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Roteiro de reflexão das virtudes cristãs e humanas aplicadas na educação formal Roteiro de reflexão das virtudes cristãs e humanas aplicadas na educação formal Região Episcopal Nossa Senhora da Conceição Educar para a paz

Educar para a paz - arquivo.arquidiocesebh.org.brarquivo.arquidiocesebh.org.br/site/downloads/2014/02educarparaapaz... · 3) Para as virtudes humanas - em formato de dicas, sugestões

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Roteiro de reflexão das virtudes cristãs e humanas aplicadas na educação formal

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Região Episcopal Nossa Senhora da Conceição

Educar para a paz

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Roteiro de reflexão das virtudes cristãs e humanas aplicadas na educação formal

ApresentaçãoBelo Horizonte, 01 de outubro de 2014.

A realidade das escolas tem causado muita preocupação a pais e a educa-dores devido a problemas como desrespeito, indisciplina, uso de drogas, evasão, violência, bullying, etc. Diante desses e outros desafios, recordamos que, como cristãos, somos chamados a servir; por isso, convidamos pro-fessores católicos da Região Episcopal Nossa Senhora da Conceição para que, de maneira articulada e no ambiente em que atuam, possam oferecer sua contribuição a fim de minorar e mesmo auxiliar na superação de tais problemas.

Com esse propósito, foi preparado o presente subsídio que propõe re-flexões sobre valores humanos e cristãos, indispensáveis para a con-vivência social, e que poderão ser utilizados pelos educadores à medida das possibilidades. Não se tratam de textos inéditos, mas de matérias já publicadas sob títulos diversos e que aqui foram reunidas e elaboradas com o generoso auxílio de membros da Comissão das Escolas Católicas da Arquidiocese de Belo Horizonte, sob a coordenação do Pe. Edecildo Prado da Silva. Esperamos que possa ser útil ao propósito que o inspirou. Agra-decemos o empenho daqueles que o elaboraram e ao Colégio Santa Maria que patrocinou esta publicação.

Que Deus abençoe e faça frutificar os esforços de todos os que, com boa vontade, abraçam esta causa e a ela se dedicam.

Dom Wilson AngottiBispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte

SUMÁRIO

9 Tema Nº. 1 | A FÉ

3 ApresentaçãoPara início de conversa5Virtudes cristãs Propostas de reflexão (6º e 7º Ano)7

Tema Nº. 2 | A TEMPERANÇA11Tema Nº. 3 | A CARIDADE14Propostas de reflexão (8º e 9º Ano)Virtudes Cristãs21Tema Nº. 1 | A FÉ23Tema Nº. 2 | A TEMPERANÇA26Tema Nº. 3 | A CARIDADE29Virtudes Humanas Dicas, sugestões e dinâmicas (6º ao 9º Ano)35Tema Nº. 4 | COMPANHEIRISMO37Tema Nº. 5 | RESPEITO39Tema Nº. 6 | NÃO DISCRIMINAÇÃO41Tema Nº. 7 | SER PACÍFICO45Tema Nº. 8 | TOLERÂNCIA48Anexo - Oração e Hino do Educador51

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Este roteiro de reflexão tem como objetivo orientar os educadores das es-colas públicas da Região Episcopal Nossa Senhora da Conceição sobre o desenvolvimento prático das virtudes cristãs e humanas. Para o alcance desse objetivo, perpassam-se, pelo conhecimento da realidade, um juízo de valor à luz da Palavra de Deus e propostas concretas de ação na vida dos alunos. O roteiro é composto de três partes:

1) Sobre as virtudes cristãs - em formato de planejamento de aula para o 6º e 7º ano do Ensino Fundamental II; 2) Sobre as virtudes cristãs - em formato de planejamento de aula para o 8º e 9º ano do Ensino Fundamental II; 3) Para as virtudes humanas - em formato de dicas, sugestões e dinâmicas.

Orientações aos educadores

• Ler, com atenção, o roteiro cada aula, providenciando, com antecedência, os materiais necessários à sua realização.• Aprofundar a temática proposta, pesquisando no roteiro, na Palavra de Deus, em outros livros e revistas, ou em sites (vídeos, documentários) que tratem sobre o assunto.• Organizar o ambiente de forma a torná-lo agradável, promovendo a par-ticipação de todos.• Motivar para que todos os alunos se envolvam no tema trabalhado e par-ticipem da proposta de ação.• Montar, ao final de cada reflexão temática, caso seja necessário, um glossário das palavras desconhecidas pelos alunos.

Para início de conversa:

“Há chaves que podem abrir as portas para um fantástico reino, onde todas as possibilidades estão ao nosso alcance”. Essas ‘chaves’ são os ‘poderes secretos’ das virtudes. Afinal, as virtudes não existem à toa, e sua missão é conduzir cada um a patamares cada vez mais saudáveis. O resultado é tremendamente prático e se reflete na escola, na família, na vida.

SAID, Selma. Meu coração perguntou II – o poder secreto das virtudes. Petrópolis. Vozes, 4ª edição. 2010.

“As Virtudes se formam com a prática dos atos” - Aristóteles._____________

O que é virtude? De acordo com o Dicionário online da Língua Portuguesa – Aurélio, o conceito de virtude é: a disposição constante do espírito que nos induz a exercer o bem e evitar o mal.

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1º Encontro: O Senhor nos escolhe e nos mostra o caminho!

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Virtudes CristãsFÉ, TEMPERANÇA E CARIDADE

Propostas de reflexão(6º e 7º Ano)1

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TEMA Nº. 1 | A FÉ

Objetivos:

• Sensibilizar os alunos para que percebam que a virtude da Fé é um dom da gratui-dade de Deus às pessoas;• Levar os alunos à compreensão de que a virtude da fé se realiza no humano, a partir de uma adesão pessoal; • Motivar os alunos para que descubram que a fé é cultivada por meio de gestos de confiança, de testemunho, de amor, de bondade.

Recursos didáticos e ambientação para a aula:

* Cartaz ilustrado com a frase do “pensamento”- (letra a) ou o mesmo registrado no quadro. * Bíblia Sagrada ou xerox da citação bíblica: (Marcos 10, 46b-52).* Apresentação do vídeo: “A história de renovação da águia”. Este material encontra-se disponível em www.youtube.com (até 4:55’). * Cópia impressa da história “Lição de renovação da águia”. Este material encontra-se disponível em: www.helenaribeiro.com/a-historia-de-renovacao-da-aguia.* Três copos transparentes, três envelopes de Sonrisal, uma jarra com água, uma mesa para dispor esses materiais.

a) Pensamento“Fé é o pássaro que sente a luz e canta quando a madrugada é ainda escura” (Tagore).

b) ExplicitaçãoA fé é um dom, uma virtude. Não é comprada, nem conquistada, mas gratuita e libertadora. Não é necessariamente religiosa, mas também antropológica. A fé aju-da o ser humano a encontrar o sentido de sua vida. Crente e ateu possuem fé: o primeiro, em Deus; o segundo, na vida. Ao fim de tudo, todos creem em algo que ultrapassa tudo, que transcende a todas as coisas e que desperta para o amor. A fé é um ato de confiança que leva a uma entrega, uma adesão.

c) FatoImpulsionados pela fé, inúmeros cristãos e pessoas do povo se empenharam contra os desmandos da ditadura militar no Brasil. Frei Tito de Alencar, frade dominicano, é uma das vítimas da ditadura e grande defensor e promotor dos direitos humanos. Sua memória permanece viva.

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d) Citação bíblica“...Bartimeu, o cego, filho de Timeu, estava assentado junto do caminho, mendigan-do. E, ouvindo que era Jesus de Nazaré, começou a clamar e a dizer: Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim. E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele clamava cada vez mais: Filho de Davi! tem misericórdia de mim. E Jesus, parando, disse que o chamassem; e chamaram o cego, dizendo-lhe: Tem bom ânimo; levanta-te, que ele te chama. E ele, lançando de si a sua capa, levantou-se e foi ter com Jesus. E Jesus falando, disse-lhe: Que queres que te faça? E o cego lhe disse: Mestre, que eu tenha vista. E Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. E logo viu e seguiu a Jesus pelo caminho.” (Mc 10, 46b-52).

e) Proposta de ação• Apresentar o pensamento: “Fé é o pássaro que sente a luz e canta quando a madru-gada é ainda escura” (Tagore) e levantar a seguinte pergunta aos alunos: “O que é fé para você?”, em seguida, socializar as respostas, explicitando as ideias descritas no item 1b).• Convidar para que, juntos, leiam o pensamento (exposto no cartaz ilustrado ou no quadro). • Apresentar as perguntas: “Qual é a relação entre a frase e o tema fé?”; “O que há em comum entre a frase e o tema?”.• Apresentar, na sequência, o vídeo ou narração da história “Lição de renovação da águia”. • Perguntar os alunos sobre o que compreenderam da lição: qual o papel do per-sonagem principal; qual ensinamento pode ser valorizado; o que pode ser refletido em relação à fé, etc. • Motivar os alunos para que compreendam que a fé está em uma dimensão in-terior, depende de cada um para que possa acontecer plenamente. Apresentar os exemplos descritos no item 2a) e no 2b). • A fé faz a vida ser diferente, traz transformação.

f) Sugestão de dinâmica• Desenvolver a “Dinâmica do Sonrisal”. • Colocar a mesma quantidade de água nos três copos transparentes. • Primeiro copo: deixar um envelope de Sonrisal na parte externa do copo. • Segundo copo: colocar um envelope fechado dentro do copo com água. • Terceiro copo: abrir um envelope e colocar uma pastilha dentro do copo com água para que possa efervescer. • Motivar os alunos para que observem e relatem o que aconteceu nas três situ-ações e qual é a relação com a fé. • Concluir a dinâmica e a proposta de ação, valorizando a virtude da fé como uma escolha de adesão pessoal. E que, a partir do momento em que há essa adesão –

como mostrado no copo três – a vida de cada pessoa pode ser transformada para melhor. • Ainda que a fé seja do tamanho de um grão de mostarda, devemos acreditar, como fez o cego de Jericó, pois muito pode ser feito em nós e transformado a partir de nós.

g) Aplicação prática

• Ler, novamente, a citação bíblica da aula de hoje (Mc 10, 46-52) e meditar em casa.• Buscar, por meio de oração pessoal, a confiança em Deus nos diversos momentos e situações da vida.• Intensificar na escola e/ou em casa, a partir da prática da amizade, gestos de con-fiança e credibilidade nas pessoas.

TEMA Nº. 2 | A TEMPERANÇA

Objetivos:

• Sensibilizar os alunos para que percebam que a temperança é uma virtude que leva à liberdade, ao crescimento e à maturidade. • Levar os alunos à compreensão de que a temperança respeita a dignidade hu-mana.• Motivar os alunos para que descubram que a temperança ensina o autocontrole, para a prática da autêntica convivência em sociedade.

Recursos didáticos e ambientação para a aula:

* Temperos caseiros de várias espécies (como sal, orégano, canela, alho, urucum, entre outros).* Bíblia Sagrada.* Cartaz ilustrado com o pensamento do item 1a) ou o mesmo registrado no quadro. * Folhas de cartolina ou papel colorset. * Cópia do texto “Sou a temperança”.

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a) PensamentoA temperança modera a sedução dos prazeres, garante o domínio da vontade sobre os instintos e dá capacidade de equilíbrio no uso dos bens criados (Compêndio do Catecismo da Igreja Católica - 383).

b) ExplicitaçãoA temperança é uma virtude, é o equilíbrio em todas as coisas. Isso significa que é capaz de tornar virtuoso o ser humano, ou seja, tornando-o livre para crescer, de-senvolver-se e amadurecer-se. A virtude da temperança é o freio da nossa alma. Ela nos ensina a usar as coisas na hora certa, no tempo certo, na quantidade adequada. Ela nos ensina que certos atos são reservados a certas situações.

Em um mundo marcado pelo desequilíbrio e pelo hedonismo1 , a temperança en-sina o autocontrole, a sensatez e a tranquilidade de espírito, essenciais à convivên-cia em sociedade, tendo em vista a felicidade pessoal e coletiva e um mundo mais humano e saudável.

c) FatoNo encontro de um jovem com um senhor de quase noventa e três anos, o jovem disse: Como você está velho! Ao que o senhor respondeu: Capriche que você che-ga lá! Com certeza, a melhor idade se constrói agora, na juventude que sabe viver e viver bem, com temperança e moderação. A beleza, a jovialidade, a pujança da fase jovem se conservará até o fim, se ela for levada como presente a ser cuidado e nunca como presente a ser abusado. Como chegar aos noventa e três anos, se não fossem colocados limites, entusiasmo, valor à vida, amor incondicional ao próximo, dedicação e serviço pelo bem comum de todos, principalmente aos mais necessi-tados. Como chegar a jovialidade dos noventa e três anos se não fossem colocados amor à própria vida, equilibrando trabalho pastoral, com vida de oração! Como che-gar à lucidez dos noventa e três anos. se não fosse a amizade solidária da família e de milhares de amigos que souberam estender a mão nas horas mais difíceis?

Dom Anuar Batisti. Disponivel em: <http://www.cnbb.org.br/articulistas/dom-anuar-battisti/2537-temper-anca-e-moderacao>. Acesso em 30 set. 2014.

d) Citação bíblica“Não te deixes levar por tuas paixões e refreia os teus desejos” (Eclo 18,30).

1. Hedonismo consiste em uma doutrina moral em que a busca pelo prazer é o único propósito da vida.A palavra hedonismo vem do grego hedonikos, que significa “prazeroso”, já que hedon significa prazer. Como uma filosofia, o hedonismo surgiu na Grécia e teve Epicuro e Aristipo de Cirene como alguns dos nomes mais importantes. Disponível em: <http://www.significados.com.br/hedonismo/>. Acesso em: 30 set. 2014.

e) Proposta de ação• Convidar um aluno para que possa ler para todos o pensamento da aula. • Convidar alguns alunos para que possam experimentar alguns temperos e em se-guida, falar sua percepção sobre os mesmos (que gosto sentiu, se é bom ou não é, etc.). • Apresentar a pequena história “Sou a temperança!” (segue anexa). • Levar aos alunos algumas questões, tais como: “Qual reflexão nos traz essa história?” Para isso associar com a ideia de experimentar temperos diferentes (cada pessoa teve sua percepção sobre aquilo que experimentou; cada um sente diferente; o tempero é o que dá gosto, dá sabor; é o que faz a diferença assim como a temperança). Cada qual com suas características e modo de agir faz com o que sua vida tenha algo de especial e, consequentemente, a vida de quem está ao redor. Para ter sabor e bom sabor é necessário ter um diferencial: para o alimento há o tempero, para cada pessoa há a temperança. • Apresentar o fato e apontar as perguntas: “O que há no comportamento do jovem e do senhor de noventa e três anos que podem ser ressaltados?”; “Em qual compor-tamento podemos observar a virtude da temperança? Por quê?”.• Relacionar as respostas dos alunos com o texto bíblico Eclo 18,30.• Registrar, no quadro ou em papel cartolina (para que todos possam visualizar), palavras que representam sentimentos e atitudes de temperança descritas no fato e no dia a dia dos alunos.• Retomar cada palavra dita pelos alunos e registrá-la para perceber em que mo-mento não houve temperança e quando ela esteve presente.

f) Sugestão de dinâmica• Formar pequenos grupos para que possam registrar como, enquanto alunos, po-dem ser pessoas temperantes e abrir o espaço para apresentações. Em seguida, colocar em um papel especial para que fique fixo na sala de aula. • Concluir, reforçando a reflexão de que: Temperança é uma virtude universal. E, como diz a citação bíblica de Eclo 18,30, a temperança é cada pessoa usar – plenamente – o seu melhor, tanto para si, quanto para os demais ao seu redor. Isso é fruto de uma construção pessoal, de um exercí-cio íntimo do uso da virtude. Além de ter noção do que pode ou não ser feito, sem exageros e prejuízo para si e os outros. Ao final, convidar para que cada um esteja atento para fazer uso da temperança durante uma semana, perceber os resultados conquistados e socializar com os colegas e professores.

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g) Aplicação prática

• Ler, novamente, a citação bíblica da aula de hoje (Eclo 18,30) e meditar em casa.

• Usar com moderação seu tempo livre diante do computador - internet, celular e jogos eletrônicos, dispondo mais tempo para a família, amigos e Deus.

• Usar, com moderação, os bens temporais: sejam comida, bebida, sono, diversão, conforto, etc.

TEXTO ANEXO: SOU A TEMPERANÇA!

A temperança é uma virtude que dá tempero às coisas que você faz. Imagine um molho de macarronada bem feito: deve ter tomates na dose certa, um pouco de sal, talvez uma pitada de açúcar ou orégano... Tem que ter tempero. Tem que ter temperança.

A temperança ensina a não exagerar, ensina a usar tudo na medida certa. Por exemplo, se você estiver usando só uma cor para pintar figuras, experimente mudar e utilizar cores variadas. Por que não ousar mais nas cores? Por que não diversificar os tons, promovendo novas misturas?

Quando você aproveita daqui e dali; quando você deixa acontecer coisas novas em sua vida, está usando a temperança. Isso realmente funciona! Experimente!

É como um filme: se tem só lero-lero, enjoa. Mas, se tem ação, aventura, ro-mance, música bacana e paisagens legais, a gente quer que não acabe nunca. A temperança faz a gente ter vontade de continuar junto e continuar realizando coisas boas.

SAID, Selma. Meu coração perguntou: I - O significado das virtudes. Vol. 1. Vozes, Petrópolis, 2011.

TEMA Nº. 3 | A CARIDADE

a) Objetivos:• Sensibilizar os alunos para que percebam que a caridade é a tradução mais nobre e completa do amor, o qual não é apenas sentimento, mas também é atitude (a atitude de amar). • Sensibilizar os alunos para que compreendam que a caridade é uma virtude uni-

versal, associada ao amor universal. • Motivar os alunos para que compreendam que a virtude da caridade é fruto de um exercício pessoal, no qual o amor por todas as pessoas é cultivado a cada dia. • Fomentar em cada pessoa a prática da caridade, nos pequenos atos de sua vida, como uma prática do seu cotidiano.

Recursos didáticos e ambientação para a aula:

* Cartaz ilustrado com o pensamento (do item 1a) ou o mesmo registrado no quadro. * Bíblia Sagrada ou cópia do texto bíblico (1 Cor 13)a ser utilizado. * Apresentação da música: “Monte Castelo”- Legião Urbana. * Corações de papel vermelho. * Folhas de papel cartolina de cores diferentes. * Uma caixa com tampa. * Bombons, balas ou algo parecido em quantidade suficiente para os participantes da aula.

a) Pensamento

“O amor é a única realidade da pessoa humana que nunca desaparece. Na morte, o ser humano deixa tudo; somente uma coisa permanece para sempre: o amor”. (José Comblin, teólogo belga).

b) ExplicitaçãoMuito se pode falar sobre a caridade (o amor). Infelizmente, é uma palavra banali-zada. O amor não é mero discurso, mas pura ação. Não está ligado à religião, mas pode ser experimentado em seu interior. Transcende a todas as realidades e é capaz de transformar interiormente o ser humano. O amor de atos é a força mais poderosa do mundo, força geradora do encontro com o outro e da revelação da bondade de toda pessoa.

c) FatoCerta vez um jornalista foi visitar a casa onde Madre Teresa de Calcutá cuidava dos doentes, ficou observando a dedicação, cuidado e carinho da irmã com todos. De-pois de algum tempo, ele chegou perto de Madre Teresa, enquanto ela fazia um cu-rativo em um homem muito enfermo e disse: - “Irmã, eu não faria isso por dinheiro nenhum desse mundo.” Ela olhou para ele e falou: - “Eu também não”.

Disponível em: <http://www.cantoraveralucia.com.br/index.php/index.php?option=com_content&view=article&id=232:madre-tereza-de-calcuta&catid=177:mensagens-de-sabedoria&Itemid=183>. Acesso em: 30 de set. 2014. (adaptado).

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d) Citação bíblicaHino ao Amor (cf. 1 Coríntios, cap. 13).

e) Proposta de açãoConvidar dois alunos para que leiam para todos o texto bíblico “Hino ao Amor” (cf. 1 Coríntios, cap. 13) intercalando entre si (texto segue anexo).

• De maneira coletiva, discutir. • Qual é o grande significado do texto.

f) Sugestão de dinâmica • Desenvolver a dinâmica “Presente Secreto”, explorando a ideia de que presentea-mos a quem gostamos muito e, quem possui verdadeiras virtudes, merecem ser presenteadas.

• Apresentar uma caixa com tampa (e dentro poderá conter bombons, balas ou algo que possa ser distribuído a todos ao final da dinâmica) aos alunos e lhes informar que dentro há algo de especial para alguém muito especial: é um presente. Expli-car que, a partir da leitura do texto (que segue anexo), o presente vai passando por várias pessoas, as quais possuem características diferenciadas. Compreender que a caridade/o amor universal são cercados por muitas outras virtudes, outros valores, no entanto, para que os mesmos possam continuar coexistindo, o essencial deve permanecer. Conhecer o texto previamente e escolher um aluno para iniciar a atividade.

g) Continuando a proposta de ação

• Voltar ao fato lido e motivar à reflexão do exemplo concreto do amor-caridade evidente na atitude da Madre Teresa de Calcutá.• Registrar, em corações vermelhos, palavras-chaves que exemplificam a prática da caridade, ou seja, palavras que demonstram como a caridade pode estar presente nas diferentes relações sociais: no ambiente familiar, no local de trabalho, em es-paços de convivência, nos relacionamentos afetivos, etc. Fixar os corações em local visível na sala de aula. • Enquanto produzem os corações, deixar uma música de fundo. Sugestão: “Monte Castelo” (Legião Urbana). • Concluir com a leitura e reflexão do último versículo do texto bíblico: “Assim, per-manecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor”.

h) Aplicação práticaLer, novamente, a citação bíblica da aula de hoje (I Cor. 13) e meditar em casa

Dar mais atenção aos familiares, amigos e demais pessoas com quem convive, mo-tivando-os também a fazer o mesmo.

Oferecer ajuda a algum colega que apresente dificuldade nas tarefas escolares.

ANEXOS

I) Texto Bíblico: 1 Cor 13.

HINO AO AMOR - CARIDADE

1 Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine. 2 Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas, se não tiver amor, nada serei. 3 Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me valerá. 4 O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. 5 Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. 6 O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. 7 Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 8 O amor nunca perece; mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará. 9 Pois em parte conhecemos e em parte profetizamos; 10 quando, porém, vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá. 11 Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino. 12 Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido. 13 Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor.

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II) Dinâmica “Presente Secreto”

1. Você tem muita sorte. Foi premiado com este presente. Somente o amor e não o ódio é capaz de curar o mundo. Observe os amigos em torno e passe o presente que recebeu para quem você acha mais ALEGRE.

Obs.: Ao repassar o presente, a pessoa que recebe deve ouvir o parágrafo 2 e assim por diante:

2. ALEGRIA! ALEGRIA! Hoje é festa, pessoas como você transmitem otimismo e alto astral. Parabéns, com sua alegria passe o presente a quem lhe transmite PAZ.

3. O mundo inteiro clama por paz, e você, gratuitamente, transmite esta tão grande riqueza. Parabéns! Você está fazendo falta às grandes potências do mundo, respon-sáveis por tantos conflitos entre a humanidade. Com muita Paz, passe o presente a quem você considera ser o SOLIDÁRIO.

4. Parabéns! Você prova ser continuador e seguidor dos ensinamentos de CRISTO. Solidariedade é de grande valor. Olhe para os amigos e passe o presente a quem você considera ser o mais OTIMISTA.

5. Otimista é aquele que sabe superar todos os obstáculos com alegria, esperando o melhor da vida e transmite aos outros a certeza de dias melhores. Parabéns por você ser uma pessoa otimista! É bom conviver com você, mas o presente ainda não será seu. Passe-o a quem você considera que tenha FÉ.

6. Fé é o dom que vem de Deus. Feliz de você que tem fé, pois, com ela, você suporta tudo, espera e confia; porque sabe que Deus virá em socorro nas horas difíceis e você poderá ser feliz. Diz o salmo 26 “O Senhor é a minha luz e minha salvação, de quem terei medo?” Se você acredita e espera tanto de Deus, sabe também esperar e ter fé nos homens e na vida e assim será feliz. Mas o presente não é seu, pois você não precisa dele. Passe-o a quem você considera que tem o espírito de LIDERANÇA.

7. Líderes são pessoas que sabem guiar, orientar e dirigir pessoas ou grupos, com capacidade, dinamismo e segurança. Junto de você que é líder sentimos seguros e confiamos em tudo o que você diz e resolve fazer. Confiamos muito em você, que é líder, mas o presente ainda não é seu. Passe-o a quem você acha ser o mais JUSTO.

8. Justiça! Foi o que Cristo mais pediu para o seu povo e, por isso, foi crucificado. Mas não desanime. Ser justo é colaborar com a transformação de nossa sociedade. Passe-o a quem você considera ser o mais CARIDOSO.

9. A caridade é como diz São Paulo aos Coríntios: “ainda que eu falasse a língua dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze, que soa mesmo que conhecesse todos os mistérios, toda a ciência, mesmo que tomasse a fé para transportar mon-tanhas, se não tiver caridade; nada valeria. A caridade é paciente, não busca seus próprios interesses e está sempre pronta a ajudar, a socorrer. Tudo desculpa, tudo crê, tudo suporta, tudo perdoa”. Você que é assim tão perfeito na caridade, merece o presente. Mas já que você é muito caridoso, não vai querer o presente só para você. Abra o presente e distribua-o para todos, desejando-lhes FELICIDADES!

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2Virtudes CristãsFÉ, TEMPERANÇA E CARIDADE

Propostas de reflexão(8º e 9º Ano)

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TEMA Nº. 1 | A FÉ

Objetivos:

• Sensibilizar os alunos para que percebam que a virtude da Fé é um dom da gratui-dade de Deus às pessoas;• Levar os alunos à compreensão de que a virtude da fé se realiza no humano, a partir de uma adesão pessoal; • Motivar os alunos para que descubram que a fé é cultivada por meio de gestos de confiança, de testemunho, de amor, de bondade.

Recursos didáticos e ambientação para a aula:

*Cartaz ilustrado com o pensamento: “Fé é o pássaro que sente a luz e canta quando a madrugada é ainda escura” (Tagore).*Pode também escrever a frase no quadro.*Bíblia Sagrada (ou xerox da citação bíblica: “Se vocês tiverem fé do tamanho de uma semente de mostarda, poderão dizer a esta amoreira: ‘Arranque-se e plante-se no mar’, e ela obedecerá” (Jesus de Nazaré, em Lc 17,6).*Cartaz com a imagem ilustrativa de Frei Tito de Alencar.*Som portátil com CD de música instrumental meditativa.

a) Pensamento

“Fé é o pássaro que sente a luz e canta quando a madrugada é ainda escura” (Tagore).

b) Explicitação

A fé é um dom, uma virtude. Não é comprada nem conquistada, mas gratuita e libertadora. Não é, necessariamente, religiosa, mas também antropológica. A fé ajuda o ser humano a encontrar o sentido de sua vida. Crente e ateu possuem fé: o primeiro, em Deus; o segundo, na vida. Ao fim de tudo, todos creem em algo que ultrapassa, que transcende todas as coisas e que desperta para o amor. A fé é um ato de confiança que leva a uma entrega, uma adesão.

c) Fato

Impulsionados pela fé, inúmeros cristãos e pessoas do povo se empenharam contra os desmandos da ditadura militar no Brasil. Frei Tito de Alencar, frade dominicano,

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é uma das vítimas da ditadura, grande defensor e promotor dos direitos humanos. Sua memória permanece viva.

d) Citação bíblica

“...Bartimeu, o cego, filho de Timeu, estava assentado junto do caminho, mendigan-do. E, ouvindo que era Jesus de Nazaré, começou a clamar e a dizer: Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim. E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele clamava cada vez mais: Filho de Davi! tem misericórdia de mim. E Jesus, paran-do, disse que o chamassem; e chamaram o cego, dizendo-lhe: Tem bom ânimo; levanta-te, que ele te chama. E ele, lançando de si a sua capa, levantou-se, e foi ter com Jesus. E Jesus, falando, disse-lhe: Que queres que te faça? E o cego lhe disse: Mestre, que eu tenha vista. E Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. E logo viu, e seguiu a Jesus pelo caminho.” (Mc 10, 46b-52).

e) Proposta de ação

• Apresentar o pensamento: “Fé é o pássaro que sente a luz e canta quando a madru-gada é ainda escura” (Tagore), motivar aos alunos à participação e reflexão, pedindo para que opinem sobre a frase. Em seguida, socializar as respostas.• Na sequência, o professor apresenta a explicitação do tema (confere letra “b”).• Ampliar a reflexão, apresentando a história de vida do Frei Tito de Alencar (o pro-fessor deverá pesquisar com antecedência sobre sua biografia). Ilustrar o momento com o cartaz da imagem do Frei Tito.• Concluir, enfatizando que a fé faz a vida ser diferente, propicia a transformação.

f) Sugestão de dinâmica

Sugestão 1:

“Que tipo de fé eu tenho?”

• Preparar os seguintes materiais: um copo de água, um envelope de remédio efer-vescente, uma vela, fósforo, um recipiente de vidro com tampa, uma jarra de vidro transparente e um corante de alimento azul (ou de outra cor).• Durante a demonstração a ser realizada diante da turma:• Solicitar aos alunos que observem a demonstração. Colocar, em um copo com água, UM ENVELOPE FECHADO do remédio efervescente.• Colocar, no recipiente de vidro, uma vela acesa. Colocá-la dentro do recipiente, fechando-o, em seguida. Observando o que vai acontecer com a vela acesa num espaço fechado. Possivelmente, a vela há de se apagar, devido à falta de oxigênio.

• Posicionar a jarra de vidro para que todos possam vê-la. Aos poucos, acrescentar gotas do corante à água, observando-a até que fique colorida.

Conversar com os alunos:

• O que a experiência do remédio efervescente fechado no envelope dentro da água nos ensina em relação à fé? Comparando a fé a um valioso remédio disponível à humanidade, o que acontece se o ser humano mostrar-se indiferente ou “fechado” ao cultivo dela?• No segundo caso, o da vela: por que a vela apagou? À luz da fé, o que a vela pode significar? Inspiração? Sentido para a vida? Amor? Bondade? Luz para o caminho? O que será oportuno fazer para que essa “vela” jamais venha a se apagar ou terminar sufocada?• No caso da jarra com o corante, sugere-se perguntar: o que a água e o corante estariam simbolizando? Seria a água o contexto da vida? E o corante representaria os ensinamentos, a fé, a experiência religiosa, os valores que qualificam a vida de cada pessoa em sociedade?• Concluir a reflexão com um momento de interiorização (com música instrumental) a respeito de como está a vivência da fé de cada um, que atitudes têm se transfor-mado em algum comprometimento social.

Sugestão 2:

Pensando um pouco:

Escrever as perguntas no quadro e solicitar aos alunos que as anotem no livro:

• De que maneira eu vivencio a minha fé?• Se acredito em Deus, no Transcendente, como deveria tratar as pessoas?• De que forma manifesto a minha crença em Deus?Respondidas às perguntas, sugere-se promover um momento de socialização e, em seguida, realizar as considerações finais de conclusão, com as propostas das apli-cações práticas.

PARA GUARDAR NO CORAÇÃO, VALE LEMBRAR QUE:A concepção de fé incide, diretamente, na vida cotidiana das pessoas, seja no ama-durecimento individual, seja no exercício da cidadania.

CONCLUSÃO: Encerrar a aula com a meditação da citação bíblica (Lc 17,6) e a con-clusão, síntese pessoal do tema da aula, apresentada pelo professor.

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g) Aplicação prática

• Ler, novamente, a citação bíblica da aula de hoje (Mc 10, 46-52) e meditar em casa.

• Buscar, através de oração pessoal, a confiança em Deus nos diversos momentos e situações.

• Intensificar na escola e/ou em casa, a partir da prática da amizade, gestos de con-fiança e credibilidade nas pessoas.

TEMA Nº. 2 | A TEMPERANÇA

Objetivos:

• Sensibilizar os alunos para que percebam que a temperança é uma virtude que leva à liberdade, ao crescimento, ao desenvolvimento e à maturidade. • Levar os alunos à compreensão de que a temperança respeita à dignidade humana.• Motivar os alunos para que descubram que a temperança ensina o autocontrole, para a prática da autêntica convivência em sociedade. a) Pensamento

Recursos didáticos e ambientação para a aula:

* Temperos caseiros de várias espécies (por exemplo: sal, orégano, coentro, pimen-ta-do-reino, açafrão, etc.). * Bíblia Sagrada (ou xerox da citação bíblica: “Não te deixes levar por tuas paixões e refreia os teus desejos” (Eclo 18,30).* Revistas diversas para recorte (dê preferência as que tenham ilustrações: de mo-das, gastronômicas, religiosas e destas novas tecnologias – celulares, smartphones, tevês de plasma, etc.).

a) Pensamento

A temperança modera a sedução dos prazeres, garante o domínio da vontade sobre os instintos e dá capacidade de equilíbrio no uso dos bens criados (Compêndio do Catecismo da Igreja Católica - q.383).

b) Explicitação

A temperança é uma virtude, é o equilíbrio em todas as coisas. Isso significa que é capaz de tornar virtuoso o ser humano, ou seja, tornando-o livre para crescer, de-senvolver-se e amadurecer-se. A virtude da Temperança é o freio da nossa alma. Ela nos ensina a usar as coisas na hora certa, no tempo certo, na quantidade adequada. Ela nos ensina que certos atos são reservados para certas situações.

Em um mundo marcado pelo desequilíbrio e pelo hedonismo2 , a temperança en-sina o autocontrole, a sensatez e a tranquilidade de espírito, essenciais à convivên-cia em sociedade, tendo em vista a felicidade pessoal e coletiva e um mundo mais humano e saudável.

c) Fato

No encontro de um jovem com um senhor de quase noventa e três anos, o jovem disse: Como você está velho! Ao que o senhor respondeu: Capriche que você che-ga lá! Com certeza, a melhor idade se constrói agora, na juventude que sabe viver e viver bem, com temperança e moderação. A beleza, a jovialidade, a pujança da fase jovem se conservará até o fim, se ela for levada como presente a ser cuidado e nunca como presente a ser abusado. Como chegar aos noventa e três anos, se não fossem colocados limites, entusiasmo, valor à vida, amor incondicional ao próximo, dedicação e serviço pelo bem comum de todos, principalmente aos mais necessi-tados. Como chegar a jovialidade dos noventa e três anos se não fossem colocados amor à própria vida, equilibrando trabalho pastoral, com vida de oração! Como che-gar à lucidez dos noventa e três anos se não fosse a amizade solidária da família e de milhares de amigos que souberam estender a mão nas horas mais difíceis?

Dom Anuar Batisti. Disponivel em: <http://www.cnbb.org.br/articulistas/dom-anuar-battisti/2537-temper-anca-e-moderacao>. Acesso em 30 set. 2014.

b) Citação bíblica

“Não te deixes levar por tuas paixões e refreia os teus desejos” (Eclo 18,30).

c) Proposta de ação

• Formar na turma, pequenos grupos, e lhes pedir que façam recortes de ilustrações

2. Hedonismo consiste em uma doutrina moral em que a busca pelo prazer é o único propósito da vida.A palavra hedonismo vem do grego hedonikos, que significa “prazeroso”, já que hedon significa prazer. Como uma filosofia, o hedonismo surgiu na Grécia e teve Epicuro e Aristipo de Cirene como alguns dos nomes mais importantes. Disponível em: <http://www.significados.com.br/hedonismo/>. Acesso em: 30 set. 2014.

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daquilo que para eles são na atualidade, os maiores desejos humanos de consumo e de difícil controle de não aquisição. Por exemplo, roupas, sapatos, acessórios, guloseimas, novas tecnologias – celulares, smartphones, tevês plasma de última geração. Dar tempo suficiente para essa atividade.

• Em seguida, socializar atividade. Cada grupo deverá apresentar seus recortes, explicando a todos o porquê da escolha e comentando sobre o que pensam sobre o assunto. (promover, nesse momento de socialização, uma reflexão crítica sobre a questão de vivermos num mundo marcado pelo desequilíbrio e pelo hedonismo).

• Trabalhar o significado da palavra hedonismo. O professor deve pesquisar, com antecedência, a origem, significado e utilização do termo.

• O professor deverá também ampliar a reflexão, desenvolvendo com os alunos as ideias do ponto 1 – VER (pensamento e explicitação).

d) Sugestão de dinâmica

Iniciar a aula, propondo um desafio (uma charada) aos alunos: “O que é o que é? Sou uma virtude? Você me encontra até na cozinha. Dou sabor na dose certa. Assim, há equilíbrio na medida mais esperta. Quem sou?”

Motivar a efetiva participação dos alunos em resposta à charada. Registrar, no quadro, todas as respostas e, em seguida, apresentar os vários tipos de temperos caseiros: sal, orégano, coentro, pimenta-do-reino, açafrão, etc. Fazer uma associação dos temperos (Para que servem? Qual a medida exata? Há uma dose certa?) com a virtude da temperança. Apresentar contraponto: qual a influência da virtude da temperança em relação aos desequilíbrios humanos e pelo pensamento do hedon-ismo na sociedade atual?

O professor amplia a reflexão com o ponto 1 – VER (pensamento e explicitação). Poderá também utilizar as seguintes ideias-chaves:

• A temperança é uma virtude que dá tempero às coisas que você faz. • Imagine um molho de macarronada bem feito: deve ter tomates na dose certa, um pouco de sal, talvez uma pitada de açúcar ou orégano... tem que ter tempero. Tem que ter temperança.• A temperança ensina a não exagerar. • Quando você aproveita um pouquinho daqui e dali; quando você deixa acontecer coisas novas em sua vida, está usando a temperança. Isso realmente funciona!• É como um filme: se tem só lero-lero, enjoa. Mas se tem ação, aventura, romance,

música bacana e paisagens legais, a gente quer que não acabe nunca.

• A temperança faz a gente ter vontade de continuar junto.

• Em grupo, para os alunos responderem no caderno. Com as perguntas abaixo para os alunos responderem individualmente.

1.Você acredita que valor da temperança pode lhe permitir conquistas sadias e de boa qualidade para sua vida escolar e social? Justifique sua resposta.2. O valor da temperança ajuda os jovens a participar de ações de cidadania? Como?3. Sugira para os grupos, algumas pistas para a aplicação da virtude da temperança em situações difíceis da vida.4. De quê maneira o estudo das virtudes transmitem ideias que favorecem a apli-cação de valores no dia a dia para solucionar inúmeros conflitos e problemas?

PARA GUARDAR NO CORAÇÃO, VALE LEMBRAR QUE:

A virtude da temperança ajuda manter o equilíbrio dos nossos desejos pessoais e sociais.

CONCLUSÃO: Encerrar a aula meditando sobre a citação bíblica (Eclo 18,30) e a con-clusão, síntese do tema da aula, apresentada pelo professor.

e) Aplicação prática

• Ler, novamente, a citação bíblica da aula de hoje (Eclo 18,30) e meditar em casa. • Usar com moderação seu tempo livre diante do computador - internet, celular e jogos eletrônicos, dispondo mais tempo para a família, os amigos e Deus.• Usar, com moderação, os bens temporais: sejam comida, bebida, sono, diversão, conforto, etc.

TEMA Nº. 3 | A CARIDADE

Objetivos:

• Sensibilizar os alunos para que percebam que a caridade é a tradução mais nobre e completa do amor, o qual não é apenas sentimento, mas também é atitude (a atitude de amar). • Sensibilizar os alunos para que compreendam que a caridade é uma virtude uni-versal, associada ao amor universal. • Motivar os alunos para que compreendam que a virtude da caridade é fruto de um

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exercício pessoal, e qual o amor por todas as pessoas é cultivado a cada dia. • Fomentar em cada pessoa a prática da caridade, nos pequenos atos de sua vida, como uma prática do seu cotidiano.

Recursos didáticos e ambientação para a aula:

* Cartaz ilustrado com o pensamento (letra a) ou o mesmo registrado no quadro. * Bíblia Sagrada ou cópia do texto bíblico a ser utilizado. * Corações de papel vermelho. * Folhas de papel cartolina de cores diferentes. * Uma caixa com tampa. * Bombons, balas ou algo parecido em quantidade suficiente para os participantes da aula. *Música “Monte Castelo” – Legião Urbana.

a) Pensamento

“O amor é a única realidade da pessoa humana que nunca desaparece. Na morte, o ser humano deixa tudo; somente uma coisa permanece para sempre: o amor”. (José Comblin, teólogo belga).

b) Explicitação

Muito se pode falar sobre a caridade (o amor). Infelizmente, é uma palavra banali-zada. O amor não é mero discurso, mas pura ação. Não está ligado à religião, mas pode ser experimentado em seu interior. Transcende todas as realidades e é capaz de transformar interiormente o ser humano. O amor de atos é a força mais poderosa do mundo, força geradora do encontro com o outro e da revelação da bondade de toda pessoa.

c) Fato

Certa vez um jornalista foi visitar a casa onde Madre Teresa de Calcutá cuidava dos doentes, ficou observando a dedicação, cuidado e carinho da irmã para com todos, depois de algum tempo, ele chegou perto de Madre Teresa, enquanto ela fazia um curativo em um homem muito enfermo e disse: - “Irmã, eu não faria isso por din-heiro nenhum desse mundo.” Ela olhou para ele e falou: - “Eu também não”.

Disponível em: <http://www.cantoraveralucia.com.br/index.php/index.php?option=com_content&view=article&id=232:ma

dre-tereza-de-calcuta&catid=177:mensagens-de-sabedoria&Itemid=183>. Acesso em: 30 de set. 2014. (adaptado).

d) Citação bíblica

Hino ao Amor (cf. 1 Coríntios, cap. 13).

e) Proposta de ação:

Convidar dois alunos para que leiam, para todos, o texto bíblico “Hino ao Amor” (cf. 1 Coríntios, cap. 13) intercalando entre si (texto segue anexo).

• De maneira coletiva, perceber qual é o grande significado do texto.

f) Sugestão de dinâmica

• Desenvolver a dinâmica “Presente Secreto”, explorando a ideia de que presentea-mos a quem gostamos muito e, quem possui verdadeiras virtudes, merecem ser presenteadas. • Apresentar uma caixa com tampa (e dentro poderá conter bombons, balas ou algo que possa ser distribuído a todos ao final da dinâmica) aos alunos e informar que dentro há algo de especial para alguém muito especial: é um presente. Expli-car que, a partir da leitura do texto (que segue anexo), o presente vai passando por várias pessoas, as quais possuem características diferenciadas. Compreender que a caridade/o amor universal são cercados por muitas outras virtudes, outros valores, no entanto, para que os mesmos possam continuar coexistindo, o essencial deve permanecer. Conhecer o texto previamente e escolher um aluno para iniciar a atividade.

g) Continuando a proposta de ação:

• Voltar ao fato lido e motivar à reflexão do exemplo concreto do amor-caridade evidente na atitude da Madre Teresa de Calcutá.• Registrar, em corações vermelhos, palavras-chaves que exemplificam a prática da caridade, ou seja, palavras que demonstram como a caridade pode estar presente nas diferentes relações sociais: no ambiente familiar, no local de trabalho, em es-paços de convivência, nos relacionamentos afetivos, etc. Fixar os corações em local visível na sala de aula. • Enquanto produzem os corações, deixar uma música de fundo. Sugestão: “Monte Castelo” (Legião Urbana). • Concluir com a leitura e reflexão do último versículo do texto bíblico: “Assim, per-manecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor”.

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h) Aplicação prática

• Ler novamente e meditar em casa, a citação bíblica da aula de hoje. (Cor. 13).• Dar mais atenção aos familiares, amigos e demais pessoas com quem convive, motivando-os também a fazer o mesmo.• Oferecer ajuda a algum colega que apresente dificuldade nas tarefas escolares.

ANEXOS

I) Texto Bíblico: 1 Cor 13.

HINO AO AMOR - CARIDADE

1 Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine. 2 Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas, se não tiver amor, nada serei. 3 Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me valerá. 4 O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. 5 Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. 6 O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. 7 Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 8 O amor nunca perece; mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o con-hecimento passará. 9 Pois em parte conhecemos e em parte profetizamos; 10 quando, porém, vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá. 11 Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino. 12 Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido. 13 Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor.

II) Dinâmica “Presente Secreto”

1. Você tem muita sorte. Foi premiado com este presente. Somente o amor e não o ódio é capaz de curar o mundo. Observe os amigos em torno e passe o presente que recebeu para quem você acha mais ALEGRE.

Obs.: Ao repassar o presente, a pessoa que recebe deve ouvir o parágrafo 2, e assim por diante:

2. ALEGRIA! ALEGRIA!

Hoje é festa, pessoas como você transmitem otimismo e alto astral. Parabéns, com sua alegria passe o presente a quem lhe transmite PAZ.

3. O mundo inteiro clama por paz e você, gratuitamente, transmite essa tão grande riqueza. Parabéns! Você está fazendo falta às grandes potências do mundo, respon-sáveis por tantos conflitos entre a humanidade. Com muita Paz, passe o presente a quem acha mais SOLIDÁRIO.

4. Parabéns! Você prova ser continuador e seguidor dos ensinamentos de CRISTO. Solidariedade é de grande valor. Olhe para os amigos e passe o presente a quem você considera mais OTIMISTA.

5. Otimista é aquele que sabe superar todos os obstáculos com alegria, esperando o melhor da vida e transmite aos outros a certeza de dias melhores. Parabéns por você ser uma pessoa otimista! É bom conviver com você, mas o presente ainda não será seu. Passe-o a quem você considera que tem FÉ.

6. Fé é o dom que vem de Deus. Feliz de você que tem fé, pois com ela você suporta tudo, espera e confia porque sabe que Deus virá em socorro nas horas difíceis e poderá ser feliz. Diz o salmo 26 “O Senhor é a minha luz e minha salvação, de quem terei medo?” Se você acredita e espera tanto de Deus, sabe também esperar e ter fé nos homens e na vida e assim será feliz. Mas o presente não é seu, pois você não precisa dele. Passe-o a quem você acha que tem o espírito de LIDERANÇA.

7. Líderes são pessoas que sabem guiar, orientar e dirigir pessoas ou grupos, com capacidade, dinamismo e segurança. Junto de você que é líder sentimos seguros e confiamos em tudo o que você diz e resolve fazer. Confiamos muito em você, que é líder, mas o presente ainda não é seu. Passe-o a quem você acha ser o mais JUSTO.

8. Justiça! Foi o que Cristo mais pediu para o seu povo e por isso foi crucificado.

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Mas não desanime. Ser justo é colaborar com a transformação de nossa sociedade. Passe-o a quem você considera ser o mais CARIDOSO.

9. A caridade é como diz São Paulo aos Coríntios: “ainda que eu falasse a língua dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze, que soa mesmo que conhecesse todos os mistérios, toda a ciência, mesmo que tomasse a fé para transportar mon-tanhas, se não tiver caridade de nada valeria. A caridade é paciente, não busca seus próprios interesses e está sempre pronta a ajudar, a socorrer. Tudo desculpa, tudo crê, tudo suporta, tudo perdoa”. Você que é assim tão perfeito na caridade, merece o presente. Mas já que você é muito caridoso, não vai querer o presente só para você. Abra e distribua com todos, desejando-lhes FELICIDADES!

3Virtudes Humanas

COMPANHEIRISMORESPEITONÃO DISCRIMINAÇÃOSER PACÍFICOTOLERÂNCIA

Dicas, sugestões e dinâmicas (6º ao 9º Ano)

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Virtudes Humanas: companheirismo, respeito, não discriminação, respeito, ser pacífico, tolerância

Dicas, sugestões e dinâmicas

(6º ao 9º Ano)

TEMA Nº. 4 | COMPANHEIRISMO

a) Pensamento“É impossível ser feliz sozinho” (Tom Jobim, cantor e compositor).

b) ExplicitaçãoO ser humano não nasce para viver sozinho. Não há saúde mental, física e espiritual no isolamento. Somos seres de relações, de companheirismo. Crescemos na abertu-ra e no encontro com o outro. O companheirismo implica a presença e a atenção ao outro. Este nos provoca e requer nosso cuidado. Companheirismo exige fidelidade e presença, humildade e perseverança; enfim, exige ser para o outro.

c)Fato Quando eu estava no primeiro ano colegial, comecei a estudar numa escola nova e não conhecia ninguém por lá. No primeiro dia de aula, a maioria dos alunos falava apenas com as pessoas já conhecidas e me deixaram de fora de suas conversas. Eu voltei para casa chorando, porque eu estava sozinha. Mamãe me perguntou qual teria sido o pior momento naquele dia e eu disse que foi na hora do almoço, sentada sozinha na cantina.

Ela disse: “você, certamente, não é a única pessoa solitária naquela escola. Há outros que estão sozinhos. Amanhã eu quero que você na cantina olhe ao redor para ver se você encontra outras crianças comendo sozinhas. Eu quero que você vá até uma delas e pergunte se você pode se juntar a ela”.

Bem, no dia seguinte, na cantina, eu olhei em volta e perguntei à primeira pessoa que eu vi que estava sentada sozinha, se podia sentar ao lado dela. A jovem ficou muito feliz. Eu compartilhei minha história com a garota e, no dia seguinte, encon-tramos-nos para almoçar e convidamos outras crianças para se juntar a nós. Elas estavam até então sozinhas e também não conheciam ninguém. Isso foi um fato muito interessante para mim. As lições que aprendi com essa experiência ficaram comigo toda a minha vida. Aprendi que eu não estou sozinha, exceto quando eu

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quero estar. A maioria das pessoas são como você e eu. E se você quer ter um amigo, seja para o outro um amigo.Disponível em: <http://mileumlivros.wordpress.com/moral-da-historia/>. Acesso em: 30 set.2014. (adap-

tado).

d) Citação bíblica“Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu Senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai” (Jesus de Nazaré, dirigindo-se a seus companheiros, em Jo 15, 15).

e)Proposta de ação A partir da proposta do roteiro, contar a fábula “Os dois amigos e o urso” e associar a virtude do companheirismo à verdadeira amizade.

Texto: “Os dois amigos e o urso”. Disponível em: <www.sitededicas.ne10.uol.com.br/fabula_os_dois_viajantes.htm>. Acesso em: 30 set. 2014. Dois homens viajavam juntos através de uma densa floresta, quando, de repente, sem que nenhum deles esperasse, à frente deles, um enorme urso surgiu do meio da vegetação. Um dos viajantes, de olho em sua própria segurança, não pensou duas vezes, correu e subiu numa árvore. Ao outro, incapaz de enfrentar aquela enorme fera sozinho, restou deitar-se no chão e permanecer imóvel, fingindo-se de morto. Ele já escutara que um Urso, e outros animais, não tocam em corpos de mortos.Isso pareceu ser verdadeiro, pois o Urso se aproximou dele, cheirou sua cabeça de cima para baixo, e então, aparentemente satisfeito e convencido que ele estava de fato morto, foi embora tranquilamente. O homem que estava em cima árvore então desceu. Curioso com a cena que viu lá de cima, ele perguntou: “Me pareceu que o Urso estava sussurrando alguma coisa em seu ouvido. Ele lhe disse algo?”

“De fato, Ele disse sim!” respondeu o outro, “Disse que não é nada sábio e sensato de minha parte, andar na companhia de um amigo, que no primeiro momento de aflição, me deixa na mão!”.

Moral da História 1: a crise é o melhor momento para revelar quem são os verda-deiros amigos.

Moral da História 2: uma verdadeira boa ação não ocorre em momentos de fartura, mas de crise.

f) Sugestão de dinâmica

Dinâmica: BALASDisponível em: www.portaleducacao.com.br/administracao/artigos/50415/dinamicas-em-grupo-balas>

Deixe em cima de cada mesa uma bala embrulhada em papel. Fale para o grupo que cada um pode comer a sua bala desde que não a abra com as mãos. Deixe-os tentar e diga: Vocês não podem abrir a bala com as SUAS mãos. Sugira que a busquem a ajuda do outro que está ao seu lado para abrir a bala.

g) Aplicação prática

• Ler, novamente, a citação bíblica do tema de hoje (Jo 15,15) e meditar em casa. • Buscar estar mais próximo das pessoas da família - pais, irmãos (ãs), colegas, etc. -, mostrando-se presente e disponíveis em todas as horas.• Cultivar o companheirismo e o amor pelos colegas em sala de aula.

TEMA Nº. 5 | RESPEITO

a) Pensamento“O sonho da igualdade só cresce no terreno do respeito pelas diferenças” (Augusto Cury, escritor).

b) ExplicitaçãoRespeitar significa reconhecer o valor do outro, e este valor se encerra na diversi-dade das diferenças. O espírito de superioridade, assim como toda forma de pre-potência e arrogância, provoca desrespeito. Torna-se caótica e, portanto, insupor-tável, a convivência humana na qual se ausenta o respeito. A autoaceitação também ajuda na compreensão do outro e no, consequente, respeito mútuo.

c) FatoHistória que ensina o valor do respeito pelo próximoO Santo e o Mendigo

Francisco de Assis era muito respeitado em sua querida cidade. Contam que uma vez quando ele estava andando pelos arredores da cidade, repentinamente um mendigo que cruzava seu caminho se curvou diante dele para lhe mostrar respeito. Francisco, em resposta ao mendigo, curvou-se ainda mais para ele e deu-lhe ainda algum dinheiro.

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Quando Francisco seguiu adiante, um de seus acompanhantes perguntou-lhe cu-rioso: “Francisco, você é um grande homem, respeitado por todos. Por que você se curvou diante do mendigo?”.

Então Francisco disse: “Esse mendigo era pobre e analfabeto. Apesar deste fato, ele me saudou com toda educação e cuidado, mostrando respeitar as pessoas. Eu sou muito mais educado do que ele, então eu deveria mostrar a ele muito mais respeito. E foi exatamente o que eu fiz.

Disponível em: <http://mileumlivros.wordpress.com/historias-que-ensinam-valores-7/>. Acesso em: 30

set.2014.

d) Citação bíblica“Tratem a todos com o devido respeito: amem os irmãos, temam a Deus e honrem o rei. (1 Pedro 2, 17).

e) Proposta de açãoA partir da proposta do roteiro, seguem abaixo algumas sugestões para desenvolv-er a temática do Respeito.

f) Sugestão de dinâmica

Sugestão 1:

Propor aos alunos buscar alternativas que podem ser usadas diariamente no exercí-cio do respeito. Para isso, sugere-se dividir os alunos em grupos.

Sortear para cada grupo uma situação com a qual deverão elaborar uma “cena dramatizada” que demonstre atitudes de respeito. Sugere-se para as “cenas drama-tizadas”: situação em escola, situação em família, situação com vizinhos, situação com irmão(ã), situação com colegas, situação com pessoas desconhecidas no ôni-bus, situação com pessoas desconhecidas no parque ou cinema.

Refletir com os alunos sobre os aspectos mais expressivos de cada “cena dramati-zada” presente na dinâmica das relações.

Sugestão 2:

Cartaz Ilustrativo: o professor deve providenciar, com antecedência, algumas revis-tas para recortes.

Cada dupla construirá um cartaz ilustrativo sobre a virtude do Respeito. O cartaz deverá trazer gêneros textuais diversos tais como poemas, anúncios, propagandas, mensagens, frases de caminhão, textos informativos, regras, caricaturas, desenhos, colagens, quadrinhos, ilustrações, a maior quantidade e qualidade de textos verbais e não-verbais que os alunos conseguirem coletar sobre o tema proposto. Depois, o professor solicita a socialização da dinâmica e apresentação do cartaz aos demais grupos.

g) Aplicação prática

Ler novamente e meditar em casa, a citação bíblica da aula de hoje. (Rm 12,16).

Manter o respeito em casa com os pais, e também com as pessoas idosas nos de-mais espaços de convivência.

Respeitar a todos com quem convive diariamente ou esporadicamente. Lembre-se: é preciso dar-se o respeito, para só assim o recebê-lo.

TEMA Nº. 6 | NÃO DISCRIMINAÇÃO

a) Pensamento “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dota-dos de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade”. (Artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos).

b) Explicitação

Não discriminar é atitude de quem está consciente da necessidade de uma con-vivência harmoniosa entre pessoas e culturas diferentes. É um gesto de grandeza e maturidade. Desse modo, a discriminação de pessoas por qualquer motivo (sexo, cor, religião, condição social etc.) é oriunda da ignorância e da falta de visão crítica da realidade. Ligada a não aceitação das diferenças, pois a discriminação é extre-mamente nociva e criminosa.

c) Fato

Vicente* é portador de necessidades especiais que afeta a sua capacidade de raci-

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ocínio, pensamento, memória, aprendizagem e linguagem. Apesar das inúmeras dificuldades, foi bem aceito numa escola da rede estadual na Região do Barreiro, em Belo Horizonte. Como qualidades, ele trazia a gentileza, a amizade, o carinho e o gesto de sempre querer ajudar em algo na escola. O que mais chamava atenção era o zelo e o cuidado com o qual seus colegas de sala (na verdade toda a escola) tinham por ele.

No dia da sua formatura, quando a diretora da escola o chamou para homenageá-lo, todos de pé, unânimes aplaudiram e gritavam alegres: “É o Vicente, Uh! Uh!”.A diretora falou: “Muito obrigado Vicente pela oportunidade que nos destes de poder aprender com você. Hoje você sai da escola, mas continue sendo essa pes-soa especial que nos cativou, transformou, fazendo de nós pessoas mais humanas!”.Vicente*: Codinome do aluno. (Autor: Diácono Deivy Wederson)

d) Citação bíblica

“Glória, honra e paz para todo aquele que pratica o bem, primeiro para o judeu, mas também para o grego, pois Deus não faz acepção de pessoas” (Paulo, apóstolo, em Rm 2, 10 – 11).

e) Proposta de açãoA partir da proposta do roteiro, seguem abaixo algumas sugestões de como desen-volver a temática da não discriminação.

f) Sugestão de dinâmica

DINÂMICA PARA TRABALHAR PRECONCEITO E EXCLUSÃOPARTICIPANTES: até 10 pessoas ou mais TEMPO: 40’MATERIAL: Etiquetas autocolantes com frases como: OBJETIVO: Trabalhar temas como: Preconceito, Exclusão Social, “Buillying” (atitudes de chacota, piadinhas e agressões entre os indivíduos, principalmente observada nas escolas e nas relações de trabalho), Reforçar a Autoestima, Percepção de Padrões Energéticos Pessoais.DESCRIÇÃO: O facilitador explica ao grupo que farão uma atividade em que serão coladas etiquetas na testa de cada um e que ninguém pode ver o que está escrito em sua testa, nem poderá falar o que está escrito na testa dos outros.

PROCESSO:

1- Colocar as etiquetas na testa de cada um. Reforçando que não poderão saber o

SOU CRIATIVO: OUÇA-MESOU INFERIOR: IGNORE-MESOU PREPOTENTE - TENHA MEDOSOU SURDO(A) – GRITESOU PODEROSO(A) – RESPEITE-MESOU ENGRAÇADO(A) – RIASOU SÁBIO(A) – ADMIRE-MESOU ANTIPÁTICO(A) – EVITE-MESOU TÍMIDO(A) – AJUDE-MESOU MENTIROSO(A): DESCONFIESOU MUITO PODEROSO(A): BAJULE-MEAPERTE MINHA MÃO

ABRACE-MEISOLE-MEPISQUE PARA MIMCONVIDE-ME PARA DANÇARAFASTE-SE DE MIMIGNORE-MESEGURE MINHA MÃODIGA-ME OLÁFAÇA-ME UM ELOGIODESEJE-ME PARABÉNSFAÇA-ME UM CARINHOCONVIDE-ME PARA SENTAR

que está escrito e que nem um participante pode contar ao outro o que está escrito.2- Após todos estarem devidamente “rotulados”, pedir para que andem pela sala e interajam uns com os outros de acordo com o que está escrito na testa de cada um. Isto é, comportando-se de acordo com o que está escrito na testa de cada um dos participantes.3- Deixar que interajam por volta de 5 minutos.4- O facilitador deve observar, atentamente, as reações e o clima gerado durante o exercício para que tenha subsídios para fomentar a discussão posterior.5- Após esse período, cessar a atividade e pedir para que sentem. Mas, não tirem a etiqueta. Vale a norma de não saber o que estava escrito em sua testa nem comen-tar o que está escrito na testa dos outros participantes.

6- Perguntar a cada participante, individualmente:

.Que sentimentos tiveram durante a atividade? Sentiu-se bem? Pressionado? Deslo-cado? Confortável?.Como os outros participantes reagiram com você? Como se sentiu em relação a eles?.O que acha que está escrito em sua testa?.Pedir para que tire sua etiqueta da testa e leia o que está escrito..Era isso que esperava que estaria escrito? A atitude que tiveram com você foi justa? Agora que sabe o que estava escrito, seu sentimento em relação a como lhe trata-ram mudou?

7- Ao término de todos os depoimentos, perguntar:- O que podem extrair dessa experiência?

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- O que acarreta esse tipo de situação: Preconceitos? O hábito que temos de Rotu-lar as pessoas? A própria pessoa não ter autoconfiança e autoestima e irradiar essa energia para os outros?- O que ocorreu durante a atividade, pode acontecer em nosso dia a dia?- As pessoas que foram discriminadas, como se sentiram? O que poderiam fazer para não se sentirem assim?- As pessoas que se sentiram desconfortáveis. O que poderiam fazer para se sentirem melhor?

O professor precisa se preparar para discutir os conceitos de:

• O que são preconceitos, por que ocorrem. O que podemos fazer a respeito da discriminação?

• O que é um rótulo? Por que tendemos a rotular as pessoas? O que isso acarreta nas relações pessoais/sociais.

• Como nossas energias e pensamentos podem influenciar a nós mesmos e as reações dos outros?

Esta dinâmica é uma releitura da Dinâmica - Patinho Feio (ANTUNES, Celso. Jogos para estimulação das múltiplas inteligências. 3ª edição, Petrópolis, Vozes, 1999) e da Dinâmica - Rótulos de autoria não identi-ficada.

Lilian Bendilattiwww.dinamicaspassoapasso.blogspot.com

g) Aplicação prática

• Ler novamente e meditar em casa, a citação bíblica da aula de hoje. (Ef 4,2).• Buscar aceitar as diferenças, entender que nem todas as pessoas são como eu gos-taria que fossem. Não posso mudá-las, mas posso mudar a minha visão em relação a elas. Descobrir pelo menos uma qualidade no outro, pois é o primeiro passo para transformar a rejeição em aceitação.• Para de sempre reclamar e achar algo que nos desagrada nas coisas e nas pessoas.Cultivar o diálogo e convivência na família e na escola, eliminando formas de intolerância fundadas na religião ou na convicção dos outros. É necessário propor-cionarmos a liberdade de expressão na humanidade.

TEMA Nº. 7 | SER PACÍFICOa) Pensamento“A paz é um bem que supera qualquer barreira, porque é um bem de toda a hu-manidade”. - Papa Francisco.

b) ExplicitaçãoSer pacífico é um desafio, vivendo em uma sociedade marcada por estímulos e ali-ciamentos que instigam a violência. A realidade tem mostrado que somente a luta por justiça social consegue promover a paz. Neste sentido, ser pacífico é procurar ser justo consigo mesmo e com os outros, renunciando, assim, à omissão e à co-vardia.

c) Fato

A Paz Perfeita

Havia um rei que ofereceu um grande prêmio ao artista que fosse capaz de captar numa pintura a paz perfeita. Foram muitos os artistas que tentaram. O rei observou e admirou todas as pinturas, mas houve apenas duas de que ele real-mente gostou e teve que escolher entre ambas. A primeira era um lago muito tranquilo... um espelho perfeito onde se refletiam plácidas montanhas que o ro-deavam. Sobre elas, encontrava-se um céu muito azul com tênues nuvens brancas. Todos os que olharam para esta pintura pensaram que ela refletia a paz perfeita. A segunda pintura também tinha montanhas... mas estas eram escabrosas e estavam despidas de vegetação. Sobre elas havia um céu tempestuoso do qual se precipitava um forte aguaceiro com faíscas e trovões... tudo isto se revelava nada pacífico. Mas quando o rei observou atentamente reparou que atrás da cascata havia um arbusto crescendo de uma fenda na rocha. Neste arbusto encontrava-se um ninho. Ali, no meio do ruído da violenta camada de água, estava um passarinho placidamente sentado no seu ninho. Paz Perfeita! Qual pensas que foi a pintura ganhadora? O rei escolheu a segunda... mas por quê? O rei explicou: “Paz não significa estar num lugar sem ruídos, sem problemas, sem trabalho árduo ou sem dor. Paz significa que, apesar de se estar no meio de tudo isso, permaneçamos calmos no nosso coração. Este é o verdadeiro significado de Paz.” (Autor Desconhecido)

d) Citação bíblica“Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Jesus de Nazaré, no Sermão da montanha, em Mt 5, 9).

e) Proposta de açãoA partir da proposta do roteiro, seguem abaixo algumas sugestões de como desen-volver o tema da virtude do ser pacífico.

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f) Dinamizando

Sugestão de dinâmica 1 | Pensando e anotando

• Colocar uma música instrumental, própria para a reflexão.• Distribuir aos alunos uma tira de papel.•Pedir que pensem e escrevam aquilo que impede a promoção da paz no mundo e na sua vida pessoal.• Depois pedir para que cada um leia em voz alta o que escreveu e, em seguida, como gesto penitencial pedir para que rasguem a tira de papel.• Na sequência, entregar 01 folha de papel cartão ou A4, para que agora cada aluno escreva um cartão com mensagens desejando a paz. • Pedir, então, que cada aluno entregue o cartão que confeccionou ao seu colega do lado. De forma que todos recebam um cartão. • Encerrar com a Oração pela Paz.Fazer gestos cada vez que na história aparecer as seguintes palavras:

Oração Ecumênica da Paz | (CF - 2005/CNBB)

Ó Senhor, Deus da vida, que cuidas de toda criação, dá-nos a paz! Que a nossa segurança não venha das armas, mas do respeito. Que a nossa força não seja a

violência, mas o amor. Que a nossa riqueza não seja o dinheiro, mas a partilha. Que o nosso caminho não seja a ambição, mas a justiça.Que a nossa vitória não seja a

vingança, mas o perdão.Desarmados e confiantes, queremos defender a dignidade de toda criação, partilhando, hoje e sempre, o pão da solidariedade e da paz.

Por Jesus Cristo teu Filho divino, nosso irmão, que, feito vítima da nossa violência, ainda do alto da cruz, deu a todos o teu perdão.

Amém!

Sugestão de dinâmica 2

- Durante a leitura do texto, quando aparecer as palavras abaixo, cada um deverá fazer gestos conforme está indicado

PAZ: APERTO DE MÃOAMOR: UM ABRAÇOGARRA: TROCA DE LUGARSORRISO: GARGALHADABEM VINDOS: PALMAS

Texto: O garotinho chamado AMOR

Era uma vez um garotinho chamado AMOR. O AMOR sonhava sempre com a PAZ.Certo dia, descobriu que a vida só teria sentido quando ele descobrisse a PAZ e foi, justamente nesse dia, que o AMOR saiu a procura da PAZ.

Chegando ao colégio onde ele estudava, encontrou os seus amigos que tinham um SORRISO nos lábios e foi, nesse momento, que o AMOR passou a perceber que o SORRISO dos amigos, transmitia a PAZ. Pois percebeu que a PAZ existe no interior de cada um de nós, e para isso basta dar um SORRISO.

E nesse instante, interferindo os pensamentos do garotinho AMOR, a turma gritou bem forte:

- AMOR, AMOR, você encontrou a PAZ que procurava?O AMOR respondeu-lhes com muita garra: sim! Sim! Encontrei. Vocês querem saber?Tragam a PAZ, um SORRISO bem bonito e sejam BEM – VINDOS!

Como aplicar:

1- escrever antecipadamente um cartaz com as palavras destacadas e os gestos a serem feitos e colocá-lo em lugar visível;

2- explicar aos participantes que estarão naquele momento fazendo um quebra-gelo e que devem seguir os gestos de acordo com a história que será contada. Então cada vez que uma das palavras for citada, o gesto deve ser feito por todos (chamamos de quebra-gelo este tipo de dinâmica, pois como é aplicada no início da reunião, as pessoas “derrubam as barreiras” através dos gestos e da descontração).

3- Começar a leitura do texto ( que pode ser adaptado de acordo com a realidade

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do grupo a ser trabalhado)Disponível em: <http://dilmaalves.blogspot.com.br/2008/09/dinmica-de-grupo-o-garotinho-chamado.

html>. Acesso em: 24 set. 2014.

g) Aplicação prática

• Ler, novamente, a citação bíblica da aula de hoje. (Mt 5,5) e meditar em casa.• Distribuir, na escola, diversas mensagens ou folhetos meditativos sobre a paz, aos colegas, professores e funcionários.• Buscar reconciliar-se com alguma pessoa (familiar ou na escola) com quem não esteja conversando. Caso não se encontre nessa situação, ajudar alguém que esteja. Perdoar os erros ou falhas dos amigos, ser mais apaziguador na família.

TEMA Nº. 8 | TOLERÂNCIA

a)Pensamento“A primeira lei da natureza é a tolerância, já que temos todos uma porção de erros e de fraquezas” (Voltaire, filósofo francês).

b)ExplicitaçãoTolerar não é mera aceitação do outro, mas compreensão de seu lugar e papel no mundo. É reconhecer o direito que este outro tem de se manifestar a seu modo e segundo suas preferências. Desse modo, a tolerância passa pelo reconhecimento da liberdade de manifestação do outro, que é, essencialmente, diferente. Sendo assim, a tolerância tem relação com a capacidade humana de aceitar o diferente, ainda que não o compreenda totalmente; tem a ver com a virtude de admitir que a verdade não está, necessariamente, do nosso lado, que não somos sempre os cor-retos; ou que as nossas opções não são sempre as mais válidas.

c)FatoO Bicho-preguiça e o Lobo-guará

Em certo tempo, havia em uma floresta um Lobo-guará que odiava o Bicho-preguiça, só porque ele era bem diferente dos outros.Certo dia, o Lobo-guará reuniu toda a bicharada para fazer uma reunião contra o Bicho-preguiça. Assim, reunindo todos os bichos eles disseram que o preguiça, de-veria ser expulso da floresta. Eles diziam:- O Bicho-preguiça é cinza – disse um deles.- Mas todos os Bichos-preguiça são cinza – disse o outro.- Mas o tom deste é diferente. Todos os Bichos-preguiça têm que ser do mesmo tom

de cinza – diziam os outros.Neste dia, ninguém chegou a uma conclusão. Com isso, o Bicho-preguiça estava ficando muito triste a cada dia que passava. Ele não tinha culpa se o tom do seu pêlo era diferente dos outros. Ele era muito legal, mas ninguém lhe dava uma chance para ele mostrar suas qualidades.Até que um dia, começou a chover muito. Todos os bichos correram para suas casas. As casas de alguns caíram e a casa do Bicho-preguiça ficou em pé. Por discrimin-arem o Bicho-preguiça alguns não pediram abrigo a ele. Muitos bichos acabaram morrendo afogados, mas outros pediram ao Bicho-preguiça que lhes deixassem en-trar. Os que entraram na casa, começaram a conversar com ele e acabaram desco-brindo que não era a diferença que fazia a personalidade, mas sim, a personalidade que fazia a diferença.

Disponível em: <http://atuacaoiepic.blogspot.com.br/p/o-cristo-redentor-tambem-faz.html>. Acesso em:

30 set. 2014. (adaptado).

d) Citação bíblica “Com toda humildade e mansidão, e com paciência, suportai-vos uns aos outros no amor, solícitos em guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz” (Paulo, apóstolo, em Ef 4, 2).

e) Proposta de açãoA partir da proposta do roteiro, seguem abaixo algumas sugestões de como desen-volver a temática da tolerância.

f) Sugestão de dinâmica

O telefone-sem-fio

• Organizar os alunos sentados em círculo.• Escolher uma mensagem para ser repassada aos alunos. Sugere-se a pergunta: Conviver com o outro exige tolerância, ou a convivência acontece quando há res-peito?• O professor deverá explicar aos alunos que transmitirá uma mensagem no ouvido de quem está sentado à sua direita. Este deverá repassá-la para o colega que está sentado à sua direita e assim sucessivamente.• O último aluno que receber a mensagem deverá dizê-la em voz alta para que seja comparada com a mensagem inicial.• O professor poderá explorar nessa dinâmica os seguintes aspectos:• A mensagem inicial e a final são as mesmas/ provavelmente as mensagens serão diferentes. Se isso acontecer, perguntar:

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• O que aconteceu para que a mensagem correta não tenha chegado ao último aluno a ouvi-la.• Será que cada um ouviu até o final? Será que alguns acharam que já conheciam a mensagem e a repassaram segundo a sua compreensão? Será que houve preocu-pação de todos em repassar a mensagem correta ou se achou que era uma brinca-deira e, por esse motivo, poderia repassar qualquer coisa?• Existe gravidade em repassarmos qualquer coisa aos outros, aquilo que apenas achamos, mas que nem sempre é o real?• Você acha que há relação entre essa brincadeira com situações de violência, brigas, desentendimento? Por quê? Como evitar?

Vale lembrar que: conviver com o outro é saber ouvir, acolher, dialogar! Conviver com o outro é saber compreender as suas expressões e identificar que precisamos uns dos outros para aprender, crescer e ser felizes!

g) Aplicação prática

• Ler, novamente, a citação bíblica da aula de hoje (Ef 4,2) e meditar em casa, a citação bíblica da aula de hoje. (Ef 4,2).• Buscar aceitar as diferenças, entender que nem todas as pessoas são como eu gos-taria que fossem. Não posso mudá-las, mas posso mudar a minha visão em relação a elas.• Descobrir, pelo menos, uma qualidade no outro, pois é o primeiro passo para transformar a rejeição em aceitação.• Para de sempre reclamar e achar algo que nos desagrada nas coisas e nas pessoas.• Cultivar o diálogo e a convivência na família e na escola, eliminando formas de intolerância fundadas na religião ou na convicção dos outros. É necessário propor-cionarmos a liberdade de expressão na humanidade.

Oração da Campanha da Fraternidade 1998 Tema: Fraternidade e Educação | Lema: A Serviço da Vida e da Esperança

Pai de todos nós, fonte de Vida e Sabedoria, pelo Divino Espírito Santo, acendei em nós o fogo do Vosso amor, para que possamos crescer em ciência e santidade.

Livrai-nos da influência de uma cultura superficial, violenta, sem ética, sem sentido. Ajudai-nos a organizar, nesta Campanha da Fraternidade, um grande mutirão a serviço da vida e da esperança, conscientes de que a educação é urgência nacional e que, sem ela, a sociedade não pode mudar.

Dai-nos a graça de sermos protagonistas da civilização do amor, a caminho do ter-ceiro milênio, trabalhando pela construção do País, plenos de solidariedade e sadia convivência.

Maria, Mãe e Educadora do Mestre Jesus, rogai por nós, para que possamos cantar com a humanidade inteira: o Senhor fez em nós maravilhas, glorificado seja Seu nome. Amém.

Venha, povo de Deus, celebrar Nosso encontro de felicidade. É Jesus, nosso Mestre e Senhor, Que nos chama a viver na unidade.

Ó Senhor, nós chegamos felizes A verdade queremos ouvir. Tua palavra é luz que ilumina Os caminhos que vamos seguir.

Venha, povo de Deus, celebrar Nosso encontro de felicidade. É Jesus, nosso Mestre e Senhor, Que nos chama a viver na unidade.

Educar para a vida a pessoa Deve ser compromisso cristão. Ó Senhor, que a justiça e o amor Sejam meta da educação

Venha, povo de Deus, celebrar Nosso encontro de felicidade. É Jesus, nosso Mestre e Senhor, Que nos chama a viver na unidade.

Nova aurora de vida e esperança Nos buscamos aqui, ó Senhor. Cidadãos, com direitos iguais, Pura imagem de Deus, Criador.

Venha, povo de Deus, celebrar Nosso encontro de felicidade. É Jesus, nosso Mestre e Senhor, Que nos chama a viver na unidade.

Os valores do reino, um dia, Nós possamos alegres viver. A Família, a Escola, a Igreja, Sejam forças que os façam crescer.

Venha, povo de Deus, celebrar Nosso encontro de felicidade. É Jesus, nosso Mestre e Senhor, Que nos chama a viver na unidade.

Venha, povo de Deus, celebrar Nosso encontro de felicidade. É Jesus, nosso Mestre e Senhor, Que nos chama a viver na unidade.

Hino da Campanha da Fraternidade de 1998 Venha, Povo de Deus, celebrar

Anexo

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Roteiro de refl exão das virtudes cristãs e humanas aplicadas na educação formal

Elaboração: Direção Geral Religiosa do Colégio Santa Maria

Colaboradores: Comissão Arquidiocesana das Escolas Católicas – CAEC

e Comissão Arquidiocesana para Educação Pública – CAEP

Revisão Ortográfi ca: Vânia Auxiliadora M. Rodrigues

Programação visual e diagramação:Assessoria de Comunicação e Marketing

da Arquidiocese de Belo Horizonte.

EXPEDIENTE

www.arquidiocesebh.org.br

/ Arquidiocese.de.BH /arquidiocesebh /arquidiocesebh

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www.arquidiocesebh.org.br

CAEP Comissão Arquidiocesana para Educação Pública