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Um analise sobre o aquecimento da terra
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EFEITO ESTUFA E A SALVAÇÃO DO PLANETA
Apresentação e Considerações Gerais
O que vocês vão ler a seguir não é propriamente um TRABALHO completo. O
que está sendo apresentado a vocês é uma pequena parte de um TRABALHO que es-
crevi recentemente, chamado UNIVERSO: FÍSICO, QUÍMICO OU DIVINO?
Como sou da área QUÍMICA, já com 50 anos de formado, tendo trabalhado ba-
sicamente no setor rodoviário, mas com passagens que me foram marcantes no assunto
ECOLOGIA, ou mais especificamente, na parte de Controle de Poluição, creio que a
minha experiência profissional possa dar uma pequena ajuda aos militantes desse meio.
Não recomendo o trabalho como um todo para quem não é de formação científi-
ca, ligado aos ramos de Química ou de Física. Do capítulo 5 ao 9, é apresentado assunto
científico desses ramos com certa profundidade, razão pela qual, não aconselho os leito-
res que não sejam do ramo.
A primeira parte do que lhes é apresentado é um dos itens do nono capítulo do
referido trabalho, e ainda apresenta alguns poucos conceitos de ciência, mas mais leves
e transcritos com a maior simplicidade possível, que se torna acessível a todos.
O restante é o Décimo capítulo do citado Trabalho, este totalmente dedicado a
parte relativa a forma como o ser humano se comporta com relação ao seu habitat, o
planeta Terra. Os conceitos de ciência que aparecem são pouquíssimos e sem maiores
complicações para seu entendimento.
Para a Ecologia propriamente dita, os itens 10-4 e 10 - 5 não têm grande influên-
cia, mas deixei porque pode ser assunto de interesse de algum estudioso que goste de
divagar sobre esses temas: origem e a morte do homem. Pelo menos como curiosidade.
Espero que a leitura lhes seja agradável e, se possível, útil.
9 – 5 – Desvio de Fótons na Terra (A TERRA é AZUL!) e o Efeito ESTUFA
Os assuntos avaliados nos itens 2 e 3 deste capítulo, mostram que se deve ter
cautela na interpretação dos eventos, e o atravessar por todos os tipos de questionamen-
tos antes de considera-lo certo. Em todos os eventos até aqui citados, a observação é
sempre a mesma, de que “na colisão de radiações eletromagnéticas (fótons) com ma-
téria, SEMPRE ocorre perda de parte da energia do fóton, que transfere essa
energia para a matéria e continua seu caminho com seu comprimento de onda au-
mentado, ou seja, sua frequência menor, ou ainda, menor conteúdo energético. É
isto que ocorre nos efeitos fotoelétrico e Compton.
Nosso habitat, o planeta Terra, recebe diuturnamente fótons de diversos pontos
do Universo, mas em termos práticos, pode-se afirmar que os fótons que recebemos são
emitidos maciçamente pelo Sol, nosso Astro, centro de nosso sistema.
A chegada aqui dos fótons emitidos pelo Sol, é um evento de uma simplicidade
singular, respeitando as leis já conhecidas pelo homem. O fóton chega em nossa atmos-
fera superior depois de ter percorrido o trajeto de cento e cinquenta milhões de quilôme-
tros, distância que nos separa. Ele viaja a trezentos mil quilômetros por segundo no vá-
cuo (ou seja, enquanto a Terra se desloca rotacionalmente em 464 m), valor obtido pela
expressão: c = 1 / (ɛ0.µ0)1/2, onde ɛ0 é a permissividade elétrica e µ0 é a permeabilidade
magnética. Esse valor já foi determinado experimentalmente e comprovado. As ondas
eletromagnéticas não necessitam de meio material para se propagarem, e sua velocidade
será tanto menor quanto maiores forem os valores de ɛ0 e µ0. Como esses valores pra-
ticamente não variam entre os meios vácuo e ar, sua velocidade nesses meios é a mes-
ma.
Assim, depois de emitido pelo Sol, o fóton gasta 500 segundos para nos atingir,
ou seja, nos atinge em um ponto da superfície da Terra que estava distante rotacional-
mente 231 Km atrás do ponto onde ele é recebido e translacionalmente 15 mil quilôme-
tros atrás.
No vácuo e sem corpos volumosos nos locais de sua propagação, a luz caminha
em linha reta. Ao passar para outros meios, inclusive o ar, devido a presença de matéria
nesses meios, as ondas eletromagnéticas sofrem reações diferentes, como no caso de sua
penetração em nossa atmosfera, onde elas podem ser:
- transmitidas
- refletidas
-refratadas
- difratadas
- absorvidas
- espalhadas
Segue uma resumidíssima explicação de cada evento citado.
- Transmitidas são as ondas que passam pela matéria sem serem absorvidas.
- Refletidas são as ondas que se propagam em determinado meio e, após inci-
dência de um feixe dessas ondas sobre a interface de separação deste com outro meio,
apresentam retorno total ou parcial.
- Refratadas são as ondas que mudam sua direção de propagação ao mudar de
um meio para outro.
- Difratadas são as ondas que contornam a borda de uma barreira ou passam
através de uma abertura, fenômeno que em geral provoca aumento de seu comprimento
de onda e interferem nas frentes de onda, que criam regiões de maior ou menor intensi-
dade, sendo que a barreira pode ser formada por fendas óticas ou átomos de uma rede
cristalina.
- Absorvidas são as ondas que colidem com qualquer obstáculo material e
transferem para a matéria todo o seu conteúdo energético em forma de calor.
- Espalhadas são as ondas que incidem em partículas coloidais e sofrem desvio
em diversos ângulos.
A reflexão e a difração mudam a direção de propagação da onda eletromagnéti-
ca, como também modifica sua Amplitude, porém não altera sua frequência.
Alguns raios incidentes são transmitidos, ou seja, atravessam diretamente as ca-
madas superiores de nossa atmosfera e chegam a superfície terrestre, geralmente com
menor conteúdo energético, ou seja, com maior comprimento de onda. Se o raio inci-
dente for na faixa visível, deverá chegar na forma avermelhada. Entretanto, se se tratar
de raios cósmicos, de altíssimo conteúdo energético, pode chegar a superfície e nos
atingir ainda com conteúdo energético bem acima da nossa capacidade de suportar, de
onde vem o risco de doenças como câncer de pele, e outras.
Entretanto, o mais importante desse item, e que é o que importa agora, é saber
que nossa atmosfera superior é povoada por enorme quantidade de partículas materiais
de vários tipos e tamanhos. O tamanho das partículas que nos interessam para o desen-
volvimento desse item está compreendido na faixa de 1 a 100 nm, ou seja, de 10-9 a 10-7
m, já as partículas de tamanho molecular NÃO interferem no caminho da luz. Esta faixa
corresponde ao chamado “tamanho coloidal” que tem propriedades específicas. Para
não ser repetitivo, não vou transcrever sua conceituação aqui, pois o mesmo está feito
com detalhes no capítulo 10 (no item 3), chamado de ‘(As Coincidências da “Criação”
ou “Evolução”)’.
As partículas com pelo menos uma dimensão nessa faixa, são chamadas partícu-
las coloidais, e têm um comportamento sui generis quando atingidas pela luz. Esse
comportamento é um questionamento que desejo fazer, pois é exatamente contrário ao
primeiro; é que a maioria dos fótons que chegam, colidem com as partículas coloidais
que existem nas nossas camadas superiores e após a colisão sofrem desvio em diversos
ângulos, formando um “espalhamento” da luz, que é intensificado nas tonalidades de
azul, logo, nos menores comprimentos de onda. Por essa razão é que vemos tudo azul
no “infinito”, embora nada seja azul por lá. Entretanto, como os menores comprimentos
de onda significam maiores frequências e, em consequência, maior conteúdo energético,
fica-se obrigado a aceitar que o fóton GANHOU ENERGIA DURANTE A COLISÃO.
Pelo princípio da conservação de energia, a energia total antes do choque per-
manece a mesma após o choque. Como é evidente que depois da colisão o fóton saiu
com maior conteúdo energético do que tinha antes, a conclusão é que aparece um gran-
de questionamento aos efeitos fotoelétrico e Compton, que impõe que a colisão de fóton
com matéria transfere o conteúdo energético deste para a matéria. Entretanto, no caso
presente, OCORRE o OPOSTO, ou seja, o fóton incidente “ganha energia” da partícula
coloidal, com consequente aumento de sua frequência e diminuição de seu comprimento
de onda. Como a partícula cede energia para o fóton, ela fica com menor conteúdo en-
trópico, logo, diminui seu movimento e/ou sua Temperatura, enquanto essa diferença de
entropia passa para o fóton, que chega a superfície terrestre mais entrópica. A energia
entrópica do Universo se mantém, já que houve só troca de portador, mas o ambiente
ocupado pelas partículas coloidais, com certeza ficará menos entrópico, logo, possivel-
mente mais frio, enquanto esse calor passado para o fóton irá chegar a nossa superfície
com maior conteúdo energético total, logo, aquecerá e aumentará o caos no local de seu
recebimento.
O fato dos fótons de luz se espalharem ao colidir com partículas de tamanho
coloidal, permite o estudo dessas partículas, tais como determinação de seu tamanho,
sua forma etc.
Entretanto, em relação ao recebimento de luz no interior do nosso Planeta, fica
uma questão complexa de resolver, já que podemos ver a luz intensificada no azul por
motivos diferentes:
- o primeiro é o recebimento de fótons de maior conteúdo energético, que seja Transmi-
tido, logo, diminui seu comprimento de onda e, portanto, dependendo do seu conteúdo
energético original, pode ser refratado, perder energia e seguir seu novo trajeto com
energia correspondente ao azul;
- o segundo é o recebimento de fótons de menor conteúdo energético que seja Espalha-
do por partículas coloidais e, com isso, tenha seu comprimento de onda diminuído pelo
recebimento de energia da partícula coloidal com quem colidiu e, dependendo do ângu-
lo de desvio, pode ganhar energia suficiente para se transformar em um fóton com com-
primento de onda correspondente ao azul.
Com certeza existem os dois fenômenos, mas não tenho dados para avaliar qual
deles ocorre com maior intensidade.
O estudo de coloides é bastante evoluído atualmente, com grandes contribuições
de Einstein, Smoluchowiski, Debye, e outras “feras”. Estabeleceram equações que per-
mitem quantificar o fóton desviado, o fóton incidente, sua energia e outros parâmetros
através do valor do ângulo de desvio, e muitas outras coisas importantes. Por isso, esse
fenômeno é muito utilizado em medicina, na avaliação de turbidez e em inúmeros ou-
tros setores.
Outro ponto a ser discutido, exatamente oposto, é a incidência de fótons sobre as
partículas coloidais pretas, como as que saem das chaminés das grandes indústrias tais
como fuligem, carbono coloidal, negro de fumo, e outros.
Sabe-se da química coloidal que os coloides com micelas pretas são absorventes
totais, ou seja, NÃO espalham a luz incidente nele; simplesmente absorvem totalmente
sua energia e a incorporam na forma de energia TÉRMICA (calor). Dessa forma, a regi-
ão ocupada por essas partículas, fica aquecida.
O estudo de coloides é feito através desse fenômeno, o espalhamento dos raios
incidentes. Na medicina é usado amplamente no evento chamado nefelometria, que es-
tuda o material através de determinado ângulo de espalhamento.
Já o estudo do asfalto é bastante prejudicado pelo fato de não poder ser analisado
através da luz, porque suas “micelas” são pretas, logo, absorvem e não espalham a luz.
Para a maioria das pessoas, esse efeito é que é o responsável primeiro pelo ca-
minho de destruição de nosso planeta através do chamado “efeito estufa”.
Entretanto, como visto acima, sobre colisões de fótons com partículas coloidais,
pode-se afirmar que, do feixe incidente nas partículas coloidais NÃO PRETAS, parte é
absorvida em forma de calor, parte é refletida e retorna com o mesmo conteúdo energé-
tico e parte é desviado segundo vários ângulos de espalhamento, sempre com os raios
espalhados intensificados nos menores comprimentos de onda.
Não tenho conhecimento dos quantitativos existentes (e nem sei se eles existem)
das partículas coloidais pretas e não pretas na nossa atmosfera, pois existe um grupo
de cientistas que afirmam que o planeta está caminhando para uma nova “era do gelo”.
Evidentemente os dois grandes grupos são antagônicos:
- de um lado os que se preocupam com o efeito estufa, que vai nos destruir por excesso
de calor (logo, entropia).
- de outro lado os que consideram que caminhamos para uma nova “era do gelo”.
É evidente que existe motivo de preocupação real em ambos os casos, mas só se
pode se engajar efetivamente em um dos lados, com pleno conhecimento das expectati-
vas para futuro, o que só seria possível com o conhecimento, pelo menos aproximado,
dos quantitativos existentes hoje e sua tendência futura (de aumento ou diminuição) dos
quantitativos das partículas coloidais pretas e não pretas na nossa atmosfera, para tentar
prever o destino final disso tudo.
Não gosto de emitir opinião sobre assunto que eu não tenha conhecimento pro-
fundo ou dados confiáveis para me apoiar. Por essa razão não posso defender nem criti-
car nenhum dos dois grupos. Entretanto, com a volúpia com que o homem caminha no
seu desenvolvimento sem medida de consequências, com o violento aumento com que
as últimas décadas apresentaram do número de indústrias jogando “partículas pretas” de
suas chaminés (sem nenhum tratamento), o aumento na produção de combustíveis fós-
seis, e outros fatores que, embora de menor expressão, se somam aos maiores no total
da capacidade de destruição eu, como leigo, optaria pela preocupação maior com o efei-
to estufa.
Entretanto, por ser químico e conhecer um pouco de Termodinâmica, tenho que me
posicionar com equidistância, já que:
- o caminho para nova era do gelo, levaria evidentemente a um ambiente de baixíssimas
temperaturas, logo, amplamente favorável a coesão, atração, organização;
- o caminho para a destruição por degeneração através de excesso de calor, de velocida-
de, de desorganização, desorientação, levaria ao CAOS total.
É evidente que como químico, tenho que ficar equidistante, pois o Segundo
Princípio da Termodinâmica afirma que “a entropia do Universo tende para um má-
ximo”. Bem entendido: a entropia do UNIVERSO. A Terra é parte do Universo. Peque-
níssima parte, é verdade, mas é parte do Universo e com isso, a análise tem que levar
em conta:
Planeta Terra + Resto do Universo = Universo
o que obrigatoriamente deixa claro que, sendo apenas uma parte do Universo, a Terra
tem que ser avaliada como um sistema qualquer e tem que respeitar a equação, que diz
que quem NÃO pode DIMINUIR a entropia é o Universo, não parte dele.
Assim sendo, dentro da ciência as duas possibilidades têm a mesma probabilida-
de de ocorrer, pois se nos aquecermos demais, aumentamos nossa entropia (da Terra), o
que pode manter ou aumentar a entropia do Universo. Entretanto, se esfriarmos até um
possível congelamento, estaremos aumentando quase infinitamente nossa energia coesi-
va, atrativa, organizada, logo, a diferença entre o estado anterior e o futuro libera uma
quantidade incomensurável de energia entrópica para o Universo, o que também contri-
bui para o aumento da entropia do Universo e, portanto, satisfaz plenamente o Segundo
Princípio da Termodinâmica.
Uma avaliação não científica, através da observação do comportamento do ho-
mem em relação ao meio ambiente, que vai ser detalhado minuciosamente no capítulo
10, indica maior probabilidade de irmos para o caos, devido a sanha ensandecida do
homem pela riqueza, com as últimas décadas apresentando um terrível aumento do nú-
mero de chaminés lançando partículas coloidais pretas na atmosfera sem nenhum trata-
mento nem proteção.
No capítulo 10 esse assunto será abordado novamente, mas sob outra ótica, a
forma como o homem atua e como ele poderia agir para minimizar os efeitos da destrui-
ção que parece já ter dado seu “ponta pé” inicial a bastante tempo.
10 - O HOMEM E O SEU HABITAT
10– 1 - Considerações
É claro que depois de ver tanta coisa sobre ciência, Física e Química, e um pou-
co sobre a parte Divina, que será completada no próximo capítulo, creio ser importante
avaliar o comportamento do ser humano, enquanto espécie, qual seu comportamento,
principalmente frente ao seu habitat já que, como mostramos antes, o homem quantifica
tudo no Universo em função dos movimentos de rotação e translação de sua própria
moradia, o planetinha Terra.
O homem sempre considerou que, antes de existir qualquer coisa, só existia evi-
dentemente Deus e seu habitat que, por acaso, era a Terra, apesar de ser “sem forma e
vazia e havia trevas sobre a face do abismo” (Gênesis, Bíblia). Lá também diz que Deus
criou TUDO em função de nós, os seres criados a Sua imagem e semelhança, logo, per-
feição.
No livro chamado O Apocalipse (também na Bíblia), o que vemos é um relato de
um Céu (ou Paraiso) onde moram Deus e os homens que já passaram pela Terra e agora
estão sem matéria, logo, lá com seu Criador a sua imagem e semelhança. Durante o rela-
to, observa-se que os habitantes do Céu não têm nenhuma tarefa, nem obrigações, nem
absolutamente nada, a não ser “adorar o Cordeiro” e passar todo o resto do tempo em
função da Terra e dos homens. Vigiam diuturnamente cada ato dos homens, cada praga
ocorrida, o comportamento das pessoas, tudo com o maior interesse. A eles nada inte-
ressa do que esteja ocorrendo na imensidão das milhões ou bilhões de galáxias de todos
os tipos e tamanhos. Afinal, tudo isso só foi criado para nos nortear a noite, e o Sol,
apesar de quinta grandeza, é o único astro importante, por ser o nosso, logo, divino.
Fica óbvio que para Deus e os demais habitantes do Céu, todo esse Universo
sem fim em grandiosidade e, talvez, perfeição, não vale absolutamente nada. A única
coisa dentro do Universo que interessa a eles é esse planetinha insignificante e fedoren-
to, mas onde morava Deus e onde hoje moram os seres criados a Sua imagem e perfei-
ção. Para não tomar conhecimento de um Universo tão grande, complexo, quase (ou?)
divino, para viver a eternidade em função só de nós, é porque “devemos ser seres perfei-
tos (sic duplo!)”.
Entretanto, vamos colocar os pés no chão, acordar para a realidade e começar a
avaliar como é o comportamento desse ser “divino” que é o homem, que habita a mora-
da de Deus, e que mede tudo no Universo a partir da “casa de Deus”, que por acaso,
também é a sua.
Tendo em vista que raros seres humanos são ateus, descrentes de qualquer coisa
superior que tenha nos criado etc, esperar-se-ia que a esmagadora maioria dos homens,
certos da existência desse Deus Criador de tudo, inclusive dele próprio (homem) a Sua
imagem e semelhança, e exatamente no local em que esse Deus morava, cuidasse do seu
(e de Deus) habitat com o mais profundo amor e respeito a TUDO, especialmente às
demais Criações de quem o criou com tanto amor e perfeição. Então, estaríamos real-
mente no Paraiso, pois além do homem ser uma imagem de Deus, também passou a
morar junto com Ele no Seu habitat eterno, o planeta Terra. Isto justifica porque os reli-
giosos adotam como parâmetro medidor e regulador, ou seja, quantificador de tudo no
Universo, em função de sua moradia, com a defesa de que não o fez pela moradia ser
sua, mas sim de Deus. E parece lógico que o local que seja a moradia de Deus, seja re-
almente o parâmetro identificador e quantificador de tudo que possa existir.
Assim sendo, temos o homem, com todo esse paraíso chamado Terra, morada
eterna de Deus e temporariamente sua também, com a incumbência de mantê-la nos
moldes em que lhe foi concedido o direito de Utilização dela. Pelo transcorrer dos even-
tos ligados a criação, pode-se deduzir que a Terra continua sendo de Deus, tendo o ho-
mem o direito de habita-la enquanto estiver aqui, com direito inalienável ao usufruto de
tudo que tenha sido colocado a sua disposição.
Neste capítulo vamos fazer uma análise o mais imparcial possível de como é
esse habitat e da forma como ele é cuidado pelos homens criados a “imagem e seme-
lhança de Deus”.
10 – 2 - O Habitat
Não se pode negar que a Terra seja um planeta simpático. Sua massa é de 6 x
1024 Kg, sua densidade média é de 5,515 g/cm3, logo, seu volume é de 1,083 x 1012
Km3. É o terceiro planeta em afastamento do Sol, sua superfície mede aproximadamente
510.072.000 Km2, dos quais três quartos (382.554.000 Km2) é constituída por água,
com belas praias, e o restante um quarto (127.518.000 Km2) é constituído pela parte
sólida, com desertos, florestas tropicais, e uma parte dessa área total coberta com cama-
da orgânica (húmus), apropriada para plantar vegetais que servem de alimento. Sua at-
mosfera é constituída por uma mistura de dois gases, um inflamável (o oxigênio) e o
outro não, sendo inerte (o nitrogênio).
Como nesse capítulo o assunto é o homem, seu habitat, e como ele cuida e man-
tém sua moradia, logo, trata-se do que se convencionou chamar de “meio ambiente”.
Como o homem se comporta em relação a manutenção e proteção da Casa de Deus, que
ele como Sua imagem e semelhança tem o direito de usufruir dela também.
Claro que este assunto pode ocupar um sem número de páginas, com trechos
enaltecendo Deus e o amor dos homens por Ele, como também outros tantos mostrando
tantos erros e incoerências observadas no nosso dia a dia, que pode tanto comprometer a
Divindade de Deus ou mostrar o lado puramente maligno do ser humano.
Não quero me estender demais nesse assunto, razão pela qual só estou preparan-
do o caminho para uma análise mais equilibrada do nosso comportamento em relação ao
meio ambiente de nosso habitat. Por isso, vou apenas fazer pequenas citações para lem-
brar os leitores do que já foi dito anteriormente.
Pertencemos ao sistema solar, cujo astro SOL é uma estrela de QUINTA gran-
deza. Somos o terceiro planeta em afastamento do nosso astro (Sol), mais distante ape-
nas do que Mercúrio e Vênus. Somos 335.000 vezes menor que o Sol e somos maiores
apenas 181 vezes que Mercúrio, o menor de todos. Nossa massa total é de 6 x 1024 Kg e
giramos em torno do Sol a uma velocidade translacional de 30 Km/s, logo com uma
energia cinética de 2,65 x 1033 J, preso a sua órbita pela atração gravitacional do Sol
sobre nós, metade da atração gravitacional Sol-Terra, que é de 5,325 x 1033 J. Também
apresentamos movimento de rotação, ou seja, “rodamos” em torno de nosso próprio
eixo na velocidade de 464 m/s.
Curiosamente, apesar de ter sido a moradia exclusiva de Deus e de ter se tornado
também o nosso habitat, já que somos imagem e semelhança Dele, não somos o maior
em nada nem o menor em nada, apenas o de maior densidade, ou seja, massa por unida-
de de volume. Somos um planetinha intermediário em TUDO e participantes de um
sistema de uma estrela de apenas QUINTA grandeza. E lembrar que todo o resto desse
imenso Universo foi criado em função somente de nós e de nossos interesses (?).
10 – 3 - As Coincidências da “Criação” ou “Evolução”
O planeta Terra é constituído por três quartos de agua, logo, pode-se dizer com
absoluta certeza que o planeta é “majoritariamente agua”. Curiosamente, quer seja pro-
positalmente ou não, o Homem é constituído por TRÊS QUARTOS DE AGUA. Assim,
o Planeta Agua é habitado por um ser humano constituído basicamente por Agua.
Só por curiosidade, para quem nunca pensou no assunto, se desidratarmos com-
pletamente um homem de oitenta quilos, a agua vai para a atmosfera e o que sobra dele
não passa de vinte quilos, que cabe num pequeno balde de obras. O homem nunca con-
segue imaginar que cabe dentro de um pequeno balde de obra, muito menos que a mis-
tura dessa matéria insignificante com mais três partes iguais de agua (constituinte básico
do Planeta) se transforma nessa “maravilhosa imagem e semelhança de Deus”. Muita
gente pode até duvidar que esse ser robusto, forte, que anda, corre, pensa, e faz tudo que
fazemos no nosso dia a dia, possa ser na verdade uma solução de 1/4 de matéria sólida
em 3/4 de agua.
Entretanto, a explicação Química para o fato é extremamente simples. Pode-se
dividir todas as substâncias existentes em função de suas dimensões. Existem substân-
cias que medem menos de um nano (1 nano = 10-9 m), que pelas suas dimensões têm
sempre energia cinética o suficiente para vencer a força de gravidade e se manter em
solução. Por outro lado existem substâncias que medem mais de um micron (1 micron =
10-6 m), que pelas suas dimensões têm sempre energia cinética insuficiente para vencer
a força de gravidade, de forma que não conseguem se manter em solução, precipitando e
separando o sistema em macro fases distintas.
O sistema coloidal é de constituição micro heterogênea, sendo que as partículas com
pelo menos uma de suas dimensões dentro da faixa de tamanhos citada, é chamada de
“fase dispersa” (ou micelas) e a fase contínua que as mantém em solução é o meio de
dispersão, ou a fase dispersante.
Entre esses valores, ou seja, de 1 nano a 1 micron encontramos um conjunto de
substâncias que são altamente dependentes da Temperatura, isto é, enquanto os solutos
(que fazem as soluções verdadeiras) apresentam as mesmas características em longo
intervalo de temperaturas, o mesmo ocorrendo com as suspensões grosseiras, as subs-
tâncias que ocupam este intervalo coloidal têm propriedades altamente dependentes da
temperatura. Pelo tamanho das partículas, até determinados valores de temperatura a
energia cinética dessas partículas é pequena e não consegue vencer a força da gravidade
e precipita, fazendo geralmente com estruturação total abrangendo todo o volume do
sistema, formando uma estrutura chamada de coagulação. Numa pequena faixa de tem-
peraturas, o sistema sai da condição de aglomerado (coagulado) e se se solta, já que as
partículas, com leve aumento de temperatura, já adquirem suficiente energia cinética
para vencer a força da gravidade e se soltarem, formando um outro tipo de coloide, o
coloide fluido. Os coloides do tipo fluidos, soltos, são chamados do “tipo SOL” e aque-
les aglomerados, coagulados, são chamados do “tipo GEL”.
É bom deixar o aviso para que não digam que errei nos valores, que o limite su-
perior do tamanho coloidal tem divergência na ciência. Inicialmente era realmente 1
micron, mas atualmente a maioria adota para tamanho coloidal a faixa 1 a 100 nanos, ou
seja, 10-9 a 10-7 m. Eu compartilho da maioria que adota esse valor, mas só coloquei o
limite de 1 micron para ser mais abrangente e esclarecer a todas as correntes de pensa-
mento.
Outro ponto que deve ser esclarecido é que as estruturações citadas acima, sis-
tema disperso livre (SOL) e sistema disperso ligado ou coagulado (GEL), não são os
únicos tipos de coloide existentes. Na verdade existem inúmeros tipos de coloides, e são
muitas as classificações deles, cada uma em função de determinado parâmetro ou finali-
dade etc. Aqui preferi SÓ colocar esses dois tipos de situação coloidal por uma razão
simples: eles são as formas de constituição do homem, com seu um quarto de matéria
sólida e três quartos de agua líquida.
O homem é uma mistura de tipos de estruturação coloidal, pois varia desde sis-
temas altamente estruturados como ossos e tendões (os ossos têm o meio de dispersão
sólido e a fase dispersa líquida), passando por sistemas geleificados como fígado, indo
até sistemas coloidais fluidos, como liquor, sêmen e sangue.
Assim, como disse certa vez um cientista, o Prof. Zukov: “o homem é um coloi-
de andante”, serve para mostrar que somos apenas isso, um conjunto coloidal que anda,
corre, fala, pensa, se reproduz e tem sentimentos, igual a todos os mamíferos. A única
coisa que o homem tem a mais que os demais mamíferos, e que o distingue deles, é a
parte do cérebro chamada neo cortical, com seus neurônios vibrando e que dá a quem os
possui, a capacidade de avaliar e entender as coisas em que ele pensa. Em suma, dá a
seus possuidores a capacidade de discernimento das coisas. Se o homem, mesmo com o
neo cortical, não tem a capacidade de saber exatamente o que é certo e o que é errado,
pelo menos permite avaliar e distinguir o que o bom senso indica como certo e como
errado.
Só o homem tem a parte neo cortical do cérebro, logo é o único animal que tem
capacidade de distinguir tudo que o bom senso indica como certo, logo, deveria ser o
único a saber que matar ou prejudicar qualquer outro ser vivo é errado, e pior ainda,
para quem crê na existência de Deus, além de crime deveria considerar um pecado sem
perdão! Se matar outro ser vivo já é um crime hediondo e um pecado sem perdão, ima-
gine-se matar um semelhante seu, que é tão filho de Deus quanto ele. Ele mata um filho
de Deus e depois reza para Deus! Gostaria de saber o que ele diz para Deus nesse mo-
mento. Como seu neo cortical justifica tal ato perante Deus?
Infelizmente, na minha opinião, o homem conseguiu bloquear seu neo cortical, pois o
assunto morte ainda apavora o ser humano, embora seja a única coisa certa nessa nossa
“vida”.
No planeta Agua, não existe somente o ser humano. O planeta é habitado por um
sem número de espécies animais e vegetais, todos convivendo com o ser humano. São
formas de vida que se distribuem em tamanhos desde minúsculos seres unicelulares até
seres da complexidade dos animais superiores, com seus ciclos de vida, de reprodução,
de respiração, de digestão, etc. Dentre eles o mais complexo é considerado o ser huma-
no. Apesar do homem ter seus ciclos exatamente igual ao de seus pares mamíferos, é o
único dos seres vivos que tem a parte neo cortical do cérebro, única coisa que o distin-
gue dos demais.
Tirando o homem, tudo no Planeta funciona como um relógio; cada espécie tem
seu predador natural, justo para manter o equilíbrio delas. Existem espécies que vivem
dentro da agua, dentre os quais alguns mamíferos, mas a maioria tem estrutura apropri-
ada para sua condição, que permita respirar dentro da agua, escamas, etc. Esses seres
são apropriados para a vida submarina, logo, são aptos a enfrentar todos os desafios
inerentes a vida aquática, neste planeta com três quartos de agua.
Fora da agua, existem inúmeras espécies que se deslocam somente na parte sóli-
da do planeta, e alguns que possuem estrutura para voar, com asas apropriadas em fun-
ção de seu peso, etc.
A evaporação da agua, que existe nessa imensidão, forma acúmulos de agua no
ar, chamados nuvens que, de quando em quando, caem de volta a superfície, no fenô-
meno chamado chuva. A chuva é o retorno da agua que evaporou. Isto mantém a rela-
ção agua/terra constante.
Devido a esses fenômenos, todos os habitantes do planeta são sujeitos a ação da
água, já que a constituição dos seres vivos, curiosamente segue a mesma proporção, ou
seja, todo ser vivo que habita o planeta é constituído por mais quantidade de agua do
que por partículas sólidas. A estruturação desses seres todos, inclusive dos seres huma-
nos, sempre com predominância de agua, é uma forma de estruturação um pouco dife-
rente do que certamente a maioria das pessoas conhece, chamado coloide, explicado
acima.
Só para esclarecer aos leigos como é possível a estruturação do homem com uma
parte sólida para três partes de agua líquida, e formar essa estrutura forte, robusta, de
conformação bem definida, basta lembrar o que todos já sabem, mas não correlacionam,
e que é um alimento gostoso, que qualquer pessoa no mundo sabe fazer: a GELATINA.
A gelatina é uma molécula de tamanho relativamente grande, com suas dimen-
sões se enquadrando na faixa de tamanho coloidal. Sua forma é alongada e cheia de
ramificações tipo “sovacos”, que têm a capacidade de prender moléculas de agua. Seria,
por exemplo, como uma lacraia, ou mesmo uma centopeia, com aquela enorme quanti-
dade de sovacos por cabeça. Por isso a molécula tem grande capacidade de reter agua,
presa dentro de sua estrutura. Por acaso, a molécula de gelatina é a que mais aumenta
seu volume em relação a sua matéria seca (centenas de vezes, em condições especiais,
claro).
Em condições ideais, com agua destilada ou deionizada, a gelatina pode adquirir
consistência com uma parte do pó para noventa e nove partes de agua. Mas na prática
usual, isso não funciona perfeitamente. Mas como comparação com os seres vivos, bas-
ta considerar cinco ou dez por cento de pó para noventa ou noventa e cinco por cento de
agua. É só dissolver o pó da gelatina, comprado em qualquer mercado, em noventa (ou
noventa e cinco) vezes seu volume em agua. Como a molécula é grande, sua energia
cinética a frio não é suficiente para a dissolução total. Recorre-se então ao pequeno
aquecimento, justo para dissolver completamente a gelatina na agua. Assim pode-se
garantir que a molécula já está estruturada completamente com agua presa em seus so-
vacos tridimensionais, só que ainda em movimento devido a energia cinética.
A seguir basta colocar a solução na geladeira para baixar a energia cinética das
partículas o suficiente para a formar a estruturação das moléculas com participação de
todo o volume de meio de dispersão, que no caso é a agua. Forma-se um sistema coloi-
dal “ligado”, logo, do tipo GEL (que é exatamente a origem do nome GEL: da gelatina).
Esse sistema com cinco por cento de matéria sólida e noventa e cinco por cento
de agua líquida forma um sistema estável (e gostoso de se comer). Com tanto líquido,
claro que ele não pode ter uma estrutura rígida (rochosa). É maleável, e sacudido lembra
muito (e que lembrança boa) o bumbum das maravilhosas mulatas das escolas de sam-
ba. Essa estruturação se dá com cinco por cento de matéria sólida. Lembrar que o ho-
mem tem da ordem de vinte e cinco por cento (e as mulatas das escolas de samba tam-
bém!).
10 – 4 - A Origem do Homem
Antes de entrar no assunto principal que é a relação do homem com o Meio Am-
biente, ou seja, como ele se comporta e como cuida da moradia de Deus da qual ele tem
direito a usufruir enquanto estiver por aqui, preciso fazer uma breve análise sobre uma
questão bastante cáustica e, certamente criadora de arestas, seja com um seja com o ou-
tro grupo, dentre os que defendem cada facção. Trata-se da origem do homem: fruto da
Criação ou fruto da Evolução!
Vou me ater apenas no presente item, a fazer um resumo de um capítulo chama-
do O Evolucionismo, que escrevi no Trabalho POR QUE DEUS NÃO REPONDE, dis-
ponível para quem se interessar na página www.franciscoguerreiro.com.br.
Sempre deixei claro em tudo em minha vida, que sou um poço de dúvidas, já que
considero que a evolução é uma busca e só busca algo quem tem dúvidas. Tenho opini-
ão formada e consolidada de que todo aquele que tem certeza de alguma coisa é digno
de profunda piedade, porque creio que a certeza é a principal consequência da Vaida-
de, que dominou inteiramente o ser humano, tornando-o uma máquina de competição e
não de amor e convivência.
Quando o homem é vencido pelo mal, ao passar a ter vaidade, a esquecer que
todos os seres humanos são absolutamente iguais, simples transportadores ambulantes
de coco fedorento, então ele passa a ter certeza de tudo e é levado a cometer qualquer
erro ou crime, pois ele é divino e tudo que ele faz é a vontade de Deus. Até matar seus
irmãos, filhos do mesmo Deus, é a vontade de Deus, porque ele assim o quer que seja.
Espero que um dia o homem, se não conseguir parar sua desesperada corrida a
lugar nenhum, pelo menos que consiga diminuir a velocidade e comece a pensar em si
mesmo e nos demais seres vivos, principalmente seus semelhantes humanos. Talvez ele
comece a perceber que se for virado do avesso fede igual a uma latrina cheia. Alias, a
latrina fede exatamente por causa dele mesmo. Só que ele não tem inteligência para
observar isso, porque bloqueou seu neo cortical, para não ter que pensar no seu fim,
pois o homem não entende nem admite seu próprio fim.
Se o homem, vaidoso como é, tentar tomar uma lavagem intestinal para se livrar
da sua parte que mais fede, ele vai desidratar e terá que ir a um hospital ficar atrelado a
um soro para se re hidratar e começar a comer comida sólida que vai virar coco fedoren-
to dentro dele. Aí, quando ele estiver novamente cheio de coco fedorento por dentro, ele
pode levantar e ir embora porque voltou a ser um homem normal, ou seja, um transpor-
tador ambulante de coco fedorento. Mas nem assim o homem acorda, se julga uma ima-
gem e semelhança de um Deus Todo poderoso, divino e sempre se acha mais querido
por Deus do que seus irmãos humanos. O dia que o homem descobrir isso, ele saberá o
que é ser feliz e realista, e descobrirá onde está e como age o mal, do qual ele deveria
estar se defendendo.
Voltando ao assunto desse item, sempre fui cético quanto a aparecer alguma
coisa do nada. A ciência atualmente aceita como modelo inicial do universo físico (não
divino) o modelo da grande explosão térmica, conhecido como Big Bang. Não vou co-
mentar aqui a impossibilidade de sua existência por já ter trabalho para isso, também
disponível na página www.franciscoguerreiro.com.br.
O que me deixa curioso é tanto cientista inteligente achar possível uma compres-
são de fótons até volume zero, violando a termodinâmica e depois gerar uma explosão
tão violenta. De qualquer forma, o insumo na explosão era o mesmo, os fótons. Só com
fótons explodindo pode-se gerar um Universo tão grande, tão complexo, que até hoje
sequer o conhecemos totalmente? Me é difícil aceitar que do nada (volume zero) ou
mesmo de grande quantidade do mesmo insumo aparecerem tantas espécies, e tão dife-
rentes entre si, como minerais, vegetais e até animais, inclusive o homem! E qual a ex-
plicação para o mesmo insumo gerar produtos tão diferentes? Houve sequência lógica
ou foi tudo ao acaso? A partir da Grande Explosão Térmica (???) todos os fótons saíram
à mesma velocidade formando esferas cada vez mais amplas, logo, sempre sujeitas às
mesmas condições energéticas. Porque não seguiram todas o mesmo destino? Porque
tanta diversidade no universo a partir do mesmo insumo seguindo sempre com as mes-
mas condições energéticas?
A evolução das espécies vivas, em si, é coisa comum e sem nada passível de
dúvida e sem nada a se acrescentar. É apenas uma adaptação dos seres vivos às novas
condições que vão aparecendo com o tempo. E isso é fruto de um período longo de evo-
lução quando atingiu as características que consideramos como definidas e definitivas
para os seres atuais. Mas quem garante que a evolução já atingiu sua meta?
Sempre haverá a pergunta: o homem atual já é o definitivo ou vai continuar evoluindo?
Porque o homem evoluiu tanto no sentido de andar de pé e não de quatro, criou muscu-
laturas próprias para esse fim, ao invés de evoluir no sentido de criar asas e poder voar,
já que desde os primórdios o homem sempre sonhou em voar, então porque sua evolu-
ção foi em outro sentido? Ou será que nesse caso não houve evolução e sim involução?
Porque algumas espécies não evoluíram no sentido de adquirir capacidade de correr
como os felinos, deixando de ser presa fácil deles? Porque os felinos evoluíram tanto
em termos de velocidade, garras para pegar suas vítimas e presas para as dilacerar, e
não evoluiu no sentido de se tornar herbívoro? Afinal, a quantidade de verde que existe
em nosso planeta seria suficiente para abastecer todos os felinos por toda a eternidade,
além do que eles não necessitariam emboscar e matar outros animais para sobreviver. O
que fica muito difícil de fazer quando ele envelhece e talvez isso acelere sua morte. Isto
também é evolução?
Entretanto, minha dificuldade maior está em entender o evolucionismo como ele é con-
siderado pelos seus defensores, todos só se referindo a evolução de seres vivos, mas não
para os seres inanimados. Porque um conjunto de fótons conseguiu evoluir a ponto de se
tornarem animais com ciclo vital perfeito etc, e outros não conseguiram passar de ina-
nimados minerais?
Pelo exposto, pode-se perguntar qual o final da evolução? Tudo vai continuar evoluindo
até que ponto? A evolução caminha para um ponto de equilíbrio ou continua até reduzir
tudo a pó? Nós também? Já chegamos ao ponto de máxima evolução possível ou esta-
mos em um estágio primitivo, passível de todas as mudanças imagináveis (ou inimagi-
náveis) ainda por vir? Nesse caso como seríamos no futuro? Voltaríamos ao bom senso
e andaríamos de quatro ou continuaríamos de pé? E os demais mamíferos conseguirão
adquirir o neo cortical ou se limitarão para sempre com o lumbical? Da mesma forma
pode-se inquirir dos evolucionistas porque com o mesmo tempo de evolução os répteis e
ofídios não adquiriram o lumbical (a parte do cérebro que dá o conceito de sentimento)
como os mamíferos? E porque a cobra não evoluiu no sentido de criar asas ou pernas
para se deslocar com mais facilidade? É claro que isso tudo é assunto com boa dose de
subjetividade e é passível de questionamentos acalorados para sempre.
Entretanto tem uma coisa que considero ponto de honra e não aceito parecer contrário
de nenhum ser, mesmo com pouca inteligência, é que tem que manter a coerência:
“Num processo evolutivo as coisas sempre evoluem. Pode haver ocasionalmente curtos
ou longos períodos estacionários (platôs), para depois continuar a evolução, fato que
pode se repetir tantas vezes quanto se queira. Mas, depois de cada platô, OBRIGATO-
RIAMENTE o sistema tem que continuar evoluindo”.
Assim sendo, a evolução, intercalada ou não por platôs, SÓ pode conter períodos esta-
cionários e evolutivos. Jamais meus neurônios aceitarão que a parte INVOLUTIVA
possa fazer parte do processo EVOLUTIVO. Seria a negação de tudo, da razão, do bom
senso, da inteligência e de tudo o mais que o homem conseguir coordenar.
E é aí que o Evolucionismo esbarrou nos meus neurônios: “o ser humano”.
Frente aos demais mamíferos, o homem é visivelmente um estágio acima, sem nenhuma
dúvida. Mas isso é realmente fruto da Evolução?
A evolução (ou desenvolvimento) do homem chegou a beira do inimaginável!
Uma simples molécula, invisível a olho nu, chamada DNA detém o código genético e
todas as características que o futuro ser humano vai ter.
Sai de uma simples molécula, consegue evoluir até criar carne, ossos, cabelos etc. De-
pois evolui aumentando o volume inicial, enrijecendo os ossos, os tendões, consegue se
estruturar em forma coloidal com um volume de água mais de três vezes superior ao de
sólidos, e aí manter a configuração atual de um sistema coloidal íntegro, composto por
várias formas de estruturação coloidal deferentes, desde sóis líquidos a géis consistentes
e até mesmo sistema coloidal com o meio de dispersão sólido, como os ossos, aumentar
sua resistência às intempéries, chegar ao ápice da força, do conhecimento, da capacida-
de de discernimento, de reprodução, da utilização racional da força, etc. Enfim, o ho-
mem sai de uma simples molécula, se encorpa, aumenta, evolui material e espiritual-
mente, se reproduz, chega ao ápice. Realmente um processo evolutivo digno de elogio e
inveja.
De repente, a partir daí começar a decair, a degenerar, a perder tudo que conseguiu
amealhar durante o fabuloso processo evolutivo, e culmina por chegar ao seu fim atra-
vés da morte. Da molécula (DNA) ao ápice, foi realmente uma evolução.
Mas aí cabe uma pergunta: o período de decaimento, enfraquecimento, degeneração e
morte também faz parte da evolução? Por que um sistema que sai de uma simples molé-
cula, cria um ser vivo, que nasce, evolui até a condição do ser adulto, com vigor, capa-
cidade de locomoção, de pensar, de andar, correr, nadar, etc, e depois que tudo isso é
conseguido, começa tudo a andar para trás, começando a desfazer tudo que foi feito
antes, culminando com o desaparecimento de tão bela obra da evolução? Será que do
nada (um conjunto de fótons) já seria possível estabelecer um sistema evolutivo tão in-
teligente que previsse que depois de tanto tempo necessário para produzir uma obra tão
perfeita, que ela, tão logo produzida, iniciaria seu declínio e destruição?
Na minha opinião, que me desculpem os evolucionistas, o decurso do ciclo vital está
parecendo muito mais ser atrelado a algum modelo previamente estabelecido para ser
cumprido dessa forma (na verdade uma curva de Gauss), do que ser o produto de uma
evolução que, de repente estaciona, “involui” e acaba morrendo, com tudo isso fazendo
parte de um processo evolutivo (??).
É claro que todos esses questionamentos e suas possíveis respostas vão continuar cami-
nhando juntas para sempre e no campo da pura subjetividade. Talvez essa seja a coisa
mais importante para o ser humano racional: tudo ser sempre no campo subjetivo, pois
se houvesse alguma evidência objetiva, as respostas seriam obvias e de consenso e então
o homem não teria mais sobre o que pensar e procurar. Será que o homem continuaria
existindo a partir do momento em que tudo fosse esclarecido de forma objetiva? O que
ele procuraria dali para a frente? Que motivos ele teria para continuar vivo?
Evidentemente o assunto não se esgota por aqui. Claro que, como me considero racional
e honesto, e como a avaliação do modelo Evolucionista, que é o único contraponto co-
nhecido hoje ao modelo Criacionista, sou obrigado a reconhecer que, se o modelo Evo-
lucionista tem mais furos do que queijo suíço, o modelo Criacionista que, apesar de
apresentar enorme número de falhas, o faz menos que o Evolucionista, então sou obri-
gado a dar mais crédito ao modelo Criacionista.
É evidente que no estágio atual do conhecimento humano, não se pode garantir que o
único contraponto possível ao modelo Criacionista seja o Evolucionista, razão pela qual,
daqui para a frente, vou continuar buscando a existência de algum outro contraponto
mais razoável. Mas, enquanto não o encontrar, sou obrigado a dar mais crédito ao mo-
delo Criacionista do que ao modelo Evolucionista Darwiniano, pelas evidências apre-
sentadas.
10 – 5 - O Homem e a Morte
Após ter falado tanto sobre a origem do homem, por Criação ou por fruto de
Evolução, e depois dos conceitos emitidos anteriormente sobre a Termodinâmica, que
na minha opinião é o balizador final de tudo que ocorre, tenho que colocar aqui uma
análise do assunto que mais incomoda a maioria dos homens: seu fim, ou seja, sua mor-
te.
No item anterior deixei bem clara a minha opinião pessoal sobre os modelos
possíveis de surgimento de tudo, do Universo ao homem. Muito me incomodou o fato
de considerar sem sentido nenhum alguma possibilidade de escolha, por mais imprová-
vel que seja, pois sempre preferi ter como possibilidade a alternativa da opção, para o
que é sempre necessário existirem soluções alternativas possíveis, mesmo com probabi-
lidades muito diferentes.
Quanto ao evento morte, ou seja, o fim do homem, que ele não aceita e por isso,
com o inerente medo do desconhecido, bloqueia seu neo cortical, que é a parte do cére-
bro que fornece a razão, logo, o possível entendimento para este ou qualquer outro fato
de nossas vidas. Pela honestidade de propósitos de meus estudos, no item anterior ter-
minei embasbacado e o pior, neste item que vou transcrever como segui o raciocínio de
início ao fim e mostrar no final, que acabei neste, talvez mais embasbacado ainda. Mas
acho que a evolução é assim mesmo; ora achamos uma coisa, e depois a reconhecemos
absurda e assim sucessivamente.
Mas vamos ao estudo, sua sequência e as conclusões a que cheguei.
Conforme foi visto detalhadamente no primeiro item do capítulo 9, a avaliação
termodinâmica de um evento é sempre feita dividindo o Universo em duas partes: a
primeira constituída pelo sistema que se quer estudar e o segundo, o resto do Universo,
de tal forma que a soma das duas partes recompõe o Universo íntegro.
No caso presente, o evento que me propus a estudar é o homem, ou seja, o ser
humano. Dessa forma temos o seguinte conjunto em equilíbrio:
Homem + Resto do Universo = Universo
O princípio e o mecanismo de análise é exatamente o mesmo, já que o homem
constitui um sistema e somado ao resto do Universo, reconstitui o Universo. Todas as
trocas eventuais tem que seguir as mesmas leis, ou seja, a Entropia do Universo tem que
aumentar (em alguns casos, como em reações em equilíbrio, pode se manter). Mas, sob
hipótese alguma a Entropia do Universo pode diminuir.
No caso dos seres vivos, como no caso do homem, aparece um dado novo, que
não impede nem atrapalha a avaliação Termodinâmica, mas que vai causar um incômo-
do mais adiante.
Trata-se do fato do homem ser um “ser vivo”, com auto suficiência de locomo-
ção, pensamento, respiração, reprodução, etc. Por essa razão vou considerar essa situa-
ção como:
Homem VIVO + Resto do Universo = Universo
É claro que a introdução da palavra vivo não afeta em nada a continuidade do
estudo, tendo-se sempre em mente que as trocas entre os dois lados participantes têm
obrigatoriamente que manter ou aumentar a Entropia do conjunto (Universo). É eviden-
te que durante a vida do homem, ele vive trocando Energia e Entropia com seu parceiro
(o resto do Universo), sempre respeitando as leis vigentes.
Entretanto, no caso dos seres vivos, principalmente no caso presente por se tratar
do homem, ocorre um evento desconhecido e imprevisível: de repente o homem MOR-
RE.
É claro que no ato da morte mudam muito os parâmetros analisados, de forma
que a condição de estudo passa a ser:
Homem MORTO + Resto do Universo = Universo
Daí para a frente, é só definir os parâmetros e suas variações e continuar fazendo
a análise termodinâmica. Entretanto, o ponto crucial da questão não é esse, pois se sabe
que ambas as situações vão atender as leis termodinâmicas. O grande problema, e que
me pegou desprevenido, foi a grande mudança que ocorre nos balanços energético e
entrópico feitos antes e depois do evento MORTE, que se pode até chamar de SINGU-
LARIDADE. É como os dois cones representativos do passado absoluto do evento e do
futuro absoluto do evento, definidos por Einstein.
Para ele, os dois cones eram ligados pelo bico e representava para ele a chamada
singularidade, que ele considerou como sendo o evento presente e definiu que as ocor-
rências contidas no cone de eventos passados não poderiam ter nenhuma influência nas
ocorrências do cone de eventos futuros. Ou seja, a singularidade era uma ruptura brusca
e total entre os acontecimentos passados e os acontecimentos futuros.
Sempre me incomodou muito essa conclusão dele, ou seja, dois cones ligados
mas desvinculados pelo bico comum.
Em trabalho anterior já fiz minha crítica a esse conceito, que como é curto, vou
descrever aqui. O exemplo que usei foi de um médico atender a uma criança com febre.
Se o médico lhe der um antitérmico, vai baixar a febre por um período, e voltará em
seguida. Porque a febre não é um evento auto suficiente; ela é consequência de uma
infecção que gera o cone de eventos futuros, chamado febre. Assim, se o médico só lhe
der antitérmicos vai acabar matando a criança. O que o médico precisa fazer é pesquisar
para descobrir o local, a natureza e a intensidade da infecção. Curando a infecção acaba
a febre.
Dessa forma pode-se considerar que a infecção é o evento presente ou singulari-
dade e a febre é a constituição do cone de eventos futuros. Assim, em princípio me pa-
rece mais lógico considerar que o bico tem influência direta no cone de eventos futuros.
Geralmente, depois de certo tempo, a infecção volta. Nesse caso, o procedimento
do médico tem que ser ainda mais profundo. Não basta confirmar os dados da infecção e
trata-la, pois fará com que ela volte mais a frente. Assim, o médico tem que fazer uma
pesquisa dos eventos passados que desembocaram na infecção. Evitando os eventos que
causaram a infecção, ele cura o paciente de forma definitiva.
Este foi o exemplo que eu dei; na verdade trata-se do modelo de um aconteci-
mento bastante semelhante ao que utilizaram para a elaboração do modelo do Big Bang.
A condição impositiva de que nada do que ocorreu no cone de eventos passados pode
influir nos acontecimentos do cone de eventos futuros, passou a me incomodar um pou-
co, por ser aparentemente descabida.
Uma outra avaliação que fiz em torno disso, é que seus promotores, provavel-
mente estudando uma possível existência de vida após sairmos daqui, de nossa viagem
planetária em forma material, certamente acreditavam que existe realmente uma vida
NÃO material quando desembarcarmos de nossa nave em movimento eterno (Terra),
porém não tendo encontrado nenhuma forma, por mais subjetiva que seja, de contato,
preferiram considerar que o ato da morte, que é um evento singular, seja uma ruptura
TOTAL entre o cone de eventos passados (nossa vida material) e o cone de eventos
futuros (nossa vida não material, se ela existir, é claro). Acho válido a busca, como
qualquer pesquisa teórica ou experimental que alguém se disponha a fazer, pois isso é
que faz o homem evoluir. A única coisa que critico veementemente é a assertiva de que
a singularidade acaba com qualquer vínculo possível entre os cones de eventos passado
e futuro. É mais um exemplo da arrogância, consciente ou inconsciente do homem, que
não encontrando resposta ao que procura, define como “verdade absoluta” a conclusão a
que ele chegou. Deve-se sempre respeitar o direito de qualquer outro homem também
pensar no mesmo assunto e chegar a conclusões totalmente opostas, sem que se possa
afirmar que ele esteja errado, pois a verdade é uma busca, e só sabe “a verdade absolu-
ta” os pobres de espírito dignos de profunda piedade por parte de quem pensa com seus
neurônios. É isso que realmente eu sinto de todos os que “sabem a verdade”, pois estão
no chão da escada do conhecimento da vida. Alias, no chão bastante elameado.
Depois disso, vamos voltar ao evento morte e as duas situações criadas:
- Homem VIVO + Resto do Universo = Universo
- Homem MORTO + Resto do Universo = Universo
A avaliação fria das duas situações, mostra realmente um hiato entre elas. Mes-
mo com as duas situações independentemente uma da outra estarem atendendo as leis,
mas o fato é que não são DOIS sistemas, duas situações independentes. Estes dois cones
são ligados entre si pelo evento MORTE, que é a singularidade do evento estudado.
Antes da morte, o homem tinha determinado conteúdo entrópico, já que ele tem
todos os tipos de movimento: mexer as pernas, mexer os braços, executar o ciclo respi-
ratório, o ciclo reprodutivo, o ciclo digestivo, todos os órgãos se movimentando, especi-
almente o coração, o sangue circulando ao longo de vários metros dentro de artérias e
veias, os neurônios vibrando, mantendo todo esse sistema coloidal complexo a uma
temperatura em torno de trinta e sete graus, e por aí afora.
No ato da MORTE, todo o sistema perde seus movimentos, o coração para de
bater, o sangue fluente deixa de ser um sistema coloidal livre, solto, do tipo SOL e coa-
gula, passando a ser um sistema coloidal do tipo GEL (coagulado, aglomerado, com
retenção de todo o volume de meio que o constitui, o que diminui drasticamente a en-
tropia) e, finalmente, diminui violentamente o maior contribuinte para a Entropia: a
Temperatura. Claro que a diminuição da entropia no homem morto em relação ao ho-
mem vivo, que é devido a coagulação do sangue, diminuição de temperatura, e outros,
onde tudo favorece o aumento da coesão, energia coesiva ou atrativa. Essa diferença em
forma de entropia é enviada ao resto do Universo. Só que é fácil perceber que a quanti-
dade de entropia contributiva para a entropia do Universo promovida pelo Homem Vivo
é visivelmente maior do que a promovida pelo Homem morto.
Nesse ponto parei para pensar profundamente em quaisquer alternativas possí-
veis. Depois de tudo que mostrei antes, não posso me negar a aceitar que o evento morte
realmente modificou bastante a condição reinante: vivo x morto. A aceitar que o bico
(evento presente ou singularidade) que no caso presente é a morte, seja uma interrupção
total entre os dois cones de eventos passado e futuro, pode ser até aceito, mas precisa
primeiro justificar como essa enorme quantidade de energia e entropia sumiu! Se o sis-
tema VIVO tinha toda aquela quantidade de energia entrópica, através dos movimentos
e do calor, e de repente vem a MORTE e acaba com tudo isso sem uma compensação do
parceiro do sistema, que é o “resto do Universo”, então eu seria obrigado a reconhecer
que a Termodinâmica está errada: não passa de um blefe!
Mas admitir que ela atende TUDO que ocorre no Universo inteiro, e só erra em
um único caso: a Morte do ser vivo, é difícil de aceitar. Sinceramente, para aceitar isso,
eu ficaria na obrigação moral de acreditar em Papai Noel, Chapeuzinho Vermelho, etc.
Usando a razão, pelo menos que eu penso ter, a Termodinâmica não pode ser tão
perfeita para tudo menos para esse caso específico, que permite que o Universo como
um todo, Diminua muito seu conteúdo entrópico. Seria a ÚNICA exceção ao Segundo
Princípio da Termodinâmica. Assim, tem que haver alguma explicação que localize essa
quantidade de energia entrópica que “sumiu”.
De todas as alternativas que me vieram a cabeça, a única que faz algum sentido,
é a possibilidade de realmente termos na nossa constituição, uma parte Não Material,
cujo conteúdo tenha mais Entropia do que a quantidade diminuída no ato da Morte.
Esta possibilidade satisfaz a Termodinâmica, mas fica faltando identificar o tipo
e quantifica-la além, é claro, de descobrir sua origem e que papel ela desempenhava
dentro do organismo vivo, e porque sai com a ruptura pela morte. Da identificação e sua
compreensão, vai depender a definição de um dos pontos que mais me incomoda, con-
forme mostrei no item c do capítulo 3, sobre as consequências do atraso sideral, em re-
lação a rapidez do deslocamento dessa forma não material até seu destino final.
10 – 6 - O Trato da Casa e o Meio Ambiente
Depois de tudo que foi avaliado e comentado sobre o Homem, a morada de Deus (e do
Homem), nosso sistema em relação ao restante do Universo, nossa vida temporária na
casa de Deus, etc, vamos avaliar o comportamento do homem em relação ao seu (e de
Deus) lar. Como o homem cuida de si, de seus irmãos, das demais criações de Deus,
enfim do meio ambiente e da preservação da casa que ele usufrui.
Inicialmente, como já vimos, sabemos que nosso planeta é constituído por três quartos
de agua. Coincidência ou não, o homem também o é, e a maioria dos animais e vegetais
do planeta também são constituídos primordialmente por agua.
Em princípio parece um pouco de covardia, todos os habitantes formados majoritaria-
mente por agua e largados num planeta constituído basicamente por agua. Seria um fim
rápido e trágico para todos os seres vivos desse planeta. Além disso, outra covardia era
colocar nossa atmosfera com oitenta por cento de um gás inerte, sabendo que após o
consumo dos vinte por cento respirável pelo homem, transformando-o em outro gás
irrespirável pelo homem (gás carbônico), cuja mistura com nitrogênio levaria todos os
seres vivos a dolorosa morte por asfixia.
Entretanto, nada disso aconteceu nem acontece, e isso por algumas razões que vamos
começar a analisar, como por exemplo, como as coisas da natureza se equilibram e onde
e como o homem entra nesse circuito, como morador temporário deste “lar divino”.
Os assuntos ligados a ecologia e meio ambiente, assim como o comportamento médio
do ser humano em relação a eles, são tantos e tão vastos que daria para escrever vários
compêndios sobre o assunto. No caso presente, esse assunto é apenas um tópico do que
é a finalidade do trabalho. Por essa razão, vou avaliar alguns assuntos o mais sucinta-
mente possível, e para não me alongar demais em nenhum deles nem perder a sequência
que me propus, vou identificar cada um deles como um sub item.
10 – 6 – 1 - O primeiro ponto de abordagem é a aparente covardia de seres vivos cons-
tituídos primordialmente por água terem que sobreviver em um planeta com maioria
absoluta de agua.
Como os seres vivos precisam se defender da agua para sobreviver, é só ter um pouco
de percepção para verificar que todos foram muito bem protegidos, quer seja por Cria-
ção quer seja por Evolução. Todos os seres vivos são protegidos por uma fina camada
de “repelente a agua”.
Explicando: só existem dois tipos de substâncias, em uma visão genérica, que são as
POLARES e as APOLARES. As Polares são aquelas que apresentam alguma polarida-
de e são representadas por sua forma mais geral: a água ou hidro. De outro lado exis-
tem aquelas que não têm nenhuma polaridade, ou seja, são absolutamente Apolares,
cuja representação mais geral é o óleo.
Assim temos que a agua (hidro) é POLAR e o óleo é APOLAR. Os dois tipos são abso-
lutamente antagônicos, opostos. Quem tiver afinidade por um deles, obrigatoriamente
terá aversão pelo outro.
A afinidade é definida pelo termo FILIA e a aversão é definida pelo termo FOBIA. As-
sim, todos os produtos polares, têm afinidade (filia) pela agua (hidro) e por isso são
considerados como tendo HIDROFILIA e são classificados como HIDRÓFILOS. Ten-
do filia pela hidro (polar) obrigatoriamente terá aversão (FOBIA) pelo óleo, logo, são
portadores de OLEOFOBIA e são chamados de OLEÓFOBOS.
O oposto segue o mesmo raciocínio: quem tem FILIA por óleo é chamado OLEÓFILO,
logo, obrigatoriamente um HIDRÓFOBO.
Dessa forma, podemos observar que os seres vivos foram muito bem preparados para
enfrentar os desafios da vida no planeta agua. Todos têm uma fina proteção HIDRÓ-
FOBA, o que obriga que seja OLEÓFILA. O homem mergulha o braço na agua, ao tirar
basta sacudir um pouco ou passar um pano (toalha) e está novo em folha. Entretanto, se
ele mergulhar o braço no óleo (petróleo, querosene, gasolina, etc) ou seja, qualquer pro-
duto Hidrófobo, logo, oleófilo, que portanto tem afinidade pela superfície atingida, a
aderência é de tal forma que dá imenso trabalho para remover e voltar ao normal. Isso, o
homem, que tem inteligência e todos os recursos disponíveis para tais ações. Mas, e os
demais seres vivos? Estão protegidos pela natureza porque nela Não existe óleo dispo-
nível, que possa lhes causar danos. Alguns tipos de óleo, em pequenas quantidades, co-
mo parte de frutos, que depuramos para usarmos como comestíveis. Nada afeta aos de-
mais seres vivos porque o óleo que existe em abundância, não tem a menor chance de
incomodar ninguém. Está a inúmeros quilômetros de profundidade, a maioria abaixo do
fundo do mar. É uma forma de garantir a segurança dos seres vivos que têm proteção
hidrofóbica, logo ficam vulneráveis aos produtos oleosos. O equilíbrio e a segurança
estão garantidos pela Natureza, pelo meio ambiente, por Deus, ou seja lá pelo que for.
Cada um que credite a proteção e segurança àquilo em que ele acredite.
Infelizmente, aí entra a única coisa maligna que existe no planeta: o homem. Consegue
furar um sem número de quilômetros abaixo do fundo de quilômetros de lâmina d’agua,
para buscar óleo em quantidade suficiente para lhe dar conforto e riqueza.
Com grande frequência ocorrem enormes vazamentos de petróleo em diversos pontos
do planeta. Os seres vivos, por terem proteção contra a agua, que poderia destruí-lo, se
tornam altamente vulneráveis, porque para se defender da agua, tem que ter um produto
que abre sua guarda para o óleo. A fauna e a flora atraem o óleo por terem estrutura de
mesma natureza e se tornam vítimas fatais porque o óleo molha bem as superfícies hi-
drófobas, por terem que ser oleófilas. E lhes conduz a um triste fim.
Tristes vítimas do tresloucado maligno ser humano, que sequer diminui seu ritmo de
destruição. Mas reza para Deus e considera que Deus está de acordo e ponto final.
Assim, as vítimas deixam de ser problemas seus, passam a ser de Deus.
10 – 6 – 2 - O segundo aspecto que desejo abordar é sobre a respiração.
O ciclo de respiração do ser humano é a inspiração de oxigênio e a consequente expira-
ção de gás carbônico. Assim, o que se deveria esperar é que nossa atmosfera fosse cons-
tituída de oxigênio. Entretanto, o oxigênio é o comburente natural. Se a atmosfera fosse
só dele, bastava riscar um fósforo que o planeta explodiria. A natureza é sábia: ele exis-
te na proporção de uma parte dele para quatro partes de um outro gás, este inerte, o ni-
trogênio, que impede isso.
Mas ao respirarmos, vamos inspirar o nitrogênio junto com o oxigênio. Certo, vamos,
mas o nitrogênio é inerte, entrará em nossos pulmões e sairá da mesma forma que en-
trou. Não participa de nada nem interfere no serviço do oxigênio. Equilíbrio perfeito.
Entretanto, nosso ciclo de respiração completo consta da inspiração do oxigênio junto
com o nitrogênio e, após a realização do ciclo, expiramos o nitrogênio intacto (entrou e
saiu sem participar de nada). Por outro lado, o oxigênio inspirado, após a realização do
ciclo, é expirado na forma de gás carbônico. Dessa forma, gradativamente vamos trans-
formando a mistura inicial de nosso equilíbrio e condição de vida, a mistura de oxigênio
com nitrogênio, para uma nova mistura constituída por nitrogênio e gás carbônico. Com
essa mistura, o homem não sobrevive, é condenado a morte por asfixia.
Mais uma vez a natureza mostra que não precisa de nós, de nossos favores para nada.
Ela é auto suficiente em tudo. Inclusive nesse caso, que solução simples, tranquila e
objetiva da natureza: os VEGETAIS respiram ao contrário de nós, ou seja, enquanto os
animais inspiram oxigênio e expiram gás carbônico, os vegetais inspiram gás carbônico
e expiram o oxigênio puro, renovado. Animais e vegetais vivendo juntos e comparti-
lhando a mesma atmosfera, ou seja, um dando respaldo às condições de vida do outro.
Equilíbrio simples e perfeito.
Os vegetais nos devolvem o oxigênio que destruímos formando gás carbônico, trans-
formando-o novamente em oxigênio, puro, independentemente de ter sido utilizado an-
tes por outros seres com qualquer tipo de doença, contagiosa ou não, não importa: ele
sempre volta limpo e puro, como se nunca tivesse sido usado antes. Assim, os vegetais
nos equilibram, nos ajudam a viver com saúde e tranquilidade.
Infelizmente, novamente entra em cena o mal do planeta, o ser humano, que destrói os
vegetais para amealhar o maldito dinheiro, a custa da eliminação de quem nos garante
vida e saúde.
10 – 6 – 3 - O terceiro aspecto que desejo avaliar é o radicalismo de muitos ambienta-
listas (ou ecologistas) no sentido de defender o meio ambiente.
Agem e querem que todos participem desse tipo de ação, como se o meio ambiente fos-
se um retardado mental que não sabe o que faz e muito menos se defender. É bom que
os que desconhecem o assunto com certa profundidade, não caiam na esparrela dos de-
sesperados defensores de um mongoloide indefeso. A verdade não é bem essa. O meio
ambiente não precisa de nossa ajuda, por uma razão muito simples e que eu tenho inte-
ligência suficiente para saber e reconhecer com toda humildade: o meio ambiente (ou, a
natureza) é muito mais inteligente do que nós todos juntos. Ela sabe se defender, tem
todos os mecanismos de defesa, se não, já tínhamos ido todos “para o brejo”.
Digo isso conscientemente porque sou um observador da natureza e já trabalhei em con-
trole de poluição, na Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (FEEMA),
hoje INEA.
Para ficar mais didático vou subdividir.
10 – 6 – 3 a- O Oceano
O oceano sabe se defender bem; se vocês nunca repararam, tudo que se joga no oceano
e que não presta, ele devolve, jogando nas praias. Os interceptores oceânicos despejam
todo o esgoto orgânico bem longe da rebentação. A agua do mar depura toda a massa
atirada, retém aquilo que precisa, como os coliformes, por exemplo, que servem de ali-
mentos para micro organismos marinhos. O restante, em forma de bolo fecal mas já
seco, inservível para ele, é jogado de volta para as praias. Se nós morrermos afogados,
em tempo reduzido o oceano devolve para as praias, ou seja, o oceano se livra de tudo
que não presta, inclusive nosso corpo.
É com tristeza que temos que reconhecer que sanha maligna do homem é infinita. Ele
não dá tempo para o oceano se limpar, tal a velocidade com que ele o agride. Assim,
creio que os ecologistas deviam parar de se preocupar com o oceano e se preocupar com
o mal, que é o homem.
10 – 6 – 3 - b - Os Rios
Os rios são formados por agua corrente, o que, por si só, já mostra que ele não precisa
de ajuda. Quando trabalhei na Feema, eu próprio, com minha equipe, fiz esse teste no
Rio Paraiba do Sul. Na beira de uma pequena cidade de interior, onde o esgoto era lan-
çado ao vivo no rio, medimos a velocidade da agua e marcamos outro ponto mais dis-
tante cerca de duzentos metros.
Claro que a quantidade de coco não era como de uma cidade grande. Mas no momento
do lançamento fizemos coleta de material ali, e depois do tempo que garantia que aquela
mesma massa de agua estava passando no ponto posterior, repetimos a coleta.
Resultados do Laboratório:
- agua do local do lançamento: Nº de coliformes: incontáveis
- agua do local 200 metros adiante: Nº de coliformes: zero
A conclusão é que o esgoto orgânico (coliformes) serve de alimento para os micro orga-
nismos (cujos nomes são de conhecimento dos biólogos, zootecnistas etc). O que não
for consumido no caminho, será lançado ao mar, que devolverá tudo a terra.
A poluição que realmente acaba com a saúde dos rios e de seus habitantes marinhos,
quer sejam micro ou macroscópicos é o despejo industrial, contendo metais pesados,
letais até para os humanos, detergentes etc.
Novamente me entristece o fato de saber que os malditos que cometem esses crimes são
os homens, com o desespero de aumentar cada vez mais o lucro, e contam com a coni-
vência dos servidores públicos venais que, em troca de propinas, permitem esse crime
de lançamento diretamente nos rios, não obrigando às indústrias a remover todos os
materiais nocivos no despejo.
10 – 6 – 3 – c - Baia de Guanabara
Só vou relatar este fato porque pode servir de base para alguma investigação que possa
vir a ajudar aos abnegados que atuam no combate a poluição.
Todas as baías apresentam as mesmas características, visíveis para quem observa de
fora dela: durante a enchente, observa-se nitidamente a agua entrando na baía, e durante
a maré vazante, é visível a agua saindo da baía em direção ao mar. Esta é a principal
característica de uma baía e é exatamente o que a distingue de um rio, onde a agua corre
sempre para o mar, quer seja na enchente quanto na vazante, com pequenas exceções
onde a agua do mar adentra no rio, mas em pequeníssimas distâncias, para logo retornar
seu trajeto natural para o mar.
A Baia de Guanabara tem uma característica que parece ser única no mundo. Talvez
devido ao seu formato de um útero, ela apresenta a seguinte característica: na vazante a
agua realmente SAI da baia para o mar. Entretanto, curiosamente, durante a enchente a
agua continua saindo para o mar, embora seja visível o aumento de volume do interior
dela.
A explicação parece ser simples: devido a seu formato, durante a vazante a agua sai para
o mar como qualquer outra baía. Entretanto, durante a enchente, a agua entra em grande
volume por baixo (correntes inferiores), o que faz com que, devido as correntes de ma-
rés, parte da agua continua saindo pela superfície. Desse modo, para um observador
externo, a agua está SEMPRE saindo, logo, parece se tratar de um rio e não de uma ba-
ía. Isto já era sabido pelos Portugueses há quinhentos anos. Só depois de adentrar no
“rio” é que se vai descobrir que se trata de uma baía.
Mas o que quero apresentar não é isso. Quando lá trabalhei, havia um convênio da Ma-
rinha de Guerra (Governo Federal) e a Feema (Governo Estadual), convênio esse no
qual fui secretário durante algum tempo. Era o Convênio de Controle de Poluição da
Baía de Guanabara.
Haviam os “feras” que comandavam o controle, a partir de modelo matemático, com
dezenas de pontos de coleta de agua, em três profundidades (superfície, meio e fundo),
feitos sistematicamente (não me lembro mais se a frequência era mensal ou quinzenal).
As amostras eram levadas ao laboratório, ensaiadas e os resultados fornecidos ao grupo
encarregado da execução do modelo. Não sei o resultado final desse estudo porque na
mudança de Governo do Estado saí e fui trabalhar em outro órgão.
Mas o importante é que, enquanto estive lá, responsável e participante das coletas das
amostras, e muito amigo de dois excelentes profissionais da área da Química, o Dr Mar-
cos K. Barreto, chefe geral da Divisão de Laboratório, e seu assessor científico, o sau-
doso Dr Hélio Ramos da Costa.
Estes dois, com suas excelentes cabeças de cientistas, observadores dos eventos quími-
cos, responsáveis pelo abastecimento de dados aos “modeladores”, claro que tinham a
obrigação de fazer uma avaliação prévia, para detectar possíveis erros de amostragem,
de resultados de ensaios ou qualquer indício de equívoco, para não levar problemas so-
bre assunto de tal seriedade. Nas avaliações, começaram a perceber que os resultados de
cada ponto de coleta, não mudavam demasiadamente com o tempo. E, o pior, os resul-
tados eram uma verdadeira “salada de frutas”. Começaram a detectar pontos extrema-
mente próximos entre si apresentando valores altamente divergentes, ao mesmo tempo
em encontravam pontos muito distantes um do outro, com características bem mais pró-
ximas.
Claro que, com a capacidade intelectual dos dois, aliado ao profundo conhecimento pro-
fissional, começaram a montar planilhas e conduziram uma avaliação paralela a modela-
tória oficial. Depois de longo e penoso estudo, conseguiram unir graficamente os pontos
de mesmas características, e obtiveram um conjunto de curvas que faziam como que
contornos reduzidos bastante semelhante ao formato da Baía de Guanabara.
Ao procurarem o esclarecimento dos resultados obtidos, descobriram que o conjunto de
curvas que obtiveram eram exatamente as curvas da Carta de Marés da Baía de Guana-
bara fornecida pela Marinha.
Não sei qual o resultado final disso tudo, pois saí de lá e fui para outro órgão, logo de-
pois Dr Hélio faleceu e o Dr Marcos deixou de ser o diretor após a mudança do Gover-
no.
Só citei isso para mostrar ao leitor como as coisas funcionam, pelo menos por aqui. Da
mesma forma como conversei muito com ambos sobre esse assunto, concluímos que era
bastante óbvio o resultado: você joga o esgoto em determinado ponto, que a corrente
marinha se encarrega em distribui-lo ao longo do circuito que ela perfaz.
A minha conclusão, que me valeu alguns xingamentos, é de que “controlar a poluição
da baia de Guanabara” é “jogar dinheiro fora”. E por que disse isso? Ora, se em deter-
minado ponto, como por exemplo, no desembocadouro do canal do mangue, fétido, que
só tem coco e despejo industrial, a corrente o distribui por toda a área de circulação de-
la. Daí, para mim, não precisa nem ser inteligente para saber que, basta jogar agua limpa
nesse ponto, que a corrente se encarregará de distribui-la, ou seja, a baia não precisa de
nossa ajuda, ela sabe se defender sozinha: basta que parem de jogar esgoto e despejo
nela. Claro que a despoluição total, ou sua limpeza completa não é somente isso. Seria
simples demais. Acontece que isso serve para mostrar que a limpeza dela poderia custar
pequeníssima parte do que é gasto anualmente, e com a baia sempre com as mesmas
fétidas condições.
Claro que sei porque fui xingado por alguns colegas, por toda pecha de ofensas; o con-
trole de poluição, não só da baia, como também todos os outros tipos, se transformaram
numa espécie de “indústria”. Hoje se vê tanta gente ganhando muito dinheiro a custa de
controlar a poluição, que por seu lado está cada vez maior. Atualmente está como a “in-
dústria da seca do nordeste brasileiro”, cantada em verso e prosa desde a época do Im-
pério, no século XlX. Até hoje a seca leva grande parte da riqueza nacional, majoritari-
amente nas mãos da “coronelidade” da região. Nenhum projeto sério para solução do
problema consegue sair do papel.
10 – 6 – 4 - O quarto ponto que tenho experiência e posso colaborar falando da
minha tentativa frustrada de ajudar, é no tocante a proteção de animais silvestres.
Trabalho há bastante tempo na área de pavimentação. Quando se faz uma estrada, que
vai cortar uma área de terreno, o usuário observa que o asfalto fica bem elevado em
relação ao terreno natural, normalmente mais de um metro. Isto é feito por detalhes téc-
nicos, que não cabem aqui comentar. O que importa é que, antes de passar a rodovia, o
terreno como um todo, plano ou não, já era habitado por animais silvestres, que anda-
vam de um lado para outro com segurança e tranquilidade. Geralmente existem trilhas
preferenciais pelas quais eles se deslocam.
Quando se faz a estrada, o terreno fica “dividido em dois”, os dois lados da estrada e os
animais para irem de um lado para o outro, têm que subir a “rampa” de um lado, atra-
vessar a rodovia e descer do outro lado. Isto leva a dois problemas sérios: o primeiro é o
risco a que ficam os motoristas, principalmente a noite, de perder o controle do carro ao
tentar se desviar dos animais, pelo menos os que ainda têm algum respeito aos animais
dentro de si, pois a maioria se lixa e passa por cima e pronto; o segundo é que, antes da
estrada, os animais viviam sua vida em seu habitat natural, com paz, tranquilidade e
segurança. Nós, homens, por interesse nosso, é que fomos levar desconforto e insegu-
rança a vida deles.
Por essas razões, sempre considerei que era obrigação moral nossa (infelizmente o ho-
mem, com seu desespero pelo maldito dinheiro nem se lembra mais do que seja a tal de
“moral”) tentar minimizar nossa violência contra eles. Antes da construção da estrada,
eles caminhavam livremente, passando de um lado para o outro de onde ela seria cons-
truída. Claro que eles usam trilhas preferenciais, então minha sugestão era no sentido
de, antes da abertura da estrada, fazer um levantamento para descobrir os pontos de tri-
lha preferencial dos “moradores” daquela área.
Durante a construção da rodovia, principalmente quando cortava ou tangenciava alguma
reserva, minha sugestão era fazer nesses pontos uma “travessia” para eles. Coisa sim-
ples e barata. Simplesmente nesses pontos, atravessar a estrada, no nível do terreno na-
tural, com um bueiro celular, um tubo armco, ou mesmo manilhas armadas. O local de-
veria ser revestido pelo piso e pelos lados, com material e vegetação natural do local.
Claro que deveria haver um cuidado inicial dos animais, mas certamente com o tempo,
se sentindo seguros, voltariam a fazer a travessia sem passar pela rodovia (da morte).
Era o mínimo que eu achava que tínhamos obrigação moral de fazer para minimizar o
mal que fizemos a eles.
Claro, para quem conhece o ser humano, isso nunca foi aceito, porque “não tem recurso
destinado para isso”. Talvez não influa no custo da obra nem 0,1%. Mas não pode.
Também é claro que pode sair valores centenas ou milhares de vezes maior para propi-
nas, para caixas de campanha de partidos políticos, etc. Mas, para preservar a vida de
“seres vivos criados por Deus” nem pensar! Mas, os causadores direta ou indiretamente
pelas mortes dos animais (e até de seres humanos em acidentes ocasionais) não se preo-
cupam, porque a culpa não é deles: afinal ele acredita em Deus, segue alguma religião e
semanalmente dedica uma ou duas horas de seu precioso tempo para rezar para esse
Deus Todo Poderoso, que ele ama, como ama e respeita tudo que esse Deus fez e faz. E
continua feliz com sua fé e seu amor a Deus.
10 – 6 – 5 - O quinto aspecto que precisa ser avaliado é a questão do lixo.
O lixo é um problema crônico em nossas cidades. O chorume produzido contamina o
solo e, muitas vezes atinge o lençol freático, causando danos muito mais sérios.
Não sou especialista em lixo, como não conheço a tecnologia para produzir energia a
partir dele. Portanto, por não conhecer os quantitativos envolvidos, não devia dar opini-
ão nem sugestões a respeito. Entretanto, como me considero um homem preocupado
com o meio ambiente e com o futuro do planeta, como também trabalhei alguns anos
em meio ambiente, e tendo trabalhado minha vida quase toda em usina de asfalto, creio
que minha opinião pode ser um ponto de partida para algum especialista avaliar melhor.
Uma usina de asfalto é composta de um sistema de silos e correias para abastecimento
dosado dos materiais frios. Tudo é transportado para dentro de um tambor rotativo, que
é um secador, alimentado por um maçarico que eleva a temperatura o suficiente para
secar totalmente o material que tem sua umidade natural ou oriundo de chuva, orvalho,
etc, e elevar a temperatura desse material seco até determinado valor adequado para a
mistura com o asfalto, formando a mistura que será transportada e aplicada nas estradas
de rodagem e em vias urbanas.
O tambor secador de uma usina de asfalto, mede em torno de dez metros, não muito
mais, e o maçarico é programado para elevar a temperatura do material até pouco mais
de duzentos graus.
Claro que tecnicamente tanto o tambor como o maçarico podem ser projetados para
alcançar temperaturas muito superiores e produção muito maior. É evidente que o aque-
cimento remove a agua do material, assim como queima toda a matéria orgânica presen-
te (contaminando os materiais frios) formando gás carbônico e ocasionalmente fuligem,
partículas de tamanho coloidal pretas (negro de fumo, etc) O tambor tem acoplado um
exaustor que suga isso tudo para uma chaminé, que joga tudo para o ar (para o meio
ambiente).
É uma violência contra o meio ambiente, com certeza. E isso foi assim durante décadas.
Até que começaram a fabricar os chamados “filtros de mangas”. É um equipamento
implantado ao lado da usina de asfalto, e todo o material (vapor d’agua, gás carbônico,
fuligem, negro de fumo, e demais impurezas) que contaminavam os materiais, são pu-
xados por um exaustor e lançados por dentro de longas mangas feitas com tecido espe-
cial, que retém todas as partículas, só deixando passar para a atmosfera o vapor d’agua e
o gás carbônico. Todo o material sólido fica aderido as paredes das mangas e intervala-
dos pulsos (sacudidelas) faz todo esse material sólido ser despejado em um silo (depósi-
to localizado abaixo do filtro). Este material, muito fino, é reutilizado na própria massa
asfáltica, como material de enchimento.
Porque citei tudo isso antes de dar alguma sugestão para o caso do lixo? Foi porque a
solução apresentada acima, para as usinas de asfalto podem ser ampliadas para uma
solução ambiental de grande porte.
Em primeiro lugar vamos falar do lixo. Acredito que seja possível a instalação de equi-
pamentos idênticos às usinas de asfalto, com produção e queimadores dimensionados
por especialistas para atender a demanda de cada caso particular, que poderia ser em
cada Município ou em cada conjunto de municípios próximos, desde que estudos mos-
trassem sua viabilidade econômica. O lixo é constituído basicamente por matéria orgâ-
nica, como papel, plásticos, restos de alimentos, tudo junto com latas e vidros. Qual é a
ideia principal: esse material todo seria transportado por correias para dentro do sistema
tambor-maçarico dimensionado para tal, e teria seu funcionamento de forma absoluta-
mente idêntica a produção de massa asfáltica.
O resíduo sólido depositado no silo, seria submetido a análise química para saber sua
composição e descobrir se ele tem finalidade nobre para seu uso. Se não tiver finalidade
nobre, esse pó seria adicionado ao pó de pedra com que se faz tijolos de cimento, ou
mesmo ao barro com que se faz tijolos e telhas. Assim teríamos os produtos que estão
começando a destruir o planeta passando a nos ajudar a viver melhor, barateando custo
de material de construção, que favoreceria muito os pobres.
Deixei propositalmente para o final o destino a ser dado a fumaça que sai da chaminé
dos filtros de manga. Essa fumaça é constituída por vapor d’agua e gás carbônico.
10 – 6 – 6 - A Fumaça das Chaminés
Deixei a avaliação da fumaça das usinas de lixo para o final, porque aqui entra o
sexto ponto a ser comentado e avaliado, que é a questão das emissões das chaminés das
dezenas ou centenas de milhões de indústrias que jogam diuturnamente sua fumaça para
a atmosfera, emitindo as partículas coloidais pretas, absorvente de energia que, se alo-
jando nas camadas superiores da atmosfera, recebem os fótons de luz que aqui chegam,
principalmente do Sol. Nas colisões, o coloide preto não espalha a luz, ele é absorvente
integral, logo ele recebe a energia trazida pelo fóton e aumenta seu conteúdo energético,
logo, aumenta sua temperatura, causando o famoso “efeito estufa”, para muitos o inicia-
dor do fim da vida no planeta.
Então, qual seria a sugestão do autor? Que todas as chaminés do planeta recebessem o
mesmo tratamento de uma usina de asfalto, que também foi proposta para a caso do lixo
urbano, qual seja, ser acoplada a um filtro de mangas (ou algo mais eficaz), que captasse
toda aquela fumaça preta que vai para a atmosfera e a filtrasse, produzindo o pó residual
no silo abaixo dos filtros, com destino em função de sua composição química ou na fa-
bricação de tijolos e telhas, e terminando da mesma forma que nas usinas de asfalto e de
lixo, só jogando pelas chaminés dos filtros, a mistura de vapor d’agua e gás carbônico.
Livres do efeito estufa, o planeta já agradeceria, mas para os homens que utilizam seu
neo cortical, isso ainda é muito pouco. Podemos ajudar mais, é só se dedicar mais um
pouco.
O gás carbônico, que muitos dizem ser culpado pelo efeito estufa, não é verdade. Ele
não tem tamanho de micela coloidal e sim de molécula, e molécula não retém os fótons,
logo não aumenta seu conteúdo energético. Isso é específico dos coloides. Além disso, o
gás carbônico expelido pelas chaminés NÃO nos traria nenhum problema se quem foi
colocado pela natureza para nos proteger, transformando-o novamente em oxigênio pu-
ro, NÃO tivesse sido já destruído em um nível altamente comprometedor da nossa inte-
gridade: os VEGETAIS. Infelizmente o homem, em sua sanha desesperada de destrui-
ção de tudo que puder ser destruído, o que satisfaz sua malignidade íntima, AINDA
continua destruindo o que resta de “nossos parceiros de vida”.
Com a violenta diminuição de nossos equilibradores vegetais, o gás carbônico passa a
ser nocivo, primeiro porque quanto mais dificuldade de elimina-lo, mais difícil vai fi-
cando a recomposição do oxigênio que nos permite a vida, e segundo porque ele vai
saturando toda a agua do planeta, que com sua dissolução, vai diminuindo a dissolução
do oxigênio na agua, para permitir a vida dos seres marinhos.
Este é o triste quadro que o homem criou e continua alastrando cada vez mais e com
mais intensidade, parecendo que realmente o que ele quer é a rápida destruição do pla-
neta.
Mas, ainda tem solução? Claro que sim! Infelizmente depende do homem! E o pior é
que depende do par que tem mais FILIA nesse planeta, e uma filia insana e maldita: o
homem e o dinheiro. É preciso que haja determinação dos homens para tal, mas também
é necessário recursos financeiros para tal. E conseguir fazer com que os ricos diminuam
sua riqueza para salvar o planeta é uma utopia impensável.
Como exemplo é só lembrar o passado bem recente: em 2001 a OMS apresentou um
relatório mostrando que a quantia de duzentos e vinte bilhões de dólares acabaria com a
fome no continente africano. Claro que ninguém, governos, multinacionais, bancos,
todos coitadinhos, no momento estão em sérias dificuldades e não podem fazer nada,
mas desejam boa sorte às vítimas (qualquer semelhança com Pilatos terá sido coinci-
dência?).
No entanto poucos anos depois anunciou-se uma crise no mundo financeiro do capita-
lismo, e todos já devem saber o que é uma catástrofe para os ricos, não sabem? É quan-
do eles deixam de ganhar um milhão por dia e passam a ganhar SÓ novecentos mil. Isto
é uma desgraça inadmissível! Imediatamente o Sistema Reinante deu seu jeito de arran-
jar quase três trilhões de dólares para recompor o nível anterior de riqueza dos ricos e
repor seus lucros ao nível desejado.
Dessa forma, esperar que dirigentes de grandes corporações, banqueiros, grandes indus-
triais e outros bilionários se dignem diminuir seu lucro, por mínimo que seja, para “sal-
var o planeta” é de uma infantilidade a toda prova. Temos que ter os pés no chão e saber
que “quem aceita dinheiro em quantidade que sacrifique a vida de seus semelhantes, não
o gasta, só o investe para receber mais, logo a frente”. Eles se tornaram muito ricos por-
que sofreram uma mutação: os olhos de todos eles perderam a retina e foi criado no lu-
gar dela um enorme e maligno cifrão! Dessa forma, eles tanto compram vidas e consci-
ências como vendem as suas também. O único objetivo da vida deles é aumentar o ta-
manho do cifrão que ocupa o lugar de sua retina.
Então o que eu proponho é muito simples: compra-los! Como? É muito simples.
A colocação de filtros em todas as chaminés do mundo, vão custar um pouco de cada
um, mas eles preferem morrer a fazer isso. Então os governos dos países podem ajudar
ao próprio planeta e aos pobres de um modo geral tomando uma atitude extremamente
simples.
Todos sabem que o solo disponível para plantio é ácido. O ideal para o plantio é fazer
uma correção dessa acidez. Essa correção é feita com um produto chamado calcário
(que é o carbonato de cálcio). E como se obtém o calcário? Pode ser obtido diretamente
a partir das chaminés das usinas de asfalto e de lixo e de TODAS as chaminés do plane-
ta.
Depois de depurado, todas ela emitem o que? Agua e gás carbônico. O gás carbônico
mergulhado em um tanque de soda cáustica produz o carbonato de sódio. Este, reagindo
com cloreto de cálcio, forma o carbonato de cálcio, o famoso e indispensável CALCÁ-
REO.
É essa a minha proposta: instalar filtros de manga (ou um sistema mais eficiente) que
separe as partículas sólidas (inclusive as coloidais) que serão usadas em tijolos e telhas,
e deixe sair pela chaminé somente agua a gás carbônico. Ao invés dessa mistura ir para
a atmosfera, ela seria sugada por um exaustor e mergulhada num tanque de soda cáusti-
ca, que com a adição de uma quantidade apropriada de cloreto de cálcio, produz o calcá-
rio, que seria ensacado e fornecido aos agricultores, gratuitamente ou a preço de custo.
Os governos comprariam das grandes corporações toda a produção de calcário, por um
preço que desse a eles o reembolso do investimento mais um lucro (sem o qual eles não
vivem).
Resultado: o plantio ia melhorar no planeta inteiro, os pequenos agricultores iriam dei-
xar de gastar boa parte de sua produção para aquisição desse adubo imprescindível, e
planeta teria uma vida bem melhor. E, claro, nós também.
Os dirigentes das grandes corporações iriam passar o resto de suas vidas rindo de
orelha a orelha, felizes com o aumento do seu “cifrão retínico”. O único inconveniente é
que isto obrigaria aos que vêm TV com frequência (que felizmente não é o meu caso) a
passar a ver todos os dias matéria paga por eles com pequena parte do lucro auferido,
enfiando goela abaixo dos espectadores que eles são maravilhosos, que estão “investin-
do pesado na vida do planeta para ajudar aos pobres, etc e etc”. Nunca dizem que estão
ganhando com isso. Todo esse bla, bla, bla, que já estamos saturados de ouvir e, mesmo
todos sabendo que é mentira, somos obrigados a engolir as mentiras deles, cantadas e
declamadas por artistas muito bem pagos para tentar nos convencer que são verdades e
que eles realmente são bonzinhos. Ainda bem que já estou próximo do meu fim. Tenho
é muita piedade dos que hoje são crianças ou jovens e, principalmente, daqueles que
ainda estão por chegar.
Esperando ter contribuído, por menos que seja, para os militantes da inglória luta
pela defesa da vida e do Meio Ambiente, devo dizer que estou junto com vocês até meu
último suspiro. Infelizmente, devido a idade e às precárias condições de saúde, não pos-
so participar “de corpo presente”, mas estarei sempre junto com vocês “em pensamen-
to”, “convocando” a maior quantidade possível de “energia positiva do Universo” para
os iluminar e proteger, levando-os a Vitória Final!
Francisco Guerreiro Martinho, um Químico brasileiro
www.franciscoguerreiro.com.br