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Edição 432 - Ano 10 - 10 de agosto de 2017 ICMBio Floresta Nacional de Jamari amplia produção sustentável Trilha para caminhada é novo atrativo na Resex Chico Mendes Justiça Federal toma decisão contra poluição na Esec Carijós Cururupu ganha plano de manejo e Casa do Pescador PÁGINA 3 PÁGINA 8 PÁGINA 12 PÁGINA 4

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Edição 432 - Ano 10 - 10 de agosto de 2017ICMBio

Floresta Nacional de Jamari amplia produção sustentável

Trilha para caminhada é novo atrativo na Resex Chico Mendes

Justiça Federal toma decisão contra poluição na Esec Carijós

Cururupu ganha plano de manejo e Casa do Pescador

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ICMBio em Foco - nº 432www.icmbio.gov.br02 03

ICMBio é finalista do Prêmio Inovação no Setor Público

O Sistema de Análise e Monitoramento de Gestão (SAMGe), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), acaba de ser selecionado como um dos dez finalistas do 21º Concurso de Inovação do Setor Público, promovido pela Escola Nacional de Administra-ção Pública (Enap), em parceria com o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.

Promovido anualmente, desde 1996, o con-curso, segundo a Enap, busca valorizar servido-res públicos comprometidos com o alcance de melhores resultados, que dedicam-se a repensar atividades cotidianas por meio de pequenas ou grandes inovações capazes de gerar melhoria na gestão das organizações e políticas públicas que contribuam para o aumento da qualidade dos serviços prestados à população.

O SAMGe está entre as dez melhores prá-ticas na categoria “Inovação em processos organizacionais do Poder Executivo Federal” em uma seleção que contou com a participa-ção de 160 concorrentes de todos os estados do Brasil. Essa é a terceira vez que o ICMBio chega à final do Prêmio Inovação. A primeira foi em 2009 com o Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade (Sisbio) e a segunda em 2013 com Almoxarifado Virtual.

Etapa classificatória

Antes do evento de entrega do prêmio, marcado para o dia 31 de outubro, em Brasí-lia, haverá uma etapa classificatória, para de-finir as cinco melhores práticas, que recebe-rão troféu destinado à instituição, certificados para os integrantes das equipes e direito de uso do Selo Inovação em materiais de divul-gação impressa ou eletrônica.

Além disso, os vencedores passam a compor o Banco de Soluções e Repositório Institucional da Enap e as equipes ficam habilitadas a participar de eventos organizados ou viabilizados pela Enap e eventuais parceiros, com o objetivo de valorizar, aprimorar e disseminar a inovação no setor público.

A produção sustentável de madeira gera emprego e renda para a comunidade

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“A seleção do SAMGe entre os finalistas é motivo de orgulho para todos nós do ICMBio, por se tratar de uma ferramenta desenvolvida inteiramente por servidores da casa. Ademais o concurso é de âmbito nacional e, ao todo, fo-ram nada menos do que 160 concorrentes de todas as partes do País”, disse Felipe Rezende, servidor do Instituto e mentor da ferramenta.

Gestão das UCs

O SAMGe é um sistema institucional, de ci-clo anual, que avalia e monitora a gestão de unidades de conservação (UCs). Atualmente, o ICMBio administra 324 UCs federais em todo o País. O sistema foi concebido e realizado in-tegralmente por servidores do Instituto, mais especificamente da Divisão de Monitoramen-to e Avaliação de Gestão (DMAG), em Brasília, com recursos próprios e apoio do WWF-Brasil.

A ferramenta avalia a gestão das UCs por meio da análise de elementos territoriais – o que se quer manter, as relações da sociedade com esses elementos e as ações dos órgãos gestores. Tudo isso é feito por meio de um pai-nel de gestão que permite o preenchimento e a visualização de dados, gerando resultados que podem auxiliar outros processos, como plano de manejo e compensação ambiental.

O SAMGe contribui ainda para subsidiar a to-mada de decisão em âmbito local, sistematizar e monitorar informação territorial em uma base comum e gerar relatórios gerais ou específicos. Além disso, o sistema também é utilizado, ain-da de forma incipiente, como ferramenta para priorizar ações e processos em UCs federais e estaduais apoiadas por projetos especiais.

Atualmente, o SAMGe se encontra no meio do ciclo 2017, com a finalização dos elementos ne-cessários para a próxima aplicação, que terá início ainda neste terceiro trimestre. Este ano a forma de aplicação ainda será via arquivos de planilha, sen-do necessária somente a atualização dos dados já preenchidos nos anos anteriores (monitoramento).

Flona de Jamari amplia produção sustentável

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Serviço Florestal Brasi-leiro (SFB) promoveram na quarta-feira (9) audiên-cia pública para lançamento do edital de conces-são da unidade de manejo florestal II, da Floresta Nacional (Flona) do Jamari, em Rondônia.

O evento ocorreu na sede da Prefeitura de Itapuã do Oeste, um dos municípios abrangidos pela Flona. Além dos gestores do ICMBio e SFB, participaram da reunião os vários setores interes-sados no assunto, como empresários, associa-ções de moradores, ambientalistas e represen-tantes de órgãos municipais, estaduais e federais.

A Floresta Nacional do Jamari possui ao todo 222 mil hectares, dos quais 63 mil já estão des-tinados para o manejo florestal desde o ano de 2008, por meio de contratos assinados com as empresas Amata S/A e Madeflona Industrial Madeireira Ltda. A nova licitação, que deverá ocorrer em setembro, tem por objeto uma uni-dade de manejo florestal de 33 mil hectares.

Emprego e renda

“As concessões são um instrumento de de-senvolvimento sustentável porque, além de permitir o uso controlado dos produtos da Flona, geram emprego e renda para a comuni-dade local. Hoje, as duas concessões em fun-cionamento são responsáveis por, pelo me-nos, 200 empregos diretos para moradores de

Itapuã do Oeste, Cujubim e Ariquemes”, disse o chefe da Flona, Áquilas Mascarenhas.

Conforme o edital proposto, o valor mínimo a ser ofertado pelo metro cúbico de madeira extraída é de R$ 40. Outro critério avaliado é a proposta técnica, que inclui aspectos como menor impacto ambiental, grau de processa-mento local e investimentos em infraestrutura e serviços para a comunidade.

A área a ser licitada poderá produzir até 17 mil metros cúbicos de madeira em tora por ano e deverá gerar cerca de 60 empregos diretos e 120 indiretos. A expectativa de faturamento da nova atividade é de R$ 5,5 milhões/ano, o que equivale a mais de 4% do produto interno bruto de Itapuã do Oeste. A arrecadação para os cofres públicos deverá passar de R$ 500 mil por ano quando a atividade estiver em plena operação.

Benefícios

As concessões florestais foram instituídas pela Lei de Gestão de Florestas Públicas (Lei n°11.284/2006) e têm como objetivo garantir a conservação das florestas públicas e fazer com que elas gerem benefícios para a popula-ção e contribuam para o desenvolvimento da economia regional sustentável.

Além de movimentar a economia e gerar emprego e renda, os recursos obtidos pelas

concessões florestais são dis-tribuídos para os estados e municípios que abrigam as áreas concedidas.

Atualmente, mais de um milhão de hectares de seis flo-restas federais dos estados de Rondônia e do Pará estão sob concessão. A expectativa do governo federal é que até o ano de 2022 as concessões públicas produzam madeira para aten-der a 30% do mercado interno.

Servidores podem incluir e visualizar os dados no painel de gestão

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Resex de Cururupu recebe plano de manejo e Casa do Pescador

Mais de 200 pessoas participaram na sexta--feira (4) do evento de inauguração de melho-rias na Reserva Extrativista (Resex) Marinha de Cururupu e do lançamento do plano de ma-nejo da unidade de conservação (UC), gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no município de Cururupu , no litoral do Maranhão.

A solenidade contou com a presença do ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, e do diretor de Criação e Manejo de Unidades de Conservação do ICMBio, Paulo Carneiro, além de autoridades locais e representantes das várias comunidades que integram a uni-dade de conservação.

“A Resex já dispõe de acordo de gestão e de conselho deliberativo. Com o plano de manejo, ela atinge um alto nível de implementação, tornando--se mais preparada para oferecer vida digna para os seus moradores e beneficiários, por meio do uso sus-tentável de seus recursos naturais”, disse Carneiro.

Além da entrega do plano de manejo, o mi-nistro Sarney Filho inaugurou a Casa do Pes-cador, um espaço que servirá de apoio às ati-vidades sociais e comunitárias dos moradores da reserva, e uma sala de projeção de filmes na escola local, resultados do projeto Pesca para Sempre, desenvolvido ao longo de dois anos e meio em parceria com a RARE.

A Resex também realiza, também, o proje-to Pesca Sustentável na Costa Amazônica, em parceria com a Unesco, que visa mapear as ca-deias produtivas do camarão e do caranguejo, articulando e capacitando pescadores artesa-nais para que negociem o pescado em melho-res condições a partir do apoio do desenvolvi-mento de cadeias produtivas sustentáveis.

Além disso, a Universidade Federal do Ma-ranhão (UFMA) e a Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) realizam pesquisas na re-serva para embasar estudos científicos de graduação e pós-graduação. A Resex foi, in-clusive, pauta de publicações em congressos e simpósios científicos.

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Defeso

Durante o evento, o ministro se compro-meteu a atender alguns pleitos apresentados pela comunidade. Um deles foi estudar a ado-ção do defeso para a pescada amarela, espécie de peixe bastante comercializada na região. O defeso, que prevê a suspensão da pesca por um determinado período, teria o objetivo de garantir a manutenção dos estoques naturais.

Representantes dos moradores da Resex se disseram preocupados com a sobrepesca (pesca excessiva). Segundo eles, o melhor pe-ríodo para o defeso seria na época da desova, de acordo com estudos feitos pela Universida-de Estadual do Maranhão em parceria com a organização não governamental Rare.

Os extrativistas reivindicaram ainda a insta-lação de energia elétrica na reserva, preferen-cialmente de fontes renováveis como eólica ou solar. A iniciativa, segundo eles, reforçaria as atividades produtivas na UC, centradas no processamento do pescado, e, também, daria melhor qualidade de vida às famílias. A maio-ria hoje obtém energia a partir de geradores portáteis movidos a óleo diesel.

O ministro ouviu, atentamente, os discur-sos dos moradores e orientou os gestores da reserva e do ICMBio, presentes na solenidade, a iniciarem os estudos para encontrar uma so-lução para o problema. Ele sugeriu que seja elaborado um plano mais amplo que contem-ple não só a luz elétrica, mas também água potável e coleta de resíduos sólidos.

A Reserva

A Resex de Cururupu tem 186 mil hectares de zona costeira e marinha na região conheci-da como Reentrâncias Maranhenses. É a maior reserva extrativista marinha federal. Está inse-rida na maior área contínua de manguezais do mundo, que compreende 8.900 km2, de São Caetano de Odivelas, no Pará, até o Gol-fão Maranhense (MA). Abriga cerca de 4 mil pessoas distribuídas em várias comunidades. A grande maioria dos moradores sobrevive da pesca. Além da área continental, o território engloba arquipélago com quinze ilhas.

A Resex está inserida nos limites da APA das Reentrâncias Maranhenses, reconhecida com um dos 15 sítios Ramsar (zona úmida de alta importância biológica) do País, e compõe a Rede Hemisférica de Aves Limícolas. Tais con-dições dão relevância global à reserva, espe-cialmente em função da representatividade de ecossistemas úmidos e como local de pouso e alimentação de aves migratórias neárticas.

“O reconhecimento da UC como sítio Ramsar traz benefícios políticos e econômicos, pois se reconhece a importância ecológica destas áreas, bem como avanços na conservação, direcionando investimentos diversos para projetos de desenvol-vimento local associado ao uso sustentável dos recursos naturais”, afirma a Coordenadora de Pes-quisa e Monitoramento da Resex, Laura Reis.

A unidade de conservação foi criada em 2004 para proteger o modo de vida dos nativos e o uso sustentável desse ambiente cheio de vida natural. Os moradores da Resex Cururupu são donos de uma das maiores variedades de artes de pesca do país. Na vazante das marés usam redes fincadas no fundo das enseadas e canais.

Segundo o Chefe da UC, Eduardo Borba, “a criação da Resex se deu em um contexto de re-conhecimento dos territórios de comunidades tradicionais enquanto parceiros da conserva-ção ambiental. Desta forma, especialmente na Amazônia, diversas populações passaram a reivindicar o direito aos seus territórios an-cestrais, sendo a criação de áreas protegidas uma das principais estratégias adotadas”.

Em decorrência da demanda social, o pro-cesso de criação da Resex envolveu as esferas políticas municipal, estadual e federal, entre 1999 e 2000. O processo teve apoio do Mi-nistério do Meio Ambiente e da Prefeitura de Cururupu. O Ibama e a IUCN contribuíram para os laudos biológicos e antropológicos que embasaram a criação da UC.

Com a criação da reserva, a tradição na arte de pescar e a exuberância natural do arquipéla-go começaram a ser defendidas pelos próprios nativos. Eles foram reconhecidos pelo governo brasileiro como donos do território, tendo obti-do por parte do ICMBio a Concessão de Direito Real de Uso (CDRU) para usufruto de suas terras.

A formação das comunidades de Cururupu remonta ao final do século XIX, sendo Caçacuei-ra, Guajerutiua e Bate Vento as mais antigas do local, tendo sido fundamentais para a formação das outras comunidades. As famílias pioneiras encontram-se na quinta ou sexta geração, o que comprova que a região é habitada por comuni-dades tradicionais há cerca de 150 anos.

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ICMBio e Ipam assinam acordo de cooperação técnica

Parceria prevê programa de educação na APA de Cairuçu

O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ricardo Soaviski, e o diretor-executivo do Ins-tituto de Pesquisa da Amazônia (Ipam), André Loubet Guimarães, assinaram na tarde desta terça-feira (8) termo de cooperação técnica. A parceria visa ao desenvolvimento de sistemas e plataformas web para aprimorar a gestão e o monitoramento de informações das 324 unidades de conservação federais. Os pesqui-sadores do Ipam irão auxiliar no aperfeiçoa-mento de dois sistemas já existentes no ICM-Bio: o Sistema de Análise e Monitoramento de Gestão (SAMGe) e o SISFamílias.

“Essa parceria com o Ipam é fundamental para aperfeiçoar nossos sistemas de gestão”, disse Soavinski, durante a assinatura do ter-mo, lembrando que o Instituto Chico Men-des está comemorando 10 anos neste mês de agosto. “São muitos os desafios, mas temos muito o que comemorar”. Já o diretor-execu-tivo do Ipam afirmou que “é uma oportunida-de poder colaborar com o ICMBio”. Também participou do evento a pesquisadora do Ipam Sylvia Mitraud, responsável pelo desenvolvi-

Foi assinado na quinta-feira (3) acordo de co-operação técnica entre a Área de Proteção Am-biental (APA) de Cairuçu (RJ), o Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio de Ja-neiro (IFRJ) e a prefeitura de Paraty. O acordo prevê a realização de um programa de educação profissional direcionado à população de baixa renda no munícipio. Os cursos serão de Forma-ção Inicial e Continuada (FIC), com qualificação profissional certificada pelo IFRJ e devem priori-zar temas relacionados à gestão ambiental.

A parceria foi construída a partir de reuniões do conselho gestor da APA de Cairuçu (Conapa) no início de 2016, quando a coordenadora geral de programas e projetos da pró-reitoria de exten-são do IFRJ, Rosangela Bezerra da Silva, expôs a intenção do instituto de ensino em desenvolver um curso de extensão formador de agentes de manejo e gestão de águas no interior da APA.

O acordo prevê ampla cooperação entre as instituições para a realização do programa edu-cacional e estabelece uma série de atribuições que incluem desde a coordenação dos cursos até a disponibilidade de espaço físico e divulgação.

Tendo em vista a preocupação com a dispo-nibilidade de água potável e manutenção da qualidade da água dos mananciais que com-põem o território da APA, o primeiro curso será voltado para a gestão das águas e terá como base de estudos o rio Carapitanga.

“A ideia é permitir um debate mais aprofun-dado com a comunidade sobre a manutenção

mento do Somuc, ferramenta que busca mo-nitorar as vulnerabilidades e potencialidades das unidades de conservação.

Os pesquisadores irão aperfeiçoar o SAMGe, uma ferramenta de análise e monitoramen-to da efetividade de gestão das unidades de conservação do ICMBio, que tem o objetivo de subsidiar o nível tático das decisões de gestão. Outro sistema que será aprimorado é o SISFa-mílias, que gerencia informações socioeconô-micas das famílias de populações tradicionais que se encontram em unidades de conserva-ção de uso sustentável - reservas extrativistas (Resex), floresta nacionais (flonas) e reservas de desenvolvimento sustentável (RDS).

As ferramentas devem estar prontas até o final de 2019. Segundo o chefe da Divisão de Monitoramento e Avaliação de Gestão, Ma-riusz Szmuchrowski, além da parceria propiciar o desenvolvimento de sistemas e plataformas, contribuirá com a participação da sociedade que, de forma transparente, terá acesso às in-formações das unidades de conservação.

da qualidade da água e também monitorar o rio, que é a principal drenagem dentro da APA”, explica a chefe da unidade, Lilian Han-gae. Ao longo do curso, que terá entre 160 e 180 horas, serão coletadas amostras de água para avaliação de diferentes parâmetros.

“Queremos ir além da questão técnica e aproveitar o ambiente educacional para am-pliar o relacionamento entre a comunidade e a APA de Cairuçu, promovendo consciência e participação”, disse a chefe.

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Esse é apenas o primeiro curso, previsto para o primeiro semestre de 2018. O reitor--substituto do IFRJ, Miguel Terra, levantou a possibilidade de ministrar outros cursos em Pa-raty, a partir da experiência inicial do curso FIC em Manejo e Gestão da Água. Segundo ele, há a intenção de implementar no futuro um cam-pus do instituto no município.

O prefeito Carlos José Gama Miranda agra-deceu a colaboração da APA de Cairuçu pela formalização da parceria institucional visando o aprimoramento educacional em Paraty.

A assinatura do acordo contou com a pre-sença da chefe da APA, Lilian Hangae, do rei-tor-substituto Miguel Terra, da pró-reitora ad-junta, Lourdes Masson, da coordenadora geral de programas e projetos da pró-reitoria de ex-tensão, Rosangela Bezerra da Silva, do IFRJ, o prefeito de Paraty, Carlos José Gama Miranda, o vice-prefeito Luciano Vidal, e o secretário de meio ambiente Fabrício Soares.

“Queremos ir alémda questão técnica e

aproveitar o ambienteeducacional para ampliaro relacionamento entre a

comunidade e a APA”Lilian Hangae

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Resex Chico Mendes implementa trilha para caminhada

Extrativistas fazem curso de beneficiamento da castanha

Uma das primeiras unidades de conserva-ção de uso sustentável do Brasil se prepara para dar a largada no projeto “10 picos, 10 travessias”, em comemoração ao aniversá-rio de dez anos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes, no Acre, realizou na quinta-feira (10), oficina com voluntários para implementar o seu mais novo atrativo, uma trilha para caminhadas de longo percurso, com 90 quilômetros no total.

A Coordenação Geral de Uso Público e Negó-cios do ICMBio conduziu a oficina, que ocorreu no parque zoobotânico da Universidade Fede-ral do Acre (Ufac), em Rio Branco. A sinalização do percurso no interior da reserva começou a ser feito nesta sexta-feira (11), um dia após as aulas teóricas sobre usos e funções dos diver-sos símbolos utilizados nas trilhas para cami-nhadas (trekking), e vai e vai até domingo (13).

A chefe da unidade de conservação, Cristi-na Silva, informou que a primeira travessia da trilha está marcada para a semana que vem,

Foi iniciada no dia 31 de julho no municí-pio de Ji-Paraná (RO) o curso “Formação em cadeias de Valor Sustentáveis - Formar Casta-nha”, fruto de mais um esforço do ICMBio em parceria com o Serviço Florestal Americano/USFS, no âmbito da cooperação técnica com a Usaid e com a coordenação do Instituto In-ternacional de Educação do Brasil (IEB), ins-tituição responsável pela implementação do programa de formação.

Durante a capacitação, serão abordados aspectos da organização social e produtiva, produção, beneficiamento e comercialização da produção de castanha do Brasil, além do acesso a mercados institucionais e diferen-ciados. O curso conta com 35 participantes, representantes de comunidades extrativistas e indígenas, associações e cooperativas, além de gestores da Funai e do ICMBio.

O cronograma da capacitação prevê a realiza-ção de 3 módulos presenciais, ao longo de 1 ano, com duração de 12 dias sendo 96 horas-aula e a realização de intercâmbios e visitas técnicas programadas para cada módulo de acordo com as temáticas abordadas. Entre cada módulo pre-sencial, definido como um período de dispersão dos participantes, haverá orientação pedagógica voltada para atividades de pesquisa-ação com o auxílio de um “banco de assessorias”.

entre entre quarta-feira (16) e domingo (20), com a participação de cerca de 30 pessoas. Se-gundo ela, será uma oportunidade de mostrar a variedade e riqueza ecológica da região. “A Trilha Chico Mendes é uma das muitas maravi-lhas existentes na Resex. Precisamos apresentar o que há de melhor nesta unidade de conser-vação, tão especial para o planeta em diversos aspectos”, afirmou Cristina, ao lembrar que a iniciativa tem o apoio do governo estadual.

De acordo com Fernando Maia, analista am-biental da Resex, a travessia foi pensada para fo-mentar o turismo na unidade de conservação e, por outro lado, beneficiar as comunidades que vivem e produzem na reserva. “A ideia é que a partir da trilha sejam desenvolvidas diversas ou-tras atividades, gerando ganhos sociais e econô-micos para os moradores”, disse ele.

Além disso, Fernando conta que a gestão da reserva aproveitará a oficina com os voluntá-rios para consolidar o programa de voluntaria-do de forma institucionalizada e permanente, para atuar na manutenção e abertura de novos atrativos na unidade de conservação.

A Coordenação de Produção e Uso Sustentá-vel (Coprod) do ICMBio, responsável pela execu-ção do Componente de Fortalecimento das Ca-deias de Valor na referida cooperação técnica, participou da abertura do curso. O coordena-dor João da Mata compôs a mesa, juntamente, com William Nunes, coordenador Regional da Funai, Kirsten Sylvius, do USFS, Ailton Dias, co-ordenador do IEB, e Joaquim Belo, presidente do Conselho Nacional dos Extrativistas (CNS).

Essa é a primeira experiência de formação com foco específico voltado para aspectos produtivos e de comercialização, consideran-do as relações existentes entre os diversos ato-res identificados ao longo dos elos da cadeia de valor de produtos da sociobiodiversidade, desde a coleta do produto no interior da flo-resta até o seu consumo final.

Em estreita convergência com os objetivos de conservação dos ambientes naturais e das áreas protegidas, o curso tem como objeti-vo promover o conhecimento e oportunida-des para o aumento da renda proveniente de atividades sustentáveis no interior das áreas protegidas e assegurar outros benefícios so-cioeconômicos, com a melhoria de qualidade de vida das famílias residentes nestas áreas.

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Jaú monitora conflitos entre fauna silvestre e populações tradicionais

APA e Esec no Rio promovem 4ª Semana de Oficinas Ambientais

Durante a última semana de julho, uma equipe envolvendo representantes dos nossos centros de pesquisa especializados em povos e comunidades tradicionais (CNPT) e biodiver-sidade amazônica (Cepam), do Parque Nacio-nal do Jaú e da Universidade Federal do Pará (UFPA), realizou a primeira expedição de um projeto que vai diagnosticar, monitorar e miti-gar conflitos entre fauna silvestre e populações tradicionais no Parque Nacional do Jaú.

Situado no Amazonas, o parque é reco-nhecido como Sítio Natural do Patrimônio da Humanidade, o que reforça a sua importância para a conservação da sociobiodiversidade. No entanto, a criação da unidade trouxe uma situação conflituosa, já que parque nacional, por ser integrante da categoria de Proteção Integral, não contempla a presença de pes-soas residindo dentro de seus limites. A área do parque, entretanto, é habitada há séculos por populações tradicionais, representadas por comunidades ribeirinhas e remanescentes qui-lombolas, que caçam, pescam, plantam e pra-ticam o extrativismo vegetal em seu interior.

Segundo Marcelo Vidal, analista ambiental do CNPT e coordenador da pesquisa, os impac-tos destas atividades devem ser monitorados de forma integrada, considerando principal-mente a presença, a mobilidade e os confli-tos envolvendo espécies da fauna aquática e terrestre. “A identificação e o monitoramento destes conflitos podem subsidiar estratégias de manejo que minimizem os danos materiais e econômicos causados pela fauna silvestre aos comunitários, bem como reduzir os abates e injúrias aos animais envolvidos, contribuindo assim para a conservação das espécies e para a segurança alimentar das populações humanas residentes no Parque”, reforça Vidal.

Nesta primeira expedição, a equipe utilizou o mapeamento participativo para identificar as áreas utilizadas para caça, pesca, cultivo e extrativismo em cinco comunidades, realizou entrevistas com os moradores destas comuni-

Entre os dias 24 e 27 de julho, A APA de Guapi-Mirim e a Esec Guanabara realizaram a 4ª Semana de Oficinas Ambientais. A proposta, que começou a ser posta em prática em 2012 e estava parada, é promover para pessoas da re-gião do recôncavo da Baía de Guanabara, gra-tuitamente, atividades que possam ajudá-las a melhorar a sua qualidade de vida e também contribuir para a conservação ambiental.

A APA de Guapi-Mirim tem como objetivos proteger os remanescentes de manguezais situ-ados no fundo da Baía de Guanabara e assegu-rar a permanência de suas populações tradicio-nais, juntamente com a Esec da Guanabara. O evento foi realizado por três anos na sede das unidades de conservação. Mas, para permitir que mais pessoas participassem, optou-se por realizar as oficinas junto às comunidades locais.

Além do empenho dos servidores, a quarta edição teve o apoio decisivo de sete voluntá-rios. Dois escritórios locais da Emater foram os parceiros na realização das oficinas. Dife-rentemente das versões anteriores, quando a cada dia era tratado um assunto, desta vez optou-se pelo tema “Horta e Compostagem”, por ser bastante demandado e possibilitar discussões sobre produção e consumo.

Periandro de Moura Neto, técnico agrícola da Emater, disse que a horta é primordial para se vol-tar a praticar hábitos saudáveis, que foram sen-do deixados de lado com a urbanização e com o

dades visando identificar as principais espécies, áreas e períodos do ano em que os conflitos com fauna silvestre acontecem, e instalou ar-madilhas fotográficas em duas áreas de cultivo para tentar registrar as espécies da fauna sil-vestre que têm visitado estes locais.

Dentre os animais mais citados pelos mora-dores como espécies que geram conflitos e pre-juízos estão o caititu (Pecari tajacu) e o queixada (Tayassu pecari), que invadem as roças para se alimentar de mandioca, macaxeira e cará, a on-ça-pintada (Panthera onca), que preda peque-nos animais (patos, galinhas, porcos) criados nas comunidades e oferecem riscos à vida dos comunitários, e o jacaré-açu (Melanosuchus ni-ger), a ariranha (Pteronura brasiliensis) e o boto--vermelho (Inia geoffrensis), que ao se alimen-tarem dos peixes capturados nas malhadeiras acabam por rasgar estes petrechos de pesca.

Mariana Leitão, chefe do Parque Nacional do Jaú, esclarece que o projeto veio em um bom momento, já que nos últimos anos os conflitos envolvendo os moradores e a fauna silvestre local têm se tornado mais frequentes. “Praticamen-te em todas as reuniões do conselho gestor do Parque e nas visitas técnicas que fazemos às co-munidades somos informados de interações ne-gativas envolvendo os animais e moradores das comunidades situadas no interior do Parque”.

O projeto fornecerá importantes informações para subsidiar processos institucionais, como atividades de manejo, execução dos Planos de Ação Nacional e mapeamento de conflitos en-volvendo espécies constantes na lista oficial da fauna brasileira ameaçada de extinção, mas ain-da não abrangidas nos Planos de Ação Nacional.

crescimento populacional. “Com o consumo de hortaliças, também se pode reduzir substâncias químicas maléficas à saúde”, reforçou ele.

As oficinas foram realizadas nas comuni-dades de Itambi (Colégio Estadual Hilka de Araújo Peçanha, município de Itaboraí), Nova Orleans (sede da associação de moradores do bairro de mesmo nome, em Magé) e Ronca-dor (Missão Batista, município de Magé), to-talizando 60 participantes.

As estudantes Tainá de Almeida e Allana Cos-ta disseram que o hábito de cultivar vegetais li-vres de agrotóxicos ajuda as pessoas a se distrair, aproveitando o tempo e espaço de suas casas.

Klinton Vieira Serra, chefe da Esec da Gua-nabara, afirmou disse estar satisfeito com os resultados da retomada do projeto: “Além das oficinas promoverem um ambiente dinâmico de interação com as unidades de conservação, a horta beneficia diretamente a saúde do mo-rador”, concluiu ele.

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Justiça Federal cobra medidas da Casan contra poluição da Esec Carijó

O juiz Marcelo Krás Borges, da 6ª Vara Fe-deral, em Florianópolis (SC), determinou que a Companhia Catarinense de Água e Sanea-mento (Casan) implemente, em seis meses, o tratamento terciário da Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) Canasvieiras e, em um ano e meio, ofereça uma alternativa de lançamento do esgoto que não seja nos rios que deságuam na Estação Ecológica (Esec) de Carijós, gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Ele determinou ainda que a Fundação do Meio Ambiente (Fat-ma) de Santa Catarina realize o licenciamento ambiental necessário dentro do mesmo prazo.

A decisão, tomada no âmbito da Ação Civil Pública nº 5022777-48.2015.4.04.7200/SC, é liminar e cabe recurso, mas os técnicos e fis-cais da Esec Carijós consideram uma vitória, diante do trabalho e esforço que eles têm tido, desde 2011, com inúmeras vistorias e análises técnicas e laboratoriais, para fundamentar as notificações e autuações administrativas reali-zadas em desfavor da Casan.

Para eles, a decisão é, também, uma res-posta às comunidades do norte da Ilha, que têm se mobilizado e criticado duramente a poluição dos rios, manguezais e praias locais desde 2008. O movimento “Esgoto no man-gue, não!” reuniu entidades e lideranças de quase todos os bairros da região no início des-te ano para cobrar das autoridades medidas concretas para o problema.

Relatório fotográfico

No despacho, o juiz menciona o relatório fotográfico SEI nº 1095871, que se refere ao registro da mortandade de peixes e iridescên-cia na água do rio Papaquara, constatados durante fiscalização rotineira da Esec Carijós em 15 de março deste ano. A ocorrência le-vou os analistas ambientais da unidade de conservação (UC) a notificarem a Casan para informar sobre eventos não usuais nas opera-ções da ETE Canasvieiras e dos dados de mo-

nitoramento e boletins diários de operação da estação, que pudessem explicar o fenômeno.

Diante das informações apresentadas pela Ca-san e demais dados disponíveis em outros nove processos administrativos do ICMBio, o analista ambiental da Esec Carijós Claudinei Rodrigues consolidou minuciosa análise na forma do docu-mento técnico n° 070/2016-Esec Carijós/ICMBio, de 26/04/2017, também citado no despacho.

Segundo o documento, entre as análises e conclusões, não resta dúvida de que a ETE Canasvieiras lançou efluentes acima do máximo estabelecido em lei, de acordo com dados de monitora-mento, boletins diá-rios de operação e ou-tros dados fornecidos pela própria Casan: de janeiro a março de 2017 foram lançados mais de 33 milhões de litros de esgoto bru-to no rio Papaquara, sendo que apenas no dia 12 de março (três dias antes da consta-tação da mortanda-de de peixes) houve o lançamento de 2,3 milhões litros.

Impactos

A frequência do acionamento do plano emergencial, com lançamento de expressivos volumes de esgoto bruto pela ETE Canasvieiras no rio Papaquara, está trazendo repercus-

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O lançamento de esgoto na região da Esec causou mortandade de peixes

sões ecológicas e legais que demonstram que o estuário do rio não possui capacidade para receber os efluentes da estação, ainda que tratados. Os impactos sobre a Estação Ecoló-gica de Carijós reforçam a tese proposta pela UC de que o Papaquara deve ser considerado rio de “classe especial”.

Em 12 de junho deste ano, o analista am-biental Luis Otávio Frota da Rocha concluiu o laudo de constatação e identificação (Do-cumento técnico n° 100/2017-Esec Carijós/ICMBio), que afirma: “O evento de mortanda-de de peixes nativos da Esec Carijós ocorrido em 15/03/2017 no Rio Papaquara, no interior desta unidade de conservação federal de pro-teção integral, não caracteriza fenômeno na-tural do ecossistema e pode ser seguramente

atribuído à nítida degradação da qualidade da água aportada pelo citado rio, no período de 72 horas prévio, conforme constatado visual e olfativamente in loco, bem como mediante a análise da documentação apresentada (...)”.

Desse modo, não houve alternativa legal que não a autuação da concessionária Casan em decorrência do que constatam os documentos técnicos nº 70 e nº 100/2017 – Esec Carijós/ICMBio. Foram lavrados ao todo quatro autos de infração, totalizando R$ 660 mil em multas e originando novos processos administrativos, que se encontram em fase de julgamento no âmbito da Coordenação Regional 9 (CR 9) do ICMBio, em Florianópolis, onde já foram junta-das as respectivas defesas administrativas.

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Pesquisa analisa dados reprodutivos da tartaruga-de-couro no Espírito Santo

Pesquisa que marcou 21 fêmeas de tartaru-ga-de-couro (Dermochelys coriacea) e acom-panhou os ovos até o nascimento dos filhotes, durante duas temporadas reprodutivas moni-toradas pelo Projeto Tamar no Espírito Santo, de 2015 a 2017, inicia agora a etapa de análise de dados. Termômetros instalados nos ninhos serviram para saber a temperatura durante a incubação, e amostras de tecido e ovo coleta-das terão análises de isótopos estáveis.

As informações, que estão sendo reunidas na tese de doutorado da bióloga Liliana Col-man, com previsão de defesa para o fim de 2018, vão contribuir para elucidar questões sobre ecologia alimentar e migrações das tar-tarugas-de-couro, a espécie de tartaruga ma-rinha mais ameaçada de extinção.

O Projeto Tamar no Espírito Santo protege as praias de desova de tartarugas marinhas, desde 1982. As análises em andamento e re-sultados preliminares da pesquisa indicam que o monitoramento sistemático realizado no es-tado a partir de 1988 tem surtido resultados positivos para a recuperação dessa espécie.

Nos últimos 30 anos, mais de 130 fêmeas foram marcadas e 57.000 filhotes de tarta-ruga-de-couro foram protegidos pelo Tamar. “Mesmo com tanto esforço, devido ao peque-no tamanho populacional e distribuição geo-gráfica restrita das desovas da espécie, junta-mente com a emergência de novas ameaças – desenvolvimento costeiro, interação com pescarias, mudanças climáticas e poluição marinha – a população de tartarugas de cou-ro que desova no Brasil continua em perigo de extinção”, diz a Liliana.

O estudo conta com a parceria do Tamar no Espírito Santo e pesquisadores do Marine Turtle Research Group (MTRG), da University of Exeter no Reino Unido, com financiamento do Progra-ma Ciência sem Fronteiras do Governo Federal.

A próxima etapa da pesquisa, a partir de outubro, em parceria com o Programa GEF-Mar do Ministerio do Meio Ambiente, vai es-tudar o deslocamento das tartarugas de couro através de monitoramento por satélite.

Pesquisadora coleta dados em campo

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Quatro fêmeas serão monitoradas para ob-servação do uso de habitat durante o período re-produtivo, e para conhecer as rotas migratórias desde quando elas deixam as praias de desova, identificando áreas de maior susceptibilidade a ameaças como as interações com pescarias, maior perigo da atualidade à sobrevivência das tartarugas, além do desenvolvimento costeiro.

O projeto

O Projeto Tamar começou em 1980 a pro-teger as tartarugas marinhas no Brasil. Com o patrocínio da Petrobras, por meio do programa Petrobras Socioambiental, o projeto é a soma de esforços entre a Fundação Pró-TAMAR e o Centro Tamar/ICMBio. Trabalha na pesquisa, proteção e manejo das cinco espécies de tar-tarugas marinhas que ocorrem no Brasil, todas ameaçadas de extinção: tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-de-pente (Eretmo-chelys imbricata), tartaruga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) e tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea). Protege cerca de 1.100 quilômetros de praias e está presente em 25 localidades, em áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso das tartarugas marinhas, no litoral e ilhas oceâ-nicas dos estados da Bahia, Sergipe, Pernambu-co, Rio Grande do Norte, Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina.

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Curso forma brigadas voluntárias para atuar em incêndios florestais

APA Chapada do Araripe comemora 20 anos com II Seminário de Pesquisa

A Floresta Nacional do Tapajós e a Reserva Ex-trativista Tapajós-Arapiuns, com apoio do Corpo de Bombeiros do Estado do Pará, promoveram, entre os dias 31 julho e 3 de agosto, o I Curso de Capacitação em Brigadas Voluntárias.

A capacitação teve como objetivo principal estimular a participação dos moradores das duas unidades de conservação no apoio ao combate e, principalmente, à prevenção aos incêndios florestais.

Durante o curso, foram abordados temas como técnicas de manejo e prevenção no uso fogo, primeiros socorros e medidas preventi-vas para o uso do fogo em atividade tradicio-nais dos moradores, os roçados.

Além da parte teórica, houve um dia inteiro com atividades práticas. Foram formadas seis brigadas voluntarias na Resex e duas na Flona, totalizando 47 brigadistas capacitados.

Segundo o morador da Resex e brigadista voluntario, Fábio Rob, o que o motivou a par-ticipar do curso foi o fato de poder ajudar na conservação da natureza, no geral, e de sua casa, em particular, que é cercada por vegeta-ção. Ele disse já ter presenciado incêndio em 2015 causado pelo mau uso do fogo durante a queima dos roçados.

Para Jackeline Nobrega, chefe-substituta da Reserva Extrativista Tapajós Arapiuns, o curso teve por objetivo capacitar os moradores das duas unidades a combater incêndios, tendo como objetivo principal é a prevenção. “Esse cur-so tem como diferencial o planejamento elabo-rado ao final da capacitação, onde cada brigada apresentou uma proposta sobre como pretende atuar junto à sua comunidade”, disse ela.

Os próximos passos serão a realização de ofi-cinas junto às comunidades para disseminar téc-nicas e conhecimento para o bom uso do fogo, além de acompanhamento e vistoria em roçados.

A Área de Proteção Ambiental Chapada do Araripe completou 20 anos de criação na sexta feira (4). Para comemorar a data, a unidade de conservação realizou, em parceria com a Univer-sidade Regional do Cariri (Urca), o II Seminário de Pesquisa – APA Araripe – 20 anos. O evento, realizado entre os dias 2 e 4, marcou ainda os 10 anos de criação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

O objetivo do seminário foi reunir traba-lhos científicos realizados na APA Chapada do Araripe e discutir demandas de pesquisas para gestão da unidade em suas várias linhas de atuação. Foram submetidos mais de 100 trabalhos científicos. Durante o evento foram credenciados 550 participantes.

Além disso, foram oferecidos 12 minicursos sobre temas como plantas medicinais da Cha-pada do Araripe, agrofloresta, observação de aves, Sistema Nacional de Unidades de Con-servação e monitoramento de fauna atropela-da. Este último foi ministrado por Alex Bager, do Centro de Estudos e Ecologia de Estradas da Universidade Federal de Lavras (UFLA/BA), que também participou de uma mesa redon-da sobre os impactos da ocupação humana sobre o ambiente, destacando especificamen-te o impacto das estradas.

O evento contou, também, com cinco mesas redondas e duas palestras com conferencistas de Pernambuco, Piauí, Ceará – os três estados abran-gidos pelos limites a APA –, Minas Gerais e Paraíba.

Na abertura, estiveram presentes diversas autoridades da região, como o prefeito de Crato (CE), Zé Ailton Brasil, e dirigentes da Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Ceará, da Superintendência Estadual de Meio Ambiente do Ceará, do Ibama em Pernambu-co, da Universidade Regional do Cariri e da Universidade Federal do Cariri – UFCA.

Durante todo o evento, foram discutidos assuntos como as ocupação da Chapada do

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Formação de brigadas: uma das medidas preventivas

Araripe e impactos ambientais; panorama da pesquisa para conservação em Unidades de Conservação no Brasil; pesquisa e conser-vação de fauna na chapada do Araripe, com ênfase para espécies ameaçadas de extinção; recuperação de áreas degradadas; etnobiolo-gia e produção e uso sustentável da floresta.

Paralelamente ao seminário, ocorreu a feira do Cariri Criativo, iniciativa que envolveu em-preendedores, grupos e coletivos de cultura e arte, com exposição de produtos regionais, reforçando a proposta de economia solidária.

Foi também realizada uma homenagem aos ex-chefes da unidade e ao professor Pierre Gervaiseau, secretário-geral da Fundação Ara-ripe e um dos articuladores da criação da APA Chapada do Araripe.

O seminário contou com participação deci-siva do Programa de Voluntariado do ICMBio. No total, 39 voluntários foram mobilizados durante a semana de realização do evento.

Parceria entre o ICMBio e a Semace permi-tirá calcular as emissões de gases de efeito es-tufa do evento para futura neutralização. Essa atividade integra os esforços de implantação da Agenda Ambiental na Administração Públi-ca, a A3P, na Chapada do Araripe.

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Identificação do autuado no auto de infração

Devolução de material controlado

O campo 3 do auto de infração é o cam-po destinado à identificação do autua-do que comentou ilícitos ambientais. Este campo deverá ser preenchido com o nome completo do autuado, evitando abrevia-ções e observando a grafia correta. Caso a abreviação seja imprescindível, deverá ser feita grafando a inicial da palavra seguida de ponto. Não deverão ser objeto de abre-viação o primeiro e o último nome. Deve-se evitar a abreviação de sobrenomes, optan-do, quando possível, pela abreviação do se-gundo nome no caso de nomes compostos. Sendo o autuado pessoa jurídica, o campo deverá ser preenchido com a razão social não devendo ser utilizado nome fantasia.

De acordo com o artigo 6°, inciso XII do Regi-mento Interno da Fiscalização, é obrigação dos agentes de fiscalização devolver todo material controlado ao afasta-se da atividade de fiscali-zação, em decorrência de exoneração, cessão, redistribuição, aposentadoria, licença e outros tipos de afastamentos previstos em legislação. Todo material controlado deverá ser devolvi-do com abertura de processo SEI destinado à Coordenação de Fiscalização. Os materiais que

poderão ser encaminhados via Correios (blocos e uniformes), deverão conter a cópia do docu-mento SEI de encaminhamento na embalagem com a devida identificação do portador (nome completo, número carteirinha de fiscal, Uni-dade de lotação). Já a devolução de materiais como armamento e coletes balísticos deverá ser realizada mediante consulta à COFIS para estudo da melhor logística de entrega. Demais esclarecimentos pelo ramal 9433.

Soavinski recebe embaixador da República das Fiji

Diretora da Diplan faz visita técnica à Base do Tamar em Regência

Na última segunda-feira (7), o presidente do ICMBio, Ricardo Soavinski, recebeu a visita do embaixador da República das Fiji, Cama Tuiqi-laqila Tuiloma. Fiji é um país insular da Ocea-nia composto por diversas ilhas no Pacífico. Na conversa, eles trocaram informações sobre os seus países. Cama ressaltou as belezas naturais de Fiji e suas florestas preservadas. Segundo ele, o turismo é uma das principais atividades econômicas do país, além da produção do açúcar e da mineração de ouro. Soavinski falou sobre a atuação do ICMBio e convidou o em-baixador para conhecer uma unidade conser-

A diretora de Planejamento, Administração e Logística do ICMBio, Silvana Canuto, este-ve no Espírito Santo onde se reuniu com os analistas do Centro Tamar e UCs, visitou a APA Costa das Algas acompanhada do chefe Roberto Sforza, a Reserva Biológica de Com-boios com o chefe Antônio Pádua, a sede do Centro Tamar/ICMBio em Vitória e Base Avan-çada em Regência, município de Linhares, acompanhada pelo coordenador João Carlos

vação marinha ou projetos de conservação de espécies como a baleia jubarte. O embaixador revelou que a República das Fiji presidirá a COP 23, que será realizada em Bonn, na Alemanha, de 6 a 17 de novembro deste ano.

Thomé, o Joca. Na ocasião ela conheceu a Foz do Rio Doce, área impactada pela tragédia da Samarco desde 2015, onde está proposta a criação de uma unidade de conservação ma-rinha na foz do Rio Doce. Coincidentemente durante a visita Joca e Silvana encontraram-se na região com a diretoria da área de planeja-mento da Agência Nacional de Águas (ANA), Gisela Damm Forattini. Outro ponto debatido em reunião foi a transformação do Tereg (Ter-minal de Petroleode Regência), desmobiliza-do pela Petrobras há anos, em um centro de educação ambiental. “Queremos aproveitar a área, que já fica próxima à vila de Regência e à foz do Rio Doce, para implantar um es-paço voltado para educação, cultura e lazer da comunidade, sem custos para o ICMBio”, disse Joca. Possivelmente esta área irá abrigar a sede da nova UC, a ser criada na região.

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Nova sede da UAAF 4 é inaugurada em Salvador Centro Tamar se reúne com Prefeitura de Linhares

A nova sede da Unidade Avançada de Admi-nistração e Finanças 4 (UAAF 4) foi inaugurada no dia 3 de deste mês. Ela fica no auditório do Edifício Liz Empresarial, em Salvador. Lém da equipe da unidad, o evento contou com a presença da diretora da Diplan, Silvana Canu-to, da chefe da Divisão Técnico-Ambiental do Ibama-BA, Vania Maria Passos dos Santos, dos empregados da Infraero de Salvador, a serem cedidos para o ICMBio, e do comandante do II Distrito Naval, ulio Amaral, cuja presença rati-ficou a parceria entre a Marinha e as unidades de conservação costeiro-marinhas, especial-mente no sul da Bahia.

O novo modelo de organização das UAAFs do ICMBio objetiva gerir os contratos adminis-trativos de forma especializada. Assim, a UAAF

Na sexta (4), o coordenador do Centro Ta-mar/ICMBio, Joca Thomé, o analista ambiental Leandro Chagas e o técnico ambiental João Ca-margo participaram de uma reunião durante toda a manhã na Prefeitura de Linhares (ES), com o objetivo de apresentar os principais resultados dos estudos feitos pelos pesquisa-dores da Universidade Federal do Espírito San-to (UFES) e da Fundação Universidade do Rio Grande (FURG) sobre os impactos do desastre ambiental ocorrido em Mariana-MG, sobre a foz do rio Doce e ecossistema marinho. O foco foi uniformizar as informações trazidas pelos estudos tanto para o prefeito e secretários, quando para as lideranças comunitárias pre-

sentes. De lá saíram com um importante enca-minhamento de promoverem conjuntamente um seminário científico em Linhares, para uma melhor internalização dessas informações jun-to à comunidade científica do município, que conta com pesquisa e produção de conheci-mento também a respeito, assim como à socie-dade em geral. “Ficou dessa reunião a necessi-dade de participação tanto dos pesquisadores locais, quanto dos agentes públicos no proces-so de debate acerca dos impactos ambientais e sociais, bem como das medidas de reparação”, frisou Joca. A prefeitura criou um comitê para tratar do tema e contará com o ICMBIO como um dos participantes.

Trilha Cristal-Água: 7 km de caminhada em meio às belezas do Cerrado

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Pinus da Flona de Passa Quatro é leiloado

No dia 1º de agosto, a Comissão Permanente de Licitação do ICMBio realizou leilão para a ven-da de madeira em pé com casca das espécies Pi-nus sp, mediante corte raso da Floresta Nacional de Passa Quatro (MG), de acordo com as cláusu-las e condições estabelecidas no Edital de Leilão nº 01/2017 lançado em 29 de junho de 2017.

A área a ser explorada corresponde a aproxima-damente 13 ha, com o valor previsto de arrecada-ção da ordem de R$ 149.649,53. O leilão contou com a presença do analista ambiental e represen-tante da Diman, Jorge Henrique Moritzen, assim como de membros do Conselho Consultivo da UC.

De acordo com o chefe da Flona, Edgard Júnior, o leilão foi importante para a unidade porque a exploração tem respaldo no Plano de Manejo da UC, que recomenda a retirada do Pinus e a incorporação da área explorada à Zona de Recuperação e Conservação atra-vés do enriquecimento com espécies nativas da mata atlântica. Outra ponto importante, destacou Edgar, é que o trabalho de recupera-ção já rendeu uma parceria com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), que fará a recuperação da área sem custos para o ICMBio.

4 passará a atuar sob os seguintes objetos: lo-cação de imóvel, energia elétrica, água e esgo-to e serviços específicos dos centros de pesqui-sa, como tratadores de animais, marinheiros, tartarugueiros, dentre outros.

Essa nova configuração modificou a estru-tura administrativa da UAAF, localizada ante-riormente em Arembepe (BA). Com a previsão de incorporação de funcionários da Infrae-ro, que reforçarão a equipe do Instituto, foi acrescentado ao rol de atividades da UAAF todos os processos relacionados a obras e reformas de todas as unidades descentraliza-das, através da formação de um núcleo de engenharia e arquitetura.Tudo isso, exigiu a restruturação da unidade, culminando em sua mudança para a cidade de Salvador.

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Peixes continentais e UCs é tema da revista BioBrasil

Livro enfoca diversidade da vida marinha

A Conservação de Peixes Continentais e Ma-nejo de Unidade de Conservação é o tema da revista científica BioBrasil de 2017, que acaba de ser lançada em meio eletrônico pelo Insti-tuto Chico Mendes de Conservação da Biodi-versidade (ICMBio). Segundo a publicação, os peixes representam a maior biodiversidade entre os vertebrados do planeta. Das cerca de 60.000 espécies já descritas de vertebrados, 32.000 (53%) são peixes, e esse número só faz crescer ano a ano, sendo que o Brasil é um dos países que lideram novas descobertas. A revis-ta traz seis artigos apresentados na seção so-bre conservação de peixes. Um deles é o estu-do sobre os peixes ameaçados de extinção no Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, refor-çando a importância da unidade como “san-tuário” para a ictiofauna, especialmente para as espécies endêmicas da bacia do rio Iguaçu. Outro artigo enfoca as relações existentes en-tre fatores ambientais e a assembleia de peixes

Investir no encantamento de crianças e jo-vens para que busquem conhecer mais o mar e sua rica biodiversidade. Esse é o mote da Edito-ra Mil Folhas e Três Joaninhas do Instituto Inter-nacional de Educação do Brasil (IEB), ao lançar o livro “Quantas estrelas existem no mar? Uma breve história da biodiversidade marinha”, da engenheira de pesca Ana Paula Prates e da bió-loga Eneida Eskinazi SantAnna. Ana Paula atua, também, como analista ambiental no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversida-de (ICMBio). O livro, lançado oficialmente em abril deste ano, é o terceiro de uma série desti-nada ao público infanto-juvenil. O foco é falar de forma lúdica e alegre sobre o mar, os ocea-nos, e os animais e plantas que nele habitam. Tudo de forma bem ilustrada, mostrando ao leitor diferentes espécies de peixes, crustáceos e moluscos. “Esse livro é fruto de todo o nosso trabalho como pesquisadoras e da nossa dedi-cação e paixão pelo mar e pela biodiversidade marinha. E como esse ambiente está precisan-do muito que olhemos para ele com carinho e atenção, pois dele dependemos para comer, respirar e viver, o livro dá umas boas dicas pra criançada explorar mais o tema”, frisa Ana Pau-la Prates. O livro dá destaque a outros ambien-tes sensíveis e impactados atualmente, que

e de macroinvertebrados bentônicos em um riacho tropical, no Parque Natural Municipal em Sorocaba, São Paulo. Fora de unidades de conservação, há ainda um artigo que trata do estado de conservação da piracanjuba (Brycon orbignyanus), uma espécie de peixe ameaçada de extinção em toda a bacia do rio Paraná, e traz bases genéticas sólidas para programas de manejo. Quando o assunto é peixe, a Ama-zônia não pode ficar fora. Há uma seção para apresentar e discutir modelos para estimar o tamanho de estoques pesqueiros amazônicos, baseados em dados de captura e esforço. Na seção sobre gestão de unidades de conserva-ção, são abordados temas que dialogam com a conservação e o manejo da ictiofauna, ao tra-tar da participação social na gestão das áreas protegidas e na gestão do conhecimento e da relação entre conservação e desenvolvimento socioeconômico, além de focar áreas em que o manejo da pesca é um dos temas centrais.

são os estuários, manguezais e recifes de coral. “São os ecossistemas mais produtivos do am-biente marinho e por outro lado os mais vulne-ráveis. Por isso demos destaque a eles”, reforça ela. Para Eneida Eskinazi SantAnna, a geração atual tem um grande desafio que é o de man-ter esse ecossistema saudável, e o mar nesse sentido tem todo um encantamento. “Dentro desse processo quem sabe não poderemos fis-gar, com o livro, futuros profissionais para atu-ar nessa área e ajudar a proteger o ecossistema marinho?”, questiona Eneida.

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ICMBio em Foco - nº 432www.icmbio.gov.br24 24créditos: Acervo ICMBio

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ICMBio em FocoRevista eletrônica

EdiçãoNana Brasil

Projeto Gráfico Bruno Bimbato

Narayanne Miranda

Diagramação Celise Duarte

Supervisora da DCOMMárcia Muchagata

Colaboraram nesta edição

Laura Reis (Resex de Cururupu); Kleber Gomes de Oliveira (UAAF-4/BA); Rodrigo Cambará Printes (ICMBio/Itaituba/PA); João da Mata Nunes Rocha (Coprod); Jackeline Nóbrega (Resex Tapajós-Arapiuns); Juliana Cristina Fukuda (APA de Guapi-Mirim); Sandra Tavares (Tamar/Vitória); Luisa Lopes (Esec Carijós); Marcelo Derzi Vidal (CNPT); Talitha Pires (APA de Cairuçu); Edgard de Souza Andrade Júnior (Flona de Passa Quatro); Carlos Felipe de Andrade Abirached (APA de Cairuçu); Flávia Domingos (APA Chapada do Araripe); e Carla Viviane (DCOM).

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