32
EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OUTRO MODO DE OLHAR A ESCOLA Rosa Maria Corrêa [email protected]

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OUTRO MODO DE OLHAR A ESCOLA Rosa Maria Corrêa [email protected]

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OUTRO MODO DE OLHAR A ESCOLA Rosa Maria Corrêa roos@pucminas.br

EDUCAÇÃO INCLUSIVA:

UM OUTRO MODO DE OLHAR A ESCOLA

Rosa Maria Corrêa [email protected]

Page 2: EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OUTRO MODO DE OLHAR A ESCOLA Rosa Maria Corrêa roos@pucminas.br

Psicóloga pela PUC Minas,Mestre em Educação pela UFMG,Doutoranda em Educação pela

UNICAMP, Professora da PUC Minas, Coordenadora do Fórum Sociedade

Inclusiva, Coordenadora Fórum Mineiro de

Educação Especial/Inclusiva.

Page 3: EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OUTRO MODO DE OLHAR A ESCOLA Rosa Maria Corrêa roos@pucminas.br

QUESTÕES1. O que é a Educação Inclusiva ou

Inclusão escolar?2. Por quê uma educação Inclusiva?3. Como a escola pode se estruturar

e se mobilizar para se transformar?

4. Qual o perfil do educador numa escola inclusiva?

Page 4: EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OUTRO MODO DE OLHAR A ESCOLA Rosa Maria Corrêa roos@pucminas.br

QUESTÕES

5.Quais as estratégicas o município pode adotar para formalizar a inclusão escolar?

6. Quais são os desafios que temos que enfrentar?

Page 5: EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OUTRO MODO DE OLHAR A ESCOLA Rosa Maria Corrêa roos@pucminas.br

EDUCAÇÃO INCLUSIVA

É a escola que recebe todos os alunos desde

o começo da vida escolar, sem exceção

ou imposição, no ensino regular e

promove o ensino de qualidade.

Page 6: EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OUTRO MODO DE OLHAR A ESCOLA Rosa Maria Corrêa roos@pucminas.br

A escola inclusiva propõem um modo de

organização do sistema educacional

que considera as necessidades de

todos os alunos e que é estruturado em

função dessas necessidades.

Page 7: EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OUTRO MODO DE OLHAR A ESCOLA Rosa Maria Corrêa roos@pucminas.br

A escola inclusiva tem uma proposta

educacionalque se orienta a

partir do paradigma da diversidade e de

princípios educacionais

centrado no aluno.

Page 8: EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OUTRO MODO DE OLHAR A ESCOLA Rosa Maria Corrêa roos@pucminas.br

A educação Inclusiva é uma provocação cuja a intenção é melhorar a qualidade do ensino das escolas, atingindo todos os alunos que fracassam na escola.

Page 9: EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OUTRO MODO DE OLHAR A ESCOLA Rosa Maria Corrêa roos@pucminas.br

Paradigma da escola inclusiva - um novo

modelo1. Pensamento

complexo2. Identidade móvel

3. Igualdade Igualitária

Page 10: EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OUTRO MODO DE OLHAR A ESCOLA Rosa Maria Corrêa roos@pucminas.br

1. Pensamento complexo é aquele que:. compreende que o conhecimento das partes depende do conhecimento do todo e que o todo depende das partes;. que reconhece e examina os fenômenos multidimensionalmente em vez de isolar e mutilar;. que reconhece e trata as realidades concomitantemente solidárias e conflituosa;. que respeita a diferença enquanto reconhece a unicidade.Ou seja, pensamento que distingue e une em vez de isolar e separar.

Page 11: EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OUTRO MODO DE OLHAR A ESCOLA Rosa Maria Corrêa roos@pucminas.br

2. Identidade móvel A identidade é um significado cultural e

socialmente atribuído fabricado por meio da marcação da diferença. O significado é produzidos por um sistema simbólico de representações que torna possível aquilo

que somos e aquilo que podemos nos tornar. As praticas de significação são sociais e envolvem relações de poder.

Quem tem o poder define e determina a identidade.

A pedagogia e o currículo deveriam ser capazes de oferecer oportunidades para

que os alunos desenvolvessem capacidade crítica das formas dominantes de representação da identidade e da

diferença.

Page 12: EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OUTRO MODO DE OLHAR A ESCOLA Rosa Maria Corrêa roos@pucminas.br

3. Igualdade igualitária tem três princípios:

. cada ser humano tem direito à dignidade, independentemente de suas capacidades ou de suas realizações;

.cada ser humano tem direito a satisfação das necessidades básicas;.cada pessoa deve ter oportunidade

real de desenvolver suas capacidades especificas de modo satisfatório.

Page 13: EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OUTRO MODO DE OLHAR A ESCOLA Rosa Maria Corrêa roos@pucminas.br

Inclusão escolar acontece quando a escola:1. reconhece e responde às necessidades diversas de seus alunos, respeita os estilos e ritmos de aprendizagem e assegura uma educação de qualidade a todos os alunos através de um currículo apropriado as habilidades e interesses diferentes;

Page 14: EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OUTRO MODO DE OLHAR A ESCOLA Rosa Maria Corrêa roos@pucminas.br

2. dá apoio instrucional adicional no contexto do currículo regular, e não de um currículo diferente;3. o conteúdo da educação é voltado a padrões superiores e às necessidades dos alunos com o objetivo de torná-los aptos a participar totalmente no seu desenvolvimento;

Page 15: EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OUTRO MODO DE OLHAR A ESCOLA Rosa Maria Corrêa roos@pucminas.br

4. institui a avaliação formativa que mantém alunos e professores informados do controle da aprendizagem identificando dificuldades para auxiliar os alunos a superá-las;

Page 16: EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OUTRO MODO DE OLHAR A ESCOLA Rosa Maria Corrêa roos@pucminas.br

5. incorpora estratégias de ensino que utilizem tecnologia apropriada e viável quando necessário para aprimorar a taxa de sucesso no currículo da escola e para ajudar na comunicação, mobilidade e aprendizagem;6. dividi entre pais, comunidade e os profissionais a educação dos alunos utilizando recursos e parcerias disponíveis .

Page 17: EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OUTRO MODO DE OLHAR A ESCOLA Rosa Maria Corrêa roos@pucminas.br

POR QUÊ UMA EDUCAÇÃO INCLUSIVA?

1. Porque queremos ser respeitados nas nossas

diferenças e aprendemos na interação com a diversidade.2. Questão ética de levar a

sério o compromisso educacional.

Page 18: EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OUTRO MODO DE OLHAR A ESCOLA Rosa Maria Corrêa roos@pucminas.br

3. Questão legal

A Constituição elege como um dos princípios para o ensino “a igualdade

de condições de acesso e permanência na escola”

(art. 206, inciso V)

Page 19: EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OUTRO MODO DE OLHAR A ESCOLA Rosa Maria Corrêa roos@pucminas.br

No capitulo III - Da Educação, da Cultura e do Desporto - artigo 205, a Constituição prescreve em seu artigo

208 que o dever do estado com a educação será efetivado mediante a

garantia de “... atendimento educacional especializado aos

portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular

de ensino.”

Page 20: EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OUTRO MODO DE OLHAR A ESCOLA Rosa Maria Corrêa roos@pucminas.br

Convenção Interamericana para Eliminação de Todas as Formas de discriminação contra as

Pessoas Portadoras de Deficiências, celebrada na Guatemala, em maio de 1999. Aprovada no Decreto 198/2001 e promulgado pelo Decreto

3.956/2001 que deixa claro que é discriminação “toda diferenciação, exclusão ou

restrição baseada em deficiência anterior ou percepção da deficiência presente ou passada, que tenha o efeito ou propósito de impedir ou

anular o reconhecimento, gozo ou exercício por parte das pessoas portadoras de deficiência de

seus direitos humanos e suas liberdades fundamentais” (art. 1º, nº 2 “a”)

Page 21: EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OUTRO MODO DE OLHAR A ESCOLA Rosa Maria Corrêa roos@pucminas.br

Na mesma convenção não é considerado discriminação “... a diferenciação ou preferência adotada para promover a

integração social ou o desenvolvimento pessoal dos portadores de deficiência,

desde que a diferenciação ou preferencia não limite em si mesma o direito á igualdade

dessas pessoas e que elas não sejam obrigadas a aceitar tal diferenciação ou

preferência”(art. 1º, nº 2 “b”)

Page 22: EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OUTRO MODO DE OLHAR A ESCOLA Rosa Maria Corrêa roos@pucminas.br

COMO A ESCOLA PODE SE ESTRUTURAR E SE

MOBILIZAR PARA SE TRANSFORMAR?

1. implementar ações para que a escola elabore o seu Projeto Político Pedagógico,

2. escola crie um currículo que reflita o meio social e cultural dos alunos,

Page 23: EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OUTRO MODO DE OLHAR A ESCOLA Rosa Maria Corrêa roos@pucminas.br

3. escola implante os ciclos de formação; 4. professor suprima o caráter classificatório da avaliação escolar, 5. professor torne a aprendizagem o centro das atividades escolares,6. escola e professor tenham como meta o sucesso do aluno,

Page 24: EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OUTRO MODO DE OLHAR A ESCOLA Rosa Maria Corrêa roos@pucminas.br

7. professor utilize métodos e técnicas de ensino que ensine a turma toda e promova o trabalho coletivo,8. gestão administrativa descentralizada,9. investimento na formação do professor; 10. apoio ao professor, a família e ao aluno;11. buscar parcerias para viabilizar a sua proposta pedagógica

Page 25: EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OUTRO MODO DE OLHAR A ESCOLA Rosa Maria Corrêa roos@pucminas.br

PERFIL do EDUCADOR• ter uma prática reflexiva e mudança

de postura, para que as legislações que regem sobre a inclusão, não sejam vistas como uma imposição, mas como garantia aos direitos de todos, a uma educação de qualidade.

• ter uma prática pedagógica centrada nos eixos da Ética, Justiça e Direitos Humanos. Em termos educacionais, entendemos Ética, Justiça e Direitos Humanos como a superação da exclusão, mediante construção de uma escola humanizadora e socializadora.

Page 26: EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OUTRO MODO DE OLHAR A ESCOLA Rosa Maria Corrêa roos@pucminas.br

– uma função didática de estruturação e gestão de conteúdos, à priori;

– uma função pedagógica de gestão e regulamentação interativa dos acontecimentos em sala de aula, em processo;

• Isto traduz um outro desafio, que é o da competência de adaptação:

• saber analisar• refletir em ação• justificar através da razão a prática

pedagógica• tomada de conhecimento de sua prática

Page 27: EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OUTRO MODO DE OLHAR A ESCOLA Rosa Maria Corrêa roos@pucminas.br

QUAIS AS ESTRATÉGICAS O MUNICÍPIO PODE

ADOTAR PARA FORMALIZAR A INCLUSÃO

ESCOLAR?1. Elaborar políticas para a promoção da

inclusão integrando as varias secretarias (educação, saúde, assistência social, obras, planejamento, meio ambiente, esporte)

Page 28: EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OUTRO MODO DE OLHAR A ESCOLA Rosa Maria Corrêa roos@pucminas.br

2. Maior dialogo e ação em conjunto da rede de ensino e dos serviços educacionais, saúde e assistenciais

3. Promoção da acessibilidade física e atitudinal no município

4. Estimular, formando continuamente e valorizando o professor para que ele torne-se um sujeito educador

5. Elaborar planos de cargos e aumentando de salários, realizando concursos públicos de ingresso, acesso e remoção de professores

Page 29: EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OUTRO MODO DE OLHAR A ESCOLA Rosa Maria Corrêa roos@pucminas.br

DESAFIOS• Contribuir para construção de projeto

nacional de educação.• Mudar a concepção que temos de

educação, escola, professor e aluno.• Desenvolver uma pedagogia centrada

na criança capaz de levar a descoberta, inventividade e autonomia do aluno promovendo uma educação de alta qualidade a todos, incluindo aqueles que possuam desvantagens severa.

Page 30: EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OUTRO MODO DE OLHAR A ESCOLA Rosa Maria Corrêa roos@pucminas.br

DESAFIOS• colocar a aprendizagem como o eixo das

escolas, porque escola foi feita para fazer com que todos os alunos aprendam;

• garantir tempo para que todos possam aprender e reprovando a repetência;

• abrir espaço para que a cooperação, o diálogo, a solidariedade, a criatividade e o espírito crítico sejam exercitados nas escolas, por professores, administradores, funcionários e alunos, pois são habilidades mínimas para o exercício da verdadeira cidadania;

Page 31: EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OUTRO MODO DE OLHAR A ESCOLA Rosa Maria Corrêa roos@pucminas.br

DESAFIOS

• promover ensino interdisciplinar desenvolvendo currículo formado de redes de conhecimento e significação;

• transformar a avaliação em um momento de aprendizagem para o aluno e o educador;

Page 32: EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM OUTRO MODO DE OLHAR A ESCOLA Rosa Maria Corrêa roos@pucminas.br

QUESTÕES PARA REFLETIR

• Qual o paradigma que fundamenta a prática na sua escola?

• O que mantêm a exclusão na sua escola?

• Quais os obstáculos estruturais, funcionais e atitudinais que encontramos no cotidiano escolar para a escola ser inclusiva?