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Editorial

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Editorial

Na atual situação mundial aprofundaram-

se todas as contradições do período histórico aberto em 2007 com o crash do capital financeiro internacional. A quebra do sistema capitalista imperialista brota à cada passo por todos os poros. A dinâmica da crise da economia capitalista, deste sistema moribundo, poderíamos dizer, para exemplificar, tomou a forma duma linha em pendente para abaixo com forma de serra, com pequenos “respiros” e recorrentes crises. Os “respiros” são pelo parasitismo do capital financeiro que tenta recrear lucros na especulação, depois de que estes suga-sangues, que vivem do saque e a espoliação do mundo semicolonial e da escravatura da classe operária mundial, se gastaram mais de 90 trilhões de dólares em benefícios que o trabalho humano não produziu ainda. Mas a cada um destes “ciclos de expansão” parasitários termina por afundar mais a economia mundial, empurrando a superiores ataques contra os explorados e aguçando as disputas inter-imperialistas. Se a revolução proletária internacional não o resolve, a burguesia o fará com o fascismo e a guerra. Os enormes combates revolucionários no Norte da África, Oriente Médio e os que começam a se desenvolver em Graça e Espanha, se assentam nas condições objetivamente revolucionárias abertas pela bancarrota imperialista. O imperialismo concentra suas forças para derrotar a revolução com golpes contra-revolucionários, frente popular, desvios parlamentares e sincroniza o acionar das direções traidoras do proletariado para

impedir o triunfo dos explorados. A burguesia consegue pelo momento desviar em Egito, tenta conter na Tunísia, cerca as milícias operárias e populares na Líbia, ataca na Síria, mas estoura a “Republica dos Indignados” na Espanha e Grécia marca-lhe o caminho de luta a todo o proletariado Europeu. A revolução não se define em um só ato. Fascismo e comunismo se verão as caras. Os explorados deram mostras de sobra de sua enorme predisposição ao combate como resposta à crise imperialista. Mas suas direções - as burocracias, aristocracias operárias e os partidos reformistas de todo tipo - conspiram para sustentar a cidadela do poder. A refundação da IV Internacional de 1938 para derrotar às direções traidoras da classe operária e levar ao triunfo os combates revolucionários de massas, é uma tarefa de vida ou morte.

Os estados imperialistas em quebra, à beira do default… e as transnacionais amassam

fortunas No meio do marasmo da economia mundial, os monopólios e transnacionais imperialistas continuam acumulando enormes super-lucros, em primeiro lugar como resultado de um terrível ataque contra os explorados do mundo. Em segundo local, graças à ruína e o endividamento de todos os estados imperialistas, que estão em uma aberta quebra depois de ter destinado todas suas reservas para salvar aos super-bancos, utilizando a velha receita de “nacionalizar as perdas e privatizar os lucros”. Hoje EUA conta com uma dívida de 15 trilhões de dólares, que equivale a 98 % de seu PIB. Assim o imperialismo ianque ficou ao limite da dívida que pode ter o estado segundo sua Constituição. Ante isto os piratas ianques vêm desvalorizando sua

moeda - e com isso também desvaloriza sua dívida -, favorecendo suas exportações e lhe atirando toda sua crise ao mundo em forma de inflação com milhões de dólares em notas e títulos do tesouro não respaldados em produção real. Com esta medida a sua vez, EUA garante um maior saque do mundo semicolonial. Uma parte da imensa massa de capitais que não encontram um local na produção para se reproduzir, EUA outorga-a como empréstimos às “semi-colônias prósperas” como Brasil e a Índia, aprofundando assim seu endividamento. Como se isto fosse pouco, Estados Unidos absorve os dólares constantes e sonantes da China em troca de títulos do tesouro norte-americano para cobrir seu

Os Primeiros Ministros imperialistas: Papandreu (Grécia), Sarkozy (França), Merkel (Alemanha).

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déficit fiscal e comercial. O capital financeiro transformou ao ex-estado operário numa verdadeira maquila de mão de obra barata à que saqueiam brutalmente apoiada nos massacres do exército contra-revolucionário de Hu Jintao e os novos empresários “vermelhos” do PC. A charlatanearia barata das direções serventes de Obama que afirmam que “China é imperialista”, não resiste os fatos. À brutal escravatura operária na China, EUA com seus títulos do tesouro sem valor, somou-lhe uma brutal inflação que esfomeia às massas e que exacerba o caminho ao crash do “milagre chinês”. Mas a classe operária começa a entrar em cena com grandiosas revoltas que concentram todas as contradições da situação mundial, criando as condições para a terceira revolução chinesa, antes que as potências imperialistas dessangram a nação, inclusive terminando com sua partição se é necessário. Assim é que todo ponto de desvalorização de EUA e toda refinanciação de sua dívida significam a ruína de todo país que tenha títulos do tesouro norte-americano, isto é de uma grande parte do planeta. É desta forma como os Estados Unidos fazem pesar seu status de potência dominante. Desta maneira é como hoje o capital financeiro de Wall Street realiza fabulosos super-lucros, depois de saquear ao estado norte-americano. Primeiro puseram-se nos bolsos 700 bilhões de dólares com o resgate dos bancos. A sua vez utilizaram 1 trilhão de dólares da reserva federal emitindo dólares como crédito barato para reativar o consumo, ao mesmo tempo que o estado pagava todas as despesas

armamentistas de suas aventuras militares. Enquanto, afundaram às massas norte-americanas na pior das crises, com o quite de conquistas, uma terrível carestia da vida, uma histórica desemprego, com o recorte dos orçamentos para “ajudas sociais” e uma brutal perseguição contra os operários imigrantes que inclui deportações, cárcere, repressão e massacres a mãos dos xerifes fascistas. O imperialismo ianque atirou-lhe toda sua crise ao mundo para que a paguem as massas e seus competidores imperialistas. Isto criou uma enorme tensão sobre a Europa imperialista com o acordo de Maastricht em franca desintegração. A crise deixou ao nu a ficção de uma moeda comum da maioria dos países da Europa, que em realidade era sustentada por EUA. Os bancos ianques eram os que lhe prestavam de forma secreta milhares de milhões de dólares às potências imperialistas menores da Europa para que possam ser mantido na “zona euro”. O crash de Wall Street fez impossível manter esses empréstimos, ao que se somou a quebra dos estados europeus que eram sacudidos a sua vez por fortes mobilizações de massas. O caso mais agudo é o estado grego, cuja dívida equivale a um 150% de seu PIB. Isto também acontece com Inglaterra, Itália, Portugal, Espanha, todos estados quebrados pelo capital financeiro. Alemanha e França sobrevivem sobre a base da ruína e a decadência da Europa imperialista, e sobre o submetimento e saque de todo o Leste europeu até as estepes russas, onde o FMI também meteu suas garras endividando e quebrando esses estados.

Grécia: o elo mais débil da corrente de domínio imperialista na Europa

Aprofunda-se o crash e as disputas inter-imperialistas

A crise desatada em 2007 deixa em manifesto que sobram potências imperialistas. A disputa pelas zonas de influência e os mercados, terá potencia vencedoras e potências vencidas. Vão viver os imperialismos que mais derrotem a sua classe operária e consigam afundar a seus competidores imperialistas para se combinar com novos mercados, isto é o saque das colônias e semi-colônias para que estas paguem a crise e bancarrota capitalista. Isto é o que está em jogo ante o crash da Grécia que deveio no elo mais débil da corrente de domínio imperialista. Quem paga a crise? Semanas atrás, esta disputa cobrava-se a cabeça de Strauus Kahn, titular do FMI e pré-candidato a presidente da França pelo Partido Socialista, quem foi encarcerado acusado de violador. Dias antes de sua detenção, Strauss Kahn estava a ponto de fechar com Alemanha um plano de default ordenado da Grécia, para evitar que sua economia estoure arrastando com ela a Portugal, Irlanda e outros

países. No entanto também o mesmo Kahn negociava secretamente uma fórmula para reciclar a milionária dívida dos EUA com fundos secretos do FMI (o que significava que o FMI reconheça como “aporte” à dívida norte-americana). O acordo do FMI com Alemanha prejudicava a Estados Unidos, quem não podia cobrar a dívida que o estado grego mantém com eles. EUA não o podia permitir e respondeu detendo à autoridade máxima do FMI por uma causa que lhe cabe a qualquer capitalista: todos eles são exploradores, violadores, estafadores, assassinos. Desta maneira EUA rompeu este plano e obrigou de fato a Alemanha e ao conjunto da União Européia a impor um novo ajuste da economia grega empurrando a um novo ataque contra as massas. Hoje a situação da economia grega tem-se aguçado. A dívida do estado tornou-se insustentável e já não há crédito nem “salvatajem” que impeça o inevitável default. Parece ser que o resto das potências imperialistas lhe soltaram a mão para que se afunde.

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Ante isto o primeiro-ministro Papandreu, expressando o desespero do conjunto da burguesia, ofereceu sua demissão, enquanto com uma nova greve geral o 15 de junho, as massas novamente começam a responder ao ataque para que a crise a paguem os capitalistas. Os estados maiores do capital financeiro das diferentes potências imperialistas baralham possíveis alternativas para a economia grega. Uma é que Grécia saia dos acordos de Maastrich e que desvalorize sua moeda e portanto afunde o salário do conjunto da classe operária; outra é ir a um default (calote) controlado mas dentro dos acordos de Maastrich e o euro com um brutal plano de privatizações que se aprofunda com milhares de demissões; e outro é que a burguesia com ataques fascistas e contra-revolucionários esmague às massas e esta seria a garantia para novos empréstimos do FMI. Qualquer destas alternativas seria o inferno para a classe operária e o

afundamento e colonização da Grécia. Revolução e contra-revolução já se vêem a cara; a burguesia alista suas bandas fascistas e prepara à casta de oficiais dos Coronéis assassinos, mas também a classe operária apresenta batalha brigando como no Magreb e Oriente Médio. Este é o caráter dos atuais combates de classe. Assim de “forte” está o regime capitalista imperialista: todos contra todos, se metem presos, se disputam os mercados, não podem impedir novas irrupções de massas. E em frente a esta débâcle, quando é o momento de esmagar aos capitalistas, as direções da classe operária querem pôr aos explorados à defensiva, aos pés dos regimes burgueses e suas instituições. Basta! É o momento de golpear ao imperialismo generalizando o combate do Magreb a toda Europa! É o momento de responder à bancarrota imperialista com a revolução socialista! Há que expropriar aos expropriadores!

O parasitismo do capital financeiro exacerba o crash, a revolução e a contra-revolução

No meio desta situação e ante a débâcle do sistema capitalista mundial, o parasitismo se exacerba a graus extremos. Por momentos, pareceria ser que os

enormes lucros das transnacionais imperialistas fazem de “locomotiva” da economia mundial ou que os pequenos nichos de “crescimento”, que são

CHINA: Viva as revoltas da classe operária!

O passado fim de semana na China, milhares de trabalhadores que migram do campo à cidade para tentar conseguir um trabalho, protagonizaram uma grande revolta na cidade de Zengcheng na província de Guangdon (Cantón), incendiando carros de polícia e queimando edifícios oficiais. A repressão do governo deixou a 25 trabalhadores detidos. Esta revolta dos trabalhadores foi em resposta a que na sexta-feira passada a polícia atacou à vendedora ambulante Wang Lianmei de 20 anos que estava grávida. Foi a faísca que acendeu a raiva que têm milhões de trabalhadores chineses ante o brutal ataque que comanda o governo de Hu Jintao com superexplotación, repressão e que agora se lhe soma uma brutal inflação com uma terrível suba de preços dos alimentos e das moradias. Este não foi um fato isolado. Na semana passada na cidade de Chaozhou, localidade da província de Guangdon, o operário ceramista Xion de 19 anos, que participava em um protesto por reclamos salariais, recebeu uma ferida de arma branca depois de discutir com seu chefe os salários não pagos na fábrica. Os trabalhadores indignados saíram à rua a protestar atacando edifícios do governo e incendiando veículos. Em abril passado os motoristas de caminhões de Shangai, o maior porto de contentores do mundo, declararam uma greve de vários dias para protestar contra a carestia da vida e a alça do preço da gasolina. É que a super-exploração dessa verdadeira maquila para as transnacionais imperialistas que é China, junto à brutal carestia da vida já não se agüenta mais. Este combate da classe operária chinesa estendeu-se também à região de Mongolia onde centos de trabalhadores protagonizaram manifestações contra a sobre-exploração dos recursos mineiros. Hoje os operários chineses começam a pôr-se de pé como parte das revolucione operárias e socialistas que começaram no Norte da África e Oriente Médio. Liberdade imediata e incondicional aos trabalhadores chineses presos a mãos do governo Hu Jintao servente do imperialismo! Viva a heróica luta da classe operária chinesa! Pela terceira revolução Chinesa que restaure a ditadura do proletariado sob formas revolucionárias!

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Correspondente desde a revolução na Tunísia e Líbia para o Organizador Operário Internacional

“... Se a revolução Líbia fracassa, nós sofreremos mais que os líbios”. Quando um pergunta Por que? Eles respondem “porque Tunísia foi a faísca”…

…Ontem partimos desde a cidade de Dahiba (Tunísia), onde seus habitantes nos brindaram sua imensa hospitalidade. Desde aquela cidade as milícias líbias recebem armas, em sua maioria rifles de assalto AK-47 e lança-granadas abastecidos pelos próprios trabalhadores e o povo tunisiano. Também no hospital de Dahiba se atendem aos milicianos feridos pelas bandas armadas de Khadafy. Enquanto dezenas de famílias tunisianas alojam em suas humildes casas a centos de famílias líbias. A solidariedade internacionalista é total. Khadafy sabe-o por isso suas tropas bombardeiam a cidade; enquanto a OTAN, o CNT de Bengasi e inclusive o governo interino tunisino deixam-no correr… …Os tunisinos, apesar e em contra do governo de transição, dos partidos opositores patronais, da oficialidade do exército, da UGTT e da “frente 14 de janeiro”, conquistaram um caminho para lutar junto a seus irmãos líbios, ao mesmo tempo que em seu país não cessam as greves, as mobilizações, as queima de delegacias e os confrontos com a polícia e o exército. O comentário de todo operário, jovem estudante ou desempregado é que “se a revolução Líbia fracassa, nós sofreremos mais que os líbios”. Quando um pergunta Por que? Eles respondem “porque Tunísia foi a faísca”… …É mentira que a OTAN entrega armamento às milícias. O CNT nega-se a prover armas pesadas aos milicianos na frente de batalha. Os combatentes dizem que as armas –além das que concedem os tunisinos- se conquistam nas batalhas arrancando-as às forças de Khadafy… …Hoje cruzamos a fronteira. Agora nos encontramos a uns 50 quilômetros de Zawiyah, ao oeste de Trípoli. Ontem teve intensos choques

com as forças de Khadafy. O palco de batalha foram as montanhas de Nafousa. Mais de cem soldados caíram do bando inimigo. No

entanto os médicos e enfermeiros informam que há quinze milicianos mortos. Há pessoas chorando, mas prima acalma nos operários,

estudantes, pequenos comerciantes, homens e mulheres, jovens e idosos, que dão sua vida à revolução. As tropas de Khadafy fugiram

para a cidade. As montanhas ficaram sob controle das milícias. Apesar da amargura pelos novos mártires, celebra-se saber que o dia

terminou com uma vitória. Trípoli esta mais perto!...

tendências contra-restantes à crise como China ou Índia, podem oferecer alguma perspectiva ao capitalismo agonizante. É uma verdadeira alucinação. A tendência à queda da taxa de lucro faz com que o capital covarde não vá investir ao processo produtivo, senão à especulação parasitaria. EUA, no momento de seu mais grave crise de recessão, desemprego e dívida, desenvolve novos ramos de produção tecnológicas, que em realidade geram novas bolhas e sobre-preços. Aí esta o exemplo de Facebook que dizem vale 7.500 milhões de dólares, quando só conta com um escritório, um computador e um par de programas. Uma verdadeira farsa! Com a crise de 2007 estourava primeiro a bolha imobiliária norte-americana e milhões de operários ficavam sem casa. Esse estouro produziu o derrube de todas as bolsas do mundo; Europa afundou-se porque todos seus bancos estavam comprometidos em Wall Street. O capital financeiro não terminava de liquidificar suas perdas com a grana que recebia dos estados imperialistas, que fugia a se refugiar nas commodities. Fizeram subir artificialmente seus preços açambarcando soja, trigo e milho, e assim

provocaram uma terrível carestia da vida e fome para os explorados do planeta. Cada ciclo parasitário está baseado em um punhado que se enchem os bolsos sobre a base de destruição de forças produtivas, de vagas de emprego, de fome e miséria para as massas! A crise mundial à cada momento faz estourar as bolhas especulativas, anunciando que o sistema capitalista não consegue reconstituir a taxa de lucro. O parasitismo atual do capital financeiro está alertando que a luta pelos mercados não fará mais que aguçar-se. É que estes se encolhem e se contraem cada vez mais. Isto empurra a uma maior disputa inter-imperialista pela partilha do mundo e por ver que potencia imperialista se cai do planeta e também paga a crise. No momento atual se preanuncia que sem novas guerras o capital financeiro não poderá reconstituir sua taxa de lucro. Por isso, ante o estouro da cada bolha, maiores investimentos vão à indústria de guerra. Esta será o ramo de produção mais importante que se desenvolverá, se o proletariado não o impede com o triunfo da revolução socialista.

Contra o ataque dos piratas imperialistas, há que preparar uma contra-ofensiva

revolucionária de massas a nível mundial

Desde janeiro até nossos dias, em apenas quase 5 meses, se aconteceram mini-crashes recorrentes e processos de revoluções em corrente como o aberto no Norte da África e Oriente Médio. Com seu heroísmo e abnegação, os explorados

demonstram que já compreenderam que para comer há que derrotar aos governos e regimes contra-revolucionários.

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Faísca na Tunísia, começa o incêndio na Europa

Hoje a corrente revolucionária do Norte da África e Oriente Médio começa a penetrar nas ruas da Europa imperialista. O proletariado grego pôs-se de novo de pé como vanguarda da classe operária do continente. O 15/6 as massas vêm de protagonizar uma nova Greve Geral, com 20.000 explorados nas ruas, centralizando aos “indignados” com a classe operária, combatendo com suas barricadas contra a polícia assassina, paralisando a produção e rodeando o Parlamento dos exploradores. Depois que as direções traidoras lhe arrebataram à classe operária da Grécia seu combate a mais de 8 greves gerais que entre 2009 e 2010 protagonizaram os explorados para derrotar o ataque dos capitalistas, hoje as massas gregas, conquistando a unidade dos que lutam nas ruas, começam a brigar como no Magreb e Oriente Médio ao grito de “Revolução Européia”! Em Espanha o exemplo da Praça do Cairo é imitado por milhões de explorados que ocupam as principais praças ao grito de “nos tiraram demasiado, agora o queremos tudo”. A pelega burocracia sindical da UGT e as CC.OO. conspira contra os “Indignados” impedindo que estoure a Greve geral que é a tarefa imediata para enfrentar o ataque de Zapatero e pôr-lhe o pé no peito à monarquia assassina do Rei Juan Carlos e a dinastia dos Borbons imperialistas. Para que a “República dos Indignados” triunfe: há que seguir o caminho da classe operária grega! Por comitês de fábrica em toda Espanha que votem delegados que se coordenem com as praças dos “Indignados” para impor a unidade das filas operárias e a Greve Geral contra Zapatero, a monarquia e as transnacionais! Assim a classe operária européia, empurrada pelo combate dos explorados ao outro lado do

Mediterrâneo, e com Grécia e Espanha como sua vanguarda, está muito próximo de iniciar uma ofensiva revolucionária. O telão de fundo que empurra a esta situação é a fenomenal crise do capitalismo na Europa. Há que responder ao ataque dos capitalistas em um só combate da classe operária de todo o continente: Greve Geral revolucionária já em todo Europa para derrotar aos governos e regimes imperialistas! A tarefa central do imperialismo e as burguesias nativas é impedir que o combate da classe operária e as massas do Magreb e Oriente Médio penetre na Europa imperialista, como já começa a acontecer com a “República dos Indignados” de Espanha e a Greve Geral grega. Por isso no momento atual estamos presenciando a resposta do imperialismo e seus agentes (as direções traidoras) ante a ofensiva de massas no Norte da África, Oriente Médio e Europa. Seu objetivo contra-revolucionário é deslocar os diferentes elos desta única corrente de combates revolucionários. Mostra disso são os golpes contra-revolucionários sangrentos contra as massas, como na Síria, Iêmen, Bahrein ou Marrocos. Também o é a política de frente popular de submetimento das massas revolucionárias a novos governos pseudo-democráticos pro-imperialistas como na Tunísia e Egito, que tentam desorganizar às massas e submeter-las à burguesia. Por essa via o imperialismo procura ganhar tempo para reconstituir os regimes e estados que ficaram derrubados e em crises pela luta revolucionária das massas, como na Tunísia e Egito.

Líbia: um combate decisivo do proletariado mundial

Estas políticas de contra-revolução, frente popular e intervenção imperialista direta, concentraram-se em Líbia. O objetivo é conter, desgastar e expropriar o impulso revolucionário de uma corrente de insurreições locais que ameaçava com triunfar em Trípoli, com terminar de derrubar ao estado e desarmar ao exército na cidadela do poder, pondo à classe operária e os explorados muito próximos da tomada do poder. Hoje a situação em Líbia entrou em um impasse. Para romper a seu favor, os explorados devem unir seu combate com o de Oriente Médio, o Norte da África e, fundamentalmente com Europa, para que a chama de Misarrata incendeie todo o Mediterrâneo. Por sua vez, o imperialismo busca romper este impasse e avançar em derrotar a revolução,

utilizando a todos seus agentes: ao “fascista” Khadafy e ao “democrático” Conselho Nacional de Transição. O “trabalho sujo” de tentar esmagar às massas atribuíram-lho ao chacal Khadafy. No entanto, se os “generais democráticos” do CNT assumem o poder em Líbia sua primeira tarefa será desarmar às massas e massacrar a quem se oponha. Seu papel e o da OTAN é fazer com que as massas rendam-se e não ataquem a propriedade das transacionais. Enquanto, as direções reformistas das massas na região e fundamentalmente da Europa, tentam cercar às milícias operárias e populares que combatem sem quartel. O imperialismo definiu dois planos para derrotar a revolução em Líbia e redobrar seu domínio e saque

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sobre a nação. Um é estabelecer um governo e regime de protetorado, com a burguesia khadafysta e do CNT baixo as ordens diretas dos generais da OTAN, tal qual fizeram no Iraque. O outro plano é a partição de Líbia, para repartir entre as camariilhas imperialistas. Se a revolução é derrotada, qualquer seja o plano que se imponha, em Líbia não virá mais democracia, senão dobros e triplos correntes de submetimento ao imperialismo. Para triunfar, as massas devem pôr em pé um governo provisório revolucionário em toda Líbia de trabalhadores, comitês de soldados e as milícias revolucionárias, que exproprie à burguesia e ao imperialismo em cada região que controle. Este é o único caminho para que voltem a irromper os explorados de Trípoli que estão sob a bota de Khadafy, para unificar novamente o combate das massas de toda Líbia. Um governo assim é o que pode derrotar as tropas do chacal Khadafy, enfrentar à OTAN e desconhecer ao CNT burguês, rompendo todos seus acordos com o imperialismo. Fora os oficiais khadafystas das milícias e os comitês de soldados! Os combatentes devem eleger a seus chefes no campo de batalha e renová-los por votação direta. Os comitês de

consumidores, de soldados e de vigilância de Bengasi devem coordenar-se e centralizar as riquezas de toda a indústria alimentícia e metalúrgica para pôr-la ao serviço da guerra civil. Para esta tarefa, os únicos aliados das massas insurretas líbias são os operários do Norte da África, Oriente Médio, Europa e todo mundo. Há que generalizar o combate das milícias operárias e populares de Misarrata a toda a região e que cruze o Mediterrâneo a Europa! Brigadas operárias internacionais de todas as organizações operárias da Europa, da Tunísia e Egito para combater em Misarrata e todo Líbia!

Correspondente desde a primeira linha de combate em Misarrata (Líbia) para o Organizador Operário Internacional “...se a direita chegasse a tomar o controle, junto às tropas da OTAN, quando termine esta batalha, seria o começo de outra...” …Fomos adentrando-nos na vegetação uns 200 metros e começamos a combater. Responderam-nos, em seguida.

preparavam uma emboscada. Tínhamo-los em cima. Atacavam-nos sem piedade. Não pudemos manter o domínio do

terreno nem por um segundo. Os khadafistas disparavam-nos com lança-granadas. Tivemos algumas baixas. Pudemos

correr e resguardar-nos. Ao final redobramo-nos sem deixar de lutar e pudemos fazê-los retroceder…

…Já no acampamento, enquanto se curava aos feridos, a dor pelos colegas caídos invadiu o local.

Um capítulo aparte merece a gente de Misarrata que ante a cada batalha ou enfrentamento se acerca com sua enorme

solidariedade e amor. Todos tomam tarefas em ajudar com os feridos e em prover-nos de petrechos e alimentos. Muitos

jovens parceiros que se vão somando à milícia são recebidos por suas mães e famílias…

…Ao fim posso voltar a contar-lhes sobre os duros confrontos que estamos levando adiante. Amanhã voltaremos a tomar

guarda… não para defender o terreno que o imperialismo da OTAN nos delimitou, nem para servir a seus sujos

interesses. Este foi um dos pontos centrais de discussão entre os milicianos, inclusive quando estamos brigamos cotovelo

a cotovelo e costas com costas na frente de batalha…

…As conversas e os debates que se armam sobre como a revolução deve jogar ao capitalismo e seus cães, são a cada vez

mais profundas. Em nosso grupo temos claro que se a direita chegasse a tomar o controle, junto às tropas da OTAN,

quando termine esta batalha, seria o começo de outra.

Este sentimento está muito arraigado nos colegas, é que cá sabemos que na linha de fogo não há nem um só desses ex

servidores públicos que saem nos meios. Nenhum deles esta com seu corpo, enfrentando com as tropas Khadafistas…

…O alimento demora dias em chegar, se é que chega. O CNT continua boicotando-nos. Enquanto com seus

bombardeios os khadafistas assediam nossas posições em Misarrata. A cidade esta rodeada, só temos passo e saída pelo

norte, mas a resistência é heróica. A paixão e o sacrifício crescem nos combatentes da revolução…

Espero cedo voltar a escrever-lhes. Um forte abraço para todos.

RM, Correspondente

Milícia operária e popular em Misarrata, Líbia.

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Síria: ofensiva de massas, partição do exército e sangrento ataque contra-revolucionário Na Síria vemos heróicas ações revolucionárias de massas contra o regime assassino da o Assad, verdadeiro bastião do imperialismo na região sustentando ao governo pró imperialista de Siniora no Líbano, que contém às massas palestinas para que não destruam ao estado sionista fascista de Israel. Com sua luta, os explorados sírios empurraram a milhares de soldados (aos operários e as classes médias arruinadas do campo e a cidade sob armas), a desconhecer as ordens de seus oficiais contra-revolucionários que os chamavam a reprimir às massas. Assim aconteceu o 7/6, quando os oficiais ordenaram reprimir os funerais dos mártires assassinados pelo governo, e os soldados se negaram, mataram a 120 polícias e se uniram às filas dos explorados. Com milhares de mortos nas ruas, as massas começam a partir ao exército contra-revolucionário. Abaixo o regime genocida de Al Assad, sustentado por Obama e todas as potências imperialistas! Esta nova mostra revolucionária das massas sírias é uma bofetada na cara de todos os “bolivarianos”, stalinistas e renegados do trotskismo que falam de “revoluções democráticas”, que “a burguesia democrática arma às massas”, de que “não há

condições para a revolução socialista”, de que “as massas carecem de consciência”. As massas revolucionárias da região demonstram que seu heroísmo e perspicácia são mil vezes mais poderosos que a estratégia e o programa reformistas das direções do Fórum Social Mundial. Estes processos revolucionários no Magreb e Oriente Médio puseram novamente de pé às massas palestinas, quem desde os campos de refugiados entram ao combate contra o estado de Israel, principal dispositivo contra-revolucionário do imperialismo na região. Desta maneira enfrentam o pacto de Hamas e Al Fatah que reconhece a existência de Israel sob o plano imperialista dos “Dois Estados”. Os burocratas traidores e os partidos reformistas conspiram para impedir que o combate de Misarrata triunfe em Madri, Atenas, Londres, Roma e Moscou como revolução socialista. No entanto, as condições para uma contra-ofensiva generalizada de massas já estão aqui. Para sincronizá-la e brigar por seu triunfo derrotando às direções traidoras, há que conquistar uma Conferência Internacional das Organizações Operárias Revolucionárias e o Trotskismo Principista.

“A crise da humanidade reduz-se à crise de sua direção revolucionária”

Há que derrotar às burocracias sindicais e partidos reformistas que sustentam ao imperialismo agonizante

A principal trava que hoje têm as massas são as direções reformistas que têm a sua frente. Todas as burocracias sindicais, as aristocracias operárias e as correntes stalinistas e dos renegados do trotskismo são uma verdadeira “Santa Aliança” para sustentar ao capitalismo em crise. Estas direções traidoras do Fórum Social Mundial e o V Internacional concentram-se em separar os combates do proletariado país por país e em destruir os organismos de auto-organização, democracia direta e armamento que as massas põem em pé, como no Magreb e Oriente Médio. Assim querem impedir que surjam os soviets de operários e camponeses, e das classes médias e setores populares arruinados. E quando estes surgem, buscam os submeter à burguesia com uma política de colaboração de classes, para, com frases doces e cantos de sereia, jogar água ao fogo da revolução. Desta forma dão-lhe tempo à burguesia de preparar suas bandas fascistas e golpes bonapartistas para esmagar as revoluções que estão em curso. Esta pérfida política de colaboração de classes é centralizada a nível mundial, como fizeram recentemente no Congresso da Confederação Européia de Sindicatos realizado em Atenas que

reuniu a toda a burocracia das centrais européias, agente de sua própria burguesia imperialista, com o objetivo de cercar o combate dos explorados espanhóis e sua “República dos Indignados”. Ao mesmo tempo, como meses atrás o fizesse o Fórum Social Mundial em Dakar, os assim chamados “Partidos Anticapitalistas”, junto a correntes stalinistas de Oriente Médio, vêm de se reunir em Marselha (França) para impedir um golpe sincronizado do proletariado do Norte da África e Oriente Médio com seus irmãos de classe de todo Europa.

Toxo, das CCOO da Espanha, presidente do Congresso das centrais sindicais burocráticas da Europa em Atenas, Grécia.

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Eles são os responsáveis por dessincronizar às heróicas massas líbias e a sua milícia em Misarrata e Bengasi, do heróico proletariado da Tunísia e Egito e da classe operária da Europa que hoje se põe de pé! Fora as mãos do reformismo do combate revolucionário das massas! Ali estão, por exemplo, as correntes “anticapitalistas” como o NPA francês e o SWP Inglês que, junto a seus satélites ou variantes a nível mundial de renegados do trotskismo, quando estouram revoluções proletárias que derrubam os regimes capitalistas dizem que “se trata da luta pela democracia” ou de “uma nova primavera dos povos”. São os mesmos que sustentam a Maastricht propondo às massas que há que “lutar por uma Europa social”, enquanto cinicamente se dedicam desde seus confortáveis sofás a criticar os “limites” do combate dos explorados como em Espanha… quando eles são inimigos de enfrentar aos governos e regimes para derrotar o ataque dos capitalistas como demonstraram nos combates da classe operária grega. Hoje em Espanha negam-se a brigar em contra da monarquia assassina, a máxima representante do capital financeiro espanhol. Anticapitalistas? Não; enfermeiros do capitalismo agonizante! Estas são as mesmas direções que no continente americano submeteram à classe operária norte-americana a Obama. Apóiam e sustentam aos governos “bolivarianos” que garantem o saque das transnacionais imperialistas e atacam sem piedade à classe operária. Em Peru, por exemplo, a LIT chamou a votar por Humala “contra Fujimori”, como ontem fizeram com Evo Morales os renegados do trotskismo como o Partido Obrero da Argentina. São serventes da fraude da “Revolução Bolivariana” de Chávez e Castro, que hoje sustentam ao chacal Khadafy e se preparam para restaurar o capitalismo em Cuba. Mas em Latino América também estão a 180° das ações das massas, que empurram por voltar a entrar em manobras de revolução contra estes governos e

regimes, como acontece com a greve dos combativos mineiros do El Tenente em Chile, junto ao combate da juventude estudantil; com os operários petroleiros e os trabalhadores docentes em Santa Cruz - Argentina, que lutam contra o governo Kirchner, o regime do Pacto Social e os monopólios imperialistas; com os explorados peruanos de Arequipa e Puno que protagonizam uma fenomenal luta contra o saque *imperialista; com os mineiros, fabris e estudantes que em Bolívia rompem com a direção colaboracionista da COB e a frente popular de Morales se pondo novamente à vanguarda do combate no continente americano. Estas direções afirmam que não há condições “maduras” para o triunfo da revolução proletária, ou que o requisito econômico para a revolução não “chegou ainda”. Estas são as teses reformistas com as quais estas direções lhe jogam a culpa às massas de suas próprias traições. Contra estes traidores do proletariado, o programa da IV Internacional propõe o que as condições atuais reafirmam: “o requisito econômico prévio para a revolução proletária atingiu já, em termos gerais, o mais alto grau de maturidade que possa ser conseguido sob o capitalismo (…) as crises conjunturais, nas condições da crise social do sistema capitalista em seu conjunto, infligem às massas em seu conjunto privações cada vez maiores. O desemprego crescente, a sua vez, aprofunda a crise financeira do estado (…) a burguesia mesma já não vê nenhuma saída.” Contra todos os sem vergonhas reformistas, desde a FLTI afirmamos junto do Programa de Transição: “o obstáculo principal no caminho de transformação do estado pré-revolucionário em estado revolucionário É O CARÁTER OPORTUNISTA DA DIREÇÃO PROLETÁRIA: SUA COVARDIA PEQUENO-BURGUESA ANTE A GRANDE BURGUESIA E SUA TRAIDORA ASSOCIAÇÃO COM ELA, AINDA EM SUA AGONIA.”

O novo período aberto com a crise mundial de 2007, de crise, guerras, revoluções e contra-

revoluções, não deixará viver em paz aos reformistas Por um Comitê Internacional Refundador da IV Internacional!

A crise mundial do sistema capitalista desatada em 2007 abriu um período de “contra-reformismo”. Os partidos reformistas não têm firme o solo sob seus pés porque os capitalistas já não podem conceder à classe operária pequenas esmolas que eles façam passar como reformas ou conquistas do proletariado. Os partidos reformistas ficam ao nu ante os olhos da vanguarda operária mundial. Quanto mais jogam seu papel, os aparelhos reformistas mais debilitam-se. Seu estalido é iminente. A burguesia utiliza-os como a limões espremidos. Hoje os renegados do trotskismo ficaram reduzidos a seitas que nada têm

que ver com os verdadeiros processos de radicalização de massas, com as revoluções que estão em curso. É que nenhum dos estados maiores chamaram a nenhuma das revoluções e insurreições de massas. Pelo contrário seu programa sempre foi o de “pressionar” à burguesia em todas suas variantes, democratas, muçulmanas, bolivarianas, etc. A tarefa do movimento revolucionário internacional, isto é, dos combatentes pela IV Internacional, é impedir que os aparelhos conservadores e traidores do passado sigam manipulando, desmoralizando,

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cercando aos processos revolucionários que estão em curso. Essa é a primeira obrigação internacionalista dos que queremos chegar a tempo a construir um partido revolucionário no Norte da África e na Europa, ante o fragor do combate que já começou. Ainda perdura, pelo momento, desde a crise econômica mundial de 2007, o peso dos aparelhos reformistas do passado que entregaram a IV Internacional (como fizeram os renegados do trotskismo) e os estados operários (como fez o stalinismo) à burguesia e ao imperialismo mundial. Mas as massas dão-nos aos revolucionários mil e umas oportunidades para que, no combate mesmo, cheguemos a tempo a pôr em pé um Comitê pela Refundação da IV Internacional que lhe imponha derrotas ao reformismo, sem o qual será impossível construir partidos revolucionários capazes de levar ao proletariado à vitória e à tomada do poder. Estamos presenciando os primeiros atos de um processo revolucionário mundial. Não estamos ao final. A emergência de processos de radicalização já está aqui. As condições para que ressurja e madure o bolchevismo estão em marcha. A diferença da revolução de outubro na Rússia em 1917, onde existia um partido revolucionário e quadros formados no período prévio, no processo atual –como nos processos revolucionários dos ’30 como Espanha ou França- o partido revolucionário deve ser posto em pé quando a revolução já começou. O marxismo revolucionário em Espanha e na França nos ’30 teve nove anos para pôr em pé uma direção revolucionária antes que chegue a guerra. As débeis forças do movimento revolucionário, em momentos de retrocesso do proletariado mundial encabeçado pela degeneração da URSS e o stalinismo, não puderam impedir o caminho à derrota e à guerra. Mas o proletariado e sua vanguarda mais avançada sim puderam pôr em pé a IV Internacional, como um

novo Kienthal e Zimmerwald em frente à Segunda Guerra Mundial, e se preparar para construir partidos revolucionários durante e à saída desta. Isso esteve proposto. Quanta razão tinha Trotsky e os fundadores da IV Internacional, que, contra as alas pequeno-burguesas e desesperadas do mesmo movimento, afirmavam que não se trata de uma só revolução, senão de todo um período de guerras e revoluções. Este caráter da época lhe dará ao movimento revolucionário mil e umas oportunidades de fundir com as massas, a condição de não trair; de não degenerar no nacionalismo; de aprender da cada revolução, para sacar lições para as que vêm, formando nelas aos quadros que dirigirão os futuros triunfos decisivos do proletariado mundial. O programa e a estratégia da IV Internacional passaram a prova da história, os que falavam em nome do trotskismo não. À saída da Segunda Guerra Mundial o movimento trotskista degenerou porque seus dirigentes dissolveram o centro internacional formado pelo camarada Trotsky, com o que suas seções nacionais ficaram submetidas à “frente democrática” imperialista como na França e na pós-guerra terminaram por se adaptar completamente ao stalinismo. A IV Internacional, então, foi uma tentativa frustrada por culpa do oportunismo e os usurpadores do trotskismo. Mas os trotskistas tentaremos novamente uma e mil vezes. As condições objetivas para que ressurja o bolchevismo, isto é, a fração internacionalista do proletariado mundial, já estão presentes e se estão desenvolvendo. Ante os acontecimentos do Magreb e Oriente Médio que começam a penetrar na Europa, se pôs à ordem do dia um reagrupamento internacional ofensivo das forças do trotskismo principista e das organizações operárias revolucionárias. Os dirigentes de um estado maior da revolução socialista já estão combatendo: São a jovem geração do proletariado que encabeça as milícias em Líbia, que lutam na Tunísia e Egito, que cruzam os muros e alambrados do estado sionista fascista de Israel para combater contra o ocupante; que enfrentam às bandas fascistas na Grécia, que rompem com o governo de Evo Morales em Bolívia e lutam contra a burocracia da COB, que se sublevam contra as transnacionais em Peru e Chile; que protagonizam a valente “República dos Indignados”. Desde a FLTI chamamos pôr em pé um Comitê Internacional pela Refundação da IV Internacional, para devolver-lhe ao proletariado mundial a direção revolucionária que precisa para triunfar.

Comitê Redator

Leon Trotsky