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Prezados leitores do Boletim da SBNp, Mais uma vez o Boletim da SBNp está recheado com informações e curiosida- des sobre a Neuropsicologia brasileira! Na primeira sessão, temos o prazer apreciar o texto intitulado “A inflamação da dor social” escrito por Pedro Pi- nheiro-Chagas, mestrando pela Universidade Federal de Minas Gerais e aluno visitante no Departamento de Neuropsicologia da Universidade de Graz (Austria). Seguindo nossa tradicional sessão de entrevistas, nesse mês de junho, o en- trevistado do mês é o Dr. Paulo Brito, Professor de Neurologia da Universida- de de Pernambuco (UPE) e o primeiro presidente da SBNp fora do eixo Rio - São Paulo. No primeiro relato de pesquisa, contamos com a colaboração dos autores Na- ra Côrtes Andrade e Neander Abreu Universidade Federal da Bahia - UFBA com os dados preliminares do estudo: Adaptação transcultural do Teste de Conhecimento Emocional avaliação neuropsicológica das emoções”. Já o segundo relato intitulado: “Funções Executivas em crianças e adolescen- tes com diagnóstico de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)”, é es- crito pela doutoranda Fernanda Rasch Czermainski da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. Aproveitem bastante! Equipe Boletim da SBNp Editorial Nesta edição: BOLETIM SBNp Gestão 2011-2013 -Edição Junho - 2012 Texto Inicial: A inflamação da dor social Relato de pesquisa I Adaptação transcultural do Teste de Conhecimen- to Emocional Relato de pesquisa II Funções Executivas em crianças e adolescentes com diagnóstico de Trans- torno do Espectro do Autis- mo (TEA) Entrevista do mês Paulo Roberto de Brito Marques NEUROeventos III Reunião Anual do Institu- to Brasileiro de Neuropsico- logia e Comportamento SBNp! Sociedade Brasileira de Neuropsicologia - www.sbnp.com.br

Editorial - Home | SBNp | Sociedade Brasileira de · PDF file(sickness behavior), a qual cro-nificada, poderia contribuir para o aparecimento de psicopatolo-gias tais como ansiedade

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Prezados leitores do Boletim da SBNp,

Mais uma vez o Boletim da SBNp está recheado com informações e curiosida-

des sobre a Neuropsicologia brasileira! Na primeira sessão, temos o prazer

apreciar o texto intitulado “A inflamação da dor social” escrito por Pedro Pi-

nheiro-Chagas, mestrando pela Universidade Federal de Minas Gerais e aluno

visitante no Departamento de Neuropsicologia da Universidade de Graz

(Austria).

Seguindo nossa tradicional sessão de entrevistas, nesse mês de junho, o en-

trevistado do mês é o Dr. Paulo Brito, Professor de Neurologia da Universida-

de de Pernambuco (UPE) e o primeiro presidente da SBNp fora do eixo Rio -

São Paulo.

No primeiro relato de pesquisa, contamos com a colaboração dos autores Na-

ra Côrtes Andrade e Neander Abreu Universidade Federal da Bahia - UFBA

com os dados preliminares do estudo: “Adaptação transcultural do Teste de

Conhecimento Emocional avaliação neuropsicológica das emoções”. Já

o segundo relato intitulado: “Funções Executivas em crianças e adolescen-

tes com diagnóstico de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)”, é es-

crito pela doutoranda Fernanda Rasch Czermainski da Universidade Federal

do Rio Grande do Sul - UFRGS.

Aproveitem bastante!

Equipe Boletim da SBNp

Editorial

Nesta edição:

BOLETIM SBNp

Gestão 2011-2013 -Edição Junho - 2012

Texto Inicial:

A inflamação da dor social

Relato de pesquisa I

Adaptação transcultural

do Teste de Conhecimen-

to Emocional

Relato de pesquisa II

Funções Executivas em

crianças e adolescentes

com diagnóstico de Trans-

torno do Espectro do Autis-

mo (TEA)

Entrevista do mês

Paulo Roberto de Brito

Marques

NEUROeventos

III Reunião Anual do Institu-

to Brasileiro de Neuropsico-

logia e Comportamento

SBNp!

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qualquer estímulo que ameaça a

estabilidade dos laços sociais se

reverte de um caráter extrema-

mente aversivo. Por exemplo,

Bolby (1969) mostrou que a sepa-

ração de um bebê de seu cuida-

dor produz um profundo estresse

emocional, provocando comporta-

mentos como gritar e chorar, os

quais também são manifestações

comuns na experiência de dor

física.

No primeiro trabalho que sistema-

ticamente investigou a relação

entre dor física e social

(Eisenberger & Lieberman, 2003),

os autores mostraram que uma

experiência de rejeição social,

eliciada por meio de um paradig-

ma experimental que simulava

uma interação lúdica entre indiví-

duos, associou-se a ativações

das porções dorsais do córtex

cingulado anterior. Crucialmente,

essas regiões são superponíveis

àquelas recrutadas pela dor crôni-

ca em pacientes com câncer, por

exemplo. Mais recentemente, foi

mostrado que doses do analgési-

co paracetamol reduzem o senti-

mento de dor social (DeWall et

“Doem-me a cabeça e o universo.”

Fernando Pessoa

A semelhança entre a dor física

e dor social não é apenas meta-

fórica, mas também neurofisioló-

gica. Uma das teorias mais im-

portantes sobre os mecanismos

psicológicos da dor propõe uma

distinção entre dois componen-

tes: o sensorial e o afetivo

(Rainville et al, 1997). O primeiro

está relacionado à intensidade do

estímulo doloroso, enquanto que

o segundo está associado às

sensações emocionais derivadas

da dor. No trabalho seminal de

Rainville et al. (1997), os autores

apresentam uma evidência empí-

rica dessa dissociação, mostran-

do que o córtex cingulado anteri-

or, mas não o córtex somatosen-

sorial, é ativado quando o des-

conforto do estímulo doloroso

varia e a sua intensidade perma-

nece a mesma.

O conceito de dor social foi inici-

almente proposto por Panksepp

(1998) para explicar a emergên-

cia de um sistema de integração

emocional para afetos sociais em

mamíferos. Com o aumento ex-

ponencial na complexidade das

estruturas sociais de cooperação

ao longo do processo evolutivo, a

necessidade de ligação social

tornou-se inexorável para os se-

res humanos (Macdonald & Le-

ary, 2005). Consequentemente,

al., 2010).

Mas quais são os mecanismos

neurofisiológicos e neurocogniti-

vos da sobreposição entre dor

física e dor social? Uma boa pis-

ta está na investigação da intera-

ção entre sistema imune e siste-

ma neurológico, particularmente

nos mecanismos fisiológicos do

estresse. Um trabalho recente

apostou nessa direção e encon-

trou resultados muito interessan-

tes. Slavich, Way, Eisenberger &

Taylor (2010) mediram a concen-

tração de citocinas pró-

inflamatórias em participantes

depois de um paradigma indutor

de estresse. Semanas depois,

parte dos participantes foi sub-

metida a um paradigma de exclu-

são social dentro da máquina de

ressonância magnética funcional.

Os resultados mostraram que a

indução de estresse provoca um

aumento da concentração de

citocinas pró-inflamatórias e, re-

plicando dados anteriores, a in-

dução de rejeição social ativa

regiões do córtex cingulado ante-

rior e da insula anterior. Final-

mente, os autores encontraram

uma correlação positiva entre

aumento da concentração de

citocinas pró-inflamatórias e ativi-

dade do córtex cingulado anterior

e da insula anterior. Isto é, aque-

les indivíduos que foram mais

sensíveis (mais aumento da ativi-

dade inflamatória) ao estressor

psicológico, também foram mais

sensíveis (maior atividade do

córtex cingulado anterior e insula

anterior) à rejeição social.

A inflamação da dor social

Por: Pedro Pinheiro-Chagas

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o aumento de riscos ambientais

(violência pública) explicam parte

significativa da maximização dos

níveis de ansiedade na sociedade

americana nos últimos 50 anos

(Twenge, 2000).

A consiliência entre neurociência

e imunologia certamente irá nos

ajudar a entender melhor os me-

canismos subjacentes à sobrepo-

sição entre dor física e dor social.

Consequentemente, intervenções

neuropsicológicas e psiquiátricas

mais eficazes poderão ser desen-

volvidas para o tratamento de

psicopatologias internalizantes,

bem como para o manejo de sin-

tomas internalizantes comuns nas

doenças que provocam dor crôni-

ca.

Referências: HaBolby, J. (1969). Attachment &

Lost, Vol. I: Attachment. New York: Basic Books.

DeWall, C. N., MacDonald, G., Webs-

ter, G. D., Masten, C. L., Baumeis-ter, R. F., Powell, C., Combs, D., et al. (2010). Acetaminophen Re-duces Social Pain. Psychological Science, 21(7), 931-937.

Eisenberger, N. I., Lieberman, M. D.,

Williams, K. D. (2003). Does rejec-tion hurts? An fMRI study of social exclusion. Science, 302(5643), 290-292.

Macdonald, G., Leary, M. R. (2005).

Why does social rejection hurt? The relationship between social and physical pain. Psychological Bulletin, 131(2), 202-223.

Panksepp, J. (1998). Affective neu-

roscience: The foundations of human and animal emotions. New York: Oxford University Press.

De maneira geral, a literatura

indica que estímulos psicológico

estressores modulam a circuita-

ria envolvendo o giro do cíngulo

anterior e a ínsula anterior rela-

cionada tanto ao processamen-

to da dimensão afetiva da dor

física, quanto da dor social. Es-

sa circuitaria teria um papel de

regulação da atividade imunoló-

gica, atuando na produção de

citocinas pró-inflamatórias atra-

vés de suas projeções para o

hipotálamo. O hipotálamo pos-

sui conexões com regiões do

tronco cerebral (substância cin-

zenta periaquedutal, ponte e

nervo vago), estruturas respon-

sáveis pela produção de acetil-

colina que atua na expressão

de citocinas. A atividade infla-

matória, por sua vez, desenca-

dearia sintomas internalizantes

(sickness behavior), a qual cro-

nificada, poderia contribuir para

o aparecimento de psicopatolo-

gias tais como ansiedade e de-

pressão.

As sociedades contemporâ-

neas, nas quais o raciocínio

individualista é intensamente

cultivado, contêm muitos riscos

para a manutenção dos vínculos

sociais. Depressão, por exem-

plo, pode ser definida como um

mecanismo que atua na diminui-

ção do risco social quando a

probabilidade percebida de ex-

clusão é alta (Macdonald & Le-

ary, 2005). Uma importante me-

ta-análise mostrou que a dimi-

nuição das interações sociais e

Rainville, P., Duncan, G. H., Price, D.

D., Carrier, B., Bushnell, M.C. (1997). Pain affect encoded in hu-man anterior cingulate but not so-matosensory cortex. Science, 277(5328), 968-971.

Slavich, G. M., Way, B.M., Eisenber-

ger, N. I., Taylor, S. E. (2010). "Neural sensitivity to social rejection is associated with inflammatory res-ponses to social stress." Proc Natl Acad Sci USA 107(33): 14817-14822.

Twenge, J. M. (2000) The Age of An-

xiety? Birth Cohort Change in An-xiety and Neuroticism, 1952-1993. Journal of Personality and Social Psychology, 79 (6) 1007-1021.

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Pedro Pinheiro-Chagas

Possui Graduação em Psicologia (UFMG)

com período sanduiche na Universidade

de Wisconsin - Madison (EUA), onde tra-

balhou no Lab for Affective Neuroscience

coordenado pelo Prof. Richard Davidson.

Atualmente é mestrando no Programa de

Pós-Graduação em Neurociências da

UFMG sob a orientação do Prof. Vitor

Haase e aluno visitante no Departamento

de Neuropsicologia da Universidade de

Graz (Austria).

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Carmen Junqué i Plaza da Uni-

versidade Autônoma de Barcelo-

na e do Hospital de San Pablo e;

no segundo momento, Laboratoi-

re Théophile-Alajouanine du Cen-

ter de Recherche du Center Hos-

pitalier Côtes-des-Neiges da Uni-

versidade de Montreal sob a ori-

entação do Professor Yves Joa-

nette, Bernadette Ska, Arlette

Poissant e demais estudiosos.

Estudei neuropsicologia das de-

mências, especialmente das do-

enças neurodegenerativas.

SBNp: Atualmente Paulo, qual

sua linha de pesquisa, trabalho

e filiação?

Paulo: Minha linha de pesquisa é

feita por mim e pelo meu grupo

de trabalho para estudar a corre-

lação entre a avaliação cognitiva

que faço e os resultados de ne-

cropsia dos pacientes em doen-

ças neurodegenerativas. Proce-

dendo assim, tenho hoje, 90 au-

tópsias, que foram acompanha-

das de forma pregressa a partir

de um diagnóstico clínico, com

avaliação neuropsicológica, estu-

do de neuroimagem, taxas san-

guíneas, evolução, complicações

e óbito. O meu grupo de trabalho

Recife, 27 de maio de 2012.

SBNp: Olá Paulo, tudo bem?

Gostaríamos que você falasse

um pouco para os leitores do

Boletim, sobre sua atuação

dentro da neuropsicologia.

Paulo: A minha atuação hoje den-

tro na neuropsicologia ocorre no

Núcleo de Neurologia do Compor-

tamento da Universidade de Per-

nambuco, criado por mim em

1996. Nesse núcleo, trabalho com

protocolo de avaliação adaptado

por mim do protocolo de Montreal

em doenças neurodegenerativas;

estudado na comunidade, cidade

de Olinda, em população com ida-

des entre 60 e 92 anos. O mesmo

protocolo é utilizado no Instituto

Paulo Brito, atendendo pacientes

com doenças neurodegenerativas

e em clínica privada, no processo

de avaliação com fins de tentativa

de reabilitação.

SBNp: Como foi o caminho-

formação na sua área

(neurologia) e na neuropsicolo-

gia?

Paulo: Minha formação em Neu-

rologia foi feita em Recife e Barce-

lona; em Recife, com o Professor

Alcides Codeceira Jr. e, em Bar-

celona, com meu mestre, o Pro-

fessor Lluís Barraquer i Bordas da

Universidade Autônoma de Barce-

lona e do Hospital de San Pablo.

Minha formação em Neuropsicolo-

gia foi realizada em dois momen-

tos: primeiro em Barcelona, tanto

pelo meu mestre, Lluís Barraquer i

Bordas como pela Professora

é constituído por neuropatologis-

ta, imunologista, psicólogo e es-

tatístico. Como Professor, tenho

orientado trabalhos com os estu-

dantes a cada ano.

SBNp: Como foi o desafio de

ser o primeiro presidente da

SBNp fora do eixo RJ-SP?

Paulo: Não sei o que estava

acontecendo com a SBNp na

época que aceitei ser presidente.

Parecia que as pessoas presen-

tes na reunião queriam se ver

livre da responsabilidade, esse

foi o sentimento que tive naquele

momento. Foi difícil presidi-la

sem dinheiro e sem ajuda dos

colegas que fazem parte da

mesma: após a decisão do novo

presidente, todos desaparece-

ram para cuidar de suas obriga-

ções. Na mesma época, ocorreu

a superposição com o Congres-

so Latino Americano de Neu-

ropsicologia (SLAN) e nosso

Congresso Brasileiro de Neu-

ropsicologia. Na realidade, o

sentimento final é o de que funci-

onei como um “testa de ferro”,

mesmo sabendo disso tentei

divulgar a neuropsicologia no

Norte e Nordeste do Brasil. Sa-

bendo por onde andava, conse-

gui juntar a nossa SBNp com a

SLAN, e realizamos congresso

único das duas sociedades, sem

grandes dificuldades. Os maio-

res problemas estavam nas rela-

ções emocionais entre as pesso-

as e, não, na SBNp, exceto, a

situação financeira.

Paulo Roberto de Brito Marques Por: Cristina Yumi N. Sediyama

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não percebem o risco legal ao

qual estão submetidos.

As perspectivas para a neuropsi-

cologia pernambucana poderia

começar a partir da primeira avali-

ação neuropsicológica e acompa-

nhar a evolução das alterações

funcionais do córtex cerebral para

tentar melhorar a qualidade de

vida dos pacientes e da família.

Sabe-se que quando circuitos cor-

ticais específicos, tanto em áreas

terciárias como quaternárias do

córtex cerebral, são corretamente

estimulados surge uma resistên-

cia no seu declínio durante a neu-

rodegeneração. Esse trabalho

necessita de um conhecimento

profundo de neuroanatomia e

neurofisiologia cortical, aplicados

aos sintomas clínicos, os quais

são dificilmente vistos como sinais

clínicos, principalmente na fase

leve das doenças neurodegenera-

tivas. A etiologia das doenças

neurodegenerativas necessita de

uma nosologia para que possa

ser classificada. Portanto, a neu-

ropsicologia pernambucana deve-

ria limitar-se a sua competência,

pois, um ser humano, não é uma

máquina que se examina apenas

com testes.

SBNp: Qual o diferencial de sua

área de formação para a sua

prática clínica?

Paulo: Não existe diferencial en-

tre a minha área de formação e a

minha prática clínica porque sem-

pre acreditei que, em neurologia,

o conhecimento tem que partir do

ponto específico até atingir o obje-

tivo: assim todas as variáveis es-

tão correlacionadas.

SBNp: Qual a opinião do profis-

sional sobre a neuropsicologia

no contexto multidisciplinar?

SBNp: Atualmente, como vo-

cê percebe a neuropsicologia

brasileira hoje e suas pers-

pectivas?

Paulo: Não sei dizer como está

a neuropsicologia brasileira, eu

estou isolado, mas a pernambu-

cana poderia ir melhor: o meu

pronunciamento sobre o assun-

to, refere-se especificamente a

neuropsicologia das doenças

neurodegenerativas. Na área

que trabalho como Professor de

Neurologia da Universidade de

Pernambuco, Médico-

Neurologista do Hospital Uni-

versitário Oswaldo Cruz, Diretor

Científico do Instituto Paulo Bri-

to, Membro da Comissão Esta-

dual de Dispensação de Medi-

cação Excepcional para doença

de Alzheimer, Parkinson e na

Clínica Privada a neuropsicolo-

gia tem assumido uma respon-

sabilidade na cidade do Recife,

da qual, ela não tem competên-

cia. O assunto aqui chegou ao

ponto do Conselho Regional de

Psicologia (CRP) se manifestar,

de forma ética e educativa, a

tentar orientar os psicólogos

sobre a disciplina Neuropsicolo-

gia; por outro lado, o Conselho

Regional de Medicina também

está envolvido nos questiona-

mentos entre esse divisor de

águas. Fui convidado pelo Con-

selho Regional de Psicologia de

Pernambuco para fazer confe-

rência, para comemorar 50

anos de Psicologia no Estado.

O tema será para discutir as

questões neuropsicológicas

frente ao diagnóstico de doen-

ças neurodegenerativas. Eu e o

CRP tentaremos fazer um curso

de Educação Continuada para

orientar a grande população de

psicólogos que, ainda não es-

tão devidamente orientados e

Paulo: Seria de bom alvitre, em

primeiro lugar, definir o que é neu-

ropsicologia clínica, se é que é

possível. Qual seria o lugar da lin-

guagem na neuropsicologia; onde

começa e termina a memória ou a

praxia; quais os componentes cog-

nitivos e funcionais que estão en-

volvidos nas funções executivas. O

que se está avaliando? A partir

dessa formação profissional se

poderia entender melhor o papel

da neuropsicologia no contexto

multidisciplinar.

Obrigado ao atual Presidente da

Sociedade Brasileira de Neuropsi-

cologia pelo trabalho de resgatar a

história da nossa sociedade.

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Paulo Roberto de Brito Marques

Professor de Neurologia da Universidade de

Pernambuco (UPE). Médico-Neurologista

do Hospital Universitário Oswaldo Cruz da

UPE. Médico-Neurologista Membro da Co-

missão Estadual da Secretaria de Saúde de

Dispensação de Medicação Excepcional de

doença de Alzheimer e Parkinson. Diretor

Científico do Instituto Paulo Brito.

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As emoções são fundamentais à adap-

tação da espécie humana, sendo ele-

mentos estruturantes das interações

sociais. Elas “são o centro das relações

das crianças, de seu bem-estar, senso

de self e sensibilidade moral e são cen-

tralmente ligadas à sua compreensão de

mundo e crescimento”. O conhecimento

ou compreensão emocional se refere à

capacidade de conhecer “expressões,

rótulos e funções das emoções”. Ele

favorece o desenvolvimento de uma

relação saudável do indivíduo com seu

contexto e está vinculado a inúmeras e

importantes dimensões do funcionamen-

to cognitivo e sócio-relacional dos seres

humanos. Maior habilidade em conheci-

mento emocional correlaciona-se a uma

melhor regulação emocional, habilidade

social, controle inibitório, habilidade ver-

bal e desempenho escolar; além de me-

nores níveis de agressividade, intera-

ções negativas entre pares e problemas

de comportamento.

Entretanto, uma revisão acerca dos tes-

tes psicológicos para crianças no Brasil

evidencia uma escassez deste tipo de

medida. Entre os 135 instrumentos apro-

vados para utilização pelo Sistema de

Avaliação de Testes Psicológicos

(SATEPSI) do Conselho Federal de Psi-

cologia, nenhum se dedica a mensurar

aspectos referentes ao conhecimento

emocional em crianças. O presente tra-

balho teve por objetivo: traduzir, adaptar

culturalmente e validar o Teste de Co-

nhecimento Emocional - EMT e encon-

tra-se em fase de desenvolvimento. Par-

ticiparão deste estudo 420 crianças de

escolas particulares e públicas dos muni-

cípios de Salvador, Belo Horizonte e São

Paulo.

O EMT, dirigido a crianças de três a

seis anos de idade, é composto de qua-

tro tarefas que visam a mensurar os

componentes do conhecimento emocio-

nal receptivo (reconhecimento de ex-

pressões emocionais), expressivo

(rotulação destas expressões), além

de conhecimentos referentes a situações

que provocam emoção e expressão

emocional5, . Com a finalidade de avali-

ar a validade de critério deste instrumen-

to, estão sendo aplicadas uma escala de

regulação emocional, Emotion Regulation

Checklist; um teste de habilidade verbal,

Teste de Vocabulário Auditivo USP, além

do Child Behavior Checklist.

A adaptação transcultural do EMT foi

feita com base no guia da International

Test Commission. A tradução foi realizada

por três profissionais bilíngües com expe-

riência na atuação com neuropsicologia

infantil, dois deles com doutorado na área.

A retrotradução foi avaliada pelos autores

do instrumento através de uma escala

Likert, além de quatro juízes bilíngües

doutores em psicologia ou medicina. Uma

etapa de análise semântica foi realizada

junto a adultos brasileiros e crianças entre

três e seis anos, e verificou-se uma boa

compreensão dos itens por parte da popu-

lação alvo.

O estudo piloto já está em andamento no

município de Salvador. Dados prelimina-

res de 28 crianças, 50% do sexo masculi-

no e 50% do sexo feminino, apontam que

o desempenho no EMT correlaciona-se

significativamente com a idade (rs= 0,667,

p < 0,001), indicando que este instrumen-

to possui sensibilidade às diferentes fai-

xas etárias e, possivelmente uma boa

validade desenvolvimental. Crianças com

melhor habilidade em conhecimento emo-

cional apresentaram melhor desempenho

em tarefas de habilidade verbal (rs=

0,566, p = 0,002). Entretanto, não foram

verificadas correlações significativas com

a regulação emocional.

Estes dados são preliminares e refle-

tem a primeira etapa do trabalho de adap-

tação transcultural, validação e normatiza-

ção do Teste de Conhecimento Emocional

– EMT. Três equipes em diferentes capi-

tais do Brasil, Salvador – BA, Belo Hori-

zonte - MG e São Paulo – SP, estão finali-

zando o treinamento e coletando dados,

coordenados pelos autores do presente

estudo.

Referências

Denham, S. A. (1998). Emotional develop-ment in young children. New York: Guil-ford Press.

Denham, S. a, Caverly, S., Schmidt, M., Blair, K., DeMulder, E., Caal, S., Hama-da, H., et al. (2002). Preschool under-standing of emotions: contributions to classroom anger and aggres-

sion. Journal of child psychology and psychiatry, and allied disciplines, 43(7), 901-16.

Garner, P., & Waajid, B. (2008). The asso-ciations of emotion knowledge and teacher–child relationships to pre-school children’s school-related devel-opmental competence. Journal of Ap-plied Developmental Psychology, 29(2),

Bennett, D. S.; Bendersky, M. & Lewis, M. (2005). Antecedents of emotion knowledge: predictors of individual differences in young children. Cognition & emotion. 19 (3). 375-396.

Izard, C. E. (2001). Emotional intelligence or adaptive emotions? Emotion, 1(3), 249-257.

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Morgan, J. K., Izard, C. E., & King, K. a. (2010). Construct Validity of the Emo-tion Matching Task: Preliminary Evi-dence for Convergent and Criterion Validity of a New Emotion Knowledge Measure for Young Children. Social development (Oxford, England), 19(1), 52-70.

Schultz, D.; Izard, C. & Bear, G. (2004) Children´s emotion processes: relations to emotionality and aggres-sion. Development and Psychopa-toogy. 16 (2). P. 371-387. Cambridge University Press.

Trentacosta, C. J., & Izard, C. E. (2007). Kindergarten children’s emotion competence as a predictor of their aca-demic competence in first grade.Emotion (Washington, D.C.), 7(1), 77-88.

Vijver, F. V. D., & Hambleton, R. K. (1996). Translating Tests : Some Practical Guidelines. Options, 1(2), 89-99.

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Sociedade Brasileira de Neuropsicologia - www.sbnp.com.br

Adaptação transcultural do Teste de Conhecimento Emocional (EMT):

avaliação neuropsicológica das emoções - dados preliminares

Nara Côrtes Andrade & Neander Abreu

Nara Côrtes Andrade Psicóloga formada pela Universidade Federal da Bahia - UFBA. Professora

da Universidade Católica do Salva-dor. Mestranda em Psicologia

do Desenvolvimento pela UFBA Membro do Grupo de Pesquisa em Neuropsicologia Clínica e Cognitiva

– Neuroclic

Neander Abreu Professor Adjunto – Instituto de Psi-

cologia. Universidade Federal da Bahia. Coordenador do Grupo de

Pesquisa em Neuropsicologia Clínica e Cognitiva – Neuroclic

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dimento poderia contribuir para a

realização do diagnóstico diferencial

entre o TEA e outros transtornos do

desenvolvimento e entre indivíduos

com diferentes perfis neuropsicoló-

gicos dentro do espectro, como

também para a formulação de es-

tratégias clínicas e pedagógicas

mais adequadas às necessidades

dessa população clínica.

Nesse sentido, foi realizada uma

pesquisa como parte do meu traba-

lho de Mestrado em Psicologia

(UFRGS), sob orientação das Pro-

fas Jerusa Fumagalli de Salles

(Núcleo de Estudos em Neuropsico-

logia Cognitiva – NEUROCOG) e

Cleonice Alves Bosa (Núcleo Inte-

grado de Estudos e Pesquisa em

Transtornos do Desenvolvimento –

NIEPED), com o objetivo de avaliar

as FE em um grupo de crianças e

adolescentes com diagnóstico de

TEA (n=11), comparado a um grupo

de crianças e adolescentes com

desenvolvimento típico (n=19) de

mesma idade, escolaridade e de-

sempenho de QI. O grupo TEA

apresentou desempenho inferior ao

grupo controle em todas as tarefas

utilizadas, sugerindo prejuízos en-

volvendo os componentes executi-

vos do planejamento, da inibição,

da flexibilidade cognitiva, da fluên-

cia verbal (semântica e ortográfica)

e da memória de trabalho. O estudo

concluiu que prejuízos nesses com-

ponentes executivos podem estar

relacionados às dificuldades obser-

vadas nos domínios interação soci-

al, comunicação e comportamento,

em indivíduos com TEA.

Referências

American Psychiatric Association (2012).

DSM-5 Proposed Criteria for Autism

Spectrum Disorder to Provide more Accu-

O autismo é um transtorno neuro-

desenvolvimental que compromete

o desenvolvimento global infantil,

caracterizado por prejuízos qualitati-

vos envolvendo os domínios intera-

ção social, comunicação e compor-

tamento (American Psychiatric As-

sociation, 2002; Wing, Gould, & Gill-

berg, 2011). A expressão Transtor-

no do Espectro do Autismo (TEA)

tem sido usada como referência aos

transtornos do desenvolvimento que

compartilham características do au-

tismo (Transtorno Autista, Transtor-

no de Asperger e Transtorno Global

do Desenvolvimento Sem Outra Es-

pecificação), sendo esse termo con-

soante com as propostas de mudan-

ças quanto à classificação diagnós-

tica desses transtornos (American

Psychiatric Association, 2012).

Pesquisas sobre o papel das fun-

ções executivas (FE) no TEA tive-

ram início a partir da constatação de

semelhanças entre os sintomas

cognitivos e comportamentais de

indivíduos autistas e de sujeitos

com transtornos frontais

(Pennington & Ozonoff, 1996). As

FE englobam processos cognitivos

complexos, necessários para a or-

ganização e adaptação do compor-

tamento ao ambiente em constante

mudança (Jurado & Rosselli, 2007).

Diversas pesquisas têm apontado

evidências de disfunções executivas

no TEA, tanto em crianças quanto

em adultos (Chan et al., 2009;

Geurts et al., 2004; Hill & Bird, 2006;

Towgood et al., 2009). No entanto,

há uma carência de estudos que

avaliem as FE em termos de com-

ponentes, auxiliando na compreen-

são dos aspectos executivos preju-

dicados e preservados nesse trans-

torno. Ressalta-se que esse enten-

rate Diagnosis and Treatment. Retrieved

in January, 20, 2012, from http://

www.dsm5.org/Documents/12-03%

20Autism%20Spectrum%20Disorders%

20-%20DSM5.pdf

American Psychiatric Association (2002).

Manual Diagnóstico e Estatístico de

Transtornos Mentais . Porto Alegre: Artes

Médicas.

Chan, A. S., Cheung, M., Han, Y. M. Y., Sze,

S. L., Leung, W. W., Man, H. S. & To, C.

Y. (2009). Executive function deficits and

neural discordance in children with Au-

tism Spectrum Disorders. Clinical Neu-

rophysiology, 120, 1107-1115.

Geurts, H. M., Verté, S., Oosterlaan, J., Roe-

yers, H. & Sergeant, J. A. (2004). How

specific are executive functioning deficits

in attention deficit hyperactivitie disorder

and autism? Journal of Child Psychology

and Psychiatry, 45(4), 836-854.

Hill, E. L., & Bird, C. M. (2006). Executive

processes in Asperger syndrome: Pat-

terns of performance in a multiple case

series. Neuropsychologia, 44, 2822-

2835.

Jurado, M. B. & Rosselli, M. (2007). The

elusive nature of executive functions: a

review of our current understanding.

Neuropsychological Review, 17, 213-233.

Pennington, B. F., & Ozonoff, S. (1996).

Executive functions and developmental

psychopathology. Journal of Child

Psychology and Psychiatry, 37(1), 51-87.

Towgood, K. J., Meuwese, J. D. I., Gilbert, S.

J., Turner, M. S., & Burgess, P. W.

(2009). Advantages of the multiple case

series approach to the study of cognitive

deficits in autism spectrum disorder.

Neuropsychologia, 47, 2981-2988.

Wing, L., Gould, J. & Gillberg, C. (2011).

Autism spectrum disorders in the DSM-V:

better or worse than the DSM-IV? Rese-

arch in Developmental Disabilities, 32,

768-773.

Avaliação Neuropsicológica das Funções Executivas em crianças e adolescentes com

diagnóstico de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)

Fernanda Rasch Czermainski

Bo

leti

m S

BN

p—

Ju

nh

o—

2012

Sociedade Brasileira de Neuropsicologia - www.sbnp.com.br

Fernanda Rasch Czermainski

Psicóloga, Mestre e Doutoranda em

Psicologia pela Universidade Federal

do Rio Grande do Sul (UFRGS)

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Bo

leti

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2012

Sociedade Brasileira de Neuropsicologia - www.sbnp.com.br

III Reunião Anual do Instituto Brasileiro de Neuropsicologia

e Comportamento

A III Reunião Anual do Insti-

tuto Brasileiro de Neuropsico-

logia e Comportamento

(IBNeC) será realizado em

Florianópolis, na bela Ilha da

Magia, entre 20 e 22 de Se-

tembro de 2012.

A programação do evento

conta com cursos pré-reunião

envolvendo diversas áreas da

neuropsicologia e neurociên-

cias, bem como temas de pa-

lestras envolvendo desde as-

pectos moleculares à aspec-

tos comportamentais com re-

presentantes de várias uni-

versidades brasileiras e inter-

nacionais de renome .

Durante a Reunião ocorrerá a

NeuroBright - Olimpíada em

neuropsicologia e neuroci-

ência comportamental, que

tem como objetivo principal

promover o diálogo entre di-

ferentes grupos de pesquisa,

estimulando o aperfeiçoa-

mento a formação dos alunos

e premiando as equipes ven-

cedoras.

A data limite para envio de

Resumos para a Reunião é o

dia 16/07/2012. Para maio-

res informações sobre a Reu-

nião e o regulamento para

inscrição no mesmo e na

NeuroBright, acesse o site:

http://www.ibnec.org/

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Vitor Geraldi Haase (MG-UFMG)

Conselho Fiscal:

Carina Chaubet D’Alcante (SP-USP)

Gabriel C. Coutinho (RJ– Instituto D`OR)

Neander Abreu (BA-UFBA)

Representações Regionais:

Alagoas: Katiúscia Karine Martins da Silva

Bahia: Tuti Cabuçu

Ceará: Silviane Pinheiro de Andrade

Centro Oeste: Leonardo Caixeta

Minas Gerais: Jonas Jardim de Paula

Paraná: Amer Cavalheiro Handan

Pernambuco: Lara Sá Leitão

Rio de Janeiro: Flávia Miele

Rio Grande do Norte: Katie Almondes

Rio Grande do Sul: Rochele Paz Fonse-ca

Presidente:

Leandro Fernandes Malloy-Diniz (MG-UFMG)

Vice-Presidente:

Lúcia Iracema Zanotto Mendonça (SP-PUC-SP;USP)

Secretário:

Thiago S. Rivero (SP-UNIFESP)

Tesoureira:

Deborah Azambuja (SP)

Secretária Geral:

Camila Santos Batista (SP)

Tesoureira Geral:

Eliane Fazion dos Santos (SP)

Conselho Deliberativo:

Daniel Fuentes (SP-USP)

Jerusa Fumagalli de Salles (RS-UFRGS)

Paulo Mattos (RJ-UFRJ)

Santa Catarina: Rachel Schlindwein-Zanini.

São Paulo: Juliana Góis

Equipe do Boletim SBNp:

Coordenadora:

Cristina Yumi N. Sediyama (MG—Coordenadora)

Alexandre Nobre (RS)

Carina Chaubet D’Alcante (SP)

Gabriel Coutinho (RH)

Giuliano Ginani (York-UK)

Jessica Fernanda (RO)

Jonas Jardim de Paula (MG)

Juliana Burges Sbicigo (RS)

Maicon Albuquerque (MG)

Marcus Vinicius Costa Alves (SP)

Ricardo Franco de Lima (SP)

Sabrina Magalhães (PR)

SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEUROPSICOLOGIA (SBNp)

GESTÃO 2011-2013

TORNE-SE SÓCIO DA SBNp!

Para você que quer se tornar sócio da SBNp,

confira algumas das vantagens:

Desconto no Congresso Brasileiro de Neuroposicologia

Acesso ao conteúdo em áudio e vídeo do XI Congresso Bra-

sileiro de Neuropsicologia

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