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EDUCAÇÃO INCLUSIVA E DIREITOS HUMANOS: AS ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR EM FOCO MARTINS, Rosemary Nantes Ferreira IORIO, Naila Mattos RESUMO: Este trabalho aborda a questão da pessoa com Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD) enquanto parte da educação especial e suas necessidades educativas frente ao avanço político para a educação inclusiva e direitos humanos. A proposta é identificar pesquisas que tratem das AH/SD no ensino superior, analisá-las em conformidade com os dispositivos legais que norteiam as políticas públicas na educação brasileira e alinhavar discussões que primam pela educação enquanto direito básico de todo ser humano. Para alcançar tais objetivos foi realizada pesquisa de estado da arte, com caráter documental, na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações a partir dos descritores: Altas Habilidades/Superdotação e Ensino Superior e foram selecionadas três dissertações e duas tese, cumpriram o objetivo central deste estudo. As analises referendadas foram construídas com base nos cinco trabalhos completos encontrados e apontam que há legislações e recomendações pertinentes ao atendimento educacional especializado ao estudante com AH/SD ensino superior, mas que existem falhas na efetivação destas legislações. Pensar em um diálogo entre direitos humanos e educação é concebê-lo em um contexto de inclusão em que as diferenças e necessidades individuais transponham a ideia de uma sociedade e ensino restritivos e homogêneos. A Declaração Universal de Direitos Humanos, bem como, a educação inclusiva estão alicerçadas em fundamentos democráticos de princípios de equidade, diversidade e igualdade. No entanto, no que tange os alunos com AH/SD no ensino superior nota-se que a prática da inclusão não está consolidada no cotidiano das Instituições. Tal análise conduz a compreensão de que somente as legislações não tem garantido que o atendimento educacional especializado a estes estudantes se efetive. Palavras-chave: Altas Habilidades/Superdotação; Educação inclusiva; Ensino superior; Direitos humanos. INTRODUÇÃO Quantos seriam os seres humanos talentosos no mundo de hoje, infelizes e desajustados, fugindo na droga, na bebida, no isolamento de um mundo cruel que não os aceita, nem lhes oferece qualquer medida de sucesso, fora dos rígidos padrões externos, que eles acham inacessíveis... e que grande desperdício para eles próprios, para a sociedade, para toda humanidade. (Guenther,1997, 122) Anais do XIV Congresso Internacional de Direitos Humanos. Disponível em http://cidh.sites.ufms.br/mais-sobre-nos/anais/

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA E DIREITOS HUMANOS: AS ALTAS

HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR EM FOCO

MARTINS, Rosemary Nantes Ferreira

IORIO, Naila Mattos

RESUMO:

Este trabalho aborda a questão da pessoa com Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD) enquanto

parte da educação especial e suas necessidades educativas frente ao avanço político para a

educação inclusiva e direitos humanos. A proposta é identificar pesquisas que tratem das AH/SD

no ensino superior, analisá-las em conformidade com os dispositivos legais que norteiam as

políticas públicas na educação brasileira e alinhavar discussões que primam pela educação

enquanto direito básico de todo ser humano. Para alcançar tais objetivos foi realizada pesquisa de

estado da arte, com caráter documental, na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações a partir dos

descritores: Altas Habilidades/Superdotação e Ensino Superior e foram selecionadas três

dissertações e duas tese, cumpriram o objetivo central deste estudo. As analises referendadas foram

construídas com base nos cinco trabalhos completos encontrados e apontam que há legislações e

recomendações pertinentes ao atendimento educacional especializado ao estudante com AH/SD

ensino superior, mas que existem falhas na efetivação destas legislações. Pensar em um diálogo

entre direitos humanos e educação é concebê-lo em um contexto de inclusão em que as diferenças e

necessidades individuais transponham a ideia de uma sociedade e ensino restritivos e homogêneos.

A Declaração Universal de Direitos Humanos, bem como, a educação inclusiva estão alicerçadas

em fundamentos democráticos de princípios de equidade, diversidade e igualdade. No entanto, no

que tange os alunos com AH/SD no ensino superior nota-se que a prática da inclusão não está

consolidada no cotidiano das Instituições. Tal análise conduz a compreensão de que somente as

legislações não tem garantido que o atendimento educacional especializado a estes estudantes se

efetive.

Palavras-chave: Altas Habilidades/Superdotação; Educação inclusiva; Ensino superior;

Direitos humanos.

INTRODUÇÃO

Quantos seriam os seres humanos talentosos no mundo

de hoje, infelizes e desajustados, fugindo na droga, na bebida,

no isolamento de um mundo cruel que não os aceita, nem

lhes oferece qualquer medida de sucesso, fora dos rígidos

padrões externos, que eles acham inacessíveis... e que grande

desperdício para eles próprios, para a sociedade, para toda

humanidade. (Guenther,1997, 122)

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A educação como fenômeno individual e social, compreende a diversidade e tenta

reconhece e trabalhar com as singularidades grupais e individuais. É neste espaço da

diversidade que encontra-se a Educação Especial, e nela encontramos a educação das

pessoas com altas habilidades/superdotação (AH/SD) (Guenther, 2000).

Quando refere-se a pessoa com AH/SD, a busca pela identificação e pelo

atendimento torna-se uma meta, mas a quem estamos nos referindo? Tem-se que

reconhecer que uma parte da população apresenta comportamentos e capacidades que se

revelam através do talento reconhecido socialmente.

É na sociedade que se configura o talento, pois a cada geração, a cada tempo

histórico e a cada cultura, revelam-se suas necessidades para aquele momento. É esta

comunidade, é a cultura e é a educação que vai desenvolver e direcionar a capacidade

dentro do conhecimento humano para as necessidade da sociedade.

Compreender que as capacidades e os talentos são recursos renováveis com que a

comunidade pode contar. Como se fosse uma fonte inesgotável, que não se tem a intenção

de prever quais talentos poderão surgir. Considerando a diversidade da constituição

humana e da cultura social, é inegável para qualquer estudioso da educação.

Neste sentido, cabe à educação a missão de identificar, nutrir, estimular, atender a

cada indivíduo que apresentar a capacidade acima da média de seus pares. A partir disso é

que a educação das pessoas com AH/SD sabe a educação especial, pois cada pessoa com

altas habilidades e superdotação apresenta suas necessidades e particularidades inerentes a

capacidade que apresenta.

Então, o que acontece com a educação da pessoa com AH/SD no Brasil? Como se

organiza e se efetiva o atendimento a esta parcela do público da educação especial?

O foco, neste colóquio, é o estudante com AH/SD no ensino superior, as políticas

públicas que garantam sua identificação e seu atendimento educacional especifico. Para

auxiliar no entendimento de como este atendimento se concretiza, foram selecionados

produções acadêmicas na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD),

onde foram encontradas três dissertações e duas teses, entre 2008 e 2016.

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Em que o tema é apresentado de maneira clara, precisa e sintética. Deve-se evitar

introdução que se refira vagamente ao título do artigo, como também uma introdução

abrupta, que leve o leitor a entrar confusamente no assunto. Nada de introdução histórica,

que remeta a questão a seus antecedentes remotos; nem introdução exemplificadora, em

que se formulam exemplos ilustrativos acerca do tema.

INCLUSÃO ESCOLAR NO ENSINO SUPERIOR

Para entender como se realiza a inclusão escolar no ensino superior, é necessário

compreender o Programa Incluir. Sousa (2010) em sua dissertação de mestrado reflete

sobre as referências legais e de gestão do programa Incluir, desde a sua implantação, em

2005, até o ano de 2009. Relata que as orientações são genéricas e envolve desde a

eliminação de barreiras arquitetônicas, aquisição de recursos, adaptação de mobiliário à

eliminação de barreiras atitudinais. Vale ressaltar que o programa Incluir está voltado para

o atendimento ao público alvo da educação especial, definidos no Decreto nº 7.611 de

2011, e declara que “para fins deste Decreto, considera-se público-alvo da educação

especial as pessoas com deficiência, com transtornos globais do desenvolvimento e com

altas habilidades ou superdotação” (BRASIL, 2011).

O Ministério da Educação (MEC) junto com o SECADI, elaboraram “Documento

Orientador Programa Incluir -Acessibilidade no Educação Superior Secadi/SESu”

(BRASIL, 2013), último documento sobre o Incluir, traz a orientação para a implantação

de núcleos de acessibilidade, com respaldo nos moldes da educação básica:

A partir de 2012, o MEC, por intermédio da Secadi e da SESu, passa a

apoiar projetos das IFES, com aporte de recurso financeiro, diretamente, previsto

na matriz orçamentária das Instituições, com a finalidade de institucionalizar

ações de política de acessibilidade na educação superior, por meio dos Núcleos

de Acessibilidade (BRASIL, 2013, p. 13).

Observando todo o documento orientador do programa Incluir, destaca-se para

análise a educação especial na educação superior, como definido no documento orientador:

A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação

Inclusiva (MEC/2008), que define a Educação Especial como modalidade

transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, tem como função

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disponibilizar recursos e serviços de acessibilidade e o atendimento educacional

especializado, complementar a formação dos estudantes com deficiência,

transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação

(BRASIL, 2013, p. 08).

Contudo, observa-se que o foco na deficiência está presente, não havendo

orientações para a inclusão de todos os espectro do público alvo da educação especial .

Quando algo assim é efetivado como política, há uma clara sensação de exclusão dos

outros estudantes que também pertencem a esta clientela e que necessitam de adaptações

metodológicas e curriculares para o total desenvolvimento da inclusão escolar. (Martins,

2016)

Após a publicação do documento do Programa Incluir, o MEC lança o

documento: “Referenciais de Acessibilidade na Educação Superior e a avaliação In Loco

do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes)”, construído pelo

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Nacionais Anísio Teixeira (INEP), por meio da

Diretoria de Avaliação da Educação Superior e Coordenação Geral da Avaliação de Cursos

de Graduação, em 2013. O objetivo foi apresentar subsídios para os avaliadores

melhorarem a qualidade dos cursos e aprimorarem ações acerca da acessibilidade dos

estudantes público alvo da educação especial. Também ressalta a necessidade de ampliar e

aprofundar a temática sobre acessibilidade com os profissionais da área da educação,

provocando reflexões e debates sobre esta modalidade educacional (BRASIL, 2013).

Este documento ressalta ainda, a responsabilidade social na educação superior

sobre o tema da inclusão e entende a função social, a relação de compromisso com a

sociedade quanto à formação de profissionais conscientes de seu papel social. Neste

sentido, e fundamentado no tema, diferentemente do documento do programa Incluir, este

vai além de viabilizar o acesso das pessoas com deficiência. Ele produz subsídios para

debates e reflexões sobre todos os aspectos da acessibilidade, suas provisões e a quem se

referem, dedicando espaço para entendimento do público alvo da educação especial

(BRASIL, 2013).

Com foco nas ações sobre inclusão dos alunos da educação especial, o documento

orienta os gestores a inserir o tema nos planos e projetos pedagógicos, e os professores a

executarem avaliações e adaptações pedagógicas para atendimento aos alunos com

deficiência, transtorno global do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação em

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interface com profissionais da saúde, do trabalho e com a família, além de prever processos

de formação continuada dos professores (BRASIL, 2013).

Um dos quadros publicados neste referencial apresentam sugestões de

atendimento aos estudantes público da educação especial. Segue abaixo a descrição do

item que se refere a altas habilidades/superdotação (Quadro 1):

Quadro 1: atividades próprias do atendimento educacional especializado (AEE)

nos núcleos de acessibilidade ou outro lócus específico para esse atendimento nas IES

Estudantes com altas

habilidades/superdotação

Programas de enriquecimento

curricular5, (intracurricular e

extracurricular); aceleração de estudos;

compactação curricular; PIBIC, Programa

Intensivo de Treinamento, bolsas de

pesquisa, estágios em salas de recursos

multifuncionais, projetos de pesquisa, entre

outros.

Fonte: BRASIL, 2013, p. 16-17

Este quadro demonstra a orientação, a previsão e a provisão quanto ao

atendimento aos estudantes com altas habilidades/superdotação, não deixando dúvidas

quanto as necessidade destes também na educação superior.

São alguns fatores que de fato podem interferir no melhor atendimento aos

estudantes com AH/SD na educação superior e as reflexões em relação a esta oferta

educacional adequada, favorecendo a promoção de políticas e de intervenção educacional

adequadas que beneficiem a acesso da inclusão escolar a estes estudantes.

UM DIÁLOGO ENTRE AS PESQUISAS E AS LEGISLAÇÕES

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A delimitação no período de investigação se justifica pelo fato das raras pesquisas

neste assunto, sendo a primeira pesquisa referente ao estudante do ensino superior ser

publicado em 2011. No atual cenário acadêmico, ao realizar busca na Biblioteca Digital de

Teses e Dissertações (BDTD) 03 (três) dissertações e 02 (duas) teses. Este cenário

demonstra a escassez de pesquisa sobre AH/SD no ensino superior.

Dessa forma, será possível delinear como se realiza o atendimento educacional ao

estudante com altas habilidades/supedotação no ensino superior e a interação com a

legislação para altas habilidades/superdotação. As pesquisas encontradas foram

desenvolvidas em universidades públicas da região Sul. Duas foram realizadas no estado

do Paraná (UFPR e UEL) e outras três no estado do Rio Grande do Sul (UFSM).

Autor/A

no de Publicação

Título Nível da

Pesquisa/Área de

conhecimento

Institu

ição/Ano

Denise

Maria de Matos

Lima

O professor

universitário frente às

estratégias de identificação

e atendimento ao aluno

com altas

habilidades/superdotação

Mestrado/Ed

ucação

Unive

rsidade Federal

do Paraná/

2011

Fabiane

Silva Chueire

Cianca

A Percepção dos

Coordenadores de

Licenciatura da UEL

Mestrado/Ed

ucação

Unive

rsidade

Estadual de

Londrina/2012

Leandra

Costa da Costa

Acadêmico idoso

no Ensino Superior:

Características de Altas

Habilidades/Superdotação?

Mestrado/Ed

ucação

Unive

rsidade Federal

de Santa

Maria/2012

Vaneza

Cauduro

Altas

habilidades/superdotação

Tese/Educaç

ão

Unive

rsidade Federal

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Peranzoni no curso de educação

física da Faculdade de

Cruz Alta/RS

de Santa

Maria/2013

Leandra

Costa da Costa

Altas

habilidades/superdotação e

acadêmicos idosos: o

direito a identificação

Tese/Educaç

ão

Unive

rsidade Federal

de Santa

Maria/2016

As dissertações apresentam semelhanças relacionadas a metodologia empregada,

na qual utilizaram a pesquisa qualitativa. Outra semelhança esta na coleta de dados, onde

usaram a entrevista semiestruturada como instrumento de investigação, no estudo dos

dados utilizou-se a Análise de Conteúdo desenvolvido pela teórica Bardin, e a base téorica

do modelo dos Três Anéis de Joseph Renzulli.

Lima (2011) em seu trabalho acadêmico, relatou que a pesquisa teve como

objetivo

[...] investigar se os professores universitários reconhecem alunos com

altas habilidades/superdotação, como o fazem e que estratégias metodológicas,

adotam para a inclusão educacional destes, na universidade (Lima, 2011, p.08)

Em sua estrutura de desenvolvimento, abordou a trajetória da universidade no

Brasil e o atendimento ao superdotado; história e políticas de atendimento; como

identificar e atender; e o desenvolvimento do processo da pesquisa com os professores.

Nas conclusões, Lima (2011) relatou que a resposta da pergunta inicial, que neste

processo de identificação e atendimento foram detectadas falhas quanto:

o conhecimento que o professor apresenta acerca das características e

comportamento dos alunos com AH/SD, o que ocasiona conhecimento com base no

senso comum, acarretando a não sinalização de alunos com altas habilidades;

ao atendimento educacional especializado ao aluno com AH/SD no ensino

superior por não haver orientações de como realizar apoio pedagógico ao acadêmico;

Lima (2011) lançou algumas sugestões acerca do atendimento, visualizou a

possibilidade de existir uma interface entre o Núcleo de Atividade de Altas

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Habilidades/Superdotação (NAAH/S) e as Instituições de Ensino Superior, realizando

identificação e atendimento educacional especializado.

O NAAH/S é um programa implantado pelo MEC em 2005, para realizar a

identificação e o atendimento ao aluno com altas habilidades/superdotação e orientação aos

pais e professores destes alunos. Estes serviços são destinados aos alunos da educação

básica, mas, segundo a pesquisadora, poderia realizar parceria com as Instituições de

Ensino Superior para realizar os mesmos atendimentos aos acadêmicos com AH/SD.

Cianca (2012), em seu trabalho, apresenta objetivos semelhantes com a anterior,

tendo como público que foi investigado coordenadores dos cursos de licenciatura da

Universidade Estadual de Londrina, teve como objetivo:

Identificar a percepção dos coordenadores dos colegiados dos cursos

de licenciatura da UEL a respeito de AH/SD e, paralelamente, os objetivos

específicos de investigar como os docentes percebem a área de AH/SD; verificar

se eles reconhecem os estudantes com AS/SD em seu curso e se,

consequentemente, proporcionam em atendimento diferenciado; desvelar os

mitos e ideias equivocads inseridos no ideário dos docentes sobre a temática

AH/SD (Cianca, 2012, P. 08).

No desenvolvimento do trabalho apresentou a definição e as características do

público da AH/SD, os mitos que permeiam esta categoria da educação especial, as políticas

públicas e as pesquisas sobre AH/SD.

Após a descrição do trabalho de pesquisa, coleta de dados e análise de conteúdo,

Cianca (2012) elencou as seguintes percepções dos coordenadores de curso:

Os estudantes que apresentam habilidades em alguma área, o que condiz

com aprendem com facilidade são designado como pessoas com AH/SD, uma

percepção que condiz com o embasamento teórico.

Já a percepção de que para se ter AH/SD é necessário ter um QI acima da

média, confusão com a nomenclatura sobre AH/SD, atribuição de problemas de

relacionamento ao aluno com AH/SD, são pontuações que sinalizam conhecimento

com base em senso comum;

Alguns coordenadores sinalizaram saber pouco sobre as características, fato

que talvez justificasse o entendimento de que raramente haveria pessoas com AH/SD

na UEL.

Como o conhecimento sobre AH/SD estava repleto de inconsistência, a

identificação não ocorria.

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Por conseguinte o atendimento específico não ocorria e nem havia previsão

de ser estabelecido.

Costa (2012) teve como público para investigação, pessoas idosas que entraram

para a Universidade Federal de Santa Maria com idade superior de 60 anos. O objetivo da

pesquisa foi:

Discutir sobre a continuidade da aprendizagem do individuo idoso a

partir da investigação de características de Altas Habilidades/Superdotação

(AH/SD) em acadêmicos idosos inseridos no ensino superior da Universidade

Federal de Santa Maria-RS (Costa, 2012, p. 06).

Esta pesquisadora desenvolveu seu trabalho destacando o fato do tema e do objeto

do estudo ser inédito para a área das AH/SD, tratando de conteúdos acerca da identificação

das características das AH/SD e dos assuntos sobre envelhecimento e políticas para a

pessoa idosa.

Na conclusão Costa (2012) destaca a necessidade de identificação e atendimento

as pessoas com AH/SD na fase de envelhecimento, pelo direito de serem reconhecidos e

atendidos, proporcionando o desenvolvimento de suas capacidades e potencialidades, fato

que lhe foi negado no decorrer da infância, adolescência e na vida adulta. Acredita que

novos estudos nesta fase da vida humana poderiam ser desenvolvidos, aprimorando o

conhecimento acerca de características e comportamentos das pessoas com AH/SD.

Em relação as teses, ambas foram desenvolvidas na Universidade Federal de

Santa Maria, entre 2013 e 2016, focando o trabalho diretamente com o acadêmico, também

tiveram a mesma orientadora (Pos- Drª Soraia Napoleão Freitas) e utilizaram como

embasamento teórico o Modelo dos Três Anéis, de Joseph Renzulli.

Peranzoni (2013) teve como público investigado, os acadêmicos do curso de

Educação Física Universidade de Cruz Alta. Seu objetivo “foi conhecer os indicadores de

Altas Habilidades/Superdotação em acadêmicos do curso de Educação Física da

Universidade de Cruz Alta,RS” (Peranzoni, 2013, p. 06).

A pesquisa se realiza na referida Universidade, na qual há um Núcleo de Apoio

Pedagógico, com objetivo de atender aos acadêmicos públicos da educação especial. Ao

solicitar dados referentes aos acadêmicos com AH/SD, Peranzoni (2013) descobriu que

estes não eram computados. Perante esta realidade, a pesquisadora realizou um estudo

sobre identificação e características de AH/SD, para contribuir na formação dos

professores do curso de Educação Física.

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O desenvolvimento teórico da pesquisa contou com análise do histórico da

AH/SD no mundo e no Brasil, legislação pertinente, embasamento teórico no Modelo da

Teoria dos Três Anéis e na Teoria das Inteligências Múltiplas, de Gardner, bem como

Ensino Superior no Brasil; vida adulta; Diretrizes Curriculares Nacional do curso de

Educação Física; e Educação Especial no Ensino Superior.

Na conclusão desta tese, Peranzoni (2013) revelou que dos 14 acadêmicos que se

propuseram a participar da pesquisa, sete apresentaram indicadores de AH/SD. Destacou

também a necessidade de legislações e definições de âmbito pedagógico para o

atendimento ao público da educação especial dentro das instituições de ensino superior.

Já a pesquisa de doutorado de Costa (2016) deu continuidade às pesquisas

iniciadas no mestrado e teve como público idosos que iniciaram a vida acadêmica da

Universidade Federal de Santa Maria após os 60 anos de idade. O objetivo desta pesquisa

foi:

[...] a identificação de AH/SD em acadêmicos idosos inseridos no

ensino superior da Universidade Federal de Santa Maria, localizada no Rio

Grande do Sul (RS), ni intuito de que estes possam se reconhecer com

indicadores e características de AH/SD e recebr um atendimento educacional

condizente com as suas necessidades. (Costa, 2016, p. 09)

Na Dissertação de Mestrado, defendida em 2012, Costa (2016) esteve focado nos

indicadores de AH/SD em acadêmicos idosos, com a possibilidade de contribuir com

subsídios para identificação de pessoas idosas com AH/SD.

Para esta realização, percorreu estudos sobre teorias, inteligência e sobre AH/SD -

características, comportamento e possibilidades de atendimento de pessoas com AH/SD -,

história da educação superior e o projeto pedagógico da UFSM, além de base teórica e

politicas públicas em relação ao idoso e a descrição da pesquisa.

Na conclusão de sua pesquisa, Costa (2016) destaca a possibilidade de utilizar um

instrumento de identificação que foi adaptado para a faixa etária deste público investigado,

envolvendo os familiares. Destaca o direito deste público de ser identificado e de ter o

atendimento educacional voltado as necessidades e singularidades dos acadêmicos com

AH/SD.

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Estas produções de conhecimento destacam as falhas que ocorrem no âmbito do

ensino superior em relação ao público das AH/SD em dois aspectos: na identificação deste

público e no atendimento as necessidades educativas dos acadêmicos com AH/SD.

A partir dessa observação, é necessário elencar o embasamento legal para as

necessárias reflexões sobre o direito ao atendimento educacional a este público da

educação especial.

Na política Nacional de Educação Especial de educação Especial na Perspectiva

da Educação Inclusiva, documento elaborado pelo Grupo de Trabalhos nomeado pelo

MEC, em janeiro de 2008, traz em seu debate o objetivo da política nacional de educação

especial, como:

A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação

Inclusiva tem como objetivo assegurar a inclusão escolar de alunos com

deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas

habilidades/superdotação, orientando os sistemas de ensino para garantir acesso

ao ensino regular, com participação, aprendizagem e continuidade nos níveis

mais elevados do ensino; transversalidade modalidade de educação especial

desde a educação infantil até a educação superior; oferta de atendimento

educacional especializado; formação de professores para o atendimento

educacional especializado e demais profissionais da educação para a

inclusão escolar; participação da família e da comunidade; acessibilidade

arquitetônica, nos transportes, nos mobiliários, nas comunicações e informação;

e articulação intersetorial na implementação das políticas públicas (Brasil, 2008,

p. 14) (grifo nosso).

Já no capítulo das Diretrizes da Política Nacional de Educação Especial, orienta

esclarece que:

A educação especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos

os níveis, etapas e modalidades, realiza atendimento educacional especializado,

disponibiliza os serviços e recursos próprios desse atendimento e orienta os

alunos e seus professores quanto a sua utilização nas turmas comuns do ensino

regular (Brasil, 2008, p. 16)

Mais a frente, define para a educação superior, qual será a forma como se

efetivará o atendimento da educação especial:

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Na educação superior, a transversalidade da educação especial se

efetiva por meio de ações que promovam o acesso , a permanência e a

participação dos alunos. Estas ações envolvem o planejamento e a organização

de recursos e serviços para a promoção da acessibilidade arquitetônica, nas

comunicações, nos sistemas de informação, nos materiais didáticos e

pedagógicos, que devem ser disponibilizado nos processos seletivos e no

desenvolvimento de todas as atividades que envolvem o ensino, a pesquisa e a

extensão (Brasil, 2008, p. 17)

Já no Decreto 7611 de novembro de 2011,

Art. 1o O dever do Estado com a educação das pessoas público-alvo

da educação especial será efetivado de acordo com as seguintes diretrizes:

I - garantia de um sistema educacional inclusivo em todos os

níveis, sem discriminação e com base na igualdade de oportunidades;

II - aprendizado ao longo de toda a vida;

(...)

§ 1o Para fins deste Decreto, considera-se público-alvo da educação

especial as pessoas com deficiência, com transtornos globais do

desenvolvimento e com altas habilidades ou superdotação.

(...)

Art. 5o A União prestará apoio técnico e financeiro aos sistemas

públicos de ensino dos Estados, Municípios e Distrito Federal, e a instituições

comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, com a finalidade

de ampliar a oferta do atendimento educacional especializado aos estudantes

com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou

superdotação, matriculados na rede pública de ensino regular.

(...)

VII - estruturação de núcleos de acessibilidade nas instituições

federais de educação superior (Brasil, 2011)(grifo nosso)

Nos destaques encontra-se assegurado um espaço destinado a realizar o

Atendimento Educacional Especializado aos estudantes com AH/SD nas Instituições

Federais de Educação Superior. Sem dúvida, as políticas e a Legislação garantem ao

acadêmico com AH/SD o direito de receber o atendimento educacional especializado junto

a um departamento ou núcleo que é destinado para este fim.

Ainda neste Decreto, encontra-se:

Art. 5o A União prestará apoio técnico e financeiro aos sistemas

públicos de ensino dos Estados, Municípios e Distrito Federal, e a instituições

comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, com a finalidade

de ampliar a oferta do atendimento educacional especializado aos estudantes

com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou

superdotação, matriculados na rede pública de ensino regular.

(...)

§ 2o O apoio técnico e financeiro de que trata o caput contemplará as

seguintes ações:

(...)

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III - formação continuada de professores, inclusive para o

desenvolvimento da educação bilíngue para estudantes surdos ou com

deficiência auditiva e do ensino do Braile para estudantes cegos ou com baixa

visão;

IV - formação de gestores, educadores e demais profissionais da

escola para a educação na perspectiva da educação inclusiva,

particularmente na aprendizagem, na participação e na criação de vínculos

interpessoais;

(BRASIL, 2011).

Mais um destaque de termos que garantem a formação continuada aos professores

em relação a educação especial, fator preponderante para a efetivação do conhecimento

acerca do tema AH/SD, contribuindo para o processo de identificação e atendimento a esta

parcela do público da educação especial.

Em dezembro de 2015, a Casa Civil publica a Lei nº 13.234, que alterou a Lei nº

9.394 de 1996- Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nos artigo 9º,

acrescentando:

Art 9º...

IV-A- estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os

municípios, diretrizes e procedimentos para identificação, cadastramento e

atendimento, na educação básica e na educação superior, de alunos com

altas habilidades ou superdotação;

(...)

Art. 59-A O poder público deverá instituir cadastro nacional de alunos com

altas habilidades ou superdotação matriculados na educação básica e na

educação superior, a fim de fomentar a execução de políticas públicas

destinadas ao desenvolvimento pleno das potencialidades desse alunado.

Parágrafo único. A identificação precoce de alunos com altas habilidades ou

superdotação, os critérios e procedimentos para inclusão no cadastro referido

no caput deste artigo, as entidades responsáveis pelo cadastramento, os

mecanismos de acesso aos dados do cadastro e as políticas de desenvolvimento

das potencialidades do alunado de que trata o caput serão definidos em

regulamento. (Brasil, 2015)

Mais uma lei que necessita e deve ser colocada em prática, pois as falhas nos

atendimento acarretam falhas estruturais no complemento das necessidades da pessoa com

AH/SD. Defender o direito a identificação, a orientação pedagógica e psicológica, as

adequações necessárias para o desenvolvimento do talento, ao atendimento educacional

especializado e a formação dos professores das universidades não é uma vantagem, já que

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a legislação é clara sobre isto, mas um dever para com a pessoa com AH/SD. Guenther

(2000) já alertava que:

Cabe lembrar, portanto, a responsabilidade da sociedade, como um

todo, e de cada comunidade em particular na busca, acompanhamento e

orientação das pessoas talentosas, principalmente na infância e juventude. A

necessidade de se proporcionar apoio, assistência e encorajamento à produção

científica, artística, sócio-humana de forma que os portadores de talento possam

encontrar canais de expressão e aceitação de suas capacidades, ancoradas no zelo

pelos princípios éticos, em todas as áreas de pesquisa. Expressão e produção

humana de qualquer natureza. (Guenther, 1997,p. 120)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao analisar as publicações acerca dos estudos referentes aos acadêmicos com

AH/SD no ensino superior as falhas nos processos de identificação e de atendimento a esta

parcela do público da educação especial evidenciaram-se. É importante entendermos que,

em muitos casos, o acadêmico com AH/SD pode passar pelos anos escolares da educação

básica sem serem identificados, sem acesso a uma abordagem educativa adequada, e que

alcançam a Educação Superior sentindo-se diferentes, buscando uma “normalidade” para

suas necessidades. Estes alunos ainda permanecem “invisíveis” as percepções de seus

professores, terminando seus cursos sem atendimento a suas necessidades educativas.

Também podemos encontrar um quadro diferente, com acadêmicos já

identificados, que já receberam atendimento em Centros ou Núcleos destinados a este fim,

mas ao adentrarem o mundo universitário, deparam-se com as falhas no atendimento, nas

orientações de estratégias pedagógicas e metodológicas necessárias para seu efetivo

atendimento. Falhas também na compreensão dos professores, que não receberam

conhecimento adequado para a compreensão dos comportamentos das pessoas com

AH/SD.

Trazendo luz ao conhecimento já desenvolvido por vários estudiosos sobre as

condições dos estudantes do ensino superior, também destacamos a legislação que

proporciona o direito a educação inclusiva que é destinada a esta parcela do público da

educação especial.

Esperamos que essas reflexões auxiliem nas definições de projetos e programas de

atendimento para estudantes com AH/SD, na organização de cursos e formações voltados

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aos professores e coordenadores de cursos, e estimule as pesquisas no campo da inclusão

no ensino superior dessa parcela do público alvo da educação especial.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BRASIL. Lei nº 12.234, de 29 de dezembro de 2015. Altera a Lei no 9.394, de 20 de

dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), para dispor

sobre a identificação, o cadastramento e o atendimento, na educação básica e na

educação superior, de alunos com altas habilidades ou superdotação. Originalmente

publicado no Diário Oficial da União em 29/12/2015. Disponível em <

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13234.htm> Acesso em

22 mar. 2016.

BRASIL. Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011. Dispõe sobre a educação

especial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências.

Originalmente publicado no Diário Oficial da União em 17/11/2011. Disponível em <

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/d7611.htm> Acesso em

22 jun. 2017.

BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Resolução nº 04 de 02

de outubro de 2009. Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional

Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial. Disponível em

<http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_09.pdf> Acesso em: 23 jun. 2017.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de

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BRASIL. Ministério da Educação. Documento Orientador Programa Incluir -

Acessibilidade Na Educação Superior SECADI/SESu–2013 Brasília: MEC/SECADI,

2013a.

http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=13292-

doc-ori-progincl&category_slug=junho-2013-pdf&Itemid=30192 Acesso 13 jun 2017

BRASIIL. Ministério da Educação. SECADI. Referenciais de acessibilidade na educação

superior. Brasilia. MEC/SECADI, 2013b.

http://www.ampesc.org.br/_arquivos/download/1382550379.pdf Acesso em 13 jun 2017.

BRASIL. Casa Civil. Lei nº 13.234 de 29 de dezembro de 2015.

Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional), para dispor sobre a identificação, o cadastramento e o

atendimento, na educação básica e na educação superior, de alunos com altas

habilidades ou superdotação. Disponível em

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