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Ano XXVI - Nº 111 - jaz-fev 2013 CBG - Carta Mensal 111 - Jan-Fev 2013 • 01 No empenho de informar antecipadamente seu calendário de atividades durante o ano, o Colégio surgere - e incentiva - a anotação da agenda que aqui se apresenta, ensejando que o Quadro Associativo possa programar-se para uma participação efetiva. março – 16, sábado - manhã No Mês da Mulher, palestras sobre mulheres em destaque na História e na Genealogia brasileiras. Com lanche de confraternização. abril – 20, sábado – 14 às 16 horas Visita à Ilha Fiscal, local do último baile do Império maio – 18, sábado Visitação à Hospedaria do Imigrante, na Ilha das Flores, município de São Gonçalo – RJ e Fortaleza Santa Cruz - Niterói. Com transporte. junho 11 - 3ª.feira, 17 h Posse solene do Titular Fernando Ielpo Jannuzzi Junior na Cadeira nº 25. julho 20, sábado - manhã Centro da cidade do Rio de Janeiro: visita guiada à Igr. N. Sra. de Montserrat do Mosteiro de São Bento e Igr. N.Sra. da Candelária, com o prof. Milton Teixeira. agosto, 30 – sexta-feira, 17h Entrega do ”Prêmio Colégio Brasileiro de Genealogia 2013”, relativo ao triênio 2010-2012. setembro – 21, sábado – dia todo Passeio cultural a Niterói – RJ, com o prof. Milton Teixeira. Roteiro informado mais próximo da data. novembro – 23, sábado – manhã Atividade de congraçamento pelo término das atividades CBG 2013. Palestras e brunch. Edvaldo Machado Boaventura foi eleito Sócio Emérito do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro – IHGB, a 12 de dezembro. Lançando livros: Clotilde Tavares - “Formosa és: memórias do internato”, sobre o tempo que passou no colégio interno, para onde foi aos 8 anos. Em Natal-RN, no dia 13 de dezembro; Miridan Britto Falci – “A sinhazinha emancipada”, em co-autoria com Hildete Pereira de Melo. No Rio de Janeiro, Livraria Timbre, Shopping da Gávea, também em 13 de dezembro; Luiz Alberto Moniz Bandeira – “Brasil-Estados Unidos: La rivalidad emergente - 1950-1988”, pelas Ediciones Corregidor, de Buenos Aires, Argentina; Paulo Roberto Gavião – “Gavião, um voo de muitos séculos – origem, evolução e história”, edição do autor, revista e ampliada; Maria-João Nogueira Ferrão Vieira Craigie - "As Famílias Soares Brandão e Costa d'Antas de Paredes de Coura no Alto Minho em Portugal e no Brasil” . Em Lisboa, Portugal, Livraria Ferin, em 14 de fevereiro. Pedidos: [email protected] ou www.guardamor.com/livro.php?id=1635 ASSOCIADOS SÃO NOTÍCIA AGENDA DE ATIVIDADES CBG 2013

Edvaldo Machado Boaventura Clotilde Tavares Luiz Alberto Moniz Bandeira · 2018. 6. 26. · • Luiz Alberto Moniz Bandeira – “Brasil-Estados Unidos: La rivalidad emergente -

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Ano XXVI - Nº 111 - jaz-fev 2013

CBG - Carta Mensal 111 - Jan-Fev 2013 • 01

No empenho de informar antecipadamente seu calendário de atividades durante o ano, o Colégio surgere - e incentiva - a anotação da agenda que aqui se apresenta, ensejando que o Quadro Associativo possa programar-se para uma participação efetiva.

• março – 16, sábado - manhã

No Mês da Mulher, palestras sobre mulheres em destaque na História e na Genealogia brasileiras. Com lanche de confraternização.

• abril – 20, sábado – 14 às 16 horas

Visita à Ilha Fiscal, local do último baile do Império

• maio – 18, sábado

Visitação à Hospedaria do Imigrante, na Ilha das Flores, município de São Gonçalo – RJ e Fortaleza Santa Cruz - Niterói. Com transporte.

• junho 11 - 3ª.feira, 17 h

Posse solene do Titular Fernando Ielpo Jannuzzi Junior na Cadeira nº 25.

• julho 20, sábado - manhã

Centro da cidade do Rio de Janeiro: visita guiada à Igr. N. Sra. de Montserrat do Mosteiro de São Bento e Igr. N.Sra. da Candelária, com o prof. Milton Teixeira.

• agosto, 30 – sexta-feira, 17h

Entrega do ”Prêmio Colégio Brasileiro de Genealogia 2013”, relativo ao triênio 2010-2012.

• setembro – 21, sábado – dia todo

Passeio cultural a Niterói – RJ, com o prof. Milton Teixeira. Roteiro informado mais próximo da data.

• novembro – 23, sábado – manhã

Atividade de congraçamento pelo término das atividades CBG 2013. Palestras e brunch.

• Edvaldo Machado Boaventura foi eleito Sócio Emérito do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro – IHGB, a 12 de dezembro.

Lançando livros:

• Clotilde Tavares - “Formosa és: memórias do internato”, sobre o tempo que passou no colégio interno, para onde foi aos 8 anos. Em Natal-RN, no dia 13 de dezembro;

• Miridan Britto Falci – “A sinhazinha emancipada”, em co-autoria com Hildete Pereira de Melo. No Rio de Janeiro, Livraria Timbre, Shopping da Gávea, também em 13 de dezembro;

• Luiz Alberto Moniz Bandeira – “Brasil-Estados Unidos: La rivalidad emergente - 1950-1988”, pelas Ediciones Corregidor, de Buenos Aires, Argentina;

• Paulo Roberto Gavião – “Gavião, um voo de muitos séculos – origem, evolução e história”, edição do autor, revista e ampliada;

• Maria-João Nogueira Ferrão Vieira Craigie - "As Famílias Soares Brandão e Costa d'Antas de Paredes de Coura no Alto Minho em Portugal e no Brasil” . Em Lisboa, Portugal, Livraria Ferin, em 14 de fevereiro. Pedidos: [email protected] ou www.guardamor.com/livro.php?id=1635

ASSOCIADOS SÃO NOTÍCIA

AGENDA DE ATIVIDADES CBG 2013

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02 • CBG - Carta Mensal 111 - Jan-Fev 2013

• Novos associados - O Colégio saúda e dá as boas vindas aos novos associados Correspondentes: Paulo Gabriel Falcão Silva Tavares – Portugal; Sebastian González Alvarenga – Argentina; Alejandro Fernando Guardiola Cerveró; Ángel Sanchez y García e Leandro Toledano Toledano - Espanha.

• Aos Sócios Colaboradores e Correspondentes brasileiros residentes no Exterior – o CBG aguarda o envio de biografia e foto, conforme já solicitado em diversos Comunicados pela Internet. Vários confrades já atenderam e podemos conhecê-los melhor na página do Colégio, na seção Quadro Social. Vamos aderir? Consulte suas mensagens recebidas e veja as condições para o envio.

• Prêmio Colégio Brasileiro de Genealogia 2013 – já lançado o Edital para o certame de premiação da obra genealógica de destaque no triênio 2010-2012. Informem-se e divulguem, pois podem concorrer associados não somente do CBG, mas de outras instituições genealógicas.

• Biblioteca - Informamos aos novos associados - e recordamos aos antigos - que o Estatuto CBG traz em seu Art. 12 - item b a obrigação do associado em "doar à biblioteca um exemplar das publicações de sua autoria nas áreas de interesse do Colégio". Em razão disto, e do exíguo espaço para guarda, só temos como adicionar a nosso acervo obras eminentemente genealógicas ou que tenham, em seu conteúdo, pelo menos uma boa parte que trate de genealogia, nossa precípua razão de existência.

Agradecemos o envio das obras abaixo relacionadas, que muito vêm enriquecer nossa Biblioteca.

- Abreviaturas paleográficas portuguesas, de E. Borges Nunes- Abreviaturas - Manuscritos dos séculos XVI a XIX, de Maria Helena Ochi Flexor - Ambos em fac-simile, doação de Paulo Roberto Gavião.

- Os Primeiros Hammes de São Lourenço (Rio Grande do Sul) e seus descendentes, de Edilberto Luiz Hammes, doação do autorO ponto de partida é a vinda ao Brasil do alemão Johann Philipp Hammes (1845-1907) em 1872, e sua trajetória posterior em Boa Vista, interior de São Lourenço do Sul.

- Depois que atravessaram o mar: família Castro e grupos afins (1568-1750-2011) volumes 1, 2 e 3, de Jorge Ricardo Almeida Fonseca, doação do autor.Amplo e fundamentado registro do sobrenome Castro na Bahia, e seus ramos Castro Guimarães, Ribeiro de Castro, Silva Castro (Castro Alves), Nunes de Castro, Dias de Castro, Pereira de Castro, Fernandes de Castro, Soares de Castro e Castro Leal.

- Casa do Outeiro e Barões do Valado, em Tarouquela e Espadanedo, de Miguel Pinto de Resende, doação do autor.Os Moreiras de Tarouquela, especialmente os da Quinta do Outeiro, que se estendem no correr das gerações para o Marco de Canaveses e para o Porto.

- Tópicos de Genealogia Capixaba, de Paulo Stuck Moraes, doação do autor.Seis textos sobre genealogia capixaba, a saber: A Genealogia através do tempo, Descendência de Vasco Fernandes Coutinho, Sucessão dos donatários do Espírito Santo, Famílias portuguesas radicadas no Espírito Santo, Família Antunes de Siqueira e Nobreza Capixaba, além de uma bibliografia genealógica capixaba, para auxílio às pesquisas.

- Francisco José de Miranda Duarte - percursos de um magistrado setecentista – de José Filipe Menéndez, doação do autor.Ao tratar do Dr. Francisco José de Miranda Duarte, o livro continua o amplo trabalho do autor sobre a ascendência dos Bernardes de Miranda e sua possível ligação aos Mirandas Henriques, com subsídios para a genealogia daqueles e dos Sousa Prego.

- Gavião: um voo de muitos séculos - origem, evolução e história, de Paulo Roberto Gavião, doação do autor.Registro da história desse sobrenome, que se inicia em Beja com Gonçalo Martins, de alcunha Gavião. Aborda, em Portugal: Gavião (da Ilha da Madeira), Mellim Gavião e Fuzeiro Gavião. No Brasil: Moura Gavião, Gavião Peixoto, Costa Gavião, Arruda Gavião, Pires Gavião, Benjoino Gavião/Gavião Beijoino, Alves Gavião, Lellis Gavião e outros ramos.

- Os Castelo Branco d'aqui - de Deusdedit Pinto Ribeiro de Campos, doação do autor.Genealogia do Capitão Agostinho José de Abreu Castelo Branco e do Dr. Jorge de Abreu Castelo Branco, no Centro Oeste de Minas Gerais. Traz a origem genealógica das famílias mineiras: Alvares da Silva, Mello Franco, Pinto Ribeiro, Pinto da Fonseca, Valladares Pinto, Dalle Mascarenhas, Fontainha, Sigaud e algumas outras.

- Velhos troncos de Cabaceiras e o povoamento do Vale do Taperoá - de Antonio Pereira de Almeida, doação de Adauto Ramos.Registro genealógico dos primitivos povoadores do Vale do Taperoá, na Paraíba, identificados como os Faria de Castro, Bairros Leira, Costa Ramos, Correia de Queiroz, Correia, Pereira Barros, Pereira de Castro, Tavares de Lyra.

NOTÍCIAS DO CBG

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CBG - Carta Mensal 111 - Jan-Fev 2013 • 03

Rodrigo Octavio Langgaard de Menezes, da Academia Brasileira de Letras, associado ao CBG em 1952, filho do baiano Rodrigo Octavio de Oliveira Menezes e da paulista Luiza Henriqueta Langgaard, fez de seu prenome nascer um novo apelido/sobrenome, ao registrar suas filhas como Sylvia Rodrigo Octávio e Vera Rodrigo Octavio.

Para descontrair, houve também uma “trívia”, série de perguntas sobre o Colégio, ao mesmo tempo testando a intimidade dos associados com a página online, valendo prêmio em livros.A confraternização deu-se por toda a duração do evento, mas notadamente na hora do intervalo para o café e no almoço alegre e descontraído no terraço do prédio, com aquela vista privilegiada que é melhor para os olhos que o mais poderoso dos colírios...

O intervalo do café em grande estilo Cunha Bueno (SP), Eliane, Bogaciovas (SP),Regina Cascão e Barata

• Encerramento das atividades 2012 - No dia 24 de novembro, sábado, o Colégio ofereceu aos associados uma manhã de palestras e confraternização. Na Sala Cephas, mais uma vez disponibilizada pelo grande parceiro IHGB, os associados tiveram oportunidade de ouvir três confrades palestrantes, que muito bem prenderam a atenção de associados, familiares e convidados:

Victorino Chermont – Genealogia e Identidade Fernando Jannuzzi – A presença dos italianos em Valença-RJ

Marcelo Bogaciovas - A genealogia paulista em xeque: o desfazimento de mitos.

Os participantes, atentos e compenetrados

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04 • CBG - Carta Mensal 111 - Jan-Fev 2013

OUTRAS NOTÍCIAS

• UNESCO confere a documentos do Arquivo Público Mineiro o título de'Patrimônio Cultural da Humanidade’

Texto base: Arquivo Público MineiroColaboração: Stanley Savoretti de Souza

A Organização das Nações Unidas (Unesco), concedeu ao acervo do 'Fundo Câmara Municipal de Ouro Preto', SOB A GUARDA DO Arquivo Público Mineiro, órgão vinculado à Secretaria de Estado de Cultura (Minas Gerais) o título de Patrimônio Cultural da Humanidade.

Integram o acervo documentos datados dos séculos XVIII e XIX, aproximadamente 100 mil páginas, que remontam à organização administrativa de Ouro Preto, antiga Capital de Minas Gerais. Esse período, especificamente, foi muito importante para a construção da história de Ouro Preto - que já tem sua titulação de patrimônio cultural reconhecida nacionalmente - de Minas Gerais e Brasil, pois remete à época do ciclo do ouro. Entre eles, por exemplo, o decreto imperial, de março de 1823, no qual a antiga Vila Rica foi elevada à categoria de cidade.

Todos os documentos desse Fundo encontram-se no APM desde a fundação, em 1896. Dada a sua relevância, vem sendo disponibilizados, também, em plataforma virtual - Sistema Integrado de Acesso ao Arquivo Público Mineiro - SIA-APM (siaapm.cultura.mg.gov.br).

As Câmaras Municipais eram as organizações administrativas e executivas das cidades e tinham atribuições como: manutenção da ordem, divulgação das deliberações da Coroa, mediação entre a população local e o poder metropolitano, arrematação dos contratos, fiscalização da transmissão de herança, abertura de inquéritos e prisões, cobrança de impostos, controle de foros e cadeias, demarcação de terras, aferição de pesos e medidas e fiscalização de vendas, açougues e matadouros.

Também tinham papel de cunho assistencial tais como: criação de enjeitados e contratação do cirurgião, responsável pelo controle da propagação de doenças e pela expedição de cartas de ofício de parteiras.

O acervo de documentos do 'Fundo Câmara Municipal de Ouro Preto' é formado por inúmeros itens, não só de interesse meramente histórico, mas também genealógico: livros de receita e despesas; contratos, arrematações, lançamentos e arrecadações de impostos; eleições da Guarda Nacional e do Governo Provisório; registros de patentes, de provisões, de cartas de usança e de sesmarias; subsídios voluntários e literários; atas de eleições; registros de inventários e escrituras; matrícula de expostos; criação de enjeitados; auto de lançamento e derrama; termos de querelas e devassas; lançamentos de bilhetes e prêmios de loterias; vereações e acórdãos da Câmara; listas de almotaçarias; ofícios e despachos da Câmara; licença para lojas; livros de tombo; registros de leis mineiras e da lei orgânica das Câmaras Municipais; livros de receita e despesa do ouro em pó de diversas localidades da Província; petições; donativos para a construção de quarteis; correspondências com autoridades; cartas e ordens régias; registros e aferições de pesos e medidas; cartas de aforamentos e termos de fiança.

• Pesquisa no Family Search

Informamos que os registros paroquiais brasileiros, digitalizados e disponíveis na página Family Search, foran reclassificados sob outra nomenclatura. Agora podem ser encontrados (no link interno) Brazil, Parish and Diocesan Records. O conteúdo é o mesmo, apenas a nomenclatura mudou.

Alertamos, também, para a existência de registros civis brasileiros, digitalizados, de Mato Grosso e Piauí, fora do grupo abrangente "Registro Civil / Civil Registration" Além de Rio Grande do Sul - Registros Diversos; Rio de Janeiro - cartões de Imigração; São Paulo - registros da hotelaria Imigrantes e São Paulo - registros de sepultamento.

Dos doze fundadores do CBG, tornaram-se, depois, Titulares os que vão a seguir, com os números de suas Cadeiras: Carlos Rheingantz - 3, Gilda von Sothen - 13, Horácio Rodrigues da Costa - 13, Laura Ganns - 11, Marieugênia Cattapreta - 2 e Rui Vieira da Cunha - 1.

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CBG - Carta Mensal 111 - Jan-Fev 2013 • 05

HISTÓRIA DA IMIGRAÇÃO ALEMÃ

Autorizada a publicação pelo autor Ataide Raul Schunckhttp://schunckdobrasil.com.br/historia/imigracao-alema.html

Colaboração de Roberto Heberle

Atraídos por promessas do Império brasileiro, os alemães criaram, à sua maneira, um ambiente propício para se desenvolverem no país. A história da imigração alemã para o Brasil começou em 1822, quando o major Jorge Antonio Schaeffer foi enviado por Dom Pedro I para a corte de Viena e outras cortes germânicas, com o objetivo de reunir colonos para o processo migratório de alemães para o Brasil. Outro motivo era conseguir soldados para o Corpo de Estrangeiros, situado no Rio de Janeiro. “Ao proclamar a independência do Brasil, Dom Pedro I deparou com o problema da falta de defesa do Império no Rio de Janeiro, já que a corte levou para Portugal os soldados que aqui lhe davam sustentação”

Quadro de Ernst Zeuner - desembarque dos primeiros imigrantes alemães em

São Leopoldo-RS. Ano 1824.

(Descreve o historiador Telmo Lauro Müller - Diretor do Museu da Imigração em São Leopoldo RS e um dos grandes conhecedores da história da imigração alemã para o Brasil).

Müller diz que outra preocupação que havia na época era evitar trazer mais escravos ao país, uma vez que o número destes já se igualava ao de não-escravos, podendo representar perigo para o "status quo".

Em seus primeiros anos de trabalho, Schaeffer convocou principalmente soldados e alguns colonos, mas à medida que o Império brasileiro foi se estabilizando, Dom Pedro I preocupou-se em povoar o Rio Grande do Sul com pessoas que soubessem trabalhar com a terra, Shaeffer foi então orientado a se preocupar em trazer mais colonos. Para isso, anunciava aos interessados que no Brasil, receberiam 50 hectares de terra, além de vacas, bois e cavalos, auxílio de um franco por pessoa no primeiro ano e de cinqüenta cêntimos no segundo, isenção de impostos nos primeiros dez anos, liberação do serviço militar, nacionalização imediata e liberdade de culto. Daquilo que foi oferecido, ao menos a primeira promessa superou as expectativas, ao invés de 50 ha, os colonos receberam no início 77 hectares. Já as duas últimas promessas nunca poderiam ser cumpridas, pois contrariavam a Constituição no Império.

Os imigrantes trouxeram uma nova língua, nova cultura, nova economia e uma nova religião, a evangélica luterana. A promessa de liberdade religiosa foi quebrada, mas a Constituição Imperial em seu artigo quinto, dizia que outras religiões seriam toleradas, desde que praticadas em casas que não tivessem aparência de templo, ou seja, não podiam ter cruz, sino ou algo que as caracterizassem como igrejas. Então, não católicos praticavam cultos em galpões.

Das outras promessas, algumas também não foram cumpridas integralmente, mas o que interessava realmente aos colonos era a posse da terra e isso, ao menos eles obtiveram, ainda que ao custo de grandes sacrifícios.

As viagens para o Brasil eram verdadeiras tragédias, quando eram muito boas duravam dois meses. Muita gente viajou três a quatro meses ou até mais, conta-nos Müller. O historiador esclarece que os primeiros imigrantes desembarcaram na Baía da Guanabara no Rio de Janeiro e foram recebidos pelo casal imperial, eis que D. Leopoldina esposa de D.Pedro era uma princesa germânica, filha de Francisco II, último imperador do Sacro Império Romano Germânico, a interferência e origens da Imperatriz foram decisivas e motivaram Dom Pedro I a buscar imigrantes Germânicos.

Pela ordem, a imigração alemã vinda para o Brasil foi a seguinte:

1) 1818 - Nova Friburgo, RJ: colonos suíços do cantão Friburgo, da Suíça alemã na área que denominaram Nova Friburgo, no reinado de D. João VI.

2) 1818 - Ilhéus, BA: 165 famílias alemãs, em Ilhéus, Capitania da Bahia, para cultivar fumo, cacau e cereais.

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06 • CBG - Carta Mensal 111 - Jan-Fev 2013

3) 1819 - São Jorge, BA, cerca de 200 famílias alemãs, instaladas no norte da Capitania da Bahia.

4) Colonos da Fazenda Mandioca, ou seja, 40 famílias alemãs que foram contratadas para trabalhar na Fazenda Mandioca, tendo sido os primeiros colonos "braços livres" a trabalhar numa fazenda, no Brasil.

5) Contratados do major Schaeffer: mercenários trazidos da Alemanha, para formar o "Corpo de Tropas Estrangeiras", no Exército Brasileiro, imediatamente após a proclamação da Independência, através do médico Anton Von Schaeffer, chegado no Brasil em 1821 e nomeado major da Guarda Imperial, pelo imperador D. Pedro I. Formaram dois batalhões de caçadores e dois de granadeiros.

6) Colonos evangélicos (264 colonos trazidos pelo mesmo major Schaeffer, que iriam para o Sul do Brasil, mas foram instalados perto do morro de Queimados, na Serra do Mar).

7) 1824 - São Leopoldo, RS: a segunda expedição de colonos trazida pelo major Schaeffer, em 1824, mandados para o Rio Grande do Sul, tendo sido instalados onde hoje são as cidades de São Leopoldo, Novo Hamburgo e outras.

8)) 1824 - Três Forquilhas, RS: terceira expedição de colonos enviados pelo major Schaeffer, que fundaram a colônia de Três Forquilhas, também no Rio Grande do Sul.

9) 1825 - Torres, RS: provavelmente a última leva que o major Schaeffer trouxe para o Brasil.

10) 1829 - Santo Amaro, SP: Esses, na verdade, foram alojados no meio da selva, naquele momento, por exigência dos fazendeiros escravocratas, que não os queriam próximo dos escravos.

11) 1829: Colonos Itapecerica, alojados onde hoje se situa a cidade do mesmo nome, pelos mesmos motivos acima.

12) 1829: Colonos São Pedro de Alcântara. Eram parte de uma expedição destinada ao Rio Grande do Sul, e fundaram a Colônia São Pedro de Alcântara, em Santa Catarina. Mais tarde, em 1846, para ela foram mandados 300 colonos que estavam no Rio de Janeiro, abandonados.

13) 1829 - Itajaí Grande, SC: segunda expedição chegada em Santa Catarina, também parte de uma expedição mandada ao Rio Grande do Sul, que foi alojada na foz do Rio Itajaí, onde foi fundada a cidade com esse nome.

14) 1835 - Itajaí Pequeno, SC: a terceira a desembarcar em Santa Catarina, tendo se alojado na margem do rio Itajaí Pequeno.

15) 1837: Colonos Justini: 283 colonos, que se revoltaram pelas condições de viagem no veleiro francês "Justini", que se destinava a Sydney, Austrália, e desembarcaram no Rio de Janeiro, tendo sido alojados no Caminho das Cabras, na serra da Estrela, em Petrópolis.

16) 1839: Companhia de Operários, ou seja, 196 artífices e suas famílias, destinados ao Recife, para remodelar a cidade.

17) 1839: Batalhão de Polícia do Pará, ou seja, 800 soldados mercenários contratados para enfrentar os revoltosos da Cabanada; vitoriosos, transformaram-se no 1º Batalhão de Polícia do Pará.

18) 1845: Colonos Petrópolis, ou seja, 1.818 colonos alemães que se estabeleceram na fazenda Córrego Seco, de propriedade de D. Pedro II.

19) 1847: Colonos Santa Isabel, no Espírito Santo, alojados em condições tão terríveis, que inspiraram a Graça Aranha seu romance Canaã.

20) 1847: 80 famílias contratadas pelo Senador Vergueiro, em São Paulo, para trabalhar em sua fazenda, em regime de meação.

21) 1848: Colonos Macaé (os sobreviventes de 600 famílias importadas pelo governo da província do Rio de Janeiro, abandonadas em Niterói, que foram alojados em Macaé).

22) 1848: Colonos Valão dos Veados - outra parte desses mesmos sobreviventes de 22, que foram alojados na localidade de Valão dos Veados

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23) 1848: Colonos Leopoldina: mais colonos que chegaram no interior de Santa Catarina, onde fundaram a Colônia Leopoldina.

24) 1849: Colonos Santa Cruz: contratados pelo governo imperial, fundaram a colônia Santa Cruz, no interior do então São Pedro do Rio Grande do Sul

25) 1850: Colonos Blumenau (Colônia São Paulo de Blumenau, fundada por Hermann Bruno Otto Blumenau)

26) 1851: Colonos Dona Francisca (em terras pertencentes à irmã do imperador, Dona Francisca, esta contratou a Sociedade Colonizadora Hamburguesa para colonizar a área, na divisa do Paraná com Santa Catarina. Das diversas cidades que resultaram desse empreendimento, a mais importante foi Joinville).

27) 1851: Tropa Mercenária (tropa de 1.800 homens, com 80 oficiais, que se compunha de um batalhão de infantaria com seis companhias, um grupo de artilharia com quatro baterias e duas companhias de sapadores, contratada do norte da Alemanha pelo governo imperial para combater Manoel Rosas, sob o comando do então Conde de Caxias, que se fixaram no Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, após terminada a missão).

28) 1852: Colonos de fazendas (na Fazenda Santa Rosa, do Barão de Baependi, 132 colonos; para a Fazenda Independência, de Nicolau A. N. da Gama, vieram 172. A Fazenda Santa Justa, de Brás Carneiro Belens, ficou com 155 colonos. Destinaram 143 para a Fazenda Coroas, de M.N. Valença. Para a fazenda Martim de Sá, de João Cardoso de Meneses, 67). Em 1861, na inauguração da estrada de rodagem União Indústria, todos eles vieram para Juiz de Fora.

29) 1855: Colonos Rio Novo - quando chegaram à província do Espírito Santo, foram alojados nas selvas do Rio Novo, onde muitos foram trucidados pelos índios ou pelas feras.

30) 1856: Colonos Santa Leopoldina (compostos por colonos alemães e suíços, no Espírito Santo) - resultaram nas colônias de Jequitibá, Santa Maria, Campinho, Califórnia, Santa Joana, Santa Cruz e 25 de Julho.

31) 1856: Colonos Mucuri (contratados por Teófilo Ottoni, chegaram em Nova Filadélfia, no Vale do Mucuri, os primeiros colonos alemães para Minas Gerais). Maria Procópio havia trazido, em 1856, cerca de 250 alemães, especialistas em pontes de ferro, mecânica, carpintaria, ferraria, construção; em 1858, trouxe mais 508 mulheres e 636 homens, incluindo crianças e bebês. Desses últimos, 641 eram católicos e 503, luteranos.

32) 1857: Colônia Santo Ângelo, chegaram em 01 Novembro 1857 as primeiras famílias, a maioria prussiana, que se estabeleceram na região do hoje município de Agudo, RS.

33) Colonos de D. Pedro II: diz respeito a Mariano Procópio e à história de Juiz de Fora. O primeiro embarque aconteceu na barca Teel, que saiu da Alemanha em 21 de abril de 1858, com 232 colonos (116 homens e 116 mulheres; do total, 145 protestantes e 87 católicos ) para a Companhia União e Indústria, tendo chegado ao Rio em 24 de maio. O segundo aconteceu em 25 de junho de 1858, também no Rio, com a barca Rhein: 182 colonos de ambos os sexos. O terceiro desembarque no Rio ocorreu em 25 de julho de 1858, trazendo 285 colonos na barca Gundela. O quarto, em 29 de julho de 1858, trouxe 249 imigrantes, pela barca Gessner. O quinto e último foi pela barca Osnabrück, que chegou em 3 de agosto de 1858, com 215 colonos.

(fim da 1ª parte - continua na próxima Carta Mensal)

Fontes:

1) Luiz José Stehling, JUIZ DE FORA, A COMPANHIA UNIÃO E INDÚSTRIA E OS ALEMÃES, 1979, edição da Prefeitura de Juiz de Fora, FUNALFA.

2) Paulino de Oliveira, HISTÓRIA DE JUIZ DE FORA, 2a. edição, 1966 (creio que seja edição do autor, porque só consta a gráfica: Gráfica Comércio e Indústria Ltda., Juiz de Fora).

3) Jair Lessa, JUIZ DE FORA E SEUS PIONEIROS (DO CAMINHO NOVO À PROCLAMAÇÃO) - Ed. UFJF e FUNALFA, 1985.

4) Oswaldo R. Cabral, HISTÓRIA DE SANTA CATARINA, 2a. edição, UFSC, 1970)

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08 • CBG - Carta Mensal 111 - Jan-Fev 2013

Boletim InformativoCOLÉGIO BRASILEIRO DE GENEALOGIA

Av. Augusto Severo, 8 - 12º andar - Glória20021-040 - Rio de Janeiro - RJTel.: (21) 2221-6000Diretoria: Presidente Regina L. Cascão Viana

Vice-Presidente Carlos Eduardo de Almeida Barata1º Secretária Patrícia de Lima Bocaiúva2º Secretária Eliane Brandão de Carvalho1º Tesoureiro Antonio Cesar Xavier2º Tesoureiro Guilherme Serra Alves Pereira

Dir. Publicações Leila OssolaAuxiliares: Cinara Maria Bastos J. A. do Nascimento

Clotilde Santa Cruz TavaresEliana Quintella de LinharesGilson FlaeschenLaura de Saint-Brisson Ferrari

Conselho Fiscal: Hugo Forain JuniorRoni Fontoura de Vasconcelos SantosVictorino C. Chermont de Miranda

Dias e horários de funcionamento:2ª-feira de 13 às 17 horas / 3ª-feira de 14 às 17 horasPágina: www.cbg.org.brEmail: [email protected]ção: Escale Serviços de InformáticaImpressão: Letras e Versos (SENAI)

EXPEDIENTE

FRAGMENTOS CULTURAIS

Colaboração: pesquisadora genealogista Josimeire Baggio

• ACERVO - Recenseamento Geral do Império do Brasil de 1872"Único levantamento populacional para todo o território brasileiro realizado durante o período escravista. [...] Os quase 10 milhões de habitantes do Império em 1872 achavam-se distribuídos entre 20 províncias e o Município Neutro, subdivididos em 641 municípios e 1.473 paróquias."Digitalizado e tratado pelo Núcleo de Pesquisa em História Econômica e Demográfica (UFMG), está disponível para consulta virtual sob cadastro.www.nphed.cedeplar.ufmg.br

• IMIGRAÇÃO - A imigração ucraniana ao Paraná: Memória, identidade e religião - Paulo Renato GuériosO livro "trata dos imigrantes ucranianos que vieram ao Brasil na década de 1890 e de seus descendentes [...] são estudadas as condições sociais da produção de lembranças acerca da vinda ao Brasil [...] as condições de seu estabelecimento nas colônias paranaenses e [...] os desdobramentos históricos ocorridos nas colônias [...] observa por que motivos, de que forma e até que ponto os colonos de origem ucraniana mantiveram a centralidade da referência à religião em suas condutas cotidianas." - Editora UFPR, 2012.www.editora.ufpr.br/detalhe_lanc.php?_index=423

• TESE - A presença alemã na construção da cidade de São Paulo entre 1820 e 1860 - Adriane de Freitas Acosta BaldinO "trabalho pretende aclarar a participação de engenheiros e artífices alemães, na construção da cidade de São Paulo, entre 1820 e 1860. [...] Esses profissionais foram protagonistas da construção da cidade de São Paulo, na década de 1850, período em que se investiu consideravelmente em reformas urbanas na capital." - FAU - USP, 2012.www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16133/tde-26062012-120300/pt-br.php

• ARTIGO - Mudanças de fronteiras étnicas e participação política de descendentes de imigrantes em São Paulo - Oswaldo Truzzi, Maria Teresa Miceli e Agnaldo de Souza Barbosa"Investigam-se, em um conjunto de sete municípios, os desdobramentos e principais agentes da política local: predomínio das oligarquias agrárias tradicionais ao longo de toda a República Velha, alterações ocorridas a partir da década de 1930 e que depois culminaram com o processo de redemocratização do pós-guerra, no qual se assiste a uma recomposição das elites políticas locais." - Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 27, n. 80, out/2012www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69092012000300008&lng=pt&nrm=iso&tlng=en