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Caxias vai ganhar mais um CVT PÁGINA 2 www.jornalpopulardobrasil.com.br | 19ª EDIÇÃO | ANO 3 | ABRIL/MAIO DE 2011 R$ 0,50 PÁGINA 3 Deputado da Baixada ameaçado de morte PMs do batalhão de Belford Roxo estariam sendo contratados para executar o parlamentar, simulando um assalto Viaduto da Posse: travessia do perigo ALBERTO ELLOBO n A obra para duplicação e outras melhorias no elevado sobre a Dutra foi inaugurada em 2010, mas uma passarela está inacabada e oferece risco. PÁGINA 5 NOVA IGUAÇU PÁGINA 8 PÁGINA 11 Vereadores de Queimados abandonam a cidade “Renda Melhor” cadastra moradores em Japeri Câmara faz audiência pública sobre a Presidente Kennedy PÁGINA 3 DUQUE DE CAXIAS Movimento de mulheres cobra obras para votar em 2012 PÁGINA 9 MESQUITA Heitor Silvestre recebe convite do PMDB PÁGINA 10 PORTO REAL Bruno Correia quer ser prefeito pelo PDT POSSE NA ALERJ n Em entrevista ao Jornal Popular , o parlamentar, que assumiu o mandato recente- mente, disse estar à disposição do partido para dis- putar a prefeitura de Meriti. PÁGINA 4 MARCELO HOLLANDA PÁGINAS 6 e 7 Baixada continua como lixeira do Rio

Edição Nº 19

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Popular do Brasil - ANO 03 - Edição nº 19 (ABR/MAI de 2011)

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Page 1: Edição Nº 19

ABRIL/MAIO DE 2011 | 1

Caxias vai

ganhar mais

um CVTPÁGINA 2

www.jornalpopulardobrasil.com.br | 19ª EDIÇÃO | ANO 3 | ABRIL/MAIO DE 2011 R$ 0,50

PÁGINA 3

Deputado da Baixada ameaçado de mortePMs do batalhão de Belford Roxo estariam sendo contratados para executar o parlamentar, simulando um assalto

Viaduto da Posse: travessia do perigoALBERTO ELLOBO

n A obra para duplicação e outras melhorias no elevado sobre a Dutra foi inaugurada em 2010, mas uma passarela está inacabada e oferece risco. PÁGINA 5

NOVA IGUAÇU

PÁGINA 8 PÁGINA 11

Vereadores de Queimados abandonam a cidade

“Renda Melhor” cadastra moradores em Japeri

Câmara faz audiência pública sobre a Presidente Kennedy

PÁGINA 3

DUQUE DE CAXIAS

Movimento de mulheres cobra obras para votar em 2012

PÁGINA 9

MESQUITA

Heitor Silvestre recebe convite do PMDB

PÁGINA 10

PORTO REAL

Bruno Correia quer ser prefeito pelo PDT

POSSE NA ALERJ

n Em entrevista ao Jornal Popular, o parlamentar, que assumiu o mandato recente-mente, disse estar à disposição do partido para dis-putar a prefeitura de Meriti.

PÁGINA 4

MARCELO HOLLANDA

PÁGINAS 6 e 7

Baixada continua como lixeira do Rio

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2 | ABRIL/MAIO DE 2011

n O Jornal Popular do Brasil, ou simplesmente Jornal Popular, completou dois anos de fundação em abril, mas o presente quem ga-nhou foi você, leitor. Além do tradicional estilo impres-so, agora, ele também existe na versão on line. Através do endereço jornalpopular-dobrasil.com.br ou jornal-popularonline.com.br, fica muito fácil acessar o conteú-do informativo do veículo.

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Pela internet, nossos lei-tores, que continuarão re-cebendo em cada mês uma nova edição impressa, têm a oportunidade de intensificar o relacionamento conosco. Basta digitar um dos endere-ços e dar um click para saber as notícias e outras novidades que o Popular está trazendo e

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Do Brasil

EditorialPopular online: um presente de aniversário para o leitor

CVT Santa Cruz da Serra vai preparar para a indústria

n Foi lançada, no dia 6 de maio, a pedra fundamental das obras do futuro CVT Santa Cruz da Serra, em Du-que de Caxias, com vocação para serviços industriais. A inauguração está prevista para o início do segundo semestre desse ano. Os cur-sos que serão oferecidos na nova escola são: eletricista industrial de baixa tensão, instalação e manutenção de sistemas hidráulicos, instala-

ção e manutenção de siste-mas pneumáticos, operador de torno CNC, NR-10 e in-formática inicial.

A previsão é de que, quando estiver em plena ati-vidade, o CVT Santa Cruz da Serra irá oferecer 1.290 vagas/ano, contando com todos os cursos. A unidade está localizada na Estrada do Boitatá, nº 01, no bair-ro Chácaras Arcampo, em Santa Cruz da Serra.

RAFAEL BARRETO

Chamaram o doutor erradoNuma longínqua Baixada,

havia uma floresta com muitas árvores, mas,

como uma espécie em especial se destacava, resolveram apelidar o lugar de Floresta do Ipê Roxo. Com a mania de encurtarem tudo, ela acabou conhecida como Roxo. Em Roxo, moravam muitos pássaros e, com frequência, alguns adoeciam e não tinham quem cuidasse deles. Até que um pássaro Rolinha, que tinha o dom de curar, apareceu por lá e começou a fazer o bem, cuidando dos passarinhos e conseguindo curá-los. Bastava um pássaro ficar doente que se ouvia por toda a floresta: “Chama o doutor!” Não tardou para que todos em Roxo começassem a chamá-lo de Doutor Rolinha.

Doutor Rolinha ajudou muita gente. Percebendo a urgência da situação, o João de Barro permitiu que o Doutor Rolinha atendesse os pássaros nas casinhas que ele tinha construído. E o doutor não parava de atender. Quanto mais pássaros doentes, mais o doutor trabalhava. Não demorou muito para que, numa eleição, os pássaros de Roxo escolhessem o Doutor Rolinha como o seu líder. Afinal, se ele tivesse o poder nas mãos, poderia ajudar o João de Barro a construir mais casinhas para atender mais pessoas doentes.

No dia em que o doutor virou o líder maior de Roxo, foi uma festa. Os pássaros doentes, agora, tinham a esperança de dias ainda melhores. Porém, para a surpresa e a tristeza de todos, desde o primeiro dia de sua

liderança em Roxo, o doutor não cuida mais dos passarinhos. E pior: em vez de ajudar o João de Barro a construir mais casinhas para atender os moradores de Roxo, ele mandou lacrar algumas e derrubar outras. Afinal, não tinha mais tempo, nem vontade de ajudar ninguém. A única coisa que ele queria era ser líder de Roxo.

Em Roxo, muitos pássaros estão morrendo abandonados, enquanto o Doutor Rolinha vive cercado de luxo e viagens para conhecer as florestas mais distantes. O doutor não gosta de Roxo, nem dos passarinhos que vivem lá. Infelizmente, isso não é só uma historinha.

Colaborou: Franscisco Mallini, por e-mail.

REPRODuçãO

O secretário estadual de Ciência e Tecnologia,Alexandre Cardoso, na inauguração

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ABRIL/MAIO DE 2011 | 3

‘Máfi a do lixo’ planeja matar deputado

Por ser contra a instalação de lixão em Belford Roxo, Waguinho, do PRTB, está jurado de morte

n A assessoria do deputado Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho, foi surpreendida por uma notícia bombástica no dia 5 de maio: “Estão armando para matar o deputado Waguinho, de Belford Roxo”. A princípio, pen-saram se tratar de um trote. Só que o comunicado veio da Secretaria Estadual de Segurança Pública. Ainda segundo o interlocutor, de acordo com o Disque Denúncia, a pessoa que mandou o recado teria feito esse alerta, alegando que o parlamentar estaria contrariando interesses sobre uma área onde está sendo instalado um lixão no município. Outra coisa: que poli-ciais militares do 39º BPM (Bel-ford Roxo) estariam sendo contra-tados para executar o parlamentar. O anônimo ainda aconselhou que seria bom que o deputado se res-guardasse para não ser apanhado de surpresa. Seria simulado um assalto para justificar o crime.

A informação da ameaça foi prestada ao Jornal Popular pela própria assessoria do deputado. Segundo ela, tratava-se de algo sério, já que a informação partira de dentro da Secretaria de Segu-rança. Assessores não informa-ram quais as medidas tomadas, mas era certo que o deputado

reforçaria sua segurança. Dias antes da ameaça, Waguinho de-nunciou à nossa reportagem:

“Um município que não tem 85% de saneamento básico de sua área não tem condições de abrigar um lixão”, disse o depu-tado a respeito de Belford Roxo, onde foi vereador e presidente da Câmara, até se eleger e assu-mir o cargo na Alerj.

O aterro sanitário está sendo instalado no antigo Babi, hoje conhecido como Recantus. Qual será a contrapartida para a cidade, a considerar que não houve licita-ção, nem publicaram edital e mui-to menos há licença do IBAMA? Portanto, diante de tantas irregula-

ridades, Waguinho promete visi-tar a área e investigar a empresa que está se instalando ali. “Afinal, por que não conservamos a área verde e investimos na agricultu-ra e na agropecuária local para gerar renda, emprego e fazer gi-rar a economia municipal?”.

O deputado ainda não sabe pre-cisar a quantidade de lixo a ser va-zada no aterro sanitário. Mas, para ele, a degradação do meio ambiente será irreversível. Diante desse qua-dro, o parlamentar promete botar a boca no trombone, cobrar o prefei-to Alcides Rolim, os ex-colegas da Câmara e denunciar na tribuna da Alerj tudo que está acontecendo no município de Belford Roxo.

ANNE MOREIRA

ANNE MOREIRA

POR ARY DE BARROS

n A Comissão de Fiscalização, Financeira e Controle da Câ-mara Federal pediu Audiência Pública e convocou o prefeito de Duque de Caxias, José Ca-milo Zito, o secretário munici-pal de Saúde, Danilo Gomes, e a representante da empresa Nutrihosp – MLPA Comércio, Distribuição e Representação Hospitalar, Maria Aparecida Locha, para prestarem escla-recimentos sobre denúncias

de corrupção na licitação para compra de dietas enterais, fei-ta pela Prefeitura de Duque de Caxias. A denúncia, que foi protocolada no Ministério Pú-blico, aponta indício de favo-recimento da empresa no arre-mate da maior parte dos lotes licitados, com preços acima do mercado. Um determinado produto que é vendido por R$ 390,00 custa R$ 89,00 em ou-tro fornecedor.

Zito terá que explicar em Brasília escândalo na Saúde de Caxias

DIvu

LgAçãO

Vereadores realizam audiência pública para discutir atraso nas obras da Presidente Kennedyn O Poder Legislativo, através do presidente da Câmara de Duque de Ca-xias, Dalmar Lírio Mazi-nho de Almeida, o Mazi-nho, realizou, no dia 10 de maio, uma audiência pública para cobrar das autoridades uma solu-ção quanto ao abandono e à lentidão das obras de duplicação de uma das principais vias da Baixa-da Fluminense, a Aveni-da Presidente Kennedy (RJ-101), que corta mais de dez bairros de Du-que de Caxias e o Lote XV, em Belford Roxo. O alargamento começou a ser executado em 2005, mas, até agora, não foi concluído e o atraso vem causando transtornos a motoristas e pedestres.

O deputado estadual Dica foi uma das autori-dades que estiveram no evento. Ele se compro-meteu em convocar uma audiência para tratar do assunto, principalmente para solicitar a prestação de contas dos mais de

R$ 100 milhões gastos na obra. O objetivo da duplicação dos 15 qui-lômetros da Presidente Kennedy, entre o Centro de Caxias e a Rodovia Washington Luís, é aca-bar com os engarrafa-mentos, os buracos e os acidentes causados tam-bém pela má sinalização da rodovia.

Segundo moradores, o alargamento da via ex-pressa tem provocado acidentes, inclusive com mortes:

“Nunca nos sentimos tão entregues ao abando-no. A duplicação acabou com as calçadas e com os canteiros, o que nos obriga a arriscar a vida entre os carros. Nunca vimos tantos atropela-mentos como agora.”, reclamou Maria Eliete, de 58 anos.

A duplicação é de res-ponsabilidade do Gover-no do Estado e a obra vem sendo conduzida pela empresa Oriente Construtora.

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4 | ABRIL/MAIO DE 2011

n No gabinete do deputado estadual Bruno Correia, do PDT faltou espaço para re-cepcionar o número de ami-gos que foram cumprimentá-lo como parlamentar. Entre as inúmeras personalidades políticas que lá estiveram no dia 6 de maio, registramos a presença do ministro do Tra-balho e Renda, Carlos Lupi, de alguns colegas de banca-da, do vice-prefeito de Niló-polis Ratinho, e do presidente da Câmara de Duque de Ca-xias, Dalmar Lírio Mazinho, entre outros, sem esquecer o nome do ex-deputado Carlos Correia (pai), como grande anfitrião da festa e principal iniciador do filho Bruno na vida pública.

Afável e receptivo com seus convidados, o deputa-do, entre uma conversa e ou-tra, já dava mostras de que a sua presença na Casa tem um sentido retórico, mas sem coloração partidária: estaria assumindo a Comissão de Saúde, ressaltando o nome do secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, como uma figura bem preparada para resolver o problema, já que os municípios não dão os primeiros atendimentos.

Bastante articulado, Bru-no Correia falou ao Jornal Popular que, como deputa-do, poderá realizar um tra-balho mais amplo junto ao povo fluminense, especial-mente o da Baixada, onde tem suas origens. Disse mais: “Me coloco à disposi-ção do partido e, se indica-

do, serei candidato a prefei-to de São João de Meriti”. Outra coisa: “Faremos uma dobradinha puro sangue. Eu e meu pai na mesma cha-pa”. A declaração de Bruno soou como um desabafo por ele afirmar que o município vive 63 anos de ausência de políticas públicas. Nunca havia tido, ao longo desse tempo, uma Secretaria de Trabalho e Renda. Ele foi o primeiro a assumir o cargo.

Bruno deu umas alfineta-das no prefeito de São João de Meriti, Sandro Matos, dizendo que o caos é tão grande na cidade, a ponto de ele tornar-se o “Prefeito Buracão”, eleito pelo Jor-nal Extra. Falou também

da ruptura política ocorrida no município entre ele, o pai, que é vice-prefeito, e o chefe do Executivo. Como secretário de Trabalho, não podia admitir perseguições a camelôs e outras injun-ções impostas contra a clas-se trabalhadora. Lamenta que tenha detectado que Meriti representava uma das menores rendas “per capita” da Baixada, sintetizando:

“Vou criar um projeto político para o municí-pio com convergência de interesses. Foi assim que aprendi com o partido do Brizola, meu pai, Car-los Correia, e do Ministro Carlos Lupi”, concluiu o deputado.

n Se algum pedestre com-prar um refrigerante, pipo-ca ou mesmo um cafezinho nos arredores da Praça dos Três Poderes, em Vilar dos Teles, São João de Meriti, certamente vai encontrar dificuldade para jogar a la-tinha, o saquinho ou o co-pinho fora. Simplesmente porque, por mais incrível que pareça, não existe se-quer uma lixeira em toda a praça, que é uma das prin-cipais da cidade.

O problema foi consta-tado pela reportagem do Jornal Popular, que ainda ouviu reclamações, mas pa-rece ser nada demais para a prefeitura, que fica bem em frente, e que não chama ne-nhuma atenção da Câmara de Vereadores, também si-tuada a poucos metros - ao lado do Fórum - e cujo ho-rário de expediente vai das 12h às 18h. Tudo indica que não há qualquer inten-ção da administração muni-cipal em instalar as tão ne-cessárias lixeiras na praça e que, com apenas seis horas de trabalho – exceto nos dias em que a sessão plená-ria torna-se demorada -, os vereadores não devem ter tempo para observar essa precariedade do local, nem

para cobrar providências ao Poder Executivo.

Como resultado, o lixo de qualquer espécie acaba sen-do jogado no chão da Praça dos Três Poderes, onde também podem ser nota-das pichações. Moradora do Centro de São João de Meriti, a operadora de cai-xa Ana Lúcia de Oliveira, de 33 anos, protestou:

“Isso é um absurdo. Uma das principais providências que deveriam ser tomadas aqui é a colocação de lixei-ras. Uma praça precisa ter pelo menos um local para seus frequentadores depo-sitarem o lixo.”, disse ela, que seguia em direção ao trabalho.

Na mesma ocasião em que foi constatada a total falta de depósitos apropria-dos para o lixo, acontecia no local mais uma edição do Meriti Legal, ação so-cial da prefeitura que presta aos moradores atendimento em diversas áreas, como a da Saúde, da Promoção Social, do Trabalho e Renda e da Fazenda. Questionado sobre a carência de lixeiras na praça, o coordenador geral do Meriti Legal, José Aílton Ribeiro, respondeu:

“Vamos improvisar sacos de lixo e caixas de papelão nas barracas.”

Três Poderes que esquecem a sujeira

Praça com nome em homenagem às sedesà sua volta não tem onde jogar o lixo

ALBERTO ELLOBOMARCELO HOLLANDA

Bruno Correia assume cadeira na ALERJ

O parlamentar já chegou dizendo-se pré-candidato a prefeito de São João de Meriti. Ele se colocou à disposição do PDT

NO CORAÇÃO DE MERITI

POR ARY DE BARROS

POR GLAUCO RANGEL

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ABRIL/MAIO DE 2011 | 5

FOTOS: ALBERTO ELLOBO

n Segundo moradores, já houve acidentes com pe-destres:

“Há poucos dias, um senhor de aproximadamente 55 anos caiu da escada de madeira. Ele quebrou um braço e precisou ser socorrido por bombeiros.”, contou Vera Macedo, que re-side nas proximidades.

Diante desse cenário que, em vez da comodidade e do conforto prometidos, apre-senta uma situação de gran-de risco, não faltam a preo-cupação e a indignação dos pedestres:

“Está muito perigoso. Qualquer pessoa pode cair da beirada ou da escada e passo

aqui com medo. Ninguém ficou satisfeito e a prefeitura tem que terminar essa passa-rela com urgência.”, pediu a copeira Ana Lúcia Ferreira Amaro (foto), de 45 anos, moradora da Posse.

“Essa calçada deveria ser mais larga. Fica difícil para eu passar de bicicleta.”, re-

clamou o entregador Gérson José da Silva, de 69.

“Inauguraram mais uma obra inacabada em Nova Iguaçu e, agora, ela está as-sim, jogada. Fizeram festa para o povo ver.”, comple-tou o auxiliar administrativo Hugo Soares, de 25, que tra-balha na região.

Investimentos que previam várias melhorias não atravessaram a pistaUm lado esquecido no Viaduto da Posse

Homem cai de escada de madeira e quebra o braço

n Inaugurada em 2010, a obra de duplicação do Viaduto da Posse, em Nova Iguaçu, apre-senta uma situação no mí-nimo estranha. Enquanto de um lado – no sentido Centro -, a passarela e as escadas de acesso à Rodovia Presidente Dutra foram concluídas, do outro – que vai em direção ao Hospital Geral da Posse -, a área destinada aos pedestres permanece inacabada.

No projeto da obra, iniciada pela construtora Sanerio e depois assumida pela Hécio Gomes Engenharia (HG), estava previs-ta, além da duplicação e do alar-gamento da Avenida Henrique Duque Estrada Mayer (Estrada da Posse) no trecho do viaduto,

a construção de passarelas co-bertas, escadas, ciclovias e de baias de ônibus e a instalação de nova iluminação. Porém, não foi bem assim que o lo-cal foi entregue à população pelo então prefeito Lindberg Farias – hoje senador pelo Estado do Rio.

À margem do sentido Hospital Geral da Posse, ve-mos apenas um pedaço de calçada, que ficou estreita e, apesar da cobertura, alaga com frequência, falta de grade de proteção na maior parte da lateral, escadas de madeira e muito mato. Aliás, ainda estão sendo usados por lá tapume, tela para isolamento de área em construção e uma placa in-formando sobre obras que, na verdade, não acontecem mais.

n As obras de duplicação do Viaduto da Posse foram anunciadas em 2007, ain-da no primeiro mandato de Lindberg Farias, e rea-lizadas pela Prefeitura de Nova Iguaçu, com apoio

do Governo do Estado e do Governo Federal. Elas foram orçadas em mais de R$ 10 milhões e ainda con-taram com o financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Orçamento de mais de R$ 10 milhões

POR GLAUCO RANGEL

Pedestres ainda têm que caminhar na calçada de terra estreita e alagada

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6 | ABRIL/MAIO DE 2011

n A questão sócio-econômi-ca da Baixada Fluminense, apesar de consolidada, parece ainda influir pouco em cer-tas questões, como o aterro sanitário que está sendo ins-taladono município de Sero-pédica para receber boa parte do lixo produzido pelo Rio de Janeiro. Do ponto de vis-ta político, o espelho parece ser igual para a mesma cara. Portanto, geograficamente, a Baixada sai perdendo mais uma vez, apesar dos gritos interceptivos da população, cujos movimentos não avan-çaram a ponto de paralisar a Central de Tratamento de Re-síduos, com operação previs-ta já para o início do segundo semestre.

Talvez, isso não viesse a acontecer se fossem feitos mais investimentos na região em condições de competir com a capital, sobretudo mu-danças necessárias no sistema de transporte, prioritariamente na saúde e educação do povo. Agindo assim, estaria-se cons-truindo uma Baixada com mais oportunidades, economica-mente mais forte, socialmente mais justa e ambientalmente sustentável. Porém, o quadro é bem diferente do que a popula-ção almeja.

A implantação do aterro sa-nitário de Seropédica começou em meio a um grande barulho. Afinal, o lixão ficará situado sobre o maior aquífero do esta-do. Isso, geologicamente falan-do, seria o bastante para sus-

pender a construção da CTR. Grita geral, movimentos popu-lares, alguns pronunciamentos e outras medidas tomadas pelo povo não foram suficientes para sensibilizar as autoridades sobre o projeto. Entre alguns pontos, o mais grave seria o pagamento de propina, segun-do denúncias, ao ex-prefeito Darcy dos Anjos, cassado pela Justiça Eleitoral. Ele teria em-bolsado cerca de R$ 3 milhões para autorizar a instalação do lixão de Piranema. A transação

envolve a empresa S/A Paulis-ta, que, posteriormente, repas-sou o controle para a Ciclus, até então desconhecida na área de tratamento de lixo. Ela nada tem a ver com a “maracutaia”, mas hoje detém o monopólio de exploração, conforme con-vênio firmado com a Prefeitura do Rio.

O município de Seropé-dica – um dos mais impor-tantes da região da Baixada, geograficamente, e cortado pela Via Dutra e pela antiga

Rio-São Paulo, primeira es-trada a formar o eixo entre as duas capitais – tem sido alvo de uma turbulência política com entra-e-sai de prefeitos. Os dois últimos foram cas-sados pela Justiça Eleitoral e o atual, Alcir Fernando Mar-tinazzo, responde a alguns processos de investigação por captação ilícita de sufrá-gio e outros de teor eleitoral, correndo o risco de também ser cassado. Esse ato político teria dado margens para que

o antecessor, sabendo o risco que corria, engendrasse toda a negociação para não sair da prefeitura com uma mão na frente e outra atrás. Na cida-de, o assunto da grana já vi-rou chacota, mas Darcy nem liga para o que dizem dele. A suspeição desse suborno seria decorrente da facilidade como assinou a autorização do lixão. Tanto é que chegou a haver mudança na Lei Or-gânica do Município para que o projeto fosse levado avante.

Baixada vira lixeira do RioQuase entrando em operação, a CTR abre as portas de Seropédica para receber toda imundície produzida pelos cariocas. Deputados se manifestam e a polêmica continua

Seropédica

POR ARY DE BARROSREPRODUÇÃO/BLOG SEROPÉDICA LIMPA (http://seropedicalimpa.blogspot.com)

A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, em parceria com o Movimento Estudantil, com o Sindicatodos Trabalhadores em Educação e o Colégio Técnico da Universidade Rural, realizou recentemente,

nas escadarias da Alerj, mais uma manifestação contra a instalação do aterro

Page 7: Edição Nº 19

ABRIL/MAIO DE 2011 | 7

Seropédica

n O Poder Legislativo da cidade, que deveria interce-der em favor da população e contra o lixão, parece não ter se sensibilizado com a questão. Haja vista que o atual presidente da Casa, vereador Dedé Bananeiro, não gosta nem de tocar no assunto. Quando pergunta-do, ele escorrega e diz que não há nada a fazer porque,

quando chegou à presidên-cia, já estava tudo acertado. Só que o mandato dele vem de um período anterior, pro-vavelmente quando o con-trato da S/A Paulista ainda estaria sendo discutido. Ele e outros vereadores também se omitiram e não questio-naram a instalação do lixão. Uma das únicas vozes a se levantar no plenário foi a do

vereador Valter Valeriote, o Valtinho do Frigodutra, que chegou a apelar para a Justiça Federal, evocando a própria Universidade Rural como apoio junto à Procu-radoria da República. Ele se disse à disposição da reito-ria para qualquer tomada de posição. Valtinho acha que o lixão vai provocar grandes danos à questão ambiental.

Câmara se mantém em silêncio Um tema que tem de ser muito discutido

n Singular nas palavras, a deputada estadual Ro-sângela Gomes (PRB), acha que o assunto merece uma discussão mais am-pla, e como justificativa, disse: “Nós, da Baixada, não somos prioridade em nada.” A frase sintetiza sua preocupação em relação ao lixão que está sendo instalado no município de Seropédica. Clara e objeti-va, a parlamentar confessa colocar o assunto em pau-ta para discutir na tribuna. Recém-chegada à Casa

Legislativa, ela e outros deputados que formam a bancada da Baixada certa-mente estarão atentos aos problemas da região. Hoje, segundo ela, já existe um tom de discussão em prol da Baixada Fluminense. Dizendo-se radicalmente contra o lixão de Seropé-dica, garante que estará vigilante para que outros lixões não surjam em tor-no da região. Prometeu es-tudar o caso com carinho e, oportunamente, vai se manifestar a respeito.

n Fazendo parte do bloco dos moderados, a deputada Claise Maria Zito (PSDB), esconde uma ponderação atrás do seu lado femini-no, mas também uma for-te personalidade. Sobre o assunto, disse ao Jornal Popular que já tinha co-nhecimento, citando como exemplo o Lixão de Gra-macho: “Estou pronta para

mergulhar na questão e, se os meus colegas deputados quiserem, vamos fazer um movimento em favor da população.” – disse a par-lamentar. Acrescentou que a bancada da Baixada vai tomar uma posição, em-bora tardiamente, já que a estação de tratamento está em fase de operação. “Isso não quer dizer que

fiquemos de braços cru-zados” – afirmou Claise – acentuando que está pronta para colaborar naquilo que for possível. “Lamento que o município de Seropédica tenha sido escolhido para abrigar o lixão, a exemplo de Duque de Caxias, que há muitos anos teve de convi-ver com os detritos oriun-dos de outras regiões.”

Claise Maria Zito dá a sua opinião

ALERJ/A

ND

RÉ COELH

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ANNE MOREIRA

DIvuLgAçãO

Vereadores na sessão plenária que aprovou a instalação do lixão

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8 | ABRIL/MAIO DE 2011

n O vereador Jeferson Dias, (PDT) desde que chegou à Câ-mara Municipal de Queimados, parece legislar em causa própria. É o que dizem os moradores da Rua Pedro Jorge, antiga Tinguá, onde tem a confluência da Ave-nida Professor Avelino Xanxão, no bairro da Porteira. Segundo denúncias, o cruzamento, deno-minado como o “da morte”, tem sido alvo de inúmeros acidentes, em razão de um ponto de ônibus instalado nas imediações, cuja empresa Linave (foto abaixo) pertenceria à família do parla-mentar. Eleito para denunciar as mazelas da cidade, Jeferson acaba contribuindo para o caos. Outra coisa: isso acontece a pou-cos metros de onde está situada

a Câmara de Vereadores. No local, o sinal luminoso não fun-ciona há meses, não tem faixa de pedestres e outros indicativos que possam preservar a vida dos transeuntes. A região tem um bom comércio – padaria, far-mácia e outras lojas – e nem por isso merece a devida atenção.

O comerciante Sérgio Rober-to, há 11 anos no local, tentou minimizar, dizendo que os aci-dentes são sem gravidade. Mas eles acontecem com frequência. Afinal, segundo ele, a falta de visão com o tal ponto de ônibus provoca esse complicador. Re-velou também que, durante uma solenidade, era tanto carro na rua que o tráfego acabou congestio-nado. Portanto, um mau exem-

plo. Não bastasse uma carreta que terminou atropelando um ciclista e deixando-o preso sob rodas. Na opinião do comer-ciante, o desastre foi provoca-do pela forma aleatória como os veículos estavam estacionados em frente à Câmara.

Para Saulo Medeiros, comer-ciante no ramo de mecânica, os vereadores fazem o que querem. Não são todos, é claro. Mas a maioria ainda usa a truculência “sabe com quem está falando?” Saulo acha que tem de haver mais respeito e que os vereado-res deveriam olhar mais para os problemas da saúde, educação, transporte, além de outras prio-ridades de que carece o municí-pio. Lamenta que eles querem se perpetuar no poder e ganhar bons salários sem fazer nada pela cidade. Conta que, um dia, um dos vereadores ficou exibindo uma arma em via pú-blica. Quando notou que esta-va todo mundo olhando, o edil colocou o revólver no bolso do paletó e saiu de fininho do local. Perguntado o nome do vereador, ele disse que não fa-laria, por medo de represálias.

Vereadores de Queimados deixam a população à derivaEles pintam e bordam, desrespeitam a legislatura municipal e usam o mandato em benefício próprio

FOTOS: ANNE MOREIRA

ANNE MOREIRA

Cidade das Criançasestá caindo aos pedaços

n Pouca gente ainda lembra aquele dezembro de 2008, quando o então prefeito Ro-gério do Salão inaugurou o Centro de Recreação cog-nominado de Cidade das Crianças. O parquinho, com quiosques, gangorras, quadra poliesportiva e outros brin-quedos, hoje está comple-tamente destruído. Embora localizado a 50 metros da pre-feitura, o atual prefeito Max Lemos não quer nem ouvir falar da “cidade”. O local virou ponto de traficantes e viciados. Nenhum brinque-do funciona mais. Resulta-do: está tudo depredado.

Moradores dizem que o lugar, por ser ermo, virou

hotel de casais. Inclusive, quem se atrever passar por ali altas horas da noite cor-re o risco de ser assaltado. Diante da entrada, a em-presa de ônibus Fazeni fez do local uma garagem im-provisada. Um senhor que toma dos coletivos evitou falar com nossa reportagem alegando que havia um trato com a prefeitura.

A delegada Juliana Amo-rim, titular 55ª DP (Queima-dos), prometeu combater o tráfico de drogas na ex-Ci-dade das Crianças. Em en-trevista à nossa reportagem, ela disse tem algumas de-núncias a respeito do assun-to, mas que está organizan-do sua equipe de policiais para dar o bote na hora certa.

“Operários malabaristas” prestam serviço à prefeituran Se não bastasse o des-caso com a cidade, o Exe-cutivo de Queimados vive uma série de agravantes. Dia desses, a nossa repor-tagem flagrou o trabalho de alguns servidores do município, fazendo o ver-dadeiro malabarismo para instalar alguns aparelhos de ar-condicionado. Pen-durados de qualquer ma-neira, eles não tinham o

EPI – Equipamento de Proteção Individual – conforme determinação da Convenção Coletiva do Trabalho. Portanto, ar-riscando suas vidas, esses operários passaram pen-durados algumas horas, até concluírem o serviço. A reportagem procurou a prefeitura, porém não obteve a resposta. E tudo ficou por isso mesmo.

TOTAL DESRESPEITO

POR AROLDO BRITO

Na porta do Poder Legislativo luzes ficam acesas em pleno dia

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n Cansadas de ouvir promessas não cumpridas e de ver o aban-dono de onde moram, mulheres do bairro Maria Cristina, em Mesquita, decidiram mandar um recado que, ao mesmo tem-po, dá nome a um movimen-to de protesto em relação às eleições municipais de 2012: “Srs. candidatos, sem obras, sem votos!”. A frase está em faixas espalhadas pela região, onde os problemas de infraes-trutura são diversos.

No Maria Cristina, próximo a Rocha Sobrinho, estará funcio-nando em breve o Hospital da Mãe de Mesquita (Hospital da Mulher II), que está sendo cons-truído pelo Governo do Estado. Mas a realidade de boa parte do bairro mostra que, há muito tem-po, os moradores correm risco de ter a saúde afetada. Em ruas como Riachuelo, Magalhães Pinto e São Salvador, não há pavimentação, nem saneamento básico, incluindo a falta de rede para escoamento do esgoto, que acaba voltando, e a escassez de água potável é constante. Por outro lado, quando chove essas vias ficam tomadas pelo agua-

ceiro, que invade as casas, e por muita lama. Outros pro-blemas são mato e falta de energia elétrica.

Diante dessa situação, a po-pulação local bem que tentou conseguir a solução junto à Prefeitura de Mesquita, chegan-do até a enviar abaixo-assinados

em que pediam obras e outras ações básicas, mas todas as ten-tativas foram em vão. Assim, um grupo liderado por mulheres resolveu se mobilizar contra a inoperância da administração municipal no Maria Cristina. Como explica Selma Regina Reis, de 47 anos, uma das líde-

res do movimento:“Já são quase oito anos de go-

verno Artur Messias e, até agora, nada foi feito aqui. Precisamos principalmente de saneamento básico, de água e que os ala-gamentos em dias de chuva acabem. Muitas pessoas já per-deram tudo em casa, não temos

galeria de esgoto e entra água até na subprefeitura, que fica aqui perto. Por isso, há algum tempo começamos a nos mobilizar e, uma vez por semana, fazemos reunião com a população, onde discutimos os problemas do bairro. Os políticos só apare-cem aqui em época de eleição e nós, moradores, já estamos descrentes. Nossa resposta está aí, nas ruas: se não fizerem as obras necessárias, ninguém mais vai levar nosso voto.”, garantiu Selma.

M o r a d o r a d a R u a Magalhães Pinto, a pensio-nista Maria Cristina Gomes, de 55, definiu o que passa no local com sua família:

“Temos uma vida miserável porque o descaso com a minha rua e com outras ruas do Maria Cristina é total. Acho que é me-lhor morar debaixo da ponte.”, disse ela, que ainda mostrou que já aderiu ao movimento:

“Sem obras, sem voto. Não adianta, na eleição, aparecer com bonequinha e carrinho para os meus netos, como o prefeito Artur Messias faz no Natal.”, finalizou, antes de voltar para casa driblando as enormes poças d’água da rua esburacada.

Boa parte da sujeira que ocupa entrada de Mesquita chega no veículo de tração animalCarroças de lixo dão boas vindas

n Nada mudou no terre-no aberto que fica em uma das entradas de Mesquita, após o acesso pela Rodovia Presidente Dutra, em Rocha Sobrinho. Há quase um ano, nossa reportagem constatou que o local es-tava sendo usado como lixeira. Decidimos voltar e verificamos que a desor-dem continua imperando ali. Muito lixo se espalha pelo terreno, onde também são comuns lama e poças

d’água, principalmente em dias de chuva.

Entre os que utilizam a área, que fica ao lado da movimen-tada Avenida Dr. Carvalhaes, estão carroceiros que prestam serviço para moradores e lo-jistas da região. Durante nossa presença no local, flagramos um homem despejando várias peças de computador que che-garam em uma carroça. Após despejar o material tranqui-lamente, ele, que não quis se identificar, respondeu:

“Recolhi essas peças em uma oficina que faz manutenção de computa-dores. Todos os carrocei-ros jogam lixo aqui.”

“Em três dias da semana, o caminhão de lixo passa, mas às vezes não faz o recolhi-mento e a sujeira fica acumu-lada nesse terreno. Moradores e a prefeitura têm culpa por isso.”, reclamou a dona de casa Maria da Glória, que re-side na Rua Maria Helena, nas proximidades.

FOTOS: ALBERTO ELLOBO

Mulheres de Mesquita exigem: obras primeiro, voto depoisDescaso com bairro levou moradoras a lançarem campanha nas ruas

POR GLAUCO RANGEL

Moradoras diante de rua sem pavimentação e sob a faixa de protesto

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n O presidente da Câmara de Porto Real, vereador Heitor Silvestre, do DEM, se acha em condições, hoje, de dispu-tar o Executivo do município, porque reuniria um referencial com a cidade. Aos 33 anos, primeira vereança, Heitor tem hoje uma visão política mais ampla, considerando que a região, pela sua geografia, e como um dos mais promisso-res municípios da região Sul Fluminense, merece ser for-talecido, economicamente, e, não pode viver mais de eventu-alidades em respeito à dignida-de do povo. Portanto, em sua opinião é chegada a hora de uma renovação evitando que essa ciranda apresente os mes-mos candidatos do passado.

Bem articulado, com uma crítica lúcida e cuidadosa, Heitor evita avaliação de seus futuros adversários, justifican-do que a democracia é para todos. Diz, também, que es-taria indo para o PMDB, gra-ças à influência do deputado federal Washington Reis, cuja convivência política é bastante harmoniosa. Os laços políti-cos de ambos poderão resultar nessa decisão, principalmente

porque, o parlamentar goza de muita influência na região. Diz também que já houve um convite, mas essa questão só deverá ser consolidada no fu-turo. Na opinião dele, “a ci-dade precisa de projetos mais arrojados, de maneira a atrair grandes indústrias e outros complexos que promovam o desenvolvimento da região”, conclui.

Ainda de acordo com Heitor Silvestre, a decisão de candida-tar-se a prefeito em 2012, não é só espontânea, mas vem de um grupo de amigos-eleitores, cujo assunto foi tratado duran-te uma reunião política, sendo

ele aclamado. Portanto, diante dessa unanimidade acha que não tem como ser diferente, já que teria hoje o apoio de par-te da população da cidade, de acordo com um levantamento superficial. Ele acha que, essa amostragem é fruto de uma indignação popular, sobretudo para dar fim àqueles estereóti-pos políticos que se instalaram na cidade. Outra coisa: diz que a questão sócio-econômica pode ficar estagnada em fun-ção do carreirismo entranhado em alguns cidadãos que, por simples vaidade, querem se tornar homens públicos, sim-plesmente.

n A Prefeitura de Resende vai iniciar a construção de 30 casas populares na Morada da Barra, bair-ro localizado na região da Fazenda da Barra. As uni-dades serão destinadas às famílias selecionadas atra-vés do cadastro da Diretoria de Habitação do Município, dentro dos critérios esta-belecidos pelo Governo Federal. Cada uma das mo-radias previstas para essa comunidade terá 32 metros quadrados de extensão e será composta por um quar-to, uma sala, uma cozinha e

um banheiro. O valor total do investi-

mento é de aproximadamen-te R$ 742 mil, sendo R$ 493 mil provenientes do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), através do FNHIS (Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social), e R$ 249 mil como contrapartida da prefeitu-ra. O prazo previsto para o término da construção do empreendimento é de seis meses. A entrega dos imóveis vai aconte-cer logo após a conclusão das obras.

Construção de casas populares na Morada da Barra começa nesse mês

n Também está prevista a construção de 72 apar-tamentos na Baixada da Olaria, através de uma parceria entre a admi-nistração municipal e a Companhia Estadual de Habitação do Estado do Rio de Janeiro (Cehab-RJ). Os critérios para a escolha das famílias vão ser os mesmos que foram aplicados na seleção des-tinada às residências da Morada da Barra. A sele-ção das famílias ocorrerá a partir da assinatura do

contrato para a realização das obras.

O outro projeto prevê 240 apartamentos, que também serão construí-dos na Morada da Barra. Nesse caso, as obras se-rão realizadas por meio do Programa “Minha Casa, Minha Vida”, com o ob-jetivo de atender famílias com renda de até três salá-rios mínimos. O respectivo projeto técnico passa por adequações no Governo Federal. As obras começa-rão no segundo semestre.

Baixada da Olaria também será beneficiada com projeto de habitação

RESENDEVereador pode virar o jogo político em Porto Real

Deputado Washington Reis, governador Sérgio Cabrale vereador Heitor Silvestre costuram aliança do PMDB

POR ANNE MOREIRASC

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PMR/MÁRCIO FABBIAN

Área onde vão ser construídas mais de 30 casas populares

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Japeri prepara campanhade doação de medula ósseaEvento vai acontecer no dia 19 de maio. Expectativa é

conseguir cerca de 300 amostras de possíveis doadoresn A Prefeitura de Japeri está preparando uma gran-de campanha de doação de medula óssea. No dia 3 de maio, o Hemorio, em par-ceria com a Secretaria Mu-nicipal de Saúde (SEMUS), promoveu palestra de escla-recimento sobre a doação. O encontro, que aconteceu no auditório da Unidade Mis-ta de Engenheiro Pedreira (UMEP), teve a presença de representantes das associa-ções de moradores, agentes de saúde e outros profissio-nais da prefeitura. Assisten-te social do Hemorio e co-ordenadora de campanhas externas de doadores de me-dula, Regina Célia Lacerda explicou:

“O objetivo deste encon-tro foi criar multiplicadores, que irão informar a popula-ção sobre a importância da doação. A prefeitura está sendo uma grande parceira nesta campanha, principal-mente com o apoio do pre-feito Timor e do secretário Fábio Stasiaki. Devido a

essa ajuda, nossa expectati-va é conseguir cerca de 300 amostras de possíveis doa-dores.”

A campanha de doação vai acontecer no dia 19 de maio, das 10h às 15h30, na quadra do CIEP 207/Gilson Amado, que fica na Avenida Francisco Antônio Russo, 38, no distrito de Enge-nheiro Pedreira. Qualquer pessoa entre 18 e 55 anos, com boa saúde, poderá par-ticipar. É necessário levar um documento original com

foto e será fornecido atesta-do médico àqueles que pre-cisarem faltar ao trabalho.

Nesse dia, as pessoas vão doar cinco mililitros (ml) de sangue. Essa amostra se-guirá para o Hemorio e fará parte do Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME). Quando aparecer uma pes-soa compatível precisando da doação, o Hemorio entra-rá em contato com o possí-vel doador para colher mais uma amostra de sangue.

PMJ/

DIv

uLg

AçãO

n Os moradores de Japeri que ainda não recebem Bolsa Família e não estão registrados no CadÚnico (Cadastro Único Para Programas Sociais), estão sendo convocados pela pre-feitura, para que se cadas-trem no programa Renda Melhor.

O cadastro será de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, nos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) ou na sede da secretaria Municipal de Ação Social e Trabalho (Semast). Mais in-formações através dos telefo-nes 2664-1635, 3691-0068 e 3691-2340.

Japeri será o primei-ro município da Baixada Fluminense a ser beneficia-do com o programa Renda Melhor. O lançamento será no domingo, dia 22 de maio, a partir das 9h, na Praça Olavo Bilac, centro do distrito de Engenheiro Pedreira.

Convocação para cadastro no programa “Renda Melhor”

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12 | ABRIL/MAIO DE 2011

n O pré-candidato a prefeito de Duque de Caxias pelo PDT, ve-reador Mazinho, deixou de apre-sentar seu programa na Rádio Popular AM-1480, no dia 27 de abril, para conceder entrevis-ta em outra emissora também AM. Junto com o presidente do PDT de Caxias, Laury Villar, Mazinho foi a Rádio Tropical AM-830, em Nova Iguaçu, par-ticipar do programa “Perfil da Baixada”, comandado pelo co-municador Gabriel Barbosa e que tem a participação do gran-de nome do rádio na Baixada Fluminense, Hugo Alves.

Presidente da Câmara de Caxias pelo PSDB, Dalmar Lírio, o Mazinho, será candidato a pre-feito do município em 2012, mas pelo partido do ex-governador Leonel Brizola. Durante a entre-vista, ele criticou duramente os últimos governantes e classificou como um desastre o atual manda-to do prefeito Zito:

“Sou candidato de um projeto. Uma alternativa para os eleitores

que, há 20 anos, não veem nada acontecer. Quero perguntar à po-pulação: nos últimos 20 anos, a Saúde de Duque de Caxias me-lhorou? Quantas novas escolas foram construídas? Qual foi o projeto de transporte coletivo que criaram? Que trabalho fi-zeram pela água? Oitenta por cento da população não possui água encanada. Água é saúde. O governo Zito é um completo de-sastre. Falta gestão, planejamen-to, gerenciamento e execução”, declarou Mazinho.

“O nome do Mazinho vem crescendo muito na nossa cida-de. Não só por ser o presidente da Câmara, mas pelo trabalho que exerce como vereador e por tudo que ele vem realizando. Lançaremos um candidato que representa a mudança”, desta-cou Laury.

O apresentador Gabriel Barbosa ainda perguntou sobre a presidência da Câmara e a ci-dade de Caxias. E Mazinho res-pondeu:

“Lidar com um vereador já não é fácil, imagina com vin-te e um. A Câmara é o reflexo da população. Faz 200 anos que Dom João VI aportou aqui no estado e o Rio de Janeiro era uma pocilga. A Baixada Fluminense sempre foi tratada como o quintal dessa pocilga. Eu moro em Duque de Caxias há 51 anos, mesmo tempo que tenho de idade. Estou presidente da Câmara. Fui eleito e reeleito para a presidência por unanimi-dade, e costumo dizer que vivo os problemas da minha cidade. Meu carro cai nos buracos do município, minha família é aten-dida pela área de saúde e minha filha está exposta à violência da cidade. Aliás, quero deixar cla-ro aqui que as pessoas precisam abrir os olhos para essa herança maldita que as Olimpíadas e a Copa deixarão para a Baixada Fluminense. O aumento da cri-minalidade está explodindo em Duque de Caxias por conta das UPP´s”, comentou.

Rádio Tropical entrevista Mazinho

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O presidente da Câmara de Caxias (à direita) fala sobre seus projetos para 2012