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Conhecimento em Destaque, v.8, nº19 150
EFEITOS ERGOGÊNICOS DA CREATINA
ERGOGENIC EFECTS OF CREATINE
Fernanda Rodrigues Brioschi1
Hemily Marquezine Hemerly2
Érica Sartório Bindaco3
RESUMO
A creatina é um composto que pode ser encontrado diretamente na alimentação através da ingestão de alimentos de origem animal ou produzida endogenamente. Sua utilização através da suplementação vem ocorrendo com muita frequência por praticantes de atividade física e por atletas de alto rendimento devido aos seus potenciais efeitos ergogênicos como: ganho de força, potência muscular e principalmente aumento de massa muscular (massa magra). Entretanto, apenas recentemente tem-se atentado ao fato de que sua utilização indiscriminada pode gerar efeitos adversos indesejáveis e possivelmente causar a degradação das funções renais e hepáticas, dentre outras reações. Devido a isso, a ANVISA tem procurado dar uma maior atenção a esse tipo de suplementação de forma a preservar a integridade da saúde da população. Portanto, a suplementação de creatina usada com a finalidade de otimizar o desempenho físico deve ser feita de forma ponderada a fim de evitar reações indesejáveis a saúde.
Palavras – chave: Creatina, suplementação nutricional, recursos ergogênicos, fisiologia do
exercício, nutrição.
ABSTRACT
Creatine is an compound found naturally in the diet, in foods of animal origin, and also produced synthetically. Due to its potential ergogenic effects it is widely used as supplement by the physically active and by high-performance athletes. Strength training, muscle building and--principally--building lean- muscle mass can all benefit. However, adverse effects have recently become known: creatine may produce adverse reactions and possibly cause degradation of liver and kidney functions, among other reactions. Because of this, ANVISA is increasing attention given to creatine supplementation, aiming to safeguard the integrity of users' health. Creatine supplementation with the purpose of physical-performance optimization should be undertaken with care and monitored to prevent ill effects.
Keywords: Creatine, nutritional supplementation, ergogenic resources,
exercise physiology, nutrition.
1 Graduação em Nutrição – Centro Universitário São Camilo/ES
2 Graduação em Nutrição – Centro Universitário São Camilo/ES
3 Professora Orientadora – Centro Universitário São Camilo/ES
Conhecimento em Destaque, v.8, nº19 151
INTRODUÇÃO
O ato da suplementação nutricional é definido como o consumo de
algum nutriente em busca de um determinado objetivo. E suplementos são
apenas vitaminas e/ou minerais isolados ou combinados entre si. A
suplementação é utilizada quando não se consegue alcançar através do
consumo alimentar a ingesta de determinado nutriente, outra causa que
também pode levar a suplementação é o desejo de aumentar o consumo de tal
nutriente com um objetivo específico. Para que haja suplementação a ingestão
do nutriente suplementado não pode ultrapassar 100% da ingestão diária
recomendada (RDI) se não é tido como medicação, quando a suplementação
ultrapassa a RDI, pode-se alcançar os efeitos desejados, como também efeitos
colaterais. 5, 16
Os suplementos nutricionais podem ser divididos em dois grupos: os
repositores e os ergogênicos. Os suplementos repositores, são aqueles
utilizados em uma situação específica. Já os suplementos (agentes)
ergogênicos, são aqueles utilizados para promoção do desempenho físico e
capacidade fisiológica. 16
Os suplementos com efeitos ergogênicos são substâncias que possuem
supostas capacidades de melhorar o desempenho físico dos seres humanos
durante a prática de atividade física, e podem ser subdivididos em três grupos:
fisiológicos, nutricionais e farmacológicos. Os ergogênicos nutricionais têm
como função principal o aumento do tecido muscular, elevação da oferta de
energia ao músculo e também da taxa de energia no músculo. No que se refere
à formação de energia, a geração ocorre pelo meio de três funções: 1ª. alguns
nutrientes são utilizados com fonte direta de energia; 2ª. outros regulam os
processos pelos quais a energia é produzida; e 3ª. e há aqueles que
promovem o crescimento e o desenvolvimento de tecidos corporais. 5, 23, 24
Os efeitos causados pelo uso da suplementação de creatina tem-se
tornado um fato muito relevante devido aos seus supostos efeitos ergogênicos,
entretanto mostra-se uma incógnita em relação aos possíveis benefícios e
também malefícios que seu uso pode causar.14 Frente a essa situação o
presente estudo justifica-se por tentar buscar respostas conclusivas sobre as
ações geradas pela suplementação de creatina.
Conhecimento em Destaque, v.8, nº19 152
A partir do justificado tem-se como objetivo demonstrar o real efeito
ergogênico da creatina e por quais mecanismos tais efeitos ocorrem, buscando
lucidar também dúvidas ocorrentes sobre a forma de uso e se tal
suplementação pode acarretar em prejuízos maiores à saúde.
1. METODOLOGIA
O presente estudo trata-se de um resumo bibliográfico realizado a partir
da consulta de artigos científicos e periódicos da área de nutrição e educação
física retirados de alguns bancos de dados como Scielo, Universidade Federal
de São Paulo, Universidade Gama Filho, entre outras entidades; foram
utilizados também livros, dissertações e teses. A pesquisa limitou-se a
utilização de conteúdos expostos nos últimos 10 anos, por apresentarem dados
mais atuais sobre o assunto tratado.
2. RESULTADOS E DISCUSSÕES
2.1. Histórico da creatina
Em 1832 o cientista francês Michel Eugene Chevreul descobriu a
existência de uma substância orgânica extraída da carne que foi denominada
como creatina (Cr). Em 1880, foi observada a existência de creatinina (Crn) na
urina o que levou diversos autores a acreditarem que havia uma ligação direta
da mesma com a creatina, que consequentemente estaria relacionada com a
massa muscular total. Entretanto, devido ao alto custo da extração da creatina
a partir de carne fresca, os primeiros estudos se apresentaram de forma
limitada. 4, 11, 20, 21, 25, 29
No início do século XX, observou-se que uma parte da creatina ingerida
pelos seres humanos não era eliminada através da urina, e em 1912 relatou-se
que a suplementação dessa substância aumentava o conteúdo de creatina no
tecido muscular, levando a conclusão de que a creatina é armazenada pelo
organismo. Fiske & Subarrouw descobriram em 1927, a partir de pesquisas a
forma fosforilada da creatina, chamada creatina-fosfato (CP) e denominaram a
função da creatina no metabolismo do músculo esquelético. Desde o início do
trabalho destes autores, a creatina tanto em sua forma livre (CrL) quanto em
Conhecimento em Destaque, v.8, nº19 153
sua forma fosforilada (CrP) tem se mostrado como substrato-chave durante o
metabolismo intermediário da musculatura esquelética. 11, 20, 21, 25, 29
No ano de 1934 descobriu-se que havia uma enzima responsável pela
catalisação da fosforização da creatina denominada creatinafosfoquinase
(CPK). Posteriormente em 1947, foi confirmado que a creatina era um
composto encontrado regularmente na carne dos animais e que em animais
selvagens essa substância apresentava-se em maior quantidade quando
comparado a animais de cativeiro. 11, 20, 21, 25, 29
Entre 1940 e 1964 estudos desenvolvidos demonstraram possíveis
evidencias de efeitos benéficos do uso de creatina, porém estudos recentes e
mais específicos não detectaram efeitos ergogênicos relevantes. Já entre as
décadas de 1970 e 1980 pesquisas a respeito do potencial médico dos efeitos
causados pela creatina, relataram alguns benefícios a respeito de suas ações
ergogênicas. No início dos anos 70 alguns atletas da extinta União Soviética
passaram a utilizar a creatina com o objetivo de melhorar o seu desempenho
físico. Mas a sua popularização apresentou-se maior a partir de 1992, onde
surgiu a noticia de que os dois atletas Linford Christie (100m rasos masculino)
e Sally Gunnel (400m com barreiras feminino), ganhadores de medalha de ouro
nas Olimpíadas de Barcelona relataram o uso de creatina como recurso
ergogênico. Em 1993 a equipe de remo da Universidade de Cambridge
também utilizou a suplementação de creatina antes de vencer a equipe de
Oxford, considerada a favorita na competição. A partir de então, a creatina
tornou-se um dos suplementos mais consumidos no mundo. 4, 11, 21, 28
2.2. Síntese e produção de creatina
A creatina é uma amina nitrogenada denominada quimicamente por
ácido α – metil guanidino acético, sua síntese endógena realizada pelo fígado,
rins e pâncreas a partir de três aminoácidos precursores: glicina, arginina e
metionina, e através da ingestão de alimentos como carne vermelha e peixes
principalmente e em outros alimentos em menores quantidades (Tabela1). 2, 4, 11,
14, 17, 18, 20, 21, 24, 25, 29
Tabela 1 - Concentrações de creatina em alimentos considerados fonte
Alimento Concentração de creatina (g/kg)
Conhecimento em Destaque, v.8, nº19 154
Arenque 6,5 – 10,0
Carne suína 5,0
Carne bovina 4,5
Salmão 4,5
Atum 4,0
Bacalhau 4,0 Fonte: MOLINA, 2006
Este composto inicia sua formação nos rins através de uma reação que
envolve os arginina e glicina em que primeiramente o grupo amino da arginina
é transferido para glicina, formando guanidinoacetato e ornitina através de um
processo de transamidação que é catalisado pela enzima glicina-amidina-
transamidase. Posteriormente, no fígado, o guanidino acetato é metilado pela
S-Adenosil-Metionina pela ação da enzima guanidinoacetato N-metiltranferase
formando a creatina, e é distribuída para os tecidos através do sangue (Figura
1). Já a creatina obtida pela ingestão de alimentos fornece aproximadamente
cerca de 1 g/dia e é absorvida de forma intacta pelo intestino e distribuída pelos
tecidos corpo. 10, 11, 18, 20, 21, 24, 29
Figura 1 - Síntese de creatina a partir da arginina.
O armazenamento da creatina ocorre de duas formas: livre e fosforilada,
sendo que a maior parte dos estoques corporais (95%) encontra-se localizada
nos músculos esqueléticos e o restante (5%) em órgãos como o coração,
cérebro, na musculatura lisa e testículos. Quando a creatina ingerida pela dieta
está reduzida, a síntese endógena se eleva para manter a estabilidade do
nutriente no organismo.9, 14, 18, 20, 21, 24, 25, 29
O conteúdo normalmente encontrado na musculatura esquelética é de
aproximadamente 120-125 mmol/kg de peso seco e equivale a 30 mmol/kg no
músculo úmido ou 4g/kg de músculo. Porém acredita-se que o músculo dos
Fonte: MENDES & TIRAPEGUI, 2002
Conhecimento em Destaque, v.8, nº19 155
seres humanos tenha um limite máximo de acúmulo de creatina que varia entre
150-160 mmol/kg de músculo seco, pois se sugere que a ingestão desse
composto de forma crônica possa gerar uma redução da síntese da substância
denominada CreaT, de forma a evitar um armazenamento elevado de creatina
intramuscular. 11, 20, 21, 25, 29
A concentração de creatina celular apresenta-se controlada devido a
captação ativa da creatina em que receptores beta-2 são estimulados
juntamente com a atividade da sódio-potássio adenosina trifosfatase (ATPase),
apresentando uma função significativa. Contudo, existem diferenças entre as
concentrações intracelulares de creatina devido aos vários tipos de fibras
musculares. O bíceps, músculo formado por fibras de predominância branca
(glicolítica), possui 31% mais creatina que o sóleo, músculo com fibras de
predominância vermelha. 11, 21
2.3. Importância fisiológica da creatina
Metabolicamente a creatina tem a capacidade de ressintetizar ATP, ou
seja, tem a habilidade de fornecer energia durante a realização de um exercício
de alta intensidade, como pode ser visto no quadro a seguir:
Fonte: FERREIRA, 20008
A CP ao perder seu grupamento fosfato, libera energia que é utilizada
para regenerar o ADP e Pi em ATP, reação essa catalizada pela enzima
quinase (CQ). A energia provinda dessa reação permite que o pool de ATP seja
reciclado diversas vezes durante um exercício submáximo. Teoricamente, a
elevação da disponibilidade de CP aumentaria a habilidade para manter alta a
taxa de produção de energia durante o exercício de alta intensidade,
promovendo também a recuperação durante o intervalo entre uma sessão e
1:
Conhecimento em Destaque, v.8, nº19 156
outra do exercício. 11, 21
A creatina também está envolvida no controle metabólico de diversas
maneiras. Uma das funções primárias do sistema dos fosfagênicos é tamponar
o aumento do ADP, ao invés de simplesmente ressintetizar ATP. A creatina
fosfato atua também no tamponamento da acidez, prevenindo o aumento nas
concentrações de H+ e redução do pH, assim a creatina auxilia na prevenção
da acidificação da célula muscular e pH normal, retardando assim o surgimento
de fadiga.
As propriedades energéticas da creatina também são importantes para
outros tecidos do corpo, como os do coração e do cérebro. A redução da
disponibilidade de creatina tem sido ligada a acometimentos da saúde humana
como, insuficiência cardíaca, prevalência aumentada de arritmias ventriculares,
isquemia e instabilidade de membranas de células do miocárdio durante a
isquemia. No sistema nervoso central e periférico é encontrada também uma
quantidade pequena de creatina, o que se pode entender que a creatina possa
ter importante papel na função da atividade cerebral. Deficiências de creatina
também têm sido referidas como causa de doenças neuromusculares, e
também estudos recentes apontam a existência de alguns benefícios
terapêuticos na suplementação de creatina nessas doenças. 11, 21
2.4. Fundamentação teórica da suplementação de creatina
Teoricamente os benefícios apresentados da suplementação de creatina
estão relacionados ao seu papel, assim como ao da creatina fosfato. Estudos
pioneiros relatam os diversos meios pelo qual a suplementação com creatina
pode apresentar efeitos ergogênicos em exercícios de grande intensidade. Os
benefícios da suplementação de creatina para o exercício físico estão
relacionados com a disponibilidade aumentada de CP, aumento da ressíntese
de CP, redução da acidez muscular, aumento da intensidade de treinamento,
aumento da massa corporal e o suposto potencial antioxidante. 11, 12, 15, 21, 29
2.4.1. Disponibilidade aumentada de CP
Os suprimentos de ATP e CP (fosfatos de alta energia) encontram-se
limitados, estimando-se que a soma total desses dois fosfatos sustente o
Conhecimento em Destaque, v.8, nº19 157
exercício intenso por cerca de 10 segundos. Em algumas pesquisas observou-
se que a quebra da CP é o mecanismo energético que pode sustentar a
elevada taxa de produção de ATP. In vitro a taxa máxima de degradação da CP
é próxima a da taxa de hidrólise máxima de ATP pela proteína contrátil. O que
se deixa especular que a liberação de energia em períodos de atividade curtos
não é limitada pela taxa de geração de ATP por meio da CP, e sim por
limitações intrínsecas das proteínas contráteis. Foi observado também com
base em considerações termodinâmicas que a CP pode ser fator limitante na
produção de potência mesmo antes de o conteúdo muscular de CP estar
totalmente depletado. Assim, hipoteticamente a suplementação com creatina
poderia elevar a concentração corporal da mesma, gerando a possibilidade de
facilitar a geração intramuscular de creatina fosfato e a subsequente formação
de ATP, especialmente das fibras musculares de contração rápida, o que
prolongaria a duração da atividade física de alta intensidade. Alguns estudos
sugerem ainda que a suplementação oral de creatina diminua a degradação de
ATP durante a contração muscular intensa em até 30%, devido a melhora da
taxa de ressíntese de ATP a partir da ADP. 3, 11, 15, 21
2.4.2. Aumento da ressíntese de CP
Durante o período de recuperação de um exercício de alta intensidade a
ressíntese de CP parece ser um fator determinante na restauração da energia
para uma subsequente tarefa de alta intensidade. Foi observado que a
aceleração da ressíntese de CP após o exercício elevaria a capacidade
contrátil muscular, mantendo assim o turnover de ATP durante o exercício
seguinte. Por tal motivo a suplementação de creatina pode estar recomendada.
Foi observando ainda que a eficiente ressíntese de CP tem origem oxidativa,
propondo assim que a elevação da CP e da creatina promovam o aumento na
fosforilação oxidativa devido a presença da creatina quinase na mitocôndria.
2.4.3. Acidez muscular reduzida
A creatina fosfato atua como o principal tampão metabólico, sendo
responsável por aproximadamente 30% do total da capacidade tamponante
muscular, uma vez que a ressíntese de ATP a partir do ADP e CP consome um
Conhecimento em Destaque, v.8, nº19 158
íon de H+ no processo, permitindo dessa forma que o músculo acumule mais
ácido lático antes de alcançar a concentração muscular limitante de pH,
possibilitando que mais exercícios intensos sejam realizados. Referindo-se a
essa função alguns estudos apresentam efeitos reais e benéficos da
suplementação de creatina em relação aos níveis de acúmulo de ácido lático,
em contrapartida, outros estudos não revelam esse efeito. No entanto, se uma
maior quantidade de trabalho é realizada com a suplementação de creatina, a
falta de diferenças significativas no lactato pode ser interpretada como uma
menor dependência da glicólise anaeróbia. 10, 11, 21, 24
2.4.4. Aumento da intensidade do treinamento
Com o passar dos anos vem se conhecendo a eficácia da creatina no
ganho de força e potencia muscular, aptidões físicas essas necessárias à
maioria dos desportos. Sabendo-se assim, que o ganho de massa muscular e
de força são cruciais no desempenho da maioria dos exercícios de potência e
que estudos demonstram que o uso suplementar de creatina possa aumentar o
peso corporal e a força, possibilitando assim a realização de maior carga de
exercícios em função do efeito ergogênico, o que aumentaria a síntese
protéica. Neste contexto a suplementação de creatina poderia beneficiar os
atletas pela capacitação ao treino com cargas mais elevadas, pela melhoria da
capacidade de repetir esforços em rápidos intervalos, pela redução da fadiga
associada ao treinamento e possivelmente pela aceleração da hipertrofia
muscular. 1, 11, 12, 21, 22, 25, 30
2.4.5. Aumento da massa corporal
O aumento da massa muscular, é um fator vantajoso para a prática de
esportes que exijam elevada potência muscular. Por ser uma substância
osmoticamente ativa o aumento da creatina intracelular na forma livre e
fosfocreatina induzem o influxo de água para o interior da célula, aumentando a
água intracelular e consequentemente gerando aumento da massa muscular, uma
vez que a retenção intracelular de fluídos e o aumento da pressão osmótica celular
podem constituir estímulo para a síntese protéica. Tal fato foi estudado e os
resultados mostraram que a suplementação com 25g de creatina durante 1
Conhecimento em Destaque, v.8, nº19 159
semana resultou no aumento médio de 1,4Kg na massa corporal, o que pode servir
de confirmação que a hidratação celular pode estimular a síntese protéica e
diminuir a degradação de proteínas e possivelmente o aumento da massa isenta
de gordura. Diversos estudos com praticantes do treinamento de força demonstram
efeitos positivos com a suplementação de creatina sobre a massa corporal, tais
estudos podem ser complementados por outro que avaliou o efeito da
suplementação de creatina em homens saudáveis treinadores de força, que
concluiu que o ganho de massa corporal proveniente da suplementação é livre de
gordura. 10, 11, 15, 21, 25
Assim, teoricamente a suplementação de creatina pode beneficiar o
desempenho em uma variedade de exercícios ou esforços esportivos, de
intensidade muito elevada, tarefas repetitivas de alta intensidade com pausas
frequentes, tarefas anaeróbias mais prolongadas e atividades esportivas de
resistência dependente de massa corporal e massa muscular, e dos ganhos
associados de força e potência. 10, 11, 16, 21, 25, 30
2.4.6. Possíveis efeitos antioxidantes
Acredita-se que o aumento do estoque de creatina, provindo da
suplementação associado ao treinamento físico, possa servir como antioxidante
indireto, uma vez que estudos demonstraram queda na produção de amônia e
hipoxantina. A arginina um dos componentes da creatina atua na proteção das
células endoteliais e alguns dados demonstram também que ela possa neutralizar
o O2, o que leva a sugestão que a creatina apresente a possibilidade de exercer
efeito antioxidante direto além de indireto. Tal função se torna relevante uma vez
que a creatina se encontra presente no sarcoplasma, podendo assim, proteger sua
estrutura das espécies reativas de oxigênio provindas do exercício físico e através
disso atenuar o surgimento da fadiga e/ou melhorar a recuperação entre uma série
e outra. Além disso, existem estudos que apresentam que a creatina exerce efeitos
positivos em doenças em que o estresse oxidativo se faça presente. 9, 19, 27
2.5. Protocolo de suplementação
Os possíveis efeitos causados pela suplementação de creatina e/ou creatina
fosfato sobre a massa corpórea, vêm sendo estudados por diversos pesquisadores
Conhecimento em Destaque, v.8, nº19 160
com o intuito de relatar as reais ações e a segurança do uso dessas substâncias
sobre o organismo.
A creatina geralmente utilizada por esportistas é consumida em forma de pó
(via oral), como monohidrato de creatina e o protocolo que se apresenta mais
adequado tem por objetivo elevar as concentrações totais de creatina e/ou
fosfocreatina. O protocolo mais utilizado, denominado protocolo clássico de
suplementação, é realizado em duas etapas, sendo que na primeira a finalidade do
consumo consiste em administrar grande quantidade de creatina por um período de
cinco dias gerando um quadro de sobrecarga, e posteriormente uma segunda etapa
com doses menores (manutenção). Seguindo então esse protocolo, na fase de
sobrecarga a ingestão diária administrada é de 20g de creatina em 4 doses iguais
diluídas em aproximadamente 250ml de líquido por um período de 5 a 7 dias. No
período de manutenção são administradas doses de 3 a 5g ou 0,03 g/kg/dia de
creatina. Entretanto, nem todos os indivíduos apresentam o mesmo aumento
muscular após a suplementação, indicando-se que existe uma considerável variação
entre os mesmos. 3, 4, 11, 13, 17, 18, 21, 29
Após observação realizada com rótulos de suplementos de creatina,
detectou-se que a dose mais usada nos primeiros 5 dias é de 20g consumidos em
4 ou 5g na primeira etapa. Na segunda usa-se de 5 a 10g diariamente. De acordo
com a análise sobre este fato, apresenta-se como conclusão que a dose de 5g de
creatina mais utilizada nos trabalhos com essa substância não apresentou efeitos
adversos, propondo-se então que esta dosagem poderia ser considerada segura. 11
A utilização da creatina juntamente com um carboidrato simples (glicose),
pode vir a aumentar o transporte de creatina para dentro do músculo até em
pessoas que se apresentam com menor sensibilidade a suplementação de
creatina, gerando uma elevação do efeito ergogênico da creatina. Toda essa
reação pode ser favorecida pela realização de exercícios durante a suplementação
de creatina, gerando um efeito adicional a captação muscular dessa substância. 11,
17, 21, 24,27
Após ter sido realizado o protocolo de suplementação, relata-se que são
necessárias de quatro a cinco semanas para reduzir os níveis de creatina
musculares, até que retornem aos valores normais. 1
Conhecimento em Destaque, v.8, nº19 161
Efeitos da suplementação de creatina
Os possíveis efeitos do uso de suplementação de creatina sobre a massa
muscular vêm sendo muito estudados atualmente. Na maioria das pesquisas,
observa-se que a creatina causa um ganho de massa corpórea, porém existem
duas principais hipóteses para explicar isso. A primeira se baseia no fato de a
creatina gerar uma maior retenção hídrica devido ao seu alto poder osmótico e
também pela redução na produção de urina associada a essa suplementação, já a
segunda hipótese se baseia no fato de que a suplementação promoveria um
aumento da taxa de síntese de proteínas contráteis. Entretanto, a suplementação
de creatina baseada na utilização de 20g/dia durante 5 dias não demonstra
influência sobre hormônios como: testosterona, hormônio do crescimento e o
cortisol, que também poderiam causar alguma alteração na elevação de massa
muscular. 11, 17, 18, 20, 21, 22, 24, 25, 29
A maior parte das pesquisas realizadas sobre a sobrecarga de creatina
concorda com a ideia de que há uma elevação de massa corpórea em usuários
dessa substância. Porém, depois de realizadas investigações sobre os efeitos
crônicos dessa suplementação, observou-se que só foram detectadas alterações
significativas sobre a massa e a composição corporal em pessoas fisicamente
ativas ou atletas que fazem algum treinamento de força ou específico para a sua
modalidade esportiva. 11, 15
Enfim, pode-se dizer que o aumento de massa muscular corporal tem maior
ligação com a retenção hídrica do que com a proteína contrátil elevada. Contudo, a
suplementação crônica realizada juntamente com o treinamento de força pode vir a
elevar a massa corporal magra. 11, 21
Essa incerteza gerada devido à utilização de suplementação de creatina
pode ser comprovada na tabela 2, onde são demonstrados os resultados de
diversos estudos sobre o assunto. 4
Tabela 2 – Resultados de diferentes estudos sobre a suplementação de
creatina e desempenho físico.
Autor População Tipo de atividade Nº Dosagem (g/dia) Efeito sobre desempenho
Grindstaff et al, 1997
Nadadores Velocistas Juniores
Natação
18
21 g/dia/9dias
Aumentou
Smith et al, 1998 Universitários destreinados
Cicloergômetro 15 sendo 8 homens e 7 mulheres
20g/dia/5dias
Aumentou
Odlard et al, 1997 Indivíduos saudáveis
Ciclismo
9 homens
20g/dia/3dias
Sem efeito
Conhecimento em Destaque, v.8, nº19 162
Schneider et al, 1997
Indivíduos destreinados
Ciclismo
9 homens 25g de creatina +
5g de CHO/dia/7dias
Sem efeito
Vandebuerie et al, 1998
Ciclista de elite Ciclismo
12
25g/dia
Aumentou
Javierre et al, 1997 Velocista de elite Corrida
20
25g/dia/3dias
Sem efeito
Terrilion t al, 1997 Velocista de elite Corrida
12 homens
20g/dia/5dias
Sem efeito
Brandon et al, 1997 Roedores Corrida
Aguda (10dias) crônica (4 semanas)
Aumentou
Aaserud et al, 1998 Jogadores profissionais de
handbol
Corrida
15g/dia/5dias
Aumentou
Kreideret et al, 1995
Jogadores de futebol americano
Força
25
15g/dia/28dias
Aumentou
Volek et al, 1997 Fisicamente ativos Força
14 homens
25g/dia/7dias
Aumentou
Magarinos et al, 1998
Indivíduos saudáveis
Força
10 homens 10g/dia/7dias
Aumentou
Vandenberghe et al, 1997
Indivíduos saudáveis
Força
19 mulheres 20g/dia/4dias
Aumentou
Biecque et al, 2000 Indivíduos saudáveis
Força
23 homens 5g/dia/4dias
Aumentou
Arciero et al, 2000 Indivíduos saudáveis
Força
30 homens 10 a 20g/dia/28dias Aumentou
Fonte: BARGIERI; VANCINI & LIRA, 2005.
A partir da observação desta tabela, pode-se concluir que os resultados
gerados devido a utilização de suplementação de creatina se apresentam de
forma contraditória e diverge em diversas situações. 4
2.6. Possíveis riscos e desvantagens da suplementação
A difusão do uso de suplementação de creatina pode ser considerado
um fenômeno novo, pois ainda não existem fundamentações científicas sólidas
o suficiente para comprovar os possíveis malefícios que a sobrecarga dessa
substância pode gerar sobre o corpo humano. Podem-se citar como possíveis
efeitos colaterais diarréia, cãibras, aumento do risco de problemas na função
renal e hepática, e distúrbios gastrintestinais. Porém, o único efeito
comprovado até agora é o ganho de peso devido à retenção hídrica.2, 4, 13, 14, 20, 24
Em um estudo, foram observados alguns pontos principais para detectar
os possíveis efeitos colaterais da sobrecarga de creatina: possíveis alterações na
pressão arterial, atividade da creatina quinase e a função renal; elevação da massa
corpórea total em relação ao sexo e a composição desse possível aumento;
observar se a administração de creatina teria o mesmo efeito em condições
isquêmicas. Entretanto, as únicas alterações encontradas foram em relação ao
maior aumento de massa no sexo masculino em relação ao feminino e uma
elevação considerável de massa livre de gordura. Todavia, em outra pesquisa
foram observados dados contrários em relação aos apresentados anteriormente,
onde houve alteração da pressão arterial e na função renal, dentre outras
Conhecimento em Destaque, v.8, nº19 163
modificações na temperatura corporal e frequência cardíaca observadas em
exercícios de alta intensidade e curta duração. 4
Em relação a ocorrência de cãibras, isso se deve as alterações nas
concentrações de água e sais minerais nas fibras musculares, mas nenhum estudo
realizado comprovou que a utilização de creatina pode realmente gerar cãibras,
desidratação ou algum tipo de alteração nas concentrações intramusculares de
eletrólitos. Acredita-se que estas modificações podem ter mais ligação com o
treinamento em climas quentes do que com a suplementação de creatina. 13, 24
O uso crônico da suplementação de creatina, também se apresenta como
um ponto importante em diversos estudos, pois ele pode gerar um estresse renal
devido ao armazenamento da creatina no músculo que posteriormente será
excretado na urina, podendo então sobrecarregar o funcionamento dos rins.
Contudo, estudos realizados com o objetivo de detectar o possível malefício gerado
pela suplementação aguda de creatina não puderam comprovar que poderia haver
algum efeito prejudicial em relação à função renal (Tabela 3). 2, 14, 20
Tabela 3 – Estudos de caso que associaram danos renais á suplementação de
creatina
Fonte: GUALANO, 2008
Outro fato que se deve atentar é de que não existe razão para acreditar-
se que doenças como o câncer de cólon que estão mais presentes em
populações que consomem muita carne tem alguma ligação com a
suplementação de creatina. 29
Enfim, ainda não existem estudos que definem claramente os efeitos
colaterais reais gerados pelo uso da cretina, o que presume que ainda são
necessárias pesquisas que se aprofundem mais no assunto. 14, 24
Conhecimento em Destaque, v.8, nº19 164
2.7. Proibição da comercialização
É cada vez maior o número de pessoas que frequentam academias para
praticar exercícios físicos com inúmeros objetivos, preocupadas em obter
resultados mais rápidos e eficientes, estas buscam produtos que são vendidos
como suplementos alimentares para atingirem seus objetivos de forma rápida, e
muitas vezes sem ter conhecimento se o produto é autorizado por lei. 6, 7, 8
Primariamente a comercialização da creatina, assim como a de outros
suplementos, foram proibidos no Brasil por não possuírem registro na Agencia
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Logo após a própria ANVISA dispôs
uma proposta para regularização dos suplementos que passam a ser chamados de
alimentos para atletas. Tal decisão foi estabelecida mediante as seguintes
considerações e necessidades: 6, 7, 8
- constante aperfeiçoamento das ações de controle sanitário na área de
alimentos, visando à proteção da saúde da população;
- atualização da legislação sanitária de alimentos, com base no enfoque da
análise de risco e da prevenção do dano à saúde da população;
- comprovação de eficácia científica dos alimentos para fins especiais;
- evolução do conhecimento científico sobre nutrição esportiva e sua
participação no desempenho do atleta;
- a alimentação balanceada e diversificada é suficiente para atender as
necessidades nutricionais de indivíduos que praticam atividade física de forma
regular ou esporádica com objetivo de promoção da saúde, recreação, estética,
aptidão física, condicionamento físico, inserção social, desenvolvimento de
habilidades motoras ou reabilitação orgânico-funcional; nutricionais adicionais do
atleta são direcionadas a suprir as demandas de exercícios de alta intensidade
relativas ao treinamento esportivo visando desempenho máximo ou competitivo;
- melhorar a informação sobre esses produtos para o consumidor.
Posteriormente a creatina, foi proibida no Brasil em 2005, pela ANVISA.
A principal tese que levou à proibição da creatina é a de que a substância provoca
complicações renais e hepáticas quando usada com intensidade. Tal proibição foi
gerada também a partir da necessidade de: 6, 7, 8
- orientações precisas quanto à suplementação alimentar de pessoas que
Conhecimento em Destaque, v.8, nº19 165
praticam atividade física;
- evitar o consumo indiscriminado de formulações à base de aminoácidos e
de outros produtos destinados à suplementação alimentar de praticantes de
atividade física;
- constante aperfeiçoamento das ações de controle sanitário na área de
alimentos visando a proteção à saúde da população e a necessidade de fixar a
identidade e as características mínimas de qualidade a que deverão obedecer os
alimentos para praticantes de atividade física.
Atualmente por ser considerado um medicamento pela ANVISA, uma vez
que é utilizada no tratamento de algumas enfermidades, a creatina agora só pode
ser vendida com receita médica. Diante de tal fato a Gerencia de Inspeção e
Controle de Riscos de Alimentos esclarece que os aminoácidos isolados grupo no
qual está incluso a creatina não são permitidos como alimentos, pelo fato de não
haver consenso científico relacionados à segurança e eficácia de uso. Esses
aminoácidos são utilizados majoritariamente por atletas de elite e têm em alguns
casos a indicação de uso como medicamentos e, portanto devem ser utilizados sob
prescrição médica. 6, 7, 8
No intuito de preservar a integridade da saúde da população a creatina só
pode ser comercializada se em sua embalagem houver as seguintes informações:
6, 7, 8
- “Este alimento é destinado exclusivamente a atletas sob recomendação de
nutricionista ou médico e não substitui uma alimentação equilibrada”;
- “O consumo deste produto acima da recomendação diária, sem a
orientação de nutricionista ou médico, pode ser prejudicial à saúde do atleta”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A creatina já foi descoberta há mais de um século, porém ela ainda é
considerada como um fenômeno ergogênico relativamente novo, pela existência de
diversos estudos atuais que demonstram a participação da creatina no
desempenho físico, por meio de seus efeitos ergogênicos. Várias pesquisas
mostram os resultados promissores da suplementação com creatina no
desempenho em jogos esportivos que necessitam de um único e ou repetidos
esforços máximos de curta duração.
Embora haja substancial evidência de que a suplementação de creatina
Conhecimento em Destaque, v.8, nº19 166
possa melhorar o rendimento em atividades de alta intensidade e curta duração, a
análise crítica da literatura aponta que nem sempre isso ocorre, pois, os
mecanismos envolvidos na ação da Cr na melhora do desempenho ainda não
foram totalmente esclarecidos.
De acordo com os diversos autores analisados, a creatina pode,
hipoteticamente, causar aumento de síntese protéica, aumento de retenção hídrica,
aumento de ressíntese de creatina fosfato, podendo levar, talvez, a uma hipertrofia
muscular. A creatina é também um viável agente ergogênico com papel
antioxidante indireto e direto, devido ao seu efeito atenuador da formação de
produtos de degradação de purinas. E os efeitos ergogênicos desta substância
podem ser aumentados quando consumida com carboidrato.
Com base nos argumentos apresentados concluiu-se que a creatina, como
qualquer outro suplemento alimentar, se utilizada de maneira correta, pode levar a
ganhos significativos na performance, pois ela aumenta os níveis de concentração
de creatina intracelular. No entanto, faz-se necessário respeitar as etapas e
períodos de treinamento, como também os métodos de utilização. Não esquecendo
de se atentar que a decisão de se utilizar a suplementação de creatina, como
método para aperfeiçoar o desempenho esportivo, deve ser tomada com
ponderação, de acordo com a necessidade e indicação de cada individuo e sob
supervisão de um profissional qualificado.
Conhecimento em Destaque, v.8, nº19 167
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