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[email protected] twitter/jornaltem orkut - jornaltem de 12 a 18 de junho de 2010 - sábado - ANO 5 - Edição nº 121 Foto: Tatiane Cambraia pág/ 05 pág/ 03 pág/ 03 Distribuição Gratuita Homem que matou por ciúme se entrega www.jornaltem.com.br Peru solta franga e ataca motociclista Dona Rosa é escolhida ícone da arte em Paraisópolis Casa de Cultura de São Bento expõe obras de Cláudia Villar pág/ 02 Vice -prefeito Joaquim Donizete “Cebola” e a homenageada Dona Rosa

Edição 121

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de 12 a 18 de junho de 2010 - sábado - ANO 5 - Edição nº 121

Foto: Tatiane Cambraia

pág/ 05

pág/ 03 pág/ 03

Distribuição

Gratuita

Homem quematou por ciúmese entrega

www.jornaltem.com.br

Peru soltafranga e atacamotociclista

Dona Rosa é escolhida íconeda arte em Paraisópolis

Casa de Culturade São Bentoexpõe obras deCláudia Villar

pág/ 02

Vice -prefeito Joaquim Donizete “Cebola” e a homenageada Dona Rosa

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Expediente TEMCambraia e Pelosi Editora de Jornais Ltda - [CNPJ07492204/0001-36]Direção - Tatiane Cambraia e Cláudio MarceloPelosiJornalista responsável - Sérgio Cardoso [MTb26.373-SP]Dep. Jurídico - Émerson Clayton R. Santos/OAB/ MG 114.933Vendas - 9198-0001 (Cláudio)E-mail - [email protected]ção - Rua Pampulha, 439 - Jd. Aeroporto -Paraisópolis - MG - CEP 37660-000Tel.: (35) 9106-2672 / 9198-0001Copyright Jornal TEM/2010. Todos os direitosreservados. É proibida a reprodução do conteú-do desta publicação em qualquer meio de comu-nicação sem autorização escrita do jornal.

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de 12 a 18 de junho de 2010 - sábado

Opinião J. A. Braga Barros

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JGeraldo

O Paraíso de José O Corpo de Cristo

A essência do livro do professor Luiz Gonzaga da Rosa

“O Paraíso de José” é sem dúvi-da os 160 anos da Paróquia SãoJosé, em Paraisópolis. Pesquisacuidadosa, de muitas fontes, quedescreve toda a caminhada daIgreja Católica Por estas bandas,mostrando a ação dos sacerdo-tes e irmãs que aqui desenvolve-ram suas missões. Comprovatambém que pelos bons exemplosmuitos paraisopolitanos se torna-ram religiosos atuando em diver-sos pontos do país.

Como não podia deixar de ser,a história da Paróquia, em mui-tos momentos se funde com ahistória do Município. Deixandoclaro que desde o início do po-voado o fator religioso semprese fez presente e atuante. O livroconfirma, como todos os demais,que o aniversário de Parasópolisé dia 24 de dezembro. E que foino ano de 1874 que a vila foi ele-vada à categoria de cidade e sededo município. Já passou da horada Câmara e da Prefeitura corri-gir esse erro histórico.

“O Paraíso de São José” éum livro obrigatório para todasas pessoas que se interessampela história e pelo desenvol-vimento de Paraisópolis. Deve-ria ser adotado pelas escolas

públicas e particulares da ci-dade, não apenas pelo conteú-do religioso, mas também pelaimportância da pesquisa histó-rica e pelas recordações quenos traz de fatos e pessoas quefizeram e fazem a história deParaisópolis. Fica aí uma su-gestão para os vereadores, ad-quirirem os livros e distribuí-rem gratuitamente para todosos professores que atuam nomunicípio, para conhecerem eensinarem a verdadeira histó-ria de nossa cidade.

Os Braga Barros

Além destes aspectos, cadafamília de nossa cidade pode sersurpreendida com as revelaçõesfeitas pelo livro, que mostra agrande quantidade de conterrâ-neos que se tornaram religiosose religiosas nestes 160 anos.Pessoalmente pude recordar aorigem dos Braga aqui em Pa-raisópolis desde o surgimentoda cidade, com o Padre JoãoBatista do Nascimento Braga,que foi o sétimo pároco, inici-ando seus trabalhos por aqui em1878 e que está sepultado nosubsolo da Igreja Matriz.

Pude recordar o meu batiza-do celebrado pelo cônego Pro-fício, a minha amizade de jovemcom o Padre Omar e com o Pa-

dre Vanir, o meu casamento comSueli, há trinta anos, presididopelo, então, Cônego João Faria.É claro que remontei toda mi-nha infância e juventude ao ladodo tio, mais novo do que eu, quedesistiu da engenharia para setornar doutor da Igreja, forma-do em Roma e que é professorde Teologia em Belo Horizonte,onde também é colaborador naParóquia de São Francisco Xa-vier. Foi bom saber que quan-do estava com três anos de ida-de, a tia Rosinha Braga, umagarota, declamou poesia nainauguração do busto do Mon-senhor Dutra, lá na praça emfrente a Santa Casa.

Assim, também cada pessoapoderá descobrir e relacionar fa-tos ligados à sua própria histó-ria. Pois, a história da Paróquia,como a história da Cidade é asomatória da história das pesso-as que ali vivem.

Só não vi citada a Irmã Ilde-fonsa, cujo nome de batismo éMaria de Souza, filha de Sebas-tião Francisco de Souza e Se-bastiana Maria de Jesus, Fran-ciscana de Siessen – Alemanha,que foi para o convento, emAgudos, SP, em 1949, tornan-do-se religiosa em 1952 perma-necendo na ordem até 1973.

Antes do sol brilhar sobre o Paraíso, as ruas do

centro eram varridas e lava-das. Depois, desenhos traça-dos com giz. Cada pessoacontribuía: senhoras, moços,crianças, pais e filhos.

Arte sacra com tinta, ser-ragem, palha de café, areiacolorida, sal, cal, pipocas,tampinhas douradas e pratea-das. Janelas enfeitadas.

As horas giravam e nasruas surgiam hóstias, cálices,cachos de uva, pegadas decristo, pombas brancas sim-bolizando a paz, cruzes, car-neirinhos de pipoca...

Os desenhos eram fotogra-fados antes da procissão. Derepente, silêncio. A populaçãose preparava para ir à procis-são de Corpus Christi.

Mamãe me contou sobre oApostolado do Sagrado Cora-ção de Jesus em fila com uni-formes pretos, Filhas de Ma-ria e Marianinhas com vestidosbrancos e banda de música.

As horas se transformaramem anos. A tradição perdida.No máximo, blocos hexágo-nos viravam singelas marga-ridas. Em 2010, nem mesmoas margaridas geométricasnão foram vistas nas ruas.

Diferentemente de Parai-sópolis, muitas cidades minei-ras e do Brasil preservam atradição. Em Ibiraci, Maria-na e Sabará, por exemplo, apopulação se organiza nassemanas que antecedem aoferiado para preparar os ma-teriais que serão utilizados naprodução dos tapetes commotivos religiosos.

Em Matão (SP), a confec-ção dos famosos tapetes co-loridos começa a partir das 4hcom cerca de 800 art istasplásticos e membros da comu-nidade. O visitante - atravésdo projeto Turista Artista – fazseu próprio desenho. Este ano,80 mil pessoas participaramda Procissão de CorpusChristi em Matão.

Além de significar para oscató l icos a ce lebração da“presença real e substancialde Cristo na Eucaristia”, Cor-pus Christi é um atrativo tu-rístico em potencial para nos-sa cidade tão carente de vida;além de reafirmar o espíritocomunitário - cada vez maisdistante - perante uma socie-dade que coloca o consumoegoísta e a ostentação mate-rial como valores de inclusãoou exclusão social.

O clima estava frio. Temponublado. A Mantiqueira cho-

rava. Tudo de acordo com a me-teorologia. Isso até as 17 horasdo dia 5 de junho, quando foiaberta a exposição de Cláudia

Cláudia Villar abre suas Fantasias na Casa de CulturaVillar, na Casa de Cultura MiguelReale, em São Bento do Sapu-caí. O que não estava na previ-são é que Cláudia Villar iria ex-por seus “seres e objetos – Fan-tasia”, que não eram seres, nemobjetos. Era uma invenção quenos remetia a mais pura combi-nação de formas e cores, nostransportando para a infância.

Uma infância artística dequem viveu muita coisa, estudou.De quem sabe o que está fazen-do, mas propositalmente “finge”esquecer tudo, abrindo seus tu-bos de cores e manipulando so-bre massa, papel, resina, tecidoinventando formas de “animais”,de “aves”, de “gente”, de “mons-

tros”, de “flores”, de “asas”, ede “voos” levando o observadorao espanto do fantástico.

Cláudia mudou o clima, mu-dou a temperatura. Causou in-fância em nosso intelecto. Agra-dou o olhar. Encheu de detalhesobjetos e seres que ao primeiroinstante poderiam parecer pe-quenos, frágeis, leves como umbrinquedo. Bastava um poucomais de contato para ver queaquela “Fantasia” de Cláudia Vi-llar estava repleta de vivência,de experiência artística colecio-nada durante sua vida como es-tudiosa e enriquecida pelo con-vívio diário familiar com a artepor toda sua vida de menina-

moça-mulher-artista.Quem não viu e está dispos-

to a sofrer o impacto de umaproposta que exige desapego,entrega, pureza e liberdade têmaté o dia 31 de julho para visitar

a Casa de Cultura Miguel Reale,em São Bento do Sapucaí e sepermitir vestir a “Fantasia” deCláudia Villar e se transformarem seres e objetos de outromundo. O mundo das artes.

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Tatiane Cambraia

em foco

A segunda semana CulturalAmilcar de Castro, que teve iní-cio na terça-feira (08), homena-geou a artista paraisopolitanaRosa Pinto, de 70 anos.

Dona Rosa, como é conheci-da, soube que havia sido esco-lhida como símbolo do Dia daArte após ler na edição nº120 umareportagem que trazia seu nomena programação do evento.

Representando o prefeitoSérgio Bizarria, que não podecomparecer ao evento, o vice Jo-aquim Donizete da Rosa entre-gou um buquê de flores à ho-menageada. A vereadora e auto-ra do projeto de lei, Silvia Rena-ta Teixeira Rodrigues e a repre-

Sem dinheiro artista usava o cabelo para fazer pincelsentante do legislativo munici-pal, Conceição Aparecida Perei-ra também não comparecerama cerimônia de abertura.A homenageada

Dona Rosa é uma artista com-pleta, daquelas que “pinta e bor-da”. Aos 70 anos além das pintu-ras feitas com terra, ela compõe,toca violão, canta e ainda temtempo de preparar delícias daculinária mineira.

A artista nasceu mesmo comveia artística. Ainda pequena ex-pressava sua arte em quadrospintados em madeira. Sem dinhei-ro para as tintas pintava com ter-ra, técnica que aprimorou ao lon-go dos anos e fazendo com queseus trabalhos fossem reconhe-cidos mundialmente. Dos cabe-

los fazia seus pincéis. Mesmocom tantas dificuldades, não de-sistiu, acreditou em seus sonhose hoje tem orgulho de contar quesuas telas estão na China, Esta-dos Unidos e França.

História que encantou e opúblico presente na praça Coro-nel José Viera, em sua grandemaioria alunos do município.

Outro artista paraisopolita-no que participou do evento, foio professor, escritor e poetaLuiz Rosa. Luis Rosa falou umpouco da vida e da obra deAmilcar de Castro. Contou quefoi o prefeito Zizo que decidiudar o nome do renomado artis-ta ao Centro Cultural, antigoprédio do museu.

A abertura oficial do evento

terminou com a apresentaçãodos alunos de várias escolas domunicípio. A segunda Semana

Cultural “Amilcar de Castro” foiencerrada ontem (11) com umSarau Artistico.

O homem acusado de matarpor ciúme se entregou, na quar-ta-feira (09), à polícia. Ricar-do Pereira da Silva, de 33 anos,procurou a Delegacia de Parai-sópolis acompanhado de seuadvogado, depois de ficar fo-ragido por 2 dias. Na delega-cia, ele confessou que matou a

Depoimentos têm versões contraditóriasTatiane Cambraia facada, o lavrador Renato Al-

ves dos Santos, de 40 anos.O crime aconteceu na tar-

de de segunda feira (07) na re-sidência da dona de casa, Ro-samara Aparecida da Silva. Ri-cardo alegou a polícia que es-faqueio o lavrador porque fla-grou a mulher e o supostoamante juntos. Dentro da resi-dência, o acusado deu duas

facadas na vítima, uma no tó-rax e outra a barriga. O corpodo lavrador foi encontrado pelapolícia no lado de fora da casa.Em sua versão Ricardo afir-mou que estava com Rosama-ra há seis anos, embora mo-rassem em casas separadas.

Versão que foi negada porRosamara e seu filho de 11 anos.Em seu depoimento Rosamara

afirmou que seu relacionamen-to com o acusado já havia aca-bado há dois meses, disse tam-bém que apanhava do ex-com-panheiro. Em relação à vítima,Renato Alves dos Santos, Rosa-mara afirmou que eram apenasamigos e negou que mantivessequalquer tipo de relacionamen-to íntimo com a vítima.

Ricardo Pereira da Silva res-

ponderá em liberdade por ho-micídio qualificado por motivofútil, artigo 121, parágrafo 2ºdo inciso 2 do código penal.

Nossa reportagem descobriuque Rosamara, o filho e Ricar-do iriam viajar juntos, em umaRomaria para Aparecida do Nor-te, neste domingo (13). E queas passagens foram compradaspelo casal no mês passado.

Apresentação dos alunos da Escola Municipal “Tia Emília”

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04 João da Praia

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A difícil arte da interinidade

Filho da mãe

Comportamento Roberto Dimas Pinto

São José dos Campos, quase inverno de 2010.

Mãe,

Estive em Paraíso e São Bento no final de semana. Teve de tudo, nesteclima de transição de uma estação para outra. Frio com chuva, calor e vento.

Todo mundo com quem encontrei falou bem do casamento. pareciauma festa dos Braga, com ausências marcantes dos tios e tias que já nãoestão entre nós. A cada instante parecia que ia entrar um deles. As primasestavam muito bonitas, bem maquiadas, penteadas à caráter. Muita alegria,muita conversa, muito encontro.

O único grande desencontro foi o Buffet, que igual aquela matéria doFantástico deu o cano na noiva. Recebeu e não apareceu nem para colocar asflores na Igreja. Teve uma correria de última hora, os convidados chegandoe o salão sendo arrumado. Mas valeu a alegria e a animação do povo.

A pintura da área da casa da senhora ficou muito boa. Agora só faltaescolher as cores da frente da casa. Sugiro uma cor bem berrante, alegre,quente, para contrastar com a suavidade do verde. Li o livro do Luiz Rosa,gostei, até fiz um comentário.

Em São Bento fui ver a abertura da exposição da Cláudia Villar, mulherdo Ângelo, que a senhora conhece. Aquele que trabalha com mosaicos.Também fiz um comentário sobre a exposição dela. Não deu para assistir aapresentação da Beth, deve ter sido muito boa, já faz tempo que ela vemlutando pela música em nossa cidade.

Ajudei o Getúlio a fazer o cartaz da 2ª Semana Amilcar de Castro, coma certidão de nascimento do escultor e já estou pensando na terceira semana,para ver se fomenta a arte em Paraisópolis.

Agora estou trabalhando em umas crônicas para a Rádio. No mais, tudobem, o Francisco foi para Franca e o Felipe voltou de Araraquara.

Um abraço de seu filho,

Masculino e Femininosubstitutos II

Vimos no texto anterior quetanto o homem quanto a

mulher que possui energiapredominantemente masculinaou feminina, busca pelapolaridade oposta para atingir oequilíbrio, a realização.

Quando alguém com a energiaoposta não se encontra disponívelpor um motivo ou outro, a pessoaenergizada busca um substitutofora, para se completar, para atin-gir o equilíbrio, para escapar daangústia e do vazio que a ausênciadessa energia oposta lhe causa.

O álcool e outros tipos dedrogas são, comumente, ossubstitutos mais utilizados. Po-rém, estes substitutos não con-seguem, a não ser por curtosmomentos, satisfazer aquela ne-cessidade gritante. Após essesinstantes, aquela necessidadecontinuará ali, forçando a busca

por uma satisfação duradoura.Quando falta a energia mascu-

lina, a pessoa geralmente procurapor algo que a torne focada, ener-gizada, estimulada, capaz de en-contrar respostas rápidas... Asdrogas mais procuradas são asanfetaminas, a cocaína, a cafeínapara substituir as qualidades natu-rais da energia masculina.

Essas drogas jamais serão ca-pazes de substituir a energia mas-culina ausente. Trarão prejuízosirreparáveis para o usuário que,continuará cada vez mais carentedaquela energia, pois estes falsossubstitutos são incapazes de pre-encher aquele vazio.

O que leva o indivíduo à dro-ga é muito mais a insatisfaçãodessas necessidades essenciais,a falta desse equilíbrio de polari-dade masculino e feminino, coi-sas que, comumente, culpamos

Renato chegou tarde da noite emcasa. Deixou sobre o sofá da sala a

valise de documentos e desviando aatenção da mulher entretida com o pro-grama da Hebe lascou-lhe uma beijo-ca na face. Ato contínuo serviu-se degenerosa dose de wiscky. Foi direto ànotícia:

- Mafalda minha doce flor, con-segui. Quinze anos de espera, trêslustros de labuta e puxa-saquismo.Afinal, reconheceram meu esfor-ço. Aqui está seu maridão - novogerente regional sudeste da empre-sa que tanto suor exige de seus em-pregados. Valeu, não acha?

Acostumada à ingenuidade do espo-so, a consorte balbuciou enfarada:

- Vejamos. É quarta vez quevocê se entusiasma. Depois...

- Agora é certeza. Estarei na interini-dade somente até a próxima assembléiade acionistas. O estatuto é arcaico, tudonecessita de ratificação, mesmo simplesatos administrativos. Burocracia besta.Entretanto, burocracia. Ninguém ousainovar. Indispensável acompanhar oritmo da melodia. Quem sou para en-frentar o poder de carimbos, atas e pa-péis incorporados a rotina de decênios?

Chato as viagens. Hoje mesmo aven-taram a hipótese de se realizar blitz nassucursais nos fins-de-semana. Queremacompanhar de perto a relação entreclientes e vendedores nas lojas de Sho-ppings, justamente no período em quea demanda atinge o clímax de transa-ções. O encarregado dessas visitas pegaindolência, quem há de ser? O degasaqui. Preço da promoção.

A esposa, por “osmose auditiva”retrucou:

– Uma gracinha... Fica quieto.O programa na loira vetusta fas-

cinava. Como desviar atenção?Cumprido o dever de sala, Renato

dirigiu-se ao banho, ao leito e ao sono.Antes de adormecer repassou os últi-mos minutos do dia. A consorte de olhoe pensamento fixos na TV, sua firmezaao comunicar-lhe que teria menortempo disponível para as coisas do lar, ajustificativa para eventuais desleixos dematrimônio, modo particular desejosde carne, insatisfeitos. A partir de agora,somente bola no campo adversário.Nenhum perigo de gol contra. Na ma-nhã seguinte, nova disposição profissio-nal. Pelo menos, assim imaginou. Le-vantou-se na hora de costume, em pémesmo mandou garganta abaixo ocopo de Nescau. De imediato, movi-

mentou-se em direção ao trabalho. Ca-beça, pernas, maleta e entusiasmo. Ca-pricho da sorte ou ironia do azar, a “re-ferida promoção” marcava ponto emhorário idêntico ao prestante servidorde Calheiros & Ribamar - ComercialVarejista S/A, companhia de capitalaberto, rede de magazines espalhadospelo país, matriz no Distrito Federal.

A conversa em família tivera êxi-to. Se o casamento andava capen-gando, agora mantinha distânciado afortunado interino de uma ge-rência regional. Talvez, tudo retor-nasse à normalidade quando daefetivação de Rê para os íntimos,no cobiçado cargo, fato a se lamen-tar. A vida itinerante do mandriãocausara inveja ao próprio espelho.

Toda manhã, aparentando can-saço de serviço, dirigia-se ao repro-dutor de imagens, perorava:

- Espelho, espelho meu, há no mun-do alguém mais safado do que eu?

Do outro lado, seu ego respon-dia feliz e satisfeito:

- Lógico que não! Você é o máximo.Nas paredes, contudo, ecoava a voz

da racionalidade: não demora vai cairdo cavalo; melhor falando, da égua.

Adentrando nas considerações, en-doidecera de amor. Doidice de amortange, fere e mata. Antes de matar, to-davia, engorda a felicidade transitória.

Contador adjunto, valendo-se dafunção e das lorotas, ajustara com-promissos extras, ora de trabalho, namaior parte das ocasiões de folgue-dos de bar, música, jantares e sexo. Acada investida da mulher esposa, es-perançosa em saber quando ocorre-ria à assembléia homologatória de suadesignação como manda-chuva emárea de destaque na Companhia, sai-se airosamente – “coisas da burocra-cia... Aguardam a hora certa, nome-ação de dessas reclamam cuidados.”

Haja coração! Trabalho, contas, flo-res, beijos, bilhetinhos, mais encargos,

mais esforço, mais, mais... Mais tudo!Passaram-se meses, muitos, até fal-

tar dinheiro de um lado, sufoco e co-branças de outro, férias vencidas tran-sacionadas, olheiras, cansaço, vitóriase derrotas misturadas no mesmo saco,um dia atingiriam o objetivo.

Não enxergou quem não quis. Aoque saiba, jamais esteve ausente emcasos semelhantes, um espírito de por-co diabólico, tipo que existe para cau-sar desarmonias desnecessárias, des-truir reputações alheias, a canalhice emação. Que ganha? Nada. Mas vegetapelo mundo provocando confusão.Por que espírito de porco? Apropria-do chamar-se espírito de gambá, tal ofedor provindo das estranhas do cará-ter de pulhas de igual natureza.

Aconteceu assim. Uma conhecida láda firma, em determinada tarde, bateuà porta de Mafalda, convite na mão.

- É nossa festinha de fim de ano. O Sr.Renato receberá justa homenagem, suapresença o surpreenderá. Estamos pre-parando o evento. O comparecimen-to da senhora deixará feliz nosso bonís-simo companheiro. Afinal, merece.

Esposa sábia e previdente nuncaaparece em festinhas de Empresa. Evi-ta constrangimentos, vale arriscar?

Meninos, nem descrevo quantode humilhação passou a digna mu-lher de prendas domésticas.

Primeiro, a série de discursos en-fadonhos. A seguir, premiação dosmelhores funcionários, a relaçãode promovidos. Nenhuma refe-rência a Renato, o interino.

A confusa ocorreu por ocasião dochatíssimo Amigo Secreto. O Ami-go era Amiga, morena tesuda alémda conta. Seios e bumbum empina-dos, 1.77 de altura, carinha de anjosem-vergonha. Era ela, então, a re-ferida “interinidade”... Tudo escla-recido. Tratava-se da Liliane. Lilí la-bareda. Secretária Junior. Lotada naDivisão de Recursos Humanos.

O festival de bofetes começou no exa-to momento de os pombinhos sapecas setocaram nos lábios. Selinho inocente paradelírio da platéia curtida em malte esco-cês. Há quem jure haver assistido quandouma tapona acertou em cheio as fuças dochefe de Relações Públicas, que, discreto,se encontrava “empernado” com a Luci-nha, estagiária no Marketing!

Por estas e outras, vovó sentenciava:Cada qual na sua. Mãe de família necessi-ta tomar conta de casa. Não fica bemxeretar ambientes de trabalho...

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05Notícias Bizarras

Pais na Suíça encontraram umamaneira diferente de presentearseus filhos no aniversário. Ao in-vés de contratar um mágico ou pa-lhaço para uma tradicional festa in-fantil, eles alugam os serviços deum “palhaço do mal”.

Dominic Deville é pago paraaterrorizar o aniversariante poruma semana, enviando bilhetesameaçadores e cartas anônimas,fazendo ligações assustadoras,entre outras brincadeiras de gos-to duvidoso.

A “surpresa” termina com um

Pais contratam ‘palhaço do mal’ paraaterrorizar crianças por uma semana

encontro do palhaço do mal comsua vítima e uma torta na cara.

Deville contou ao jornal inglês“Metro” que sua inspiração paraencarnar o palhaço veio das histó-rias de horror de Stephen King.

“É muito divertido. Mas sem-pre que as crianças ficam muitoassustadas, paramos com a brin-cadeira”, contou o palhaço, quesomente abusa nas brincadeirascom a permissão dos pais .

“Minha ideia é levar um poucode vida e gargalhada para as crian-ças”, garantiu Dominic Deville.

‘Ladrão de comida e flores’ é banido de funerais

Um homem que apareciaem até quatro funerais por se-mana e pegava flores e comi-da sem ao menos conhecer omorto está sendo procuradona Nova Zelândia.

Danny Langstraat, diretorda casa Funerária HarbourCity, em Wellington, imprimiufotos do intruso e as espalhoupela cidade numa tentativa deconter o homem.

“Ele vem aos funerais comuma mochila e não tem ver-

Milionária deixaR$ 2,50 para as filhas

Uma milionária australiana deixoude herança às filhas o equivalente aapenas R$ 2,50 para cada. A socialiteValmai Roche tinha uma fortunaequivalente a R$ 5,5 milhões, masdecidiu punir as filhas porque acre-ditava que conspiravam contra ela.

Valmai deixou a mesma quan-tia para o ex-marido, John Ro-che, empreendedor imobiliário eex-prefeito de Adelaide.

No testamento, feito por Ro-che em 1987, ela deixava apenas“30 moedas do valor mais baixo”às filhas. E disse que a quantia era“muito dinheiro para Judas”.

Roche determinou ainda que asfilhas e o ex-marido, do qual seseparou em 1983, fossem excluí-dos “de qualquer outro benefício”.

As filhas, Deborah Hamilton, Fi-ona Roche e Shauna Roche, acredi-tam que sua mãe estava “delirando”quando escreveu o testamento. Elasentraram na Justiça alegando que de-veriam ter direito a herança. No mo-mento, a quantia deixada por Roche,está destinada à organização benefi-cente católica Knights of the SouthernCross. A aposentada morreu em mar-ço de 2009, aos 81 anos, de causasnaturais. Os advogados da família nãofizeram declarações sobre o caso.

Uma mulher de Arcadia esta-va fazendo uma viagem de motoaté a cidade vizinha de Sarasota,na Flórida (EUA), quando umperu descontrolado atravessou oseu caminho.

A coisa não foi bonita de sever porque o peru não avançouem direção ao veículo. Ele par-tiu para cima da cabeça da mu-lher que levou uma autêntica“peruzada” na cara.

Peru solta franga e ataca motociclista

gonha de pegar a comida e acolocar numa vasilha”, con-tou o diretor da funerária.

Segundo a descrição dohomem, ele aparenta ter 40anos e sempre está bem ves-tido. “Ele também é muitoeducado e qu ie to ” , d i sseLangstraat.

O “papa comida” de fune-ral está sumido desde que umfuncionário da funerária dissea ele que não poderia pegar acomida e levar para casa.

Vem, meu amor... Vem fazer glu-glu

No mundo

O impacto foi tão grandeque Lori Hansen, de 42 anos,foi a nocaute. Sua moto, umaHarley-Davidson, saiu da pistae trombou com uma cerca dearame farpado onde Hansen foiencontrada, toda enroscada.

Ela foi levada para o hospi-tal de helicóptero e passa bem.

O peru, no entanto, não re-sistiu aos ferimentos e morreuno local.

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07 – Casa Nova no Boa Vista II c/ 2 dorm.,sala, coz., banh., lavand e garagem . Área:125 m² e Constr: 101 m² R$ 75.000,0012 – Casa no Res. Paraíso c/ 2 dorm.,sala, banh., lavabo, copa, coz., suíte nosfds, garagem e nos fds 1 cômodo. Área:397 m²/Constr: 270 m² R$ 170.000,0025 – Terreno no Centro com 2 frentes,Área: 905,66 m² R$ 85.000,0027 – Fazenda no B. Vargem Alegrec/ 3 casas, paiol, matas preserva-das, curral, água em abundância.Área: 40 alqueires sob consulta31 – Terreno no Jd. Eldorado. Área:150 m² R$ 12.000,00 (dois terrenos)33 – Sítio no B. Pedra Branca c/ 3dorm., sala, coz., banh., lago, poçoartesiano, fornalha. Área: 1,5 alquei-res e Constr: 100 m² R$ 170.000,0050 – Casa no Centro, c/ 3 dorm., sala,coz., banh., copa, garagem, lavanderia, 1

dorm., e banheiro. Área: 224m²/ Constr:Aprox. 140m² R$ 130.000,0053 – Terreno no Res. Paraíso Área: 250m² R$ 18.000,0059 – Terreno no Centro Área: 93,48m²R$ 40.000,0061 – Terreno no Res. Paraiso Área:250m² R$ 17.000,0064 – Vende-se farmácia no Centro,preço sob consulta.71 – Negócio no setor alimentício noCentro R$ 60.000,0085 – Sítio no B. Áreas c/ 3 dorm., sendo 1suíte, banh., sala, coz., área de serv., la-vand., garagem, churrasqueira c/ pia esauna. Área: 1 alqueire R$ 96.000,0087 – Terrenos no Jd. Eldorado. Área:150 m² R$ 9.000,0089 – Casa no Jd. Eldorado c/ 2 dorm.,sala, coz., área de serv., e garagem. Área:308,91 m²/Constr: 70 m² R$ 65.000,00

Marte lhe dá energia para vencerqualquer desafio. Há perigo de seenganar e se decepcionar compessoas queridas, mas enfrente arealidade! O desejo de se aventurar

indica insatisfação: reflita! Diante de umadificuldade o ideal é pensar sobre o que podemudar em você para melhorar a situação.

Mostre energia, garra e disposiçãopara cumprir as tarefas. Pessoasou situações inesperadaspoderão lhe dar uma graninha: sigasua intuição! Lealdade e

confiança fortalecem o amor. Deixe o mundo dasemoções invadir sua alma. Um pouco deabstração e sonho não fazem mal a ninguém!

Toda ajuda de que precisa virádos seus amigos. O céu avisa quealguém pode puxar o seu tapete:fuja de intrigas! Há risco deatritos com gente autoritária. No

amor, cuidado com rival. Reserve um tempo sópara você e procure analisar todas as críticasque vêm fazendo sobre a sua vida.

Sentimentos ligados a pessoasou situações podem te deixarconfuso(a), evite tomar decisõesimportantes. Vênus realça seucharme: arrase nas paqueras,

mas não comente suas vitórias. Comece aprocurar um curso de especialização na suaárea, pois isso vai impulsionar a sua carreira.

Definir prioridades será essencialagora e algumas coisas terão queesperar. Contato com gente defora está favorecido. Bom astralpara o romance, mas controle a

sua possessividade. Deixe que as mudançasaconteçam naturalmente. Fique ligado(a)porque vários contatos irão acontecer.

Marte traz dinamismo, corageme atitude para você, fazendo comque seja o centro das atenções!Capriche no visual. Seus desejosafetivos podem se realizar, mas

controle a impulsividade. É sempre muito bomunir o útil ao agradável, faça isso e criará umaatmosfera mágica ao seu redor.

Boa fase para invest ir nosestudos. Concentre-se em suasatividades e não tenha pressa.Cuidado com as preocupações,pois causam distração. No amor,

é melhor diminuir as expectativas. O seuinteresse pela espiritualidade está reforçado, oque facilita os estudos e as meditações.

Seus objetivos poderão serdiferentes do que os outrosesperam de você. Aceite asmudanças com otimismo. Faseprodutiva no trabalho. No amor, é

chegada a hora de definir o seu futuro. Procure daratenção aos seus desejos mais secretos. Algunspodem ser realizados agora, você não acha?

Marte dá força para você lutarpelo que deseja. Invista nacarreira, mas não se esqueça dapessoa amada. Nem tudo serácomo você deseja e isso trará

insegurança ao coração. Seja forte! Procure dizertudo que está escondido na sua alma. Mesmoque a verdade doa, é melhor do que a mentira.

O trabalho exigirá que você seaperfeiçoe. Há chance de vitóriaem teste ou concurso. Atente-seao que ocorre ao seu redor, poistalvez perceba que nem tudo é o

que parece na paixão. Não deixe de dar atençãoà sua saúde. Faça os exames rotineiros eaproveite para se conhecer melhor.

Chega de adiar os problemas:resolva-os! Avalie o que precisamudar na sua vida. Cuidado com asinceridade: escolha bem aspalavras ao dar suas opiniões. Adois, há perigo de crise. Cuidado

para não parecer autoritário(a). Pois seu jeito detentar resolver tudo pode ser confundido.

Marte favorece as parcerias e vocêcaptará o que os outros queremcom facilidade. Sua generosidadeserá visível na paixão, mas nãoconfie demais em pessoas quenão conhece direito. Seja gentil

com as palavras e demonstre mais paciência comas pessoas que estão próximas de você.

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de 12 a 18 de junho de 2010 - sábado

Renato Goulart ProvenzanoCirurgião-dentista - Especial ista em

Periodontia e PróteseDúvidas e sugestões:

(35) [email protected]

www.jornaltem.com.br

Escova de Dente. A preocupação de manter os dentes limpos

Em 2003, o Instítuto de Tecnologia de Massachusetts,

nos E.U. A, publicou uma pes-quisa onde questionava sobreo invento mais importante.Muitos suspeitaram da roda,ou de alguma parafernália mo-derna. Entretanto, para surpre-sa, a maioria apontou a esco-va de dente como o mais im-portante invento da História.

A preocupação com a bocae os dentes aparece como umdos mais antigos cuidados da hi-giene pessoal em diversas cul-

turas. Em uma tumba egípcia decinco mil anos foi encontradoum artefato que seria uma es-cova de dente. Na verdade, con-sistia de um ramo de planta queteve a sua extremidade toda des-fiada até que as fibras funcio-nassem como cerdas.

Os assírios, uma nação deguerreiros, usavam o dedo paralimpar os dentes. Outras cultu-ras usavam ervas e misturas quepudessem superar os incômodosque a sujeira e o mau hálito sem-pre causaram.

O lendário imperador Ale-xandre, O Grande, foi detalha-damente orientado sobre comolimpar os dentes, com uma to-alha feita de linho.

Em 1490, os chineses inven-taram um rústico modelo de es-cova, constituído por haste debambu dotada de um feixe depelos de porco. O problema é queas cerdas de origem animal mo-favam e deixavam a boca expos-ta ao ataque de fungos.

O profeta Maomé, reco-mendava aos seguidores do is-

lamismo a utilização de umahaste de madeira aromáticaque, se esfregada várias vezesao dia, poderia limpar e clare-ar os dentes.

Em 1930, a utilização do ná-ilon permitiu que as escovas re-alizassem a limpeza dos dentessem que as gengivas sofressemgrandes agressões.

Atualmente, cores, formase tecnologias transformaram omercado de escovas de denteem uma grande incógnita. En-tre tantas opções não sabemos

qual escolher, por isso é fun-damental a orientação do seuDentista. Mas uma dica: useescova que não seja muitogrande, possua cerdas maciase que seja regularmente troca-da, esse é o começo de um lin-do sorriso.

Em tempos de Copa do Mundo a tradição brasileira e a

mídia nos empurram para todoo tipo de comemoração e con-sumismo. Abro meu espaço parao lamento de Renato Russo (Le-gião Urbana) na música Perfei-ção. Notem que ele próprio se con-fessa estúpido na sua leitura darealidade da época, que ainda hojeé a mesma. Para quem quiser ou-vir é só baixar no Youtube.

Grito de Alerta

Vamos celebrar a estupidez hu-mana/ A estupidez de todas as

Perfeição

Perfeição - (Renato Russo)

nações/ O meu país e sua corjade assassinos/ Covardes, estu-pradores e ladrões.Vamos celebrar a estupidez dopovo/Nossa polícia e televisão/Vamos celebrar nosso governo/E nosso estado, que não é nação/Celebrar a juventude sem escola/As crianças mortas/ Celebrar nos-sa desunião.Vamos celebrar eros e thanatosPersephone e hades/ Vamos ce-lebrar nossa tristeza/ Vamos ce-lebrar nossa vaidade/ Vamos co-memorar como idiotas/ A cadafevereiro e feriado/ Todos osmortos nas estradas/ Os mor-

tos por falta de hospitais.Vamos celebrar nossa justiça/ Aganância e difamação/ Vamos ce-lebrar os preconceitos/ O voto dosanalfabetos/ Comemorar a águapodre/ E todos os impostosQueimadas, mentiras e seques-tros/ Nosso castelo de cartasmarcadas/ O trabalho escravo.Nosso pequeno universo/ Todahipocrisia e toda afetação/Todo roubo e toda indiferen-ça/ Vamos celebrar epidemias:É a festa da torcida campeã/Vamos celebrar a fome/ Nãoter a quem ouvir/ Não se ter aquem amar.

Vamos alimentar o que é malda-de/ Vamos machucar o coração/Vamos celebrar nossa bandeira/Nosso passado de absurdos glo-riosos.Tudo o que é gratuito e feio/Tudo o que é normal/ Vamoscantar juntos o hino nacional (alágrima é verdadeira).Vamos celebrar nossa saudade/E comemorar a nossa solidão/ Va-mos festejar a inveja/ A intolerân-cia e a incompreensão/ Vamosfestejar a violência/ E esquecer anossa gente/ Que trabalhou ho-nestamente a vida inteira/ E ago-ra não tem mais direito a nada.

Vamos celebrar a aberração/ Detoda a nossa falta de bom senso/Nosso descaso por educação/Vamos celebrar o horror/ Detudo isso - com festa, velório ecaixão/ Está tudo morto e enter-rado agora/ Já que também nãopodemos celebrar/ A estupidezde quem cantou esta canção.Venha meu coração está com pres-sa/ Quando a esperança está dis-persa/ Só a verdade me liberta.Chega de maldade e ilusão/ Ve-nha, o amor tem sempre a portaaberta/ E vem chegando a prima-vera/ Nosso futuro recomeça:Venha, que o que vem é perfeição

Paulo Mauríl io Pereira

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