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Educação Especial - Pedagogia

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livro sobre Educação especial

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Faculdade JK – Unidade do Recanto das Emas

Brasília – DF

Curso: Pedagogia - Turma: 3º Semestre

Disciplina: Problemas de Aprendizagens

Orientadora: Professora Luzenildes Miranda Acadêmicas: Cárdem Mouraêna, Clécia Freitas, Edna Cardoso, Eliane Dourado, Iane de Carvalho, Iris Thomé, Jane Bengaly, Jéssica Téo, Joelma Barros, Josefa Borges, Karina Martins, Kátia Bento, Leidiana Teixeira, Lourdes Nascimento, Lucilene Licar, Luzileide Guedes, Maria José Mesquita, Neila Justino, Odália Farias, Queliane S. Dourado, Sara Mendes, Selma Batista, Valdária Araújo, Valderes Fernandes, Vera Barros, Vilauba Bazílio e Yara de Freitas.

Turma do 3º Semestre do Curso de Pedagogia, 2015

Educação Especial: Um Novo Olhar Para Aprendizagens.

Bibliografia.

ISBN: 00-000-0000-0

1. Educação 2. Transtorno 3. Deficiência 4. Legislação

5. Síndromes 6. Aprendizagens 7. TDHA 8. Inclusão

00-0000 CDD-000.0

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"Deus me dê a paciência de me conformar com as coisas que não posso alterar, me dê a coragem de alterar as coisas que posso, e me dê a sabedoria de distinguir entre umas e outras" (Christoph F. Oetinger).

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Agradecimentos

Agradecemos primeiramente a Deus por ser essencial

em nossas vidas. A professora Luzenildes Miranda pelo incentivo

para a produção e revisão desta obra. Aos diretores e professores

das escolas visitadas, pois sem esse apoio não haveria como realizar

nossas pesquisas. Em especial a todos que tem um carinho pelas

crianças que possuem transtornos ou deficiências, pois muitas vezes

deixam de realizar seus sonhos para cuidar destes pequeninos.

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Sumário

Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09

CAPITULO I 1. Legislação Sobre o Ensino Especial e EducaçãoInclusiva . . . . 11

1.1. Constituição Federal de 1988 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 1.2. Lei nº 9394/96 – LDB - Educação Especial . . . . . . . . . . . . 14 1.3. Lei nº 8069 de 13 de julho de 1990 . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 1.4. Lei nº 8.859 – estágio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 1.5. Lei nº 10.098 - acessibilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 1.6. Lei nº 10.436/02 libras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 1.7. Lei nº 7.853/89 - CORDE - Apoio às pessoas portadoras de

deficiência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 1.8. Lei n.º 8.899, de 29 de junho de 1994 - Passe Livre . . . . . . 19 1.9. Lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

CAPITULO II 2. Deficiências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

Deficiências Físicas e Mobilidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

2.1. Deficiências Físicas, Auditiva e Visual . . . . . . . . . . . . . 22

2.1.1. Deficiência Físicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

2.1.2. Deficiências Auditiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

2.1.3. Deficiências Visuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

2.2. Deficiência Intelectual e Transtornos de aprendizagens . . . . . . 29 2.2.1. Acalculia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 2.2.2. Afasia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 2.2.3. Apraxia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 2.2.4. Autismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 2.2.5. Disartria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 2.2.6. Discalculia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 2.2.7. Disgrafia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 2.2.8. Disortografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 2.2.9. Dislexia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 2.2.10. Dispraxia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 2.2.11. DPAC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 2.2.12. Sindrome de Asperger . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 2.2.13. TDAH . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

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CAPITULO III

3. Pesquisas e atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

3.1. Pesquisas 3.1.1. Pesquisa realizada no Centro de Ensino Fundamental 106 do Recanto das Emas . . . . . . . . . . . . 57 3.1.2. Pesquisa realizada no Centro de Ensino Fundamental 02 do Riacho Fundo II . . . . . . . . . . . . . . . 58 3.1.3. Pesquisa realizada no Centro de Ensino Fundamental 602 Recanto das Emas . . . . . . . . . . . . . . 59 3.1.4. Pesquisa realizada no Centro de Ensino Fundamental 101 Recanto das Emas . . . . . . . . . . . . . . 59 3.1.5. Pesquisa realizada na Colégio Novos Caminhos . . . . . . 60 3.1.6. Pesquisa realizada no Centro de Ensino Fundamental 101 do Recanto das Emas . . . . . . . . . . . . 61

3.2. ATIVIDADES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 3.2.1. Atividades para alunos com Acalculia . . . . . . . . . . . . . . . . 62 3.2.2. Atividades para alunos com Afasia . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 3.2.3. Atividades para alunos com Disartria . . . . . . . . . . . . . . . . 63 3.2.4. Atividades para alunos com Discalculia . . . . . . . . . . . . . . . 63 3.2.5. Atividades para alunos com DPAC. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64 3.2.6. Atividades para alunos com TDAH . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64

Consideração Final. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65

Referência Bibliográfica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66

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Apresentação

Essa obra foi realizada pelas acadêmicas do 3º semestre do

curso de Pedagogia na faculdade JK-Unidade Recanto das Emas,

sob orientação da professora Luzenildes Miranda.

Acadêmicas: Cárdem Mouraêna, Clécia Freitas, Edna Cardoso, Eliane Dourado, Iane de Carvalho, Iris Thomé, Jane Bengaly, Jéssica Téo, Joelma Barros, Josefa Borges, Karina Martins, Kátia Bento, Leidiana Teixeira, Lourdes Nascimento, Lucilene Licar, Luzileide Guedes, Maria José Mesquita, Neila Justino, Odália Farias, Queliane S. Dourado, Sara Mendes, Selma Batista, Valdária Araújo, Valderes Fernandes, Vera Barros, Vilauba Bazílio e Yara de Freitas.

Brasília

2015

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Introdução

Em busca de um novo olhar da sociedade para os problemas de aprendizagens. Muitos alunos sofrem, em vários lugares do Brasil, por não terem um atendimento adequado, de modo que possibilitem ter acesso ao conhecimento de forma eficiente. O modo de lidar com esses alunos deveria ser o mesmo dado aos demais alunos, ou seja, sem preconceito e sem nenhum tipo de distinção.

Este livro procura de forma sucinta destacar o desenvolvimento desses alunos em sala de aula, com relatos verdadeiros de pessoas que vivem cada dia com esses alunos especiais. Professores da rede pública e da rede particular procuram se adaptar de várias formas para fazer valer os direitos dessa minoria, direitos esses garantidos pela Constituição Federal de 1998 e por outras leis, como por exemplo: a Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB.

O livro trata de transtornos psicológicos, neurológicos que engloba a acalculia, afasia, apraxia seus sintomas tratamento entre outros que destacaremos ao longo deste livro, esta obra foi desenvolvida sob a percepção de pedagogos; de como se deve tratar esse aluno em sala de aula; cuidados que devemos ter; a forma de lidar com ele em situações distintas, mas sempre visando o desenvolvimento intelectual desses alunos.

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Educação Especial Inclusiva

Muito se fala em Educação Especial Inclusiva, mas nem sempre temos uma noção correta a seu respeito. Julgamos bastante apropriado o seguinte conceito de Educação Especial: "Conjunto de medidas e recursos (humanos e materiais) que a administração educativa coloca à disposição dos alunos com necessidades educativas especiais: pessoas com algum tipo de défice, carência, disfunção ou incapacidade física, psíquica ou sensorial, que lhes impeça um adequado desenvolvimento e adaptação" (Ezequiel Ander-Egg, 1997).

A Educação Especial engloba uma imensa diversidade de necessidades educativas especiais, assim como uma equipe multidisciplinar, composta pelos mais diversos profissionais e especialistas. Seu objetivo principal é promover uma melhor qualidade de vida àqueles que, por algum motivo, necessitam de um atendimento mais adequado à sua realidade física, mental, sensorial e social.

Seus destinatários são todas as pessoas que precisam de métodos, recursos e procedimentos especiais durante o seu processo de ensino-aprendizagem.

A Educação Especial deve ser vista no contexto da Educação Geral, ou seja, o portador de necessidades especiais deve ser atendido no mesmo ambiente que o não-portador. A esta tendência contemporânea chamamos de Educação Inclusiva, uma vez que o portador de necessidades especiais é inserido em classes regulares de ensino, sendo tão digno e merecedor da educação como qualquer outra pessoa.

Numa sociedade tão preconceituosa e discriminadora como a nossa, muitos pais de alunos ditos normais são contrários a esta inclusão. Também alguns professores, coordenadores, diretores e funcionários, desinformados ou pouco esclarecidos, oferecem resistência a estas tentativas. Mas, mesmo assim, várias, e com muito

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êxito, têm sido as experiências de inclusão de alunos portadores de necessidades educativas especiais nas classes e/ou escolas regulares. Precisamos ensinar à sociedade, de uma maneira geral, que as pessoas antes de serem portadoras de necessidades educativas especiais são seres humanos capazes e dotados de inúmeras possibilidades, com um grande potencial a ser trabalhado. Nada justifica o seu isolamento do convívio com outras pessoas, seja dentro ou fora da escola.

A inclusão deve ser cuidadosa e racional, pois uma precipitação pode provocar mais frustração do que satisfação ao portador de necessidade especial, que precisa ter condições mínimas para se adaptar a certas realidades. Por exemplo: numa escola com vários andares, tendo apenas escadas, sem rampas ou elevadores, não seria interessante colocar um portador de paraplegia, que só se locomove em cadeiras de rodas, para estudar numa classe regular que utiliza uma sala no quarto andar da escola. Como seria o seu acesso à sala de aula? Atenção e cautela só tendem a nos ajudar a tomar decisões sábias e positivas.

Eis algumas modalidades de atendimento em Educação Especial: Escola Regular, Classe Regular, Escola Especial, Classe Especial, Ensino Domiciliar, Classe Hospitalar, Escola Hospitalar, Escola Profissionalizante, Empresa-Escola. Cada realidade requer um tipo de modalidade de atendimento diferente. Por exemplo, um aluno portador de doença renal, necessitando de diálise, três vezes por semana, num hospital distante de sua residência. Por dificuldades financeiras para se deslocar, consegue residir por um tempo no próprio hospital. Logo, participa de uma classe hospitalar existente no mesmo. A necessidade de diálise e de residir no próprio hospital torna-se uma necessidade educativa especial, cuja modalidade é a classe hospitalar.

Em prol de um mundo melhor e uma sociedade mais democrática lutemos por uma Educação Especial e Inclusiva de excelente qualidade para todos!

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1. Legislação Sobre o Ensino Especial e Educação Inclusiva

O Art. 205 da CFB, de 1988, assegura que a educação é um direito de todos e dever do estado e da família, visando o pleno desenvolvimento da pessoa – isso inclui as pessoas com deficiência –, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

O Inciso III do Art. 208 da Constituição Federal do Brasil, garante que é dever do Estado mediante ao atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino.

Visando o cumprimento da Constituição Federal, nossa Carta Magna, foram criadas leis, resoluções, portarias, diretrizes, etc. para que o portador de alguma deficiência pudesse se sentir incluído na sociedade brasileira.

1.1. Constituição Federal de 1988

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

Art. 208. O dever do Estado com a Educação será efetivado mediante a garantia de:

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III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,preferencialmente na rede regular de ensino;

Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que:

1.2. Lei nº 9394/96 – LDB - Educação Especial

Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)

§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial.

§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.

§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.

Art. 59 . Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades;

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II – terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados; III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; IV – educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora; V – acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. Art. 60 . Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e financeiro pelo Poder público. Parágrafo único. O poder Público adotará, como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com necessidades especiais na própria rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo.

1.3. Lei nº 8069 de 13 de julho de 1990

Dispõe sobre o Estatuto da criança e do adolescente e dá outras providências.

Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando o plenodesenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho assegurando-lhes:

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I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,preferencialmente na rede regular de ensino.

1.4. Lei nº 8.859 - estágio

Modifica dispositivos da Lei nº 6.494, de 7 de dezembro de 1977, estendendo aos alunosde ensino especial o direito à participação em atividades de estágio

Art. 1º - As pessoas jurídicas de Direito Privado, os órgãos de Administração Pública e as instituições de Ensino podem aceitar, como estagiários, os alunos regularmente matriculados em cursos vinculados ao ensino público e particular.

§1º - Os alunos a que se refere o "caput" deste artigo devem, comprovadamente, estar frequentando cursos de nível superior, profissionalizante de 2º grau, ou escolas de educação especial.

1.5. Lei nº 10.098 - acessibilidade

Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências.

Art. 25. As disposições desta Lei aplicam-se aos edifícios ou imóveis declarados bens de interesse cultural ou de valor histórico-artístico, desde que as modificações necessárias observem as normas específicas reguladoras destes bens.

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1.6. Lei nº 10.436/02 libras

Art. 1o É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados.

Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.

Art. 2o Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil.

Art. 3o As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficiência auditiva, de acordo com as normas legais em vigor.

Art. 4o O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN’s, conforme legislação vigente.

Parágrafo único. A Língua Brasileira de Sinais - Libras não poderá substituir a modalidade escrita da língua portuguesa.

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1.7. Lei nº 7.853/89 - CORDE - Apoio às pessoas portadoras de deficiência

Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência – CORDE, institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes, e dá outras providências.

Art. 2º. Ao Poder Público e seus órgãos cabe assegurar às pessoas portadoras de deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao lazer, à previdência social, ao amparo à infância e à maternidade, e de outros que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar pessoal, social e econômico. Parágrafo Único. Para o fim estabelecido no caput deste artigo, os órgão e entidades da administração direta e indireta devem dispensar, no âmbito de sua competência e finalidade, aos assuntos objetos desta Lei, tratamento prioritário e adequado, tendente a viabilizar, sem prejuízo de outras, as seguintes medidas:

I – na área da educação:

a) a inclusão, no sistema educacional, da Educação Especial como modalidade educativa que abranja a educação precoce, a pré-escolar, as de 1º e 2º graus, a supletiva, a habilitação e reabilitação profissionais, com currículos, etapas e exigências de diplomação próprios;

b) o oferecimento obrigatório de programas de Educação Especial em estabelecimentos públicos de ensino;

c) a oferta, obrigatória e gratuita, da Educação Especial em estabelecimentos públicos de ensino;

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d) o oferecimento obrigatório de programas de Educação Especial em nível pré-escolar e escolar, em unidades hospitalares e congêneres nas quais estejam internados, por prazo igual ou superior a um (um) ano, educandos portadores de deficiência;

e) o acesso de alunos portadores de deficiência aos benefícios conferidos aos demais educandos, inclusive material escolar, merenda escolar e bolsa de estudo;

f) a matrícula compulsória em cursos regulares de estabelecimentos públicos e particulares de pessoas portadoras de deficiência capazes de se integrarem ao sistema regular de ensino.

1.8. Lei n.º 8.899, de 29 de junho de 1994 - Passe Livre

Art. 1º É concedido passe livre às pessoas portadoras de deficiência, comprovadamente carentes, no sistema de transporte coletivo interestadual.

1.9. Lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013.

Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.

§ 1º. Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial.

§ 2º. O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.

§ 3º. A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.

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Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais:

I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades;

II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados;

III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;

IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora;

V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.

Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e financeiro pelo Poder Público.

Parágrafo único. O Poder Público adotará, como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com necessidades especiais na própria rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo.

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2. Deficiências

Deficiências Físicas e Mobilidades

Conceito

Muitas vezes as pessoas associam deficiência com incapacidade, mas nem toda deficiência provoca limitação de capacidade e problemas de desempenho. Ela pode comprometer apenas uma função específica e preservar as outras. Por exemplo, um deficiente visual não está impedido de ter uma vida independente, trabalhar e praticar atos da vida civil, já que sua compreensão e vontade permanecem inalteradas. Portanto, não é porque a pessoa tem uma deficiência que deve ser rotulada de incapaz.

De acordo com a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, o conceito de deficiência deve ser compreendido como toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade ou capacidade parcial da pessoa desempenhar atividades dentro do padrão considerado normal do ser humano. Mas essa incapacidade é restrita a determinada atividade, como andar, ver, ouvir, falar ou ao desempenho intelectual, e não significa incapacidade genérica.

É isso também o que consta no art. 5º, § 1º, I, do Decreto nº. 5.296/2004, que define a pessoa portadora de deficiência como a que possui limitação ou incapacidade para o desempenho de atividade e se enquadra nas categorias de deficiências física, auditiva, visual, mental e múltipla (associação de duas ou mais deficiências). É com base nas definições de deficiência dadas por essa norma que são concedidos os benefícios para pessoas com deficiência, tais como o benefício assistencial, reserva de vagas em concursos públicos, passe livre, entre outros.

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Deficiência de Mobilidade

A pessoa com mobilidade reduzida não é portadora de deficiência, mas tem dificuldade de movimentar-se, de flexibilidade, coordenação motora e percepção. Essa dificuldade pode ser permanente ou temporária. Também podem ser incluídas nessa definição as pessoas com mais de sessenta anos, gestantes, lactantes (mulheres que amamentam) e pessoas com criança de colo.

2.1. Deficiências Física, Auditiva e Visual

2.1.1. Deficiência Física

Conceito

A deficiência física refere-se ao comprometimento do aparelho locomotor que compreende o sistema osteoarticular, o sistema muscular e o sistema nervoso. As doenças ou lesões que afetam quaisquer desses sistemas, isoladamente ou em conjunto, podem produzir quadros de limitações físicas de grau e gravidade variáveis, segundo o(s) segmento(s) corporais afetados e o tipo de lesão ocorrida.

Sugestões Pedagógicas

Apoio ao aluno com deficiência física:

O acesso físico é a preocupação fundamental no que diz respeito a estes estudantes, devido a dificuldades de locomoção ou ao uso de cadeira de rodas. Isto implica a existência, e aprendizagem, de percursos em que o aluno se possa movimentar mais facilmente de umas aulas para as outras, ou seja, em que não tenha de se defrontar com barreiras arquitetônicas.

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Possivelmente, estes estudantes podem atrasar-se ao deslocar-se de uma sala para outra, principalmente quando as aulas não são todas no mesmo local. É necessário, também, alguns ajustes que permitam acesso fácil às aulas laboratoriais.

As aulas em laboratórios podem requerer alguns ajustes do material e local de trabalho (altura do balcão, mesa, cadeiras entre outros). Se estiver em posição de proporcionar estas modificações, trabalhe diretamente com o aluno para criar um local o mais acessível possível, promovendo a participação do aluno em todas as tarefas;

Quando conversar com um estudante em cadeira de rodas lembre-se que é extremamente incomodo conversar com a cabeça levantada. Sente-se ou coloque-se ao lado da cadeira; lembre-se que uma pessoa sentada, tem um ângulo de visão diferente. Se lhe quiser mostrar qualquer coisa, baixe-se para que ela efetivamente a veja;

Sempre que haja muita gente (corredores, bares, restaurantes) e estiver a ajudar um colega em cadeira de rodas avance a cadeira com prudência; o aluno poder-se-á sentir incomodado se magoar as outras pessoas.

2.1.2. Deficiência Auditiva

Conceito

Deficiência auditiva é considerada genericamente como a diferença existente entre a performance do indivíduo e a habilidade normal para a detecção sonora de acordo com padrões estabelecidos pela American National Standards Institute (ANSI - 1989).

Zero audiométrico (0 dB N.A) refere-se aos valores de níveis de audição que correspondem à média de detecção de sons em várias frequências, por exemplo: 500 Hz, 1000 Hz, 2000 Hz, etc.

Considera-se, em geral, que a audição normal corresponde à habilidade para detecção de sons até 20 dB N.A (decibéis, nível de audição).

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Significado de Termos

Hipoacusia - refere-se a uma redução na sensitividade da audição, sem qualquer alteração da qualidade de audição. O aumento da intensidade da fonte sonora, possibilita uma audição bastante adequada.

Disacusia - refere-se a um distúrbio na audição, expresso em qualidade e não em intensidade sonora. O aumento da intensidade da fonte sonora não garante o perfeito entendimento do significado das palavras.

Tipos de Deficiências Auditivas

Deficiência Auditiva Condutiva: Qualquer interferência na transmissão do som desde o conduto auditivo externo até a orelha interna (cóclea). A orelha interna tem capacidade de funcionamento normal, mas não é estimulada pela vibração sonora. Esta estimulação poderá ocorrer com o aumento da intensidade do estímulo sonoro. A grande maioria das deficiências auditivas condutivas pode ser corrigida através de tratamento clínico ou cirúrgico.

Deficiência Auditiva Sensório-Neural: Ocorre quando há uma impossibilidade de recepção do som por lesão das células ciliadas da cóclea ou do nervo auditivo. Os limiares por condução óssea e por condução aérea, alterados, são aproximadamente iguais. A diferenciação entre as lesões das células ciliadas da cóclea e do nervo auditivo só pode ser feita através de métodos especiais de avaliação auditiva. Este tipo de deficiência auditiva é irreversível.

Deficiência Auditiva Mista: Ocorre quando há uma alteração na condução do som até o órgão terminal sensorial associada à lesão do órgão sensorial ou do nervo auditivo. O audiograma mostra geralmente limiares de condução óssea abaixo dos níveis normais, embora com comprometimento menos intenso do que nos limiares de condução aérea.

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Deficiência Auditiva Central, Disfunção Auditiva Central ou

Surdez Central: Este tipo de deficiência auditiva não é, necessariamente, acompanhado de diminuição da sensitividade auditiva, mas manifesta-se por diferentes graus de dificuldade na compreensão das informações sonoras. Decorre de alterações nos mecanismos de processamento da informação sonora no tronco cerebral (Sistema Nervoso Central).

Sugestões Pedagógicas

Apoio ao aluno com deficiência auditiva

O problema principal destes alunos é a comunicação.

Os alunos com deficiências auditivas devem ficar sempre na primeira fila na sala de aulas sendo preferível o aluno utilizar um auxiliar acústico (Prótese Auditiva e/ou Sistema de FM), quando possível, para amplificar o som da sala.

Há alunos que conseguem ler os movimentos dos lábios, o professor e os colegas devem falar o mais claro possível, evitando voltar-se de costas enquanto fala. É extremamente difícil para estes alunos fazerem apontamentos escritos nas aulas durante a exposição oral da matéria, principalmente aqueles que fazem leitura labial enquanto o docente a expõem.

É sempre útil fornecer uma cópia de meios visuais com antecedência, assim como uma lista da terminologia técnica utilizada na disciplina, para o aluno tomar conhecimento da terminologia e do conteúdo da aula a ser lecionada. Pode também justificar-se a utilização de um intérprete (uso de linguagem sinais).

Este estudante poderá necessitar de tempo extra para responder aos testes.

Com efeito, o texto apresentar-se-á ao aluno como tendo lacunas pela forma como podem ser colocadas as questões e pela utilização de terminologia técnica nem sempre dominadas porque

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nem sempre é claramente ouvida. A utilização de terminologia própria e palavras chave de ligação podem eventualmente falhar, obrigando a um maior dispêndio de tempo na organização de ideias e reflexão sobre a resposta. Também o recurso à linguagem gestual é mais limitada que a linguagem falada daí que esta seja uma das razões pelas quais o aluno pode sentir lacunas na compreensão do texto.

Os esclarecimentos por parte dos docentes podem passar despercebidos durante a realização da prova. Assim, é importante que: Os alunos ocupem sempre a primeira fila da sala de aulas; Fale com naturalidade e clareza, não exagerando no tom de voz; Evite estar em frente à janela ou outras fontes de luz pois o reflexo pode obstruir a visão; Quando falar não bloqueie de algum modo a área à volta da boca (Ex: não coloque nada na boca, como cigarro, balinha...); Evite falar quando está virado de costas para o aluno ou para a turma. Sempre que possível dirija a conversa ao aluno ou Fale para a turma de frente para ele; Quando utiliza o quadro ou outros materiais de apoio audiovisual, primeiro exponha os materiais e só depois explique ou vice-versa (ex: escreva o exercício no quadro ou no caderno e explique depois e não simultaneamente). Se for utilizado um intérprete, dirija a conversa ao aluno; Repita as questões ou comentários durante as discussões ou conversas e indique (por gestos) quem está falando, para uma melhor compreensão por parte do aluno; Escreva no quadro ou no caderno do aluno datas e informações importantes, para assegurar que foram entendidas (ex: datas, terminologia, símbolos, etc); O fornecimento com antecedência de cópias dos meios visuais a utilizar durante as aulas, uma lista de terminologia e apontamentos da cadeira serão apoios preciosos para o melhor acompanhamento das matérias por parte do aluno e facilita o trabalho do intérprete (quando presente); Durante os exames o aluno deverá ocupar um lugar na fila da frente para compreenda melhor os esclarecimentos do docente. Um pequeno toque no ombro do aluno poderá ser um bom sistema para lhe chamar a atenção antes de fazer um esclarecimento; disponibilizar um tempo para o atendimento individual deste aluno durante o horário de aula é uma

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boa estratégia do docente para que o aluno acompanhe melhor as explicações e os conteúdos expostos.

2.1.3. Deficiências Visuais

Conceito

O termo deficiência visual refere-se a uma situação irreversível de diminuição da resposta visual, em virtude de causas congênitas ou hereditárias, mesmo após tratamento clínico e/ou cirúrgico e uso de óculos convencionais. A diminuição da resposta visual pode ser leve, moderada, severa, profunda (que compõem o grupo de visão subnormal ou baixa visão) e ausência total da resposta visual (cegueira). Segundo a OMS (Bangkok, 1992), o indivíduo com baixa visão ou visão subnormal é aquele que apresenta diminuição das suas respostas visuais, mesmo após tratamento e/ou correção óptica convencional, e uma acuidade visual menor que 6/18 à percepção de luz, ou um campo visual menor que 10 graus do seu ponto de fixação, mas que usa ou é potencialmente capaz de usar a visão para o planejamento e/ou execução de uma tarefa.

Classificação:

Há vários tipos de classificação. De acordo com a intensidade da deficiência, temos a deficiência visual leve, moderada, profunda, severa e perda total da visão. De acordo com comprometimento de campo visual, temos o comprometimento central, periférico e sem alteração. De acordo com a idade de início, a deficiência pode ser congênita ou adquirida. Se está associada a outro tipo, como surdez, por exemplo, a deficiência pode ser múltipla ou não.

Sugestões Pedagógicas I

Os estudantes e professores devem ter o cuidado de não criarem baixas expectativas, apenas com base na deficiência;

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A incapacidade gerada pela deficiência provoca desvantagens face ao aluno que não tem nenhum problema visual. A mobilização de recursos para o apoio ao aluno com deficiência não deverá ser considerado como um benefício;

O apoio ao aluno com deficiência não deverá ser considerado como um trabalho exclusivo de um núcleo específico, mas como um trabalho de todos. A sua colaboração é também um importante tributo.

Sugestões Pedagógicas II

Disponibilizar com antecedência os textos e livros para o curso devido ao possível atraso originado pelo uso de material de estudo especial, e pela transcrição de material de estudo em formato convencional (impresso a negro) para formatos alternativos (por exemplo, a transcrição de textos para áudio, Braille ou disquete); O material de estudo deverá ser fornecido sob a forma de textos em ampliado, textos em Braille, textos e aulas gravadas (o que implica a utilização de cassetes e gravadores) ou textos em disquete, de acordo com as necessidades do aluno. Este poderá ainda precisar de utilizar auxiliares ópticos e equipamento informático adaptado, assim como de assistentes para trabalho de laboratório, e de apoio por parte do pessoal da biblioteca, nomeadamente para executar uma pesquisa bibliográfica; Durante as aulas é útil identificar os conteúdos de uma figura e descrever a imagem e a sua posição relativa a itens importantes; Substituição dos gráficos fluxogramas e tabelas por outras questões; ou utilização de gráficos simples em relevo; Transcrição em Braille das provas e outros materiais; Possibilidade de alternativas na forma de realização das provas: lida transcrita Braille; Ampliação do tempo disponível para a realização das provas; Realização de provas orais, caso necessário recorrendo-se a assessorias legais em provas de longos textos; Fale-lhe diretamente e não por intermédio de outra pessoa; empregue um tom de voz natural e não pense que o aluno tem algum grau de surdez; Evitar dar um exame diferente pois pode ser considerado discriminatório e

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dificulta a avaliação comparativa com os outros estudantes; Ajude só na medida do necessário. O docente deverá ter um comportamento o mais natural possível, não devendo super proteger o aluno, ou pelo contrário, ignorá-lo; O papel do professor assume importância primordial no que respeita à sensibilização que este poderá desenvolver junto aos outros colegas.

2.2. Deficiência Intelectual e Transtorno de Aprendizagens

Deficiência Intelectual

O que é Deficiência Intelectual ou atraso cognitivo?

Deficiência intelectual ou atraso mental é um termo que se usa quando uma pessoa apresenta certas limitações no seu funcionamento mental e no desempenho de tarefas como as de comunicação, cuidado pessoal e de relacionamento interpessoal.

Estas limitações provocam uma maior lentidão na aprendizagem e no desenvolvimento dessas pessoas.

As crianças com atraso cognitivo podem precisar de mais tempo para aprender a caminhar, a falar e aprender as competências necessárias para desenvolver algumas tarefas que aparentemente são simples para aqueles que não tem DI, tal como comer e/ou vestir-se com autonomia. É natural que enfrentem dificuldades na escola. No entanto aprenderão, mas necessitarão de mais tempo. É possível que algumas crianças não consigam aprender algumas coisas como qualquer pessoa que também não consegue aprender tudo.

Quais são as causas da Deficiência Intelectual ou Atraso

Cognitivo?

Os investigadores encontraram muitas causas da deficiência intelectual, as mais comuns são:

Condições genéticas: Por vezes, o atraso mental é causado por genes anormais herdados dos pais, por erros ou acidentes

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produzidos na altura em que os genes se combinam uns com os outros, ou ainda por outras razões de natureza genética. Alguns exemplos de condições genéticas propiciadoras do desenvolvimento de uma deficiência intelectual incluem a Síndrome de Down ou a Fenilcetonúria.

Problemas durante a gravidez: O atraso cognitivo pode resultar de um desenvolvimento inapropriado do embrião ou do feto durante a gravidez. Por exemplo, pode acontecer que, a quando da divisão das células, surjam problemas que afetem o desenvolvimento da criança. Uma mulher alcoólica ou que contraia uma infecção durante a gravidez, como a rubéola, por exemplo, pode também ter uma criança com problemas de desenvolvimento mental.

Problemas ao nascer: Se o bebê tem problemas durante o parto, como, por exemplo, se não recebe oxigênio suficiente, pode também acontecer que venha a ter problemas de desenvolvimento mental.

Problemas de saúde: Algumas doenças, como o sarampo ou a meningite podem estar na origem de uma deficiência mental, sobretudo se não forem tomados todos os cuidados de saúde necessários. A mal nutrição extrema ou a exposição a venenos como o mercúrio ou o chumbo podem também originar problemas graves para o desenvolvimento mental das crianças.

Como se diagnostica a Deficiência Intelectual ou Atraso

Cognitivo?

A deficiência intelectual ou atraso cognitivo diagnostica-se, observando duas coisas:

A capacidade do cérebro da pessoa para aprender, pensar, resolver problemas, encontrar um sentido do mundo, uma inteligência do mundo que as rodeia (a esta capacidade chama-se funcionamento cognitivo ou funcionamento intelectual)

A competência necessária para viver com autonomia e independência na comunidade em que se insere (a esta competência

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também se chama comportamento adaptativo ou funcionamento adaptativo).

Enquanto o diagnóstico do funcionamento cognitivo é normalmente realizado por técnicos devidamente habilitados (psicólogos, neurologistas, fonoaudiólogos, etc.), já o funcionamento adaptativo deve ser objeto de observação e análise por parte da família, dos pais e dos educadores que convivem com a criança.

Que expectativas de futuro têm as crianças com Deficiência

Intelectual na Escola?

Uma criança com deficiência intelectual pode obter resultados escolares muito interessantes. Mas nem sempre a adequação do currículo funcional ou individual às necessidades da criança exige meios adicionais muito distintos dos que devem ser providenciados a todos os alunos, sem exceção.

Antes de ir para a escola e até aos três anos, a criança deve beneficiar de um sistema de intervenção precoce. Os educadores e outros técnicos do serviço de intervenção precoce devem pôr em prática um Plano Individual de Apoio à Família.

Este plano define as necessidades individuais e únicas da criança. Define também o tipo de apoio para responder a essas necessidades. Por outro lado, enquadra as necessidades da criança nas necessidades individuais e únicas da família, para que os pais e outros elementos da família saibam como ajudar a criança.

Quando a criança ingressa na Educação Infantil e depois no Ensino Fundamental, os educadores em parceria com a família devem por em prática um programa educativo que responda às necessidades individuais e únicas da criança. Este programa é em tudo idêntico ao anterior, só que ajustado à idade da criança e à sua inclusão no meio escolar. Define as necessidades do aluno e os tipos de apoio escolar e extraescolar.

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Alguns tipos de Transtornos de Aprendizagens

2.2.1. Acalculia

Conceito:

É um transtorno específico da habilidade em aritmética que torna a vítima incapaz de fazer contas matemáticas. O déficit no domínio de habilidades de fazer operações básicas como adição, subtração, multiplicação e divisão é mais comum do que em habilidades matemáticas abstratas envolvidas na álgebra, trigonometria etc. É uma forma de afasia (perda da capacidade de compreensão de linguagem).

Não confundir com discalculia que é se refere apenas a dificuldade em aprender aritmética.

Causas:

Geralmente é resultado de uma lesão ao giro angular esquerdo e suas áreas próximas ou em outras áreas envolvidas com compreensão de símbolos. É um sintoma da Síndrome de Gerstmann.

Também pode ser causada por desenvolvimento inadequado.

A origem da lesão pode ser:

• Acidente vascular cerebral hemorrágico ou isquêmico;

• Infecção cerebral;

• Traumatismo craniano ou;

• Transtornos do desenvolvimento psicológico;

• Neurotoxinas.

Também pode ser um sinal de degeneração cerebral.

Sintomas:

• Dificuldade em contar de trás para a frente;

• Dificuldade em saber quantas semanas existem num ano;

• Dificuldade em ler e escrever números com diferentes níveis de complexidade;

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• Dificuldade em comparar números de forma a saber qual é maior ou menor;

• Dificuldade em interpretar sinais matemáticos;

• Dificuldade em alinhar números em colunas;

• Dificuldades significativas na transcrição entre números escritos em forma de palavras e escritos em forma numérica.

Tratamento:

O tratamento- geralmente é destinada a cuidar da patologia que iniciou a desordem, tais como acidente vascular cerebral ou infecções virais; tanto acalculia e os outros sintomas associados à síndrome de Gerstmann podem, por conseguinte, diminuir à medida que o tratamento progride

2.2.2. Afasia

Conceito:

A afasia pode ser definida, como uma perturbação da linguagem adquirida causada por uma lesão neurológica. Esta perturbação afeta a capacidade da pessoa entender o que está a ser dito expressa os pensamentos em palavras, podendo afetar, todas as modalidades da linguagem, como falar, compreensão, gestos, escrita, leitura e cálculos.

A afasia acontece em todas as regiões do mundo e pode atingir a todos. Globalmente mais de 5 milhões de pessoas sofrem dessa doença.

Causas:

A afasia pode ser causada por acidente vascular cerebral (AVC, vulgo trombose), traumatismo craniano, infecções, inflamações e tumores cerebrais. Contudo, causa mais frequente destas situações é o AVC (Connect, 2004.).

Um AVC ocorre quando a determinada artéria cerebral, que é responsável pela irrigação sanguínea de um determinado território do cérebro, responsável por uma determinada função, é obstruída (AVC isquêmico) ou rompe (AVC hemorrágico), provocando a interrupção do fornecimento de oxigênio a essa área. Consequentemente os

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tecidos cerebrais morrem e a função que desempenhavam deixa de ser executada (Caudas, 2000).

Tipos de Afasia: Broca, Wernicke, Condução, Global.

Sintomas:

• Fadiga

• Letargia

• Variações de humor

• Perda de memória

• Perda de visão periférica

• Depressão

• Incapacidade de produzir som através da voz

• Baixa autoestima

• Convulsões

• Problemas de articulação

• Perda de hábitos pessoais

• Dores de cabeça frequentes

• Atenção curta

• Falta de tonicidade muscular

• Dificuldades a nível de memória

• Paralisia de uma parte do corpo

• Erros de sintaxe

• Choro e riso, sem qualquer razão aparente

• Incapacidade para realizar tarefas simples

• Incapacidade para compreender símbolos

• Deficiências auditivas

• Produção de frases incompletas e às vezes sem sentido

• Comportamentos compulsivos, a nível de arrumação e organização.

Tratamento:

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O princípio básico da reabilitação da fala é auxiliar o afásico a utilizar funcionamento e ampliar todas as suas capacidades comunicativas residuais.

É essencial considerar, além dos aspectos linguísticos, as consequências sociais e emocionais da afasia, sendo os familiares os maiores parceiros neste tratamento.

Uma equipe de intervenção na afasia pode incluir, entre outros profissionais, Terapeutas na Fala, Terapeutas ocupacionais, Psicólogos, Fisioterapeutas, Técnico de Serviço Social e Equipe Medicam, de forma que cada um desses profissionais contribua para o melhor prognóstico do paciente.

Trata-se de uma intervenção complexa, demorada, mas gratificante.

2.2.3. Apraxia

Conceito:

A apraxia é um termo usado na medicina, com origem na palavra grega apraxia que significa “impossibilidade de fazer”. Consiste em uma disfunção neurológica, caracterizada por uma incapacidade de realizar atividades motoras a partir de um comando ou de uma imitação. Isso pode ser causado pela ausência de sensibilidade ou até mesmo de força muscular. Esse distúrbio também pode ser chamado de afasia aferente por apresentar algumas características ligadas à afasia.

Tipos de apraxia: Ideativa, Buco-facial, Marcha, Vestir.

Causa:

A apraxia é causada por danos no cérebro, sendo que os problemas mais comuns levam a ela é o tumor cerebral, doenças neurodegenerativas, que provocam uma piora gradual do cérebro e do sistema nervoso, demência, AVC e traumatismo crânio-encefálico.

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Sintomas:

Uma pessoa com apraxia não tem a capacidade de fazer os movimentos musculares corretos. Às vezes, uma palavra ou ação completamente diferente do que a pessoa pretendia dizer ou fazer pode ocorrer. A pessoa sempre está ciente do erro.

Tratamento:

- Repetir sons diversas vezes a fim de ensinar o movimento para a boca;

- Retardar o discurso da pessoa; - Ensinar diferentes técnicas para ajudar na comunicação. - Fazer com que a pessoa fique em um ambiente tranquilo - Reservar um tempo para mostrar a pessoa com apraxia

como se faz uma determinada tarefa e permitir que ela tenha seu próprio tempo para realizar tal tarefa

- Sugerir formas alternativas de lidar com determinada tarefa pode ser interessante.

- É importante ficar atento para a possibilidade de a pessoa desenvolver depressão e caso desenvolva o problema, o tratamento da condição é necessário. -

2.2.4. Autismo

Conceito:

O autismo é um transtorno de desenvolvimento que geralmente aparece nos três primeiros anos de vida e compromete as habilidades de comunicação e interação social, é uma desordem global que causa reações como, por exemplo, o não desenvolvimento normal da inteligência. Isso ocasiona na dificuldade de desenvolver relações sociais normais e em comportamentos compulsivos e ritualísticos. Embora algumas pessoas tenham inteligência e fala intacta, outras possuem sérios retardos em seu desenvolvimento da linguagem.

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Existem alguns mitos que envolvem o autismo como o de que pessoas autistas vivem em seus próprios mundos, fechadas para as outras pessoas e interagindo apenas com o ambiente por elas criado. Essa crença se deve ao simples fato desses indivíduos encontrarem dificuldades para se comunicar, não conseguindo iniciar, manter ou terminar uma simples conversa.

Foi lançado em 2013 o ultimo Manual de Saúde Mental- DSM-5, um guia de classificação diagnostica, que trouxe algumas mudanças importantes.

Todos os distúrbios do autismo, incluindo o transtorno autista, transtorno desintegrativo da infância, transtorno generalizado do desenvolvimento não-especificado (PDD_NOS) e Síndrome de Asperger, fundiram-se em um único diagnostico chamados Transtornos do Espectro Autista- TEA.

Causas:

Uma pessoa com apraxia não tem a capacidade de fazer os movimentos musculares corretos. Às vezes, uma palavra ou ação completamente diferente do que a pessoa pretendia dizer ou fazer pode ocorrer. A pessoa sempre está ciente do erro.

Sintomas:

- Dificuldade de relacionamento com outras pessoas; - Repetem palavras ou frases em lugar da linguagem

normal (Ecolalia); - Ausência de respostas aos métodos normais de ensino; - Pouco ou nenhum contato visual; - Riso inapropriado; - Insensibilidade à dor; - Resistência à mudança de rotina; - Insistência em repetição; - Preferência pela solidão; - Não têm real medo de perigo;

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- Recusam colo ou carinhos; - Agem como se estivessem surdos; - Demonstram extrema aflição sem razão aparente; e

- Habilidade motora irregular.

Tratamento:

Os tratamentos variam de caso a caso de acordo com as necessidades de cada um e seu respectivo quadro clínico.Esses indivíduos devem estar em contato com profissionais capazes de lidar com a deficiência deles, como os especialistas em pediatria, neurologia, psiquiatria, psicologia, pedagogia, terapia ocupacional, fisioterapia e outros. A orientação familiar também é um fator fundamental e a base de tratamentos terapêuticos. Não existem tratamentos ou medicamentos específicos para o autismo, mas é preciso que os indivíduos responsáveis e que convivem com pessoas autistas se emprenhem em ajudar no seu desenvolvimento com competência e compreensão.

2.2.5. Disartria

Conceito:

Disartria é definida como a dificuldade de utilizar os músculos da fala, ou então a fraqueza destes. Embora disartria pareça ser um problema de linguagem, é realmente um problema motor. Pessoas que têm disartria produzem sons que se aproximam ao real som das palavras, e na ordem correta.

A fala pode ser ofegante, irregular, imprecisa e com tons monótonos ou de vibração, dependendo do local em que ocorreu o dano cerebral. Pelo fato de a capacidade para compreender e usar a linguagem não ser afetada, a maioria das pessoas com disartria pode ler e escrever normalmente.

Tipos de disartria: Flácida, Espástica, Atáxica, Hipocinética.

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Causas

Entre as possíveis causas de disartria estão: AVC; Cirurgia ou fraqueza da língua; Distrofia muscular; Doença de Parkinson; Doença de Wilson; Esclerose múltipla; Infecções; Medicamentos, tais como narcóticos ou tranquilizantes que afetam o sistema nervoso central; Paralisia cerebral; e Tumor cerebral.

Sintomas

Os sintomas da disartria podem variar a depender da causa subjacente e local afetado. Os sinais mais comuns são: fala arrastada; ritmo lento de fala; incapacidade de falar mais alto do que um sussurro; discurso muito rápido e difícil de entender; voz rouca; voz analasada; ritmo irregular ou anormal de fala; voz com volume irregular; fala monótona; dificuldade em mover a língua ou músculos faciais; babar.

Tratamento:

O fonoaudiólogo é um profissional importante no tratamento da Disartria, tendo em vista a sintomatologia apresentada por estes sujeitos, especialmente no que se referem às já citadas alterações funcionais de respiração, fonação e articulação.

O fonoaudiólogo deve proporcionar a melhora na inteligibilidade da articulação da fala, ao reduzir o déficit de comprometimento articulatório, desenvolver estratégias compensatórias dos acometimentos da respiração, fonação e articulação e facilitar a comunicação com os familiares e cuidadores.

O tratamento fonoaudiológico deverá ser iniciado o mais breve possível, visando à motivação para a terapia, bem como impedir a eclosão de padrões articulatórios incorretos.

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2.2.6. Discalculia

Conceito:

A Discalculia é uma desordem neurológica especifica que afeta a habilidade de uma pessoa compreender e manipular números.

A criança com discalculia enfrenta uma série de dificuldades na pratica de lidar com os números, em que os erros com as operações, a confusão de sinais matemáticos, problemas com orientação espacial, entender palavras, dificuldade em lidar com grandes quantidades entre outras.

Causa:

Os cientistas procuram ainda compreender as causas da discalculia e, para isso, têm investigado em diversos domínios.

Neurológico: Discalculia foi associada com as lesões ao supra marginal e os giros angulares na junção entre os lóbulos temporal e parietal do córtex cerebral.

Déficits na memória trabalhando: Adams e Hitch discutem que a memória trabalhando é um fator principal na adição mental. Desta base, Geary conduziu um estudo que sugerisse que era um déficit de memória para aqueles que sofreram de discalculia. Entretanto, os problemas trabalhando da memória não confundida com dificuldades de aprendizagem gerais, assim os resultados de Geary não podem ser específicos ao discalculia, mas podem refletir um déficit de aprendizagem maior.

Pesquisas feitas por estudiosos de matemática mostraram aumento da atividade de EEG no hemisfério direito durante o processo de cálculo algorítmico. Há alguma evidência de déficits direitos do hemisfério na discalculia.

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Sintomas:

Dificuldades frequentes com os números, confundindo as operações de adição, subtração, multiplicação e divisão.

Problemas de diferenciar entre esquerdo e direito.

Falta de senso de direção (para o norte, sul, leste, e oeste) e pode também ter dificuldade com um compasso.

A inabilidade de dizer qual de dois números é o maior.

Melhor nos assuntos tais como a ciência e a geometria, que requerem a lógica mais que as fórmulas, até que um nível mais elevado que requer cálculos seja necessário.

Dificuldade com tempo conceitual e julgar a passagem do tempo.

Dificuldade com tarefas diárias como verificar a mudança e ler relógios analógicos.

Tendo a dificuldade mental de estimar a medida de um objeto ou de uma distância (por exemplo, se algo está afastado 10 ou 20 metros).

Inabilidade de apreender e recordar conceitos matemáticos, regras, fórmulas, e sequencias matemáticas.

Dificuldade de manter a contagem durante jogos.

Tratamento:

O tratamento é efeito de forma minuciosa, em que o psicopedagogo é o protagonista dessa longa e árdua caminhada. A participação de outros profissionais é vista como uma valiosa participação tornando os trabalhos muito mais significativos.

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2.2.7. Disgrafia

Conceito:

Disgrafia é o transtorno da escrita, de origens funcionais. Surge nas crianças com adequado desenvolvimento emocional e afetivo, onde não existem problemas de lesão cerebral, alterações sensoriais ou história de ensino deficiente do grafismo da escrita.

A criança com disgrafia tem dificuldade no plano motor, no plano perceptivo e no plano simbólico. A dificuldade de integração visual-motora dificulta a transmissão de informações visuais ao sistema motor. “A criança vê o que quer escrever, mas não consegue idealizar o plano motor”. Sua escrita é nitidamente diferente da escrita da criança normal, o que não acarreta homogeneidade no interior do grupo dos disgráficos.

Causas:

Existem teorias sobre as causas da Disgrafia; uma delas aborda o processo de integração do sentido visão com a coordenação do comando cerebral do movimento. É especialmente complicado para esses disgráficos, monitorar a posição da mão que escreve, com a coordenação do direcionamento espacial necessário à grafia da letra ou do número, integrados nos movimentos de fixação e alternância da visão. Por isto, eles podem reforçar pesadamente o lápis ou a caneta, no ponto de seu foco visual, procurando controlar o que a mão está traçando durante a escrita. Por isto, também podem inclinar a cabeça para tentar ajustar distorções de imagem em seu campo de fixação ocular. Disgráficos, com frequência, experimentam, em diferentes graus, sensação de insegurança e desequilíbrio com relação à gravidade, desde a infância. Podem surgir atrasos no desenvolvimento da marcha, dificuldades em subir e descer escadas, ao andar sobre bases em desnível ou em balanço; ao tentar aprender a andar de bicicleta, no uso de tesouras, ao amarrar os cordões dos sapatos, jogando ou apanhando uma bola.

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Sintomas:

- Letra excessivamente grande (macrografia) ou pequena (micrografia);

- Forma das letras irreconhecível (por vezes distorcem, inclinam ou simplificam tanto as letras que a escrita é praticamente indecifrável); - traçado exagerado e grosso (que vinca o papel) ou demasiado suave e imperceptível;

- Grafismo trémulo ou com uma marcada irregularidade, originando variações nos tamanhos dos grafemas;

- Escrita demasiado rápida ou lenta; - espaçamento irregular das letras ou das palavras, que podem aparecer desligadas, sobrepostas ou ilegíveis ou, pelo contrário, demasiado juntas;

- Erros e borrões que quase não deixam possibilidade para a leitura da escrita (embora as crianças sejam capazes de ler o que escrevem);

- Desorganização geral na folha/texto; - Utilização incorreta do instrumento com que escrevem.

Tratamento:

O tratamento requer uma estimulação linguística global e um atendimento individualizado complementar à escola.

Os pais e professores devem evitar repreender a criança. Reforçar o aluno de forma positiva sempre que conseguir realizar uma conquista.

Na avaliação escolar dar mais ênfase à expressão oral. Evitar o uso de canetas vermelhas na correção dos cadernos e provas.

Conscientizar o aluno de seu problema e ajudá-lo de forma positiva.

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2.2.8. Disortografia

Conceito:

É a dificuldade de aprender e desenvolver as habilidades da linguagem escrita. Segundo a fonoaudióloga Fernanda Marques, “é a alteração na planificação da linguagem escrita, causando transtorno na aprendizagem da ortografia, gramática e redação”. Os órgãos sensoriais estão intactos e devem passar por uma instrução adequada. Traçado incorreto da letra, lentidão, alteração no espaço, sujeira e falta de clareza na escrita, inteligibilidade são alguns sinais da disortografia. Muitas pessoas também se queixam de dores nas mãos ou nos braços, pois fazem força para escrever. A pessoa que sofre de disortografia tende a escrever textos curtos, a ter dificuldade no uso de coordenação e subordinação das orações, dificuldade em perceber os sinais de pontuação, falta de vontade para escrever.

Sendo a disortografia um problema na escrita, veja abaixo alguns exemplos:

- Substituição:

Exemplo: “todos” por “totos”

- Omissão:

Exemplo: “Chuva forte” por “chuva fote”

- Acréscimo de letras ou sílabas:

Exemplo: “Estranho” por “estrainho”

-Separação:

Exemplo: “Está embaixo da cama” por “Está em baixo da cama”

Ou “Caiu uma chuva” por “caiu um a chuva”

- Junção: Exemplo: “A lua está entre as nuvens” por “Alua está

entreas nuvens”

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Causas:

Considera-se que 90% das disortografias tem como causa um atraso de linguagem ou atraso global de desenvolvimento.

Sintomas:

Os sintomas da disortografia estão relacionados a numerosos erros de ortografia, manifestados logo que se tenham adquirido os mecanismos da leitura e da escrita. Muitas destas alterações convergem a disortografia com a dislexia, ao ponto de, para muitos autores, a disortografia ser apontada como uma sequela da dislexia. No entanto, a disortografia, assim como outros distúrbios de aprendizagem, não é considerada uma doença. Trata-se, de uma dificuldade que pode ser contornada com acompanhamento adequado, direcionado às condições de cada caso.

Tratamento:

Em alguns casos é recomendável o uso de caderno de ortografia, pois ajuda a trabalhar com a percepção e coordenação motora da criança. Mesmo assim é necessária a intervenção de Fonoaudiólogos especializados em disortografia, pois seus tratamentos são mais específicos e eficazes.

2.2.9. Dislexia

Conceito:

Dislexia, antes de qualquer definição, é um jeito de ser e de aprender; reflete a expressão individual de uma mente, muitas vezes arguta e até genial, mas que aprende de maneira diferente.

Dificuldades de ler, soletrar ou até mesmo identificar as palavras mais simples. Muito mais do que preguiça, falta de atenção ou má alfabetização, pessoas com esses sintomas podem ter dislexia.

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Apesar da assustadora impressão do termo, dislexia não é

uma doença. Ela é um distúrbio genético e neurobiológico de

funcionamento do cérebro para todo processamento linguístico

relacionado à leitura. O que ocorre são falhas nas conexões

cerebrais. Assim, a pessoa disléxica tem dificuldade para associar o

símbolo gráfico e as letras ao som que elas representam e não

consegue organizá-los mentalmente numa sequência coerente. Por

exemplo, a palavra “superinteressante” pode ser vista e entendida por

um disléxico como “suprinteressãmt”.

Causas:

Os pesquisadores não sabem exatamente o que causa a

dislexia, mas acreditam que um problema durante o desenvolvimento

da criança podem afetar a forma como o cérebro processa a

informação. Eles também acreditam que a genética (herança)

desempenha um papel importante. Mas não é causada por uma

deficiência física, tais como problemas de visão ou audição. Muitas

pessoas com dislexia têm média ou inteligência acima da média.

Basicamente, o cérebro de pessoas com dislexia tem dificuldade em

receber e organizar informações.

Sintomas

Os sintomas variam de acordo com os diferentes graus

de gravidade do distúrbio e tornam-se mais evidentes durante a fase

da alfabetização. Entre os mais comuns encontram-se as seguintes

dificuldades: 1) para ler, escrever e soletrar; 2) de entendimento do

texto escrito; 3) para de identificar fonemas, associá-los às letras e

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reconhecer rimas e aliterações; 4) para decorar a tabuada,

reconhecer símbolos e conceitos matemáticos (discalculia); 5)

ortográficas: troca de letras, inversão, omissão ou acréscimo de letras

e sílabas (disgrafia); 6) de organização temporal e espacial e

coordenação motora.

Tratamento:

Ainda não se conhece a cura para a dislexia. O tratamento

exige a participação de especialistas em várias áreas (pedagogia,

fonoaudiologia, psicologia, etc.) para ajudar o portador de dislexia a

superar, na medida do possível, o comprometimento no mecanismo

da leitura, da expressão escrita ou da matemática.

2.2.10. Dispraxia

Conceito:

A dispraxia é conhecida como síndrome do Desastrado, é um

distúrbio que pode afetar todos os tipos de habilidades como destreza

manual, o equilíbrio, a motricidade, a incapacidade de executar

movimentos voluntariamente na ausência de alterações motoras. Ele

implica em problemas neurológicos que causam dificuldade de

planejamento de qualquer sequência de movimentos coordenados,

tendo como, por exemplo, amarrar os sapatos.

Uma criança com dispraxia, além de ter dificuldades ao

amarrar um tênis, também apresenta déficit na escrita, não

conseguindo ter um bom rendimento na escola. Ela não consegue

acompanhar o aprendizado em sala de aula. Por isso, sempre é

importante que as crianças ao apresentarem sintomas parecidos a

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estes, tenham alguns diagnósticos. Os pais devem perguntar aos

educadores sobre seus desempenhos e procurar ter o

acompanhamento de um especialista no assunto.

As áreas que sofrem mais alterações são as do esquema

corporal e a orientação têmporo-espacial. Em alguns casos a

linguagem não é afetada, a criança com dispraxia apresenta fracasso

escolar, pois a escrita é a área mais comprometida.

Tipos de dispraxia: Motora, espacial, Postural, Verbal

Causas:

Várias são as causas atribuídas à dispraxia, como a

hereditariedade, traumas ou lesões sofridas pelo cérebro que o

impedem de funcionar de maneira normal.

Sintomas:

• Problemas de equilíbrio,

• Falta de coordenação motora,

• Dificuldade em se orientar em determinado espaço,

• Dificuldades de aprendizagem,

• Lentidão na hora de falar e

• Falta de força muscular.

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Tratamento:

O tratamento para dispraxia é feito através de terapia

ocupacional, fisioterapia e fonoaudiologia. Essas técnicas irão

melhorar tanto os aspectos físicos da criança como a força muscular,

equilíbrio e também os aspectos psicológicos, proporcionando mais

autonomia e segurança. Deste modo, a criança terá um melhor

desempenho nas atividades diárias, relações sociais e saberá lidar

com as limitações impostas pela dispraxia.

2.2.11. DPAC – Distúrbio do Processamento Auditivo Central

Conceito:

Além dos tipos mais conhecidos de perdas auditivas (a

condutiva e a neurossensorial) e da Neuropatia Auditiva, existe outro

tipo de distúrbio relacionado com a audição humana, mas que, ao

mesmo tempo, não é bem classificado como perda auditiva. Estamos

falando do Distúrbio do Processamento Auditivo Central (DPAC),

também chamado de Disfunção Auditiva Central ou Transtorno do

Processamento Auditivo.

O DPAC é caracterizado por afetar as vias centrais da

audição humana, ou seja, as áreas cerebrais relacionadas ás

habilidades auditivas e de interpretação das informações sonoras. Na

maior parte dos casos, o sistema auditivo periférico (tímpano, cóclea,

nervo auditivo) encontra-se totalmente preservado, daí o motivo do

DPAC dificilmente levar a nomenclatura de Surdez Central. A principal

consequência do distúrbio está no processamento das informações

captadas pelas vias auditivas. Assim, a pessoa ouvirá claramente a

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fala humana, mas terá dificuldades em decodificar e interpretar a

mensagem recebida.

Em indivíduos sem alterações do Sistema Auditivo Central, a

área relacionada ao processamento auditivo é composta das

seguintes habilidades: atenção seletiva, discriminação, localização,

reconhecimento do som, compreensão, integração (integrar o som

aos outros órgãos dos sentidos) e memória auditiva. O DPAC pode

atingir uma ou várias destas habilidades, em diferentes graus. As

mais afetadas costumam ser as relacionadas com as funções de

decodificação (entender o que se ouve), codificação (construir uma

informação com base no que se ouvi), memória auditiva e prosódia

(capacidade de entender o duplo sentido das palavras).

Causas:

As causas mais comuns do DPAC são por origem genética,

lesões cerebrais por anóxia ou traumatismo craniano, presença de

outros distúrbios neurológicos, atraso maturacional das vias auditivas

do Sistema Nervoso Central ou por envelhecimento natural do

cérebro.

Sintomas:

Os principais sintomas que podem ser percebidos em

grande parte dos casos são: a presença de zumbidos ou alucinações

auditivas, dificuldade para ouvir em ambientes ruidosos, dificuldade

em acompanhar informações auditivas complexas, e em localizar

fontes sonoras, falta de interesse por música e extrema desatenção

auditiva. Particularmente em crianças o DPAC se manifesta através

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de dificuldades de concentração, memorização, leitura, escrita e

também pela troca de fonemas, e pode vir acompanhado de outros

distúrbios, como o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade

(TDAH).

Tratamento:

Além do acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, alguns especialistas defendem também uma terapia Homeopática, pois acreditam que tais substâncias, tornam o cérebro mais receptivo aos estímulos, acelerando o resultado do tratamento fonoaudiológico. Outra opção para auxiliar a criança com DPAC é o uso do Sistema FM. Na escola, pois este equipamento também pode ser utilizado em indivíduos sem perda auditiva periférica. O FM amplificará a voz do professor, fazendo com que a criança volte sua atenção mais facilmente para o que este explica em sala de aula. E se, além do DPAC, o diagnóstico também apontar perda auditiva condutiva ou neurossensorial, a criança deverá usar AASI (Aparelhos de Amplificação Sonora Individual) ou Implante Coclear, dependendo do grau de sua perda.

2.2.12. Síndrome de Asperger

Conceito:

Esta síndrome está ligada ao autismo, diferenciando-se dele por não causar dificuldades globais no desenvolvimento cognitivo (apreensão do conhecimento) e na linguagem das pessoas. Porém, essa diferença não é suficiente para determinar se um indivíduo é autista ou possui síndrome de Asperger, afinal, alguns deles também podem apresentar dificuldades na comunicação, da mesma forma que determinadas crianças autistas também são capazes de desenvolver a fala.

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As crianças inicialmente têm um desenvolvimento aparentemente normal, mas, no decorrer dos anos, acabam se tornando monótonas, com características peculiares e apresentam, com frequência, preocupações obsessivas. Sua capacidade de interagir com as outras crianças se torna mínima, pois elas têm um comportamento que caminha no sentido de distanciar-se das pessoas. Sua forma de se vestir também pode parecer estranhamente alinhada e a grande dificuldade de socialização, tende a torná-la solitária.

Indivíduos com essa síndrome também apresentam prejuízos na coordenação motora e na percepção viso-espacial. Comparando-se às demais crianças, eles podem aprender coisas na idade própria, outros cedo demais e alguns podem aprender tarde demais ou apenas quando são cuidadosamente ensinados.

A síndrome de Asperger é considerada por alguns pesquisadores como um tipo de autismo, se diferenciando dele apenas em função de algumas características peculiares como, por exemplo, o desenvolvimento da fala já citado anteriormente.

As medidas para lidar com portadores dessa síndrome se aproximam muito do tratamento destinado aos autistas, já que a melhor maneira de fazê-lo, independente da síndrome ou distúrbio, é através da procura de profissionais especializados, do envolvimento da família e outras.

Causas:

A causa exata da Síndrome de Asperger, assim como do Transtorno do Espectro do Autismo, ainda não é conhecida. Os cientistas, por outro lado, acreditam que uma anormalidade no cérebro das crianças portadoras seja a causa mais provável.

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Sintoma:

Os sintomas da Síndrome de Asperger podem variar de pessoa para pessoa, e variam também de intensidade e gravidade. Os sinais mais comuns incluem:

• Problemas com habilidades sociais;

• Comportamentos excêntricos ou repetitivos;

• Práticas e rituais incomuns;

• Dificuldades de comunicação;

• Poucos interesses;

• Problemas de coordenação;

• Habilidosos ou talentosos;

Tratamento:

Não existe cura para síndrome de Asperger, porém as

pessoas que sofrem desse transtorno podem ter vida plena e feliz,

especialmente se tiverem tratamento precoce.

O tratamento para síndrome de Asperger pode incluir

treinamento de habilidades sociais e educacionais. O tratamento

também pode incluir terapia comportamental e medicamento

para condições relacionadas.

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2.2.13. TDAH – Transtorno do Déficit de Atenção/ Hiperatividade

Conceito:

TDAH é um distúrbio neurobiológico crônico que se caracteriza por desatenção, desassossego e impulsividade. Esses sinais devem obrigatoriamente manifestar-se na infância, mas podem perdurar por toda a vida, se não forem devidamente reconhecidos e tratados.

O distúrbio afeta de 3% a 5% das crianças em idade escolar e sua prevalência é maior entre os meninos. A dificuldade para manter o foco nas atividades propostas e a agitação motora que caracterizam a síndrome podem prejudicar o aproveitamento escolar e ser responsável por rótulos depreciativos que não correspondem ao potencial psicopedagógico dessas crianças.

Causas:

Estudos apontam a predisposição genética e a ocorrência de alterações nos neurotransmissores (dopamina e noradrenalina) que estabelecem as conexões entre os neurônios na região frontal do cérebro como as principais causas do transtorno do déficit de atenção. Algumas pesquisas indicam que fatores ambientais e neurológicos podem estar envolvidos, mas ainda não há consenso sobre o assunto.

Sintomas:

Desatenção, hiperatividade e comportamento impulsivo são sintomas do TDAH com reflexos negativos no convívio social e familiar, assim como no desempenho escolar ou profissional dos portadores do transtorno. Esses sintomas podem manifestar-se em diferentes graus de comprometimento e intensidade.

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Quando predomina a desatenção, os pacientes apresentam dificuldade maior para concentração, de organizar atividades, de seguir instruções, e podem saltar de uma tarefa inacabada para outra, sem nunca terminar aquilo que começaram. São pessoas que se distraem com facilidade e frequentemente esquecem o que tinham para fazer ou onde colocaram seus pertences. Não conseguem também prestar atenção em detalhes, demoram a iniciar tarefas e cometem erros por absoluto descuido e distração, o que pode atrasar o processo de aprendizagem e a atuação profissional.

Nos casos em que prevalece a hiperatividade, os portadores do distúrbio são inquietos, agitados e falam muito. Dificilmente conseguem participar de atividades sedentárias e manter silêncio durante as brincadeiras ou realização dos trabalhos. Se for a impulsividade que se destaca os sinais mais marcantes é a impaciência, o agir sem pensar, a dificuldade para ouvir as perguntas até o fim, à precipitação para falar e a, intromissão nos assuntos, conversas e atividades alheias.

Na adolescência e na vida adulta, os sintomas de hiperatividade costumam serem menos evidentes, mas as outras dificuldades permanecem inalteradas e os prejuízos se acumulam no dia a dia com reflexos negativos sobre a autoestima.

Tratamento:

O tratamento varia de acordo a existência, ou não, de comorbidades ou de outras doenças associadas. Basicamente, consiste em psicoterapia e na prescrição de metilfenidato (Ritalina®), um medicamento psicoestimulante, e de antidepressivos. Crianças podem exigir os cuidados de equipe multidisciplinar, em função dos desajustes pedagógicos e comportamentais associados ao TDAH.

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3. Pesquisas e atividades

Muito se tem discutido as formas de se trabalhar com crianças que sofrem de transtornos de aprendizagens ou que possua deficiencias fisicas, por esse motivo fomos a campo para poder aqui relatar experiências vividas por profissionais.

E para finalizar daremos exemplos de atividades que podem ser trabalhadas com as crianças.

3.1 Pesquisas

3.1.1 Pesquisa realizada no Centro de Ensino Fundamental

106 do Recanto das Emas

Devido à pesquisa referente ao assunto recebemos o convite para participar da primeira reunião do ano, para pais de crianças assistidas do CEF 106 Recanto das Emas, o diretor apresentou o quadro de funcionários que neste ano está completo, para atender as crianças com necessidades especiais. O quadro é composto de uma orientadora educacional, de uma professora da sala de recursos, de uma pedagoga e um psicólogo.

A reunião é uma forma inicial de atendimento para estes alunos, onde os profissionais pedem ajuda para os pais para que possam dar o atendimento adequado aos alunos. Pois para a escola poder dá este atendimento especializado primeiramente a professora encaminha para a pedagoga uma ficha preenchida com atividades do aluno anexada, para um pouco de conhecimento do aluno, segunda etapa o aluno e encaminhado para fazer uma avaliação psicológica onde o psicólogo faz alguns testes e um relatório, o aluno volta para pedagoga onde é feito os testes cognitivos, psicomotores e de lateralidade, assim o pai e convocado a levar o aluno ao atendimento medico para um diagnostico mais preciso para que a escola possa dar o tratamento adequado.

Formatado: Realce

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A escola atende os anos iniciais (do 1º ao 5ºano), pra conseguir que o aluno fique em turmas reduzidas e necessário que os pais levem ate a escola um laudo, e na época da estratégia de matricula onde é feito a montagem das turmas, entre agosto e setembro em diante.

No atendimento a estas crianças são indicado atividades diferenciadas, redução de turmas em época de estratégia, trabalho fora de classe com acompanhamento da pedagoga ou da professora de recursos, na escola tem classe de DI (Deficiência Intelectual), classe de TGD (Transtorno Global do Desenvolvimento) com dois alunos, classe do projeto EJA interventivo, que são os alunos acima de 16 anos que não se adaptaram na inclusão. Pois os alunos são preparados para a inclusão e quando não se adaptam ficam em classes separadas até os 16 anos.

3.1.2 Pesquisa realizada no Centro de Ensino

Fundamental 02 do Riacho Fundo II

A escola atende atualmente uma criança com autismo e ela tem atendimento diferenciado, pois é feito uma adequação curricular de acordo com seu grau de dificuldade, a escola disponibiliza uma sala de recurso e os serviços de orientação educacional ajudam.

O processo de inclusão é imediato e eles freqüentam a escola em turno contrario para complementação. Alguns pais ajudam, mas a falta de informação muitas vezes atrapalha esse processo de inclusão.

Os alunos da inclusão normalmente não são colocados na mesma sala e sim divididos em salas diferentes para que eles tenham um melhor aprendizado e são avaliados com a orientação que o professores recebem da escola, e é feita de acordo com o rendimento do dia a dia com provas de acordo com a situação adequada.

A coordenação procura trabalhar em conjunto com os professores e dar o apoio pedagógico com informações para que eles não se sintam inseguros de acordo com os alunos que estão trabalhando.

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3.1.3 Pesquisa realizada no Centro de Ensino Fundamental 602 Recanto das Emas

A entrevistada foi Bruna Moreira da Silva Rodrigues Supervisora Pedagogia do CEF 602, Formação matemática. A escola atende alunos com deficiência visual, mental, DI, outras habilidades como TDHA, DPAC e autista.

Existem duas situações, no primeiro ano a criança é encaminhada para SOE (Serviço de Orientação Educacional) e são encaminhadas para a família, se constatado transtorno e levado ao psicólogo e neurologista.

Só quem pode dar o laudo é o neurologista, se constatado com o laudo o aluno é encaminhado para a sala de recurso. E o professor deve trabalhar esse aluno de uma forma diferenciada com atividades especificas para cada caso.

O caso da inclusão é somente para socializar, tem alunos que precisam estar somente na sala de recurso, geralmente os que apresentam alguma agressividade ou transtorno global.

3.1.4 Pesquisa realizada no Centro de Ensino

Fundamental 101 Recanto das Emas

Pesquisa realidade com a vice-diretora Natalia da Conceição Nogueira Fernandes, Formada em Biologia – especialização na área de inclusão vice-diretora desde 2001.

No CEF 101 o professor atende apenas alunos especiais no horário contrário a aula, tem monitor especializado apenas para alunos especiais que precisam de auxílio como cadeirantes, e deficientes visuais.

É importante que todos os envolvidos no processo educativo estejam atentos as dificuldades que alguns alunos passam no seu dia a dia na escola, observando se são momentâneas ou se persistem há

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algum tempo. Para que o professor consiga detectar se o aluno tem algum transtorno é imprescindível que ele esteja atento à trajetória da aprendizagem desse aluno. Caso o transtorno não seja reconhecido a tempo, pode comprometer o desenvolvimento escolar da criança, que com medo de enfrentar novas experiências de aprendizagem adotem comportamentos inadequados, tornando-se agressivas, apáticas ou desinteressadas. Com isso podemos dizer que o professor deve ser o mais importante no processo de identificação e descoberta de problemas com alunos, porém não possuem formação específica para fazer tais diagnóstico, que devem ser feitos por médicos, psicólogos e psicopedagogos.

O psicopedagogo é o profissional indicado no tratamento da discalculia, que é feito em parceria com a escola onde a criança estuda. Geralmente os professores desenvolvem atividades específicas com esse aluno, sem isolá-lo do restante da turma.

3.1.5 Pesquisa realizada na Colégio Novos Caminhos

Nossa ida à escola foi bem agradável, fomos bem recebidas,

conhecemos o ambiente da escola, os alunos, as professoras, a diretora, a secretária, a equipe da limpeza e fomos recebidas na sala dos professores em horário contrário de sua aula. Ela foi muito simpática respondendo todas as perguntas com firmeza e autoridade no assunto. Conhecemos um aluno que visivelmente tem "problema", pois não fala bem, corre o tempo inteiro,roda até cair no chão e faz de conta que não ouve e não vê a professora.O que ele gosta muito de fazer é montar e desmontar letrinhas, e é essa atividade que a professora mais dá para ele, porque, segundo ela, o deixa calmo. Apesar disso tudo, os pais não aceitam, acreditam que ele é normal e que ele é apenas mimado.Por esse motivo, ele não é diagnosticado.. Tudo o que a professora nos respondeu foi baseado em outras escolas que ela lecionou e muitos casos que ela presenciou e ajudou.

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Consideramos de grande relevância a cooperação da professora colaborando com nossa pesquisa.

3.1.6 Pesquisa realizada no Centro de Ensino Fundamental 101 do Recanto das Emas

Entrevista feita com a vice diretora da instituição: Natália da Conceição Nogueira Fernandes, formada em Biologia e especialização na área de inclusão.

Após a análise pode-se perceber que a escola CEF 101 do Recanto das Emas possui uma certa estrutura física para receber aos alunos portadores de deficiência física, tais como: rampas, banheiros adaptados, monitores todos os dias para aqueles que necessitam de uma atenção maior, como: empurrar a cadeira de rodas, trocar fraldas, enfim, ajudar a esses alunos a se locomoverem de forma segura.

A escola possui piscicopedagogo, orientador profissional, piscicologo, professor da sala de recurso, para atender somente aos alunos especiais, atendendo em horário oposto de sua aula, mas se o aluno não tem condições físicas para estar na escola no horário oposto o professor realiza sua aula no horário que o aluno estuda, tudo para o benefício do mesmo.

A estrutura física é feita aos poucos devido a uma grande burocracia do Estado, mas é possível conseguir modificá-la, para receber os alunos com deficiência física, é um processo bem lento mas é possível a mudança.

A secretária de Educação fornece cadeiras e mesas para os alunos com deficiência física. A sala de recursos possui tudo que o aluno especial precisa desde a tecnologia, a prática á teoria.

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3.2 ATIVIDADES

3.2.1 Atividades para alunos com Acalculia

1. Fazer exercícios para casa e corrigir chamando cada um ao

quadro para responder e assim estimulando o mesmo a perder o medo a timidez e sempre passar afeto e confiança para essa criança.

2. Realizar sempre atividades onde faça com que essa criança vá na frente e perca o medo e o nervosismo. Atividades como exposição de cartaz e explicação, e sempre motivar esse aluno e elogiar.

3. Fazer atividades e pedir que ele vá até o quadro responder explicando aos colegas falando em voz alta. Assim ele se sentirá bem e mais seguro.

3.2.2 Atividades para alunos com Afasia

1.Levar uma cesta com objetos para sala e peça as crianças que se sentem no chão formando um círculo e coloque brinquedos em diferentes locais da sala. Convide uma criança de cada vez a procurar o brinquedo nomeado numa canção e colocá-lo dentro da cesta (a canção a professora irá cantar na sala).

2. Ensinar rimas e trava-línguas.

3.Fazer atividades das palavras. Para essa atividade serão necessários vinte e quatro cartões de 6x6 centímetros, com as seguintes ilustrações:

� Aranha-picanha

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� Leão-melão

� Sol-caracol

� Pipoca-minhoca

3.2.3 Atividades para alunos com Disartria

1. Peça para a criança escrever em ordem alfabética o nome das figuras. Cole as figuras abaixo e deixe o espaço onde ela irá responder, pode ser figuras de frutas ou animais.

2. Mostre as imagens de desenhos e peça para que ela escreva a história de acordo com as imagens ou seja, relatar o que está enxergando em ordem alfabética.

3. Entregue para ela figuras com pessoas diferentes e peça que identifique qual a fruta preferida de cada menina, dando dicas como: a menina de cabelo longo gosta de fruta que termina com vogal e assim sucessivamente.

3.2.4 Atividades para alunos com Discalculia

1. Permitir o uso de calculadora e tabela de tabuada; 2. Estabelecer critério em que por vezes, o aluno poderá ser

submetido a prova oral, desenvolvendo as expressões mentalmente, ditando para que alguém as transcreva.

3. Jogos das garrafas coloridas selecionam-se oito garrafas de

plástico com alturas diferentes. A criança deve ordenar as garrafas agrupando-as de tamanhos quase ou diferentes. Elas também podem ordená-las em fileiras, do menor para o maior, e do maior para o menor. O objetivo é verificar as noções de tamanho /maior /menor, e estimular a coordenação motora e a contagem.

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3.2.5 Atividades para alunos com DPAC

1. É necessário o silêncio para realização das atividades ou brincadeiras onde a criança possa se concentrar. As brincadeiras de estica, jogos da memória e bingo de letras.

2. Falar uma palavra e pedir que a mesma repita, enquanto isso observamos nos olhos dela, sempre dialogar olhando fixamente para a criança.

3. Usar frases curtas nas atividades desse aluno, trabalhar com leituras e lembrando sempre olhar para o aluno.

3.2.6 Atividades para alunos com TDAH

1. Realizar atividades como: jogos da memória contendo letras e números.

2. Mostrar um cartaz contendo numa paisagem, virar o cartaz e pedir para a criança citar detalhes do desenho.

3. Fazer trabalhos em grupos pequenos como realizações de trabalhos escritos e dinâmicos.

Consideração Final Esse trabalho nos proporcionou uma grande aquisição de conhecimentos, tal como um aprendizado de suma importância para nós, principalmente nas formas de compreender e agir com alunos que possuem transtornos de aprendizagem. Percebemos que nas escolas pesquisadas a inclusão de alunos especiais está em fase de aprendizagem e adaptação para melhorias, possuem profissionais qualificados, porém com pouca ou nenhuma experiência nessa forma de ensino. Desejamos que esta obra venha a contribuir para o aprender a ensinar, como também a trabalhar e conviver com esses educandos, que tanto necessitam de uma atenção diferenciada para alcançarem seu potencial.

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Referência Bibliográfica

Fonte: Webartigos.com Textos e artigos gratuitos, conteúdo livre para reprodução. Fonte de Pesquisa: http://www.anafasicos.org/afasia/causas.html pesquisado no dia 26/05/2015 as 23:55

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Fonte: Inclusão de pessoas com deficiência-MPF. Gabinete de apoio ao estudante com deficiência – Sugestões de apoio universidade minho, Entre amigos – rede informações sobre deficiência.

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Fonte de Pesquisa: http://www.anafasicos.org/afasia/causas.html pesquisado no dia 26/05/2015 às 23h55min

Postado por Marina S. Rodrigues Almeida http://inclusaobrasil.blogspot.com.br/2011/05/o-que-e-discalculia.html, pesquisa realizada dia 30/05/2015 às 23h30min http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/disturbios.htm#Disgrafia http://educamais.com/acalculia/ Fonte: www.adap.org.br Fonte de pesquisa: drauziovarella.com.br