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Gestão Fitness Ed02JanFev10
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www.alom.com.brEdição n• 02 - Jan/Fev 2010
AS CONQUISTAS E DESAFIOS DO EDUCADOR FÍSICO EM UM MERCADO
EM CONSTANTE TRANSFORMAÇÃO
MERCADO PROFISSIONAL NA EDUCAÇÃO FÍSICA
EXPEDIENTEA Revista Gestão Fitness é uma publicação bimestral,
100% digital, 100% gratuita,
desenvolvida pela Álom Comunicação em Negócios.
02 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10
Jornalismo e RevisãoMadalena [email protected]
Projeto Gráfico e WebdesignIrene Asato Ruiz
www.ireneruiz.com
Tecnologia da InformaçãoIvan Carlos de Almeida
www.icarlos.net
Revista DigitalNews Flipwww.newsflip.com.br
Atendimento ao [email protected]
Redaçã[email protected]
Sitewww.alom.com.br
DiretoraThais [email protected]
Proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização escrita.Artigos e colunas não representam necessariamente a opinião da revista e são de total responsabilidade de seus autores. As imagens dos artigos e matérias foram cedidas pelos respectivos colunistas e entrevistados.
As imagens ilustrativas são provenientes de banco de imagens e os créditos constam ao lado direito inferior de cada foto.
Contato11 3731-6704
Imagem de CapaPhotoXpress.com
EDITORIAL
A Revista Gestão Fitness lança sua segunda edição trazendo com ela os ares
da inovação no meio de informação em gestão de academias e carreira profissional
do educador físico.
A primeira edição foi um sucesso!! Mais de 26mil visitantes, contabilizando
mais de 47mil visitas, adotaram a Gestão Fitness como guia na consulta sobre as-
suntos em negócios no meio fitness. Hoje contamos com assinantes nacionais e em
vários países como Portugal, Venezuela, Panamá e Angola.
Em 2010, muitas novidades estão por vir, estaremos mais presentes nas re-
des sociais, ampliando nossa participação na internet com o objetivo de formar uma
grande rede de informação ao setor do fitness, saúde e bem-estar.
Agradeço a todos que colaboraram e acreditam nesta forma moderna e visio-
nária de distribuição da informação de forma ecológica e gratuita.
Forte Abraço!
Por Thais Cavalcanti
Neste momento, precisamos resgatar a essência
da função do professor: servir ao cliente; saber dar
aula; saber o significado de suas ações em sala;
mudar comportamentos e hábitos; fazer a diferen-
ça na vida das pessoas; entender a didática de sua
aula. Além, é claro, de adquirir todos os recursos
disponíveis para gerir melhor sua carreira: Market-
ing, gestão de tempo, financeira, relacionamento
com o cliente e com o mercado.
Sua Carreira, um verdadeiro show!
Autora: Marynês Pereira – Editora Phorte
06 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10
Marynês Pereira - CREF 002615-G/SP é profissional com mais de 25 anos de experiência
atuando como executiva nas áreas de Gestão Estratégica e de Pessoas, Marketing, Vendas
e Franchising e Diretora Executiva da Provider Solutions , desde 2003.
Lançado em novembro a obra está à venda pelo site
http://www.providersolutions.com.br/produtos.asp
Mais informações:
www.providersolutions.com.br
Não perca a palestra sobre Carreira no site
http://www.providersolutions.com.br/curso.asp.
COORDENAÇÃO “APAGA INCÊNDIO”
O coordenador precisa ter organização que a função
exige naturalmente e, sobretudo, pensar estrategica-
mente no sentido de tornar o negócio rentável.
Por Cristina Santos
Imag
em:Im
ageP
uls
08 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10
carreira
Um dos mais delicados e clássicos problemas de professores que se tornam
coordenadores de uma hora para outra, é que surge também de uma hora para outra o
famoso coordenador “bombeiro” ou “apagador de incêndio”! Isso porque é comum ver
bons ou excelentes professores se tornarem coordenadores mais pelo carisma em aula do
que por suas competências administrativas.
O triste disso é que a carreira desse profissional fica comprometida. Sem saber
como e o quê fazer, se perde em dúvidas e questionamentos, toma atitudes impensadas
e sem sentido que não levarão nem ele e nem a empresa a lugar algum. E na tentativa
de solucionar pendências que vão se acumulando por motivos óbvios, toma decisões im-
pensadas de qualquer maneira, a qualquer custo e de qualquer jeito, sem planejamento,
protocolo, ações assertivas e sem foco.
Acredite: um bom profissional deveria reunir uma gama de competências técnicas
e pessoais, carisma e profissionalismo que o tornasse competitivo, sério, competente e
eficiente, evitando assim ter de correr contra o tempo se e quando algo der errado.
Saber lidar com pessoas, administrar tempo e resultados, gerenciar a carteira de
clientes, distribuir e delegar tarefas com segurança e identificar talentos são alguns dos
segredos que facilitam, e muito, a vida de um coordenador. Conhecer sua equipe e do que
ela é capaz permite que um professor seja mais do que um coordenador: faz com que ele
seja empreendedor e se torne uma referência entre a equipe. E isso faz toda a diferença:
no mínimo não se corre o risco de estar só em caso de urgência!
Seria bom se pudéssemos adivinhar quando um professor vai faltar sem avisar pre-
viamente ou quando o gestor da empresa vai perguntar porque a renovação está tão baixa
ou ainda qual o número ideal de clientes em cada aula!
O coordenador precisa ter a organização que a função exige naturalmente e, sobre
Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 09
tudo, pensar estrategicamente no sentido
de tornar o negócio rentável e auto-sus-
tentável.
Em média, todo profissional deseja
escalar um degrau a mais na carreira e o
então professor acaba aceitando o desa-
fio, por acreditar que isso será o início de
uma carreira produtiva, consistente e du-
radoura. Porém, as obrigações aumentam,
a lista de tarefas, controles e análises tam-
bém, bem como a carga horária, e a remu-
neração nem sempre é tão proporcional.
E é aí que começam as dificuldades: será
que vale a pena o desafio?
O fato é que construir títulos hie-
rárquicos não vai transformar, de uma
hora para outra, um professor em líder,
pelo simples fato de que ser coordenador
é muito mais complexo do que se imagina.
Um erro de leitura, tanto de quem fez o
convite quanto de quem o aceitou, pode
ser fatal para ambos, e, com isso, o sonho
de crescimento ficará comprometido por
conta da frustração pessoal e resultados
ruins.
E pior: os clientes sentirão falta
daquele professor animado, carismático
e atencioso do passado e que fará toda a
diferença na hora da fidelização e retenção
dos clientes.
Bons negócios a até breve!
Comente sobre este artigo em nosso blog:
http://gestaofitness.wordpress.com/
Cristina Santos é Graduada em Educação Física, MBA em Gestão de Pessoas pela FMU e Forma-ção em Teoria DISC e Teoria de Valores pela Success Tools.
E-mail: [email protected]
10 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10
carreira
Wellness é um termo utilizado para mostrar à sociedade que a atividade
física tem uma essência muito mais ampla do que simples sessões de
treinos, que visam “mais músculos” ou “menos gordura”.
Por Caio Correia
Imag
em:Im
ageP
uls
12 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10
VOCÊ COMPREENDE O WELLNESS?
gestão de negócios
Atualmente, no setor de fitness é muito comum nos depararmos com o termo
wellness. Alguns “gurus” dizem que o foco agora é o wellness; que o wellness dá mais
sentido para a atividade física etc. De tanto ler e ouvir sobre o tal do wellness, resolvi fazer
algumas perguntas para verificar o quanto eu sabia desse assunto.
Abaixo você poderá ler as perguntas que fiz e também analisar as minhas respostas.
1) O que é wellness?
Irei fugir da tradução convencional. Wellness é um termo utilizado para mostrar à
sociedade que a atividade física tem uma essência muito mais ampla do que simples ses-
sões de treinos, que visam “mais músculos” ou “menos gordura”. Pelo meu olhar, acredito
que o conceito wellness deu um sentido mais holístico para a atividade física, conseguiu
extrair seus principais benefícios e apresentar o setor de maneira mais assertiva e posi-
tiva.
2) Como surgiu o wellness?
Como a maioria das mudanças que ocorre no mercado, a inserção do wellness no
nosso vocabulário aconteceu diante de uma necessidade do setor de fitness. Necessitá-
vamos de que a atividade física repercutisse na sociedade de uma maneira mais agradá-
vel. Sendo assim, acredito que o wellness surgiu com o objetivo de dar uma “cara mais
simpática” ao setor (se é que você me entende?!). Antes disso, o setor era essencialmente
“fitness”. Nessa fase, a imagem que a atividade física nos remetia era a de “músculos”,
“suor”, “intensidade”. Com o wellness, passamos a tratar de “saúde”, “bem-estar”, “equilí-
brio”, “harmonia” etc. Certamente, imagens bem mais adequadas e estimulantes. Gostei
e gosto muito dessa “nova” abordagem que se mostra genuína e mais próxima dos “ci-
dadãos comuns”, dos “sedentários”, dos “inativos”.
3) O mercado de fitness entende o wellness?
Sim! Atualmente, o mercado já entende o wellness, até por não se tratar de algo
Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 13
tão atual. Concluo que existe esse enten-
dimento, pois percebo que muitas decisões
são tomadas em função do wellness. Só
discordo dos “gurus”, quando eles dizem
que o wellness é o foco de tudo, que é a
grande oportunidade!
Existe uma academia que é 100%
fitness e que é uma superatração: a UFC
Gym é uma academia focada nos lutadores
e adoradores de lutas do tipo “vale-tudo”
e caracteriza-se por treinamentos, suor e
intensidade, passando longe do wellness.
Vale conferir (http://www.ufcgyms.com).
Citei a UFC, pois a academia foi desenvol-
vida sabendo e compreendendo a tendên-
cia wellness, mas apostando na grande
oportunidade de uma academia 100% fit-
ness nos dias de hoje.
4) Será que atuamos dentro do conceito
wellness?
O mercado já entendeu, mas apre-
senta grandes dificuldades para “atuar
wellness”. Ao meu ver, a atuação wellness
envolve capacidades que vão além das in-
formações técnicas, suficientes na época
fitness. Para atuar wellness os profissio-
nais devem ser estratégicos e empáticos,
devem ter uma visão mais ampla das pes-
soas e proporcionar momentos positivos
por meio da atividade física, além de ge-
rar bons resultados de saúde e bem-estar.
Profissionais de Educação Física com es-
sas características são raros. Fazendo uma
analogia simples, acho que as faculdades
e cursos formadores desses profissionais
ainda pensam e atuam fitness. A maneira
de ensinar esses profissionais não evolu-
iu conforme o mercado, mas isso é outra
história.
Então, você, leitor, compreende o
wellness?
Um abraço!
Comente sobre este artigo em nosso blog:
http://gestaofitness.wordpress.com/
Caio Correia é Coordenador de Projetos e Cursos da Competition Academia e membro do Board do Fitness XP Group.
E-mail: [email protected]
14 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10
gestão de negócios
Comunidade Revista Gestão Fitness
http://www.twitter.com/gestaofitness
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O Código de Conduta Profissional deve ser uma cópia
fiel do que a empresa espera e o que ela pode
oferecer. Assim, evita-se aquela discórdia entre o
“disse e o não disse”. Vale o que está escrito.
Por Celso Cunha
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xc.h
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16 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10
CÓDIGO DE
CONDUTA
PROFISSIONAL
gestão de pessoas
Desde seu início, a relação capital-trabalho é algo bastante complexa. O em-
pregador pensa que seus custos de produção são sobremaneira elevados e o empregado,
por sua vez, acha que recebe bem menos do que deveria. Já na entrevista, os valores
são discutidos e inicia-se uma troca, oficializada ou não, que com o tempo e as mudanças
de cenários criam um desacordo às escuras entre as partes. Quase nunca isso é discutido
abertamente, e mesmo quando isso acontece, as rusgas são quase que inevitáveis. Re-
clamações aos colegas na “rádio corredor” e as respostas, muitas vezes, mal educadas por
parte da direção. E tudo termina mal.
Essa situação poderá ser evitada se logo na seleção, em vez de falar de maneira
generalizada e confiar no bom senso do grupo, isso seja passado por escrito em um docu-
mento que poderá ser uma apostila ou um livreto, o que se espera do funcionário e como
ele deverá agir em cada situação, além do que ele deve esperar da empresa.
Caso seja um simples documento, ele é chamado de “Normas e Procedimentos”,
“Código de Postura Profissional”, ou se for mais completo “Código de Ética”, que seria a
denominação mais apropriada. O nome é o que menos importa. Pensemos em como evi-
tar os possíveis conflitos que tanto prejudicam os resultados da empresa.
Podemos começar pela pontualidade, assiduidade, carisma, comprometimento, sim-
patia etc. Embora alguns desses itens sejam características pessoais, eles compõem o
perfil do futuro integrante da equipe. Exigir que o postulante apresente-se sempre de bom
humor, parece demais para qualquer ser humano, mas, solicitar que aperte a mão e sorria
para os clientes em seu horário de trabalho, chamando-os pelo nome em tom agradável,
parece bastante razoável e enriquecedor para ambas as partes.
Outro ponto a definir é se a empresa permitirá ou não o uso se aparelhos celulares
e notebooks durante o expediente ou, em se tratando de academias, se será permitido
exercitar-se em horários que não coincidam com o de trabalho. Outro ponto é em relação
Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 17
ao serviço de personal trainer pago ou não
para a empresa, se namoradas e parentes
de funcionários serão bolsistas ou não, a
obrigatoriedade do uso de uniformes, se
será tolerada a relação entre professor(a)
e aluna(o) ou casais trabalhando na mes-
ma empresa ou a polêmica de se permitir
ou não ao funcionário também trabalhar
em outra empresa concorrente.
A missão, visão, cultura e valores da
empresa também devem estar presentes
nesse documento, que deverá ser assinado
e rubricado em todas as folhas se o acordo
vier a ser firmado.
A percepção e o desenvolvimento de
talentos podem ser incluídos, bem como o
treinamento e o investimento da empresa
nessas pessoas. O plano de carreira, se
houver, também deverá figurar no docu-
mento, além da participação nos lucros de
igual forma.
A composição do código de ética ja-
mais poderá ignorar as leis do trabalho vi-
gentes no País ou ele se tornará nulo. Se
ocorrer do empregado ou o empregador
vier a descumprir o que ficou acordado en-
tre as partes, a parte que se sentir prejudi-
cada deverá buscar em reunião esclareci-
mentos e, se for o caso, novo acordo tendo
como pano de fundo o atual cenário.
Uma cópia do “Código” deverá estar
sempre na recepção ou secretaria para ser
consultado quando houver interesse ou ne-
cessidade. Vemos que não faltam pontos a
serem discutidos nessa composição. O im-
portante é que esse documento seja cópia
fiel do que a empresa espera e o que ela
pode oferecer. Assim, evita-se aquela dis-
córdia entre o “disse e o não disse”. Vale o
que está escrito.
Comente sobre este artigo em nosso blog:
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Celso Cunha é Graduado em Administração de Empresas, Especializado em Gestão de Pes-soas, Consultor Financeiro, Empresário do setor de Fitness (Academia e Confecção). E-mail: [email protected]
18 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10
gestão de pessoas
http://gestaofitness.wordpress.com
Participe do Blog da Revista Gestão Fitness.Você encontrará um resumo dos artigos
da publicação e poderá comentar os assuntos e sugerir temas.
O vestiário faz parte da transição entre o exercício
e a sua ida para casa. A boa experiência dentro
dele causa uma ótima última impressão e a
vontade de voltar no dia seguinte.
Por Patricia Totaro
PROJETANDOVESTIÁRIOS
20 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10
Planet Sports I Unidade Sena Madureira São Paulo, SP
Foto
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vulg
ação
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espaço físico
Continuando a nossa conversa sobre a arquitetura das principais áreas das aca-
demias de ginástica, vou tratar nesta edição sobre o tema vestiários. Eles são um ponto
importante de contato entre o seu cliente e o seu negócio. Dão a sensação da limpeza e
do padrão de qualidade da academia e passam a sensação de conforto.
Todos os clientes que visitam a academia gostam de ver os vestiários, pois lá per-
cebem o cuidado que se tem com os alunos. Mesmo os que não pretendem usar os chu-
veiros no dia a dia, sentem-se impressionados com um vestiário bonito, bem planejado e
bem cuidado.
O que levar em conta ao planejar os vestiários
Para projetar um vestiário comece pensando na visão: quem está fora do vestiário
não pode ver o que acontece em nenhuma área de dentro. Isso se consegue com a criação
de corredores de acesso ou colocação de divisórias que impeçam a visão. Não conte com
a porta fechada para barrar essa visão, pois no momento em que ela se abre, o usuário
também precisa de privacidade. Falando nisso, os vestiários podem ou não ter porta. Tal
decisão tem prós e contras: o bom de se ter porta é o fato de separar o som da academia
do som do vestiário, dando mais sensação de privacidade. O ruim é que a porta é uma bar-
reira de circulação, principalmente em academias com mais de 2.000 alunos matriculados.
Em seguida, pense no fluxo dos alunos dentro do vestiário: o ideal é ter três áreas
separadas: área dos sanitários, a área de troca e a área de chuveiros. Os usos são dife-
rentes e a separação dá muito mais conforto para os alunos. Também ajuda na limpeza do
vestiário, pois separa a área molhada da área seca. O fluxo ideal contempla que o aluno
não passe pelo meio de quem está se trocando para usar os sanitários e lavar as mãos.
Da mesma forma, a entrada da área dos chuveiros deve ser diretamente ligada à
área de troca, na qual ficam os bancos e armários. Quando existir sauna dentro, a sua
saída deve ser direta para a área molhada.
Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 21
Pense também nos detalhes: o mel-
hor lugar para a saboneteira é perto (ou
dentro) da cuba; as toalhas de papel não
podem ficar longe das cubas, pois a água
vai pingando da mão até se atingir o toa-
lheiro, o que suja o chão (e causa mais ma-
nutenção). O cesto de lixo deve estar perto
do toalheiro; é fundamental ter onde apoiar
a nécessaire ou bolsa enquanto se lava a
mão (o melhor é trabalhar com bancadas
e não pias sem apoio). Coloque ganchos
para toalha do lado de fora dos boxes de
chuveiro e também dentro do box de sani-
tário (para bolsas). Muita coisa? Não! É o
mínimo que o seu aluno merece. E todos
esses detalhes não custam quase nada.
Academias com piscina
Em academias com piscina, o ideal é
ter uma saída dos vestiários direto para a
piscina, além da entrada principal. Tal saí-
da deve ser localizada próximo às áreas de
chuveiros e troca.
Quando esse cuidado é tomado e os
vestiários são bem planejados não é ne-
cessário ter vestiários separados para pi-
scina e musculação. Lembrando que é uma
área cara de se construir e que exige ma-
nutenção constante, é bem melhor evitar a
duplicidade.
Quando se fala em piscina, lembra-
mos também de crianças. Vestiários exclu-
sivos para crianças são muito práticos, pois
permitem a entrada de adultos de ambos
espaço físico
Dão a sensação da limpeza e do padrão de
qualidade da academia e passam a sensação de conforto.
22 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10
Vestiário Runway Unidade Lago Norte
os sexos e facilitam bastante o dia a dia
dos pais.
Materiais de revestimento
A segurança do aluno e a manuten-
ção da academia são prioridade sempre.
Nos vestiários, o ponto mais crítico é o piso.
Existem pouquíssimas opções de pisos que
são antiderrapantes e fáceis de limpar, e
estes têm aspecto mais industrial, o que
não agrada a todos os públicos.
Já os pisos que agradam mais visu-
almente ou são antiderrapantes e difíceis
de limpar ou são fáceis de limpar e escor-
regam. A decisão de qual piso usar tem de
ser tomada com muito cuidado e não levar
em conta somente o aspecto estético.
Vestiário é o espaço mais difícil de
reformar dentro da academia, então o cui-
dado com as especificações deve ser redo-
brado. Nessa concepção, minha dica é usar
materiais de acabamento bastante neutros
na maior parte das paredes e abusar de
detalhes que sejam facilmente trocados,
como cubas, torneiras, espelhos e ban-
cos. Gosto também de eleger uma ou duas
paredes para colocar um revestimento dife-
rente, bem atual e que quando necessário
possa ser trocado. Assim, o vestiário fica
dentro da tendência arquitetônica do mo-
mento e não fica “datado”.
Vale muito a pena investir em uma
cuba e torneiras bonitas, com um espelho
espaço físico
Dão a sensação da limpeza e do padrão de
qualidade da academia e passam a sensação de conforto.
Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 23
Foto
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Run
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diferente em cima. Acaba se tornando um
cartão-postal do vestiário e deixa tudo o
que está em volta mais bonito.
Tendências
A tendência visual hoje é de confor-
to. Acabaram-se os vestiários de aspecto
frio e entram os de aspecto confortável:
está em voga a madeira, cores suaves (em
detalhes, para não cansar) e iluminação
mais difusa. Muitas vezes, usamos pufes
ou sofás no lugar dos bancos.
Já é corriqueiro (e desejável) colo-
car uma bancada seca: um lugar para se
arrumar, secar o cabelo, maquiar-se, não
necessariamente junto às pias. Ela pode
ser usada em pé ou sentado, ter espelho
e iluminação boa o suficiente para maquia-
gem. Já começamos a colocar também em
vestiários masculinos, pois os homens já
pedem (e usam) esse conforto.
Dentro dessa tendência de ambien-
tação, o som ambiente é muito importante.
A música pode ser mais suave do que a
música dos outros espaços da academia,
para “desacelerar”.
Comente sobre este artigo em nosso blog:
http://gestaofitness.wordpress.com/
Patricia Totaro é Arquiteta especializada em pro-jetos esportivos com mais de 90 projetos neste segmento. Membro do Fitness XP Group.
E-mail: [email protected]
Concluindo
Pense no seu cliente: ele vem treinar
para adquirir boa forma física, mas, princi-
palmente, para divertir-se e ir embora em
um estado mental melhor do que chegou.
O vestiário faz parte da transição en-
tre o exercício e a sua ida para casa. A boa
experiência dentro dele causa uma ótima
última impressão e a vontade de voltar no
dia seguinte, que é o nosso objetivo!
Pense nisso e bom projeto!
24 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10
espaço físicoMADE IN BRAZIL
O clima internacional continua em alta no es-
critório da arquiteta Patricia Totaro. Após voltar do
21º International IAKS Congress (Associação Inter-
nacional de Instalações Desportivas e Recreativas),
realizado em Colônia, na Alemanha, a profissional
recebeu a boa notícia que o projeto desenvolvido
para a Unique Family Fitness (Brasília – DF) acaba
de ser escolhido como um dos que possui o designer
mais diferenciado do mundo. A afirmação é da re-
vista americana CBI - Club Business International,
referência quando o assunto é fitness e bem-estar e
cuja distribuição atinge 74 países do mundo.
Segundo Patricia Totaro, um dos motivos para que o espaço se destacasse entre os
demais foi a perfeita integração entre os ambientes externos e internos, privilegiando o con-
forto dos frequentadores e favorecendo, inclusive, a troca de experiências. Porém, o grande
desafio foi adequar a estrutura e ampliar a área útil sem prejudicar o edifício original, cons-
truído em 2005 pelo arquiteto Sérgio Dornelles Fittipaldi e, a princípio, idealizado para ser
um restaurante. O resultado: um local para exercitar-se, ficar em forma e desfrutar do clima
de um clube para relaxar e aproveitar cada momento junto à natureza.
Além da Unique Fitness, a Quantum Health Club (Dubai, Emirados Árabes) e a News-
club Life (Shenzhen, China) configuram também na seleta lista.
MADE IN BRAZILImprensa estrangeira exalta o design da academia-club Unique cujo projeto é da
arquiteta Patricia Totaro
Fonte: Gionarte Assessoria de Imprensa25 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10
Com quase 700 membros,
o Fitness XP Group propõe
uma nova leitura para
o segmento,
colocando o fitness como
parte de algo maior que
pode contribuir não
somente para a promoção
da saúde e do bem-estar,
mas também para o
desenvolvimento humano.
Por Caio Correia
26 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10
FITNESS EXPERIENCE GROUP
Ivan de MarcoDiretor de Conteúdo
Fitness XP Group
O FITNESS SOB UMA NOVA ÓTICA
Por Madalena Almeida
entrevista
Idealizado em 2008 por Tennyson Pinheiro, diretor de Pesquisa e Inovação do
Instituto Fitness Brasil e presidente da Design Loyalty, empresa especializada em Design
e Inovação de Serviços, o Fitness XP Group foi criado em São Paulo com o objetivo de
reunir profissionais líderes e empresários dos setores de fitness e bem-estar, preocupados
com o cenário de baixa fidelidade de clientes do segmento e comprometidos em promover
mudanças inovadoras nas experiências que os clientes têm ao se relacionarem com as
marcas.
Por meio da realização de workshops e palestras, os membros podem compartilhar
conhecimentos e debater sobre diversos temas, adotando uma abordagem mais humana
em suas empresas, voltada não apenas aos processos técnicos já consolidados, mas, prin-
cipalmente, em promover experiências de relacionamento em um grau de sintonia mais
próximo de seus clientes.
Nesta entrevista com Ivan de Marco, membro do board do Fitness XP Group e
responsável pela direção de conteúdo do grupo, o leitor poderá conhecer um pouco mais
desse projeto, que vem proporcionado resultados bastante consistentes. Educador físico,
Ivan de Marco tem mais de 14 anos de experiência como personal trainer e life coach.
Confira:
Gestão Fitness – Como funciona o Fitness Experience Group?
Ivan de Marco - O idealizador e fundador do Fitness XP Group é Tennyson Pinheiro,
diretor de Pesquisa e Inovação do Instituto Fitness Brasil desde 2009 e presidente da De-
sign Loyalty, empresa especializada em Design e Inovação de Serviços. Em 2009, eu e
mais dois profissionais fomos convidados pelo Tennyson para integrar o board do grupo e,
com isso, incrementar ainda mais suas atividades. Atuando em conjunto, nosso objetivo é
tornar os eventos e ações do grupo mais frequentes, mantendo a qualidade e os valores
originais. Temos como meta ainda ampliar nossa lista de membros, procurando desen-
volver parcerias para realizar ações em outras cidades do País, além de São Paulo.
Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 27
Gestão Fitness – Quais as principais
ações do Grupo?
Ivan de Marco - Nossas ações acon-
tecem, em sua maioria, por meio de work-
shops e palestras. Tentamos aprender com
outros segmentos, trazendo olhares dife-
rentes e que fogem, muitas vezes, das
percepções viciadas que o segmento de
fitness possui. Por isso, procuramos convi-
dar profissionais de diversas áreas para os
eventos, não apenas para palestrar, mas
também para integrar a plateia, ouvir e
debater nossas ideias. Em um de nossos
últimos workshops, por exemplo, além de
nutricionistas, administradores e psicólo-
gos, convidamos também clientes de a-
cademias e de personal training para um
brainstorming, que foi realizado sobre con-
ceitos extraídos do livro “O Cérebro do Fu-
turo”, de Daniel Pink. Os resultados foram
surpreendentes. Sempre surge algo impre-
visível quando nos permitimos ouvir o que
28 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10
entrevista
Da esquerda para a direita Membros do Board Fitness XP Group: Caio Correia, Patricia Totaro, Tennyson Pinheiro, Ivan de Marco, Denis Ferreira e participantes do Workshop
entrevista
as pessoas têm a dizer e, principalmente,
quando temos um grupo de pessoas de
diferentes formações e atuações.
Essa é, então, uma característica im-
portante do grupo: consideramos sempre
que o conhecimento pode ser co-criado.
Nossos eventos primam pela possibilidade
de participação ativa da plateia por meio
de brainstormings, discussões de grupo e
troca de experiências. Em uma realidade
globalizada, na qual o prazo de validade do
conhecimento diminui de maneira progres-
siva, envolver mais gente e ouvir o que os
outros pensam nos parece uma das me-
lhores maneiras de transformar informa-
ções em algo aplicável.
Além dos workshops, contamos com
uma publicação online periódica: O XP Jour-
nal. São textos que seguem a mesma ori-
entação dos workshops e são enviados em
primeira mão para os membros do grupo.
Também ficam disponíveis em nosso site.
É possível ainda acompanhar as novidades
do grupo por meio do Twitter.
Gestão Fitness – Como os interessa-
dos podem se tornar membros do Fitness
XP Group?
Ivan de Marco - Para se tornar mem-
bro do Fitness XP Group é necessário en-
caminhar um e-mail para jointhegroup@
fitnessxpgroup.com.br, apresentando-se
e pedindo para ser incluído. A adesão é
gratuita, assim como as participações na
grande maioria de nossos eventos.
Gestão Fitness – Vocês contam com
o apoio de patrocinadores?
Ivan de Marco - Até o momento, não
possuímos patrocinadores efetivos para o
grupo, mas contamos com parcerias de
empresas, como a Microsoft e a Fitness
Brasil, e também a academia Competition,
que oferecem suporte e estrutura para a
realização dos workshops.
Gestão Fitness – Quais os resultados
concretos obtidos até hoje pelo Grupo?
Ivan de Marco - Em termos de re-
sultados efetivos para o segmento, acre-
ditamos que atualmente já foi possível re-
unir um grupo de pessoas que compartilha
pensamentos como os nossos. Vivemos
um momento em que é grande o risco de
depositar nossas estratégias nos preceitos
proclamados por poucos lideres e autores
que, merecidamente, já conquistaram es-
paços de destaque em nosso segmento e
Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 29
30 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10
entrevista
se tornaram quase que gurus, mas que,
por vezes, ignoram a realidade de que a
fidelização é algo que ocorre no momento
presencial, em tempo real. É algo “feito à
mão” e quase impossível de manualizar.
Acreditamos que os resultados até aqui
podem ser medidos talvez por uma mu-
dança sutil no modo como os quase 700
membros do grupo passaram a atuar nas
suas instituições: adotando uma aborda-
gem mais humana, voltada não apenas aos
processos técnicos já consolidados, mas,
principalmente, em promover experiências
de relacionamento em um grau de sintonia
mais próximo de seus clientes.
Gestão Fitness – Quais os planos
para este ano? Quais eventos importantes
serão realizados?
Ivan de Marco - Para o ano de 2010,
teremos várias atividades. A primeira delas
é uma mudança no nosso website, tornan-
do-o mais interativo para permitir constan-
tes manifestações de todos os membros do
Ivan de Marco em palestra “O Cérebro do Futuro”
corporal e desinibição. A preocupação cen-
tral (ou o core business) desses centros,
que hoje chamamos de academias, vai
transitar dos aspectos técnicos, como ava-
liações físicas e prescrições de treino, para
conceitos mais comportamentais, como
estratégias de construção de autoestima e
respeito às preferências sutis individuais.
Tudo isso para garantir que as pes-
soas tenham experiências inovadoras e em
grau de excelência, e que sejam efetiva-
mente transformadoras. Emagrecer, ga-
nhar massa magra e todas as alterações
promovidas pelos programas de exercício
oferecidos nas academias são fundamen-
tais para se viver bem, porém, se não
forem acompanhadas de mudanças con-
sistentes no modo de pensar, sentir e de
nos relacionarmos com o mundo, com os
outros e com nós mesmos, não passam de
pequenas mudanças transitórias, e que,
certamente, não são capazes de gerar a
energia e a atração necessárias para fideli-
zar clientes.
Comente sobre esta entrevista em nosso blog:
http://gestaofitness.wordpress.com/
entrevistagrupo. Faremos também workshops com
maior frequência do que nos anos anterio-
res. O próximo será no mês de fevereiro.
Trata-se de uma apresentação e dis-
cussão sobre o livro “As 10 faces da inova-
ção” de Tom Kelley, com links relaciona-
dos ao nosso segmento. Nosso objetivo é
realizar alguma ação presencial a cada 45
dias e também passar a disponibilizar con-
teúdo valioso online, pois muitos de nos-
sos membros não residem em São Paulo.
Queremos que o maior número possível de
pessoas tenha acesso ao que é realizado.
Gestão Fitness – Qual sua visão so-
bre o mercado de fitness no Brasil?
Ivan de Marco - Particularmente,
enxergo o segmento de fitness como parte
de algo maior. Algo que costumo chamar
de desenvolvimento humano. Ajudar pes-
soas a serem o melhor que elas podem ser.
Vejo que as coisas já caminham para essa
integração iniciada pelo apelo Body + Mind,
que atividades como Yoga e Pilates trou-
xeram para as academias e que apontam
para modelos mais holísticos. Aposto que
em pouco tempo veremos dentro de redes
de fitness tradicionais ofertas de atividades
que ainda parecem um pouco inusitadas,
como sessões de riso, aulas de expressão
Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 31
www.fitnessxpgroup.com.br
Antes relegados ao status de meros executores de atividades físicas
ou instrutores que ministravam o esporte na escola, o profissional de
educação física ganhou reconhecimento junto à sociedade e, hoje,
busca tornar as relações de trabalho e o mercado mais profissionaliza-
dos e justos.
32 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10
AS CONQUISTAS E DESAFIOS DO
EDUCADOR FÍSICO EM UM MERCADO EM CONSTANTE
TRANSFORMAÇÃO
Por Madalena Almeida
capa
Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 33
Nos últimos dez anos, poucas profissões tiveram tantas transformações quan-
to a de educador físico. Desde a regulamentação da profissão pela lei 9.696, de 1º. de
setembro de 1998, a atuação desse profissional passou a ser mais valorizada, hoje fa-
zendo parte de um contexto maior, focado na busca por mais saúde e qualidade de vida.
Assim, se no início ele tinha apenas a opção de formação em licenciatura, o que
lhe tornava apto a atuar somente na área educacional, ministrando aulas em escolas do
ensino fundamental e médio, com a instituição da formação em bacharelado, esse profis-
sional ganhou um amplo campo de trabalho, podendo trabalhar em diversas outras áreas,
que envolvem desde academias, clubes, spas, hotéis, clínicas, prefeituras etc.
Para se ter ideia, o Conselho Regional de Educação Física (CREF-4) de São Paulo
elaborou uma relação com 84 pontos de atuação para os profissionais de educação física.
O Estado de São Paulo, segundo o CREF-4, possui 160 escolas que oferecem o curso nessa
área. E a tendência é esse número aumentar.
“Hoje, com a busca por maior qualidade de vida e melhoria da saúde, o educador
físico tornou-se um profissional mais valorizado e procurado por suas competências na
formação e no desenvolvimento das pessoas. Ganhou credibilidade e integra equipes mul-
tidisciplinares, atuando ao lado de médicos, nutricionistas, fisioterapeutas etc. e traba-
lhando no tratamento de patologias que antes não atuava. A tendência é que a profissão
evolua continuamente, pois, cada vez mais, as pessoas buscam a atividade física como
uma maneira de viver melhor”, comenta Flavio Delmanto, presidente do CREF-4.
Segundo ele, a maior valorização da profissão também veio acompanhada pela me-
lhor formação desse profissional, que adquiriu maiores conhecimentos científicos, passan-
do a conhecer sobre anatomia, fisiologia, biologia etc. “Com a obrigatoriedade do diploma
e a criação do bacharelado, as escolas tiveram de modificar sua grade curricular para
atender à demanda desse mercado de trabalho. Com isso, esses profissionais possuem
hoje uma outra formação, voltada não só para a área educacional”, afirma o presidente do
CREF-4.
Entretanto, apesar do vasto campo de trabalho, muitas empresas ainda têm dificul-
dades para encontrar profissionais de educação física interessados em outras áreas que
34 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10
capa
não as academias.
“Em spas, hotéis e colônia de férias,
a procura por profissionais de educação
física tem aumentado a cada ano, porém,
nos dois últimos segmentos dividimos o
mercado com profissionais das áreas de
turismo e hotelaria”, revela Vivian Carva-
lho, diretora da Let’s Assessoria Esportiva.
Outro segmento que tem aumentado
bastante a oferta de vagas para profission-
ais de EF, segundo Vivian, são os cruzeiros,
que, geralmente, oferecem boa remune-
ração. Já os condomínios, em geral, estão
começando a despontar, mas a oferta de
empregos ainda é pequena.
Já na opinião de Delton Cervinho
Ferreira Lima, formado em Educação Física
pela Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro, em 1998, as principais mudanças
na profissão estão na demanda. “O público
consumidor que pertence à era do Código
de Defesa do Consumidor é mais conscien-
te dos seus direitos, e, diferentemente dos
profissionais, entende a prática de ativi-
dade física como prestação de serviços. A
regulamentação da profissão é um ponto
positivo, sem dúvida, assegurando o mer-
cado aos profissionais de educação física,
transmitindo-lhes suas responsabilidades
nos âmbitos profissional e civil”, avalia Del-
ton.
Delton é um bom exemplo de pro-
“Hoje, com a busca por maior
qualidade de vida e melho-
ria da saúde, o educador físico
tornou-se um profissional mais
valorizado e procurado por suas
competências na formação e no
desenvolvimento das pessoas.”
Flavio Delmanto
Presidente do CREF-4
capa
Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 35
fissional que conseguiu gerenciar sua car-
reira, ampliando seus conhecimentos e
buscando aumentar seus ganhos. Para se
ter ideia, depois da graduação, ele investiu
em especializações, pós-graduações e MBA
em diversas áreas, como desporto escolar,
fitness aquático, musculação, marketing
esportivo, gestão empresarial e marketing.
Mas antes dos cursos de especia-
lização, ele foi aprovado em dois concursos
públicos (estadual, obtendo o quinto lugar,
e, posteriormente, municipal), um nicho
não muito procurado pelos profissionais,
mas que pode ser uma opção bastante in-
teressante.
“Decidi fazer vários cursos não por
exigência do mercado, mas porque sentia
uma necessidade de tornar meus conheci-
mentos mais rentáveis e atuar de manei-
ra mais profissional. Uma das discussões
mais recorrentes nas minhas aulas em
universidades é a lacuna existente entre
a formação acadêmica e a demanda do
mercado de trabalho. Além disso, percebia
uma necessidade das empresas de médio
e pequeno portes terem uma assessoria na
área administrativa com profissionais que
entendessem realmente as suas necessi-
dades. Vi empresas serem montadas sem
que fosse feito qualquer cálculo de pay-
back, criação de novas modalidade sem
cálculo da margem de contribuição, com-
pra de maquinário sem o cálculo de valor
presente líquido, e empresas que sequer
sabiam qual era o seu ponto de equilíbrio”,
conta.
De acordo com Delton, além da área
educacional, existem outras opções de a-
tuação mediante concurso para os profis-
sionais de EF, como em órgãos militares
e empresas públicas com atividade física
laboral ou esportiva.
Perspectivas positivas
Na verdade, nos últimos anos, os
cursos de educação física realmente es-
tão sendo bastante procurados nas univer-
sidades. Com a proximidade dos grandes
eventos esportivos, que serão realizados
no Brasil, como a Copa do Mundo de 2014
e as Olimpíadas 2016, espera-se que um
número maior de jovens ingresse nessa
área.
“O cenário é excelente, especial-
mente em função da realização das Olimpía-
das 2016, pois o foco será ainda maior na
importância dos esportes e da atividade
física. A educação física é opção de carreira
maravilhosa, propiciando amplas áreas de
36 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10
capa
atuação, desde treinamentos, palestras,
gestão, consultoria, eventos outdoor, per-
sonal training, etc. Portanto, raramente um
professor de educação física ficará desem-
pregado. Mas assim como qualquer outra
profissão, o seu sucesso estará onde ele
colocar a sua paixão e respeitar os seus
valores e sua missão”, comenta Marynês
Pereira, diretora-executiva da Provider So-
lutions, empresa especializada em coach-
ing, gestão, treinamentos e palestras, e
autora do livro Sua carreira, um verdadeiro
show!, lançado pela Editora Phorte.
Segundo ela, hoje, um dos maiores
desafios para profissões técnicas é perce-
ber o contexto, analisar as tendências de
mercado e entender o significado dos mo-
vimentos do mundo externo. “É importante
deixar o exagero do discurso tecnicista de
lado para poder melhor atender às expe-
ctativas dos clientes. Ainda hoje, existem
profissionais inflexíveis defendendo teorias
que aprenderam na faculdade, que não le-
vam em consideração os pressupostos do
bom atendimento ao cliente, mas exage-
ram na perspectiva técnica, didática, me-
todológica. Todos sabemos que poucas são
as pessoas que dispõem de mais de meia
hora por dia para treinar, e talvez consigam
isso no máximo três vezes por semana.
Mas ainda hoje encontramos profissionais
que dizem ao aluno que ‘será impossível
“Qualquer mercado valoriza mais a
raridade do que a importância.
O empresário está disposto a pagar
pelos seus diferenciais.
O que você tem a mais em
relação aos demais?”
Marynês Pereira
Diretora-executiva da
Provider Solutions
capa
Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 37
atingir resultados com tão pouca frequên-
cia e tempo. Essa atitude só desestimula
as pessoas que mais precisam de nossos
serviços”, analisa.
Outro aspecto importante da pro-
fissão, segundo a Profa Vivian Carvalho, da
Let’s Assessoria Esportiva, é a necessidade
de quebra do paradigma de que “professor
de educação física só serve para brincar e
jogar bola”.
“Acredito que esse seja ainda um
dos maiores desafios dos profissionais da
área, visto que por muitos anos tivemos
a educação física militarista e higienista
dentro das escolas, seguida pela tendência
da linha pedagógica, de atletas e, uma das
últimas fases, que marca a educação física
até os dias atuais, que é a fase popular.
Essa é que precisa ser vencida, que não
possui nenhum embasamento teórico”, ob-
serva Vivian.
Para Marynês, os profissionais pre-
cisam também perceber que optaram por
uma carreira que, assim como as de mo-
delo, jogador de futebol etc., é mais curta,
pois, depende do bom estado físico, dis-
posição etc. “E muitos se recusam a en-
tender que devem buscar outras possibili-
dades para quando estiverem mais velhos,
que não somente ministrar aulas, ainda
mais em um País como o nosso que super-
valoriza o jovem. Isso não quer dizer que os
profissionais mais velhos não sejam bons,
muito pelo contrário. Assim como em ou-
tras carreiras, a experiência é um bem que
só contribui para o aperfeiçoamento profis-
sional, mas, a maioria das empresas, não
só de nosso segmento, prefere contratar
mais jovens e que sejam mais vantajo-
sos do ponto de vista econômico. Mas isso
também vem mudando, especialmente no
mundo corporativo”, observa.
Experiência x Competência
Na verdade, essa questão da ex-
periência é um assunto que sempre gera
polêmica nessa área. “A experiência é um
fator muito relevante na contratação do
profissional de educação física, porém,
não podemos confundir experiência com
competência. É necessária uma avaliação
prática e uma entrevista com o profissional
para que o responsável possa avaliar até
que ponto sua experiência vai pesar na sua
contratação. Muitas vezes, nos deparamos
com candidatos recém-formados que ainda
não possuem uma bagagem significativa,
no entanto, quando colocados em cima de
um palco ou na frente de um grupo de alu
38 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10
capa
nos para ministrar uma aula se revelam
grandes promessas como professores”, co-
menta Cibele Silva, coordenadora de Aca-
demia, diretora da A Sua Chave – Agência
Virtual de Empregos em Educação Física e
professora universitária do curso de Edu-
cação Física.
Ela explica que em relação aos pro-
cessos de recrutamento desses profissio-
nais não houve mudanças significativas, ou
seja, hoje ainda é comum se utilizar pro-
cessos seletivos presenciais com avalia-
ções teóricas e práticas para a escolha do
candidato ideal. “Com o avanço tecnológi-
co, temos vários meios de divulgar um cur-
rículo ou buscar por um profissional, que
são os famosos ‘sites de emprego’, canais
que, por sua vez, facilitam o trabalho de
empregadores e promovem um aumento
significativo na oportunidade de trabalho
para os candidatos. Por outro lado, ao ter
o contato direto com os profissionais que
se candidatam para determinadas vagas,
percebemos que a grande maioria está de-
spreparada para atuar no mercado. São
desprovidos de experiência, boa comuni-
cação, proatividade e, muitas vezes, con-
hecimento”, relata.
Segundo ela, na hora de contratar
um profissional de educação física, a preo-
cupação é selecionar o candidato levando
em conta sua formação, experiência e es-
“Criatividade, liderança, conteúdo,
conhecimento, posicionamento
e muitas outras características
serão cada vez mais importantes
no processo”
Cibele Silva
Diretora da A Sua Chave
capa
Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 39
pecialização na tentativa de aliar conhe-
cimento e experiência. Entretanto, quan-
do um profissional é escolhido para uma
vaga através de seu currículo, se avaliam
primeiramente as experiências anteriores,
considerando o tempo e local de trabalho.
Para quem quer incrementar o cur-
rículo, Cibele revela que cursos de quali-
ficação são importantes e acrescentam
valor ao profissional, porém, a experiência
teórico/prática desse profissional é o que
vai fazer grande diferença no teste ou en-
trevista.
“Hoje, há profissionais de educação
física em diferentes empresas e exercendo
várias funções. Existem empresas, inclu-
sive, que contratam os profissionais tam-
bém para coordenação de departamento,
gerência de academia, consultoria para
montagem de academia, enfim, é um mer-
cado muito amplo onde se tem a oportuni-
dade de crescimento dependendo das suas
perspectivas”, revela.
Segundo ela, as habilidades, geral-
mente, exigidas ainda são conhecimentos
técnico, teórico e prático do trabalho em
questão, além da criatividade, liderança,
segurança, capacidade de lidar com pes-
soas, educação e carisma.
Para se ter ideia da concorrên-
cia nesse mercado, Cibele revela que na
Sua Chave há uma oferta de aproximada-
mente 40 vagas por mês entre 265 em-
presas cadastradas só em São Paulo, com
uma média de 20 acessos por dia no site
de pessoas a procura de emprego, o que
gera cerca de 60 cadastros por mês. “Con-
siderando que somos uma empresa nova,
com apenas um ano e meio no mercado, já
podemos perceber que a oferta e procura
apresentam números altos no geral. Os
profissionais que entram em um site para
cadastrar um currículo buscam, na maio-
ria das vezes, pela primeira oportunidade
de trabalho. Temos hoje muitos cadas-
tros de profissionais experientes e muito
bem qualificados, porém, a maioria são de
profissionais iniciantes ou com pouca ex-
periência na área”, conta.
Para Cibele, em função das rápi-
das mudanças pelas quais vem sofrendo
a profissão, ela acredita que o formato de
recrutamento no futuro será mais quali-
tativo, passando a exigir cada vez mais
habilidades do profissional. “Criatividade,
liderança, conteúdo, conhecimento, posi-
cionamento e muitas outras características
serão cada vez mais importantes no pro-
cesso”, prevê.
40 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10
capa
Academias continuam sendo o foco
Ainda no aspecto experiência,
Marynês Pereira, da Provider Solutions,
lembra que embora o currículo seja ainda
muito importante, existem casos de aca-
demias que contratam pela experiência,
mas demitem pelo comportamento. “Por
isso, ficam mais atentas às entrevistas
comportamentais para poder contratar a
pessoa certa para o lugar certo”, explica.
Para se destacar nesse mercado
de trabalho, ela aconselha aos profissio-
nais ingressarem em cursos nas áreas de
liderança, gestão de negócios e pessoas e
marketing, assim como cursos nas áreas
de personal, pilates, ou tendências mundi-
ais, já que o segmento exige que o profis-
sional tenha visão sistêmica e estratégica.
Hoje, segundo ela, cursos de idiomas e de
informática também são valorizados na
contratação.
Para Delton Cervinho Ferreira Lima,
o que mais as academias de médio e
grande portes levam em consideração é a
experiência que o profissional traz, o que
de fato pode suplantar os conhecimentos
acadêmicos. “Há também uma tendência
nova, já bastante difundida em empresas
de varejo, na contratação por perfil psi-
cológico somado à carga de experiência,
pois é mais barato, mais rápido e mais efi-
“Decidi fazer vários cursos não por
exigência do mercado, mas porque
sentia uma necessidade de tornar
meus conhecimentos mais rentáveis e
atuar de maneira mais profissional.”
Delton Cervinho Ferreira Lima
Profissional de Educação Física
capa
Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 41
caz trazer conhecimentos acadêmicos es-
pecíficos a um profissional com alguma ex-
periência do que fazer o caminho inverso”,
revela ele.
Delton não acredita que, apesar das
amplas possibilidades de atuação em ou-
tros nichos, as academias deixem de ser o
foco dos profissionais de educação física,
justamente por se tratar de um mercado
em ampla expansão e profissionalização
de sua gestão. “Já vemos atualmente em-
presas desse ramo com práticas de plane-
jamento de cargos e salários, além de in-
vestimentos pesados em treinamento &
desenvolvimento out e in company”, frisa.
Marynês Pereira também acredita
que as academias continuarão sendo o
nicho de maior oferta de emprego para
os profissionais de educação física. “Mui-
tos ainda preferem trocar a possibilidade
de carreira ou de maior remuneração pelo
glamour das academias e do palco. Mas
existem muitas outras possibilidades,
como, por exemplo, abrir o próprio negó-
cio, oferecendo serviços de atividade física
personalizada; treinamentos empresariais;
recreação em eventos; jogos e dinâmicas
empresariais; serviços junto a laboratórios
e médicos, enfim, trabalho é o que não fal-
ta para quem tem imaginação, criatividade
e muita competência”, destaca ela.
Remuneração ainda é baixa
O que também se observa no merca-
do de EF é que, assim como outras áreas,
o segmento também é gerido pela lei de
oferta e procura. Portanto, quanto mais
disponibilidade de profissionais em deter-
minados nichos, menor tende ser a remu-
neração.
“Não que as academias não propiciem
ascensão profissional, mas com a grande
quantidade de profissionais disponíveis a-
tuando em uma mesma área, menor será
a remuneração e menor as possibilidades
de conseguirem se destacar”, destaca
Marynês.
Segundo ela, em relação à década de
90, a remuneração desse profissional di-
minuiu em 40%, especificamente para os
que atuam em academias, justamente pela
grande oferta de mão-de-obra nesse seg-
mento.
Vivian, da Let’s Assessoria Esportiva,
também lembrou que os pisos salariais dos
profissionais variam muito de região para
região do País. “Dentro das escolas, o tra-
balho do professor de educação física é um
dos mais desvalorizados, podendo o pro
42 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10
capa
fessor ganhar de R$ 6,00 a R$ 20,00 pela
hora/aula. Em cidades pequenas, os va-
lores podem ser ainda inferiores”, salienta
Vivian.
Segundo ela, nas academias, os
valores de salários são também muito
variáveis, pois depende muito dos critérios
que cada uma adota. “Mas, com certeza, os
salários pagos a professores de academias
poderiam ser bem melhores se professores
graduados não concorressem diretamente
com professores estagiários”, lamenta.
O fato é que para ter uma remunera-
ção que a pessoa considera ideal, ela deve
se destacar e oferecer algo mais, desco-
brindo possibilidades de atuar com ser-
viços que o cliente precisa e está disposto
a pagar. “Qualquer mercado valoriza mais
a raridade do que a importância. O em-
presário está disposto a pagar pelos seus
diferenciais.O que você tem a mais em
relação aos demais?”, pergunta Marynês.
A Profa Vivian também confirma essa
realidade. Segundo ela, hoje, não é sufici-
ente ser apenas mais um no mercado de
trabalho. “Para ganhar espaço e construir
uma carreira sólida e de sucesso, é preciso
oferecer serviços diferenciados. Um ponto
fundamental hoje é trabalhar com parce-
rias, equipes multidisciplinares que te-
nham fisioterapeutas, nutricionistas, médi-
cos, professores específicos, todos juntos
“Para ganhar espaço e
construir uma carreira sólida
e de sucesso, é preciso ofe-
recer serviços diferenciados.”
Vivian Carvalho
Proprietária da
Let’s Assessoria Esportiva
capa
Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 43
oferecendo maior suporte ao cliente em
potencial”, ressalta Vivian.
Ela lembra que a profissão está em
um período de transição, de questionamen-
tos e mudanças, tanto nas características
próprias da sociedade (mudar o estilo de
vida) quanto também na alteração do per-
fil profissional, ou seja, o educador físico
precisa abandonar o lado do professor mili-
tarista, superficial e sem objetivos espe-
cíficos, para adotar uma postura flexível,
respeitando os interesses de cada aluno e
sempre buscando novos conhecimentos.
“Ao mesmo tempo em que estamos
em crescimento em alguns setores da área,
temos também um mercado saturado de
profissionais em outras. Além da questão
dos profissionais formados que competem
com estagiários dentro do mercado de aca-
demias, temos uma grande parcela de pro-
fessores grande disputando uma vaga em
concursos públicos em função da estabili-
dade e ganhos financeiros melhores. Isso
faz com que faltem profissionais capacita-
dos para atuar nos outros setores”, analisa
Vivian Carvalho.
Atualmente, segundo Vivian Carva-
lho, o carro-chefe da educação física são
os serviços personalizados (personal trai-
ner, professores particulares de esportes e
assessores esportivos), cujo valor da hora/
aula pode chega variar de R$ 20,00 a R$
80,00, dependendo do objetivo do cliente.
“Não podemos nos esquecer da
pequena parcela de profissionais que con-
seguem se destacar no mercado montan-
do sua própria academia ou assessoria e
até mesmo trabalham como treinadores
de grandes times esportivos, conseguin-
do atingir um salário bem superior ao da
maioria”, lembra.
Polêmica do estágio
De fato, essa questão da remunera-
ção acaba tendo ainda maior desdobramen-
to quando se traz à tona a discussão sobre
a presença dos estagiários em academias.
A maior reclamação dos profissionais
formados é que muitas academias optam
pelo estagiário, que, em geral, recebe um
salário menor, sem levar em conta, muitas
vezes, a qualidade do serviço que é ofe-
recido aos seus alunos.
Segundo Flavio Delmanto do CREF-
4, existem dois tipos de estágios: o está-
gio curricular, que faz parte do curso de
graduação e somente pode ser feito com
orientação e supervisão do professor da
faculdade ou universidade, e o extracur
44 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10
caparicular, que o aluno somente pode atuar a
partir da metade do curso, o qual segue a
lei de estágio no Brasil, ou seja, não é de
responsabilidade da faculdade.
“O problema é que muitas empresas
optam pelos estagiários para pagar menos
e ter menos encargos trabalhistas. A legis-
lação determina que os estagiários sejam
supervisionados por profissionais gradua-
dos. Mas, geralmente, um profissional for-
mado supervisiona mais de um estagiário.
O que acontece é que o estágio está viran-
do opção de mão-de-obra barata. Os em-
presários não percebem que podem estar
oferecendo um serviço de qualidade infe-
rior para seus alunos, o que depõe contra
a sua própria empresa”, alerta Flavio Del-
manto.
Na opinião de Delton Cervinho Fer-
reira Lima, o estágio deveria ser, em última
análise, a oportunidade do aluno universi-
tário colocar em prática os conhecimentos
acadêmicos de maneira supervisionada.
“O que vemos na prática é uma perversão
desse conceito. O aluno universitário, na re-
alidade, de maneira quase autodidata, atua
sozinho nas empresas e quase nunca tem
uma supervisão adequada à sua condição
de aluno universitário. Essa prática dese-
quilibra o mercado de maneira negativa,
pois um profissional que fatalmente seria
mais ‘caro’ para essa empresa, é preterido
em função desse aluno universitário”, ex-
plica.
Profissão de futuro
Em meio a conquistas e muitos de-
safios, a profissão de educação física deve
ainda passar por muitas mudanças nos
próximos anos. Para Marynês, o futuro
da profissão dependerá da postura dos
próprios profissionais. “Poderemos ter um
mercado extremamente amplo, com altas
remunerações e profissionais respeitados,
ou uma carreira em extinção, se continu-
armos fechando os olhos às tendências
do setor, que exige alta qualidade e alto
profissionalismo. Se continuarmos agindo
de forma amadora (atrasando nas aulas,
faltando muito ao trabalho, não cumprindo
prazos, não entregando o que é prometido
etc.), motivaremos empresários e investi-
dores do setor em curto espaço de tempo
a buscar outras soluções e relações de tra-
balho mais rentáveis”, alerta.
Na visão de Delton, no futuro, o in-
vestimento deveria ser em uma formação
mais consistente. Para ele, o profissional
que a universidade entrega não está pron-
preparado, atualizado e capacitado para
assumir cargos de coordenação, super-
visão e gerência, bem como se tornar em-
preendedor. Ou seja, destacar-se no meio
da profissão e, principalmente, dentro das
áreas da saúde e bem-estar.
“A tendência é melhorar, visto que as
pessoas estão sempre em busca de saúde,
boa forma, lazer e performance. E isso
está diretamente ligado à atuação do pro-
fissional de educação física. O MEC, junta-
mente com o sistema CONFEF – CREF, já
vem trabalhando nesses últimos anos para
que os graduandos tenham uma formação
acadêmica voltada para as tendências de
mercado. Acredito que cada vez mais os
profissionais estarão preparados para su-
prir as necessidades do mercado de tra-
balho, tanto na área escolar como dentro
do fitness e até mesmo no desenvolvim-
ento de pesquisas e na área acadêmica.
Com isso, teremos cada vez mais profissio-
nais capacitados e devidamente instruídos,
prontos para assumir a frente do mercado
de trabalho”, prevê Vivian.
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capa
Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 45
to para ser absorvido pelo mercado. “A es-
cola, geralmente, forma profissionais in-
capazes de pensar a profissão de maneira
customizável e lucrativa. Essa pessoa entra
no mercado de trabalho de fitness enten-
dendo que o mais importante é melhorar
o limiar anaeróbico do ‘aluno’ do que com-
preender os motivos que fizeram o cliente
ter uma performance insatisfatória no trei-
no. E esse não é o pior quadro!”, destaca.
Delton aponta dois problemas graves na
formação do profissional: o primeiro refere-
se à formação pré-universitária, feita de
maneira precária com políticas educacio-
nais sem compromisso com a excelência;
o segundo é a formação acadêmica que co-
loca, subliminarmente, na cabeça dos uni-
versitários que eles somente podem atuar
de maneira operacional. “Quantos gestores
em qualquer segmento esportivo tem sua
primeira formação em educação física? Via
de regra, infelizmente, somos um grupo
profissional, gerido de maneira rudimentar
e lacônica, por profissionais de educação
física sem algum conhecimento das ciên-
cias da administração, economia ou mar-
keting”, critica.
Para Vivian Carvalho, proprietária da
Let’s Assessoria Esportiva, o profissional de
Educação Física do futuro deve estar bem
AS ARMAS E ARMADURAS DA
GESTÃO DE CONFLITOS
Lembre-se sempre: os conflitos precisam de
negociadores. Se você ainda não desenvolveu essa
habilidade, arrume quem a tenha e coloque esse
colaborador ao seu lado.
Por Alessandro Mendes
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46 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10
comunicação
Visão, estratégia, projeto, mudanças, conflitos, negociação e sucesso – palavras
inseparáveis que orientam nesse momento essa minha pequena reflexão. Durante todos
esses anos em consultoria, desenvolvendo projetos em mais de 60 academias, busquei
compreender um pouco da essência do comportamento empreendedor de todos que fa-
zem parte dessas corporações, e que devem apoiar, de forma mais sistêmica e genuína,
os processos de evolução.
Os processos de evolução são orientados pela visão. A visão nos mostra o hori-
zonte a ser alcançado. Para chegarmos a esse horizonte emblemático e, muitas vezes
cinematográfico, precisamos de uma estratégia, de um caminho.
Não existe outra forma de percorrer esse caminho com eficiência e eficácia senão
pela criação e estruturação de um projeto. Os projetos são os grandes organizadores das
mudanças e as mudanças são as grandes inimigas do conforto. E é ai que mora o perigo
e é aqui também que iniciamos a nossa reflexão.
Infelizmente, a implementação de projetos sofre com uma das características mais
primitivas do ser humano: buscar sempre uma zona de conforto, um lugar onde ele se
sinta seguro e consiga, de certa forma, dominar as variáveis da situação.
Como já é de conhecimento de muitos, o mercado está cada vez mais competitivo
e isso faz com que a engrenagem da evolução corporativa tenha a necessidade vital de se
manter em movimento e, para que isso aconteça, precisamos de projetos bem estrutura-
dos e de colaboradores totalmente fora da zona de conforto.
Na implementação de projetos, temos de tirar as pessoas dessa tal zona maligna de
conforto, e é a partir desse momento que acontecem os conflitos. Conclui-se então que os
conflitos nascem quando uma das partes se sente afetada sobre determinada postura da
outra parte, que a tirará da sua zona de conforto.
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Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 47
A gestão de conflitos na implemen-
tação de projetos é uma habilidade vis-
ceral para quem quer construir algo e ser
o grande operador das mudanças. Uma
empresa, na grande verdade, é um aglo-
merado de pessoas que necessita conti-
nuamente de uma série de operadores de
mudanças. A dificuldade está no fato de as
pessoas possuírem desejos e necessidades
distintos. Por isso, o sucesso dos projetos
está pautado não na concordância total do
que será implementado, e, sim, na forma
que se gerencia as discordâncias que co-
locam em xeque tudo aquilo que foi idea-
lizado.
Não existem empresas que não te-
nham conflitos, já que as pessoas nunca
são iguais e que os seus ideais, por mais
que sejam parecidos, em algum momento
se mostrarão diferentes.
Coloquem suas armaduras, desem-
bainhem suas espadas, pois os conflitos
serão longos e árduos. Se você fraquejar
ou até mesmo se desistir, você entrará na
sua zona de conforto. Se prosseguir com
determinação, colecionará algumas baixas
48 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10
comunicação
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diante daqueles que não querem mudar.
Para amenizar a sua guerra e fazer
com que seus projetos tenham um sucesso
maior, ressalto aqui dez pensamentos so-
bre esse tema tão importante:
1 - Antes de iniciar qualquer projeto, reúna
todas aquelas pessoas que, de certa for-
ma, sentirão o reflexo desse trabalho em
suas rotinas. Prepare a sua espada: está
na hora de golpear a zona de conforto. Ex-
plique o projeto e como todo o escopo será
desenvolvido, mostre a importância dele
para a corporação, disserte sobre os pra-
zos de implementação e as expectativas
de retorno desse projeto. Tal fato aproxima
os operadores de mudanças e ameniza os
possíveis conflitos futuros;
2 - Invista 40% do tempo desse encon-
tro para descrever minuciosamente a sua
expectativa frente a cada membro da sua
empresa nesse projeto. Fale sobre o em-
penho, a vontade de fazer acontecer, es-
pírito de equipe etc. Em um segundo gol-
pe, alinhe juntamente com eles as metas
e os objetivos individuais de cada um e do
projeto com um todo. Nunca se esqueça de
que essas expectativas de sucesso devem
ser implementadas com prazos e indicado-
res de controle;
3 - Prepare-se: está na hora de levantar
o escudo e receber o contragolpe. Ao dis-
tribuir as atividades e metas, você estará
mexendo intimamente com a zona de con-
forto de cada colaborador, e é nesse mo-
mento que eles contra-atacam. Lembre-
se, nem todos gostam de trabalhar sobre
cobrança, portanto, vencer essa primeira
batalha é indispensável. Tente entender as
argumentações de todos e readapte os ob-
jetivos e metas, caso seja necessário, mas
cuidado para que as metas não se tornem
fáceis de mais para serem atingidas;
4 - Você se defendeu do primeiro golpe
e venceu a sua primeira batalha? Sim ou
não? Tem certeza? Esse é um dos passos
mais importantes na implementação de um
projeto: ter a certeza de que todos com-
preenderam e que superaram essa primei-
ra zona de conflito;
5- Utilize documentos extremamente claros
e explicativos para que não haja nenhum
tipo de dúvida futura e para que todos pos-
sam estudar o que foi planejado. Lembre-
se de que não existe projeto se o
Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 49
comunicação
50 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10
comunicação
mesmo não estiver documentado. Um pro-
jeto sem documentos de controle não pas-
sa de um aglomerado de ideias, que serão
esquecidas muito em breve. Quanto mais
explícitas e documentadas as ideias sobre
o projeto, maior a possibilidade de todos
compreenderem e, conseqüentemente,
maior possibilidades de sucesso;
6 - Nunca seja otimista demais sobre a in-
existência de possíveis conflitos na imple-
mentação dos seus projetos. Você deve
reconhecer que os conflitos sempre acon-
tecerão e que por mais político que você
seja, realmente nunca conseguirá evitá-
los;
7 - Nunca acredite em todos os feedbacks
positivos sobre os seus projetos. Por mais
que sua equipe transpareça que está to-
talmente de acordo e feliz com essa situa-
ção, lembre-se de que os maiores conflitos
acontecem dentro da consciência de cada
um, e que nem sempre todas as pessoas
explanam o que realmente acham ou sen-
tem sobre determinada situação. O bom
estrategista avalia todos as variáveis e im-
pactos de suas ações, até mesmo daquelas
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tentam demonstrar é a forma mais sensata
de se vencer as negociatas.
Colocando esses pequenos pensa-
mentos em prática, você conseguirá ame-
nizar todas as influências anticonstrutivis-
tas criadas por seus colaboradores, para
assim fazer com que o seu projeto possa
fluir dentro do prazo esperado e conseguir
conquistar o objetivo que você idealizou.
Tente disseminar uma cultura mais inte-
grativa e produtivista, e o futuro reservará
para sua empresa boas colheitas.
Bons negócios
Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 51
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Alessandro Mendes é Bacharel em Marketing e Sócio Gestor e Fundador da Intarget Consultoria
E-mail: [email protected]
www.intargetconsultoria.com.br
comunicaçãoque porventura nunca acontecerão;
8- Toda guerra deve ser “gerenciada”, ou
seja, os conflitos nunca podem ser deixa-
dos a esmo. Muitas são as batalhas, mas
a guerra só será vencida quando todos os
conflitos forem superados. Nenhum con-
flito pode ser ignorado. Lembre-se de que
uma pequena pedra na estrada pode tirar
da trilha qualquer um que ignorá-la. Cada
etapa conquistada é uma vitória, cada pas-
so sem sucesso é uma grande oportuni-
dade para reflexão e crescimento;
9- Amarre todos os indicadores possíveis
para manter o controle do projeto. Os con-
flitos tendem a minar os indicadores. Tenha
sempre as rédeas nas mãos e assim você
conseguirá preservar os indicadores e con-
trolar melhor as influências negativas que,
porventura, poderão desorientar a cami-
nhada saudável do projeto;
10 - Lembre-se sempre: os conflitos pre-
cisam de negociadores. Se você ainda não
desenvolveu essa habilidade, arrume quem
a tenha e coloque esse colaborador ao seu
lado. Os conflitos, externalizados ou não,
são resolvidos com muita negociação. Sa-
ber ouvir e interpretar o que os envolvidos
Existem outras maneiras de realizar vendas com qualidade
sem conceder descontos, pois já presenciei profissionais
bem preparados participando do processo de decisão de
compra do cliente com eficácia, sem baixar preço.
Por Giancarlo Oliveira
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52 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10
DESCONTO, NÃO! A SOLUÇÃO CERTA
PARA O SEU CLIENTE NÃO TEM PREÇO!
vendas
O principal objetivo de um profissional de vendas de academia é participar
do processo de decisão de compra do seu cliente. Atuo nesse mercado e tenho visto a
maioria dos profissionais concedendo descontos invariavelmente, pois essa é a maneira
“mais fácil” de converter a venda. Porém, é também “perigosa” para o negócio. Acredito
que essa prática ainda exista por três motivos básicos: porque os profissionais de vendas
não sabem fazer diferente; por comodismo (é mais fácil vender com desconto); por uma
orientação do gestor que, na hora do desespero pelos baixos resultados e o final do mês
chegando, não vê outra saída para melhorar o faturamento.
Não tenho a menor dúvida de que conceder descontos aumenta em muito à possi-
bilidade de participar da decisão de compra do cliente, mas tal atitude também inicia uma
briga de preços (descontos) entre as academias, jogando os valores cada vez mais para
baixo e, como consequência direta, prejudica o faturamento das academias em curto pra-
zo. Isso tudo sem falar no conflito e na insatisfação dos clientes, que não gostarão nada
de saber que um novo cliente pagou menos pelo mesmo serviço, ainda mais se estiverem
na sua academia há muito mais tempo. Inicia-se assim um ciclo perigoso.
Posso garantir que existem outras maneiras de realizar vendas com qualidade, pois
já presenciei profissionais bem preparados participando do processo de decisão de compra
do cliente com eficácia, sem conceder desconto. Afirmo que não é fácil, mas asseguro que
o resultado do seu faturamento será positivo e a satisfação dos seus clientes aumentará.
Antes de falarmos dessa solução, sugiro que você faça um teste com sua equipe –
eu sempre faço isso quando vou visitar uma academia: sente-se à frente de um dos seus
profissionais de vendas e diga que você é um cliente e que está em dúvida se entra ou
não na academia. Peça para ele dar dez bons argumentos para você comprar naquela aca-
demia.
Provavelmente, essa resposta demorará e ainda existe grande chance de o profis-
sional não conseguir citar os dez. Se conseguir, ele vai mencionar os professores qualifica-
dos, os aparelhos de musculação de última geração, a quantidade de esteiras, as bicicletas
de tal marca, ou citará a quantidade de aulas à disposição por semana e a possibilidade
de utilizar a academia todos os dias. Isso é o que se ouve na maioria de academias, e,
Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 53
independentemente das necessidades do
cliente, é sempre igual para todos.
Analise comigo: o que se usa como
vantagem pode se tornar uma cilada, pois
a possibilidade de fazer todas as aulas e
usar a academia em todos os dias da se-
mana é bom apenas para quem PRECISA
disso. Caso contrário, o cliente argumen-
tará: “mas eu só farei ginástica duas vezes
por semana e sempre à noite, portanto,
não usarei tudo isso. Então é justo que eu
tenha um desconto”. E aí, o que fazer?
Os argumentos acima podem e de-
vem ser utilizados, desde que vá ao encon-
tro das necessidades do cliente. Devem-se
ressaltar as características do produto que
o cliente está comprando, mas é impor-
tante falar dos benefícios que o serviço
trará. E muito mais importante é eviden-
ciar as vantagens (recompensas emocio-
nais) que a academia poderá oferecer ao
cliente.
Vejamos um bom exemplo de argu-
mentação que teria uma participação mais
eficiente na decisão de compra do cliente:
“Aqui você tem à disposição 15 esteiras de
última geração com monitores de TV, que
trará benefícios como não precisar espe-
rar por muito tempo, treinar assistindo a
um programa de TV, além da garantia dos
resultados que você tanto quer, como o
fortalecimento da musculatura das pernas,
queima calórica e perda de peso. Com to-
dos esses benefícios, certamente, você se
sentirá mais tranquilo, animado e com a
aut-estima melhor - não é isso que você
está procurando?”.
Não adianta ensinar um processo de
vendas para sua equipe se ela não conhece
nem acredita no que está vendendo. Seus
54 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10
vendas
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Giancarlo Oliveira é Graduado em Educação Física, Especializado em Gestão de Pessoas e Talentos, Sócio – Diretor da SOMAX Gestão de Vendas, Atuando há 17 anos na área de vendas em academias
E-mail [email protected]
vendas
profissionais de vendas precisam, neces-
sariamente, conhecer e DOMINAR todas
as opções de aulas e programas que você
oferece na sua academia. Saber detalhes
técnicos de cada uma delas, suas carac-
terísticas, benefícios e vantagens (recom-
pensa emocional) etc. O cliente não sabe
dessas informações e quem deve falar para
o cliente é o seu profissional de vendas, o
que, sem dúvida, terá uma maior eficiência
na participação da decisão de compra do
cliente. É fato que quanto mais sua equipe
dominar essas informações, mais segura
ela ficará na apresentação dos preços e
menos desconto você precisará conceder.
Prolongar a vida, prevenir doenças,
ter mais disposição, sentir-se mais seguro
e melhorar a autoestima é o que fornec-
emos aos nossos clientes e isso NÃO TEM
PREÇO!
Agora pense: você conhece um
produto melhor do que o nosso? Os clientes
só precisam saber. Pare com os descontos.
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Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 55
AS VANTAGENS DO TRABALHO
COOPERADO PARA PROFISSIONAIS E ACADEMIAS
O cooperativismo na área de educação física é um
conceito que vem ganhando força, proporcionando
ganhos para profissionais e empresários.
Por Madalena Almeida
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56 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10
tendências
As relações de trabalho na área de fitness vêm passando por profundas transfor-
mações. Hoje, além do CREF - Conselho Regional de Educação Física, que fiscaliza a atu-
ação dos profissionais de educação física, existem legislações mais completas e abrangen-
tes, criadas para tornar essas relações mais profissionalizadas e justas, já que garantem
que profissionais e empresas tenham seus direitos assegurados e cumpram também cor-
retamente com seus deveres como empregado e empregador.
Nesse contexto, um movimento que vem ganhando força no setor são as cooperati-
vas de profissionais de educação física. Embora o cooperativismo seja um conceito antigo
no Brasil, na área de Educação Física as primeiras cooperativas criadas não resultaram em
experiências positivas. Grande parte dessas entidades funcionava sem o devido registro
na OCB (Organização das Cooperativas do Brasil) e também no CREF (Conselho Regional
de Educação Física). Com isso, eram muitas as reclamações trabalhistas, desvirtuando
um conceito que pode proporcionar, quando desenvolvido com seriedade, benefícios para
empresários e profissionais.
Entretanto, atualmente, a situação é outra, especialmente na esfera jurídica. Hoje,
as academias podem contratar o trabalho de profissionais cooperados com grandes van-
tagens.
Além da Lei Federal n. 5.764/71, que norteia a administração das cooperativas de
trabalho, existe a Lei Federal no 10.666/03 (regulamentação especial do regime previden-
ciário) e a Lei Estadual no 12.226/06 (política de incentivo ao cooperativismo no Estado de
São Paulo). Portanto, as cooperativas atualmente constituídas só podem operar mediante
autorização da OCB, além de passar por programa de auditoria com duração de um ano.
Após a conclusão do programa é que recebem oficialmente certificação e autorização para
registrar os atos constitutivos na JUCESP (Junta Comercial do Estado de São Paulo).
Como revelou Robson Cassiano Mendes, diretor-presidente da Coopfit - Cooperativa
de Profissionais de Educação Física, criada em 2004, a partir da união de 20 profission-
ais da área de educação física, o trabalhador cooperado no mercado fitness pode atuar
em todas as áreas da academia, ministrando e prescrevendo aulas de musculação e de
ginástica, além de realizar as demais atividades inerentes à sua formação.
Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 57
Conforme revelou Robson, para os
empresários interessados em trabalhar com
uma cooperativa é firmado um contrato de
prestação de serviços, no qual serão de-
scritas as atividades que terão uma gestão
especializada da entidade. “O contrato não
tem carência e nem taxa de rescisão. O em-
presário só paga pelos serviços da coopera-
tiva quando estiver com um cooperado em
atividade. Dessa forma, não existe custo
fixo, e o empresário tem maior flexibilidade
para aumentar ou diminuir o quadro de pes-
soal, principalmente, para cobrir licenças de
outros professores ou em períodos de maior
demanda na academia, como exemplo, o
verão. Os valores do contrato são cobrados
por hora/aula”, explica Robson.
Já os professores e estudantes de
educação física, por sua vez, que quiserem
trabalhar por cooperativa, devem participar
de uma reunião de admissão, quando serão
apresentados o estatuto e o regimento in-
terno da entidade. Nesse momento, o in-
teressado pode assinar uma proposta de
admissão e fazer a entrega de documentos
pessoais, além de integralizar a quota-parte
(compra de quota para ter direito a singu-
laridade do voto, clientes e clube de benefí-
cios).
Importante lembrar que para serem
cooperados, os profissionais de educação
física devem possuir obrigatoriamente reg-
istro no CREF (Conselho Regional de Educa-
ção Física).
Os estudantes também podem se ben-
eficiar desse conceito de trabalho, uma vez
que por meio da cooperativa existem opor-
tunidades de estágio para os estudantes
que cursam Educação Física.
“No caso da Coopfit, a quota-parte
tem o valor de R$ 100,00, e pode ser resti-
tuída no desligamento espontâneo do pro-
fissional da entidade. Dependendo do pro-
jeto que atuem, os profissionais também
contribuem com taxa de administração,
despesas com rateio e seguro de vida. Já
para os empresários os custos são 15% de
INSS sobre a nota fiscal e sobre a hora/aula
das atividades realizadas”, complementa.
Direitos assegurados
Segundo Robson, os profission-
ais cooperados têm todos os seus direi-
tos preservados, com exceção do seguro-
desemprego. Ele explicou que a diferença
é que o regime CLT trabalha atualmente
com depósito compulsório e tem prazos e
regras para serem cumpridos. Na coopera-
tiva, há uma política de ganhos superior ao
tendências
58 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10
piso da categoria de ao menos 30%, para
compensar o FGTS, 13º salário e férias re-
muneradas, que são diluídos juntamente
com a remuneração mensal. “Dessa forma,
o profissional não precisará esperar o mês
de dezembro para receber o 13º salário e
também pedir a rescisão do contrato para
sacar o FGTS. É por isso que o cooperativ-
ismo tem o poder da distribuição de renda”,
orienta.
Ainda nesse aspecto, Robson esclare-
ceu que com a entrada da Lei no 10.666/03
houve a unificação da previdência social
para o trabalhador, contemplando os benefí-
cios do INSS para todos. Hoje, essa alíquota
é de 11% descontada diretamente na re-
muneração do cooperado e repassada para
o governo. O cooperado tem direito ainda
a aposentadoria especial por tempo de ser-
viço, licença por afastamento de doença e/
ou acidente e licença-maternidade. Já FGTS,
contribuição sindical e outros não incidem
sobre a folha de pagamento do cooperado.
De acordo com o diretor-presidente,
o trabalho cooperado pode ser uma grande
oportunidade para os profissionais de edu-
cação física desenvolverem suas carreiras.
Uma das vantagens é a flexibilidade que es-
ses cooperados têm para escolher o horário
de trabalho e quanto e como ganhar sua
Robson Cassiano Mendes
Diretor-presidente da Coopfit
Cooperativa de Profissionais
de Educação Física
tendências
Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 57
Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 59
remuneração nos clientes. Além disso, dis-
põem de todo suporte para viabilização de
novos projetos (comercial, marketing e ad-
ministração) fornecido pela cooperativa. As-
sim, os professores que desejam abrir uma
empresa para atender condomínios, podem,
em vez disso, apenas filiarem-se à coopera-
tiva e receber uma assessoria completa.
Dessa forma, os profissionais são ‘mi-
croempresários’, pois todos os serviços ex-
ecutados têm à contrapartida de uma nota
fiscal. Para os empresários, as vantagens
são também inúmeras: menor custo com
turn over, sem custo para licenças (mater-
nidade e acidente do trabalho), formaliza-
ção da relação trabalhista, recursos huma-
nos (recrutamento, treinamento e seleção
de professores), departamento pessoal (a
folha de pagamento passa a ser gerida pela
cooperativa) e assessoria jurídica em rec-
lamações trabalhistas.
“Trabalhamos em uma linha tripar-
tite (cooperativa, cooperado e academia),
onde todos são beneficiados. A cooperativa
participa oferecendo cursos, treinamento,
gestão administrativa, de marketing e co-
mercial aos cooperados. Já os cooperados
fornecem seu trabalho, prescrevendo e
ministrando as aulas, desenvolvendo novos
projetos e serviços com auxílio da coopera-
tiva. As academias, por sua vez, participam
contratando serviços especializados em fit-
ness, com profissionais capacitados e habil-
itados”, ressalta Robson.
Marketing de rede
Para Robson, o cooperativismo agre-
ga maior “competitividade” para os profis-
sionais, pois propicia maior remuneração,
menor custo para viabilizar os projetos, net-
working (indicação de clientes e de cooper-
ados em diversas áreas da educação física)
para trabalho em equipe e ações de market-
ing (divulgação de currículo e serviços para
o mercado de qualidade de vida).
“O principal diferencial está no ‘mar-
keting de rede’, na possibilidade de desen-
volver o seu próprio negócio, sem os altos
investimentos que são necessários em um
negócio tradicional (escritório, ponto, alu-
guel, estoque, empregados, administração,
contabilidade, impostos etc.). O mercado
de qualidade de vida está em crescimento.
Hoje, o profissional de educação física tem
o potencial de trabalhar em vários segmen-
tos (academia, empresas, hospitais, con-
domínios e entidades governamentais),
agregando a atividade física como um dos
fatores para melhorar a qualidade de vida
tendências
60 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10
--
das pessoas. Dentro dessa tendência,
a cooperativa criou frentes de trabal-
ho para atuar com programas nesses
setores, entre eles o que mais se de-
staca é a gestão de academias em con-
domínios. Oferecemos, por exemplo,
cursos de ‘Estratégia de Vendas em
Condomínios’, onde os cooperados são
envolvidos e ganham expertise para de-
senvolver seus próprios clientes e au-
mentar a sua carteira”, expõe.
De acordo com Robson, a adesão
os profissionais à cooperativa tem sido
muito boa. Hoje, a entidade conta com
180 associados, além de parcerias es-
tratégicas com entidades do setor. “Te-
mos um perfil de exclusividade para os
atuais sócios da cooperativa, mas novos
profissionais podem participar de uma
reunião de admissão e fazer uma pro-
posta de adesão. Para os empresários
que desejam celebrar contrato de ser-
viços, é preciso saber que no mundo
dos negócios tudo tem um custo e não
‘precarizamos’ as condições de trabalho
de nossos cooperados”, frisa.
DICAS IMPORTANTES PARA CONTRATAÇÃO
DE UMA COOPERATIVA:
EMPRESÁRIOS
• Analise o estatuto da cooperativa. Veri-
fique se o objeto permite a prestação de
serviços;
• Verifique a inscrição na Receita Federal e
na prefeitura local;
• Firme um contrato de prestação de ser-
viços cooperativos;
• Certifique-se se existe registro dos pro-
fissionais e da cooperativa no Conselho Re-
gional de Educação Física;
• Peça indicação de clientes da cooperativa.
PROFESSORES
• Antes de se associar, participe de uma
reunião de admissão;
• Faça cadastro de CCM (autônomo na pre-
feitura local);
• Adquira quota-parte - isso dá direito à sin-
gularidade do voto e acesso aos benefícios
da cooperativa;
• Conheça os fundos obrigatórios;
• Conheça o estatuto social e código de
ética.Comente esta entrevista em nosso blog:
http://gestaofitness.wordpress.com/www.coopfit.com.br
tendências
Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 61
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
Não é suficiente desenvolver ou aprender determinada
inteligência emocional. Sua aplicação contextual e o grau
de competência demonstrado, da simples aplicação ao de
maestria, definem como nos saímos nos desafios profis-
sionais e pessoais.
Por Luis Perdomo
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62 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10
DA RAZÃO E DA INTUIÇÃO!
REDEFININDO O QUE É SER INTELIGENTE
marketing
Como definir inteligência? Seria a capacidade de elaborar um sofisticado plane-
jamento sobre eventos futuros? Ou a aptidão de reagir de forma ponderada e sempre
adequada a todas as interações com outras pessoas?
Muitas vezes, afirmamos que pensamos com a cabeça e agimos com o coração.
Quase todos nós podemos distinguir quando estamos pensando para chegar a uma de-
cisão da razão, ou quando temos aquela “certeza interior” tão característica dos sentimen-
tos: “O pensar e agir com o coração”.
Até há pouco tempo, provavelmente, como resultado do extremado determinismo
científico da primeira metade do século passado, demos muito valor a um tipo de in-
teligência. Chegamos, inclusive, a desenvolver testes para medi-la cientificamente – o tal
teste de QI.
Somente no final do último milênio, começamos a perceber que a correlação pressu-
posta entre QI e sucesso – ou destaque – na sociedade não era verdadeira. Na realidade,
temos um número muito maior de pessoas com alto QI (acima de 120, 130 ou 150) tra-
balhando para pessoas com QI 100 e, às vezes, ainda menores!
O que está acontecendo? O QI não é mais importante?
Hoje, sabemos que existem outros tipos de inteligências, conhecidas pelo conceito
de inteligência emocional, desenvolvido pelos psicólogos John Mayer e Peter Salovey.
Tal conceito pretende demonstrar como o autoconhecimento, que leva à percepção
de nosso mundo interior, composto de emoções e sentimentos, pode ser mais relevante
para nossa vida inteligente. Foi assim que nasceu o conceito de QE ou Coeficiente Emocio-
nal. Para melhor estudar e compreender seu impacto em nossas vidas, seus formuladores
dividiram arbitrariamente em sete tipos de inteligência emocional:
Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 63
Interpessoal: ou nossas habilidades
para entender os sentimentos dos outros e
suas reações.
Intrapessoal: ou a forma como lida-
mos com nossos sentimentos e emoções.
Espacial: a capacidade que aparece
nos arquitetos, artistas e decoradores, en-
tre outros.
Verbal: como organizamos e comu-
nicamos nossos pensamentos e experiên-
cias – encontrada em escritores, cineastas
e contadores de histórias, além de presen-
teadores e outros.
Matemática: habilidade muito valori-
zada nos antigos testes de QI, e que repre-
senta a capacidade holística de estabelecer
regras e conexões “lógicas”.
Musical: que permitiu às pessoas de
“baixo QI” nos brindar com as mais belas
representações da criatividade humana no
extremo virtuosismo.
Corporal: a que define um grau dife-
rente de percepção da memória muscular,
inteligência muscular e outras aptidões
características dos atletas, que nos deli-
ciam com suas proezas inimagináveis para
a maioria de nós!
marketing
64 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10
Imag
em: s
xc.h
u
Deixando de lado alguns exageros
dos que afirmam que o QE é responsável
por 70% ou 80% do sucesso pessoal e pro-
fissional, não podemos negar seu enorme
impacto em nossas vidas.
Também convém lembrar ao leitor
que, hoje, trabalhamos não somente com
a identificação das inteligências emocio-
nais, mas com o desenvolvimento da com-
petência emocional específica.
Não é suficiente desenvolver ou a-
prender determinada inteligência emo-
cional. Sua aplicação contextual e o grau
de competência demonstrado, da simples
aplicação ao de maestria, definem como
nos saímos nos desafios profissionais e
pessoais.
Apesar de relativamente conhecido
no Brasil, o conceito de inteligência emo-
cional ainda foi pouco aplicado nas orga-
nizações privadas, empresas e no sistema
de ensino.
Para ter ideia do que isso significa,
basta lembrar que quase nada foi feito
para introduzir o chamado aprendizado so-
cial ou emocional em nossa sociedade.
Um único programa, de vários mi-
lhares já implantados ao redor do mundo,
serve como exemplo:
Programa de Solução
Criativa de Conflitos
Centro Nacional, Linda Lantiere, Nova York
(EUA).
Público: Do Jardim de Infância aos 12 anos.
Resultados:
• Diminuição acentuada da violência
em sala de aula.
• Menos censura verbal entre colegas.
• Aumento das gentilezas e atenções
entre colegas e professores.
• Maior disposição para a cooperação.
• Melhora significativa das competên-
cias em comunicação.
• Fácil transição para o ensino médio.
• Significativa melhoria em todas as
notas das matérias tradicionais.
O ensino sistemático do conceito de
inteligência emocional, em conjunto com
programas de treinamento nas empresas,
pode ser uma diferença competitiva muito
relevante nos próximos anos.
marketing
Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10 | 65
poníveis no site www.acadesystem.com.br,
na página de resultados. O leitor também
pode ler os depoimentos de algumas des-
sas academias no mesmo site na página
correspondente.
Para o leitor que deseja se aprofun-
dar no tema, sugiro a leitura do livro: Como
a Mente Funciona, de Steven Pinker, e In-
teligência Emocional, de Daniel Goleman.
Ou podem se inscrever em nossos semi-
nários e palestras, gratuitas, do programa
Negócio & Fitness, que acontecem em São
Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Bra-
sília neste primeiro semestre de 2010.
Comente sobre este artigo em nosso blog:
http://gestaofitness.wordpress.com/
Luis Perdomo é Administrador de Empresas, Palestrante e Especialista em Estratégia, Marketing e Vendas. É criador do Acade System.
E-mail: [email protected]
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66 | Gestão Fitness - edição n• 02 - Jan/Fev 10
Vamos falar dos resultados inici-
ais desses treinamentos em equipes de
vendas, atendimento e serviços nas aca-
demias. Programa de treinamento, com
baixa intensidade, poucas horas por mês,
mostrou resultados surpreendentes em um
grupo de 25 academias durante o último
ano.
Resultados preliminares:
• Aumento da satisfação dos clientes,
alunos e colaboradores.
• Diminuição acentuada dos conflitos
entre colaboradores e desses com os clien-
tes.
• Maior habilidade para percepção das
necessidades dos clientes com aumento
significativo das vendas de matrículas.
• Melhora da relação do cliente com a
equipe de colaboradores com aumento do
tempo médio de permanência do cliente na
academia de cinco para 14 meses.
Quando observamos os impactos
positivos da aplicação desses treinamen-
tos por competências em conjunto com
estratégias de gestão moderna, os resul-
tados são espetaculares. Os resultados de
desempenho dessas academias estão dis-
www.alom.com.br/fitness/
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