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Edgard Antônio Lemos Alves Noções Direito Administrativo

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Edgard Antônio Lemos Alves

Noções Direito Administrativo

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© 2012 Vestcon Editora Ltda.

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Título da obra: Adendo – Noções Direito Administrativo(De acordo com a retifi cação publicada

no Diário Ofi cial do Estado do Rio Grande do Sul,Edição de 29 de outubro de 2012, p. 8 a 10) – (A1-AD99)

Autor:Edgard Antônio Lemos Alves

DIRETORIA EXECUTIVANorma Suely A. P. Pimentel

PRODUÇÃO EDITORIALRosângela Sandy Tiago

EDIÇÃO DE TEXTOCláudia FreiresIsabel Cristina Aires Lopes

CAPARalfe Braga

ILUSTRAÇÃOFabrício MatosMicah Abe

PROJETO GRÁFICORalfe Braga

ASSISTENTE EDITORIALGabriela Tayná Moura de Abreu

ASSISTENTE DE PRODUÇÃOGeane Rodrigues da Rocha

EDITORAÇÃO ELETRÔNICAAdenilton da Silva CabralCarlos Alessandro de Oliveira FariaDiogo AlvesMarcos Aurélio Pereira

REVISÃOAna Paula Oliveira PagyDinalva Fernandes da RochaÉrida CassianoGiselle BerthoMicheline Cardoso FerreiraRaysten Balbino Noleto

SEPN 509 Ed. Contag 3º andar CEP 70750-502 Brasília/DFSAC: (61) 3034 9588 Tel.: (61) 3034 9576 Fax: (61) 3347 4399

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Serviços Públicos: conceito e princípios; classifi cação; tularidade; prestação direta e prestação indireta; delegação: concessão, permissão e autorização .................................................................................................................................................. 5

Processo Administra vo: princípios; fi nalidades; princípios específi cos; fases ..................................................................................................... 19

Regime Jurídico (Complementar Estadual nº 10.098/1994 e Lei Estadual nº 13.821/2011) .......................................21/43

Controle da Administração: controle administra vo; controle judicial; controle legisla vo ..................................................................................... 50

Responsabilidade civil do Estado ....................................................................................................................................... 54

SUMÁRIO

Noções de Direito Administra vo

DPE RS

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVOEdgard Antônio Lemos Alves

SERVIÇOS PÚBLICOS

O serviço público compreende uma das a vidades que a Administração Pública presta em seu sen do obje vo ou material.

Conceito

É uma a vidade do Estado ou de seus delegados visando à sa sfação de necessidades essenciais ou secundárias da cole vidade ou do próprio Estado.

Caracterís cas dos Serviços Públicos

Elemento Subje vo

O serviço público é sempre incumbência do Estado (art.175 da CF), sendo permi do ao Estado delegar de-terminados serviços públicos, sempre por meio de lei e de licitação, sob o regime de concessão ou permissão1. Ex.: correios, telecomunicações e energia elétrica.

No mesmo sen do, considera-se serviço público toda a -vidade exercida pelo Estado ou por seus delegados, sob regi-me total ou parcial de direito público, com vistas à sa sfação de necessidades essenciais e secundárias da cole vidade2.

Elemento Formal

O regime jurídico, a princípio, é de Direito Público. Quando, porém, par culares prestam serviço em colabo-ração com o Poder Público, o regime jurídico é híbrido, podendo prevalecer o Direito Público ou o Direito Privado, dependendo do que dispuser a lei3. Em ambos os casos, a responsabilidade do Estado é obje va (art. 37, § 6º, CF).

Elemento Material

O serviço público deve corresponder a uma a vidade de interesse público. Não basta que haja interesse público para caracterizar serviço público, é necessário que a lei atribua a a vidade ao Estado, uma vez que par culares também podem exercer a vidades de interesse geral.

Formas e Meios de Execução dos Serviços Públicos

Centralização

É a prestação ou a execução dos serviços, diretamente pelo Estado, por meio de seus órgãos, em nome próprio e sob sua inteira responsabilidade.

Descentralização

É a transferência, por lei, da execução do serviço ou da tularidade do serviço para outra pessoa, quer de direito

público ou de direito privado. São meios de descentralização:

1 Assunto cobrado na prova da FCC/Tribunal de Contas-RO/Auditor/Subs tuto de Conselheiro/2010/Questão 20.

2 Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Subs tuto – I/2010/Questão 9.3 Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Subs tuto

– I/2010/Questão 9.

• outorga: implica a transferência da própria tularidade do serviço. Ocorre quando, por exemplo, a União cria uma Autarquia e transfere para esta a tularidade e a execução de um serviço público. É sempre feita por lei e somente por outra lei pode ser mudada ou re rada.

• delegação: implica a mera transferência da execução do serviço. Realiza-se por ato ou contrato administra- vo, por meio de:

– concessão: é a delegação da prestação de servi-ços públicos feita pelo poder concedente (União, Estado, Distrito Federal ou Município), mediante licitação, na modalidade concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que evidencie ap dão para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado. É formalizada por meio de contrato (art. 2º, II, e 4º da Lei nº 8.987/1995).

– permissão: é a delegação, a  tulo precário, me-diante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa sica ou jurídica que demonstre capacidade para seu de-sempenho, por sua conta e risco. É formalizada por meio de contrato de adesão (arts. 2º, IV, e 40 da Lei nº 8.987/1995).

– autorização: é a delegação de serviços públicos de fácil execução, por meio de ato administra vo precário e discricionário.

Princípios

A doutrina francesa elenca três princípios como sendo comuns à generalidade dos serviços públicos: o da con -nuidade, o da mutabilidade e o da igualdade dos usuários.

Princípio da con nuidade

segundo esse princípio o serviço público não pode parar. Esse princípio tem apli-cação especial com relação aos contratos administra vos e ao exercício da função pública.

Princípio da mutabilidade

autoriza mudanças no regime de execução do serviço para adaptá-lo ao interesse público, que é sempre variável no tempo.

Princípio da igualdade

os usuários dos serviços públicos têm di-reito a prestação do serviço, sem qualquer dis nção de caráter pessoal.

No Brasil, Hely Lopes Meirelles elenca como princípios do serviço público os requisitos estabelecidos no art. 6º da Lei nº 8.987/1995.

Para o autor, todo serviço público deve ser prestado da forma adequada, sa sfazendo às exigências estabelecidas na lei, nas normas e no respec vo contrato. Para que isso ocorra, a lei criou alguns requisitos que devem ser observados. Fal-tando qualquer um deles, é dever da Administração intervir para restabelecer seu regular funcionamento ou retomar sua prestação. São, portanto, princípios dos serviços públicos:

Con nuidade e Regularidade

Impõe con nuidade no serviço, não podendo sofrer interrupções e em quan dade necessária para atender os usuários.

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Generalidade

Impõe o seu oferecimento igual para todos; sem discri-minação.

Atualidade

Exige a atualização do serviço, ou seja, a u lização de téc-nicas modernas, que garantam a segurança, a conservação, bem como a melhoria e a expansão do serviço.

Modicidade

Exige que os serviços sejam prestados mediante taxas ou tarifas justas, razoáveis, de modo a equilibrar o bene cio recebido com o valor pago.

Cortesia

Traduz-se em oferecer bom tratamento para seus usuários.

Remuneração

Os serviços públicos podem ser remunerados por meio de:

Taxa(tributo)

Sempre que sua u lização pelo adminis-trado for compulsória, não importando se há ou não efe va u lização. Ex.: coleta de lixo, esgoto.

Tarifa(preço público)

Sempre que sua u lização for fa culta va, ou seja, se assim desejarem a sua presta-ção. Ex.: telefonia, energia elétrica, água.

Classifi cação dos Serviços Públicos

De U lidade Pública

São os que a Administração, reconhecendo sua co-modidade para os membros da cole vidade, presta-os diretamente ou aquiesce que terceiros (concessionários, permissionários e autorizatários) o façam, por sua conta e risco, mediante remuneração dos usuários, mas nas condi-ções regulamentadas e sob fi scalização do poder delegante4. Ex.: transporte cole vo, energia elétrica, gás, telefone.

Próprios do Estado

São aqueles que se relacionam in mamente com as atribuições do Estado, são prestados diretamente por ele, mantendo sua condição de tular e prestador do serviço, uma vez que são indelegáveis e intransferíveis5. Ex.: defesa nacional, polícia, saúde pública.

Impróprios do Estado

São aqueles que não são inerentes às funções básicas do Estado, mas sa sfazem interesses comuns de seus membros, e, por isso, a Administração os presta remuneradamente, por seus órgãos ou en dades (Autarquias, Fundações Pú-blicas, Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista) ou delega sua prestação (concessionários, permissionários ou autorizatários).

4 Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Subs tuto – I/2010/Questão 9.

5 Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Subs tuto – I/2010/Questão 9.

Administra vo

São os que a Administração executa para atender as suas necessidades internas ou preparar outros serviços que serão prestados ao público.

Ex.: Imprensa ofi cial.

Industrial

São os que produzem renda para quem os presta. Por consubstanciarem a vidade econômica, somente podem ser explorados diretamente pelo Estado quando necessários aos impera vos da segurança nacional ou por relevante interesse público (são serviços impróprios do Estado).

U Universi

São aqueles que não têm des natário ou usuário de-terminado, é indivisível e não pode ser mensurado, por isso devem ser man dos por imposto (tributo) e não tarifa. Não gera direito subje vo à fruição (não pode ser exigido). É dirigido à cole vidade em geral. Ex.: polícia, iluminação pública, calçamento.

U Singuli

São aqueles mensuráveis, divisíveis, têm des natário ou usuário certo e determinado. Quando disponibilizados e atendidos os seus requisitos, geram direito subje vo à fruição. São remunerados por taxa ou tarifa. Ex.: o telefone, a água e a energia elétrica domiciliares.

Nesse sen do, os serviços que têm por fi nalidade a sa- sfação individual e direta das necessidades dos cidadãos,

como os de energia elétrica e gás, são exemplos de serviços públicos u singuli6.

Competência para Prestação dos Serviços Públicos

O legislador u lizou-se do critério da predominância do interesse ao dispor no texto cons tucional a qual ente da Federação caberia a prestação do serviço público, ou seja, sendo o serviço de interesse nacional a competência para prestá-lo é da União, se o interesse for de âmbito regional a competência será dos Estados-membros, e no caso do interesse predominante ser local a competência será dos Municípios.

Como sabemos, todos os entes são autônomos, ou seja, possuem o poder de organizar seus próprios serviços, de modo que as competências foram assim repar das:

Competências da União

A competência da União em matéria de serviços públicos abrange as que lhe são exclusivas (art. 21), as que lhe priva- vas (art. 22), as que lhe são comuns (art. 23), bem como,

as que lhe são concorrentes (art. 24).

Competências Exclusivas da UniãoSão competências exclusivas (material ou administra va)

da União as constantes no art. 21 da Cons tuição Federal. A caracterís ca marcante com relação a essas competên-

cias é a sua indelegabilidade para outros entes federados.

6 Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Subs tuto – I/2010/Questão 9.

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Porém essa impossibilidade de delegação não quer dizer que será necessariamente a União quem exercerá por meio de seus órgãos (Administração Direta) tal competência, uma vez que ela pode outorgar a tularidade dessas competências a uma en dade da Administração Indireta (uma Autarquia, por exemplo) ou delegar a terceiros não integrantes da Administração Pública (um concessionário).

Destacam-se entre as competências exclusivas da União, as seguintes:

• assegurar a defesa nacional;• emi r moeda;• administrar as reservas cambiais do País;• manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;• explorar, mediante concessão ou permissão, os servi-

ços de telecomunicações;• explorar, diretamente ou mediante autorização,

concessão ou permissão: os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energé co dos cursos de água, em ar culação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergé cos; a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária; os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que trans-ponham os limites de Estado ou Território; os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros; os portos marí mos, fl uviais e lacustres;

• organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública do Distrito Federal, bem como a Polícia Civil, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal;

• organizar e manter os serviços ofi ciais de esta s ca, geografi a, geologia e cartografi a;

• organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;• exercer a classifi cação, para efeito indica vo, de diver-

sões públicas e de programas de rádio e televisão;• planejar e promover a defesa permanente contra as

calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações;

• ins tuir sistema nacional de gerenciamento de recur-sos hídricos e defi nir critérios de outorga de direitos de seu uso.

Competências ComunsA União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios

possuem competências comuns (concomitantes), que são exercidas de modo que cada unidade restrinja-se a um determinado espaço de atuação; visam ao equilíbrio do desenvolvimento e ao bem-estar em âmbito nacional.

Dentre estas competências, destacam-se as seguintes (art. 23, da CF):

• conservação do patrimônio público;• saúde e assistência pública;• proteção dos bens de valor histórico, das paisagens

naturais notáveis e dos sí os arqueológicos;• acesso à educação, à cultura e à ciência;• proteção ao meio ambiente e controle da poluição;• preservar a fauna e a fl ora;• combate às causas da pobreza e da marginalização,

promovendo a integração dos setores desfavore cidos.

Competências ConcorrentesNo âmbito da legislação concorrente (art. 24), foram

atribuídas as seguintes competências:• custas dos serviços forenses;• produção e consumo;

• fl orestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, proteção do meio ambiente e controle da poluição;

• proteção do patrimônio histórico, cultural, ar s co e paisagís co;

• educação, cultura, ensino e desporto;• previdência social, proteção e defesa da saúde;• assistência jurídica e defensoria pública;• proteção à infância e à juventude.

Neste âmbito, a União limita-se a estabelecer normas gerais. Caso inexista norma geral, os estados poderão exer-cer a competência legisla va plena, para atender às suas peculiaridades.

Competências dos Estados

Os Estados fi caram com as competências remanescentes (art. 25, § 1º), ou seja, por exclusão, pertencem aos Estados todos os serviços públicos não reservados à União nem atri-buídos aos Municípios, e que sejam de interesse regional.

A única exceção feita com relação a essa distribuição de competência diz respeito à exploração e distribuição dos serviços de gás canalizado, que não podem ser atribuídos ao Município (art. 25, § 2º); devem ser prestados diretamente pelo Estado.

Competências dos Municípios Os Municípios fi caram com a competência residual, ou

seja, aquelas afetas aos assuntos de interesse local, bem como suplementar a legislação federal e estadual, no que couber; dentre elas destacam-se as seguintes (art. 30):

• ins tuir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas;

• organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de inte-resse local, incluído o de transporte cole vo, que tem caráter essencial;

• prestar, com a cooperação técnica e fi nanceira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;

• promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;

• promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fi scalizadora federal e estadual.

Competências do Distrito Federal

Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legis-la vas reservadas aos Estados e Municípios, nos termos do art. 32, § 1º, da Cons tuição Federal.

Regulamentação dos Serviços Públicos

A regulamentação do serviço público caberá sempre ao Poder Público, qualquer que seja a modalidade de sua pres-tação aos usuários. O fato de tais serviços serem delegados a terceiros não re ra do Estado seu poder indeclinável de regulamentá-los. Dessa forma, podemos enumerar os passos a serem seguidos na regulamentação dos serviços públicos da seguinte forma:

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• A Cons tuição Federal discrimina as competências originárias e genéricas das a vidades de cada esfera do Poder Público (art. 21).

• A Lei nº 8.987/1995 disciplina as normas e condições gerais para a descentralização por meio de delegação, pois se trata de uma lei federal.

• Lei específi ca (federal, estadual distrital e municipal) autoriza a delegação e delimita sua amplitude.

• O regulamento estabelece as condições de execução do serviço.

• E o contrato administra vo, nos casos de concessão e permissão, consubstancia a delegação da execução ao par cular que venceu a licitação.

Controle e Fiscalização dos Serviços Públicos

O controle e a fi scalização são feitos pelo Poder con-cedente responsável pela delegação, porém a sua fi scali-zação pode contar com a ajuda dos usuários (art. 3º da Lei nº 8.987/1995).

REGIME JURÍDICO DAS CONCESSÕES E PERMISSÕES LEI Nº 8.987/1995

Introdução

A Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, veio regula-mentar o disposto no ar go 175, da Cons tuição Federal, que assim dispõe:

Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.Parágrafo único. A lei disporá sobre:I – o regime das empresas concessionárias e per-missionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fi scalização e rescisão da concessão ou permissão;II – os direitos dos usuários;III – polí ca tarifária;IV – a obrigação de manter serviço adequado.

Trata-se, pois, de norma geral que disciplina o regime de concessões e permissões de serviços públicos, devendo, pois, todos os entes federa vos, inclusive a União, promoverem a revisão e as adaptações de sua legislação às prescrições desta lei, buscando atender às peculiaridades das diversas modalidades dos seus serviços.

Conceito Legal de Poder Concedente

A lei defi niu como poder concedente a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Município, em cuja competência se encontre o serviço público concedido ou permi do, prece-dido ou não da execução de obra pública (art. 2º, I).

Conceito Legal de Permissão de Serviço Público

A permissão foi defi nida como a delegação de serviço público, a tulo precário, mediante licitação da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa sica ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco (art. 2º, IV).

Conceito Legal de Concessão de Serviço Público

Com relação à concessão, a lei a dividiu em duas mo-dalidades: a concessão de serviço público e a concessão de serviço público precedida da execução de obra pública.

Pela concessão de serviço público, tem-se a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado (art. 2º, II).

Já a concessão de serviço público precedida da exe cução de obra pública, foi defi nida pela lei como a delegação feita pelo poder concedente, de construção (total ou parcial), conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua realiza-ção, por sua conta e risco, de forma que o inves mento da concessionária seja remunerado e amor zado mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo determinado (art. 2º, III). Ex.: construção, ampliação e manutenção de estradas, posteriormente remuneradas pelo pedágio.

Mo vação da Outorga de Concessão ou Permissão

O art. 5º da Lei nº 8.987/1995 determina que, previa-mente ao edital de licitação, o poder concedente publique ato jus fi cando a conveniência da outorga de concessão ou permissão, caracterizando seu objeto, área e prazo.

Formalização da Concessão e da Permissão

A concessão de serviço público, precedida ou não da execução de obra pública é formalizada por meio de con-trato (art. 4º).

Já a permissão de serviço público é formalizada por meio de contrato de adesão (art. 40).

O Serviço Adequado

De acordo com a lei, serviço adequado é o que sa sfaz as condições de regularidade, con nuidade, efi ciência, se-gurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas (art. 6º).

A lei, porém, só explica o que seja atualidade, compreen-dendo a modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e a expansão do serviço.

Temos, pois, que a con nuidade signifi ca que o serviço público não pode sofrer interrupções. Contudo, a lei não ca-racteriza como descon nuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio ávido, quando mo vada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações ou por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da cole vidade.

A regularidade signifi ca que deve funcionar em quan -dade necessária para atender os usuários.

Pela generalidade ou igualdade temos que o seu ofereci-mento deve ser igual para todos; sem discriminação.

Já a cortesia traduz-se em oferecer bom tratamento para usuários.

Por fi m, pela modicidade, exige-se que os serviços sejam prestados mediante taxas ou tarifas justas, razoáveis; de modo a equilibrar o bene cio recebido com o valor pago.

A doutrina elevou as condições para se obter um serviço adequado à categoria de princípios.

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Direitos e Obrigações do Usuário – Art. 7º

A lei elenca como direitos do usuário:• receber serviço adequado;• receber do poder concedente e da concessionária

informações para a defesa de interesses individuais ou cole vos;

• obter e u lizar o serviço, com liberdade de escolha entre vários prestadores de serviços;

• o mínimo de seis datas opcionais para escolherem os dias de vencimento de seus débitos.

Por outro lado são obrigações dos usuários:• levar ao conhecimento do poder público e da conces-

sionária as irregularidades referentes ao serviço de que tenham conhecimento;

• comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos pra cados pela concessionária na prestação do servi-ço; conservar os bens públicos através dos quais são prestados os serviços.

Polí ca Tarifária – Arts. 9º a 13

Como remuneração pela execução do serviço, o Poder Pú-blico fi xa a tarifa (ou preço público) a ser paga pelos usuários.

De acordo com a lei, essa tarifa será fi xada pelo preço da proposta vencedora da licitação e preservada pelas regras de revisão previstas na lei, no edital e no contrato.

Os contratos podem prever mecanismos de revisão das tarifas, a fi m de manter-se o equilíbrio econômico-fi nanceiro do contrato, todavia, sendo este alterado unilateralmente pelo poder concedente, o equilíbrio econômico-fi nanceiro do contrato deve ser restabelecido concomitantemente à alteração unilateral do contrato que o afete.

De acordo com a lei, após a apresentação da proposta, se for criado, alterado ou ex nto qualquer tributo ou encargo legal, e este causar impacto comprovado sobre o contrato, cabe revisão da tarifa, para mais ou para menos, conforme o caso. A lei, porém, excluiu dessa previsão o imposto sobre a renda, caso em que não haverá a revisão da tarifa.

Visando dar aplicabilidade ao princípio da modicidade visto acima, a lei autorizou ao poder concedente, ao fi xar as normas do edital da licitação, a possibilidade de que o concessionário possa receber receitas alterna vas, com-plementares, acessórias ou de projetos associados, com ou sem exclusividade.

Licitação – Art. 14

Todos os contratos administra vos, como regra, exigem o procedimento licitatório e com a concessão não poderia ser diferente. A lei não só fi xou essa obrigatoriedade, como indicou que a modalidade licitatória para o caso é a concor-rência, aplicando-se a exigência quer para as concessões simples, quer para as precedidas da execução de obra pública (art. 2º, incisos II e III). A lei também fi xou que a licitação para a concessão de serviços públicos deve observar os princípios da legalidade, moralidade, publicidade, igualdade, do julga-mento por critérios obje vos e da vinculação ao instrumento convocatório.

Ao elaborar o edital, o poder concedente deve observar as regras gerais da Lei nº 8.666/1993, e em especialmente, os requisitos a seguir:

• o objeto, metas e prazo da concessão;

• a descrição das condições necessárias à prestação adequada do serviço;

• os prazos para recebimento das propostas, julgamento da licitação e assinatura do contrato;

• prazo, local e horário em que serão fornecidos, aos in-teressados, os dados, estudos e projetos necessários à elaboração dos orçamentos e apresentação das propostas;

• os critérios e a relação dos documentos exigidos para a aferição da capacidade técnica, da idoneidade fi nan-ceira e da regularidade jurídica e fi scal;

• as possíveis fontes de receitas alterna vas, comple-mentares ou acessórias, bem como as provenientes de projetos associados;

• os direitos e obrigações do poder concedente e da concessionária em relação a alterações e expansões a serem realizadas no futuro, para garan r a con nui-dade da prestação do serviço;

• os critérios de reajuste e revisão da tarifa;• os critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros a

serem u lizados no julgamento técnico e econômico--fi nanceiro da proposta;

• a indicação dos bens reversíveis;• as caracterís cas dos bens reversíveis e as condições

em que estes serão postos à disposição, nos casos em que houver sido ex nta a concessão anterior;

• a expressa indicação do responsável pelo ônus das desapropriações necessárias à execução do serviço ou da obra pública, ou para a ins tuição de servidão administra va;

• as condições de liderança da empresa responsável, na hipótese em que for permi da a par cipação de empresas em consórcio;

• nos casos de concessão, a minuta do respec vo con-trato, que conterá as cláusulas essenciais referidas no art. 23 desta Lei, quando aplicáveis;

• nos casos de concessão de serviços públicos, precedida da execução de obra pública, os dados rela vos à obra, dentre os quais os elementos do projeto básico que permitam sua plena caracterização, bem assim as ga-ran as exigidas para essa parte específi ca do contrato, adequadas a cada caso e limitadas ao valor da obra;

• nos casos de permissão, os termos do contrato de adesão a ser fi rmado.

De acordo com o ar go 15, no julgamento da licitação deverão ser considerados os seguintes critérios:

• o menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado;• a maior oferta, nos casos de pagamento ao poder

concedente pela outorga da concessão;• a combinação, dois a dois, dos critérios referidos nos

incisos I, II e VII;• melhor proposta técnica, com preço fi xado no edital;• melhor proposta em razão da combinação dos crité-

rios de menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado com o de melhor técnica;

• melhor proposta em razão da combinação dos critérios de maior oferta pela outorga da concessão com o de melhor técnica; ou

• melhor oferta de pagamento pela outorga após quali-fi cação de propostas técnicas.

A outorga da concessão ou permissão não tem caráter de exclusividade, salvo no caso de inviabilidade técnica ou econômica, jus fi cada na mo vação (arts. 5º e 16).

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Nos termos do ar go 18-A, o edital poderá prever a inver-são da ordem das fases de habilitação e julgamento, hipótese em que encerrada a fase de classifi cação das propostas ou o oferecimento de lances, será aberto o invólucro com os documentos de habilitação do licitante mais bem classifi ca-do. Se este for inabilitado, serão analisados os documentos do licitante com a proposta classifi cada em segundo lugar e assim sucessivamente. Proclamado o resultado fi nal, o ob-jeto será adjudicado ao vencedor nas condições técnicas e econômicas por ele ofertadas.

O ar go 19 prevê que, se permi da, na licitação a par -cipação de empresas em consórcio, devem ser observadas as seguintes normas:

• comprovação de compromisso, público ou par cular, de cons tuição de consórcio, subscrito pelas consor-ciadas;

• indicação da empresa responsável pelo consórcio;• apresentação dos documentos exigidos nos incisos V

e XIII do ar go 18 (aferição da capacidade técnica, da idoneidade fi nanceira e da regularidade jurídica e fi scal e as condições de liderança da empresa responsável);

• impedimento de par cipação de empresas consorcia-das na mesma licitação, por intermédio de mais de um consórcio ou isoladamente.

A empresa líder do consórcio é a responsável perante o poder concedente pelo cumprimento do contrato de concessão, sem prejuízo da responsabilidade solidária das demais consorciadas.

É facultado ao poder concedente, desde que previsto no edital, no interesse do serviço a ser concedido, determinar que o licitante vencedor, no caso de consórcio, se cons tua em empresa antes da celebração do contrato.

Fiscalização da Concessão

A fi scalização, normalmente, é feita pelo poder conce-dente responsável pela delegação, com a cooperação dos usuários (art. 3º).

Nos ditames da Lei, essa fi scalização é feita por intermé-dio de órgão técnico do poder concedente ou por en dade com ele conveniada, e, periodicamente, conforme previsto em norma regulamentar, por comissão composta de repre-sentantes do poder concedente, da concessionária e dos usuários (art. 30, parágrafo único).

Por conseguinte, no exercício dessa fi scalização, o poder concedente terá acesso aos dados rela vos à administração, contabilidade, recursos técnicos, econômicos e fi nanceiros da concessionária (art. 30).

Cláusulas Essencias dos Contratos de Concessão e Permissão – Arts. 23 e 40

São cláusulas essenciais do contrato de concessão e permissão as rela vas:

• ao objeto, à área e ao prazo da concessão;• ao modo, forma e condições de prestação do serviço;• aos critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros de-fi nidores da qualidade do serviço;

• ao preço do serviço e aos critérios e procedimentos para o reajuste e a revisão das tarifas;

• aos direitos, garan as e obrigações do poder conce-dente e da concessionária, inclusive os relacionados às previsíveis necessidades de futura alteração e expansão do serviço e consequente modernização, aperfeiçoamento e ampliação dos equipamentos e das instalações;

• aos direitos e deveres dos usuários para obtenção e u lização do serviço;

• à forma de fi scalização das instalações, dos equipamen-tos, dos métodos e prá cas de execução do serviço, bem como a indicação dos órgãos competentes para exercê-la;

• às penalidades contratuais e administra vas a que se sujeita a concessionária e sua forma de aplicação;

• aos casos de ex nção da concessão;• aos bens reversíveis;• aos critérios para o cálculo e a forma de pagamento

das indenizações devidas à concessionária, quando for o caso;

• às condições para prorrogação do contrato;• à obrigatoriedade, forma e periodicidade da prestação

de contas da concessionária ao poder concedente;• à exigência da publicação de demonstrações fi nancei-

ras periódicas da concessionária; e• ao foro e ao modo amigável de solução das divergên-

cias contratuais.

Os contratos rela vos à concessão de serviço público pre-cedido da execução de obra pública deverão, adicionalmente:

• es pular os cronogramas sico-fi nanceiros de exe-cução das obras vinculadas à concessão; e

• exigir garan a do fi el cumprimento, pela concessio-nária, das obrigações rela vas às obras vinculadas à concessão.

De acordo com o ar go 23-A, incluído pela Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2005, o contrato de concessão poderá prever o emprego de mecanismos privados para resolução de disputas decorrentes ou relacionadas ao contrato, inclusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa, nos termos da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996.

Responsabilidade pelos Prejuízos Causados a Terceiros

De acordo com o previsto no ar go 25 da Lei, incumbe à concessionária a execução do serviço concedido, cabendo--lhe responder por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem que a fi sca-lização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa responsabilidade.

Sem prejuízo da responsabilidade prevista acima, a con-cessionária poderá contratar com terceiros o desenvolvimen-to de a vidades inerentes, acessórias ou complementares ao serviço concedido, bem como a implementação de projetos associados.

Subconcessão – Art. 26

A lei admi u a possibilidade de subconcessão, desde que devidamente prevista no contrato de concessão e expressa-mente autorizada pelo poder concedente, devendo também ser precedida de licitação na modalidade concorrência.

A transferência de concessão ou do controle societário da concessionária sem prévia anuência do poder concedente implicará a caducidade da concessão, ou seja, a sua ex nção (art. 27).

Entretanto, para que o pretendente (possível subconces-sionário) consiga essa anuência, são necessários os seguintes requisitos:

• atender às exigências de capacidade técnica, idoneida-de fi nanceira e regularidade jurídica e fi scal necessárias à assunção do serviço; e

• comprometer-se a cumprir todas as cláusulas do contrato em vigor.

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O subconcessionário, por sua vez, sub-rogará todos os direitos e obrigações da subconcedente dentro dos limites da subconcessão.

Encargos do Poder Concedente – Art. 29

São encargos (obrigações) do Poder Concedente:• regulamentar o serviço concedido e fi scalizar perma-

nentemente a sua prestação;• aplicar as penalidades regulamentares e contra tuais;• intervir na prestação do serviço, nos casos e condições

previstos em lei;• ex nguir a concessão, nos casos previstos nesta Lei e

na forma prevista no contrato;• homologar reajustes e proceder à revisão das tarifas na

forma desta Lei, das normas per nentes e do contrato;• cumprir e fazer cumprir as disposições regulamentares

do serviço e as cláusulas contratuais da concessão;• zelar pela boa qualidade do serviço, receber, apurar

e solucionar queixas e reclamações dos usuários, que serão cien fi cados, em até trinta dias, das providências tomadas;

• declarar de u lidade pública os bens necessários à execução do serviço ou obra pública, promovendo as desapropriações, diretamente ou mediante outorga de poderes à concessionária, caso em que será desta a responsabilidade pelas indenizações cabíveis;

• declarar de necessidade ou u lidade pública, para fi ns de ins tuição de servidão administra va, os bens necessários à execução de serviço ou obra pública, promovendo-a diretamente ou mediante outorga de poderes à concessionária, caso em que será desta a responsabilidade pelas indenizações cabíveis;

• es mular o aumento da qualidade, produ vidade, preservação do meio ambiente e conservação;

• incen var a compe vidade; e• es mular a formação de associações de usuários para

defesa de interesses rela vos ao serviço.

Encargos da Concessionária – Art. 31

São encargos da concessionária:• prestar serviço adequado, na forma prevista nesta Lei,

nas normas técnicas aplicáveis e no contrato;• manter em dia o inventário e o registro dos bens vin-

culados à concessão;• prestar contas da gestão do serviço ao poder conceden-

te e aos usuários, nos termos defi nidos no contrato;• cumprir e fazer cumprir as normas do serviço e as

cláusulas contratuais da concessão;• permi r aos encarregados da fi scalização livre acesso,

em qualquer época, às obras, aos equipamentos e às instalações integrantes do serviço, bem como a seus registros contábeis;

• promover as desapropriações e cons tuir servidões autorizadas pelo poder concedente, conforme previsto no edital e no contrato;

• zelar pela integridade dos bens vinculados à prestação do serviço, bem como segurá-los adequadamente; e

• captar, aplicar e gerir os recursos fi nanceiros necessá-rios à prestação do serviço.

A lei, ainda, foi cuidadosa estabelecendo que as contra-tações, inclusive de mão de obra, feitas pela concessionária serão regidas pelas disposições de direito privado e pela legislação trabalhista, não se estabelecendo qualquer rela-ção entre os terceiros contratados pela concessionária e o poder concedente.

Intervenção – Art. 32

Especifi camente em relação às concessões, e aplicando--se tal diretriz às permissões, no que couber, o poder concedente poderá intervir na concessão, com o fi m de assegurar a adequação na prestação do serviço, bem como o fi el cumprimento das normas contratuais, regulamentares e legais per nentes. A intervenção formaliza-se mediante decreto, que indicará o interventor, o prazo, o obje vo e os limites da medida.

Declarada a intervenção, o poder concedente deverá, no prazo de 30 dias, instaurar procedimento administra vo para comprovar as causas determinantes da medida e apurar responsabilidades, assegurado o direito de ampla defesa. Se fi car comprovado que a intervenção não observou os pressupostos legais e regulamentares, será declarada sua nulidade, devendo o serviço ser imediatamente devolvido à concessionária, sem prejuízo de seu direito à indenização. O procedimento deve ser concluído em até 180 dias, sob pena de ser invalidada a medida. Cessada a intervenção, não sendo ex nta a concessão, a administração do serviço será devolvida à concessionária, precedida de prestação de contas pelo interventor, que responderá pelos atos pra ca-dos durante a sua gestão.

Ex nção da Concessão

As formas de ex nção da concessão, bem como das per-missões, estão previstas no ar go 35. São elas: 1ª) advento de termo contratual; 2ª) encampação; 3ª) caducidade; 4ª) rescisão; 5ª) anulação; e 6ª) falência ou ex nção da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do tular, no caso de empresa individual.

De acordo com o disposto na Lei, a ex nção da concessão provoca a imediata assunção do serviço pelo poder conce-dente, com o retorno de todos os bens reversíveis, além de direitos e privilégios transferidos ao concessionário, confor-me previsão no edital e estabelecido no contrato.

Advento do Termo Contratual

Como em qualquer contrato, essa é a forma natural de ex nção do contrato de concessão ou permissão. A ex nção pelo encerramento do prazo contratual opera efeitos ex nunc, de modo que só a par r do termo fi nal é que o serviço se considera rever do.

Encampação

Encampação é a retomada do serviço pelo poder conce-dente, por mo vo de interesse público, mediante lei autori-za va específi ca e após o prévio pagamento de indenização. Funda-se, portanto, em razões de ordem administra va. Aqui, o Poder concedente u liza a sua prerroga va especial de poder público para rescindir unilateralmente o contrato, mas sempre por mo vo de interesse público. Com relação ao pagamento de indenização, o texto legal faz menção ao disposto no art. 36. De acordo com esse disposi vo, é feita a indenização das parcelas dos inves mentos vinculados a bens reversíveis, ainda não amor zados ou depreciados, que tenham sido realizados com o obje vo de garan r a con nuidade e atualidade do serviço concedido.

Caducidade

A caducidade corresponde à rescisão unilateral pela inexecução total ou parcial do contrato, ou seja, por má

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execução ou descumprimento de cláusulas. Dentre as causas que podem levar à declaração de caducidade pelo poder concedente estão as seguintes:

• quando o serviço es ver sendo prestado de forma inadequada ou defi ciente, tendo por base as normas, critérios, indicadores e parâmetros defi nidores da qualidade do serviço;

• quando a concessionária descumprir cláusulas con-tratuais ou disposições legais ou regulamentares concernentes à concessão;

• quando a concessionária paralisar o serviço ou concor-rer para tanto, ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso fortuito ou força maior;

• quando a concessionária perder as condições econômi-cas, técnicas ou operacionais para manter a adequada prestação do serviço concedido;

• quando a concessionária não cumprir as penalidades impostas por infrações, nos devidos prazos;

• quando a concessionária não atender a in mação do poder concedente no sen do de regularizar a presta-ção do serviço; e

• quando a concessionária for condenada em sentença transitada em julgado por sonegação de tributos, inclusive contribuições sociais.

A declaração de caducidade impõe a observância prévia de algumas formalidades, ensejando a vidade vinculada dos agentes da Administração. Primeiramente, o concessionário deve receber a comunicação do seu descumprimento e a recomendação de ser sanada a irregularidade dentro de certo prazo. Após esse prazo, o concedente instaurará processo administra vo, assegurando ampla defesa ao concessioná-rio. Sendo constatada a inadimplência do concessionário, o concedente declarará a caducidade por meio de decreto expedido pelo Chefe do Poder Execu vo. Se for devida inde-nização pelo poder concedente, serão descontadas as multas e os danos causados pelo concessionário, se for o caso.

Rescisão

O art. 39 da lei trouxe a possibilidade de rescisão do contrato por inicia va da concessionária no caso de descum-primento das normas contratuais (legais ou regulamentares) pelo poder concedente. A concessionária, porém, deve intentar ação judicial para esse fi m, o que não a autoriza interromper nem paralisar seus serviços até a decisão judicial transitada em julgado, ou seja, o concessionário não pode valer-se da excep o adimple contractus (exceção de con-trato não cumprido), prevista no ar go 476 do Código Civil. Segundo o disposi vo, nos contratos bilaterais, nenhum dos pactuantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.

Anulação

A anulação, indicada na quinta forma de ex nção, pode ocorrer por ilegalidade na licitação ou no contrato. Sua decretação tanto pode ocorrer por decisão administra va como judicial, e os efeitos que produz são ex tunc, ou seja, a par r da ocorrência do vício.

Falência ou Ex nção da Empresa Concessionária e Falecimento ou Incapacidade do Titular

Nada mais adequado como a ex nção do contrato de concessão pela falência ou ex nção da empresa concessioná-ria e pelo falecimento ou incapacidade de seu tular, uma vez

que fi caria inviável a execução do serviço público objeto do ajuste. Ocorrendo isso o serviço delegado retorna ao poder concedente para, se for o caso, providenciar nova concessão.

Quanto à falência, a Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, também prevê a ex nção do contrato de concessão no caso de a empresa concessionária de serviços públicos ter decretada a sua falência (art. 195). A impossibilidade de dar andamento ao contrato tem razão de ser, pois a decretação de falência implica o afastamento do devedor de suas a vida-des, conforme previsto no ar go 75 do diploma em comento.

Quanto à incapacidade do titular, entende-se como a falta de condições fi nanceiras ou jurídicas por parte do concessionário para executar o contrato.

O PERFIL MODERNO DO SERVIÇO PÚBLICO

O perfi l moderno do serviço público foi traçado há pouco mais de 4 décadas. Ainda em 1967, o Decreto-Lei nº 200 previu a necessidade de que a Administração Pública, para melhor desempenhar suas tarefas de planejamento, coordenação, supervisão e controle, transferisse a par culares, sempre que possível, as tarefas de execução. Surgia aí o fenômeno da descentralização administra va no direito posi vo brasileiro.

Em 1995, o Ministério da Administração Federal e da Reforma do Estado (MARE), lançou o Plano Diretor da Re-forma Administra va do Estado, prevendo, dentre outras medidas, a desesta zação e a publicização do Estado. Estas foram feitas, respec vamente em 1997 (Lei nº 9.481/1997) e 1998 (Lei nº 9.637/1998).

O Programa Nacional de Desesta zação estabeleceu como obje vos principais:

• reordenar a posição estratégica do Estado na eco-nomia, transferindo à inicia va privada a vidades indevidamente exploradas pelo setor público;

• contribuir para a reestruturação econômica do setor público, especialmente através da melhoria do perfi l e da redução da dívida pública líquida;

• permi r a retomada de inves mentos nas empresas e a vidades que vierem a ser transferidas à inicia va privada;

• contribuir para a reestruturação econômica do setor privado, especialmente para a modernização da infra-estrutura e do parque industrial do País, ampliando sua compe vidade e reforçando a capacidade em-presarial nos diversos setores da economia, inclusive através da concessão de crédito;

• permi r que a Administração Pública concentre seus esforços nas a vidades em que a presença do Estado seja fundamental para a consecução das prioridades nacionais;

• contribuir para o fortalecimento do mercado de ca-pitais, por meio do acréscimo da oferta de valores mobiliários e da democra zação da propriedade do capital das empresas que integrarem o Programa.

De acordo com a lei, podem ser consideradas como desesta zação:

• a alienação, pela União, de direitos que lhe assegu-rem, diretamente ou por meio de outras controladas, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores da sociedade;

• a transferência, para a inicia va privada, da execução de serviços públicos explorados pela União, direta-mente ou por meio de en dades controladas, bem como daqueles de sua responsabilidade;

• a transferência ou outorga de direitos sobre bens móveis e imóveis da União.

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Já o Programa Nacional de Publicização autorizou o Poder Execu vo a qualifi car como organizações sociais pessoas jurí-dicas de direito privado, sem fi ns lucra vos, cujas a vidades fossem dirigidas ao ensino, à pesquisa cien fi ca, ao desen-volvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde. Dessa forma, a prestação de determinados serviços públicos não exclusivos do Estado poderiam ser transferidos para a inicia va privada, desde que atendidos alguns requisitos constantes da lei.

Também em 1998, a EC nº 19, também conhecida como a reforma Administra va do Estado, infl uenciou na construção moderna do perfi l do serviço público, vez que, aumentou o prazo para os servidores públicos federais adquirirem a estabilidade, bem como a sua fl exibilização, visto que agora o servidor estável poderá perder seu cargo também por insufi ciência de desempenho.

Dessa forma, o perfi l moderno do serviço público pode ser traçado da seguinte forma: com o surgimento da descen-tralização administra va, as tarefas antes executadas pelo Estado e que não são exclusivas podem ser transferidas para par culares, por meio de concessão, permissão ou autoriza-ção, por meio de contrato de gestão, bem como pelas deses-ta zações. Já as tarefas que ele presta diretamente por meio de seus órgãos e agentes devem ser por estes prestadas de forma efi ciente buscando o atendimento ao interesse público.

LEI Nº 8.987, DE 13 DE FEVEREIRO DE 1995

Dispõe sobre o regime de con-cessão e permissão da prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da Cons tuição Federal, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congres-so Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO IDas Disposições Preliminares

Art. 1º As concessões de serviços públicos e de obras públicas e as permissões de serviços públicos reger-se-ão pelos termos do art. 175 da Cons tuição Federal, por esta Lei, pelas normas legais per nentes e pelas cláusulas dos indispensáveis contratos.

Parágrafo único. A União, os Estados, o Distrito Fe deral e os Municípios promoverão a revisão e as adaptações neces-sárias de sua legislação às prescrições desta Lei, buscando atender as peculiaridades das diversas modalidades dos seus serviços.

Art. 2º Para os fi ns do disposto nesta Lei, considera-se:I – poder concedente: a União, o Estado, o Distrito Federal

ou o Município, em cuja competência se encontre o serviço público, precedido ou não da execução de obra pública, objeto de concessão ou permissão;

II – concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou con-sórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado;

III – concessão de serviço público precedida da exe cução de obra pública: a construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder concedente, me-diante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capaci-

dade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o inves mento da concessionária seja remunerado e amor zado mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo determinado;

IV – permissão de serviço público: a delegação, a tulo precário, mediante licitação, da prestação de serviços públi-cos, feita pelo poder concedente à pessoa sica ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.

Art. 3º As concessões e permissões sujeitar-se-ão à fi sca-lização pelo poder concedente responsável pela delegação, com a cooperação dos usuários.

Art. 4º A concessão de serviço público, precedida ou não da execução de obra pública, será formalizada mediante con-trato, que deverá observar os termos desta Lei, das normas per nentes e do edital de licitação.

Art. 5º O poder concedente publicará, previamente ao edital de licitação, ato jus fi cando a conveniência da outor-ga de concessão ou permissão, caracterizando seu objeto, área e prazo.

CAPÍTULO IIDo Serviço Adequado

Art. 6º Toda concessão ou permissão pressupõe a presta-ção de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas per nentes e no respec vo contrato.

§ 1º Serviço adequado é o que sa sfaz as condições de regularidade, con nuidade, efi ciência, segurança, atualida-de, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.

§ 2º A atualidade compreende a modernidade das técni-cas, do equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço.

§ 3º Não se caracteriza como descon nuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando:

I – mo vada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,

II – por inadimplemento do usuário, considerado o inte-resse da cole vidade.

CAPÍTULO IIIDos Direitos e Obrigações dos Usuários

Art. 7º Sem prejuízo do disposto na Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, são direitos e obrigações dos usuários:

I – receber serviço adequado;II – receber do poder concedente e da concessionária

informações para a defesa de interesses individuais ou cole vos;

III – obter e u lizar o serviço, com liberdade de escolha entre vários prestadores de serviços, quando for o caso, observadas as normas do poder concedente. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

IV – levar ao conhecimento do poder público e da con-cessionária as irregularidades de que tenham conhecimento, referentes ao serviço prestado;

V – comunicar às autoridades competentes os atos ilíci-tos pra cados pela concessionária na prestação do serviço;

VI – contribuir para a permanência das boas condições dos bens públicos através dos quais lhes são prestados os serviços.

Art. 7º-A. As concessionárias de serviços públicos, de direito público e privado, nos Estados e no Distrito Federal, são obrigadas a oferecer ao consumidor e ao usuário, dentro

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do mês de vencimento, o mínimo de seis datas opcionais para escolherem os dias de vencimento de seus débitos. (Incluído pela Lei nº 9.791, de 1999)

Parágrafo único. (Vetado) (Incluído pela Lei nº 9.791, de 1999)

CAPÍTULO IVDa Polí ca Tarifária

Art. 8º (Vetado)Art. 9º A tarifa do serviço público concedido será fi xada

pelo preço da proposta vencedora da licitação e preservada pelas regras de revisão previstas nesta Lei, no edital e no contrato.

§ 1º A tarifa não será subordinada à legislação específi ca anterior e somente nos casos expressamente previstos em lei, sua cobrança poderá ser condicionada à existência de serviço público alterna vo e gratuito para o usuário. (Reda-ção dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

§ 2º Os contratos poderão prever mecanismos de revisão das tarifas, a fi m de manter-se o equilíbrio econômico-fi -nanceiro.

§ 3º Ressalvados os impostos sobre a renda, a criação, alteração ou ex nção de quaisquer tributos ou encargos le-gais, após a apresentação da proposta, quando comprovado seu impacto, implicará a revisão da tarifa, para mais ou para menos, conforme o caso.

§ 4º Em havendo alteração unilateral do contrato que afete o seu inicial equilíbrio econômico-fi nanceiro, o poder conce-dente deverá restabelecê-lo, concomitantemente à alteração.

Art. 10. Sempre que forem atendidas as condições do contrato, considera-se man do seu equilíbrio econômico-fi nanceiro.

Art. 11. No atendimento às peculiaridades de cada ser-viço público, poderá o poder concedente prever, em favor da concessionária, no edital de licitação, a possibilidade de outras fontes provenientes de receitas alterna vas, com-plementares, acessórias ou de projetos associados, com ou sem exclusividade, com vistas a favorecer a modicidade das tarifas, observado o disposto no art. 17 desta Lei.

Parágrafo único. As fontes de receita previstas neste ar go serão obrigatoriamente consideradas para a aferição do inicial equilíbrio econômico-fi nanceiro do contrato.

Art. 12. (Vetado)Art. 13. As tarifas poderão ser diferenciadas em função

das caracterís cas técnicas e dos custos específi cos prove-nientes do atendimento aos dis ntos segmentos de usuários.

CAPÍTULO VDa Licitação

Art. 14. Toda concessão de serviço público, precedida ou não da execução de obra pública, será objeto de prévia licitação, nos termos da legislação própria e com observância dos princípios da legalidade, moralidade, publicidade, igual-dade, do julgamento por critérios obje vos e da vinculação ao instrumento convocatório.

Art. 15. No julgamento da licitação será considerado um dos seguintes critérios: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

I – o menor valor da tarifa do serviço público a ser pres-tado; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

II – a maior oferta, nos casos de pagamento ao poder concedente pela outorga da concessão; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

III – a combinação, dois a dois, dos critérios referidos nos incisos I, II e VII; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

IV – melhor proposta técnica, com preço fi xado no edital; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

V – melhor proposta em razão da combinação dos crité-rios de menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado com o de melhor técnica; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

VI – melhor proposta em razão da combinação dos critérios de maior oferta pela outorga da concessão com o de melhor técnica; ou (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

VII – melhor oferta de pagamento pela outorga após qua-lifi cação de propostas técnicas. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

§ 1º A aplicação do critério previsto no inciso III só será admi da quando previamente estabelecida no edital de licitação, inclusive com regras e fórmulas precisas para avaliação econômico-fi nanceira. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

§ 2º Para fi ns de aplicação do disposto nos incisos IV, V, VI e VII, o edital de licitação conterá parâmetros e exigências para formulação de propostas técnicas. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

§ 3º O poder concedente recusará propostas manifesta-mente inexequíveis ou fi nanceiramente incompa veis com os obje vos da licitação. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

§ 4º Em igualdade de condições, será dada preferência à proposta apresentada por empresa brasileira. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

Art. 16. A outorga de concessão ou permissão não terá ca-ráter de exclusividade, salvo no caso de inviabilidade técnica ou econômica jus fi cada no ato a que se refere o art. 5º desta Lei.

Art. 17. Considerar-se-á desclassifi cada a proposta que, para sua viabilização, necessite de vantagens ou subsídios que não estejam previamente autorizados em lei e à dispo-sição de todos os concorrentes.

§ 1º Considerar-se-á, também, desclassifi cada a proposta de en dade estatal alheia à esfera polí co-administra va do poder concedente que, para sua viabilização, necessite de vantagens ou subsídios do poder público controlador da referida en dade. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 9.648, de 1998)

§ 2º Inclui-se nas vantagens ou subsídios de que trata este ar go, qualquer po de tratamento tributário diferenciado, ainda que em consequência da natureza jurídica do licitante, que comprometa a isonomia fi scal que deve prevalecer entre todos os concorrentes. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

Art. 18. O edital de licitação será elaborado pelo poder concedente, observados, no que couber, os critérios e as nor-mas gerais da legislação própria sobre licitações e contratos e conterá, especialmente:

I – o objeto, metas e prazo da concessão;II – a descrição das condições necessárias à prestação

adequada do serviço;III – os prazos para recebimento das propostas, julga-

mento da licitação e assinatura do contrato;IV – prazo, local e horário em que serão fornecidos,

aos interessados, os dados, estudos e projetos necessários à elaboração dos orçamentos e apresentação das propostas;

V – os critérios e a relação dos documentos exigidos para a aferição da capacidade técnica, da idoneidade fi nan-ceira e da regularidade jurídica e fi scal;

VI – as possíveis fontes de receitas alterna vas, com-plementares ou acessórias, bem como as provenientes de projetos associados;

VII – os direitos e obrigações do poder concedente e da concessionária em relação a alterações e expansões a serem realizadas no futuro, para garan r a con nuidade da prestação do serviço;

VIII – os critérios de reajuste e revisão da tarifa;

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IX – os critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros a se-rem u lizados no julgamento técnico e econômico-fi nanceiro da proposta;

X – a indicação dos bens reversíveis;XI – as caracterís cas dos bens reversíveis e as condições

em que estes serão postos à disposição, nos casos em que houver sido ex nta a concessão anterior;

XII – a expressa indicação do responsável pelo ônus das desapropriações necessárias à execução do serviço ou da obra pública, ou para a ins tuição de servidão administra va;

XIII – as condições de liderança da empresa responsável, na hipótese em que for permi da a par cipação de empresas em consórcio;

XIV – nos casos de concessão, a minuta do respec vo contrato, que conterá as cláusulas essenciais referidas no art. 23 desta Lei, quando aplicáveis;

XV – nos casos de concessão de serviços públicos pre-cedida da execução de obra pública, os dados rela vos à obra, dentre os quais os elementos do projeto básico que permitam sua plena caracterização, bem assim as garan as exigidas para essa parte específi ca do contrato, adequadas a cada caso e limitadas ao valor da obra; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

XVI – nos casos de permissão, os termos do contrato de adesão a ser fi rmado.

Art. 18-A. O edital poderá prever a inversão da ordem das fases de habilitação e julgamento, hipótese em que: (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

I – encerrada a fase de classifi cação das propostas ou o oferecimento de lances, será aberto o invólucro com os do-cumentos de habilitação do licitante mais bem classifi cado, para verifi cação do atendimento das condições fi xadas no edital; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

II – verifi cado o atendimento das exigências do edital, o licitante será declarado vencedor; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

III – inabilitado o licitante melhor classifi cado, serão analisados os documentos habilitatórios do licitante com a proposta classifi cada em segundo lugar, e assim sucessiva-mente, até que um licitante classifi cado atenda às condições fi xadas no edital; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

IV – proclamado o resultado fi nal do certame, o objeto será adjudicado ao vencedor nas condições técnicas e econô-micas por ele ofertadas. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

Art. 19. Quando permi da, na licitação, a par cipação de empresas em consórcio, observar-se-ão as seguintes normas:

I – comprovação de compromisso, público ou par cular, de cons tuição de consórcio, subscrito pelas consorciadas;

II – indicação da empresa responsável pelo con sórcio;III – apresentação dos documentos exigidos nos incisos

V e XIII do ar go anterior, por parte de cada consorciada;IV – impedimento de par cipação de empresas consor-

ciadas na mesma licitação, por intermédio de mais de um consórcio ou isoladamente.

§ 1º O licitante vencedor fi ca obrigado a promover, an-tes da celebração do contrato, a cons tuição e registro do consórcio, nos termos do compromisso referido no inciso I deste ar go.

§ 2º A empresa líder do consórcio é a responsável pe-rante o poder concedente pelo cumprimento do contrato de concessão, sem prejuízo da responsabilidade solidária das demais consorciadas.

Art. 20. É facultado ao poder concedente, desde que previsto no edital, no interesse do serviço a ser concedido, determinar que o licitante vencedor, no caso de consórcio, se cons tua em empresa antes da celebração do contrato.

Art. 21. Os estudos, investigações, levantamentos,

projetos, obras e despesas ou inves mentos já efetuados, vinculados à concessão, de u lidade para a licitação, rea-lizados pelo poder concedente ou com a sua autorização, estarão à disposição dos interessados, devendo o vencedor da licitação ressarcir os dispêndios correspondentes, espe-cifi cados no edital.

Art. 22. É assegurada a qualquer pessoa a obtenção de cer dão sobre atos, contratos, decisões ou pareceres rela- vos à licitação ou às próprias concessões.

CAPÍTULO VIDo Contrato de Concessão

Art. 23. São cláusulas essenciais do contrato de conces-são as rela vas:

I – ao objeto, à área e ao prazo da concessão;II – ao modo, forma e condições de prestação do serviço;III – aos critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros

defi nidores da qualidade do serviço;IV – ao preço do serviço e aos critérios e procedimentos

para o reajuste e a revisão das tarifas;V – aos direitos, garan as e obrigações do poder con-

cedente e da concessionária, inclusive os relacionados às previsíveis necessidades de futura alteração e expansão do serviço e consequente modernização, aperfeiçoamento e ampliação dos equipamentos e das instalações;

VI – aos direitos e deveres dos usuários para obtenção e u lização do serviço;

VII – à forma de fi scalização das instalações, dos equipa-mentos, dos métodos e prá cas de execução do serviço, bem como a indicação dos órgãos competentes para exercê-la;

VIII – às penalidades contratuais e administra vas a que se sujeita a concessionária e sua forma de aplicação;

IX – aos casos de ex nção da concessão;X – aos bens reversíveis;XI – aos critérios para o cálculo e a forma de pagamento

das indenizações devidas à concessionária, quando for o caso;XII – às condições para prorrogação do contrato;XIII – à obrigatoriedade, forma e periodicidade da pres-

tação de contas da concessionária ao poder concedente;XIV – à exigência da publicação de demonstrações fi nan-

ceiras periódicas da concessionária; eXV – ao foro e ao modo amigável de solução das diver-

gências contratuais.Parágrafo único. Os contratos rela vos à concessão de

serviço público precedido da execução de obra pública de-verão, adicionalmente:

I – es pular os cronogramas sico-fi nanceiros de exe-cução das obras vinculadas à concessão; e

II – exigir garan a do fi el cumprimento, pela concessioná-ria, das obrigações rela vas às obras vinculadas à concessão.

Art. 23-A. O contrato de concessão poderá prever o em-prego de mecanismos privados para resolução de disputas decorrentes ou relacionadas ao contrato, inclusive a arbitra-gem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa, nos termos da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

Art. 24. (Vetado)Art. 25. Incumbe à concessionária a execução do serviço

concedido, cabendo-lhe responder por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem que a fi scalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa responsabilidade.

§ 1º Sem prejuízo da responsabilidade a que se refere este ar go, a concessionária poderá contratar com terceiros o desenvolvimento de a vidades inerentes, acessórias ou complementares ao serviço concedido, bem como a imple-mentação de projetos associados.

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§ 2º Os contratos celebrados entre a concessionária e os terceiros a que se refere o parágrafo anterior reger-se-ão pelo direito privado, não se estabelecendo qualquer relação jurídica entre os terceiros e o poder concedente.

§ 3º A execução das a vidades contratadas com terceiros pressupõe o cumprimento das normas regulamentares da modalidade do serviço concedido.

Art. 26. É admi da a subconcessão, nos termos previstos no contrato de concessão, desde que expressamente auto-rizada pelo poder concedente.

§ 1º A outorga de subconcessão será sempre precedida de concorrência.

§ 2º O subconcessionário se sub-rogará todos os direi-tos e obrigações da subconcedente dentro dos limites da subconcessão.

Art. 27. A transferência de concessão ou do controle societário da concessionária sem prévia anuência do poder concedente implicará a caducidade da concessão.

§ 1º Para fi ns de obtenção da anuência de que trata o caput deste ar go, o pretendente deverá: (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 11.196, de 2005)

I – atender às exigências de capacidade técnica, idonei-dade fi nanceira e regularidade jurídica e fi scal necessárias à assunção do serviço; e

II – comprometer-se a cumprir todas as cláusulas do contrato em vigor.

§ 2º Nas condições estabelecidas no contrato de conces-são, o poder concedente autorizará a assunção do controle da concessionária por seus fi nanciadores para promover sua reestruturação fi nanceira e assegurar a con nuidade da prestação dos serviços. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

§ 3º Na hipótese prevista no § 2º deste ar go, o poder concedente exigirá dos fi nanciadores que atendam às exi-gências de regularidade jurídica e fi scal, podendo alterar ou dispensar os demais requisitos previstos no § 1º, inciso I deste ar go. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

§ 4º A assunção do controle autorizada na forma do § 2º deste ar go não alterará as obrigações da concessionária e de seus controladores ante ao poder concedente. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

Art. 28. Nos contratos de fi nanciamento, as concessioná-rias poderão oferecer em garan a os direitos emergentes da concessão, até o limite que não comprometa a operacionali-zação e a con nuidade da prestação do serviço.

Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.074, de 1995)Art. 28-A. Para garan r contratos de mútuo de longo

prazo, des nados a inves mentos relacionados a contratos de concessão, em qualquer de suas modalidades, as conces-sionárias poderão ceder ao mutuante, em caráter fi duciário, parcela de seus créditos operacionais futuros, observadas as seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

I – o contrato de cessão dos créditos deverá ser regis-trado em Cartório de Títulos e Documentos para ter efi cácia perante terceiros;

II – sem prejuízo do disposto no inciso I do caput deste ar go, a cessão do crédito não terá efi cácia em relação ao Po-der Público concedente senão quando for este formalmente no fi cado; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

III – os créditos futuros cedidos nos termos deste ar go serão cons tuídos sob a tularidade do mutuante, indepen-dentemente de qualquer formalidade adicional; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

IV – o mutuante poderá indicar ins tuição fi nanceira para efetuar a cobrança e receber os pagamentos dos cré-ditos cedidos ou permi r que a concessionária o faça, na

qualidade de representante e depositária; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

V – na hipótese de ter sido indicada ins tuição fi nanceira, conforme previsto no inciso IV do caput deste ar go, fi ca a concessionária obrigada a apresentar a essa os créditos para cobrança; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

VI – os pagamentos dos créditos cedidos deverão ser depositados pela concessionária ou pela ins tuição encar-regada da cobrança em conta corrente bancária vinculada ao contrato de mútuo; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

VII – a ins tuição fi nanceira depositária deverá transferir os valores recebidos ao mutuante à medida que as obriga-ções do contrato de mútuo tornarem-se exigíveis; e (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

VIII – o contrato de cessão disporá sobre a devolução à concessionária dos recursos excedentes, sendo vedada a retenção do saldo após o adimplemento integral do contrato. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

Parágrafo único. Para os fi ns deste ar go, serão consi-derados contratos de longo prazo aqueles cujas obrigações tenham prazo médio de vencimento superior a 5 (cinco) anos. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

CAPÍTULO VIIDos Encargos do Poder Concedente

Art. 29. Incumbe ao poder concedente:I – regulamentar o serviço concedido e fi scalizar perma-

nentemente a sua prestação;II – aplicar as penalidades regulamentares e contratuais;III – intervir na prestação do serviço, nos casos e condi-

ções previstos em lei;IV – ex nguir a concessão, nos casos previstos nesta Lei

e na forma prevista no contrato;V – homologar reajustes e proceder à revisão das tarifas

na forma desta Lei, das normas per nentes e do contrato;VI – cumprir e fazer cumprir as disposições regulamen-

tares do serviço e as cláusulas contratuais da concessão;VII – zelar pela boa qualidade do serviço, receber, apurar

e solucionar queixas e reclamações dos usuários, que serão cien fi cados, em até trinta dias, das providências tomadas;

VIII – declarar de u lidade pública os bens necessários à execução do serviço ou obra pública, promovendo as desa-propriações, diretamente ou mediante outorga de poderes à concessionária, caso em que será desta a responsabilidade pelas indenizações cabíveis;

IX – declarar de necessidade ou u lidade pública, para fi ns de ins tuição de servidão administra va, os bens neces-sários à execução de serviço ou obra pública, promovendo-a diretamente ou mediante outorga de poderes à conces-sionária, caso em que será desta a responsabilidade pelas indenizações cabíveis;

X – es mular o aumento da qualidade, produ vidade, preservação do meio ambiente e conservação;

XI – incen var a compe vidade; eXII – es mular a formação de associações de usuários

para defesa de interesses rela vos ao serviço.Art. 30. No exercício da fi scalização, o poder concedente

terá acesso aos dados rela vos à administração, conta-bilidade, recursos técnicos, econômicos e fi nanceiros da concessionária.

Parágrafo único. A fi scalização do serviço será feita por intermédio de órgão técnico do poder concedente ou por en dade com ele conveniada, e, periodicamente, conforme previsto em norma regulamentar, por comissão composta de representantes do poder concedente, da concessionária e dos usuários.

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CAPÍTULO VIIIDos Encargos da Concessionária

Art. 31. Incumbe à concessionária:I – prestar serviço adequado, na forma prevista nesta Lei,

nas normas técnicas aplicáveis e no contrato;II – manter em dia o inventário e o registro dos bens

vinculados à concessão;III – prestar contas da gestão do serviço ao poder con-

cedente e aos usuários, nos termos defi nidos no contrato;IV – cumprir e fazer cumprir as normas do serviço e as

cláusulas contratuais da concessão;V – permitir aos encarregados da fiscalização livre

acesso, em qualquer época, às obras, aos equipamentos e às instalações integrantes do serviço, bem como a seus registros contábeis;

VI – promover as desapropriações e cons tuir servidões autorizadas pelo poder concedente, conforme previsto no edital e no contrato;

VII – zelar pela integridade dos bens vinculados à pres-tação do serviço, bem como segurá-los adequadamente; e

VIII – captar, aplicar e gerir os recursos fi nanceiros ne-cessários à prestação do serviço.

Parágrafo único. As contratações, inclusive de mão de obra, feitas pela concessionária serão regidas pelas disposi-ções de direito privado e pela legisla ção trabalhista, não se estabelecendo qualquer relação entre os terceiros contrata-dos pela concessionária e o poder concedente.

CAPÍTULO IXDa Intervenção

Art. 32. O poder concedente poderá intervir na conces-são, com o fi m de assegurar a adequação na prestação do serviço, bem como o fi el cumprimento das normas contra-tuais, regulamentares e legais per nentes.

Parágrafo único. A intervenção far-se-á por decreto do poder concedente, que conterá a designação do interventor, o prazo da intervenção e os obje vos e limites da medida.

Art. 33. Declarada a intervenção, o poder concedente deverá, no prazo de trinta dias, instaurar procedimento administra vo para comprovar as causas determinantes da medida e apurar responsabilidades, assegurado o direito de ampla defesa.

§ 1º Se fi car comprovado que a intervenção não observou os pressupostos legais e regulamentares será declarada sua nulidade, devendo o serviço ser imediatamente devolvido à concessionária, sem prejuízo de seu direito à indenização.

§ 2º O procedimento administra vo a que se refere o ca-put deste ar go deverá ser concluído no prazo de até cento e oitenta dias, sob pena de considerar-se inválida a intervenção.

Art. 34. Cessada a intervenção, se não for ex nta a con-cessão, a administração do serviço será devolvida à conces-sionária, precedida de prestação de contas pelo interventor, que responderá pelos atos pra cados durante a sua gestão.

CAPÍTULO XDa Ex nção da Concessão

Art. 35. Ex ngue-se a concessão por:I – advento do termo contratual;II – encampação;III – caducidade;IV – rescisão;V – anulação; eVI – falência ou ex nção da empresa concessionária e

falecimento ou incapacidade do tular, no caso de empresa individual.

§ 1º Ex nta a concessão, retornam ao poder concedente todos os bens reversíveis, direitos e privilégios transferidos ao concessionário conforme previsto no edital e estabelecido no contrato.

§ 2º Ex nta a concessão, haverá a imediata assunção do serviço pelo poder concedente, procedendo-se aos levanta-mentos, avaliações e liquidações necessários.

§ 3º A assunção do serviço autoriza a ocupação das instalações e a u lização, pelo poder concedente, de todos os bens reversíveis.

§ 4º Nos casos previstos nos incisos I e II deste ar go, o poder concedente, antecipando-se à ex nção da conces-são, procederá aos levantamentos e avaliações necessários à determinação dos montantes da indenização que será devida à concessionária, na forma dos arts. 36 e 37 desta Lei.

Art. 36. A reversão no advento do termo contratual far-se-á com a indenização das parcelas dos inves mentos vinculados a bens reversíveis, ainda não amor zados ou depreciados, que tenham sido realizados com o obje vo de garan r a con nuidade e atualidade do serviço concedido.

Art. 37. Considera-se encampação a retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por mo vo de interesse público, mediante lei autoriza va es-pecífi ca e após prévio pagamento da indenização, na forma do ar go anterior.

Art. 38. A inexecução total ou parcial do contrato acar-retará, a critério do poder concedente, a declaração de caducidade da concessão ou a aplicação das sanções con-tratuais, respeitadas as disposições deste ar go, do art. 27, e as normas convencionadas entre as partes.

§ 1º A caducidade da concessão poderá ser declarada pelo poder concedente quando:

I – o serviço es ver sendo prestado de forma inadequada ou defi ciente, tendo por base as normas, critérios, indica-dores e parâmetros defi nidores da qualidade do serviço;

II – a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou disposições legais ou regulamentares concernentes à concessão;

III – a concessionária paralisar o serviço ou concorrer para tanto, ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso fortuito ou força maior;

IV – a concessionária perder as condições econômicas, técnicas ou operacionais para manter a adequada prestação do serviço concedido;

V – a concessionária não cumprir as penalidades impostas por infrações, nos devidos prazos;

VI – a concessionária não atender a in mação do po-der concedente no sen do de regularizar a prestação do serviço; e

VII – a concessionária for condenada em sentença transitada em julgado por sonegação de tributos, inclusive contribuições sociais.

§ 2º A declaração da caducidade da concessão deverá ser precedida da verifi cação da inadimplência da conces-sionária em processo administra vo, assegurado o direito de ampla defesa.

§ 3º Não será instaurado processo administra vo de inadimplência antes de comunicados à concessionária, de-talhadamente, os descumprimentos contratuais referidos no § 1º deste ar go, dando-lhe um prazo para corrigir as falhas e transgressões apontadas e para o enquadramento, nos termos contratuais.

§ 4º Instaurado o processo administra vo e comprovada a inadimplência, a caducidade será declarada por decreto do poder concedente, independentemente de indenização prévia, calculada no decurso do processo.

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§ 5º A indenização de que trata o parágrafo anterior, será devida na forma do art. 36 desta Lei e do contrato, descon-tado o valor das multas contratuais e dos danos causados pela concessionária.

§ 6º Declarada a caducidade, não resultará para o poder concedente qualquer espécie de responsabilidade em rela-ção aos encargos, ônus, obrigações ou compromissos com terceiros ou com empregados da concessionária.

Art. 39. O contrato de concessão poderá ser rescindido por inicia va da concessionária, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial especialmente intentada para esse fi m.

Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste ar go, os serviços prestados pela concessionária não pode-rão ser interrompidos ou paralisados, até a decisão judicial transitada em julgado.

CAPÍTULO XIDas Permissões

Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, que observará os termos desta Lei, das demais normas per nentes e do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente.

Parágrafo único. Aplica-se às permissões o disposto nesta Lei.

CAPÍTULO XIIDisposições Finais e Transitórias

Art. 41. O disposto nesta Lei não se aplica à concessão, permissão e autorização para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens.

Art. 42. As concessões de serviço público outorgadas ante-riormente à entrada em vigor desta Lei consideram-se válidas pelo prazo fi xado no contrato ou no ato de outorga, observado o disposto no art. 43 desta Lei. (Vide Lei nº 9.074, de 1995)

§ 1º Vencido o prazo mencionado no contrato ou ato de outorga, o serviço poderá ser prestado por órgão ou en dade do poder concedente, ou delegado a terceiros, mediante novo contrato. (Redação dada pela Lei nº 11.445, de 2007)

§ 2º As concessões em caráter precário, as que es verem com prazo vencido e as que es verem em vigor por prazo indeterminado, inclusive por força de legislação anterior, permanecerão válidas pelo prazo necessário à realização dos levantamentos e avaliações indispensáveis à organização das licitações que precederão a outorga das concessões que as subs tuirão, prazo esse que não será inferior a 24 (vinte e quatro) meses.

§ 3º As concessões a que se refere o § 2º deste ar go, inclusive as que não possuam instrumento que as formalize ou que possuam cláusula que preveja prorrogação, terão validade máxima até o dia 31 de dezembro de 2010, desde que, até o dia 30 de junho de 2009, tenham sido cumpridas, cumula vamente, as seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 11.445, de 2007)

I – levantamento mais amplo e retroa vo possível dos elementos sicos cons tuintes da infraestrutura de bens reversíveis e dos dados fi nanceiros, contábeis e comerciais rela vos à prestação dos serviços, em dimensão necessária e sufi ciente para a realização do cálculo de eventual inde-nização rela va aos inves mentos ainda não amor zados pelas receitas emergentes da concessão, observadas as dis-posições legais e contratuais que regulavam a prestação do serviço ou a ela aplicáveis nos 20 (vinte) anos anteriores ao da publicação desta Lei; (Incluído pela Lei nº 11.445, de 2007)

II – celebração de acordo entre o poder concedente e o concessionário sobre os critérios e a forma de indenização

de eventuais créditos remanescentes de investimentos ainda não amor zados ou depreciados, apurados a par r dos levantamentos referidos no inciso I deste parágrafo e auditados por ins tuição especializada escolhida de comum acordo pelas partes; e (Incluído pela Lei nº 11.445, de 2007)

III – publicação na imprensa ofi cial de ato formal de autoridade do poder concedente, autorizando a prestação precária dos serviços por prazo de até 6 (seis) meses, renová-vel até 31 de dezembro de 2008, mediante comprovação do cumprimento do disposto nos incisos I e II deste parágrafo. (Incluído pela Lei nº 11.445, de 2007)

§ 4º Não ocorrendo o acordo previsto no inciso II do § 3º deste ar go, o cálculo da indenização de inves mentos será feito com base nos critérios previstos no instrumento de concessão antes celebrado ou, na omissão deste, por avaliação de seu valor econômico ou reavaliação patrimonial, depreciação e amor zação de a vos imobilizados defi nidos pelas legislações fi scal e das sociedades por ações, efetuada por empresa de auditoria independente escolhida de comum acordo pelas partes. (Incluído pela Lei nº 11.445, de 2007)

§ 5º No caso do § 4º deste ar go, o pagamento de even-tual indenização será realizado, mediante garan a real, por meio de 4 (quatro) parcelas anuais, iguais e sucessivas, da parte ainda não amor zada de inves mentos e de outras in-denizações relacionadas à prestação dos serviços, realizados com capital próprio do concessionário ou de seu controlador, ou originários de operações de fi nanciamento, ou ob dos mediante emissão de ações, debêntures e outros tulos mobiliários, com a primeira parcela paga até o úl mo dia ú l do exercício fi nanceiro em que ocorrer a reversão. (Incluído pela Lei nº 11.445, de 2007)

§ 6º Ocorrendo acordo, poderá a indenização de que trata o § 5º deste ar go ser paga mediante receitas de novo contrato que venha a disciplinar a prestação do serviço. (Incluído pela Lei nº 11.445, de 2007)

Art. 43. Ficam ex ntas todas as concessões de serviços públicos outorgadas sem licitação na vigência da Cons tuição de 1988. ( Vide Lei nº 9.074, de 1995)

Parágrafo único. Ficam também ex ntas todas as conces-sões outorgadas sem licitação anteriormente à Cons tuição de 1988, cujas obras ou serviços não tenham sido iniciados ou que se encontrem paralisados quando da entrada em vigor desta Lei.

Art. 44. As concessionárias que verem obras que se encontrem atrasadas, na data da publicação desta Lei, apresentarão ao poder concedente, dentro de cento e oi-tenta dias, plano efe vo de conclusão das obras. (Vide Lei nº 9.074, de 1995)

Parágrafo único. Caso a concessionária não apresente o plano a que se refere este ar go ou se este plano não oferecer condições efe vas para o término da obra, o poder conceden-te poderá declarar ex nta a concessão, rela va a essa obra.

Art. 45. Nas hipóteses de que tratam os arts. 43 e 44 desta Lei, o poder concedente indenizará as obras e serviços reali-zados somente no caso e com os recursos da nova licitação.

Parágrafo único. A licitação de que trata o caput deste ar go deverá, obrigatoriamente, levar em conta, para fi ns de avaliação, o estágio das obras paralisadas ou atrasadas, de modo a permi r a u lização do critério de julgamento estabelecido no inciso III do art. 15 desta Lei.

Art. 46. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 47. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 13 de fevereiro de 1995; 174º da Independência e 107º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSONelson Jobim

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PROCESSO ADMINISTRATIVO: CONCEITO, PRINCÍPIOS, FASES E MODALIDADES

Introdução

Normalmente, a Administração Pública, para registros de seus atos, controle da conduta de seus agentes e soluções de controvérsias dos administrados, u liza-se de diversifi cados procedimentos, que recebem a denominação comum de processo administra vo. Não há como negar a importância do processo administra vo em nossos dias. Ele se apresenta como impera vo basilar do Estado Democrá co de Direito no terreno da Administração Pública, principalmente quando se têm em vista as múl plas e crescentes ingerências do Poder Público na vida privada. Impõe-se, entretanto, dis n-guir e esclarecer, inicialmente a diferença entre processo e procedimento para em seguida apreciarmos o processo ad-ministra vo, seus princípios, suas fases e suas modalidades.

Processo e Procedimento

Processo é o conjunto de atos coordenados para a ob-tenção de decisão sobre uma controvérsia no âmbito judicial ou administra vo. Já o procedimento é o modo pelo qual se realiza o processo, ou seja, o rito processual. O processo, portanto, pode realizar-ser por diferentes procedimentos, de acordo com a natureza da questão a decidir e os obje vos a serem alcançados. Neste sen do, ensina Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Direito Administra vo, 21. ed. p. 589):

O procedimento é o conjunto de formalidades que devem ser observadas para a prá ca de certos atos administra vos; equivale a rito, a forma de proceder; o procedimento se desenvolve dentro de um proces-so administra vo.

Assim, o processo administra vo se apresenta como uma sucessão encadeada de atos, juridicamente ordenados, des nados todos à obtenção de um resultado fi nal, que consubstancia uma determinada decisão administra va.

O procedimento é, pois, composto de um conjunto de atos, interligados e progressivamente ordenados em vista da produção de um resultado fi nal. A observância do pro-cedimento na concatenação de atos legalmente previstos é imperioso para a legalidade e legi midade da decisão a ser tomada. Todos os atos da cadeia procedimental des nam-se à preparação de um único ato, que consubstancia e manifesta a vontade da Administração em determinada matéria.

Dessa forma, podemos concluir que não há processo sem procedimento, mas pode haver procedimentos administra- vos que não cons tuem processo, como o procedimento

da licitação e o do concurso. O que caracteriza, portanto, o processo, é o ordenamento de atos para a solução de uma controvérsia. O que pifi ca o procedimento de um processo é o modo específi co do ordenamento desses atos.

O processo administra vo está disciplinado, atualmente, no âmbito federal pela Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999. Ela estabelece normas básicas sobre o processo administra -vo no âmbito da Administração Pública Federal direta e indi-reta, visando à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fi ns da Administração. Os Estados e Municípios que queiram dispor sobre a matéria poderão promulgar suas próprias leis.

A lei citada acima contém diversas normas sobre proces-so administra vo, dentre as quais destacam-se:

a) suas disposições aplicam-se às três esferas de admi-nistração (Execu vo, Legisla vo e Judiciário) quando no desempenho de função administra va (art. 1º);

b) a Administração Pública deve indicar os pressupostos de fato e de direito de sua decisão; observar as formalidades essenciais à garan a dos direitos dos administrados; adotar formas simples, sufi cientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados; garan r o direito à comunicação, apresentação de alegações fi nais, produção de provas e interposição de recursos nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de li gio; (art. 2º); agir, de o cio, sem prejuízo da atuação dos interessados (art. 2º, parágrafo único);

c) alguns direitos e deveres dos administrados perante a Administração (arts. 3º e 4º);

d) regras sobre o início do processo (arts. 5º a 8º);e) legi mados para atuar no processo como interessados

(arts. 9º e 10);f) regras gerais sobre a competência, e os casos de im-

pedimento e suspeição (arts. 11 a 19);g) regras sobre a forma, tempo, lugar e comunicação dos

atos processuais (arts. 22 a 28);h) regras sobre a instrução, prazos, recursos, desistência

e ex nção do processo (arts. 29 a 67).

Note-se que diversas dessas normas representam o que chamamos de “princípios do processo administra vo”, e que, na verdade devem ser aplicadas em qualquer processo e não apenas em nível federal.

Princípios do Processo Administra vo

O processo administra vo, em regra, está sujeito a cinco princípios de observância obrigatória, a saber: o da legalidade obje va, o da ofi cialidade, o do informalismo, o da verdade material e o da garan a de defesa.

O princípio da legalidade obje va exige que o proces-so administra vo seja instaurado com base na lei e para preservá-la, caso contrário, será nulo. Este princípio está previsto nos incisos I e II, do art. 2º da Lei nº 9.784/1999.

Pelo princípio da ofi cialidade ou da impulsão ofi cial temos que à Administração cabe a movimentação do pro-cesso administra vo, ainda que instaurado por provocação do par cular. Uma vez iniciado passa a pertencer ao Poder Público, a quem compete seu impulsionamento, até a decisão fi nal. Este princípio está previsto no inciso XII, do art. 2º da Lei nº 9.784/1999.

Já o princípio do informalismo dispensa ritos sacra-mentais e formas rígidas para o processo administra vo, principalmente para os atos a cargo do par cular. Bastam as formalidades estritamente necessárias à obtenção da certeza jurídica e à segurança procedimental. Ressalte-se, entretanto, que quando a lei impõe uma forma ou uma for-malidade, está deverá ser atendida, sob pena de nulidade do procedimento. Esse princípio está previsto nos incisos VIII e IX, do art. 2º da Lei nº 9.784/1999.

O princípio da verdade material, também denominado de liberdade na prova, autoriza a Administração a valer-se de qualquer prova lícita de que a autoridade processante ou julgadora tenha conhecimento, desde que a faça trasladar para o processo. É a busca da verdade material em contraste com a verdade formal. Enquanto nos processos judiciais o juiz deve ater-se às provas constantes nos autos, no processo administra vo a autoridade processante ou julgadora pode, até o julgamento fi nal, conhecer de novas provas, ainda que produzidas em outro processo ou decorrentes de fatos supervenientes que comprovem as alegações em tela.

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Por fi m, o princípio da garan a de defesa, está asse-gurado no inciso LV, do art. 5º da Cons tuição Federal, juntamente com a obrigatoriedade do contraditório, como decorrência do devido processo legal (art. 5º, inciso LIV). Por garan a de defesa entende-se não só a observância do rito adequado como a cien fi cação do processo ao interessado, a oportunidade para contestar a acusação, produzir prova de seu direito, acompanhar os atos da instrução e u lizar-se dos recursos cabíveis. A cien fi cação deve ser pessoal, sendo admi da a feita mediante publicação ofi cial (Diário Ofi cial) nas hipóteses em que a parte interessada es ver em lugar incerto e não sabido (art. 26, § 4º, da Lei nº 9.784/1999). O processo administra vo sem oportunidade de defesa ou com a defesa cerceada é nulo, pois fere o princípio do devido processo legal.

Fases do Processo Administra vo

De acordo com Hely Lopes Meirelles, as fases comuns ao processo administra vo propriamente dito, ou seja, todo aquele des nado a propiciar uma decisão sobre atos, fatos, situações e direitos controver dos perante o órgão compe-tente são cinco e se desenvolvem nessa ordem: instauração, instrução, defesa relatório e julgamento.

A instauração é a apresentação escrita dos fatos e indi-cação do direito que ensejam o processo. Quando provém da Administração deve consubstanciar-se em portaria, auto de infração, representação ou despacho inicial da autoridade competente. Quando provocada pelo administrado ou por servidor, deve formalizar-se por requerimento (art. 6º da Lei nº 9.784/1999) ou pe ção. Em qualquer hipótese, a peça instauradora recebe autuação para o processamento regular pela autoridade ou comissão processante. O essencial é que a peça inicial descreva os fatos com sufi ciente especifi cidade, de modo a delimitar o objeto da controvérsia e a permi r a plenitude da defesa, pois o processo com instauração imprecisa quanto à qualifi cação do fato e sua ocorrência no tempo e no espaço é nulo (art. 26, da Lei nº 9.784/1999).

A instrução é a fase de elucidação dos fatos, com a produção de provas da acusação no processo puni vo, ou de complementação das iniciais no processo de controle ou outorga, provas, essas, que vão desde o depoimento da parte, as inquirições de testemunhas, as inspeções pessoais, as perícias técnicas, até a juntada de documentos per nen-tes. Nos processos puni vos as providências instrutórias competem à autoridade ou comissão processante e nos demais cabem aos próprios interessados na decisão de seu objeto, mediante apresentação direta das provas ou solici-tação de sua produção na forma regulamentar. Os defeitos da instrução, tal seja sua infl uência na apuração da verdade, podem conduzir à anulação do processo ou do julgamento.

A defesa compreende a ciência da acusação, a vista dos autos na repar ção, a oportunidade para oferecimento da contestação e provas, a inquirição de testemunhas, ou seja, a observância do devido processo legal (art. 5º, LV, da Cons tuição Federal), conforme visto acima, quando falamos sobre princípios. Ressalte-se que, como princípio universal nos Estados de Direito, o devido processo legal não admite postergação nem restrições na sua aplicação. Como já fala-mos, o processo administra vo sem ampla defesa ou com defesa cerceada é nulo. Todavia, é obvio que a autoridade que presidir o processo poderá indeferir provas ob das por meio ilícito, imper nentes, desnecessárias ou indicadas com intuito meramente protelatório, mas para tanto, deverá jus fi car obje vamente sua rejeição (art. 38, § 2º, da Lei nº 9.784/1999).

O relatório é a síntese do apurado no processo, feita por quem o presidiu individualmente ou pela comissão proces-sante, com apreciação das provas, fatos apurados, do direito deba do e proposta conclusiva para decisão da autoridade julgadora competente. É a peça informa va e opina va, sem efeito vinculante para a Administração ou para os interessa-dos no processo. É por esse mo vo que a autoridade julga-dora pode divergir das conclusões e sugestões do relatório, sem qualquer ofensa ao interesse público ou ao direito das partes, necessário, entretanto, que fundamente sua decisão em elementos existentes no processo ou na insufi ciência de provas para uma decisão puni va ou mesmo, deferimento ou indeferimento da pretensão postulada.

Por fi m, o julgamento é a decisão proferida pela auto-ridade ou órgão competente sobre o objeto do processo. Essa decisão normalmente baseia-se nas conclusões do relatório, mas pode o julgador, conforme visto acima, não acatá-las. O essencial é que a decisão seja mo vada com base na acusação, na defesa e na prova, não sendo lícito à autoridade julgadora argumentar com fatos estranhos ao processo ou silenciar sobre as razões do acusado, pois isso equivale ao cerceamento de defesa e conduzirá à anulação do julgamento, que não é ato discricionário, mas vinculado ao devido procedimento legal, pois se o julgamento de processo administra vo fosse discricionário, não haveria necessidade de procedimento, jus fi cando-se a decisão como ato isolado de conveniência e oportunidade administra va, alheio à prova e refratário a qualquer defesa do interessado.

Importante lembrar que, o que se reconhece à autorida-de julgadora é a liberdade na produção de prova e na escolha e graduação das sanções aplicáveis quando a norma legal consigna as penalidades sem indicar os ilícitos a que se des- nam. Porém, jamais poderá a autoridade punir o impunível

ou negar direito individual comprovado em processo admi-nistra vo regular, ou descons tuir sumariamente situação jurídica defi ni va e subje va do administrado.

Note-se que, embora adstrito a certos atos, o processo administra vo não tem rigores rituais dos procedimentos judiciais, bastando que, dentro do princípio do informalismo, atenda às normas per nentes do órgão processante e asse-gure defesa ao acusado. Sua tramitação é ofi cial e pública, como nos demais atos administra vos, só se jus fi cando o sigilo nos casos previstos na Cons tuição Federal, como, por exemplo, a segurança nacional. Daí o dever cons tucional de serem fornecidas as cer dões de suas peças, pareceres ou documentos, para a defesa de direitos ou esclarecimentos de situações de interesse pessoal (art. 5º, inciso XXXIV, b – direito de pe ção).

As fases acima, de modo geral, devem ser atendidas em todos os processos administra vos próprios, ou seja, naque-les que visam à solução de li gio entre a Administração e o administrado, sendo aplicáveis em todas as modalidades, como veremos a seguir.

Modalidades de Processo Administra vo

Meirelles dividiu os processos administra vos em quatro modalidades, a saber: processo de expediente, processo de outorga, processo de controle e processo puni vo.

O processo administra vo de expediente, segundo o ilustre doutrinador, é denominação imprópria que se dá a toda autuação que tramita pelas repar ções públicas por provocação do interessado ou por determinação interna da Administração, para receber a solução conveniente. Não tem procedimento próprio nem rito sacramental, seguindo pelos canais ro neiros para informações, pareceres, despacho fi nal da chefi a competente e subsequente arquivamento. Segundo

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o autor, esses expedientes, chamados indevidamente de processo, não geram, alteram ou suprimem direitos dos administrados, da Administração ou de seus servidores, apenas encerram papéis, registram situações administra vas, recebem pareceres e despachos de tramitação ou meramen-te enuncia vos de situações preexistentes, tal como nos pedidos de cer dões, nas apresentações de documentos para certos registros internos e outros da ro na burocrá ca. A tramitação desses processos é informal e irrelevante para a solução fi nal, pelo quê as omissões ou desvios de ro na não invalidam as providências obje vadas e as decisões neles proferidas não têm efeito vinculante para o interessado ou para a Administração e, por isso mesmo, em geral, são irre-corríveis e não geram preclusão, admitem sempre renovação do pedido e a modifi cação do despacho.

Já o processo administra vo de outorga é todo aquele em que se pleiteia algum direito ou situação individual pe-rante a Administração. Normalmente, tem rito especial, mas não contraditório, salvo quando há imposição de terceiros ou impugnação da própria Administração. Em tais casos, deve-se dar oportunidade de defesa ao interessado, sob pena de nulidade da decisão fi nal. As decisões fi nais proferidas nesses processos tornam-se vinculantes e irretratáveis pela Administração porque, normalmente, geram direito subje vo para o benefi ciário, salvo quanto aos atos precários, que, por natureza, admitam modifi cação ou supressão sumária a qualquer tempo. Nos demais casos, a decisão é defi ni va e só modifi cável quando eivada de nulidade originária, ou por infringência das normas legais no decorrer da execução ou, ainda, por interesse público superveniente que jus fi que a revogação da outorga com a devida indenização, que pode chegar ao caso de prévia desapropriação. Em qualquer des-sas hipóteses, porém, é necessário oportunidade de defesa ao interessado antes da anulação, cassação, alteração ou revogação da decisão anterior. São exemplos desse po os processos de licenciamento de edifi cação, de registro de marcas e patentes, de pesquisa e lavra de jazida, concessão e permissão, de isenção condicionada de tributo e outros que consubstanciam pretensões de natureza negocial entre o par cular e a Administração ou abranjam a vidades sujeitos a fi scalização do Poder Público.

O processo administra vo de controle é todo aquele em que a Administração realiza verificações e declara situação, direito ou conduta do administrado ou de servi-dor, com caráter vinculante para as partes. Tais processos, normalmente, também têm rito próprio e, quando neles se deparam irregularidades puníveis, exigem oportunidade de defesa ao interessado, antes de seu encerramento, sob pena de invalidade do resultado da apuração. Ressalte-se, porém, que o processo de controle não se confunde com o processo puni vo. No processo puni vo se apura a falta e se aplica a penalidade cabível. No processo de controle apenas se verifi ca a situação ou a conduta do agente e se proclama o resultado para efeitos futuros. Nesses processos a decisão fi nal é vinculante para a administração e para o interessado, embora nem sempre seja auto-executavel, pois depende da instauração de outro processo administra vo de caráter puni vo ou disciplinar, ou mesmo de ação civil ou criminal, ou ainda, do pronunciamento executório de outro Poder, como no caso do julgamento de contas pelo Legislativo, após a manifestação prévia do Tribunal de Contas competente, no respec vo processo administra vo de controle. São exemplos de processos administra vos de controle os de prestação de contas perante órgãos públicos, os de verifi cação de a vidades sujeitas a fi scalização, o de lançamento tributário e o de consulta fi scal.

Por fim, o processo administrativo punitivo é todo aquele promovido pela Administração para a imposição de penalidade por infração à lei, regulamento ou contrato. Esses processos devem ser necessariamente contraditórios, com oportunidade de defesa, observando-se o devido processo legal, sob pena de nulidade da sanção imposta. A sua instau-ração deve basear-se em auto de infração, representação ou peça equivalente, iniciando-se com a exposição minuciosa dos atos ou fatos ilegais ou administra vamente ilícitos atribuídos ao indiciado e indicação da norma ou convenção infringida. O processo puni vo poderá ser realizado por um só representante da administração ou opor comissão designada para tanto. O essencial é que se desenvolva com regularidade formal em todas as suas fases, para legi mar a sanção imposta. Nesses procedimentos são adotáveis, subsidiariamente os preceitos do processo penal comum, quando não confl itantes com as normas administra vas per nentes. Atente-se que, embora a graduação das sanções administra vas (advertência, suspensão, multa, embargo de obra, destruição de coisa, interdição de a vidades, entre outras), seja discricionária, não é arbitrária e, por isso, deve guardar correspondência e proporcionalidade com a infração apurada no respec vo processo, além de estar expressa-mente prevista em norma administra va, pois não é dado à administração aplicar penalidade não estabelecida em lei, decreto ou contrato, como não o é sem o devido processo legal. Dessa forma, incluem-se nesta modalidade de processo administra vo puni vo todos os procedimentos que visem à imposição de alguma sanção ao administrado, ao servidor ou a quem eventualmente esteja vinculado à Administração por uma relação especial de hierarquia.

LEI COMPLEMENTAR Nº 10.098, DE 3 DE FEVEREIRO DE 1994

(Publicada no DOE nº 24, de 4 de fevereiro de 1994)

Dispõe sobre o estatuto e re-gime jurídico único dos servidores públicos civis do Estado do Rio Grande do Sul.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL: Faço saber, em cumprimento ao disposto no ar go 82, inciso IV da Cons tuição do Estado, que a Assembleia Le-gisla va aprovou e eu sanciono e promulgo a Lei seguinte:

TÍTULO IDAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta lei dispõe sobre o estatuto e o regime jurídico dos servidores públicos civis do Estado do Rio Grande do Sul, excetuadas as categorias que, por disposição cons tucional, devam reger-se por estatuto próprio.

Art. 2º Para os efeitos desta lei, servidor público é a pessoa legalmente inves da em cargo público.

Art. 3º Cargo público é o criado por lei, em número certo, com denominação própria, consis ndo em conjunto de atribuições e responsabilidades come das a um servidor, mediante retribuição pecuniária paga pelos cofres públicos.

Art. 4º Os cargos públicos estaduais, acessíveis a todos os brasileiros que preencham os requisitos legais para a inves dura, são de provimento efe vo e em comissão.

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§ 1º Os cargos em comissão, de livre nomeação e exo-neração, não serão organizados em carreira.

§ 2º Os cargos em comissão, preferencialmente, e as funções gra fi cadas, com atribuições defi nidas de chefi a, assistência e assessoramento, serão exercidos por servidores do quadro permanente, ocupantes de cargos técnicos ou profi ssionais, nos casos e condições previstos em lei.

Art. 5º Os cargos de provimento efe vo serão organiza-dos em carreira, com promoções de grau a grau, mediante aplicação de critérios alternados de merecimento e an -guidade.

Parágrafo único. Poderão ser criados cargos isolados quando o número não comportar a organização em carreira.

Art. 6º A inves dura em cargo público de provimento efe vo dependerá de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e tulos.

Parágrafo único. (Vetado)Art. 7º São requisitos para ingresso no serviço público: I – possuir a nacionalidade brasileira;II – estar quite com as obrigações militares e eleitorais; III – ter idade mínima de dezoito anos;IV – possuir ap dão sica e mental;V – estar em gozo dos direitos polí cos;VI – ter atendido às condições prescritas para o cargo.§ 1º De acordo com as atribuições peculiares do cargo,

poderão ser exigidos outros requisitos a serem estabeleci-dos em lei.

§ 2º (Vetado)Art. 8º Precederá sempre, ao ingresso no serviço pú-

blico estadual, a inspeção médica realizada pelo órgão de perícia ofi cial.

§ 1º Poderão ser exigidos exames suplementares de acordo com a natureza de cada cargo, nos termos da lei.

§ 2º Os candidatos julgados temporariamente inaptos poderão requerer nova inspeção médica, no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data que dela verem ciência.

Art. 9º (Vetado)

TÍTULO IIDO PROVIMENTO, PROMOÇÃO, VACÂNCIA,

REMOÇÃO E REDISTRIBUIÇÃO

CAPÍTULO IDo Provimento

Art. 10. São formas de provimento de cargo público: I – nomeação;II – readaptação;III – reintegração;IV – reversão;V – aproveitamento;VI – recondução.

CAPÍTULO IIDo Recrutamento e Seleção

Seção IDisposições Gerais

Art. 11. O recrutamento é geral e des na-se a selecionar candidatos, através de concurso público para preenchimen-to de vagas existentes no quadro de lotação de cargos dos órgãos integrantes da estrutura organizacional do Estado.

Seção IIDo Concurso Público

Art. 12. O concurso público tem como obje vo selecionar candidatos à nomeação em cargos de provimento efe vo,

podendo ser de provas ou de provas e tulos, na forma do regulamento.

§ 1º As condições para a realização do concurso serão fi xadas em edital, que será publicado no Diário Ofi cial do Estado e em jornal de grande circulação.

§ 2º (Vetado)§ 3º As provas deverão aferir, com caráter eliminatório,

os conhecimentos específi cos exigidos para o exercício do cargo.

§ 4º Serão considerados como tulos somente os cursos ou a vidades desempenhadas pelos candidatos, se verem relação direta com as atribuições do cargo pleiteado, sendo que os pontos a eles correspondentes não poderão somar mais de vinte e cinco por cento do total dos pontos do concurso.

§ 5º Os componentes da banca examinadora deverão ter qualifi cação, no mínimo, igual à exigida dos candidatos, e sua composição deverá ser publicada no Diário Ofi cial do Estado.

Art. 13. O desempate entre candidatos aprovados no concurso em igualdade de condições, obedecerá aos se-guintes critérios:

I – maior nota nas provas de caráter eliminatório, consi-derando o peso respec vo;

II – maior nota nas provas de caráter classifi catório, se houver, prevalecendo a que ver maior peso;

III – sorteio público, que será divulgado através de edital publicado na imprensa, com antecedência mínima de 3 (três) dias úteis da sua realização.

Art. 14. O prazo de validade do concurso será de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado, uma única vez, por igual período, no interesse da Administração.

Parágrafo único. (Vetado)Art. 15. Às pessoas portadoras de defi ciência é asse-

gurado o direito de concorrer nos concursos públicos para provimento de cargos, cujas atribuições sejam compa veis com a defi ciência de que são portadoras.

Parágrafo único. A lei reservará percentual de cargos e defi nirá critérios de admissão das pessoas nas condições deste ar go.

CAPÍTULO IIIDa Nomeação

Art. 16. A nomeação far-se-á:I – em caráter efe vo, quando se tratar de candidato

aprovado em concurso público para provimento em cargo efe vo de carreira ou isolado;

II – em comissão, quando se tratar de cargo de confi ança de livre exoneração.

Parágrafo único. A nomeação em caráter efe vo obede-cerá rigorosamente à ordem de classifi cação dos aprovados, ressalvada a hipótese de opção do candidato por úl ma chamada.

CAPÍTULO IVDa Lotação

Art. 17. Lotação é a força de trabalho qualita va e quan ta va de cargos nos órgãos em que, efe vamente, devam ter exercício os servidores, observados os limites fi xados para cada repar ção ou unidade de trabalho.

§ 1º A indicação do órgão, sempre que possível, obser-vará a relação entre as atribuições do cargo, as a vidades específi cas da repar ção e as caracterís cas individuais apresentadas pelo servidor.

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§ 2º Tanto a lotação como a relotação poderão ser efe- vadas a pedido ou ex offi cio, atendendo ao interesse da

Administração.§ 3º Nos casos de nomeação para cargos em comissão

ou designação para funções gra fi cadas, a lotação será compreendida no próprio ato.

CAPÍTULO VDa Posse

Art. 18. Posse é a aceitação expressa do cargo, forma-lizada com a assinatura do termo no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da nomeação, prorrogável por igual período a pedido do interessado.

§ 1º Quando se tratar de servidor legalmente afastado do exercício do cargo, o prazo para a posse começará a fl uir a par r do término do afastamento.

§ 2º A posse poderá dar-se mediante procuração espe-cífi ca.

§ 3º No ato da posse, o servidor deverá apresentar decla-ração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.

Art. 19. A autoridade a quem couber dar posse verifi -cará, sob pena de responsabilidade, se foram cumpridas as formalidades legais prescritas para o provimento do cargo.

Art. 20. Se a posse não se der no prazo referido no ar go 18, será tornada sem efeito a nomeação.

Art. 21. São competentes para dar posse:I – o Governador do Estado, aos tulares de cargos de

sua imediata confi ança;II – os Secretários de Estado e os dirigentes de órgão

diretamente ligados ao chefe do Poder Execu vo, aos seus subordinados hierárquicos.

CAPÍTULO VIDo Exercício

Art. 22. Exercício é o efe vo desempenho das atribuições do cargo e dar-se-á no prazo de até 30 (trinta) dias contados da data da posse.

§ 1º Será tornada sem efeito a nomeação do servidor que não entrar em exercício no prazo estabelecido neste ar go.

§ 2º Compete à chefi a imediata da unidade administra va onde for lotado o servidor, dar-lhe exercício e providenciar nos elementos necessários à complementação de seus as-sentamentos individuais.

§ 3º A readaptação e a recondução, bem como a nome-ação em outro cargo, com a consequente exoneração do anterior, não interrompem o exercício.

§ 4º O prazo de que trata este ar go, para os casos de reintegração, reversão e aproveitamento, será contado a par r da publicação do ato no Diário Ofi cial do Estado.

Art. 23. O servidor removido ou redistribuído ex offi cio, que deva ter exercício em outra localidade, terá 15 (quinze) dias para entrar em exercício, incluído neste prazo, o tempo necessário ao deslocamento para a nova sede.

Parágrafo único. Na hipótese de o servidor encontrar-se afastado do exercício do cargo, o prazo a que se refere este ar go será contado a par r do término do afastamento.

Art. 24. A efe vidade do servidor será comunicada ao órgão competente mensalmente, por escrito, na forma do regulamento.

Parágrafo único. A aferição da frequência do servidor, para todos os efeitos, será apurada através do ponto, nos termos do regulamento.

Art. 25. O servidor poderá afastar-se do exercício das atri-buições do seu cargo no serviço público estadual, mediante autorização do Governador, nos seguintes casos:

I – colocação à disposição;II – estudo ou missão cien fi ca, cultural ou ar s ca;III – estudo ou missão especial de interesse do Estado.§ 1º O servidor somente poderá ser posto à disposição

de outros órgãos da administração direta, autarquias ou fundações de direito público do Estado, para exercer função de confi ança.

§ 2º O servidor somente poderá ser posto à disposição de outras en dades da administração indireta do Estado ou de outras esferas governamentais, para o exercício de cargo ou função de confi ança.

§ 3º Do pedido de afastamento do servidor deverá cons-tar expressamente o objeto do mesmo, o prazo de sua dura-ção e, conforme o caso, se é com ou sem ônus para a origem.

Art. 26. Salvo nos casos previstos nesta lei, o servidor que interromper o exercício por mais de 30 (trinta) dias conse-cu vos será demi do por abandono de cargo, com base em resultado apurado em inquérito administra vo.

Art. 27. O servidor preso para perquirição de sua respon-sabilidade em crime comum ou funcional será considerado afastado do exercício do cargo, observado o disposto no inciso IV do ar go 80.

§ 1º Absolvido, terá considerado este tempo como de efe vo exercício, sendo-lhe ressarcidas as diferenças pecu-niárias a que fi zer jus.

§ 2º No caso de condenação, e se esta não for de natu-reza que determine a demissão, con nuará afastado até o cumprimento total da pena.

CAPÍTULO VIIDo Estágio Probatório

Art. 28. Estágio probatório é o período de 2 (dois) anos em que o servidor, nomeado em caráter efe vo, fi cará em observação e durante o qual será verifi cada a conveniência ou não de sua confi rmação no cargo, mediante a apuração dos seguintes requisitos:

I – disciplina;II – efi ciência;III – responsabilidade;IV – produ vidade;V – assiduidade.Parágrafo único. Os requisitos estabelecidos neste ar go,

os quais poderão ser desdobrados em outros, serão apurados na forma do regulamento.

Art. 29. A aferição dos requisitos do estágio probatório processar-se-á no período máximo de até 20 (vinte) meses, a qual será subme da à avaliação da autoridade competente, servindo o período restante para aferição fi nal, nos termos do regulamento.

§ 1º (Vetado)§ 2º (Vetado)§ 3º (Vetado)

CAPÍTULO VIIIDa Estabilidade

Art. 30. O servidor nomeado em virtude de concurso, na forma do ar go 12, adquire estabilidade no serviço público, após dois anos de efe vo exercício, cumprido o estágio probatório.

Art. 31. O servidor público estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado, ou mediante processo administra vo em que lhe tenha sido assegurada ampla defesa.

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CAPÍTULO IXDo Regime de Trabalho

Art. 32. O Governador do Estado determinará, quando não discriminado em lei ou regulamento, o horário de tra-balho dos órgãos públicos estaduais.

Art. 33. Por necessidade imperiosa de serviço, o servidor poderá ser convocado para cumprir serviço extraordinário, desde que devidamente autorizado pelo Governador.

§ 1º Consideram-se extraordinárias as horas de trabalho realizadas além das normais estabelecidas por jornada diária para o respec vo cargo.

§ 2º O horário extraordinário de que trata este ar go não poderá exceder a 25% (vinte e cinco por cento) da carga horária diária a que es ver sujeito o servidor.

§ 3º Pelo serviço prestado em horário extraordinário, o servidor terá direito a remuneração, facultada a opção em pecúnia ou folga, nos termos da lei.

Art. 34. Considera-se serviço noturno o realizado entre as 22 (vinte e duas) horas de um dia e as 5 (cinco) horas do dia seguinte, observado o previsto no ar go 113.

Parágrafo único. A hora de trabalho noturno será com-putada como de cinquenta e dois minutos e trinta segundos.

CAPÍTULO XDa Promoção

Art. 35. Promoção é a passagem do servidor de um grau para o imediatamente superior, dentro da respec va categoria funcional.

Art. 36. As promoções de grau a grau, nos cargos organi-zados em carreira, obedecerão aos critérios de merecimento e an guidade, alternadamente, na forma da lei, que deverá assegurar critérios obje vos na avaliação do merecimento.

Art. 37. Somente poderá concorrer à promoção o ser-vidor que:

I – preencher os requisitos estabelecidos em lei;II – não ver sido punido nos úl mos 12 (doze) meses

com pena de suspensão, conver da, ou não em multa.Art. 38. Será anulado, em bene cio do servidor a quem

cabia por direito, o ato que formalizou indevidamente a promoção.

Parágrafo único. O servidor a quem cabia a promoção receberá a diferença de retribuição a que ver direito.

CAPÍTULO XIDa Readaptação

Art. 39. Readaptação é a forma de inves dura do ser-vidor estável em cargo de atribuições e responsabilidades mais compa veis com sua vocação ou com as limitações que tenha sofrido em sua capacidade sica ou mental, podendo ser processada a pedido ou ex offi cio.

§ 1º A readaptação será efe vada, sempre que possível, em cargo compa vel com a ap dão do servidor, observada a habilitação e a carga horária exigidas para o novo cargo.

§ 2º A verifi cação de que o servidor tornou-se inapto para o exercício do cargo ocupado, em virtude de modifi cações em sua ap dão vocacional ou no seu estado sico ou psíquico, será realizada pelo órgão central de recursos humanos do Estado que à vista de laudo médico, estudo social e psicoló-gico, indicará o cargo em que julgar possível a readaptação.

§ 3º Defi nido o cargo, serão come das as respec vas atribuições ao servidor em estágio experimental, pelo ór-gão competente, por prazo não inferior a 90 (noventa) dias,

o que poderá ser realizado na mesma repar ção ou em outra, atendendo, sempre que possível, às peculiaridades do caso, mediante acompanhamento sistemá co.

§ 4º No caso de inexistência de vaga, serão come das ao servidor as atribuições do cargo indicado, até que se disponha deste para o regular provimento.

Art. 40. Se o resultado da inspeção médica concluir pela incapacidade para o serviço público, será determinada a aposentadoria do readaptando.

Art. 41. Em nenhuma hipótese poderá a readaptação acarretar aumento ou diminuição da remuneração do servi-dor, exceto quando se tratar da percepção de vantagens cuja natureza é inerente ao exercício do novo cargo.

Parágrafo único. Realizando-se a readaptação em cargo de padrão de vencimento inferior, fi cará assegurada ao servidor a remuneração correspondente à do cargo que ocupava anteriormente.

Art. 42. Verifi cada a adaptabilidade do servidor no cargo e comprovada sua habilitação será formalizada sua readap-tação, por ato de autoridade competente.

Parágrafo único. O órgão competente poderá indicar a delimitação de atribuições no novo cargo ou no cargo ante-rior, apontando aquelas que não podem ser exercidas pelo servidor e, se necessário, a mudança de local de trabalho.

CAPÍTULO XIIDa Reintegração

Art. 43. Reintegração é o retorno do servidor demi do ao cargo anteriormente ocupado, ou ao resultante de sua transformação, em consequência de decisão administra va ou judicial, com ressarcimento de prejuízos decorrentes do afastamento.

§ 1º Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade.

§ 2º Na hipótese de o cargo ter sido ex nto, o servidor fi cará em disponibilidade, observado o disposto nos ar gos 51 a 53.

§ 3º O servidor reintegrado será subme do à inspeção médica e, verifi cada a incapacidade para o serviço público, será aposentado.

CAPÍTULO XIIIDa Reversão

Art. 44. Reversão é o retorno à a vidade do servidor aposentado por invalidez, quando verificada, por junta médica ofi cial, a insubsistência dos mo vos determinantes da aposentadoria.

§ 1º O servidor que reverter terá assegurada a retribuição correspondente à situação funcional que de nha anterior-mente à aposentadoria.

§ 2º Ao servidor que reverter, aplicam-se as disposições dos ar gos 18 e 22, rela vas à posse e ao exercício, respec- vamente.

Art. 45. A reversão far-se-á, a pedido ou ex offi cio, no mesmo cargo ou no resultante de sua transformação.

Art. 46. O servidor com mais de 60 (sessenta) anos não poderá ter processada a sua reversão.

Art. 47. O servidor que reverter não poderá ser aposentado antes de decorridos 5 (cinco) anos de efe vo exercício, salvo se sobrevier outra molés a que o incapacite defi ni vamente ou for invalidado em consequência de aci-dente ou de agressão não-provocada no exercício de suas atribuições.

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Parágrafo único. Para efeito deste ar go, não será com-putado o tempo em que o servidor, após a reversão, tenha se licenciado em razão da mesma molés a.

Art. 48. O tempo em que o servidor esteve aposentado será computado, na hipótese de reversão, exclusivamente para fi ns de nova aposentadoria.

CAPÍTULO XIVDa Disponibilidade e do Aproveitamento

Seção IDa Disponibilidade

Art. 49. A disponibilidade decorrerá da ex nção do cargo ou da declaração da sua desnecessidade.

Parágrafo único. O servidor estável fi cará em disponi-bilidade até seu aproveitamento em outro cargo.

Art. 50. O provento da disponibilidade será igual ao vencimento do cargo, acrescido das vantagens permanentes.

Parágrafo único. O servidor em disponibilidade será aposentado se, subme do à inspeção médica, for declarado inválido para o serviço público.

Seção IIDo Aproveitamento

Art. 51. Aproveitamento é o retorno à a vidade do servidor em disponibilidade e far- se-á, obrigatoriamente, em cargo de atribuições e vencimentos compa veis com o anteriormente ocupado.

Art. 52. O órgão central de recursos humanos poderá indicar o aproveitamento do servidor em disponibilidade, em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou en dades da Administração Pública estadual, na forma do regulamento.

Art. 53. Salvo doença comprovada por junta médica ofi cial, será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade, se o servidor não entrar em exercício no prazo de 30 (trinta) dias.

CAPÍTULO XVDa Recondução

Art. 54. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:

I – obtenção de resultado insa sfatório em estágio pro-batório rela vo a outro cargo;

II – reintegração do anterior ocupante do cargo.Parágrafo único. (Vetado)

CAPÍTULO XVIDa Vacância

Art. 55. A vacância do cargo decorrerá de:I – exoneração;II – demissão;III – readaptação;IV – aposentadoria;V – recondução;VI – falecimento.Parágrafo único. A abertura da vaga ocorrerá na data da

publicação da lei que criar o cargo ou do ato que formalizar qualquer das hipóteses previstas neste ar go.

Art. 56. A exoneração dar-se-á:I – a pedido do servidor;II – ex offi cio, quando:

a) se tratar de cargo em comissão, a critério da autori-dade competente;

b) não forem sa sfeitas as condições do estágio proba-tório.

Art. 57. A demissão decorrerá de aplicação de pena disciplinar na forma prevista em lei.

CAPÍTULO XVIIDa Remoção e da Redistribuição

Seção IDa Remoção

Art. 58. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou ex-offi cio, com ou sem mudança de sede:

I – de uma repar ção para outra;II – de uma unidade de trabalho para outra, dentro da

mesma repar ção.§ 1º Deverá ser sempre comprovada por junta médica,

a remoção, a pedido, por mo vo de saúde do servidor, do cônjuge deste ou dependente, mediante prévia verifi cação da existência de vaga.

§ 2º Sendo o servidor removido da sede, dar-se-á, sem-pre que possível, a remoção do cônjuge, que for também servidor estadual; não sendo possível, observar-se-á o disposto no ar go 147.

Art. 59. A remoção por permuta será processada a pedido de ambos os interessados, ouvidas, previamente, as chefi as envolvidas.

Seção IIDa Redistribuição

Art. 60. Redistribuição é o deslocamento do servidor com o respec vo cargo, de um quadro de pessoal ou en -dade para outro do mesmo Poder, cujos planos de cargos e vencimentos sejam idên cos.

§ 1º Dar-se-á, exclusivamente, a redistribuição, para ajustamento de quadros de pessoal às necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reorganização, ex nção ou criação de órgão ou en dade, na forma da lei.

§ 2º Nos casos de ex nção de órgão ou en dade, os ser-vidores estáveis que não puderem ser redistribuídos, nos termos deste ar go, serão colocados em disponibilidade, até seu aproveitamento na forma do ar go 51.

§ 3º (Vetado)

CAPÍTULO XVIII DA SUBSTITUIÇÃO

Art. 61. Os servidores inves dos em cargos em comis-são ou funções gra fi cadas terão subs tutos, durante seus afastamentos ou impedimentos eventuais, previamente designados pela autoridade competente.

Parágrafo único. O subs tuto fará jus ao vencimento do cargo ou função na proporção dos dias de efe va subs tuição iguais ou superiores a 10 (dez) dias consecu vos, computá-veis para os efeitos dos ar gos 102 e 103 desta lei.

TÍTULO IIIDOS DIREITOS E VANTAGENS

CAPÍTULO IDo Tempo de Serviço

Art. 62. A apuração do tempo de serviço será feita em dias, os quais serão conver dos em anos, considerados estes como período de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias.

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Art. 63. Os dias de efe vo exercício serão computados à vista dos comprovantes de pagamento, ou dos registros funcionais.

Art. 64. São considerados de efe vo exercício os afas-tamentos do serviço em virtude de:

I – férias;II – casamento, até 8 (oito) dias consecu vos;III – falecimento de cônjuge, ascendente, descendente,

sogros, irmãos, companheiro ou companheira, madrasta ou padrasto, enteado e menor sob guarda ou tutela, até 8 (oito) dias;

IV – doação de sangue, 1 (um) dia por mês, mediante comprovação;

V – exercício pelo servidor efe vo, de outro cargo, de provimento em comissão, exceto para efeito de promoção por merecimento;

VI – júri e outros serviços obrigatórios por lei;VII – desempenho de mandato ele vo federal, estadual

ou municipal, exceto para promoção por merecimento;VIII – missão ou estudo noutros pontos do território

nacional ou no exterior, quando o afastamento houver sido expressamente autorizado pelo Governador do Estado e sem prejuízo da retribuição pecuniária;

IX – deslocamento para nova sede na forma do ar go 58; X – realização de provas, na forma do ar go 123;XI – assistência a fi lho excepcional, na forma do ar go

127;XII – prestação de prova em concurso público;XIII – par cipação em programas de treinamento regu-

larmente ins tuído, correlacionado às atribuições do cargo;XIV – licença:a) à gestante, à adotante e à paternidade;b) para tratamento da própria saúde ou de pessoa da

família, com remuneração;c) prêmio por assiduidade;d) por mo vo de acidente em serviço, agressão não-pro-

vocada ou doença profi ssional;e) para concorrer a mandato ele vo federal, estadual

ou municipal;f) para desempenho de mandato classista, exceto para

efeito de promoção por merecimento;g) para par cipar de cursos, congressos e similares, sem

prejuízo da retribuição;XV – molés a, devidamente comprovada por atestado

médico, até 3 (três) dias por mês, mediante pronta comuni-cação à chefi a imediata;

XVI – par cipação de assembleias e a vidades sindicais.Parágrafo único. Cons tui tempo de serviço, para todos

os efeitos legais, o anteriormente prestado ao Estado pelo servidor que tenha ingressado sob a forma de contratação, admissão, nomeação, ou qualquer outra, desde que com-provado o vínculo regular.

Art. 65. Computar-se-á integralmente, para efeito de aposentadoria e disponibilidade o tempo:

I – de serviço prestado pelo servidor em função ou cargo público federal, estadual ou municipal;

II – de serviço a vo nas forças armadas e auxiliares pres-tado durante a paz, computando-se em dobro o tempo em operação de guerra, na forma da lei;

III – correspondente ao desempenho de mandato ele- vo federal, estadual ou municipal, anterior ao ingresso no

serviço público estadual;IV – de serviço prestado em a vidade privada, vinculada

à previdência social, observada a compensação fi nanceira entre os diversos sistemas previdenciários segundo os cri-térios estabelecidos em lei;

V – em que o servidor:a) esteve em disponibilidade;b) já esteve aposentado, quando se tratar de reversão.

Art. 66. É vedada a contagem cumula va de tempo de serviço prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função em órgão ou en dade dos Poderes da União, estados, municípios, autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas públicas.

CAPÍTULO IIDas Férias

Art. 67. O servidor gozará, anualmente, 30 (trinta) dias de férias.

§ 1º Para o primeiro período aquisi vo de férias serão exigidos 12 (doze) meses de exercício.

§ 2º É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.

§ 3º É facultado o gozo de férias em dois períodos, não inferiores a 10 (dez) dias consecu vos.

Art. 68. Será pago ao servidor, por ocasião das férias, independentemente de solicitação, o acréscimo cons tucio-nal de 1/3 (um terço) da remuneração do período de férias, pago antecipadamente.

§ 1º O pagamento da remuneração de férias será efetua-do antecipadamente ao servidor que o requerer, juntamente com o acréscimo cons tucional de 1/3 (um terço), antes do início do referido período.

§ 2º Na hipótese de férias parceladas poderá o servidor indicar em qual dos períodos u lizará a faculdade de que trata este ar go.

Art. 69. Durante as férias, o servidor terá direito a todas as vantagens inerentes ao cargo como se es vesse em exercício.

Art. 70. O servidor que opere direta e permanentemente com Raios X ou substâncias radioa vas, próximas a fontes de irradiação, terá direito, quando no efe vo exercício de suas atribuições, a 20 (vinte) dias consecu vos de férias por semestre, não acumuláveis e intransferíveis.

Art. 71. Por absoluta necessidade de serviço e res-salvadas as hipóteses em que haja legislação específi ca, as férias poderão ser acumuladas até o máximo de dois períodos anuais.

Art. 72. As férias somente poderão ser interrompidas por mo vos de calamidade pública, comoção interna, con-vocação para júri, serviço militar ou eleitoral ou por superior interesse público.

Art. 73. Se o servidor vier a falecer, quando já imple-mentado o período de um ano, que lhe assegure o direito a férias, a retribuição rela va ao período, descontadas even-tuais parcelas correspondentes à antecipação, será paga aos dependentes legalmente cons tuídos.

Art. 74. O servidor exonerado fará jus ao pagamento da remuneração de férias proporcionalmente aos meses de efe vo exercício, descontadas eventuais parcelas já fruídas.

Parágrafo único. O pagamento de que trata este ar go corresponderá a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que fi zer jus o servidor na forma prevista no ar go 69, desta lei, rela va ao mês em que a exoneração for efe vada.

Art. 75. O servidor que ver gozado mais de 30 (trinta) dias de licença para tratar de interesses par culares ou para acompanhar o cônjuge, somente após um ano de efe vo exercício contado da data da apresentação fará jus a férias.

Art. 76. Perderá o direito às férias o servidor que, no ano antecedente àquele em que deveria gozá-las, ver mais de 30 (trinta) dias de faltas não jus fi cadas ao serviço.

Art. 77. O servidor readaptado, relotado, removido ou reconduzido, quando em gozo de férias, não é obrigado a apresentar-se antes de concluí-las.

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CAPÍTULO IIIDo Vencimento e da Remuneração

Art. 78. Vencimento é a retribuição pecuniária devida ao servidor pelo efe vo exercício do cargo, correspondente ao padrão fi xado em lei.

Parágrafo único. (Vetado)Art. 79. Remuneração é o vencimento do cargo acres-

cido das vantagens pecuniárias estabelecidas em lei.§ 1º O vencimento do cargo efe vo, acrescido das van-

tagens de caráter permanente, é irredu vel, sendo vedada vinculação ou equiparação para efeitos de remuneração de pessoal.

§ 2º Não integram a remuneração, para os efeitos do art. 37, inciso XI, da Cons tuição Federal, as vantagens de que tratam o inciso II do ar go 85 e o inciso VIII do ar go 100.

Art. 80. O servidor perderá:I – a remuneração rela va aos dias em que faltar ao

serviço;II – a parcela da remuneração diária, proporcional aos

atrasos, ausências e saídas antecipadas, iguais ou superiores a 60 (sessenta) minutos;

III – a metade da remuneração, na hipótese de con-versão da pena de suspensão em multa;

IV – um terço de sua remuneração durante o afastamento do exercício do cargo, nas hipóteses previstas no ar go 27.

Parágrafo único. No caso de faltas sucessivas, serão computados para efeito de desconto os períodos de repouso intercalados.

Art. 81. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento.

Parágrafo único. Mediante autorização do servidor, poderá haver consignação em folha de pagamento a favor de terceiros, a critério da administração e com reposição de custos, na forma defi nida em regulamento.

Art. 82. As reposições e indenizações ao erário serão descontadas em parcelas mensais não excedentes à quinta parte da remuneração ou provento.

Art. 83. Terá o prazo de 60 (sessenta) dias para quitar eventuais débitos com o erário, o servidor que for demi do ou exonerado.

Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo previsto implicará sua inscrição na dívida a va.

Art. 84. O vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos ca-sos de prestação de alimentos resultantes de decisão judicial.

CAPÍTULO IVDas Vantagens

Art. 85. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens:

I – indenizações;II – avanços;III – gra fi cações e adicionais;IV – honorários e jetons.Art. 86. As vantagens pecuniárias não serão computadas,

nem acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo tulo ou idên co fundamento.

Art. 87. Salvo os casos previstos nesta lei, o servidor não poderá receber a qualquer tulo, seja qual for o mo vo ou a forma de pagamento, nenhuma outra vantagem pecuniária dos órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou outras organizações públicas, em razão de seu cargo, nas quais tenha sido mandado servir.

Art. 88. As vantagens de que trata o ar go 85 não serão incorporadas ao vencimento, em a vidade, excetuando-se os avanços, o adicional por tempo de serviço, a gra fi cação por exercício de função e seus acessórios e a gra fi cação de permanência em serviço, nos termos desta lei.

Seção IDas Indenizações

Art. 89. Cons tuem indenizações ao servidor:I – ajuda de custo;II – diárias;III – transporte.

Subseção IDa Ajuda de Custo

Art. 90. A ajuda de custo des na-se a compensar as despesas de instalações do servidor que, no interesse do serviço, passe a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente.

Parágrafo único. Correm por conta da Administração as despesas de transporte do servidor e de sua família, com-preendendo passagens, bagagens e bens pessoais.

Art. 91. A ajuda de custo é calculada sobre a remunera-ção do servidor, conforme se dispuser em regulamento, não podendo exceder a importância correspondente a 3 (três) meses de remuneração.

Art. 92. Não será concedida ajuda de custo ao servidor que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de mandato ele vo.

Art. 93. Será concedida ajuda de custo ao servidor efe vo do Estado que for nomeado para cargo em comissão ou de-signado para função gra fi cada, com mudança de domicílio.

Parágrafo único. No afastamento para exercício de cargo em comissão, em outro órgão ou en dade da União, do Distrito Federal, dos estados ou dos municípios, o servidor não receberá ajuda de custo do Estado.

Art. 94. O servidor fi cará obrigado a res tuir a ajuda de custo quando, injus fi cadamente, não se apresentar na nova sede, no prazo de 30 (trinta) dias.

Subseção IIDas Diárias

Art. 95. O servidor que se afastar temporariamente da sede, em objeto de serviço, fará jus, além das passagens de transporte, também a diárias des nadas à indenização das despesas de alimentação e pousada.

§ 1º Entende-se por sede a localidade onde o servidor es ver em exercício em caráter permanente.

§ 2º A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite fora da sede.

§ 3º Não serão devidas diárias nos casos de remoção a pedido, nem nas hipóteses em que o deslocamento da sede se cons tuir em exigência permanente do serviço.

Art. 96. O servidor que receber diárias e, por qualquer mo vo não se afastar da sede, fi ca obrigado a res tuí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.

Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede, em prazo menor do que o previsto para o seu afasta-mento, deverá res tuir as diárias recebidas em excesso, no período previsto no caput.

Art. 97. As diárias, que deverão ser pagas antes do des-locamento, serão calculadas sobre o vencimento, acrescido das vantagens permanentes, percebido pelo servidor que a elas fi zer jus, na forma do regulamento.

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Subseção IIIDa Indenização de Transporte

Art. 98. Será concedida indenização de transporte ao servidor que realizar despesas com a u lização de meio próprio de locomoção, para execução de serviços exter-nos, por força das atribuições próprias do cargo, conforme previsto em regulamento.

Seção IIDos Avanços

Art. 99. Por triênio de efe vo exercício no serviço público, o servidor terá concedido automa camente um acréscimo de 5% (cinco por cento), denominado avanço, calculado na forma da lei.

Parágrafo único. O servidor fará jus a tantos avanços quanto for o tempo de serviço público em que permanecer em a vidade, computado na forma dos ar gos 116 e 117.

Seção IIIDas Gra fi cações e Adicionais

Art. 100. Serão deferidos ao servidor as seguintes gra- fi cações e adicionais por tempo de serviço e outras por

condições especiais de trabalho:I – gra fi cação por exercício de função;II – gra fi cação natalina;III – gra fi cação por regime especial de trabalho, na

forma da lei;IV – gra fi cação por exercício de a vidades insalubres,

penosas ou perigosas;V – gra fi cação por exercício de serviço extraordinário;VI – gra fi cação de representação, na forma da lei;VII – gra fi cação por serviço noturno;VIII – adicional por tempo de serviço;IX – gra fi cação de permanência em serviço;X – abono familiar;XI – outras gra fi cações, rela vas ao local ou à natureza

do trabalho, na forma da lei.

Subseção IDa Gra fi cação por Exercício de Função

Art. 101. A função gra fi cada será percebida pelo exer-cício de chefi a, assistência ou assessoramento, cumula va-mente ao vencimento do cargo de provimento efe vo.

Art. 102. (Vetado)§ 1º Quando mais de uma função gra fi cada ou cargo

em comissão houver sido exercido no período, será incorpo-rado aquele de maior valor, desde que desempenhado, no mínimo, por 1 (um) ano, ou quando não ocorrer tal hipótese, o valor da função que tenha desempenhado por mais tempo.

§ 2º (Vetado)Art. 103. A função gra fi cada será incorporada integral-

mente ao provento do servidor que a ver exercido, mesmo sob forma de cargo em comissão, por um período mínimo de 5 (cinco) anos consecu vos ou 10 (dez) intercalados, anteriormente à aposentadoria, observado o disposto no § 1º do ar go anterior.

Subseção IIDa Gra fi cação Natalina

Art. 104. Será concedida ao servidor que esteja no desempenho de suas funções uma gra fi cação natalina correspondente a sua remuneração integral devida no mês de dezembro.

§ 1º A gra fi cação de que trata este ar go corresponde-rá a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que fi zer jus o servidor, no mês de dezembro, por mês de efe vo exercício, considerando-se as frações iguais ou superiores a 15 (quinze) dias como mês integral.

§ 2º O pagamento da gra fi cação natalina será efetuado até o dia 20 (vinte) do mês de dezembro de cada exercício.

§ 3º A gra fi cação natalina é devida ao servidor afastado de suas funções, sem prejuízo da remuneração e demais vantagens.

Art. 105. O servidor exonerado terá direito à gra fi ca-ção natalina, proporcionalmente aos meses de exercício, calculada na forma do § 1º do ar go anterior, sobre a remuneração do mês da exoneração.

Art. 106. É extensiva aos ina vos a percepção da gra -fi cação natalina, cujo cálculo incidirá sobre as parcelas que compõem seu provento.

Subseção IIIDa Gra fi cação por Exercício de

A vidades Insalubres, Perigosas ou Penosas

Art. 107. (Vetado)§ 1º O servidor que fi zer jus às gra fi cações de insalubri-

dade, periculosidade ou penosidade deverá optar por uma delas nas condições previstas na lei.

§ 2º O direito às gra fi cações previstas neste ar go cessa com a eliminação das condições ou dos riscos que deram causa a sua concessão.

Art. 108. Haverá permanente controle da a vidade de servidores em operações ou locais considerados penosos, insalubres ou perigosos.

Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será afastada, enquanto durarem a gestação e a lactação, das operações e locais previstos neste ar go, passando a exercer suas a vidades em local salubre e em serviço compa vel com suas condições.

Art. 109. Os locais de trabalho e os servidores que ope-rem com Raios X ou substâncias radioa vas serão man dos sob controle permanente, de modo que as doses de radia-ção ionizante não ultrapassem o nível máximo previsto na legislação própria.

Parágrafo único. Os servidores a que se refere este ar go serão subme dos a exames médicos a cada 6 (seis) meses de exercício.

Subseção IVDa Gra fi cação por Exercício de

Serviço Extraordinário

Art. 110. O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) em relação à hora normal de trabalho.

Art. 111. A gra fi cação de que trata o ar go anterior somente será atribuída ao servidor para atender às situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite máximo previsto no § 2º do ar go 33.

Art. 112. O valor da hora de serviço extraordinário, prestado em horário noturno, será acrescido de mais 20% (vinte por cento).

Subseção VDa Gra fi cação por Serviço Noturno

Art. 113. O serviço noturno terá o valor-hora acrescido de 20% (vinte por cento), observado o disposto no ar go 34.

Parágrafo único. As disposições deste artigo não se aplicam quando o serviço noturno corresponder ao horário normal de trabalho.

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Subseção VIDa Gra fi cação de Permanência em Serviço

Art. 114. Ao servidor que adquirir direito à aposenta-doria voluntária, na forma do ar go 158, inciso III, alíneas a e b, e cuja permanência no desempenho de suas funções for julgada conveniente para o serviço público, poderá ser deferida, por ato do Governador, uma gra fi cação especial de 20% (vinte por cento) das importâncias que integrariam o provento da ina vidade, na data de implementação do requisito temporal, enquanto permanecer em exercício.

§ 1º A gra fi cação de que trata este ar go será incor-porada aos vencimentos após decorridos 5 (cinco) anos de sua percepção.

§ 2º A cada novo ano de exercício, após decorrido o prazo de que trata o parágrafo anterior, e man das as con-dições previstas no caput, deste ar go, o servidor fará jus à incorporação de 4% (quatro por cento) da importância que integraria o provento da ina vidade.

Subseção VIIDo Adicional por Tempo de Serviço

Art. 115. O servidor, ao completar 15 (quinze) e 25 (vinte e cinco) anos de serviço público, contados na forma desta lei, passará a perceber, respec vamente, o adicional de 15% (quinze por cento) ou 25% (vinte e cinco por cento) calculados na forma da lei.

Parágrafo único. A concessão do adicional de 25% (vinte e cinco porcento) fará cessar o de 15% (quinze por cento), anteriormente concedido.

Art. 116. Para efeito de concessão dos adicionais será computado o tempo de serviço federal, estadual ou munici-pal, prestado à administração direta, autarquias e fundações de direito público.

Parágrafo único. Compreende-se, também, como serviço estadual o tempo em que o servidor ver exercido serviços transferidos para o Estado.

Art. 117. Na acumulação remunerada, será considerado, para efeito de adicional, o tempo de serviço prestado a cada cargo isoladamente.

Subseção VIIIDo Abono Familiar

Art. 118. Ao servidor a vo ou ao ina vo será concedido abono familiar na razão de

10% (dez por cento) do menor vencimento básico inicial do Estado, pelos seguintes dependentes:

I – fi lho menor de 18 (dezoito) anos;II – fi lho inválido ou excepcional de qualquer idade, que

seja comprovadamente incapaz;III – fi lho estudante, desde que não exerça a vidade

remunerada, até a idade de 24 (vinte e quatro) anos;IV – cônjuge inválido, comprovadamente incapaz, que

não perceba remuneração.§ 1º Quando se tratar de dependente inválido ou ex-

cepcional, o abono será pago pelo triplo.§ 2º Estendem-se os bene cios deste ar go aos entea-

dos, aos tutelados e aos menores que, mediante autorização judicial, estejam subme dos a sua guarda.

§ 3º São condições para percepção do abono fami-liar que:

I – os dependentes relacionados neste ar go vivam efe- vamente às expensas do servidor ou ina vo;

II – a invalidez de que tratam os incisos II e IV do caput deste ar go seja comprovada mediante inspeção médica, pelo órgão competente do Estado.

§ 4º No caso de ambos os cônjuges serem servidores públicos, o direito de um não exclui o do outro.

Art. 119. Por cargo exercido em acúmulo no Estado, não será devido o abono familiar.

Art. 120. A concessão do abono terá por base as decla-rações do servidor, sob as penas da lei.

Parágrafo único. As alterações que resultem em exclusão de abono deverão ser comunicadas no prazo de 15 (quinze) dias da data da ocorrência.

Seção IVDos Honorários e Jetons

Art. 121. O servidor fará jus a honorários quando designado para exercer, fora do horário do expediente a que es ver sujeito, as funções de:

I – membro de banca de concurso;II – gerência, planejamento, execução ou a vidade au-

xiliar de concurso;III – treinamento de pessoal;IV – professor, em cursos legalmente ins tuídos.Art. 122. O servidor, no desempenho do encargo de

membro de órgão de deliberação cole va legalmente ins- tuído, receberá jeton, a tulo de representação na forma

da lei.

CAPÍTULO VDas Concessões

Seção IDas Vantagens ao Servidor Estudante

ou Par cipante de Cursos, Congressos e Similares

Art. 123. É assegurado o afastamento do servidor efe -vo, sem prejuízo de sua remuneração, nos seguintes casos:

I – durante os dias de provas fi nais do ano ou semestre le vo, para os estudantes de ensino superior, 1º e 2º graus;

II – durante os dias de provas em exames suple vos e de habilitação a curso superior.

Parágrafo único. O servidor, sob pena de ser considera-do faltoso ao serviço, deverá comprovar perante a chefi a imediata as datas em que se realizarão as diversas provas e seu comparecimento.

Art. 124. O servidor somente será indicado para par- cipar de cursos de especialização ou capacitação técnica

profi ssional no Estado, no País ou no exterior, com ônus para o Estado, quando houver correlação direta e imediata entre o conteúdo programá co de tais cursos e as atribuições do cargo ou função exercidos.

Art. 125. Ao servidor poderá ser concedida licença para frequência a cursos, seminários, congressos, encontros e similares, inclusive fora do Estado e no exterior, sem prejuízo da remuneração e demais vantagens, desde que o conteúdo programá co esteja correlacionado às atribuições do cargo que ocupar, na forma a ser regulamentada.

Parágrafo único. Fica vedada a concessão de exoneração ou licença para tratamento de interesses par culares ao servidor benefi ciado pelo disposto neste ar go, ressalvada a hipótese de ressarcimento da despesa havida antes de decorrido período igual ao do afastamento.

Art. 126. Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse da Administração, é assegurada, na localidade da nova residência ou mais próxima, matrícula em ins tuição congênere do Estado, em qualquer época, independente-mente de vaga.

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Parágrafo único. O disposto neste ar go estende-se ao cônjuge, aos fi lhos ou enteados do servidor, que vivam na sua companhia, bem como aos menores sob sua guarda, com autorização judicial.

Seção IIDa Assistência a Filho Excepcional

Art. 127. O servidor, pai, mãe ou responsável por excep-cional, sico ou mental, em tratamento, fi ca autorizado a se afastar do exercício do cargo, quando necessário, por período de até 50% (cinquenta por cento) de sua carga horária normal co diana, na forma da lei.

CAPÍTULO VIDas Licenças

Seção IDisposições Gerais

Art. 128. Será concedida, ao servidor, licença:I – para tratamento de saúde;II – por acidente em serviço;III – por mo vo de doença em pessoa da família;IV – à gestante, à adotante e à paternidade;V – para prestação de serviço militar;VI – para tratar de interesses par culares;VII – para acompanhar o cônjuge;VIII – para o desempenho de mandato classista;IX – prêmio por assiduidade;X – para concorrer a mandato público ele vo;XI – para o exercício de mandato ele vo;XII – especial, para fi ns de aposentadoria.§ 1º O servidor não poderá permanecer em licença por

prazo superior a 24 (vinte e quatro) meses, salvo nos casos dos incisos VII, VIII e XI deste ar go.

§ 2º Ao servidor nomeado em comissão somente será concedida licença para tratamento de saúde, desde que haja sido subme do à inspeção médica para ingresso e julgado apto e nos casos dos incisos II, III, IV, IX e XII.

Art. 129. A inspeção será feita por médicos do órgão competente, nas hipóteses de licença para tratamento de saúde, por mo vo de doença em pessoa da família e à gestante, e por junta ofi cial, cons tuída de 3 (três) médicos nos demais casos.

Seção IIDa Licença para Tratamento de Saúde

Art. 130. Será concedida, ao servidor, licença para tratamento de saúde, a pedido ou ex-offi cio, precedida de inspeção médica realizada pelo órgão de perícia ofi cial do Estado, sediada na Capital ou no interior, sem prejuízo da remuneração a que fi zer jus.

§ 1º Sempre que necessário, a inspeção médica poderá ser realizada na residência do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde se encontrar internado.

§ 2º Poderá, excepcionalmente, ser admi do atestado médico par cular, quando fi car comprovada a impossibili-dade absoluta de realização de exame por órgão ofi cial da localidade.

§ 3º O atestado referido no parágrafo anterior somente sur rá efeito após devidamente examinado e validado pelo órgão de perícia médica competente.

§ 4º O servidor não poderá recusar-se à inspeção médica, sob pena de ser sustado o pagamento de sua remuneração até que seja cumprida essa formalidade.

§ 5º No caso de o laudo registrar pareceres contrários à concessão da licença, as faltas ao serviço correrão sob a responsabilidade exclusiva do servidor.

§ 6º O resultado da inspeção será comunicado imediata-mente ao servidor, logo após a sua realização, salvo se houver necessidade de exames complementares, quando, então, fi cará à disposição do órgão de perícia médica.

Art. 131. Findo o período de licença, o servidor deverá reassumir imediatamente o exercício do cargo, sob pena de ser considerado faltoso, salvo prorrogação ou determinação constante do laudo.

Parágrafo único. A infringência ao disposto neste ar go implicará perda da remuneração, sujeitando o servidor à demissão, se a ausência exceder a 30 (trinta) dias, observado o disposto no ar go 26.

Art. 132. Nas licenças por períodos prolongados, antes de se completarem 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias, deverá o órgão de perícia médica pronunciar-se sobre a natureza da doença, indicando se o caso é de:

I – concessão de nova licença ou de prorrogação;II – retorno ao exercício do cargo, com ou sem limitação

de tarefas;III – readaptação, com ou sem limitação de tarefas.Parágrafo único. As licenças, pela mesma molés a, com

intervalos inferiores a 30 (trinta) dias, serão consideradas como prorrogação.

Art. 133. O atestado e o laudo da junta médica não se referirão ao nome ou à natureza da doença, devendo, porém, esta ser especifi cada através do respec vo código (CID).

Parágrafo único. Para a concessão de licença a servidor acome do de molés a profi ssional, o laudo médico deverá estabelecer sua rigorosa caracterização.

Art. 134. O servidor em licença para tratamento de saú-de deverá abster-se do exercício de a vidade remunerada ou incompa vel com seu estado, sob pena de imediata suspensão da mesma.

Seção IIIDa Licença por Acidente em Serviço

Art. 135. O servidor acidentado em serviço será licencia-do com remuneração integral até seu total restabelecimento.

Art. 136. Confi gura-se acidente em serviço o dano sico ou mental sofrido pelo servidor, desde que relacionado, mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo.

Parágrafo único. Equipara-se a acidente em serviço o dano:

I – decorrente de agressão sofrida e não-provocada pelo servidor no exercício das atribuições do cargo;

II – sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-versa.

Art. 137. O servidor acidentado em serviço terá tra-tamento integral custeado peloEstado.

Art. 138. Para concessão de licença e tratamento ao servidor, em razão de acidente em serviço ou agressão não-provocada no exercício de suas atribuições, é indispen-sável a comprovação detalhada do fato, no prazo de 10 (dez) dias da ocorrência, mediante processo ex offi cio.

Parágrafo único. O tratamento recomendado por junta médica não ofi cial cons tui medida de exceção e somente será admissível quando inexis rem meios e recursos ne-cessários adequados, em ins tuições públicas ou por ela conveniadas.

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Seção IVDa Licença por Mo vo de Doença em Pessoa da Família

Art. 139. O servidor poderá obter licença por mo vo de doença do cônjuge, de ascendente, descendente, enteado e colateral consanguíneo, até o 2º grau, desde que com-prove ser indispensável a sua assistência e esta não possa ser prestada, simultaneamente, com o exercício do cargo.

Parágrafo único. A doença será comprovada através de inspeção de saúde, a ser procedida pelo órgão de perícia médica competente.

Art. 140. A licença de que trata o ar go anterior será concedida:

I – com a remuneração total até 90 (noventa) dias;II – com 2/3 (dois terços) da remuneração, no período

que exceder a 90 (noventa) e não ultrapassar 180 (cento e oitenta) dias;

III – com 1/3 (um terço) da remuneração, no período que exceder a 180 (cento e oitenta) e não ultrapassar a 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias;

IV – sem remuneração, no período que exceder a 365 (trezentos e sessenta e cinco) até o máximo de 730 (sete-centos e trinta) dias.

Parágrafo único. Para os efeitos deste ar go, as licenças, pela mesma molés a, com intervalos inferiores a 30 (trinta) dias, serão consideradas como prorrogação.

Seção VDa Licença à Gestante, à Adotante e à Paternidade

Art. 141. À servidora gestante será concedida, mediante inspeção médica, licença de 120 (cento e vinte) dias, sem prejuízo da remuneração.

Parágrafo único. No caso de na morto, decorridos 30 (trinta) dias do evento, a servidora será subme da a inspeção médica e, se julgada apta, reassumirá o exercício do cargo.

Art. 142. Ao término da licença a que se refere o ar go anterior, é assegurado à servidora lactante, durante o perío-do de 2 (dois) meses, o direito de comparecer ao serviço em um turno, quando seu regime de trabalho obedecer a dois turnos, ou a três horas consecu vas por dia, quando seu regime de trabalho obedecer a turno único.

Art. 143. À servidora adotante será concedida licença a par r da concessão do termo de guarda ou da adoção, proporcional à idade do adotado:

I – de zero a dois anos, 120 (cento e vinte) dias;II – de mais de dois até quatro anos, 90 (noventa) dias; III – de mais de quatro até seis anos, 60 (sessenta) dias;IV – de mais de seis anos, desde que menor, 30 (trin-

ta) dias.Art. 144. Pelo nascimento ou adoção de fi lho, o servidor

terá direito à licença- paternidade de 8 (oito) dias conse-cu vos.

Seção VIDa Licença para Prestação de Serviço Militar

Art. 145. Ao servidor convocado para a prestação de serviço militar será concedida licença, nos termos da legis-lação específi ca.

§ 1º Concluído o serviço militar, o servidor reassumirá imediatamente, sob pena da perda de vencimento e, se a ausência exceder a 30 (trinta) dias, de demissão por aban-dono do cargo, observado o disposto no ar go 26.

§ 2º Quando a desincorporação se verifi car em lugar diverso do da sede, o prazo para apresentação será de 10 (dez) dias.

Seção VIIDa Licença para Tratar de Interesses Par culares

Art. 146. Ao servidor detentor de cargo de provimento efe vo, estável, poderá ser concedida licença para tratar de interesses par culares, pelo prazo de até 2 (dois) anos consecu vos, sem remuneração.

§ 1º A licença poderá ser negada, quando o afastamento for inconveniente ao interesse do serviço.

§ 2º O servidor deverá aguardar em exercício a concessão da licença, salvo hipótese de imperiosa necessidade, devida-mente comprovada à autoridade a que es ver subordinado, considerando-se como faltas os dias de ausência ao serviço, caso a licença seja negada.

§ 3º O servidor poderá, a qualquer tempo, reassumir o exercício do cargo.

§ 4º Não se concederá nova licença antes de decorridos 2 (dois) anos do término da anterior, contados desde a data em que tenha reassumido o exercício do cargo.

Seção VIIIDa Licença para Acompanhar o Cônjuge

Art. 147. O servidor detentor de cargo de provimento efe vo, estável, terá direito à licença, sem remuneração, para acompanhar o cônjuge, quando este for transferido, independentemente de solicitação própria, para outro ponto do Estado ou do Território Nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato ele vo dos Poderes Execu vo e Legisla vo Federal, estadual ou municipal.

§ 1º A licença será concedida mediante pedido do ser-vidor, devidamente instruído, devendo ser renovada a cada 2 (dois) anos.

§ 2º O período de licença, de que trata este ar go, não será computável como tempo de serviço para qualquer efeito.

§ 3º À mesma licença terá direito o servidor removido que preferir permanecer no domicílio do cônjuge.

Art. 148. O servidor poderá ser lotado, provisoriamente, na hipótese da transferência de que trata o ar go anterior, em repar ção da Administração Estadual Direta, Autárquica ou Fundacional, desde que para o exercício de a vidade compa vel com seu cargo.

Seção IXDa Licença para o Desempenho de Mandato Classista

Art. 149. É assegurado ao servidor o direito à licença para o desempenho de mandato classista em central sindical, em confederação, federação, sindicato, núcleos ou delegacias, associação de classe ou en dade fi scalizadora da profi ssão, de âmbito estadual ou nacional, com a remuneração do cargo efe vo, observado o disposto no ar go 64, inciso XIV, alínea f.

Parágrafo único. A licença de que trata este ar go será concedida nos termos da lei.

Seção XDa Licença-Prêmio por Assiduidade

Art. 150. O servidor que, por um quinquênio ininter-rupto, não se houver afastado do exercício de suas funções terá direito à concessão automá ca de 3 (três) meses de licença-prêmio por assiduidade, com todas as vantagens do cargo, como se nele es vesse em exercício.

§ 1º Para os efeitos deste ar go, não serão considerados interrupção da prestação de serviço os afastamentos previs-tos no ar go 64, incisos I a XV, desta lei.

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§ 2º Nos casos dos afastamentos previstos nos incisos XIV, alínea b e XV do ar go 64, somente poderão ser com-putados, como de efe vo exercício, para os efeitos deste ar go, um período máximo de até 4 (quatro) meses, para tratamento de saúde do servidor e de até 2 (dois) meses por mo vo de doença em pessoa de sua família, tudo por quinquênio de serviço público prestado ao Estado.

Art. 151. A pedido do servidor, a licença-prêmio pode-rá ser:

I – gozada, no todo ou em parcelas não inferiores a 1 (um) mês, com a aprovação da chefi a, considerada a necessidade do serviço;

II – contada em dobro, como tempo de serviço para os efeitos de aposentadoria, avanços e adicionais, vedada a desconversão.

Parágrafo único. Ao entrar em gozo de licença-prêmio, o servidor terá direito, a pedido, a receber a sua remuneração do mês de fruição antecipadamente.

Art. 152. A apuração do tempo de serviço normal, para efeito da formação do quinquênio, gerador do direito da licença-prêmio, será feita na forma do ar go 62 desta lei.

Art. 153. O número de servidores em gozo simultâneo de licença-prêmio não poderá ser superior a 1/3 (um terço) da lotação da respec va unidade administra va de trabalho.

Seção XIDa Licença para Concorrer a

Mandato Público Ele vo e Exercê-lo

Art. 154. O servidor que concorrer a mandato público ele vo será licenciado na forma da legislação eleitoral.

Art. 155. Eleito, o servidor fi cará afastado do exercício do cargo a par r da posse.

Art. 156. Ao servidor inves do em mandato ele vo, aplicam-se as seguintes disposições:

I – tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, fi cará afastado do cargo;

II – inves do no mandato de prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;

III – inves do no mandato de vereador:a) havendo compa bilidade de horário perceberá as

vantagens do seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo ele vo;

b) não havendo compa bilidade de horário, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.

§ 1º No caso de afastamento do cargo, o servidor con -nuará contribuindo para o órgão da previdência e assistência do Estado, como se em exercício es vesse.

§ 2º O servidor inves do em mandato ele vo ou classista não poderá ser removido ou redistribuído ex offi cio para localidade diversa daquela onde exerce o mandato.

Seção XIIDa Licença Especial para Fins de Aposentadoria

Art. 157. Decorridos 30 (trinta) dias da data em que ver sido protocolado o requerimento da aposentadoria,

o servidor será considerado em licença especial remunerada, podendo afastar-se do exercício de suas a vidades, salvo se antes ver sido cien fi cado do indeferimento do pedido.

§ 1º O pedido de aposentadoria de que trata este ar go somente será considerado após terem sido averbados todos os tempos computáveis para esse fi m.

§ 2º O período de duração desta licença será considerado como tempo de efe vo exercício para todos os efeitos legais.

CAPÍTULO VIIDa Aposentadoria

Art. 158. O servidor será aposentado:I – por invalidez permanente, sendo os proventos inte-

grais, quando decorrente de acidente em serviço, molés a profi ssional ou doença grave, contagiosa ou incurável, espe-cifi cadas em lei, e proporcionais nos demais casos;

II – compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de serviço;

III – voluntariamente:a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem,

e aos 30 (trinta), se mulher, com proventos integrais;b) aos 30 (trinta) anos de efe vo exercício em funções de

magistério, se professor, e 25 (vinte e cinco), se professora, com proventos integrais;

c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte e cinco), se mulher, com proventos proporcionais a esse tempo;

d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem e aos 60 (sessenta), se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de serviço.

§ 1º Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incuráveis, a que se refere o inciso I deste ar go, se incapaci-tantes para o exercício da função pública, tuberculose a va, alienação mental, esclerose múl pla, neoplasia maligna, ce-gueira posterior ao ingresso no serviço público, hanseníase, cardiopa a grave, doença de Parkison, paralisia irreversível e incapacitante, espondiloartrose anquilosante, nefropa a grave, estados avançados do mal de Paget (osteíte deforman-te), Síndrome de Imunodefi ciência Adquirida – AIDS, e outros que a lei indicar, com base na medicina especializada.

§ 2º Ao servidor aposentado em decorrência de qualquer das molés as pifi cadas no parágrafo anterior, fi ca vedado o exercício de outra a vidade pública remunerada, sob pena de cassação de sua aposentadoria.

§ 3º Nos casos de exercício de a vidades previstas no ar go 107, a aposentadoria de que trata o inciso III, alíneas a e c, observará o disposto em lei específi ca.

§ 4º Se o servidor for aposentado com menos de 25 (vinte e cinco) anos de serviço e menos de 60 (sessenta) anos de idade, a aposentadoria estará sujeita a confi rmação me-diante nova inspeção de saúde, após o decurso de 24 (vinte e quatro) meses contados da data do ato de aposentadoria.

Art. 159. A aposentadoria de que trata o inciso II do ar go anterior, será automá ca e declarada por ato, com vigência a par r do dia em que o servidor a ngir a idade limite de permanência no serviço a vo.

Art. 160. A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigorará a par r da data da publicação do respec vo ato.

§ 1º A aposentadoria por invalidez será precedida por licença para tratamento de saúde, num período não superior a 24 (vinte e quatro) meses.

§ 2º Expirado o período de licença e não estando em condições de reassumir o exercício do cargo, ou de se proceder à sua readaptação, será o servidor aposentado.

§ 3º O lapso de tempo compreendido entre o término da licença e a publicação do ato da aposentadoria será con-siderado como de prorrogação da licença.

Art. 161. O provento da aposentadoria será revisto na mesma proporção e na mesma data em que se modifi car a remuneração dos servidores em a vidade.

Parágrafo único. São estendidos aos ina vos quaisquer bene cios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em a vidade, inclusive quando decorrente da transformação ou reclassifi cação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria.

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Art. 162. O servidor aposentado com provento propor-cional ao tempo de serviço, se acome do de qualquer das molés as especifi cadas no § 1º do ar go 158, passará a perceber provento integral.

Art. 163. Com prevalência do que conferir maior vanta-gem, quando proporcional ao tempo de serviço, o provento não será inferior:

I – ao salário mínimo, observada a redução da jornada de trabalho a que estava sujeito o servidor;

II – a 1/3 (um terço) da remuneração da a vidade nos demais casos.

Art. 164. O servidor em estágio probatório somente terá direito à aposentadoria quando invalidado por acidente em serviço, agressão não provocada no exercício de suas atri-buições, acome do de molés a profi ssional ou nos casos especifi cados no § 1º do ar go 158 desta lei.

Art. 165. As disposições relativas à aposentadoria aplicam-se ao servidor nomeado em comissão, o qual contar com mais de 5 (cinco) anos de efe vo e ininterrupto exercício em cargos de provimento dessa natureza.

Parágrafo único. Aplicam-se as disposições deste ar -go, independentemente de tempo de serviço, ao servidor provido em comissão, quer tular de cargo de provimento efe vo, quer não, quando invalidado em consequência das molés as enumeradas no § 1º do ar go 158, desde que tenha se subme do, antes do seu ingresso ou retorno ao serviço público, à inspeção médica prevista nesta lei, para provimento de cargos públicos em geral.

Art. 166. O servidor, vinculado à previdência social federal, que não ver nesta feito jus ao bene cio da apo-sentadoria, será aposentado pelo Estado, na forma garan da por esta lei, permanecendo como segurado obrigatório daquele órgão previdenciário, até a implementação das condições de aposentadoria, caso em que caberá ao Estado pagar somente a diferença, se houver.

CAPÍTULO VIIIDo Direito de Pe ção

Art. 167. É assegurado ao servidor o direito de requerer, pedir reconsideração, recorrer e de representar, em defesa de direito ou legí mo interesse próprio.

Art. 168. O requerimento será dirigido à autoridade com-petente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daque-la a que es ver imediatamente subordinado o requerente.

Art. 169. Cabe pedido de reconsideração, que não poderá ser renovado, à autoridade que houver prolatado o despacho, proferido a primeira decisão ou pra cado o ato.

§ 1º O pedido de reconsideração deverá conter novos argumentos ou provas susce veis de reformar o despacho, a decisão ou o ato.

§ 2º O pedido de reconsideração deverá ser decidido dentro de 30 (trinta) dias.

Art. 170. Caberá recurso, como úl ma instância admi-nistra va, do indeferimento do pedido de reconsideração.

§ 1º O recurso será dirigido à autoridade que ver proferido a decisão ou expedido o ato.

§ 2º O recurso será encaminhado por intermédio da autoridade a que es ver imediatamente subordinado o requerente.

§ 3º Terá caráter de recurso, o pedido de reconsideração, quando o prolator do despacho, decisão ou ato, houver sido o Governador.

§ 4º A decisão sobre qualquer recurso será dada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias.

Art. 171. O prazo para interposição de pedido de re-consideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, contados a par r da data da publicação da decisão recorrida ou da data da ciência, pelo interessado, quando o despacho não for publicado.

Parágrafo único. Em caso de provimento de pedido de reconsideração ou de recurso, o efeito da decisão retroagirá à data do ato impugnado.

Art. 172. O direito de requerer prescreve em:I – 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e cassa-

ção de aposentadoria ou de disponibilidade, ou que afetem interesses patrimoniais e créditos resultantes das relações de trabalho;

II – 120 (cento e vinte) dias nos demais casos, salvo quan-do, por prescrição legal, for fi xado outro prazo.

§ 1º O prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado.

§ 2º O pedido de reconsideração e o de recurso, quando cabíveis, interrompem a prescrição administra va.

Art. 173. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada pela Administração.

Art. 174. A representação será dirigida ao chefe imediato do servidor que, se a solução não for de sua alçada, a enca-minhará a quem de direito.

§ 1º Se não for dado andamento à representação, dentro do prazo de 5 (cinco) dias, poderá o servidor dirigi-la direta e sucessivamente às chefi as superiores.

§ 2º A representação está isenta de pagamento de taxa de expediente.

Art. 175. Para o exercício do direito de pe ção é as-segurada vista do processo ou documento, na repar ção, ao servidor ou a procurador por ele cons tuído.

Art. 176. São fatais e improrrogáveis os prazos estabeleci-dos neste capítulo, salvo mo vo de força maior, devidamente comprovado.

Parágrafo único. Entende-se por força maior, para efeitos do ar go, a ocorrência de fatos impedi vos da vontade do interessado ou da autoridade competente para decidir.

TÍTULO IVDO REGIME DISCIPLINAR

CAPÍTULO IDos Deveres do Servidor

Art. 177. São deveres do servidor:I – ser assíduo e pontual ao serviço;II – tratar com urbanidade as partes, atendendo-as sem

preferências pessoais;III – desempenhar com zelo e presteza os encargos que

lhe forem incumbidos, dentro de suas atribuições;IV – ser leal às ins tuições a que servir;V – observar as normas legais e regulamentares;VI – cumprir as ordens superiores, exceto quando ma-

nifestamente ilegais;VII – manter conduta compatível com a moralidade

administra va;VIII – atender com presteza:a) o público em geral, prestando as informações

requeridas que es verem a seu alcance, ressalvadas as protegidas por sigilo;

b) à expedição de cer dões requeridas, para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal;

c) às requisições para defesa da Fazenda Pública;

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IX – representar ou levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que ver conhecimento, no órgão em que servir, em razão das atribuições do seu cargo;

X – zelar pela economia do material que lhe for confi ado e pela conservação do patrimônio público;

XI – observar as normas de segurança e medicina do trabalho estabelecidas, bem como o uso obrigatório dos equipamentos de proteção individual (EPI) que lhe forem confi ados;

XII – providenciar para que esteja sempre em dia no seu assentamento individual, seu endereço residencial e sua declaração de família;

XIII – manter espírito de cooperação com os colegas de trabalho;

XIV – representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.

§ 1º A representação de que trata o inciso XIV será en-caminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa.

§ 2º Será considerado como co-autor o superior hie-rárquico que, recebendo denúncia ou representação a res-peito de irregularidades no serviço ou de falta come da por servidor, seu subordinado, deixar de tomar as providências necessárias a sua apuração.

CAPÍTULO IIDas Proibições

Art. 178. Ao servidor é proibido:I – referir-se, de modo deprecia vo, em informação, pa-

recer ou despacho, às autoridades e a atos da administração pública estadual, podendo, porém, em trabalho assinado, cri cá-los do ponto de vista doutrinário ou da organização do serviço;

II – re rar, modifi car ou subs tuir, sem prévia permissão da autoridade competente, qualquer documento ou objeto existente na repar ção;

III – ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato;

IV – ingerir bebidas alcoólicas durante o horário de tra-balho ou drogar-se, bem como apresentar-se em estado de embriaguez ou drogado ao serviço;

V – atender pessoas na repar ção para tratar de interes-ses par culares, em prejuízo de suas a vidades;

VI – par cipar de atos de sabotagem contra o serviço público;

VII – entregar-se a a vidades polí co-par dárias nas horas e locais de trabalho;

VIII – opor resistência injus fi cada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço;

IX – promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repar ção;

X – exercer ou permi r que subordinado seu exerça atribuições diferentes das defi nidas em lei ou regulamento como próprias do cargo ou função, ressalvados os encargos de chefi a e as comissões legais;

XI – celebrar contrato de natureza comercial, industrial ou civil de caráter oneroso, com o Estado, por si ou como representante de outrem;

XII – par cipar de gerência ou administração de empresa privada, de sociedade civil ou exercer comércio, exceto na qualidade de acionista, co sta ou comanditário, salvo quando se tratar de função de confi ança de empresa, da qual par ci-pe o Estado, caso em que o servidor será considerado como exercendo cargo em comissão;

XIII – exercer, mesmo fora do horário de expediente, emprego ou função em empresa, estabelecimento ou ins- tuição que tenha relações industriais com o Estado em

matéria que se relacione com a fi nalidade da repar ção em que esteja lotado;

XIV – manter sob sua chefi a imediata, em cargo ou função de confi ança, cônjuge ou parente até o segundo grau civil, ressalvado o disposto no ar go 267;

XV – cometer, a pessoas estranhas à repar ção, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de encargos que compe rem a si ou a seus subordinados;

XVI – coagir ou aliciar subordinados no sentido de fi liarem-se à associação profi ssional ou sindical, ou com obje vos polí co-par dários;

XVII – u lizar pessoal ou recursos materiais da repar ção em a vidades par culares ou polí cas;

XVIII – pra car usura, sob qualquer das suas formas;XIX – aceitar representação, comissão, emprego ou pen-

são de país estrangeiro;XX – valer-se do cargo ou função para lograr proveito

pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade do serviço público;

XXI – atuar, como procurador, ou intermediário junto a repar ção pública, salvo quando se tratar de bene cios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau e do cônjuge;

XXII – receber propinas, comissões, presentes ou van-tagens de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;

XXIII – valer-se da condição de servidor para desempe-nhar a vidades estranhas às suas funções ou para lograr, direta ou indiretamente, qualquer proveito;

XXIV – proceder de forma desidiosa;XXV – exercer quaisquer a vidades que sejam incompa-

veis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho.

§ 1º Não está compreendida na proibição dos incisos XII e XIII deste ar go a par cipação do servidor na presidência de associação, na direção ou gerência de coopera vas e en dades de classe, ou como sócio.

§ 2º Na hipótese de violação do disposto no inciso IV, por comprovado mo vo de dependência, o servidor deverá, obrigatoriamente, ser encaminhado a tratamento médico especializado.

CAPÍTULO IIIDa Acumulação

Art. 179. É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, excetuadas as hipóteses previstas em disposi vo cons tucional.

Art. 180. A proibição de acumular estende-se a empre-gos e funções e abrange autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações man das pelo Poder Público.

Art. 181. (Vetado)Art. 182. (Vetado)Parágrafo único. (Vetado)

CAPÍTULO IVDas Responsabilidades

Art. 183. Pelo exercício irregular de suas atribuições, o servidor responde civil, penal e administra vamente.

Art. 184. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que importe em prejuízo à Fazenda Estadual ou a terceiros.

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§ 1º A indenização de prejuízo causado ao erário somente será liquidada na forma prevista no ar go 82, na falta de outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial.

§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responde-rá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva.

§ 3º A responsabilidade penal abrange os crimes e con-travenções imputadas ao servidor nesta qualidade.

Art. 185. A responsabilidade civil-administra va resulta de ato omissivo ou comissivo pra cado no desempenho do cargo ou função.

Art. 186. As sanções civis, penais e administra vas pode-rão acumular-se, sendo umas e outras independentes entre si, assim como as instâncias civil, penal e administra va.

CAPÍTULO VDas Penalidades

Art. 187. São penas disciplinares:I – repreensão;II – suspensão e multa;III – demissão;IV – cassação de disponibilidade;V – cassação de aposentadoria;§ 1º Na aplicação das penas disciplinares, serão con-

sideradas a natureza e a gravidade da infração e os danos delas resultantes para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais.

§ 2º Quando se tratar de falta funcional que, por sua natureza e reduzida gravidade, não demande aplicação das penas previstas neste ar go, será o servidor adver do par cular e verbalmente.

Art. 188. A repreensão será aplicada por escrito, na falta do cumprimento do dever funcional ou quando ocorrer procedimento público inconveniente.

Art. 189. A suspensão, que não poderá exceder a 90 (noventa) dias, implicará a perda de todas as vantagens e direitos decorrentes do exercício do cargo e aplicar-se-á ao servidor:

I – na violação das proibições consignadas nesta lei;II – nos casos de reincidência em infração já punida com

repreensão;III – quando a infração for intencional ou se reves r de

gravidade;IV – como gradação de penalidade mais grave, tendo em

vista circunstância atenuante;V – que atestar falsamente a prestação de serviço, bem

como propuser, permi r, ou receber a retribuição corres-pondente a trabalho não realizado;

VI – que se recusar, sem justo mo vo, à prestação de serviço extraordinário;

VII – responsável pelo retardamento em processo su-mário;

VIII – que deixar de atender no fi cação para prestar depoimento em processo disciplinar;

IX – que, injus fi cadamente, se recusar a ser subme do à inspeção médica determinada pela autoridade competen-te, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação.

§ 1º A suspensão não será aplicada enquanto o servidor es ver afastado por mo vo de gozo de férias regulamen-tares ou em licença por qualquer dos mo vos previstos no ar go 128.

§ 2º Quando houver conveniência para o serviço, a pena de suspensão poderá ser convertida em multa na base de 50% (cinquenta por cento) por dia de remuneração, obrigando-se o servidor a permanecer em exercício durante o cumprimento da pena.

§ 3º Os efeitos da conversão da suspensão em multa não serão alterados, mesmo que ao servidor seja assegurado afastamento legal remunerado durante o respec vo período.

§ 4º A multa não acarretará prejuízo na contagem do tempo de serviço, exceto para fi ns de concessão de avanços, gra fi cações adicionais de 15% (quinze por cento) e 25% (vinte e cinco por cento) e licença-prêmio.

Art. 190. Os registros funcionais de advertência, repreen-são, suspensão e multa serão automa camente cancelados após 10 (dez) anos, desde que, neste período, o servidor não tenha pra cado nenhuma nova infração.

Parágrafo único. O cancelamento do registro, na forma deste ar go, não gerará nenhum direito para fi ns de conces-são ou revisão de vantagens.

Art. 191. O servidor será punido com pena de demissão nas hipóteses de:

I – inefi ciência ou falta de ap dão para o serviço, quando verifi cada a impossibilidade de readaptação;

II – indisciplina ou insubordinação grave ou reiterada;III – ofensa sica contra qualquer pessoa, come da em

serviço, salvo em legí ma defesa própria ou de terceiros;IV – abandono de cargo em decorrência de mais de 30

(trinta) faltas consecu vas;V – ausências excessivas ao serviço em número superior

a 60 (sessenta) dias, intercalados, durante um ano;VI – improbidade administra va;VII – transgressão de quaisquer proibições dos incisos

XVII a XXIV do ar go 178, considerada a sua gravidade, efeito ou reincidência;

VIII – falta de exação no desempenho das atribuições, de tal gravidade que resulte em lesões pessoais ou danos de monta;

IX – incon nência pública e conduta escandalosa na repar ção;

X – acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;

XI – aplicação irregular de dinheiro público;XII – reincidência na transgressão prevista no inciso V

do ar go 189;XIII – lesão aos cofres públicos e dilapidação do patri-

mônio estadual;XIV – revelação de segredo, do qual se apropriou em

razão do cargo, ou de fato ou informação de natureza sigi-losa de que tenha conhecimento, salvo quando se tratar de depoimento em processo judicial, policial ou administra -vo-disciplinar;

XV – corrupção passiva nos termos da lei penal;XVI – exercer advocacia administra va;XVII – prá ca de outros crimes contra a administração

pública.Parágrafo único. A demissão será aplicada, também,

ao servidor que, condenado por decisão judicial transitada em julgado, incorrer na perda da função pública na forma da lei penal.

Art. 192. O ato que demi r o servidor mencionará sem-pre o disposi vo legal em que se fundamentar.

Art. 193. Atendendo à gravidade da falta, a demissão poderá ser aplicada com a nota a bem do serviço público, a qual constará sempre no ato de demissão fundamentado nos incisos X a XIV do ar go 191.

Art. 194. Uma vez subme do a inquérito administra vo, o servidor só poderá ser exonerado, a pedido, ou aposentado voluntariamente, depois da conclusão do processo, no qual tenha sido reconhecida sua inocência.

Parágrafo único. Excetua-se do disposto neste ar go o servidor estável processado por abandono de cargo ou por ausências excessivas ao serviço.

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Art. 195. Será cassada a aposentadoria ou a disponibili-dade do servidor que:

I – houver pra cado, na a vidade, falta punível com a pena de demissão;

II – infringir a vedação prevista no § 2º do ar go 158; III – incorrer na hipótese do ar go 53.Art. 196. Para a aplicação das penas disciplinares são

competentes:I – o Governador do Estado em qualquer caso;II – os Secretários de Estado, dirigentes de autarquias e

de fundações de direito público e os tulares de órgãos di-retamente subordinados ao Governador, até a de suspensão e multa limitada ao máximo de 30 (trinta) dias;

III – os tulares de órgãos diretamente subordinados aos Secretários de Estado, dirigentes de autarquias e de fundações de direito público até suspensão por 10 (dez) dias;

IV – os tulares de órgãos em nível de supervisão e co-ordenação, até suspensão por 5 (cinco) dias;

V – as demais chefi as, em caso de repreensão.Art. 197. A ação disciplinar prescreverá em:I – 6 (seis) meses, quanto à repreensão;II – 12 (doze) meses, nos casos de suspensão ou multa;III – 18 (dezoito) meses, por abandono de cargo ou faltas

sucessivas ao serviço;IV – 24 (vinte e quatro) meses, quanto às infrações pu-

níveis com cassação de aposentadoria ou disponibilidade, e demissão.

§ 1º O prazo de prescrição começa a fl uir a par r da data do conhecimento do ato por superior hierárquico.

§ 2º Quando as faltas cons tuírem, também, crime ou contravenção, a prescrição será regulada pela lei penal.

TÍTULO VDO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

CAPÍTULO IDas Disposições Gerais

Art. 198. A autoridade que ver ciência de irregularida-de no serviço público estadual ou prá ca de infração funcio-nal é obrigada a promover sua apuração imediata, mediante meios sumários ou processo administra vo disciplinar, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de se tornar co-responsável, assegurada ampla defesa ao acusado.

Art. 199. As denúncias sobre irregularidades serão ob-jeto de averiguação, desde que contenham a iden dade do denunciante e sejam formuladas por escrito, para fi ns de confi rmação da auten cidade.

Parágrafo único. Quando o fato narrado não confi gurar evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia de-verá ser arquivada por falta de objeto material passível de ensejar qualquer punição consignada nesta lei.

Art. 200. As irregularidades e as infrações funcionais serão apuradas por meio de:

I – sindicância, quando os dados forem insufi cientes para sua determinação ou para apontar o servidor faltoso ou, sendo este determinado, não for a falta confessada, documentalmente provada ou manifestamente evidente;

II – inquérito administra vo, quando a gravidade da ação ou omissão torne o autor passível das penas disciplinares de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, demissão, cassação de aposentadoria ou de disponibilidade, ou ainda, quando na sindicância fi car comprovada a ocorrência de irregularidades ou falta funcional grave, mesmo sem indicação de autoria.

CAPÍTULO IIDa Sindicância

Art. 201. Toda autoridade estadual é competente para, no âmbito da jurisdição do órgão sob sua chefi a, determinar a realização de sindicância, de forma sumária, a qual deverá ser concluída no prazo máximo de 30 (trinta) dias úteis, podendo ser prorrogado por até igual período.

§ 1º A sindicância será sempre come da a servidor de hierarquia igual ou superior à do implicado, se houver.

§ 2º O sindicante desenvolverá o encargo em tempo integral, fi cando dispensado de suas atribuições normais até a apresentação do relatório fi nal, no prazo estabelecido neste ar go.

Art. 202. O sindicante efetuará diligências necessárias ao esclarecimento da ocorrência e indicação do responsá-vel, ouvido, preliminarmente, o autor da representação e o servidor implicado, se houver.

§ 1º Reunidos os elementos coletados, o sindicante tra-duzirá no relatório as suas conclusões gerais, indicando, se possível, o provável culpado, qual a irregularidade ou trans-gressão pra cada e o seu enquadramento nas disposições da lei reguladora da matéria.

§ 2º Somente poderá ser sugerida a instauração de in-quérito administra vo quando, comprovadamente, os fatos apurados na sindicância a tal conduzirem, na forma do inciso II do ar go 200.

§ 3º Se a sindicância concluir pela culpabilidade do servi-dor, será este no fi cado para apresentar defesa, querendo, no prazo de 3 (três) dias úteis.

Art. 203. A autoridade, de posse do relatório do sindican-te, acompanhado dos elementos que instruírem o processo, decidirá pelo arquivamento do processo, pela aplicação da penalidade cabível de sua competência, ou pela instauração de inquérito administra vo, se es ver na sua alçada.

Parágrafo único. Quando a aplicação da penalidade ou a instauração de inquérito for de autoridade de outra alçada ou competência, a esta deverá ser encaminhada a sindicância para apreciação das medidas propostas.

CAPÍTULO IIIDo Afastamento Preven vo

Art. 204. Como medida cautelar e a fi m de que o servidor não venha a infl uir na apuração da irregularidade ou infração funcional, a autoridade instauradora do processo administra- vo disciplinar poderá determinar o afastamento preven vo

do exercício das a vidades do seu cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração.

Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por igual período, fi ndo o qual cessarão defi ni vamente os seus efeitos, mesmo que o processo administra vo discipli-nar ainda não tenha sido concluído.

CAPÍTULO IVDo Processo Administra vo Disciplinar em Espécie

Art. 205. O processo administra vo disciplinar é o instrumento u lizado no Estado para apurar responsabi-lidade de servidor por irregularidade ou infração pra cada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação direta com o exercício do cargo em que se encontre efe vamente inves do.

Art. 206. O processo administra vo disciplinar será con-duzido por comissão composta de 3 (três) servidores estáveis, com formação superior, sendo pelo menos um com tulação em Ciências Jurídicas e Sociais, designados pela autoridade competente, que indicará, dentre eles, o seu presidente.

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§ 1º O presidente da comissão designará, para secretariá-la, um servidor que não poderá ser escolhido entre os componentes da mesma.

§ 2º (Vetado)§ 3º Não poderá integrar a comissão, nem exercer a

função de secretário, o servidor que tenha feito a denúncia de que resultar o processo disciplinar, bem como o cônjuge ou parente do acusado, consanguíneo ou afi m, em linha reta ou colateral, até 3º grau.

Art. 207. A comissão exercerá suas a vidades com inde-pendência e imparcialidade, assegurando o sigilo absoluto e necessário à elucidação do fato, ou exigido pelo interesse da Administração.

Parágrafo único. As reuniões e as audiências das comis-sões terão caráter reservado.

Art. 208. O servidor poderá fazer parte, simultaneamen-te, de mais de uma comissão, podendo esta ser incumbida de mais de um processo disciplinar.

Art. 209. O membro da comissão ou o servidor designado para secretariá-la não poderá fazer parte do processo na qualidade de testemunha, tanto da acusação como da defesa.

Art. 210. A comissão somente poderá deliberar com a presença absoluta de todos os seus membros.

Parágrafo único. A ausência, sem mo vo jus fi cado, por mais de duas sessões, de qualquer dos membros da comissão ou de seu secretário, determinará, de imediato, a subs -tuição do faltoso, sem prejuízo de ser passível de punição disciplinar por falta de cumprimento do dever funcional.

Art. 211. O processo administra vo disciplinar se desen-volverá, necessariamente, nas seguintes fases:

I – instauração, ocorrendo a par r do ato que cons tuir a comissão;

II – processo administra vo disciplinar, propriamente dito, compreendendo a instrução, defesa e relatório;

III – julgamento.Art. 212. O prazo para a conclusão do processo adminis-

tra vo disciplinar não poderá exceder a 60 (sessenta) dias, contados da data da publicação do ato que cons tuir a comis-são, admi da a sua prorrogação por igual período, quando as circunstâncias de cunho excepcional assim o exigirem.

§ 1º Sempre que necessário, a comissão desenvolverá seus trabalhos em tempo integral, fi cando seus membros e respec vo secretário, dispensados de suas a vidades nor-mais, até a entrega do relatório fi nal.

§ 2º As reuniões da comissão serão registradas em atas, detalhando as deliberações adotadas.

Art. 213. O processo administra vo disciplinar, instau-rado pela autoridade competente para aplicar a pena disci-plinar, deverá ser iniciado no prazo de 5 (cinco) dias úteis, contados da data em que for publicada a designação dos membros da comissão.

Art. 214. Todos os termos lavrados pelo secretário da co-missão, tais como, autuação, juntada, in mação, conclusão, data, vista, recebimento de cer dões, compromissos, terão formas processuais, resumindo-se tanto quanto possível.

Art. 215. Será feita por ordem cronológica de apresenta-ção toda e qualquer juntada aos autos, devendo o presidente rubricar as folhas acrescidas.

Art. 216. Figurará sempre, nos autos do processo, a folha de antecedentes do indiciado.

Art. 217. No processo administra vo disciplinar, po-derá ser arguida suspeição, que se regerá pelas normas da legislação comum.

Art. 218. Quando ao servidor se imputar crime pra cado na esfera administra va, a autoridade que determinar a instauração do processo administra vo disciplinar provi-denciará para que se instaure, simultaneamente, o inquérito policial.

Parágrafo único. Idên co procedimento compete à au-toridade policial quando se tratar de crime pra cado fora da esfera administra va.

Art. 219. As autoridades administra vas e policiais se auxiliarão, mutuamente, para que ambos os inquéritos se concluam dentro dos prazos fi xados nesta lei.

Art. 220. A absolvição do processo crime, a que for sub-me do o servidor, não implicará na permanência ou retorno do mesmo ao serviço público se, em processo administra vo disciplinar regular, ver sido demi do em virtude de prá ca de atos que o inabilitem moralmente para aquele serviço.

Art. 221. Acarretarão a nulidade do processo:a) a determinação de instauração por autoridade in-

competente;b) a falta de citação ou no fi cação, na forma determinada

nesta lei;c) qualquer restrição à defesa do indiciado;d) a recusa injus fi cada de promover a realização de

perícias ou quaisquer outras diligências convenientes ao esclarecimento do processo;

e) os atos da comissão pra cados apenas por um dos seus membros;

f) acréscimos ao processo depois de elaborado o rela-tório da comissão sem nova vista ao indiciado;

g) rasuras e emendas não ressalvadas em parte substan-cial do processo.

Art. 222. As irregularidades processuais que não cons- tuírem vícios substanciais insanáveis, susce veis de infl u-

írem na apuração da verdade ou decisão do processo, não determinarão a sua nulidade.

Art. 223. A nulidade poderá ser arguida durante ou após a formação da culpa, devendo fundar-se a sua arguição em texto legal, sob pena de ser considerada inexistente.

CAPÍTULO VDo Inquérito Administra vo

Seção IDas Disposições Gerais

Art. 224. O inquérito administrativo obedecerá ao princípio do contraditório, assegurada ao acusado ampla defesa, com a u lização de todos os meios de prova em direito admi dos, podendo as mesmas serem produzidasex offi cio, pelo denunciante ou pelo acusado, se houver, ou a requerimento da parte com legi midade para tanto.

Art. 225. Quando o inquérito administra vo for prece-dido de sindicância, o relatório desta integrará a instrução do processo como peça informa va.

Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da sindicância concluir que a infração pra cada consta capitulada como ilícito penal, a autoridade competente providenciará no encaminhamento de cópias dos autos ao Ministério Público, independentemente da imediata instauração do processo disciplinar.

Art. 226. Na fase do inquérito, a comissão promoverá a tomada de depoimentos, acareações, inves gações e dili-gências cabíveis, obje vando a coleta de provas, recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de modo a permi r a completa elucidação dos fatos.

§ 1º A designação dos peritos deverá obedecer ao critério da capacidade técnica especializada, observadas as provas de habilitação estabelecidas em lei, e só poderá recair em pessoas estranhas ao serviço público estadual, na falta de servidores aptos a prestarem assessoramento técnico.

§ 2º Para os exames de laboratório, porventura ne-cessários, recorrer-se-á aos estabelecimentos par culares

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somente quando inexis rem ofi ciais ou quando os laudos forem insa sfatórios ou incompletos.

Art. 227. É assegurado ao servidor o direito de acom-panhar o processo pessoalmente ou por intermédio de procurador habilitado, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular quesitos, quando se tratar de provas periciais.

§ 1º Só será admi da a intervenção de procurador, no processo disciplinar, após a apresentação do respec vo mandato, reves do das formalidades legais.

§ 2º O presidente da comissão poderá denegar pedidos considerados imper nentes, meramente protelatórios, ou de nenhum interesse para os esclarecimentos dos fatos.

§ 3º Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a comprovação do fato independer de conhecimentos espe-cializados de peritos.

Seção IIDos Atos e Termos Processuais

Art. 228. O presidente da comissão, ao instalar os trabalhos, autuará portaria e demais peças existentes e designará dia, hora e local para a audiência inicial, citando o indiciado, se houver, para interrogatório e acompanhamento do processo.

§ 1º A citação do indiciado será feita, pessoalmente ou por via postal, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias úteis da data marcada para audiência, e conterá dia, hora, local, sua qualifi cação e a pifi cação da infração que lhe é imputada.

§ 2º Caso o indiciado se recuse a receber a citação, de-verá o fato ser cer fi cado, à vista de, no mínimo, 2 (duas) testemunhas.

§ 3º Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, a citação será feita por edital, publicada no órgão ofi cial por 3 (três) vezes, com prazo de 15 (quinze) dias úteis, contados a par r da primeira publicação, juntando-se comprovante ao processo.

§ 4º Quando houver fundada suspeita de ocultação do indiciado, proceder-se-á à citação por hora certa, na forma dos arts. 227 a 229 do Código de Processo Civil.

§ 5º Estando o indiciado afastado do seu domicílio e conhecido o seu endereço em outra localidade, a citação será feita por via postal, em carta registrada, juntando-se ao processo o comprovante do registro e o aviso de rece-bimento.

§ 6º A citação pessoal, as in mações e as no fi cações serão feitas pelo secretário da comissão, apresentando ao des natário o instrumento correspondente em duas vias para que, retendo uma delas, passe recibo devidamente datado na outra.

§ 7º Quando o indiciado comparecer voluntariamente junto à comissão, será dado como citado.

§ 8º Não havendo indiciado, a comissão in mará as pessoas, servidores, ou não, que, presumivelmente, possam esclarecer a ocorrência, objeto do inquérito.

Art. 229. Na hipótese de a comissão entender que os elementos do processo são insufi cientes para bem caracte-rizar a ocorrência, poderá ouvir previamente a ví ma ou o denunciante da irregularidade ou infração funcional.

Art. 230. Feita a citação e não comparecendo o indiciado, o processo prosseguirá à revelia, com defensor da vo desig-nado pelo presidente da comissão, procedendo-se da mesma forma com relação ao que se encontre em lugar incerto e não sabido ou afastado da localidade de seu domicílio.

Art. 231. O indiciado tem o direito, pessoalmente ou por intermédio de defensor, a assis r aos atos probatórios que

se realizarem perante a comissão, requerendo medidas que julgar convenientes.

Parágrafo único. O indiciado poderá requerer ao presi-dente da comissão a designação de defensor da vo, caso não o possuir.

Art. 232. O indiciado, dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis após o interrogatório, poderá requerer diligência, produzir prova documental e arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito).

§ 1º Se as testemunhas de defesa não forem encontra-das e o indiciado, dentro do prazo de 3 (três) dias úteis, não indicar outras em subs tuição, prosseguir-se-á nos demais termos do processo.

§ 2º No caso de mais de um indiciado, cada um deles será ouvido separadamente, podendo ser promovida acareação, sempre que divergirem em suas declarações.

Art. 233. As testemunhas serão in madas a depor mediante mandado expedido pelo presidente da comis-são, devendo apor seus cientes na segunda via, a qual será anexada ao processo.

Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público, a expedição do mandado será reme da ao chefe da repar -ção onde servir, com a indicação do dia, hora e local em que procederá à inquirição.

Art. 234. Serão assegurados transporte e diárias:I – ao servidor convocado para prestar depoimento, fora

da sede de sua repar ção, na condição de denunciante, indiciado ou testemunha;

II – aos membros da comissão e ao secretário da mesma, quando obrigados a se deslocarem da sede dos trabalhos para a realização de missão essencial ao esclarecimento dos fatos.

Art. 235. O depoimento será prestado oralmente e reduzido a termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito, sendo-lhe, porém, facultada breve consulta a apontamentos.

§ 1º As testemunhas serão inquiridas separadamente, se possível no mesmo dia, ouvindo-se previamente, as apresen-tadas pelo denunciante; a seguir, as indicadas pela comissão e, por úl mo, as arroladas pelo indiciado.

§ 2º Na hipótese de depoimentos contraditórios ou di-vergentes entre si, proceder-se-á à acareação dos depoentes.

§ 3º Antes de depor, a testemunha será qualifi cada, de-clarando o nome, estado civil, profi ssão, se é parente, e em que grau, de alguma das partes, ou quais suas relações com qualquer delas.

Art. 236. Ao ser inquirida uma testemunha, as demais não poderão estar presentes, a fi m de evitar-se que uma ouça o depoimento da outra.

Art. 237. O procurador do acusado poderá assis r ao interrogatório, bem como à inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e respostas, facultando-se-lhe, porém, reinquiri-las, por intermédio do presidente da comissão.

Art. 238. A testemunha somente poderá eximir-se de depor nos casos previstos em lei penal.

§ 1º Se arrolados como testemunha, o Governador do Estado, os Secretários, os dirigentes máximos de autar-quias, bem como outras autoridades federais, estaduais ou municipais de níveis hierárquicos a eles assemelhados, o depoimento será colhido em dia, hora e local previamente ajustados entre o presidente da comissão e a autoridade.

§ 2º Os servidores estaduais arrolados como teste-munhas serão requisitados junto às respec vas chefi as e, os federais e os municipais, bem como os militares, serão no fi cados por intermédio das repar ções ou unidades a que servirem.

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§ 3º No caso em que as pessoas estranhas ao serviço público se recusem a depor perante a comissão, o presi-dente poderá solicitar à autoridade policial competente, providências no sen do de serem elas ouvidas na polícia, encaminhando, para tanto, àquela autoridade, a matéria reduzida a itens, sobre a qual devam ser ouvidas.

Art. 239. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado, a comissão proporá à autoridade competente que ele seja subme do a exame por junta médica ofi cial, da qual par cipe, pelo menos, um médico psiquiatra.

Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será processado em autos apartados e apensos ao processo principal, após expedição do laudo pericial.

Art. 240. O indiciado que mudar de residência fi ca obri-gado a comunicar à comissão o local onde será encontrado.

Art. 241. Durante o curso do processo, a comissão pro-moverá as diligências que se fi zerem necessárias à elucida-ção do objeto do inquérito, podendo, inclusive, recorrer a técnicos e peritos.

Parágrafo único. Os órgãos estaduais atenderão com prioridade às solicitações da comissão.

Art. 242. Compete à comissão tomar conhecimento de novas imputações que surgirem, durante o curso do pro-cesso, contra o indiciado, caso em que este poderá produzir novas provas obje vando sua defesa.

Art. 243. Na formação material do processo, todos os termos lavrados pelo secretário terão forma sucinta e, quando possível, padronizada.

§ 1º A juntada de documentos será feita pela ordem cronológica de apresentação mediante despacho do presi-dente da comissão.

§ 2º A cópia da fi cha funcional deverá integrar o processo desde a indiciação do servidor, bem como, após despacho do presidente, o mandato, reves do das formalidades legais que permita a intervenção de procurador, se for o caso.

Art. 244. Ul mada a instrução do processo, in mar-se-á o indiciado, ou seu defensor legalmente cons tuído, para, no prazo de 10 (dez) dias, contados da data da in mação, apresentar defesa por escrito, sendo-lhe facultada vista aos autos na forma da lei.

§ 1º Havendo 2 (dois) ou mais indiciados, o prazo será comum e de 20 (vinte) dias.

§ 2º O prazo de defesa, excepcionalmente, poderá ser suprimido, a critério da comissão, quando esta a julgar desnecessária, face à inconteste comprovação da inocência do indiciado.

Art. 245. Esgotado o prazo de defesa, a comissão apresentará, dentro de 10 (dez) dias, minucioso relatório, resumindo as peças essenciais dos autos e mencionando as provas principais em que se baseou para formular sua convicção.

§ 1º O relatório será sempre conclusivo quanto à inocên-cia ou à responsabilidade do sindicado.

§ 2º Se a defesa ver sido dispensada ou apresenta-da antes da fl uência do prazo, contar-se-á o des nado à feitura do relatório a par r do dia seguinte ao da dispensa da apresentação.

§ 3º No relatório, a comissão apreciará em relação a cada indiciado, separadamente, as irregularidades, objeto de acusação, as provas que instruírem o processo e as razões de defesa, propondo, jus fi cadamente, a absolvição ou a punição, sugerindo, nesse caso, a pena que couber.

§ 4º Deverá, também, a comissão, em seu relatório, sugerir providências tendentes a evitar a reprodução de

fatos semelhantes ao que originou o processo, bem como quaisquer outras que lhe pareçam de interesse do serviço público estadual.

Art. 246. O relatório da comissão será encaminhado à autoridade que determinou a sua instauração para aprecia-ção fi nal no prazo de 30 (trinta) dias.

§ 1º Apresentado o relatório, a comissão fi cará à dispo-sição da autoridade que houver instaurado o inquérito para qualquer esclarecimento ou providência julgada necessária.

§ 2º Quando não for da alçada da autoridade a aplicação das penalidades e das providências indicadas, estas serão propostas a quem de direito compe r, no prazo marcado para julgamento.

§ 3º Na hipótese do parágrafo anterior, o prazo para julgamento fi nal será de 20 (vinte) dias.

§ 4º A autoridade julgadora promoverá a publicação em órgão ofi cial, no prazo de 8 (oito) dias, da decisão que profe-rir, expedirá os atos decorrentes do julgamento e determinará as providências necessárias a sua execução.

§ 5º Cumprido o disposto no parágrafo anterior, dar-se-á ciência da solução do processo ao autor da representação e à comissão, procedendo-se, após, ao seu arquivamento.

§ 6º Se o processo não for encaminhado à autoridade competente no prazo de 30 (trinta) dias, ou julgado no prazo determinado no § 3º, o indiciado poderá reassumir, automa camente, o exercício do seu cargo, onde aguardará o julgamento.

CAPÍTULO VIDo Processo por Abandono de Cargo ou

por Ausências Excessivas ao Serviço

Art. 247. É dever do chefe imediato conhecer os mo vos que levam o servidor a faltar consecu va e frequentemente ao serviço.

Parágrafo único. Constatadas as primeiras faltas, deverá o chefe imediato, sob pena de se tornar co-responsável, comunicar o fato ao órgão de apoio administra vo da repar- ção que promoverá as diligências necessárias à apuração

da ocorrência.Art. 248. Quando o número de faltas não jus fi cadas

ultrapassar a 30 (trinta) consecu vas ou 60 (sessenta) in-tercaladas durante um ano, a repar ção onde o servidor es ver em exercício promoverá sindicância e, à vista do resultado nela colhido, proporá:

I – a solução, se fi car provada a existência de força maior, coação ilegal ou circunstância ligada ao estado sico ou psíquico do servidor, que contribua para não caracterizar o abandono do cargo ou que possa determinar a jus fi ca-bilidade das faltas;

II – a instauração de inquérito administra vo se inexis- rem provas das situações mencionadas no inciso anterior,

ou exis ndo, forem julgadas insa sfatórias.§ 1º No caso de ser proposta a demissão, o servidor terá

o prazo de 5 (cinco) dias para apresentar defesa.§ 2º Para aferição do número de faltas, as horas serão

conver das em dias, quando o servidor es ver sujeito a regime de plantões.

§ 3º Salvo em caso de fi car caracterizada, desde logo, a intenção do faltoso em abandonar o cargo, ser-lhe-á per-mi do con nuar em exercício, a tulo precário, sem prejuízo da conclusão do processo.

§ 4º É facultado ao indiciado, por abandono de cargo ou por ausências excessivas ao serviço, no decurso do corres-pondente processo administra vo disciplinar, requerer sua exoneração, a juízo da autoridade competente.

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CAPÍTULO VIIDa Revisão do Processo

Art. 249. O processo administra vo disciplinar poderá ser revisto, uma única vez, a qualquer tempo ou ex offi cio, quan-do se aduzirem fatos novos ou circunstâncias susce veis de jus fi car a inocência ou inadequação da penalidade aplicada.

§ 1º O pedido da revisão não tem efeito suspensivo e nem permite agravação da pena.

§ 2º Em caso de falecimento, ausência ou desapare-cimento do servidor, qualquer pessoa de sua família poderá requerer revisão do processo.

§ 3º No caso de incapacidade mental, a revisão poderá ser requerida pelo respec vo curador.

Art. 250. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao requerente.

Art. 251. O requerimento de revisão do processo será dirigido ao Secretário de Estado ou autoridade equivalente que, se a autorizar, encaminhará o pedido ao órgão ou en dade onde se originou o processo disciplinar.

Art. 252. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias de prazo para a conclusão dos trabalhos.

Art. 253. O julgamento caberá à autoridade que apli-cou a penalidade nos termos do ar go 246, no prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do processo, durante o qual poderá determinar as diligências que julgar necessárias.

Art. 254. Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos do servidor.

TÍTULO VIDA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA AO SERVIDOR

Art. 255. O Estado manterá órgão ou en dade de previ-dência e assistência médica, odontológica e hospitalar para seus servidores e dependentes, mediante contribuição, nos termos da lei.

Art. 256. Caberá, especialmente ao Estado, a concessão dos seguintes bene cios, na forma prevista nesta lei:

I – abono familiar;II – licença para tratamento de saúde;III – licença-gestante, à adotante e licença-paternidade; IV – licença por acidente em serviço;V – aposentadoria;VI – auxílio-funeral;VII – complementação de pensão.§ 1º Além das concessões de que trata este ar go, será

devido o auxílio-transporte, correspondente à necessidade de deslocamento do servidor em a vidade para seu local de trabalho e vice-versa, nos termos da lei.

§ 2º (Vetado)§ 3º A lei regulará o atendimento gratuito de fi lhos e

dependentes de servidores, de zero a seis anos, em creches e pré-escola.

Art. 257. O auxílio-funeral é a importância devida à família do servidor falecido, ativo ou inativo, em valor equivalente:

I – a um mês de remuneração ou provento que perceberia na data do óbito, considerados eventuais acúmulos legais;

II – ao montante das despesas realizadas, respeitando o limite fi xado no inciso anterior, quando promovido por terceiros.

Parágrafo único. O processo de concessão de auxílio-fu-neral obedecerá a rito sumário e concluir-se-á no prazo de 48 (quarenta e oito) horas da prova do óbito, subordinando-se o pagamento à apresentação dos comprovantes da despesa.

Art. 258. Em caso de falecimento de servidor ocorrido quando no desempenho de suas funções, fora do local de trabalho, inclusive em outro Estado ou no exterior, as despe-sas de transporte do corpo correrão à conta de recursos do Estado, autarquia ou fundação de direito público.

Art. 259. Ao cônjuge ou dependente do servidor fale-cido em consequência de acidente em serviço ou agressão não-provocada, no exercício de suas atribuições, será concedida complementação da pensão que, somada à que perceber do órgão de Previdência do Estado, perfaça a to-talidade da remuneração percebida pelo servidor, quando em a vidade.

Art. 260. Caberá ao Ins tuto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul a concessão de bene cios e serviços, na forma prevista em lei específi ca.

Parágrafo único. Todo servidor abrangido por esta lei deverá, obrigatoriamente, ser contribuinte do órgão previ-denciário de que trata este ar go.

TÍTULO VIIDA CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA

DE EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO

Art. 261. Para atender necessidade temporária de excep-cional interesse público, a Administração estadual poderá efetuar contratações de pessoal, por prazo determinado, na forma da lei.

Parágrafo único. Para os fins previstos neste artigo, consideram-se como necessidade temporária de excepcional interesse público as contratações des nadas a:

I – combater surtos epidêmicos;II – atender situações de calamidade pública;III – atender a outras situações de urgência que vierem

a ser defi nidas em lei.

TÍTULO VIIIDAS DISPOSIÇÕES GERAIS, TRANSITÓRIAS E FINAIS

CAPÍTULO IDas Disposições Gerais

Art. 262. O dia 28 de outubro é consagrado ao servidor público estadual.

Art. 263. Poderão ser conferidos, no âmbito da adminis-tração estadual, autarquia e fundações de direito público, prêmios pela apresentação de idéias, inventos ou trabalhos que possibilitem o aumento da produ vidade e a redução de custos operacionais, bem como concessão de medalhas, diploma de honra ao mérito, condecoração e louvor, na forma do regulamento.

Art. 264. Os prazos previstos nesta lei serão contados em dias corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do vencimento, fi cando prorrogado, para o primeiro dia ú l seguinte, o prazo vencido em dia em que não haja ex-pediente.

Parágrafo único. Os avanços e os adicionais de 15% (quin-ze por cento) e 25% (vinte e cinco por cento) serão pagos a par r do primeiro dia do mês em que for completado o período de concessão.

Art. 265. Por mo vo de crença religiosa ou de convicção fi losófi ca ou polí ca, o servidor não poderá ser privado de quaisquer dos seus direitos, sofrer discriminação em sua vida funcional, nem eximir-se do cumprimento de seus deveres.

Art. 266. Do exercício de encargos ou serviços diferentes dos defi nidos em lei ou regulamento, como próprio do seu cargo ou função, não decorre nenhum direito ao servidor, ressalvadas as comissões legais.

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Art. 267. É vedado às chefi as manterem sob suas ordens cônjuges e parentes até segundo grau, salvo quando se tratar de função de imediata confi ança e livre escolha, não podendo, porém, exceder de dois o número de auxiliares nessas condições.

Art. 268. Serão assegurados ao servidor público civil os direitos de associação profi ssional ou sindical.

Art. 269. Consideram-se da família do servidor, além do cônjuge e fi lhos, quaisquer pessoas que vivam às suas expensas e constem no seu assentamento individual.

Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge, a companheira ou companheiro que comprove união estável como en dade familiar.

Art. 270. A atribuição de qualquer direito e vantagem, cuja concessão dependa de ato ou portaria do Governador do Estado, ou de outra autoridade com competência para tal, somente produzirá efeito a par r da data da publicação no órgão ofi cial.

Art. 271. Os servidores estaduais, no exercício de suas atribuições, não estão sujeitos a sanções disciplinares por crí ca irrogada em quaisquer escritos de natureza admi-nistra va.

Parágrafo único. A requerimento do interessado, poderá a autoridade suprimir as crí cas irrogadas.

Art. 272. O servidor que esteja sujeito à fi scalização de órgão profi ssional e for suspenso do exercício da profi ssão, enquanto durar a medida, não poderá desempenhar a -vidade que envolva responsabilidade técnico-profi ssional.

Art. 273. O Poder Execu vo regulará as condições necessárias à perfeita execução desta lei, observados os princípios gerais nela consignados.

Art. 274. O disposto nesta lei é extensivo às autarquias e às fundações de direito público, respeitada, quanto à prá- ca de atos administra vos, a competência dos respec vos tulares.

Art. 275. Os dirigentes máximos das autarquias e funda-ções de direito público poderão pra car atos administra vos de competência do Governador, salvo os indelegáveis, nas áreas de suas respec vas atuações.

CAPÍTULO IIDas Disposições Transitórias e Finais

Art. 276. (Vetado)§ 1º (Vetado)§ 2º (Vetado)§ 3º (Vetado)§ 4º (Vetado)§ 5º (Vetado)§ 6º (Vetado)Art. 277. (Vetado)§ 1º (Vetado)§ 2º (Vetado)Art. 278. (Vetado)Parágrafo único. (Vetado)Art. 279. Aplicam-se as disposições desta lei aos inte-

grantes do Plano de Carreira do Magistério Público Estadual, na forma prevista no art. 154 da Lei nº 6.672, de 22 de abril de 1974.

Art. 280. As disposições da Lei nº 7.366, de 29 de março de 1980, que não confl itarem com os princípios estabeleci-dos por esta lei, permanecerão em vigor até a edição de lei complementar, prevista no art. 134 da Cons tuição do Estado do Rio Grande do Sul.

Art. 281. A exceção de que trata o ar go 1º se estende aos empregados portuários e hidroviários, vinculados à en -dade responsável pela administração de portos de qualquer

natureza, hidrovias e obras de proteção e regularização, que con nuarão a adotar o regime da Lei nº 4.860/1965, a legis-lação trabalhista, a legislação portuária federal e a polí ca nacional de salários, observado o quadro de pessoal próprio.

Art. 282. (Vetado)Parágrafo único. (Vetado)Art. 283. (Vetado)Art. 284. (Vetado)Art. 285. (Vetado)Art. 286. As despesas decorrentes da aplicação desta lei

correrão à conta de dotações orçamentárias próprias.Art. 287. Fica o Execu vo autorizado a abrir créditos su-

plementares necessários à cobertura das despesas geradas por esta lei.

Art. 288. (Vetado)Art. 289. Ressalvados os direitos adquiridos, o ato jurídico

perfeito e a coisa julgada, são revogadas as disposições em contrário.

PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 3 de fevereiro de 1994.

RETIFICAÇÃO(Publicada no DOE nº 47, de 11 de março de 1994)

Na Lei nº 10.098, de 3 de fevereiro de 1994, publicada no DO, de 4/2/1994, onde se lê: LEI Nº 10.098, de 3 de fevereiro de 1994.

leia-se: LEI COMPLEMENTAR Nº 10.098, de 3 de fevereiro de 1994.

LEI COMPLEMENTAR Nº 10.098, DE 3 DE FEVEREIRO DE 1994.

(Publicada no DOE nº 66, de 8 de abril de 1994)

Partes vetadas pelo Governador do Estado, e man das pela Assembleia Legisla va, do Projeto de Lei Complemen-tar nº 272/1993, que originou a Lei nº 10.098, de 3 de fevereiro de 1994, que dispôs sobre o estatuto e regime jurídico único dos servidores públicos civis do Estado do Rio Grande do Sul.

Deputado Renan Kurtz, Presidente da Assembleia Legis-la va do Estado do Rio Grande do Sul.

Faço saber, em cumprimento ao disposto no § 7º do art. 66 da Cons tuição do Estado, que a Assembleia Legis-la va manteve e eu promulgo os seguintes disposi vos da Lei nº 10.098, de 3 de fevereiro de 1994.

[...]Art. 6º [...]Parágrafo único. A inves dura de que trata este ar go ocorrerá com a posse.[...]Art. 7º [...][...]§ 2º A comprovação de preenchimento dos requisitos mencionados no caput dar-se-á por ocasião da posse.[...]Art. 9º Integrará a inspeção médica de que trata o ar go anterior, o exame psicológico, que terá caráter informa vo.[...]Art. 12. [...][...]§ 2º Não fi carão sujeitos a limite de idade os ocu-pantes de cargos públicos estaduais de provimento efe vo.

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[...]Art. 14. [...]Parágrafo único. Enquanto houver candidatos apro-vados em concurso público com prazo de validade não expirado, em condições de serem nomeados, não será aberto novo concurso para o mesmo cargo.[...]Art. 29. [...]§ 1º O servidor que apresente resultado insa sfatório será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, observado o disposto no parágrafo único do ar go 54.§ 2º Antes da formalização dos atos de que trata o § 1º, será dada ao servidor vista do processo corres-pondente, pelo prazo de 5 (cinco) dias, para, que-rendo, apresentar sua defesa, que será subme da, em igual prazo, à apreciação do órgão competente.§ 3º Em caso de recusa do servidor em ser cien fi -cado, a autoridade poderá valer-se de testemunhas do próprio local de trabalho ou, em caso de inassidui-dade, a cien fi cação poderá ser por correspondência registrada.[...]Art. 54. [...]Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado em outro, com a natureza e vencimento compa veis com o que ocupara, observado o disposto no ar go 52.[...]Art. 60. [...][...]§ 3º O disposto neste ar go não se aplica aos cargos defi nidos em lei como de lotação priva va.[...]Art. 78. [...]Parágrafo único. Nenhum servidor receberá, a tulo de vencimento básico, importância inferior ao salário mínimo.[...]Art. 102. O servidor efetivo que contar com 18 (dezoito) anos de tempo de serviço computável à aposentadoria, se do sexo masculino ou 15 (quinze) anos, se do feminino, e que houver exercido cargo em comissão, inclusive sob a forma de função gra fi cada, por 2 (dois) anos completos, terá incor-porada, ao vencimento do cargo, como vantagem pessoal, a importância equivalente a 20% (vinte por cento) do valor da função gra fi cada, a cada 2 (dois) anos, até o limite máximo de 100% (cem por cento), na forma da lei.[...]§ 2º O funcionário que tenha exercido o cargo de Secretário de Estado, fará jus à incorporação do valor equivalente à gra fi cação de representação correspondente, na proporção estabelecida pelo caput, ressalvado o período mínimo de que trata o parágrafo anterior, que será de 2 (dois) anos para esta situação.[...]Art. 107. Os servidores que exerçam suas atribui-ções com habitualidade em locais insalubres ou em contato com substâncias tóxicas radioa vas ou com risco de vida, fazem jus a uma gra fi cação sobre o vencimento do respec vo cargo na classe corres-pondente, nos termos da lei.[...]

Art. 181. O servidor detentor de cargo de pro-vimento efe vo quando inves do em cargo em comissão fi cará afastado do cargo efe vo, observado o disposto no ar go anterior.Art. 182. Verifi cada a acumulação indevida, o servi-dor será cien fi cado para optar por uma das posições ocupadas.Parágrafo único. Transcorrido o prazo de 30 (trin-ta) dias, sem a manifestação opta va do servidor, a Administração sustará o pagamento da posição de úl ma inves dura ou admissão.[...]Art. 206. [...][...]§ 2º Os membros da comissão não deverão ser de hierarquia inferior à do indiciado, nem estarem liga-dos ao mesmo por qualquer vínculo de subordinação.[...]Art. 256. [...][...]§ 2º O Estado concederá o auxílio-refeição, na forma da lei.[...]

Art. 276. Ficam subme dos ao regime jurídico ins tuído por esta lei, na qualidade de servidores públicos, os servi-dores estatutários da Administração Direta, das autarquias e das fundações de direito público, inclusive os interinos e extranumerários, bem como os servidores estabilizados vinculados à Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.

§ 1º Os servidores cele stas de que trata o caput deve-rão manifestar, formalmente, no prazo de 90 (noventa) dias após a promulgação desta lei, a opção de não integrarem o regime jurídico por esta estabelecido.

§ 2º Os cargos ocupados pelos nomeados interinamente e as funções correspondentes aos extranumerários e con-tratados de que trata este ar go, fi cam transformados em cargos de provimento efe vo, em classe inicial, em número certo, operando-se automa camente a transposição dos seus ocupantes, observada a iden dade de denominação e equivalência das atribuições com cargos correspondentes dos respec vos quadros de pessoal.

§ 3º Nos órgãos em que já exista sistema de promoção para servidores cele stas, a transformação da respec va função será para o cargo de provimento efe vo em classe correspondente.

§ 4º Os cargos de provimento efe vo resultantes das disposições deste ar go, excetuados da norma de que trata o ar go 6º desta lei, serão ex ntos à medida que vagarem.

§ 5º Para efeitos de aplicação deste ar go, não serão consideradas as situações de fato em desvio de função.

§ 6º Os contratados por prazo determinado terão seus contratos ex ntos, após o vencimento do prazo de vigência.

Art. 277. São considerados ex ntos os contratos indivi-duais de trabalho dos servidores que passarem a integrar o regime jurídico na forma do ar go 276, desta lei, fi cando-lhes assegurada a contagem do tempo anterior de serviço público estadual para todos os efeitos, exceto para os fi ns previstos no inciso I do ar go 151, na forma da lei.

§ 1º O servidor que houver implementado o período aqui-si vo que lhe assegure o direito a férias no regime anterior, será obrigado a gozá-las, imediatamente, aplicando-se ao período restante o disposto no § 2º deste ar go.

§ 2º Para integralizar o período aquisi vo de férias regu-lamentares de que trata o § 1º do ar go 67, será computado 1/12 (um doze avos) por mês de efe vo exercício no regime anterior.

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Art. 278. Os saldos das contas vinculadas do Fundo de Garan a do Tempo de Serviço, dos servidores cele stas que passarem a integrar o regime jurídico na forma do ar go 276, desta lei, poderão ser sacados nas hipóteses previstas pela legislação federal vigente sobre a matéria.

Parágrafo único. O saldo da conta individualizada de servidores não optantes pelo FGTS reverterá em favor do Estado ou da en dade depositante.

[...]Art. 282. A diferença de proventos, ins tuída pelo

Decreto-Lei nº 1.145/46, estendida às autarquias pela Lei nº 1.851/52 e Ato 206/76 – DEPREC, aplica-se ao pessoal contratado diretamente sob regime jurídico trabalhista do Departamento Estadual de Portos, Rios e Canais, vinculado à Previdência Social Federal.

Parágrafo único. A diferença de proventos será concedida somente quando o empregado sa sfi zer os requisitos da aposentadoria pela legislação estadual em vigor e que sejam estáveis no serviço público, a teor do art. 19 do Ato das Disposições Transitórias da Cons tuição Federal.

Art. 283. Os graus rela vos aos cargos organizados em carreira a que se refere esta lei, enquanto não editada a lei complementar de que trata o art. 31 da Cons tuição do Estado, correspondem as atuais classes.

Art. 284. Ao servidor público civil é assegurado, nos termos da Cons tuição Federal e da Cons tuição Estadual, o direito à livre organização sindical e os seguintes direitos, entre outros, dela decorrentes:

a) de ser representado pelo sindicato, inclusive como subs tuto processual;

b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até 01 (um) ano após o fi nal do mandato, exceto se a pedido;

c) de descontar em folha, sem ônus para a en dade sindi-cal a que for fi liado, o valor das mensalidades e contribuições defi nidas em assembleia geral da categoria.

Art. 285. No prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da data da promulgação desta lei, o Poder Execu vo deverá encaminhar ao Poder Legisla vo, projeto de lei que trate do quadro de carreira dos funcionários de escola.

[...]Art. 288. Esta lei entra em vigor na data de sua pu-blicação, produzindo seus efeitos a contar de 1º de janeiro de 1994.[...]”

Assembleia Legisla va do Estado, em Porto Alegre, 7 de abril de 1994.

LEI Nº 13.821, DE 25 DE OUTUBRO DE 2011(publicada no DOE nº 206, de 26 de outubro de 2011)

Cria o Quadro de Pessoal dos Serviços Auxiliares da Defensoria Pública do Estado, altera seu Quadro de Cargos em Comissão e Funções Gra fi cadas e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL: Faço saber, em cumprimento ao disposto no ar go 82, inciso IV, da Cons tuição do Estado, que a Assembleia Legisla va aprovou e eu sanciono e promulgo a Lei seguinte:

CAPÍTULO IDas Disposições Preliminares

Art. 1º Ficam criados, no Quadro de Pessoal dos Serviços Auxiliares da Defensoria Pública do Estado, os seguintes cargos de provimento efe vo:

I – 250 (duzentos e cinquenta) cargos de Analista; eII – 450 (quatrocentos e cinquenta) cargos de Técnico.Art. 2º Os cargos criados no art. 1º serão distribuídos

conforme as seguintes áreas de a vidade:I – Área Jurídica – abrangendo, em termos gerais, pro-

cessamento dos feitos, análise e pesquisa de legislação, doutrina e jurisprudência, elaboração de textos jurídicos e demais atribuições previstas em regulamento;

II – Área Administra va – a vidades relacionadas com recursos humanos, material e patrimônio, orçamento e fi nanças, contratos e licitações, transporte e segurança e demais funções complementares de apoio administra vo previstas em regulamento; e

III – Área de Apoio Especializado – a vidades a demandar dos tulares, registro no órgão fi scalizador do exercício da profi ssão ou que exijam o domínio de habilidades específi cas, a critério da administração, tais como: saúde, contadoria, arquitetura, engenharia, comunicação social, bibliotecono-mia, informá ca, programação visual, taquigrafi a, assistência social, administração e economia, dentre outras previstas em regulamento.

Art. 3º As atribuições dos cargos serão descritas em regulamento, considerado o seguinte:

I – Analista – Área Administra va: a vidades de plane-jamento, organização, coordenação, supervisão técnica, assessoramento, estudo, pesquisa, elaboração de textos, cer dões, laudos, pareceres ou informações, mediação, conciliação, acompanhamento e execução de a vidade de atendimento ao cidadão, atuação como instrutor e monitor em cursos de treinamento e aperfeiçoamento de servidores da Defensoria Pública do Estado e execução de tarefas de elevado grau de complexidade, dentre as demais atribuições defi nidas em regulamento;

II – Analista – Área Jurídica: planejamento, organização, coordenação, supervisão técnica, elaboração de textos, cer dões, informações, a vidades de apoio a sessões e audiências, mediação, conciliação, acompanhamento e execução de a vidade de atendimento ao cidadão, atuação como instrutor e monitor em cursos de treinamento e aper-feiçoamento de servidores da Defensoria Pública do Estado e execução de tarefas de elevado grau de complexidade, dentre as demais atribuições defi nidas em regulamento;

III – Analista – Área de Apoio Especializado: tarefas de suporte técnico de elevado grau de complexidade, dentre as demais atribuições defi nidas em regulamento;

IV – Técnico – a vidades de cumprimento e formalização dos atos processuais e respec va cer fi cação, elaboração de documentos, atendimento ao público, efetuar juntada de documentos; proceder à baixa e arquivamento dos proces-sos; executar a vidades de apoio administra vo, mediação, conciliação, atuação como instrutor e monitor em cursos de treinamento e aperfeiçoamento de servidores da Defen-soria Pública do Estado e outras tarefas de grau médio de complexidade, dentre as demais atribuições defi nidas em regulamento.

CAPÍTULO IIDo Ingresso na Carreira

Art. 4º O ingresso nos cargos criados por esta Lei dar-se-á sempre no primeiro padrão da Classe “A” do respec vo cargo,

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após prévia aprovação em concurso público de provas ou de provas e de tulos.

Parágrafo único. Poderá ser incluído, como etapa do con-curso público, programa de formação de caráter eliminatório, classifi catório ou eliminatório e classifi catório.

Art. 5º São requisitos de escolaridade para o ingresso nos cargos de que trata o art. 2º:

I – para o cargo de Analista, curso de graduação, corre-lacionado com a especialidade, se for o caso; e

II – para o cargo de Técnico, curso de Ensino Médio ou curso técnico equivalente, correlacionado com a especiali-dade, se for o caso.

Parágrafo único. Além dos requisitos previstos no caput deste ar go, poderão ser exigidos formação especializada, experiência e registro profi ssional a serem defi nidos em regulamento e especifi cados em edital de concurso.

Art. 6º Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efe vo fi cará sujeito a estágio probató-rio pelo período de três anos, durante o qual sua ap dão e capacidade serão objeto de avaliação, inclusive psicológica e psiquiátrica, servindo como referência para a efe vação ou não no cargo.

§ 1º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por co-missão ins tuída para essa fi nalidade.

§ 2º O estágio probatório fi cará suspenso durante os períodos de licenças e demais afastamentos, exceto quanto aos previstos cons tucionalmente.

Art. 7º É atribuição do Defensor Público-Geral a alocação dos cargos por área, atendidas a necessidade e a conveniência dos serviços.

CAPÍTULO IIIDo Procedimento da Avaliação de Desempenho

Art. 8º O processo de avaliação de desempenho, a ser estabelecido em regulamento próprio, será referencial para aprovação em estágio probatório, progressão e promoção por merecimento e obje vará:

I – es mular a mo vação e o compromisso dos servi-dores;

II – melhorar o desempenho;III – es mular a comunicação interna;IV – iden fi car as necessidades de treinamento;V – reconhecer êxitos e es mular o aperfeiçoamento; eVI – promover a efi ciência, a efi cácia e a efe vidade dos

serviços.Art. 9º O processo de avaliação de desempenho será

baseado em critérios de competências, nos prazos e na forma estabelecidos em regulamento.

Art. 10. Será responsável pelo processo de avaliação a chefi a a quem o servidor es ver subordinado, na forma do regulamento.

Art. 11. A implantação do processo de avaliação de desempenho para fi ns de progressão e promoção por me-recimento será precedida de programa de treinamento, de caráter obrigatório, des nado à preparação e à capacitação dos servidores e agentes responsáveis pelo processo de avaliação.

Art. 12. Caberá à Defensoria Pública do Estado ins tuir programa de capacitação, des nado à formação e ao aperfei-çoamento profi ssional, visando à preparação dos servidores para o exercício de atribuições de maior complexidade e responsabilidade.

CAPÍTULO IVDo Desenvolvimento na Carreira

Art. 13. Fica estabelecida a estrutura dos cargos de Analista e de Técnico, composta por 3 (três) classes, A, B e

C, e 5 (cinco) padrões de vencimento para cada classe, nos termos do Anexo I.

§ 1º As classes A, B e C representam os estágios na car-reira, a ngidos por meio de promoção.

§ 2º Os padrões representam as progressões a ngidas por meio de avaliação de desempenho.

Art. 14. A progressão é a elevação do padrão para o seguinte, dentro da mesma classe, e está condicionada à aprovação na avaliação de desempenho funcional.

Parágrafo único. A progressão será anual e com base em período avalia vo defi nido em regulamento.

Art. 15. A promoção é a movimentação do servidor de uma classe para a seguinte.

§ 1º A promoção será alternada, segundo os critérios de merecimento e de an guidade, conforme defi nição em regulamento.

§ 2º A promoção no cargo será realizada observado o juízo de conveniência e oportunidade da Defensoria Pública do Estado.

§ 3º A an guidade será aferida pela data do ingresso no cargo, independente da área ou especialidade de atuação e do padrão de progressão em que se encontrar, conforme defi nido em regulamento.

§ 4º Decorridos doze meses da aprovação no estágio probatório, o servidor será subme do ao processo de ava-liação de desempenho de que trata o Capítulo III desta Lei, para fi ns de progressão e de promoção por merecimento.

Art. 16. A progressão e a promoção por merecimento dependerão, cumula vamente, do resultado de avaliação formal de desempenho e da par cipação e aproveitamento em curso de aperfeiçoamento oferecido, preferencialmente, pela Defensoria Pública do Estado, na forma prevista em regulamento.

Art. 17. O inters cio para a progressão e a promoção será computado em períodos de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias, contados da data em que o servidor completou o úl mo inters cio aquisi vo, fi cando suspenso durante as licenças e afastamentos previstos nos incisos III, V, VI, VII, VIII, X e XI do art. 128 da Lei Complementar nº 10.098, de 3 de fevereiro de 1994, que dispõe sobre o estatuto e regime jurídico único dos servidores públicos civis do Estado do Rio Grande do Sul, bem assim nas faltas injus fi cadas ao serviço, sendo retomado a par r do término do impedimento.

CAPÍTULO VDa Remuneração

Art. 18. A remuneração dos cargos de Analista e de Técnico fi ca cons tuída pelo vencimento básico correspon-dente à respec va classe e padrão, podendo ser acrescida das eventuais gra fi cações pecuniárias estabelecidas em lei.

Art. 19. Os servidores ocupantes dos cargos da carreira ora criada, quando inves dos em função de confi ança, per-ceberão a remuneração do cargo efe vo acrescida do valor da função para a qual forem designados.

Art. 20. As tabelas de vencimentos básicos são as pre-vistas no Anexo I desta Lei.

Art. 21. Por triênio de efetivo serviço público, será concedido automa camente um acréscimo de 3% (três por cento), denominado avanço, calculado sobre o vencimento básico percebido.

Art. 22. O servidor, ao completar quinze e vinte e cinco anos de serviço público, passará a perceber, respec vamente, o adicional de 15% (quinze por cento) ou 25% (vinte e cinco por cento), calculados sobre o vencimento básico.

§ 1º A concessão do adicional de 25% (vinte e cinco por cento) fará cessar o de 15% (quinze por cento) anteriormente concedido.

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§ 2º Para efeito de concessão dos adicionais, será com-putado o tempo de serviço público federal, estadual ou municipal prestado à administração direta, autarquias e fundações de direito público.

CAPÍTULO VIIDo Quadro de Cargos em

Comissão e Funções Gra fi cadas

Art. 23. O Quadro de Cargos em Comissão e Funções Gra fi cadas da Defensoria Pública do Estado fi ca cons tuído da seguinte forma:

Nº Cargo/Função Padrão1 Diretor-Geral CC-DP/FG-DP 125 Assessor Superior CC-DP/FG-DP 121 Coordenador da Auditoria e

Controle InternoCC-DP/FG-DP 11

1 Coordenador da Comissão Permanente de Licitações

CC-DP/FG-DP 11

4 Diretor CC-DP/FG-DP 105 Assessor Especial CC-DP/FG-DP 101 Coordenador da Assessoria de

Segurança Ins tucionalCC-DP/FG-DP 10

1 Coordenador-Adjunto da Assessoria de Segurança Ins tucional

CC-DP/FG-DP 09

1 Coordenador da Assessoria de Comunicação

CC-DP/FG-DP 10

1 Coordenador do Cerimonial CC-DP/FG-DP 101 Coordenador do Gabinete

BiomédicoCC-DP/FG-DP 10

1 Coordenador de Secretaria do Defensor Público-Geral

CC-DP/FG-DP 09

3 Coordenador de Secretaria de Subdefensor Público-Geral

CC-DP/FG-DP 09

1 Coordenador de Secretaria do Conselho Superior

CC-DP/FG-DP 09

1 Coordenador de Secretaria da Corregedoria-Geral

CC-DP/FG-DP 09

2 Assessor da Corregedoria-Geral CC-DP/FG-DP 098 Assessor I CC-DP/FG-DP 091 Gerente de Projetos CC-DP/FG-DP 0915 Coordenador de Unidade CC-DP/FG-DP 091 Coordenador da Assessoria de

Jurisprudência e InformaçãoCC-DP/FG-DP 08

3 Assessor da Direção-Geral CC-DP/FG-DP 089 Coordenador Administra vo CC-DP/FG-DP 082 Coordenador de Secretaria CC-DP/FG-DP 064 Assessor II CC-DP/FG-DP 053 Assessor III CC-DP/FG-DP 03

§ 1º Os cargos criados serão ocupados, preferencialmen-te, por servidores públicos, caso em que perceberão a função gra fi cada correspondente.

§ 2º A designação de servidor público para o exercício de função gra fi cada bloqueará o cargo em comissão cor-respondente.

§ 3º Os padrões remuneratórios são os constantes no Anexo II.

§ 4º Os cargos em comissão ou funções gra fi cadas poderão, a critério do Defensor Público-Geral, ser providos em regime especial, tendo o vencimento ou gra fi cação do respec vo padrão mul plicado por 2,3 (dois inteiros e três décimos).

§ 5º A escolaridade e as atribuições para o provimento dos cargos em comissão e funções gra fi cadas de que trata o caput deste ar go são os constantes do Anexo IV.

Art. 24. Os tulares dos cargos em comissão ou funções gra fi cadas perceberão gra fi cação de representação, exerça o servidor cargo em comissão ou função gra fi cada, calculada sobre o valor do cargo em comissão correspondente, nos percentuais constantes no Anexo III.

Parágrafo único. A gra fi cação de representação poderá, a critério do Defensor Público-Geral, ser fi xada em percen-tual diverso da correspondência estabelecida no Anexo III, limitada em 75% (setenta e cinco por cento).

Art. 25. Os cargos em comissão e as funções gra fi ca-das criados pela Lei nº 10.306, de 5 de dezembro de 1994, e alterações, que cria o Quadro de Cargos em Comissão e Funções Gra fi cadas na Defensoria Pública do Estado e dá outras providências, serão ex ntos na medida em que houver provimento para os cargos em comissão e funções gra fi cadas criados no art. 23 desta Lei.

CAPÍTULO VIIDAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 26. Os quan ta vos de cargos efe vos desta Lei não são vinculados às localidades de nomeação ou de lotação e podem ser livremente remanejados conforme a necessidade de serviço, por ato do Defensor Público-Geral do Estado.

Art. 27. No âmbito da Defensoria Pública do Estado é vedada a nomeação ou designação, para os cargos em comissão e funções gra fi cadas, de cônjuge, companheiro, parente natural, civil ou afi m, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, de qualquer Defensor Público vinculado e de servidor inves do em cargo de direção, de chefi a ou de assessoramento.

Art. 28. Ficam excepcionadas, nas hipóteses do art. 27, as nomeações ou designações de servidores ocupantes de cargo de provimento efe vo do Quadro de Pessoal da De-fensoria Pública do Estado, admi dos por concurso público, observadas a compa bilidade do grau de escolaridade do cargo de origem, a qualifi cação profi ssional do servidor e a complexidade inerentes ao cargo em comissão ou à função gra fi cada a ser exercida, vedada, em qualquer caso, a no-meação ou designação para servir subordinado ao membro ou servidor determinante da incompa bilidade.

Art. 29. As vedações previstas no art. 27 compreendem o ajuste mediante designações recíprocas envolvendo ou-tros órgãos da Administração Pública Direta e Indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Art. 30. As vedações previstas no art. 27 não se aplicam quando a nomeação ou designação do servidor para ocupar cargo comissionado ou função gra fi cada for anterior ao ingresso do agente ou do servidor gerador da incompa bili-dade, bem como quando o início da união estável ou o casa-mento for posterior ao tempo em que ambos os cônjuges ou conviventes já estavam no exercício dos cargos ou funções, em situação que não caracterize ajuste prévio para burlar a proibição legal, vedada, em qualquer caso, a nomeação ou designação para servir subordinado ao membro ou servidor que determinaria a incompa bilidade.

Art. 31. O vínculo de parentesco com membro ou servi-dor inves do em cargo de direção, de chefi a ou de assessora-

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mento já falecido ou aposentado não é considerado situação geradora de incompa bilidade para efeito da vedação do art. 27, bem como os an gos vínculos por casamento ou por união estável com agente ou com servidor inves do em cargo de direção, de chefi a ou de assessoramento, desde que a dissolução da referida sociedade conjugal ou de fato não tenha sido levada a efeito em situação que caracterize ajuste para burlar a proibição legal.

Art. 32. O servidor nomeado ou designado deverá, antes da posse, declarar por escrito se tem ou não relação fami-liar ou de parentesco que importe a prá ca de alguma das condutas vedadas nos arts. 27 e 29 desta Lei.

Art. 33. Aplica-se ao Quadro de Pessoal dos Serviços Au-xiliares da Defensoria Pública do Estado o Estatuto e Regime Jurídico Único dos Servidores Civis do Estado do Rio Grande do Sul (Lei Complementar nº 10.098/1994 e alterações) e a legislação estatutária complementar per nente, nas dispo-

sições, direitos, vantagens e obrigações omissas nesta Lei, no que couberem.

Art. 34. Os servidores aposentados e os que, em a vida-de, verem incorporado vantagens rela vas aos cargos em comissão ou funções gra fi cadas da Defensoria Pública do Estado, cujos padrões e denominação foram modifi cados por esta Lei, terão seus proventos ou vencimentos man dos inalterados no que se refere ao padrão da CC/FG DP e à gra fi cação de representação incorporada.

Art. 35. As despesas decorrentes desta Lei correrão à conta de dotações orçamentárias próprias da Defensoria Pública do Estado.

Art. 36. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Art. 37. Revogam-se as disposições em contrário.

PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 25 de outubro de 2011.

ANEXO ICARGOS EFETIVOS

TABELAS DE VENCIMENTOS BÁSICOS

CARGO CLASSE PADRÃO VENCIMENTO BÁSICO

ANALISTA

C

15 8.810,92

14 8.554,29

13 8.305,13

12 8.063,24

11 7.828,39

B

10 7.385,27

09 7.170,16

08 6.961,32

07 6.758,57

06 6.561,72

A

05 6.190,30

04 6.010,00

03 5.834,95

02 5.665,00

01 5.500,00

TÉCNICO

C

15 4.805,95

14 4.665,98

13 4.530,07

12 4.398,13

11 4.270,03

B

10 4.028,33

09 3.911,00

08 3.797,09

07 3.686,49

06 3.579,12

A

05 3.376,53

04 3.278,18

03 3.182,70

02 3.090,00

01 3.000,00

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ANEXO IICARGOS EM COMISSÃO E FUNÇÕES GRATIFICADAS TABELA DE VALORES

PADRÃO CARGO EM COMISSÃO FUNÇÃO GRATIFICADA

CC-DP/FG-DP 12 2.480,37 992,53

CC-DP/FG-DP 11 1.944,50 777,67

CC-DP/FG-DP 10 1.746,34 698,78

CC-DP/FG-DP 09 1.526,45 610,89

CC-DP/FG-DP 08 1.166,87 443,87

CC-DP/FG-DP 06 682,47 250,11

CC-DP/FG-DP 05 599,74 217,02

CC-DP/FG-DP 03 432,24 150,11

ANEXO IIICARGOS EM COMISSÃO E FUNÇÕES GRATIFICADAS GRATIFICAÇÃO DE REPRESENTAÇÃO

Cargo/Função % REPRESENTAÇÃODiretor-Geral, Assessor Superior, Coordenador da Auditoria e Controle

Interno, Coordenador da Comissão Permanente de Licitações. 75%Diretor, Coordenador da Assessoria de Segurança Ins tucional, Coordenador

da Assessoria de Comunicação, Coordenador do Cerimonial, Coordenador do Gabinete Biomédico, Coordenador de Secretaria do Defensor Público-Geral, Coordenador de Secretaria de Subdefensor Público-Geral, Coordenador de Se-cretaria do Conselho Superior, Coordenador de Secretaria da Corregedoria-Geral. 50%

Coordenador-Adjunto da Assessoria de Segurança Ins tucional, Gerente de Projetos, Coordenador de Unidade, Coordenador Administra vo, Coordenador da Assessoria de Jurisprudência e Informação, Coordenador de Secretaria. 40%

Assessor Especial, Assessor I, Assessor da Direção-Geral, Assessor da Corre-gedoria-Geral. 35%

Assessor II, Assessor III. 20%

ANEXO IVCARGOS EM COMISSÃO E FUNÇÕES GRATIFICADAS Escolaridade e atribuições

Cargo em Comissão/Função Gra fi cadaDiretor-Geral – CC-DP/FG-DP 12Escolaridade: curso superior completo, em nível de graduação.Exemplos de atribuições: chefi ar as a vidades das Diretorias que compõem a Diretoria-Geral na área administra va da

Defensoria Pública do Estado sob orientação da Administração Superior, prestar assessoria à Administração Superior da De-fensoria Pública do Estado em matérias sob sua responsabilidade e desempenhar outras a vidades que lhe forem atribuídas.

Assessor Superior – CC-DP/FG-DP 12Escolaridade: curso superior completo, em nível de graduação. Poderá ser exigido registro profi ssional no órgão de

classe competente.Exemplos de atribuições: prestar assessoria de maior complexidade ao Defensor Público-Geral, aos Subdefensores

Públicos-Gerais e aos Defensores Públicos Assessores, na área Ins tucional, bem como nas áreas administra va e fi nanceira da Defensoria Pública do Estado e desempenhar outras a vidades que lhe forem atribuídas.

Coordenador da Auditoria e Controle Interno – CC-DP/FG-DP 11Escolaridade: curso superior em Ciências Contábeis, em nível de graduação, devidamente reconhecido. Necessário

registro profi ssional no órgão de classe competente.Exemplos de atribuições: sob orientação da Administração Superior da Defensoria Pública do Estado, exercer, a tulo

de controle interno, a fi scalização contábil, fi nanceira, orçamentária, operacional e patrimonial da Defensoria Pública, comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à efi cácia e à efi ciência, da gestão orçamentária, fi nanceira e pa-trimonial no âmbito da Defensoria Pública, controlar e acompanhar a execução orçamentária; emi r pareceres e prestar informações e assessoria sobre matéria per nente ao controle interno; avaliar as estruturas de controle, bem como os sistemas de informações u lizados pela Defensoria Pública, quanto à integridade e segurança destes, recomendando os ajustes necessários e desempenhar outras a vidades que lhe forem atribuídas.

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Coordenador da Comissão Permanente de Licitações – CC-DP/FG-DP 11Escolaridade: curso superior completo, em nível de graduação.Exemplos de atribuições: convocar os demais membros, tulares ou suplentes, sempre que necessário para o desenvol-

vimento dos trabalhos da Comissão; abrir, presidir e encerrar as sessões da Comissão, anunciando as deliberações tomadas; exercer o poder de polícia para manter a ordem e a segurança dos trabalhos, solicitando a quem de direito a requisição de força policial, quando necessário; rubricar os documentos de habilitação e os rela vos às propostas; conduzir o procedi-mento licitatório, pra cando os atos ordinatórios necessários; resolver questões levantadas, verbalmente ou por escrito, quando forem de sua competência decisória; determinar a realização das diligências necessárias ao bom andamento dos trabalhos da Comissão; votar nos procedimentos licitatórios de que par cipar; pra car os demais atos necessários ao bom andamento dos trabalhos da Comissão.

Diretor – CC-DP/FG-DP 10Escolaridade: curso superior completo, em nível de graduação.Exemplos de atribuições: chefi ar as a vidades das Unidades que compõem a Diretoria na área administra va da Defen-

soria Pública do Estado sob a orientação do Diretor-Geral e da Administração Superior, prestar assessoria ao Diretor-Geral e à Administração Superior e desempenhar outras a vidades que lhe forem atribuídas.

Assessor Especial – CC-DP/FG-DP 10Escolaridade: curso superior completo, em nível de graduação. Poderá ser exigido registro profi ssional no órgão de

classe competente.Exemplos de atribuições: prestar assessoria de rela va complexidade no âmbito da área ins tucional, bem como nas

áreas administra va e fi nanceira da Defensoria Pública do Estado e desempenhar outras a vidades que lhe forem atribuídas.Coordenador da Assessoria de Segurança Ins tucional – CC-DP/FG-DP 10 Escolaridade/Formação: Ofi cial Superior, do

serviço a vo, da Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Sul.Exemplos de atribuições: coordenar, orientar e supervisionar as a vidades relacionadas à segurança das autoridades,

dos servidores e demais pessoas no âmbito das sedes da Defensoria Pública do Estado; dar suporte às a vidades de segurança; coordenar as a vidades relacionadas à segurança do patrimônio da Defensoria Pública do Estado; exercer a representação militar da Defensoria Pública do Estado; acompanhar atos e visitas do Defensor Público-Geral e de outras autoridades da Administração Superior da Defensoria Pública do Estado, em situações que requeiram maior segurança e outros cuidados; zelar pela segurança dos membros da Defensoria Pública do Estado, através do efe vo, podendo contar com apoio ins tucional dos órgãos da segurança pública; gerenciar questões rela vas ao efe vo militar e civil da Assessoria de Segurança Ins tucional e desempenhar outras a vidades que lhe forem atribuídas.

Coordenador-Adjunto da Assessoria de Segurança Ins tucional – CC-DP/FG-DP 09 Escolaridade/Formação: Ofi cial, do serviço a vo, da Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Sul.

Exemplos de atribuições: subs tuir o Coordenador da Assessoria de Segurança Ins tucional, auxiliá-lo nas suas atribui-ções e desempenhar outras a vidades que lhe forem atribuídas.

Coordenador da Assessoria de Comunicação – CC-DP/FG-DP 10 Escolaridade: curso superior completo na área de Co-municação Social, em nível de graduação. Exemplos de atribuições: coordenar, orientar e supervisionar o desenvolvimento de planejamento estratégico de comunicação ins tucional; propor canais de comunicação com os diversos públicos da ins tuição, quando necessário, e aperfeiçoar os já existentes; organizar encontros com a mídia e coordenar o agendamento de entrevistas de fontes relacionadas à Defensoria Pública do Estado; iden fi car e analisar as necessidades ins tucionais quanto à criação de iden dades visuais e de campanhas; coordenar a criação e o desenvolvimento de peças para cam-panhas publicitárias ins tucionais internas e externas, projetos, programações visuais e produções gráfi cas; coordenar a implementação de ações de publicidade, propaganda, marke ng e projetos ins tucionais; coordenar a comunicação entre a Defensoria Pública e a mídia, e trabalhos referentes ao site da ins tuição, agência de no cias da Defensoria Pú-blica, clipping de jornal, áudioclipping, videoclipping, bole ns para as emissoras de rádio, matérias especiais para jornais, cobertura de eventos, audiências públicas e outras a vidades que lhe forem atribuídas.

Coordenador do Cerimonial – CC-DP/FG-DP 10Escolaridade: curso superior completo, em nível de graduação.Exemplos de atribuições: preceder e acompanhar o Defensor Público-Geral, ou seu representante, em eventos; co-

ordenar e organizar os eventos ins tucionais da Defensoria Pública do Estado, inclusive posses, concessão de medalhas, inaugurações e lançamento de obras; receber e classifi car os convites feitos ao Defensor Público-Geral; despachar, com o Defensor Público-Geral, a agenda de eventos; confi rmar presenças; elaborar o roteiro das solenidades e as respec vas listas das autoridades; providenciar a correta u lização dos hinos e das bandeiras; elaborar planos de assentos e de lugares reservados e planos da mesa diretora dos trabalhos em conformidade aos textos legais que regem o cerimonial público; orientar e auxiliar os membros e os servidores da Defensoria Pública do Estado quanto aos procedimentos protocolares; preparar a correspondência de agradecimento e de cortesia da Defensoria Pública do Estado; colaborar com a organiza-ção do calendário anual de eventos da Defensoria Pública do Estado; adotar as diligências necessárias junto aos órgãos de apoio administra vo da Defensoria Pública do Estado para a realização de seus obje vos; zelar e guardar os Livros de Posse do Defensor Público- Geral, dos Membros da Defensoria Pública do Estado, de seus servidores efe vos, bem como apontamento em livro específi co da concessão de medalhas; elaborar as atas das solenidades de posse e concessão de medalhas, assessorar o Chefe de Gabinete na recepção de autoridades em visita à Defensoria Pública; preparar os locais de eventos, disponibilizando, quando autorizado, a estrutura e operação de equipamentos de áudio e vídeo; garan r ao Defensor Público-Geral do Estado as prerroga vas e representações conferidas pelas Emendas Cons tucionais Federal nº 045/2004 e Estadual nº 050/2005.

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Coordenador do Gabinete Biomédico – CC-DP/FG-DP 10 Escolaridade: curso superior completo em Medicina, com registro profi ssional no órgão de classe competente.

Exemplos de atribuições: coordenar e orientar todos os serviços médicos do Gabinete Biomédico, exceto os atos priva vos das áreas especializadas, coordenar e orientar o recebimento, registro e controle de agendamentos de exames biomédicos e psicológicos de candidatos a ingresso nos quadros de membros e servidores da Defensoria Pública do Estado; de agendamento de exames de saúde de membros e servidores da Defensoria Pública, em exercício, para fi ns de licenças, aposentadorias e outras exigências legais; a ordenação, a guarda, a manutenção e a atualização dos prontuários médicos dos membros e servidores; de fornecimento de atestados, declarações e laudos médicos; coordenação na elaboração de perícias, inclusive em a vidades de apoio ins tucional, dando assessoria a membros da Defensoria Pública do Estado, coordenação na elaboração de relatórios, gráfi cos e tabelas de dados médicos e desempenhar outras a vidades que lhe forem atribuídas.

Coordenador de Secretaria do Defensor Público-Geral – CC-DP/FG-DP 09Escolaridade: Ensino Médio completo.Exemplos de atribuições: chefi ar os serviços de Secretaria do Defensor Público-Geral e desempenhar outras a vidades

que lhe forem atribuídas.Coordenador de Secretaria de Subdefensor Público-Geral – CC-DP/FG-DP 09Escolaridade: Ensino Médio completo.Exemplos de atribuições: chefi ar os serviços de Secretaria do Subdefensor-Geral a que es ver vinculado e desempenhar

outras a vidades que lhe forem atribuídas.Coordenador de Secretaria do Conselho Superior – CC-DP/FG-DP 09Escolaridade: Ensino Médio completo.Exemplos de atribuições: chefi ar os serviços de Secretaria do Conselho Superior e desempenhar outras a vidades que

lhe forem atribuídas.Coordenador de Secretaria da Corregedoria-Geral – CC-DP/FG-DP 09Escolaridade: Ensino Médio completo.Exemplos de atribuições: chefi ar os serviços de Secretaria da Corregedoria-Geral e desempenhar outras a vidades

que lhe forem atribuídas.Assessor da Corregedoria-Geral – CC-DP/FG-DP 09Escolaridade: curso superior completo, em nível de graduação. Poderá ser exigido registro profi ssional no órgão de

classe competente.Exemplos de atribuições: prestar assessoria em assuntos jurídicos, administra vos e ins tucionais e desempenhar

outras a vidades que lhe forem atribuídas.Assessor I – CC-DP/FG-DP 09Escolaridade: curso superior completo, em nível de graduação. Poderá ser exigido registro profi ssional no órgão de

classe competente.Exemplos de atribuições: prestar assessoria em assuntos jurídicos, administra vos e ins tucionais e desempenhar

outras a vidades que lhe forem atribuídas.Gerente de Projetos – CC-DP/FG-DP 09Escolaridade: curso superior completo, em nível de graduação. Poderá ser exigido registro profi ssional no órgão de

classe competente.Exemplos de atribuições: coordenar, orientar e chefi ar as a vidades da Gerência sob orientação do Diretor-Geral, de-

fi nindo o obje vo geral, os obje vos específi cos, cronograma de a vidades, responsabilidades e recursos de cada projeto; promover a integração das áreas envolvidas no atendimento do projeto; proceder a execução, controle e encerramento dos procedimentos necessários à o mização dos resultados, de forma a eliminar ou minimizar a possibilidade de fracasso ou incerteza na execução do projeto ou desvio de seu objeto e desempenhar outras a vidades que lhe forem atribuídas.

Coordenador de Unidade – CC-DP/FG-DP 09Escolaridade: Ensino Médio completo.Exemplos de atribuições: chefi ar as a vidades da Unidade, sob a orientação do Diretor da Diretoria a que es ver vin-

culado, prestar assessoria em assuntos próprios da Unidade e desempenhar outras a vidades que lhe forem atribuídas.Coordenador da Assessoria de Jurisprudência e Informação – CC-DP/FG-DP 08Escolaridade: curso superior em Biblioteconomia, em nível de graduação, devidamente reconhecido. registro profi s-

sional no órgão de classe competente.Exemplos de atribuições: coordenar, supervisionar e planejar as a vidades que envolvam: o adequado atendimen-

to, recuperação e disseminação de informações; pesquisa, seleção, registro, catalogação, classifi cação e indexação de documentos e mul meios para o atendimento a usuários; supervisionar a execução de tarefas rela vas às funções de documentação, intercâmbio com bibliotecas de órgãos públicos e ins tuições jurídicas, alimentação de bases de dados, realização de pesquisas jurídicas e bibliográfi cas, preservação e resgate do patrimônio histórico dos órgãos da Defensoria Pública do Estado, bem como a conservação do acervo bibliográfi co; a promoção da editoração de originais para fi ns de publicação; a realização de trabalhos que exijam conhecimentos básicos e/ou específi cos de informá ca; outras a vidades que lhe forem atribuídas.

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Assessor da Direção-Geral – CC-DP/FG-DP 08Escolaridade: curso superior completo, em nível de graduação. Poderá ser exigido registro profi ssional no órgão de

classe competente.Exemplos de atribuições: prestar assessoria ao Diretor-Geral no desenvolvimento de suas funções e desempenhar

outras atribuições que lhe forem atribuídas.Coordenador Administra vo – CC-DP/FG-DP 08Escolaridade: Ensino Médio completo.Exemplos de atribuições: chefi ar as a vidades administra vas da Unidade de trabalho, seja Núcleo, Regional e outras,

sob a orientação do Defensor Público responsável pela repar ção ou chefi a a que es ver vinculado, prestar assessoria em assuntos próprios da Unidade e desempenhar outras a vidades que lhe forem atribuídas.

Coordenador de Secretaria – CC-DP/FG-DP 06Escolaridade: Ensino Médio completo.Exemplos de atribuições: chefi ar os serviços de Secretaria e desempenhar outras a vidades que lhe forem atribuídas.Assessor II – CC-DP/FG-DP 05Escolaridade: Ensino Médio completo.Exemplos de atribuições: prestar assessoria aos Defensores Públicos no desenvolvimento de suas funções e desem-

penhar outras atribuições que lhe forem atribuídas.Assessor III – CC-DP/FG-DP 03Escolaridade: Ensino Médio completo.Exemplos de atribuições: prestar assessoria em matérias de pouca complexidade e desempenhar outras atribuições

que lhe forem atribuídas.

CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA

Conceito

Ora aparece como o poder/dever de fi scalização e revi-são, ora aparece como a faculdade de vigilância, orientação e correção que um Poder, órgão, ou autoridade exerce sobre a conduta funcional de outro.

Em razão da amplitude do conceito, inúmeros são os critérios adotados pela doutrina para iden fi car as espécies de controle.

Espécies de Controle

Quanto à Extensão do Controle

Interno É todo aquele realizado pela en dade ou órgão respon-

sável pela a vidade controlada, no âmbito de sua própria administração.

Externo Ocorre quando o órgão fi scalizador se situa em Admi-

nistração diversa daquela de onde a conduta administra va se originou.

Externo Popular É o que determina que as contas públicas fi quem durante

sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contri-buinte, para exame e apreciação, podendo ser ques onada por meio de mandado de segurança ou ação popular.

Quanto ao Momento em que se Efetua

Prévio ou Preven vo É o controle exercido antes de consumar-se a conduta

administra va, como ocorre, por exemplo, com aprovação prévia, por parte do Senado Federal, do Presidente e de Diretores do Banco Central.

Concomitante Acompanha a situação administra va no momento em

que ela se verifi ca. É o que ocorre, por exemplo, com a fi s-calização de um contrato em andamento.

Posterior ou corre vo Tem por obje vo a revisão de atos já pra cados, para

corrigi-los, desfazê-los ou, somente, confi rmá-los. Abrange atos como os de aprovação, homologação, anulação, revo-gação ou convalidação.

Quanto à Natureza do Controle

Legalidade É o que verifi ca a conformidade da conduta administra va

com as normas legais que a regem. Vale dizer que a Admi-nistração exercita-o de o cio (controle interno) ou mediante provocação (controle externo); o Legisla vo só o efe va nos casos cons tucionalmente previstos (art. 71 da CF); e o Judi-ciário por meio da ação adequada. Por esse controle, o ato ilegal e ilegí mo somente pode ser anulado, e não revogado.

Mérito É o que se consuma pela verifi cação da conveniência e

da oportunidade da conduta administra va. A competência para exercê-lo é da Administração, e, em casos excepcionais, expressos na Cons tuição, ao Legisla vo (art. 49, IX e X), mas nunca ao Judiciário.

Quanto ao Órgão que o Exerce

Controle Administra voÉ exercido pelo Execu vo, mas também pode ser exer-

cido pelos órgãos administra vos do Legisla vo e do Judi-ciário, sob os aspectos de legalidade e mérito, por inicia va própria (autotutela) ou mediante provocação7.

Meios de Controle• Fiscalização Hierárquica – É a exercida pelos órgãos

superiores sobre os inferiores integrantes da mesma Administração. É meio de controle inerente ao poder hierárquico (autotutela).

• Supervisão Ministerial – Aplicável geralmente nas entidades de administração indireta vinculadas a um Ministério (Decreto-Lei nº 200/1967, art. 19).

7 Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRE-RS/Analista Judiciário/Área Judiciária/2010/Questão 49 e FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área Judiciária/Analista Judiciário/Área Judiciária/Execução de Mandatos/2010/Questão 57.

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Observe-se que supervisão não é a mesma coisa que subordinação, trata-se de controle fi nalís co (tutela).

• Recursos Administra vos – São meios hábeis que podem ser u lizados para provocar o reexame do ato administra vo, pela própria Administração Pública. Em regra, o efeito é devolu vo, ou seja, devolve o exame da matéria à autoridade competente para decidir. Se for suspensivo, deve estar previsto em lei, pois, como o próprio nome já diz, suspende os efeitos do ato até a decisão do recurso, podendo ser atacado pelas vias judiciais somente se ocorrer omissão.

Nesse sen do:

Súmula nº 429/STF: A existência de recurso ad-ministra vo com efeito suspensivo não impede o uso do mandado de segurança contra omissão da autoridade.

• Direito de Pe ção – É o direito que toda pessoa tem, pe-rante a autoridade administra va competente, de defender seus direitos ou no ciar ilegalidade ou abuso de autoridade pública (art. 5º, XXXIV, da CF). Dentro do direito de pe ção, encontramos os seguintes recursos:

– Representação: cons tui-se em denúncia de irregu-laridades feita perante a própria Administração, o Tri-bunal de Contas ou outros órgãos de controle, como o Ministério, por exemplo. Quando for representação por abuso de autoridade, aplica-se o disposto na Lei nº 4.898/1995.

– Reclamação administra va: oposição expressa a atos da Administração que afetem direitos ou interesses legí mos do interessado. Está prevista no Decreto nº 20.910/1932. Caberá reclamação administra -va, perante o Supremo Tribunal Federal, quando ato administra vo contrariar enunciado de súmula vinculante ou que indevidamente a aplicar. Se a reclamação for julgada procedente, anulará o ato administra vo e determinará que outro seja profe-rido com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso (art. 103-A da CF).

– Pedido de Reconsideração: solicitação de reexame dirigida à mesma autoridade que pra cou o ato.

– Recurso Hierárquico Próprio: por decorrer da hie-rarquia, deve ser dirigido à autoridade ou instância superior do mesmo órgão administra vo em que foi pra cado o ato (Lei nº 9.784/1999).

– Recurso Hierárquico Impróprio: dirigido à autori-dade ou órgão estranho à repar ção que expediu o ato recorrido, mas com competência julgadora expressa8. Ocorre esse po de recurso impróprio no caso da reclamação administra va, proposta perante o Supremo Tribunal Federal, pois é órgão diverso do qual a decisão foi emanada.

– Revisão: é o recurso de que se u liza o servidor público, punido pela Administração, para reexame da decisão, em caso de surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes susce veis de jus fi car a inadequação da sanção aplicada ou de demonstrar a sua inocência (art. 65 da Lei nº 9.784/1999 e art. 174 da Lei nº 8.112/1990)9.

8 Assunto cobrado na prova da FCC/Procuradoria Geral do Estado do Amazonas/Procurador do Estado de 3ª Classe/2010/Questão 29.

9 Assunto cobrado na prova da FCC/TRE-Acre/Técnico Judiciário/Área Adminis-tra va/2010/Questão 61.

Prescrição Administra vaSignifi ca a perda do prazo, diferente da decadência, que

é a perda do direito. Administra vamente, pode ser, entre outros, a perda do prazo para recorrer da decisão adminis-tra va; a perda do prazo para a Administração rever seus próprios atos; a perda do prazo para aplicação de penalida-des administra vas.

Coisa Julgada Administra vaSignifi ca apenas que a decisão se tornou irretratável

pela própria Administração, podendo ser revista pelo Poder Judiciário.

Controle Legisla voÉ o exercido pelos órgãos legisla vos ou por Comis-

sões Parlamentares sobre determinados atos do Poder Execu vo10.

Meios de Controle• Controle Polí co – Tem por base a possibilidade de fi scalização sobre atos ligados à função administra va e organizacional do Poder Execu vo e do Poder Judi-ciário. A instauração de CPIs, a oi va de testemunhas e indiciados, a competência do Congresso Nacional para sustar os atos do Poder Execu vo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legisla va (art. 49, V, da CF) e outros procedimentos apuratórios fazem parte do rol do controle polí co do Poder Legisla vo (art. 58, § 3º, da CF).

• Controle fi nanceiro – É o controle exercido pelo Con-gresso Nacional, com o auxílio do Tribunal de Contas da União, sobre os atos do Execu vo e do Judiciário (controle externo) e sobre sua própria administração (controle interno) no que se refere à gestão dos recur-sos públicos.

Áreas fi scalizadas: contábil, fi nanceira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das en dades da admi-nistração direta e indireta quanto à legalidade, legi midade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas (art. 70 da CF).

Subvenções Valores repassados pelo Poder Público para subsídio e incremento de a vidades de in-teresse social, tais como assistência social, hospitalar e educacional.

Renúncia dereceitas

Por meio da renúncia fiscal (perdão de dívidas).

Abrangência do ControleO controle abrange não só os Poderes Cons tucionais,

mas qualquer pessoa sica ou jurídica, pública ou privada, que u lize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinhei-ro, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária (art. 70, parágrafo único, da CF).

As Atribuições dos Tribunais de Contas No controle externo da administração fi nanceira, orça-

mentária e da gestão fi scal é que se inserem as principais atribuições dos nossos Tribunais de Contas, como órgãos in-dependentes, mas auxiliares dos Legisla vos e colaboradores dos Execu vos. A Cons tuição Federal elencou, no art. 71, as atribuições dos Tribunais de Contas da União. São elas:

10 Assunto cobrado na prova da FCC/TRT 9ª Região/Analista Judiciário/Área Judiciária/Analista Judiciário/Área Judiciária/Execução de Mandatos/2010/Questão 57.

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Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:I – apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;II – julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as funda-ções e sociedades ins tuídas e man das pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregula ridade de que resulte prejuízo ao erário público;III – apreciar, para fi ns de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer tulo, na administração direta e indireta, incluídas as fun-dações ins tuídas e man das pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimen-to em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;IV – realizar, por inicia va própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, fi nanceira, orçamentária, operacional e pa-trimonial, nas unidades administra vas dos Poderes Legisla vo, Execu vo e Judiciário, e demais en dades referidas no inciso II;V – fi scalizar as contas nacionais das empresas su-pranacionais de cujo capital social a União par cipe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado cons tu vo;VI – fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;VII – prestar as informações solicitadas pelo Con-gresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respec vas Comissões, sobre a fi scali-zação contábil, fi nanceira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;VIII – aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras comi-nações, multa proporcional ao dano causado ao erário;IX – assinar prazo para que o órgão ou en dade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verifi cada ilegalidade;X – sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;XI – representar ao Poder competente sobre irregula-ridades ou abusos apurados.§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Execu vo as medidas cabíveis.§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Execu vo, no prazo de noventa dias, não efe var as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão efi cácia de tulo execu vo.§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas a vidades.

Salvo no tocante ao controle da gestão fi scal e na forma da Lei Complementar nº 101/2000, a atuação dos Tribunais de Contas deve ser a posteriori, não tendo apoio cons tu-cional qualquer controle prévio sobre atos ou contratos da Administração direta ou indireta, nem sobre a conduta de par culares que tenham gestão de bens ou valores públicos, salvo as inspeções e auditorias in loco, que podem ser rea-lizadas a qualquer tempo.

As a vidades dos Tribunais de Contas expressam-se fundamentalmente em funções técnicas opina vas, verifi -cadoras, assessoradoras e jurisdicionais administra vas, de-sempenhadas simetricamente tanto pelo Tribunal de Contas da União quanto pelos Tribunais dos Estados-membros, do Distrito Federal e dos Municípios que os verem.

Controle JudicialÉ o poder de fi scalização que o Judiciário exerce especifi -

camente sobre a a vidade administra va do Estado. Alcança, basicamente, os atos administra vos do Exe cu vo, mas também examina os atos do Legisla vo e do próprio Judi-ciário quando realiza a vidade administra va11. É vedado ao Judiciário apreciar o mérito administra vo, restringe-se apenas ao controle da legalidade e da legi midade do ato impugnado12.

Assim, apesar de a decisão executória da administração pública dispensar a intervenção prévia do Poder Judiciário, não há impedimento para que ocorra o controle judicial após a realização do ato13.

De acordo com a doutrina, os atos administra vos podem estar sujeitos a controle comum ou especial.

Atos sujeitos a controle comumOs atos sujeitos a controle judicial comum são os admi-

nistra vos em geral. No nosso sistema de jurisdição única consagrado pelo preceito cons tucional de que não se pode excluir da apreciação do poder judiciário qualquer lesão ou ameaça a direito (art. 5, inciso XXXV), a jus ça tem a faculdade de julgar todo ato de administração pra cado por agente de qualquer dos órgãos ou Poderes de Estado. Sua limitação é apenas quanto ao objeto do controle, que há de ser unicamente a legalidade, sendo-lhe vedado pronunciar-se sobre conveniência, oportunidade ou efi ciência do ato em exame, ou seja, sobre o mérito administra vo.

Atos sujeitos a controle especialEnquanto os atos administra vos em geral expõem-se à

revisão comum da jus ça, outros existem que, por sua ori-gem, fundamento, natureza ou objeto, fi cam sujeitos a um controle especial do Poder Judiciário, e tais são os chamados atos polí cos, os atos legisla vos e os atos interna corporis.

Atos polí cos: atos polí cos são os que, pra cados por agentes do Governo, no uso de competência cons tucional, se fundam na ampla liberdade de apreciação da conveniência ou oportunidade de sua realização, sem se aterem a crité-rios jurídicos preestabelecidos. São atos governamentais por excelência, e não apenas de administração. São atos de condução dos negócios públicos, e não simplesmente de execução de serviços públicos. Daí seu maior discricio-narismo e, consequentemente, as maiores restrições para o controle judicial. Mas nem por isso afastam a apreciação da jus ça quando arguidos de lesivos a direito individual ou ao patrimônio público.

11 Assunto cobrado na prova do Cespe/TRT 1ª Região/Juiz do Trabalho Subs tuto – II/2010/Questão 63.

12 Assunto cobrado na prova do Cespe/Tribunal de Contas-RO/Procurador do Ministério Público/2010/Questão 26.

13 Cespe/Prefeitura Municipal de Boa Vista-RR/Analista Municipal/Procurador Municipal/2010/Questão 37.

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Todos os poderes de Estado são autorizados cons tucio-nalmente a pra car determinados atos, em determinadas circunstâncias, com fundamento polí co. Nesse sen do, pra ca ato polí co o Execu vo quando veta um projeto de lei, quando nomeia Ministro de Estado, quando concede indulto. O legisla vo pra ca-o quando rejeita veto, aprova contas. O judiciário pra ca-o quando propõe a criação de tribunais inferiores, quando escolhe advogado e membro do Ministério Público para compor o quinto cons tucional. Em todos esses exemplos são as conveniências do Estado que comandam o ato e infundem caráter polí co que o torna insusce vel de controle judicial quanto à valoração de seus mo vos. Nenhum ato do Poder Público deixará de ser examinado pelo poder judiciário quando arguida sua incons- tucionalidade ou for lesivo de direito subje vo de alguém.

Não basta a simples alegação de que se trata de ato polí co para tolher o controle judicial, pois será sempre necessário que a própria jus ça verifi que a natureza do ato e suas conse-quências perante o direito individual do postulante. O que se nega ao Poder Judiciário é, depois de ter verifi cado a natureza e os fundamentos polí cos do ato, adentre seu conteúdo e valore seus mo vos. Necessário se faz, portanto, que não sejam excedidos os limites discricionários demarcados ao órgão ou autoridade para a prá ca do ato.

Atos Legisla vos: os atos legisla vos, ou seja, as leis propriamente ditas (normas em sen do formal e material), não fi cam sujeitos à anulação judicial pelos meios proces-suais comuns, mas sim pela via especial da ação direta de incons tucionalidade bem como pela ação declaratória de cons tucionalidade, tanto para leis em tese como para atos norma vos.Somente pela via cons tucional da represen-tação de incons tucionalidade (art. 102, I, a) e através do processo especial estabelecido pela Lei nº 4.337, de 1º de junho de 1964, promovido pelas pessoas e órgãos indicados (art. 103), é que o STF pode declarar a incons tucionalidade da lei em tese ou de qualquer outros ato norma vo.

Atos interna corporis: os atos interna corporis das Câ-maras também são vedados a revisto judicial comum, mas é preciso que se entenda em seu exato conceito e nos seus justos limites, o signifi cado de tais atos. Em sen do técnico--jurídico, interna corporis não é tudo que provém do seio da Câmara ou de suas deliberações. Interna corporis são só aquelas questões ou assuntos que entendem direta e imedia-tamente com a economia interna da corporação legisla va, com seus privilégios e com a formação ideológica da lei, que, por sua própria natureza, são reservados à exclusiva apreciação e deliberação do Plenário da Câmara. Tais são os atos de escolha da Mesa (eleições internas), os de verifi cação de poderes e incompa bilidade de seus membros (cassação de mandatos, concessão de licenças etc.) e os de u lização de suas prerroga vas ins tucionais (modo de funcionamento da Câmara, elaboração de regimento, cons tuição de comis-sões, organização de serviços auxiliares etc.) e a valoração das votações.

Daí não podemos concluir que tais assuntos afastam, por si sós, a revisão judicial. O que o Poder Judiciário não pode é subs tuir a deliberação da Câmara por um pronunciamento judicial sobre o que é da exclusiva competência discricionária do Plenário, da Mesa ou da Presidência. Mas pode confrontar sempre o ato pra cado com as prescrições cons tucionais, legais ou regimentais que estabeleçam condições, forma ou rito para seu come mento.

Meios de Controle• Ação Popular (art. 5º, LXXIII, CF) – Obje va a anu-

lação ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao Patrimônio Público, à moralidade Administra va,

ao Meio Ambiente, ao Patrimônio Histórico e Cultural. A propositura cabe a qualquer cidadão (brasileiro) no exercício de seus direitos polí cos.

• Ação Civil Pública (art. 129, III, CF – Lei nº 7.347/1985) – Visa proteger o patrimônio público e social, o meio am-biente e outros direitos difusos e cole vos; é ajuizada pelo Ministério Público.

• Habeas Corpus (art. 5º, LXVIII, CF – Visa proteger o direito de locomoção. Sempre que alguém sofrer (HC Repressivo) ou se achar ameaçado de sofrer (HC Preven vo) violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.

• Habeas Data (art. 5º, LXXII, CF) – Visa proteger o direi-to a ter informações rela vas à pessoa do impetrante, constante de registro ou banco de dados de en dades governamentais ou de caráter público; serve também para re fi cação de dados, quando não se prefi ra fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administra vamente. A propositura da ação é gratuita. É uma ação persona-líssima.

• Mandado de Injunção (art. 5º, LXXI, CF) – U lizado sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades cons tu-cionais e das prerroga vas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Qualquer pessoa ( sica ou jurídica) pode impetrar, sempre por intermédio de um advogado.

• Mandado de Segurança Individual (art. 5º, LXIX, CF – Lei nº 12.016/2009) – Visa proteger direito lí-quido e certo não amparado por HC ou HD, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.

Líquido e Certo: o direito não suscita dúvidas, está isento de obscuridades.

Qualquer pessoa sica ou jurídica pode impetrar, mas somente por intermédio de um advogado.

• Mandado de Segurança Cole vo (art. 5º, LXX, CF – Lei nº 12.016/2009) – Instrumento que visa proteger direito líquido e certo de uma cole vidade, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for au-toridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça. Legi midade para impetrar MS Cole vo: Organização Sindical, en dade de classe ou associação legalmente cons tuída e em funcionamen-to a pelo menos 1 ano, assim como par dos polí cos com representação no Congresso Nacional. Obje vo: defesa do interesse dos seus membros ou associados.

Súmulas Aplicáveis

Súmula nº 266/STF: “Não cabe mandado de segurança contra lei em tese.”

Súmula nº 267/STF: “Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição.”

Súmula nº 268/STF: “Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado.”

Súmula nº 429/STF: “A existência de recurso administra- vo com efeito suspensivo não impede o uso do mandado

de segurança contra omissão da autoridade.”Súmula nº 430/STF: “Pedido de reconsideração na via

administra va não interrompe o prazo para o mandado de segurança.”

Súmula nº 2/STJ: “Não cabe habeas data se não houve recusa de informações por parte da autoridade adminis-tra va.”

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RESPONSABILIDADE CIVIL EXTRACONTRATUAL DO ESTADO

Considerações Iniciais

A Responsabilidade Civil teve sua origem no âmbito do Direito Privado, em que a obrigação de indenizar derivava de um contrato.

No Direito Administra vo chamamos de Responsabilida-de Civil Extracontratual, pois não decorre de um contrato. A Responsabilidade Extracontratual que aqui se evidencia importa no reparo que o Poder Público deverá oferecer ao lesado pelo dano que, voluntária ou involuntariamente, o tenha causado.

Conceito

A Responsabilidade Civil do Estado é a obrigação imposta ao Poder Público para ressarcir os danos causados a terceiros pelos seus agentes, quando no exercício de suas atribuições.

Evolução da Responsabilidade do Estado

Irresponsabilidade do Estado

Nos Governos absolutos prevalecia a irresponsabilidade do Estado, uma vez que não era possível que o rei, represen-tante do Estado, pudesse lesar seus súditos (The King can do no Wrong – O rei não erra). Quanto aos seus agentes, estes sim, poderiam ser responsabilizados pes soalmente por atos ilícitos que viessem a cometer.

Teoria da Responsabilidade com Culpa

Previam-se dois pos de a tudes, que poderiam dis n-guir em quais atos o rei poderia ser responsabilizado ou não.

Quando o Estado pra car atos de gestão em regime de igualdade com os par culares, amparados, portanto, no direito privado estaria sujeito à responsabilidade civil, entre-tanto quando pra casse atos de império, ou seja, aqueles pelos quais desempenha prerroga va de manutenção da ordem e do bem comum, bem como relacionados ao geren-ciamento de seus bens e serviços, não haveria a possibilidade de ser responsabilizado por tais atos.

Diante da dificuldade em distinguir na prática tais situações, adotou-se a teoria civilista da culpa ou culpa administra va.

Teoria da Culpa Administra va

O Estado respondia pelos danos causados a terceiros, desde que houvesse culpa no serviço: inexistência do serviço, o serviço não foi prestado e causou prejuízo; o serviço foi prestado de forma defi ciente e causou prejuízo.

Teoria do Risco Administra vo

O Estado indeniza independentemente de dolo ou culpa do agente, porém, deve a ví ma comprovar o nexo causal entre a ação ou omissão do Estado e o dano sofrido. Admite exclu-dente ou atenuante de responsabilidade, por exemplo, culpa da ví ma, culpa concorrente, caso fortuito ou força maior.

Teoria do Risco Integral

A teoria do risco integral é a modalidade extremada da teoria do risco administra vo. Por essa teoria o Estado teria

que indenizar os danos causados a terceiro, mesmo que não os vesse causado, não podendo alegar nenhuma excludente ou atenuante de responsabilidade.

Há doutrinadores, que não admitem a existência dessa teoria no nosso ordenamento jurídico, porém, a Cons tuição Federal, em seu art. 21, XXXIII, a, diz que: “a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa.”

A Responsabilidade Civil do Estado na Cons tuição Federal de 1988

Assim dispôs a Cons tuição Federal, em seu art. 37, § 6º:

As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, cau-sarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Por meio desse disposi vo, com auxílio da jurisprudência e da doutrina, temos que o nosso ordenamento jurídico adotou a Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado, na modali-dade risco administra vo, segundo a qual o Estado responde obje vamente pelos danos que seus agentes causarem a terceiros, independentemente de dolo ou culpa, bastando apenas que se comprove o nexo de causalidade entre a ação ou omissão do Estado e o dano sofrido pelo administrado.

Exs.: Um servidor público, condutor de uma viatura ofi cial, deu causa a acidente de trânsito com veículo de par cular. Foram apurados danos materiais de grande vulto, equivalentes aos reparos promovidos no veículo par cular e às despesas médicas geradas pelo atendimento ao motorista par cular. O condutor da viatura par cular tem pretensão indenizatória para ressarcimento dos danos materiais. Nesse caso, o Estado responde sob a modalidade obje va, presumindo-se a culpa do servidor, que poderá ser penalizado também disciplinarmente na esfera admi-nistra va14.

Um agente público, pertencente aos quadros de uma empresa pública federal prestadora de serviço público, no exercício de suas atribuições, veio a causar dano a terceiro usuário do serviço em decorrência de conduta culposa comissiva. Nesse caso, responderá pelo dano causado ao terceiro a empresa pública federal, sendo a responsabi-lidade civil de natureza obje va por tratar-se de pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público, assegurado o direito de regresso contra o responsável15.

O ônus da prova não cabe à ví ma e sim ao Estado, de-vendo a ví ma apenas provar o nexo de causalidade. Cabe ação regressiva do Estado contra o agente, mas como sua responsabilidade é subje va, o Estado deverá comprovar sua conduta dolosa ou culposa. A ação regressiva é uma ação judicial de natureza civil que a Administração tem contra o agente público ou o par cular prestador de serviços pú-blicos causador do dano a terceiros16.

Excludentes ou Atenuantes da Responsabilidade

Atos de Mul dões

O Estado não responde civilmente pelos danos causados por atos pra cados por agrupamentos de pessoas ou mul -

14 FCC/Tribunal de Contas-RO/Auditor/Subs tuto de Conselheiro/2010/Questão 14.15 Cesgranrio/Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social/Advo-

gado/2010/Questão 40.16 FCC/TRE-Acre/Analista Judiciário/Área Judiciária/2010/Questão 47.

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dões, por se tratar de atos de terceiros que caracterizam uma excludente de causalidade, salvo quando se verifi car omissão do poder público em garan r a integridade do patrimônio da-nifi cado, hipótese em que a responsabilidade civil é subje va.

Culpa Exclusiva da Ví ma

Inexiste responsabilidade do Estado17. Ocorre, por exemplo, quando uma pessoa, com o intuito de suicidar-se, se a ra diante de veículo em movimento. Não tem como ela requerer indenização pelos prejuízos sofridos, uma vez que ela concorreu para que o evento acontecesse.

Culpa Concorrente

O Estado e o lesado contribuem para o resultado danoso, desse modo, a indenização do Estado deverá a ngir apenas o limite dos prejuízos que tenha causado, arcando o lesado com o restante.

Caso Fortuito e Força Maior

Podem ocorrer também fatos imprevisíveis, que fogem ao controle do Estado e das pessoas, são o que a doutrina costuma chamar de caso fortuito e força maior. Há diver-gência na doutrina com relação à caracterização de cada um, pois alguns entendem que caso fortuito são eventos produzidos pela natureza (um terremoto ou uma inundação, por exemplo) e força maior como o acontecimento originário da vontade humana (por exemplo, no caso de uma greve), e outros já falam que é exatamente o contrário, considerando a força maior os eventos produzidos pela natureza e caso fortuito decorrente de ato humano. Nesses casos, como eram imprevisíveis e inevitáveis, inexiste a responsabilidade do Estado.

Responsabilidade Civil do Estado por Atos Legisla vos

Em regra, não acarretam a responsabilidade do Estado, entretanto, podem surgir situações específi cas que poderiam ensejá-la, tal como leis incons tucionais, que durante a sua vigência e efi cácia poderiam acarretar dano, ou leis de efeitos concretos, aquelas que a ngem uma categoria de pessoas ou número exíguo de pessoa. Nesses casos, o lesado pode responsabilizar o Estado com o fi m de obter a indenização pelos prejuízos sofridos.

Responsabilidade Civil do Estado por Atos Jurisdicionais

Em regra, a responsabilidade do Estado não se aplica aos atos pra cados pelo Poder Judiciário, porém, como garan a fundamental estabelecida no art. 5º, LXXV, temos que o Es-tado indenizará o condenado por erro judiciário, bem como aquele que fi car preso além do tempo fi xado na sentença. Um caso notório ocorrido no Brasil quanto a erro judiciário foi o dos irmãos Naves em 1937.

A Reparação do Dano

A existência de dano indenizável, quan fi cado e detalha-do em sua expressão econômica é requisito indispensável para a reparação do prejuízo decorrente da lesão que em-

17 Assunto cobrado na prova da FCC/Tribunal de Contas-RO/Procurador do Mi-nistério Público Junto ao Tribunal de Contas/2010/Questão 21.

penha a responsabilidade civil do Estado, ou seja, inexiste obrigação se não puder ser iden fi cado o dano, pois é exa-tamente dele que resulta o dever de indenizar do Estado.

O dano indenizável deve decorrer de ato ou omissão, a vidades, coisas ou fatos imputáveis ao Estado (nexo de causalidade), lícitos ou ilícitos, sem ocorrência de excludentes da responsabilidade, pois, caso contrário, embora existente, o dano não será indenizável. Também não basta que o dano seja certo e real, para que seja indenizável é necessário que a ordem jurídica reconheça o direito lesado e o direito ao ressarcimento como direitos do indivíduo.

Indiscu vel é, pois, que a indenização deve ser completa, devendo abranger o que a ví ma perdeu (o dano efe vo, ocorrido, emergente), o que despendeu (o que gastou) e o que deixou de ganhar em razão do evento danoso (lucros cessantes), bem como honorários advoca cios, correção monetária e juros de mora, se houver atraso no pagamento.

Meios de Reparação do Dano e a Ação de Indenização

A reparação do dano causado pela Administração a terceiros dá-se de duas formas: administra va (amigável) ou judicialmente.

• Administra va – Se for proposta no âmbito adminis-tra vo, o lesado formulará reclamação administra va com pedido indenizatório junto ao órgão competente da pessoa jurídica civilmente responsável, formando assim o processo administra vo no qual os interessa-dos se manifestarão, produzirão provas e chegarão a um resultado fi nal sobre o pedido.

• Judicial – Se não houver acordo, caberá ao lesado propor a adequada ação de indenização perante a Fazenda Pública. Esta será processada de acordo com os preceitos comuns do Código de Processo Civil (Título VIII) e paga na forma do art. 100 da Cons tuição Fe-deral (precatórios). Se a ação de indenização for contra a União, en dades autárquicas federais e empresas públicas, a jus ça competente para se propor a referida ação é a Jus ça Federal (art. 109, I, da CF); se for pessoa jurídica de Direito Privado, será competente a Jus ça Estadual ou, conforme o caso, deve ser examinado o disposto na Lei de Organização Judiciária do local.

Para eximir-se do dever de indenizar, caberá à Fazenda Pública comprovar que a ví ma concorreu para o evento danoso (dolo ou culpa). Enquanto não evidenciar a culpa-bilidade da ví ma, subsiste a responsabilidade obje va da Administração. Se, por outro lado, fi car comprovada a culpa ou dolo exclusivo da ví ma, fi cará excluída a responsabi-lidade da Fazenda Pública; se restar comprovada a culpa concorrente, o Estado arcará apenas no limite dos prejuízos que tenha causado.

Prescrição

O direito do lesado à reparação dos prejuízos tem natu-reza obrigacional e pessoal, portanto, como qualquer direito subje vo não pode ser objeto da inércia do seu tular, sob pena do surgimento da prescrição. A prescrição nada mais é do que a perda do direito de ação.

A União, Estados, Distrito Federal e Municípios bem como suas Autarquias e Fundações Públicas, Empresas Pú-blicas e Sociedades de Economia Mista gozam da prescrição quinquenal, ou seja, o prazo de cinco anos contados a par r do fato danoso.

O Decreto nº 20.910/1932, em seu art. 1º, estabelece que:

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As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Mu-nicípios, bem assim todo e qualquer direito ou ação contra a Fazenda Federal, Estadual ou Municipal, seja qual for a sua natureza, prescrevem em cinco anos contados da data do ato ou fato do qual se originarem.

Já a Lei nº 9.494/1997, em seu art. 1º-C, determina que:

Prescreverá em cinco anos o direito de obter inde-nização dos danos causados por agentes de pessoas jurídicas de direito público e de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos.

O Direito de Regresso (ação regressiva)

De acordo com o sistema cons tucional da responsabili-dade obje va do Estado, este indenizará o dano causado ao par cular, desde que seja confi gurado o nexo de causalidade entre a ação ou omissão do Estado e o prejuízo sofrido pelo administrado.

Quando iden fi cado o agente causador do dano, a par-te fi nal do § 6º, art. 37, da CF assegura que, caso tenha o agente agido com dolo ou culpa, o Estado deve promover o ressarcimento ao erário das despesas havidas com a men-cionada indenização, intentando ação regressiva contra o responsável.

A ação regressiva é, pois, medida judicial de rito ordinário que propicia ao Estado reaver o que desembolsou à custa do patrimônio do agente causador direto do dano, que agiu com dolo ou culpa no desempenho de suas funções.

A aplicação de tal medida pressupõe o trânsito em julgado de sentença que condenou a Administração ao pagamento da indenização, pois somente depois desse ato consuma-se o efe vo prejuízo da Administração Pública, ou após esse pagamento, nos casos de acordo.

Serão, portanto, requisitos para o ajuizamento da ação regressiva:

• a condenação da Administração Pública a indenizar;• o pagamento do valor da indenização;• a conduta lesiva, dolosa ou culposa, do agente causa-

dor do dano.

Desse modo, se não houver o pagamento, não há como jus fi car o pedido de regresso, mesmo que haja sentença condenatória com trânsito em julgado e o agente tenha agido com dolo ou culpa. O primeiro requisito pode até não exis r, quando, por exemplo, a sa sfação do prejuízo tenha ocorrido de forma amigável. Entretanto, os dois úl mos devem estar devidamente comprovados, fato que deverá ser feito pelo Poder Público.

Cabe ainda ressaltar que como ação civil destinada a promover a reparação patrimonial, a ação regressiva transmite-se aos herdeiros e sucessores do servidor culpado e contra eles será executada até o limite do valor da herança (Lei nº 8.112/1990, art. 122, § 3º).

O direito de regresso no âmbito do direito privado en-contra fundamento no art. 934 do Código Civil. Já o prazo para proposição da competente ação regressiva é de três anos nos termos do art. 206, § 3º, V, do mesmo diploma.

Já no âmbito do direito público, as ações de ressarcimen-to ao erário são imprescri veis conforme disposto no art. 37, § 5º, da Cons tuição Federal.