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EEdduuccaaççããoo AAmmbbiieennttaall

Módulo II

Parabéns por participar de um curso dos

Cursos 24 Horas.

Você está investindo no seu futuro!

Esperamos que este seja o começo de um

grande sucesso em sua carreira.

Desejamos boa sorte e bom estudo!

Em caso de dúvidas, contate-nos pelo site

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Sumário

Unidade 3 – Reciclagem ...............................................................................................3

3.1.Coleta Seletiva ....................................................................................................5

3.2. Os materiais recicláveis ......................................................................................6

3.3. O Papel ..............................................................................................................7

3.4. O Vidro ..............................................................................................................5

3.5. O Plástico......................................................................................................... 16

3.6. O Metal ............................................................................................................ 18

3.7. Destino do Lixo................................................................................................ 20

3.8. Outras formas de poluição ................................................................................ 21

Unidade 4 – Fauna e Flora .......................................................................................... 22

4.1. Cenário Ambiental ........................................................................................... 25

4.2. A Amazônia ..................................................................................................... 27

4.3. Contrabando de Animais .................................................................................. 30

4.4. Direitos dos Animais ........................................................................................ 32

4.5. Lei Contra Crimes Ambientais ......................................................................... 36

Unidade 5 – Alimentos................................................................................................ 44

5.1. Alimentos Orgânicos ........................................................................................ 46

5.2. Agrotóxicos...................................................................................................... 50

5.3. Os Alimentos Transgênicos .............................................................................. 51

5.4. Desperdício de Alimentos................................................................................. 54

Conclusão do Curso .................................................................................................... 57

Bibliografia................................................................................................................. 58

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Unidade 3 – Reciclagem

Um dever básico do cidadão é não jogar lixo nas ruas. No entanto, pessoas

de variadas classes sociais jogam lixo em

qualquer lugar, como: parques, praias,

córregos, rios, lagos e outros locais

públicos, afetando a qualidade da água e o

meio ambiente.

Jogar lixo nas ruas pode entupir

bueiros e causar enchentes, além de

demonstrar falta de educação. Jogar lixo no

chão é ruim para a imagem de qualquer

pessoa. É uma vergonha! O acúmulo de lixo estimula a proliferação de baratas, de

ratos e de doenças. Cidadãos conscientes fazem a sua parte para que a cidade fique

limpa e bonita.

Antigamente o lixo era composto principalmente por materiais orgânicos, como

restos de alimentos, que são degradáveis pela ação da natureza. O lixo do homem

moderno é composto por montanhas de embalagens e outros detritos, que demoram

para se decompor e prejudicam a natureza.

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Veja o tempo de decomposição dos materiais:

O tempo pode variar de acordo com as condições ambientais.

Material Tempo de Degradação

Latas de Aço 10 anos

Alumínio 200 a 500 anos

Cerâmica Indeterminado

Chicletes 5 anos

Cordas de nylon 30 anos

Embalagens Longa Vida Até 100 anos

Embalagens PET Mais de 100 anos

Esponjas Indeterminado

Filtros de cigarros 5 anos

Isopor Indeterminado

Louças Indeterminado

Luvas de borracha Indeterminado

Metais (componentes de

equipamentos) Cerca de 450 anos

Papel e papelão Cerca de 6 meses

Plásticos (embalagens,

equipamentos) Até 450 anos

Pneus Indeterminado

Sacos e sacolas plásticas Mais de 100 anos

Vidros indeterminado

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3.1.Coleta Seletiva

É separar o lixo para que seja enviado

para reciclagem. Significa não misturar materiais

recicláveis com o restante do lixo. Ela pode ser

feita por um cidadão sozinho ou organizada em

comunidades: condomínios, empresas, escolas,

clubes, cidades, etc.

Benefícios da Coleta Seletiva:

- Menor redução de florestas nativas.

- Reduz a extração dos recursos naturais.

- Diminui a poluição do solo, da água e do ar.

- Economiza energia e água.

- Possibilita a reciclagem de materiais que iriam para o lixo.

- Conserva o solo. Diminui o lixo nos aterros e lixões.

- Prolonga a vida útil dos aterros sanitários.

- Diminui os custos da produção, com o aproveitamento de recicláveis pelas

indústrias.

- Diminui o desperdício.

- Melhora a limpeza e higiene da cidade.

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- Previne enchentes.

- Diminui os gastos com a limpeza urbana.

- Cria oportunidade de fortalecer cooperativas.

- Gera emprego e renda pela comercialização dos recicláveis.

3.2. Os materiais recicláveis

Abaixo veremos alguns exemplos de materiais que podem e que não podem ser

reciclados.

Papel:

Aparas de papel, jornais, revistas, caixas, papelão, papel de fax, formulários de

computador, folhas de caderno, cartolinas, cartões, rascunhos escritos, envelopes.

Não são: adesivos, etiquetas, fita crepe, papel carbono, fotografias, papel

toalha, papel higiênico, papéis e guardanapos engordurados, papéis metalizados,

parafinados, plastificados.

Metal:

Latas de alumínio (ex. latas de bebidas), latas de aço (ex. latas de óleo,

sardinha, molho de tomate), tampas, ferragens, canos, esquadrias e molduras de

quadros.

Não são: clipes, grampos, esponjas de aço, latas de tintas e pilhas.

Plástico:

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Tampas, potes de alimentos (margarina), frascos, utilidades domésticas,

embalagens de refrigerante, garrafas de água mineral, recipientes para produtos de

higiene e limpeza, PVC, tubos e conexões, sacos plásticos em geral, peças de

brinquedos, engradados de bebidas, baldes.

Não são: cabos de panela, tomadas, embalagens metalizadas (ex. alguns

salgadinhos), isopor, adesivos, espuma.

Vidro:

Podem ser inteiros ou quebrados.

Tampas, potes, frascos, garrafas de bebidas, copos, embalagens.

Não são: espelhos, cristais, ampolas de medicamentos, cerâmicas e louças,

lâmpadas, vidros temperados planos.

Todos os materiais devem estar separados, limpos e secos.

3.3. O Papel

Desde os tempos mais remotos e com a finalidade de representar objetos

inanimados ou em movimento, o homem vem desenhando nas superfícies dos mais

diferentes materiais. Nesta atividade, tão intimamente

ligada ao raciocínio, utilizou, inicialmente, as superfícies

daqueles materiais que a natureza oferecia praticamente

prontos para seu uso, tais como paredes rochosas,

pedras, ossos, folhas de certas plantas etc.

Acompanhando o desenvolvimento da

inteligência humana, as representações gráficas foram se

tornando cada vez mais complexas, passando desse

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modo a significar idéias. Com esta finalidade, a história registra o uso de tabletes de

barro cozido, tecidos de fibras diversas, papiros, pergaminhos e, finalmente, o papel.

As fibras para sua fabricação requerem algumas propriedades especiais, como

alto conteúdo de celulose, baixo custo e fácil obtenção — razões pelas quais as mais

usadas são as vegetais. O material mais usado é a polpa de madeira de árvores,

principalmente pinus (pelo preço e resistência devido ao maior comprimento da fibra)

e eucaliptos (pelo crescimento acelerado da árvore). Logo, economizar no uso de papel

(e reciclá-lo) é de fundamental importância para evitar a destruição de árvores. Além

disso, a fabricação do papel gasta uma grande quantidade de energia elétrica e água.

A reciclagem do papel é tão antiga quanto a sua própria descoberta: já que o

suprimento de fibras é escasso, nada se perde, tudo se reaproveita.

Reciclar papel significa fazer papel empregando como matéria-prima papéis,

cartões, cartolinas e papelões, provenientes de:

- Rebarbas geradas durante os processos de fabricação destes materiais, ou

de sua conversão em artefatos, ou ainda geradas em gráficas;

- Artefatos destes materiais pré ou pós-consumo.

As aparas de papel podem ser recolhidas por um sistema de coleta seletiva, ou

por um sistema comercial, utilizado há anos, que envolve o catador de papel e o

aparista.

A preocupação com o meio ambiente criou uma demanda por "produtos e

processos amigos do meio ambiente" e reciclar papel é uma forma de responder a esta

demanda.

Assim, os principais fatores de incentivo à reciclagem de papel, além dos

econômicos, são: a preservação de recursos naturais (matéria-prima, energia e água), a

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minimização da poluição e a diminuição da quantidade de lixo que vai para os aterros.

Dentre estes, certamente o último é o que tem tido maior peso nos países que adotam

medidas legislativas em prol da reciclagem.

No Brasil a reciclagem de papel representa apenas cerca de 30% da produção,

diante de 48% na França e 68% na Holanda.

Na fabricação de uma tonelada de papel, a partir de papel usado, o consumo de

água é 90% menor e o consumo de energia é reduzido pela metade.

Uma tonelada de aparas substitui cerca de 2 m³ de madeira e cerca de 4 m³ na

fabricação de celulose. E ainda, 1 tonelada de aparas, dependendo do tipo, corresponde

a uma área plantada de 100 a 350 m².

1 tonelada de papel reciclado economiza 2,5 barris de petróleo, 98 mil litros de

água e 2.500 Kw/h de energia elétrica.

VANTAGENS DA RECICLAGEM DE PAPEL:

Redução dos custos das matérias-primas - a pasta de aparas é mais barata que a

celulose de primeira.

Economia de Recursos Naturais:

Madeira - Uma tonelada de aparas pode substituir de 2 a 4m de madeira,

conforme o tipo de papel a ser fabricado, o que se traduz em uma nova vida útil para

15 a 30 árvores adultas que foram cortadas para a fabricação do papel dessas aparas.

Água - Na fabricação de uma tonelada de papel reciclado são necessários

apenas 10.000lt de água, ao passo que, no processo tradicional, este volume pode

chegar a 100.000 lt/ton.

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Energia - Em média, economiza-se metade da energia, podendo-se chegar a

80% de economia quando se compara papéis reciclados simples com papéis virgens.

Redução da Poluição - Teoricamente as fábricas recicladoras podem funcionar

sem impactos ambientais, pois a fase crítica de produção de celulose já foi feita

anteriormente. Porém as indústrias brasileiras, sendo de pequeno porte e competindo

com grandes indústrias, às vezes subsidiadas, normalmente não realizam investimentos

em controle ambiental.

Economia de Divisas Estrangeiras:

Por incrível que pareça, o Brasil importa aparas regularmente, com o objetivo

de equilibrar preços e estabilizar o suprimento no mercado doméstico. Só em 2008

importamos 35 mil toneladas de papel velho dos Estados Unidos, o que equivale a

mais de US$ 3,5 milhões.

Criação de Empregos:

Estima-se que ao reciclar papéis sejam criados cinco vezes mais empregos do

que na produção de papel de celulose virgem e dez vezes mais empregos do que na

coleta e destinação final de lixo.

Redução da "conta do lixo":

Cerca de 1/4 do lixo das grandes cidades é composto de papel. Se todo esse

volume fosse reciclado, uma cidade como São Paulo economizaria US$ 30 milhões

por ano em limpeza pública, além de obter uma receita da ordem de US$ 15 milhões

com a venda do papel. O Brasil, no entanto, só recicla 30% do seu consumo de papéis,

papelões e cartões, não havendo qualquer política pública em favor da reciclagem.

Dicas para separação de embalagens para reciclagem - Papel e Cartão:

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- para um melhor acondicionamento do papel, este não deve ser amassado, mas

antes acondicionado em resmas.

- o acondicionamento em resmas:

- aumenta a capacidade de armazenamento em casa;

- aumenta a facilidade de transporte e diminui o número de deslocações aos

contentores.

3.4. O Vidro

O vidro é um produto 100%

reciclável. É possível aproveitá-lo de

várias formas. A mais simples e visível é

a embalagem retornável de refrigerante

ou cerveja. É verdade, que as garrafas

Pets concorrem diretamente com essas

embalagens, mas há muitos lugares no

Brasil e no mundo onde o velho litro de Coca-Cola, que sai mais barato, ainda é uma

presença marcante, assim como a garrafa de cerveja retornável.

Além disso, quem não tem em casa aquele pote de maionese ou geleia que

depois recebeu uma outra finalidade? Afinal, lavando bem, qualquer embalagem de

vidro não deixa nenhum resquício do gosto do produto que antes esteve lá, ao contrário

das embalagens de plástico, que quando recicladas têm seu uso proibido para produtos

alimentícios.

A utilização dos cacos na fabricação proporciona, obviamente, uma economia

de matéria-prima, além da redução do dispêndio de energia. Para uma tonelada de

vidro reciclado, evita-se a retirada de 1,2 tonelada de matéria-prima da natureza.

Quanto à questão energética, em um produto com 10% de cacos, é possível reduzir

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4% da energia que seria utilizada. Outra vantagem de reciclar o vidro é que se evita

que se jogue na natureza um produto que não é biodegradável. Arqueólogos já

encontraram pedaços de vidro datados de 2 mil a.C. intactos em escavações. Um dos

maiores problemas da reciclagem de vidro é sua logística. Apesar de já serem

tradicionais as fábricas de reaproveitamento de garrafas (o velho garrafeiro), o seu

crescimento ainda é recente, provocado pela onda de adesão à reciclagem dos últimos

anos. No entanto, há certos limites técnicos para a reciclagem.

A reutilização do vidro é preferível a sua reciclagem. Garrafas são

extensamente reutilizadas em muitos países europeus e no Brasil. Na Dinamarca, 98%

das garrafas são reutilizadas e 98% destas retornam para os consumidores. Porém,

estes hábitos são incentivados pelo governo. Em países como a Índia, o custo de

fabricação das novas garrafas obriga a reciclagem ou a reutilização de garrafas velhas.

O vidro é um material ideal para a reciclagem e pode, dependendo das

circunstâncias, ser infinitamente reciclado. O uso de vidro reciclado em novos

recipientes e cerâmicas possibilita a conservação de materiais, a redução do consumo

de energia e reduz o volume de lixo que é enviado para aterros sanitários.

Preservação do meio ambiente

Embalagens de vidro podem ser totalmente reaproveitadas no ciclo produtivo,

sem nenhuma perda de material.

A produção a partir do próprio vidro também consome menor quantidade de

energia e emite resíduos menos particulados de CO2, o que também contribui para a

preservação do meio ambiente.

Outro aspecto é o menor descarte de lixo, reduzindo os custos de coleta urbana,

e aumentando a vida útil dos aterros sanitários.

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O vidro é 100% reciclável e pode ser reciclado inúmeras vezes, pois é feito de

minerais como, areia, barrilha, calcário e feldspato. Ao agregarmos o caco na fusão,

diminuímos a retirada de matéria-prima da natureza.

10% de "cacos" > 4% ganho energético

1 ton de "cacos" > economia de 1,2 ton de matérias-primas

10% de "cacos" > reduz em 5% a emissão de CO2 (Protocolo de Kyoto).

Geração de empregos

A instalação de um processo de coleta e beneficiamento de reciclagem de vidro

gera empregos que não demandam em sua maioria qualquer especialização,

beneficiando camadas geralmente mais carentes da população. Assim, além de ser uma

atividade lucrativa, a reciclagem empresarial também tem forte caráter social.

Viabilidade Econômica

A reciclagem do vidro é uma atividade economicamente viável. No Brasil

ainda é vista como uma atividade marginal, de subsistência e, como tal, carece de uma

mentalidade empresarial. Dentro deste modelo, a reciclagem é um ramo de mercado

inexplorado, com grande potencial de lucratividade.

Tudo isso considerado, é possível dizer que o vidro é o material de

embalagem mais amigo do homem.

Se toda a população se conscientizasse dos benefícios da reciclagem seria

possível reaproveitar integralmente as embalagens com enormes benefícios ecológicos,

econômicos e sociais.

Estas características são únicas do vidro que além das suas vantagens como

material, acrescenta a elas os benefícios de sua própria reciclagem.

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Qualidade do Material Utilizado na Reciclagem de Vidro

A qualidade do caco de vidro é muito importante para a indústria, pois ao

contrário disto o caco com impurezas e contaminado pode danificar equipamentos

(principalmente fornos) de produção e acabam produzindo embalagens com defeitos.

Para isso não ocorrer é necessário que as embalagens passem pelo

beneficiamento, ou seja, as tampas e rótulos precisam ser retirados e as embalagens

precisam passar por um processo de lavagem para ser removido o resíduo.

Pedras, cerâmicas, concreto, louças e cristal

São impurezas, produtos inorgânicos estranhos à formulação do vidro sodacal,

difíceis de serem fundidos nas temperaturas do forno de fusão e consequentemente

geram falhas ou defeitos no produto final.

Material orgânico (plástico, papel e terra)

Em princípio volatilizam às altas temperaturas, porém em excesso podem

alterar a atmosfera do forno, resultando em reações químicas que alteram a cor ou

criam bolhas.

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Metais ferrosos ou não ferrosos

Contaminam o vidro provocando manchas de cor totalmente diferentes do

vidro base. Provocam bolhas ou aparecem no produto final na forma de defeitos

metálicos e/ou pontos pretos, manchas, nuvens de bolhas, etc. O ferro metálico reage

com o material refratário do forno de fusão, chegando a furar a sola e as paredes do

forno, interrompendo a fabricação ou no mínimo, diminuindo a sua vida útil.

Vidros farmacêuticos / laboratório

Embalagens de vidro que contenham elementos químicos, nocivos à saúde ou

corrosivos (classe 1) devem ser descontaminadas antes de ir para a reciclagem. Para

maior segurança, procure o Órgão Ambiental de sua região para dar o destino final

adequado ao material.

Segregação de cacos para reciclagem de vidro plano

O caco de vidro plano (float (liso) ou impresso) não deve ser misturado ao de

embalagens. Sua reciclagem é feita junto às indústrias fabricantes e por meio de

recicladores especializados, que adquirem caco junto à rede de venda de vidros de

reposição para veículos. O caco laminado também pode ser reciclado por um círculo

ainda menor de receptores, os quais processam o mesmo utilizando a moagem,

removendo o filme plástico de PVB (polivinilbutiral), que se limpo de forma adequada

(livre de caquinhos) também pode vir a ser reciclado. Assim se você desejar reciclar

algum caco de vidro plano, incluindo espelhos, a forma mais prática é oferecê-lo a

uma vidraçaria de seu bairro, que participe da coleta de caco, destinando o caco gerado

para um sucateiro.

O Processo de Reciclagem do Vidro

O reaproveitamento dos cacos para a confecção de novos vidros pressupõe

uma certa homogeneidade no tipo de material a ser reciclado. Assim, os vidros de

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cor âmbar, como os de garrafa de cerveja, são beneficiados num grupo separado dos

vidros verdes ou brancos, por exemplo. Há também grupos que podem estar

misturados. Esses podem ser usados para quem não necessita de padrões muito rígidos

e homogêneos, separados os tipos, o processo de preparação é bem simples:

O material é jogado para ser quebrado em pedaços. O que a máquina não

quebra é quebrado manualmente. Depois, ele passa por uma lavagem, quando são

retiradas impurezas mais leves como etiquetas e restos de bebidas.

Uma nova triagem retira tampas e eventuais plásticos e papéis que por ventura

ficaram. Na esteira, ele cai no monte que segue para a indústria de vidro.

Na indústria de vidro, o caco é jogado nos fornos com temperaturas de 1.500º

C e se mistura às outras substâncias.

Uma interessante fase do processo é o reaproveitamento dos vidros que sobram

grudados em tampas ou outro produto. Uma máquina quebra o vidro em minúsculos

pedaços que servem para polimento de fornos de usinagem.

3.5. O Plástico

Os plásticos são artefatos fabricados a partir de resinas

(polímeros), geralmente sintéticas e derivadas do petróleo.

Quando o lixo é depositado em lixões, os problemas principais

relacionados ao material plástico provêm da queima indevida.

Quando a disposição é feita em aterros, os plásticos dificultam

sua compactação e prejudicam a decomposição dos materiais biologicamente

degradáveis, pois criam camadas impermeáveis que afetam as trocas de líquidos e

gases gerados no processo de biodegradação da matéria orgânica.

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O problema é que o plástico é produzido do petróleo, um combustível fóssil

não-renovável (um dia acaba), altamente poluente quando queimado ou derramado, e

tóxico, quando inalado ou ingerido. Como agravante, a biodegradabilidade da maioria

dos plásticos é muito lenta. Uma garrafa PET, por exemplo, leva cerca de 500 anos

para se desintegrar na natureza. Por isso, enquanto não inventam um material para

substituí-lo, é muito importante reciclá-lo.

Sendo assim, sua remoção, redução ou eliminação são metas que devem ser

perseguidas com todo o empenho. A separação de plásticos do restante do lixo traz

uma série de benefícios à sociedade, como, por exemplo, o aumento da vida útil dos

aterros, geração de empregos, economia de energia etc.

Diferentes Tipos de Reciclagem do Plástico

Reciclagem primária ou pré-consumo

É a conversão de resíduos plásticos por tecnologia convencionais de

processamento em produtos com características de desempenho equivalentes às

daqueles produtos fabricados a partir de resinas virgens. A reciclagem pré-consumo é

feita com os materiais termoplásticos provenientes de resíduos industriais, os quais são

limpos e de fácil identificação, não contaminados por partículas ou substâncias

estranhas.

Reciclagem secundária ou pós-consumo

É a conversão de resíduos plásticos de lixo por um processo ou por uma

combinação de operações. Os materiais que se inserem nesta classe provêm de lixões,

sistemas de coleta seletiva, sucatas, etc. são constituídos pelos mais diferentes tipos de

material e resina, o que exige uma boa separação, para serem aproveitados.

Reciclagem terciária

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É a conversão de resíduos plásticos em produtos químicos e combustíveis, por

processos termoquímicos (pirólise, conversão catálica). Por esses processos, os

materiais plásticos são convertidos em matérias-primas que podem originar novamente

as resinas virgens ou outras substâncias interessantes para a indústria, como gases e

óleos combustíveis.

Benefícios da Reciclagem do Plástico

A reciclagem do plástico impede um enorme prejuízo ao meio ambiente, pois o

material é muito resistente ao calor, ar, água e radiações. Atualmente no Brasil, mais

de 30 mil empregos diretos são gerados somente pelas indústrias de Reciclagem de

Plástico.

Também estima-se que mais de 100 mil pessoas vivam exclusivamente de

coletar latas de alumínio e embalagens plásticas, conseguindo uma renda mensal

média de três salários mínimos.

3.6. O Metal

Encontramos os metais em todos os lugares a

nossa volta. Em nossa cozinha - panelas, talheres,

refrigerante de latinha - nos automóveis e no nosso

dinheiro, por exemplo. Ele é sólido, não deixa passar

luz (é opaco) e conduz bem a eletricidade e o calor,

possuindo um brilho especial chamado de metálico.

Quando aquecido é maleável, podendo ser moldado

em várias formas, desde fios até chapas e barras. Os metais podem ser encontrados

misturados no solo e nas rochas, sendo chamados de minérios.

Os metais são materiais de elevada durabilidade, resistência mecânica e

facilidade de conformação, sendo muito utilizados em equipamentos, estruturas e

embalagens em geral.

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Quanto a sua composição, os metais são classificados em dois grande grupos:

os ferrosos (compostos basicamente de ferro e aço) e os não-ferrosos. Essa divisão

justifica-se pela grande predominância do uso dos metais à base de ferro,

principalmente o aço.

Entre os metais não-ferrosos, destacam-se o alumínio, o cobre e suas ligas

(como latão e o bronze), o chumbo, o níquel e o zinco. Os dois últimos, juntos como o

cromo e o estanho, são mais empregados na forma de ligas com outros metais, ou

como revestimento depositado sobre metais, como, por exemplo, o aço.

A grande vantagem da reciclagem de metais é evitar as despesas da fase de

redução do minério a metal. Essa fase envolve um alto consumo de energia e requer

transporte de grandes volumes de minério e instalações caras, destinadas à produção

em grande escala.

Embora seja maior o interesse na reciclagem de metais não-ferrosos, devido ao

maior valor de uso da sucata, é muito grande a procura pela sucata de ferro e de aço,

inclusive pelas usinas siderúrgicas e fundições.

A sucata é matéria-prima das empresas produtoras de aço que não contam

como o processo de redução, e é responsável por cerca de 20% da produção nacional

de aço. A sucata representa cerca de 40% do total de aço consumido no país, valor

próximo aos valores de outros países, como os Estados Unidos onde atinge 50% do

total da produção. Ressalta-se que o Brasil exporta cerca de 40% da sua produção de

aço.

É importante, ainda, observar que a sucata pode, sem maiores problemas, ser

reciclada mesmo quando enferrujada. Sua reciclagem é também facilitada pela sua

simples identificação e separação, principalmente no caso da sucata ferrosa, em que se

empregam eletroímãs, devido as suas propriedades magnéticas. Utilizando este

processo é possível retirar até 90% do metal ferroso existente no lixo.

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3.7. Destino do Lixo

• Lixão: no lixão, o lixo é depositado

de forma desordenada, sem que haja preparo do

solo, causando, assim, contaminação da área,

poluindo o ar, lençóis freáticos e grande acúmulo

de animais transmissores de doenças, acarretando

sérios problemas de saúde para a população do

entorno.

• Aterros sanitários: nos aterros sanitários, o lixo é depositado em

grandes áreas, as quais devem atender a determinados requisitos, como o emprego

de técnicas de engenharia e normas operacionais, visando reduzir o volume de lixo.

O solo é impermeabilizado para receber os resíduos, o volume é depositado,

camada a camada, e prensado por um trator, até que seja esgotada a quantidade de

camadas. Quando o aterro atinge seu limite, ele deve ser encerrado, respeitando-se

técnicas e precauções a fim de evitar erosão do terreno e observando-se a

drenagem de águas superficiais.

• Incineração: reduz o volume de lixo (até 90%), com o uso de altas

temperaturas (de 800 a 1.000º C), até que ele seja reduzido a cinzas e escórias. A

energia térmica gerada pode ser aproveitada para aquecimento, por meio da

produção de vapor, ou ser utilizada na produção de energia elétrica, sendo possível

recuperar o equivalente à metade da energia dissipada. Trata-se de uma alternativa

muito onerosa, pois causa risco ambiental. A incineração é muito utilizada nos

serviços hospitalares para neutralizar os riscos à saúde da população.

• Compostagem: “compostagem é um processo biológico, em que os

microrganismos convertem a parte orgânica dos resíduos sólidos urbanos (RSU)

num material estável tipo húmus, conhecido como composto”. Esse composto pode

ser utilizado como adubo e os gases podem ser utilizados como energia.

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• Micro-ondas: o sistema de microondas é o meio que reduz o volume do

lixo e extermina os agentes biológicos. Esse sistema é conhecido como processo

eletrotérmico (ETD), que reduz o volume do lixo em 70% (o restante dos resíduos

é depositado no aterro sanitário). Essa técnica não emite poluentes na atmosfera,

como acontece com a incineração.

• Reciclagem: trata-se da melhor maneira de dar destino ao lixo, pois,

além de evitar a poluição do meio ambiente, ele se transforma e não ocupa espaço,

como no caso do aterro. Além disso, a reciclagem é também uma fonte de renda –

muitas famílias sobrevivem por meio da coleta seletiva.

3.8. Outras formas de poluição

É importante salientar também a existência de outros tipos de poluição:

• Poluição sonora: caracterizada pela emissão de som acima de 85 dB,

ocasionando alguns problemas de saúde, como stress, surdez e impotência sexual,

dentre outros.

• Poluição visual: excesso de elementos visuais, como cartazes, banners,

propagandas e placas.

• Poluição do solo: a poluição do solo ocorre em decorrência da

introdução de poluentes no solo, principalmente produtos químicos utilizados na

agricultura. O lixo mal acondicionado e lançado nos lixões também produz

líquidos tóxicos que causam poluição do solo, como por exemplo, pilhas, baterias

etc.

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Unidade 4 – Fauna e Flora

O desrespeito e a depredação da

natureza provocam consequências desastrosas.

A destruição de florestas e o

aquecimento global propiciam a propagação de

doenças transmitidas por mosquitos, como a

dengue e a malária. Ao invadir florestas o

homem entrou em contato com vírus que não conhecia, como o HIV da AIDS, que

espalhou-se pelo mundo a partir da caça de chimpanzés na selva africana.

Na Europa, EUA e em várias partes do

mundo, florestas foram devastadas em nome

do próprio progresso, para dar lugar a

plantações, pastos, cidades, indústrias, usinas,

estradas etc.

Campeão absoluto de biodiversidade terrestre, o Brasil reúne quase 12% de

toda a vida natural do planeta. Concentra 55 mil espécies de plantas superiores (22%

de todas as que existem no mundo), muitas delas endêmicas (só existem no país e em

nenhum outro lugar); 524 espécies de mamíferos; mais de 3 mil espécies de peixes de

água doce; entre 10 e 15 milhões de insetos (a grande maioria não foi ainda estudada);

e mais de 70 espécies de psitacídeos: araras, papagaios e periquitos.

Quatro dos biomas mais ricos do planeta estão no Brasil: Mata Atlântica,

Cerrado, Amazônia e Pantanal. Infelizmente, correm sérios riscos. A Mata Atlântica se

desenvolve ao longo da costa brasileira, do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do

Norte. Ela guarda cerca de 7% de sua extensão original e o Cerrado possui apenas 20%

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de sua área ainda intocadas. Estas duas áreas são consideradas hotspots, isto é, áreas

prioritárias para conservação, de rica biodiversidade e ameaçada no mais alto grau. A

implantação de corredores de biodiversidade é a principal estratégia empregada pela

ONG CI-Brasil para direcionar as ações de conservação nos Hotspots e nas Grandes

Regiões Naturais. Nascentes de águas que abastecem vários estados brasileiros estão

na Mata Atlântica.

O Cerrado abriga a mais rica savana do mundo, com grande biodiversidade, e

recursos hídricos valiosos para o Brasil. Nas suas chapadas estão as nascentes dos

principais rios das bacias Amazônica, do Prata e do São Francisco.

No mundo inteiro, cerca de 13 milhões de hectares de florestas são

perdidos todos os anos, principalmente na América do Sul e África. O Brasil foi o

país onde mais se devastaram florestas entre 2000 e 2008.

Acredita-se que o número atual de plantas conhecidas no Brasil represente

apenas 60% a 80% das plantas realmente existentes no país. Essa diversidade é tão

grande que em cerca de 1 hectare da Floresta Amazônica ou da Mata Atlântica

encontram-se mais espécies de árvores (entre 200 e 300 espécies) que em todo o

continente europeu.

A flora brasileira está espalhada por diversos habitats, desde florestas de terra

firme com cerca de 30 m de altura de copa e com uma biomassa de até 400 t/hectare,

até campos rupestres e de altitude, com sua vegetação de pequenas plantas e musgos

que frequentemente congelam no inverno; e matas de araucária, o pinheiro brasileiro

no sul do país.

A maior parte da flora brasileira encontra-se na Mata Atlântica e na Floresta

Amazônica, embora o Pantanal Mato-grossense, o cerrado e as restingas também

apresentem grande diversidade vegetal.

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Algumas famílias de plantas destacam-se por sua grande diversidade na flora

brasileira. A família das bromeliáceas, que inclui as bromélias, gravatás e barbas de

velho, tem mais de 1.200 espécies diferentes.

ESPÉCIES EXÓTICAS

Além das espécies nativas, a flora

brasileira recebeu aportes significativos de outras

regiões tropicais, trazidos pelos portugueses

durante o período colonial. Várias dessas espécies

de plantas restringiram-se às áreas agrícolas, como o arroz, a cana-de-açúcar, a

banana e as frutas cítricas. Outras, entretanto, adaptaram-se muito bem e espalharam-

se pelas florestas nativas a tal ponto que frequentemente são confundidas com espécies

nativas.

O coqueiro que forma verdadeiras florestas ao longo do litoral nordestino

brasileiro, é originário da Ásia. Da mesma forma, a fruta-pão e a jaqueira, originários

da região indo-malaia, são integrantes comuns da Mata Atlântica. Além dessas,

podemos citar a mangueira, a mamona, o cafeeiro e várias espécies de eucaliptos e

pinheiros, introduzidas para a produção de madeira, bem como dezenas de espécies de

gramíneas. É comum encontrar em matas degradadas ou brotadas em pastos ou terras

agrícolas abandonadas uma grande proporção de espécies exóticas.

PLANTAS MEDICINAIS

A diversificada flora brasileira é amplamente utilizada pela população, embora

pouco se conheça cientificamente sobre seus usos. Por exemplo, um estudo recente

realizado pelo Museu Paraense Emílio Goeldi na ilha de Marajó, no Pará, identificou

quase 200 espécies de plantas de uso terapêutico pela população local. A população

indígena também utilizou e ainda utiliza a flora brasileira, porém tal conhecimento tem

se perdido com sua aculturação. É provável que muitas espécies de plantas brasileiras

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tenham uso terapêutico ainda desconhecido. Esse conhecimento, entretanto, está

ameaçado pelo desmatamento e pela expansão das terras agropecuárias.

4.1. Cenário Ambiental

O Princípio Natural

Refletir sobre a natureza pode ajudar o homem a compreender melhor a vida ao

seu redor.

Imagine: como seria o mundo conforme o plano original da natureza sem a

intervenção humana?

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OBRAS DA NATUREZA INTERVENÇÕES DO HOMEM (interferências sem cautela)

águas limpas (rios, mares,

oceanos...)

despejo de esgoto não tratado, resíduos tóxicos, poluentes,

desmatamento nas margens dos rios.

ar puro

emissão de poluentes (usinas, indústrias, carros), excesso de

transporte individual (congestionamentos), queima de

combustíveis fósseis (gases do efeito estufa que provocam as

mudanças climáticas).

terra, vegetação concreto, asfalto que impede o escoamento da água das chuvas

provocando enchentes nas cidades (lixo nos bueiros).

ausência de lixo

descartáveis, montanhas de lixo, embalagens de plástico, metal,

vidro, papel, detritos tóxicos, produtos que não se decompõe na

natureza.

alimentos naturais /

orgânicos agrotóxicos (poluem o solo, a água e o ar).

sementes originais da

natureza

transgênicos patenteados (sementes geneticamente modificadas

em laboratório).

verduras, legumes, grãos,

frutas...

alimentos com excesso de açúcar (refrigerantes), sal, gorduras

trans e saturadas, aditivos químicos, fast-food.

florestas, biodiversidade

desmatamento, queimadas, avanço de pastagens e lavouras

(monoculturas) sobre florestas nativas, extinção de espécies da

fauna e flora pela destruição do habitat.

pássaros, animais livres

caça, tráfico ilegal, pesca predatória (captura acidental de animais

marinhos), jaulas, gaiolas, confinamento (poedeiras), cobaias,

maus-tratos, descaso com o sofrimento animal

terra, água e alimentos

suficientes para todos

má distribuição, corrupção e falta de boa vontade do poder

público, consumo insustentável dos recursos naturais

(desperdício, depredação da natureza)

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A vida no planeta é ameaçada pela raça humana

Nossa qualidade de vida depende da preservação do meio ambiente. Fazemos

parte dele.

4.2. A Amazônia

- É a maior floresta tropical do planeta.

- Estende-se por uma área de 6,4 milhões de

quilômetros quadrados na América do Sul.

- 63% no Brasil e o restante estão distribuídos

no Peru, Colômbia, Bolívia, Venezuela, Guiana, Suriname, Equador e Guiana

Francesa.

- Abrange os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia,

Roraima, Tocantins e grande parte do Maranhão.

- A Amazônia Legal correspondente a cerca de 61% do território brasileiro (5.217.423

km2).

- Tem 20 milhões de habitantes e baixa densidade demográfica.

- Guarda cerca de um quinto das reservas de água doce do mundo. O Rio Amazonas é

o maior do mundo em volume de água.

- Megabiodiversidade: é rica em espécies vegetais e animais.

- A floresta absorve carbono diminuindo as consequências das mudanças climáticas

globais.

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- Enorme potencial de plantas a serem descobertas para uso farmacêutico, cosmético,

químico, alimentar etc.

Veja algumas das maiores ameaças para a Amazônia: grilagem (posse

ilegal de terras mediante documentos falsos), desmatamentos, queimadas, madeireiras

predatórias, expansão da fronteira pecuária e agrícola (soja principalmente no Mato

Grosso), fiscalização insuficiente, impunidade, caça e pesca sem controle, contrabando

de animais. A floresta é vulnerável aos efeitos do aquecimento global.

Segundo o IBAMA, a fertilidade natural dos solos é baixa. A floresta

Amazônica é um ecossistema auto-sustentável. Ela

se mantém com seus próprios nutrientes num

ciclo permanente. Existe um delicado equilíbrio

nas relações das populações biológicas que são

sensíveis a interferências do homem. A Amazônia

apresenta uma grande variedade de ecossistemas,

dentre os quais se destacam: matas de terra firme, florestas inundadas, várzeas, igapós,

campos abertos e cerrados. Consequentemente, a Amazônia abriga uma infinidade de

espécies vegetais e animais: 1,5 milhão de espécies vegetais catalogadas; 3 mil

espécies de peixes; 950 tipos de pássaros; e ainda insetos, répteis, anfíbios e

mamíferos.

A destruição de florestas tropicais, além de reduzir a biodiversidade do planeta,

causa erosão dos solos, degrada áreas de bacias hidrográficas, libera gás carbônico

para a atmosfera, causa desequilíbrio social e ambiental. A redução da umidade na

Amazônia faz reduzir as chuvas na região centro-sul brasileira.

Em 2008, o setor madeireiro extraiu o equivalente a 6,2 milhões de árvores.

Após o processamento principalmente no Pará, Mato Grosso e Rondônia, a madeira

amazônica foi destinada tanto para o mercado doméstico (64%) como para o externo

(36%). O Pará é o principal produtor de madeira amazônica, representando 45% do

total produzido e concentra 51% das empresas madeireiras.

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A industrialização ocorre ao longo dos principais eixos de transporte da

Amazônia. Alguns dos graves problemas são o caráter migratório da indústria

madeireira e o baixo índice de manejo florestal.

A média de cobrança e pagamento efetivos das multas ambientais é baixíssima

em toda a Amazônia.

Entre 1990 e 2008 a taxa de crescimento da pecuária na Amazônia Legal

cresceu 140%, passando de 26,6 cabeças de gado para 64 milhões de cabeças. A taxa

média de crescimento foi 10 vezes maior do que no restante do país, respondendo por

33% do rebanho nacional. O Mato Grosso, Pará e Rondônia foram os principais

produtores no período.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, 75% da área desmatada na Amazônia

é ocupada pela pecuária. São quase 70 milhões de bovinos, e um terço está no Mato

Grosso. A ocupação é de quase uma cabeça de gado por hectare.

O Brasil é o maior exportador mundial e o segundo maior consumidor de carne

bovina.

Pastagens degradadas têm sido convertidas em cultivos agrícolas. O pecuarista

vende o pasto para o cultivo da soja e continua a desmatar.

As bacias hidrográficas de Mato Grosso já perderam de 32% a 43% de sua

cobertura vegetal original.

No Brasil, a quase totalidade das queimadas é causada pelo homem, por razões

muito variadas: limpeza de pastos, preparo de plantios, desmatamentos, disputas

fundiárias, vandalismo, colheita manual de cana-de-açúcar (necessita mecanização

para evitar a queima) etc.

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No desmatamento ilegal, a queima descontrolada (sem barreiras que impedem

a propagação do fogo) propicia condições para incêndios florestais.

Outras práticas irresponsáveis: soltar balões, acender velas próximas à

vegetação, jogar pontas de cigarros acesas nas margens das estradas, não apagar restos

de fogueiras e a falta de cuidado ao lidar com fogo. A fumaça gerada pelas queimadas

é responsável por milhares de internações.

O Departamento de Ciências Atmosféricas da USP constatou que a fuligem das

queimadas na Amazônia é levada pelo vento para o Centro-Sul do País e para o

Oceano Atlântico.

A diminuição dos índices de desmatamento entre 2004 e 2006 foi reflexo dos

esforços oficiais (como a criação de unidades de conservação e aumento da

fiscalização) e da recessão vivida pelo agronegócio no período. O Brasil reduziu o

desmatamento da floresta amazônica em 19.000 km² em 2005 e em um pouco mais de

13.000 km² em 2006, segundo o INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

Porém, nos anos seguintes, infelizmente o desmatamento voltou a subir.

A floresta já perdeu quase 20% do seu tamanho original - 700 mil quilômetros

quadrados foram derrubados.

4.3. Contrabando de Animais

O comércio ilegal de animais silvestres é

a terceira atividade clandestina que mais

movimenta dinheiro sujo, perdendo apenas para o

tráfico de drogas e armas.

O Brasil é um dos principais alvos dos traficantes devido a sua imensa

diversidade de peixes, aves, insetos, mamíferos, répteis, anfíbios e outros.

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As condições de transporte são péssimas. Muitos morrem antes de chegar ao

seu destino final.

Filhotes são retirados das matas, atravessam as fronteiras escondidos nas

bagagens de contrabandistas para serem vendidos como mercadoria.

Todos os anos mais de 38 milhões de animais selvagens são retirados

ilegalmente de seu hábitat no país, sendo 40% exportados, segundo relatório da Polícia

Federal.

O tráfico interno é praticado por caminhoneiros, motoristas de ônibus e

viajantes. Já o esquema internacional, envolve grande número de pessoas.

Os animais são capturados ou caçados no Norte, Nordeste e Pantanal,

geralmente por pessoas muito pobres, passam por vários intermediários e são vendidos

principalmente no eixo Rio-São Paulo ou exportados.

Os animais são traficados para pet shops, colecionadores particulares

(priorizam espécies raras e ameaçadas de extinção) e para fins científicos (cobras,

sapos, aranhas etc).

Segundo o IBAMA, a exploração desordenada do território brasileiro é

uma das principais causas de extinção de espécies. O desmatamento e degradação

dos ambientes naturais, o avanço da fronteira agrícola, a caça de subsistência e a caça

predatória, a venda de produtos e animais procedentes da caça, apanha ou captura

ilegais (tráfico) na natureza e a introdução de espécies exóticas em território nacional

são fatores que participam de forma efetiva do processo de extinção. Este processo

vem crescendo nas últimas duas décadas na medida em que a população cresce e os

índices de pobreza aumentam.

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4.4. Declaração dos Direitos dos Animais

Proclamada pela UNESCO em sessão realizada em Bruxelas em 27 de janeiro

de 1978.

Preâmbulo:

• Considerando que cada animal tem direitos;

• Considerando que o desconhecimento e o desprezo destes direitos

levaram e continuam a levar o homem a cometer crimes contra a

natureza e contra os animais;

• Considerando que o reconhecimento por parte da espécie humana do

direito à existência das outras espécies animais constitui o fundamento

da coexistência das espécies no mundo;

• Considerando que genocídios são perpetrados pelo homem e que outros

ainda podem ocorrer;

• Considerando que o respeito pelos animais por parte do homem está

ligado ao respeito dos homens entre si;

• Considerando que a educação deve ensinar à infância a observar,

compreender e respeitar os animais.

Proclama-se:

Art. 1

Todos os animais nascem iguais diante da vida e têm o mesmo direito à existência.

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Art. 2

a) Cada animal tem o direito ao respeito.

b) O homem, enquanto espécie animal, não pode atribuir-se o direito de

exterminar os outros animais ou explorá-los, violando esse direito. Ele tem o

dever de colocar a sua consciência a serviço dos outros animais.

c) Cada animal tem o direito à consideração, à cura e à proteção do homem.

Art. 3

a) Nenhum animal deverá ser submetido a maus-tratos e atos cruéis.

b) Se a morte de um animal é necessária, deve ser instantânea, sem dor nem

angústia.

Art. 4

a) Cada animal que pertence a uma espécie selvagem tem o direito de viver

livre no seu ambiente natural terrestre, aéreo ou aquático e tem o direito de

reproduzir-se.

b) A privação da liberdade, ainda que para fins educativos, é contrária a este

direito.

Art. 5

a) Cada animal pertencente a uma espécie que vive habitualmente no ambiente

do homem tem o direito de viver e crescer segundo o ritmo e as condições de

vida e de liberdade que são próprias da sua espécie.

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b) Toda modificação deste ritmo e destas condições impostas pelo homem para

fins mercantis é contrária a este direito.

Art. 6

a) Cada animal que o homem escolher para companheiro tem o direito a uma

duração de vida conforme a sua natural longevidade.

b) O abandono de um animal é um ato cruel e degradante.

Art. 7

Cada animal que trabalha tem o direito a uma razoável limitação do tempo e

intensidade do trabalho, a uma alimentação adequada e ao repouso.

Art. 8

a) A experimentação animal que implica um sofrimento físico e psíquico é

incompatível com os direitos do animal, seja uma experiência médica,

científica, comercial ou qualquer outra.

b) As técnicas substitutivas devem ser utilizadas e desenvolvidas.

Art. 9

No caso de o animal ser criado para servir de alimentação, deve ser nutrido,

alojado, transportado e morto sem que para ele resulte ansiedade ou dor.

Art. 10

a) Nenhum animal deve ser usado para divertimento do homem.

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b) A exibição dos animais e os espetáculos que os utilizam são incompatíveis com

a dignidade do animal.

Art. 11

O ato que leva à morte de um animal sem necessidade é um biocídio, ou seja,

um delito contra a vida.

Art. 12

a) Cada ato que leva à morte de um grande número de animais selvagens é um

genocídio, ou seja, um delito contra a espécie.

b) O aniquilamento e a destruição do ambiente natural levam ao genocídio.

Art. 13

a) O animal morto deve ser tratado com respeito.

b) As cenas de violência de que os animais são vítimas devem ser proibidas no

cinema e na televisão, a menos que tenham como fim mostrar um atentado aos

direitos do animal.

Art. 14

a) As associações de proteção e de salvaguarda dos animais devem ser

representadas em nível de governo.

b) Os direitos dos animais devem ser defendidos por leis, como os direitos do

homem.

UNESCO

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4.5. Lei Contra Crimes Ambientais

LEI Nº. 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998.

CAPÍTULO V

DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE

Seção I

Dos Crimes contra a Fauna

Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna

silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou

autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida:

Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa.

§ 1º Incorre nas mesmas penas:

I - quem impede a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em

desacordo com a obtida;

II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural;

III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em

cativeiro ou depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna

silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos e objetos dela

oriundos, provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida permissão,

licença ou autorização da autoridade competente.

Art. 30. Exportar peles e couros de anfíbios e répteis em bruto, sem a

autorização da autoridade ambiental competente:

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

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Art. 31. Introduzir espécime animal no país, sem parecer técnico oficial

favorável e licença expedida por autoridade competente:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais

silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou

cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando

existirem recursos alternativos.

§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do

animal.

Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou carregamento de

materiais, o perecimento de espécimes da fauna aquática existentes em rios, lagos,

açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras:

Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas cumulativamente.

Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em

lugares interditados por órgão competente:

Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas

cumulativamente.

Seção II

Dos Crimes contra a Flora

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Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação

permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de

proteção:

Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas

cumulativamente.

Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de preservação

permanente, sem permissão da autoridade competente:

Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas

cumulativamente.

Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e

às áreas de que trata o art. 27 do Decreto nº. 99.274, de 6 de junho de 1990,

independentemente de sua localização:

Pena - reclusão, de um a cinco anos.

§ 2o A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no

interior das Unidades de Conservação de Proteção Integral será considerada

circunstância agravante para a fixação da pena.

Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta:

Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam

provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas

ou qualquer tipo de assentamento humano:

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Pena - detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas

cumulativamente.

Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou consideradas de

preservação permanente, sem prévia autorização, pedra, areia, cal ou qualquer

espécie de minerais:

Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, assim

classificada por ato do Poder Público, para fins industriais, energéticos ou para

qualquer outra exploração, econômica ou não, em desacordo com as determinações

legais:

Pena - reclusão, de um a dois anos, e multa.

Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais,

madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem exigir a exibição

de licença do vendedor, outorgada pela autoridade competente, e sem munir-se

da via que deverá acompanhar o produto até final beneficiamento:

Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Parágrafo único. Incorrem nas mesmas penas quem vende, expõe à

venda, tem em depósito, transporta ou guarda madeira, lenha, carvão e outros

produtos de origem vegetal, sem licença válida para todo o tempo da viagem ou

do armazenamento, outorgada pela autoridade competente.

Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e

demais formas de vegetação:

Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

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Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou

meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada

alheia:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas

cumulativamente.

Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou

vegetação fixadora de dunas, protetora de mangues, objeto de especial

preservação:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta,

plantada ou nativa, em terras de domínio público ou devolutas, sem autorização

do órgão competente:

Pena - reclusão de dois a quatro anos e multa.

§ 1o Não é crime a conduta praticada quando necessária à subsistência

imediata pessoal do agente ou de sua família.

§ 2o Se a área explorada for superior a 1.000 há (mil hectares), a pena será

aumentada de 1 (um) ano por milhar de hectare.

Art. 51. Comercializar motosserra ou utilizá-la em florestas e nas

demais formas de vegetação, sem licença ou registro da autoridade competente:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

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Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação conduzindo

substâncias ou instrumentos próprios para caça ou para exploração de produtos

ou subprodutos florestais, sem licença da autoridade competente:

Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Seção III

Da Poluição e outros Crimes Ambientais

Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que

resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a

mortandade de animais ou a destruição significativa da flora:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 2º Se o crime:

I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana;

II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que

momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da

população;

III - causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do

abastecimento público de água de uma comunidade;

IV - dificultar ou impedir o uso público das praias;

V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou

detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas

em leis ou regulamentos:

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Pena - reclusão, de um a cinco anos.

§ 3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior quem

deixar de adotar, quando assim o exigir a autoridade competente, medidas de

precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível.

Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais

sem a competente autorização, permissão, concessão ou licença, ou em desacordo com

a obtida:

Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem deixa de recuperar a

área pesquisada ou explorada, nos termos da autorização, permissão, licença,

concessão ou determinação do órgão competente.

Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar,

fornecer, transportar, armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto ou

substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio ambiente, em

desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos seus regulamentos:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem abandona as substâncias ou produtos

referidos no caput, ou os utiliza em desacordo com as normas de segurança.

§ 2º Se o produto ou a substância for nuclear ou radioativa, a pena é

aumentada de um sexto a um terço.

Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em

qualquer parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços

potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais

competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes:

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Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas

cumulativamente.

Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar

dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

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Unidade 5 – Alimentos

O mundo produz diariamente comida em

quantidade suficiente para alimentar toda à

população do planeta, no entanto a fome mata uma

pessoa a cada 3,5 segundos no mundo por não ter

acesso a esta alimentação. Segundo o Relatório

Mundial Sobre a Fome da ONU, estima-se que

existam hoje 854 milhões de pessoas subnutridas no

mundo. O documento revela que 300 milhões de

crianças passam fome no mundo e 25 mil pessoas

morrem por dia de má nutrição ou doenças associadas ao problema.

Em outro extremo também preocupante, existe no mundo mais de 1 bilhão de

adultos com sobrepeso e 300 milhões com obesidade, segundo a Organização Mundial

da Saúde (OMS). A obesidade é fator de risco para problemas cardiovasculares, de

diabetes, hipertensão arterial e certos tipos de câncer.

Além do agravante do sedentarismo, crianças, adolescentes e adultos são

bombardeados por propagandas de alimentos pouco nutritivos e com excesso de

açúcar, sal, calorias, gorduras saturadas (sobretudo de origem animal) e gorduras trans.

Índices nacionais de consumo alimentar (IBGE) apontam uma elevada ingestão de

açúcar, gordura e sal pela população, além de um baixo consumo de frutas, legumes e

hortaliças. A obesidade vem crescendo mais rapidamente na faixa mais pobre da

população.

A gordura saturada aumenta o colesterol ruim. A gordura trans, além de

aumentar as taxas do colesterol ruim (LDL), diminui as do colesterol bom (HDL) e

facilita o depósito de tecido adiposo no abdômen.

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A gordura trans é muito comum em alimentos industrializados para melhorar a

consistência e aumentar o prazo de validade. Ela é um tipo específico de gordura

formada por um processo de hidrogenação. Pode ser encontrada em biscoitos,

salgadinhos de pacote, sorvetes, pastelarias, bolos, entre outros alimentos preparados

com gorduras hidrogenadas.

A leitura dos rótulos dos alimentos permite verificar quais alimentos são ou não

ricos em gorduras trans. Não se deve consumir mais de 2 gramas de gordura trans por

dia, o que equivale a aproximadamente uma colher de sopa de margarina.

O Brasil é um dos principais produtores de alimentos do planeta. O país

desperdiça anualmente R$12 bilhões em alimentos que poderiam alimentar 30

milhões de pessoas carentes.

Perto de 44% do que é plantado se perde na produção, distribuição e

comercialização: 20% na colheita, 8% no transporte e armazenamento, 15% na

indústria de processamento e 1% no varejo. Com mais 20% de perdas no

processamento culinário e hábitos alimentares, as perdas totalizam 64% em toda

cadeia, conforme dados da revista Veja.

Evitando o desperdício, haverá mais alimentos à disposição no mercado e os

preços sofrerão redução para todos. É a lei da oferta e da procura.

Comer menos carne é uma forma de colaborar com a natureza e diminuir a

fome.

A produção de proteína de origem animal requer muito mais solo, água e

energia do que a produção de grãos e outros vegetais. A pecuária bovina é a maior

responsável pelo desmatamento no Brasil. A produção de suínos e aves consome

grande parte da produção dos grãos do país. Cerca de 70% do milho produzido no

mundo vira ração.

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Dados da Embrapa apontam que o abate da suinocultura industrial em 2008 no

Brasil foi de 26 milhões de cabeças. A suinocultura, muito praticada na região sul, é

considerada uma atividade com grande potencial poluidor. Um porco produz dejetos

equivalentes aos de 8 seres humanos. O lançamento indiscriminado de dejetos não

tratados em rios, lagos e no solo vem contribuindo para a degradação do meio

ambiente.

5.1. Alimentos Orgânicos

O produto orgânico é cultivado sem o uso de adubos químicos ou agrotóxicos.

As técnicas de produção orgânica são destinadas a incentivar a conservação do

solo e da água e reduzir a poluição.

Segundo o Instituto

Biodinâmico (IBC), um certificador

brasileiro reconhecido

internacionalmente, a produção

orgânica no Brasil cresce 30% ao ano

e ocupa atualmente uma área de 6,5

milhões de hectares de terras,

colocando o país na segunda posição

dentre os maiores produtores mundiais de orgânicos principalmente devido ao

extrativismo sustentável de castanha, açaí, pupunha, látex, frutas e outras espécies das

matas tropicais, principalmente da Amazônia. Cerca de 75% da produção nacional de

orgânicos é exportada, principalmente para a Europa, Estados Unidos e Japão. A soja,

o café e o açúcar lideram as exportações. No mercado interno, os produtos mais

comuns são as hortaliças, seguidos de café, açúcar, sucos, mel, geléias, feijão, cereais,

laticínios, doces, chás e ervas medicinais.

Pelo menos 80% dos projetos certificados no Brasil são de pequenos

agricultores familiares (cerca de 20 mil agricultores). As associações e cooperativas de

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pequenos produtores vêm crescendo e viabilizam a agricultura orgânica em muitas

regiões fixando o homem no campo. Muitas famílias consomem e vendem o que

plantam.

O produto orgânico evita problemas de saúde causados pela ingestão de

substâncias químicas tóxicas, protege a qualidade da água, a fertilidade do solo, a vida

silvestre e é mais nutritivo.

Incluir produtos orgânicos nas compras incentiva a produção e no longo prazo,

tornando os orgânicos mais baratos.

Para esclarecer, o alimento hidropônico (produzido na água) não é orgânico,

pois utiliza adubos químicos solúveis.

O selo de certificação é a garantia do consumidor de estar adquirindo produtos

orgânicos isentos de qualquer resíduo tóxico.

O sistema de cultivo orgânico observa as leis da natureza, respeita as diferentes

épocas de safra e todo o manejo agrícola está baseado na preservação dos recursos

naturais, além de respeitar os direitos de seus trabalhadores.

Veja alguns motivos para consumir alimentos orgânicos:

1. São Alimentos Nutritivos e Saborosos

Com solos balanceados e fertilizados com

adubos naturais, se obtém alimentos mais nutritivos.

A comida fica mais saborosa, conservam-se suas

propriedades naturais, como vitaminas, sais minerais,

carboidratos e proteínas. Um alimento orgânico não

contém substâncias tóxicas e nocivas à saúde. Em

solos equilibrados as plantas crescem mais saudáveis, preservam-se suas

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características originais, como aroma, cor e sabor. Consumindo produtos orgânicos é

possível apreciar o sabor natural dos alimentos.

2. Saúde Garantida

Vários pesticidas utilizados hoje em dia no Brasil estão proibidos em muitos

países, em razão de consequências provocadas à saúde, tais como o câncer, as alergias

e a asma. Um relatório da Academia Americana de Ciências, de 1982, calculou em

1.400.000 o número de novos casos de câncer provocados por agrotóxicos. Além

disso, os alimentos de origem animal estão contaminados pela ação dos perigosos

coquetéis de antibióticos, hormônios e outros medicamentos que são aplicados na

pecuária convencional, quer o animal esteja doente ou não. Consumindo orgânicos

protegemos nossa saúde e a saúde de nossos familiares com a garantia adicional de não

estarmos consumindo alimentos geneticamente modificados.

3. Proteção às Futuras Gerações

As crianças são os alvos mais vulneráveis da agricultura com agrotóxicos.

“Quando uma criança completa um ano de idade, já recebeu a dose máxima aceitável

para uma vida inteira de agrotóxicos que provocam câncer”, diz um relatório recente

do Environmental Working Group (Grupo de Trabalho Ambiental). A agricultura

orgânica, além do mais, tem a grande tarefa de legar às futuras gerações um planeta

reconstruído.

4. Amparo ao Pequeno Produtor

O trabalhador rural precisa ser preservado, tanto quanto a qualidade ecológica

dos alimentos. Adquirindo produtos ecológicos, contribuímos com a redução da

migração de famílias para as cidades, evitando o êxodo rural e ajudando a acabar com

o envenenamento por agrotóxicos em cerca de 1 milhão de agricultores no mundo

inteiro. Assim, as pequenas propriedades poderão manter-se sem dívidas pela compra

de insumos químicos.

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5. Solos Férteis

Uma das principais preocupações da Agricultura Orgânica é o solo. O mundo

presencia a maior perda de solo fértil pela erosão em função do uso inadequado de

práticas agrícolas convencionais. Com a Agricultura Orgânica é possível reverter essa

situação.

6. Água Pura

Quando são utilizados agrotóxicos e grande quantidade de nitrogênio, ocorre a

contaminação nas fontes de água potável. Cuidando desse recurso natural, garante-se o

consumo de água pura para o futuro.

7. Biodiversidade

A perda das espécies é um dos principais problemas ambientais. A Agricultura

Orgânica preserva sementes por muitos anos e impede o desaparecimento de

numerosas espécies, incentivando as culturas mistas e fortalecendo o ecossistema. A

Fauna permanece em equilíbrio e todos os seres convivem em harmonia, graças à não

utilização de agrotóxicos. A Agricultura Orgânica respeita o equilíbrio da natureza e

cria ecossistemas saudáveis.

8. Redução do Aquecimento Global e Economia de Energias

O solo tratado com substâncias químicas libera uma quantidade enorme de gás

carbônico, gás metano e óxido nitroso. A agricultura e administração florestal

sustentáveis podem eliminar 25% do aquecimento global. Atualmente, mais energia é

consumida para produzir fertilizantes artificiais do que para plantar e colher todas as

safras.

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9. Custo Social e Ambiental

O alimento orgânico não é, na realidade, mais caro que o alimento

convencional se consideramos que, indiretamente, estaremos reduzindo nossas

despesas com médicos e medicamentos e os custos com a recuperação ambiental.

10. Cidadania e Responsabilidade Social

Consumindo orgânicos, estamos exercitando nosso papel social, contribuindo

com a conservação e preservação do meio ambiente e apoiando causas sociais

relacionadas com a proteção do trabalhador e com a eliminação da mão-de-obra

infantil.

5.2. Agrotóxicos

O uso de agrotóxicos e

fertilizantes já é a segunda causa de

contaminação da água no Brasil. Só perde

para o despejo de esgoto doméstico.

O Brasil consumiu em 2008,

365,5 mil toneladas de agrotóxicos,

movimentando US$ 4 bilhões de dólares,

segundo dados do SINDAG (Sindicato

Nacional da Indústria de Produtos para

Defesa Agrícola).

Ao comprar uma maçã, por

exemplo, é impossível detectar o banho

de dezenas de pesticidas que ela recebeu. A intensa utilização de produtos químicos na

produção de alimentos afeta o ar, o solo, a água, os animais e as pessoas.

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Os agrotóxicos podem promover a intoxicação progressiva dos consumidores e

afetar a saúde de trabalhadores do campo que, muitas vezes não estão preparados para

lidar com esses agentes tóxicos.

Em caso de dúvidas, a população pode entrar em contato com o Disque-

Intoxicação da Anvisa. O telefone é 0800-722-6001.

5.3. Os Alimentos Transgênicos

Os alimentos transgênicos são organismos geneticamente modificados em

laboratório que tiveram genes estranhos, de qualquer outro ser vivo (vegetal ou

animal), inseridos em seu código genético visando a obtenção de características

específicas. Por exemplo: uma semente é modificada para ter tolerância (resistência) a

um herbicida. Então a empresa de biotecnologia vende a semente patenteada (cobra

royalties do agricultor) e vende o agrotóxico também.

Os alimentos transgênicos já estão por toda a parte, porém faltam informações

para sanar as diversas incertezas e temores em relação aos mesmos.

Os principais transgênicos plantados no mundo são: soja (61%), milho (23%),

algodão (11%) e canola (5%). A maioria dos europeus rejeita os produtos transgênicos

(pesquisa Eurobarômetro), com isso, grande parte da produção transgênica da Europa é

exportada para outros países (como o Brasil).

Algumas pesquisas apontam que para conseguir saciar a fome mundial, seria

necessário duplicar a atual produção de alimentos, mas esta técnica só seria possível

com alimentos transgênicos, no entanto, nem todos apoiam essa solução, alegando

danos ao meio ambiente e à saúde, desta forma, pesquisadores e cientistas do mundo

inteiro estão desenvolvendo pesquisas sobre quais são as reais consequências destes

alimentos no organismo humano e no meio ambiente.

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É importante que estes alimentos geneticamente modificados sejam rotulados

para que os consumidores possam distingui-los dos demais alimentos na hora da

compra.

A seguir você verá os benefícios e os riscos dos alimentos transgênicos:

Benefícios

Para melhorar as características de algumas espécies e o seu rendimento para o

consumo humano, a genética desenvolve produtos transgênicos, a fim de incorporar

um gene com melhores características:

� Saúde – podem ser produzidos alimentos com melhores características

nutricionais do que as das espécies naturais;

� Economia – são conseguidas variedades de cultivos mais resistentes às

diversidades, como pragas, secas e geadas, garantindo a produção;

� Conservação – ao obter cultivos mais resistentes, são reduzidas as intervenções

na terra, evitando seu desgaste e uso de agrotóxicos;

� Preservação – por meio destas modificações genéticas pode-se estender a vida

útil do alimento.

Riscos

� Saúde – acredita-se que os transgênicos podem causar alergias alimentares e

diminuir ou anular o efeito dos antibióticos no organismo, entre outras

consequências desconhecidas para a saúde humana a longo prazo;

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� Economia – do ponto de vista comercial, estes produtos são os preferidos pelos

agricultores gerando uma dependência das empresas multinacionais que os

comercializam;

� Conservação – causam contaminação genética irreversível. O aparecimento de

organismos com maiores aptidões provoca o risco de extinção nas variedades

endêmicas ou silvestres;

� Culturais – as técnicas agrícolas milenares que conviviam de forma equilibrada

com o meio ambiente são alteradas.

O Green Peace se opõe ao uso de transgênicos na alimentação humana e

animal. Para a ONG, os resultados são imprevisíveis, incontroláveis e desnecessários.

O Green Peace mantém em seu site um Guia do Consumidor para consulta de

produtos.

Segundo o Princípio da Precaução, quando uma atividade representa ameaças

de danos ao meio-ambiente ou à saúde humana, medidas de precaução devem ser

tomadas, mesmo se algumas relações de causa e efeito não forem plenamente

estabelecidas cientificamente. Afinal, é melhor prevenir do que remediar.

Insetos, pássaros e até mesmo o vento podem transportar o pólen de plantas

transgênicas e assim contaminar plantações convencionais vizinhas, ainda que

localizadas a grandes distâncias. A contaminação também pode ocorrer pelo uso

comum de equipamentos de movimentação e armazenagem e no comércio. Pela

evidente dificuldade técnica em proteger os plantios convencionais e orgânicos da

contaminação transgênica (coexistência), muitas regiões e alguns países da União

Européia foram declarados por suas autoridades como Zonas Livres de Transgênicos.

Tal precaução não coloca em risco a saúde dos consumidores, o meio ambiente e é um

enorme diferencial competitivo no mercado internacional.

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5.4. Desperdício de Alimentos

Reduzir o desperdício de alimentos traz diversos benefícios, entre eles a

diminuição da fome mundial, redução dos preços, entre outros. Veja agora algumas

dicas para reduzir o desperdício de alimentos.

• Planeje as compras verificando o que já tem em casa. Opte pelo

essencial.

• Siga a lista que preparou no supermercado. Procure fazer as compras

após as refeições.

• Compre verduras, legumes e frutas semanalmente.

• Não se importe com pequenas imperfeições destes alimentos.

• Adquira na quantidade de consumo da sua família.

• Coma primeiro as frutas mais maduras.

• Prepare salada de frutas, vitaminas, aproveitando os alimentos

disponíveis com criatividade.

No preparo, procure aproveitar integralmente os alimentos, sempre que

possível.

Cascas de abacaxi viram suco, talos de verduras enriquecem tortas, sopas, arroz,

risotos etc.

Quando a comida estiver pronta e na temperatura ambiente, congele o

excedente em porções individuais para consumo (uma concha de arroz, feijão, outros

grãos cozidos etc). Se sobrar, diminua a porção até acertar o tamanho ideal.

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Congele somente comida fresca. Descongele de um dia para o outro na

geladeira ou retire do congelador algumas horas antes de consumir. Nunca recongele.

Em geral, congelam muito bem:

- pratos prontos;

- pães, bolos, tortas e salgados;

- as frutas da estação viram polpa para sucos naturais nutritivos;

- molho de tomates frescos refogados;

- vegetais escaldados e resfriados em seguida por cerca de 3 minutos em cada

etapa (pesquise técnica de branqueamento).

Não congelam bem:

- maionese, saladas cruas, ovos cozidos, batata cozida e creme de leite, entre

outros.

• Procure colocar no prato somente o que pretende comer. Repita se

necessário.

• Prefira produtos da estação. São mais baratos e saborosos.

• Procure comprar produtos da região. Isto ajuda a diminuir a poluição e

as perdas causadas pelo transporte da mercadoria.

• Não compre alface, cenoura e outros alimentos para ficarem esquecidos

e velhos na gaveta da geladeira.

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E mais :

• Descarte os alimentos separadamente (lixo orgânico) de outros resíduos

como papel, plástico, vidro, metal e outros.

• Habitue-se a ler os rótulos dos produtos: prazo de validade, informações

nutricionais, calorias, ingredientes, tipos de gorduras, etc.

• Procure optar por alimentos e sucos naturais. São nutritivos e geram

menos lixo (embalagens de bebidas).

• Orgânico ou convencional, todo alimento vindo da feira deve ser muito

bem lavado antes do consumo.

• Evite frituras e frios embutidos.

• Prefira alimentos ricos em fibras que ajudam no funcionamento do

intestino: frutas, verduras, nozes, sementes, cereais e farinhas integrais,

entre outros.

• Evite consumir com grande frequência produtos industrializados/muito

processados com excesso de açúcar, sal, gorduras trans, saturadas ou

aditivos químicos artificiais (conservantes, corantes, aromatizantes,

antioxidantes, estabilizantes e outros muitas vezes indecifráveis).

• Em casa faça a propaganda das frutas, verduras, legumes e grãos para as

crianças aprenderem a fazer escolhas alimentares certas.

Uma alimentação saudável não pode ser baseada em bolachas, salgadinhos de

pacote, frituras, carnes gordurosas, guloseimas, bebidas adocicadas e fast-food, pois a

natureza oferece alimentos que ajudam na saúde, boa forma e longevidade.

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Conclusão do Curso

Olá.

Chegamos ao fim do nosso curso!

Espero que você tenha compreendido a importância da Educação Ambiental

dentro da sociedade.

A decisão de fazer este curso mostra que você possui um ótimo caráter e

personalidade. Agora tente aplicar e transmitir os conhecimentos aqui adquiridos. Os

recursos do nosso planeta estão se esgotando, faça sua parte e contribua para a

mudança desta situação, as futuras gerações agradecem.

Para concluir o curso, quando se sentir preparado faça a avaliação referente ao

Módulo II localizada no menu do seu curso.

Sucesso e boa sorte!

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