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EDIÇÃO ABR/2017

SBNp - NESTA · 2018. 10. 26. · ções das funções executivas. Para tais con-dições clínicas tornam-se cada vez mais importante as investigações sobre métodos ... O treino

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NESTA EDIÇÃO...

03 MATÉRIA PRINCIPAL

CONTRIBUIÇÕES DA NEUROPSICOLOGIA PARA O FENÓTIPO COGNITIVO

DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA E DO

TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE

07 ENTREVISTA

CENTRO DE REFERÊNCIA ESTADUAL PARA PESSOAS COM

TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (CRE-TEA)

11 RELATO DE PESQUISA

PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA TRIAGEM COGNITIVA NAS

DOENÇAS CEREBROVASCULARES (TRIACOG)

15 RESUMO DE ARTIGO

EXISTEM SUBTIPOS DE DISFUNÇÃO EXECUTIVA NO TDAH?

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L Contribuições da Neuropsicologia para

o Fenótipo Cognitivo do Transtorno do

Espectro Autista e do Transtorno do

Déficit de Atenção e Hiperatividade

Nesta matéria apresentaremos a

importância de ampliar as formas de diag-

nóstico do Transtorno do Espectro Autista

(TEA) e do Transtorno de Déficit de Aten-

ção e Hiperatividade (TDAH), considerando

as dimensões cognitivas e comportamen-

tais evidenciadas pela neuropsicologia. A

partir de um enfoque neuropsicológico é

possível melhor caracterização do mapea-

mento funcional da criança direcionando

melhor as intervenções.

Os transtornos do desenvolvimento

afetam a organização do sistema neurocog-

nitivo expressando alterações em um con-

junto de funções que interferem no bem-

estar das crianças e de suas famílias. Den-

tre as condições de alterações do desen-

volvimento neuronal o TEA e TDAH repre-

sentam uma parte significativa da popula-

ção infantil que necessita de atendimento

da área de saúde mental.

O TEA é caracterizado por prejuí-

zos significativos na interação social e na

comunicação, assim como pela apresenta-

ção de comportamentos e interesses restri-

tos e repetitivos. Essa tríade de sintomas

representa um conjunto com alta variabili-

dade, ocasionando impactos para funciona-

mento adaptativo. O TEA pode ser classifi-

cado como leve, moderado ou grave, supri-

mindo as classificações anteriores que dis-

criminavam os tipos de autismo, como por

exemplo a síndrome de Asperger. A preva-

lência do TEA é de 20 a 50 crianças afeta-

das a cada 10.000, sendo o terceiro lugar

na lista dos transtornos do desenvolvimento

(Fombonne, 2009). É possível verificar es-

tudos que apresentam aumento da incidên-

cia do TEA nos últimos 20 anos, o que tem

sido possível a partir do aperfeiçoamento

dos procedimentos de diagnóstico, permi-

tindo inclusive a identificação precoce, por

volta do 18 meses de idade (Karalunas,

Geurts, Konrad, Bender, Nigg, 2014).

Outro transtorno do neurodesenvol-

vimento que é muito frequente na clínica

neuropsicológica é o TDAH - o distúrbio

psiquiátrico mais comum na infância, que

afeta aproximadamente 5% de todas as

crianças no mundo, com prejuízos significa-

tivos no funcionamento cognitivo

(Lansbergen, Dongen-Boomsma, Buitellar,

Slaats-Willemse, 2011). Para crianças em

idade escolar Cormier, (2008) encontrou

uma prevalência entre 3% a 7%. Os sinto-

mas que representam essa condição clínica

são déficit de atenção, hiperatividade e im-

pulsividade (APA, 2014). As alterações re-

lacionadas ao TDAH interferem nas intera-

ções sociais, nas relações no ambiente

familiar e desempenho escolar.

As características sintomatológicas

são os principais eixos de investigação pa-

ra o diagnóstico, porém é importante relaci-

onar os desfechos cognitivos que estão

presentes no TEA e no TDAH. Para ambos

os transtornos a principal forma de diagnós-

tico é a identificação dos padrões de com-

portamento, através do exame clínico. Ape-

sar do comprometimento neurocognitivo, as

alterações cognitivas são pouco enfatiza-

das, especialmente no TEA. Embora a cog-

nição não seja um dos critérios diagnósti-

cos do TEA, o fenótipo cognitivo contribui

de forma significativa para a compreensão

desse transtorno. É recorrente na literatura

a consideração da alta variabilidade dos

sintomas no TEA, sendo possível verificar a

associação dessa variabilidade com os di-

ferentes padrões de habilidades e déficits

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cognitivos que parecem estar associados a

diferentes fenótipos (Rommelse, Franke,

Geurts, Hartman, & Buitelaar, 2010).

O perfil neuropsicológico indica al-

terações relacionadas aos déficits de fun-

ções executivas tendo como principal corre-

lato anatômico o córtex pré-frontal. As evi-

dências produzidas a partir das pesquisas

em neuropsicologia do desenvolvimento

demonstram a importância de considerar-

mos as características clínicas relacionadas

com seus correlatos neurocognitivos. Os

déficits de funções executivas podem com-

prometer o funcionamento de componentes

específicos que possuem correlato neuroa-

natômico com o córtex-pré-frontal. Essa

região cortical expressa funções cognitivas

complexas: memória de trabalho, atenção,

planejamento, inibição da resposta, flexibili-

dade mental, e de auto-monitoramento

(Diamond, 2013). As alterações neurocogni-

tivas que caracterizam o fenótipo do TEA e

do TDAH possuem convergência para os

déficits de funções executivas. As observa-

ções clínicas indicam que o TEA e TDAH

compartilham muitos sintomas semelhan-

tes, incluindo desatenção, hiperatividade e

baixo auto-controle, déficits de flexibilidade

cognitiva e memória de trabalho (Rubia,

Cubillo, Smith, Woolley, Heyman, et al.

2010; Bledsoe, Semrud-Clikeman, Pliszka

2010).

Evidências mostram como déficits

nas funções executivas têm um importante

papel para explicar as deficiências presen-

tes no TEA. Para o TEA as funções que

mostram mais evidências de déficits são:

inibição resposta e flexibilidade cognitiva

(Pooraghda, Kafi, Sotodeh, 2013). Porém

também existem diversas evidências de

alterações funções como planejamento e

memória de trabalho (Verté, Geurts, Roe-

yers, Oosterlaan, & Sergeant, 2006). Outra

relação importante é que as disfunções

executivas estão relacionadas com as ca-

racterísticas autistas típicas, tais como inte-

ração social ausente ou pobre, reações in-

controláveis comportamentais e emocio-

nais, comportamentos repetitivos, forte ne-

cessidade de mesmice, interesses restritos

e comunicação social inadequada

(Karalunas, Geurts, Konrad, Bender, Nigg,

2014).

O fenótipo cognitivo do TDAH tam-

bém possui claras evidências para déficits

de atenção, controle inibitório, solução de

problemas, memória de trabalho. Esse perfil

tem demonstrado um padrão de comporta-

mento impulsivo, agitado e interesse/

motivações restritos. As características cog-

nitivas estão relacionadas ao perfil compor-

tamental apresentado com dificuldades pa-

ra resolver problemas no dia-a-dia, respon-

dendo impulsivamente, podendo ocasionar

maior frequência de comportamentos

agressivos, dificuldades de seguir regras e

agitação (Verté, Geurts, Roeyers, Oosterla-

an, & Sergeant, 2006).

As dificuldades que configuram o

perfil clínico para crianças com TEA e com

TDAH possuem forte relação com os défi-

cits cognitivos, principalmente com altera-

ções das funções executivas. Para tais con-

dições clínicas tornam-se cada vez mais

importante as investigações sobre métodos

de avaliação para diagnósticos mais rápi-

dos e precisos e intervenções efetivas que

reduzam os sintomas e aumentem o funcio-

namento adaptativo dessas crianças. A

avaliação neuropsicológica deve considerar

a avaliação das funções executivas. A iden-

tificação dos déficits cognitivos pode auxiliar

no diagnóstico diferencial e principalmente

identificar quais são os focos para o plane-

jamento das intervenções (Vries, & Geurts,

2014).

O tratamento de crianças com

transtornos psiquiátricos tem sido realizado

por procedimentos farmacológicos com

maior foco na atenuação dos sintomas e

aplicação de técnicas comportamentais e

treinamento cognitivo para o melhor funcio-

namento adaptativo. O treino comportamen-

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tal é mais aplicado para crianças com TEA para modificação de comportamentos que preju-

dicam o funcionamento adaptativo, assim como para ensinar comportamentos funcionais

principalmente relacionados às atividades de vida diária. O treinamento cognitivo é aplicado

ao TDAH e para o TEA apenas quando a criança apresenta grau leve. O treino cognitivo

tem como objetivo a redução dos déficits de funções executivas fundamentado em mode-

los de resolução de problemas.

REFERÊNCIAS

1. American Psychiatric Association. (2014). DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de

transtornos mentais. Artmed Editora.

2. Bledsoe, J. C., Semrud-Clikeman, M., & Pliszka, S. R. (2010). Response inhibition

and academic abilities in typically developing children with attention-deficit-

hyperactivity disorder-combined subtype. Archives of clinical neuropsychology, ac-

q048.

3. Cormier, E. (2008). Attention deficit/hyperactivity disorder: a review and update. Jour-

nal of pediatric nursing, 23(5), 345-357.

4. Diamond, A. (2013). Executive functions. Annual review of psychology, 64, 135-168.

5. Fombonne, E. (2009). Epidemiology of pervasive developmental disorders. Pediatric

research, 65(6), 591-598.

6. Karalunas, S. L., Geurts, H. M., Konrad, K., Bender, S., & Nigg, J. T. (2014). Annual

research review: Reaction time variability in ADHD and autism spectrum disorders:

Measurement and mechanisms of a proposed trans‐diagnostic phenotype. Journal of

Child Psychology and Psychiatry, 55(6), 685-710.

7. Lansbergen, M. M., van Dongen-Boomsma, M., Buitelaar, J. K., & Slaats-Willemse,

D. (2011). ADHD and EEG-neurofeedback: a double-blind randomized placebo-

controlled feasibility study. Journal of neural transmission, 118(2), 275-284.

8. Pooragha, F., Kafi, S. M., & Sotodeh, S. O. (2013). Comparing response inhibition

and flexibility for two components of executive functioning in children with autism

spectrum disorder and normal children. Iranian journal of pediatrics, 23(3), 309..

9. Rommelse, N. N., Franke, B., Geurts, H. M., Hartman, C. A., & Buitelaar, J. K. (2010).

Shared heritability of attention-deficit/hyperactivity disorder and autism spectrum dis-

order. European child & adolescent psychiatry, 19(3), 281-295.

10. Rubia, K., Cubillo, A., Smith, A. B., Woolley, J., Heyman, I., & Brammer, M. J. (2010).

Disorder‐specific dysfunction in right inferior prefrontal cortex during two inhibition

tasks in boys with attention‐deficit hyperactivity disorder compared to boys with ob-

sessive–compulsive disorder. Human brain mapping, 31(2), 287-299.

11. Verté, S., Geurts, H. M., Roeyers, H., Oosterlaan, J., & Sergeant, J. A. (2006). The

relationship of working memory, inhibition, and response variability in child psycho-

pathology. Journal of Neuroscience Methods, 151(1), 5-14.

12. Vries, M., & Geurts, H. M. (2014). Beyond individual differences: are working memory

and inhibition informative specifiers within ASD?. Journal of neural transmission, 121

(9), 1183-1198.

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L Autora

Patrícia Martins de Freitas

Professora adjunta da Universidade Federal da Bahia, campus Vitória

da Conquista, coordenadora do Núcleo de Investigações Neuropsico-

lógicas da Infância e Adolescência (NEURÔNIA). Doutora em Ciências

da Saúde, área de concentração Saúde da Criança e do Adolescente,

pela Faculdade de Medicina da UFMG; Psicóloga e Mestre em Psicolo-

gia, área de concentração Psicologia do Desenvolvimento, pela Fa-

culdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG. Tem experiência e

interesse em Cognição matemática, Desempenho escolar, Transtornos

do Desenvolvimento e da aprendizagem.

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SBNp entrevista:

Centro de Referência Estadual para

Pessoas com Transtorno do Espectro

Autista (CRE-TEA)

A Sociedade Brasileira de Neuropsicologia agradece à equipe do CRE-TEA pela

disponibilidade em apresentar o mais novo serviço de atendimento às pessoas com TEA

no Estado da Bahia.

1. Como surgiu o Centro de Referência Estadual para Pessoas com Transtorno do

Espectro Autista (CRE-TEA)?

O CRE-TEA surgiu a partir da publicação da Lei Estadual 10.553/2007, que determina a

obrigatoriedade do Governo do Estado da Bahia em proporcionar o tratamento especializado,

educação e assistência específicas a todos os autistas do Estado, criou-se um grupo de traba-

lho composto por diversos segmentos (educação, saúde, assistência social, dentre outros), que

com o apoio de órgãos públicos estaduais e municipais iniciou a construção do plano de traba-

lho que fundamentou a criação do centro. A partir de 2012 a Liga Álvaro Bahia Contra a Mortali-

dade Infantil (LABCMI) entrou no projeto após convênio com a Secretaria de Saúde do Estado

para reforma da antiga Escola de Puericultura Raymundo Pereira de Magalhães, local hoje on-

de funciona o CRE-TEA. Desde então todo o empenho do grupo de trabalho para a abertura do

centro culminou com a Portaria n 1096 de 2016 que tornou pública a gestão do CRE-TEA à LA-

BCMI enquanto Organização Social, finalizando a sua abertura em 28 de novembro de 2016.

2. Por quais profissionais é composta a equipe do CRE – TEA?

A equipe é multiprofissional e trabalha em conjunto no sentido de atender da melhor manei-

ra os pacientes do centro. Ela é comporta por médicos, psicólogos, neuropsicólogas, fonoaudió-

logos, assistentes sociais, educadores físicos, terapeutas ocupacionais, musicoterapeutas, psi-

copedagogas, enfermeiras, nutricionistas e fisioterapeutas.

3. Qual o objetivo principal do CRE – TEA?

O principal objetivo do CRE-TEA é assistir aos pacientes com Transtorno do Espec-

tro Autista de forma interdisciplinar e humanizada, possibilitando a criação de um espa-

ço de aprendizagem, interação e desenvolvimento intelectual. Além disso, a ideia é favo-

recer a integração e a socialização, ampliando a autonomia, convivência familiar e co-

munitária e direito e cidadania.

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4. Qual o panorama de atendimento para crianças autistas pelo centro, no estado da

Bahia?

O serviço ofertado é gratuito através do Sistema Único de Saúde, com cobertura estadual,

integral e interdisciplinar, de característica docente-assistencial, com capacidade instalada para

4000 atendimentos/mês e 200 pacientes em terapia.

5. Quais tipos de atividades são realizadas pela equipe da Neuropsicologia no CRE-

TEA?

Avaliação neuropsicológica está inserida no CRE-TEA para auxiliar no diagnóstico, princi-

palmente para o diagnostico diferencial e/ou comorbidade com Deficiência Intelectual. A avalia-

ção neuropsicológica também é empregada para definir o perfil neuropsicológico, no apoio das

terapias e para orientação escolar. Além disso, são realizados os trabalhos de reabilitação/

habilitação de funções cognitivas; orientações para pais e professores; reuniões com a equipe

técnica para discussão de casos e construção do PTS (Plano Terapêutico Singular) dos paci-

entes assistidos no centro.

6. Todos os pacientes que chegam ao CRE - TEA passam pela neuropsicologia?

O objetivo do centro é que todos os pacientes passem pela neuropsicologia, principalmente

pela avaliação neuropsicológica, mas como a demanda é muito grande, dividimos em três eta-

pas. Inicialmente estamos avaliando os pacientes que precisam de auxilio para o diagnóstico e

acompanhamento os pacientes em que a equipe técnica achou necessário ao construir o PTS;

no segundo momento todos os pacientes passarão pela avaliação neuropsicológica e no tercei-

ro momento, faremos avaliação de autistas adultos para inclusão no mercado de trabalho.

7. Como você avalia a iniciativa da inserção de profissionais de Neuropsicologia nes-

se contexto de atendimento a crianças com Transtorno do Neurodesenvolvimen-

to?

É uma iniciativa muito boa, porque sabemos que a Neuropsicologia, apesar de estar pre-

sente no Brasil há algumas décadas, ainda é desconhecida e quase não se encontra no atendi-

mento público. Exemplo disso, podemos citar uma mãe que chegou ao CRE-TEA com uma

solicitação de encaminhamento para acompanhamento com neuropsicológico datada de dois

anos atrás, mas sem sucesso na busca, porque o serviço não é oferecido e divulgado no SUS.

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8. Como é possível ser atendido no CRE-TEA, para as crianças com autismo? Qual

o passo a passo até chegar no centro?

Para o agendamento, a família deve entrar em contato pela central de atendimento no

telefone (71) 3336 – 6147 ou pelo site www.saude.ba.gov.br/cretea, neste primeiro momento

será marcado o dia do cadastro no sistema e entrega da documentação, posteriormente o

paciente será chamado para o acolhimento.

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Entrevistadas

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Marivania Mota

Neuropsicóloga do CRE-TEA. Graduação em psicolo-

gia pela Universidade Salvador (UNIFACS). Tem especi-

alização avançada em Neuropsicologia pela UFBA, com

experiência na área de Psicologia do Desenvolvimento

com ênfase em Neuropsicologia Infantil. Participa da

equipe de validação e normatização do NEPSY-II, uma

bateria de Avaliação Neuropsicológica do Desenvolvi-

mento. Atua como colaboradora dos de pesquisas do Neuroclic (Laboratório de

Pesquisa em Neuropsicologia Clínica e Cognitiva) e COGNI (Centro Especializado

em Cognição Infantil.). Colaboradora e pesquisadora do Ambulatório de Neu-

ropsicologia Infantil do Complexo Hospitalar Professor Edgard Santos.

Adriana Cardoso Gottschald

Diretora Técnica do CRE-TEA. Média pela UFBA, com residência em

Pediatria e em Terapia Intensiva Pediátrica pela USP. Especialista

em Pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria e em Terapia

Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira. Quali-

ficada em Suporte Avançado de Vida em Pediatria pela American

Heart Association. Diretora de Saúde da Liga Álvaro Bahia contra

a Mortalidade Infantil do Hospital Martagão Gesteira.

Tatiane Chagas

Coordenadora Técnica do CRE-TEA, Especialista em Neurociência e Aprendiza-

gem pela UFRJ e em Trastornos del Espectro Autista en niños y Adolescentes -

Facultad de Medicina pela Universidad de Chile. É terapeuta DIR/Floortime - DIR

C1 – Módulo 1 - ICDL Institute – USA, com certificação internacional em Inte-

gração Sensorial, Dificuldades de Alimentação – Enfoque Sensorial – SP/USA.

Possuí certificação no método ABLC – The Affect Based Language Curriculum -

Reabilitação de Fala e Linguagem – BA. Certificação no Método Prompt - Estimu-

lação de fala e Linguagem - Santiago / Chile, e formação no Método TOMATIS® -

Santiago/Chile, em Conceito Neuroevolutivo Bobath - CERN/RJ e em Motricidade Orofacial pela ABOM/RJ.

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A Processo de Construção da Triagem

Cognitiva nas Doenças

Cerebrovasculares (TRIACOG)

As avaliações neuropsicológicas

com instrumentos do tipo triagem (também

conhecidos como rastreio e screening) são

importantes, principalmente no contexto

hospitalar, por serem práticas, econômicas

e rápidas, uma vez que os pacientes perma-

necem por um tempo máximo de interna-

ção. Muitos adultos apresentam alterações

cognitivas após sofrer um acidente vascu-

lar cerebral (AVC; Lees et al., 2016; Nys

et al., 2005). Desse modo, estes poderiam

se beneficiar de uma avaliação com uma

triagem neuropsicológica, a fim de relacio-

nar aqueles que apresentam indicadores de

déficits e encaminhá-los para uma avalia-

ção mais completa e posteriormente para

tratamento em reabilitação.

No Brasil, não há um instrumento

de triagem para detectar alterações neu-

ropsicológicas em adultos após AVC, ha-

vendo a necessidade de desenvolvê-lo. Es-

tudos nacionais, geralmente, utilizam o

Mini Exame do Estado Mental (MEEM)

para apresentar o perfil cognitivo dos paci-

entes (Brucki, Machado, & Rocha, 2012;

Costa, Silva, & Rocha, 2011; Dantas, Tor-

res, Farias, Sant’Ana, & Campos, 2014).

No entanto, o MEEM é vastamente critica-

do, pois seus itens não medem habilidades

que podem estar comprometidas em paci-

entes com doenças cerebrovasculares,

apresentando efeito teto na maioria delas

(Lees et al., 2016; Nys et al., 2005; Pendle-

bury, Mariz, Bull, Mehta, & Rothwell,

2012). Ainda, o MEEM foi criado para

identificar pacientes com suspeita de doen-

ça de Alzheimer, sendo pouco sensível pa-

ra déficits cognitivos leves.

A tese de doutorado da autora deste

Relato de Pesquisa apresenta o processo de

construção da Triagem Cognitiva nas Do-

enças Cerebrovasculares (TRIACOG) para

avaliar adultos em condições agudas e crô-

nicas deste quadro neurológico. A constru-

ção desse instrumento justifica-se pela

pouca sensibilidade e especificidade en-

contradas nos testes de triagem neuropsi-

cológica disponíveis atualmente, que fo-

ram desenvolvidos com o propósito de

avaliar pacientes com demência. A cons-

trução do TRIACOG seguiu os aportes

teóricos da psicometria, neuropsicologia

cognitiva e neuropsicologia das doenças

cerebrovasculares.

A criação do TRIACOG seguiu as

seguintes etapas: 1) revisão da literatura

para identificar as dimensões cognitivas

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que deveriam constar no instrumento; 2)

análise dos itens e das dimensões cogniti-

vas mais sensíveis de uma avaliação neu-

ropsicológica breve para diferenciar entre

casos com AVC e adultos saudáveis; 3)

inserção dos itens no TRIACOG (primeira

versão); 4) análise do conteúdo por juízes

especialistas (evidências baseadas no con-

teúdo do instrumento); 5) reformulações

no instrumento, considerando observações

dos juízes (segunda versão); 6) primeiro

estudo piloto em amostra com AVC; 7)

reformulação do instrumento, consideran-

do inadequações encontradas no estudo

piloto (terceira versão do TRIACOG); 8)

segundo estudo piloto em amostra com

AVC (quarta e última versão do TRIA-

COG); 9) análise das demais propriedades

psicométricas do TRIACOG (evidências

de validade baseadas na relação com ou-

tras variáveis [validade de critério e con-

vergente], no processo de resposta; evidên-

cias de fidedignidade entre avaliadores e

teste-reteste), com a aplicação em 100

adultos pós AVC e 100 adultos neurologi-

camente saudáveis.

O TRIACOG avalia oito funções

neuropsicológicas principais e apresenta

tarefas de orientação, memória episódica

visual e verbal, praxias (construtiva e ideo-

motora), linguagem (leitura, compreensão,

nomeação, repetição, vocabulário, proces-

samento de inferências e escrita sob dita-

do), habilidades aritméticas (calculias e

transcodificação numérica) e funções exe-

cutivas (fluência verbal, flexibilidade, ini-

bição e velocidade de processamento),

aplicadas em média em 15 minutos. O

TRIACOG apresenta evidências de valida-

de baseadas na relação com outras variá-

veis (critério e convergente), no conteúdo

e no processo de resposta. Ainda, evidên-

cias de fidedignidade foram encontradas

por meio de teste-reteste e concordância

entre avaliadores.

Estas foram análises iniciais com o

instrumento, e para estudos futuros preten-

de-se ampliar as evidências de validade,

buscando investigar sua estrutura interna e

dimensões, e verificar a validade preditiva

do TRIACOG. Ressalta-se que após o ins-

trumento estar disponível para o uso de

clínicos e pesquisadores, estes também de-

vem buscar ampliar as evidências de vali-

dade e de fidedignidade do TRIACOG,

principalmente, no contexto ao qual estão

inseridos, uma vez que esta é uma respon-

sabilidade de todos, ou seja, autores e usu-

ários do instrumento (AERA, APA, &

NCME, 2014). Espera-se que o TRIACOG

possa contribuir com pesquisas e com a

prática clínica neuropsicológica de profis-

sionais da saúde que trabalham com a po-

pulação que sofreu um prejuízo cognitivo

após lesão cerebrovascular.

CONTINUANDO...

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CONTINUANDO... REFERÊNCIAS

1. AERA, American Educational Research Association, APA, American Psychological Associ-

ation, & NCME, National Council on Measurement in Education (2014). Standards for edu-

cational and psychological testing. Washington, DC: American Educational Association.

2. Brucki, S. M. D., Machado, M. F., & Rocha, M. S. G. (2012). Vascular Cognitive Impairment

(VCI) after non-embolic ischemic stroke during a 12-month follow-up in Brazil. Dementia &

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A Autora

Psicóloga (CRP 07/19832). Especialista em Neuropsicologia (CFP), Mestre e Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Integrante do Núcleo de Estudos em Neuropsicolo-gia Cognitiva (NEUROCOG) e da Sociedade Brasileira de Neu-ropsicologia Jovem (SBNp Jovem). Atua como profissional clí-nica e pesquisadora nas áreas de avaliação neuropsicológica e reabilitação cognitiva.

Jaqueline de Carvalho Rodrigues

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R

ESU

MO

DE A

RTI

GO

Existem subtipos de disfunção

executiva no TDAH?

Dificuldades em Funções Executivas

(FE) são comuns em casos de Transtorno de

Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH),

porém, nem todas as crianças com o transtor-

no apresentam estes déficits. Ainda, como o

conceito de FE é multicomponente, o TDAH

caracteriza-se por mais de um perfil de dificul-

dades neste domínio. Dessa forma, um recen-

te estudo teve o objetivo de avaliar se diferen-

tes subgrupos divididos por desempenho em

FE podem ser identificados em crianças com

TDAH por meio do uso de uma bateria breve

de medidas de FE, a qual pode ser facilmente

utilizada em contexto clínico. Além disso, bus-

cou-se avaliar se esses subgrupos se diferen-

ciariam nas associações com sintomas comór-

bidos e no desempenho acadêmico e inteli-

gência.

Participaram do estudo 357 crianças

entre 6 e 13 anos. Destas, 302 crianças pre-

encheram os critérios de TDAH propostos pelo

DSM-IV e 55 apresentaram sintomas de

TDAH, porém abaixo do limiar que caracteriza

o transtorno. Avaliaram-se também sintomas

de transtorno opositivo/desafiador, de condu-

ta, depressivo maior e de ansiedade generali-

zada através do relato dos pais em uma entre-

vista diagnóstica estruturada. O Quociente de

Inteligência (QI) foi medido por subtestes do

WISC. Avaliaram-se também as habilidades

de leitura, escrita e matemática das crianças.

As medidas de FE utilizadas no estudo englo-

baram a capacidade de inibição de resposta,

variabilidade de resposta (Stop Task e Stop

Signal Reaction Time), set-shifting e velocida-

de (medidos pelo Teste de Trilhas partes A e

B).

Utilizou-se Análise de Cluster para as

medidas de FE e Análises de Variância para

comparar os clusters de acordo com desem-

penho acadêmico, inteligência e sintomas

apresentados. Encontraram-se três subperfis

de crianças com TDAH em FE: com dificulda-

des no controle inibitório, em set-shifting/

velocidade e o terceiro grupo sem déficits nos

componentes de FE avaliados.

O cluster sem déficits em FE não exi-

biu dificuldades acadêmicas e QI rebaixado,

embora apresentasse mais sintomas depressi-

vos. Já o subgrupo com déficit em set-shifting/

velocidade foi caracterizado por maior prejuízo

comparado aos outros subgrupos, apresentan-

do menor desempenho acadêmico, menor QI

e mais sintomas de transtorno opositivo/

desafiador e de hiperatividade/impulsividade.

Esses resultados corroboraram as evidências

de que crianças com TDAH e com dificuldades

em FE apresentam maiores prejuízos em ha-

bilidades acadêmicas. A capacidade de flexibi-

lidade cognitiva (set-shifting), em específico,

pode ser essencial para a boa adaptação às

atividades escolares e multitarefas.

Roberts, B., Martel, M., & Nigg, J. (2017). Are there executive dysfunction subtypes within

ADHD?. Journal Of Attention Disorders, 21(4), 284-293.

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O subgrupo com déficit em inibição

de resposta apresentou perfil comportamen-

tal e cognitivo intermediário entre os outros

subgrupos. Sugeriu-se que crianças com

dificuldade em inibir respostas tendem a exi-

bir mais alteração na sensibilidade à recom-

pensa a qual, por sua vez, está menos asso-

ciada ao desempenho acadêmico e a sinto-

mas disruptivos do comportamento.

Concluiu-se que o estudo contribuiu

para o entendimento da heterogeneidade

existente no TDAH, já que foi possível perce-

ber a existência de clusters por desempenho

em componentes das FE e diferentes associ-

ações com sintomas comórbidos e desempe-

nho acadêmico e inteligência. Determinar

perfis por prejuízo em FE pode ser um alter-

nativa para aumentar a homogeneidade no

diagnóstico categórico do TDAH. Esta pers-

pectiva implicaria no desenvolvimento de

intervenções mais adequadas às alterações

cognitivas de crianças com TDAH.

CONTINUANDO...

RESU

MO

DE A

RTI

GO

Psicóloga graduada pela Universidade Federal de Santa Maria

(UFSM). Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Psicolo-

gia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e in-

tegrante do Núcleo de Estudos em Neuropsicologia Cognitiva

(Neurocog). Possui interesse nas temáticas de neuropsicologia

e desenvolvimento com ênfases na infância e adolescência.

Gabriella Koltermann

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GESTÃO 2015-2017

Presidente: Neander Abreu

Vice-presidente: Gabriel Coutinho

Conselho deliberativo

Leandro Fernandes Malloy-Diniz

Paulo Mattos

Jerusa Salles

Lucia Iracema

Conselho fiscal

Rodrigo Grassi-Oliveira

Annelise Júlio

Laiss Bertola

Secretária Executiva

Carina Chaubet D’Alcante Valim

Secretário Geral

Andressa M. Antunes

Tesouraria Executiva

Beatriz Bitttencourt

Tesouraria Geral

Deborah Azambuja

Presidente: Alina Teldeschi

Vice-presidente: Gustavo Siquara

Comissão SBNp Jovem:

Ana Luiza Alves

Breno Marques

Camila Bernardes

Cássio Lima

Fuuka Sunano

Jaqueline Rodrigues

Natália Becker

Natália Canário

Samara Reis

Thais Quaranta

Victor Polignano

Comissão SBNp Kids:

Nayara Argollo

Editoração:

Fuuka Sunano

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