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EDUCAÇÃO NA PRIMEIRA INFÂNCIA E
A BNCC
CLAUDIA COSTINDiretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais
da Fundação Getulio Vargas-RJ (CEIPE-FGV)
CRIANÇAS DEMAIS FICAM PARA TRÁS • ¼ de todas as crianças abaixo de 5 anos no mundo todo têm desnutrição
crônica (159 milhões em 2014), 56% delas vivendo na Ásia e 36% na África. Entre os países de renda baixa ou média, 1/3 têm desnutrição crônica.
• Menos de 50% das crianças de 3 a 6 anos em países em desenvolvimento participam de Educação pré-primária.
• Os países investem pouco na Primeira Infância- muitos governos de países de baixa renda ou renda média gastam só entre 0,1% e 0,2% do PIB em pré-escola, bem abaixo do padrão de 1% para o gasto total de ECD.
É URGENTE INVESTIR MAIS NA PRIMEIRA INFÂNCIA, ESPECIALMENTE EM EDUCAÇÃO • Desenvolvimento na Primeira Infância (ECD) é um conceito abrangente que se
refere ao desenvolvimento físico, cognitivo, linguístico e socio-emocional de crianças pequenas, da gravidez de suas mães até que eles entrem na Educação Primária (Ensino Fundamental).
• A Educação começa com as interações cotidianas entre mãe, outros familiares ou cuidadores e o bebê e prossegue com atividades em centros de educação infantil.
• Atrasos cognitivos/linguísticos se acumulam aos 2 anos ou 3 anos na vida de crianças vivendo na pobreza e esses déficits não se reduzem a menos que haja estimulação precoce e aprendizagem.
• Programas que enfatizam tanto nutrição quanto estimulação precoce tendem a gerar impactos mais importantes.
NOVOS OBJETIVOS GLOBAIS PARA 2030 – ODS 4 – PARA A EDUCAÇÃO
Assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos
O tempo é agora: um novo momento para a Primeira Infância globalmente e no Brasil
Até 2030, assegurar que todas as meninas e meninos tenham acesso a Programas de Primeira Infância de qualidade, incluindo Educação pré-escolar, para que estejam prontos para o Ensino Primário.
A EDUCAÇÃO INFANTIL NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR • Reconhecida como direito de todas as crianças e dever do Estado Na
Constituição de 88, a Educação Infantil passa a ser obrigatória para as crianças de 4 e 5 anos apenas em 2009.
• Atua ampliando o universo de experiências, conhecimentos e habilidades das
crianças, de maneira complementar à educação familiar. • Eixos estruturantes são as interações e as brincadeiras com outras crianças ou
com adultos.
Direitos de Aprendizagem das
Crianças
• Conviver
• Brincar
• Participar
• Explorar
• Expressar
• Conhecer-se
• Importância da intencionalidade pedagógica na organização das atividades, dos espaços e dos recursos oferecidos à criança.
CAMPOS DE EXPERIÊNCIAS • O eu, o outro e o nós.
• Corpos, gestos e movimentos.
• Traços, sons, cores e formas.
• Oralidade e escrita.
• Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.
Dentro de cada um, objetivos de aprendizagem sugerem competências a serem desenvolvidas, em diferentes faixas etárias.
ALGUNS COMENTÁRIOS SOBRE A BASE • Há um excesso de categorias nesta parte da Base, o que pode torná-la
confusa.
• Aparece um certo desequilíbrio ao se detalharem os campos de experiência. Alguns aparecem com muitos objetivos de aprendizagem, outros só com alguns.
• A referência a imersão em ambiente letrado, central para garantir equidade, parece cuidadosa demais. A exploração lúdica do mundo deve incluir as expressões escritas e o universo da leitura.
• Faltou uma referência para o trabalho com as famílias que, mencionadas na introdução, desaparecem do corpo da Base.
A Educação Infantil no Rio de Janeiro
2009-2014
EDUCAÇÃO NA PRIMEIRA INFÂNCIA NO RIO DE JANEIRO • Em 2009, promessa eleitoral de triplicar o número de vagas em creche (eram só 30.000).
• Impossível fazê-lo com qualidade.
• Solução: dobrar, mas garantir um novo modelo de atendimento.
• Associar ao cadastro da Bolsa Família e incluir condicionalidade relativa à Educação Infantil.
• Criar a Escola de Pais inclusive com biblioteca circulante de livros de bebês.
• Criar um prédio específico para creche e pré-escola, de inspiração montessoriana.
• Criar o cargo de professor de Educação Infantil.
• “Sou pai, sou aluno”.
FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFISSIONAIS • Seleção dos novos professores precedida de oferta de curso normal para
2.300 agentes auxiliares de creche.
• Concurso incluindo prova prática.
• Formação continuada em serviço. • Avaliação do desenvolvimento das crianças nas creches e pré-escolas com
feedback para os diretores e professores.
• Treinamento dos professores e agentes sobre identificação precoce de sintomas de autismo.
CRECHE E PRÉ-ESCOLA • Falta de um modelo de Educação para a fase.
• Desenho de um currículo integrado para as duas modalidades.
• Brinquedos e materiais adquiridos com base no currículo.
• Material de apoio ao professor para alunos de 4 e 5 anos.
• Cadernos de férias para alunos de 5 anos, com atividades lúdicas que o introduzam ao mundo letrado.
• Livros na sala de aula.
• Projeto Alfabetização, integrando a pré-escola, o 1º, o 2º e o 3º anos.
• Competências socioemocionais.
FUTURO DA EDUCAÇÃO INFANTIL • Meta de todos na pré-escola não será completamente cumprida, mas grandes
avanços. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo IBGE, aponta que 90,5% das crianças de 4 e 5 estavam matriculadas em 2015, contra 81,4% (4,514 milhões) em 2013.
• A desigualdade começa cedo: cobertura de creche é baixa entre os mais pobres 21,9%, contra 52,3% dos mais ricos.
• A chegada mais cedo à Escola pode ser uma importante ferramenta para superar a desigualdade, mas trata-se também de um direito das crianças.
• Mais atenção à formação dos pais!
[email protected] @claudiacostin