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Contextualização
Desmonte do papel social do Estado
PEC do Teto
Novo Regime fiscal que
limita os gastos públicos
com políticas sociais
(Em dezembro de 2016)
Reforma da Previdência
Altera as regras de
acesso e remuneração
da previdência pública
(PEC 287)
Reforma Trabalhista
Altera a CLT
precarizando as relações
de trabalho
(Em julho de 2017)
Lei da Terceirização
Retira restrições sobre o
trabalho temporário e
terceirização
(Em março de 2017)
Perdas de direitos
sociais
MOTIVOS ALEGADOS PARA A REFORMA TRABALHISTA Modernização da legislação e das relações de trabalho?
CLT veio sendo atualizada ao longo do tempo.
“Emprego desprotegido” é anterior à década de 1930.
Geração de emprego, combate ao desemprego e àinformalidade?
Emprego é gerado por crescimento e investimentos.
Ocupação de má qualidade aumenta a desigualdade social.
Legalização de perdas de direitos e de formas precárias de ocupação.
O que os empresários chamam de “dar garantias legais”.
Reforma Trabalhista
A Reforma se fundamenta em reduzir a proteção
institucional aos trabalhadores, por parte do Estado e do
Sindicato, e aumentar as garantias e a autonomia das
empresas nas relações de trabalho, diminuindo custos e
aumentando a flexibilidade do trabalho
Altera a Hierarquia Normativa
Hierarquia anterior a reforma
▪ Ou seja, a Constituição e as leis estabelecem pisos mínimos de direitos, que as negociações coletivas ou individuais só podem aumentar.
Hierarquia pós reforma
▪ Ou seja, em vários direitos a Lei 13.467 reverte a atual hierarquia da legalidade trabalhista em favor das negociações mais específicas, nas quais trabalhadores têm ou tendem a ter menos poder.
Constituição ≥ Acordos Internacionais ≥ Leis ≥ Convenções Coletivas ≥
Acordos Coletivos ≥ Acordos Individuais
Acordo Coletivo valerá mais que a Convenção Coletiva.
Em alguns casos, o Negociado valerá mais do que o Legislado
EIXOS DA REFORMA TRABALHISTA
CONDIÇÕES E
CONTRATO DE
TRABALHO
NEGOCIAÇÕES
COLETIVAS
ORGANIZAÇÃO
SINDICAL
JUSTIÇA DO
TRABALHO
• É UMA REFORMA TRABALHISTA E SINDICAL
• ALTERA ASPECTOS EM TODO O SISTEMA DE RELAÇÕES DE TRABALHO
Ampliação e flexibilização da jornada de
trabalho
Facilita a demissão
Altera condições de trabalho
Cardápio de contratos precários
CONDIÇÃO DE TRABALHO
Terceirização
Trabalho intermitente
Tempo parcial
Trabalho autônomo
Trabalho temporário
RETIRA, FLEXIBILIZA OU DESREGULAMENTA DIREITOS
Intervalos intrajornada
Jornada de 12x36hHora extra
Banco de horas
Horas “in itineri”
Comum acordo
Quitação total de débitos em PDV e PDI
Revoga direito a
assistência na recisão
Demissão coletiva sem
negociação com o sindicato
Desobriga rescisão sindicato
Termo de quitação
anual
Teletrabalho
Reduz conceito de salário
Reduz alcance trabalho igual/salário igual
Parcelamento de férias em 3X
Gestante/lactante em local insalubre
Pausas para amamentação
Reduz incorporação gratificações
Promove a negociação individual
Altera hierarquia das normas que
regulam o trabalho
Flexibiliza o piso de direitos
NEGOCIAÇÃO COLETIVA
Prevalência do negociado sobre
o legislado
REFORÇA AMBIENTE DESFAVORAVEL AS NEGOCIAÇÕES COLETIVAS
FRAGMENTA A NEGOCIAÇÃO COLETIVA
FIM DA ULTRATIVIDADEPrevalência dos ACTs
sobre os CCTs
Trabalhador com salário 2x teto previdência +
ensino superior
Comum acordo
Compensação jornada e hora extra
Pausas para amamentação
ORGANIZAÇÃO SINDICALPROCURA DESARTICULAR A ORGANIZAÇÃO SINDICAL
Fim da obrigatoriedade da contribuição sindical (imposto sindical)
Representação no local de trabalho
sem vínculo com sindicato
JUSTIÇA DO TRABALHO
Reduz o papel e dificulta o acesso à Justiça do Trabalho
Não cria meios de resolução de conflitos entre capital e trabalho e nem garante equilíbrio
na relação entre as partes;
Limita a intervenção da Justiça do Trabalho nos resultados das negociações coletivas;
Limita o escopo dos enunciados de jurisprudência do TST e dos TRTs e de elaboração de
Súmulas;
Restringe o acesso gratuito à Justiça do Trabalho;
Impõe multa ao chamado “litigante de má-fé”; e
Impõe custos judiciais ao reclamante (trabalhador ou trabalhadora) que faltar à audiência
IMPACTOS DA REFORMA
Mercado de trabalho
Formalização de vínculos precários, maquiando as estatísticas de geração de
emprego;
Troca de vínculos com contratos típicos por contratos precários;
Reforça a segmentação/heterogeneidade das condições de trabalho e direitos;
Amplia a insegurança dos segmentos que já são mais vulneráveis no mercado de
trabalho – mulheres, negros, jovens, idosos, trabalhadores com deficiência, migrantes;
Reduz os rendimentos com impactos negativos no poder de compra e em benefícios
atrelados aos salários (FGTS e previdência);
Dificulta a conciliação do tempo de trabalho com o tempo livre; e
Impactos negativos na saúde e segurança do trabalhador, maior abertura para
executar atividades em situações degradantes.
Negociações coletivas
▪ Descentralização das negociações;
▪ Conteúdo das cláusulas negociadas:
▪ Definição de regulamentações no local de trabalho;
▪ Individualização de regras;
▪ Importância do Estado em um mercado de trabalho heterogêneo.
Reajustes salariais e variação real média dos reajustes, segundo comparação com o INPC-IBGE
De 1996 a 1º sem. 2017
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231 470 324 316 369 495 480 548 658 640 655 715 816 815 804 807 802 784 780 753 714 270
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Abaixo do INPC-IBGE Igual ao INPC-IBGE Acima do INPC-IBGE Variação real média
Fonte: DIEESE. SAS-DIEESE - Sistema de Acompanhamento de Salários. Elaboração DIEESE
Greves, segundo caráter das reivindicaçõesBrasil, 1994 a 2017
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Propositivas Defensivas
OBS: dados preliminares 2014, 2015 e 2017
Fonte: DIEESE. SAG-DIEESE - Sistema de Acompanhamento de Greves. Elaboração DIEESE
Organização sindical
IMPACTOS DA REFORMA
Pode fragmentar a representação por empresa, com atribuições que podem
ser concorrentes
Cria dificuldades para o financiamento das ações sindicais e mesmo para a
existência de parte dos Sindicatos
Por outro lado, mantém financiamento das entidades patronais através do
Sistema S
Enfraquecimento do processo negocial brasileiro
Procura dificultar a mobilização dos trabalhadores e a conquista de novos
direitos.
Impactos no sindicalismo (continuação...)
▪ Redução das fontes de financiamento;
▪ Pulverização das categorias profissionais;
▪ Esvaziamento de funções;
▪ Aumento da assimetria de poder entre trabalhador e empregador;
▪ A importância da instituição sindical;
▪ Indicadores: taxa de sindicalização, número de greves, grau de confiança na instituição sindical, financiamento sindical.
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios.
Sindicalizados - Brasil 2004-2015
Sindicalizados (taxa %) - Brasil 2004-2015
18,5 18,9 19,118,2 18,6
18,117,5
16,916,2
16,9
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2004 2005 2006 2007 2008 2009 2011 2012 2013 2014 2015
PERCENTUAL DE PESSOAS SINDICALIZADAS, NA POPULAÇÃO DE 16 ANOS OU MAIS DE IDADE, OCUPADAS NA SEMANA DE REFERÊNCIA
BRASIL 2004-2015 (EXCETO 2010)
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios.
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2011 2012 2013 2014 2015
Agrícola 24,4 25,5 26,3 26,7 27,5 26,3 28,3 26,2 26,3 27,0 28,7
Indústria de transformação 22,2 22,6 22,5 20,7 22,0 20,5 21,7 20,6 18,5 19,4 23,3
Outras atividades industriais 36,7 38,4 37,5 35,0 38,3 36,6 32,2 29,3 30,9 30,2 36,8
Construção 7,3 7,5 7,9 7,4 8,0 8,4 7,8 8,4 7,6 7,5 9,3
Comércio e reparação 11,3 11,6 12,0 10,9 11,6 11,5 10,9 10,7 9,6 10,9 13,3
Alojamento e alimentação 9,4 9,7 10,0 9,2 9,5 9,3 9,0 9,8 8,1 8,9 11,1
Transporte, armazenagem e comunicação 25,1 25,7 24,7 24,0 23,4 24,1 20,5 20,3 19,9 20,2 24,7
Administração pública 26,4 27,4 27,1 25,8 26,4 26,8 23,2 22,6 22,5 23,3 27,0
Educação, saúde e serviços sociais 30,1 29,8 30,5 28,7 28,2 28,6 26,6 25,6 25,4 26,3 30,2
Serviços domésticos 1,5 1,8 2,0 1,9 2,0 2,2 2,7 2,6 2,8 2,9 4,0
Outros serviços coletivos, sociais, pessoais 10,2 10,8 11,3 9,7 9,6 10,0 8,0 7,9 7,8 7,9 9,5
Outras atividades 24,2 24,1 23,7 21,6 21,8 21,4 19,3 19,2 18,8 19,6 22,2
Atividades maldefinidas ou não declaradas 4,7 4,4 2,7 7,1 4,8 2,8 8,5 7,7 6,8 3,5 3,9
Total 18,5 18,9 19,1 18,2 18,6 18,1 17,5 16,9 16,2 16,9 19,5
Grupamentos de atividade do
trabalho principal
Percentual de pessoas sindicalizadas, na população de 16 anos ou mais de idade, ocupada na semana de referência (%)
Percentual de pessoas sindicalizadas, na população de 16 anos ou mais de idade, ocupada na semana de referência, segundo os grupamentos de atividade do trabalho principal - Brasil 2004-2015
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios.
Exemplos práticos de alterações▪ Prevalência do acordado sobre o legislado para “entre outros”, 15 temas:
Pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais;
Banco de horas anual;
Intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas;
Adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a Lei no 13.189, de 19 de novembro de 2015;
Plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado, bem como identificação dos cargos
que se enquadram como funções de confiança;
Regulamento empresarial;
Representante dos trabalhadores no local de trabalho;
Teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente;
Remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo empregado, e remuneração por desempenho
individual;
Modalidade de registro de jornada de trabalho;
Troca do dia de feriado;
Enquadramento do grau de Insalubridade;
Prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades competentes do Ministério do Trabalho;
Prêmios de incentivo em bens ou serviços, eventualmente concedidos em programas de incentivo;
Participação nos lucros ou resultados da empresa.
Desigualdade social e crescente vulnerabilidade do mundo do trabalho
▪ Experiência internacional: frágil regulamentação tende a afetar negativamente a distribuição de renda;
▪ Comportamento do índice de GINI
▪ Polarização das ocupações e da estrutura social;
▪ Ampliação da vulnerabilidade e insegurança;