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REVISTA PADRONIZADA DAS ENTIDADES FILIADAS CONTTMAF REVISTA PADRONIZADA DAS ENTIDADES FILIADAS CONTTMAF REVISTA PADRONIZADA DAS ENTIDADES FILIADAS CONTTMAF REVISTA PADRONIZADA DAS ENTIDADES FILIADAS CONTTMAF REVISTA PADRONIZADA DAS ENTIDADES FILIADAS CONTTMAF Revista do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante - SINDMAR - ANO I Revista do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante - SINDMAR - ANO I Revista do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante - SINDMAR - ANO I Revista do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante - SINDMAR - ANO I Revista do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante - SINDMAR - ANO IV - N” 1 - N” 1 - N” 1 - N” 1 - N” 17 - - - - - Novembro Novembro Novembro Novembro Novembro/200 /200 /200 /200 /2003 Uma história de orgulho, sucesso, lutas e sacrifícios No ano de seu cinqüentenário a Petrobras abandona a sua Frota Nacional de Petroleiros Petrobras 50 anos Todo apoio à Unicidade Sindical

Edição 17 - Novembro/2003

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Page 1: Edição 17 - Novembro/2003

REVISTA PADRONIZADA DAS ENTIDADES FILIADAS À CONTTMAFREVISTA PADRONIZADA DAS ENTIDADES FILIADAS À CONTTMAFREVISTA PADRONIZADA DAS ENTIDADES FILIADAS À CONTTMAFREVISTA PADRONIZADA DAS ENTIDADES FILIADAS À CONTTMAFREVISTA PADRONIZADA DAS ENTIDADES FILIADAS À CONTTMAF

Revista do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante - SINDMAR - ANO IRevista do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante - SINDMAR - ANO IRevista do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante - SINDMAR - ANO IRevista do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante - SINDMAR - ANO IRevista do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante - SINDMAR - ANO IVVVVV - Nº 1 - Nº 1 - Nº 1 - Nº 1 - Nº 177777 - - - - - NovembroNovembroNovembroNovembroNovembro/200/200/200/200/20033333

Uma história de orgulho,sucesso, lutas e sacrifícios

No ano de seu cinqüentenárioa Petrobras abandona a suaFrota Nacional de Petroleiros

Petrobras50 anos

Todo

apoio

à

Unicida

de

Sindic

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O meio século de existência da Petrobras é mo-tivo de orgulho para todos os brasileiros.Para os marítimos brasileiros este orgulho é du-plicado.Por um lado, motivado pelas conquistas, para as

quais nós contribuímos. Por outro, a conquista de comemorareste meio século dentro do sistema Petrobras, uma empresa quevimos nascer.

Por decisão de governo, a Frota foi criada antes daPetrobras, para que nunca mais, passássemos pela situaçãoque vivenciamos na Segunda Guerra Mundial, quando ficamosdependentes do abastecimento realizado pelos norte-ameri-canos. Quando a Petrobras foi criada, surgiu incorporando aFrota. Nesta época já possuíamos 22 embarcações. Era o quese tinha de concreto à época, além da fé de que tínhamos pe-tróleo e que ele era nosso. A capacidade de trabalho do povobrasileiro fez o resto.

Contudo, os marítimos não foram convidados para a festados 50 anos.

Fez sentido. Uma vez que há quase cinco anos, tentaram nosarrancar do sistema Petrobras e, hoje, estamos ameaçados denão termos mais navios próprios.

A FRONAPE � Frota Nacional de Petroleiros, hoje na subsi-diária Transpetro, já teve 82 navios, agora está com 55 navios,18 dos quais, candidatos a sucateamento nos próximos 30 me-ses. A idade média da frota, 16 anos, não ajuda a pensar a atualFrota em termos de médio e longo prazos. O pior de tudo é aausência de determinação por parte da Petrobras, para a suarenovação. Renovação, pelo menos. Compromisso da compa-nhia em relação a sua ampliação simplesmente inexiste. Licita-ções que não são publicadas, licitações iniciadas e que nãodeságuam em efetiva construção, planos, promessas, estórias emais estórias. Isto é tudo com que contamos hoje.

A última licitação havida, já dura 28 meses. Mesmo com oesforço pessoal do presidente do BNDES, professor Carlos Lessa,para retirar os entraves burocráticos, a licitação não se traduziuem efetiva construção. Para quem precisa de 18 navios em poucomais de dois anos, não é um cenário alentador.

O novo presidente da Transpetro, senador Sérgio Macha-do, assume publicamente seu compromisso com a construçãode novos navios. Acredita que aí está o grande canal para afonte geradora de empregos diretos e indiretos, com que onovo governo está comprometido.

Enquanto isto a Petrobras, inaugura sua temporada de caçaaos navios estrangeiros, com afretamento por longo prazo. Jáforam afretados 12 navios, com duração de três anos, sem falar-mos de outros, por 30 e 24 meses. Isto representa um compro-metimento de meio bilhão de dólares, em três anos, apenas emafretamento de longo prazo, isto por que, o gasto de meiobilhão de dólares anuais com afretamento de curto prazo e porviagem, continuarão. Como se isto fosse pouco, circula no in-

A Frota Nacional de Petroleiros agonizaterior da Diretoria da Petrobras, a proposta criminosa de ga-rantir afretamentos de até 15 anos, para armadores que se inte-ressarem em construir e colocarem seus navios a serviço daCompanhia. Em outras palavras, dependência pré-contratada,com oferta de lucro, fácil, farto e certo.

Sabemos que a ignorância não tem limites, mas, atos estú-pidos cometidos por gente que, em princípio, é paga para cui-dar dos interesses da Companhia, tem limites! Quando o errosalta aos olhos, surge a pergunta óbvia: a quem e por que inte-ressa este crime?

É adequado que se ressalte que tais atos estúpidos podemnão estar sendo praticados de oitiva, em conluio, por segui-mentos da Companhia. Neste mês, a CPI dos combustíveis pre-tendeu ouvir o diretor de abastecimento da Petrobras. Ouvir.Apenas ouvir. Evitaram a convocação por manobra regimentalna Câmara. E isto não se faz sem complacência do governo.

Fica a questão. Tal comportamento estaria limitado a es-quema dentro da própria empresa e o governo nada mais fazdo que proteger a imagem da mais importante empresa brasi-leira, evitando levar um de seus diretores a uma CPI, ou existeum esquema fora da própria empresa interessado em negocia-ções que envolvem bilhões de dólares ao longo dos anos?

Como negociações envolvendo tais cifras podem se realizarsem procedimentos que dêem o mínimo de transparência aoprocesso?

A Lei nº 9.478/97 estabeleceu, em seu art. 65, a criação deuma empresa subsidiária da Petrobras com atribuições especí-ficas de operar e construir seus dutos, terminais marítimos eembarcações para transporte de petróleo. Por que então aprópria Petrobras e não a Transpetro, está afretando e operan-do navios em time charter? Não seria razoável esperar que alémdo que simplesmente cumprir a lei, que a Transpetro, tendo aexperiência, conhecimento de causa e o pessoal adequado paraa escolha e operação das embarcações, realizasse essa ativi-dade? Por que esta disputa encarniçada pelo afretamento?

Gostaríamos de ver este esforço efetivamente voltado paraações que ampliem e devolvam à Frota Nacional de Petrolei-ros a pujança, eficiência e capacidade de transporte próprio,criando empregos no setor, internando impostos e reduzindo aevasão de divisas pelos afretamentos.

Como o senador Eduardo Dutra, presidente da Petrobras,pode permanecer impassível diante deste quadro, tendo comoorigem um partido e um governo que procura ser confundidocom a própria ética e seriedade na política?

Enquanto isto, a Fronape agoniza. Só agoniza. Não estámorta. Seus navios possuem cerca de três mil homens e mulhe-res, envolvidos em suas operações e organizados em históricose eficientes sindicatos marítimos. Todos saberão cumprir comos seus deveres.

Até porque, é o que temos feito há mais de meio século.

*Severino Almeida Filho é presidente do SINDMAR e da CONTTMAF

Severino Almeida Filho*

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Petrobras/Transpetro�O bônus, pago na Transpetro, é um absurdo. Quero este bô-

nus incorporado aos nossos salários que estão uma porcaria.�

�Cadê a minha promoção? Estou no mesmo nível pelo sextoano seguido e as desculpas acabaram. Somente elogios não pa-gam supermercado.�

�É preciso acabar com o confinamento de 2/3 ou o regime deviagem que faz com que o tripulante se sinta em um cárcere.�

�O período de 15 dias de dispensa médica está sendo compu-tado como repouso, assim como o período após a liberação médi-ca para retorno ao trabalho. Isto é um absurdo, é inaceitável. É puraexploração.�

�Sugiro que a multa aplicada ao oficial que ultrapassar o perío-do acordado para embarque seja substituída pela seguinte regraproporcional: para cada dia embarcado, um dia de repouso.�

�Que diabo de repouso negativo, que nada! Isto é coisa degerenciamento fascista que prende a gente em casa na espera deum telefonema. Ou estou trabalhando ou estou descansando. Sevão me deixar estressado, que pelo menos me paguem por isto!�

�Me cobram documentação em dia, mas não me provêm ne-nhum apoio para que eu a obtenha. Até parece que trabalho emterra e tenho todo o tempo do mundo para gastar.�

�E a internet? Estou embarcado, mas não estou em outro mun-do. Quero e posso estar conectado com o mundo. Por que não?�

Docenave�Por que �cargas-d�água� não recebo gratificação por viagem ao

exterior relativa aos dias de saída e de retorno ao primeiro portobrasileiro? Passo a maior parte da minha vida longe da família eainda sou penalizado por isso?�

�Como posso embarcar tranqüilo se não me fornecem passa-gem aérea? Você acha que é mole receber um serviço com atenção,depois de horas de estrada?�

�Eu, como eletricista, fico retido no navio durante as operaçõesnos portos e mesmo assim não ganho gratificação. Isso não éjusto. É exploração.�

Maersk�Passei por lá! Mas, quem te viu e quem te vê, hein! Se continu-

ar caindo assim, vai parar no rol das pirangueiras!�

Delba Marítima�Nesta eu não embarco.�

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Delegacia deCabedelo

COTTMAF e SINDMAR inauguramprimeira Delegacia conjunta.

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União contra o trabalhocooperativadoSINDMAR apóia ações do MinistérioPúblico do Trabalho.

Falta de marítimos?

Presidente do SINDMAR,Severino Almeida, rebateinsinuações de que há carênciade oficiais no mercado.

Acordos ColetivosMais sete ACTs são assinados com empresas

de navegação, regularizando a relaçãolaboral dos trabalhadores aquaviários.

Exemplo de corageme profissionalismo

Tripulantes do N/T Gurupá, daTranspetro, impedem tragédia a bordo.

Delegaciade BelémSINDMAR cumpre promessa einaugura representação noestado paraense.

Cruzada contrabandeiras de conveniência

ITF e entidades sindicais marítimas filiadas inspecionamembarcações do sistema BDCs na América Latina.

Entrevistas:José Válido e Jailson BispoSegundo Presidente do SINDMAR e Diretor Financeiroda entidade fazem uma retrospectiva das negociaçõescoletivas após a unificação.

50 anos daPetrobrasUma história de orgulho brasileiro ediscriminação com a classe marítima.

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Maré Alta Maré BaixaDe vento em popaPara o Estado da Paraíba, que por intermédio de seu gover-nador Cássio Cunha Lima e do prefeito de Cabedelo, JúniorFarias, entende ser necessária a adoção de uma política queprivilegie a vocação e aptidão natural do Porto de Cabedelo,que se bem trabalhado, poderá oferecer maior produtivida-de e tarifas mais baixas do que as praticadas atualmente,consolidando-se como importante centro estratégico dalogística de escoamento nacional e internacional do Brasil.

DeslanchandoPara o Fórum de Transporte Aquaviário do Estado do Riode Janeiro que, graças a iniciativa da FNTTAA, com o apoioda CONTTMAF e dos Sindicatos Nacionais dos Trabalha-dores em Transportes Aquaviários, transformou-se em even-to permanente e itinerante, mobilizando e envolvendo lide-ranças políticas, comunitárias e sindicais de diversos muni-cípios tais como: Rio de Janeiro (Ilha do Governador e Bar-ra da Tijuca), Magé, São Gonçalo, Niterói, São Pedro daAldeia, Araruama, Arraial do Cabo, Macaé, entre outros.Nos encontros, os debatedores vêm propondo alternativaspara a ampliação do transporte urbano, como o aproveita-mento de hidrovias em âmbito municipal e intermunicipal.

O Estadista e a visão do futuroPara o presidente Getúlio Vargas, que há 50 anos, criou aPetrobras, de acordo com nota publicada em jornal degrande circulação, no dia 3 de outubro de 1953. �Ao ensejoda passagem do 3º aniversário do pleito eleitoral de 1950,o presidente da República pronunciará amanhã às 19:30h,no Catete, um discurso que será transmitido pela �Voz doBrasil�, da Agência Nacional. Nessa ocasião, o presidentesancionará a lei que cria a Petrobras S.A., iniciativa do atualgoverno para solucionar o problema do petróleo.

Lucidez e coragemPara o atual vice-Presidente do Superior Tribunal de Justiça(STJ), ministro Edson Vidigal, que assumirá a presidência da-quele órgão em abril de 2004, defendendo a reforma doJudiciário. O magistrado declarou, recentemente, que a im-punidade no Brasil se deve, em grande parte, a um Judiciáriomoroso e travado por leis arcaicas e �ritos procedimentaismonárquicos�, que propiciam o uso de mecanismosprotelatórios, tais como: os agravos dos agravos e os em-bargos dos embargos.

Abrindo o lequePara a Transpetro/Fronape, que decidiu entrar no segmen-to do apoio marítimo e atividades off shore utilizando orebocador Tangará.

Juntando-se aos bonsPara as empresas Docenave, Frota Oceânica, Libra Navega-ção, e Bandeirante Dragagem, que, ao assinarem o ACT em2003 com as entidades representativas dos trabalhadoresmarítimos passaram a integrar o seleto grupo das compa-nhias que mantêm regularizadas a relação laboral dos tra-balhadores marítimos.

RotatividadeAtualmente, o grande problema da Transpetro/Fronape, queemprega cerca de 2 mil marítimos não é a falta de pessoale sim a falta de uma política de RH adequada que incluaremuneração, férias e repouso satisfatórios. Errado é sus-tentar uma política baseada na alta rotatividade da mão-de-obra marítima em especial, dos oficiais.

Prejuízo certoPara a Petrobras que insiste em iniciar afretamentos TCP(Time Charter Party) de longo prazo a despeito das más expe-riências vividas no passado com essa modalidade.

DesconectadoPara os senhores Cláudio Decourt, do Syndarma (RevistaPortos e Navios , edição nº 510) e um Diretor daTranspetro, que não quis se identificar (Netmarinha 4/08/2003) que declararam que as mulheres que atuam na Ma-rinha Mercante apresentam alto índice de evasão. Refu-tamos veementemente esta afirmação, pois em paísescom larga tradição marinheira, o emprego de mulheres,além de ser normal, é muito bem aceito. Esqueceram-setambém, estes senhores, que no Brasil não é novidade oemprego de marítimos do sexo feminino, pois já faz par-te da cultura marinheira brasileira a presença de taifeiras,enfermeiras, cozinheiras e eletricistas o que agora é fa-cultado para a oficialidade e que, até prova em contrá-rio, tem dado muito certo.

Desafinado e desencontradoPara o discurso de alguns armadores que reclamam dafalta de tripulantes marítimos brasileiros, principalmentede oficiais. Eles esquecem que a tal escassez só atingeempresas que estão praticando salários e regime de re-pouso/férias aviltantes, e caem em contradição, pois exis-tem empresas de navegação que têm fila de espera paraembarque, porque as mesmas oferecem remuneração erepouso dignos.

FilipinizaçãoPara a Faculdade de Tecnologia de Navegação Fluvial deJAHU � FATEC/UNESP, que de acordo com matéria veicu-lada na Revista Portos e Navios (edição Nº 511) se pro-põe a formar 2º oficial de náutica, realizando uma sim-plória adaptação do curso de Mestre Fluvial o que, àprincípio, choca-se com a atividade fim do GIAGA eCIABA, que há mais de 30 anos desenvolvem, com com-petência internacionalmente reconhecida, a função deabastecer a marinha brasileira de oficiais mercantes,obedecendo rigorosamente os padrões da IMO. É sabi-do que experiências de diversificação na formação marí-tima mostraram-se desastrosas. Um exemplo é o Sistemade Ensino Profissional Marítimo adotado em países, comoas Filipinas.

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|6| |6| |6| |6| |6| � ANO IV Nº 17 �� ANO IV Nº 17 �� ANO IV Nº 17 �� ANO IV Nº 17 �� ANO IV Nº 17 �

Revista UNIFICARAv. Presidente Vargas 309/15º andar

Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP: 20040-010Tel.: (21) 2518-2164 Fax: (21) 2253-4524

Email: [email protected]

EdiçãoAssessoria de Imprensa do SINDMAR

Jornalista Responsável Felipe Ferraz de Faria

MTB 22271

EstagiáriaLuciana Aguiar

Projeto GráficoComunica

DiagramaçãoMárcia Azen

IlustraçõesDavid Vignolli

ProduçãoRodan Comunicação

Av. Presidente Vargas 309/15º andarCentro - Rio de Janeiro - RJ - CEP: 20040-010

Tel.: (21) 2518-2164 Fax: (21) 2253-4524www.sindmar.org.br

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PRIMEIRO PRESIDENTESeverino Almeida Filho

SEGUNDO PRESIDENTEJosé Válido Azêvedo da Conceição

DIRETOR SECRETÁRIOOdilon dos Santos Braga

PRIMEIRO DIRETOR FINANCEIRONelson Nunes

SEGUNDO DIRETOR FINANCEIROJailson Bispo Ferreira

DIRETOR PROCURADOREnilson Pires dos Santos

DIRETOR DE EDUCAÇÃO EFORMAÇÃO PROFISSIONAL

José Nilson Silva Serra

EXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTE

Unificar I�Queria agradecer ao SINDMAR o envio da revista UNIFI-

CAR (...) e, ao mesmo tempo, parabenizar pela excelente quali-dade gráfica e pelos artigos veiculados nesta revista.(...). Apro-veito o ensejo para desejar a todos aqueles que fazem oSINDMAR um Feliz Natal e Próspero Ano Novo.

Saudações!�.

Livio Fontenele Rocha - CCBFortaleza - CE

Unificar II�Registramos o recebimento do exemplar nº 16, de agosto

de 2003, ano IV, da revista UNIFICAR, que trata de importantesassuntos de nosso direto interesse. Agradecemos a remessa epedimos que, dentro das possibilidades continue nos reme-tendo essa importante revista que já está incluída no acervo dabiblioteca da Companhia Docas de Santana (...).�

Rodolfo dos Santos JuarezDiretor-PresidenteCompanhia Docas de Santana

Unificar III�A Diretoria da SINDESNAV parabeniza o companheiro

Severino Almeida Filho, Presidente da CONTMAFF, pelo edito-rial �Há meio século�, discorrendo sobre a matéria de capa darevista UNIFICAR sobre greve dos marítimos de 1953. Numeditorial esclarecedor e objetivo, alerta o movimento Sindicalpara a defesa do setor e priorização da política de transporte, jádefendida em 1953 pelos trabalhadores marítimos. O alertanão poderia ser melhor.�

Sindicato dos Empregados em Escritórios das Empresase Agências de Navegação (SINDESNAV).Rio de Janeiro � RJ

Unificar IV�Primeiramente, gostaria de parabenizá-los pelo permanente

esmero em editar tão valioso instrumento consultivo de nossaclasse, a revista UNIFICAR. Desde a reformulação, mantenhominha sincera opinião de que pode-se sempre buscar o ca-minho da seriedade, liberdade de expressão e franqueza.Emocionei-me ao ler a reportagem sobre nossa força sindica-lista no passado, na eterna lembrança de Emilio Bonfante. (...)

Saudacões Marinheiras.�

Raul João Rodrigues Maia - CLC

Homenagem�Quero apresentar meus parabéns ao colega Raimundo

Nonato pela merecida homenagem recebida na Alerj. Ao pre-zado colega, um forte abraço.�

Saudações!�.

CLC Waldemir Cals

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Cartas para esta seção A/C Redação: [email protected] ou fax: (21)2253-4524

Convênios I�Lendo a revista deste Sindicato (UNIFICAR), tomamos co-

nhecimento dos convênios existentes entre o Sindicato e ou-tros órgãos. A partir disso, gostaríamos de apresentar nossotrabalho e demonstrar nosso interesse em firmar um convêniocom esta instituição que, como sabemos, se preocupa muitocom meio ambiente. Tendo em vista que trabalhamos conce-dendo bolsas para formação ambiental, seria de grande impor-tância para a FUNIBER uma parceria (...).�

Fundação Universitária Iberoamericana. (FUNIBER) Florianópolis - SC

Delegacia de Belém I�Permitam-me parabenizá-los pelo concorrido evento realiza-

do no salão Karajás, do Hilton Hotel, na noite de 12 de setembro,com a presença de ilustres autoridades políticas, marítimas e afins.Foi, realmente, um acontecimento digno de registro e, sincera-mente, nos meus 35 anos de labuta na Marinha Mercante, no quediz respeito ao nosso Sindicato, nunca houve nada igual. A serie-dade com que essa Diretoria conduz o SINDMAR, sendo respeita-da e considerada pelas mais altas autoridades navais, nos enchede orgulho. Outrossim, a escolha do companheiro CLCVivekananda, para Delegado, não poderia ter sido melhor, pois,além de desfrutar de sua amizade há mais de 35 anos, conheçosua competência profissional e moral. Que Deus o ilumine nestanova empreitada. Parabéns a todos dessa Diretoria.�

CLC Arthur Candido Rodrigues Neto

Delegacia de Belém II�Quero agradecer pelo convite para a inauguração da nossa

Delegacia Regional do SINDMAR no Hotel Hilton de Belém, nodia 12 de setembro e afirmar a minha satisfação em participardo evento e principalmente pela brilhante e acertada designa-ção do CLC Vivekananda, ao comando da Delegacia. O timãodo barco está em mãos de um experiente e expert Oficial Mer-cante, de reconhecidas qualidades, o que garante uma navega-ção em águas tranqüilas e prósperas, em prol da melhoria denossa classe na região norte. A festa foi nota 1.000. (...) O dis-curso de posse do nosso grande Timoneiro Vivekananda, de-monstrou a forte personalidade deste homem íntegro e de umasapiência a toda a prova (...) Gostaria de ler este discurso, napróxima revista UNIFICAR. (...) Paz e sucesso a nossa DelegaciaRegional em Belém. Um caloroso abraço a todos do SINDMAR.�

Antonio Castro MamoréChefe de Máquinas

Delegacia de Belém III�Impossibilitado de comparecer a cerimônia de inaugura-

ção da Delegacia Regional, em nome dos práticos do Rio deJaneiro, parabenizo o SINDMAR pela realização de mais umaconquista em prol da União da Classe.�

Fernando Evangêlista

Visita�Con relación a la visita de nuestro compañero Pedro

Bascuñan a las oficinas de SINDMAR, el pasado mes dejulio, deseamos hacer llegar a ustedes nuestros más since-ros agradecimientos por todas vuestras atenciones conPedro. Después de haber compartido y analizado el procesoque les llevo a la unificación de los Oficiales de Máquinas yCubierta, la conclusión natural e inmediata es que vuestraexperiencia es un ejemplo y un punto de referencia suma-mente valiosos para aquellos que estén dispuestos a asumirsemejante desafío. (...) Reciban un caluroso abrazo en nombrede la Directiva y Socios.�

Sindicato de Oficiales de Marina Mercante SouthshipRene Godoy, SecretarioHéctor Azua, TesoreroPedro Bascuñan, PresidenteValparaíso, Chile

Congratulações�Quero (...) parabenizar a todos, pois a cada dia surpreende-

me positivamente a atuação de nossa Diretoria. E tendo emvista que é muito fácil criticar não poderia deixar passar embranco esta oportunidade de enviar este reconhecimento. Te-nho a certeza de que os senhores continuarão trabalhandocom seriedade, visando sempre o interesse de nossa classe.

 Saudações marinheiras!�

José Renato dos Santos Cardoso - 2ON.

ERRATA

� A Revista Unificar retifica uma informação, vei-

culada na página 16 da última edição na matéria

�SINDMAR e TransOcean firmam primeiro ACT.� A

data-base do acordo coletivo de trabalho firmado não

foi 1º de fevereiro, conforme divulgado. Os efeitos do

contrato retroagiram a 1º de setembro de 2002, sen-

do que o mesmo foi encerrado no dia 31 de agosto

deste ano.

� O advogado Carlos Roberto Carpes, citado nas

páginas 25 e 26 da edição anterior da Revista Unificar

na reportagem �Neptunia: caso ainda não encerrado�

não atua como procurador da ANTAQ. Carpes foi con-

tratado pela agência como técnico de nível superior.

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Encontro dos OficiaisMercantes residentes ouem trânsito por FortalezaNo último sábado de cada mês, osOficiais da Marinha Mercante, resi-dentes ou em trânsito por Fortale-za-Ceará reúnem-se para um almo-ço de confraternização a partir das12 horas, no restaurante Maria Bo-nita, localizado na Av. Desembar-gador Leite Albuquerque nº 58, emAldeota. No encontro, os marítimosabordam diversos assuntos de in-teresse da categoria, tais como: sa-lário, benefícios, saúde e seguran-ça do tripulante a bordo, esclare-cendo ainda dúvidas sobre planosde aposentadoria.

Quinto salão deArte do CiagaAté o dia 14 de novembro estará sen-do realizado no Centro de InstruçãoAlmirante Graça Aranha (CIAGA) oquinto salão de Arte.

Baile de 30 anos de formatura Em comemoração aos 30 anos de formatura da turma de Oficiais Mercantes de1973 do CIAGA, foi realizado no último dia 23 de agosto um baile no ClubePiraquê, na Lagoa, Rio de Janeiro, com a presença de cerca de 150 convidados.Na ocasião, os ex-alunos prestaram uma homenagem póstuma ao professor eChefe de Máquinas, Evandro Hourcades, entregando uma placa à viúva do Ofi-cial, Leda Hourcades.

SINDMAR promoveCurso de Técnicas dePrevenção, Contençãoe Combate à PoluiçãoDo dia 24 a 28 de novembro, tam-bém estará sendo realizado o cursode Técnicas de Prevenção, Conten-ção e Combate à Poluição por óleoem corpos hídricos e Legislação Per-tinente. As aulas serão ministradasdas 17:30 às 21:30h, na sede doSINDMAR, no Centro do Rio de Ja-neiro. Mais informações podem serobtidas na secretaria da entidade.

Clima de alegria e descontração marcou a festa daturma de Oficiais Mercantes de 1973.

Clube dos Empregadosda Petrobras no Ceará –CEPE-CEOs Oficiais da Marinha Mercanteresidentes no Ceará poderão as-sociar-se ao CEPE-CE como sócios-contribuintes. A taxa mensal é deR$ 23,00. Os interessados pode-rão obter mais informações com oCMT Ananias Machado da Paixãoatravés dos tels.: (85) 264-1341,264-6134 ou 9972-6978.

SINDMAR prestigiaformatura da sétimaturma do Curso de Pós-graduação de Engenhariade SegurançaFoi realizada no último dia 10 de se-tembro, na sede do Clube de Enge-nharia no Centro do Rio, a cerimôniade formatura da sétima turma doCurso de Pós-graduação de Enge-nharia de Segurança do Trabalho daUFRJ. O Diretor de Educação e For-mação Profissional do SINDMAR,José Serra, compôs a mesa para en-trega de diplomas aos formandosjuntamente com a coordenação daEscola Politécnica da universidade.�É importante proporcionar aos nos-sos associados e dependentes apossibilidade de acrescer ao currí-culo um título que será de grandeutilidade na carreira profissionaldesses jovens�, destacou.

O diretor José Serra (1º, da direita paraa esquerda), participa da cerimônia deentrega dos diplomas do curso,coordenado pela professora ClaudiaMorgado (centro).

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SINDMAR e Det NorskVeritas ministramCurso de Formaçãode Auditor InternoO SINDMAR também estará ofere-cendo neste mês de novembro, jun-tamente com a empresa Det NorskVeritas, o Curso de Formação de Au-ditores Internos (ISM CODE, ISO9001, ISSO 14000 e BS 8800). O cur-so tem o objetivo de capacitar nãosó os quadros técnicos, compostospor Oficiais da Marinha Mercante,como também os das empresas li-gadas ao setor de navegação quenecessitam fornecer aos seus fun-cionários a especialização mais efi-ciente do mercado, que é o CódigoInternacional de Gerenciamento deSegurança (Código ISM), obrigatóriodesde 1998. As empresas interes-sadas deverão apresentar a relaçãonominal dos funcionários indicadosaté o dia 10/11/2003 e o compro-vante de depósito bancário até o dia17/11/2003. As empresas que con-tribuem com o SINDMAR para o Fun-do Educativo ganharão desconto de20% sobre o valor total do curso,que tem carga horária de 40 horas eserá realizado de 24 a 28 de novem-bro no Centro Educacional doSINDMAR.

Cursos

SINDMAR e Grupo Bureau Veritas realizam Cursode Formação de Auditor Líder Ambiental ISO 14001O Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante promoverá em parceria como grupo Bureau Veritas o Curso de Formação de Auditor Ambiental (Lead AuditorIRCA), que visa fornecer aos participantes conhecimentos sobre a Norma ISO Série14001, e proporcionar aos alunos a compreensão das vantagens econômicas, ad-ministrativas e operacionais do Sistema de Gestão Ambiental, preparando-os paraa atuação no mercado como auditores líderes. É destinado a empresas em processode implantação de Sistema de Gestão Ambiental ou com o mesmo já implantado,além dos responsáveis pela auditoria de Sistema de Gestão Ambiental. As empre-sas interessadas deverão apresentar a relação nominal dos funcionários indicadosimpreterivelmente até o dia 21/01/2004 e o comprovante de depósito bancário atéo dia 23/01/2004. As empresas que contribuem com o SINDMAR para o FundoEducativo terão 20% de desconto. O curso será ministrado de 26 a 30 de janeiro dopróximo ano, no Centro Educacional do SINDMAR. Os interessados devem entrarem contato com a secretaria da entidade pelo telefone (21) 2518-2164.

Associados do SINDMAR ganham descontonos cursos da UVA  A Universidade Veiga de Almeida oferece desconto de 20% nas mensalidadesdos cursos de graduação e pós-graduação, nos campus Tijuca, Barra e Cabo Frio.O processo seletivo acontecerá no dia 29 de novembro. Os associados tambémestarão isentos do pagamento da taxa de inscrição, que pode ser feita até avéspera da data do concurso.

33 alunos concluíram com sucessoo primeiro curso de Auditor Interno,ministrado em maio no CentroEducacional do SINDMAR.

Unigranrio oferece cursoscom desconto paraassociadosAssociados do SINDMAR estão isen-tos do pagamento da taxa de inscri-ção para o vestibular da Unigranrio.No campus Duque de Caxias e Imbaú,o prazo de inscrição se encerra no dia25 de novembro e o concurso aconte-cerá no dia 30 do mesmo mês. Nocampus Lapa, as inscrições podem serfeitas até 10 de dezembro e as provasserão aplicadas no dia 14 do mesmomês. A instituição também oferece15% de desconto nas mensalidadesdos cursos de graduação e superioresde curta duração (dois anos).

Escola Politécnicada UFRJ promove MBAem Certificação deSistemas de GestãoA Escola Politécnica da UniversidadeFederal do Rio de Janeiro está lançan-do o primeiro MBA em Certificaçãode Sistemas de Gestão para o conhe-cimento nas áreas de Saúde, MeioAmbiente e Segurança Ocupacional.O curso teve início no último dia 25de outubro e terá a duração de 18meses. As inscrições devem ser fei-tas no Centro de Tecnologia da Poli-técnica, no Bloco 1, sala 122.

SINDMAR e FUNIBER promovem cursos a distânciaO SINDMAR firmou em novembro um convênio com a FUNIBER, visando oferecercursos a distância, voltados para profissionais da área ambiental que têm poucotempo para se aperfeiçoar. Associados ganham bolsa de estudos, que lhe garantemdescontos sobre o valor dos cursos. Mais informações podem ser obtidas atravésdo site da fundação www.funiber.org.br ou pelo e-mail [email protected].

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SINDMAR participa de cerimônia degraduação dos alunos do CIAGA

Alunos comemoram formatura apóscerimônia solene no CIAGA.

Formando do Cursode Náutica, Luiz GustavoCruz Henriques da Silva,

recebe prêmio doSegundo Presidente

do SINDMAR, José Válido.

oi realizada no último dia 25 de ju-lho a solenidade de formatura dosalunos dos cursos fundamentais de

Concluíram o curso de graduação 86alunos da turma �Capitão de Longo Cur-so José Moreira Pequeno�, sendo 36 mu-lheres e 50 homens, que desfilaram emcontinência ao Comandante do Centrode Instrução. Também prestigiaram a ce-rimônia o Vice-presidente do SyndarmaClaudio Décourt, o Diretor-Geral do Pes-soal da Marinha, Almirante de EsquadraJulio Soares de Moura Neto e o Presi-dente do Centro de Capitães da Mari-nha Mercante Álvaro José de AlmeidaJúnior, além de representantes de diver-sas companhias de navegação.

Dois dias antes, o Segundo Presiden-te do SINDMAR, José Válido, havia entre-gue prêmio aos alunos formandos, LuizFernando Maciel Alves e Luiz GustavoCruz Henriques da Silva, primeiros colo-cados nos cursos de Máquinas e de Ná-utica respectivamente.

Fnáutica e de máquinas do Centro de Ins-trução Almirante Braz Aguiar (CIAGA). Oevento foi presidido pelo Almirante RayderAlencar da Silveira, Diretor Geral de Nave-gação, e contou com a participação doSegundo Presidente do SINDMAR, José Vá-lido e do Diretor de Educação e Forma-ção Profissional da entidade José Serra,além do Diretor de Portos e Costas, Vice-Almirante Napoleão Bonaparte, e do Co-mandante do CIAGA, Capitão de Mar-e-Guerra, Francisco José Memória Hipólito,que salientou o nível de excelência doscursos oferecidos pela instituição.�Estamos constantemente atualizando oensino profissional no sentido de capaci-tar nossos alunos e atender a demandado mercado�, declara o Comandante.

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Diretoria do SINDMAR reuniu fun-cionários, associados e represen-tantes de Sindicatos co-irmãos no

SINDMAR comemora centenáriodo OSM Antônio Vianna

impulsionadas pelo vapor produzido emcaldeiras de carvão e combustível, o quetornava as viagens ainda mais demora-das. Algumas delas variavam de acor-do com as escalas nos portos, poden-do levar de oito a 12 meses. Não haviafrigorífica nos navios e nem calefação,consumia-se alimentos não perecíveis ea água doce era racionada, devido ainexistência de destiladores. As dificul-dades físicas e emocionais eram enormes,já que os marítimos passavam longosperíodos longe de suas famílias. O presi-dente enalteceu o alto grau de compro-metimento dos oficiais mercantes com aluta sindicalista travadas entre as déca-das de 50 e 80. �Os líderes idealistas des-sas lutas enfrentaram governos conser-vadores e conseguiram a aprovação deinúmeras reivindicações para melhorar ascondições laborais dos trabalhadoresdo mar a bordo de seus navios. Graças aatuação destes homens, muitas leis queproporcionaram o desenvolvimento daMarinha Mercante foram aprovadas,tais como a criação do Acordo Coletivode Trabalho, e a Lei da Navegação deCabotagem exclusiva para bandeira bra-sileira�, salientou Severino.

O Segundo Presidente do SINDMAR,

José Válido, por sua vez, exaltou a vitali-dade do homenageado e enfatizou o fatode Vianna gostar de conversar sobre aatividade profissional, mesmo estandoafastado da vida no mar há muitos anos.E completou: �Parabenizo-o pelos 100anos bem vividos e por tudo que fez pelanossa Marinha Mercante.�

O OSM Vianna nasceu no dia cinco desetembro de 1903 no município de Estân-cia, em Sergipe, saindo de sua cidade natalaos 16 anos para trabalhar na fábrica detecidos Staner. O serviço o deixou habilita-do para embarcar em 1920 como pratican-te no navio Ilhéus, da Companhia Brasilei-ra. Após passar quatro meses em terra, nes-te mesmo período, resolvendo pendênciaslegais, Antônio embarcou em outro na-vio, o �Filadélfia�, no qual atuou comosubajudante. Porém, na primeira oportuni-dade, desembarcou em Pernambuco parafreqüentar cursos de especialização, o quelhe permitiu alcançar a posição de terceiro-maquinista do Filadélfia. Em 1921, o oficialVianna se associou ao Sindicato da cate-goria, em que teve atuação marcante nadefesa dos interesses dos trabalhadoresmarítimos. Alguns anos depois, Vianna in-gressou na Companhia de Navegação LloydBrasileiro para conhecer o mundo. �Eu játrabalhei em todos os tipos de navio: depassageiros e de carga. Fiz tudo o que sepode fazer na profissão. No período emque fiquei na ativa, sempre estive viajan-do.� Em uma de suas andanças, conheceuJoana Koter Vianna, com quem casou-se, eteve duas filhas. O velho marinheiro seaposentou em 1953 e, desde então, resis-tiu a todas as propostas para embarcarnovamente. �Fui chamado muitas vezespara voltar. Recebi, inclusive, convite daPetrobras. Apesar de ter sido muito feliz naminha profissão, decidi que não trocaria aminha liberdade por mais dinheiro. Traba-lhei duro para poder me aposentar�, con-cluiu, convicto, o experiente Chefe-de-Má-quinas.

Aúltimo dia 18 de setembro para celebrar,em sessão solene, o centenário de nasci-mento do OSM Antônio Gentil Vianna. Asessão, presidida por Maria Helena Ferraz,ex-secretária do sindicato e atual colabo-radora do departamento de aposentados,foi prestigiada por autoridades do meioaquaviário e familiares do homenageado.

Presente ao evento, o presidente doCentro de Capitães da Marinha Mercante,CLC Álvaro José de Almeida Júnior lem-brou que embarcou, pela primeira vez nacarreira, como praticante em um navio doLloyd Brasileiro, cujo Chefe-de-Máquinasera Vianna. Já o oficial aposentado Marçal,que também trabalhou com o Vianna, des-tacou sua determinação e atenção dispen-sada com os companheiros de bordo. �Elefoi um dos precursores da união entre ascategorias de Máquinas e Náutica que, hojeé uma realidade feliz�, afirmou.

Ainda na solenidade, o Primeiro Pre-sidente do SINDMAR, Severino Almeida,fez uma viagem no tempo, mencionandofatos relatados por aposentados contem-porâneos de Vianna. Naquela época, con-ta Severino, as máquinas dos navios eram

Diretoria do SINDMAR, sindicatosco-irmãos, funcionários e familiaresparabenizam o OSM Vianna

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A despedida antecipada de um amigoe companheiro da diretoria

destes anos de luta árdua. Deixo o re-gistro do meu trabalho, que se modes-to, foi executado com muita dedicação�,afirmou, ressaltando que sua saída foifruto de uma decisão pessoal.

O Chefe-de-Máquinas Félix in-gressou na organiza-ção sindical em no-vembro de 1997, com-pondo a diretoria do an-tigo Sindimáquinas. Em2000, após a unifica-ção dos sindicatosdos Oficiais de Náuti-ca e de Máquinas, as-sumiu a Diretoria de Comunicação doSINDMAR. Formado no CIAGA, em1977, Félix iniciou sua carreira naNetumar e teve uma breve passagem pelaH. Dantas, antes de ser contratado pelaBarcas S.A., onde trabalhou por 20anos, chegando a ocupar a diretoria deoperações. Sua trajetória profissionalsempre esteve intimamente ligada aomovimento sindical. �Sou filiado ao

sindicato há quase 30 anos. Tudo co-meçou quando ainda era praticante.Apesar de estar me afastando da dire-toria, continuarei contribuindo comoassociado�, revelou.

A diretoria do SINDMAR bem comoos funcionários da entidade desejam boasorte ao companheiro Félix, que agoraempregará toda a sua competência�a bordo� da Barcas S.A.

companheiro Félix de CastroPinto afastou-se no último dia29 de setembro da organização

sindical, após cinco anos de intensaatuação em defesa dos trabalhadoresaquaviários. O ex-diretor do SINDMARaceitou um convite para retornar a Bar-cas S.A. para trabalhar como Assistentedo Diretor-Superintendente da empresa.�Saio com a convicção de que a direçãosindical marítima hoje tem como pilar onosso sindicato. Acredito e espero quepossamos continuar avançando na bus-ca dos ideais mais solenes, obviamente,visando sempre o melhor possível paraas categorias envolvidas�, declarou.

Félix aproveitou a despedida para di-vidir com diretores e funcionários os mé-ritos pelas conquistas obtidas. �Agra-deço a todos os funcionários, que ver-dadeiramente formam um grupo de pro-fissionais capacitados e seres humanosda mais bela estirpe. Nada poderia sermais valiosa do que a amizade que cons-truí com meus companheiros ao longo

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Representantes do SINDMAR, dafiscalização do trabalho, e do MP do traba-lho discutem ações contra companhias denavegação que empregam cooperativados.Da esquerda para a direita: José LuizLinhares, Vera Albuquerque, CássioCasagrande, Odilon Braga, e Marco Aurélio.

SINDMAR apóia ações do MPcontra trabalho cooperativado

primeiro grau. A Companhia ainda ingres-sou com recurso ordinário e o relator, juizMello Porto, extinguiu o processo com oargumento de que o MP do Trabalho nãoteria legitimidade para propor aquela ação,que tratava de interesses individuais e,portanto, não passíveis de terem a tuteladeste órgão�, relatou. Casagrande aguar-da agora o julgamento de recurso de re-vista no TST para que o tribunal reco-nheça a legitimidade do processo. A ale-gação é que o procedimento da empresaestaria violando os interesses coletivosdos trabalhadores. �Esse recurso só nãofoi julgado ainda por causa do incêndioocorrido no TRT no ano passado (feve-reiro). Na época, fomos obrigados areconstituir os autos�, justificou.

O MP do trabalho também move umaação contra a Transtur, cuja sentença ganhaem primeira e segunda instâncias e sem di-reito de revista, determina que a empresadeveria não somente registrar os trabalha-dores que atuavam como cooperativadoscomo também estaria proibida de firmar con-tratos deste tipo. No entanto, de acordo coma Auditora da UEITPA, Vera Albuquerque, emuma inspeção realizada em 2002 na Com-panhia, constatou-se que mais de 100 fun-

cionários ainda eram vinculados a coope-rativas. �A despeito de serem prestadorasde um serviço público, que é o transportede passageiros, e de terem um número pe-queno de trabalhadores cooperativados,tanto a Barcas S.A. quanto a Transtur pre-feriram continuar na ilegalidade. Estabele-cemos um prazo, pressionamos e, mes-mo assim, eles se recusaram a registrá-los. Entretanto, nós reiteramos nossocompromisso com a fiscalização�, con-cluiu Albuquerque. A UEITPA possui aindaum programa de inspeção em plataformasque tem autuado e advertido a Petrobras,na revisão do sistema de terceirizações.Casagrande destacou que o prosseguimen-to da ação movida contra a estatal em 1998,que questiona o controle do treinamentodos trabalhadores terceirizados dependeda realização de perícia. �Em todos os con-tratos feitos pela Petrobras, há uma cláu-sula, advertindo que esses trabalhadoresterceirizados terão de passar por um trei-namento. Mas no momento de embarcaresse pessoal, descobrimos que a Compa-nhia não checa se o funcionário efetiva-mente participou do treinamento�, atestou.A boa notícia, segundo Casagrande, é queo MP ganhou a ação da Comissão Internade Prevenção de Acidentes em primeira ins-tância, tornando obrigatória a presença deuma Cipa em cada plataforma. A Petrobras,contudo, ainda está dentro do prazo esti-pulado para recorrer da decisão ao TST.

O Procurador do MP do trabalho elo-giou o trabalho conjunto das entidadesfiscalizadoras dos direitos trabalhistas econcluiu: �O relacionamento da Magis-tratura com a fiscalização nunca estevetão bom como agora.�

om o objetivo de acompanharo andamento das ações do Mi-nistério Público do Trabalho

contra o emprego de trabalhadorescooperativados nas empresas de nave-gação, os diretores do SINDMAR, OdilonBraga, e Marco Aurélio, acompanhadosda Auditora Fiscal da Unidade Especialde Inspeção do Trabalho Portuário eAquaviário, Vera Albuquerque, e do Coor-denador da UEITPA, José Luiz Linhares,reuniram-se no último dia 5 de setembrocom o Procurador do MP do trabalho,Cássio Casagrande. Durante o encontro,foi proposta uma ação conjunta doSINDMAR e do Ministério Público contraa Barcas S.A. com base nos relatórios deautuação da fiscalização do trabalho.

O Procurador Cássio Casagrande lem-brou que a Magistratura moveu uma açãocontra a companhia no Tribunal Regionaldo Trabalho, obtendo vitória em primeirainstância. �Conseguimos impedir que aBarcas S.A. continuasse adotando estaprática. Mas a empresa entrou com umamandado de segurança no TST, que pos-teriormente cassou nossa liminar. Eu ain-da entrei com um agravo regimental e ajuíza Dóris restabeleceu aquela liminar em

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Em 15 de outubro, Dia do Mestre, o Cen-tro de Instrução Almirante Braz Aguiar co-memorou a passagem de seus 111 anos,com a apresentação oficial da embarca-ção �CIABA-01� (antiga �Calha do Nor-te�), doada àquele Centro pelo Comandodo 4o Distrito Naval. A solenidade con-tou ainda com a apresentação de Coral,cerimonial da Bandeira Nacional ao pôr-do-sol, desfile do Corpo de Alunos emcontinência ao Almirante José AntonioCastro Leal, além de um coquetel.

O SINDMAR foi representado peloDelegado da entidade, em Belém, CLCJosé Vivekananda, que, na oportunidade,congratulou o Comandante do CIABA,Capitão-de-Mar-e-Guerra, Gilceu Saliba,pelo aniversário da instituição. �Devemos

Chegada de embarcação marcaaniversário dos 111 anos do CIABA

louvar o esforço destainstituição em melhorar aqualidade dos profissio-nais ali formados com aaquisição de uma embar-cação dotada de moder-nos equipamentos, unstransferidos dos labora-tórios, outros consegui-dos através de doações�,declarou Vivekananda. Aunidade servirá para aprática das mais diversasdisciplinas dos ciclosprofis-sionalizantes, tan-to de Máquinas como deConvés.

A embarcação CIABA 01 será aproveitada emaulas práticas para os alunos da Escola deFormação de Oficiais Mercantes.

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Toda a família marítima está convidada para a festa de fim de ano do SindicatoNacional dos Oficiais da Marinha Mercante que acontece no próximo dia 6 de dezem-bro (sábado), no Garden Party, em Jacarepaguá.

Em uma área de 25 mil metros quadrados coberta pela Mata Atlântica, diversasatrações estarão sendo oferecidas tais como: música ao vivo com DJs, gincanas paratodas as faixas etárias, especialmente para as crianças que poderão contar com jo-gos, campeonatos e brincadeiras promovidas pela Turma do Peter Pan. O espaçoconta ainda com jardins, piscina de água corrente, quadras esportivas, parque infan-til, churrasqueira, capela e quiosques, proporcionando um clima ideal para o relaxa-mento e descontração.

Está programado também um show da banda �Fugitivos de Tóquio�, composta pormúsicos profissionais. O grupo já participou de apresentações especiais em casasnoturnas importantes e programas de televisão com um repertório que vai de grandeshits dos anos 70 e 80 a clássicos da MPB e do samba. O sítio disponibiliza ainda umestacionamento exclusivo para 450 carros de passeio e fica localizado em uma regiãocentral, servida por diversas linhas de ônibus, o que facilita o acesso dos convidados.

Para o presidente do SINDMAR, Severino Almeida, a confraternização deste anotem tudo para superar o evento realizado no ano passado. �Temos muito o quecomemorar este ano e, para isso, contamos com uma estrutura que nos oferece maisopções de divertimento�, observou Severino.

Estar presente à festa também será uma forma de contribuir para programas sociaisjá que uma parceria do SINDMAR com os alunos da Escola de Formação dos Oficiaisda Marinha Mercante transformará o Garden Party em um dos pontos de arrecadaçãode alimentos para o programa FOME ZERO do governo federal. Os convidados pode-rão participar da iniciativa, levando um quilo de alimento não perecível.

6 de dezembro de 2003:Venha celebrar com o SINDMARa passagem de mais um ano

As reservas para a festa podem ser feitas com o Diretor-Secretário do SINDMAR, OdilonBraga, através do telefone (21) 2518-2164 ou pelo e-mail [email protected]. Oconvite é gratuito para todos os associados e seus dependentes, e crianças de atécinco anos. Para convidados de nossos associados, o convite custará R$ 55,00. Crian-ças de seis a 10 anos de idade pagam metade do valor. O Garden Par ty fica na Estradado Cafundá, 2.162, na Taquara, Jacarepaguá. A festa terá início às 10 horas, encerran-do-se às 18 horas.Reserve já o seu convite! Contamos com a sua presença e de sua família!Veja anúncio do local do evento na página 72.

6 de dezembro de 2003:Venha celebrar com o SINDMARa passagem de mais um ano

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Aviso aos Navegantes:derelito perigoso ronda a navegação

�Prezado Pinto Amando

Mais uma vez, tive a oportunidadede ler referências em seu prestigioso PressGuide sobre uma alegada falta de tripulan-tes brasileiros, em especial de Oficiais, egostaria de registrar que as informaçõesque lhe chegam não correspondem à rea-lidade dos fatos.

Passo a enumerar as razões destesrumores tendenciosos e inaceitáveis, pornão expressarem a verdade dos fatos:1. Não estão faltando Oficiais. Faltam

principalmente salários e gestão ade-quada a bordo.

2. Os baixos salários pagos, em especi-al, na segunda parte da década pas-sada, fizeram com que centenas deprofissionais buscassem alternativasem atividades correlatas ou não, nabusca de uma realização profissional,que o ambiente de bordo já não maisoferecia. Hoje mais de 500 Oficiaistrabalham em atividades correlatas eaté na própria empresa de navegação,em terra, em apoio às operações dosnavios. A diferença dos salários pa-gos entre o trabalho a bordo e o tra-balho em terra, ainda não estimula oretorno ao mar. Só na Petrobras/Trans-petro, temos mais de 200 profissionais,nesta situação. Este fato nos conce-deu, não apenas a saída destes com-panheiros de bordo, mas, também oreconhecimento da excelência do tra-balho que estes companheiros reali-zam em terra, o que reforça o altoconceito de formação destes Oficiais.São Oficiais que potencialmente po-deriam retornar a bordo, mediante es-tímulo salarial.

3. Existem empresas que afugentamseus Oficiais pelo baixo salário pago,para o mesmo tráfego, com defasa-gem que ultrapassa 40% na remune-ração final e 70% quando compara-

Nos últimos meses, circularam in-formações na imprensa especializa-da em transporte aquaviário, dandoconta de uma suposta carência deOficiais marítimos brasileiros nomercado de trabalho. O SindicatoNacional dos Oficiais da MarinhaMercante, por intermédio de seuPrimeiro Presidente, SeverinoAlmeida, repudia com veemênciatais colocações, e responsabilizaentre outros fatores, a implemen-tação de políticas de gestão de bor-do inadequadas. Severino adverteainda que os baixos salários pagospor algumas companhias de nave-gação vêm provocando a fuga deOficiais da vida no mar. Submetidosa uma rotina árdua e a inúmerasprivações que o trabalho a bordoproporciona, os profissionais saemem busca de alternativas que ga-rantam a realização profissional.O dirigente ressalta ainda que com-panhias de navegação queinvestem na capacitação e dos seusempregados e na regulamentaçãoda relação laboral vêm conseguindomanter os melhores profissionaisdo mercado, auferindo resultadosexpressivos em seus balançosanuais. Em carta endereçada aoinformativo on line �Press Guide�,o Presidente do SINDMAR desmen-tiu as notícias publicadas, enume-rando argumentos contra o queclassificou de �rumor tendenciosoe inaceitável�.

das remunerações pagas para o mes-mo posto em diferentes tráfegos.

4. Outras empresas, que não podem sercondenadas pelos baixos salários pa-gos, mas, que mantêm gestões de bor-do, que ultrapassam a capacidade doser humano em manter uma respon-sável rotina de bordo. Este fato tam-bém afugenta de bordo Oficiais quese recusam a uma relação imprópriano cumprimento responsável de suasatribuições.

5. Existem ainda, aquelas que combinamestas duas características, de tal for-ma que chego a admirar a capacidadedas mesmas de ainda manterem pro-fissionais em seus quadros. Promes-sas e promessas, talvez expliquem. AMetalnave é um caso típico.

6. As empresas que compreendem o mo-mento de valorização do profissional,tendo em vista a brutal mudança dasobrigações, certificações, especializa-ções impostas pela legislação interna-cional, têm sem dúvida alguma, encon-trado os profissionais que precisam.Esta disputa ocorre também, entre em-presas que possuem um bom históri-co de relação laboral e até mesmo en-tre aquelas que chegaram ao mercadomais recentemente. Um caso que ilus-tra bem este aspecto é o que ocorreurecentemente com a Maersk. Estacompanhia perdeu de uma só vez, oitoOficiais para a Norskan, numa simples,legítima e esperada disputa no merca-do, por bons profissionais. Resta aMaersk reavaliar sua política de pesso-al marítimo para encontrar no mercadooito bons profissionais, no mesmo ní-vel daqueles que perdem e que para osquais diversos investimentos foramfeitos em seu aperfeiçoamento. É umaquestão de mercado. Numa atividadecada vez mais especializada, a cada dia

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CLC Raimundo Nonatorecebe título de cidadãodo Estado do Rio

Assembléia Legislativa do Rio deJaneiro (ALERJ) homenageou, nodia 8 de agosto em Sessão Sole-

rélio Arthur, e o Assessor Geral da Con-federação Brasileira dos Aposentados ePensionistas, Luiz Viegas da Mota Lima.

Nascido em Belém do Pará, o Coman-dante Nonato tem 61 anos, formou-seno CIABA em 1962, trabalhando durantetoda a sua carreira na FRONAPE , empre-sa pela qual se aposentou em 1989. Atu-almente cumpre seu segundo mandato àfrente da FAAPERJ e integra o conselhofiscal do SINDMAR.

A proposta de homenagearo CLC Raimundo Nonato foiaprovada por unanimidadepela Casa Legislativa.

fica mais difícil, uma manutenção derelações de trabalho, como ocorreuno passado: a companhia fazia deconta que pagava e o tripulante fa-zia de conta que trabalhava. Hoje,está cada vez mais competitivo omercado, operando embarcaçõescada vez mais sofisticadas, já nãomais aceita esta relação.

7. É perceptível no balcão do Sindi-cato o aumento do número de Ofi-ciais, na busca por empresas quemantenham bons salários e boa ges-tão, mas também é perceptível a con-tínua recusa de profissionais ao em-barque em empresas, que resistema esta nova realidade na navegação.

Realço, Pinto Amando, que este éum momento de reflexão para todosaqueles que acreditam neste tal mer-cado. Principalmente, para aqueles queno passado não manifestaram preo-cupação com a crise de desempregoque se abateu sobre nós.

O discurso do tal �Deus do merca-do� serviu para impingir-nos graves pro-blemas de desemprego nos anos 90.Encontramos a saída, fomos compe-tentes para isto. Esperamos que as em-presas, também o sejam.

Finalmente, gostaria de informá-loque não existem tripulações estrangei-ras tripulando navios de bandeira bra-sileira. Não existe e nem deve existir.Se houver, a sociedade brasileira seobrigaria a questionar o monopólio daempresa brasileira de navegação naintermediação dos afretamentos nacabotagem, apoio marítimo e navega-ção interior de percurso nacional.Qual a contrapartida social deste mo-nopólio? Ou podemos entender quegarantir lucro farto, certo e fácil a duasdúzias de executivos, é função socialque se sustente. A defesa de autênticaMarinha Mercante Brasileira, não podeser confundida como uma bóia para amanutenção e lucro de tais empresas.Uma autêntica Marinha Mercante Bra-sileira se faz com navios, empresas etripulantes nacionais.�

Ane, a Federação das Associações dosAposentados e Pensionistas do Estado eseu presidente, o Capitão de Longo Cur-so Raimundo Nonato de Souza que rece-beu da deputada Cida Diogo (PT) o títulode Cidadão do Estado do Rio. A cerimô-nia foi prestigiada pelo SINDMAR, repre-sentado pelo Diretor Secretário, OdilonBraga e pela FNTTAA através do Diretorpara Assuntos Marítimos, José Válido.

Em discurso no plenário da ALERJ,Nonato destacou que o título é um reco-nhecimento ao trabalho desenvolvido porsua gestão. �Procuramos trazer de voltapara o convívio da federação aquelas en-tidades filiadas que estavam adormeci-das e que agora participam ativamentede nossas atividades em benefício dos 2milhões e 100 mil aposentados e pensio-nistas do Rio. É um trabalho voluntário,de sacrifício, porém gratificante�, con-cluiu o Comandante.

Já a deputada Cida Diogo, que presi-diu a sessão, lembrou que o CMT Nonatoteve seu nome aprovado unanimementepelos parlamentares da Casa, o que, se-gundo ela, demonstra o papel fundamen-tal desempenhado pelo Oficial na luta emdefesa dos interesses dos trabalhadores.�O legado que o país recebe é fruto do quetem sido passado a nós pelos aposenta-dos�, declarou. Ainda durante o evento,foi entregue uma moção de aplauso e lou-vor às seis mulheres que atuam na direto-ria da FAAPERJ, entre elas, Cleuza Braga daSilva, atual diretora das atividades cultu-rais e recreativas da entidade.

Compareceram também a solenidade,o Vice-presidente da FAAPERJ, Pedro Es-trada Faria, o vereador Adilson Pires, oDiretor da FUNDACENTRO-RJ, Marco Au-

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uncionários do SINDMAR participa-ram entre os dias 28 e 31 de julhodo curso de Excelência no Atendi-

Para o presidente do SINDMAR,Severino Almeida, a diretoria tem en-tendimento pacífico de que a qualidadedos serviços da entidade está direta-mente ligada a qualidade do seu quadrofuncional. �Esperar que o quadro dire-tor possa atuar direta e pessoalmenteno acompanhamento das relações detrabalho decorrentes de 31 acordos co-letivos, bem como em todas as ques-

Diretores e funcionários do SINDMAR recebem certificado de conclusão do curso de Excelência noAtendimento.

tões levantadas pelos nossos associa-dos não é razoável. Com o seu cresci-mento, a cada dia que passa, o SINDMARdepende mais e mais da qualidade deseu quadro de assessores e assisten-tes. Esta qualidade deve ser observadano encaminhamento da demanda do as-sociado. Por essa razão, �investir empessoas� deve ser o nosso lema e a nos-sa prática�, conclui.

SINDMAR investe na qualificação dos seus funcionários

Aos 50 anos, ex-marinheiro torna-se Oficial de Máquinastor e, posteriormente, foi contratado comoprimeiro condutor na Petrobras/ Fronape,vindo a se aposentar em 1997.

Silva lembra que precisou adiar por 16anos o sonho de tentar se tornar um Oficialda Marinha Mercante, já que nesse perío-do, os cursos de acesso voltados para mari-nheiros ficaram suspensos. Finalmente,em 2002, conquistou o diploma de forma-ção, tendo feito praticagem durante seismeses no navio �Castillo de Arevalo�, da Elca-no. Atualmente, estuda algumas propos-tas para embarcar. �O mercado de trabalhoestá muito receptivo para os marítimos�,atesta, confiante de que terá êxito nesta novafase de sua vida profissional. �Sou gratoao Comandante José Mauro Bezerra e aoChefe-de-Máquinas, Fabiano de Cristo,que prestaram toda a assistência duranteo meu treinamento a bordo�, concluiu Sil-va, exemplo de determinação e tenacida-de para toda a comunidade marítima.

O 2 OM Ailton Correa da Silva (àesquerda ao lado do diretor MarcoAurélio) precisou esperar 16 anos

para realizar o sonho de entrarpara Escola de Formação de

Oficiais da Marinha Mercante.

Os 50 anos de idade não são empeci-lho para Ailton Correa da Silva, recém-for-mado Segundo Oficial de Máquinas. Noúltimo dia 19 de setembro, ele assinou aficha de filiação ao SINDMAR, após con-cluir o curso de acesso a 2OM (ACOM) noCIAGA, e anunciou sua intenção de conti-nuar se aperfeiçoando cada vez mais atéalcançar o topo da carreira. �Tive em men-te ser um Oficial desde quando entrei paraa Marinha Mercante. Minha meta é ser Che-fe-de-máquinas�, afirmou, convicto.

O primeiro embarque de Silva ocorreuem novembro de 1980 no navio Amaralina,da Aliança Navegação, quando o entãomarinheiro de máquinas, oriundo da Ma-rinha de Guerra, se especializou em artí-fice de mecânica. Alguns meses depois,Silva ganhou uma bolsa de estudos paratrabalhar como condutor na mesma em-presa, em que permaneceu por nove anos.Em junho de 1981, já era segundo condu-

Fmento, nas dependências da entidade, noRio de Janeiro. Ministrado pela psicólo-ga Anamaria Ourivio N. Massa, da PUC-RJ, o curso teve como objetivo aperfei-çoar o processo de atendimento aos as-sociados bem como otimizar as ativida-des implementadas pelo sindicato.

A receptividade dos 30 participan-tes foi unânime. �O aprendizado de téc-nicas para um melhor atendimento per-mitiu um entrosamento mais efetivo daequipe de trabalho. A percepção das fa-lhas que atrapalham um bom serviço é oprimeiro passo para que possamosresolvê-las. Os efeitos já podem ser sen-tidos�, reconheceu a recepcionista doSINDMAR, Gisele Alves de Andrade.

As aulas também foram assistidaspor funcionários das Delegacias Regio-nais em Belém (PA) e Cabedelo (PB), oque revela os esforços da entidade empadronizar seus serviços.

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eunidos na sede da FNTTAA no últi-mo dia 7 de outubro, representan-tes dos Sindicatos dos Aquaviários

SINDMAR e Norsul celebram renovação de ACT

embarcações duplicaremos nossa capa-cidade de transporte. Também acabamosde fechar um novo contrato com a Ara-cruz para a construção de um empurradore três barcaças a serem usados no proje-to Veracel de transporte de celulose aca-bada do Terminal de Bel Monte, no sul daBahia até Porto Cel, no Espírito Santo,onde a celulose vai embarcar para o exte-rior�, explicou Rocha.

A Norsul é, atualmente, a segundamaior armadora brasileira, com uma fro-ta composta de 10 navios graneleiros, to-dos de bandeira nacional. �Existem mui-tas empresas em fase de crescimento que

Sindicalistas e diretores da Norsul assinam novo Acordo coletivo de trabalho na FNTTAA.

estão adquirindo novas embarcações eesperamos que a Norsul assim pense equeira investir na ampliação da frota. En-quanto esse anseio por crescimento setraduzir em tripulação brasileira, bandei-ra brasileira e embarcações produzidasem estaleiros nacionais, estaremos cami-nhando lado a lado, pois reconhecemosa importância desses fatores para o de-senvolvimento da navegação nacional�,salientou o Diretor para Assuntos Maríti-mos da FNTTAA, José Válido.

O acordo coletivo firmado é retroati-vo a 1º de agosto e estará em vigência atéo dia 31 de julho de 2004.

acordos

Re da Companhia de Navegação Norsul re-novaram o acordo Coletivo de Trabalho,incluindo novos benefícios para a catego-ria. Estiveram presentes à assinatura, o Di-retor para Assuntos Marítimos da federa-ção, José Válido, o Diretor Procurador doSINDMAR, Enilson Pires e o Assessor paraAcordos Trabalhistas da entidade, FabioFernando. Também compareceram, repre-sentando a empresa, o Gerente de Recur-sos Humanos, Vicente Ramos Filho, e oDiretor Administrativo e Financeiro, Bru-no Lima Rocha, que enalteceu o clima cor-tês, que predominou durante as negocia-ções. �Noto que o movimento sindical ma-rítimo cresceu muito em termos de firme-za na reivindicação por melhores remune-rações e condições de trabalho, demons-trando um profissionalismo exemplar. Ageração atual de dirigentes sindicais aju-dou a revigorar a relação entre as empresase os trabalhadores. A assinatura do ACTnos deixa com a certeza de que estamosrespondendo aos anseios do mercado,empregando uma tripulação altamentequalificada�, afirmou Lima Rocha.

O diretor informou ainda que a em-presa deverá receber até maio de 2004um navio-empurrador e uma barcaça en-comendados ao estaleiro Eisa que serãoincorporados ao Projeto da Aracruz Ce-lulose de transporte de toras de madeira.�Já contamos com três barcaças e umempurrador e, com a chegada das novas

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Lideranças sindicais e representantes da Metalnave firmam novo compromisso, regulamen-tando a relação laboral dos trabalhadores da empresa.

Metalnave renova ACTcom Sindicatos Marítimos

o Gerente de Recursos Humanos, AlmirLorena, que prevê que o acerto trará tran-qüilidade a tripulação. �Temos buscadonos relacionar da melhor maneira possí-vel com os sindicatos e vamos continuarinvestindo na contratação de pessoalpara atender a crescente demanda nacabotagem�, assegurou Lorena.

Suas palavras foram reforçadas peloDiretor de Operações, Sergio Andrade,que lembrou que a chegada dos naviosMetaltanque V e VI exigirá a ampliação

do quadro de marítimos da empresa. Asduas embarcações gaseiras estão sendoconstruídas no estaleiro Itajaí, de pro-priedade da empresa, e deverão estar li-beradas para navegar no primeiro e se-gundo semestres de 2004.

Os efeitos do novo Contrato de Tra-balho retroagem a 1º de abril deste ano ea vigência vai até 31 de março do anoque vem. O acordo contempla os maríti-mos embarcados nos navios MetaltanqueI, II, III e IV.

pós cerca de seis meses de ne-gociação, foi renovado no últi-mo dia 25 de setembro o Acor-

do Coletivo de Trabalho dos sindicatosmarítimos com a Metalnave NavegaçãoS.A., durante uma reunião na sede daFNTTAA. A assinatura do novo contratofoi celebrada pelo diretor para Assun-tos Marítimos da federação, José Válido,que destacou que os avanços obtidossão fruto da capacidade de mobilizaçãoe participação dos tripulantes da empre-sa. �O ACT representa a continuidadede um processo que se iniciou com mui-ta luta. Mas temos esperança e torce-mos para que as próximas renovaçõesvenham acompanhadas de efetivasmelhorias laborais�, afirmou, advertin-do ainda que a Companhia, para atrair emanter funcionários qualificados den-tro do seu ramo de atuação (cabotagem),necessita se reposicionar e proporcio-nar remunerações condizentes com a ta-bela de salários praticada pela armaçãonacional. �É fato que o diretor-presiden-te da Metalnave, Frank Wlasek, foi apon-tado pela revista �Isto é dinheiro� comoo senhor dos mares brasileiros. Porém,esta saúde financeira ainda não se refle-tiu nos vencimentos dos tripulantes desua frota�, atesta Válido.

Representando o SINDMAR, estive-ram presentes ao encontro os diretoresEnilson Pires e Marco Aurélio, além doAssessor para Acordos Trabalhistas, Fa-bio Fernando. Pela empresa, compareceu

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acordos

�Dirigentes do SINDMAR assinam novo ACT com a Augusta Off Shore. Da esquerda para a direita:Diretor Gerente da Companhia, Antônio Artur de Lima, Presidente do SINDMAR Severino Almeida,segundo Diretor Financeiro, Jailson Bispo, e Assessor para Acordos Coletivos, Fabio Fernando.�

Augusta Off Shore e SINDMAR celebram novo ACT

nários quanto a empresa�, declarou Arturde Lima.

Para o Primeiro Presidente do SINDMARSeverino Almeida, as empresas de nave-gação que investem em seu quadro deOficiais mercantes, estatisticamente,

têm auferido resultados mais expressi-vos. A reunião contou ainda com a pre-sença do Assessor para Acordos Traba-lhistas, Fabio Fernando. Os efeitos do ACTretroagem a 1º de fevereiro deste ano e avigência vai até 31 de janeiro de 2004.

Bandeirantes assina primeiro ACT com o SINDMAR

Representantes dos sindicatos marítimos emreunião com a diretoria da Bandeirantes.

prometeu também a fornecer a Compa-nhia mão-de-obra em todos os níveis des-de que os sindicatos sejam informadossobre as necessidades da Companhia. Nacerimônia de assinatura do contrato, es-tiveram presentes pela empresa, o Dire-tor Presidente Ricardo Sudaiha, o Asses-sor da Presidência, Comandante RogérioEsteves, e o advogado Alexandre Loutfi.

Ainda durante o encontro, o Segun-do Presidente do SINDMAR, José Válidodefendeu a tese de que os Oficiais da Ban-deirantes, �desde que adequadamente

treinados e preparados podem e devemassumir funções de supervisão e geren-ciamento, a exemplo do que ocorre noexterior. �A maioria deles já tem experiên-cia para efetuar cálculos. Eles precisamapenas adaptarem-se ao regime compe-titivo de produção que hoje é exigidopelo mercado�, ressalta o dirigente. ODiretor Presidente da Companhia,Ricardo Sudahia comprometeu-se emestudar e colocar em prática esta propo-sição, caso ela se mostre viável e factível.

Fundada em 1975, a Bandeirantes atuano setor de dragagem marítima e portuá-ria em toda a costa nacional, desenvol-vendo as seguintes atividades: recupera-ção de praias e aterro hidráulico de área,enrocamento, guia corrente e quebra mar,derrocamento marítimo e fluvial, constru-ção de cais, obras civis, saneamento edrenagem, urbanização, terraplenagem epavimentação.

o dia 19 de agosto, a AugustaOff Shore e o SINDMAR renova-ram o Acordo Coletivo de Tra-

balho em reunião na sede da entidadesindical. Durante o encontro, os dirigen-tes debateram o panorama do mercadode trabalho e trocaram idéias a respeitodo que pode ser feito para melhorar ascondições laborais dos marítimos. O Di-retor Financeiro do Sindicato, Jailson Bis-po, salientou que o novo contrato trazavanços em relação ao ACT anterior, oque segundo ele, �demonstra a capaci-dade negocial dos trabalhadores�.

Já o Diretor Gerente da Companhia,Antônio Artur de Lima, celebrou o acer-to, lembrando que para manter profis-sionais qualificados e motivados, aAugusta Off Shore vem ampliando o le-que de benefícios oferecidos aos seusfuncionários. �Acredito que este acor-do contempla tanto os nossos funcio-

SINDMAR e a Bandeirantes Draga-gem e Construção Ltda. assinaramna sede da empresa no último dia

11 de junho o primeiro Acordo Coletivo deTrabalho, regulamentando a situaçãolaboral dos empregados da Companhia.

Na ocasião, o Segundo Presidentedo SINDMAR, José Válido, destacou queo acerto representa uma vitória dosoficiais mercantes da Bandeirantes, quetornou-se a terceira empresa do setor dedragagem a oferecer proteção laboral aosseus funcionários. O dirigente se com-

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m reunião na sede da FNTTAA noúltimo dia 25 de agosto, diretoresdo SINDMAR e das demais enti-

SINDMAR firma primeiro ACT com a Frota Oceânica

Representantes dos sindicatos marítimos fecham ACT com a Frota Oceânica.

rem contribuir para o sucesso da empre-sa, desde que esta continue atuando comnavios e tripulação brasileiros. Ainda peloSINDMAR, estiveram presentes ao encon-tro na federação o Diretor ProcuradorEnílson Pires e o Assessor para AcordosColetivos, Fabio Fernando. Representan-do a empresa, compareceu o Vice-Presi-dente, José Fragoso Pires Junior, que re-conheceu ser o ACT um instrumentofactível para o entendimento entre traba-lhadores e patrões. �Espero que o novogoverno, de bases trabalhistas, consigaenxergar e entender a necessidade de secriar meios para tornar a Marinha Mercan-te Nacional competitiva�, afirmou.

O gerente administrativo da FrotaOceânica, Carlos Alberto D�Oliveira, porsua vez, ressaltou que a empresa estáconcentrando suas operações no trans-porte de granéis com o objetivo de for-necer suporte a outros negócios do gru-po empresarial Fragoso Pires. �Estáva-mos preocupados em manter o grau desatisfação dos nossos funcionários eacredito que, com esse acordo, todosse sentirão mais confiantes�, destacouCarlos Alberto, acrescentando que aCompanhia está concentrando suasoperações no transporte de granéis como objetivo de fornecer suporte a outrosnegócios do grupo empresarial FragosoPires.

A Frota Oceânica foi fundada em1947 e trabalhou com embarcações fre-tadas até 1967, quando comprou daCompanhia Siderúrgica Nacional o na-vio �Siderúrgica Dez�, posteriormenterenomeada como �Frota Vento�, de ape-nas 17 mil toneladas. Atualmente a em-presa possui 11 embarcações, sendocinco porta-contêineres fretados àDocenave, no regime casco nu (bareboat). As demais são graneleiras e atu-am no transporte de sal na costa brasi-leira. �A Frota sempre primou por umtratamento muito digno e respeitosocom toda a sua tripulação � desde ocomandante até o mais simples mari-nheiro�, ressaltou o Vice-PresidenteJosé Fragoso Pires Junior.

Edades sindicais marítimas selaram o pri-meiro Acordo Coletivo com a Frota Oceâ-nica Amazônica S.A., regulamentando arelação laboral dos trabalhadores da em-presa, 10 anos após o término do últimocompromisso.

Para o Segundo Presidente doSINDMAR, José Válido, que intermediouas negociações, a assinatura do ACT sig-nificou �um resgate da proximidade coma representação dos trabalhadores pelaFrota Oceânica�. Válido garantiu aindaque os sindicatos dos aquaviários que-

Em razão de seus embarques ou do localde sua residência é difícil sua visitaao SINDMAR, para atualizar seucadastro?

Não importa. Utilize o e-mail, fax,carta ou ainda se preferir, contate portelefone nosso companheiro Diretor-Secretário Odilon Braga.

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acordos

A Diretoria do SINDMAR se reuniuno último dia 6 de outubro com repre-sentantes da São Miguel para renovaro Acordo Coletivo de Trabalho, benefi-ciando o quadro de 25 Oficiais Mercan-tes que atua na Companhia. Participa-ram do encontro, na sede da entidadesindical, o Presidente do SINDMAR,Severino Almeida, os diretores JailsonBispo e Odilon Braga, e o Assessor paraAcordos Trabalhistas, Fabio Fernando.Representando a empresa, comparece-ram o Diretor-Superintendente, Anto-nio Carlos Thomé, e o Gerente Execu-tivo, Carlos Augusto de Cordovil. Osefeitos do ACT retroagem a 1º de feve-reiro deste ano, com vigência até 31 dejaneiro de 2004.

Logo após a assinatura do documen-to, Severino comentou: �O fechamentode acordos coletivos é sempre para nós,dirigentes sindicais, um momento de afir-mação, mas, é inquestionável que osACTs nos trazem mensagens distintas.A mensagem deste se distingue pelaconfiança de uma empresa na ativida-de em que atua, haja vista as recentesdificuldades por que passou e a cora-gem empresarial de continuar investin-do em serviços, com segurança cadavez maior.�

SINDMAR e SãoMiguel fechamnovo ACT

Da esquerda para a direita: CarlosAugusto de Cordovil, Antonio CarlosThomé, Severino Almeida, Jailson Bispo,Odilon Braga, e Fabio Fernando.

Elcano renova ACT comSindicatos Marítimos

Dirigentes dos Sindicatos Marítimos firmam novo ACT com a Elcano.

s Sindicatos Marítimos e a Empre-sa de Navegação Elcano S.A. cele-braram no último dia 3 de outubro

empregue tripulação nacional e cons-trua seus navios em estaleiros do país.

Representando o SINDMAR, estiverampresentes à reunião na sede da empresa,no Rio de Janeiro, o diretor Marco Aurélio eo Assessor para Acordos Trabalhistas, Fa-bio Fernando. Pela empresa, comparece-ram o Diretor Geral Manoel Requeijo e oGerente de Recursos Humanos, Valter Ma-chado, que aproveitaram a ocasião paraanunciar que a Elcano pretende expandirsuas operações no Brasil, construindo qua-tro embarcações graneleiras em estaleirosnacionais. A empresa atualmente conta comuma frota de quatro navios de longo cursoe três de cabotagem, todos de bandeira na-cional. �A negociação transcorreu da formamais saudável possível e acho que todossaíram ganhando. O ACT nos abre um ca-minho para a busca dos melhores profissi-onais do mercado�, admitiu Machado, quemanifestou ainda a intenção de antecipar oinício do próximo processo negocial.

Ainda durante o encontro, o Oficialmercante, Mario Ribeiro Lopes, que con-cluiu no mesmo mês o curso de aperfei-çoamento para Chefe-de-Máquinas, reco-nheceu que o novo contrato dará maiortranqüilidade às tripulações�. O contratoestabelece uma relação respeitosa entreos trabalhadores e os patrões,� afirmou.O contrato é retroativo ao dia 1º de maiodeste ano e permanecerá em vigência atéo dia 30 de abril de 2004.

Oa assinatura do novo Acordo Coletivo deTrabalho, contemplando a tripulação dossete navios da Companhia.

As negociações, que duraram cerca detrês meses, foram coordenadas pelo Dire-tor para Assuntos Marítimos da FNTTAA,José Válido, que fez questão de elogiar apostura dos tripulantes dos navios de lon-go curso da Companhia, que segundo ele,abriram mão de parte de suas reivindica-ções para possibilitar a renovação do con-trato. �Havia diferenças salariais entre osnavios de longo curso e de cabotagem,fato que acabou dificultando as nego-ciações. No ACT anterior, os marítimosdo longo curso foram beneficiados commaior remuneração. Para reduzirmos a di-ferença, desta vez resolvemos dar umaatenção especial ao pessoal da cabotagem.Temos que levar em consideração que to-dos são empregados da Elcano e não ape-nas da linha de longo curso ou dacabotagem. Afinal, o tripulante que hojeatua em um navio que vai para o exterior,poderá na viagem seguinte estar operan-do uma linha dentro do país�, explicou.Válido assegurou também que as entida-des sindicais dos aquaviários vão conti-nuar apoiando o crescimento da frota daElcano desde que a Companhia operecom embarcações de bandeira brasileira,

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os dias 16 e 17 de setembro, oSINDMAR acompanhou a Unida-de Especial de Inspeção do Tra-

SINDMAR e UEITPA inspecionamembarcações estrangeiras em Macaé

De acordo com a auditora Vera Albu-querque, o balanço do trabalho foi alta-mente positivo. �Autuamos apenas umaempresa que estava forçando seus em-pregados a cumprirem um número ex-cessivo de horas-extras. Nossa intençãoé fazê-la contratar mais trabalhadores�,

justificou, acrescentando que asinspeções sem agendamento pré-vio continuarão sendo executadas.Tal procedimento, segundo ela, ser-virá de alerta às empresas, que de-verão redobrar a atenção com osdiversos aspectos relacionados a re-gularização do labor a bordo.

Ainda na ocasião, o diretor doSINDMAR, Jailson Bispo, visitoua tripulação dos rebocadores�Cabo Frio�, da Edson Chouest,e �Danco Tide�, da Pan Marine,para esclarecer dúvidas sobreitens do Acordo Coletivo de Tra-

O segundo diretor financeiro doSINDMAR, Jailson Bispo (1º, àesquerda), explica pontos do ACT àtripulação do Rebocador �Cabo Frio�,da Edson Chouest.

Auditores da UEITPA inspecionamuma embarcação em Macaé. Fiscalização

do trabalho a bordo será permanentee sem aviso prévio.

Nbalho Portuário e Aquaviário, órgão vin-culado ao Ministério do Trabalho, na fis-calização de embarcações de bandeira es-trangeira do setor off shore no municípiode Macaé (RJ). A operação foi coordena-da pelos auditores Vera Albuquerque,Mauro Cavalcanti, Alexandre Aldighieri eWalter Dias, que vistoriaram cinco rebo-cadores das Companhias BOS, PanMarine, Laborde, Maersk, Gulf Marine eTrico. O SINDMAR foi representado peloSegundo Diretor Financeiro, Jailson Bis-po. O objetivo da operação era verificarse o número de marítimos brasileiros em-barcados estava em conformidade com alegislação nacional.

balho assinado com as duas empresas.Durante o encontro, os Oficiais da PanMarine reivindicaram melhorias na ta-bela salarial e a inclusão na pauta denegociação do próximo contrato da pro-posta de redução do período de embar-que de 42 para 28 dias.

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Há mais de um século os estivadores se organizam em nossos portos.

FNEFazendo a história da estiva no Brasil.

Filiada à

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O viés liberalda reforma sindical

Altamiro BorgesAltamiro BorgesAltamiro BorgesAltamiro BorgesAltamiro Borges

A reforma da estrutura sindical, um doscompromissos de campanha do Presi-dente Lula, começa a ganhar seus pri-

meiros contornos e os sinais já são de alerta. Tudoindica que uma visão liberal de democracia vaiemoldurar esta proposta, o que ocasionará umabrutal hecatombe nos 11.354 sindicatos de tra-balhadores existentes no país � segundo o últimoCenso do IBGE. Pelo cronograma do novo gover-no, o projeto será debatido no Conselho de Desen-volvimento Econômico e Social (CDES) e no fu-turo Fórum Nacional do Trabalho e depois seráencaminhado para votação no Congresso Nacio-nal até o final deste ano.

Motivos para preocupação não faltam. Di-ferentemente da indigesta reforma da Previdên-cia, que causou surpresa na sociedade pela abrup-ta mudança de posições do PT, no caso da estru-tura sindical este partido sempre pregou altera-ções profundas, como o fim da unicidade, dascontribuições compulsórias e do poder normativoda Justiça do Trabalho. Logo após a vitória elei-toral, João Felício, presidente da CUT, chegou aprever que a atual estrutura estaria com seusdias contados no governo Lula. �O movimentosindical tem que ser detonado, implodido. Nãotem importância se num primeiro momento istoprovoque uma certa anarquia, mas acho quevai ser uma anarquia positiva�, afirmou numseminário de empresários da Fiesp.

A infeliz declaração gerou forte resistênciaentre os sindicalistas, de dentro e de fora daCUT, o que fez com que o próprio presidenteassumisse a tarefa de apagar o incêndio. Cienteda decisiva contribuição de uma ampla basesindical para o seu êxito nas urnas, Lula anun-ciou num encontro com 650 lideranças que nãoimporia nenhuma medida prejudicial aosindicalismo. �A única certeza que tenho é quevocês nunca serão pegos de surpresa�, garantiu.Naquela ocasião, em novembro passado, ele for-malizou a sua proposta de criação do FórumNacional do Trabalho, uma instância tripartiteque �gastará muitas horas de debates� paraencontrar os mecanismos de valorização do tra-balho e de fortalecimento dos sindicatos.

Frentes de ataqueBaixada a poeira, entretanto, os sinais

inquietantes ressurgem oriundos de vá-rias frentes. Um documento do Ministé-rio do Trabalho de 16 de março, intitulado�Diagnóstico sobre a reforma sindical etrabalhista�, volta a pregar �a necessida-de de superar o atual modelo de organi-zação sindical, há muitos anos criticadopor sua origem autoritária e corpora-tivista, por sua baixa representatividadee por ser pouco permeável ao controlesocial�. Ele lista as prioridades do novogoverno: �estimular a constituição deentidades sindicais livres e autônomas�;�conferir maior efetividade às leis traba-lhistas�; e �estimular a autocomposiçãodos conflitos e sua resolução por meiode novos mecanismos de conciliação,mediação e arbitragem�.

Na seqüência, em 18 de março, naprimeira reunião da comissão sobre re-forma trabalhista e sindical do CDES, atendência de �implodir� a atual estru-tura sindical foi confirmada. Segundoo relatório divulgado pelo Diap (Depar-tamento Intersindical de AssessoriaParlamentar), dois grupos de trabalhoaprovaram o modelo de autonomia sin-dical convencionado pela OIT (Organiza-ção Internacional do Trabalho) e um úni-co grupo votou pela manutenção daunicidade. Também houve divergênciasna questão da sustentação financeira dasentidades, com a maioria defendendo ofim das contribuições sindicais. A únicoconsenso positivo dos participantes foiem favor do reconhecimento da perso-nalidade jurídica das centrais sindicais.

Mas o petardo mais destrutivo contraa atual estrutura partiu mesmo de doisdeputados do PT que ocupam postos-chaves na Comissão Especial de Refor-ma Trabalhista da Câmara Federal. A Pro-posta de Emenda à Constituição número

29, de autoria de Vicente Paulo da Silva,o Vicentinho, ex-presidente da CUT, e deMaurício Rands, advogado trabalhista dePernambuco, tem o grande mérito deexplicitar a visão liberal de sindicalismodeste segmento político hoje hegemôniconesta central sindical, neste partido e noPalácio do Planalto. Sem qualquer rodeio,a PEC defende o fim da unicidade e doconceito de categoria, a extinção gradualda contribuição sindical e a cobrança decontribuições compulsórias somente dossindicalizados.

Na exposição de motivos, fica escan-carado o modelo sindical dos sonhosdesta corrente. Para os autores, o critériode representação por categorias profis-sionais ou econômicas seria autoritáriojá que inviabiliza a criação do �sindicatopolítico, vinculado a uma ideologia�. Comsua manutenção, �também não é possí-vel a criação de um sindicato por empre-sa, pois a área mínima é a de um municí-pio. Tampouco é possível a criação demais de um sindicato por categoria�, cri-ticam, sem papas na língua, os deputa-dos. Adeptos das regras liberalizantes daConvenção 87 da OIT, eles argumentamna defesa do plurisindicalismo: �Num sis-tema de liberdade sindical, vários podemser os sindicatos que representam os tra-balhadores�.

Pulverização sindicalPara um leitor pouco familiarizado

com o tema, este discurso pode até pare-cer um libelo à democracia, a busca doantigo oásis da autonomia e liberdade sin-dicais. Mas, na verdade, ele comporta sé-rios riscos para a organização dos traba-lhadores. Não é para menos que o mes-mo discurso é feito, por razões diversas,por renomados ideólogos do capital. Osociólogo Leôncio Martins Rodrigues, umdos mentores das elites na área sindical,

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não se cansa de repetir que o país �deveacabar com a contribuição sindical e omonopólio de representação (unicidade).Essas duas medidas provocariam umatempestade no movimento sindical�.

O governo FHC bem que tentou porvárias vezes atingir este intento. A suaúltima cartada, a PEC-623, só não vin-gou devido à contraposição unitária dosindicalismo. Na época, até a assessoriatécnica da bancada do PT ficou assusta-da. �Essa PEC retira do texto da Consti-tuição qualquer limite à pluralidade. Coma sua adoção se teria, num primeiro mo-mento, a criação de mais sindicatos, paradepois haver uma previsível quebradeirade grande parte dos sindicatos�, adver-tiu em fins do ano passado. Seria o casodos deputados Vicentinho e Rands, am-bos na primeira legislatura, consultaremnovamente aquela perspicaz assessoria.

Na prática, a PEC-29, que encontraboa acolhida no CDES e no próprio Mi-nistério do Trabalho, caminha exatamen-te no rumo da �quebradeira de grandeparte dos sindicatos� brasileiros. Casonão haja reação no CDES, no Fórum Na-cional do Trabalho, no parlamento e noconjunto do sindicalismo, realmente cau-sará uma radical mudança na estrutura sin-dical... para pior! O remédio para comba-ter as distorções e vícios existentes nosindicalismo acabará tendo o efeito con-trário, de veneno. Isto explica os �efusivos�elogios que a proposta dos parlamentarespetistas recebeu de influentes líderes em-presariais e da mídia burguesa.

Uma análise mais detida da PEC, feitapor partes, ilumina este aparente contra-senso. No caso do fim da unicidade, queextinguiria a atual norma constitucionalque fixa a base mínima de um municípiopara a criação de sindicato, ela resulta-ria na total fragmentação da organiza-ção dos trabalhadores. Como ainda vi-vemos numa sociedade capitalista,marcada pelo conflito de classes, nãoseriam apenas os trabalhadores que teri-am direito de organizar novas entidades.

Os empresários também se aproveitari-am desta brecha legal para montar milha-res de sindicatos frágeis e domesticados,estimulando a divisão dos explorados.

No Japão, onde a Convenção 87 daOIT vigora desde os anos 50, o patronatoorganizou várias entidades por empresas,os chamados �sindicatos-casa�. Atual-mente existem mais de 78 mil �organis-mos sindicais� neste pequeno país; namaioria das grandes corporações, há pelomenos dois disputando o espaço... paraa alegria do capital! Além de permitir estetipo de pulverização, a PEC prevê aindacriação de entidades por orientação polí-tica e ideológica. Desta forma, seria trans-plantada para o Brasil a trágica experiên-cia dos sindicatos partidarizados da Eu-ropa � exatamente quando estes paíseslutam pela reunificação sindical. Alémdisso, as várias seitas religiosas tambémteriam liberdade para montar suas enti-dades confessionais.

Terra arrasadaJá no que se refere à eliminação do

conceito de categoria econômica e pro-fissional, seus efeitos nefastos são ain-da mais arrasadores. A princípio, estamedida permitiria a criação de várias en-tidades numa mesma empresa, agrupan-do os distintos ofícios. Mas, o que é pior,ela geraria violenta distinção entre os pró-prios trabalhadores. Por essa proposta,os sindicatos passariam a representarapenas os associados e não mais as ca-tegorias. Com isso, os acordos ou dissí-dios coletivos firmados não beneficia-riam o conjunto da base. Como adverteAntônio Augusto de Queiroz, diretor téc-nico do Diap, isto �significará o fim daconvenção coletiva, pois basta que aempresa não esteja filiada ao sindicatopatronal para que os seus empregados,mesmo que estejam filiados ao sindicatodos trabalhadores, não sejam beneficia-dos por suas cláusulas�.

Por último, no tocante ao sistema decusteio do sindicalismo, os riscos tam-

bém são enormes. O problema não seencontra na extinção gradual da contri-buição sindical, o antigo imposto sindi-cal. Segundo estudos, este item hoje jánão pesa tanto nas finanças da maioriados sindicatos. Devido suas evidentesdistorções, há muito tempo os setoresprogressistas da sociedade defendem asua extinção gradual. O grave na PEC éque, ao eliminar o conceito de categoria,conseqüentemente ela fixa a contribui-ção apenas do associado. Esta medidareduzirá drasticamente as receitas dossindicatos, agravando ainda mais a crisefinanceira já vivida pelo sindicalismo �decorrente, principalmente, da explosãodo desemprego e do arrocho salarial.

Como se observa, a PEC dos deputa-dos Vicentinho e Rands, que goza dassimpatias do ministro Jacques Wagner ena CDES, terá efeitos devastadores so-bre o sindicalismo. Apesar das chama-das boas intenções, que lotam o infer-no, esta proposta de �autonomia e liber-dade� pode fragilizar ainda mais o jácombalido sindicalismo brasileiro. A suainconseqüência é tamanha que ela nemsequer prevê regras de transição queprotejam as entidades existentes e osdireitos de seus associados e represen-tados. Neste caso, vale listar algumasdas instigantes perguntas feitas pelo ad-vogado Edésio Passos, ex-deputado fe-deral do PT:

�Caso seja aprovada a emenda cons-titucional, as entidades que têm registrono Ministério do Trabalho deixam de serrepresentativas da categoria profissionalou econômica, sendo apenas representan-tes dos seus filiados, não prevalecendoas disposições de seus estatutos? Conti-nuarão essas entidades tendo direito aorecebimento da contribuição sindicalcompulsória nos quatro anos seguintes apromulgação da emenda? As normas exis-tentes em acordos e convenções coleti-vas de trabalho que consagram direitos ebenefícios às categorias profissionaiscontinuarão prevalecendo?�

Altamiro Borges é jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB, editor da revista Debate Sindical e autor,com Marcio Pochmann, do livro �Era FHC: A regressão do trabalho� (Editora Anita Garibaldi).

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Profissionalismoe coragem

a bordo

chamas. Os tripulantes, orientados peloComandante Luiz Otávio (foto), comba-teram bravamente o fogo por cerca de40 minutos. �Ao ligarmos as mangueirasde incêndio, constatamos que a redehavia sido seccionada. Estávamos per-dendo toda a água e a bomba não davapressão. A válvula da rede de incêndiode acesso ao convés teve de ser fecha-da e as mangueiras foram retiradas paraserem conectadas à popa para o com-bate do fogo. Isso tudo teve de ser deci-dido em uma fração de segundos�, rela-tou o comandante.

A unidade dos tripulantes foi funda-mental para que o incidente não tivesseconseqüências mais graves. Segundo oCMT Luiz Otávio, o conhecimento dossistemas da embarcação também foiimprescindível para que o desastre fosseevitado. �O cozinheiro acionou o alarmegeral e o Oficial de serviço que estava nopassadiço me ligou imediatamente paradizer que a casa dos compressores haviaexplodido. Assim, eu pude subir já deter-minando ações bem dirigidas�, explicou.

Procedimentos adotadospela tripulação do Gurupáforam fundamentais parasuperar incêndio

entendimento de que uma tripu-lação bem treinada é imprescin-dível para o bom funcionamento

de uma embarcação não é novidade. Noentanto, acidentes ocorridos recentemen-te revelam que além da existência de fun-cionários bem capacitados, faz-se ne-cessária uma equipe que atue com uniãoe coragem diante de situações-limite eque conheça os procedimentos a seremadotados nesses casos. O acidente como navio gaseiro Gurupá, da Transpetro,ocorrido no último dia 6 de julho é umgrande exemplo do que uma tripulaçãodedicada e profissional pode fazer.

A embarcação vinha da Argentina eestava fundeada a sete quilômetros daentrada da Barra de Rio Grande (RS),onde iria atracar para descarregar cercade 4,4 mil toneladas de gás liquefeito depetróleo. A tripulação era constituída de22 pessoas, sendo nove Oficiais, alémde um estagiário e três passageiros. Porvolta das 7 horas da manhã, ocorreu umaexplosão e o compartimento dos com-pressores elétricos do navio estava em

O O segundo Oficial de Náutica Fabrí-cio Haddad que estava a bordo doGurupá atribuiu à sorte o fato de nenhumtripulante sair ferido do episódio: �Foiuma explosão de grandes proporções.Se alguém estivesse no convés, teriamorrido na hora devido ao deslocamen-to violento de ar. A sorte é que estáva-mos de folga e tomando o café da ma-nhã. O convés ficou tão retorcido quealguns marinheiros choravam ao ver aembarcação naquele estado�, contaHaddad.

O navio foi levado para o estaleiroRenave, em Niterói, para realização dosreparos necessários. Uma comissão dainspetoria geral da Transpetro e um pe-rito em explosões vindo de Londres, naInglaterra investigam as causas da ex-plosão.

Suspeita-se que uma faísca origina-da por algum medidor elétrico tenhacausado o acidente. O Gurupá é uma em-barcação de 17 anos, e é consideradoum dos mais seguros nessa classe denavios.

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Acidentes acendem a luzvermelha na Transpetro

A falta de uma política de investi-mentos adequados em manutençãoe o embarque de trabalhadores nãotripulantes vêm contribuindo paraacentuar o grau de insatisfação e in-segurança dos marítimos da Trans-petro. Antigamente, a empresa traba-lhava com equipes permanentes deOficiais, tanto nos navios petroleirosquanto nos gaseiros. Hoje, não háum pessoal direcionado para operaruma determinada embarcação. Comisso, a memória da operação vai seperdendo ao longo dos anos. A em-presa alega que falta pessoal espe-cializado no mercado, mas esqueceque essa carência está associada àinexistência de incentivos, o que gerauma alta rotatividade de funcioná-rios. Um problema freqüentementeapontado pelos trabalhadores dacompanhia é a redução no períodode treinamento para embarque, queoutrora era de quatro meses.

A atuação dos tripulantes do na-vio Gurupá, contudo, mostra que omaior patrimônio de uma empresade navegação é e continuará sendoo seu quadro de profissionais. Osmarinheiros da guarnição de convése de máquinas trabalhavam há maisde cinco anos juntos, fator deter-minante, segundo o CMT Luiz Otá-vio, para que a tripulação �agissecom o coração e apagasse as cha-mas�. Uma prova de que valorizar omarítimo e investir na sua capacita-ção constituem a melhor estratégiapara o cumprimento de metas semprejuízo à vida humana no mar e aomeio ambiente.

Não é a primeira vez que um navioda subsidiária da Petrobras se envol-ve em incidentes deste gênero. Nodia 14 de janeiro do ano corrente,em Lagoa Parda, litoral norte do Es-pírito Santo, uma explosão no navioCandiota ocasionou o rompimento deuma das placas do tanque central le-vando a embarcação a adernar leve-mente. A direção da Transpetro infor-mou, na época, que a explosão foiprovocada por uma elevação súbitada pressão no tanque. A ação rápidados 26 tripulantes evitou que o inci-dente assumisse proporções maiores.Ninguém ficou ferido e não houve der-ramamento de óleo no mar.

Naquela ocasião, as entidadessindicais marítimas pressionaram aempresa exigindo que fossem ado-tadas restrições ao embarque de tra-balhadores não especializados paraas operações a bordo. Vale lembrarque no instante do acidente com oCandiota, cinco funcionários daContramerj, empresa contratada pelaestatal, realizavam serviços de soldana embarcação.

O preocupante histórico de aci-dentes na Transpetro contrasta como lema �Segurança é Investimento�,tão propalado pela empresa. �Inciden-tes de menor importância têm ocorri-do sem serem divulgados porque osmeios de comunicação não tomam co-nhecimento deles. Mas as grandes tra-gédias, muitas vezes, são explicadaspelos pequenos acidentes que a an-tecedem�, opina um Oficial Mercanteda companhia que pediu para não seridentificado.

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unte profissionais satisfeitos, capa-citados, treinados e que entendamos objetivos do negócio, promova

Navegação São Miguel:liderança conquistada cominvestimento na gente do mar

a São Miguel iniciou um gradual proces-so de modernização para atender as no-vas demandas da indústria marítima bra-sileira e mundial. Sua frota foi ampliada econta, atualmente com mais de 50 em-barcações de diversos tipos e porte, in-cluindo navios-tanque, balsas, rebocado-res e lanchas de apoio, todas dotadas demedidores de fluxo e bombas de alta ca-pacidade para transferência do combus-tível, com vazão variando entre 150t/h e650t/h, o que confere a São Miguel gran-de flexibilidade para o atendimento dasnecessidades dos clientes. Graças a efi-ciência demonstrada nas operações naBaía de Guanabara, em 1982, a Compa-nhia estendeu sua atuação para Vitória (ES),onde mais tarde foi criada uma empresacoligada para gerenciar o contrato local, aSkymar Ltda. Em 1993, a empresa con-quistou o mercado de Santos (SP), ondevenceu a licitação para prestar o serviçode transporte óleo combustível para aPetrobras. A carga total de derivados depetróleo transportada anualmente pelas

embarcações da empresa chega a aproxi-madamente 2 milhões e 500 mil tonela-das em mais de 4 mil fornecimentos.

O Grupo São Miguel também criou aEmport Ltda., visando oferecer serviçosde fornecimento de água potável em cha-tas exclusivas e fiscalizadas pelas auto-ridades sanitárias, retirada do lastro sujoe de slop (resíduos oleosos de praça demáquinas de navios), bem como o trans-porte de lubrificantes embalados e a gra-nel. Atua ainda no combate à poluiçãonos mares, através da Hidroclean Ltda.,utilizando embarcações de costado e fun-do duplos.

Os planos de expansão foram acom-panhados de investimentos em pessoalqualificado, principalmente, em Oficiaismercantes, muitos deles contratados parapostos-chave da empresa, como o 2 OM,Antonio de Carvalho Junior, subgerentede operações da base do Rio de Janeiro.Para gerir o programa de preservaçãoambiental da Hidroclean, a empresa re-correu a marítimos especializados, ofe-

Juma constante renovação da frota e adoteos mais modernos conceitos de tecnolo-gia. Com esta receita, a Navegação SãoMiguel conquistou a liderança no merca-do nacional de transporte de óleo com-bustível e óleo diesel marítimo destinadoao abastecimento de embarcações. Fun-dada há 53 anos a partir da associação dediversas famílias, a empresa iniciou suasoperações na navegação de cabotagem e,posteriormente, passou a realizar a entre-ga de água potável a navios no Porto doRio de Janeiro. Em 1968, firmou seu pri-meiro contrato com a Petrobras para otransporte de bunker, utilizando embarca-ções adaptadas às pressas para o serviço.Naquela época, aspectos ligados a preser-vação ambiental ainda não povoavam ouniverso da armação nacional.

Sob a administração de Marcelino dosAnjos Nascimento, que assumiu o con-trole da Companhia na década de 1960,

Navio tanque SerraNevada: embarcaçãocom tecnologiavoltada exclusivamentepara o abastecimentoportuário.

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recendo ainda treinamento para os funci-onários através de cursos específicos epalestras diárias. A gerência de operaçãooff shore ficou a cargo do 1ON AlessandroMontes. Já o coordenador de operaçõesnos terminais é o 1ON Geraldo Lyra, e ogerente de logística, o 1ON Luís Izidorio.�Não queremos que o Oficial se limite ape-nas a navegar, mas também que conheçao cliente e o negócio. Por isso, algunsdeles são remanejados para posições emterra para terem uma visão mais amplada nossa atividade�, salienta o Diretor-Superintendente da São Miguel, AntônioCarlos Thomé. No total, 25 Oficiais Mer-cantes compõem o quadro de marítimosda Companhia.

Dentro do plano de expansão e mo-dernização da frota, a Companhia lançouem 2001 um rebocador e a barcaça decasco duplo �Novo Rio�, utilizada notransporte de bunker, em Santos. No mes-mo ano, recebeu o navio tanque �SerraNevada�, classificado como �Oil SpillRecovery Vessel�, de 3338 TPB, com ca-pacidade não só de transportar deriva-dos de petróleo, como também de cercare recolher o óleo derramado ao mar. �OSerra Nevada foi o primeiro navioconstruído com tecnologia voltada espe-cificamente para o abastecimento por-tuário. Por possuir tanques muito gran-des, ele consegue guardar o resíduo ole-oso recolhido na água. Dispõe também

um de um carretel de barreiras infláveisque pode ser disposto, um barco deapoio que pode ser lançado ao mar paramanter a pêra aberta, e uma bomba desucção flutuante que recolhe apenas aparte superficial em que se concentra oóleo�, conta Thomé. A empresa aguardaagora para janeiro de 2004 a chegada deoutro navio-tanque, o �Serra Polar�, en-comendado ao estaleiro ETN, em Belémdo Pará. Implantou também novos siste-mas de gestão, adquirindo a certificaçãoISO 9002 e ISO 14000 (norma de prote-ção ambiental) e o ISM Code (norma deproteção aos navios e mares).

Em uma demonstração de que a po-lítica de investimentos em recursos hu-manos tornou-se marca registrada daCompanhia, a São Miguel renovou nomês de outubro o Acordo Coletivo deTrabalho com o SINDMAR, concedendonovos benefícios e reajuste salarial paraa categoria. �Agrada muito à direção daempresa ter uma relação transparentecom seus profissionais. Temos honra-do contratos com diversos sindicatosno Rio, Vitória, Santos e percebemos umclima de tranqüilidade maior entre os tra-balhadores e os acionistas�, ressaltao Gerente-Executivo, Carlos AugustoCordovil, prometendo antecipar parao mês de janeiro o início das negocia-ções com os sindicatos marítimos paraassinatura do ACT 2004-2005.

Ao instituir o programa de incentivoao Oficial mercante, a empresa inovou,estimulando a mobilidade de profissio-nais no âmbito interno. �Fizemos um es-tágio em terra com o 1OM Márcio Biancci,que hoje está afastado, participando docurso para Capitão de cabotagem. Quan-do ele retornar à empresa, será um doscomandantes do Serra Polar�, conta oDiretor-Superintendente da Companhia.E para os trabalhadores que estiverem in-gressando agora na atividade marítima,as perspectivas, segundo Thomé, são po-sitivas. �Acreditamos que o nosso mer-cado vai continuar crescendo, seguindoa tendência dos últimos tempos. O totalde vendas no varejo de óleo combustívelsaltou de 1 milhão de toneladas há cincoanos para cerca de 4 milhões de tonela-das�, revela, com otimismo.

Com o sucesso alcançado nas opera-ções em todos os segmentos em queatua, a São Miguel vem provando que avalorização do componente humano con-tinua sendo a principal alavanca para ageração de riquezas. �Em um ambientetão competitivo, é fundamental contar-mos com uma equipe coesa e qualifica-da. Não adianta termos máquinas moder-nas, porque quem controla o equipamen-to é o homem� conclui Thomé.

Chata tanqueLeblon construídapara as operaçõesem Santos.

Antônio Carlos Thomé:desde junho de 2000 a frente daSuperintendência da São Miguel.

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Código de Práticase Proteção Portuária – COP

A OIT ainda organiza e desenvolve,paralelamente, dois outros temas que di-zem respeito à segurança e saúde nosportos com reuniões previstas para de-zembro de 2003 quando irá ser apresen-tada uma minuta do Código de Práticasque reunirão proteção, segurança e saú-de nos Portos para posteriores conside-rações, adoção e publicação. É esperadoque a publicação do COP coincida com aentrada em vigor do Código ISPS em ju-lho de 2004.

A aplicação dos códigos ISPS e COPserá de extrema importância para todosos países que quiserem manter o bomdesempenho de sua balança comercial,isto porque, não bastará às nações segu-rarem a cotação de suas moedas, inves-tirem em qualidade e reduzirem os pre-ços de seus produtos para melhorarem acompetitividade. Neste contexto, elas de-verão adicionar um produto chamadoproteção portuária que é de suma impor-tância para os Estados Unidos e UniãoEuropéia. Para isto, é necessário capaci-tar pessoas, comprar equipamentos paraaparelhar os portos, importar tecnologiaque custa milhares de dólares que, comcerteza, serão financiados por bancos es-trangeiros, aumentando ainda mais oendividamento dos países e o sacrifíciode seus cidadãos.

Nós, marítimos e portuários, além dearcarmos com o �clássico� aumento detarefas, poderemos ainda enfrentar dis-criminação no ato de ir e vir para bordo,bem como os familiares no ato davisitação a seus parentes marítimos em-barcados. A CONTTMAF está acompa-nhando a evolução das novas regras e jáestá atuando de forma preventiva juntoaos organismos envolvidos com a finali-dade de garantir nossos direitos e os denossos familiares.

Darlei Santos PinheiroDarlei Santos PinheiroDarlei Santos PinheiroDarlei Santos PinheiroDarlei Santos Pinheiro

O CLC Darlei Santos Pinheiro é representante da CONTTMAF em Londres, junto a RPB-IMO.

a Conferência Diplomática reali-zada na IMO, em Londres, no pe-ríodo de 9 a 13 de dezembro de

2002, foram aprovadas várias emendas àConvenção SOLAS � 1974, sendo que ade maior alcance foi a que criou o CódigoISPS, já comentado por esta revista. Aomesmo tempo, foram adotadas uma sé-rie de resoluções com o objetivo de re-forçar a importância das emendas e esti-mular a aplicação das medidas não co-bertas pelo Código ISPS.

Entre as resoluções adotadas, a denúmero 8 estabelece a formação de umgrupo de trabalho conjunto IMO/ OIT paratratar da questão do reforço à proteçãodas áreas do porto e adjacências, deven-do ser levados em consideração os re-sultados da 91ª Sessão da OIT, ocorridaem junho de 2003, em Genebra, onde foidiscutido o aprimoramento do documen-to de identidade do marítimo. Para isso,está em processo de formação um novocódigo chamado de Código de Práticas eProteção Portuária- COP, cujo propósitoé fornecer estrutura, diretrizes e estraté-gias de proteção para todos os grupos/setores que servem ao porto, incluindoainda a identificação da vulnerabilidadepara erradicar ou minimizar os riscos coma elaboração de um plano abrangente eeficaz de proteção do porto para suple-mentar o Código ISPS.

A diferença entre os dois códigos éque o ISPS contém requisitos relativosà proteção de navios envolvidos em via-gens internacionais, unidades móveis deperfuração ao largo da costa e instala-ções portuárias, enquanto que o COP évoltado à proteção mais abrangente dasáreas do porto e aquelas pessoas e/oucoisas que têm relação com uma ativi-dade ligada ao porto ou estejam transi-tando no mesmo.

N

DPC autorizarealização decursos na sededo SINDMARNo último mês de outubro o Depar-tamento de Ensino da Diretoria dePortos e Costas (DPC) autorizou oSindicato Nacional dos Oficiais daMarinha Mercante a realizar cincocursos em suas dependências no Riode Janeiro. Os cursos Especial deFamiliarização em Navios-tanque(FNT), Especial Básico de PrimeirosSocorros (ESRS), Especial Básico dePrimeiros Socorros (EBPS), Especialde Cuidados Médicos (ESCM) e Es-pecial de Sobrevivência Pessoal(ESPE) serão ministrados entre os dias27 de novembro e 26 de dezembro.Informações sobre o período de ins-crição, número de vagas e fechamen-to de turmas podem ser obtidas naSecretaria do SINDMAR, através dotelefone (21) 25182164.

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Diretoria do SINDMAR é eleita

Confira a relação da nova Diretoria do SINDMAR

nião, inúmeros foram os oradores queelogiaram o trabalho da primeira Direto-ria do Sindicato unificado. O Chefe deMáquinas aposentado Jorge Alves Pin-to, o mais antigo Oficial presente, presi-diu a sessão e em tom emocionado, enu-merou as diferenças existentes entre opassado e o presente, enaltecendo a

unificação, a dedicação e seriedade doatual grupo gestor.

O Presidente do SINDMAR, SeverinoAlmeida, em longo e detalhado discurso,salientou a grande procura de diretorespelos associados para manifestação deapoio ao trabalho desenvolvido. Poucosforam os que se apresentaram como can-didatos. Alguns passaram a integrar a su-plência da Diretoria. Outros não.

�Neste novo mandato, haverá, no quese refere ao grupo diretor, efetivos e su-plentes, uma nova relação de trabalho.Com uma pequena variação na DiretoriaEfetiva, haja vista a chegada de dois no-vos companheiros, que são o Marco Au-rélio e o Moreda, mas com grande mudan-ça na relação com aos suplentes. Estes,que em grande parte iniciarão sua vivên-cia sindical com este mandato serão co-brados e motivados para participarem commais assiduidade e compromisso dasações sindicais promovidas pelo nossosindicato�, afirmou Severino Almeida.

A posse da nova Diretoria está marcadapara o dia 15 de março, quando estará encer-rado o mandato dos atuais dirigentes.

o dia 8 de outubro, foi realizadaa Assembléia Geral Extraordiná-ria de aclamação à única chapa

inscrita no processo eleitoral deste ano.Ela dirigirá os destinos do SINDMAR pe-los próximos quatro anos, tendo comonorte as decisões emanadas das Assem-bléias Gerais. Durante a concorrida reu-

Diretoria ExecutivaSeverino Almeida Filho; José VálidoAzevêdo da Conceição; Odilon dos San-tos Braga; José Nilson Silva Serra; JailsonBispo Ferreira; Francisco José PintoMoreda; Marco Aurélio Lucas da Silva;Nelson Nunes; Darlei Santos Pinheiro;Enilson Pires dos Santos;

Suplentes da Diretoria ExecutivaMário Roberto Carrera Maia; RogérioFernandes Figueiró; Edilson Esteves deSouza ; Miguel Ângelo Vasconcelos Pe-reira; Ricardo Castanheira da Cunha;Raimundo Marques Machado; AdielFernandes Silva; Pedro Martins de Lima;

Francisco de Assis Neves Vieira; RogérioMaia de Castro; Hermes Alves da SilvaFilho; Carlos Olimpio Gomes de Oliveira;Rinaldo Antonio de Medeiros Filho;Andrey Neves de Assumpção; HélioManhães Palumbo de Albuquerque;Elihu de Ribeiro Augusto Lino; PauloCésar Simões da Silva; Luiz FernandoDuarte de Lima; Ricardo Cerdeira de Le-mos; Reinaldo Lima Santiago; RobertoRaimundo Dutra da Costa; Antonio Luizde Souza Braga; Jose Fabio Capitulinoda Silva; José Reginaldo Teixeira da Sil-va; Jonathas Celestino Teixeira Neto;Paulo Rosa da Silva; William dos SantosFerreira;

Conselho FiscalAndré Sabatié Fonseca; Luiz Carlos deSouza; Ivaldo Odir de Morais Mamede.

Suplentes do Conselho FiscalRaimundo Nonato de Souza; Paulo Fran-co Araújo; Nilson José Lima; FernandoBrito Lisboa; Teobaldo Siqueira Valente;Carlos Antonio Soares; Carlos Alberto deSouza; Aldo Bispo dos Santos; Franciscode Paula Matos Filho.

Delegados na FederaçãoSeverino Almeida Filho; José VálidoAzevêdo da Conceição

Suplentes dos Delegadosna FederaçãoJailson Bispo Ferreira; Enilson Pires dosSantos.

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Promessa cumprida:SINDMAR inaugura Delegacia em Belém

inflacionários, nos conduzindo a uma re-lação de trabalho cada vez mais digna emotivadora. Claro que esta não é a reali-dade em todas as Companhias de nave-gação, mas, é inegável o nosso avanço.

o último dia 12 de setembro, noSalão Carajás do Hotel Hilton emBelém, foi comemorada a inau-

guração de nossa Delegacia Regional.Com apenas três anos e meio de exis-

tência, o SINDMAR entrega aos Oficiais eEletricistas da Marinha Mercante a suarepresentação para a Amazônia.

Em longo e emocionado discursodurante a cerimônia, o Mestre e Capitãode Longo Curso José Vivekananda, assu-mindo a função de Delegado, expôs combrilhante precisão as necessidades da-quela estrutura e enumerou as priorida-des da ação sindical na região.

Para toda a Diretoria, foi um momentonão apenas de satisfação, por devolver aoscompanheiros do Norte a sua Delegacia,mas, principalmente, de emoção, por sa-berem o significado desta iniciativa.

Quando os antigos Sindináutica eSindimáquinas viram-se obrigados a fe-charem suas Delegacias, atravessávamosmomentos de tanta dificuldade que al-guns chegaram a apostar que não sobre-viveríamos às mudanças que então ocor-riam em nossa legislação tornando a Mari-nha Mercante cada vez mais enfraquecida,a partir de 1990.

Demos a volta por cima. Atuamos nalegislação em defesa de nosso mercadode trabalho. Atuamos, mobilizando ostrabalhadores para reduzir ou mesmo eli-minar as mazelas decorrentes das mu-danças, tão bruscas quanto impróprias.Hoje com orgulho, a Diretoria vê ressur-gir gradualmente o aumento do mercadode trabalho e a conquista de Acordos Co-letivos de Trabalho que ano após ano,apresentam reajustes acima dos índices

Neste contexto, a inauguração da De-legacia do SINDMAR para a Amazônia,plantada em sua porta de entrada e saí-da mais importante, traduz a confiançada Diretoria no futuro de nossa catego-

O Delegado do SINDMAR, em Belém,José Vivekanada, enalteceu o trabalho

implementado pela organizaçãosindical marítima, que culminou na

abertura da representação.

Cerca de 500pessoascompareceramà inauguraçãoda Delegaciana capitalparaense.

N

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O presidente da entidade, SeverinoAlmeida, revela que a inauguraçãoda delegacia traduz a confiança dosdirigentes no futuro da categoria.

ria, no futuro do próprio Sindicato, en-fim, num melhor futuro para seus repre-sentados.

Estiveram presentes a cerimônia todaa diretoria do SINDMAR, dirigentes daFNTTAA e da CONTTMAF e autoridadesdo meio marítimo e político. Entre eles,estavam a Senadora Ana Júlia Carepa (PT-PA), a deputada federal Jandira Fhegali (PCdo B-RJ), o Diretor de Portos e Costas,Vice-Almirante Napoleão Bonaparte, oComandante do CIABA, Gilceu Saliba, oPresidente da Transpetro Sergio Macha-do, a Delegada Regional Trabalho, So-corro Gomes, o Vereador Said Xerfan �representando o Presidente da CâmaraMunicipal�, a Desembargadora Raimun-da Noronha, representante da Presiden-te do TJE, o Capitão dos Portos, MarcioCaetano, o Gerente de Gestão Portuária,Alberto Leão, da Companhia das Docasdo Pará, o Gerente Geral da Transpetro,Antonio Lauro Campos, e o Gerente deRecursos Humanos da Elcano, WalterMachado.

A Delegacia está instalada proviso-riamente em duas salas alugadas em umprédio do Clube de Engenharia, na Ave-nida Nazaré, 272, até que as obras danova unidade, localizada na Avenida Go-vernador Malcher, próxima à Praça da Re-pública, estejam concluídas. A previsãoé de que a nova sede seja entregue nosegundo semestre de 2005.

Íntegra do Discurso do CLCJosé Vivekananda, DelegadoRegional do SINDMAR em Belém

�Boa noite a todos.Gostaria inicialmente de dar as nos-

sas sinceras e calorosas boas-vindasàqueles que visitam a nossa cidade.

Aos nossos convidados especiais,agradecemos o prestígio que nos em-prestam com suas presenças.

Aos nossos atuais e aos futuroscompanheiros de profissão, manifes-tamos nosso orgulho de estar vivendoeste momento histórico. Estamos cer-tos de que todos que conhecem o pas-sado recente de nossa marinha de co-mércio, compartilham conosco destesentimento.

Neste momento, convidamos a to-dos para uma viagem... uma viagem ima-ginária. Para isto, façamos com quenossas mentes voem alto, para quepossamos ver de cima, e por inteiro, onosso Brasil.

Quando o vemos assim, do alto,forte e colossal, percebemos que o seu�deitar em berço esplêndido� faz-senum fantástico colchão de água, que obanha completamente pelo leste, denorte a sul e desenha-lhe uma malhahidroviária de 40.000km, dos quais60% navegáveis.

Os convidamos agora para descer-mos lentamente e de forma gradual, apercebermos o seu povo; produzindoalimentos, extraindo riquezas e fabri-cando produtos; e a tudo isso trans-portando. Observemos ainda o recebi-mento e o envio de mercadorias, de epara fora do país. São duzentos milhõesde pessoas que, de uma forma ou ou-tra, precisam ser atendidas. Do pão aocirco, o transporte é atividade indis-pensável para qualquer nação.

De repente, percebermos que nos-sas águas estão subutilizadas, e, tam-bém, não há como não perceber, queos navios que transportam a maioriadestes produtos não arvora a nossa

bandeira. Para sermos mais precisos, asembarcações brasileiras respondem pormenos de 14% da movimentação das car-gas internas do país e menos de 4% nocomércio exterior. Nosso Brasil, �gigantepela própria natureza�, já não é soberanono atendimento à sua própria demandano transporte de mercadorias.

Deste lamentável fato, surgem doisaspectos que precisamos, neste momen-to, abordar.

O primeiro deles é que seria ingenui-dade acreditar que nosso governo des-conhece este fato. O que falta, a ele pró-prio e a muitos, é vontade política de ini-ciar ações que mudem esta realidade.Doravante, estejam certos de que estare-mos daqui, desta unidade avançada doSINDMAR, em plena Amazônia, contri-buindo para o fomento desta vontade.

O segundo, é que queremos registraro extraordinário e elogiável trabalho de-senvolvido pela nossa organização sindi-cal, representada pela Confederação Na-cional dos Trabalhadores em TransportesAquaviários e Aéreos, na Pesca e nos Por-tos � CONTTMAF, que juntamente comsuas Federações, em especial, a Federa-ção Nacional dos Trabalhadores emTransportes Aquaviários e Aéreos-FNTTAA, e sindicatos marítimos co-ir-mãos, realizam: mesmo nesta parca parti-cipação da bandeira brasileira no trans-porte pela água, garantem mercado de tra-balho ao aquaviário brasileiro. Não fosseo sucesso das ações capitaneadas pelanossa organização sindical, há muito es-taríamos vivenciando o que já é uma cons-tante em diversos países que outrora tive-ram Marinha Mercante pujante, e hoje so-frem deste nefasto processo de internaci-onalização desta atividade: a ausência deembarcações e tripulações nacionais.

No conjunto destes esforços, há queser reconhecida a imensa contribuiçãodos Oficiais Mercantes e, muito especial-

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ação, para o mundo que nos cerca, limi-tando-nos a defender e propagar as ra-zões de termos uma Marinha Mercantepujante. Muito menos, para a defesa ex-clusiva dos interesses de nossos repre-sentados.

Sem esquecermos a defesa dos nos-sos legítimos interesses, sabemos e sa-beremos que o mundo não é uma embar-cação. Que somos parte de um todo e,solidariamente, atuaremos com obstina-ção no compromisso de contribuir para asolução dos problemas que assolam anossa sociedade. Assim, estamos con-vencidos, melhor contribuiremos para aformação da sonhada �mentalidade ma-rítima�, que tanta falta faz ao nosso país.Apresentando-nos a sociedade organiza-da, mas também, enxergando-a por den-tro e sendo sensíveis às suas dificulda-des, é que vamos contribuir para des-pertá-la para a solução de muitos de seusproblemas, para a nossa existência e parao quanto podemos contribuir para o seudesenvolvimento.

Estejam certos de que o Oficial Mer-cante, em Belém, fará política através desua Delegacia. Muito nos interessa, en-quanto expomos as mazelas que asso-lam a nossa atividade, saber dos proble-mas dos outros e o que poderemos fazerpara ajudar nas suas soluções. Muito nosinteressa saber de como poderemos con-tribuir para o sucesso da missão dos Ór-gãos Públicos na nossa região. Participa-remos também das eleições nesta região,discutindo e orientando nossos associa-dos, nossos amigos, nossos parceiros enossos colaboradores, sobre como de-veremos votar, para contribuirmos com ofortalecimento dos mais nobres segmen-tos políticos, aliados de nossos ideais debusca de justiça social e valorização dotrabalho e do trabalhador.

A nossa Amazônia, que já experimenta

a coexistência de catraias transportado-ras de açaí e modernos navios químicos,precisará de melhor preparo para o futu-ro. Precisará desenvolver o seu sistemanatural de transportes.

A inevitável terceirização da distribui-ção de derivados de petróleo; o aumentoda densidade demográfica promovida porbrasileiros e estrangeiros que aqui bus-cam encontrar o Eldorado; o notório de-senvolvimento na produção de cereaisem diversas regiões do país, cuja expor-tação é economicamente mais viável sefeita por aqui; a crescente produção deminerais e a indústria pesqueira, aindalonge de produzir todo o seu potencial,indicam que avizinha-se um substancialaumento do tráfego aquaviário na região.

Tudo isso, aliado ao firme propósitodo desenvolvimento sustentado e à pre-servação da natureza, apontam para aimperiosa necessidade de melhor capa-citação dos nossos aquaviários caboclose para a melhoria de nossas embarcações,num trabalho bem planejado, bem exe-cutado e bem fiscalizado, onde haja acolaboração de toda a sociedade, princi-palmente daquelas instituições mais ca-pazes e mais bem treinadas para o cum-primento deste objetivo.

As relações da sociedade com os sin-dicatos evoluíram. Hoje, sindicatos de re-conhecida e ilibada conduta, como oSINDMAR, são consultados, ouvidos econsiderados. Inúmeras empresas fazemquestão de recrutar seus profissionaisatravés do SINDMAR e nele buscamorientações, até mesmo técnicas, respal-dados na lisura e na experiência de nos-sa instituição. Aqui, encontram eco paraas suas reivindicações justas de fortale-cimento do transporte e do empresariadonacionais. Tal é a confiabilidade no Sin-dicato dos Oficiais da Marinha Mercante,que o que prevalece, agora, salvo raríssimas

Estejam certos de que o Oficial Mercante, em Belém,fará política através de sua Delegacia. Muito nosinteressa, enquanto expomos as mazelas que assolama nossa atividade, saber dos problemas dos outrose o que poderemos fazer para ajudar nas suas soluções.

mente, a grandeza empreendedora dasduas Direções Sindicais, que até marçode 2000, dirigiram os destinos dos anti-gos Sindnáutica e Sindmáquinas. A Uni-ficação destes dois sindicatos, numaúnica entidade chamada SINDMAR, mar-cou e marcará definitivamente a históriado sindicalismo marítimo nacional.

Como não enaltecer a visão e a deter-minação daquelas duas Diretorias, aoprovarem que, no universo sindical, águae óleo podem sim ser misturados, e darcomo resultado um combustível de altapotência, que abastece a luta por uma au-têntica Marinha Mercante Brasileira, for-mada por tripulantes, navios e empresasnacionais? Seus nomes, juntamente comtodos aqueles que formaram os primór-dios do Movimento Unificar, estarão cer-tamente no horizonte de todo e qualquerhistoriador que se dedicar à tarefa de re-construir a saga vitoriosa do Oficial Mer-cante Brasileiro. Como conseqüência,contamos agora com a força do Eletricis-ta da Marinha Mercante, que com igualdeterminação e grandeza, veio unir-se aoSINDMAR.

Esta inauguração que hoje comemo-ramos é um eloqüente produto do su-cesso destes empreendedores.

A pouco menos de oito anos o OficialMercante Brasileiro assistiu com amargu-ra o fechamento de suas delegacias noBrasil. Hoje, em Belém, inauguramos umanova era da presença física do nossoSINDMAR, que logo no próximo mês, es-tará de igual forma inaugurando a Dele-gacia Regional do Nordeste, em Cabedelo,na Paraíba, e em abril do próximo ano ade Macaé, capital nacional da atividadeOff shore.

São respostas dadas com serenida-de, mas também com muita satisfação, atodos aqueles que um dia ousaram vati-cinar a extinção do Oficial Mercante Bra-sileiro. É o crescimento da auto-estimade nossos representados e do orgulhode ser mercante.

Gostaríamos ainda de registrar quenesta ocasião, em que publicamente as-sumimos o encargo de conduzir a Dele-gacia Regional para a Amazônia, doSINDMAR, que a nossa atuação será am-pla: não olharemos, durante a nossa atu-

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e lamentáveis exceções, é o Acordo Cole-tivo de Trabalho. Mais do que qualquercertificação, possuir Acordo Coletivo como SINDMAR, é a certidão pública de umaEmpresa; certidão de conformidade ecumprimento das normas de trabalho ede respeito nas relações com seus em-pregados marítimos.

É verdade que se compararmos a re-alidade do Oficial Mercante em nossaregião com o que já foi obtido em ou-tras regiões do país, ainda há muitasdistorções, muito o que caminhar. Mas, éverdade que há, também, um potencialenorme de crescimento. É por isso quenão há como negar a falta que o Sindica-to Nacional dos Oficiais da Marinha Mer-cante fez e faz, na Região, não fosse anotável visão de companheiros como oPresidente do SINDMAR, SeverinoAlmeida Filho.

Recebemos a missão de comandaresta unidade, conscientes dos desafiosque teremos que enfrentar, mas com aserenidade e a confiança que a liderançado companheiro Severino nos transfere.Sua reconhecida competência o habilitanão apenas a liderar os Oficiais da Mari-nha Mercante, mas também a exercer estaliderança na presidência da CONTTMAF,além de ser o nosso legítimo represen-tante junto a diversas organizações de

trabalhadores e organismos internacio-nais. Portanto, sabemos que o nossobarco não estará sozinho nestasingradura. Contaremos com a recíprocacompanhia e suporte de inúmeros outrosvalorosos companheiros do âmbitoConfederativo nacional e da nossa orga-nização internacional, representada pelaITF, que é a nossa Federação Internacio-nal dos Trabalhadores em Transportes.

Contamos também com a excelênciada coordenação operacional do nossocompanheiro José Válido, cuja desenvol-tura no cumprimento de suas atribuiçõesem nosso SINDMAR, bem como em seutrabalho a frente da Diretoria de Assun-tos Marítimos de nossa Federação, alémde sua larga experiência profissionalcomo excepcional Chefe de Máquinas,nos dão a certeza de que estamos sobsegura e eficiente coordenação.

Queremos destacar, em especial, oinestimável e abnegado apoio de toda aDiretoria, Assessores e funcionários, quetivemos o privilégio de conhecer durantenosso estágio preparatório para transfe-rência de conhecimento sobre a nossaorganização sindical. Além de agradecera todos, a contribuição que nos deram,quero dizer-lhes, com toda ênfase, quetenho absoluta consciência de que o re-sultado do trabalho a ser realizado em

nossa Delegacia será fruto de uma cons-trução coletiva. Como não nos deixa es-quecer, o companheiro Severino, �o ver-bo construir é sempre mais eficiente nocoletivo... quando conjugado no plural�.Reiteramos contar, no caminho destaconstrução, com a colaboração, a expe-riência, a inteligência e a dedicação dosdemais companheiros da Diretoria, dosnossos Assessores e funcionários, cujosritmos de trabalho e eficiência vão muitoalém do comum. Este fato, qualquer visi-tante pode testemunhar, em nossa sede,ao lado da Igreja da Candelária, no cora-ção comercial e financeiro do Rio de Ja-neiro. É extraordinário o seu nível de or-ganização, que tem a eficiência comocompromisso, desde a simples pontuali-dade até a diuturna disponibilidade paraa execução das tarefas e os constantesdeslocamentos por todo esse imensoBrasil e, muitas vezes, para o exterior.

Finalmente, gostaríamos de observarque, por certo, estamos todos honradose orgulhosos, pela instalação da nossaDelegacia, como extensão operacional doSINDMAR, implantada na Amazônia paraservir de abrigo, de porto seguro aos nos-sos associados, com todo o conforto deque são merecedores, e finalmente paracontribuir, junto com todas aquelas pes-soas, instituições e autoridades que ti-verem o mesmo propósito de construirum grande futuro para a Amazônia e parao Brasil, onde impere a justiça social e,enfatizamos, a valorização do trabalho edo trabalhador.

Companheiros!!!O nosso barco esta pronto! Nossa

tripulação preparada para os desafios enossos porões aguardando novas con-quistas. Resta-nos navegar no mar daprosperidade: lutando, cedendo, enten-dendo e compartilhando, mas sem qual-quer desvio da nossa rota.

Muito obrigado e tenham todos umaagradável noite.�

Clima de descontração marcouinauguração da representaçãodo SINDMAR.

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o último dia 10 de outubro, aConfederação Nacional dos Tra-balhadores em Transportes Aqua-

CONTTMAF e SINDMAR abrem DelegaciaRegional para o Nordeste no Estado da ParaíbaEntidades querem estimular fomento da pesca oceânica na região

Nviários e Aéreos, na Pesca e nos Portos,(CONTTMAF) e o Sindicato Nacional dosOficiais da Marinha Mercante (SINDMAR)inauguraram uma delegacia conjunta nomunicípio de Cabedelo, no Estado daParaíba, dentro do plano de ampliaçãoda representação sindical no setor detransporte aquaviário.

Os associados residentes ou em trân-sito na região já podem dispor da mesmainfra-estrutura oferecida aos representa-dos no Rio de Janeiro e de Belém, contan-do com atendimento personalizado eacesso gratuito a Internet e TV a cabo. Ostrabalhadores poderão usufruir ainda dediversos descontos em serviços e cursos,através dos convênios a serem firmadoscom entidades e empresas.

As entidades estão funcionando emduas lojas alugadas, na Praça GetúlioVargas, 79, no Centro da cidade. De acor-do com o delegado regional das duas en-tidades, Rosivando Neves Viana, as no-vas representações têm como objetivo,

O dia 10 de outubro de 2003 foi marcado pela inauguração da primeira Delegacia Conjuntado SINDMAR e da CONTTMAF.

desenvolver a visitação a navios nos por-tos situados entre o Rio Grande do Nortea Pernambuco, agregar de forma coletivaa ação sindical portuária no Nordeste, dar

suporte às tripulações dos navios anco-rados em Cabedelo e contribuir para odesenvolvimento da pesca oceânica doEstado, principalmente de atum, além dereforçar a estrutura de combate a pirata-ria na costa. Para tanto, a CONTTMAF e oSINDMAR vêm estreitando relações comos órgãos de fiscalização da Região. �Mui-tas embarcações de bandeira de conve-niência realizam pesca clandestina nanossa costa, explorando a mão-de-obralocal e deixando de pagar tributos,precarizando as relações de trabalho egerando enormes perdas econômicas

Autoridades e líderes sindicais participam daConferência de �Agricultura e Pesca do Estadoda Paraíba�. Da esquerda para a direita:Deputada Jandira Feghali, Presidente daCONTTMAF, Severino Almeida, Ministro da Pesca,José Fritsch e Governador Cassio Cunha Lima.

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para a região. Nossa intenção é legalizara situação dos pescadores que atuam nonosso Estado através do Acordo Coleti-vo e transformar a Paraíba no segundopólo pesqueiro do país�, ressaltou, lem-brando que a exploração irregular da ati-vidade motivou a abertura de uma CPI naAssembléia Legislativa do Estado. Rosi-vando informou ainda que a Delegaciapretende promover cursos internos como objetivo de capacitar os trabalhadorespara atuarem no setor.

Durante a solenidade de abertura,o Presidente da CONTTMAF e doSINDMAR, Severino Almeida, fez um dis-curso no qual ressaltou os motivos pe-los quais as diretorias optaram pelaabertura conjunta das Delegacias.�Cabedelo é a cidade mais marítima des-te país, proporcionalmente a sua popu-lação. Possui uma posição geográficaque nos permite uma ação sindical en-tre os portos de Natal e Suape, haja vis-ta que distam três horas de carro. Alémdisso, a cidade tem bom potencial decrescimento enquanto porto e enquan-to pólo pesqueiro�, destacou.

O presidente lembrou que �esta é umanova experiência no movimento sindicalde âmbito confederativo em que uma en-tidade superior e uma entidade de repre-sentação de base unem-se para oferecerajuda recíproca�. Para ele, a iniciativa serábenéfica tanto para o corpo de associa-dos quanto para o movimento sindicalmarítimo de uma maneira geral. �Por umlado, a um custo mais baixo, teremos o

Cerca de 500 pessoas, entre políticos, líderes sindicais, representantes dosarmadores e da Autoridade Marítima prestigiam inauguração da Delegacia.

SINDMAR ampliando seu suporte aosseus representados e, por outro, teremosa CONTTMAF, também a um custo maisbaixo, fortalecida na região. Isso traráclaras vantagens às suas Federações eSindicatos co-irmãos filiados�, argumen-tou. Outro aspecto mencionado peloPresidente é que, pela primeira vez, odelegado escolhido para representar for-malmente o SINDMAR e, por conse-qüência os Oficiais e Eletricistas da Ma-rinha Mercante, não é um Oficial Mer-cante, mas, um companheiro graduadoe experiente nas lides sindicais. �O cri-tério, não foi a carta, mas a competênciapara o trabalho a ser desenvolvido�, ob-servou Severino.

Estiveram presentes ao evento repre-sentantes das três esferas do governo,além de parlamentares e autoridades domeio aquaviário, como o Ministro da

Aquicultura e da Pesca, José Fritsch, o Pre-feito de Cabedelo, José Junior (PT-PB), aDeputada Federal Jandira Feghali (PC do B� RJ), o Secretário de Pesca da Paraíba,Anísio Maia, a Deputada Estadual Gia-ninna Farias (PT-PB), o Delegado da DRT,José Avenzoar Arruda, o Capitão dos Por-tos, Kleber Pessek, o Subcomandante Ge-ral da PM no Estado, Cel. Romildo Alvese a Gerente do Centro de AtividadesPedro do Amaral � entidade ligada aoSESC �, Rosângela Santiago. Tambémprestigiaram a inauguração da Delegaciadiversas lideranças sindicais, como o Pre-sidente da Fenccovib, Mario Teixeira, opresidente da Federação Nacional dosEstivadores (FNE), Abelardo Fernandes,além da diretoria do SINDMAR, daCONTTMAF, e da Federação Nacional dosTrabalhadores em Transportes Aquaviá-rios e Afins (FNTTAA).

Auditores daUnidade Especialde Inspeçãodo TrabalhoPortuário eAquaviáriovisitam delegaciade Cabedelo.

O Delegado da CONTTMAF e do SINDMAR, em Cabedelo,Rosivando Viana, ressalta que as representações servirãopara agregar de forma coletiva a ação sindical portuáriano Nordeste.

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INTERSINDICAL PORTUÁRIASindicato dos Estivadores e dos Trabalhadores em Estiva de Minérios do Estado do Espíri to Santo.Sindicato dos Consertadores de Carga e Descarga nos Portos do Estado do Espírito Santo.Sindicato dos Trabalhadores Portuários, Avulsos e com Vinculo Empregatíc io nos Portos do Estado do Espírito Santo - SUPORT.Sindicato dos Portuários Avulsos e Arrumadores e dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias em Geral nos Portos do Estado do Espírito Santo.Sindicato dos Conferentes de Carga e Descarga nos Portos do Estado do Espírito Santo.Sindicato dos Amarradores e Desatracadores de Navios nos Portos do Estado do Espíri to Santo.Sindicato dos Vigias Portuários do Estado do Espíri to Santo

A ef i c iênc ia na OrganizaçãoSindical Portuár ia é nossa meta.

A unidade, nosso compromisso.

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DO ESPÍRITO SANTOFiliada à

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Especial delegacias

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11111: A Senadora Ana Júlia Carepa destaca aimportância de o país contar com uma MarinhaMercante forte.

22222: A Deputada Jandira Feghali assegura quevai continuar lutando para que ostrabalhadores aquaviários conquistem o direitoà aposentadoria especial.

33333: O Segundo Presidente SINDMAR, JoséVálido, lembra que a abertura da novadelegacia atende a um anseio dos OficiaisMercantes daquele Estado.

44444: Diretor de Portos e Costas, NapoleãoBonaparte, prestigia inauguração daDelegacia do SINDMAR.

55555: A Delegada da DRT-PA, Socorro Gomes,crê em fortalecimento na estruturade fiscalização do trabalho Marítimo.

66666: O Presidente da Transpetro, Sergio Machado,reafirma seu compromisso de manter um canalaberto com as entidades sindicais marítimas.

77777: Da esquerda para a direita: CLC Álvaro Joséde Almeida, Severino Almeida, Senadora AnaJúlia Carepa, e Ricardo Ponzi.

88888: O jornalista Alyrio Sabbá (2º, da direitapara a esquerda),prestigia a inauguração.

99999: O Delegado doSINDMAR, em Belém, CLCJosé Vivekananda,discursa durante asolenidade deinauguração, observadopor autoridades e líderessindicais.

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1010101010: O Delegado Regional do Trabalho daParaíba, José Avenzoar Arruda acreditaque a presença das representaçõessindicais contribuirá para o reforço naestrutura de combate a pirataria no costanordestina.

11: 11: 11: 11: 11: Prefeito de Cabedelo, José Junior,discursa na solenidade de inauguraçãoda representação sindical.

1212121212: Severino Almeida (à direita)entrega um exemplar da �Unificar� aoMinistro Fritsch.

1313131313: Ministro José Fritsch (à esquerda),Deputada Jandira Feghali, e SeverinoAlmeida discutem política de fomento apesca oceânica no Nordeste.

1414141414: Enilson Pires, Paulo César, Robson eOdilon Braga, estavam entre os mais dequarenta dirigentes sindicais queprestigiaram o evento.

15:15:15:15:15: Da esquerda para a direita: JoséFritsch, Deputada Jandira Feghali,Severino Almeida, Prefeito José Junior.

1616161616: O Presidente da FNE, Abelardo W.Fernandes, conversa com o MinistroFritsch.

1717171717: Severino Almeida (à esquerda)e o Governador Cássio Cunha Lima,na Conferência de Aqüicultura e Pescado Estado da Paraíba.

1818181818: A deputada estadualGianinna Farias tambémcompareceu à solenidadede abertura das entidadessindicais.

1919191919: Autoridades na Aberturada Conferência Estadual deAqüicultura e Pesca da Paraíba

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maior parte destes 50 anos, reflexo do lon-go período de governo militar, iniciado logoapós o golpe de 1964. Dos 17 presidentesque a empresa teve entre fevereiro de 1954,quando começou a funcionar efetivamen-te, e março de 1985, 13 eram militares, dosquais 11 do Exército e dois da Marinha.Seu primeiro presidente foi o tenente-co-ronel baiano Juraci Magalhães, cuja carreirapolítica foi mais destacada que a militar.

Este aspecto, muito mais entre osmarítimos do que entre o pessoal de terra,contribuiu para a formação de uma men-talidade eivada por uma rigorosa discipli-na e hierarquia a bordo dos navios brasi-leiros. Nos anos 70 e 80, até a grande gre-ve de 1987, as negociações coletivas detrabalho assemelhavam-se mais a umprocesso de solicitação de pe-didos, do que de reivindi-cação. O pessoal de ter-ra, com muito menos in-fluência da hierarquia fun-cional e as vantagens docontato homem a ho-mem, já em 1983, mobi-lizou-se para uma histó-rica greve em Campinas,que se alastrou pelo Bra-sil, dando início a umprocesso de mudançano comportamentoreivindicatório. A luta,de fato, surgia.

Petrobras: 50 anosPara o marítimo da Fronape são54 anos de história, com escassoreconhecimento da Companhia

Três de outubro de 1953.

Há meio século, o então

Presidente da República,

Getúlio Vargas, assinou aLei nº 2004, que criava o

que viria a se tornar nossa

maior companhia nacio-

nal, cuja trajetória se

confunde com a história

política brasileira noséculo XX. �Constituída

com capital, técnica e

trabalho exclusivamente

brasileiros, a Petrobras

resulta de uma firmepolítica nacionalista no

terreno econômico, já

consagrada por outros

arrojados empreendimen-

tos, em cuja viabilidade

sempre confiei. É, portan-to, com satisfação e

orgulho patriótico que

hoje sancionei o texto de

lei aprovado pelo poder

legislativo, que constitui

novo marco da nossaindependência econô-

mica�, declarou na época

o Chefe de Estado, em

pronunciamento à nação.

forte caráter nacionalista da cam-panha que antecedeu a criação daempresa acompanhou os primei-

ros anos de administração, voltada paraestimular fundamentalmente o fomentoda indústria brasileira, que começava aengatinhar. O governo brasileiro, reconhe-cendo o importante papel que poderia serexercido pela Petrobras dentro da estraté-gia de integração nacional, proveu a em-presa de todos os meios necessários paraa sua expansão, fato que influenciou nodesenvolvimento de outros segmentos daeconomia. A opção pela construção derefinarias para reduzir os custos de im-portação de derivados está diretamenteligada, por exemplo, à implantação da in-dústria automobilística do país.

Além da importância econômica e his-tórica, a Petrobras traz consigo um gran-de peso simbólico, pois resgatou a espe-rança de toda a nação que ansiava pelodesenvolvimento nacional autônomo.

Em diversos momentos da história e,especialmente, durante a ditadura mili-tar, a estatal foi também o elemento cen-tral da propaganda ufanista elaboradapelo governo. Exemplo deste tipo foi ob-servado em novembro de 1974, quandoa Companhia descobriu, na Bacia de Cam-pos, no litoral do Estado do Rio de Janei-ro, o campo de Garoupa. Naquele ano, aArena, partido do governo, foi derrotadanas eleições para o Congresso Nacionalpelo MDB, que fazia oposição ao regimemilitar. Em uma tentativa de reverter oquadro e conquistar apoio popular, o pre-sidente Ernesto Geisel, que também jáhavia presidido a estatal, anunciou a des-coberta, em Campos, como solução paratodos os males do Brasil.

A presença das Forças Armadas na ad-ministração da empresa foi significativa na

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Os marítimos, só romperam esta bar-reira quatro anos mais tarde com a greveno final de fevereiro de 1987. Estes qua-tro anos de atraso, somados ao fato deque durante o governo militar, as negoci-ações se deram entre o pessoal de terra,juntamente com as dificuldades de co-municação natural à época, contribuírampara uma defasagem na relação de traba-lho que até hoje os marítimos buscamrecuperar. Os avanços dos últimos anos,em essência, significa a retomada da igual-dade de tratamento e condições de salá-rios e trabalho. Em 1987, chegou-se aocúmulo da remuneração total de um se-gundo Oficial ser inferior a remuneraçãode um motorista da Companhia de Lim-peza Urbana do Rio de Janeiro.

Tais fatos entram em choque com aproposta enunciada ainda durante osurgimento da Companhia de valorizar,

No período en-tre a primeira con-cessão para explo-ração de petróleono Brasil e a criaçãoda Petrobras, em1953, o país assis-tiu ao embate en-tre nacionalistas edefensores do ca-

pital estrangeiro e a campanha �Opetróleo é nosso�, que pregava o mo-nopólio do Estado na extração, dis-tribuição e refino do combustível.

A primeira concessão para a ex-ploração de petróleo foi dada a uminglês, ainda no século XIX. Um decre-to imperial de 1864 permitiu a ThomasDenny Sargent iniciar suas buscas, emCamamu, na Bahia, sem sucesso. Em1892, o brasileiro Eugênio Ferreira deCamargo realizou a primeira sonda-gem profunda. Perfurou um poço de488 metros, em Bofete (SP), de ondesaiu apenas água sulfurosa. Outra ten-tativa frustrada, a primeira sob respon-sabilidade do governo federal, acon-teceu na região de Marechal Mallet (PR),em agosto de 1919.

sobretudo, os recursos humanos nacio-nais. A Petrobras antecipou a constitui-ção de uma empresa forte e respeitada numsetor vital da economia, mas sua atitudediscriminatória em relação aos marítimosvem prejudicando a retomada do cresci-mento da Marinha Mercante brasileira, queoutrora, era responsável pela retenção damaior parte das divisas do país.

Primeiro grande saltoA segunda década de operações da

Petrobras foi marcada pelo início da ex-ploração de petróleo em águas profun-das, que, posteriormente, se transforma-ria na especialidade da Companhia. A de-cisão estratégica da estatal, motivadapelas perspectivas sombrias quanto àsreservas petrolíferas em terra, resultou,em 1968, na primeira descoberta de umajazida de petróleo no mar, o campo de

Guaricema, no litoral de Sergipe, desco-berto com uma sonda marítima contrata-da no exterior.

O ano de 1968 foi um divisor de águasna história da Petrobras, que iniciou oslevantamentos geofísicos e perfurou o pri-meiro poço na Bacia de Campos. Em 1974,a Companhia descobriu o campo deGaroupa, também em Campos, abrindoum novo ciclo da exploração em águasrasas no Brasil. Atualmente, aproximada-mente 80% do petróleo brasileiro é pro-veniente da região.

Ao final da década de 1970, a Petrobrastambém alcançava a impressionante mar-ca de uma frota própria com cerca de seismilhões de toneladas de porte bruto.Neste período da história da Companhia,contudo, salta aos olhos a descriminaçãocom que os marítimos passaram a ser tra-tados. Muito embora tenham participado

Doze anos depois, o escritor MonteiroLobato retornou dos EUA, onde haviasido adido comercial, disposto a encon-trar petróleo. Enquanto o escritor per-corria o país tentando obter fundos paraprospecção, o engenheiro e geólogoManoel Ignácio Bastos buscava petró-leo na Bahia. Acabou encontrando re-servas em Lobato (cujo nome não temrelação com o escritor), subúrbio deSalvador, mas não obteve recursos paraa exploração. O Departamento Nacio-nal de Produção Mineral se recusou aajudar, alegando que a exploração nãoera viável, o que motivou o escritor aliderar uma forte campanha, que cul-minou no lançamento do livro O escân-dalo do petróleo.

Em 1938, o governo enfim decide ex-plorar o poço em Lobato, e técnicos cons-tatam a existência do combustível. É ins-tituído o Conselho Nacional do Petróleo,e sua presidência, entregue ao GeneralHorta Barbosa, fervoroso defensor domonopólio governamental. A partir deentão, as jazidas minerais passaram a serconsideradas propriedade do Estado.

Em 1941, foi descoberto o primeiropoço de exploração comercial, em Candeias,

Um pouco de sua Históriano Recôncavo Baiano. De 1939 a1953, foram perfurados 52 poçosno país, descobrindo-se vários cam-pos para a atividade extrativa. Con-tudo, no início da década de 1950, oBrasil ainda importava 93% dos de-rivados que consumia.

A partir de 1946, intensificou-seo debate sobre a política do petró-leo, entre os que admitiam a entradade companhias estrangeiras e os de-fensores do monopólio estatal. Sur-ge nessa época a campanha �O pe-tróleo é nosso�, patrocinada peloCentro de Estudos e Defesa do Pe-tróleo. Observa-se que o componen-te nacionalista que permeou a má-quina administrativa da Companhianos seus primeiros anos de funcio-namento voltou a se manifestar re-centemente, no governo Lula, ca-racterizado pela imposição de con-teúdo nacional mínimo em suascontratações. A atual diretoria da em-presa determinou que 65% das en-comendas da empresa têm que serfabricadas no Brasil com o objetivode promover a indústria local e gerarempregos no país.

O Presidente GetúlioVargas fundou aPetrobras em 1953.

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de toda a elaboração do sistema de es-coamento da produção através dos navi-os amarrados a quadro de bóias emonobóias, sempre foram relegados a umsegundo plano. Esta discriminação ficouclara logo após a Constituição de 1988,quando foi implementado o regime 14x21apenas para a categoria petroleira. O be-nefício só estendido aos marítimos em1999. A terceirização dos Mooring Masters,os quais foram fundamentais neste pro-cesso, é outro exemplo do não-reco-nhecimento da contribuição do marítimo.

O período também foi marcado pelaentrada da Petrobras na área de petro-química. Foi fundada em 1967, a Petro-bras Química S.A. (Petroquisa), com o ob-jetivo de promover a articulação das açõesdos setores estatal e privado na implanta-ção desta indústria petroquímica no país.Em seguida, foram criadas outras duassubsidiárias, a BR-Distribuidora e aPetrobras Internacional (Braspetro).

Em 1983, a Petrobras descobriu oCampo de Moréia, com 400 metros delâmina d�água (distância da superfície aofundo do mar), cuja produção foi respon-sável pelo primeiro recorde de extraçãoem águas profundas da empresa. No anoseguinte, encontrou outro campo gigan-te, o de Albacora, e, em 1985, foi a vez doCampo de Marlim. Fatos como estes fize-ram com que a Petrobras aumentasse ra-pidamente a produção de óleo no país.Em 1984, a estatal ultrapassou a marcade 500 mil barris de produção diária e,no ano seguinte, já produzia metade dopetróleo consumido no país.

Liderança e auto-suficiênciaA Petrobras, que iniciou suas operações

com 22 navios da Frota Nacional de Pe-troleiros, duas refinarias e capacida-de para produzir 2,7 mil barris por dia,encerrou o primeiro semestre deste anocom um lucro histórico de R$ 9,37 bi-lhões. Desde 1997, a empresa integra oseleto grupo de petrolíferas que produzmais de 1 milhão de barris/dia. Em apenasmeio século de atuação, a estatal está pró-

xima de garantir a auto-suficiência do Bra-sil no consumo de petróleo � meta que deveser atingida dentro de três anos. Atualmen-te, a Petrobras produz cerca de 90% do queé consumido no país, em torno de 1,4milhão de barris diários. Outro objetivoda Petrobras é ingressar no grupo das 10maiores empresas de petróleo do mundo.Para alcançar a meta, a empresa aposta nomercado interno. De acordo com o presi-dente José Eduardo Dutra, a Companhiadeve investir, entre 2003 e 2007, US$ 34,3bilhões, dos quais 85% no Brasil e os 15%restantes no exterior.

Recentemente, a empresa anunciouainda a expansão de suas operações noexterior ao ganhar a concorrência para acontratação de serviços destinados aodesenvolvimento e exploração do blocode Cuervito, na Bacia de Burgos, no Gol-fo do México. O contrato foi ganho porintermédio do consórcio em que aPetrobras participa como operadora docampo e prevê investimentos de até US$260 milhões em 15 anos. O presidenteda estatal, José Eduardo Dutra, declarouque a empresa pretende voltar a explorare produzir petróleo no Oriente Médio,incluindo a região como um dos focosdo seu projeto de internacionalização.Dutra acredita que a adoção desta estra-tégia permitirá a estatal tornar-se até 2010uma empresa integrada de energia líderde mercado na América Latina.

Fim do monopólio estatalA quebra do monopólio estatal

em 16 de outubro de 1997, com aaprovação da Lei nº 9.478, quecriou a Agência Nacional doPetróleo (ANP), órgão regu-lador da indústria do pe-tróleo, não foi capaz defrear a expansão da

Petrobras, apesar de todas as denúnciasde transferência de dados adquiridos pelaPetrobras. Hoje a estatal domina 98% domercado doméstico. Embora a medida te-nha possibilitado a participação do setorprivado na pesquisa, exploração, refino,exportação e importação, a presença deempresas, especialmente estrangeiras, ain-da é bastante tímida no Brasil.

Nesse novo ciclo de prosperidade, olucro da Petrobras pulou de US$ 640 mi-lhões, em 1996, para US$ 2,7 bilhões, em2002. Ao mesmo tempo, as petrolíferasestrangeiras, incapazes de produzir óleoem níveis satisfatórios foram, aos poucos,deixando o país. Segundo dados da ANP,das 43 companhias que obtiveram licen-ça para explorar e produzir o combustível,desde 1998, sobram hoje 38. As compa-nhias alegam que a demora na concessãode licença ambiental para os projetos e ospesados impostos motivaram a reduçãode suas atividades no país.

Das 88 áreas para exploração concedi-das pela ANP, 11 foram devolvidas pelasempresas e em apenas três houve desco-berta de óleo. Todos os projetos ainda es-tão em fase de pesquisa. Apenas a anglo-holandesa Shell começou a produzir óleo,em agosto deste ano, nos campos deBijupirá e Salema, na Bacia de Campos.

Ainda assim, não foi o grupo estran-geiro que descobriu as reservas petrolí-feras. As jazidas foram mapeadas pelaPetrobras, que, em seguida, firmou umaparceria com a Companhia Enterprisepara explorá-las. Esta última acabou sen-do vendida para a Shell.

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O processo de terceirização na com-panhia, iniciado nos anos 90, veio a re-boque do enxugamento da máquina daestatal, coincidindo com o aumento nonúmero de acidentes de trabalho. De1998 até os dias atuais, dos 135 funcio-nários mortos em ocorrências deste tipona companhia, 104 integravam o quadrode prestadoras de serviço.

Sabe-se que a contratação de ter-ceirizados não tem o mesmo rigor dosconcursos públicos. No entanto, estaprática vem sendo adotado pela empre-sa, o que contribui para a queda no nívelde qualificação dos funcionários da em-presa. Atualmente, os 34.520 funcioná-rios da estatal dividem o mesmo espaçocom mais de 100 mil terceirizados, dis-tribuídos em cerca de cinco mil empre-sas prestadoras de serviço.

Enquanto a produção de petróleoaumentava no período entre 1983 e 2000,grandes acidentes e derramamentos aba-laram a credibilidade da companhia cons-truída ao longo das primeiras décadas deexistência. Em 1984, um vazamento emoleoduto sob a Favela de Vila Socó, emCubatão, no Estado de São Paulo, provo-cou um incêndio que deixou um saldo de93 mortos, 4 mil feridos e praias poluí-das. A Fronape, por sua vez, permaneciasem contribuir para esta triste estatísti-

Acidentes ferem imagem da empresaca, garantindo a segurança operacionalde seus navios próprios.

Em 2001, a estatal amargou o troféude maior poluidora do país, ao se ver en-volvida seguidamente em acidentesambientais e tragédias. No dia 18 de ja-neiro daquele ano, a Baía de Guanabara(RJ) se transformou em uma grande man-cha negra, com 1,4 milhão de litros deóleo que vazaram da Refinaria Duque deCaxias, na Baixada Fluminense (Reduc).A Petrobras levou nove horas para iniciara contenção do material e foi multada emR$ 35 milhões. Cinco meses depois, ocor-reu um derramamento de quatro milhõesde litros de óleo da Refinaria GetúlioVargas, no Paraná, o que gerou multas deR$ 40 milhões. A triste seqüência de aci-dentes culminou com a explosão, segui-da de naufrágio, da plataforma P-36, noCampo do Roncador, na Bacia de Cam-pos, que deixou 11 mortos.

A série de eventos negativos servirampara que a companhia constatasse queseu sistema de controle operacional e seuplano de emergência contra acidentesambientais necessitavam de melhorias ur-gentes. Preocupada em recuperar a ima-gem diante da sociedade, a companhiaimplementou o Programa de Excelênciaem Gestão Ambiental e Segurança Ope-racional (Pegaso) que consumiu, em três

anos, R$ 3,8 bilhões e reduziu em 97% ovolume total de vazamentos. Foram ain-da instalados pelo país nove Centros deDefesa Ambiental, que auxiliam no com-bate a derramamentos. Cada um tem cer-ca de 20 funcionários e são equipadoscom lanchas, balsas e barreiras de absor-ção. No entanto, o investimento em con-dições salariais como elemento motivadorao excepcional trabalho realizado pela tri-pulação de seus navios não estava incluí-do no orçamento da empresa. Pelo con-trário, nesta época a Fronape já sofria asconseqüências do afastamento e desin-teresse pelo embarque em seus navios porparte dos marítimos nacionais, por contade políticas de escancarada discriminaçãoe duplo comportamento em relação ao pa-gamento de seus tripulantes. Tal compor-tamento criou os chamados �filipinos� debordo, que embora, tenham sido contra-tados pela companhia, tinham suas re-munerações reduzidas em até 40% pelaprática e conceito postos a ferro e fogopela companhia a partir de 1996.

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vestimentos estatais no setor revelaram-se acertados, já que até a década de 1970,o país registrava saldo positivo na contafrete gerada pelo transporte marítimo parao exterior. Vale lembrar que, em 2002, oBrasil apresentou um déficit de cerca deUS$ 6 bilhões em frete, resultado da polí-tica de afretamento de embarcações es-trangeiras implantada por governosneoliberais a partir dos anos 90, que ame-açou pôr fim a frota mercante nacional.

A Petrobras, que já possuiu uma fro-ta com 82 navios, hoje através de suasubsidiária Transpetro conta com 55embarcações próprias, a maioria delasconstruída no país, e cerca de 60 afre-tadas, o dobro do número em 1954,quando nasceu o sistema. Essas embar-cações têm capacidade para carregar até2.837.942 milhões de Toneladas de Por-te Bruto (TPB), o que faz da empresa amaior transportadora de petróleo no he-misfério Sul. Contudo, isto hoje represen-ta menos da metade da capacidade que acompanhia teve nos anos 80.

Em 1999, graças a atuação da organi-zação sindical marítima, foi sepultada umatentativa de terceirização dos marítimosda Companhia. Uma empresa com partici-pação majoritária de capital estrangeirooperaria e contrataria os marítimos paraos navios da Petrobras. Uma iniciativa quedesaguou na maior vitória do movimentosindical nacional nos anos Collor / FHC.As diversas categorias que compõem os

marítimos foram as únicas a resistirem evencerem bravamente um processo deterceirização em uma estatal nacional.

Atualmente, o movimento sindical estánovamente em alerta para a tentativa dedestruição da frota por falta de renovaçãode seus navios, que estão envelhecendosem que haja substituição dos mesmos.

Ao mesmo tempo, a novela para a cons-trução de quatro grandes petroleiros searrasta pelo vigésimo oitavo mês. Ou seja,há mais de dois anos a companhia �estáconstruindo quatro navios� sem, conse-guir colocar, de fato, alguma unidade nascarreiras dos estaleiros. Primeiro, foram asdificuldades que tiveram que ser ultrapas-sadas pelo próprio edital de licitação. De-pois disso, vieram os obstáculos impos-tos pela administração anterior do BNDES.Agora é o entrave criado pelo Estaleiro Eisa,no Rio de Janeiro, efetivamente poder ga-rantir a construção dos navios orçadosem cerca de US$ 244 milhões.

O presidente da Transpetro, SergioMachado, assumiu recentemente juntoàs entidades representativas dos traba-lhadores aquaviários o compromisso dedar prosseguimento ao plano de expan-são e substituição de embarcaçõesafretadas, que prevê a encomenda de 22navios até 2010. Já o presidente doBNDES, professor Carlos Lessa chegou aser homenageado pelo trabalhadores dosetor naval, pelo seu empenho na desbu-rocratização do processo de financiamen-to dos navios.

Fronape: história de eficiência mesclada comdiscriminação contra os trabalhadores marítimos

undada em 1949 após a extinçãodo Conselho Nacional de Petróleo,a Fronape � Frota Nacional de Pe-

troleiros foi incorporada a recém-criadaPetrobras, pouco mais de três anos depois,como unidade operacional. Contudo, adesregulamentação do setor, ocorrida em1997, levou a Petrobras a criar a Transpetro,que passou a ser responsável pela opera-ção de seus dutos, terminais e navios.

Os investimentos no transporteaquaviário no país nasceram da certezade que uma economia pujante não pode-ria prescindir de uma Marinha Mercante,apoiada por navios e tripulação genuina-mente brasileiros. Além de garantir a re-tenção de divisas no país, as encomen-das da Petrobras ao setor naval foram eainda são consideradas a principal molapropulsora para o renascimento destaindústria no Brasil e, mais precisamente,no Rio de Janeiro, gerando empregos di-retos e indiretos. É consenso no âmbitoaquaviário que a criação de uma frotaprópria de navios de cabotagem e longocurso trouxe, para o país, a garantia deabastecimento de petróleo do exterior ede derivados a toda a costa brasileira eao interior da Amazônia.

A história da Fronape é marcada pelaeficiência e segurança na operação detransporte de petróleo e derivados. Donade recordes mundiais no controle de po-luição do mar, apesar de ter sido uma dasmaiores frotas do mundo, nunca esteveenvolvida em acidentes que causassemdanos ao meio ambiente. Nunca permi-tiu que o Brasil sofresse redução no abas-tecimento de petróleo por via marítima,em meio às crises e conflitos mundiais.

A atividade ganhou impulso em 1955,com a abertura das grandes refinarias na-cionais, sendo sua frota convertida emferramenta indispensável dentro da estra-tégia de crescimento da empresa. A partirdaquele ano, 11 dos 16 navios de longocurso começaram a atuar no transportede petróleo bruto, importado da Venezuelae da Arábia Saudita, para a refinaria Presi-dente Bernardes, em Cubatão (SP). Os in-

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Na prática, contudo, a retomada docrescimento da indústria naval e da mari-nha comercial brasileira, encontra-se se-riamente ameaçada pela sinalização de-corrente dos afretamentos realizados pelaPetrobras. No último mês de outubro, aestatal celebrou contratos de TCP (prazosuperior a 3 (três) anos) com 12 (doze)embarcações estrangeiras e outros comperíodo um pouco menor, provocando aimediata reação por parte da organizaçãosindical marítima. Na ocasião, o Presiden-te da CONTTMAF, Severino Almeida, en-tregou pessoalmente, e na presença doSenador Saturnino, da Deputada JandiraFeghali, e dos Deputados Luis Sérgio,Ezequiel e Carlos Santana, ao Presidenteda estatal, José Eduardo Dutra, na qual fezduras críticas ao procedimento da empre-sa, que segundo ele, não condizem com atradição de provedora do fomento da in-dústria marítima do país. �É óbvio que talcomportamento contradiz o compromis-so deste governo na geração de empregose soerguimento da indústria naval brasi-leira. Muito embora tenhamos recebidoreiteradas manifestações do atual presi-dente da Transpetro, Senador Sérgio Ma-chado, que claramente procura demons-trar que a ampliação da frota própria é ocaminho natural pelo qual devemos se-guir, afirmando que abrirá licitação paraa construção de 22 navios, e sinalizan-do para o mercado a disposição de in-vestimento da Companhia, não conta-mos com uma atitude coerente por parteda Petrobras neste sentido. Pelo contrá-rio, até dependência pré-contratada é ana-lisada por sua Diretoria, através de ofertaaos armadores, de afretamentos que che-gariam a 15 anos, para estimulá-los a cons-truir e afretar para a empresa. É o capitalis-mo em sua posição mais próxima do pa-raíso. Lucro certo, fácil e rápido. Contudoserá o fim de uma história mais que cente-nária, na busca da auto-suficiência detransporte de combustíveis pelo Brasil�adverte Severino Almeida. O Presidente daCONTTMAF e do SINDMAR citou comoexemplo elucidativo e recente do que seperde com tal procedimento, a Compa-nhia Vale do Rio Doce. A mineradora per-cebeu que está perdendo mercado pornão contar com a autonomia propiciadapelos navios próprios e agora estudareconstituir sua frota mercante.

Carta do Presidente da CONTTMAF edo SINDMAR, Severino Almeida, ao Presidenteda Petrobras, José Eduardo Dutra

�Prezado senhor Presidente

Tomamos conhecimento, atravésde informações obtidas junto a brokersque atuam no mercado internacionalde afretamento, que a Petrobras estámudando seus procedimentos habi-tuais e realizando contratos de afre-tamentos TCP (por período de tempo)por prazo de três anos e superiores.

Essa mudança do tradicional pra-zo de um ano para esse tipo de contra-to traz grandes preocupações ao meiomarítimo, pois indica uma tendênciade crescimento dos afretamentos, de-corrente de extensão de prazo, quetrará inevitavelmente uma redução nafrota petroleira nacional (da Transpe-tro), com redução de postos de traba-lho para os marítimos brasileiros. Sãocontratos de três anos, quatro anos,depois passarão para cinco anos e,no final, não teremos mais navios bra-sileiros. Evidentemente essa políticareduz o espaço para o desenvolvimen-to da frota mercante nacional, e estáem direção contrária à lógica políticados novos tempos.

Não vemos qual a possível vanta-gem que a Petrobras estará obtendocom esse novo procedimento, pois ocomportamento e as oscilações domercado de afretamento são imprevi-síveis, portanto não se pode afirmarque as taxas de frete do próximo anoserão maiores que as obtidas hoje.Poderão mesmo ser inferiores, o quelevaria a uma despesa maior daPetrobras com esses contratos delongo prazo. Portanto, qual será a van-tagem econômica que uma política deTCPs de longo prazo trará para aPetrobras e para o país?

O contrato de longo prazo cria umcompromisso para a Petrobras, tanto

sob o aspecto orçamentário como ope-racional, cerceando possíveis e prováveisnovos navios na Fronape, que manterãoe abrirão postos de trabalho para maríti-mos brasileiros. Não seria um contra-senso logo hoje, quando se fala em revi-talizar a marinha mercante brasileira, mu-dar a política de afretamento de forma aimobilizar ainda mais a empresa, inviabili-zando a retomada da política de empre-go no setor?

É uma política que pode, inclusive, pôrem risco o movimento que vem sendodesenvolvido pela comunidade marítimajunto a Marinha do Brasil, dentro do quala CONTTMAF vem atuando fortemente,no sentido de aumentar o número de va-gas nas Escolas de Marinha Mercante. Sea Petrobras continua nessa linha, as es-colas passarão a formar mais Oficiais jus-to no momento em que a frota de bandei-ra brasileira não estará mais incorporandonovos navios. Não seria mais racional ecoerente com os princípios decantadospelo novo governo, buscar ampliar os es-paços para a empresa brasileira bemestruturada e competitiva, criando, assim,oportunidades para brasileiros, ao invésde cerceá-la? Que riqueza essa tal políticade afretamento pode estar criando?

Outro ponto importante é que, paratransparência e correção, esses contratosde afretamento deverão ser circularizadose solicitada a respectiva autorização deafretamento junto à ANTAQ por seus pra-zos reais, de 3 anos ou mais. Gostaría-mos de saber qual será a posição da Agên-cia em relação a esse prazo? Também, pe-los regulamentos atuais do mercado fi-nanceiro, contratos com essa duraçãodevem ser registrados no BACEN, o que,esperamos, seja cumprido pelaPetrobras. Não seria uma prática elogiável,se a Petrobras assinasse três contratos�de gaveta� de um ano, para evitar

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os registros e a exposição à ANTAQ e aoBACEN de suas reais atividades.

Também circulam informações de queuma boa parte, talvez a totalidade doscontratos de longo prazo, vem sendo rea-lizada em negociação direta com os arma-dores, sem a realização de abertura ao mer-cado. Esse procedimento não confere adevida transparência ao processo, deixan-do sempre dúvidas se as condições pac-tuadas foram as melhores que a Petrobraspoderia obter. O mercado de petroleiros éamplo e extremamente competitivo, e nor-malmente ofertado, principalmente emépocas de frete baixo, e negociações aportas fechadas não são recomendáveispara as empresas que devem manter trans-parência e ética em suas operações. Por-que lançar mão do processo de negocia-ção direta para navios convencionais,onde o mercado é amplamente ofertado eo país se beneficiaria dessa competição?Que ganho esse tipo de operação traz paraa Petrobras e para o país?

Nesse mercado tudo se sabe, e o nú-mero de operações já realizadas supera,em muito, aquelas que já chegaram aoconhecimento da Direção da empresa. Játeriam sido acordados 18 afretamentos porprazo superior a dois anos. Seria, de fato,essa a linha a ser seguida daqui para afrente? Onde irá parar essa política? É essaa estratégia da empresa para atender suasnecessidades de transporte marítimo da-qui para frente? Como fica o tão propa-lado programa de crescimento e renova-ção da frota petroleira da Transpetro? Nãoseria o papel da Transpetro prover trans-porte no horizonte de longo prazo, ao in-vés de comprometer o país com maisafretamento estrangeiros?

Em tudo essa linha de atuação soaestranha e irracional. Entendíamos omodelo dos afretamentos de longo pra-zo há muito havia sido banido da políti-ca de afretamentos da Petrobras.Mesmo no período mais difícil da histó-ria do transporte marítimo de petróleo ede derivados, quando muitos acredita-vam que a frota mercante nacional cami-nhava inexoravelmente para a extinção,a Petrobras não enveredou pelo caminhoequivocado desses afretamentos.

Senhor Presidente, não será com pro-cedimentos que acima condenamos queiremos revitalizar a Frota Nacional de Pe-troleiros e por extensão a Marinha Mer-cante e indústria de construção naval bra-sileiras. Este é um setor de imenso poten-cial gerador de empregos, diretos e indire-tos, e redutor dos níveis de divisas envia-das ao exterior como pagamento por ser-viços realizados por estrangeiros.

A Petrobras ao longo de sua históriateve e deve continuar tendo um papel fun-damental na indução deste setor. Em be-nefício dela mesma e do nosso país.

Neste sentido, propomos as seguin-tes medidas:

1. Imediata liberação das licitações para aconstrução de novas unidades. Temosconhecimento que se encontra pronta,licitação para quatro novas unidades.Observamos que as licitações devemobservar condições compatíveis coma prática de mercado, objetivando ine-quívoca disposição de construção denovas unidades, evitando-se os exces-sos que permearam a última licitaçãopara quatro unidades, que levou o se-tor a aguardar, até agora, dois anos esete meses para a concretização docontrato de construção, até o presentemomento não realizado.

2. Realizar afretamentos VCP (por viagem),ou quando couber, afretamentos TCP(por período de tempo) por um prazonunca superior a 1 (um) ano, para aten-dimento da necessidade imediata detransporte de produtos da companhia.

3. Priorizar em rígida consonância com acapacidade de atendimento da indús-tria naval brasileira, afretamentos BCP(a casco nu), em prazos nunca superio-res a cinco anos, para suprir a preocu-pante redução da frota própria, em quese prevê a alienação de pelo menos 22navios até 2010.

Gostaríamos de registrar a V. Sa., quemuito embora tenhamos que conviver naindústria marítima com a utilização deafretamentos, é para nós inaceitável que aPetrobras permaneça ano a ano manten-do um afretamento médio de 60 (sessen-

ta) navios estrangeiros e tendo suafrota sendo reduzida ano a ano.

Na evidente impossibilidade de su-primento imediato pela indústria deconstrução naval brasileira, das unida-des próprias que a Companhia neces-sita para reduzir seu nível de afreta-mento, defendemos a opção BCP emrelação a TCP, pelas seguintes razões:

1. Promove a manutenção, e mesmoo aumento, do emprego de maríti-mos brasileiros, com a oferta demais postos de trabalho.

2. Reduz as remessas de divisas naconta de afretamento. A taxa a cas-co nu é bem menor que a taxa porperíodo, e as despesas de tripula-ção e operação são em Reais e per-manecem no Brasil.

3. O afretamento em BCP aliado aoprograma de novas construções noBrasil gera, de acordo com a legis-lação do AFRMM, recursos para aconta vinculada da Transpetro,contribuindo para o pagamentodos navios em construção.

4. Propicia o pagamento de impos-tos no Brasil. Como empresa de Na-vegação Brasileira, a receita e os lu-cros da Transpetro geram recolhi-mentos de impostos e tributos noBrasil.

5. Melhora o resultado do SistemaPetrobras. O lucro da atividade detransporte marítimo, que no TCPvai para o armador no exterior, per-manece no Sistema Petrobras.

E, finalmente, senhor Presidente,nós queremos registrar, que na visãodo trabalhador marítimo, o melhorafretamento é aquele que podemosevitar e só o evitaremos, no nível quegrassa na Companhia, construindonavios com um programa claro emseus compromissos, rígido em seucronograma e determinado em rela-ção a sua plena realização.

Atenciosamente,Severino Almeida FilhoCONTTMAF � Presidente�O

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Filiada à

Os conferentes,

consertadores,

vigias portuários,

trabalhadores de bloco

e arrumadores têm

mais em comum que

o trabalho no porto.

Têm a interlocução da

FENCCOVIB

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Delegacias na Mídia

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ITF e sindicatos filiados promovem a

3ª Semana de Ação Contra Naviosde Bandeira de Conveniência

tidade, e falta de condições adequadasde acomodação e de assistência médicaem caso de acidente. Um exemplo con-creto é o do navio Medusa, de bandeirapanamenha, que estava atracado no Por-to de Tocopilla, no Chile. A tripulaçãocomposta de cubanos havia ficado qua-tro meses sem receber salários e horas-extra. Além disso, um dos marítimos vi-nha sendo obrigado pelo armador a per-manecer a bordo, mesmo estando doen-te. Constatou-se ainda que a alimenta-ção a bordo era precária. Ao tomar co-nhecimento da situação, a ITF cobrou doarmador grego a imediata remoção do tri-pulante e o pagamento de todas as des-pesas hospitalares e de transporte. Aentidade também conseguiu reaver US$3.883,00 em remunerações devidas aotripulante. �Essas notificações têm comoobjetivo pressionar as empresas proprie-tárias dos navios no sentido de assinar

acordos coletivos de trabalho. Caso oarmador se negue a cumprir a determina-ção, os trabalhadores estarão livres paraparalisar as operações�, explica Luiz deLima.

Atualmente, cerca de 60% dos naviosque navegam na América Latina são debandeira de conveniência, ou seja, o re-gistro da embarcação é feito em um paísdiferente do da tripulação ou da Compa-nhia proprietária do barco. Tal procedi-mento vem sendo adotado por armado-res que buscam vantagens financeirasatravés do uso de mão-de-obra barata epouco qualificada e do pagamento deimpostos mais baixos, pondo em risco asegurança nos mares e expondo a tripu-lação a condições de trabalho inferioresao padrão mínimo determinado pela Or-ganização Marítima Internacional (IMO).Além disso, a proliferação no cenáriomarítimo de navios com estas bandeiras

oi realizada entre os dias 13 e 17de outubro a 3ª Semana de Açãocontra navios de Bandeira de Con-

veniência (BDC) na América Latina. Oevento, promovido anualmente pela Fe-deração Internacional dos Trabalhadoresem Transportes (ITF) e sindicatos afilia-dos � entre eles, o SINDMAR �, tevecomo objetivo a realização do maior nú-mero de inspeções possíveis em naviosatracados nesse período nos 22 portosparticipantes. Essa foi a maior mobili-zação de entidades sindicais marítimase portuárias no continente, envolvendoum total de 11 países unidos no comba-te à precarização das relações laborais abordo das embarcações.

No Brasil, foram vistoriados os por-tos do Rio de Janeiro, Santos, Paranaguá,Macaé e Sepetiba. De acordo com oCoordenador Regional de Bandeira deConveniência da ITF, Luiz Fernando, amobilização apresentou resultadossatisfatórios. �Contamos com uma am-pla participação dos sindicatos afiliados,o que nos permitiu realizar 200 inspe-ções, sendo 156 em embarcações do sis-tema BDC�, destaca. No total, foram re-cuperados US$ 325.753,00 em saláriosdevidos aos tripulantes, mais que o tri-plo do total obtido em 2002. A ação re-sultou na assinatura de seis acordos co-letivos de trabalho, sendo quatro no Bra-sil, e outros dois, na Argentina. Parte dosrecursos provenientes dos contratos fir-mados são destinados ao Fundo de Bem-Estar da Gente do Mar, que presta assis-tência ao marítimo

Os inspetores da federação notifica-ram ao todo 57 embarcações por atrasono pagamento das remunerações, ausên-cia de acordo coletivo aprovado pela en-

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gera uma concorrência desleal entre ostrabalhadores contratados por essas em-barcações � muitos deles cooperativados� e aqueles regidos pela legislação traba-lhista, fato que estimula o aumento nastaxas de desemprego.

As BDCs também vêm impondo per-das econômicas para países, como o Bra-sil, onde, atualmente, apenas 3% do totalarrecadado com frete é gerado por com-panhias nacionais. Na década de 1970, afrota brasileira respondia por 30% do co-mércio exterior. Hoje, a maior fatia da arre-cadação fica retida com as companhias

estrangeiras e uma outra parte vai para osnavios do sistema BDC. A queda na arre-cadação é conseqüência da política desucateamento da Marinha Mercante na-cional, que nos últimos 10 anos assistiuao fechamento de várias empresas de na-vegação que não tinham condições de ofe-recer preços tão competitivos quanto osde países que pagam salários inferioresaos recomendados pelas convenções in-ternacionais. A evasão de divisas provo-cada pelo uso de navios estrangeiros nacosta brasileira chegou a US$ 6 bilhõesem 2002. O coordenador Regional de Ban-deira de Conveniência da ITF, Luiz de Lima,reconhece ser difícil a eliminação do sis-tema BDC. �Alguns governos se benefici-am deste sistema e, para cederem suasbandeiras, cobram dinheiro dos armado-res. Espero que nos próximos anos, asinspeções não se limitem apenas a Sema-na de Ação. Temos buscado incentivarnossos afiliados a combater esse sistemade forma incessante�, conclui.

Para se ter uma idéia dos riscos queo sistema de bandeira de conveniênciarepresentam, o Secretário Geral da ITF,David Cockroft, visando denunciar umesquema de fraudes na emissão de do-cumentos para marítimos no Panamá, ad-quiriu uma licença para operar embarca-ções como primeiro Oficial. Cockroft, quenunca freqüentou uma escola de forma-

ção de marítimos, forneceu apenas seunome, data de nascimento, uma foto eum cheque de US$ 4.500,00 para um fun-cionário marítimo desse país que contacom a maior frota do planeta, com maisde 123 milhões de toneladas. Fatos comoesse chamaram a atenção da comunida-de marítima internacional para o possí-vel aproveitamento desses navios em ata-ques terroristas, especialmente após ostrágicos atentados de 11 de setembro de2001 nos Estados Unidos. Desde então,a IMO vem implementando uma série demedidas para reforçar a segurança notransporte marítimo e nos portos. Entreelas, está a criação do Código Internacio-nal de Segurança para Navios e Instala-ções Portuárias (ISPS Code).

Além disso, a ação continuada des-sas bandeiras vem provocando aciden-tes ambientais de proporções incalculá-veis, como o ocorrido em novembro doano passado com o navio Prestige, debandeira das Bahamas, que afundouapós se partir a 250 quilômetros da Cos-ta da Galícia, na Espanha, derramandomais de 20 mil toneladas de óleo no mar.Quase toda a tripulação a bordo eraconstituída de trabalhadores das Filipi-nas, país em que se encontra a mão-de-obra mais barata para o transporteaquaviário.

A ITF também realiza Semana de Açãocontra navios BDCs no Sudeste da Ásia ena Europa. Este ano, US$ 390 mil foramrecuperados graças às inspeções em 427embarcações durante os cinco dias demobilização no continente europeu. Afederação também trabalha em conjuntocom proprietários idôneos, assegurandoaos tripulantes a cobertura de acordosinternacionalmente aceitos sobre jorna-da de trabalho, salários e condições desegurança e higiene. Congrega, atualmen-te, 621 entidades sindicais de transporteem 137 países, representando mais decinco milhões de trabalhadores no mun-do inteiro. Fundada há 107 anos por ma-rítimos e portuários europeus, há maisde 50 anos, ela luta contra o sistema BDC,atuando também em parceria com outrasentidades, como a Organização Interna-cional do Trabalho (OIT).

�Nos últimos 10 anos, aMarinha Mercante nacionalassistiu ao fechamento devárias empresas de navega-ção que não podiam ofere-cer preços tão competitivosquanto os de países quepagam salários inferioresaos recomendados pelasconvenções internacionais.�

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100 anos de luta em defesado Marinheiro brasileiro

Sindicato Nacional dos Marinheiros e Moços de Máquinas emTransportes Marítimos e Fluviais (Sindfogo) comemorou seuprimeiro centenário com uma grande festa no último dia 26 desetembro no Abrigo do Marinheiro. A celebração teve início com

�Nossa entidade sempre levantoua bandeira da responsabiliade social,por entender que a qualidade de vidaé a base para o sucesso de todosos trabalhadores.�Jerônimo de Jesus Bastos, Presidente do Sindifogo

Sindfogo:

Ouma missa de Ação de Graças na Capela de Nossa Senhora dos Navegantes.Os associados e seus familiares compareceram ao evento animado pelogrupo de pagode �Equilíbrio� e por jogos de bingo e partidas de futebol.

O Sindfogo foi fundado em uma época em que os trabalhadores con-viviam com os resquícios da abolição da escravatura e com a inexistênciade leis que regulamentassem as relações trabalhistas, fato que se concre-tizou apenas nos anos 40. �O nosso Sindicato sempre soube expressaros anseios de seus representados. Inserir os Marinheiros e Moços deMáquinas no mercado de trabalho é uma das grandes preocupações denossa entidade, que sempre levantou a bandeira da responsabilidadesocial, por entender que a qualidade de vida, é a base para o sucesso detodos trabalhadores. Visando o aprimoramento técnico e profissional denossos representados, o Sindicato oferece periodicamente cursos de qua-lificação, a fim de mantê-los preparados para o exigente mercado de tra-balho. Entendemos que essa iniciativa não deve ser encarada como parteisolada de um processo de trabalho, e sim como forma de gerar integraçãode resultados para empregadores, empregados e sindicatos�, declarou,entusiasmado, o Presidente da entidade, Jerônimo de Jesus Campos Bas-tos, em discurso aos convidados.

Também prestigiaram a festa representantes das empresas de nave-gação, além do Presidente da FNTTAA, Ricardo Ponzi e o Diretor paraAssuntos Marítimos da Federação, José Válido. O SINDMAR foi repre-sentado pelos Diretores Odilon Braga, Enilson Pires, José Serra, MarcoAurélio e Francisco Moreda.

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m visita a sede da Federação Nacio-nal dos Trabalhadores em Transpor-tes Aquaviários e Afins (FNTTAA),

Novo presidente da Transpetro prometediálogo constante com Sindicatos Marítimos

às novas normas internacionais de trans-porte marítimo.

A atuação parlamentar de Machado foidestacada no encontro pelo Presidente daFNTTAA, Ricardo Ponzi. �Acreditamosque com sua experiência, ele poderá li-derar o processo de formulacão de umapolítica que beneficie o setor,� afirmouPonzi. Ainda no encontro, o Presidenteda CONTTMAF, Severino Almeida, prome-teu apoiar a nova administração daTranspetro na implementação de medidasem defesa da Marinha Mercante do país.No que se refere às negociações coletivas,contudo, Severino advertiu que a posturados sindicatos será independente e de lutaincessante pela melhoria das condiçõeslaborais dos trabalhadores.

O dirigente declarou ainda ser menti-rosa a informação veiculada nas últimassemanas de que há carência de OficiaisMercantes no mercado, fato que estariaforçando as companhias nacionais a ape-lar para a contratação de estrangeiros .�O que falta é estímulo para o marítimoembarcar. Os salários estão defasados, orepouso é inadequado e não existe ges-tão de bordo�, argumentou.

�Investir no transportemarítimo significagerar empregos.Queremos retomarnossa posição de ajudaà construção naval e,para isso, faremosparceria com essasentidades.�

Presidente da Transpetro,Sergio Machado (centro),

assegurou, em encontro comsindicalistas marítimos, que suaadministração estará atenta às

reivindicações da categoria.

O Presidente da Transpetro reconhe-ceu que os trabalhadores foram os maisprejudicados com a crise vivida pelo se-tor durante a década de 1990, mas disseconfiar na capacidade de recuperação daindústria marítima brasileira. �É na quali-dade dos profissionais que está a chavepara o sucesso de uma empresa�, finali-zou, deixando clara a a política que pre-tende implantar à frente da empresa.

Eno dia 1º de setembro, o novo Presiden-te da Transpetro, Sergio Machado, reite-rou seu compromisso, já firmado em en-contro com a diretoria do SINDMAR em15 de agosto, de estabelecer um diálogoconstrutivo com todos os SindicatosMarítimos, visando desenvolver iniciati-vas de estímulo a construção naval e aosoerguimento da Marinha Mercante Na-cional. �Investir no transporte marítimosignifica gerar empregos. Queremos re-tomar nossa posição de ajuda à constru-ção naval e, para isso, faremos parceriacom essas entidades�, salientou Macha-do. Participaram do encontro, o Presi-dente da FNTTAA, Ricardo Ponzi, o Pre-sidente da CONTTMAF e do SINDMAR,Severino Almeida, além de várias lideran-ças sindicais dos aquaviários.

Durante a discussão, que transcor-reu em clima amistoso, o ex-senadorSergio Machado alertou para a necessi-dade de a Transpetro renovar e ampliarsua frota para atuar de forma eficientetanto na navegação de cabotagem quan-to na de longo curso. �Nosso objetivo éreter a renda no Brasil, atuando com em-barcações de bandeira brasileira e abrin-do vagas para a mão-de-obra nacional�,assegurou, acrescentando que a empre-sa precisa atualmente de 22 navios pararepor sua frota, composta de 55 embar-cações. Machado aproveitou a ocasiãopara anunciar que vai fechar um contra-to-tampão de um ano para a construçãode navios com casco duplo, atendendo

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Maria Muci l loMaria Muci l loMaria Muci l loMaria Muci l loMaria Muci l lo

Sofrimento psicológico do tripulante�Não é por acaso queo homem do mar,transporta riquezas,carrega saudades, vivea natureza sem poderdesfrutar.�

de mental, afirmam categoricamente que�trabalho como fonte de bem-estar e vitalidadefavorece a harmonia psicossomática, mas tra-balho como fonte de sofrimento gera transtornospsicossociais, psicossomáticos ou psiquiátricos�Elisabeth S.Silva (1).

Considerando esse preceito comoreferência e o do filósofo e teólogo Leo-nardo Boff (2) �conceitos abstratos e frios nãoconseguem traduzir as cores da realidade, nãogeram figurações na imaginação�, acrescidada máxima que sem conhecer a percep-ção do trabalhador sobre seu trabalho ede si mesmo neste trabalho, não é possí-vel interpretar e correlacionar teorias etraduzir o significado do sofrimento esuas fontes, o material significativo des-ta pesquisa constitui-se nas respostasobjetivas e verbalizações espontâneasdos trabalhadores.

Dentro dessa ótica, os depoimentoscolhidos durante as entrevistas dão umaamostra da dimensão desse sofrimento.Apresentamos alguns desses depoimen-tos para ilustrar e dar visibilidade ao quese encontra no subjetivo desses traba-lhadores:� a maior doença é a depressão, a gente

fica muito tempo embarcado, longe dafamília e de todos;

� engordei de tanta ansiedade;� o confinamento é grande;� o fuso horário acaba com a gente e o

turno alternado também;� numa projeção de 30 anos passamos

em média 21 anos fora de casa.Diante deste contexto desenhado pe-

los próprios atores, é preciso, também,considerar que a ausência prolongada deatendimento às necessidades psicológi-cas agride fortemente a preservação daintegridade social e os valores essenciaisà própria condição humana. Não seperceber reconhecido pelo trabalhoque realiza causa sofrimento e ameaçaseveramente a saúde. De acordo com orelato das queixas dos trabalhadores, esta

falta de reconhecimento fica comprova-da, transformando-se em outra fonte deagressão e sofrimento.

O aquaviário tripulante, em geral, nãose percebe valorizado nem reconhecidopela empresa a que está vinculado e tãopouco pela sociedade. Em alguns casos,nem pela própria família. As �falas� a se-guir, expressam isso de uma forma clarae contundente:� uma profissão como a nossa não pode

ficar no anonimato;� não somos visto pela sociedade, nem

pelo governo e nem pela empresa esomos responsáveis por um patri-mônio imenso e de poder avassaladorpara o bem-estar e preservação do meioambiente;

� poderíamos receber pelo menos umelogio da empresa de vez em quando,já seria um alento;

� quando o tripulante se aposenta, nãotem mais ambiente em casa, os hábi-tos são outros, o horário das refeiçõessão diferentes...passa-se a ser um es-tranho, não houve convivência, pas-samos a vida fornecendo, provendo afamília, mas aí...Uma forma de lidar com a vida, sem

dúvida, conflituosa, é usar de mecanis-mos de defesa. A convivência diuturnacom agentes de riscos químicos, físicos,ergonômicos e de acidentes, numa pers-pectiva de impotência sobre os mesmos,acaba desencadeando esses mecanis-mos como uma maneira de enfrenta-mento aparentemente �controlado� dian-te do sofrimento instalado.

Quando os tripulantes afirmam �tra-balhamos com muito calor, bota de segurançapesada, ruído intenso, no final do dia a genteestá morto, termina o trabalho e a gente só querir para cama dormir, nem para falar se temvontade�, fica comprovado e compreensí-vel o desgaste físico durante uma jornadade trabalho. Mas apesar deste cenário per-verso, quando alguns verbalizam que �gos-

m busca do conhecimento que tra-duza a realidade vivida pelos tra-balhadores tripulantes da Marinha

Mercante brasileira, sob a ótica da Segu-rança e Saúde, desenvolveu-se uma pes-quisa em 6 (seis) navios em rota decabotagem, totalizando 57 entrevistas eaplicação de 94 (noventa e quatro) ques-tionários individuais, com 146 itens,totalizando 13.724 respostas.

Essa pesquisa objetivou, entre outros,decodificar a percepção do tripulante so-bre seu trabalho, o ambiente e si mesmo,e ainda identificar os agentes agressivoscausadores de sofrimento psicológico.

A pesquisa transformou-se numa ver-dadeira viagem ao mundo do trabalho dostripulantes, até então oculto para nóspesquisadores.

A vivência de uma tripulação, cujotempo embarcado é, em média, de 90 diaspor 30 dias em terra quando na costa bra-sileira (cabotagem) e de até seis meses seestiver cumprindo rota de longo curso,(internacional), se dá sob constante con-flito, pois prevalece uma luta interna fren-te ao dilema da ambigüidade presente:de um lado, o gosto pelo trabalho e dooutro todo, o sofrimento que precisa ser�anulado� ou administrado, levando a umestado de acomodação psíquica, deixan-do marcas profundas e debilitando a saú-de da tripulação.

Os vastos e criteriosos estudos pu-blicados sobre a relação trabalho e saú-

*Maria Muccillo é tecnologista da Fundacentro/RS, educadora, especializada em Psicologia e Sociologia da Educação e Relações Humanas.

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to de bater ferrugem, o tempo passa mais rápidopois naquele momento não penso em nada�, ficadeclarado o sentimento de impotênciasobre as circunstâncias penosas que con-figuram a vivência no mar, pois esta tarefaexpõe o marinheiro de convés não só aoruído como as perversas vibrações, impe-lindo os trabalhadores, a sobreviverempelo uso constante de mecanismos dedefesa, o que poderá gerar uma patologia.

Há muitas décadas estuda-se o signi-ficado do trabalho e todas as versões têmcomo pressuposto indiscutível que o ho-mem interage com a natureza e nela inter-vêm para tornar sua vida mais cômoda e,é pelo trabalho que ele faz tudo isto.

De acordo com o estágio evolutivoda própria humanidade o modo-de-serno mundo do trabalho, como afirma Leo-nardo Boff (3), se dá na forma de interaçãoe de intervenção. Isto inclui os laçosafetivos que construímos com o traba-lho e pelo trabalho. É o sentimento quenos faz sensíveis ao que está a nossavolta e nos faz gostar ou desgostar.

Rollo May (4), afirma que �perdemos devista e nos despreocupamos do ser humano, pre-cisamos agora voltar humildemente ao simplescuidado e que só assim será permitido resistir aocinismo e a apatia que são as doenças psicológi-cas de nosso tempo�. Uma vida no mar, ounos rios, navegando por logos períodos,produz significados especiais para o tra-balho, a família e a sociedade.

Estes significados ajudam a compre-ender e identificar agentes agressivos pre-sentes aos ambientes, pois sinalizam asfontes aparentemente ocultas de sofri-

mento e se pode usar os fatos do passa-do e do presente para transformar essarealidade e garantir um futuro melhor.

Acreditamos que o trabalho comomodo-de-ser-dominação (expressão usadapor Leonardo Boff) pode, quando denun-ciado, estimular o ser humano a voltar-sesobre si mesmo e descobrir seu modo-de-ser-cuidado, tornando-se sujeito protago-nista e não mais objeto protagonizado,fazendo a diferença para promover asnecessárias transformações.

Portanto, é preciso romper como modo-de-ser-trabalho que adoece, conforme nosfoi apresentado no decorrer da pesquisaatravés de depoimentos como estes:

�somos todos máquinas, é trabalhar, comere dormir�, ou �todos vivemos cansados, tensos,sofremos a distância de casa e temos responsa-bilidades e tarefas que nos exigem 24 horas deatenção permanente...quem negar isto estarámentindo� ou ainda �ao terminar o dia mesinto em pedaços�.

Considerando que � quem está sãopode ficar doente � e o trabalho possuiinúmeras formas de agressão ao corpo, amente, ao emocional e até ao espiritual eque �doença significa dano à totalidade da exis-tência� conforme C. Dejours, e sabendotambém que antes da doença instalar-sehá um processo de sofrimento, depoisde uma árdua jornada de trabalho emconvés, casa de máquinas, cozinha, pas-sadiço etc., o joelho do tripulante que dói,não é o joelho que realmente dói. É atotalidade da existência do ser humanoque sofre. Não é uma parte apenas queestá doente, mas é a vida que está ado-ecendo.

Ao perguntar aos tripulantes o quelhes dá mais prazer no trabalho, ou-

vimos resposta como esta: o diado desembarque, para desembarcar atépintado a gente vai! O depoimentoespontâneo leva a outra esferade influência e inferência do tra-balho marítimo sobre a vidaparticular dos mesmos que é afamília. A ausência dos laços defamília provoca um sentimentode perda irreparável. Perda deconvivência nos melhores emais significativos momentos,como nascimento de filho, ani-

versário de 15 anos, formaturas, casa-mentos destes e até nos momentos maistristes como falecimentos de pais e/ouparentes próximos, sem falar do Natal eAno Novo a bordo.

Por estas e outras razões, as princi-pais queixas e reivindicações recaem so-bre a jornada de trabalho prolongada e ocartão de embarque. A incerteza do de-sembarque persegue uma tripulaçãocomo um fantasma e a menor possibili-dade de não poder ser substituído paracobrir sua �folga�, passa a gerar um altograu de ansiedade que altera totalmenteseu comportamento, reconhecido pelacategoria com a chamada �febre do rato�.

Contornando todo este cenário, aindanos deparamos com outro fator a ser con-siderado. O transporte marítimo envolveuma gama de tarefas que, por sua nature-za, implicam na esfera psicoafetiva dentrodo próprio navio. Conviver com a presen-ça de riscos para a própria vida ou a inte-gridade física de seus companheiros detripulação, exige permanente e intensoautocontrole emocional acrescido da ele-vada carga de responsabilidade pelosvultuosos valores que são transportados,pressões que podem afetar diretamente asaúde mental desses trabalhadores.

Viver no mar, assumir a responsabili-dade direta pela segurança da embarca-ção, da carga e das vidas humanas a bor-do combinadas com a necessidade derelacionar-se por um longo período compessoas as quais, muitas vezes, não temqualquer identificação, mas sem poderafastar-se e sim ter que conviver dia enoite, não só no horário determinado deseu turno, mas a todo o momento e es-paço, exige do aquaviário um esforçomuito maior de acomodação psicológi-ca. Sem contar que a Marinha Mercanteguarda resquícios da Marinha de Guerra,possuindo uma estratificação social abordo, ainda um tanto rígida, onde de umlado ficam os oficiais e do outro os su-bordinados. Dependendo da política daempresa, encontramos, inclusive, sepa-ração nos salões destinados ao lazer.Mesmo assim, diante de qualquer senti-mento adverso este tem que ser sufoca-do e até mesmo substituído pelo �espíri-to de corpo� � tipicamente oriundo da

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doutrina militar � principalmente para aexecução de determinadas operações,onde começa a imperar a prática damultifuncionalidade, como as manobrasde atracação e de desatracação, apesarde serem consideradas de grande perigo.

Mas pela natureza da tradição da gen-te do mar, o trabalhador não pode mos-trar seus verdadeiros sentimentos, poissabe que os colegas, a empresa, e elemesmo, esperam dele próprio o cons-tante enfrentamento das situações comoum herói. Que não chore e que seja umarocha! Mas a solidão, o confinamento eo anonimato social pesam na manuten-ção de seu equilíbrio psíquico tornando-o suscetível a adoecimentos de origempsicossomática.

As ameaças à saúde e à segurançapessoal, à segurança dos navios, e aoambiente marítimo não devem ser subes-timadas. A observância pelas empresas esindicatos da Norma Regulamentadora nº30 do Ministério do Trabalho e Emprego,

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASSELIGMANN, Silva Edith (1994) Desgaste mental no trabalho dominado. Petrópolis, Rio de Janeiro.Ed. Cortez.BOFF, Leonardo (1999) Saber cuidar � Ética do humano � Planeta Terra, Petrópolis, Rio de Janeiro.Ed. Vozes 7ª Edição.DEJOURS, Cristophe (1987) A loucura do trabalho. Ed. Oboré/Cortez

poderá trazer muitas soluções para asquestões relativas a seu âmbito de com-petência, mas será preciso ousar mais.Será preciso reavaliar as políticas de Se-gurança e Saúde no Trabalho; incluir es-tudos sobre fadiga e estresse numa es-cala de prioridades a serem atendidaspelas empresas para prevenir acidentese adoecimentos; analisar os efeitos ne-gativos à saúde dos trabalhadores pro-vocados pela presença de agentes agres-sivos mais sutis, como os provenientesda organização do trabalho, tão claramen-te identificados nesta pesquisa, como onúmero reduzido do cartão de tripulação,a implantação da polivalência e o exces-sivo tempo embarcado.

Será preciso romper com os DezMandamentos do Homem do Mar,doado gentilmente por um marinhei-ro durante a pesquisa, transcrito aseguir, representando o código im-plícito existente a bordo.

Dez Mandamentos do Homem do MarI. O seu melhor amigo é o camarote.II. O comandante tem sempre razão.III. Cuidado! As anteparas têm ouvidos.IV. Seja prestativo sem ser oferecido.V. Freqüentar somente os salões que lhe forem predestinados, de preferência

quando estiverem vazios.VI. Jogo a bordo, nunca. Nem de palavras.VII. Cuidado: dia de muito, véspera de nada.VIII.Não marque compromissos, não faça planos, nem alimente ilusões: você está

a bordo de um navio mercante.IX. Confidências, só para Netuno, no bico da proa, em voz baixa e meça as palavras.X. Quando desembarcar deixe seus problemas a bordo: estás de férias.

Quantos impactos mais serão ne-cessários para desencadear umaação proativa?

Suicídio entre a categoria é mo-tivo suficiente? Até quando?

Não é por acaso que ao ver lá nonorte vestígios de terra, bate tão for-te seu coração que o peito lhe dóide tanta emoção.

Urge uma transformação substancialda forma-de-vida desses trabalhadores, sobpena de, por negligência, estarmoscompactuando com os sofrimentos oriun-dos do trabalho. E o que é mais grave,confirmando pela inoperância do �olhardesfocado� que teima em explicar osadoecimentos identificados como proble-mas individuais e não de saúde coletiva.

A comunidade marítima está deluto. Morreu, no último dia 3 de se-tembro, aos 44 anos, em sua residên-cia, no bairro da Tijuca, no Rio de Ja-neiro, o Chefe-de-Máquinas PauloCesar Benaion. Formado no CIAGAem 1978, Benaion construiu sua car-reira na Petrobras/Fronape, empresaem que atuou por 22 anos. Entreseus colegas de bordo, o Oficial, quetambém foi diretor-suplente doSINDMAR, era visto como um profis-sional determinado, solidário ecarismático.

�O Benaion era um excelente Ofi-cial, querido pelos colegas, empreen-dia com muito afinco seus projetos efoi um grande defensor da causa ma-rítima� declarou o Diretor Procuradordo SINDMAR, Enilson Pires.

Paulo César Benaion era casadoe tinha dois filhos. �Ele foi um idea-lista, acreditava poder contribuirpara um mundo melhor e mais jus-to. Era alegre e viveu, intensamente,guiado pelos seus sonhos�, afirmou,emocionada a irmã do Oficial,Elizabeth Benaion.

MarinhaMercante perdeestimadocompanheiro

Paulo Cesar Benaion

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Os próximos 120 anos*

não interromperá a produção de energia.Além de ser eficiente, este tipo de ener-gia é limpa, de fácil manutenção e poten-cialmente mais econômica.

Os arquitetos navais reagiram favora-velmente a esta nova tecnologia, mais fácilde ser instalada no navio devido ao seudesign modular, que aproveita melhor o es-paço interno para o motor e a carga.

O emprego deste novo equipamento,conforme já foi mencionado, poderá revo-lucionar a estrutura básica dos navios. Jáexistem armadores, que largaram na fren-te como as empresas �Knutsen As� e a�Color Line�, pesquisando ativamente estanova tecnologia. Os navios ficarão maisrápidos, e se forem manobrados com maisagilidade nos portos, o armador certamen-te ganhará uma vantagem competitiva. (...)

Podemos afirmar, com certeza, que osetor de transporte de cargas da indústriamarítima nunca esteve tão competitivocomo agora, e que os armadores nuncasofreram tanta pressão para transportarcargas de maneira tão rápida e eficiente.

No segmento de transporte de pas-sageiros, algumas empresas já operamcom equipamento de manuseio automa-tizado, normalmente construído na late-ral do casco da embarcação. No setor decarga a granel, também existem novasformas de carregamento e descarga, taiscomo �alimentador móvel de porão�, umainovação recente. Existem também no-vos sistemas de manuseio de pallets enovos equipamentos, que levarão a re-dução da mão-de-obra nos navios.

O tratamento do lixo a bordo poderánão ser uma atividade muito atraente,porém, com o endurecimento da legisla-ção ambiental, este serviço terá uma im-

portância cada vez maior. Tal como oabastecimento do navio e o transportede carga, este setor sofrerá uma transfor-mação radical na próxima década na for-ma de compactação do lixo ou no cha-mado tratamento biomecânico, usandoa tecnologia óleo-água.

No ano passado, a empresa de pes-quisas britânica �Quinetiq� lançou o inédi-to �Sistema Integrado de Gerenciamentode lixo� para embarcações, cuja a finalida-de é transformar o navio em unidade detratamento, proporcionando uma consi-derável redução do impacto ambiental.

Apesar do rápido avanço no designdos equipamentos marítimos, ainda exis-tem muitos desafios a serem vencidos.O sistema de provimento de cabos in-ternos do navio, com o emprego de fibraótica, poderá ser a chave para rompercertas barreiras, acarretando na reduçãodo peso, custo e complexidade da imen-sa quantidade de cabos instalados nosatuais navios.

Outro desafio a ser vencido é a coloca-ção de canos e dutos, com a conseqüentediminuição do diâmetro e da quantidadedos mesmos instalados nos modernos eenormes navios de passageiros.

David Foxwell1

Equipamentos:Sai de cena o eixo propulsor; entra o navio verde.

os próximos 120 anos, quasetodo o tipo de embarcação ne-cessitará de mais força motriz

para deslocar-se. Neste artigo, iremos umpouco além da noção de �eletricidade to-tal� e olharemos o motor de um navio,não como um simples �eixo propulsor�,mas como uma fonte de energia geradorade eletricidade.

Em muitos tipos de embarcação, entreos quais os navios de passageiros e de offshore, em que a demanda de energia é nor-malmente alta, a �tirania do eixo propul-sor� já foi derrubada. Nos próximos anos(...), cada vez mais navios substituirão a pro-pulsão mecânica tradicional pela propulsão�diesel-elétrica� ou pela �elétrica total�, ob-tendo, com esta mudança, as vantagensde um arranjo interno mais flexível, alémde maior controle técnico e redução deconsumo de combustível. A relação cus-to-benefício será maior para o armador.

Uma nova geração de turbina a gás alta-mente eficiente se encontra em fase detestes, devendo ser aproveitada nas em-barcações a serem construídas nos próxi-mos dois ou três anos. Quando estiver atra-cado no porto ou no terminal, o navio dofuturo será atendido, não com energia ge-rada à diesel, e, sim com uma nova gera-ção de alternador de turbina a gás, alimen-tado por meio de �células de combustí-vel�, que não agridem o meio ambiente.

A célula combustível é um dispositi-vo que converte a energia química docombustível diretamente em energia elé-trica e o faz com tanta eficiência, que setorna muito superior aos equipamentosconvencionais de geração de energia elé-trica. Com o contínuo suprimento decombustível e de ar, este equipamento

*Texto extraído da edição especial comemorativaaos 120 anos da revista Fairplay. Tradução livre:Edison Iabel.1 David Foxwell é colaborador da Revista FairPlay.Tem atuado nos últimos 20 anos na edição dejornais e redação de artigos sobre a indústriamarítima.

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o último dia 29 de outubro, oCentro dos Capitães da MarinhaMercante (CCMM) promoveu um

almoço solene, em comemoração aos 70anos da entidade no Hotel Guanabara,no Rio de Janeiro. Na ocasião, estiverampresentes as diretorias do SINDMAR e daCONTTMAF, lideranças do segmentomarítimo, incluindo armadores, autorida-des navais, Associações de Classe eConstrutores Navais, além de parentes eamigos.

Durante a solenidade, o Presidente doCentro de Capitães, o CLC Álvaro José deAlmeida lembrou que em 1933 o coman-do dos navios brasileiros era uma atri-buição exclusiva de oficiais estrangeiros,em sua maioria ingleses e portugueses.�A fundação do CCMM nasceu do desejode um grupo de amigos do antigo LloydBrasileiro de mostrar às autoridades cons-tituídas que o Comandante brasileiro eratão capaz de assumir a liderança de umpassadiço, quanto os estrangeiros�, de-clarou. O CMT Álvaro enfatizou ainda quena década de 1930 o então PresidenteGetúlio Vargas nacionalizava a função de

comando dos navios brasileiros e queanos depois, durante a Segunda GuerraMundial, alguns dos fundadores doCCMM juntamente com outros marítimospereceram no comando de seus naviostorpedeados por submarinos alemães.

O Centro dos Capitães é uma asso-ciação em que são realizados estudosvoltados para os problemas do transpor-te aquaviário. Congrega Capitães de Lon-go Curso e de Cabotagem, não só oriun-dos das escolas de formação da MarinhaMercante, como também do Corpo da Ar-mada, portadores dos certificados des-sas categorias. �A nossa associação ja-mais desejou lutar apenas pelos Capitães,

mas, também por uma Marinha Mercantevigorosa com navios de bandeira brasi-leira e com tripulações competentes ebem assistidas�, ressalvou o Capitão.

Por fim, o CMT Álvaro traçou um pa-norama do mercado marítimo no Brasil,afirmando, esperançoso: �Hoje vislum-bramos no horizonte alguns sinais debom tempo para a Marinha Mercantebrasileira. Embora o setor de longo cur-so sofra com a acirrada competição dosmegatransportadores, tornando difícil abatalha para os armadores brasileiros,sem o devido apoio dos poderes públi-cos, a navegação de cabotagem encon-tra-se em expansão.�

Centro dos Capitães comemora sete décadasData festiva foi celebrada com almoço no Centro do Rio

Líderes sindicais,armadores, eautoridades

da Marinha brasileiraprestigiaram

comemoração pelos70 anos do CCMM

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Venha buscar o seu

cartão e os de seus

dependentes**, na

secretaria da sede do SINDMAR

ou habilite-se a recebê-lo em sua

residência juntamente com o seu

Guia de Convênios.

Para mais informações,

ligue para o seu sindicato (21) 2518-2164(21) 2518-2164(21) 2518-2164(21) 2518-2164(21) 2518-2164

ou envie um e-maile-maile-maile-maile-mail para secrsecrsecrsecrsecretaria@sindmaretaria@sindmaretaria@sindmaretaria@[email protected].....

CHEGOU O CARTÃO ASSOCIADO SINDMAR

Com ele você estará livre deencaminhamentos e ofícios.

É só identificar-se e apresentá-lo noestabelecimento conveniado.

* Nos convênios que exijam reserva de vagas, o cartão não dispensará os procedimentos inerentes para a definição da ordem nalista de inscrição. Estes convênios serão listados em nosso site, bem como o critério para a obtenção das vagas. Serão disponibilizadastambém a relação dos interessados e suas respectivas posições na lista de inscrição.

**A partir de 01 de março de 2004, o acesso aos convênios será exclusivo para os portadores do CARTÃO ASSOCIADO SINDMAR.

O Guia deO Guia deO Guia deO Guia deO Guia deConvênios estáConvênios estáConvênios estáConvênios estáConvênios estásendo enviadosendo enviadosendo enviadosendo enviadosendo enviado

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m mais um escandaloso caso deabandono de trabalhadores ma-rítimos, desembarcaram no Bra-

sil, no dia 6 de outubro, cinco tripulantesdo navio graneleiro Marcos Dias, daChaval Navegação Ltda. � o sexto tripu-lante teve problemas com o passaporte esó retornou no dia sete �, que passaramquase dois meses agonizando com a fal-ta de alimentos, medicamentos, e salári-os atrasados em um ambiente sem a mí-nima condição de higiene.

Os problemas começaram no últimodia 10 de agosto quando a embarcaçãofoi reprovada pela agência classificadoraABS durante uma vistoria no Porto de Ro-terdã, na Holanda. Foi verificado que ascavernas da proa estavam amassadas eprecisavam ser substituídas. Insatisfei-tos com a situação a que estavam sendosubmetidos, os tripulantes convocaramuma reunião interna e relataram os pro-blemas ao armador Cláudio Futuro Mar-cos Dias, que, no entanto, não tomouqualquer providência no sentido de per-mitir o repatriamento dos funcionários.

O sofrimento do pessoal de bordo éatestado pelo depoimento do Auxiliar deSaúde, Cassio Robson Paixão da Costa.�Quando fizemos a travessia através dalinha do Equador, ficamos mais de umasemana sem dormir porque o navio nãotinha ar-condicionado e nem calefação�,conta Cassio, que chegou a adoecer abordo do Marcos Dias. �Estávamos an-gustiados, porque ninguém sabia o queestava acontecendo. Mesmo tendo sidoliberado, eu não sabia se ia desembarcar,

Após dois meses de sofrimento, tripulantesde navio da Chaval retornam ao Brasil

Você embarcarianeste navio?

ou se ia seguir viagem. Depois de passarpela Holanda, o navio iria para a Lituâniae de lá para o Porto do Rio Grande. Tería-mos ainda uma travessia de quase 30dias pela frente, mesmo sem qualquercondição de trabalho. O armador querialevar todo mundo na marra�, confessou.

A situação só foi contornada depoisque os tripulantes iniciaram uma greve eacionaram a Federação Internacional dosTrabalhadores em Transportes (ITF), que,por sua vez, pediu auxílio à ConfederaçãoNacional dos Trabalhadores em Transpor-tes Aquaviários e Aéreos, na Pesca e nosPortos. O inspetor da ITF, em Roterdã, EdBooister, e o presidente da CONTTMAF,Severino Almeida, estiveram a bordo daembarcação para constatar as irregulari-dades denunciadas. Imediatamente, foi fei-to um contato com o agente do armador, eposteriormente com a empresa no Rio, queprometeu solucionar todas as pendên-cias. �Graças a intervenção da CONTTMAF,os alimentos e a água de que precisáva-mos foram fornecidos. Ficou estabeleci-do também que só voltaríamos para casase recebêssemos os nossos salários atra-sados e diárias em dólar até o dia 25 desetembro�, relatou Cassio.

O acordo selado entre a CONTTMAFe a Chaval previa ainda que o pagamentoda remuneração referente aos dias traba-lhados até 6 de outubro seria efetuadoassim que os marítimos desembarcas-sem no Brasil. Para o Presidente da enti-dade, Severino Almeida, que tomou co-nhecimento da grave situação em umaconexão que fazia em Amsterdã, de volta

E

O tripulante Cassio Robson da Costa é recebido pelafamília e por amigos no Aeroporto Internacional doRio, após passar 5 meses embarcado.

MOC Francisco Carlos Gomes(à esquerda), ao lado doASD Cássio Robson da Costa.

Da esquerda para a direita: CTR Nivaldo Pereira,MNC Ademar Rodrigues de Castro, e ASC CássioRobson da Costa.

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da reunião do Fair Practice CommitteeSteering Group da ITF, do qual é membro,tais ocorrências no exterior são revoltan-tes e produzem um verdadeiro estragona imagem da bandeira brasileira. �Ascondições que testemunhei chocam por-que não se compreende como tal deca-dência pode se instalar a bordo. Navioscomo este não deveriam existir. Isto nãoé mercado de trabalho, é mercado paraescravos. É uma vergonha para o Brasil e,em especial, para quem precisa debatersobre as condições do navio com as au-toridades locais, e até mesmo com osnossos colegas da ITF, no exterior, comofoi o meu caso. Armador deste tipo ja-mais pode queixar-se de dificuldade deencontrar tripulantes para guarnecer seunavio. É até admirável que ainda consigaencontrar alguém. Só o desconhecimen-

to do tripulante sobre a empresa ou a maispremente necessidade de sobrevivênciapode explicar�, desabafa Severino.

Na ocasião, também foram repatria-dos o Marinheiro de Convés AdemarRodrigues de Castro, o Marinheiro deMáquinas Antônio José Pacheco, o Moçode Convés Francisco Carlos NogueiraGomes, o Contramestre Nivaldo Pereirae o Primeiro Oficial de Náutica RobertoInácio Loyola.

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Em entrevista a �Unificar�, o Segundo

Presidente do SINDMAR, José Válido, e o

Segundo Diretor Financeiro da entidade,

Jailson Bispo, relatam as mudanças ocorridas

nas negociações coletivas após a criação do

SINDMAR, comentam suas experiências e

fazem uma análise do mercado de trabalho

na Marinha Mercante.

José VálidoSegundo Presidente do SINDMAR

Um grupo de oficiais de máquinas emsintonia com o ideal proposto pelo MovimentoUnificar assumiu a direção do Sindimáquinas,em 1997, dando um passo definitivo em dire-ção a unificação com o Sindináutica. Entre oslíderes daquele grupo, estava o Chefe-de-Má-quinas, José Válido, que presidia aquele sindica-to. Visto como um negociador de estilo modera-do, mas persistente, o atual Segundo Presidentedo SINDMAR foi um dos responsáveis pela in-corporação de novos métodos de negociação cole-tiva, tornando o processo mais transparente edemocrático, e aproximando cada vez mais ostrabalhadores das entidades que os represen-tam. Buscando adequar cada vez mais os acor-dos coletivos aos anseios da categoria, Válidointroduziu a consulta prévia aos navios queatuam na cabotagem e no longo curso, estimu-lando a troca de informações entre representa-dos, sindicatos e armadores em todas as etapasdo processo negocial. �O nosso dever é lutar poraquilo que a base efetivamente quer. Antiga-mente, as tripulações não se envolviam e nemdiscutiam os acordos. Acho que tivemos o méri-to de incutir uma cultura mais participativa e,hoje, posso afirmar que muitas das conquistasobtidas são reflexo de um grau de envolvimentomaior por parte da categoria�, atesta.

Que mudanças foram observadas no processo negocial com a criação doSINDMAR há três anos e meio?

Válido: O SINDMAR se fortaleceu muito nas negociações para Acordo Coletivode Trabalho, já que passou a representar não somente uma categoria isolada deOficiais de Máquinas ou de Náutica, mas de todos os Oficiais Mercantes. Não hámais espaço para as individualidades de cada categoria. Em 1997, quando aindaéramos do Sindimáquinas, tínhamos apenas um Acordo Coletivo de Trabalhoassinado. Hoje são mais de 30 ACTs. Isso nos alegra bastante. Nos chama muitaa atenção o fato das próprias empresas nos procurarem para poder negociar osacordos. Mas isso não é fruto apenas do nosso trabalho e sim de uma participa-ção mais efetiva dos nossos representados.

Jailson: A unificação dos Sindicatos de Máquinas e de Náutica proporcionouum natural crescimento na base de representados e, com isso, nós conseguimosobter avanços consideráveis para a categoria. Neste período, ampliamos o núme-ro dos Acordos Coletivos de Trabalho assinados, tanto no setor off shore e apoioportuário quanto no de navegação, propriamente dita.

Como tem sido a evolução e a participação dos representados do SINDMARnos processos de negociação?

Válido: Esse é um ponto que merece grande destaque. Quando celebramos aunificação dos antigos Sindimáquinas e Sindináutica, buscamos estreitar nossarelação com os associados. O processo negocial não contava com uma participa-ção tão efetiva e tão clara dos representados. Atualmente, recebemos as suges-tões vindas dos navios para podermos confeccionar a pauta de negociações.Sempre que podemos, visitamos as embarcações para escutar as reivindicações.O contato também tem sido feito através de correspondências eletrônicas, cartase telefone. Esta constante troca de informações tem nos permitido firmar acordoscada vez mais vantajosos para os nossos associados. Em todas as negociações,só concordamos com a assinatura do ACT, após o aval da maioria dos tripulantesda empresa com a qual negociamos. Muitas vezes, conseguimos ter uma aceita-ção unânime. No entanto, o fundamental é que essa participação continue exis-tindo. No início desse processo, as tripulações não se envolviam e nem discutiammuito. Hoje, eles participam e fazem cobranças às entidades sindicais e o que

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Jailson BispoSegundo Diretor Financeiro

do SINDMAR

Há 14 anos, um grupo de marítimos visio-nário e idealista fundou o �Movimento Unifi-car�, plantando as primeiras sementes da uni-ficação dos sindicatos dos Oficiais de Máquinase de Náutica da Marinha Mercante. Acredita-vam aqueles homens do mar que a iniciativaresultaria no fortalecimento da categoria e emuma maior transparência na relação entre diri-gentes sindicais, trabalhadores e armadores.Entre as novas lideranças que surgiam, estavao Segundo Diretor Financeiro do SINDMAR,Jailson Bispo. Conhecido pela firmeza e habili-dade com que conduz as negociações coletivas,Jailson vem contribuindo decisivamente para asrecentes conquistas obtidas pelos trabalhadorescelebradas nos acordos assinados com as com-panhias de navegação, especialmente aquelasque atuam no off shore. Dono de um tempe-ramento forte e de uma determinação sem limi-tes, sua atuação é marcada pela franqueza comque se comunica, mas, com grande disposiçãopara o diálogo com os representados. �Acho im-portante manter um contato pessoal com astripulações. Sentir de perto suas necessidades.Escutar suas posições, para poder me municiarpara as negociações coletivas�, conta.

prevalece, no final das contas, é a vontade das tripulações. Em alguns casos,como na FLUMAR, essa participação evoluiu tanto que os navios já discutem entresi questões de interesse e apresentam uma pauta para o Sindicato antes de mes-mo de se iniciar o processo negocial. Isso facilita muito o nosso trabalho e nosestimula a continuar lutando por melhorias para os nossos representados. Oentendimento por parte das tripulações sobre as etapas que compõem uma nego-ciação coletiva é fundamental para conquistarmos um resultado satisfatório.

Jailson: O SINDMAR trouxe maior credibilidade ao movimento sindical marítimo,promovendo uma aproximação efetiva do Oficial e do Eletricista com a sua repre-sentação. A categoria percebeu que havia e há seriedade nos propósitos. Perce-beu que a unificação não era apenas um discurso político e sim um fato consuma-do. Hoje, quando visitamos os tripulantes das embarcações que atuam no off shoree no tráfego portuário, discutimos abertamente os pontos de interesse da catego-ria, e ouvimos as sugestões para as negociações. Essa interação tem sido extrema-mente valiosa e nos deixa mais fortalecidos para as negociações coletivas. Tantoa vinda deles aqui no Sindicato quanto a nossa ida a bordo é fundamental. Osmarítimos freqüentemente me perguntam se o SINDMAR vai agregar outras enti-dades. Recentemente, nos unimos ao Sindicato dos Técnicos Eletricistas. Há umaconscientização de que a unificação é benéfica para toda a categoria. As empresasterão que dialogar com todos os representados das embarcações e não apenascom a categoria A, B ou C. Se formos comparar os ACTs assinados até 1999 comos acordos firmados a partir de então, iremos observar que obtivemos avanços,tanto em termos percentuais quanto em aspectos sociais para os nossos repre-sentados. Acredito que nunca chegaremos a um nível de satisfação geral e abso-luta, isso é difícil, se não impossível, mas já estamos em um patamar razoável epodemos melhorar ainda mais.

Em termos de salários, que avaliação pode ser feita?

Válido: A questão salarial reservou surpresas agradáveis para nós do movimentosindical. Quem está um pouco mais atento ao comportamento da economia brasilei-ra sabe que todas as categorias do país tiveram perdas salariais decorrentes dainflação. Recentemente, foi divulgado pelo IBGE e pelo Dieese que a queda na rendado trabalhador nos últimos 12 meses foi de 12,9%. Em nenhum dos nossos acor-dos, tivemos reajustes abaixo dos índices inflacionários. Isso é uma grande vitóriapara o sindicalismo marítimo brasileiro, já que outras categorias lutam para manterpostos de trabalho, reduzindo suas jornadas e a remuneração dos trabalhadores. Acada ano que passa, além de assinarmos acordos com um número maior de empre-sas, os níveis salariais também estão avançando significativamente. Em 2003, algu-mas empresas que pagavam salários inferiores aos praticados pelo mercado busca-ram compensar esta diferença, concedendo reajustes bem superiores à inflação.Não atingimos ainda um patamar que possa ser considerado ideal, porém a avalia-ção é positiva, levando-se em conta o nível dos salários no país.

Jailson: No início da década de 1990 o Brasil estava em um momento de abertura,foi o boom econômico, porém no setor off shore havia uma recessão dramática.Buscou-se manter os níveis salariais, já que muitas empresas estavam fechando.Entretanto, no fim dos anos 90 e meados de 2000 a situação se inverteu e o setor,hoje, está em plena expansão. Este ano, conseguimos fechar acordos com médiade 33% de reajuste salarial. Esse percentual supera todos os índices de inflaçãodivulgados. Porém, esse aumento ainda não é suficiente para repor todas as per-das do início da década passada. Ou seja, mesmo com índices elevados para omercado, os salários ainda não estão no nível em que deveriam estar. Acredito quenas negociações dos ACTs 2004/2005, iremos evoluir neste aspecto, principal-

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mente na ABEAM (Associação Brasileiradas Empresas de Apoio Marítimo). Haviaum discurso na Associação de que suasembarcações eram afretadas a um valormuito baixo pela Petrobras, algo em tor-no de US$ 5 mil. No entanto, nos últimos3 (três) anos, as empresas da ABEAM vêmrenovando sua frota, adquirindo embar-cações pelas quais cobra US$ 12 mil dó-lares por dia. No próximo ano, haveráembarcações com diárias de até US$ 30mil. O problema é que a ABEAM, infeliz-mente, quer manter os salários no mes-mo patamar. Já deixamos bem claro quenão vamos aceitar essa política. Faz-senecessário um realinhamento salarial pro-porcional ao valor pago pela embarcação.E vamos lutar por isso.

Quais as empresas que mais sedestacam nos procedimentosnegociais e quais as que têm criadodificuldades para a concretizaçãode acordos coletivos?

Válido: Podemos citar um conjunto deempresas que mostram boa vontade nahora de discutir um acordo conosco. En-tre elas, estão Flumar, Aliança, Norsul eElcano, que é uma empresa relativamentenova, mas que vem agindo de forma trans-parente com os sindicatos. Já empresas,como a Metalnave, oferecem maior resis-tência na mesa de negociações. O fato deter uma administração concentrada nasmãos de algumas pessoas faz com que as

negociações sejam complexas e demora-das. Às vezes, levamos dois meses, sim-plesmente, para assinar um ACT, cujo tex-to já havia sido aprovado tanto pelas enti-dades sindicais, como pela empresa.

Jailson: No que se refere à negociaçãopropriamente dita, a ABEAM é um �calo�em nossos pés. Prevejo para o próximoano uma discussão mais delicada pelasrazões que já expliquei. Por outro lado,diversas empresas têm uma visão séria,de respeito com os nossos representa-dos. Uma delas é a BOS, que desde a suacriação (1999) vem renovando os acor-dos conosco sem criar obstáculos. Tam-bém destaco a Alfanave, a Pan Marine e aNorskan. Mas, evidentemente, existemoutras companhias que agem com serie-dade na mesa de negociações.

Quais os principais obstáculosque têm se entreposto na etapade negociação coletiva?

Válido: Uma coisa nos surpreende. Emtoda reunião inicial com qualquer empre-sa de navegação, na maioria dos casos,elas nos apresentam um balanço finan-ceiro e administrativo. Se a empresa tiverum rendimento financeiro negativo, en-tão, esse é o primeiro obstáculo enfren-tado. Outra questão é a capacidade deentendimento da própria base. Ou seja,se ela tiver como reivindicação itens quefogem da realidade, fica muito difícil paraquem a representa negociar um acordovantajoso. Por isso nós preferimos tra-balhar com os �pés no chão�, requeren-do benefícios factíveis. Ressalto que umAcordo Coletivo de Trabalho nunca en-cerra e nem contempla todos os anseiosdos trabalhadores. Ele é um processo

contínuo de conquista. Por isso, as enti-dades sindicais precisam gozar de umconceito de credibilidade muito bom jun-to ao patronato. Mas, não há dúvida deque os itens mais difíceis de negociar sãosalários e repouso. O aumento do perío-do de repouso é uma reivindicação maisdo que justa diante da reclusão penosa aque se submete o marítimo a bordo deuma embarcação. Isso fica ainda maisevidente se observarmos que nos últimosanos houve reduções drásticas no nú-mero de tripulantes e um aumento pro-porcional da carga de trabalho, tornandoa atividade a bordo quase insuportável.Por isso, precisamos avançar cada vezmais no item repouso. É quase impossí-vel um marítimo passar quatro meses abordo.

Jailson: Além das questões salariais jámencionadas, há cláusulas que emperramum processo de negociação. Esse ano, porexemplo, nós não renovamos o AcordoColetivo com a Maersk, que se recusou amudar o critério de remuneração, que atu-almente, leva em conta a categoria e nãoa função do tripulante. A empresa sim-plesmente deixou de cumprir uma pro-messa feita durante a assinatura do ACT2002-2003, demonstrando uma total in-sensibilidade a essa questão. De todasas companhias com as quais negociamos,a Maersk foi a única a ignorar nossa rei-vindicação. Além disso, ela não aceitouincluir o item relativo ao auxílio funeral.Esse é um assunto delicado para ser dis-cutido em uma negociação, mas é neces-sário. Quando propusemos a sua inclu-são, constatamos que houve uma boaaceitação por parte da maioria das em-presas. Essa cláusula diz respeito a umaremuneração diferente da do seguro. Apartir do momento em que acontece umfalecimento, é natural que haja um des-norteamento por parte do cônjuge, quese vê obrigado a arcar com custos imedi-atos, não podendo esperar pelo dinheirodo seguro. Em alguns casos, o familiardo nosso representado tem que se des-locar para estar mais próximo possívelda situação. Por isso, criamos esse bene-fício que nada mais é do que uma remu-neração oferecida ao cônjuge para que

�O SINDMAR trouxe maior�O SINDMAR trouxe maior�O SINDMAR trouxe maior�O SINDMAR trouxe maior�O SINDMAR trouxe maiorcredibilidade ao movimentocredibilidade ao movimentocredibilidade ao movimentocredibilidade ao movimentocredibilidade ao movimentosindical marítimo,sindical marítimo,sindical marítimo,sindical marítimo,sindical marítimo,promovendo umapromovendo umapromovendo umapromovendo umapromovendo umaaproximação efetiva doaproximação efetiva doaproximação efetiva doaproximação efetiva doaproximação efetiva dooficial e do eletricistaoficial e do eletricistaoficial e do eletricistaoficial e do eletricistaoficial e do eletricistacom a sua representação.�com a sua representação.�com a sua representação.�com a sua representação.�com a sua representação.�Jailson BispoJailson BispoJailson BispoJailson BispoJailson Bispo

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este não tenha que esperar a liberaçãodos recursos do seguro. A Maersk foiuma das poucas empresas a questionaresse item. Não há explicação para estaatitude, até porque ninguém precisou uti-lizar esta cláusula até hoje. Isso foi umaprova da falta de visão da empresa, quecostuma pregar outro tipo de procedi-mento em seu discurso.

Como tem sido a relação entre osSindicatos Marítimos nestesprocessos?

Válido: Nos orgulha muito o fato doSINDMAR ter conseguido se aproximarbastante dos outros sindicatos marítimosenvolvidos nos processos negociais.Estamos conseguindo trabalhar com uni-dade e um alto nível de profissionalismo.Todos os outros sindicatos do setor discu-tem, participam e negociam junto conosco.Nem sempre conseguimos a unanimidade,mas na maioria das vezes, temos tido deci-sões quase que consensuais. Saímos doamadorismo para o profissionalismo eisso pode ser observado até no fato determos assessorias para nos dar suportena preparação dos processos negociais.Queremos nos aperfeiçoar cada vez mais.

Jailson: O relacionamento entre os sin-dicatos co-irmãos sempre foi, e assimdeve continuar, de uma total franqueza eseriedade no trabalho. Nós sempre bus-camos o caminho do diálogo em nossafederação, nas questões relativas aosacordos coletivos em vigor.

Quais as perspectivas derelacionamento com o setor derecursos humanos das companhias?

Válido: Entendemos que o nosso re-lacionamento com o setor de recursoshumanos é primordial, já que este de-partamento é responsável direto pelaempregabilidade do nosso pessoal. É co-mum as empresas nos solicitarem a indi-cação de Oficiais e Eletricistas aptos paraembarcar. Insisto que isso é reflexo doalto grau de profissionalismo que atingi-mos. Os Oficiais e Eletricistas sabem dis-so e também procuram o SINDMAR, parapesquisar as melhores empresas do mer-cado de navegação. Tal fato nos permitecriar um rico banco de dados que alimen-ta o mercado com informações sobre operfil dos nossos representados. Acredi-to que todos saem ganhando com essemecanismo. As empresas, por exemplo,reduziram, e muito, a probabilidade decometerem erro na contratação de maríti-mos. E os associados vêem no SINDMARo caminho mais curto para uma boa colo-cação no mercado.

Jailson: De um modo geral, as empresascom as quais assinamos contrato coleti-vo aplicam tudo aquilo que é acordado.Com isso, elas nos facilitam e muito. Nóscontatamos o setor de recursos humanosda empresa quando há dúvidas decorren-tes de alguns itens do acordo. Mas acredi-to que essas dúvidas tendem a diminuir,pois, de uma maneira geral, os ACTs estãosendo renovados naturalmente ano a ano.

Como está o mercado de trabalhopara o marítimo que estáingressando nos setoresde cabotagem e longo curso?

Válido: Para os que estão ingressandona Marinha Mercante tradicional, de uma

forma geral, o mercado está excelente emtermos de empregabilidade. As empresasestão sempre em busca de Oficiais e Ele-tricistas. Existe mercado para todos ossegmentos, algumas pessoas se adaptammelhor ao setor off shore atraídos por salá-rios e regime de repouso melhores. Mashá outras que preferem a Marinha Mer-cante tradicional em função da possibili-dade de ascensão na carreira e de conhe-cer estados e países diferentes. Este ano,as empresas que atuam na navegação decabotagem e de longo curso estão ade-quando suas remunerações e períodosde repouso ao mercado de navegação.Um exemplo disso é dado pela Elcanoque antes operava com um regime 11 porum (11 meses de trabalho e um de repou-so) e, hoje, atua com o regime quatro porum (quatro meses de trabalho e um defolga). Outro exemplo a ser citado é o daNorsul, que no ano passado, impôs umregime de repouso sete por um e, no últi-mo acordo assinado, mudou para cincopor um. São avanços significativos queestão sendo conquistados através da for-ça da base sindical e da concorrência demercado.

Como está o mercado de trabalhopara o Oficial que está ingressandono setor off shore?

Jailson: Ao contrário dos anos anterio-res (como em fins da década de 1980 einício da década de 1990) o mercado detrabalho hoje para os recém-formadosestá muito bom. É um setor atraente parao representado porque oferece possibili-dade de ascensão rápida na carreira, e éde fácil adaptação por causa do regimede trabalho 1/1 (1 mês de folga para cadamês de embarque). Atualmente, um Ofi-cial que sai da escola de formação costu-ma levar de 10 a 15 anos para chegar aocomando ou chefia de uma embarcaçãopelos trâmites tradicionais. No off shore,esse tempo é reduzido à metade, ou até amenos. Por essa razão, os mais jovenstendem a procurar esse mercado natural-mente. Quando temos oportunidade defazer palestras tanto no CIAGA quantono CIABA, expomos de maneira bem cla-ra aos alunos o leque de oportunidadesde trabalho neste segmento.

�Acho que tivemos o mérito�Acho que tivemos o mérito�Acho que tivemos o mérito�Acho que tivemos o mérito�Acho que tivemos o méritode incutir uma cultura maisde incutir uma cultura maisde incutir uma cultura maisde incutir uma cultura maisde incutir uma cultura maisparticipativa e hoje, possoparticipativa e hoje, possoparticipativa e hoje, possoparticipativa e hoje, possoparticipativa e hoje, possoafirmar que muitas dasafirmar que muitas dasafirmar que muitas dasafirmar que muitas dasafirmar que muitas dasconquistas obtidas sãoconquistas obtidas sãoconquistas obtidas sãoconquistas obtidas sãoconquistas obtidas sãoreflexo de um grau dereflexo de um grau dereflexo de um grau dereflexo de um grau dereflexo de um grau deenvolvimento maior porenvolvimento maior porenvolvimento maior porenvolvimento maior porenvolvimento maior porparte da categoria�parte da categoria�parte da categoria�parte da categoria�parte da categoria�José VálidoJosé VálidoJosé VálidoJosé VálidoJosé Válido

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Companheiro Severino Almeida éconvidado a integrar o CNDRT

No último dia 13 de outubro, o Minis-tro do Trabalho e do Emprego, JaquesWagner, instalou a Comissão Nacional deDireito e Relações de Trabalho (CNDRT)instituída através da Portaria nº 1.150. Ainstância vai auxiliar as atividades doFórum Nacional do Trabalho nas ques-tões relativas às reformas sindical e tra-balhista e discutir e avaliar temas refe-rentes às relações de trabalho que, porsua relevância, exijam a formulação deproposições ou ações do Ministério doTrabalho e do Emprego. Além disso, com-pete à CNDRT relatar ao MTE o andamen-to das discussões nos meios acadêmi-cos e nas instituições judiciárias acercade assuntos trabalhistas.

Segundo a portaria, publicada noDiário Oficial da União, no dia 10 deoutubro, caberá à Comissão a aprecia-ção de projetos de lei e de emenda cons-

titucional em tramitação no CongressoNacional com o objetivo de aprimorar seucontexto na técnica legislativa além deexaminar o teor de tratados, convençõese recomendações internacionais de tra-balho de modo a orientar a postura go-vernamental diante de tais instrumen-tos. A CNDRT também deverá confecci-onar relatórios destinados a Organiza-ção Internacional do Trabalho (OIT), in-formando sobre o cumprimento, emâmbito nacional, das obrigações decor-rentes da Constituição da OIT e ainda,sobre a compatibilização da legislaçãobrasileira com os tratados e convençõesratificados pelo país.

Ao todo, 34 membros compõem acomissão. O Presidente da ConfederaçãoNacional dos Trabalhadores em Trans-portes Aquaviários e Aéreos, na Pescae nos Portos (CONTTMAF), Severino

Almeida Filho, foi convidado e aceitouintegrar a comissão. Em sua primeira reu-nião, logo após a cerimônia de posse,presidida pelo Ministro Jaques Wagner, ogrupo escolheu como primeiros temaspara discussão o funcionamento dasComissões de Conciliação Prévia, aterceirização da mão-de-obra e coopera-tivas, os fundamentos do Direito Coleti-vo do Trabalho e os Direitos Fundamen-tais do Trabalho.

Integram também a CNDRT o Presi-dente do DIAP, Celso Napolitano, além dejuristas e membros de entidades da áreade relações do trabalho, como ArnaldoSussekind, um dos elaboradores da CLT eeleito presidente de honra da Comissão, oadvogado José Francisco Siqueira Neto, eo juiz Grijalbo Fernandes Coutinho, Presi-dente da Associação Brasileira de Magis-trados Trabalhistas � ANAMATRA.

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�É inadmissível que a Delba continueaplicando tabela salarial de embarcaçõesde pequeno porte em navios de alta tec-nologia e que exigem um nível de capaci-tação maior por parte das tripulações�,advertiu.

O empreendimento da Delba Maríti-ma corresponde a uma encomenda deUS$ 95 milhões para a construção de trêsembarcações AHTS (cerca de R$ 90 mi-lhões cada). No último dia 27 de julho,foi lançada ao mar mais uma unidadedeste tipo construída pelo estaleiroBrasfels, subsidiário do grupo Fels Setal.

A CONTTMAF apóia e aplaude a ini-ciativa das empresas brasileiras de inves-tir em embarcações específicas para o se-tor off shore. Contudo, não pactua com ocomportamento gerencial de qualquercompanhia que se mostre insensível aosreclamos por mais segurança operacional.�Exigimos respeito às exigências quantoà qualificação profissional que novastecnologias, aliadas a maior potência des-tes barcos, nos impõem. Romper a men-talidade desenvolvida ao longo de déca-das no gerenciamento de embarcações demenor grau de sofisticação, que usamcomo referência de potência 2400 BHP, énecessário e urgente�, ressaltou o Presi-dente da entidade, Severino Almeida.

Bom senso à deriva

Delba Marítima insiste empolítica contraditória

restes a colocar efetivamente emoperação a primeira de suas em-barcações AHTS (manuseio de

âncoras), a Delba Marítima Navegaçõesvolta a causar apreensão à comunidademarítima. Apesar de adotar um discursono qual prega a modernização e expan-são de suas atividades, a Companhiacontinua praticando uma política salarialnão condizente com os tipos de embarca-ções com os quais está atuando, utilizan-do uma mão-de-obra sem preparo adequa-do para atuar em navios deste tipo.

A organização sindical marítima com-bate esta prática, alertando que uma ma-nobra feita de forma incorreta em embar-cações de alta potência, impõe riscos aomeio ambiente e à vida humana, ocasio-nando também prejuízos materiais devalores incalculáveis. De acordo com oSegundo Diretor Financeiro do SINDMAR,Jailson Bispo, empresas sérias que vãolançar seus AHTSs ao mar no final de2004 estão treinando seus marítimos hámais de um ano. Jailson reiterou que in-cluirá na pauta de negociações do próxi-mo acordo coletivo com a ABEAM, da quala empresa faz parte, uma proposta derealinhamento salarial da categoria, já queo custo do afretamento dessas embarca-ções pela Petrobras será mais elevado.

P

Você faz aUNIFICAR.Critique,opine,sugira!

O SINDMAR quer que

você, associado, continue

colaborando na elaboração

da sua revista. Esta sau-

dável interação nos dá a

certeza de que produzimos

um veículo cada vez mais

conceituado e voltado

fundamentalmente para

seus os interesses.

As sugestõesdevem ser enviadaspara o [email protected].

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Saúdecomeça pela bocao passar muitos dias embarcado,absorto em um ritmo frenético detrabalho, o marítimo acaba fican-

ficultar a convivência com outras pes-soas, prejudicando as relações de traba-lho. De acordo com a cirurgiã-dentista,Elenice A. Nogueira Gonçalves, �existemmuitos fatores que prejudicam o proces-so de higienização bucal, como a falta deuma orientação básica para garantir a lim-peza dos dentes�.

Elenice explica que a halitose é cau-sada, principalmente, pelo stress, períodosde longo jejum e correria do dia-a-dia, quealiados a higienização inadequada daboca provocam aumento da produção deadrenalina no organismo e queda na pro-dução da saliva. Tais fatores, combina-dos, resultam na formação de uma co-bertura branca ou amarela na língua, oca-sionando o desagradável �gosto de guar-da-chuva velho� na boca. Para evitá-lo,faz-se necessária a ingestão abundantede líquidos e a higienização correta dacavidade bucal. Dados estatísticos pro-vam que de 20% a 30% das pessoas so-frem de halitose crônica.

É freqüente também o aparecimen-to de enfermidades relacionadas à máescovação dentária. Um exemplo é adoença periodontal que atinge os tecidosem torno dos dentes, e, em muitos casos,é indolor, o que dificulta sua percepção. Adoença se manifesta quando a placabacteriana se acumula sobre a superfíciedo esmalte dentário e na gengiva, favore-cendo a multiplicação de bactérias. Estasdepositam produtos tóxicos no sulcogengival inflamando-o e formando umabolsa. O problema pode levar a perda dosdentes se não for tratado imediatamente.Assim como a doença periodontal, a gen-givite agride a gengiva deixando-a incha-da e causando sangramento. Porém quan-do detectado a tempo, o processo é re-versível.

começa pela bocaHábitos saudáveis de higiene bucal contribuem para a boa convivência a bordo

Ado sem tempo para cuidar de aspectosimportantes para a manutenção da saú-de, entre eles, a higiene bucal. Tal proce-dimento pode acarretar o surgimento deinfecções e doenças que poderiam serevitadas com uma dieta balanceada e li-vre do excesso de açúcar, tido como oprincipal alimento causador de tártaro eplacas bacterianas. Seguindo essa recei-ta, deve-se evitar, sempre que for possí-vel, a ingestão de balas, chocolates eoutros produtos que contenham este in-grediente em demasia. Se o consumo forinevitável, deve-se escovar os dentes logoapós a ingestão destes alimentos.

As frutas cítricas, refrigerantes e de-mais alimentos ácidos também devem serconsumidos com moderação. O ácido ali-mentar, quando ingerido continuamente,pode desmineralizar o esmalte dos den-tes, resultando na hipersensibilidade do-lorosa e incômoda da arcada dentária.Para neutralizar os efeitos ácidos na ca-vidade bucal, recomenda-se o bochechocom água pura sempre após a ingestãode alimentos cítricos.

Por outro lado, alguns alimentos po-dem e devem ser consumidos em abun-dância. Vegetais, frutas e proteínas são con-siderados alimentos não cariogênitos� nãocausadores de cárie � e possuem papel fun-damental na manutenção da saúde. Tãosaudáveis como estes, os chamados ali-mentos detergentes � maçã, laranja pêra ecenoura � permitem eliminar resíduos deoutros alimentos ingeridos que se aderemà superfície bucal durante a mastigação.

Inimigo da boa saúde bucal e da auto-estima é o mau hálito que pode causarconstrangimentos e inibições além de di-

Confira abaixo algumas dicasda “Unificar” para garantir

uma boa higiene bucal� Não deixe sua saliva num estado áci-

do por períodos prolongados de tem-po. Evite ingerir alimentos que fi-quem por muito tempo na cavidadebucal, como balas, pastilhas e chi-cletes (que podem permanecer pormais de 10 min na boca). Se a vonta-de de ingerir um doce for incon-trolável, opte por um bombom ouqualquer outro doce que fique na suaboca só enquanto você mastiga.

� Evite a ingestão de doces e gulosei-mas entre as refeições, procure in-geri-los como sobremesa, assim asaliva conseguirá efetivar o seu efei-to-tampão.

� Escove seus dentes e use fio dentallogo após as refeições. Dessa for-ma você estará impedindo que asbactérias se aproveitem dos resí-duos alimentares e facilitando o efei-to-tampão da saliva, já que os cre-mes dentais contêm minerais quepodem ser utilizados pelos dentes,além de neutralizar a acidez na ca-vidade bucal.

� Quando estiver num local que im-possibilite sua higienização, logoapós a refeição coma um vegetal ouuma fruta crua e de consistênciadura (cenoura, maçã). O atrito dosdentes com esse tipo de alimentoremove, em parte, os resíduos da ali-mentação, mas em hipótese algumasubstitui a escova e o fio dental.

� Procure seu dentista. Ele irá orientá-lo sobre o uso de escova, fio den-tal, flúor e cremes dentais, além deverificar a existência de cáries.

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Há força na união

Filiada à

Há 67 anos organizando trabalhadores e

buscando a unidade no sindicalismo aquaviário.

TTTTTT

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m virtude dos atentados de 11de setembro de 2001, o mundoacordou para as conseqüências

de um ataque terrorista. Como a ameaçapode vir por terra, ar e mar, sendo esteúltimo bastante vulnerável, em novem-bro do mesmo ano, na 22ª sessão da As-sembléia da IMO, foi decidido que novasmedidas relativas à proteção de navios einstalações portuárias seriam desenvol-vidas. Os governos signatários da Con-venção Internacional para Salvaguarda daVida Humana no Mar de 1974 se com-prometeram a adotar essas medidas emdezembro de 2002. Assim nasceu o ISPSCode (Código Internacional para a Prote-ção de Navios e Instalações Portuárias,que compõe o Capítulo XI-2 da SOLAS,cujos objetivos são:

� Estabelecer regras internacionais en-volvendo a cooperação e responsabili-dade dos Governos e das IndústriasPortuárias e Marítimas.

� Garantir a coleta e troca de informa-ções relativas a proteção.

� Prover métodos de avaliação dos ní-veis de proteção para permitir o desen-volvimento de planos e procedimen-tos que respondam às alterações nes-tes níveis e assegurem a implementaçãode medidas proporcionais e adequa-das aos mesmos.

Este código é aplicado aos navios depassageiros (incluindo os de alta veloci-dade) e aos de carga a partir de 500 dwtenvolvidos em viagens internacionais; àsunidades móveis de perfuração ao largoda costa e às instalações portuárias queservem os navios envolvidos em viagensinternacionais.

As decisões dos governos signatáriosem relação à aplicação deste código nasinstalações portuárias deverão ser base-adas em avaliações de proteção de modoque não comprometam o nível de segu-

Jonathas Teixeira Neto

O que muda com o ISPS Codecado por quais navios cada pessoa é res-ponsável. Cada embarcação deverá terseu SSO (Oficial de Proteção do Navio),que tem como função, manter e supervi-sionar a implementação do plano de pro-teção do navio e suas emendas, proporalterações ao plano, assegurar que o pes-soal de bordo receba treinamento ade-quado, entre outros.

Todos os navios envolvidos em via-gens internacionais devem ter a bordoum plano de proteção do navio, o SSP(Ship Security Plan), aprovado pela ad-ministração da bandeira. Este plano deveconter medidas para os três níveis deproteção já mencionados e devem serescritos no idioma ou idiomas de traba-lho do navio. Caso o navio não trabalhecom Inglês, Francês ou Espanhol, deve-rá incluir uma tradução em um destesidiomas. Uma Organização de ProteçãoReconhecida (RSO) poderá elaborar oplano de proteção do navio, fazer a ava-liação e aprovação do mesmo desde queautorizada pela administração da ban-deira. Por uma questão ética, a organi-zação que elaborar o plano não poderáparticipar da avaliação e/ou aprovaçãodo mesmo.

A emissão do Certificado Internaci-onal de Proteção do Navio (InternationalShip Security Certificate) comprova queo navio está cumprindo o ISPS Code esua validade não poderá ultrapassarcinco anos. Caso a administração exijasomente uma verificação intermediária,ela deverá ocorrer entre o segundo e oterceiro ano de aniversário do certifica-do. Os registros de treinamento, amea-ças à proteção, alteração de nível de pro-teção, auditorias etc. devem ser manti-dos a bordo pelo período determinadopela administração.

A Proteção das Instalações Portuá-rias deve ser feita com a adoção de me-didas estabelecidas e/ou aprovadas pelo

E

Jonathas Teixeira Neto é Capitão de Longo Curso, lotado na Coordenação de Inspeção, Aceitação e Veto de Navios (Coinv), da Petrobras/Transpetro.

rança almejado pelo código. Este últimonão se aplica a navios de guerra ou ou-tros não utilizados comercialmente. OISPS Code está dividido em duas par-tes, sendo a primeira composta pelosrequisitos obrigatórios e a segunda, porum conjunto de diretrizes para suaimplementação.

O ISPS determina que os governossignatários são responsáveis pelo esta-belecimento dos níveis de proteção quedevem ser aplicados em um determina-do tempo variando de acordo com aameaça à proteção, sendo o nível 1 o deoperação normal do navio e das instala-ções portuárias e o nível 3, o mais eleva-do, que deve ser usado por um curtoperíodo, ou seja, enquanto durar e foreminente o risco de um incidente. Tam-bém, estão entre suas atribuições, apro-var os planos de Proteção do Navio edas Instalações Portuárias, assim comosuas emendas; emitir o Certificado In-ternacional de Proteção do Navio; apro-var a Avaliação de Proteção das Instala-ções Portuárias; exercer medidas para oteste e o controle de cumprimento dosPlanos aprovados, além de transmitir in-formações à IMO e à Indústria Marítimae Portuária.

Funcionários de ProteçãoAs Companhias de Navegação, de-

pendendo da quantidade ou dos tiposde navio que operam, devem designarao menos um CSO (Funcionário de Pro-teção da Companhia). Entre seus deve-res estão: aconselhar sobre os níveis deameaças a que o navio está sujeito, asse-gurar a execução das avaliações de pro-teção dos navios, elaborar planos de pro-teção para os navios, organizar audito-rias internas e revisões das atividades deproteção, entre outros. Se for mais de um,é preciso que esteja claramente identifi-

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governo signatário em cujo território es-tejam localizados os portos e de acordocom o nível de proteção. Portanto, é neces-sário que seja feita uma avaliação da prote-ção das instalações portuárias para quesejam identificadas as de possíveis amea-ças a bens móveis e à infra-estrutura,além da probabilidade de sua ocorrên-cia. Um plano de Proteção das Instala-ções Portuárias (PFSP), adequado para ainterface navio/porto, deverá ser elabo-rado e mantido, com base na avaliaçãoacima mencionada, e aprovado pelo go-verno signatário. Este plano, a critérioda Administração, poderá cobrir mais deuma instalação, caso sejam semelhan-tes o operador, a localização, a opera-ção, os equipamentos e/ou os projetosdas instalações. Um Funcionário deProteção das Instalações Portuárias(PFSO) deverá ser designado para umaou mais instalações portuárias. Cumpri-das as medidas acima mencionas, o go-verno signatário em cujo território este-ja localizada uma instalação portuáriapoderá emitir uma Declaração de Cum-primento de uma Instalação Portuária(SoCPF), cuja validade e os procedimen-tos para inspecioná-la ou auditorá-la àcontinuidade do PFSP também devemser estabelecidos pelo governo signatá-rio. A fim de garantir a implementaçãoeficaz do PFSO deverá ser feito pelomenos uma vez a cada três meses, exer-

cícios testando elementos individuais doplano. Vale lembrar também que o Códi-go recomenda um exercício em conjun-to com porto, navios e autoridades, sen-do que o intervalo entre um exercício eoutro é de no máximo 18 meses.

Além do Código acima resumido, ou-tras medidas visando a proteção devemser implementadas tais como: a instala-ção do Sistema de Identificação Automá-tica (AIS), a marcação do número de iden-tificação do navio em local visível e a ins-talação do Sistema de Alerta de Proteçãodo Navio. Este último deverá ser instaladode modo a ser acionado do passadiço ede um outro lugar de bordo. Seu alarmeserá recebido pela autoridade designadapela Administração e, dependendo dascircunstâncias, pela Companhia, não de-vendo ser enviado para outro navio e nempercebido a bordo. O alarme deve conteruma mensagem de alerta com a identifica-ção do navio e sua localização.

Finalizando, nada no ISPS Code de-verá ser interpretado ou aplicado de ma-neira inconsistente, mas com o respei-to adequado aos direitos e liberdadesprevistos em instrumentos internacio-nais, especialmente os direitos relativosa trabalhadores marítimos, incluindo aDeclaração de Princípios Fundamentaise Direitos no Trabalho da OIT, bem comopadrões internacionais para trabalhado-res marítimos e portuários.

NovoCódigoISPS:SINDMAR se preparapara capacitar seusassociados

Portaria da DPCassegura ascensãode categoria paraOficiais Mercantes

Os Oficiais Mercantes amparadospela portaria 74, de 10 de dezembro de2001, assinada pela Diretoria de Por-tos e Costas, já podem requerer a as-censão da categoria de 1ON para Capi-tão de Cabotagem (CCB), desde quecomprovem tempo de embarque noexercício de comando ou imediatice denavios com AB igual ou superior a 500,na navegação marítima, por períodoigual ou superior a dois anos. A garan-tia foi dada pela Superintendência doEnsino Profissional Marítimo, atravésdo Ofício 1.288/2003-DPC, encami-nhado ao Presidente do SINDMAR,Severino Almeida. A portaria atende osportadores de certificados de compe-tência com enquadramento da RegraII/2 da Convenção STCW 78, emenda-da em 1995.

Os interessados poderão solicitara ascensão de categoria junto à Capi-tania/Delegacia/Agência mais próximade seu domicílio, anexando a documen-tação necessária à comprovação dotempo de embarque. A DPC esclareceainda que não haverá alteração no Cer-tificado de Competência (mod. DPC-1031), sendo, portanto, mantida a mes-ma competência.

A partir de 1º de julho de 2004, os navios e instalações portuárias deverão disporde um �Certificado de Proteção�, o que requer o emprego de pessoal especializadona fiscalização de produtos e pessoas que trabalham no transporte aquaviário. Como objetivo de capacitar seu quadro de associados, o Sindicato está cadastrandointeressados em participar de cursos, no início de 2004, para as seguintes funções:

� Oficial de Proteção de Navio.

� Oficial de Proteção da Companhia.

� Oficial de Proteção de Instalações Portuárias.

Os interessados poderão inscrever-se na sede do SINDMAR, peloe-mail [email protected], ou ainda pelo fax (21) 22534524.

*A inscrição só será válida com a confirmação pelo Sindmar.

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DOIS DE FEVEREIRO DE 1965. O pacato bairro de Cordeiros, em Itajaí, regiãosul do país, nunca vira nada igual: alarde, gritaria, todo um povo deixando suascasas às pressas. Labaredas podiam ser vistas a quilômetros de distância. O naviogaseiro �Petrobras Norte�, da Fronape, estava em chamas e a destruição de toda acidade era iminente. A tragédia só não se concretizou em função da intervenção deum marinheiro destemido, Odílio Garcia, bombeador dos navios da Companhia.

A embarcação havia aportado no terminal marítimo da Heliogás para realizar osprocedimentos de descarga de aproximadamente 400 toneladas de gás liquefeito depetróleo quando uma das mangueiras que ligavam os tanques do navio aos tanques

Marinheiroimpededestruiçãode cidade

Mais detalhes sobre a tragédia com o navio�Petrobras Norte� podem ser encontrados nolivro �Itajaí em Chamas�, escrito pelo jornalis-ta e professor de sociologia da UNIVALI, MagruFloriano, editora Alternativa.Informações pelo telefone: (47) 9987-4613ou pelo e-mail: [email protected].

A seção Memóriaé destinada a divulgar

trabalhos e fatos marcantesenvolvendo a gente do mar.Participe, enviando fotos e

relatos para o [email protected].

A trajetória de um heróiOdílio Garcia nasceu no dia 25 de ju-

lho de 1930, no Sertão de Santa Luzia,no município de Porto Belo (SC). Viveuuma infância pobre, tendo sido obrigadoa trabalhar desde os 12 anos. Concluiuapenas os estudos do ciclo primário, masera visto como um autodidata. Compen-sava a pouca escolaridade com a paixãopela leitura, sendo a política o seu temapreferido. Em setembro de 1949, foi con-tratado como segundo condutor moto-rista em embarcações da empresasantista Christiani-Nielsen Engenheirose Construtores, cargo que ocupou até ja-neiro de 1950. Em Itajaí, atuou na Funda-ção Hoffmann e em um escritório de ad-vocacia. Trabalhou ainda por 17 anos nosnavios da Fronape / Petrobras. Idealista,Garcia engajou-se em diversos movimen-tos classistas no Rio de Janeiro, opondo-se com veemência a política norte-ameri-cana e sua influência sobre o Brasil. De-fendeu as ações modernizantes do go-verno Juscelino Kubitschek (1956-1961)e apoiou as medidas mais radicais do go-verno João Goulart (1961-1964). Foi tam-bém um ferrenho defensor da ReformaAgrária. No dia 2 de fevereiro de 1965,sua vida foi tragicamente interrompida noincêndio do navio �Petrobras Norte�, atra-cado em Itajaí. Odílio Garcia era solteiroe não deixou filhos.

em terra cedeu. Graças apressão, uma junção serompeu, dando início a umviolento vazamento de gásque culminou na explosão.

No momento do aci-dente, Odílio Garcia estavafora do navio, no trapiche,cuidando da descarga degás. Ao perceber a gravida-de do que ocorria, o tripu-lante entrou na embarca-ção e tentou segurar omangote que serpenteavaespalhando gás pelo con-vés. Após a explosão,Garcia ficou com o corpoem chamas, e, ainda assim,fechou as válvulas debombeamento de gás antesde cair nas águas do rioItajaí-açu. Ele morreu nohospital da cidade tendo95% do corpo queimado.Outros quatro tripulantesda embarcação tambémperderam suas vidas no in-cêndio ocorrido em umaregião com diversos termi-nais petrolíferos. A tragé-dia poderia ter tido conse-qüências incalculáveis semo ato heróico de Garcia.

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A excelênciana organização

sindical marítima temnome e lugar certo.

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Fazendo sindicalismo e enfrentando desafios com a coragem do homem do mar.

Todo apoio à

unicidade sindical

w w w. s i n d m a r. o r g . b r

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Você sabia? Seu sindicato sabia!Antes de votar, consulte seu sindicato.

Acompanhe em nosso site (www.sindmar.org.br) a composição desta lamentável galeria.

Luiz Antonio de Medeiros- Metalúrgico e torneiro mecânico- Empregou-se em uma metalúrgica e passou a freqüentar o Sindicato da categoria em São Paulo (1978)- Integrou a chapa vencedora da diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de SP como primeiro secretário (1981)- Foi eleito presidente da entidade (1987), conquistando um segundo mandato em 1990- Fundou a Força Sindical (1991)- Deputado Federal pelo PL-SP (2º mandato)- É titular da Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a investigar fatos relacionados à pirataria de

produtos industrializados e sonegação fiscal

� Fundou a Central Força Sindical articulado com o Presidente Fernando Collor e empresários.

� Votou a favor da Reforma da Previdência do governo FHC, criando o fator previdenciário e am-pliando o nosso tempo de serviço para a aposentadoria.

� Votou a favor da Reforma da Previdência do governo Lula, retirando direitos dos servidores pú-blicos.

� Aprovou a proposta de flexibilização da CLT, que altera o artigo 618, estabelecendo aprevalência de convenção ou acordo coletivo de trabalho sobre a legislaçãoinfraconstitucional.

� Votou a favor do Regime Jurídico Único (RJU), instituindo a contratação pela CLT no serviçopúblico, sem direito à negociação, estabilidade ou aposentadoria integral.

� Votou a favor da conciliação dos trabalhadores na empresa, restringindo, assim, o acesso des-tes à Justiça do Trabalho, forçando a conciliação na empresa.

� Apóia a Responsabilidade Fiscal, que privilegia o pagamento de juros em detrimento às despe-sas com pessoal, custeio, investimento em infra-estrutura e nas áreas sociais.

MalditaGaleria

Lamentável galeria de políticos dediscursos bonitos e práticas horríveis.