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Julho | 2011 |S2 |D3 |S4 |T5 |Q6 |Q7 |S8 Ano II R$ 2,50 83 Simecs e Sindicato dos Metalúrgicos negociam dissídio de 9,2% Roberto HUNOFF Maurício Concatto/O Caxiense Onde moram os idosos de Caxias, segundo o IBGE Procurador fala de perdas e ganhos na Justiça Táxi- lotação está ficando lotado demais Renato HENRICHS Milton Corlatti, presidente da CIC, troca o PMDB pelo DEM Para o governo, o Sistema Marrecas, que está 65% concluído, salvará Caxias do racionamento de água em 2013 e justifica todos os seus custos Para a oposição, a obra mais cara da história de Caxias parece custar demais (cerca de R$ 200 milhões) e precisa passar por maior fiscalização do Legislativo OS DOIS LADOS DO MARRECAS

Edição 83

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Para a oposição, a obra mais cara da história de Caxias parece custar demais (cerca de R$ 200 milhões) e precisa passar por maior fiscalização do Legislativo. Para o governo, o Sistema Marrecas, que está 65% concluído, salvará Caxias do racionamento de água em 2013 e justifica todos os seus custos

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Julho | 2011|S2 |D3 |S4 |t5 |Q6 |Q7 |S8

Ano ii

R$ 2,50

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Simecs e Sindicato dos Metalúrgicos

negociam dissídio de 9,2%

Roberto Hunoff

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Onde moram os idosos

de Caxias, segundo o

iBGE

Procurador fala de perdas

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Táxi-lotação

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RenatoHenRicHS

Milton Corlatti, presidente da CiC,

troca o PMDB pelo DEM

Para o governo, o Sistema Marrecas,

que está 65% concluído,

salvará caxias do racionamento de

água em 2013 e justifica todos os

seus custos

Para a oposição, a obra mais cara da história de caxias parece custar demais (cerca de R$ 200 milhões) e precisa passar por maior fiscalização do Legislativo

oS DoiS LADoS DoMARRecAS

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2 2 a 8 de julho de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Índice

Expediente

Assine

A Semana | 3As notícias que foram destaque no site

Roberto Hunoff | 4Nos bastidores, o índice de reajuste dos metalúrgicos: 9,2%

o caxiense entrevista | 5Procurador-geral Lauri Romário Silva explica vitórias e derrotas do Município nos tribunais

Marrecas | 7Os pontos de vista do governo e da oposição sobre a obra, de olho nas eleições

Táxi-Lotação | 10Azuizinhos já estão levando passageiros em pé

Artes | 11Olhar atento ao detalhee um descuido de Deus

Guia de cultura | 12Monges franceses no cinema, maestro americano na música e e mulheres domundo inteiro no teatro

Música | 15A sinfonia que toca há 25 anos

Boa Gente | 18Uma medalha de ouro, váriasde prata e os melhores vinhos para degustar o inverno

censo | 19Dados do iBGE revelam a população de Caxias bairro a bairro

Dupla cA-Ju | 21Duas semanas para encarar as séries C e D

Guia de esportes | 22Corredores na rústica Vila Oliva e amistoso duro no Jaconi

Renato Henrichs | 23Milton Corlatti cede ao assédio do DEM e deixa o PMDB

www.ocAXienSe.com.br

Redação: Camila Cardoso Boff, Carol De Barba, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), Jaisson Valim (editor), José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor), Maurício Concatto, Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Valquíria Vitacomercial: Pita Loss e Calebe De Bonicirculação/Assinaturas: tatyany Rodrigues de OliveiraAdministrativo: Luiz Antônio Boffimpressão: Correio do Povo

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para [email protected]. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120

Jornal o caxiense Ltda.Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471Fone 3027-5538 | E-mail [email protected]

@S_i_y @ocaxiense Um jornal com conteúdo, a cada dia mais certa disto...

@profednei AFM Caxias parabeniza @ocaxiense pela divulgação do futebol de mesa #centrosulbrasileiro

@friolatricot O caderno especial de moda na última edição do @ocaxiense está belíssimo. Peças da @friolatricot dão o tom para um inverno cheio de estilo. #moda

@vini_dallelaste @ocaxiense vem trazendo matérias cada vez mais interessantes e que realmente nos deixam a par do que é a nossa Caxias, com informações claras e precisas.

@cleandro_gb @ocaxiense o ato de estudar já mosta a propensão em mudar de vida. #reduçãodepena

@francogaribaldi @ocaxiense País surreal: pra receber incentivo pra estudar, é preciso come-ter crimes antes. tÁ ERRADO. #reduçãodepena

Edição 82 de @ocaxiense está demais! Toda colorida

e com um editorial de moda show de bola! Viva ao

@emeconcatto e à @caroldebarba!

Leonardo Portella

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No Site

Mobilidade urbana | Comecem a pensar nos metrôs e trens. Querem resolver o

problema do transporte com mais ônibus e táxis, que pensa-mento pequeno! O secretário fala em estações de embarque. Que piada, aquilo é mais uma parada tumultuada e com pro-blemas, parem de se enganar. As ruas já não aguentam mais veículos, estamos indo ao encontro de problemas como o de São Paulo e não fazemos nada para mudar o futuro. Ficare-mos sempre nessa lenga-lenga de paradas de ônibus ruins e tumultuadas ou na espera de um táxi, ou compraremos um carro para contribuir com o tumulto das ruas.

Caio

também sou defensor de trens e afins, mas pensa bem: em Caxias? imagina a nota preta e infinanciável que seria para cavar túneis embaixo desse basalto todo que temos no solo daqui. E metrôs então, simplesmente não há onde fazer, nem que fossem aéreos. Caxias e cercanias da zona urbana estão afogadas pelas vias de automotores.

J.Cataclism

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www.ocaxiense.com.br 32 a 8 de julho de 2011 O Caxiense

O senso comum de que Caxias do Sul é uma cidade com número privilegiado de ricos ganhou em-basamento científico. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o município ocupa a 35ª posição no ranking nacional de famílias classe A.

São 13,21% dos caxienses com renda familiar mensal superior a R$ 6.745. O índice põe a cidade em uma posição de destaque no país, mas está bem distante do campeão. Em Niterói, mais de 30% ocupam esse seguimento so-cial.

Acostumados a enfrentar o dé-ficit de servidores e a escassez de recursos, os bombeiros ganharam uma razão para celebrar. A inau-guração do quartel na Zona Nor-te diminuirá as dificuldades para combater um em cada três incên-dios na cidade.

São 90 mil moradores de bairros como o Santa Fé, Belo Horizonte e a Vila Maestra beneficiados com a novidade. A obra recebeu um investimento de R$ 550 mil da prefeitura e do Fundo de Reequi-pamento do Corpo de Bombeiros (Funrebom).

Ela mostrou a disposição de sempre: viajou 1,4 mil quilôme-

caxias do Sul, umacidade classe A

Reforço no combate a 1/3 dos incêndios

Rainha da festa da uva acaba na festa Junina

Trânsito preocupacomitê da copa

Vice-diretor do cristóvão vence eleição do cpers

Lei abate pena depresos que estudam

esperança começaa cruzar a passarela

concurso para música-temada festuva tem 12 inscritos

Secretaria convoca crianças para vacina contra sarampo

SeGunDA | 27.jun QuARTA | 29.jun

QuinTA | 30.jun

SeXTA | 1º.jul

TeRÇA | 28.jun

A Semanaeditada por Jaisson Valim | [email protected]

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Congestionamento é ponto negativo de Caxias para tentar receber a Copa do Mundo; escolha da nova direção do Cpers movimentou as escolas

A preocupação do Comitê Exe-cutivo da Copa 2014 percorre as ruas de Caxias do Sul. Durante reunião com a Secretaria de trân-sito, transportes e Mobilidade, o grupo manifestou inquietação com os engarrafamentos, estimu-lados pela expansão na frota. O que não aumenta há anos é o nú-mero de táxis (277).

Ao expor esses desafios para que a cidade receba uma seleção, o co-mitê repetiu a necessária cobrança de sempre. Caxias precisa de in-vestimento maciço no transporte coletivo.

Na mesma semana em que a reforma na Previdência abalou as relações entre o Piratini e o Cpers, os professores foram às urnas es-colher os sucessores do sindicato.

No 1º Núcleo, que representa 3,4 mil professores na região, a vitória coube à chapa 1, encabeçada pelo petista Antonio José Staudt, vice-diretor no turno da noite do Cris-tóvão de Mendoza.

A música que irá embalar a Festa da Uva de 2012 sairá de um con-junto de 12 canções de músicas de Caxias do Sul.

Foi esse o número de inscrições para o concurso, cujas inscrições terminaram na quinta-feira. A es-colha ainda não tem data, porque os organizadores ainda precisam definir o júri. O vencedor receberá R$ 7 mil.

Os pais de 6,8 mil crianças de um a seis anos têm um compromisso importante com a saúde dos filhos neste sábado. Os meninos e me-ninas que ainda não participaram da campanha de vacinação contra o sarampo ganharam uma nova oportunidade para receber a dose. A Secretaria da Saúde montará um posto especial na praça Dante Ali-ghieri entre as 9h e as 16h.

Caxias do Sul já imunizou 26,5 mil crianças, o equivalente a 79,6% do público-alvo. A campanha se encerra em 22 de julho. Durante a semana, as 42 Unidades Básicas de Saúde aplicam a vacina.

Uma assinatura da prefeitura deu o alento que Caxias do Sul esperava há anos. O Município contratou a toni incorporadora e Construtora para erguer a pas-sarela na BR-116, no bairro São Ciro, por R$ 469 mil.

O procedimento se deu sem licitação pelo insucesso das con-corrências anteriores – no último caso, a empresa fez uma proposta com o dobro do valor orçado, o que foi recusado. Se não corresse, o Município perderia uma verba de R$ 300 mil.

A esperança cruza a passarela, mas a prudência também. Diante de um histórico com tantos entra-ves, só é recomendável entusias-mo na comemoração quando os pedestres puderem utilizá-la para escapar dos perigos da rodovia.

As salas de aula não representam apenas uma oportunidade de rein-serção para os presos. Agora, sig-nificam também uma chance de deixar o cárcere mais cedo.

tros, integrou-se a uma longa gra-vação e até concedeu entrevista. Mas todo esse esforço da rainha da Festa da Uva, tatiane Frizzo, resultou em uma participação re-lâmpago no programa Esquenta, da Rede Globo. Em um especial que homenageava as comemo-rações juninas, ela apareceu por cinco segundos em um desfile com soberanas de outros eventos similares do interior, que saúdam o leite, o milho ou o cordeiro ao vinho, por exemplo.

Bem mais duradoura é a dúvida que o programa despertou. Qual a relação entre a Festa da Uva e a Festa Junina?

Uma lei federal determina que, a cada 12 horas de frequência es-colar, o apenado cumpra um dia a menos de sua pena. Se a medida já estivesse valendo, 480 presos (57% do total) em Caxias do Sul teriam o benefício – um percentual bem acima da média nacional.

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4 2 a 8 de julho de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Roberto [email protected]

O processo de desindustrializado, negado por muitos especialistas, sabe-se lá por que razões, é mais do que evidente no Brasil. A indústria têxtil, por exemplo, projeta que dei-xará de gerar 200 mil novos postos de trabalho em função do déficit de 5% da balança comercial do setor neste ano. Segundo o diretor-su-perintendente da Associação Bra-sileira da indústria têxtil, Fernan-do Valente Pimentel, que palestrou esta semana na Câmara da indús-tria, Comércio e Serviços (CiC) de Caxias do Sul, estes empregos serão gerados na Ásia.

Afirmou que a importação de vestuário aumentou 16 vezes em menos de uma década, com ênfase de produtos chineses e indianos. Para tentar reverter este quadro,

o setor criou a Frente Parlamen-tar Mista José Alencar, que pro-põe duas ações imediatas: criação de modelo tributário, trabalhista e previdenciário que desonere e per-mita às empresas confeccionistas crescerem e Simples (optativo), por 20 anos, independentemente do ta-manho do faturamento.

 Para o empresário João Pau-

lo Reginatto, presidente da Sultêx-til, o problema é de toda a indústria e causado pela inoperância e pela omissão do poder público. Já o pre-sidente do Fitemasul, Carlos Graça Araújo, foi mais longe. incluiu as grandes redes varejistas do Brasil que estão realizando convenções na China. “Não dá para aceitar este tipo de comportamento.”

O engenheiro agrônomo da Agri-mar, Francisco Augusto Longhita-no, desenvolveu nova variedade de cenoura no Nordeste do Estado a partir de sementes elaboradas pela multinacional Sakata. A cenoura híbrida de verão, variedade Nativa, tem ciclo de produção mais rápido, de 85 dias, contra 100 do alimento convencional. Segundo o engenhei-ro, isto é determinante para melho-rar a competitividade do produtor, que gasta menos com adubo.

Longhitano foi o 4º no concurso da Sakata e, como prêmio, ganhou uma viagem ao Chile, onde fará visitas técnicas a varejistas, ata-cadistas e propriedades rurais.

A Randon implementos e a Sus-pensys, integrantes das Empresas Randon, conquistaram o troféu Diamante, distinção máxima da 16ª edição do Prêmio Qualidade, promovido pelo Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade. A entrega ocorrerá no dia 5 de junho, terça-feira, no Centro de Exposi-ção da Fiergs, em Porto Alegre.

De 6 a 9 de julho, no Centro de Eventos da Festa da Uva, ocorrerá a Autoparts (Feira de Autopeças, Equipamentos e Serviços), iniciativa da Diretriz, de Curitiba. O qua-dro de expositores é formado por empresas de autopeças, motopeças, ferramentas, pneus, equipamentos para teste, lubrificantes e aditivos, frotistas e postos de serviços, entre outros. também haverá a Oficina do Futuro, espaço diferenciado que apresentará os mais modernos equipamentos necessários para tornar as oficinas aptas a atenderem às novas demandas do mercado.

O secretário do turismo de Ca-xias do Sul, Jaison Barbosa dos Santos, foi eleito como novo presi-dente do Conselho Fiscal da Asso-ciação de turismo da Serra Nordes-

te (Atuaserra). Já para a presidência executiva foi

indicado o empresário de Guaporé, Leonir Nicaretta, que exercerá o cargo até 2013.

Na segunda-feira (4), a Secre-taria Municipal do Turismo promove workshop para agências de turismo da região. A partir das 8h, no Norton Express Hotel, serão abordadas questões referentes ao tu-rismo receptivo caxiense, a origem do tema da Festa da Uva de 2012, os desfiles alegóricos e orientação sobre a aquisição de ingressos.

Dirigida a operadores, agentes de viagens, delegações de jornalistas, representantes de empresas que organizam viagens de incentivo e eventos, a Expotur Sul prossegue até este sábado (2), em Nova Petró-polis. A Secretaria Municipal do turismo de Caxias do Sul participa do evento divulgando os atrativos e as ações do setor. A feira busca ampliar a oferta de produtos turís-ticos e promover o turismo gaúcho. A expectativa da organização é de receber 5 mil visitantes, dentre eles 150 operadores de turismo.

A reunião-almoço de segunda-feira (4) da CiC de Caxias do Sul terá como característica as home-nagens. Para comemorar seus 110 anos, a entidade fará a entrega da 4ª edição do troféu Ítalo Victor Bersa-ni. Este ano, os associados e sindi-

catos filiados indicaram as empre-sas Neobus, como representante da indústria; Samburá, no comércio; e Samae como prestador de serviços. A entidade ainda homenageará os seus ex-presidentes e os colabora-dores por tempo de trabalho.

A Pink Lou, marca voltada ao público feminino teen, abre em 6 de junho sua loja no San Pelegrino Shopping Mall. A franquia conta com 10 lojas espalhadas pelo Brasil

e apresentará em Caxias do Sul um conceito de atendimento, arquite-tura e moda próprios. Seu público-alvo é formado por meninas de 13 a 18 anos.

Redução de custos com horas extras, seguros e compensações relacionadas a acidentes ou lesões, de ações judiciais, de faltas por acidentes ou doenças e de desper-dícios. Estes benefícios têm origem na adoção da ergonomia, estudo das interações das pessoas com a tecnologia, a organização e o ambiente, com o objetivo de pro-mover intervenções e projetos que melhorem de forma integrada a segurança, o conforto, o bem-estar e a eficácia das atividades humanas.

A defesa da ergonomia foi feita pelo engenheiro de produção, Sílvio Vitali, em encontro na CiC de Ca-xias do Sul. também sustentou que a ergonomia melhora a qualidade, promove o treinamento adicional, aumenta a produtividade e econo-miza energia, mão de obra e manu-tenção. Os profissionais desta área têm a responsabilidade de resolver problemas com postura, manuseio de materiais, iluminação, layout de mobília e ruídos, entre outros.

A informação não é oficial, e só deverá ser conhecida pelos traba-lhadores metalúrgicos na assem-bleia-geral, que ainda não tem data marcada. Mas nos bastidores corre como certo que o reajuste para acor-do do dissídio coletivo é de 9,2%. Existem, no entanto, vários pontos definidos como inovadores pelo presidente do Simecs, Getúlio Fon-seca. Em se confirmando o índice, ele representará ganho real de quase 3%, um dos mais elevados dentre os dissídios do Brasil. O vice-presiden-te dos metalúrgicos, Leandro Velho, também faz mistério e acredita que as negociações encaminhadas nesta semana resultarão em aumento mais adequado aos trabalhadores, que começaram a campanha pedin-do 14% e mais 69 reivindicações.

Cenoura produtiva

Distinção máxima

Evento automotivo

Mudanças na Atuaserra

Feira de turismo Homenagens

Varejo teen

Reflexos da ergonomia

9,2% é o número

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por feLiPe [email protected]

om 30 mil processos em anda-mento para supervisionar, no comando de uma equipe de 20 procuradores e 30 assessores, o procurador-geral do Município, Lauri Romário Silva, 66 anos, mantém um livro sobre a mesa do gabinete. A cidade na História, de Lewis Mumford. “Fala sobre a evolução do conceito da pólis, dos gregos. A ideia do ‘poder de polí-cia’ vem daí, das cidades”, resume. Difícil é saber quando o advoga-do, professor de Direito Adminis-trativo da UCS há 25 anos e pro-curador-geral desde 2005 arranja tempo para ler. Em pouco mais de meia hora de entrevista, telefones (fixo e celular) tocam, servidores o interrompem para dar recados e o relógio o aperta: sua presença está sendo requisitada no Fórum dentro de alguns minutos.

Os últimos dias de Lauri têm sido mesmo atribulados. A Pro-curadoria sofre com liminares contrárias de tribunais diversos – suspendendo o corte de milha-res de araucárias na Barragem do Marrecas, permitindo aos médi-cos permanecer em greve, cance-lando a cobrança do iPtU – e se viu obrigada a desistir de recorrer no processo que considerou ile-gal o contrato da Zona Azul. Para Lauri, são erros do Judiciário e do

Ministério Público. E estão em um contexto: em período pré-eleitoral, o Município fica mais visado juridicamente.

Por que o Município tem sofrido tantos revezes nos tribunais?

Mas o Município não sofreu re-vés. Nos médicos, ganhou a ação, o que se tem é uma cautelar em que eles podem continuar discu-tindo o processo em greve. Na questão do Marrecas, recebeu no-tícia de um processo que trami-tava contra o ibama e repercutiu no Município. Na questão do es-tacionamento pago, decidiu não recorrer mais para evitar o confli-to. No iPtU, recém fomos citados para fazer uma defesa. Essa ideia é equivocada, de que o Município não ganha. O Município não per-deu nenhuma.

As últimas notícias são desfavo-ráveis ao Município.

A única (ação) que se tem deci-são foi a do estacionamento pago, que o Município parou de recor-rer. Os outros são todos processos em andamento.

e as decisões liminares?De mérito, ganhamos dos mé-

dicos. isso o pessoal não vê. Só vê o fato negativo.

então, para o senhor, o Municí-pio não tem sofrido derrotas?

Não. A única que sofreu, por-que decidiu parar de discutir, foi a do estacionamento pago. A única (decisão) que tem nós ganhamos, que é a dos médicos. O resto são decisões preliminares. Essa do Marrecas é uma ação que não correu nem contra nós, correu contra o ibama. Você é surpreen-dido por uma briga de terceiros e tem que parar de fazer uma coisa sem ter nada a ver com isso. O Município per-deu? Não, é um ab-surdo jurídico. No iPtU, o Município ainda não pôde fa-lar no processo, en-tão, como perdeu? E vai ganhar, posso te garantir.

na Zona Azul, a decisão que considerou ilegal a prorrogação de contrato com a Rek Parking não poderia ter sido evitada por uma análise jurídica prévia?

Justamente, a análise prévia chegou à conclusão que a me-lhor alternativa para a cidade era a prorrogação. O contrato estava há quatro anos sem reajuste. Na licitação que vai ter que ser feita agora o preço da tarifa vai sofrer significativo aumento. É vanta-gem para a cidade? Em estudos técnicos de cidades de todo Brasil

que têm estacionamento pago, os repasses sociais – no nosso caso, para a FAS (Fundação de Assistên-cia Social) – no máximo chegam a 20%, mas são (geralmente) de 15%, 10%, 12%. O nosso era de 37% a 39%. Juridicamente, cons-titucionalmente e politicamente, interessava à cidade a prorroga-

ção. Foi a melhor solução. Lamenta-mos que o MP e o Judiciário tenham prejudicado a cida-de com essa decisão.

Mas se a prorroga-ção não estava pre-vista no contrato...

Mas é possível, desde que haja uma lei autorizativa, que foi feita. É questão

de interpretação do Direito. O Município, se quisesse continuar discutindo, chegaria ao StJ (Su-perior Tribunal de Justiça) e bus-caria uma alternativa equidistan-te que lhe seria favorável. Porém, geraria o caos. “Não vou mais pagar”, “Vou segurar o bilhete e cobrar depois...” Então, para pa-cificar a sociedade, o Município optou em não recorrer mais.

A prorrogação não seria favorá-vel também à Rek Parking?

Não. Para a Rek Parking, seria só voltar à licitação, não modifi-

o caxiense entrevista

“Essa ideia é equivocada, de que o Município não ganha. O Município não perdeu nenhuma. Isso o pessoal não vê. Só vê o fato negativo”

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“O MUNICÍPIO ESTÁ SENDOBOI DE PIRANHA”

Procurador-geral comenta a batalha judicial contra os médicos e outras querelas

Lauri, em seu gabinete: “Posso trabalhar 24 horas por dia. Não tem horário. O telefone não para de tocar, aqui ou em qualquer lugar”

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caria nada.

Mas teria concorrência...A quem interessa isso aqui? Ao

Município, porque os custos es-tão congelados há quatro anos, o repasse é de 39%. interessa à sociedade? interessa, pois vai pa-gar mais, vai ter que repor todo o maquinário atualizado. À Rek Pa-rking interessa porque tudo está instalado. Claro que interessa a todo mundo, mas principalmen-te à sociedade. Não tem nem hi-pótese de pensar “vou favorecer a Rek Parking”. Não existe isso. tem uma lei, aprovada unanime-mente pela Câmara, não é uma decisão administrativa isolada. Agimos com responsabilidade e interpretação jurídica coerente e consistente. Quem interpretou equivocadamente foi o MP e o Ju-diciário. Erraram.

não se corre o mesmo risco com a passarela da BR-116 (obra con-tratada sob dispensa de licitação na semana que passou)?

Não, a 116 é outro caso. Primei-ro, é um processo concomitante com a Caixa, que faz o repasse dos recursos federais. Foi feita a segunda licitação. Veio só uma empresa, com o valor de R$ 607 mil. E a Caixa só autorizava R$ 406 mil. A lei diz que, feita a pri-meira licitação e não aparecendo ninguém, a administração públi-ca pode repetir, se tiver condições de tempo. Repetimos. Aí apareceu este (construtor, RPP Empreendi-mentos Imobiliários), com esse va-lor absurdo. teria que fazer uma terceira licitação, que a lei não exige? Então, aqui é 200% certo. Não tem problema nenhum.

Mas vai custar um valor maior: R$ 469.684,68.

Sim, porque tínhamos que nos adaptar, né. Não podia perder o recurso. Entre pagar R$ 607 mil e R$ R$ 469 mil, com prazo para não perder todo o investimento da Caixa... Não tem como perder (na Justiça). Até pode se questio-nar, porque tudo se questiona, e é uma beleza ter uma liminar contra o Município. O Município virou a Geni agora (referência à

música Geni e o Zepelim, de Chi-co Buarque: “Joga pedra na Geni / Ela é feita pra apanhar”). Dá uma liminar, depois vamos discutir. Daí, quando o Município ganha, ninguém fala nada.

o senhor acha que o Município está mais visado?

Eu acho que o ano político, e não estou dizendo que com o Ju-diciário seja isso... Mas está todo mundo visando porque estamos nos aproximando das eleições.

o senhor vê interesse eleitoral?Não do Judiciário e do Minis-

tério Público, mas de quem está forçando a situação, sim.

em que casos?Deixa assim... Como é ano elei-

toral, as situações sempre ficam mais agudas. Ponto.

então a tendência é que no ano que vem isso piore?

Mais ainda, com certeza. Mas o Município, no que faz, é sempre respaldado em lei.

Quanto ao iPTu, o Município já calculou os prejuízos que vai ter (com a suspensão da cobrança)?

O Município não vai ter prejuí-zo, não vai perder essa ação.

Mas a própria suspensão não acarreta prejuízos?

Acarreta prejuízo, sim, por isso que temos a máxima urgência. Mas aí não temos como dimen-sionar imediatamente. Foi segun-da-feira (27) que começaram a aplicar a ordem judicial.

esses prejuízos podem ser co-brados se o Município ganhar?

Não, o Município vai cobrar a diferença de quem pagou a me-nor, ou de quem não pagou. Só isso. Porque é decisão judicial, não tem o que questionar.

e qual a previsão de se resolver essa questão?

São prazos judiciais, ninguém pode dizer. Mas o Município tem a máxima pressa de resolver isso.

o principal argumento do MP

é que teria havido uma violação dos direitos de contribuintes que tiveram seu imposto eleva-do. esse problema foi previsto?

Mas não aconteceu isso. O MP se equivocou rotundamente. Dis-se que o Município aplicou 100% da planta de valores. O Município partiu da alíquota de 100% para fi-xar os percentuais, mas nunca co-brou 100%. O MP falou em ante-rioridade, mas a noventena, os 90 dias antes da cobrança do tributo, foi rigorosamente respeitada. A lei foi aprovada e sancionada em 2010, antes do ano do exercício fiscal de 2011. Não tem nem um probleminha. Não entendo como foi acontecer isso.

Sobre a greve dos médicos...

A greve dos mé-dicos não tem al-ternativa. Vamos aguardar que eles retornem à ativida-de, porque quando disseram que iam entrar em greve eles mandaram um ofício ao prefeito, o prefeito designou uma comissão, pediu uma reunião para tratativas e eles, antes de responder o ofício e iniciar as tratativas, entraram em greve.

A greve dos médicos é uma ques-tão política que estourou na área jurídica...

Não, é uma questão jurídica, porque é execução do plano de carreira. A relação com os servi-dores é jurídica e administrativa, não política.

Mas nem todas questões admi-nistrativas chegam a esse ponto, né?

Claro que não. São 30 mil pro-cessos, alguns chegam, mas 98% não.

na questão dos médicos, a pre-feitura tentou proibir a greve na Justiça, não é?

O Município contestou a legi-timidade do Sindicato dos Médi-cos em representar os servidores, que são do Sindiserv. E médico,

segundo decisão do Supremo tribunal Federal, não pode fazer greve. O que o tribunal de Justiça pode é dar uma reinterpretação à interpretação do Supremo. Se for o caso de ir a instâncias superio-res, o Município vai ganhar sem-pre, como ganhou aqui.

em outros municípios isso tem acontecido também?

Eu não tenho ciência. O Muni-cípio está sendo uma espécie de boi de piranha, eu acho. É o pri-meiro que está entrando no rio para ver o que acontece.

no caso do Marrecas, o Municí-pio não está envol-vido na ação?

O Município foi surpreendido com um ofício da juí-za federal, dizendo que era para parar com a supressão ve-getal da área – auto-rizada pela Fepam e pela Semma, com anuência do ibama – por falta de estu-dos de alternativas

locacionais. Aí fomos verificar e esses estudos existem, estavam dentro do processo, e as entidades que propuseram a ação não jun-taram toda documentação. As-sim, a juíza teve uma documen-tação incompleta, e o Município não foi citado e não participou do processo. Então entramos com embargo declaratório e estamos aguardando a decisão da juíza.

o senhor entende que o Municí-pio deveria ter sido citado antes?

Não vejo como o Município pode ser atingido dessa forma sem participar do processo. Va-mos a Porto Alegre, se for o caso vamos ao tribunal, e eu também não vejo dificuldades. O nosso problema aqui é o tempo.

o senhor acha que pode haver interesse político nessa ação?

Não, eu creio na inocência das pessoas, na boa-fé. Só acho que nesse caso, ao sonegarem docu-mentação, faltou, no mínimo, le-aldade processual.

“Eu creio na boa-fé. Só acho que nesse caso (da suspensão do corte de árvores do Marrecas) faltou, no mínimo, lealdade processual”

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por RoBin [email protected]

té alcançar a placidez de um lago de 215 hectares, com 860 metros de comprimento, o Sistema Mar-recas terá que enfrentar águas agitadas. Na terreno da política, a obra mais cara da história de Ca-xias é turva, segundo a oposição, ou límpida, conforme o governo. Políticos de situação querem fo-tos na gigantesca construção e, principalmente, que ela seja inau-gurada dentro do prazo legal para uma festa com toda pompa e cir-cunstância que merece – depois de junho de 2012, ano de eleição municipal, candidatos não po-dem participar de cerimônias desse tipo. Na Câmara de Vere-adores, adversários fazem linha dura para fiscalizar ou, depen-dendo do ponto de vista, desmis-tificar a obra.

O debate esquentou na última

semana, com a chegada da res-posta da prefeitura ao pedido de informações sobre o Marrecas feito pela oposição. E este não foi o primeiro. O líder do Pt, Rodri-go Beltrão, havia feito um reque-rimento nesse sentido ainda em maio. Na época, a situação, que tem ampla maioria no Legislati-vo, negou-se a aprovar o pedido. A líder do governo, Geni Peteffi (PMDB), chegou a afirmar que a resposta teria o equivalente a 500 quilos de papel, e a bancada pe-tista – sem o apoio de um desta-cado integrante, o presidente da Câmara, Marcos Daneluz – ini-ciou um movimento para abrir uma comissão parlamentar dedi-ca apenas a fiscalizar a obra. Essas discussões morreram, segundo a oposição, depois de um acor-do com a situação, que permitiu a aprovação de um novo pedido. Os governistas argumentam que isso só foi possível a partir de mu-

danças feitas no requerimento. A primeira versão queria cópia de todos os contratos de desapro-priação, principal motivo de sua rejeição.

De qualquer for-ma, a caudalosa res-posta oficial que cir-cula nos corredores da Câmara não foi suficiente para acal-mar os ânimos. O petista Beltrão pro-tocolou um pedido de audiência pública para discutir a obra na Comissão de De-senvolvimento Ur-bano, transporte e Habitação. Uma de suas razões é o preço do Sistema Marrecas. Orçado inicialmente em R$ 130 milhões, o empreendimento pode chegar a R$ 200 milhões, segundo informou o Sistema Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Sa-

mae). Entre as justificativas para o aumento do valor, conforme a autarquia, há mudanças no pro-jeto original que farão com que o Samae poupe cerca de R$ 10 mi-

lhões por mês com energia elétrica em função da nova lo-calização da esta-ção de tratamento de água, em terreno mais alto – o que dispensa o uso de bombas hidráulicas para enviar a água para a cidade. Para a peemedebista Geni, com a resposta do Samae, as dúvidas

estão sanadas. “Eles (oposicio-nistas) querem tirar o mérito da administração, que está se esfor-çando para deixar a obra pronta. Querem é pentelhar.”

na Rota do Sol, tubos de

Polêmica em construção

“Eles querem tirar o mérito da administração, que está se esforçando para deixar a obra pronta. Querem é pentelhar”, dizGeni (PMDB)

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A BATAlHA DOMARRECAS

A obra mais cara da história de Caxias é também muito cara aos políticos. trunfoeleitoral do governo, o novo sistema de abastecimento motiva embates com

a oposição, que questiona orçamento e desapropriações

O engenheiro João Bosco explica que, com muita chuva, a represa encheria em três meses. Mas também poderá levar de seis meses a um ano

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grande diâmetro e terra remexida na beira da estrada são sinais da complexidade do Sistema Mar-recas, que revela seu porte no canteiro de obras. O movimento contínuo de 22 caminhões e o ba-rulho das máquinas interrompem a tranquilidade do terreno de 6,8 mil metros quadrados mon-tanhoso e coberto de araucárias, bem característico dos Campos de Cima da Serra. No local, algu-mas casas e árvores já foram der-rubadas – a madeira será vendida pelo Samae – e estradas foram abertas para acomodar o tráfego da construção. Para erguer o ponto final do reservatório, a imponente barra-gem, os operários utilizam pedras do própria área a ser alagada, transfor-madas em brita e areia e, depois, em concreto – dos 400 mil metros cúbicos necessários, 150 mil já foram assentados. A britagem, segundo um dos en-genheiros responsáveis, João Bos-co Mendes, é o coração da obra.

Dos 305 trabalhadores que en-volvidos na construção atualmen-te, 144 moram ali. Cerca de 70% deles vêm de outros estados – a falta de mão de obra local especia-lizada, que atinge diversos setores da economia caxiense, também se verifica na construção da represa. Bosco conta que, diferentemente de outras obras do gênero em que trabalhou, onde a maior dificul-dade era alugar equipamentos, o problema em Caxias do Sul é a contratação de pedreiros, carpin-teiros e armadores.

O engenheiro não vai estar aqui para ver a Barragem do Marrecas cheia. A previsão é de fechar as comportas no fim deste ano, mas toda a dimensão da represa só po-derá conhecida com o reservató-rio perto da capacidade máxima. “Aí vai depender de São Pedro. No mínimo três meses, mas pode demorar de seis meses a um ano”, avisa.

Bosco relata casos que colabo-raram para o aumento no custo e que fizeram com que parte da obra fosse executada “ao contrá-rio”. Quando começaram a cons-trução da contenção de concreto, os engenheiros encontraram no solo uma rocha menos resistente do que os estudos indicavam. “O terreno cedeu 15 metros a mais do que projetávamos. Para não ficarmos parados, começamos pelos lados”, explica. O correto seria construir primeiro a seção central da contenção. As laterais não deveriam estar mais altas, como se vê na foto da página 9. Bosco também lembra de duas inundações, no início deste ano, que fizeram com que a obra fosse paralisada por alguns dias.

A qualidade dos estudos feitos para a construção da barra-gem é justamente uma das críti-cas do líder oposicionista Rodri-go Beltrão. O vereador assegura que petistas e comunistas não são contra a obra, mas acham que ela precisa ser fiscalizada “dentro do rigor da lei”. Para Beltrão, os be-nefícios políticos do Marrecas – especialmente para os integran-tes da situação que pretendem se candidatar em 2012 – são le-gítimos, mas ele alerta que a má-quina do Executivo não pode ser direcionada para este fim. “Eles

trabalham com a barragem como um monumento eleito-ral, para impactar, mesmo com essa fal-ta de planejamento. Estão trabalhando pelo ‘terceiro andar’ (expressão usada por governistas para se referir ao desejado terceiro mandato da coligação), indepen-dentemente do can-

didato. Essa tese já existe, como foi manifestada pelo próprio ge-neral deles, que é o prefeito.”

Na audiência pública que quer realizar na Comissão de Desen-volvimento Urbano, Beltrão pre-tende esclarecer dúvidas sobre o andamento das obras diretamen-te com representantes do Samae. Mas o presidente da comissão, Edio Elói Frizzo (PSB), já adianta que não acha a audiência o for-mato ideal para esse debate. “É só para gastar dinheiro com edi-tais em jornais. Se ainda tiverem alguma dúvida, os vereadores podem ir ao Samae verificar pro-cesso por processo. Ele (Beltrão) que vá lá fazer as vezes do tribu-nal de Contas”, provoca. Para ser aprovada, a solicitação de audiên-cia pública precisa de assinaturas de três dos cinco vereadores que compõem a comissão. A única integrante oposicionista é Denise Pessôa (Pt).

um dos pontos que preocu-pam os vereadores é o embargo judicial para o corte das árvores na área que será alagada. A retira-da de 6 mil araucárias, que estava liberada, agora é questionada na Justiça Federal pelas organizações não governamentais instituto Gaúcho de Estudos Ambientais da União Pela Vida (inGá) e insti-tuto Orbis de Proteção e Conser-vação à Natureza e está suspensa. O diretor-presidente do Samae, Marcus Vinicius Caberlon, alega que os documentos que as ONGS dizem não existir – sobre alterna-tivas de área para a barragem – já haviam sido feitos quando elas entraram com a ação (leia mais na entrevista com o procurador-geral do Município, na página 5). “A documentação (enviada pelas ONGs) estava incompleta, e isso

“Eles trabalham com a barragem como um monumento eleitoral, para impactar, mesmo com essa falta de planejamento”,diz Beltrão (PT)

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Estação de tratamento, canalização e barragem do Marrecas, que preservará a vazão do arroio que lhé dá o nome

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levou a juíza a tomar uma decisão precipitada. Sem ouvir a prefeitu-ra, o que é um fato surpreenden-te”, afirma. O Caxiense entrou em contato com as duas ONGs, que elas recomendaram que en-trevistas fossem feitas com seus advogados. Estes, no entanto, não retornaram as ligações do jornal. Segundo Caberlon, como o cor-te das árvores é uma das últimas coisas a serem feitas, a proibição não causará problemas se for re-vogada até outubro.

Conforme o diretor-presidente do Samae, a importância do Siste-ma Marrecas pode ser percebida em uma projeção simples. Ele ga-rante que, sem a nova represa, os caxienses não passariam o verão de 2013 sem ter de enfrentar ra-cionamentos de água. Apesar de reconhecer o papel fiscalizador da Câmara e entender que as críticas fazem parte do jogo político, Ca-berlon reclama da postura de al-guns vereadores. “A oposição tem que entender que é oposição no Legislativo, que não é mais Exe-cutivo. Eles já tiveram a oportuni-dade de dizer como fazer. Quem sabe, em um futuro bem distante, terão novamente”, alfineta.

Outro aspecto da obra que vem sendo questionado pelos oposi-cionistas são as desapropriações para a construção da represa. Um dos vereadores que assinaram o pedido de informações, Renato de Oliveira (PC do B) considerou satisfatória a resposta do Samae, mas diz que ainda tem dúvidas sobre esse assunto. Para ocupar os 668 hectares necessários, o

Samae precisará desapropriar 92 terrenos – até maio, já havia fei-to um acordo de compra com 33 proprietários, enquanto apenas um recorreu à Justiça. A verea-dora Ana Corso (Pt) alega que a comissão avaliadora dos terrenos não funciona desde o início das desapropriações. “O valor dupli-cou em relação ao que foi planeja-do. No começo, não tinha comis-são nenhuma. Dois servidores se reuniam ‘em uma jantinha’ com os proprietários e decidiam os va-lores a serem pagos”, acusa.

A oposição reclama que todas as desapropriações deveriam pas-sar pelo Legislativo para obedecer à Lei Orgânica do Município. A líder do governo, Geni Peteffi, re-bate dizendo que a Constituição não prevê as aprovações do Le-gislativo e que o Executivo pode enviar todas de uma só vez para a Câmara se quiser. “A bancada do Pt não quer que terminemos Marrecas, vão continuar detonan-do. Com certeza, é uma questão absolutamente política. Sabem que, quanto mais incomodarem, mais demorado fica”, critica. Ela também não considera uma au-diência pública a melhor maneira de debater a obra. Entende que pouco é aproveitado desse tipo de discussão. “Não temos receio de audiência pública, mas também não somos bobos. Na comissão (avaliadora do Samae), todos são do Pt, alguns são filiados, inclu-sive. todos reconhecem a impor-tância da obra, mas a cabeça deles (oposicionistas) é diferente, é de minhoca”, diz Geni.

Quem conhece bem os frutos políticos que uma barragem pode irrigar é o ex-prefeito Mansue-to Serafini Filho (PtB). No seu primeiro mandato foi concluída a construção do Faxinal, que tem capacidade um pouco maior do que Marrecas – seria praticamen-te a mesma se a antiga represa também tivesse um escoamento de 170 litros por segundo, como fará o Marrecas, com a finalidade de impedir que o arroio seque na estiagem.

Mansueto acredita que o Faxi-nal ajudou-o a vencer políticos tradicionais como Germano Ri-gotto (PMDB), vencido por ele com uma diferença de 10% dos votos em 1988, em sua segunda eleição para prefeito.

“Com certeza, em grande parte, mi-nha eleição se deve ao Faxinal. Um dos nossos pecados foi não ter feito publici-dade, mas a opinião pública ficou saben-do”, avalia Mansue-to. Para ele, o gran-de desafio da base governista é trans-ferir os pontos angariados pelo prefeito José ivo Sartori (PMDB) ao seu candidato à sucessão. “Há um ditado que diz que prestígio não se transfere. Mas, na políti-ca, às vezes acontece”, analisa o ex-prefeito, lembrando de casos recentes, como Lula-Dilma, e considerando que as vitórias do então vice-prefeito Alceu Barbosa

Velho (PDt) e da primeira-dama Maria Helena Sartori (PMDB) para a Assembleia Legislativa, no ano passado, também foram im-pulsionadas pelos méritos da ad-ministração municipal.

Os questionamentos da oposi-ção ao Marrecas são naturais, na opinião de Mansueto, mas não deixam de fazer parte do que cha-ma de “boa campanha publicitá-ria”. Entretanto, ele acredita que os maiores efeitos políticos da nova represa não virão em 2012, mas dois anos depois. “As obras ficam com o Sartori, que vai po-der se beneficiar quando for can-didato ao Congresso, em 2014”, aposta.

No momento, po-rém, o quase todos os políticos concor-dam é que será difí-cil tirar totalmente a importância da obra – que está 65% con-cluída, segundo o Samae –, mas a ma-neira como ela será apresentada é que poderá influenciar as eleições do pró-ximo ano. Apesar de ser feita de concreto

e água, a Barragem do Marrecas ficará gravada na opinião pública através do discurso. Uma batalha que passa longe do canteiro de obras.

Leia mais sobre a disputa políti-ca em torno do Sistema Marrecas na coluna de Renato Henrichs, na página 23.

“Eles já tiveram a oportunidade de dizer como fazer. Quem sabe, em um futuro bem distante, terão novamente”, alfineta Caberlon

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Surpreendidos pela instabilidade do solo, engenheiros tiveram que mudar os planos e iniciar a construção da barragem pelas laterais

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por cAMiLA cARDoSo [email protected]

pontados pela Secretaria de trân-sito, transportes e Mobilidade como uma das principais alterna-tivas para desestimular o uso de automóveis, como mostrou a edi-ção 82 de O Caxiense, os táxis-lotação precisavam avançar muito se a prefeitura quiser transformá-los em solução contra um colapso no trânsito. Não bastasse a fal-ta de linhas, os usuários passam por outro problema: os veículos lotam e infringem a proibição de transportar passageiros em pé.

O jornal O Caxiense testou o serviço e comprovou a irregula-ridade. Entre 18h e 18h30min de terça-feira (28), as equipes em-barcaram nas quatro linhas dis-poníveis e confirmaram o proble-ma em pelo menos duas delas. O veículo do trajeto iguatemi/UCS/Ana Rech fez o trecho da Aveni-da Júlio de Castilhos com até três passageiros fora dos assentos. A mesma situação se repetiu na li-nha Aeroporto – nesse caso, os usuários até tinham bancos dis-poníveis, mas preferiram ficar de pé para escapar do aperto.

A operadora de injetora Lidia-ne Carvalho Aguirre, 28 anos, é uma das usuárias que sofrem com o problema. Ela usa a linha Aeroporto diariamente por fazer o melhor trajeto para o trabalho, mas reclama que o preço da pas-

sagem (R$ 2,75) não condiz com o serviço prestado. O conforto de todo o trajeto sentado deveria ser uma das vantagens do lotação – ao lado do ar-condicionado e do som ambiente e a possibilidade de desembarcar em pontos não estabelecidos – e justificaria uma tarifa 10% superior a do ônibus comum, operado pela Visate. “Quando eu vejo que está muito cheio, não pego, porque tenho medo de cair ou me machucar mais ainda com um acidente. Mas daí preciso ligar pro patrão avisando que vou me atrasar”, la-menta.

na linha ucS/Shopping, a auxiliar administrativa Aline de Cândido, 23 anos, percebe que a superlotação é recorrente. “De-pendendo da situação, consigo optar por não embarcar, mas não é sempre. Pelo valor que é cobra-do, acho que poderia ser melhor, principalmente o tratamento dos motoristas”, acredita Aline.

O problema já é tão rotineiro que nem a Associação Caxiense táxi-Lotação (ACtL) se preocu-pa em escondê-lo. O presidente da entidade, Éverton Silveira, cul-pa a falta de novas linhas como o principal responsável pelas irre-gularidades. “Se não pega pas-sageiro, eles reclamam. Se leva em pé, toma multa. Entre punir o usuário ou o permissionário (dono do veículo) , optamos pela

punição do motorista”, afirma.Cabe aos condutores não per-

mitir que haja passageiros além da capacidade dos 20 assentos, sob pena de multa de R$ 114. A fiscalização da Secretaria de trânsito, transportes e Mobilida-de expede uma média de 10 a 15 autuações por mês por superlota-ção.

Para reduzir o problema, Sil-veira cobra uma remodelação no sistema – que, se-gundo ele, está com a frota deficitária há pelo menos cin-co anos. transpor-tando uma média de 170 mil passa-geiros por mês em 21 micro-ônibus, o serviço começou a funcionar em 6 de setembro de 2000. Desde então não houve ampliação da frota ou criação de novas linhas, apesar da lei pre-ver uma proporção de 10% de lotações em relação ao número de ônibus da Visate, que hoje são 332. Sendo assim, deveria haver 12 azuizinhos a mais circulando pelas ruas de Caxias.

A prefeitura reconhece o déficit. Além de protocar na Câ-mara de Vereadores, na última semana, um projeto para alterar a lei de 1998 que regulamenta o

serviço na cidade, o Município elabora um edital para novas con-cessões. A proposta da prefeitura é alterar a proporção com relação ao transporte público tradicional para 15% e, logo na primeira con-corrência, colocar 40 veículos em funcionamento, sendo quatro de-les para reserva.

Serão criadas duas novas linhas que, somadas às atuais, formariam dois grupos para atender todas as

regiões da cidade. No Lote A, a nova linha Colina Sor-riso/Bela Vista se uniria às já existen-tes UCS/Shopping e Ana Rech. No Lote B, a novidade é o roteiro Fátima/São Caetano, com a Rio Branco/Lourdes e a Aeroporto/UCS.

Para facilitar a fiscalização de irre-gularidades como o

excesso de passageiros, a licitação buscará consórcios de prestadores do serviço, deixando de permitir a operação por empreendedores individuais. “Uma pessoa físi-ca operando a linha sozinha vai sempre pensar na questão do be-nefício, porque quanto mais gente no lotação, mais lucro. Num con-sórcio haverá a responsabiliza-ção do grupo inteiro”, defende o diretor-geral da secretaria, Carlos Noll.

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Sem aumento de frota, serviço de micro-ônibus ignora lei e leva passageiros em pé, desvirtuando a proposta de ser opção de luxo no transporte coletivo em Caxias

Teste de O Caxiense comprovou o excesso de passageiros no sistema, que, desde a inauguração, em 2000, conta com apenas quatro linhas

“Quando vejo que está muito cheio, não pego, porque tenho medo de cair ou me machucar com um acidente”, dizLidiane, usuária da linha Aeroport

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[email protected]@ocaxiense.com.br

www.ocaxiense.com.br 112 a 8 de julho de 2011 O Caxiense

Daiton é advogado de profissão e fotógrafo por hobby, uma atividade que tem de-monstrado mais talento e merecido mais dedicação do que normalmente se entende por lazer. Entre as quadras esportivas e os palcos, Daiton sai à caça de recortes artísti-cos, pedaços de imagens capazes de sugerir todo. “Gosto dos detalhes. A imagem con-ta uma história sem precisar se mostrar por inteiro.” Na obra acima, foram as curvas do baixo que atraíram a atenção do fotógrafo. Leves bailarinas do clássico.

Daiton fonseca| Músico |

PAlAVRADE ÁGUA

por cLáuDio B. cARLoS

chuvapalavra de água na boca seca da terranum sorvo de lamber os beiçossomebaixando a poeiradepois: o mormaçodorzinha fina na cacholaPassarinhos com penas eriçadas saracoteiamforquilhas trevos e gramabrotandocuscos lambendo os pêloso cheiro dos cuscos molhadosA R C O - Í R i So gotejar das têmporas sob o céupachorraFoi só uma nuvem que passoucarregada e ligeirajá foiComo se Deus depois de lavar os pésjogasse fora a água da gamelae sem querer acertasse na gente...

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Recomendal Paisagem na neblina | Dra-ma. terça (5), às 20h | ucS

O Projeto Cinéfilus da Universi-dade de Caxias do Sul apresenta a obra do cineasta grego Theodoros Angelopoulos. O drama de 1988 conta a história de dois irmãos que partem para a Alemanha, onde supostamente vive o pai que nunca conheceram. As sérias di-ficuldades enfrentadas durante a viagem os obrigam a abandonar

precocemente a infância. Os in-gressos custam R$ 3. Com tania Palaiologou, Michalis Zeke, Stra-tos Giorgigoglou e Eva Kotamani-dou. Livre. 127 min.

l os Pinguins do Papai | Co-média. 14h, 16h10, 18h30 e 20h45 (dub.) | iguatemi

Adaptação do livro infantil Mr. Popper’s Penguins, escrito por Richard e Florence Atwater em 1938, o novo longa de Jim Carrey conta a história de Popper, um homem de negócios que recebe seis pinguins como herança. Com Carla Gugino, Angela Lansbury, Ophelia Lovibond, Madeline Carroll e Clark Gregg. Dirigido

por Mark Waters. Livre. 94 min.

l Transformers – o lado oculto da lua | Ação. 15h20 (dub. 3D), 21h15 (leg. 3D), 15h, 18h15 e 21h30 (leg.) | iguatemi

Como já sabemos há pelo me-nos dois longas, os Autobots, liderados por Optimus Prime, participam de missões secretas com os humanos, para extermi-nar os Decepticons do planeta terra. Porém, Optimus descobre que os humanos lhe esconderam algo ocorrido no lado oculto da lua: uma espaçonave vinda de Cyberton, comandada por Senti-nel Prime. Enquanto os Autobots resolvem ir à lua, Sam Witwicky

(Shia LaBeouf) vive um drama pessoal: ele salvou o planeta duas vezes e ganhou uma medalha do presidente norte-americano Ba-rack Obama, mas nada disso pa-rece ajudá-lo a se estabelecer no mercado de trabalho. Com Ro-sie Huntington-Whiteley, Josh Duhamel e Patrick Dempsey. Di-rigido por Michael Bay. 12 anos. 154 min.

l nosso Lar | Drama. Sábado (2), às 16h | ordovás

Baseado na obra psicográfica do médium Chico Xavier, conta a história de André Luiz, que, ao despertar no mundo espiritual, depara com criaturas assustado-

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[email protected] Valquíria Vita |

Guia de Cultura

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História real, Homens e Deuses narra a tensão de monges católicos sitiados na Argélia pelo extremismo islâmico, numa defesa à tolerância

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Recomenda

Recomenda

ras e sombrias ao seu redor. O fil-me será exibido com audiodescri-ção, um recurso de acessibilidade que permite aos portadores de deficiência visual compreender a obra sem dificuldades. também haverá ingressos ao público não deficiente. Com Renato Prieto, Fernando Alves Pinto, Rosanne Mulholland, inês Vianna, Rodri-go dos Santos, Werner Schüne-mann, Ana Rosa, Othon Bastos, Paulo Goulart e Nicola Siri, Chica Xavier e Lu Grimaldi. Dirigido por Wagner de Assis. Livre. 105 min.

l Homens e Deuses | Drama. Quinta (7) e sexta (8), às 19h30 (leg.) | ordovás

O filme venceu o prêmio do Júri no Festival de Cannes e foi o representante da França na cor-rida pelo Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. É baseado na histó-ria real de um grupo de monges franceses que viviam na Argélia mesmo sofrendo constantes ame-aças de um grupo terrorista. Nar-ra, a partir de cartas, como eles recusaram a proteção do exército, preferindo levar sua vida de for-ma simples, dando continuidade à sua missão independentemente do que viesse a acontecer. Dirigi-do por Xavier Beauvois. 12 anos. 122 min.

AinDA eM cARTAZ: carros 2. Animação. 13h30, 15h40, 17h50 e 20h (dub.), 13h e 18h45 (dub. 3D). iguatemi | Kung fu Panda 2. Animação. 13h40 e 15h30 (dub.). iguatemi | Piratas do caribe 4: navegando em águas Misterio-sas. Aventura. 13h50 e 21h (leg.). iguatemi. De segunda a sexta, às 16h, sábado e domingo, às 15h (leg.). UCS. | Qualquer gato vira-lata. Comédia. 16h40 e 19h. igua-temi | Se beber, não case! Parte 2. Comédia. 17h20, 19h30 e 21h45 (leg.). iguatemi | Turnê. Drama. Sábado e domingo, às 20h. (leg.).

Ordovás | X-Men: Primeira clas-se. Ação. 22h (leg.). iguatemi. De segunda a sexta, às 19h30, sába-do e domingo, às 17h30 e 20h15, sem a segunda sessão na terça (5). UCS |

l concerto especial: 25 anos da orquestra Munici-pal de Sopros | Domingo (3), 20h |

Os 25 anos de música da Or-questra Municipal de Sopros (leia mais na reportagem da página 16) serão comemorados com um concerto especial regido pelo ma-estro Glen Hemberger, professor de música e maestro da Orquestra Sinfônica de Sopros da Southe-astern Louisiana University em Hammon, Louisiana (EUA). No repertório do concerto destaque para Bayou Breakdown, de Brant Karrick. Este é o quarto concer-to da Série Oficial - temporada 2011. A entrada é franca, mas é preciso retirar ingressos antecipa-

damente. informações pelo tele-fone 3901-1316. ucS TeatroEntrada franca | Cidade Universi-tária | 3218-2100

TAMBÉM TocAnDo – Sába-do: fernando Aver Jazz Trio. 23h. Leeds 3238-6068. | DJ Kah-bal e presença ViP de Karina Bacchi. Aniversário Postos Bal-dissera. Eletrônica. 23h. Pepsi Club. 3419-0990 | Sunshine. Hip hop, eletrônica, pagode e serta-nejo universitário. 23h. Move. 3214-1805 | DJ Luca Di napoli. Hypno. 23h. Havana. 3224-6616 | toolbox. Rock. 22h. The King. 3021-7973 | Tubarão 75 e Stone crows. Rock. 23h. Vagão Classic. 3223-0616 | elixir. Rock. 21h. Portal Bowling. 3220-5758 | Ric-co Rock fest. Shows com H5N1, Lacross e Bipolar. Rock. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | Pátria e Querência. tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Banda izzi e Louise. Rock Nacional e inter-nacional. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Ton e os Kharas e Lady Jane. Rock. 22h30. Bukus Ane-xo. 3285-3987 | Santíssimo, oda Lentz, Rodrigo Dias e Rocha neto. 23h. Aristos. 3221-2679 | Tonho crocco, ex-vocalista da Ultramen, lança seu CD. Samba Rock. 22h. Boteco 13. 3221-4513 | Toco e Buja. MPB. 21h30. Za-rabatana Café. 3218.6192 | Do-mingo: Swing natural. Pagode. 21h. Portal Bowling. 3220-5758 | Domingueira Zarabatana. Set com DJs. 17h. Zarabatana Café. 3218.6192 | Terça (5): noite Autoral caiubi Sul. Palco aber-to aos compositores e pocket show de Cardo Peixoto. 21h30. Zarabatana. 3228-9046 | Roble-do Rock e Domênico Anzo-lim. Pop Rock. Bier Haus. 22h. 3221-6769 | Xica Bandida. Jazz e Blues. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Quarta (29): Maurício e Daniel. tradicionalista. 21h.

Paiol. 3213-1774 | Banda Bran-co no Preto. Som Brasil e Samba Rock. 22h. Bier Haus. 22h. 3221-6769 | HardRockers. Rock. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Quin-ta (7): Acústico Disco, após fabricio Beck. Rock Nacional e internacional. 22h. Bier Haus. 22h. 3221-6769 | The Hawks. Country. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Sexta (8): Rafa Gubert e Tita Sachet. Rock Clássico. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Banda Disco. Rock Anos 80. 21h30. Za-rabatana Café. 3218.6192.

l Livros Para ouvir | terça (5), Quarta (6) e Quinta (7), 19h |

O escritor caxiense Lúcio Humberto Saretta, que venceu o último Concurso Anual Li-terário com os contos o Bote-quim, A Gôndola fantasma, A formatura é o convidado desta edição. Autor de Alicate contra Diamante e crônicas Doura-das, Lúcio conversa sobre litera-tura e lê trechos das suas obras no encontro direcionado para deficientes visuais.Sala de cinema do ordovásEntrada Franca | 3901-1316

l cetec festival | terça (5), Quarta (6) e Quinta (7), 19h |

O festival deste ano parte da história da cientista Marie Curie, premiada duas vezes com o No-bel – de Física, em 1903, e de Química, em 1911 – para home-nagear as mulheres. As monta-

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MÚSicA

LiTeRATuRA

TeATRo

Na comemoração dos seus 25 anos, a Orquestra Municipal de Sopros recebe o maestro americano Glen Hemberger

inGReSSoS - iguatemi: Segunda, quarta e quinta (exceto feriados): R$ 14 (inteira), R$ 11 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sê-nior com mais de 60 anos). terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 16 (inteira), R$ 13 (Movie Club Preferencial) e R$ 8 (meia en-trada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (in-teira), R$ 11 (estudantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito industrial. 3209-5910 | ucS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sê-nior, professores e funcionários da UCS). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255 | ordovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antunes, 312, Pana-zzolo. 3901-1316.

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Recomenda

gens resgatam os feitos de mu-lheres importantes da História e criam personagens para discutir o papel feminino na sociedade contemporânea. O festival, com 11 peças, é direcionado para alu-nos e pais. todas as funções que envolvem um espetáculo teatral são desenvolvidas pelos alunos da 1ª a 3ª série do Ensino Médio. Na coordenação, Gabriel Zeni (teatro), Giovani Monteiro (dan-ça), Liliane Costa (arte e figuri-nos), Luiz Ortiz Oliveira Filho (música), Ney Moraes (dança) e Renato Filippini (coro).ucS TeatroEntrada restrita a pais e alunos

l 1º festival Beduíno-Tri-bal | Sábado (2) e Domingo (3), às 17h |

A escola de danças Rakaça apresenta espetáculo baseado nas danças tribais árabes e nos movimentos e tradições dos be-duínos da região de Marsama-trouah. A dança é alegre e cheia de significado, exaltando o de-serto, as mulheres e sua beleza e os trajes coloridos. Os ingressos podem ser adquiridos na escola. informações pelo 3021-3538.Teatro São carlosR$ 25 | Rua Feijó Júnior, 778 | 3221-6387

l olhos inquietos | A partir de terça (5). Após, de segunda a sexta, das 8h30 às 18h30, e sába-do, das 8h30 às 12h30 |

Leandro Zandoná mostra o re-sultado da sua experiência com diferentes técnicas de composi-ção de imagem, em cenas cap-turadas no Brasil e na Europa, onde morou nos últimos dois anos.farmácia do ipamEntrada franca | Dom José Baréa, 2.201 (atrás da prefeitura) | 4009-3150

l Abstrato contemporâ-neo | De segunda a sábado, das 10h às 19h30. Domingo, das 16h às 19h |

O fotógrafo Alex Milesi propõe um passeio através de paisagens abstratas de linhas, formas e tex-turas. A curadoria é de Mona Carvalho.catna caféEntrada franca | Av. Júlio de Cas-tilhos, 2.854 | 3212-7348

l Dispor | De segunda a sexta, das 9h às 19h, e sábado, das 15h às 19h |

Mara De Carli, Marcos Sari e tiago Giora exploram noções de limites gráficos, sobreposições, alinhamentos e inserções cro-

máticas na arquitetura por meio de gravuras, intervenções e ins-talações. Os trabalhos procuram incluir a estrutura e as superfí-cies da galeria discutindo ques-tões da pintura, do desenho e da gravura e suas possibilidades de expansão na galeria. Os artistas também estão integrados à 8ª Bienal do Mercosul. Mara está na coordenação local do Projeto Continentes; Marcos, no projeto Caderno de Viagens; e tiago, ex-pondo na Casa M.Galeria do ordovásEntrada franca | Luiz Antunes, 312 | 3901-1316

l Quadrado do espírito | Até quarta (06). De segunda a sexta, das 8h às 22h |

A exposição da artista visual e jornalista Yara Baungarten reú-ne gravuras, serigrafias, vídeos e instalação com inspiração em obras de alquimistas. Com cura-doria de Ana Zavadil e cocura-doria de Flávio Drum de Al-meida, Raquel Longhi, Simone Aguiar Dal Bosco e Suzana Pezzi (alunos da disciplina Curadoria, ministrada pela professora Mara Galvani).Hall Superior campus 8Entrada franca | RS-122, Km 69 | 3289-9000

l Percepções acromáticas | A partir de sexta (8) |

Exposição de telas da caxiense Natália Bianchi. A artista, porta-dora de acromatopsia, deficiên-cia visual que gera cegueira total das cores, pinta telas em escalas de cinza. A vernissage ocorre na noite de quinta (7). A exposição fica em cartaz até o dia 30.Jardim de inverno do SescEntrada franca | Moreira César, 246 | 3221-523

l Patagônia e Terra do fogo | A partir de sexta (8) |

A exposição é resultado do trabalho de 20 fotógrafos – pro-fissionais e amadores – que fo-ram levados à Patagônia, na Ar-gentina, em fevereiro deste ano.centro de cultura ordovásEntrada Franca | Luiz Antunes. 312 | 3901-1316

AinDA eM eXPoSiÇão – 10 Anos do Museu dos capuchi-nhos. De segunda a sexta, das 8h às 11h e das 14h às 17h. Mu-seu dos Capuchinhos. 3220-9400 | Bruno Segalla, o operá-rio da arte. De segunda a sexta, das 8h às 12h, e das 13h30 às 18h. instituto Bruno Segalla. 3027-6243 | no Ar - o Rádio e a Televisão em caxias do Sul. terça a sábado, das 9h às 17h. Museu Municipal | o obser-vador. Diariamente, das 8h às 20h. Jardim de inverno do Sesc. 3221-5233

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DAnÇA

eXPoSiÇÕeS

Na exposição Dispor, as xilogravuras de Mara de Carli e as instalações de Marcos Sari e Tiago Giora reformulam o espaço da Galeria do Ordovás

Democratas - Caxias do SulEdital de Convocação

O presidente do DEMOCRATAS DE CAXIAS DO SUL convoca a todos os filiados do Partido Democratas e PFL para a convenção anual do partido de Caxias do Sul com a seguinte ordem do dia:

1) Eleição do novo diretório com 45 titulares e 15 suplentes2) Membros titulares e suplentes do conselho fiscal de ética3) Eleição da mulher democratas, juventude democratas e democratas empreendedor4) Assustos geraisA convenção será realizada no dia 16 de julho de 2011 na sede do partido das 13 horas

às 17 horas, situada na rua Frei Pacífico, 289, bairro São José. As 17 horas serão eleitas as respectivas executivas: As chapas pretendentes deverão ser apresentadas junto à secre-taria do Diretório até as 18 horas do dia 6 de julho de 2011.

Só terão direito a votos mediante apresentação do título eleitoral.Caxias do Sul, 16 de junho de 2011

Odir Miguel Ferronatto - Presidente Democratas Caxias do Sul

Edital de Citação - Cível6ª Vara Cível - Comarca de Caxias do Sul

Prazo de: 60 dias. Natureza: Cobrança Processo: 010/1.10.0004855-1 (CNJ:.0048551-73.2010.8.21.0010). Autor: ACF Pio X Serviços Postais Ltda. Réu: Gilmar Maccagnan Estu-dios Fotograficos Ltda. Objeto: CITAÇÃO de Gilmar Maccagnan Estudios Fotograficos Ltda, atualmente em lugar incerto e não sabido, para, no PRAZO de quinze (15) dias, a contar do término do presente edital (art. 232, IV, CPC), contestar, querendo, e, não o fazendo, serão tidos como verdadeiros os fatos articulados pelo autor na inicial.

Caxias do Sul, 20 de junho de 2011.SERVIDOR: Zélia Thomasini. JUIZ: Luciana Fedrizzi Rizzon

ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPODER JUDICIÁRIO

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por cARoL De [email protected]

ntes de qualquer espetáculo, como a bailarina que aquece o corpo para dançar, os músicos precisam aquecer seus instrumentos. E o aquecimento de uma orquestra é o extremo oposto de um concer-to: um verdadeiro caos sonoro. No caso da Orquestra Munici-pal de Sopros, é como se 51 ele-mentos, das classes das madeiras (flautas, flautins, oboés, clarine-tes, clarinete baixo, fagotes, con-trafagotes), cordas (contrabaixos, violoncelos), metais (trompetes, trombones, trompas, tubas), per-cussão (tímpanos, triângulo, cai-xas, bumbo, pratos etc.) e teclas (piano, cravo, órgão) executassem 51 canções diferentes, em 51 rit-mos diferentes, começando e ter-minando a qualquer momento. O último ensaio antes do concerto que celebra os 25 anos do grupo

é assim. No centro do salão da Unidade de Música, no Ordovás, um trompetista brinca com notas que parecem aleatórias. Na “co-zinha” da formação, o setor dos percussionistas, alguém toca uma daquelas melodias de domínio público no pandeiro. No canto di-reito, uma moça vaidosa, que há pouco hidratava os lábios judia-dos pelo bocal do instrumento de sopro, toca o que, provavelmente, é uma sequência de exercícios na flauta.

Se já é difícil fazer uma entre-vista nesse cenário ensurdecedor, naquele momento é quase impos-sível imaginar que esse barulho infernal está prestes a se transfor-mar em música. Faltando apenas uns poucos segundos para a hora marcada do ensaio, no instan-te em que o regente pisa em seu tablado, o emaranhado de notas vira silêncio absoluto. todos os músicos se aprumam nas cadeiras

empunhando seus instrumentos. E com um leve mas resoluto gesto do maestro, do caos faz-se a arte: soa o primeiro acorde de Silvera-do, música do compositor Bruce Broughton arranjada por Randol Bass, abertura do 4º Concerto da Série Oficial temporada 2011, que comemora um quarto de sé-culo da Orquestra Municipal de Sopros.

oficialmente, a orquestra foi criada no dia 3 de julho de 1986, pela Lei 3.078, inicialmente como Banda Municipal de Caxias do Sul. No entanto, contam os an-tigos, ela começou antes disso, de forma quase amadora, pelas mãos do seu primeiro maestro, Pedro Paulo Mandelli – um nome fun-damental na história da música erudita e das bandas na cidade. O regente também era responsá-vel pela antiga Osca – Orquestra Sinfônica de Caxias do Sul, man-

tida pela Sociedade de Cultura Musical até 1990, com o fim dos incentivos fiscais da chamada Lei Sarney. Até 1988, ambas ensaia-vam no mesmo local, um prédio da família De Antoni, em frente ao Hospital Saúde. Naquele ano, a Sociedade de Cultura Musical ad-quiriu uma sede – o prédio onde, atualmente, é o Núcleo de Artes Visuais (Navi) –, e tanto a ban-da quanto a Osca mudaram-se para lá. Nessa época, a banda era formada por aproximadamente 25, não mais do que 30 músicos, e mantinha um repertório com canções típicas dessa formação, como dobrados, marchas e mar-chas militares. O conjunto se apresentava em desfiles de 7 de setembro, datas comemorativas e inaugurações, entre outros even-tos importantes, principalmente relacionados à prefeitura.

Em 1992, após muitos esforços de Mandelli e graças a um con-

Palmas para os músicos

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JOVEM E SONHADORAA Orquestra Municipal de Sopros completa 25 anos em sua

melhor forma e pronta para crescer ainda mais

Grupo celebra o aniversário em concerto especial, regido pelo maestro norte-americano Glen Hemberger, neste domingo

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vênio com a Sociedade de Cul-tura Musical, que emprestava os instrumentos que sobraram do fim da Osca, a banda dobrou de tamanho e transformou-se em sinfônica, ou seja, orquestra de sopros. O atual coordenador-geral da Orquestra Sinfônica da UCS (Osucs), Moacir Lazzari, foi um dos músicos que migraram da Osca para a recém formada banda sinfônica municipal nesse período. “O Mandelli acrescen-tou muitos instrumentos, como a flauta, a flauta transversal, o pi-colo, o oboé, o fagote. Chegamos a ter 54 componentes”, lembra. O repertório também foi ampliado, com obras específicas para a nova formação e participações espe-ciais, possibilitando a interpreta-ção de árias de óperas e músicas populares italianas e brasileiras. “O Mandelli era muito bom adap-tador e arranjador, então, fazia adaptações de sinfônicas. Lembro de tocarmos muito a Cavalaria

Ligeira, e também dos cantores convidados Ana Venzon e Ar-mando troian”, conta Lazzari.

O maestro – falecido em outu-bro de 2010 – também gostava muito de realizar apresentações ao ar livre, com uma formação menor, nos bairros, parques e praças, e levava a orquestra para encontros e concertos em outras cidades. Segundo Moacir, os mú-sicos chegavam a fazer até três espetáculos em um final de sema-na. “Íamos a festas nos distritos ou comunidades como Forque-ta. também tocamos em Bento, Monte Belo, Veranópolis, Nova Prata, Lagoa Vermelha, Estrela, Lajeado... Em teutônia, onde ti-nha um encontro muito impor-tante de bandas. Fomos até para o Uruguai”, relembra Moacir.

Outra característica de Man-delli – cujo trabalho, aliás, foi fundamental na reformulação da Banda Marcial do Cristóvão de Mendoza – era incentivar os

jovens músicos. Quando algum adolescente mostrava talento e interesse pela música, ele ajuda-va, dava aulas, contratava como estagiário e, conforme a evolu-ção, efetivava o novo membro. Um dos frutos dessas inciativas é o trompetista Beto Scopel, um dos integrantes mais antigos que perma-necem na atual for-mação da Orques-tra. Ele entrou para o grupo em 1994, aos 14 anos, num teste mais do que simples. “Um dia, o Mandelli me disse ‘ah, tu toca? Então toca aí pra eu ver’. Quando terminei, já fazia parte. A ide-ologia musical dele era assim, de agregar”, conta. Beto também vivenciou a fase de tran-sição desse caráter mais popular, típico de Mandelli, para um per-

fil mais erudito e conceitual, com a entrada do maestro Fernando Berti Rodrigues, em 1997.

com Berti, além de passar a usar apenas a denominação or-questra de sopros, o grupo ganhou um direcionamento maior para

a música de con-certo, tendo como carro-chefe das suas atividades uma pro-gramação oficial de espetáculos, manti-da até hoje. “Antes, a orquestra se inse-ria em outros even-tos. A partir daí, ela começa a fazer concertos onde ela é o assunto, atrain-do uma atenção e apreciação maior

do público. isso faz uma diferen-ça incrível na experiência que ela proporciona ao ouvinte”, explica o atual regente, Gilberto Salvagni.

“Um dia, o Mandelli me disse ‘Toca aí pra eu ver’. Quando terminei, já fazia parte. A ideologia dele era de agregar”, conta Beto Scopel

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1. Sob a regência de Roberto Mandelli, a banda sinfônica se prepara para tocar em solenidade na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul; 2. Moacir Lazzari (de barba, na frente do maestro) migrou da extinta Orquestra Sinfônica de Caxias do Sul (Osca) para o conjunto municipal; 3. O regente Gilberto Salvagni comanda a orquestra há três anos; 4. Beto Scopel toca com o grupo desde os 14 anos; 5. O flautista Cléber Figueira

da Silva é o mais novo integrante da formação

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Berti é o responsável também pela criação da série Concertos Didáticos, realizada mensalmente para o público infantil e infanto-juvenil, que completa 10 anos em 2011. Desde o início, o objetivo do programa já era a formação de plateia, desmistificando junto a crianças e adolescentes a ima-gem de que a músi-ca erudita é elitiza-da e seleta. “Nesse período, tivemos uma média de pú-blico de 3 mil pes-soas por ano, quer dizer, foram 30 mil ouvintes”, destaca Salvagni. Para este ano, aliás, o maestro anuncia uma ótima notícia: devido a uma parceria com a escola Cristóvão, o número de concertos aumen-tou para dois por mês, nos tur-nos da manhã e da tarde, com expectativa de ser ouvido por 12 mil jovens. Outra ideia do antigo regente foi a de trazer músicos de renome para as apresentações, como Leila Pinheiro, Guilherme Arantes e ivan Lins, promovendo a troca de conhecimentos e, ao mesmo tempo, divulgando o tra-balho feito em Caxias.

Salvagni assumiu a regência e direção artística da orquestra há três anos com a intenção de não fazer mudanças significativas, “apenas acrescentar”. De fato, é o que vem fazendo. Além de criar o projeto Caxias do Som, que leva novamente a orquestra aos bairros, Salvagni aproxima cada vez mais o grupo de outros gêne-ros musicais, tanto em concertos como Salsa ao Mambo, Ritmos Hermanos – Tango, Milonga

e Boleros e o concerto de rock progressivo com a banda Apo-calypse (marcado para o dia 11 de setembro) como em participações da formação Big Band no Moinho da Estação Blues Festival, entre outros eventos. Ele também fez parte da organização de dois con-certos especiais de Natal, em par-

ceria com a Osucs, e promoveu o contato com maestros de renome nacional e internacional, como o carioca Marcelo Jardim e, mais re-centemente, o nor-te-americano Glen Hemberger, que rege o concerto des-te domingo (confira no Guia de Cultura, na página 13).

Salvagni investe na versatilidade para conquistar tanto o público quanto os pró-prios músicos. O regente diz que é um desafio manter seus operá-rios musicais “ligados na tomada”, pois, apesar de trabalhar com arte, a maioria dos músicos também atua em outras orquestras ou em outras profissões, e sofre um des-gaste muito grande, físico e men-tal. “Acredito que a minha função é ser um ajudante dos músicos. E a dos músicos é ser ajudantes do maestro. Ver o brilho nos olhos deles durante um concerto é o mais bacana”, ressalta.

O esforço de Salvagni é recom-pensado quando os músicos re-cordam com carinho os concer-tos executados sob sua batuta ou agradecem a ele pela oportunida-de de receber ensinamentos como os que estão tendo com o convi-dado Glen. A flautista e artista plástica Viviane Pasqual já esta-va emocionada durante o ensaio.

“Eu não vou conseguir tocar, vou chorar o tempo inteiro no dia do concerto”, previa. Diversas obras da artista decoram a Unidade de Música, unindo a arte musical e a visual. “Às vezes a música me inspira, mas ela é meu momento mais sério, concentrado.”

O saxofonista Adão Léo Silvei-ra, um dos músicos mais antigos da orquestra, elogia muito as ini-ciativas do “ótimo maestro”. Adão veio de Uruguaiana para Caxias em 1972. Cunhado do cantor tradicionalista César Passarinho, tocou em diversos conjuntos de estilo popular antes de se aventu-rar no som erudito da Orquestra Municipal de Sopros, em 1997. “temos que permanecer sempre estudando, pois os desafios são grandes. tem que ser muito bom, músico de primeira linha para to-car aqui”, observa. Acostumado a estilos musicais mais populares e a executar as canções muitas ve-zes sozinho, Adão conta que é difícil entrar em sintonia com um conjunto tão grande. “É pre-ciso autocontrole, atenção no maestro, manter o ritmo e a concentração, para não ouvir o que os outros estão tocan-do e se distrair”, ensina. Apesar de estar no elenco há 14 anos, o concerto que mais emocionou Adão foi, justamente, sob o comando de Salvagni: a apresentação de Natal realizada no Parque dos Maca-quinhos, junto com a Orquestra Sinfônica da UCS. “Fui solista”, orgulha-se.

Gilberto Salvagni também

é um dos responsáveis pela cria-ção de um setor que não está dire-tamente ligado ao planejamento artístico, mas é fundamental para a administração da orquestra: a Unidade de Música. “Procuramos avançar do ponto de vista execu-tivo também. A formalização da unidade é importante para viabi-lizar ações que acontecem antes das apresentações”, argumenta. Afinal, não é mágica que transfor-ma o orçamento repassado anual-mente pela prefeitura em música. É preciso ter um local para o en-saio, impressão de partituras, pla-nejamento da agenda, divulgação dos concertos, organizar ingres-sos, entre inúmeras atividades. Ainda assim, o regente acredita que está chegando o momento de mais um avanço, algo que não será fácil nem simples. Há um bom tempo, as entradas para os espetáculos se esgotam com ante-cedência cada vez maior, ou seja,

sobram espectado-res. “A orquestra é pública, portanto, de todos. Devería-mos atender mais a plateia. Está na hora de darmos um passo à frente e aumentar-mos a programação. Mas isso também tem reflexos finan-ceiros”, pondera. Salvagni convive com orquestras desde os 13 anos

e, a julgar por sua paixão pelo grupo, a Orquestra de Sopros de Caxias do Sul está em boas mãos. “Ela é como uma mulher bonita, atraente, sensível, profunda e in-teligente. Um complemento na vida, porque somos naturalmente incompletos. Uma companheira, como a mulher amada”.

“Temos que permanecer sempre estudando. Tem que ser músico de primeira linha para tocar aqui”, orgulha-se o saxofonista Adão

“Ela é como uma mulher bonita, atraente, sensível, profunda e inteligente. Uma companheira, como a mulher amada”, diz o maestro Salvagni

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A flautista e artista plástica Viviane Pasqual (E) e uma de suas obras, inspirada na música do colega saxofonista Adão Léo Silveira (D)

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Acostumado com as dificuldades de locomoção desde os seis meses, quando teve a perna esquerda amputada por causa de um tumor no joelho, Se-bastião estranhou ao sentar pela primeira vez em uma cadeira de rodas, há 10 anos, na sua primei-ra partida de basquete. O constrangimento durou pouco e estimulou o talento de tião (como é mais conhecido) para outros esportes. Há dois anos, os braços fortalecidos pelos treinos com a cadeira, que ele usa somente para a prática esportiva, deram a tião a prata no Campeonato Mundial de Cano-agem, no Canadá. Atualmente, o atleta se dedica ao basquete no Centro integrado do Portador de Deficiência Física de Caxias do Sul (Cidef). Por en-quanto, a canoagem não tem espaço entre os trei-nos de basquete e o trabalho como auxiliar geral em uma metalúrgica. tião também participa de todas as provas de corrida promovidas na cidade e co-leciona medalhas. "Fico sempre em segundo lugar porque tem um guri mais novo que chega antes", justifica tião.

Matheus tem 15 anos, duas medalhas e imensurável de-dicação aos números. Filho da dona de casa Sueli Dalan e do contador José Lauvir Boeira, Matheus recebeu medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas 2010, do qual já tinha levado a prata em 2008. A conquista do estudante do 1° ano da escola estadual João triches não veio sem esforço. Em 2008 e 2009 já tinha con-quistado a prata. A prova regional que deu o título a Ma-theus – "seis questões, divididas em três subquestões, cál-culo, questões discursivas e de lógica" foi em outubro do ano passado. Na última semana, ele foi ao Rio de Janeiro receber o prêmio, entregue pela presidente Dilma Roussef. "Acho que sempre ajuda a conquista de medalhas. É um bô-nus. Vou descobrir agora as portas que vão se abrir", diz. Matheus já decidiu – e contou à Dilma – que vai cursar En-genharia da Computação.

Sebastião

Matheus

dos Santos Abreu

Dalan Boeira

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Vinhos de guarda | A categoria dos vinhos mais maduros ainda é um desafio para a região, no entanto, eles são "o charme" e o produto de luxo de qualquer cantina. Cabernet Sauvignon, cabernet franc, tannat e merlot são os varietais mais encontrados nas prateleiras caxienses. A cor vai do vermelho púrpura ao rubi e o aroma é mais complexo: fumo, temperos, cravo, café, cacau e frutas secas. Acompanha pratos mais pesados ou gordurosos, carnes vermelhas e molhos apimentados.

cabernet Sauvignon | O vinho vermelho-púrpura e de aroma que lembra pimentão (su-ave) é encorpado e perfeito para acompanhar carnes e massas de molho vermelho.

chardonnay | O menos aromático da lista, com aromas florais e frutados e cor amarelo-palha, acompanha peixes e frango e pode ser consumido como aperitivo.

Merlot | Um dos vinhos mais característicos da região, o Merlot deve ser vermelho violáceo (intensidade média) e aroma que lembra flores e frutas vermelhas. também acompanha car-nes, massas e grelhados.

Moscato Giallo | Com frescor e aroma níti-do de flores brancas, o Giallo é mais pedido no verão. Característico da aptidão enológica da região, é aperitivo para os outros da lista.

inverno | Vinhospor LuiZ AnTenoR RiZZon

Especialista em enologia e frequente mem-bro da banca de avaliadores do Concurso dos Melhores Vinhos de Caxias, Rizzon de-fende a identidade enológica da região como desafio para o nosso mercado. Abaixo se-gue uma lista de vinhos pela ordem dos que mais se adaptam ao inverno, embora Rizzon defenda o consumo da bebida em qualquer estação. "Um dos maiores prazeres da vida é a comida. Na mesa, um vinho realça os sabores, para que a gente deguste também o prato."

por MARceLo ARAMiS | Colaborou: José Eduardo Coutelle

18 2 a 8 de julho de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

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por cARoL De [email protected]

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ão seria necessário dizer para Suely Mincato Sartor que ela mora na localidade com o maior número de idosos de Caxias do Sul. Ela e as outras integrantes do clube de convivência encon-traram em Galópolis, a 10 quilô-metros do Centro, um bom lu-gar para passar a aposentadoria. “Quando a mulherada reclama que é muito cedo, sempre digo que não é. Digo: ‘Lembram quan-do acordávamos às 4h para ir para a fábrica?’”, conta. Suely, 74 anos, trabalhou dos 15 até se aposentar no lanifício e fábrica de tecidos do lugar, hoje Cooperativa têxtil Galópolis Ltda. Apenas um dos seis irmãos da dela ainda mora no bairro, mas não faltam argumen-tos a Suely para defender sua per-manência no sopé da montanha para viver a terceira idade: um bom posto de saúde e a calmaria, embora já não seja a mesma de 70 anos atrás. “tem mais baru-lho, mas também tem mais coisa. Antes tinha que ir para Caxias de manhã e voltar à noite.”

Na sexta-feira (1°), o institu-to Brasileiro de Geografia e Es-tatística (iBGE) divulgou novos números, mais detalhados, do Censo 2010. O levantamento, que

já havia confirmado a população da cidade em 435.564 habitantes (213.612 homens e 221.952 mu-lheres), desta vez mostrou a po-pulação de cada bairro em faixas etárias. Galópolis lidera o ranking em número de idosos: tem 17,5% da população com 65 anos ou mais.

Para a socióloga Vania Herédia, o perfil da população idosa de Caxias do Sul também é uma consequência do movimen-to migratório de trabalhadores de outros locais para a região. “Estudo a hipótese de que as ci-dades médias com atividades eco-nômicas industriais hoje tendem a crescer mais do que as regiões metropolitanas. Além de Caxias, Joinville é exemplo disso”, analisa. Os pais dos migrantes, que antes ficavam no interior, agora estão partindo para a casa dos filhos em busca de 1melhores condições de vida e, principalmente, servi-ços de saúde. “A sociedade ignora essa questão, quando já deveria estar tomando providências. Es-ses números podem servir para identificar quais unidades bási-cas de saúde devem ter um maior atendimento a idosos”, aponta.

Coordenadora de uma pesquisa na Universidade de Caxias do Sul sobre as migrações na cidade, Va-nia aponta que os dados relativos aos últimos 60 anos, coletados

por ela, combinam com os núme-ros divulgados agora pelo iBGE. Desde 1960, a população de Ca-xias crescia a uma média de 4% ao ano. Na última década, porém, essa taxa chegou a 20%. “Com certeza, isso não é apenas nata-lidade. É fruto das migrações”, afirma. Por meio de informações do Sistema Nacional de Emprego (Sine) e da Relação Anual de in-formações Sociais (Rais-Migra), ela identifica onde passam e se es-tabelecem os migrantes. Confor-me Vania, bairros localizados nas entradas e saídas da cidade, além do Centro, são os que mais rece-bem essa população. “O Desvio Rizzo, o Serrano e o Rio Branco recebem muitas migrações recen-tes. Mas o Centro entra aí, pois tem pensões baratas”, explica. A socióloga também destaca o Fá-tima, especialmente como local escolhido para fixar residência definitiva.

Até o final do ano, a pesquisa-dora deverá contar com ainda mais informação. O iBGE pro-mete divulgar dados do Censo 2010 sobre renda e saneamento, por exemplo. De acordo com os números disponíveis, na contra-mão dos moradores de Galópolis, Centro (10,2%), São Pelegrino (10,3%) e Petrópolis (12,2%) são os bairros com o maior número de crianças e adolescentes entre 0 e 14 anos na cidade.

Galópolis | 2.377 | 17,5São Peregrino | 7.907 | 15,4

centro | 13.824 | 14,4Rio Branco | 14.257 | 12,8

Pio X | 8.636 | 12,6exposição | 6.315 | 12,5

Medianeira | 2.947 | 12,1São Leopoldo | 5.659 | 11,7

Samuara | 251 | 11,6Panazzolo | 6.929 | 11,2

Pedancino | 414 | 11,1Petrópolis | 3.486 | 10,7

cristo Redentor | 6.210 | 10,6cinquentenário | 4.710 | 10,4

Lourdes | 8.045 | 10,4Madureira | 47.16 | 10,0

Maestra | 262 | 9,9Monte Bérico | 573 | 9,4

universitário | 3.406 | 9,4Sagrada família | 5.261 | 9,1

floresta | 1.876 | 9,1São José | 5.672 | 8,9

Bela Vista | 9.237 | 8,3cruzeiro | 12.575 | 8,1

Jardim América | 6.732 | 8,0Linha 40 | 860 | 7,9

Marechal floriano | 9.611 | 7,6Pioneiro | 5.586 | 7,4

Jardelino Ramos | 3.843 | 7,3Kayser | 7.593 | 7,2

forqueta | 3.704 | 7,2Ana Rech | 6.370 | 7,1

São Virgílio | 2.751 | 7,1Salgado filho | 5.937 | 6,6

Santa catarina | 19.820 | 6,6Presidente Vargas | 3.432 | 6,5

São Luiz | 2.444 | 6,5São ciro | 6.704 | 6,0

Jardim das Hortências | 1.820 | 5,2Desvio Rizzo | 13429 | 5,2

De Lazzer | 519 | 5,0fátima | 13.759 | 4,8

Planalto | 13.587 | 4,8Diamantino | 7.550 | 4,6

Brandalise | 1.482 | 4,5Jardim eldorado | 3.979 | 4,4

interlagos | 3.493 | 4,4nsa. Sra. da Saúde | 4.026 | 4,0

São caetano | 6.062 | 4,0Serrano | 11.826 | 3,9

esplanada | 18.652 | 3,9São cristóvão | 6.357 | 3,9Parada cristal | 1.610 | 3,6

centenário | 4.241 | 3,6Santa corona | 3.369 | 3,4

Santa fé | 20.019 | 3,3charqueadas | 13.333 | 3,2

nsa. Sra. Graças | 10361 | 3,2São Giácomo | 1.713 | 3,1

São Victor | 7.368 | 3,0Santo Antônio | 5.888 | 3,0

Sanvitto | 2.418 | 2,9Por do Sol | 2.386 | 2,8

cidade nova | 10.706 | 2,4nsa. Sra. do Rosário | 5.341 | 2,0outras localidades |19.338 | 11,4

números caxienses

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www.ocaxiense.com.br 192 a 8 de julho de 2011 O Caxiense

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Suely (ao lado do marido, Italino) morou a vida toda em Galópolis, bairro que concentra a maior taxa de idosos

Dados do censoBairro | População | idosos (%)*

* Fonte: Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ONDE CAXIAS CRESCE, SE RENOVA E ENVElHECE

Levantamento do iBGe mostra quais os bairros mais populosos da cidade e o perfil de seus moradores

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Caxias e Juventude estreiam nas série C e D, respectivamente, no dia 17 de julho. Ou seja, partir deste sábado, faltam apenas duas semanas para que os torcedores voltem às arquibancadas para apoiar a dupla CA-JU. Confesso que estava com saudade de ir até as cabines de imprensa. No dia 28 estive no Estádio Alfredo Jaconi para conferir o primeiro amis-toso do verdão visando a quarta divisão. Concordo com o técnico Picoli: o teste foi bom. Mas o Ju precisa melhorar.

O alviverde venceu o Brasil de Pelotas, treinado por Beto Almei-da, por 2 x 1. O importante é que o ataque voltou a marcar: os gols da vitória foram anotados por Zulú e Júlio Madureira, ambos de ca-beça. “Encontramos dificuldades no primeiro tempo porque o Beto usou a estratégia do 4-3-2-1, dei-xando o Marcos Denner mais na frente, compondo bem seu time. E isso nos ofereceu dificuldades. talvez no jogo da estreia da Série D encontraremos dificuldades se-melhantes”, projetou Picoli.

O treinador confessou estar sa-tisfeito com o futebol apresentado na fria noite de terça-feira e que o Ju entra agora na fase do aca-bamento. “temos condição de melhorar. Falei para eles no vesti-ário: foi bom, mas não o suficien-

te”, resumiu o técnico. O Juventu-de jogou com Jonatas; Celsinho, Rafael Pereira, Fred e Alex tel-les; Umberto, Jardel, Léo Marin-gá e Cristiano; Júlio Madureira e Zulú. Depois entraram Martínez, Rodrigo Crasso, Bruno Salvador e Rafael Aidar. O segundo amistoso papo será disputado neste sábado, às 15h, contra a Chapecoense-SC, no Jaconi.

no caxias, o primeiro amis-toso também será neste sábado, às 15h, contra o Cruzeiro, no Está-dio Passo D’Areia, em Porto Ale-gre. Antes disso, o técnico Gui-lherme Macuglia teve o segundo jogo-treino contra o Grêmio, na quinta-feira (30), no Estádio Olímpico, em meio à despedida do treinador Renato Portaluppi. A partida, que teve dois tempos de 35 minutos, terminou como a pri-meira, no início do mês: sem gols. O time grená atuou com Walter; Felipe Gonçalves, Fábio Santos, Vinícius e Gerley; Márcio Hahn, itaqui, thomaz e Nenê; Marinho e Lima. No quarto teste do Ca-xias, também jogaram totonho, Édson Rocha, Saulo, Marcelinho, Pedro Henrique e Paulo Rangel. A tendência é de manutenção da equipe titular contra o Cruzeiro, que será adversário novamente no dia 9, desta vez no Centenário.

O técnico Picoli, depois do amistoso contra o Brasil-Pe, em meio às avaliações do jogo, fez um desabafo, sentado ao lado do presidente Milton Scola. “Alguns torcedores acham que somos o Barcelona. Nunca fomos. inter-namente, parece que ainda não nos preparamos para sair de onde estamos, pois temos predisposição para ficar depreciando algumas coisas. isso está acontecendo a alguns dias aqui. tá difícil de entender. Está incomodando. Está parecendo que o poder aquisitivo interno me permite trazer jogado-res galáticos. isso tem limite, tem muito limite”, disse Picoli, bas-tante agitado. No dia seguinte, o treinador amenizou e explicou que a pressão interna a que se referiu é a que existe dentro do vestiário.

O Caxias já fez quatro jogos-treino em preparação à disputa da Série C – 11 x 2 no Sindicato dos Atletas Profissionais, 5 x 1 no Serrano de Canela e dois empates em 0 x 0 com o Grê-mio. tem pela frente mais dois amistosos. A estreia na terceira divisão será contra a Chape-coense-SC às 15h do dia 17 de julho, no Estádio Centenário.

O Ju fez três jogos-treino (6 x 0 no Serrano, 0 x 0 com o Grêmio e 4 x 1 no Sindicato dos Atletas) e um amistoso (2 x 1 no Brasil-Pe). Fará mais três amistosos (dois contra a Chapecoense-SC e outro contra os pelotenses). A estreia na Série D está agendada para as 17h de 17 de julho contra o Brusque-SC, no Estádio Alfredo Jaconi.

O pesquisador carioca Gustavo Côrtes lançará no dia 28 de julho o livro Almanaque do Juventu-de – Período de Glórias. A obra conta a trajetória alviverde entre 1993 e 2000, período em que o clube foi patrocinado pela Par-malat e conquistou os principais títulos – Série B (1994), Gauchão (1998) e Copa do Brasil (1999). O livro traz as fichas técnicas de todos os jogos do períodos (mais de 400), placares das maiores goleadas aplicadas e sofridas, jogos internacionais (oficiais ou amistosos), os títulos, a ficha de técnicos e jogadores (mais de 170 jogadores), fotos e depoimentos exclusivos de ídolos do Ju e de per-sonalidades do futebol caxiense.

Os juniores do Caxias foram goleados por 3 x 0 no Centenário no dia 29, no jogo de ida válido pela decisão do Estadual Sub-20. O jogo da volta será sábado (2), na Capital. O time grená do técnico Felipe Endres precisará fazer 3 x 0 para levar a decisão para os pê-naltis. O colorado pode até perder por 2 x 0 que fica com a taça.

Volante de origem, Jander pode deixar o Estádio Alfredo Jaconi. A direção fala em futebol euro-peu, mas é provável que o atleta passe a apreciar iguarias como o pastel de Belém. Oriundo da base alviverde o jogador, que atua como meia e improvisado na lateral esquerda, passou por uma cirurgia no joelho esquerdo em setembro do ano passado. A intervenção foi necessária após ele sofrer uma lesão no início da preparação para a disputa da Série C (junho de 2010), num amistoso contra o Flamengo de São Valen-tin, em Bento Gonçalves, no dia 12 de junho – o técnico era Osmar Loss, para quem não lembra.

O presidente do Caxias, Osval-do Voges, anunciou no dia 28 que os uniformes grenás estamparão a marca da Festa da Uva 2012 até o final deste ano. A cedência ocorreu de forma gratuita para a parte traseira das camisas e dos calções a serem vestidos pelos atletas na Série C e na Copinha.

O Juventude completou 98 anos na quarta-feira, dia 29 de junho. Fundado em 1913, o alviverde ce-lebrou a data com um jantar festi-vo nos pavilhões da Festa da Uva.

Desabafo

Recapitulando

Livro

Complicou

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RecomendaRecomenda

Recomenda

l Rústica Rural | Sábado, a partir das 14h |

A largada e a chegada ocorrem em frente à Escola Municipal Erny de Zorzi, de Vila Oliva. Em 2010, a rústica – disputada em 6,7 mil metros – e as provas de minir-rústica – de 3,3 mil metros – reu-niram 230 atletas em Ana Rech. escola Municipal erny de ZorziAv. Gavioli, s/nº, Vila Oliva

l campeonato Municipal de futebol | Sábado e domingo, a partir das 13h15 |

O Campeonato Municipal de Futebol se aproxima do final da 30ª edição e promete muita come-moração após um fim de semana sem partidas em razão da chuva. Só em 20 e 21 de junho, os joga-dores marcaram uma média de 5,7 gols por jogo na Série Ouro. Entre os destaques deste fim de

semana, o líder Guarani enfrenta o Londrina no domingo. Na Série Prata, também há a expectativa de goleadas. O União Reolon, que está no topo da tabela, joga contra o Diamante Negro no Enxutão no sábado. Confira os jogos do fim de semana:SÉRie ouRo | Sábado, 15h15: Século XX x Az de Ouro (Muni-cipal 1) | Águia Negra x União de Zorzi (Municipal 2). Domingo, 13h15: União industrial x Ha-waí (Sagrada Família) | Vindima x Kayser (Enxutão) | 14h: Fonte Nova x XV de Novembro (Muni-cipal) | 15h15: Esperança x Goiás (Enxutão) | Londrina x Guarani (Sagrada Família)SÉRie PRATA | Sábado, 13h15: Uruguai x Ouro Verde (Enxutão) | Reolon Unidos da Es-perança x Linha 13 (Municipal 1) | Fiorentina x São Victor Cohab (Municipal 2) | Vera Cruz x Santa Cruz (Sagrada Família) | 15h15: Diamante Negro x União Reolon (Enxutão) | Bom Pastor x Sagra-da Família (Sagrada Família).Entrada gratuita.

l Juventude X chapecoense | Sábado, às 15h |

Depois de vencer o Brasil de Pelotas por 2 a 1, o Juventude en-frenta a Chapecoense em casa, em mais um amistoso antes da Série D, que começa neste mês. No ca-lendário, há ainda outra disputa contra o time catarinense e mais uma contra a equipe pelotense. estádio Alfredo JaconiEntrada R$ 20. Estudante e idosos pagam R$ 10 | Rua Hércules Galló, 1.547

l Juventude X Aimoré (Sub-17) | Quarta (6), às 15h |

Pela Copa Federação Gaúcha de Futebol, os garotos sub-17 do Ju-ventude têm um segundo desafio contra o Aimoré nesta quarta-fei-ra – desta vez, em casa, no Centro de Formação de Atletas e Cida-dãos. A primeira disputa ocorre neste sábado, em São Leopoldo. centro de formação de Atletas e cidadãos (cfAc)Entrada gratuita | Atílio Andrea-zza, Parque Oásis

l circuito S.c.A. de Tênis Gaúcho | Sexta (8), sábado (9) e domingo (10) |

O Circuito S.C.A. de tênis Gaú-cho – Copa San Pelegrino reunirá atletas em sete categorias no mas-culino e seis categorias no femi-nino para disputas em quadras de saibro. As inscrições estão abertas até o dia 4, pela página da entida-de na internet (www.fgtenis.com.br). Uma das atrações paralelas será o tênis do Shopping. Orga-nizada pela Quadra Eventos, a promoção ocorrerá no San Pele-grino Shopping nos mesmos dias do torneio e será coordenada pela treinadora caxiense Sabrina Gius-to, integrante do  Departamento de Capacitação da Confederação Brasileira de tênis (CBt) no Rio Grande do Sul. O público – espe-cialmente infantil – encontrará uma miniquadra e bolas mais le-ves para praticar o esporte. Recreio da JuventudeRua Atílio Andreazza, 3.525

22 2 a 8 de julho de 2011 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.O Caxiense

Guia de Esportespor Valquíria Vita | [email protected]

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Renato [email protected]

Apresentações que serão realiza-das na escolha da rainha da Festa da Uva são bastante modestas – em que pese a qualidade dos contrata-dos. Até dá para entender a inten-ção: poupar recursos para a progra-mação do evento e, principalmente, concentrar as atenções para a esco-lha da nova soberana. Mas o nível de exigência a que os caxienses fo-ram acostumados pela atual Comis-são Comunitária nos eventos pré-festa permitiria esperar algo maior.

todos os que receberam as “Di-retrizes Estratégicas para o Desen-volvimento”, resultado parcial das discussões do Fórum Caxias 2030, estão sendo convidados a ajudar na elaboração do texto final. Coorde-nadores destacam a importância dessa etapa, em que os objetivos serão revisados e definidos.

Ao descontar do salário dias não trabalhados de médicos que ade-riram à greve dos profissionais da rede pública municipal, o governo municipal demonstra que não está assim tão indiferente ao movimen-to, como muitas vezes parece.

Criticada na Câmara por repre-sentantes da oposição, a decisão foi tomada por integrantes de comissão formada pela Procuradoria-Geral do Município, Secretaria da Saúde e Secretaria de Recursos Humanos e Logística, por sua vez ampara-da em parecer da Procuradoria.

Nove agentes de viagens portu-gueses estiveram em Bento Gon-çalves e em Gramado, no início da última semana, a convite de uma agência de turismo gaúcha que se dedica no momento a organizar pacotes para turistas vindos de Por-tugal, uma iniciativa prática e viável para atrair mais visitantes A agência quer aproveitar as facilidades cria-das a partir do novo voo direto en-tre Porto Alegre e Lisboa pela tAP.

Caxias? Por enquanto, está fora do futuro roteiro.

O presidente da CiC, Milton Corlatti, vai deixar o PMDB, par-tido ao qual muitos peemedebistas sequer sabiam que ele estava filiado. Assediado por diversas siglas que integram a coligação Caxias para todos, Corlatti optou pelo DEM.

Na quinta-feira, o presidente municipal do Democratas, Odir Ferronato, foi à Câmara para que a vereadora Geni Peteffi assinasse a desfiliação de Corlatti. A presidente peemedebista negou-se a fazê-lo por um bom motivo: “Só faço esse tipo de coisa na sede do partido. A Câmara não é a sede do partido.”

O senador Paulo Paim (Pt) estará na cidade no próximo dia 27 para um encontro com dirigentes sindi-cais. Ao contrário do que se poderia supor, o político caxiense falará na CiC para representantes de sindi-catos patronais, embora o evento esteja aberto a todos os interessados.

Dioceses de Passo Fundo, Pelo-tas e Santa Maria foram alçadas à condição de arquidioceses, o que lhes dará maior autonomia nas decisões hierárquicas da igreja católica no Rio Grande do Sul.

Segundo fontes da igreja, Ca-xias só não foi contemplada com a mesma decisão do Papa Bento XVi pela sua proximida-de com a capital do Estado.

Apenas Diocese

festa de escolha

Ao futuro

Amparo legal

Para um deputado de primeiro mandato, o ex-vice-prefeito Alceu Barbosa Velho (PDt) obteve no-tórias conquistas nos seus cinco primeiros meses de Assembleia Legislativa. Vai comprovar isso na prestação de contas que realizará nesta segunda-feira (4), no plená-rio da Câmara de Vereadores.

Alceu quer aproveitar a oportu-nidade também para ouvir elei-tores a respeito do seu mandato parlamentar. Além, é claro, de tirar uma temperatura a respeito de suas pretensões de se lançar can-didato a prefeito no ano que vem.

Uma força-tarefa resultou no afastamento de 13 funcionários do pedágio comunitário de Portão. Além disso, o Ministério Público Estadual denunciou 26 pessoas por crime de peculato e formação de quadrilha e bloqueou os bens da empresa Gussin, responsável pela cobrança naquela praça.

O MP poderia investigar ago-ra outra possibilidade de fraude: o desvio das verbas arrecadadas no pedágio (que deveriam ser aplicados em obras na RS-122) para o caixa único do Estado.

Prestação de contas

fraude por fraude

Turismo portuguêsnovos rumos

novos tempos

O diretor-presidente do Samae, Marcus Vinicius Caberlon (foto à esquerda), não revidou as acusações feitas na Câmara pelo vereador Ro-drigo Beltrão (à direita). Diante da resposta dada pela prefeitura a um pedido de informações aprovado no Legislativo, o líder da bancada petista afirmou esta semana que a diferença de valores com que se de-fronta hoje o orçamento do Sistema Marrecas é “falta de planejamento e incompetência do gestor público”.

Com o respaldo dos demais opo-sicionistas, Beltrão quer uma ex-plicação para a diferença sobre a previsão inicial de custos da obra – orçada em R$ 130 milhões, está hoje em R$ 190 milhões.

Ao ser procurado para dar a sua versão a respeito, Caberlon disse que não pretende entrar numa bri-ga que considera ser originária de “questões políticas”.

A posição de caberlon pode se revelar um equívoco. Reconheci-do como bom gestor (e o troféu ita-lo Victor Bersani que a CiC entrega ao Samae nesta segunda-feira não é

por acaso), ele não teria dificulda-de para justificar a necessidade de modificação do orçamento inicial-mente previsto para a construção do Sistema Marrecas. Em seis anos, os projetos foram alterados e, nesse período, entre tantos outros efeitos da inflação, só o cimento triplicou de valor. Esses dados são de quem acompanha a obra bem de perto. A mesma fonte acredita que o Siste-ma Marrecas terá um custo final de quase R$ 220 milhões – 70% além da previsão inicial.

As discussões sobre o tema na Câmara surgiram após o rece-bimento da resposta da prefeitura ao pedido de informações sobre o Sistema Marrecas, encaminhado pelos vereadores Guiovane Maria (Pt) e Renato Oliveira (PC do B). Na resposta, o Executivo confirmou aumento, até agora, de R$ 60 mi-lhões no orçamento inicial da obra. Oficialmente, o aumento do custo se baseia nessas alterações na con-cepção do trabalho e na correção monetária desde setembro de 2005, quando foi iniciado.

BRiGA PoLíTicAno MARRecAS

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“São ideias fincadas na realidade, mas que flertam com os rumos para esse Brasil

potência que todos almejamos”

Ex-governador Germano Rigotto (PMDB), sobreo livro Para além do berço esplêndido, que lançará terça-feira (5), na Casa da Cultura.

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