vestiários

Para projetar um vestiário comece pensando na visão: quem está fora do vestiário

não pode ver o que acontece em nenhuma área de dentro. Isso se consegue com a criação

de corredores de acesso ou colocação de divisórias que impeçam a visão. Não conte com

a porta fechada para barrar essa visão, pois no momento em que ela se abre, o usuário

também precisa de privacidade. Falando nisso, os vestiários podem ou não ter porta. Tal

decisão tem prós e contras: o bom de se ter porta é o fato de separar o som da academia

do som do vestiário, dando mais sensação de privacidade. O ruim é que a porta é uma bar-

reira de circulação, principalmente em academias com mais de 2.000 alunos matriculados.

Em seguida, pense no fluxo dos alunos dentro do vestiário: o ideal é ter três áreas

separadas: área dos sanitários, a área de troca e a área de chuveiros. Os usos são dife-

rentes e a separação dá muito mais conforto para os alunos. Também ajuda na limpeza do

vestiário, pois separa a área molhada da área seca. O fluxo ideal contempla que o aluno

não passe pelo meio de quem está se trocando para usar os sanitários e lavar as mãos.

Da mesma forma, a entrada da área dos chuveiros deve ser diretamente ligada à

área de troca, na qual ficam os bancos e armários. Quando existir sauna dentro, a sua

saída deve ser direta para a área molhada.

Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 21

Page 20: Ed02_JanFev10

Pense também nos detalhes: o mel-

hor lugar para a saboneteira é perto (ou

dentro) da cuba; as toalhas de papel não

podem ficar longe das cubas, pois a água

vai pingando da mão até se atingir o toa-

lheiro, o que suja o chão (e causa mais ma-

nutenção). O cesto de lixo deve estar perto

do toalheiro; é fundamental ter onde apoiar

a nécessaire ou bolsa enquanto se lava a

mão (o melhor é trabalhar com bancadas

e não pias sem apoio). Coloque ganchos

para toalha do lado de fora dos boxes de

chuveiro e também dentro do box de sani-

tário (para bolsas). Muita coisa? Não! É o

mínimo que o seu aluno merece. E todos

esses detalhes não custam quase nada.

Academias com piscina

Em academias com piscina, o ideal é

ter uma saída dos vestiários direto para a

piscina, além da entrada principal. Tal saí-

da deve ser localizada próximo às áreas de

chuveiros e troca.

Quando esse cuidado é tomado e os

vestiários são bem planejados não é ne-

cessário ter vestiários separados para pi-

scina e musculação. Lembrando que é uma

área cara de se construir e que exige ma-

nutenção constante, é bem melhor evitar a

duplicidade.

Quando se fala em piscina, lembra-

mos também de crianças. Vestiários exclu-

sivos para crianças são muito práticos, pois

permitem a entrada de adultos de ambos

espaço físico

Dão a sensação da limpeza e do padrão de

qualidade da academia e passam a sensação de conforto.

22 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10

Vestiário Runway Unidade Lago Norte

Page 21: Ed02_JanFev10

os sexos e facilitam bastante o dia a dia

dos pais.

Materiais de revestimento

A segurança do aluno e a manuten-

ção da academia são prioridade sempre.

Nos vestiários, o ponto mais crítico é o piso.

Existem pouquíssimas opções de pisos que

são antiderrapantes e fáceis de limpar, e

estes têm aspecto mais industrial, o que

não agrada a todos os públicos.

Já os pisos que agradam mais visu-

almente ou são antiderrapantes e difíceis

de limpar ou são fáceis de limpar e escor-

regam. A decisão de qual piso usar tem de

ser tomada com muito cuidado e não levar

em conta somente o aspecto estético.

Vestiário é o espaço mais difícil de

reformar dentro da academia, então o cui-

dado com as especificações deve ser redo-

brado. Nessa concepção, minha dica é usar

materiais de acabamento bastante neutros

na maior parte das paredes e abusar de

detalhes que sejam facilmente trocados,

como cubas, torneiras, espelhos e ban-

cos. Gosto também de eleger uma ou duas

paredes para colocar um revestimento dife-

rente, bem atual e que quando necessário

possa ser trocado. Assim, o vestiário fica

dentro da tendência arquitetônica do mo-

mento e não fica “datado”.

Vale muito a pena investir em uma

cuba e torneiras bonitas, com um espelho

espaço físico

Dão a sensação da limpeza e do padrão de

qualidade da academia e passam a sensação de conforto.

Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 23

Foto

: div

ulga

ção

inte

rna

Run

way

Page 22: Ed02_JanFev10

diferente em cima. Acaba se tornando um

cartão-postal do vestiário e deixa tudo o

que está em volta mais bonito.

Tendências

A tendência visual hoje é de confor-

to. Acabaram-se os vestiários de aspecto

frio e entram os de aspecto confortável:

está em voga a madeira, cores suaves (em

detalhes, para não cansar) e iluminação

mais difusa. Muitas vezes, usamos pufes

ou sofás no lugar dos bancos.

Já é corriqueiro (e desejável) colo-

car uma bancada seca: um lugar para se

arrumar, secar o cabelo, maquiar-se, não

necessariamente junto às pias. Ela pode

ser usada em pé ou sentado, ter espelho

e iluminação boa o suficiente para maquia-

gem. Já começamos a colocar também em

vestiários masculinos, pois os homens já

pedem (e usam) esse conforto.

Dentro dessa tendência de ambien-

tação, o som ambiente é muito importante.

A música pode ser mais suave do que a

música dos outros espaços da academia,

para “desacelerar”.

Comente sobre este artigo em nosso blog:

http://gestaofitness.wordpress.com/

Patricia Totaro é Arquiteta especializada em pro-jetos esportivos com mais de 90 projetos neste segmento. Membro do Fitness XP Group.

E-mail: [email protected]

Concluindo

Pense no seu cliente: ele vem treinar

para adquirir boa forma física, mas, princi-

palmente, para divertir-se e ir embora em

um estado mental melhor do que chegou.

O vestiário faz parte da transição en-

tre o exercício e a sua ida para casa. A boa

experiência dentro dele causa uma ótima

última impressão e a vontade de voltar no

dia seguinte, que é o nosso objetivo!

Pense nisso e bom projeto!

24 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10

espaço físicoMADE IN BRAZIL

Page 23: Ed02_JanFev10

O clima internacional continua em alta no es-

critório da arquiteta Patricia Totaro. Após voltar do

21º International IAKS Congress (Associação Inter-

nacional de Instalações Desportivas e Recreativas),

realizado em Colônia, na Alemanha, a profissional

recebeu a boa notícia que o projeto desenvolvido

para a Unique Family Fitness (Brasília – DF) acaba

de ser escolhido como um dos que possui o designer

mais diferenciado do mundo. A afirmação é da re-

vista americana CBI - Club Business International,

referência quando o assunto é fitness e bem-estar e

cuja distribuição atinge 74 países do mundo.

Segundo Patricia Totaro, um dos motivos para que o espaço se destacasse entre os

demais foi a perfeita integração entre os ambientes externos e internos, privilegiando o con-

forto dos frequentadores e favorecendo, inclusive, a troca de experiências. Porém, o grande

desafio foi adequar a estrutura e ampliar a área útil sem prejudicar o edifício original, cons-

truído em 2005 pelo arquiteto Sérgio Dornelles Fittipaldi e, a princípio, idealizado para ser

um restaurante. O resultado: um local para exercitar-se, ficar em forma e desfrutar do clima

de um clube para relaxar e aproveitar cada momento junto à natureza.

Além da Unique Fitness, a Quantum Health Club (Dubai, Emirados Árabes) e a News-

club Life (Shenzhen, China) configuram também na seleta lista.

MADE IN BRAZILImprensa estrangeira exalta o design da academia-club Unique cujo projeto é da

arquiteta Patricia Totaro

Fonte: Gionarte Assessoria de Imprensa25 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10

Page 24: Ed02_JanFev10

Com quase 700 membros,

o Fitness XP Group propõe

uma nova leitura para

o segmento,

colocando o fitness como

parte de algo maior que

pode contribuir não

somente para a promoção

da saúde e do bem-estar,

mas também para o

desenvolvimento humano.

Por Caio Correia

26 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10

FITNESS EXPERIENCE GROUP

Ivan de MarcoDiretor de Conteúdo

Fitness XP Group

O FITNESS SOB UMA NOVA ÓTICA

Por Madalena Almeida

Page 25: Ed02_JanFev10

entrevista

Idealizado em 2008 por Tennyson Pinheiro, diretor de Pesquisa e Inovação do

Instituto Fitness Brasil e presidente da Design Loyalty, empresa especializada em Design

e Inovação de Serviços, o Fitness XP Group foi criado em São Paulo com o objetivo de

reunir profissionais líderes e empresários dos setores de fitness e bem-estar, preocupados

com o cenário de baixa fidelidade de clientes do segmento e comprometidos em promover

mudanças inovadoras nas experiências que os clientes têm ao se relacionarem com as

marcas.

Por meio da realização de workshops e palestras, os membros podem compartilhar

conhecimentos e debater sobre diversos temas, adotando uma abordagem mais humana

em suas empresas, voltada não apenas aos processos técnicos já consolidados, mas, prin-

cipalmente, em promover experiências de relacionamento em um grau de sintonia mais

próximo de seus clientes.

Nesta entrevista com Ivan de Marco, membro do board do Fitness XP Group e

responsável pela direção de conteúdo do grupo, o leitor poderá conhecer um pouco mais

desse projeto, que vem proporcionado resultados bastante consistentes. Educador físico,

Ivan de Marco tem mais de 14 anos de experiência como personal trainer e life coach.

Confira:

Gestão Fitness – Como funciona o Fitness Experience Group?

Ivan de Marco - O idealizador e fundador do Fitness XP Group é Tennyson Pinheiro,

diretor de Pesquisa e Inovação do Instituto Fitness Brasil desde 2009 e presidente da De-

sign Loyalty, empresa especializada em Design e Inovação de Serviços. Em 2009, eu e

mais dois profissionais fomos convidados pelo Tennyson para integrar o board do grupo e,

com isso, incrementar ainda mais suas atividades. Atuando em conjunto, nosso objetivo é

tornar os eventos e ações do grupo mais frequentes, mantendo a qualidade e os valores

originais. Temos como meta ainda ampliar nossa lista de membros, procurando desen-

volver parcerias para realizar ações em outras cidades do País, além de São Paulo.

Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 27

Page 26: Ed02_JanFev10

Gestão Fitness – Quais as principais

ações do Grupo?

Ivan de Marco - Nossas ações acon-

tecem, em sua maioria, por meio de work-

shops e palestras. Tentamos aprender com

outros segmentos, trazendo olhares dife-

rentes e que fogem, muitas vezes, das

percepções viciadas que o segmento de

fitness possui. Por isso, procuramos convi-

dar profissionais de diversas áreas para os

eventos, não apenas para palestrar, mas

também para integrar a plateia, ouvir e

debater nossas ideias. Em um de nossos

últimos workshops, por exemplo, além de

nutricionistas, administradores e psicólo-

gos, convidamos também clientes de a-

cademias e de personal training para um

brainstorming, que foi realizado sobre con-

ceitos extraídos do livro “O Cérebro do Fu-

turo”, de Daniel Pink. Os resultados foram

surpreendentes. Sempre surge algo impre-

visível quando nos permitimos ouvir o que

28 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10

entrevista

Da esquerda para a direita Membros do Board Fitness XP Group: Caio Correia, Patricia Totaro, Tennyson Pinheiro, Ivan de Marco, Denis Ferreira e participantes do Workshop

Page 27: Ed02_JanFev10

entrevista

as pessoas têm a dizer e, principalmente,

quando temos um grupo de pessoas de

diferentes formações e atuações.

Essa é, então, uma característica im-

portante do grupo: consideramos sempre

que o conhecimento pode ser co-criado.

Nossos eventos primam pela possibilidade

de participação ativa da plateia por meio

de brainstormings, discussões de grupo e

troca de experiências. Em uma realidade

globalizada, na qual o prazo de validade do

conhecimento diminui de maneira progres-

siva, envolver mais gente e ouvir o que os

outros pensam nos parece uma das me-

lhores maneiras de transformar informa-

ções em algo aplicável.

Além dos workshops, contamos com

uma publicação online periódica: O XP Jour-

nal. São textos que seguem a mesma ori-

entação dos workshops e são enviados em

primeira mão para os membros do grupo.

Também ficam disponíveis em nosso site.

É possível ainda acompanhar as novidades

do grupo por meio do Twitter.

Gestão Fitness – Como os interessa-

dos podem se tornar membros do Fitness

XP Group?

Ivan de Marco - Para se tornar mem-

bro do Fitness XP Group é necessário en-

caminhar um e-mail para jointhegroup@

fitnessxpgroup.com.br, apresentando-se

e pedindo para ser incluído. A adesão é

gratuita, assim como as participações na

grande maioria de nossos eventos.

Gestão Fitness – Vocês contam com

o apoio de patrocinadores?

Ivan de Marco - Até o momento, não

possuímos patrocinadores efetivos para o

grupo, mas contamos com parcerias de

empresas, como a Microsoft e a Fitness

Brasil, e também a academia Competition,

que oferecem suporte e estrutura para a

realização dos workshops.

Gestão Fitness – Quais os resultados

concretos obtidos até hoje pelo Grupo?

Ivan de Marco - Em termos de re-

sultados efetivos para o segmento, acre-

ditamos que atualmente já foi possível re-

unir um grupo de pessoas que compartilha

pensamentos como os nossos. Vivemos

um momento em que é grande o risco de

depositar nossas estratégias nos preceitos

proclamados por poucos lideres e autores

que, merecidamente, já conquistaram es-

paços de destaque em nosso segmento e

Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 29

Page 28: Ed02_JanFev10

30 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10

entrevista

se tornaram quase que gurus, mas que,

por vezes, ignoram a realidade de que a

fidelização é algo que ocorre no momento

presencial, em tempo real. É algo “feito à

mão” e quase impossível de manualizar.

Acreditamos que os resultados até aqui

podem ser medidos talvez por uma mu-

dança sutil no modo como os quase 700

membros do grupo passaram a atuar nas

suas instituições: adotando uma aborda-

gem mais humana, voltada não apenas aos

processos técnicos já consolidados, mas,

principalmente, em promover experiências

de relacionamento em um grau de sintonia

mais próximo de seus clientes.

Gestão Fitness – Quais os planos

para este ano? Quais eventos importantes

serão realizados?

Ivan de Marco - Para o ano de 2010,

teremos várias atividades. A primeira delas

é uma mudança no nosso website, tornan-

do-o mais interativo para permitir constan-

tes manifestações de todos os membros do

Ivan de Marco em palestra “O Cérebro do Futuro”

Page 29: Ed02_JanFev10

corporal e desinibição. A preocupação cen-

tral (ou o core business) desses centros,

que hoje chamamos de academias, vai

transitar dos aspectos técnicos, como ava-

liações físicas e prescrições de treino, para

conceitos mais comportamentais, como

estratégias de construção de autoestima e

respeito às preferências sutis individuais.

Tudo isso para garantir que as pes-

soas tenham experiências inovadoras e em

grau de excelência, e que sejam efetiva-

mente transformadoras. Emagrecer, ga-

nhar massa magra e todas as alterações

promovidas pelos programas de exercício

oferecidos nas academias são fundamen-

tais para se viver bem, porém, se não

forem acompanhadas de mudanças con-

sistentes no modo de pensar, sentir e de

nos relacionarmos com o mundo, com os

outros e com nós mesmos, não passam de

pequenas mudanças transitórias, e que,

certamente, não são capazes de gerar a

energia e a atração necessárias para fideli-

zar clientes.

Comente sobre esta entrevista em nosso blog:

http://gestaofitness.wordpress.com/

entrevistagrupo. Faremos também workshops com

maior frequência do que nos anos anterio-

res. O próximo será no mês de fevereiro.

Trata-se de uma apresentação e dis-

cussão sobre o livro “As 10 faces da inova-

ção” de Tom Kelley, com links relaciona-

dos ao nosso segmento. Nosso objetivo é

realizar alguma ação presencial a cada 45

dias e também passar a disponibilizar con-

teúdo valioso online, pois muitos de nos-

sos membros não residem em São Paulo.

Queremos que o maior número possível de

pessoas tenha acesso ao que é realizado.

Gestão Fitness – Qual sua visão so-

bre o mercado de fitness no Brasil?

Ivan de Marco - Particularmente,

enxergo o segmento de fitness como parte

de algo maior. Algo que costumo chamar

de desenvolvimento humano. Ajudar pes-

soas a serem o melhor que elas podem ser.

Vejo que as coisas já caminham para essa

integração iniciada pelo apelo Body + Mind,

que atividades como Yoga e Pilates trou-

xeram para as academias e que apontam

para modelos mais holísticos. Aposto que

em pouco tempo veremos dentro de redes

de fitness tradicionais ofertas de atividades

que ainda parecem um pouco inusitadas,

como sessões de riso, aulas de expressão

Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 31

www.fitnessxpgroup.com.br

Page 30: Ed02_JanFev10

Antes relegados ao status de meros executores de atividades físicas

ou instrutores que ministravam o esporte na escola, o profissional de

educação física ganhou reconhecimento junto à sociedade e, hoje,

busca tornar as relações de trabalho e o mercado mais profissionaliza-

dos e justos.

32 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10

AS CONQUISTAS E DESAFIOS DO

EDUCADOR FÍSICO EM UM MERCADO EM CONSTANTE

TRANSFORMAÇÃO

Por Madalena Almeida

Page 31: Ed02_JanFev10

capa

Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 33

Nos últimos dez anos, poucas profissões tiveram tantas transformações quan-

to a de educador físico. Desde a regulamentação da profissão pela lei 9.696, de 1º. de

setembro de 1998, a atuação desse profissional passou a ser mais valorizada, hoje fa-

zendo parte de um contexto maior, focado na busca por mais saúde e qualidade de vida.

Assim, se no início ele tinha apenas a opção de formação em licenciatura, o que

lhe tornava apto a atuar somente na área educacional, ministrando aulas em escolas do

ensino fundamental e médio, com a instituição da formação em bacharelado, esse profis-

sional ganhou um amplo campo de trabalho, podendo trabalhar em diversas outras áreas,

que envolvem desde academias, clubes, spas, hotéis, clínicas, prefeituras etc.

Para se ter ideia, o Conselho Regional de Educação Física (CREF-4) de São Paulo

elaborou uma relação com 84 pontos de atuação para os profissionais de educação física.

O Estado de São Paulo, segundo o CREF-4, possui 160 escolas que oferecem o curso nessa

área. E a tendência é esse número aumentar.

“Hoje, com a busca por maior qualidade de vida e melhoria da saúde, o educador

físico tornou-se um profissional mais valorizado e procurado por suas competências na

formação e no desenvolvimento das pessoas. Ganhou credibilidade e integra equipes mul-

tidisciplinares, atuando ao lado de médicos, nutricionistas, fisioterapeutas etc. e traba-

lhando no tratamento de patologias que antes não atuava. A tendência é que a profissão

evolua continuamente, pois, cada vez mais, as pessoas buscam a atividade física como

uma maneira de viver melhor”, comenta Flavio Delmanto, presidente do CREF-4.

Segundo ele, a maior valorização da profissão também veio acompanhada pela me-

lhor formação desse profissional, que adquiriu maiores conhecimentos científicos, passan-

do a conhecer sobre anatomia, fisiologia, biologia etc. “Com a obrigatoriedade do diploma

e a criação do bacharelado, as escolas tiveram de modificar sua grade curricular para

atender à demanda desse mercado de trabalho. Com isso, esses profissionais possuem

hoje uma outra formação, voltada não só para a área educacional”, afirma o presidente do

CREF-4.

Entretanto, apesar do vasto campo de trabalho, muitas empresas ainda têm dificul-

dades para encontrar profissionais de educação física interessados em outras áreas que

Page 32: Ed02_JanFev10

34 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10

capa

não as academias.

“Em spas, hotéis e colônia de férias,

a procura por profissionais de educação

física tem aumentado a cada ano, porém,

nos dois últimos segmentos dividimos o

mercado com profissionais das áreas de

turismo e hotelaria”, revela Vivian Carva-

lho, diretora da Let’s Assessoria Esportiva.

Outro segmento que tem aumentado

bastante a oferta de vagas para profission-

ais de EF, segundo Vivian, são os cruzeiros,

que, geralmente, oferecem boa remune-

ração. Já os condomínios, em geral, estão

começando a despontar, mas a oferta de

empregos ainda é pequena.

Já na opinião de Delton Cervinho

Ferreira Lima, formado em Educação Física

pela Universidade Federal Rural do Rio de

Janeiro, em 1998, as principais mudanças

na profissão estão na demanda. “O público

consumidor que pertence à era do Código

de Defesa do Consumidor é mais conscien-

te dos seus direitos, e, diferentemente dos

profissionais, entende a prática de ativi-

dade física como prestação de serviços. A

regulamentação da profissão é um ponto

positivo, sem dúvida, assegurando o mer-

cado aos profissionais de educação física,

transmitindo-lhes suas responsabilidades

nos âmbitos profissional e civil”, avalia Del-

ton.

Delton é um bom exemplo de pro-

“Hoje, com a busca por maior

qualidade de vida e melho-

ria da saúde, o educador físico

tornou-se um profissional mais

valorizado e procurado por suas

competências na formação e no

desenvolvimento das pessoas.”

Flavio Delmanto

Presidente do CREF-4

Page 33: Ed02_JanFev10

capa

Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 35

fissional que conseguiu gerenciar sua car-

reira, ampliando seus conhecimentos e

buscando aumentar seus ganhos. Para se

ter ideia, depois da graduação, ele investiu

em especializações, pós-graduações e MBA

em diversas áreas, como desporto escolar,

fitness aquático, musculação, marketing

esportivo, gestão empresarial e marketing.

Mas antes dos cursos de especia-

lização, ele foi aprovado em dois concursos

públicos (estadual, obtendo o quinto lugar,

e, posteriormente, municipal), um nicho

não muito procurado pelos profissionais,

mas que pode ser uma opção bastante in-

teressante.

“Decidi fazer vários cursos não por

exigência do mercado, mas porque sentia

uma necessidade de tornar meus conheci-

mentos mais rentáveis e atuar de manei-

ra mais profissional. Uma das discussões

mais recorrentes nas minhas aulas em

universidades é a lacuna existente entre

a formação acadêmica e a demanda do

mercado de trabalho. Além disso, percebia

uma necessidade das empresas de médio

e pequeno portes terem uma assessoria na

área administrativa com profissionais que

entendessem realmente as suas necessi-

dades. Vi empresas serem montadas sem

que fosse feito qualquer cálculo de pay-

back, criação de novas modalidade sem

cálculo da margem de contribuição, com-

pra de maquinário sem o cálculo de valor

presente líquido, e empresas que sequer

sabiam qual era o seu ponto de equilíbrio”,

conta.

De acordo com Delton, além da área

educacional, existem outras opções de a-

tuação mediante concurso para os profis-

sionais de EF, como em órgãos militares

e empresas públicas com atividade física

laboral ou esportiva.

Perspectivas positivas

Na verdade, nos últimos anos, os

cursos de educação física realmente es-

tão sendo bastante procurados nas univer-

sidades. Com a proximidade dos grandes

eventos esportivos, que serão realizados

no Brasil, como a Copa do Mundo de 2014

e as Olimpíadas 2016, espera-se que um

número maior de jovens ingresse nessa

área.

“O cenário é excelente, especial-

mente em função da realização das Olimpía-

das 2016, pois o foco será ainda maior na

importância dos esportes e da atividade

física. A educação física é opção de carreira

maravilhosa, propiciando amplas áreas de

Page 34: Ed02_JanFev10

36 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10

capa

atuação, desde treinamentos, palestras,

gestão, consultoria, eventos outdoor, per-

sonal training, etc. Portanto, raramente um

professor de educação física ficará desem-

pregado. Mas assim como qualquer outra

profissão, o seu sucesso estará onde ele

colocar a sua paixão e respeitar os seus

valores e sua missão”, comenta Marynês

Pereira, diretora-executiva da Provider So-

lutions, empresa especializada em coach-

ing, gestão, treinamentos e palestras, e

autora do livro Sua carreira, um verdadeiro

show!, lançado pela Editora Phorte.

Segundo ela, hoje, um dos maiores

desafios para profissões técnicas é perce-

ber o contexto, analisar as tendências de

mercado e entender o significado dos mo-

vimentos do mundo externo. “É importante

deixar o exagero do discurso tecnicista de

lado para poder melhor atender às expe-

ctativas dos clientes. Ainda hoje, existem

profissionais inflexíveis defendendo teorias

que aprenderam na faculdade, que não le-

vam em consideração os pressupostos do

bom atendimento ao cliente, mas exage-

ram na perspectiva técnica, didática, me-

todológica. Todos sabemos que poucas são

as pessoas que dispõem de mais de meia

hora por dia para treinar, e talvez consigam

isso no máximo três vezes por semana.

Mas ainda hoje encontramos profissionais

que dizem ao aluno que ‘será impossível

“Qualquer mercado valoriza mais a

raridade do que a importância.

O empresário está disposto a pagar

pelos seus diferenciais.

O que você tem a mais em

relação aos demais?”

Marynês Pereira

Diretora-executiva da

Provider Solutions

Page 35: Ed02_JanFev10

capa

Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 37

atingir resultados com tão pouca frequên-

cia e tempo. Essa atitude só desestimula

as pessoas que mais precisam de nossos

serviços”, analisa.

Outro aspecto importante da pro-

fissão, segundo a Profa Vivian Carvalho, da

Let’s Assessoria Esportiva, é a necessidade

de quebra do paradigma de que “professor

de educação física só serve para brincar e

jogar bola”.

“Acredito que esse seja ainda um

dos maiores desafios dos profissionais da

área, visto que por muitos anos tivemos

a educação física militarista e higienista

dentro das escolas, seguida pela tendência

da linha pedagógica, de atletas e, uma das

últimas fases, que marca a educação física

até os dias atuais, que é a fase popular.

Essa é que precisa ser vencida, que não

possui nenhum embasamento teórico”, ob-

serva Vivian.

Para Marynês, os profissionais pre-

cisam também perceber que optaram por

uma carreira que, assim como as de mo-

delo, jogador de futebol etc., é mais curta,

pois, depende do bom estado físico, dis-

posição etc. “E muitos se recusam a en-

tender que devem buscar outras possibili-

dades para quando estiverem mais velhos,

que não somente ministrar aulas, ainda

mais em um País como o nosso que super-

valoriza o jovem. Isso não quer dizer que os

profissionais mais velhos não sejam bons,

muito pelo contrário. Assim como em ou-

tras carreiras, a experiência é um bem que

só contribui para o aperfeiçoamento profis-

sional, mas, a maioria das empresas, não

só de nosso segmento, prefere contratar

mais jovens e que sejam mais vantajo-

sos do ponto de vista econômico. Mas isso

também vem mudando, especialmente no

mundo corporativo”, observa.

Experiência x Competência

Na verdade, essa questão da ex-

periência é um assunto que sempre gera

polêmica nessa área. “A experiência é um

fator muito relevante na contratação do

profissional de educação física, porém,

não podemos confundir experiência com

competência. É necessária uma avaliação

prática e uma entrevista com o profissional

para que o responsável possa avaliar até

que ponto sua experiência vai pesar na sua

contratação. Muitas vezes, nos deparamos

com candidatos recém-formados que ainda

não possuem uma bagagem significativa,

no entanto, quando colocados em cima de

um palco ou na frente de um grupo de alu

Page 36: Ed02_JanFev10

38 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10

capa

nos para ministrar uma aula se revelam

grandes promessas como professores”, co-

menta Cibele Silva, coordenadora de Aca-

demia, diretora da A Sua Chave – Agência

Virtual de Empregos em Educação Física e

professora universitária do curso de Edu-

cação Física.

Ela explica que em relação aos pro-

cessos de recrutamento desses profissio-

nais não houve mudanças significativas, ou

seja, hoje ainda é comum se utilizar pro-

cessos seletivos presenciais com avalia-

ções teóricas e práticas para a escolha do

candidato ideal. “Com o avanço tecnológi-

co, temos vários meios de divulgar um cur-

rículo ou buscar por um profissional, que

são os famosos ‘sites de emprego’, canais

que, por sua vez, facilitam o trabalho de

empregadores e promovem um aumento

significativo na oportunidade de trabalho

para os candidatos. Por outro lado, ao ter

o contato direto com os profissionais que

se candidatam para determinadas vagas,

percebemos que a grande maioria está de-

spreparada para atuar no mercado. São

desprovidos de experiência, boa comuni-

cação, proatividade e, muitas vezes, con-

hecimento”, relata.

Segundo ela, na hora de contratar

um profissional de educação física, a preo-

cupação é selecionar o candidato levando

em conta sua formação, experiência e es-

“Criatividade, liderança, conteúdo,

conhecimento, posicionamento

e muitas outras características

serão cada vez mais importantes

no processo”

Cibele Silva

Diretora da A Sua Chave

Page 37: Ed02_JanFev10

capa

Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 39

pecialização na tentativa de aliar conhe-

cimento e experiência. Entretanto, quan-

do um profissional é escolhido para uma

vaga através de seu currículo, se avaliam

primeiramente as experiências anteriores,

considerando o tempo e local de trabalho.

Para quem quer incrementar o cur-

rículo, Cibele revela que cursos de quali-

ficação são importantes e acrescentam

valor ao profissional, porém, a experiência

teórico/prática desse profissional é o que

vai fazer grande diferença no teste ou en-

trevista.

“Hoje, há profissionais de educação

física em diferentes empresas e exercendo

várias funções. Existem empresas, inclu-

sive, que contratam os profissionais tam-

bém para coordenação de departamento,

gerência de academia, consultoria para

montagem de academia, enfim, é um mer-

cado muito amplo onde se tem a oportuni-

dade de crescimento dependendo das suas

perspectivas”, revela.

Segundo ela, as habilidades, geral-

mente, exigidas ainda são conhecimentos

técnico, teórico e prático do trabalho em

questão, além da criatividade, liderança,

segurança, capacidade de lidar com pes-

soas, educação e carisma.

Para se ter ideia da concorrên-

cia nesse mercado, Cibele revela que na

Sua Chave há uma oferta de aproximada-

mente 40 vagas por mês entre 265 em-

presas cadastradas só em São Paulo, com

uma média de 20 acessos por dia no site

de pessoas a procura de emprego, o que

gera cerca de 60 cadastros por mês. “Con-

siderando que somos uma empresa nova,

com apenas um ano e meio no mercado, já

podemos perceber que a oferta e procura

apresentam números altos no geral. Os

profissionais que entram em um site para

cadastrar um currículo buscam, na maio-

ria das vezes, pela primeira oportunidade

de trabalho. Temos hoje muitos cadas-

tros de profissionais experientes e muito

bem qualificados, porém, a maioria são de

profissionais iniciantes ou com pouca ex-

periência na área”, conta.

Para Cibele, em função das rápi-

das mudanças pelas quais vem sofrendo

a profissão, ela acredita que o formato de

recrutamento no futuro será mais quali-

tativo, passando a exigir cada vez mais

habilidades do profissional. “Criatividade,

liderança, conteúdo, conhecimento, posi-

cionamento e muitas outras características

serão cada vez mais importantes no pro-

cesso”, prevê.

Page 38: Ed02_JanFev10

40 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10

capa

Academias continuam sendo o foco

Ainda no aspecto experiência,

Marynês Pereira, da Provider Solutions,

lembra que embora o currículo seja ainda

muito importante, existem casos de aca-

demias que contratam pela experiência,

mas demitem pelo comportamento. “Por

isso, ficam mais atentas às entrevistas

comportamentais para poder contratar a

pessoa certa para o lugar certo”, explica.

Para se destacar nesse mercado

de trabalho, ela aconselha aos profissio-

nais ingressarem em cursos nas áreas de

liderança, gestão de negócios e pessoas e

marketing, assim como cursos nas áreas

de personal, pilates, ou tendências mundi-

ais, já que o segmento exige que o profis-

sional tenha visão sistêmica e estratégica.

Hoje, segundo ela, cursos de idiomas e de

informática também são valorizados na

contratação.

Para Delton Cervinho Ferreira Lima,

o que mais as academias de médio e

grande portes levam em consideração é a

experiência que o profissional traz, o que

de fato pode suplantar os conhecimentos

acadêmicos. “Há também uma tendência

nova, já bastante difundida em empresas

de varejo, na contratação por perfil psi-

cológico somado à carga de experiência,

pois é mais barato, mais rápido e mais efi-

“Decidi fazer vários cursos não por

exigência do mercado, mas porque

sentia uma necessidade de tornar

meus conhecimentos mais rentáveis e

atuar de maneira mais profissional.”

Delton Cervinho Ferreira Lima

Profissional de Educação Física

Page 39: Ed02_JanFev10

capa

Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 41

caz trazer conhecimentos acadêmicos es-

pecíficos a um profissional com alguma ex-

periência do que fazer o caminho inverso”,

revela ele.

Delton não acredita que, apesar das

amplas possibilidades de atuação em ou-

tros nichos, as academias deixem de ser o

foco dos profissionais de educação física,

justamente por se tratar de um mercado

em ampla expansão e profissionalização

de sua gestão. “Já vemos atualmente em-

presas desse ramo com práticas de plane-

jamento de cargos e salários, além de in-

vestimentos pesados em treinamento &

desenvolvimento out e in company”, frisa.

Marynês Pereira também acredita

que as academias continuarão sendo o

nicho de maior oferta de emprego para

os profissionais de educação física. “Mui-

tos ainda preferem trocar a possibilidade

de carreira ou de maior remuneração pelo

glamour das academias e do palco. Mas

existem muitas outras possibilidades,

como, por exemplo, abrir o próprio negó-

cio, oferecendo serviços de atividade física

personalizada; treinamentos empresariais;

recreação em eventos; jogos e dinâmicas

empresariais; serviços junto a laboratórios

e médicos, enfim, trabalho é o que não fal-

ta para quem tem imaginação, criatividade

e muita competência”, destaca ela.

Remuneração ainda é baixa

O que também se observa no merca-

do de EF é que, assim como outras áreas,

o segmento também é gerido pela lei de

oferta e procura. Portanto, quanto mais

disponibilidade de profissionais em deter-

minados nichos, menor tende ser a remu-

neração.

“Não que as academias não propiciem

ascensão profissional, mas com a grande

quantidade de profissionais disponíveis a-

tuando em uma mesma área, menor será

a remuneração e menor as possibilidades

de conseguirem se destacar”, destaca

Marynês.

Segundo ela, em relação à década de

90, a remuneração desse profissional di-

minuiu em 40%, especificamente para os

que atuam em academias, justamente pela

grande oferta de mão-de-obra nesse seg-

mento.

Vivian, da Let’s Assessoria Esportiva,

também lembrou que os pisos salariais dos

profissionais variam muito de região para

região do País. “Dentro das escolas, o tra-

balho do professor de educação física é um

dos mais desvalorizados, podendo o pro

Page 40: Ed02_JanFev10

42 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10

capa

fessor ganhar de R$ 6,00 a R$ 20,00 pela

hora/aula. Em cidades pequenas, os va-

lores podem ser ainda inferiores”, salienta

Vivian.

Segundo ela, nas academias, os

valores de salários são também muito

variáveis, pois depende muito dos critérios

que cada uma adota. “Mas, com certeza, os

salários pagos a professores de academias

poderiam ser bem melhores se professores

graduados não concorressem diretamente

com professores estagiários”, lamenta.

O fato é que para ter uma remunera-

ção que a pessoa considera ideal, ela deve

se destacar e oferecer algo mais, desco-

brindo possibilidades de atuar com ser-

viços que o cliente precisa e está disposto

a pagar. “Qualquer mercado valoriza mais

a raridade do que a importância. O em-

presário está disposto a pagar pelos seus

diferenciais.O que você tem a mais em

relação aos demais?”, pergunta Marynês.

A Profa Vivian também confirma essa

realidade. Segundo ela, hoje, não é sufici-

ente ser apenas mais um no mercado de

trabalho. “Para ganhar espaço e construir

uma carreira sólida e de sucesso, é preciso

oferecer serviços diferenciados. Um ponto

fundamental hoje é trabalhar com parce-

rias, equipes multidisciplinares que te-

nham fisioterapeutas, nutricionistas, médi-

cos, professores específicos, todos juntos

“Para ganhar espaço e

construir uma carreira sólida

e de sucesso, é preciso ofe-

recer serviços diferenciados.”

Vivian Carvalho

Proprietária da

Let’s Assessoria Esportiva

Page 41: Ed02_JanFev10

capa

Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 43

oferecendo maior suporte ao cliente em

potencial”, ressalta Vivian.

Ela lembra que a profissão está em

um período de transição, de questionamen-

tos e mudanças, tanto nas características

próprias da sociedade (mudar o estilo de

vida) quanto também na alteração do per-

fil profissional, ou seja, o educador físico

precisa abandonar o lado do professor mili-

tarista, superficial e sem objetivos espe-

cíficos, para adotar uma postura flexível,

respeitando os interesses de cada aluno e

sempre buscando novos conhecimentos.

“Ao mesmo tempo em que estamos

em crescimento em alguns setores da área,

temos também um mercado saturado de

profissionais em outras. Além da questão

dos profissionais formados que competem

com estagiários dentro do mercado de aca-

demias, temos uma grande parcela de pro-

fessores grande disputando uma vaga em

concursos públicos em função da estabili-

dade e ganhos financeiros melhores. Isso

faz com que faltem profissionais capacita-

dos para atuar nos outros setores”, analisa

Vivian Carvalho.

Atualmente, segundo Vivian Carva-

lho, o carro-chefe da educação física são

os serviços personalizados (personal trai-

ner, professores particulares de esportes e

assessores esportivos), cujo valor da hora/

aula pode chega variar de R$ 20,00 a R$

80,00, dependendo do objetivo do cliente.

“Não podemos nos esquecer da

pequena parcela de profissionais que con-

seguem se destacar no mercado montan-

do sua própria academia ou assessoria e

até mesmo trabalham como treinadores

de grandes times esportivos, conseguin-

do atingir um salário bem superior ao da

maioria”, lembra.

Polêmica do estágio

De fato, essa questão da remunera-

ção acaba tendo ainda maior desdobramen-

to quando se traz à tona a discussão sobre

a presença dos estagiários em academias.

A maior reclamação dos profissionais

formados é que muitas academias optam

pelo estagiário, que, em geral, recebe um

salário menor, sem levar em conta, muitas

vezes, a qualidade do serviço que é ofe-

recido aos seus alunos.

Segundo Flavio Delmanto do CREF-

4, existem dois tipos de estágios: o está-

gio curricular, que faz parte do curso de

graduação e somente pode ser feito com

orientação e supervisão do professor da

faculdade ou universidade, e o extracur

Page 42: Ed02_JanFev10

44 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10

caparicular, que o aluno somente pode atuar a

partir da metade do curso, o qual segue a

lei de estágio no Brasil, ou seja, não é de

responsabilidade da faculdade.

“O problema é que muitas empresas

optam pelos estagiários para pagar menos

e ter menos encargos trabalhistas. A legis-

lação determina que os estagiários sejam

supervisionados por profissionais gradua-

dos. Mas, geralmente, um profissional for-

mado supervisiona mais de um estagiário.

O que acontece é que o estágio está viran-

do opção de mão-de-obra barata. Os em-

presários não percebem que podem estar

oferecendo um serviço de qualidade infe-

rior para seus alunos, o que depõe contra

a sua própria empresa”, alerta Flavio Del-

manto.

Na opinião de Delton Cervinho Fer-

reira Lima, o estágio deveria ser, em última

análise, a oportunidade do aluno universi-

tário colocar em prática os conhecimentos

acadêmicos de maneira supervisionada.

“O que vemos na prática é uma perversão

desse conceito. O aluno universitário, na re-

alidade, de maneira quase autodidata, atua

sozinho nas empresas e quase nunca tem

uma supervisão adequada à sua condição

de aluno universitário. Essa prática dese-

quilibra o mercado de maneira negativa,

pois um profissional que fatalmente seria

mais ‘caro’ para essa empresa, é preterido

em função desse aluno universitário”, ex-

plica.

Profissão de futuro

Em meio a conquistas e muitos de-

safios, a profissão de educação física deve

ainda passar por muitas mudanças nos

próximos anos. Para Marynês, o futuro

da profissão dependerá da postura dos

próprios profissionais. “Poderemos ter um

mercado extremamente amplo, com altas

remunerações e profissionais respeitados,

ou uma carreira em extinção, se continu-

armos fechando os olhos às tendências

do setor, que exige alta qualidade e alto

profissionalismo. Se continuarmos agindo

de forma amadora (atrasando nas aulas,

faltando muito ao trabalho, não cumprindo

prazos, não entregando o que é prometido

etc.), motivaremos empresários e investi-

dores do setor em curto espaço de tempo

a buscar outras soluções e relações de tra-

balho mais rentáveis”, alerta.

Na visão de Delton, no futuro, o in-

vestimento deveria ser em uma formação

mais consistente. Para ele, o profissional

que a universidade entrega não está pron-

Page 43: Ed02_JanFev10

preparado, atualizado e capacitado para

assumir cargos de coordenação, super-

visão e gerência, bem como se tornar em-

preendedor. Ou seja, destacar-se no meio

da profissão e, principalmente, dentro das

áreas da saúde e bem-estar.

“A tendência é melhorar, visto que as

pessoas estão sempre em busca de saúde,

boa forma, lazer e performance. E isso

está diretamente ligado à atuação do pro-

fissional de educação física. O MEC, junta-

mente com o sistema CONFEF – CREF, já

vem trabalhando nesses últimos anos para

que os graduandos tenham uma formação

acadêmica voltada para as tendências de

mercado. Acredito que cada vez mais os

profissionais estarão preparados para su-

prir as necessidades do mercado de tra-

balho, tanto na área escolar como dentro

do fitness e até mesmo no desenvolvim-

ento de pesquisas e na área acadêmica.

Com isso, teremos cada vez mais profissio-

nais capacitados e devidamente instruídos,

prontos para assumir a frente do mercado

de trabalho”, prevê Vivian.

Comente sobre esta matéria em nosso blog:

http://gestaofitness.wordpress.com/

capa

Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 45

to para ser absorvido pelo mercado. “A es-

cola, geralmente, forma profissionais in-

capazes de pensar a profissão de maneira

customizável e lucrativa. Essa pessoa entra

no mercado de trabalho de fitness enten-

dendo que o mais importante é melhorar

o limiar anaeróbico do ‘aluno’ do que com-

preender os motivos que fizeram o cliente

ter uma performance insatisfatória no trei-

no. E esse não é o pior quadro!”, destaca.

Delton aponta dois problemas graves na

formação do profissional: o primeiro refere-

se à formação pré-universitária, feita de

maneira precária com políticas educacio-

nais sem compromisso com a excelência;

o segundo é a formação acadêmica que co-

loca, subliminarmente, na cabeça dos uni-

versitários que eles somente podem atuar

de maneira operacional. “Quantos gestores

em qualquer segmento esportivo tem sua

primeira formação em educação física? Via

de regra, infelizmente, somos um grupo

profissional, gerido de maneira rudimentar

e lacônica, por profissionais de educação

física sem algum conhecimento das ciên-

cias da administração, economia ou mar-

keting”, critica.

Para Vivian Carvalho, proprietária da

Let’s Assessoria Esportiva, o profissional de

Educação Física do futuro deve estar bem

Page 44: Ed02_JanFev10

AS ARMAS E ARMADURAS DA

GESTÃO DE CONFLITOS

Lembre-se sempre: os conflitos precisam de

negociadores. Se você ainda não desenvolveu essa

habilidade, arrume quem a tenha e coloque esse

colaborador ao seu lado.

Por Alessandro Mendes

Imag

em: P

hoto

xpre

ss.c

om

46 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10

Page 45: Ed02_JanFev10

comunicação

Visão, estratégia, projeto, mudanças, conflitos, negociação e sucesso – palavras

inseparáveis que orientam nesse momento essa minha pequena reflexão. Durante todos

esses anos em consultoria, desenvolvendo projetos em mais de 60 academias, busquei

compreender um pouco da essência do comportamento empreendedor de todos que fa-

zem parte dessas corporações, e que devem apoiar, de forma mais sistêmica e genuína,

os processos de evolução.

Os processos de evolução são orientados pela visão. A visão nos mostra o hori-

zonte a ser alcançado. Para chegarmos a esse horizonte emblemático e, muitas vezes

cinematográfico, precisamos de uma estratégia, de um caminho.

Não existe outra forma de percorrer esse caminho com eficiência e eficácia senão

pela criação e estruturação de um projeto. Os projetos são os grandes organizadores das

mudanças e as mudanças são as grandes inimigas do conforto. E é ai que mora o perigo

e é aqui também que iniciamos a nossa reflexão.

Infelizmente, a implementação de projetos sofre com uma das características mais

primitivas do ser humano: buscar sempre uma zona de conforto, um lugar onde ele se

sinta seguro e consiga, de certa forma, dominar as variáveis da situação.

Como já é de conhecimento de muitos, o mercado está cada vez mais competitivo

e isso faz com que a engrenagem da evolução corporativa tenha a necessidade vital de se

manter em movimento e, para que isso aconteça, precisamos de projetos bem estrutura-

dos e de colaboradores totalmente fora da zona de conforto.

Na implementação de projetos, temos de tirar as pessoas dessa tal zona maligna de

conforto, e é a partir desse momento que acontecem os conflitos. Conclui-se então que os

conflitos nascem quando uma das partes se sente afetada sobre determinada postura da

outra parte, que a tirará da sua zona de conforto.

Imag

em: P

hoto

xpre

ss.c

om

Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 47

Page 46: Ed02_JanFev10

A gestão de conflitos na implemen-

tação de projetos é uma habilidade vis-

ceral para quem quer construir algo e ser

o grande operador das mudanças. Uma

empresa, na grande verdade, é um aglo-

merado de pessoas que necessita conti-

nuamente de uma série de operadores de

mudanças. A dificuldade está no fato de as

pessoas possuírem desejos e necessidades

distintos. Por isso, o sucesso dos projetos

está pautado não na concordância total do

que será implementado, e, sim, na forma

que se gerencia as discordâncias que co-

locam em xeque tudo aquilo que foi idea-

lizado.

Não existem empresas que não te-

nham conflitos, já que as pessoas nunca

são iguais e que os seus ideais, por mais

que sejam parecidos, em algum momento

se mostrarão diferentes.

Coloquem suas armaduras, desem-

bainhem suas espadas, pois os conflitos

serão longos e árduos. Se você fraquejar

ou até mesmo se desistir, você entrará na

sua zona de conforto. Se prosseguir com

determinação, colecionará algumas baixas

48 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10

comunicação

Imag

em: S

xc.h

u

Page 47: Ed02_JanFev10

diante daqueles que não querem mudar.

Para amenizar a sua guerra e fazer

com que seus projetos tenham um sucesso

maior, ressalto aqui dez pensamentos so-

bre esse tema tão importante:

1 - Antes de iniciar qualquer projeto, reúna

todas aquelas pessoas que, de certa for-

ma, sentirão o reflexo desse trabalho em

suas rotinas. Prepare a sua espada: está

na hora de golpear a zona de conforto. Ex-

plique o projeto e como todo o escopo será

desenvolvido, mostre a importância dele

para a corporação, disserte sobre os pra-

zos de implementação e as expectativas

de retorno desse projeto. Tal fato aproxima

os operadores de mudanças e ameniza os

possíveis conflitos futuros;

2 - Invista 40% do tempo desse encon-

tro para descrever minuciosamente a sua

expectativa frente a cada membro da sua

empresa nesse projeto. Fale sobre o em-

penho, a vontade de fazer acontecer, es-

pírito de equipe etc. Em um segundo gol-

pe, alinhe juntamente com eles as metas

e os objetivos individuais de cada um e do

projeto com um todo. Nunca se esqueça de

que essas expectativas de sucesso devem

ser implementadas com prazos e indicado-

res de controle;

3 - Prepare-se: está na hora de levantar

o escudo e receber o contragolpe. Ao dis-

tribuir as atividades e metas, você estará

mexendo intimamente com a zona de con-

forto de cada colaborador, e é nesse mo-

mento que eles contra-atacam. Lembre-

se, nem todos gostam de trabalhar sobre

cobrança, portanto, vencer essa primeira

batalha é indispensável. Tente entender as

argumentações de todos e readapte os ob-

jetivos e metas, caso seja necessário, mas

cuidado para que as metas não se tornem

fáceis de mais para serem atingidas;

4 - Você se defendeu do primeiro golpe

e venceu a sua primeira batalha? Sim ou

não? Tem certeza? Esse é um dos passos

mais importantes na implementação de um

projeto: ter a certeza de que todos com-

preenderam e que superaram essa primei-

ra zona de conflito;

5- Utilize documentos extremamente claros

e explicativos para que não haja nenhum

tipo de dúvida futura e para que todos pos-

sam estudar o que foi planejado. Lembre-

se de que não existe projeto se o

Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 49

comunicação

Page 48: Ed02_JanFev10

50 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10

comunicação

mesmo não estiver documentado. Um pro-

jeto sem documentos de controle não pas-

sa de um aglomerado de ideias, que serão

esquecidas muito em breve. Quanto mais

explícitas e documentadas as ideias sobre

o projeto, maior a possibilidade de todos

compreenderem e, conseqüentemente,

maior possibilidades de sucesso;

6 - Nunca seja otimista demais sobre a in-

existência de possíveis conflitos na imple-

mentação dos seus projetos. Você deve

reconhecer que os conflitos sempre acon-

tecerão e que por mais político que você

seja, realmente nunca conseguirá evitá-

los;

7 - Nunca acredite em todos os feedbacks

positivos sobre os seus projetos. Por mais

que sua equipe transpareça que está to-

talmente de acordo e feliz com essa situa-

ção, lembre-se de que os maiores conflitos

acontecem dentro da consciência de cada

um, e que nem sempre todas as pessoas

explanam o que realmente acham ou sen-

tem sobre determinada situação. O bom

estrategista avalia todos as variáveis e im-

pactos de suas ações, até mesmo daquelas

Imag

em: S

xc.h

u

Page 49: Ed02_JanFev10

tentam demonstrar é a forma mais sensata

de se vencer as negociatas.

Colocando esses pequenos pensa-

mentos em prática, você conseguirá ame-

nizar todas as influências anticonstrutivis-

tas criadas por seus colaboradores, para

assim fazer com que o seu projeto possa

fluir dentro do prazo esperado e conseguir

conquistar o objetivo que você idealizou.

Tente disseminar uma cultura mais inte-

grativa e produtivista, e o futuro reservará

para sua empresa boas colheitas.

Bons negócios

Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 51

Comente sobre este artigo em nosso blog:

http://gestaofitness.wordpress.com/

Alessandro Mendes é Bacharel em Marketing e Sócio Gestor e Fundador da Intarget Consultoria

E-mail: [email protected]

www.intargetconsultoria.com.br

comunicaçãoque porventura nunca acontecerão;

8- Toda guerra deve ser “gerenciada”, ou

seja, os conflitos nunca podem ser deixa-

dos a esmo. Muitas são as batalhas, mas

a guerra só será vencida quando todos os

conflitos forem superados. Nenhum con-

flito pode ser ignorado. Lembre-se de que

uma pequena pedra na estrada pode tirar

da trilha qualquer um que ignorá-la. Cada

etapa conquistada é uma vitória, cada pas-

so sem sucesso é uma grande oportuni-

dade para reflexão e crescimento;

9- Amarre todos os indicadores possíveis

para manter o controle do projeto. Os con-

flitos tendem a minar os indicadores. Tenha

sempre as rédeas nas mãos e assim você

conseguirá preservar os indicadores e con-

trolar melhor as influências negativas que,

porventura, poderão desorientar a cami-

nhada saudável do projeto;

10 - Lembre-se sempre: os conflitos pre-

cisam de negociadores. Se você ainda não

desenvolveu essa habilidade, arrume quem

a tenha e coloque esse colaborador ao seu

lado. Os conflitos, externalizados ou não,

são resolvidos com muita negociação. Sa-

ber ouvir e interpretar o que os envolvidos

Page 50: Ed02_JanFev10

Existem outras maneiras de realizar vendas com qualidade

sem conceder descontos, pois já presenciei profissionais

bem preparados participando do processo de decisão de

compra do cliente com eficácia, sem baixar preço.

Por Giancarlo Oliveira

Imag

em:S

xc.h

u

52 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10

DESCONTO, NÃO! A SOLUÇÃO CERTA

PARA O SEU CLIENTE NÃO TEM PREÇO!

Page 51: Ed02_JanFev10

vendas

O principal objetivo de um profissional de vendas de academia é participar

do processo de decisão de compra do seu cliente. Atuo nesse mercado e tenho visto a

maioria dos profissionais concedendo descontos invariavelmente, pois essa é a maneira

“mais fácil” de converter a venda. Porém, é também “perigosa” para o negócio. Acredito

que essa prática ainda exista por três motivos básicos: porque os profissionais de vendas

não sabem fazer diferente; por comodismo (é mais fácil vender com desconto); por uma

orientação do gestor que, na hora do desespero pelos baixos resultados e o final do mês

chegando, não vê outra saída para melhorar o faturamento.

Não tenho a menor dúvida de que conceder descontos aumenta em muito à possi-

bilidade de participar da decisão de compra do cliente, mas tal atitude também inicia uma

briga de preços (descontos) entre as academias, jogando os valores cada vez mais para

baixo e, como consequência direta, prejudica o faturamento das academias em curto pra-

zo. Isso tudo sem falar no conflito e na insatisfação dos clientes, que não gostarão nada

de saber que um novo cliente pagou menos pelo mesmo serviço, ainda mais se estiverem

na sua academia há muito mais tempo. Inicia-se assim um ciclo perigoso.

Posso garantir que existem outras maneiras de realizar vendas com qualidade, pois

já presenciei profissionais bem preparados participando do processo de decisão de compra

do cliente com eficácia, sem conceder desconto. Afirmo que não é fácil, mas asseguro que

o resultado do seu faturamento será positivo e a satisfação dos seus clientes aumentará.

Antes de falarmos dessa solução, sugiro que você faça um teste com sua equipe –

eu sempre faço isso quando vou visitar uma academia: sente-se à frente de um dos seus

profissionais de vendas e diga que você é um cliente e que está em dúvida se entra ou

não na academia. Peça para ele dar dez bons argumentos para você comprar naquela aca-

demia.

Provavelmente, essa resposta demorará e ainda existe grande chance de o profis-

sional não conseguir citar os dez. Se conseguir, ele vai mencionar os professores qualifica-

dos, os aparelhos de musculação de última geração, a quantidade de esteiras, as bicicletas

de tal marca, ou citará a quantidade de aulas à disposição por semana e a possibilidade

de utilizar a academia todos os dias. Isso é o que se ouve na maioria de academias, e,

Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 53

Page 52: Ed02_JanFev10

independentemente das necessidades do

cliente, é sempre igual para todos.

Analise comigo: o que se usa como

vantagem pode se tornar uma cilada, pois

a possibilidade de fazer todas as aulas e

usar a academia em todos os dias da se-

mana é bom apenas para quem PRECISA

disso. Caso contrário, o cliente argumen-

tará: “mas eu só farei ginástica duas vezes

por semana e sempre à noite, portanto,

não usarei tudo isso. Então é justo que eu

tenha um desconto”. E aí, o que fazer?

Os argumentos acima podem e de-

vem ser utilizados, desde que vá ao encon-

tro das necessidades do cliente. Devem-se

ressaltar as características do produto que

o cliente está comprando, mas é impor-

tante falar dos benefícios que o serviço

trará. E muito mais importante é eviden-

ciar as vantagens (recompensas emocio-

nais) que a academia poderá oferecer ao

cliente.

Vejamos um bom exemplo de argu-

mentação que teria uma participação mais

eficiente na decisão de compra do cliente:

“Aqui você tem à disposição 15 esteiras de

última geração com monitores de TV, que

trará benefícios como não precisar espe-

rar por muito tempo, treinar assistindo a

um programa de TV, além da garantia dos

resultados que você tanto quer, como o

fortalecimento da musculatura das pernas,

queima calórica e perda de peso. Com to-

dos esses benefícios, certamente, você se

sentirá mais tranquilo, animado e com a

aut-estima melhor - não é isso que você

está procurando?”.

Não adianta ensinar um processo de

vendas para sua equipe se ela não conhece

nem acredita no que está vendendo. Seus

54 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10

vendas

Page 53: Ed02_JanFev10

Comente sobre este artigo em nosso blog:

http://gestaofitness.wordpress.com/

Giancarlo Oliveira é Graduado em Educação Física, Especializado em Gestão de Pessoas e Talentos, Sócio – Diretor da SOMAX Gestão de Vendas, Atuando há 17 anos na área de vendas em academias

E-mail [email protected]

vendas

profissionais de vendas precisam, neces-

sariamente, conhecer e DOMINAR todas

as opções de aulas e programas que você

oferece na sua academia. Saber detalhes

técnicos de cada uma delas, suas carac-

terísticas, benefícios e vantagens (recom-

pensa emocional) etc. O cliente não sabe

dessas informações e quem deve falar para

o cliente é o seu profissional de vendas, o

que, sem dúvida, terá uma maior eficiência

na participação da decisão de compra do

cliente. É fato que quanto mais sua equipe

dominar essas informações, mais segura

ela ficará na apresentação dos preços e

menos desconto você precisará conceder.

Prolongar a vida, prevenir doenças,

ter mais disposição, sentir-se mais seguro

e melhorar a autoestima é o que fornec-

emos aos nossos clientes e isso NÃO TEM

PREÇO!

Agora pense: você conhece um

produto melhor do que o nosso? Os clientes

só precisam saber. Pare com os descontos.

Imag

em:S

xc.h

u

Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 55

Page 54: Ed02_JanFev10

AS VANTAGENS DO TRABALHO

COOPERADO PARA PROFISSIONAIS E ACADEMIAS

O cooperativismo na área de educação física é um

conceito que vem ganhando força, proporcionando

ganhos para profissionais e empresários.

Por Madalena Almeida

Imag

em: J

ulia

Fre

eman

-Woo

lper

t

56 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10

Page 55: Ed02_JanFev10

tendências

As relações de trabalho na área de fitness vêm passando por profundas transfor-

mações. Hoje, além do CREF - Conselho Regional de Educação Física, que fiscaliza a atu-

ação dos profissionais de educação física, existem legislações mais completas e abrangen-

tes, criadas para tornar essas relações mais profissionalizadas e justas, já que garantem

que profissionais e empresas tenham seus direitos assegurados e cumpram também cor-

retamente com seus deveres como empregado e empregador.

Nesse contexto, um movimento que vem ganhando força no setor são as cooperati-

vas de profissionais de educação física. Embora o cooperativismo seja um conceito antigo

no Brasil, na área de Educação Física as primeiras cooperativas criadas não resultaram em

experiências positivas. Grande parte dessas entidades funcionava sem o devido registro

na OCB (Organização das Cooperativas do Brasil) e também no CREF (Conselho Regional

de Educação Física). Com isso, eram muitas as reclamações trabalhistas, desvirtuando

um conceito que pode proporcionar, quando desenvolvido com seriedade, benefícios para

empresários e profissionais.

Entretanto, atualmente, a situação é outra, especialmente na esfera jurídica. Hoje,

as academias podem contratar o trabalho de profissionais cooperados com grandes van-

tagens.

Além da Lei Federal n. 5.764/71, que norteia a administração das cooperativas de

trabalho, existe a Lei Federal no 10.666/03 (regulamentação especial do regime previden-

ciário) e a Lei Estadual no 12.226/06 (política de incentivo ao cooperativismo no Estado de

São Paulo). Portanto, as cooperativas atualmente constituídas só podem operar mediante

autorização da OCB, além de passar por programa de auditoria com duração de um ano.

Após a conclusão do programa é que recebem oficialmente certificação e autorização para

registrar os atos constitutivos na JUCESP (Junta Comercial do Estado de São Paulo).

Como revelou Robson Cassiano Mendes, diretor-presidente da Coopfit - Cooperativa

de Profissionais de Educação Física, criada em 2004, a partir da união de 20 profission-

ais da área de educação física, o trabalhador cooperado no mercado fitness pode atuar

em todas as áreas da academia, ministrando e prescrevendo aulas de musculação e de

ginástica, além de realizar as demais atividades inerentes à sua formação.

Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 57

Page 56: Ed02_JanFev10

Conforme revelou Robson, para os

empresários interessados em trabalhar com

uma cooperativa é firmado um contrato de

prestação de serviços, no qual serão de-

scritas as atividades que terão uma gestão

especializada da entidade. “O contrato não

tem carência e nem taxa de rescisão. O em-

presário só paga pelos serviços da coopera-

tiva quando estiver com um cooperado em

atividade. Dessa forma, não existe custo

fixo, e o empresário tem maior flexibilidade

para aumentar ou diminuir o quadro de pes-

soal, principalmente, para cobrir licenças de

outros professores ou em períodos de maior

demanda na academia, como exemplo, o

verão. Os valores do contrato são cobrados

por hora/aula”, explica Robson.

Já os professores e estudantes de

educação física, por sua vez, que quiserem

trabalhar por cooperativa, devem participar

de uma reunião de admissão, quando serão

apresentados o estatuto e o regimento in-

terno da entidade. Nesse momento, o in-

teressado pode assinar uma proposta de

admissão e fazer a entrega de documentos

pessoais, além de integralizar a quota-parte

(compra de quota para ter direito a singu-

laridade do voto, clientes e clube de benefí-

cios).

Importante lembrar que para serem

cooperados, os profissionais de educação

física devem possuir obrigatoriamente reg-

istro no CREF (Conselho Regional de Educa-

ção Física).

Os estudantes também podem se ben-

eficiar desse conceito de trabalho, uma vez

que por meio da cooperativa existem opor-

tunidades de estágio para os estudantes

que cursam Educação Física.

“No caso da Coopfit, a quota-parte

tem o valor de R$ 100,00, e pode ser resti-

tuída no desligamento espontâneo do pro-

fissional da entidade. Dependendo do pro-

jeto que atuem, os profissionais também

contribuem com taxa de administração,

despesas com rateio e seguro de vida. Já

para os empresários os custos são 15% de

INSS sobre a nota fiscal e sobre a hora/aula

das atividades realizadas”, complementa.

Direitos assegurados

Segundo Robson, os profission-

ais cooperados têm todos os seus direi-

tos preservados, com exceção do seguro-

desemprego. Ele explicou que a diferença

é que o regime CLT trabalha atualmente

com depósito compulsório e tem prazos e

regras para serem cumpridos. Na coopera-

tiva, há uma política de ganhos superior ao

tendências

58 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10

Page 57: Ed02_JanFev10

piso da categoria de ao menos 30%, para

compensar o FGTS, 13º salário e férias re-

muneradas, que são diluídos juntamente

com a remuneração mensal. “Dessa forma,

o profissional não precisará esperar o mês

de dezembro para receber o 13º salário e

também pedir a rescisão do contrato para

sacar o FGTS. É por isso que o cooperativ-

ismo tem o poder da distribuição de renda”,

orienta.

Ainda nesse aspecto, Robson esclare-

ceu que com a entrada da Lei no 10.666/03

houve a unificação da previdência social

para o trabalhador, contemplando os benefí-

cios do INSS para todos. Hoje, essa alíquota

é de 11% descontada diretamente na re-

muneração do cooperado e repassada para

o governo. O cooperado tem direito ainda

a aposentadoria especial por tempo de ser-

viço, licença por afastamento de doença e/

ou acidente e licença-maternidade. Já FGTS,

contribuição sindical e outros não incidem

sobre a folha de pagamento do cooperado.

De acordo com o diretor-presidente,

o trabalho cooperado pode ser uma grande

oportunidade para os profissionais de edu-

cação física desenvolverem suas carreiras.

Uma das vantagens é a flexibilidade que es-

ses cooperados têm para escolher o horário

de trabalho e quanto e como ganhar sua

Robson Cassiano Mendes

Diretor-presidente da Coopfit

Cooperativa de Profissionais

de Educação Física

tendências

Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 57

Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 59

Page 58: Ed02_JanFev10

remuneração nos clientes. Além disso, dis-

põem de todo suporte para viabilização de

novos projetos (comercial, marketing e ad-

ministração) fornecido pela cooperativa. As-

sim, os professores que desejam abrir uma

empresa para atender condomínios, podem,

em vez disso, apenas filiarem-se à coopera-

tiva e receber uma assessoria completa.

Dessa forma, os profissionais são ‘mi-

croempresários’, pois todos os serviços ex-

ecutados têm à contrapartida de uma nota

fiscal. Para os empresários, as vantagens

são também inúmeras: menor custo com

turn over, sem custo para licenças (mater-

nidade e acidente do trabalho), formaliza-

ção da relação trabalhista, recursos huma-

nos (recrutamento, treinamento e seleção

de professores), departamento pessoal (a

folha de pagamento passa a ser gerida pela

cooperativa) e assessoria jurídica em rec-

lamações trabalhistas.

“Trabalhamos em uma linha tripar-

tite (cooperativa, cooperado e academia),

onde todos são beneficiados. A cooperativa

participa oferecendo cursos, treinamento,

gestão administrativa, de marketing e co-

mercial aos cooperados. Já os cooperados

fornecem seu trabalho, prescrevendo e

ministrando as aulas, desenvolvendo novos

projetos e serviços com auxílio da coopera-

tiva. As academias, por sua vez, participam

contratando serviços especializados em fit-

ness, com profissionais capacitados e habil-

itados”, ressalta Robson.

Marketing de rede

Para Robson, o cooperativismo agre-

ga maior “competitividade” para os profis-

sionais, pois propicia maior remuneração,

menor custo para viabilizar os projetos, net-

working (indicação de clientes e de cooper-

ados em diversas áreas da educação física)

para trabalho em equipe e ações de market-

ing (divulgação de currículo e serviços para

o mercado de qualidade de vida).

“O principal diferencial está no ‘mar-

keting de rede’, na possibilidade de desen-

volver o seu próprio negócio, sem os altos

investimentos que são necessários em um

negócio tradicional (escritório, ponto, alu-

guel, estoque, empregados, administração,

contabilidade, impostos etc.). O mercado

de qualidade de vida está em crescimento.

Hoje, o profissional de educação física tem

o potencial de trabalhar em vários segmen-

tos (academia, empresas, hospitais, con-

domínios e entidades governamentais),

agregando a atividade física como um dos

fatores para melhorar a qualidade de vida

tendências

60 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10

Page 59: Ed02_JanFev10

--

das pessoas. Dentro dessa tendência,

a cooperativa criou frentes de trabal-

ho para atuar com programas nesses

setores, entre eles o que mais se de-

staca é a gestão de academias em con-

domínios. Oferecemos, por exemplo,

cursos de ‘Estratégia de Vendas em

Condomínios’, onde os cooperados são

envolvidos e ganham expertise para de-

senvolver seus próprios clientes e au-

mentar a sua carteira”, expõe.

De acordo com Robson, a adesão

os profissionais à cooperativa tem sido

muito boa. Hoje, a entidade conta com

180 associados, além de parcerias es-

tratégicas com entidades do setor. “Te-

mos um perfil de exclusividade para os

atuais sócios da cooperativa, mas novos

profissionais podem participar de uma

reunião de admissão e fazer uma pro-

posta de adesão. Para os empresários

que desejam celebrar contrato de ser-

viços, é preciso saber que no mundo

dos negócios tudo tem um custo e não

‘precarizamos’ as condições de trabalho

de nossos cooperados”, frisa.

DICAS IMPORTANTES PARA CONTRATAÇÃO

DE UMA COOPERATIVA:

EMPRESÁRIOS

• Analise o estatuto da cooperativa. Veri-

fique se o objeto permite a prestação de

serviços;

• Verifique a inscrição na Receita Federal e

na prefeitura local;

• Firme um contrato de prestação de ser-

viços cooperativos;

• Certifique-se se existe registro dos pro-

fissionais e da cooperativa no Conselho Re-

gional de Educação Física;

• Peça indicação de clientes da cooperativa.

PROFESSORES

• Antes de se associar, participe de uma

reunião de admissão;

• Faça cadastro de CCM (autônomo na pre-

feitura local);

• Adquira quota-parte - isso dá direito à sin-

gularidade do voto e acesso aos benefícios

da cooperativa;

• Conheça os fundos obrigatórios;

• Conheça o estatuto social e código de

ética.Comente esta entrevista em nosso blog:

http://gestaofitness.wordpress.com/www.coopfit.com.br

tendências

Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 61

Page 60: Ed02_JanFev10

INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

Não é suficiente desenvolver ou aprender determinada

inteligência emocional. Sua aplicação contextual e o grau

de competência demonstrado, da simples aplicação ao de

maestria, definem como nos saímos nos desafios profis-

sionais e pessoais.

Por Luis Perdomo

Imag

em: s

xc.h

u

62 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10

DA RAZÃO E DA INTUIÇÃO!

REDEFININDO O QUE É SER INTELIGENTE

Page 61: Ed02_JanFev10

marketing

Como definir inteligência? Seria a capacidade de elaborar um sofisticado plane-

jamento sobre eventos futuros? Ou a aptidão de reagir de forma ponderada e sempre

adequada a todas as interações com outras pessoas?

Muitas vezes, afirmamos que pensamos com a cabeça e agimos com o coração.

Quase todos nós podemos distinguir quando estamos pensando para chegar a uma de-

cisão da razão, ou quando temos aquela “certeza interior” tão característica dos sentimen-

tos: “O pensar e agir com o coração”.

Até há pouco tempo, provavelmente, como resultado do extremado determinismo

científico da primeira metade do século passado, demos muito valor a um tipo de in-

teligência. Chegamos, inclusive, a desenvolver testes para medi-la cientificamente – o tal

teste de QI.

Somente no final do último milênio, começamos a perceber que a correlação pressu-

posta entre QI e sucesso – ou destaque – na sociedade não era verdadeira. Na realidade,

temos um número muito maior de pessoas com alto QI (acima de 120, 130 ou 150) tra-

balhando para pessoas com QI 100 e, às vezes, ainda menores!

O que está acontecendo? O QI não é mais importante?

Hoje, sabemos que existem outros tipos de inteligências, conhecidas pelo conceito

de inteligência emocional, desenvolvido pelos psicólogos John Mayer e Peter Salovey.

Tal conceito pretende demonstrar como o autoconhecimento, que leva à percepção

de nosso mundo interior, composto de emoções e sentimentos, pode ser mais relevante

para nossa vida inteligente. Foi assim que nasceu o conceito de QE ou Coeficiente Emocio-

nal. Para melhor estudar e compreender seu impacto em nossas vidas, seus formuladores

dividiram arbitrariamente em sete tipos de inteligência emocional:

Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 63

Page 62: Ed02_JanFev10

Interpessoal: ou nossas habilidades

para entender os sentimentos dos outros e

suas reações.

Intrapessoal: ou a forma como lida-

mos com nossos sentimentos e emoções.

Espacial: a capacidade que aparece

nos arquitetos, artistas e decoradores, en-

tre outros.

Verbal: como organizamos e comu-

nicamos nossos pensamentos e experiên-

cias – encontrada em escritores, cineastas

e contadores de histórias, além de presen-

teadores e outros.

Matemática: habilidade muito valori-

zada nos antigos testes de QI, e que repre-

senta a capacidade holística de estabelecer

regras e conexões “lógicas”.

Musical: que permitiu às pessoas de

“baixo QI” nos brindar com as mais belas

representações da criatividade humana no

extremo virtuosismo.

Corporal: a que define um grau dife-

rente de percepção da memória muscular,

inteligência muscular e outras aptidões

características dos atletas, que nos deli-

ciam com suas proezas inimagináveis para

a maioria de nós!

marketing

64 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10

Imag

em: s

xc.h

u

Page 63: Ed02_JanFev10

Deixando de lado alguns exageros

dos que afirmam que o QE é responsável

por 70% ou 80% do sucesso pessoal e pro-

fissional, não podemos negar seu enorme

impacto em nossas vidas.

Também convém lembrar ao leitor

que, hoje, trabalhamos não somente com

a identificação das inteligências emocio-

nais, mas com o desenvolvimento da com-

petência emocional específica.

Não é suficiente desenvolver ou a-

prender determinada inteligência emo-

cional. Sua aplicação contextual e o grau

de competência demonstrado, da simples

aplicação ao de maestria, definem como

nos saímos nos desafios profissionais e

pessoais.

Apesar de relativamente conhecido

no Brasil, o conceito de inteligência emo-

cional ainda foi pouco aplicado nas orga-

nizações privadas, empresas e no sistema

de ensino.

Para ter ideia do que isso significa,

basta lembrar que quase nada foi feito

para introduzir o chamado aprendizado so-

cial ou emocional em nossa sociedade.

Um único programa, de vários mi-

lhares já implantados ao redor do mundo,

serve como exemplo:

Programa de Solução

Criativa de Conflitos

Centro Nacional, Linda Lantiere, Nova York

(EUA).

Público: Do Jardim de Infância aos 12 anos.

Resultados:

• Diminuição acentuada da violência

em sala de aula.

• Menos censura verbal entre colegas.

• Aumento das gentilezas e atenções

entre colegas e professores.

• Maior disposição para a cooperação.

• Melhora significativa das competên-

cias em comunicação.

• Fácil transição para o ensino médio.

• Significativa melhoria em todas as

notas das matérias tradicionais.

O ensino sistemático do conceito de

inteligência emocional, em conjunto com

programas de treinamento nas empresas,

pode ser uma diferença competitiva muito

relevante nos próximos anos.

marketing

Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 65

Page 64: Ed02_JanFev10

poníveis no site www.acadesystem.com.br,

na página de resultados. O leitor também

pode ler os depoimentos de algumas des-

sas academias no mesmo site na página

correspondente.

Para o leitor que deseja se aprofun-

dar no tema, sugiro a leitura do livro: Como

a Mente Funciona, de Steven Pinker, e In-

teligência Emocional, de Daniel Goleman.

Ou podem se inscrever em nossos semi-

nários e palestras, gratuitas, do programa

Negócio & Fitness, que acontecem em São

Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Bra-

sília neste primeiro semestre de 2010.

Comente sobre este artigo em nosso blog:

http://gestaofitness.wordpress.com/

Luis Perdomo é Administrador de Empresas, Palestrante e Especialista em Estratégia, Marketing e Vendas. É criador do Acade System.

E-mail: [email protected]

marketing

66 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10

Vamos falar dos resultados inici-

ais desses treinamentos em equipes de

vendas, atendimento e serviços nas aca-

demias. Programa de treinamento, com

baixa intensidade, poucas horas por mês,

mostrou resultados surpreendentes em um

grupo de 25 academias durante o último

ano.

Resultados preliminares:

• Aumento da satisfação dos clientes,

alunos e colaboradores.

• Diminuição acentuada dos conflitos

entre colaboradores e desses com os clien-

tes.

• Maior habilidade para percepção das

necessidades dos clientes com aumento

significativo das vendas de matrículas.

• Melhora da relação do cliente com a

equipe de colaboradores com aumento do

tempo médio de permanência do cliente na

academia de cinco para 14 meses.

Quando observamos os impactos

positivos da aplicação desses treinamen-

tos por competências em conjunto com

estratégias de gestão moderna, os resul-

tados são espetaculares. Os resultados de

desempenho dessas academias estão dis-

Page 65: Ed02_JanFev10

www.alom.com.br/fitness/

A Revista Gestão Fitness tem como principal objetivo prover informação de qualidade,

gratuitamente e colaborar com a preservação do meio ambiente.

Faça parte do grupo de milhares de assinantes do Brasil e Exterior e solicite sua assinatura gratuitamente em nosso site.

ASSINE GRATUITAMENTE!