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EDITORIAL - Magnum · 2013-10-31 · EDITORIAL O acelerado crescimento da produção do conhecimento nos últimos anos tem levado a uma reflexão sobre alternativas ao ensino baseado

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EDITORIAL

O acelerado crescimento da produção do conhecimento nos últimos anos tem levado a uma reflexão sobre alternativas ao ensino baseado exclusivamente na transmissão de informação.

Atualmente, um dos grandes desafios da educação é instrumentalizar os estudantes, para que os mesmos possam aprender a buscar as informações relevantes e utilizá-las para a resolução de problemas. O importante é dominar os recursos através dos quais pode-se alcançar as respostas adequadas. Mesmo porque, muito do que o estudante precisará saber em sua vida adulta e profissional ainda está por ser descoberto.

Para que o estudante tenha essa condição, é preciso buscar metodologias de ensino que compreendam a resolução de problemas e que estimulem o aluno à busca constante de respostas às questões que o cercam.

Nesse sentido, os projetos de aprendizagem baseados na Iniciação Científica têm como objetivos o domínio e a aplicação de métodos científicos para a resolução de situações problemas. A partir dessa prática, pode-se trabalhar o desenvolvimento da formação científica, numa tentativa de quebrar as barreiras existentes entre o conhecimento científico e o senso comum. O estudante exprime sua criatividade e percebe que o conhecimento pode ser construído de forma natural e prazerosa.

Dentro dessa linha pedagógica, foram conduzidos, ao longo de 2009, vários projetos de investigação científica no Ensino Fundamental, séries finais, e no Ensino Médio. Todos os projetos foram desenvolvidos pelos alunos, em horários alternativos e com o acompanhamento e estímulo permanente dos professores. Com muita dedicação e seriedade, os alunos desenvolveram trabalhos com temáticas variadas, produzindo resultados surpreendentes, que temos o orgulho de reunir nas próximas páginas.

No Colégio Magnum, entendemos que propostas como essa estão diretamente ligadas aos pilares da Formação Acadêmica, das Relações Sociais e do Empreendedorismo. Temos certeza de que, assim, estamos contribuindo para a formação de um cidadão crítico e capaz de enfrentar os desafios que a vida lhe reserva.

Estamos produzindo o primeiro número de uma revista que pretende ser, para os alunos, uma fonte de estímulo à participação em projetos de pesquisa e uma referência pedagógica para a comunidade.

Wyller MelloCoordenador Pedagógico da 6ª Série do Ensino Fundamental à 3ª Série do Ensino Médio

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ÍNDICE

Doador do futuro .............................................................. 6

Matemática e História da Arte ................................. 8

O Rio das Velhas conta uma história ........................10

Aspectos biogeográficos do Caraça ........................ 12

Cuidar da água é cuidar de todos ............................... 15

Gesto solidário .................................................................18

Busca de evidências da evolução na anatomia comparada do esqueleto dos vertebrados ................. 20

Origem e evolução da Língua Portuguesa até oNovo Acordo Ortográfico .............................................. 23

Sexualidade responsável ............................................... 25

Um olhar sobre o processo criativo ............................. 27

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Colégio Magnum Cidade Nova - Ano 2010 6

Alunos da 7ª SérieProfessora orientadora: VIVAS, Eliane A. J.

RESUMO

O presente trabalho consistiu nas etapas de levantamento de dados, através de pesquisa de opinião com pais e familiares de alunos da 7ª Série, participação em palestras com profissionais da Fundação Hemominas, realização do Hemotur, análise dos dados obtidos e divulgação dos resultados para a comunidade do Colégio Magnum em um sábado, com a presença do Hemominas.

INTRODUÇÃO

A ideia de que o sangue é insubstituível leva-nos a pensar e reforçar a importância da doação de sangue. Em tempos remotos, já se destacava o sangue como forma de sustentação e permanência da vida.

Assim, preocupados com a falta de sangue nas fundações responsáveis pelo recolhimento e sua distribuição, firmamos uma parceria com a Fundação Hemominas, para a sensibilização de outras pessoas para a adoção do gesto solidário de doação de sangue.

OBJETIVO

• A proposta central do trabalho foi desenvolver nos alunos a capacidade de serem multiplicadores da ideia da “doação voluntária” e, sobretudo, da solidariedade e da cidadania.

METODOLOGIA

Para que os alunos tivessem contato com um cenário mais realista sobre a percepção da comunidade em relação à doação de sangue, foi desenvolvida uma pesquisa de opinião, aplicada em 854 pessoas da comunidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir da análise dos gráficos 1 e 2, foi possível concluir que as mulheres doam mais sangue do que os homens.

Pelo resultado observado no gráfico 3, pode-se ressaltar que os tipos sanguíneos menos frequentes encontrados pela pesquisa são AB- e B-, e eles são de fato aqueles mais difíceis de serem encontrados também na população em geral, de acordo com os dados da Fundação HEMOMINAS.

Doador do futuro

GRÁFICO 2:

NÚMERO DE DOADORES

Do total de entrevistados, são doadoras 165 pessoas, sendo que 66 representam os homens doadores e 99 o número relativo às mulheres.

Número de pessoas entrevistadas

GRÁFICO 1:

NÚMERO DE PESSOAS ENTREVISTADAS

De acordo com a pesquisa realizada, foram entrevistadas 854 pessoas, sendo 278 homens e 576 mulheres.

Número de pessoas entrevistadas

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Colégio Magnum Cidade Nova - Ano 201077

GRÁFICO 5:

MOTIVOS PARA DOAÇÃO

O motivo mais frequente para a doação de sangue apontado pela pesquisa foi a SOLIDARIEDADE.

Número de pessoas entrevistadas

não doação

Doença ##Religião 6Mito 1Medo 71Falta de temp 69Falta de inform##

doação

Já precisou 54Solidariedade ##Outros 14

Motivos para não Doação

0

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250

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Já precisou Solidariedade Outros

motivos para doação

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Motivos para não Doação

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100

150

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motivos para não doação

Motivos para Doação

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60

80

100

120

140

160

Já precisou Solidariedade Outros

motivos para doação

GRÁFICO 4:

MOTIVOS DA NÃO DOAÇÃO

Os motivos mais frequentes para a não doação de sangue apontados pela pesquisa foram doença e falta de informação ou interesse.

Número de pessoas entrevistadas

3

Número de pessoas entrevistadas

GRÁFICO 3: TIPOS SANGUÍNEOS

Os tipos sanguíneos mais comuns encontrados, apontados pela pesquisa, foram A+ e O+, e os menos comuns AB- e B-.

A falta de informação ou falta de interesse pelo assunto é a causa mais frequente da não doação, (veja os resultados nos gráficos 4 e 5).

A partir das palestras informativas, da visita à Fundação Hemominas e da análise dos resultados obtidos por meio da pesquisa de opinião, foi possível observar a importância da doação como processo único para salvar vidas. Os alunos da 7ª Série comprovaram que a solidariedade é o principal motivo que leva as pessoas a doarem seu próprio sangue.

No dia da divulgação dos resultados para a comunidade, tivemos a presença do Hemominas realizando uma manhã solidária, na qual conseguimos 77 doadores da comunidade. Como multiplicadores da ideia da doação voluntária e solidária, os alunos se sentiram motivados a serem DOADORES DO FUTURO e parceiros no processo de sensibilização para aqueles que já atendem aos requisitos da doação.

REFERÊNCIA

MINAS GERAIS. Governo do estado. Centro de Hematologia e Hemoterapia. Doação de Sangue. O que você precisa saber. Belo Horizonte: 15 set. 2009.

Alunos divulgando o trabalho para a comunidade

Coleta externa do Hemominas realizada no Colégio

Alunos divulgando o trabalho para a comunidade

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Colégio Magnum Cidade Nova - Ano 2010 8

RESUMO

O projeto Matemática e História da Arte visa à inserção dos alunos do Magnum Avançado no universo social e político da Arte. Entender uma obra de arte não é apenas contemplar a obra, mas treinar o olhar para captar as nuances e os discursos explícitos e implícitos.

Para tanto, os alunos iniciaram os estudos sobre o Renascimento Tardo e o Barroco. Aprenderam a olhar, ao invés de apenas contemplar, a arte. Trabalhamos com artistas como Caravaggio, Michelangelo, DaVinci, Vermeer e Munch. Visitamos Ouro Preto e conhecemos a arte inovadora de Aleijadinho e Mestre Athaíde e os entalhes e rococós preciosos da Igreja do Pilar.

Através de releituras de algumas dessas obras, nossos alunos puderam compreender a finalidade da obra de arte no contexto em que ela foi criada, e sua força transformadora em nossa época.

INTRODUÇÃO

A arte constantemente abre portas para um caminho no qual o impossível não existe. Trabalhar a arte dá possibilidades de improvisar, transformar, ir além da superficialidade, entrelaçar os conhecimentos, em suma, entrar no terreno criativo da condição humana.

O projeto Matemática e História da Arte proporcionou o contato dos nossos alunos com a arte de diversos períodos históricos, possibilitando o enriquecimento do repertório estético e favorecendo a criação de vínculos com realidades diversas, além do enriquecimento sobre aspectos ligados à Geometria, como simetria e noção de ângulos.

Esse projeto se justifica pela excelência do ensino de História e de Matemática, uma vez que ambas as áreas de conhecimento caminham juntas na construção da relevante linguagem iconográfica. A interdisciplinaridade do projeto permitiu ao aluno a associação clara e objetiva dessas disciplinas, para possibilitar o entendimento da linguagem iconográfica, por meio do estudo histórico e matemático de alguns períodos artísticos.

OBJETIVOS

• Introduzir o aluno na leitura da linguagem iconográfica.

• Ampliar o conhecimento do aluno sobre História da Arte.

• Identificar as formas geométricas sob vários ângulos.

• Desenvolver e fomentar no educando uma postura investigativa frente ao conhecimento.

Matemáticae História

Da ArteAlunos da 6ª Série: ESCARCE, Pamela Alonso; FERREIRA, Izabella Barcelos Rios; FORTES, Daniel Campos; MASCARENHAS, Fernanda Colla; PEREIRA, Gabriela Andersen Leo; RIGOTTO, Isabela Correa; ROSADO, João Gabriel Duarte; MENDES, Laura Melo.

Professor orientador: RANGEL, Bruno de A.

Antigos hieroglifos Egípcios

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Colégio Magnum Cidade Nova - Ano 201099

METODOLOGIA

O projeto foi organizado em três etapas. Na primeira, os alunos foram introduzidos nos conceitos de obras medievais, de forma experimental e prática, por meio de imagens e análise das mesmas. Após a compreensão do contexto, da técnica e da intenção desse estilo artístico, foi apresentada aos alunos a arte renascentista, bem como seu referencial teórico.

Na fase seguinte, os alunos realizaram o trabalho de campo em Ouro Preto, com o objetivo de desenvolver um estudo sobre o Barroco mineiro, estilo esse que contrapõe ao próprio Renascimento.

A última fase do projeto consistiu na quebra da plasticidade e da estética, por meio da releitura de obras de arte selecionadas previamente. Essa estratégia abriu caminho para repensar a própria arte, vista não somente para a contemplação, mas sim para a própria formação humana.

A escolha da metodologia se baseia no estruturalismo proposto por Claude Levi-Strauss que investiga os pares de oposição que podem ser criados em um contexto social, metodologia essa coerente com os pares de oposição propostos no referido projeto: a arte medieval X Renascimento X Barroco e, por fim, a arte contemporânea que rompe com o paradigma em comum dos últimos estilos, a plasticidade e a contemplação.

O par de oposições se baseia desde a comparação simples (conceito que os alunos viram desde o início do ano) até a imersão do observador no objeto de estudo. Assim, a cada etapa, os alunos estavam aptos para identificar semelhanças entre os estilos artísticos e rupturas ideológicas presentes em cada estilo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os alunos não só ampliaram o conhecimento sobre os estilos de épocas propostos, mas também desenvolveram um novo olhar frente às obras artísticas. A metodologia utilizada contribuiu para o enriquecimento do grupo no que diz respeito ao repertório estético e ao conhecimento da própria arte, em diferentes contextos históricos. Acesse o endereço eletrônico e veja o vídeo do projeto: http://www.youtube.com/watch?v=v-yH-cmHFgk

REFERÊNCIAS

GOMBRICH, E.H. A História da Arte. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1978.

PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo: Editora Ática, 1994.

CHIPP, H.B. Teorias da Arte Moderna. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

Releitura do quadro Moça com Brinco, de Pérola - Johannes Verneer

Releitura do quadro Santa Ceia, de Leonardo Da Vinci

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Colégio Magnum Cidade Nova - Ano 2010 1010

RESUMO

O projeto “O Rio das Velhas conta uma história” visa tornar o estudo de História, Ciências e Geografia mais próximo do aluno.

Nesse sentido, estudamos, ao longo do ano, as primeiras civilizações humanas que se formaram às margens de três grandes rios: Tigre, Eufrates e Nilo. No entanto, propusemos aos nossos alunos que estudassem a história da ocupação humana em nossa cidade. Para isso, fizemos o recorte no entorno do Rio das Velhas.

Assim, os alunos visitaram a nascente do rio na Cachoeira das Andorinhas, em Ouro Preto, e observaram o encontro do Rio das Velhas com o Ribeirão Arrudas, na cidade de Sabará. Nessas oportunidades, os alunos coletaram água para análise e ainda puderam perceber diferenças climáticas e o impacto da ação humana ao longo da história da ocupação das margens do Rio das Velhas.

INTRODUÇÃO

Ao longo de todo esse ano, os alunos estudaram o surgimento das primeiras civilizações e suas modificações ao longo do tempo. Atrelado ao avanço tecnológico está o consumo de recursos naturais diversos, como forma de dominação de um povo sobre outro.

Todavia, o aspecto comum a todas as civilizações eram os recursos hídricos. As grandes civilizações que dominaram a Ásia, a Europa e mais tarde a América estavam alicerçadas à beira dos cursos de água e por isso tinham à sua disposição uma gama de alimentos que permitiam a acumulação e, consequentemente, o sustento de especialistas em armas, tecnologia e guerra. Mais de 7.500 anos se passaram. Contudo, a base de toda grande civilização permanece assentada à beira dos cursos d’água.

Desde o século XVIII, o homem já se preocupa com a preservação do meio em que vive. Mas, preocupar-se por si só não tem sido efetivamente a conduta que evitará o desequilíbrio ambiental. Nesse sentido, visitamos os cursos d’água da cidade de Belo Horizonte, para o estudo sobre a história de longa duração do assentamento humano em torno dos mananciais, bem como o uso desses mananciais pelo homem ao longo do tempo.

OBJETIVOS

• Possibilitar ao nosso aluno interpretar historicamente a ocupação do espaço pelo homem.

• Interpretar e identificar as rupturas e permanências na forma de ocupação pelo homem ao longo do tempo, relacionando sempre a ocupação do espaço com a esfera do poder político e econômico que conduz a essas ocupações.

METODOLOGIA

O projeto foi desenvolvido de forma interdisciplinar, com os conteúdos de História, Geografia e Ciências, e foi organizado em três etapas.

Na primeira, os alunos identificaram no referencial teórico quais foram as vantagens dos povos que firmaram sua ocupação junto aos cursos d’água em relação àqueles que não o fizeram.

Na etapa seguinte, o grupo conheceu, por meio de imagens e pesquisas, os principais cursos d’água em Belo Horizonte, sua história e importância para a construção da capital mineira.

10

O Rio das Velhas conta uma história...

Alunos da 6ª Série: CASTRO, Eduarda Franco de; CASTRO, Renato Cesário; CHAGAS, Afonso Pena de Azevedo; COSTA, Deborah Almeida Guimarães; FORTES, Daniel Campos; FORTINI, Laura Guimarães; GONÇALVES, Leandro de Aguiar; GUEDES, Amanda Nicolatto C. Paula; MARRA, Gabriel Vianna Prado; MORAES, Amanda Andreatta Campolina; NETTO, Pedro Henrique Ferreira; OLIVEIRA, Caio Godinho; PEREIRA, Gabriela Andersen Leo; PORTELLA, Vitória Novaes; QUARESMA, Rafaela Cristina Chaves; ROBERTO, Gabriel Augusto Barros; ROSADO, João Gabriel Duarte; YAMADA, Camila Akemi Oliveira.

Professores orientadores: RANGEL, Bruno de A.; FRANÇA, Natália M.

Conserto da ponte sobre o Rio das Velhas, em Sabará (MG)

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Colégio Magnum Cidade Nova - Ano 201011

Após o desenvolvimento dessas etapas, os alunos conheceram a nascente do Rio das Velhas em Ouro Preto, na Cachoeira das Andorinhas, para análise ambiental, e estudaram o rio, seguindo as cartilhas do Projeto Manuelzão.

O segundo grupo de alunos realizou o trabalho de campo no Boulevard Arrudas, fazendo o percurso até o encontro do Ribeirão Arrudas com o Rio das Velhas.

A história do Rio das Velhas está intrinsecamente ligada à mineração e à formação do Arraial de Curral Del Rei, para coleta dos impostos do rei.

Os alunos e os professores problematizaram o tema do projeto e fizeram um levantamento de hipóteses sobre o referido tema. Para a elaboração dessas hipóteses, o grupo contou com o auxílio de fontes secundárias, como livros e pesquisas em sites de associações de defesa dos locais visitados. Após o trabalho de campo, os alunos

refutaram e comprovaram algumas hipóteses elaboradas pelo grupo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os alunos conheceram a forma de ocupação do homem em torno dos mananciais, desde as primeiras civilizações, assim como identificaram os recursos hídricos que beneficiaram esses povos. No confronto dessa ocupação com os dias atuais, os alunos puderam perceber e identificar as rupturas nessa forma de ocupação, o uso inadequado desses recursos e as consequências dessa ação na vida do próprio homem.

Além da consciência por parte dos alunos sobre questões políticas e econômicas envolvidas nesse processo, o grupo se tornou mais sensível frente a ações até então desenvolvidas, relativas à sustentabilidade.

11

Alunos colhendo amostras de água para análise físico-química

Foto de satélite do Rio das VelhasREFERÊNCIAS

PERRY, Anderson. Passagens da Antiguidade ao feudalismo. Tradução de Beatriz Sidou. 5. ed.São Paulo: Brasiliense, 2000. Título original: Passages from Antiquity to Feudalism. www.manuelzao.ufmg.br/members/admin/cartilha. Acesso em 15 de setembro de 2009.

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Colégio Magnum Cidade Nova - Ano 2010 1212

Alunos da 7ª Série: BARROSO, Alessandra Soares; DELFINO, Alexandre Damásio Ferreira; MOREIRA, Alice de Almeida; PFEILSTICKER, Alice França Nery; ENOQUE, Ana Clara Rodrigues; RITA, Ana Carolina Mathias Santa; ZICA, Áurea Soares; OLIVEIRA, Bruna Irrthum; ROCHA, Fernanda Coelho de Campos; CAMPOS, Fernanda Gualberto Costa; MOREIRA, Isabella França; SANTOS, Isadora de Lima; COUTO, Mariana Gontijo; MACIEL, Marina Rajão Santiago; PAULA, Matheus Prado de; CAMPOS, Renan Landim.

Professores orientadores: FERREIRA, Guilherme S.; CARMO, Heloísa H. A.

RESUMO

O presente trabalho é resultado do projeto de pesquisa “Desvendando os Mistérios do Caraça”, realizado pelos alunos participantes do Magnum Avançado 7ª Série. A relevância do projeto está em levar o aluno a vivenciar a realidade para preservá-la, a fim de contribuir para a sobrevivência das várias espécies vegetais e animais presentes no meio ambiente, e para a manutenção dos aspectos geográficos da região.

O objetivo da pesquisa foi identificar algumas espécies vegetais e animais presentes na região do Caraça, bem como analisar aspectos geográficos e culturais da região. Ao final, os alunos aprenderam na prática a importância do respeito, da valorização e da preservação do patrimônio natural e cultural da região do Caraça, transpondo essa atitude aos demais ambientes dos quais fazem parte.

INTRODUÇÃO

O conjunto orográfico da Serra do Caraça constitui o contraforte meridional da Cordilheira do Espinhaço e situa-se a leste do Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais. Devido à sua localização geográfica e características como altitude, clima e relevo, a Reserva do Caraça apresenta em seu território três tipologias vegetais: a Mata Atlântica de Interior, o Cerrado e os Campos de Altitude, sendo, portanto, rica em biodiversidade.

Visando à integração dos conhecimentos adquiridos no contexto de sala de aula com a vivência dos mesmos através de trabalho de campo, vivemos a grande experiência “in loco” do projeto “Desvendando os Mistérios do Caraça - Aspectos biogeográficos do Caraça”.

OBJETIVOS

• Conhecer as espécies vegetais e animais características da região do Caraça. Utilizar a taxonomia de Lineu e reconhecer as espécies da flora e fauna, “in loco”.

• Aguçar a capacidade de observação da paisagem natural e dos seres vivos que a compõem buscando, consequentemente, a valorização do patrimônio natural e cultural da região.

• Interpretar a realidade atual e relacioná-la com a bibliografia escolar, qualificando seu próprio aprendizado.

• Pesquisar, discutir, analisar e refletir sobre as relações interpessoais e a responsabilidade de cada um na adoção de medidas gerais para a preservação da biodiversidade.

Aspectos biogeográficos

do Caraça

Aluna faz analogia ao relevo que deu nome à Serra do Caraça

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Colégio Magnum Cidade Nova - Ano 201013

A seguir, listamos quatro das vinte e oito espécies catalogadas pelos alunos durante a visita:

METODOLOGIA

A metodologia utilizada no projeto contou com aulas específicas e trabalho de campo direcionados aos alunos da 7ª Série, participantes do Programa Magnum Avançado, enfocando principalmente os pontos: estruturação do processo geológico, natural, histórico, social e cultural do Caraça e a Taxonomia de Lineu, no levantamento das espécies vegetais e animais do Caraça.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante o trabalho de campo, foi constatada a degradação ambiental causada pela extração de minério, na Mina de Gongo Soco – Companhia Vale – cuja exploração é feita a céu aberto. A região do quadrilátero ferrífero é um dos locais mais importantes do planeta para essa atividade, o que impulsiona o desenvolvimento econômico da Região Sudeste.

Durante a visita a Catas Altas, discutiu-se sobre o processo de construção de cidades e igrejas, no período do Ciclo do Ouro.

Atualmente, cidades que apresentaram crescimento

desorganizado sofrem problemas sociais graves, como desemprego, criminalidade e exploração sexual.

Visitando a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, os alunos observaram características do Barroco, compreendendo o poder gerado pela exploração do ouro naquele período histórico. É a única Igreja de Minas Gerais que ainda guarda um cemitério com ossadas em seu subsolo. Atualmente, a Matriz se encontra inacabada, devido à decadência na exploração do ouro.

Observou-se na água da região a coloração amarelada, que indica sua característica intensamente ferruginosa. Constatou-se a presença de espuma nutritiva na água e os alunos aprenderam que a causa para o fato é o alto índice de decomposição de matéria orgânica, que ocorre no leito do rio, diferenciando-a da observada no leito do Ribeirão Arrudas, que é causada pelos excessos de resíduos químicos e poluentes. Identificou-se a tipologia vegetal: Cerrado, Mata Atlântica e Campos de Altitude, caracterizando cada aspecto visual dessas formações.

O estudo de classificação da biodiversidade do Caraça utilizou a nomenclatura de Lineu.

Reunião de grupo para preparação do trabalho de campoAlunos na trilha da Cascatinha no Parque Natural do Caraça

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Colégio Magnum Cidade Nova - Ano 2010 14

Ao final do trabalho, os objetivos propostos foram atingidos. Os alunos tiveram contato com um passado permeado de heranças, que se contrasta com as recentes relações diretas e indiretas entre o homem e o meio no qual está inserido. Foram capazes de reorganizar seu aprendizado a respeito da valorização e preservação do patrimônio natural e cultural da região do Caraça e compreenderam a importância da classificação taxonômica das espécies para a evolução do conhecimento biológico e científico.

Desembarque na estação de Santa Bárbara

REFERÊNCIAS

PREFEITURA MUNICIPAL DE CATAS ALTAS, UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Manual de Turismo Pedagógico. Catas Altas – Paisagens que revelam a história do Santuário do Caraça. Catas Altas, MG. 29p.

PREFEITURA MUNICIPAL DE CATAS ALTAS, UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Manual de Turismo Pedagógico. Catas Altas – Paisagens que revelam a história da Mineração. Catas Altas, MG. 41p.

http://www.santuariodocaraca.fot.br/entrada.html. Acesso em 21 de julho de 2009.

http://www.santuariodocaraca.com.br. Acesso em 21 de julho de 2009.

http://www.ibama.gov.br/siucweb/rppn. Acesso em 30 de julho de 2009.

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Colégio Magnum Cidade Nova - Ano 201015

Alunos da 7ª Série: BAETA, Clara Barbosa; BARROSO, Alessandra Soares; DELFINO, Alexandre D. Ferreira; ENOQUE, Ana Clara Rodrigues; PFEILSTICKER, Alice Nery; RITA, Ana Carolina M. Santa; SANTOS, Isadora de Lima; SILVEIRA, Ana Luísa Rodrigues da; FERREIRA, Igor Viana; REIS, Matheus José A. Gabrich; DE PAULA, Matheus Prado; CHITARRA, Pedro H. Batista; CHAVES, Suelen Cristina Morais.

Professores orientadores: FERREIRA, Guilherme S.; CARMO, Heloísa H. A.

RESUMO

A água é um bem natural, renovável, limitado e de grande importância para a manutenção e evolução da vida de todas as espécies, em nosso planeta.

Dos muitos usos que a água pode ter, alguns estão mais intimamente relacionados com a saúde humana. A água é agente de transmissão ou origem de doenças direta ou indiretamente ligada à população do mundo inteiro.

O presente trabalho é resultado do projeto de pesquisa “Cuidar da água é cuidar de todos”, realizado pelos alunos participantes do Magnum Avançado da 7ª Série. O foco do trabalho foi a dengue, doença virótica transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que necessita diretamente da água para iniciar seu ciclo reprodutivo.

O objetivo da pesquisa foi levantar dados a respeito do histórico da doença, numa parte da população moradora da região Nordeste de BH/MG. Investigar, divulgar informações, analisar, refletir e conscientizar moradores, bem como contribuir para a redução dos casos dessa doença foram ações presentes durante a execução deste projeto.

INTRODUÇÃO

A dengue é uma doença infecciosa causada por um arbovírus (existem quatro tipos diferentes de vírus da dengue:

DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4), que ocorre principalmente em áreas tropicais e subtropicais do mundo, inclusive no Brasil. As epidemias geralmente ocorrem no verão, durante ou imediatamente após períodos chuvosos.

O Aedes aegypti, atualmente, está presente em cerca de 3.600 municípios brasileiros. O único modo possível de se evitar a introdução de um novo tipo

do vírus do dengue e acabar com essa epidemia é a eliminação dos transmissores.

Somente a fêmea do mosquito transmite a doença, pois precisa de nutrientes encontrados no sangue para maturar seus ovos. O macho se alimenta de seiva elaborada dos vegetais.

Esses mosquitos criam-se na água, obrigatoriamente. A fêmea do mosquito põe os ovos dentro de qualquer recipiente que contenha água mais ou menos limpa, colando os ovos nas paredes dos recipientes, bem próximos da água. Os ovos ficam aderidos e não morrem, mesmo que o recipiente fique seco. Não adianta, portanto, apenas substituir a água, mesmo que isso seja feito com frequência. É primordial que se lave e esfregue esses recipientes. Desses ovos surgem as larvas, que, depois de algum tempo vivendo na água, vão formar novos mosquitos adultos.

Tendo em vista o aumento do número de casos de dengue todos os anos, principalmente na região NE de BH, na qual está localizado o Colégio Magnum Agostiniano, destacamos como situação problema as ações preventivas adotadas pela população em relação ao combate ao mosquito transmissor da dengue e como estas ações são empregadas no dia a dia da população moradora da região.

A dengue faz vítimas temporárias ou fatais todos os anos. A Prefeitura de Belo Horizonte disponibiliza, durante todo o ano, agentes do departamento de Zoonoses para informar à população e combater, de forma efetiva, por meio de visitas domiciliares, a multiplicação de focos do mosquito transmissor da dengue em cada moradia. Porém, uma parte dos moradores não coloca em prática as orientações que recebem e a doença retorna sempre.

OBJETIVOS

• Verificar se a população tem clareza em entender as orientações recebidas através dos meios de comunicação e pelos próprios agentes, para o combate à doença.

• Verificar se há negligência em alguns casos nos quais as pessoas pensam que estão imunes ao mosquito transmissor da dengue.

METODOLOGIA

A metodologia utilizada no projeto “Cuidar da água para cuidar de todos” constou de aulas direcionadas aos alunos do Magnum Avançado, enfocando principalmente os pontos: o problema da

Cuidar da águaé cuidar de todos

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água, a dengue e a relação da estruturação da cidade e ocupação do espaço territorial na região Nordeste de Belo Horizonte.

A pesquisa ainda constou de uma etapa de campo, na qual os alunos utilizaram um questionário durante visita técnica, e passaram informações para a conscientização dos moradores. Além disso, verificaram a incidência de dengue no bairro e checaram se havia focos locais nas residências visitadas.

A pesquisa de campo ocorreu na Rua Hélium, localizada no Bairro Nova Floresta, em Belo Horizonte. A escolha do local foi indicada pelos agentes do setor de Zoonoses, pelo fato de o quarteirão ser ocupado por residências do tipo casa e comércio.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante o trabalho de campo, 23 imóveis foram visitados com os agentes da Prefeitura, sendo que, desses, 20 responsáveis responderam ao questionário.

Os gráficos a seguir demonstram os resultados obtidos nessa pesquisa e permitem analisar o comportamento social dos indivíduos moradores da região Nordeste de Belo Horizonte com relação à dengue.

A grande maioria dos entrevistados respondeu negativamente ao fato de deixarem água limpa parada, mas durante a visita foi possível encontrar algumas residências configurando o fato.

Em uma das residências visitadas, foi possível encontrar larvas de mosquito em um adorno de área externa. O agente recolheu amostras das larvas para pesquisa. O morador recolheu e descartou o objeto, eliminando assim o foco encontrado.

Percebemos que as pessoas acumulam orientações a respeito da dengue, sabem dos riscos da doença, mas ainda têm dificuldades para colocar essas orientações em prática e acreditam que ter hábitos de higiene é importante para se evitar a dengue.

A população conhece os cuidados que deve ter para eliminar os focos da dengue, mas, apesar disso, seis dos entrevistados relataram que ainda é comum ver focos de dengue pelo bairro, o

que nos faz acreditar que as pessoas não estão contribuindo, na totalidade, com o programa da Prefeitura de Belo Horizonte para diminuir os casos dessa doença.

Os moradores da região Nordeste de Belo Horizonte estão bastante conscientes de seu papel na sociedade. Eles escutam

com atenção as informações passadas pelos agentes de saúde da Zoonoses e tentam colocá-las em prática ao máximo em suas residências, além de passarem informações para outras pessoas da região. Alguns demonstram preocupação com as casas vizinhas e com áreas comuns do bairro, como as praças.

Os moradores confirmaram adotar todas as medidas comuns no combate à dengue, mas sabem que somente fazer a sua parte não é suficiente.

Alguns locais de possível reprodução do mosquito eram desconhecidos por certos moradores, como bandejas de ar condicionado e geladeiras e buracos em troncos de árvores, que acumulam água limpa. Em algumas residências foi possível encontrar água limpa e parada nestes locais.

Apesar da postura de cuidado dos moradores, observou-se em alguns locais visitados a falta de higiene e o acúmulo de entulhos ou objetos sem uso constante, que podem propiciar a proliferação de outros vetores.

Os dados obtidos na pesquisa revelam que 65% dos entrevistados já tiveram casos de dengue na família. Esses dados elevam nosso

Colégio Magnum Cidade Nova - Ano 2010 16

Sim, e me preocupo com esse fato. 6Sim, mas não me preocupo com esse fato. 1Não 13

É comum ver focos de dengue no bairro?

6

113

Sim, e me preocupo comesse fato.Sim, mas não mepreocupo com esse fato.Não

SIM 13NÃO 7PARENTESCO: CUNHADA 1

NETA 1ENTREVIS 1MARIDO 1FILHO 1TIO 1IRMÃO 1

Alguém da sua família ou você já teve dengueconfirmada?

7

13

SIMNÃOQuem?

1

1

1

1

1

1

1

PARENTESCO:CUNHADAPARENTESCO: NETA

PARENTESCO:ENTREVISTADAPARENTESCO: MARIDO

PARENTESCO: FILHO

PARENTESCO: TIO

PARENTESCO: IRMÃO

Sim, e me preocupo com esse fato. 6Sim, mas não me preocupo com esse fato. 1Não 13

É comum ver focos de dengue no bairro?

6

113

Sim, e me preocupo comesse fato.Sim, mas não mepreocupo com esse fato.Não

SIM 13NÃO 7PARENTESCO: CUNHADA 1

NETA 1ENTREVIS 1MARIDO 1FILHO 1TIO 1IRMÃO 1

Alguém da sua família ou você já teve dengueconfirmada?

7

13

SIMNÃOQuem?

1

1

1

1

1

1

1

PARENTESCO:CUNHADAPARENTESCO: NETA

PARENTESCO:ENTREVISTADAPARENTESCO: MARIDO

PARENTESCO: FILHO

PARENTESCO: TIO

PARENTESCO: IRMÃO

Mantendo a caixa d'água tampada. 15Lavando os utensílios usados para armazenar água em casa. 12Colocando areia nos vasos de plantas e verificando jarras. 13Limpando a calha dos telhados e desentupindo canos. 15Colocando o lixo em sacos plásticos fechados e mantendo a lixeira tampada. 13Outros. 6

COMO VOCÊ PREVINE SUA FAMÍLIA DA DENGUE?

15

12

13

15

13

6

Mantendo a caixa d'água tampada.

Lavando os utensílios usados paraarmazenar água em casa.

Colocando areia nos vasos deplantas e verificando jarras.

Limpando a calha dos telhados edesentupindo canos.

Colocando o lixo em sacos plásticosfechados e mantendo a lixeiratampada.Outros.

Sim 0Não 18Às vezes 0Tinha, mas corrigi esse ato. 2

Você tem costume de deixar água parada em garrafas, baldes, pneus, calha, tanque, piscinas sem

tratamento ou caixas d'água destampadas?

05

101520

Sim Não Às vezes Tinha, mascorrigi esse

ato.

Series1

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Colégio Magnum Cidade Nova - Ano 201017

grau de preocupação, pois o risco de se contrair dengue novamente

é alto e um novo contágio pode ter complicações graves, como

hemorragia.

Confirmando os dados fornecidos pela Prefeitura, no qual a região

Nordeste de Belo Horizonte é a segunda em casos totais de dengue

notificados, percebemos que a realidade é alarmante.

Os resultados da pesquisa realizada com uma parte dos residentes

da Rua Hélium, localizada próxima do Colégio Magnum, revelaram

que os moradores estão informados sobre a importância do papel

da comunidade no controle do avanço da dengue, entretanto é

necessário haver verdadeira mudança de atitude com relação ao

cuidado com locais que levam ao acúmulo de água parada.

Durante o trabalho de campo, foram encontrados focos

de dengue e os alunos foram bem

recebidos pelos moradores, o que

os levou a cumprir os objetivos

propostos inicialmente, de reflexão

e conscientização da população

para mudança de hábitos.

Os alunos tiveram interesse

em aprimorar seus conhecimentos

sobre a organização e ocupação

do território e foram capazes de

citar e reorganizar suas ideias

e aprendizado a respeito das

medidas profiláticas para evitar a

dengue, valorizando e adotando

hábitos saudáveis para melhorar

a qualidade de vida e agindo com

responsabilidade em relação à sua

saúde e à saúde coletiva.

Apesar da postura de cuidado dos moradores, foi possível perceber em alguns locais visitados a falta de higiene e o acúmulo de entulhos ou objetos sem uso constante, que podem propiciar a proliferação de outros vetores.

Confirmando os dados fornecidos pela Prefeitura de Belo Horizonte, no qual a região Nordeste de Belo Horizonte é a segunda em casos totais de dengue notificados, pudemos perceber que a realidade é alarmante.

Os dados obtidos na pesquisa revelam que 65% dos entrevistados já tiveram casos de dengue na família. Esses dados elevam nosso grau de preocupação, pois o risco de se

Total de casos notificados de Dengue segundo classificação final, por distrito sanitário de residência - Belo Horizonte, 2009*

Distrito DengueClássico

Dengue com Complicações

Febre Hemorrágica

Dengue (FHD)Descartados Pendentes Total

Barreiro 53 0 0 269 152 474

Centro-Sul 76 1 0 231 40 348

Leste 299 2 1 889 599 1790

Nordeste 355 3 0 657 892 1907

Noroeste 326 4 0 510 167 1007

Norte 2493 10 1 1217 1179 4900

Oeste 408 3 1 355 206 973

Pampulha 469 0 0 507 235 1211

Venda Nova 441 1 1 597 234 1274

Total # 4920 24 4 5232 3704 13884

Óbitos - - - - - -

Fonte: SISVE/GEEPI/SMSA *Incluindo os importados Atualização em 27/04/2009 (semana epidemiológica 17/2009)

Observação das fases de desenvolvimento do Aedes aegypti

REFERÊNCIAS http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2007/matriz.htm. Acesso em 14 de maio de 2009.http://portal.saude.gov.br/SAUDE/area.cfm?id_area=920. Acesso em 14 de maio de 2009.http://www.pbh.gov.br/smsa/bhdengue. Acesso em 14 de maio de 2009.http://www.opas.org.br/prevencao/temas.cfm?id=49&area=Conceito. Acesso em 14 de maio de 2009.http://www.opas.org.br/prevencao/temas.cfm?id=49&Area=Documentos. Acesso em 14 de maio de 2009.http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/rev_epi_vol16_n4.pdf. Acesso em 14 de maio de 2009.

Pesquisa de campo com moradores da região

Coleta de larvas do Aedes aegypti

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Colégio Magnum Cidade Nova - Ano 2010 18

RESUMO

Este artigo apresenta um projeto desenvolvido na 6ª Série, em 2009, que teve como objetivo sensibilizar os adolescentes quanto à necessidade de praticar ações mais solidárias e mais fraternas com o próximo, tornando esse jovem um agente ativo no processo de construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

INTRODUÇÃO

Cada vez, mais a palavra solidariedade faz parte de nossa linguagem cotidiana, sendo usada como conceito-chave para as mais diferentes propostas de solução dos problemas sociais e até mesmo ecológicos.

No campo da educação, o conceito de solidariedade também está presente nos Parâmetros Curriculares Nacionais. Nesse documento, o conceito de solidariedade aparece com dois sentidos interligados: o primeiro é a solidariedade entendida como um fato e uma necessidade de interdependência na vida social, um conceito ligado à coesão social. O outro sentido apresentado nos PCNs é mais normativo.

“É chamado à superação da exclusão e da segmentação social através de uma educação que contribua para a aprendizagem de competências de caráter geral e que levem as pessoas a praticarem a solidariedade.” (Asmann, Sung, 2000, p.75)

Nesse sentido, a solidariedade é vista como uma atitude capaz de respeitar as diferenças e se interessar pelos problemas da

coletividade. Ambos os sentidos nascem do reconhecimento de que a solidariedade é um fato, é uma necessidade para uma vida mais igualitária na sociedade. Tal discussão deve nortear nossas ações pedagógicas.

A contribuição da teoria de kohlberg sobre o tema: o que muda na prática

Lawrence Kohlberg é o nome mais importante deste século no âmbito da educação moral. A sua investigação domina praticamente todos os debates sobre educação moral no mundo universitário e a sua teoria é presença constante em revistas de educação. A sua investigação influenciou não apenas o mundo da educação, mas também da justiça.

Kohlberg distingue três níveis de desenvolvimento moral em sua teoria: o nível pré- convencional (no qual encontramos a maioria das crianças com menos de 9 anos), o nível convencional (a maioria dos jovens e a maioria dos adultos estão nessa fase) e o nível pós-convencional (adultos com mais de 20 anos).

Com sua teoria, ele visava incutir a urgência pedagógica de superar a todo custo as limitações éticas a que muita gente é condicionada por seu contexto cultural e social. Logo, grande é o desafio da tarefa educacional, grande é a sua contribuição para nortear nossas ações na área educacional.

Na sala de aula, discussões sobre temas éticos e situações práticas do cotidiano estiveram presentes e nortearam a proposta das disciplinas Formação Humana e Cristã e Filosofia. Além dessas disciplinas, os demais professores também contemplaram discussões sobre esses temas, tendo em vista o próprio tema

Gesto solidário

Alunos da 6ª Série Professora orientadora: CARMO, Heloísa H. A.

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Colégio Magnum Cidade Nova - Ano 201019

transversal de 2009, “Cuidar de mim para cuidar de todos”, e a ação formadora junto aos alunos, inerente à função docente.

Para ampliar nossas ações com os alunos da 6ª Série e também auxiliá-los no processo de desenvolvimento moral, no Colégio Magnum, são desenvolvidos alguns projetos que visam envolver e sensibilizar seus alunos com ações mais solidárias: o Projeto AMA e o Instituto Magnum, que desenvolvem atividades com os alunos para ajudar instituições que atendem pessoas carentes.

OBJETIVO

• Incentivar os adolescentes a buscarem formas mais solidárias e fraternas de participação na sociedade.

METODOLOGIA

Esse projeto foi desenvolvido em duas etapas: num primeiro momento, os alunos foram convidados para produzirem no laboratório um produto de limpeza para ser doado a uma instituição

carente. A participação dos alunos foi muito efetiva, o que nos motivou a realização de uma nova proposta: preparar uma cesta de natal para entidades que atendem pessoas carentes. Os alunos, em grupos, foram às salas de aula das demais turmas para sensibilizar os jovens a participarem desse projeto, trazendo produtos não perecíveis para doações. Todo o material doado foi organizado pelos alunos, juntamente com os responsáveis.

O Gesto Solidário foi um projeto de sucesso. Diante dos ótimos resultados, da participação e do envolvimento dos alunos, fica evidente que, quando um jovem se sente valorizado e percebe seu papel de protagonista na própria vida e na sociedade, ele se torna capaz de importantes transformações, não apenas pessoais, mas também na comunidade, desenvolvendo ações capazes de gerar maior qualidade de vida para as pessoas que, diferentes de nós, não tiveram oportunidades.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O desenvolvimento de ações solidárias na 6ª Série despertou em nossos adolescentes o desejo de continuar participando de projetos como esse. Os alunos trabalharam em grupo, cooperando uns com os outros e desenvolvendo estratégias para sensibilizar os demais alunos a participarem ativamente do projeto, trazendo os donativos

então solicitados. Tais ações foram além da escola e se estenderam ao ambiente familiar e de convívio social dos participantes.

A demonstração do entusiasmo ficou explícita, à medida que novos alunos manifestavam desejo de participar do referido projeto.

Ficou evidente que o caminho para tornar os nossos educandos mais sensíveis com as causas sociais, e para auxiliá-los no crescimento segundo os níveis de desenvolvimento moral, é a vivência de situações reais que promovam o exercício de práticas de cidadania.

REFERÊNCIA

ASSMANN, H; MO SUNG, J. Competência e sensibilidade solidária: educar para a esperança. Petrópolis, RJ. Vozes, 2000

Fracionamento do material

Alguns alunos envolvidos no projeto

Fracionamento do material

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Colégio Magnum Cidade Nova - Ano 2010 20

Alunos da 8ª Série: BIANCHINI, Maria Passos; BORBA, Henrique Fernandes; DUTRA, Luíza de Alcântara; MALAQUIAS, Augusto César Teixeira; MOREIRA, Bruna Fernanda Tolentino; RIBEIRO, Priscila Souza; SANTOS, Rafael Chequer Lourenço.

Professor orientador: PINTO, Felipe S.

RESUMO

Os questionamentos acerca da origem dos diversos seres vivos e a explicação para a biodiversidade terrestre é atualmente elucidada pelas ideias de Darwin, naturalista inglês que defendeu a hipótese de que os seres evoluem de espécies pré-existentes e que o ambiente atua na seleção dos seres mais aptos, proposição conhecida como seleção natural.

Este trabalho buscou, por meio da pesquisa e observação do sistema esquelético de vertebrados, evidências que corroborem com a teoria darwinista. As semelhanças entre o crânio, coluna vertebral e os membros de vertebrados reforçam a possibilidade de uma ancestralidade comum entre eles, reforçando a hipótese de surgimento de novos seres, a partir de seres anteriores que se modificaram até originar as espécies atuais.

Apesar das diferenças relacionadas à adaptação aos diversos modos de vida, a comparação anatômica dos esqueletos desses vertebrados revela pistas de que a evolução biológica realmente acontece.

INTRODUÇÃO

Até o século XIX, a teoria mais aceita que tentava explicar a origem dos seres vivos e como existem seres tão diferentes na Terra era o criacionismo. Já no século XIX, influenciada pelo transformismo, começou-se a acreditar que os seres vivos evoluem e se transformam, e assim o ser mais simples, com o tempo, poderia se transformar no mais complexo.

Eram poucos os adeptos ao transformismo, mas um deles, chamado Lamarck, criou duas teorias que são importantes para se chegar à ideia que temos hoje. Lamarck criou a teoria do uso e desuso e a teoria das características adquiridas. Algum tempo depois, um naturalista inglês chamado Charles Darwin criou sua teoria da evolução biológica. (CHAMBERS, 2009).

Segundo o antropólogo Richard E. Leakey, Charles Darwin não foi o primeiro a propor a ideia de que os seres sofrem modificações com o passar do tempo. Mas é de Darwin que se origina a moderna

teoria da evolução, por dois motivos: primeiro porque Darwin fez uma avaliação cuidadosa de todos os tipos de evidência sobre o assunto e, em consequência disso, “A Origem das Espécies” é uma obra de impressionante profundidade; e em segundo lugar, ele apresentou um mecanismo plausível para explicar a modificação das espécies, a seleção natural. (DARWIN, C.; 1859).

Foi após ler o trabalho de Thomas Malthus, que Darwin entendeu que deveria haver uma seleção para decidir quais seres devem permanecer ou não. Uma vez que há diferenças entre seres de uma mesma espécie, aqueles que possuem características que lhes tragam alguma vantagem para obter alimento ou escapar de predadores possuem mais chance de sobreviverem. (DARWIN, C.; 1859).

Busca de evidências da evolução na anatomia comparada do esqueleto dos vertebrados

Charles Robert Darwin, cientista britânico que desenvolveu a Teoria da Evolução Biológica

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Colégio Magnum Cidade Nova - Ano 201021

Mesmo que a teoria darwinista seja embasada em diversas observações e evidências, ela ainda necessita de um maior número de dados que nos levem a acreditar que a evolução é um fato científico.

OBJETIVO

• Comparar a morfologia dos diversos vertebrados, inclusive o homem, buscando evidências que corroborem a teoria da evolução biológica.

METODOLOGIA

Para entender a teoria evolucionista, os alunos do Projeto Magnum Avançado da 8ª Série realizaram diversos estudos, com base em artigos retirados de revistas de divulgação. O grupo realizou também uma visita técnica ao Museu de História Natural da PUC Minas, onde foram feitas fotografias e diversas comparações entre as formações esqueléticas expostas.

A associação entre os estudos de morfologia humana realizados em sala de aula com as pesquisas na literatura sobre a morfologia dos vertebrados permitiu o estabelecimento de comparações e análises da estrutura esquelética desses animais que revelam evidências da evolução.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Analisando a anatomia e a fisiologia do esqueleto dos vertebrados, podemos caracterizar as suas semelhanças e diferenças. Desse modo, estamos aptos a encontrar evidências da evolução nas determinadas espécies. O esqueleto interno dos vertebrados é constituído por ossos e cartilagem, sendo dividido em crânio, coluna vertebral e membros.

A comparação do crânio dos vertebrados revela a existência de variações dessa estrutura no grupo. A presença ou não de maxilas divide os vertebrados em agnatos (vertebrados sem maxilas) e gnatostomados (vertebrados com maxilas). Isso pode ser considerado uma evidência da evolução, quando reparamos que, a partir do primeiro ser vertebrado que possuía maxilar, todos passaram a ter também. Então, a presença de maxilar pode ser considerada uma característica derivada de valor adaptativo que foi herdada pelos gnatostomados.

Assim como a presença de maxilar, a presença de apenas uma fenestra temporal nem sempre existiu. Nos répteis pré-históricos, assim como lagartos, tuataras e crocodilos, existem duas fenestras temporais. Esses seres são chamados de diapsidas. Mas, assim como acontece no caso do maxilar, a partir do momento que existe uma espécie com apenas uma fenestra temporal, as espécies que vão surgindo depois também apresentam essa característica.

Conclui-se então que espécies com essa característica vieram de um mesmo ancestral que também a possuía. Os seres que possuem apenas uma fenestra temporal são chamados de sinápsidas, como é o caso dos mamíferos.

O crânio dos vertebrados ainda pode ser comparado quanto à dentição. Mamíferos e répteis apresentam dentes cobertos por esmalte e sobre ele há um tecido tão resistente quanto o osso: a dentina. Todavia, a maioria dos répteis possui todos os seus dentes iguais, apesar da variação do tamanho, porém não é o que aconteceu com os répteis mamaliformes. Aos poucos, os pré-molares e molares desses

21

Figura 1: Fotografia da lampreia, um agnato, e um elefante, um gnatostomado.

Figura 2: Esquema representativo dos crânios de animais diapsidas (a) e sinapsidas (b).

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Colégio Magnum Cidade Nova - Ano 2010 22

répteis se tornaram mais alongados que os dentes característicos dos répteis, criando uma dentição diversificada também característica dos mamíferos (CARTELLE, 2008).

A semelhança na dentição de répteis mamaliformes e mamíferos permite supor que os primeiros teriam originado os últimos ou que eles tiveram uma ancestralidade comum.

Também podemos notar semelhanças entre os seres vertebrados através da análise de suas colunas vertebrais. Todas elas são formadas por vários ossos ou cartilagens, chamados vértebras, que se encaixam uns nos outros, permitindo a movimentação, mas também limitando-a.

No prolongamento da coluna vertebral de vertebrados encontramos uma cauda. Está certo afirmar que os seres humanos não possuem essa estrutura, mas o sacro, união de cinco vértebras na parte posterior da coluna vertebral, lembra a estrutura de uma cauda. E por isso é considerado um vestígio da relação de parentesco dos humanos com todos os vertebrados.

A comparação dos membros superiores e inferiores revelam a relação de parentesco entre os vertebrados, mas também adaptações aos diversos modos de vida. Animais vertebrados como a baleia, o cavalo, o morcego e o ser humano possuem a mesma formação óssea em seus membros superiores.

Ao analisar o membro superior desses animais, percebe-se a mesma estrutura óssea: úmero, rádio, ulna, carpo, metacarpo e falanges. Então, mesmo que essas estruturas tenham evoluído de formas e para finalidades diferentes, ainda há semelhanças bem perceptíveis entre elas. A mesma semelhança é encontrada quando comparamos o membro inferior do cavalo com o do ser humano. Tais semelhanças revelam novamente o parentesco entre esses seres, mas também suas adaptações ao meio em que vivem e a sua forma de locomoção.

A comparação dos esqueletos de vertebrados fornece pistas de que os grupos de vertebrados analisados evoluíram de um mesmo ancestral, colaborando com a teoria de Darwin de que os seres vivos evoluem e se originam a partir de espécies pré-existentes. A origem dos seres pode realmente ser explicada pela evolução biológica, o que não descarta a possibilidade da influência de um criador sobre o aparecimento das espécies na Terra.

REFERÊNCIAS

CARTELLE, C. O dente adequado para cada um. Ciência Hoje, vol. 41. Rio de Janeiro, Março de 2008. CHAMBERS, R. Vestígios da criação. Ciência Hoje, vol. 44. Rio de Janeiro, julho de 2009.DARWIN, C. A origem das espécies. 5ª edição. Coleção Obras-primas. Editora Zahar. São Paulo, 2005. http://www.portalmundoanimal.com.br/equinos . Acesso em 19 de outubro de 2009.

22

Figura 3: Exemplos da dentição de vertebrados.

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Colégio Magnum Cidade Nova - Ano 201023

Alunos da 8ª Série: MOREIRA, Bruna Fernanda Tolentino; DUTRA, Luíza de Alcântara; LIMA, Tharley Castro de; BORBA, Henrique Fernandes; ANTUNES, Letícia de Siqueira; PERES, Bruna Dias Loiola.

Professora orientadora: LEÃO, Andrea C. D.

RESUMO

Depois de algumas aulas e de pesquisar muito, o grupo do Projeto Magnum Avançado da 8ª Série descobriu que a língua portuguesa se originou do latim vulgar e que, ao longo do tempo, foi sofrendo muitas modificações até chegar ao que é hoje. O grupo explorou separadamente a origem, o desenvolvimento, as fases da língua e o usual Português, até chegar ao Novo Acordo Ortográfico, quando estudou as novas regras e identificou os interesses políticos envolvidos na nova reforma.

Durante a pesquisa, descobriu-se que o Português ainda não é um idioma oficial da ONU, embora seja falado em oito países. Adquiridos esses conhecimentos, o grupo teve condições de criar uma apresentação explicativa e um QUIZ, com perguntas sobre origem, evolução da língua portuguesa e sobre o novo acordo ortográfico.

INTRODUÇÃO

A língua portuguesa é a oitava língua mais falada no mundo atualmente. Ela conta com aproximadamente 249 milhões de

falantes e é língua oficial em oito países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Timor-Leste, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe. Além disso, ela é falada como língua nativa em alguns países da Ásia e da África.

A língua portuguesa originou-se do latim vulgar, antigamente falado em Roma, e sofreu muitas modificações até chegar ao que ela é hoje. No Brasil, ela também foi alterada ao se fundir com os dialetos africanos e indígenas.

Assim o português falado no Brasil se diferenciou bastante do português falado em Portugal. Por causa dessas diferenças, os representantes dos países lusófonos começaram a fazer acordos ortográficos para tentar unificar, aos poucos, a língua portuguesa.

O acordo ortográfico de 1990, efetivado em 2008, já é a terceira reforma ortográfica pela qual a língua portuguesa passa. Os responsáveis por essa reforma divulgaram que, com essa nova mudança, será possível que livros publicados em Portugal possam ser vendidos no Brasil, sem reedição, e facilitará a expedição de documentos oficiais. Mas será isso verdade?

Por que estudar a Língua Portuguesa?

A verdadeira razão para se estudar a língua materna é, também, a mais primordial: quem domina a língua se comunica melhor.

O Projeto Magnum Avançado resolveu ir além. Estudou desde a origem e o desenvolvimento da nossa língua, até o Novo Acordo Ortográfico. Buscou-se, principalmente, estudar o que ocorreu

Origem e evolução daLíngua Portuguesa até

O Novo Acordo Ortográfico

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24

antes do acordo e os motivos para a criação das novas normas.

Uma língua, quando bem utilizada e conhecida por muitos, tem um poder enorme. Comunicamo-nos melhor e, assim, construímos uma sociedade mais harmoniosa e justa.

OBJETIVOS

• Conhecer como, quando e onde se originou o Português, entendendo a importância do latim.

• Identificar as regiões onde a língua portuguesa é ou foi falada.

• Conhecer as fases da língua portuguesa.

• Entender os interesses políticos inseridos nos acordos ortográficos e o motivo pelo qual o Português não é um idioma oficial da ONU. Ainda assim, saber quais os pontos positivos para que essa nomeação ocorra.

• Conhecer o Novo Acordo Ortográfico.

METODOLOGIA

A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica e qualitativa, por ela permitir um aprofundamento do objeto de estudo – o acordo ortográfico. Para explorar a língua portuguesa e as modificações que foram ocorrendo nela ao longo do tempo, os alunos do Projeto Magnum Avançado utilizaram artigos retirados de revistas, com temas sobre a língua portuguesa, sites de pesquisa na Internet, guias sobre o novo acordo ortográfico e também livros da biblioteca do Colégio.

O projeto estudou a fundo cada um dos objetivos propostos, começando pela origem da língua portuguesa e pelo desenvolvimento da mesma, quando o grupo descobriu e pesquisou

sobre acordos ortográficos antigos, pelos quais a língua já passou.

E, ao final, o grupo chegou ao principal objetivo do projeto: o acordo ortográfico de 1990. Nesse tema, analisou as regras que sofreram mudanças, o motivo dessas mudanças, os interesses políticos envolvidos e as consequências geradas no dia a dia da população, em geral, pelo novo acordo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Ao final do trabalho, o grupo pôde perceber que o português se originou a partir do latim vulgar, falado no antigo Império Romano, sofreu influência de várias línguas, principalmente do galego, até ser reconhecida como língua portuguesa e ter seu primeiro texto escrito (Cantiga da Ribeirinha) e sua primeira gramática (escrita em 1536, por Fernão de Oliveira).

Depois de estudar bem a origem da língua, o grupo compreendeu as três fases do Português, sendo elas a pré-histórica, a proto-histórica e a histórica. Foi compreendido também que, a partir da expansão territorial de Portugal, o português foi-se espalhando pelas colônias portuguesas (inclusive no Brasil, onde sofreu influência dos dialetos africanos e indígenas), sofrendo influências diferentes em cada região e se individualizando em cada uma das nações em que, hoje, é língua oficial.

O grupo entendeu que os acordos ortográficos já aplicados, incluindo o atual, tiveram como objetivo unificar a língua portuguesa, mas que, por trás disso, existem muitos interesses políticos.

O projeto explorou a fundo as novas regras impostas pelo Novo Acordo Ortográfico, mas não pode-se dizer ainda que há um total domínio sobre o assunto, pois as reformas são complexas e necessitam de uma grande demanda de tempo e assiduidade

no uso, para serem absorvidas. Contudo, o grupo conseguiu caracterizar o processo de origem, formação e modificação da língua portuguesa, até chegar à atual reforma ortográfica.

REFERÊNCIAS

BECHARA, Evanildo. Moderna gramática Portuguesa. 28 ed. São Paulo, Nacional, 1983.

CIPRO NETO, Pasquale. Gramática da língua portuguesa - Pasquale Cipro Neto, Ulisses Infante – São Paulo: Scipione, 2003.

CUNHA, Celso. Nova gramática do português contemporâneo - Celso Cunha e Luiz F. Lindley Lintra – Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

DE NICOLA, José – Painel da literatura em língua portuguesa: teoria e estilos de época do Brasil e Portugal: livro do professor - José de Nicola; colaboração: Lorena Mariel Menon. – São Paulo: Scipione, 2006.

GRUPO ESCOLAR. A origem da língua portuguesa. Belo Horizonte, 20 maio 2009. Disponível em: http://www.grupoescolar.com/materia/a_origem_da_lingua_portuguesa.html. Acesso em: 20 maio 2009.

INFANTE, Ulisses. Textos: leituras e escritas: literatura, língua e redação, vol. 1 - Ulisses Infante – São Paulo: Scipione, 2000.

SACCONI, Luís Antônio: Nossa gramática completa. - Luís Antônio Sacconi - 29. Ed. totalmente reformulada e bastante aun. – São Paulo: Nova Geração, 2008.

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Colégio Magnum Cidade Nova - Ano 2010

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Alunos da 9ª Série: SILVA, Pedro H.; AMARAL, Jaqueline M. A.; LOPES, Isabele L.; OLIVEIRA, Priscilla F.; REBOUÇAS, Thaís F.; GOMES, Paloma S.; COELHO, Isabella N. C.; GODINHO, Gabriela; FRANÇA, Ana Luíza N.

Professores orientadores: SAMPAIO, Anselmo; NASCIMENTO, Regina; BRAVO, Estevam.

RESUMO

O Projeto Sexualidade Responsável parte do princípio de que a aprendizagem se dá de forma significativa, quando o adolescente percebe-se enquanto sujeito de sua própria história. Neste sentido, a sexualidade e a afetividade fazem parte de uma atitude autodefensiva, que qualifica os cuidados com a saúde reprodutiva, de forma consciente e responsável, evitando-se, assim, a gravidez na adolescência.

INTRODUÇÃO

De acordo com o nosso cronograma, elaborado especificamente para os alunos do Projeto Magnum Avançado, realizamos no período de junho a setembro de 2009 o Projeto Sexualidade Responsável.

A finalização do projeto foi marcada pela divulgação das informações

coletadas, para todas as turmas de 9ª Série, socializando,

assim, o conhecimento adquirido.

OBJETIVO

• Discutir e aprofundar as questões relativas ao cuidado com o corpo na adolescência, tendo como foco a análise, em campo, de casos de gravidez indesejada nessa fase do desenvolvimento humano.

METODOLOGIA

A metodologia usada constou de vários momentos:

1º - Período de inscrição: 16 a 19 de junho � direto com a supervisora da série.

2º - Encontros para conhecimento e aprofundamento do tema e elaboração das estratégias de pesquisa, realizados da seguinte forma:

• 23/6 - Informações introdutórias.

• 4/7 - Entrevista com mãe de aluna que viveu a gravidez na adolescência.

• 11/8 - Aprofundamento do tema, com apoio de profissional especialista em saúde reprodutiva.

• 18/8 - Projeção de vídeo e elaboração de instrumento de pesquisa.

• 21/8 - Pesquisa em campo no Hospital e Maternidade Sofia Feldman.

Sexualidade responsável

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• 29/8 - Sistematização de dados e elaboração de apresentação em Power-point.

• No mês de setembro, nas aulas de Ciências, os alunos envolvidos no trabalho apresentaram os resultados do projeto de pesquisa para os demais colegas de série.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com este trabalho, espera-se que os alunos, conscientes de seu papel social, possam assumir o compromisso de serem multiplicadores daquilo que aprenderam, numa dimensão preventiva, cuidando da saúde de forma integral e efetiva.

Esperamos que o Projeto Magnum Avançado também ofereça uma nova modalidade de trabalho científico, com pesquisa em campo, indo ao encontro de interesses e necessidades fundamentais do adolescente de hoje, conferindo-lhe conteúdo e atitude.

O projeto de pesquisa proposto a partir do aprofundamento do tema suscitou nos alunos várias questões e considerações importantes, que servem como modelo para tomadas de atitude:

• A gravidez na adolescência e seus problemas fazem parte das políticas públicas do governo federal, sendo tratados de forma especial, com programas específicos.

• A Educação Sexual é também uma responsabilidade da escola.

• As adolescentes, em sua grande maioria, não têm a dimensão completa das consequências da gravidez na adolescência, seja do ponto de vista da saúde da mulher quanto da relação social com suas respectivas famílias.

• É necessário planejar, de maneira mais abrangente, um projeto de educação afetivo-sexual nas escolas, a partir de jovens protagonistas, capacitados pela equipe de educadores.

REFERÊNCIAS

GRAVELLE, Karen. O que está acontecendo aí embaixo? Cia das Letras, São Paulo, 2001.GRAVELLE, Karen. Não se incomode. Cia das Letras,São Paulo, 2001.DOCHERTY, James. Growing up. Editora Científica Nacional,1999. LABBÉ, Brigitte. Os meninos e as meninas. Editora Scipione, São Paulo 2002.LABBÉ, Brigitte. O que sabemos e o que não sabemos. Editora Scipione, São Paulo, 2002.SUPLICY, Marta. Sexo para adolescentes. Editora FTD, São Paulo.1998.SILVA, Edna. Educação Sexual da Criança. Editora Saraiva, São Paulo,2000.MIELNIK, Isaac. Educação Sexual na escola e no lar. Editora IBRASA/Saraiva, São Paulo, 2004.www.abrades.org. Acesso em 26 de novembro de 2009.www.portaldasexualidade.com.br. Acesso em 26 de novembro de 2009.www.adolescência.org.br/portal. Acesso em 26 de novembro de 2009.www.isexp.com.br. Acesso em 26 de novembro de 2009.

Palestra de profissionais sobre sexualidade

Aula sobre sexualidade

Visita ao Hospital Sofia Feldman

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RESUMO

Este artigo é resultado de um projeto de arte e cultura, desenvolvido em 2009, com alunos da 1ª Série do Ensino Médio. Seu objeto de estudo é o processo de criação acerca da temática “Arte e Loucura”. Parte-se da análise dos registros materiais, como fotos, vídeos, textos, e ainda da observação participativa durante o processo. A análise da experiência está baseada nos estudos de Cecília Salles, no campo da crítica genética, que analisa os processos criativos na arte e na ciência. Este artigo apresenta as intenções do projeto, as generalizações do processo criativo e sua relação com a experiência dos alunos da 1ª Série do Ensino Médio, sob a orientação da professora Kátia Peifer.

INTRODUÇÃO

De forma realista ou onírica, o homem, em toda a sua existência, sempre teve necessidade de se expressar. Expressar sua realidade, como nos vestígios encontrados nas cavernas ou ainda seu universo inconsciente, sua subjetividade, representações frequentes na arte moderna e contemporânea.

Com intenção estética ou não, as obras culturais a que temos acesso contribuem para uma maior compreensão da realidade. Mas qual a intenção comunicativa dessas imagens?

Como nos sugere Ítalo Calvino (1990), imersos na “civilização da imagem”, estamos vulneráveis a uma crise de visibilidade que coloca em risco nossa faculdade de pensar e evocar a invisibilidade da visibilidade.

Neste artigo, abordamos a experiência dos alunos, fundamentada nos pilares do conteúdo e das relações sociais. Na perspectiva da qualidade de ensino, as situações e circunstâncias vivenciadas de forma transdisciplinar possibilitaram que os alunos integrassem novos conhecimentos às aprendizagens prévias, e, por meio do acesso à informação, ampliassem sua capacidade de uma leitura crítica da realidade.

Entretanto, Morin (2000) e tantos outros educadores insistentemente nos advertem que a informação não é suficiente para gerar transformação. Fundamentados na formação humana, buscamos responder ao desafio educacional de dialogar com as mudanças deste novo século, em ritmos cada vez mais acelerados, promovendo a compreensão desinteressada daquilo que nos é estranho ou distante, a partir de uma abertura subjetiva e sensível ao outro.

Assim, nos permitiremos enxergar as invisibilidades que revelam o universo de cada ser, seu olhar, sua visão de mundo, num contexto de interação social. O caminho escolhido? A arte,

Um olhar sobre o processo criativo

Releitura - Obras de Arthur Bispo do Rosário: "Sandálias e peneiras" e "Vinte garrafas e vinte conteúdos"

A roda e o manto de apresentação - Arthur Bispo do Rosário

Alunos da 1ª Série do Ensino Médio Professora orientadora: PEIFER, Kátia.Autora do texto: RANGEL,RITA.

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que, sendo por excelência a expressão da subjetividade, transita entre o sensível e o racional. Reside aí seu caráter transformador e inclusivo.

Quando nos aproximamos do universo imaginário de Arthur Bispo do Rosário e seu percurso único e pessoal, na reconstrução de um mundo que foi perdido, buscamos contribuir para a apropriação de uma experiência estética e o refinamento do olhar sobre a realidade, permitindo aos sujeitos envolvidos – alunos, professores e pais – novas e infinitas apreensões daquilo que se vê.

Em decorrência de um longo processo de investigações, debates, apropriações, transformações, elaboração das emoções e sentimentos, e da organização consciente dessas experiências acerca da temática Arte e Loucura, instaurou-se o processo de criação. Transpondo o âmbito pessoal, de forma harmônica, os alunos foram desafiados a coletivizarem suas experiências. Sem a preocupação de fazer algo novo ou inusitado, a intenção era expressar o resultado dessa construção.

O produto deste trabalho compôs a Mostra de Arte e Cultura do Colégio Magnum. Fruto de um processo criativo complexo, apresentou uma inter-relação de visualidades, por meio do entrecruzamento de performances, imagens, pinturas, esculturas, reflexo do contexto dinâmico e interativo dos jovens.

A intenção deste artigo é nos aproximar de forma interpretativa do percurso desta produção, com base nos registros materiais e no olhar retrospectivo do movimento de produção.

A interpretação de um processo criativo individual tem sido objeto de trabalho de alguns pesquisadores. Nós nos apoiamos aqui no olhar metodológico proposto por Salles, em seu livro “Gesto inacabado” (2008), para a análise desta experiência que, por ser coletiva, é infinitamente mais complexa e por isso despretensiosa e flexível.

OBJETIVOS

• Refletir sobre a relação entre a arte e o transtorno mental, sua complexidade e polifonia de significados no mundo contemporâneo.

• Vivenciar o processo de criação, dialogando com suportes convencionais e híbridos – esculturas, pinturas e as manifestações do corpo e suas pulsões.

METODOLOGIA

A partir da análise dos registros deixados pelo artista em seu processo de criação, Salles estabelece elementos direcionadores desse processo. Reconhece as características singulares, não lineares e a simultaneidade do ato criador, descartando a ideia de uma ordenação ou cronologia de tais elementos. Também nos alerta para as diversas combinações dos aspectos descritos, que cada indivíduo pode realizar, na materialização da sua obra. Direcionamos nosso olhar para a produção dos alunos sobre “Arte e Loucura”, identificando esses elementos em um processo criativo.

Mobilizados pelas reflexões acerca da esquizofrenia e o contato com a obra e a missão de Arthur Bispo do Rosário, paciente esquizofrênico da Colônia Juliana, no Rio de Janeiro, o grupo experimentou uma efervescência de ideias e um processo de construção e reformulação constante do projeto poético que lentamente ia se definindo. No decorrer do processo, com novas informações sobre a história manicomial no Brasil e a visita ao Museu da Loucura, em Barbacena, nova configuração se delineia, interconectando novos conceitos, olhares, sentimentos e deslocamentos. É nesse contexto que o artista transita entre o

caos e a maturação permanente do processo criador.

Constantemente desafiado pela busca de uma organização e satisfação pela aproximação da obra de seu projeto poético, no percurso, algumas situações fogem ao controle. Escolhas conscientes foram feitas, incorporando o acaso, que pode ser traduzido pelas limitações pessoais, de tempo e ainda tecnológicas. Entretanto, o inesperado passa a ser incorporado, trazendo a compreensão das inúmeras possibilidades de materialização da obra.

O conflito entre as diversas possibilidades de materialização, as limitações que geraram angústias pela dificuldade de expressar os sentimentos idealizados, as adaptações, mesmo que possibilitadas a partir da maturação da obra, constituem um cenário tensivo, entre objeto e criação (Salles, 2008).

A obra dialoga também com o tempo e o espaço. O trabalho produzido é afetado pela sensibilidade dos alunos em relação à obra de Arthur Bispo do Rosário e sua biografia, pelas experimentações precedentes e atuais de cada componente do grupo e pelas imagens evocadas que provocam sensações e ainda por outras manifestações artísticas. Essa comunicação intra e interpessoal, traduzidas em instantes fugazes, porém férteis, manteve a vitalidade do processo criativo.

Sendo o primeiro a usufruir de sua obra, não se pode desconsiderar a difícil decisão de quem experimenta a criação artística acerca do momento em que parte dela, pois esta sempre será inacabada, deve ser entregue ao público. O olhar do receptor, sua interação com a obra, mediada por suas experiências afetivas e culturais, confere novos e infinitos sentidos à produção, influenciando nas possíveis leituras. Nas performances, o diálogo entre Arte e Loucura se manifesta, tendo como suporte o próprio corpo. Corpo que interage no espaço e revela histórias, subjetividades, contestações. Que se apropria de uma linguagem estética e convida-nos – receptores e participantes da obra – a transitar pelo universo de Arthur Bispo do Rosário, trazendo para o novo contexto nossas questões subjetivas e pessoais. Nesse sentido, cada intervenção torna-se única e irrepetível, reafirmando o jogo de instabilidade e tensão, sempre presente no ato criador.

O mesmo se refere à inserção das mídias no processo de criação artística que neste projeto se deu a partir da oficina de produção de vídeos com recursos digitais. Para a execução da obra visual, as imagens foram adquiridas por diversos meios: câmeras digitais, digitalização de seus desenhos ou pinturas, apropriação de imagens provenientes da Internet. As imagens, alteradas e tratadas conforme a intenção do artista, sons e recursos de animação tornam dinâmica a obra, cujo suporte é a tela de vídeo, tornando-a imaterial.

Nesse processo de elaboração, a obra passa por diversas transformações, numa dinâmica de seleção e exclusão. Também os limites de tempo e habilidade técnica por vezes alteraram o percurso, às vezes na tentativa de uma aproximação à ideia original, outras configurando uma nova possibilidade, incorporando mais uma vez o acaso.

Totalmente digital, progressivamente a obra vai se constituindo, sendo que a experiência estética, neste caso, ocorre num ambiente virtual, num processo em que imagem, cognição, semiótica e mídia se interagem.

Mais uma vez, a preocupação com o receptor da obra, com a intenção de estabelecer uma comunicação clara, como também o tempo, grande sintetizador do processo criativo, como afirma Salles, trouxe a maturação do processo e a definição da materialidade da obra.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

A produção construída pelos alunos representa uma possível versão daquilo que poderia ainda ser alterado, pois a riqueza e a complexidade do processo de criação o tornam sempre inacabado. Por mais que se tente interpretá-lo, sabemos que só pode ser apreendido integralmente por aqueles que viveram a experiência e deste modo se entregaram ao desconhecido, a novas descobertas.

Morin (2000), citando Proust, diz “que uma verdadeira viagem de descobrimento não é encontrar novas terras, mas ter um novo olhar”.

Reconhecer o fazer artístico como uma manifestação permanentemente inacabada, não linear e descontínua, desconstrói a ideia de um processo espontâneo, quase mágico e nos traz a compreensão de um trabalho árduo, que exige disciplina e disposição emocional.

Embora complexo, definido por um percurso de incertezas, tensão, e ajustes em direção a um projeto idealizado que poderá sofrer infinitas intervenções, também pode ser vivido com alegria, conforto e acolhimento. Um processo que implica a coragem de ser, se emocionar e conhecer.

Ao se constituir como espaço de diálogo entre diferentes grupos sociais e culturais o Colégio Magnum favorece o reconhecimento do outro, a construção e o fortalecimento das identidades plurais. Consequentemente, contribui para o desenvolvimento da nossa identidade de cidadãos terrestres, que implica também a sabedoria de viver juntos (Morin, 2000). O que só pode ser aprendido na cultura e através dela.

REFERÊNCIAS

CALVINO, Ítalo. Seis propostas para o próximo milênio. Cia das Letras, 1990.

FARIA, Fabiana. Arhtur Bispo do Rosário e seu universo representativo, texto disponível em http://www.urutagua.uem.br//005/12his_faria.htm. Acessado em 6 de maio de 2009.

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. Cortez. 2000.

SALLES, Cecília Almeida. Gesto inacabado: processo de criação artística. São Paulo: FAPESP, 1998.

Aluna em performance sobre a vida de Arthur Bispo do Rosário

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Diretor do Colégio

Eldo Pena Couto

Coordenador Pedagógico da 6ª Série do EnsinoFundamental à 3ª Série do Ensino Médio

Wyller Mello

Supervisão dos Projetos

Rita Lanna - Supervisora da 6ª Série

Daniela Nogueira - Supervisora da 8ª Série

Isabel Isoni - Supervisora da 9ª Série

Rita Rangel - Supervisora da 1ª Série do Ensino Médio

Joísa de Abreu - Supervisora da 2ª Série do Ensino Médio

Revisão

Eliane Sudário

Registro fotográfico capa

Jairo Delano

Foto capa

Alessandra Soares Barroso - aluna da 8ª Série

Arte e Produção

Inovart Comunicação Tel.: (31)3075-9732

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