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Educação de Qualidade nas Escolas de Ensino Médio de Santa Maria a partir das Avaliações Externas1

Mateus Pinheiro de Farias2

A Educação é um direito de todos os brasileiros assegurado pela Constituição

Federal (1988) visando ao pleno desenvolvimento dos educandos. Embora esse direito

esteja garantido pela Lei de Diretrizes e Bases – LDB (9394/96) no seu art. 1º em que “a

educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na

convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino”, segue a passos lentos em

direção a uma melhor qualidade da educação, principalmente no Ensino Médio.

De acordo com Brasil

O Ensino Médio tem uma função estratégica para a construção de uma nação, de modo a envolver os aspectos culturais sociais, políticos e econômicos como condição para uma relação soberana e não subalterna às demais nações. Antes disso, porém, trata-se de concebê-lo como direito subjetivo de todos e espaço social de organização, produção e apropriação dos conhecimentos produzidos pela humanidade. (2009, p. 6).

O professor Cristovam Buarque traz no seu livro Revolução da Educação dados

importantes sobre o Ensino Médio que reafirma a problemática da Educação Brasileira em

que a cada dez alunos que se matriculam, três terminam o Ensino Médio. Dois milhões de

jovens com idade entre 15 e 17 anos estão fora da escola. O Brasil tem entre 15 e 20

milhões de analfabetos com mais de 18 anos. Atualmente 73% dos brasileiros com 18

anos, ou seja, 100 milhões de pessoas, não chegaram a cursar ou concluir o Ensino

Médio. Apenas 65% dos jovens com mais de 18 anos estão concluindo o Ensino Médio.

Na prova PISA3 o Brasil se encontra no nível 1 em Ciências numa escala de 1 a 6,

isto significa segundo os Indicadores da Organização para a Cooperação e

Desenvolvimento Econômico – OECD4 que

Os estudantes têm conhecimentos científicos tão limitados que só se aplicam a um número reduzido de situações familiares. São capazes de apresentar explicações óbvias e explicitamente de evidências dadas. (2008, p. 117).

A Educação Brasileira não teve grandes avanços no decorrer da sua história.

Apesar do Brasil ser a oitava potência econômica do mundo (dados da agência

1 Texto produzido para as reflexões no Fórum de Desempenho de Santa Maria realizado no dia 18 de agosto de 2010 no Centro de Ensino Especial de Santa Maria DF.2 Professor Especialista em Educação Matemática. Coordenador Intermediário de Ensino Médio – DRE Santa Maria. Mediador das discussões do Fórum de Desempenho de Santa Maria. Email: [email protected]. 3 PISA: Programa Internacional de Avaliação. É um programa internacional de avaliação comparada, cuja principal finalidade é produzir indicadores sobre a efetividade dos sistemas educacionais. Disponível em: www.pisa.oecd.org. 4 OECD. Panorama da Educação 2008. Indicadores OECD. São Paulo: Moderna, 2009.

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Economist Intelligence Unit), a Educação aponta um dos piores quadros de sua trajetória

caindo 12 posições segundo o relatório da UNESCO5 se encontrando na 88ª posição

entre 128 países.

Segundo Gentili

Não existe “qualidade” com dualização social. Não existe “qualidade” possível quando se discrimina, quando as maiorias são submetidas à miséria e condenadas à marginalidade, quando se nega o direito à cidadania...”qualidade para poucos não é “qualidade”, é privilégio.... o discurso da qualidade como retórica conservadora seja apenas uma lembrança deplorável da barbárie que significa negar às maiorias seus direitos”. (1995, p. 177).

Em concordância, Buarque (2007) aponta as consequências de uma má qualidade

da educação para uma nação: desemprego, violência urbana, ineficiência econômica,

pobreza cultural, apartação social, baixos salários, trabalho infantil, baixa produtividade,

baixo valor agregado na economia familiar. No qual destaca Barros e Mendonça (1995)

que a cada ano adicional de escolaridade tende a elevar, em média, a remuneração dos

trabalhadores em 15%.

Este quadro negativo da qualidade da Educação Brasileira também é destacado

pelos indicadores de qualidade: Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB6 e

Índice de Desempenho Educacional do Distrito Federal - IDDF7, em todos os níveis da

educação básica, a destacar o Ensino Médio.

O IDEB mede a qualidade da educação pública no Brasil. É formado pela

combinação dos dados de evasão e repetência e pelas notas da Prova Brasil. O IDDF foi

criado para medir a qualidade de ensino das escolas do Distrito Federal. É formado pela

combinação do percentual de aprovação e as notas da Prova SIADE.

Esses indicadores de qualidade partem do princípio de que uma educação de

qualidade é aquela em que os alunos adquirem as competências e habilidades num

período ideal, ou seja, sem reprovar e nem evadir da escola.

Sobre essa última, evasão escolar, o Ideb (2009/10) destaca que o Ensino Médio

tem a maior taxa de evasão escolar da Educação Básica. Este ano, 103 alunos já

5 UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura. O Brasil apresenta alta repetência e baixos índices de conclusão da educação básica, aponta o relatório "Monitoramento de Educação para Todos 2010". O índice é de 18,7%, o maior de todos os países da região da América Latina e Caribe. Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/images/0015/001592/159294por.pdf. 6 O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) foi criado pelo Inep em 2007 e representa a iniciativa pioneira de reunir num só indicador dois conceitos igualmente importantes para a qualidade da educação: fluxo escolar e médias de desempenho nas avaliações. Esse indicador é nacional e utiliza a Prova Brasil para verificar as competências e habilidades dos alunos. Disponível em: http://portalideb.inep.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=10&Itemid=13. 7 Por meio da portaria nº 503, publicada no Diário Oficial, a Secretaria de Educação instituiu o IDDF – Índice de Desempenho Educacional do Distrito Federal. O IDDF vai medir a qualidade do ensino oferecido por cada escola da rede pública e estabelecer metas de melhoria a serem atingidas por cada instituição educacional. É um indicador que usa a Prova SIADE para verificar as competências e habilidades dos alunos. Disponível em: http://www.se.df.gov.br/300/30003002.asp?ttCD_CHAVE=95186.

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desistiram de estudar em um Centro de Ensino Médio no Paranoá. Podemos dizer que

este é um problema que atinge todas as escolas brasileiras e é um tema que

historicamente faz parte dos debates da sociedade brasileira como um todo. Mesmo com

todo esse debate, percebemos poucas iniciativas para resolver esse problema que atinge

nossas escolas públicas. De um modo geral, destacamos algumas razões para a evasão

escolar, dentre elas: as influências internas e as influências externas a escola.

Sobre os fatores internos, que contribuem para a evasão escolar, enfatizamos

Fukui (in BRANDÃO, 1983), onde atribui a responsabilidade à criança pelo seu fracasso

ou sucesso escolar e também a escola afirmando que a forma como a escola recebe os

alunos provoca a evasão. Rosenthal e Jacobson (in GOMES, 1994) dizem que a

responsabilidade é do professor pelo fracasso escolar do aluno causando a evasão.

Outros autores realçam a influência externa à escola, como fator determinante da

evasão escolar como Brandão (1983) que destaca o papel da família, enfatizando que o

grau de escolaridade da mãe gera uma maior permanência e rendimento do aluno na

escola. Além disso, afirma que os alunos de nível sócio-econômico mais baixo têm um

menor índice de rendimento e são mais propensos à evasão.

Soares (1997) associa a evasão ao fato de que os alunos pertencerem a uma

classe socialmente desfavorecida, e, portanto, por ser portador de desvantagens culturais

ou de déficits sócio-culturais. Silva (1978) atribui à desnutrição, pois altera o

desenvolvimento cerebral, tornando-se apáticas e tendo seus desenvolvimentos

prejudicados, como sendo o principal motivo.

Meksenas (1998) afirma que muitos alunos desistem dos estudos por que são

obrigados a trabalhar e ficam desmotivados pelo cansaço e pela baixa qualidade das

aulas.

Numa pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas FGV8 do Rio, revela que

17,8% dos alunos de 15 a 17 anos abandonaram a escola em 2009. Dentre esses, 40,3%

apontam a falta de interesse nos estudos, pois acham a escola “chata”, como o principal

motivo por não estarem na escola, 27,1% dos estudantes que deixam a escola, é pela

necessidade de trabalhar e gerar renda familiar, confirmando Meksenas (1998) e 10,9%

por dificuldades de acesso.

Uma possível explicação para esse problema é o olhar que Castro9 (2007)

8 FGV – Fundação Getúlio Vargas tem como objetivo transformar informação em conhecimento útil para que seus clientes possam tomar decisões e alcançar suas metas. Disponível em: http://www.fgv.br/cps/tpemotivos/.9 Cláudio de Moura e Castro é economista, escritor, mestre em Educação, Ph.D em Economia (Universidade de Vanderbild), possui mais de 30 livros publicados e é articulista da revista Veja. 2/05/2007.

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apresenta sobre o Ensino Médio dizendo que

Quando cursava o jardim de infância vivia num mundo mágico. Quando cursava o fundamental estudava coisas interessantes, pois caminhando pelas ruas, pelos campos via no mundo real o que havia aprendido na escola. Ao galgar o médio, olhando na rua não via nada do que havia aprendido. Era tudo abstrato e distante do meu mundo real. Estava frustrado.

A legislação brasileira determina a responsabilidade da família e do Estado no

dever de orientar a criança em seu percurso sócio-educacional. A Lei de Diretrizes e

Bases da Educação – LDB é bastante clara a esse respeito.

A educação é dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (1996, artigo 2°).

A despeito disto, o que se observa é que, a educação não tem sido plena no que se

refere ao alcance de todos os cidadãos, assim como no que se refere à conclusão de

todos os níveis de escolaridade.

Como promover uma ação que faça a integração entre a escola e a família

despertando a responsabilidade em relação à evasão escolar?

Relato de Experiência do CED 416 de Santa Maria: Os alunos faltosos são

identificados pelos professores e encaminhados à supervisão Pedagógica. A primeira

tentativa é por telefone (quando o telefone existe). A segunda é aviso ao responsável

através de recado. A terceira é pela visita domiciliar. A quarta é pela carta-social. Por fim,

quando exaurimos as anteriores, vamos à sala do aluno, buscamos coleguinhas que tem

contato com o aluno e os orientamos a redigir uma cartinha de saudades e que ele

mesmo faça a entrega. Neste caso percebemos que tem sido o mais eficaz.

Outro aspecto importante na concepção dos índices IDEB e IDDF são as questões

relacionadas ao desenvolvimento das competências e habilidades que resultam na

melhoria dos percentuais de repetência, por isso, a escola precisa ser avaliada para que

possa melhorar a qualidade de ensino.

Oliveira e Araújo (2005, p.8) trazem “a idéia de qualidade associada à aferição de

desempenho mediante testes de larga escala”, por isso não podemos ver esses

instrumentos de avaliação externos como opressores, mas sim concordando com que

Graça diz sobre essas avaliações, onde

[...] há um consenso de que é preciso medir a qualidade da escola, da educação e, principalmente, de que se estabeleçam mecanismos de monitoramento que resultam no aperfeiçoamento das políticas educacionais. (2010, p.160).

Na Constituição Federal (1998), a avaliação educacional é tratada de forma

associada à qualidade da educação. No art. 206, a “garantia de padrão de qualidade”

figura como um dos princípios fundamentais do ensino. Ao tratar do Plano Nacional de

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Educação, o art. 214 indica como um dos resultados pretendidos a “melhoria da

qualidade do ensino”.

Em consonância com Brasil que

[...] sem monitoramento e avaliação, que se constituem em meios de coleta de dados e informações sobre os processos (eficiência) e os resultados (eficácia) das ações, não é possível melhorar os processos educacionais e nem mesmo promover a sua gestão efetiva. (2002, p. 21).

Observamos a situação apresentada nos gráficos seguintes sobre o IDDF e o IDEB

das escolas de Ensino Médio de Santa Maria, da DRE de Santa Maria e do Distrito

Federal.

Após análise verificamos no gráfico do IDDF uma diminuição considerável nas

médias de todas as escolas de Ensino Médio de Santa Maria, a destacar a nota do CEM

417 que diminuiu 32,67%, a média da DRE diminuiu 22,98% e a média da SEDF diminuiu

12,99 %, ficando todos aquém das metas estabelecidas.

No gráfico do IDEB do Ensino Médio a média de 2009/10 caiu 0,2 que significa 5%,

indo à contramão com outros estados. Analisando os dados do IDEB nacional10,

verificamos que somente DF e Roraima diminuíram seus índices.

Diante desse quadro, por que as escolas públicas de Ensino Médio de Santa Maria

apresentam um baixo desempenho nos indicadores de qualidade IDEB e IDDF?

Para respondermos a pergunta percebemos a necessidade de uma maior

compreensão sobre a concepção desses dois indicadores de qualidade da Educação, o

IDEB e o IDDF.

O cálculo do IDEB e do IDDF é feito a partir de indicadores que verificam as

competências e habilidades dos alunos nas respectivas séries e as taxas de aprovação e

repetência. O IDEB utiliza a Prova Brasil para medir as competências e habilidades dos

alunos e é aplicada a cada dois anos na 3ª série do Ensino Médio. O IDDF utiliza a Prova

SIADE para medir as competências e habilidades dos alunos sendo aplicada anualmente

10 Informação disponível em: http://educacao.uol.com.br/ultnot/2010/07/05/consulta-ideb-2009.jhtm.

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na 3ª série do Ensino Médio.

O objetivo das avaliações externas – Prova Brasil e Prova SIADE – é medir a

qualidade de ensino nas escolas e subsidiar políticas públicas que visem melhoria da

Educação. No intuito de contribuir para essa reflexão nos deparamos com as matrizes de

referência da Prova Brasil e da Prova SIADE e observamos que elas contemplam todo o

conteúdo do Ensino Médio (1ª, 2ª e 3ª série).

Por outro lado, os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio

(PCNEM)11 e as Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (OCNEM)12 que

direcionam a elaboração das Orientações Curriculares de Distrito Federal (OCDF)13 que

por sua vez norteiam a elaboração dos planejamentos pedagógicos das escolas trazem

para a 3ª série do Ensino Médio um conteúdo aquém do que é avaliado pela Prova Brasil

e Prova SIADE.

Por exemplo, na matriz de Referência de Matemática da Prova Brasil14, verificamos

o descritor 22 – Resolver problemas envolvendo PA/PG (conteúdo abordado na 1ª série

do Ensino Médio); o descritor 28 – Identificar a representação algébrica e/ou gráfica da

função logarítmica reconhecendo-a como inversa da função exponencial (conteúdo

abordado na 2ª série do Ensino Médio), dentre muitos outros.

Na matriz de Referência de Matemática da Prova SIADE (2008), verificamos o

mesmo problema, vejamos alguns exemplos: a habilidade 7 – Descrever as

características fundamentais da função do 2º grau, relativas ao gráfico, crescimento,

decrescimento, valores máximo ou mínimo (conteúdo abordado na 1ª série do Ensino

Médio); a habilidade 15 – Resolver situações-problema por intermédio de sistemas

lineares de 3ª ordem (conteúdo abordado na 2ª série do Ensino Médio), dentre muitos

outros.

Numa análise sistemática da matriz de Matemática da Prova Brasil e Prova SIADE,

constatamos as informações do gráfico seguinte:

11 Parâmetros Curriculares Nacionais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasil. Brasília: MEC/SEF, 2001. 12 Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasil. Secretaria de Educação Básica. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006. 13 Orientações Curriculares do Distrito Federal para o Ensino Médio. Secretaria de Educação Básica. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2008. 14 Matriz de Referência – Matemática – 3º ano do ensino médio – Prova Brasil. Disponível em: http://provabrasil2009.inep.gov.br/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=46&Itemid=49.

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Observamos que mais de 60% das habilidades e competências da Matriz de

Referência da Prova SIADE são adquiridas na 1ª e 2ª séries do Ensino Médio. Apenas 8%

são desenvolvidas em mais de uma série e 32% na 3ª série do Ensino Médio.

Analisando a matriz de Referência da Prova Brasil verificamos que mais de 70%

das competências e habilidades são desenvolvidas na 1ª e 2ª série do Ensino Médio

ficando apenas 23% da Matriz curricular para ser desenvolvida na 3ª série.

Esta mesma problemática acontece nos demais componentes curriculares:

Português, Ciências Humanas, Ciências da Natureza.

Em meio a essa situação surgiram algumas perguntas que direcionarão nossas

reflexões, como por exemplo: Quais as ações pedagógicas geradas na escola a partir da

realização do 1º Fórum de Desempenho de 2010 que trouxe reflexões sobre o SIADE?

Como as escolas de Ensino Médio de Santa Maria terão bons índices do IDEB e IDDF

sendo que, o que é avaliado pelos órgãos que elaboram a Prova Brasil e Prova SIADE

trazem em suas matrizes um desencontro com os PCNEM, OCNEM e OCDF? Em que

medida os resultados gerados pelos indicadores de qualidade – IDEB e IDDF – devem

determinar o trabalho da escola? É possível articular as avaliações externas – Prova

Brasil e Prova SIADE – com a avaliação formativa? Como garantir que os alunos

apliquem, desde a 1ª série, os conteúdos trabalhados ao longo de todo o Ensino Médio?

Analisando o gráfico abaixo, referente aos dados do ENEM15, das escolas de Ensino

Médio de Santa Maria, percebemos uma melhora significativa em torno de 30%, tanto o

CEM 417 quanto o CEM 404 em seus desempenhos com relação ao ano anterior. O que

as escolas tem feito para alcançar essas melhoras? Essa melhora indica qualidade no

ensino?

15 ENEM: O Exame Nacional do Ensino Médio é uma prova criada em 1998 pelo Ministério da Educação do Brasil que é utilizada como exame de acesso ao Ensino Superior em universidades brasileiras e como ferramenta para avaliar a qualidade geral do Ensino Médio no país. Dados disponíveis em: http://enem.inep.gov.br/.

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*A média do ENEM 2008/9 revelada no site: http://enem.inep.gov.br/ foi multiplicada por 10 para adequação da escala do gráfico.

Outras reflexões importantes: Como desenvolver as competências e habilidades

exigidas pelos avaliadores externos em um ano? O trabalho pedagógico desenvolvido no

ano de 2010, até o momento, fará com que os índices IDEB, IDDF e ENEM melhorem? O

que fazer para melhorar esses índices a curto, a médio e a longo prazo?

Vale ressaltar Viana que

[...] somente se pode avaliar aquilo que foi desenvolvido, efetivamente, e que não

se avalia em abstrato, mas considerando a problemática em que se situam os

avaliados. (2003, p.11).

A Educação do Brasil, do Distrito Federal, de Santa Maria tem sérias deficiências,

por isso, para garantir que os alunos de Ensino Médio da rede pública dominem os

conteúdos ensinados e concluam os estudos num período adequado é necessário,

conforme RAMOS (1992), uma transformação de baixo para cima, de cada escola, com o

envolvimento de todos num pacto de qualidade estabelecido entre alunos, professores,

dirigentes, técnicos, pessoal administrativo do setor, e a sociedade como um todo.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARROS, Ricardo Paes de; MENDONÇA, Rosane. Determinantes da Desigualdade no Brasil. Rio de Janeiro: Ipea, 1995. (Texto para discussão, n. 377).

BRANDÃO, Zaia et alii. O estado da arte da pesquisa sobre evasão e repetência no ensino de 1º grau no Brasil. In Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, v. 64, nº 147, maio/agosto 1983, p. 38-69.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br.

_____. Ministério da Educação e Cultura. Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Lei das Diretrizes e Bases da Educação. Diário Oficial da União, 23 dez. 1996. Disponível em:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm.

_____. Ministério da Educação e Cultura. Programa Ensino Médio Inovador. Documento Orientador. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Concepções e Orientações Curriculares para Educação Básica. Brasília, setembro. 2009.

BUARQUE, Cristovam. A Revolução na Educação: Escola igual para todos. Brasília. Novembro, 2007.

GENTILI, Pablo A. A. e SILVA, Tomaz Tadeu. (Orgs). Neoliberalismo, qualidade total e educação: visões críticas. 2.ed. Petrópolis : Vozes, 1995.

GOMES, Candido Alberto. A Educação em Perspectiva Sociológica. 3ª ed., São Paulo: EPU, 1994.

GRAÇA, Tereza Cristina Cerqueira da. CONAE: Conferência Nacional de Educação. Construindo o Sistema articulado de Educação. MEC. Brasília, 2010.

MEKSENAS, Paulo. Sociologia da Educação: Uma introdução ao estudo da escola no processo de transformação social. 2ª ed., São Paulo: Cortez, 1992.

MATRIZ DE REFERÊNCIA PARA AVALIAÇÃO – SIADE. Distrito Federal. Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Brasília, 2008.

RAMOS, COSETE. Excelência na educação: a escola de qualidade total. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1992.

SILVA, Arlete Vieira da. O processo de exclusão escolar numa visão heterotópica. In: Revista Perspectiva. v. 25, nº 86, Erechim, junho 2000, p. 1-28.

SOARES, Magda. Linguagem e Escola. Uma perspectiva social. 15ª ed., São Paulo: Ática, 1997.

UNESCO. Educação para todos: alfabetização; um desafio inadiável, relatório de monitoramento global, 2008. Brasília: UNESCO, Ed. Moderna, 2008. Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/images/0015/001592/159294por.pdf.

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Perguntas do grupo 01 (Evasão Escolar)

1. Quais os motivos apontados pelo grupo com relação à Evasão Escolar?2. Como promover uma ação que faça a integração entre a escola e a família

despertando a responsabilidade em relação à evasão escolar? Refletir sobre a ação do CED 416.

Perguntas do grupo 02

1. Quais as ações pedagógicas geradas na escola a partir da realização do 1º Fórum de Desempenho de 2010 que trouxe reflexões sobre o SIADE?

2. Como as escolas de Ensino Médio de Santa Maria terão bons índices do IDEB e IDDF sendo que, o que é avaliado pelos órgãos que elaboram a Prova Brasil e Prova SIADE trazem em suas matrizes um desencontro com os PCNEM, OCNEM e OCDF? Na opinião do grupo, devemos considerar esses índices?

Perguntas do grupo 03

1. Em que medida os resultados gerados pelos indicadores de qualidade – IDEB e IDDF – devem determinar o trabalho da escola?

2. É possível articular as avaliações externas – Prova Brasil e Prova SIADE – com a avaliação formativa? Como?

3. Como garantir que os alunos apliquem, desde a 1ª série, os conteúdos trabalhados ao longo de todo o Ensino Médio? Cite exemplos?

Perguntas do grupo 04

Analisando os gráficos abaixo, referentes aos dados do IDDF e do ENEM, percebemos uma diminuição considerável das escolas de Ensino Médio de Santa Maria em relação ao IDDF e no gráfico do ENEM uma melhora significativa em torno de 30%, tanto o CEM 417 quanto o CEM 404 em seus desempenhos com relação ao ano anterior.

1. Qual é a justificativa do grupo para a diminuição do IDDF?2. O que as escolas tem feito para alcançar as melhoras no ENEM? 3. Essa melhora no ENEM indica qualidade no ensino? Justifique.

Perguntas do grupo 05

1. Como desenvolver as competências e habilidades exigidas pelos avaliadores externos em um ano?

2. O trabalho pedagógico desenvolvido no ano de 2010, até o momento, fará com que os índices IDEB, IDDF e ENEM melhorem?

3. O que fazer para melhorar esses índices a curto, a médio e a longo prazo?

ENEM