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Estudo de impacto de vizinhança
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Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV
Operação Urbana Consorciada
da Região do Porto do Rio
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio Índice
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ÍNDICE GLOSSÁRIO pag 1 - 3 I APRESENTAÇÃO pag 4 II ASPECTOS LEGAIS pag 5 - 14 1 – Atendimento à Legislação 2 – Atendimento ao Estatuto da Cidade 3 – Legislação Aplicável III CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO pag 15 - 63 1 – Introdução 2 – Localização do Empreendimento
2.1 Delimitação da Área de Intervenção 2.2 Setorização da Área de Intervenção
2.3 Sub-setores da área de intervenção 3 – Objetivos e Justificativas do empreendimento
3.1 Objetivos Gerais 3.2 Objetivos Específicos 3.3 Aspectos Sócio econômicos 3.4 Aspectos Ambientais
4 – Programa de Intervenções do Empreendimento 4.6 – Mudanças Urbanísticas
4.6.1 Novo Zoneamento 4.6.2 – Novo Gabarito 4.6.3 – Taxa de Ocupação Proposta 4.6.4 – IAT proposto 4.6.5 – Novos Parâmetros Edilícios 4.6.6 – A nova densidade habitacional resultante
4.7 – Situação Fundiária 4.8 – Acessibilidade e Mobilidade Urbana 4.9 – O novo alinhamento das quadras 4.10 – Sistema Viário 4.11 – Transporte Público 4.12 – Áreas para Potenciais Adicionais de Construção 4.13 – Áreas para novos Equipamentos Urbanos 4.14 – O Morro da Providência 4.15 – Áreas a serem Preservadas
4.15.1 – APA do SAGAS 4.15.2 – Bens Tombados
4.16 – Meio Ambiente 4.16.1 – Situação Atual 4.16.2 – Aumento da Cobertura Vegetal 4.16.3 – Mobilidade Sustentável 4.16.4 – Alteração do Uso e Ocupação do Solo 4.16.5 – Melhoria das condições ambientais da Baía de Guanabara 4.16.6 – Melhoria do ambiente paisagístico
4.17 – Processo de Controle da Operação Urbana 4.18 – Fases da Operação Urbana 4.19 – Parceria: Poder Público e Privado 4.20 – Referências Bibliográficas
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IV - ÁREAS DE INFLUÊNCIA pag 64 - 65 1 – Conceituação
1.1 – Área de influência V SITUAÇÃO ATUAL E FUTURA 1 – Adensamento Populacional pag 66 - 95
1.1 – Introdução e Objetivos 1.2 – Procedimentos Metodológicos 1.3 – Situação Atual
1.3.1 – Áreas construídas e Usos existentes 1.3.2 – Áreas construídas e usos em áreas com previsão de utilização de CEPAC 1.3.3 – Áreas construídas e usos em áreas sem previsão de utilização de CEPAC 1.3.4 – Total de Áreas construídas e usos na área da Operação Urbana 1.3.5 - População existente 1.3.6 – População existente em áreas com previsão de utilização de CEPAC 1.3.7 – População existente em áreas sem previsão de utilização de CEPAC 1.3.8 – População existente na área da Operação Urbana
1.4 – Intervenções Propostas pela OUC do Porto do Rio associadas ao Adensamento 1.4.1 – Caracterização das áreas
1.5 – Impactos Previstos - Situação Futura 1.5.1 – Cenário 1 - Implantação da OUC com limite de estoque de CEPAC
1.5.1.1 – População Prevista OUC com limite de estoque de CEPAC 1.5.1.2 – População Prevista com desconto da população existente 1.5.1.3 – Análise do cenário (OUC com limite de estoque de CEPAC)
1.5.2 - Cenário 2 – Implantação da OUC sem limite de estoque de CEPAC 1.5.2.1 – População Prevista OUC sem limite de estoque de CEPAC 1.5.2.2 – População Prevista com desconto da população existente 1.5.2.3 - Análise do cenário (OUC sem limite de estoque de CEPAC)
1.5.3 - Cenário 3 – Sem a Implantação dos incentivos da Operação Urbana 1.5.3.1 – Total de Áreas construídas e usos na área da Operação Urbana 1.5.3.2 – População Prevista (sem a implantação dos incentivos da OUC) 1.5.3.3 - Análise do cenário (sem a implantação dos incentivos da OUC)
1.6 – Mitigação dos Impactos 1.6.1 Falta de Água potável decorrente do incremento de população – Fase de Operação 1.6.2 Falta de Esgotamento Sanitário decorrente do incremento de população – Fase de Operação 1.6.3 Falta de Drenagem Pluvial decorrente do incremento de população – Fase de Operação 1.6.4 Falta de Energia Elétrica decorrente do incremento de população – Fase de Operação
1.7 – Conclusões 1.7.1 Análise dos Cenários 1.7.2 Obras de Infra-estrutura
2 – Infraestrutura: Equipamentos Urbanos e Comunitários pag 96 - 112
2.1 – Introdução e Objetivos 2.2 – Procedimentos Metodológicos 2.3 – Situação Atual
2.3.1 Relação dos Equipamentos existentes 2.4 – Intervenções Propostas pela OUC do Porto do Rio 2.5 – Impactos Previstos - Situação Futura
2.5.1 Creches – Fase de Operação 2.5.2 Salas de aula para a Pré-escola e Ensino Fundamental – Fase de Operação 2.5.3 Salas de aula para o Ensino Médio – Fase de Operação 2.5.4 Salas de aula para o Ensino Técnico – Fase de Operação 2.5.5 Unidades de Saúde – Fase de Operação 2.5.6 Equipamentos de Lazer e Cultura – Fase de Operação
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2.5.7 Espaços para Uso Comunitário – Fase de Operação 2.6 – Mitigação dos Impactos
2.6.1 Falta de Creches – Fase de Operação 2.6.2 Falta de salas de aula para a Pré-escola e Ensino Fundamental – Fase de Operação 2.6.3 Falta de salas de aula para a Pré-escola e Ensino Fundamental – Fase de Operação 2.6.4 Falta de salas de aula para o Ensino Médio – Fase de Operação 2.6.5 Falta de salas de aula para o Ensino Técnico – Fase de Operação 2.6.6 Falta de unidades de Saúde – Fase de Operação 2.6.7 Falta de equipamentos de Lazer e Cultura – Fase de Operação
2.7 – Conclusões 3 – Transporte: Tráfego Viário e Demanda por Transporte pag 113 - 153
3.1 – Introdução e Objetivos 3.2 – Procedimentos Metodológicos 3.3 – Situação Atual
3.3.1 Introdução 3.3.2 – Área de Estudo 3.3.3 Metodologia
3.3.3.1 Contagem Volumétrica Global 3.3.3.2 Classificação Funcional das Vias 3.3.3.3 – Capacidade Máxima Calculada por Veículo/ Faixa 3.3.3.4 – Outras considerações
3.3.4 Locais de Contagem 3.3.4.1 Características das Vias
3.3.4.1.1 Principal Via Expressa 3.3.4.1.2 Principais Vias Arteriais 3.3.4.1.3 Principais Vias Coletoras 3.3.4.1.4 Caracterização do Fluxo
3.3.5 – Avaliação da Capacidade Viária dos Pontos Críticos 3.3.5.1 – Avaliação: Pontos Críticos das vias Expressas 3.3.5.2 – Avaliação: Pontos Críticos das vias Arteriais 3.3.5.3 – Avaliação: Pontos críticos das vias coletoras 3.3.5.4 – Pontos críticos das vias locais
3.3.6 – Conclusões 3.4 – Intervenções Propostas pela OUC do Porto do Rio associadas ao Transporte
3.4.1 – Diretrizes Urbanísticas e de Uso do Solo 3.4.2 – Caracterização do Projeto Viário 3.4.2.1 – Conjunto de novas vias e Túnel do Morro da Saúde 3.4.2.2 – Contagens Volumétricas
3.5 – Impactos Previstos - Situação Futura 3.5.1 - As áreas construídas computáveis 3.5.2 – Vagas acrescidas pela Operação Urbana 3.5.3 – Estimativa de Tráfego Futuro 3.5.4 – Impactos
3.5.4.1 – Mudanças na Circulação Viária 3.5.4.2 – Aumento do número de viagens
3.6 – Mitigação dos Impactos 3.6.1 – Impactos decorrentes das Mudanças na Circulação Viária 3.6.2 impactos decorrentes do aumento do número de viagens
3.7 – Conclusões 3.8 – Meios de Transporte – Situação Atual
3.8.1 – Transporte Coletivo 3.8.1.1 – Transporte por Ônibus 3.8.1.2 – Rodoviária Novo Rio 3.8.1.3 – Terminal Rodoviário Américo Fontenelle 3.8.1.4 – Terminal Rodoviário Mariano Procópio
3.8.1.5 – Metro
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3.8.2 – Transporte Ferroviário 3.8.3 – Transporte Marítimo de Passageiros 3.8.4 – Transporte por Taxi 3.8.5 – Ciclovias
4 –Caracterização do Solo pag 154 - 174 4.1 – Geologia: Aspectos Geológicos, Geotécnicos e Geomorfológicos
4.1.1 – Introdução e Objetivos 4.1.2 – Procedimentos Metodológicos 4.1.3 – Caracterização Geológica e Geomorfológica da Região
4.1.3.1 – Aspectos Geológicos 4.1.3.2 – Geomorfologia
4.1.4 – Histórico Geológico da Área da Operação Urbana 4.1.5 – Diagnóstico Atual 4.1.6 – Intervenções Propostas pela OUC do Porto do Rio associadas à Geologia 4.1.7 – Impactos Previstos - Situação Futura
4.1.7.1 – Indução de Processos Erosivos, Movimentos de Massa e de Assoreamento – Fase de Instalação 4.1.7.2 – Alteração da Permeabilidade do Solo, Capacidade de Suporte e Dinâmica das Águas Subterrâneas – Fase de Instalação e Fase de Operação 4.1.7.3 – Alteração do Risco de Contaminação do Solo e Águas Subterrâneas - Fase de Instalação e Fase de Operação 4.1.7.4 – Recalques excessivos e diferenciais - Fase de Instalação e Fase de Operação
4.1.8 – Mitigação dos Impactos 4.1.8.1 – Processos Erosivos, Movimentos de Massa e de Assoreamento – Fase de Instalação 4.1.8.2 – Alteração da Permeabilidade do Solo, Capacidade de Suporte e Dinâmica das Águas Subterrâneas – Fase de Instalação e Fase de Operação 4.1.8.3 – Risco de Contaminação do Solo e Águas Subterrâneas - Fase de Instalação e Fase de Operação 4.1.8.4 – Recalques excessivos e diferenciais - Fase de Instalação e Fase de Operação
4.1.9 – Conclusões
4.2 – Contaminação e Potencial Contaminação na Área da Operação Urbana Consorciada do Porto do Rio pag 175 -221
4.2.1 – Introdução: Conceituação e Legislação Referentes à Áreas Contaminadas 4.2.2 – Procedimentos Metodológicos
4.2.3 – Histórico de Ocupação e Degradação Ambiental da Área 4.2.3.1 Mapa de Ocupação Histórica 4.2.4 – Situação Atual 4.2.4.1 Contaminações de origem doméstica
4.2.4.2 Contaminações oriundas de atividades comerciais e industriais 4.2.4.2.1 AP’s Comerciais e Industriais 4.2.4.2.1.1 Mapeamento das AP’s
4.2.4.2.2 Áreas Comerciais e Industriais Contaminadas 4.2.4.2.2.1 Postos de Combustíveis 4.2.4.2.2.2 Indústrias e demais comércios 4.2.4.2.2.3 Mapeamento das Áreas Contaminadas 4.2.4.3. Contaminações provenientes do armazenamento incorreto de
matérias-primas e produtos 4.2.4.4 Contaminações oriundas de atividades portuárias
4.2.5 Intervenções Propostas pela OUC do Porto do Rio associadas ao Uso do Solo 4.2.6 Impactos Previstos - Situação Futura
4.2.7 Mitigação dos Impactos 4.2.8 Conclusões
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio Índice
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5 – Uso e Ocupação do Solo pag 222 a 256 5.1 – Introdução e Objetivos
5.1.1 - A Estrutura Urbana Existente 5.2 – Procedimentos Metodológicos 5.3 – Situação Atual 5.4 – Intervenções Propostas pela OUC do Porto do Rio
5.4.1 – Novo Zoneamento da Área de Intervenção 5.4.2 – Novo Gabarito da Área de Intervenção 5.4.3 – Taxa de Ocupação Proposta 5.4.4 – IAT proposto 5.4.5 – Novos Parâmetros Edilícios
5.5 – Impactos Previstos - Situação Futura 5.5.1 – Novos parâmetros de Uso do Solo 5.5.2 – Novo Gabarito da Área de Intervenção 5.5.3 – Novas Taxas de Ocupação e novos Índices de Aproveitamento do Terreno – IAT
5.6 – Mitigação dos Impactos 5.6.1 – Incompatibilidade dos novos usos com os usos atuais da região da OUC 5.6.2 – Comprometimento da ambiência dos morros em função dos novos gabaritos 5.6.3 – Novas Taxas de Ocupação e novos Índices de Aproveitamento do Terreno – IAT
5.7 – Conclusões 6 – Valorização Imobiliária pag 257 a 263
6.1 – Introdução e Objetivos 6.2 – Procedimentos Metodológicos 6.3 – Situação Atual 6.4 – Intervenções Propostas pela OUC do Porto do Rio associadas à valorização imobiliária 6.5 – Impactos Previstos - Situação Futura
6.5.1 Valorização de imóveis da área de diretamente atingida e de influência 6.6 – Mitigação dos Impactos
6.6.1 Valorização de imóveis da área de diretamente atingida e de influência 6.7 – Conclusões 7 – Ventilação e Iluminação pag 264 a 274
7.1 – Introdução e Objetivos 7.2 – Procedimentos Metodológicos
7.2.1 – Iluminação Natural 7.2.2 – Ventilação
7.3 – Situação Atual 7.3.1 – Prisma de Ventilação e Iluminação 7.3.2 – Iluminação Natural 7.3.3 – Ventilação Natural
7.4 – Intervenções Propostas pela OUC do Porto do Rio associadas à Ventilação e Iluminação
7.4.1 – Iluminação Natural 7.4.1.1 – Sombreamento
7.4.2 – Ventilação 7.5 – Impactos Previstos - Situação Futura
7.5.1 Demasiada exposição à luz solar das fachadas das edificações 7.5.2 Excesso de Insolação devida a orientação da fachada principal voltada para a face oeste 7.5.3 – Excesso de Sombreamento causado pelo aumento da verticalização 7.5.4 – Alteração do comportamento dos ventos em função das novas edificações
7.6 – Mitigação dos Impactos 7.6.1 Demasiada exposição à luz solar das fachadas das edificações 7.6.2 Excesso de Insolação devida a orientação da fachada principal voltada para a face oeste 7.6.3 – Excesso de Sombreamento causado pelo aumento da verticalização
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7.6.4 – Alteração do comportamento dos ventos em função das novas edificações 7.7 – Conclusões 8 – Qualidade do Ar e Poluição Atmosférica pag 275 a 283
8.1 – Introdução e Objetivos 8.2 – Procedimentos Metodológicos
8.2.1 Metodologia para contabilização das emissões de gases de efeito estufa na ADA
8.3 – Situação Atual 8.3.1 Área Indiretamente Afetada 8.3.2 Área Diretamente Afetada
8.3.2.1 Inventário de emissões de CO2 de origem fóssil, atualmente, na área da Operação Urbana Consorciada Porto do Rio.
8.4 – Intervenções Propostas pela OUC do Porto do Rio associadas à Qualidade do Ar 8.5 – Impactos Previstos - Situação Futura
8.5.1 - Comprometimento da Qualidade Ambiental pelo aumento dos níveis de emissões atmosféricas - Fase de Instalação 8.5.2 – Comprometimento da Qualidade do Ar pelo aumento do Tráfego Viário - Fase de Operação
8.6 – Mitigação dos Impactos 8.6.1 - Comprometimento da Qualidade Ambiental pelo aumento dos níveis de emissões atmosféricas - Fase de Instalação 8.6.2 – Comprometimento da Qualidade do Ar pelo aumento do Tráfego Viário - Fase de Operação
8.7 – Conclusões 9 – Ruído e Poluição Sonora pag 284 a 299
9.1 – Introdução e Objetivos 9.2 – Procedimentos Metodológicos 9.3 – Situação Atual
9.3.1 - Área Indiretamente Afetada e Entorno 9.3.2 - Área Diretamente Afetada
9.4 – Intervenções Propostas pela OUC do Porto do Rio associadas à poluição sonora 9.5 – Impactos Previstos - Situação Futura
9.5.1 Comprometimento da Qualidade Ambiental pelo aumento dos níveis de ruído – Fase de Instalação 9.5.2 Comprometimento da Qualidade Ambiental decorrente de Poluição Sonora – Fase de Operação
9.6 – Mitigação dos Impactos 9.6.1 Comprometimento da Qualidade Ambiental pelo aumento dos níveis de ruído – Fase de Instalação 9.6.2 Comprometimento da Qualidade Ambiental decorrente de Poluição Sonora – Fase de Operação
9.7 – Conclusões 10 – Paisagem Urbana: Patrimônio Natural pag 300 a 318
10.1 Flora 10.1.1 – Introdução 10.1.2 – Procedimentos Metodológicos 10.1.2.1 Cálculo de Áreas Verdes 10.1.3 – Situação Atual
10.1.3.1 Quantificação de Árvores por Setor 10.1.3.2 Áreas Verdes
10.1.3.2.1 – Índice de Áreas Verdes em relação à área da Operação Urbana 10.1.3.2.2 – Índice de Áreas Verdes por Habitante 10.1.3.2.3 – Índice de Cobertura Vegetal relação à área da Operação Urbana
10.1.4 – Intervenções Propostas pela OUC do Porto do Rio associadas à flora
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10.1.5 – Impactos Previstos - Situação Futura 10.1.5.1 Aumento da Cobertura Vegetal – Fase de Operação 10.1.5.2 Interferência em calçadas, redes elétricas e avifauna – Fase de Operação 10.1.5.3 Aumento de Áreas Verdes Públicas – Fase de Operação 10.1.5.4 Aumento da permeabilidade em áreas verdes públicas – Fase de Operação 10.1.5.5 Aumento da permeabilidade em áreas verdes privadas – Fase de Operação 10.1.5.6 Diminuição do índice de áreas verdes por habitante – Fase de Operação
10.1.6 – Mitigação dos Impactos 10.1.6.1 Aumento da Cobertura Vegetal – Fase de Operação 10.1.6.2 Interferência em calçadas, redes elétricas e avifauna – Fase de Operação 10.1.6.3 Aumento de Áreas Verdes Públicas – Fase de Operação 10.1.6.4 Aumento da permeabilidade em áreas verdes públicas – Fase de Operação 10.1.6.5 Aumento da permeabilidade em áreas verdes privadas – Fase de Operação 10.1.6.6 Diminuição do índice de áreas verdes por habitante – Fase de Operação
10.1.7 – Conclusões
10.2 Avifauna pag 319 a 340 10.2.1 – Introdução 10.2.2 – Procedimentos Metodológicos 10.2.3 – Situação Atual 10.2.3.1 Avifauna por Setor 10.2.4 – Intervenções Propostas pela OUC do Porto do Rio associadas à avifauna 10.2.5 – Impactos Previstos - Situação Futura
10.2.5.1 Interferências das obras civis nos habitats das aves – Fase de Implantação 10.2.5.2 Aumento da população de Avifauna com o Aumento da Cobertura Vegetal – Fase de Operação 10.2.5.3 Êxodo da Avifauna pelo aumento dos níveis de ruído – Fase de Operação
10.2.6 – Mitigação dos Impactos 10.2.6.1 Interferências das obras civis nos habitats das aves – Fase de Implantação 10.2.6.2 Aumento da população de Avifauna com o Aumento da Cobertura Vegetal – Fase de Operação 10.2.6.3 Êxodo da Avifauna pelo aumento dos níveis de ruído – Fase de Operação
10.2.7 – Conclusões
11 – Recursos Hídricos e Qualidade das Águas pag 341 a 349 11.1 – Introdução e Objetivos 11.2 – Procedimentos Metodológicos 11.3 – Situação Atual
11.3.1 Área Diretamente Afetada 11.4 – Intervenções Propostas pela OUC do Porto do Rio associadas aos Recursos Hídricos 11.5 – Impactos Previstos - Situação Futura
11.5.1 Alteração da Qualidade dos Recursos Hídricos Superficiais - Fase de Instalação 11.5.2 Geração de Efluentes - Fase de Instalação 11.5.3 Assoreamento da Baía de Guanabara - Fase de Instalação 11.5.4 Melhora da qualidade das águas do Canal do Mangue e da Baía de Guanabara
11.6 – Mitigação dos Impactos
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio Índice
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11.6.1 Alteração da Qualidade dos Recursos Hídricos Superficiais - Fase de Instalação 11.6.2 Geração de Efluentes - Fase de Instalação 11.6.3 Assoreamento da Baía de Guanabara - Fase de Instalação 11.6.4 Melhora da qualidade das águas do Canal do Mangue e da Baía de Guanabara
11.7 – Conclusões 12 – Paisagem Urbana: Patrimônio Cultural e Arqueológico pag 350 a 382 12.1 – Patrimônio Cultural
12.1.1 – Introdução e Objetivos 12.1.2 – Procedimentos Metodológicos 12.1.3 – Situação Atual 12.1.3.1 – Bens tombados, preservados e tutelados 12.1.3.1.1 – Proteção Federal: 12.1.3.1.2 – Proteção Estadual 12.1.3.1.3 – Proteção Municipal 12.1.3.1.4 – Legislação 12.1.3.1.4.1 – Idade dos Bens Tombados
12.1.3.1.4.1.1 – Bens Tombados com mais de 150 anos de construção
12.1.3.1.4.1.2 – Bens Tombados com mais de 100 anos de construção:
12.1.3.1.4.1.3 – Bens Tombados Identificados por século de construção
12.1.4 – Intervenções Propostas pela OUC do Porto do Rio associadas ao patrimônio cultural e arqueológico 12.1.5 – Impactos Previstos - Situação Futura
12.1.5.1 – Impacto do sistema viário sobre os bens tombados 12.1.5.2 – Impacto dos gabaritos propostos sobre a preservação da
ambiência e visibilidade dos bens tombados 12.1.5.3 – Impacto da requalificação e transformação urbana
12.1.6 – Mitigação dos Impactos 12.1.6.1 – Medidas mitigadoras dos impactos
12.1.7 – Conclusões 12.2 – Patrimônio Arqueológico pag 383 a 419 12.2.1 – Introdução e Objetivos 12.2.1.1 – Apresentação das áreas do Empreendimento 12.2.1.2 – Justificativa 12.2.1.3 – Objetivos 12.2.2 – Procedimentos Metodológicos 12.2.3 – Situação Atual 12.2.3.1 – Conceito de Arqueologia aplicado 12.2.3.2 – Legislação aplicada à preservação do Patrimônio Arqueológico 12.2.3.3 – Sítios arqueológicos e pesquisa arqueológica 12.2.3.4– A ocupação dos diversos grupos sociais ao longo dos séculos no Rio de
Janeiro 12.2.3.5 – Síntese Histórica das Plantas Ilustrativas 12.2.3.6 – Indígenas 12.2.3.7 – Século XVI 12.2.3.8 – Final do século XVII 12.2.3.9 – Século XVIII 12.2.3.10 – Século XIX 12.2.3.11 – Século XX 12.2.4 – Intervenções Propostas pela OUC do Porto do Rio associadas ao patrimônio cultural arqueológico 12.2.5 – Impactos Previstos - Situação Futura
12.2.6 – Mitigação dos Impactos 12.2.6.1 – Fase Planejamento
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio Índice
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12.2.6.2 – Fase Instalação 12.2.7 – Conclusões 13 – Poluição Visual pag 420 a 427 13.1 – Introdução e Objetivos
13.2 – Procedimentos Metodológicos 13.3 – Situação Atual 13.4 – Intervenções Propostas pela OUC do Porto do Rio associadas à poluição visual 13.5 – Impactos Previstos - Situação Futura
13.6 – Mitigação dos Impactos 13.7 – Conclusões
VI – CONCLUSÕES pag 428 a 429 VII – EQUIPE TÉCNICA pag 430 VIII – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS pag 431 a 441
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio Glossário
1
GLOSSÁRIO
ADA – Área Diretamente Afetada;
AIA – Área Indiretamente Afetada; Área com Potencial de Contaminação – área onde estão sendo desenvolvidas ou
onde foram desenvolvidas atividades potencialmente contaminadoras;
Área Contaminada – área, terreno, local, instalação, edificação ou benfeitoria que
contenha quantidades ou concentrações de matéria em condições que causem ou
possam causar danos à saúde humana, ao meio ambiente ou a outro bem a proteger;
Assoreamento – obstrução, por areia ou por sedimentos quaisquer, de um rio, canal
ou estuário; Acumulação de terra, areia e outros materiais no fundo de vales, rios,
lagos, canais e represas;
Avaliação Preliminar – avaliação inicial, realizada com base nas informações
disponíveis, visando fundamentar a suspeita de contaminação de uma área;
Cais – Infraestrutura e estruturas destinadas à atracação dos navios, incluindo a faixa
de terrapleno adjacente, defensas, cabeços de amarração e sistemas auxiliares ali
instalados;
CEPAC - Certificado de Potencial Adicional de Construção, sendo uma alternativa de
captação de recursos para o financiamento do desenvolvimento urbano.
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente;
Densidade Demográfica – resultado da divisão da população pela área que ela
ocupa, expresso geralmente em habitantes por metro quadrado;
DOCAS – Companhia DOCAS do Rio de Janeiro, pertencente à Secretaria Especial
de Portos;
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio Glossário
2
Equipamentos Urbanos – segundo a norma brasileira NBR 9284, é um termo que
designa todos os bens públicos ou privados, de utilidade pública, destinado à
prestação de serviços necessários ao funcionamento da cidade, implantados mediante
autorização do poder público, em espaços públicos e privados. Segundo a Lei Federal
6.766/79, consideram-se urbanos os equipamentos públicos de abastecimento de
água, serviços de esgotos, energia elétrica, coletas de águas pluviais, rede telefônica
e gás canalizado; IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis;
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística;
IDH – Índice de Desenvolvimento Humano - criado pelo PNUD (Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento) e referência de comparação entre países, utiliza
dados oriundos de institutos oficiais de pesquisas referentes a longevidade, educação
e renda familiar per capita;
Impactos ambientais – Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e
biológicas do meio ambiente causada por qualquer forma de matéria ou energia
resultante das atividades humanas que direta ou indiretamente, afetam: I - a saúde, a
segurança e o bem estar da população; II - as atividades sociais e econômicas; III - a
biota; IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e V - a qualidade dos
recursos ambientais;
INEA – Instituto Estadual do Ambiente; IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional;
Lençol freático – Lençol de água subterrâneo situado em nível pouco profundo;
Medidas mitigadoras – Medidas mitigadoras são aquelas capazes de diminuir o
impacto negativo ou a sua gravidade. No caso da impossibilidade ou insuficiência da
mitigação de determinados impactos, devem ser adotadas medidas compensatórias;
Órgão Ambiental – órgãos ou entidades da administração direta, indireta e
fundacional do Estado e dos Municípios, instituídos pelo Poder Público, responsáveis
pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, administração de recursos naturais e
manutenção e recuperação da qualidade de vida;
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio Glossário
3
Patrimônio Cultural – bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente
ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos
diferentes grupos formadores da sociedade; Patrimônio Natural – é composto por “monumentos naturais”, bem como por “sítios e
paisagens” cuja conservação seja necessária em decorrência da “feição notável” com
que tenham sido dotados pela natureza ou agenciados pelo homem;
Plano Diretor – lei municipal que estabelece diretrizes para a ocupação da cidade;
Poluição – introdução pelo homem, direta ou indiretamente de substâncias ou energia
no ambiente, provocando um efeito negativo no seu equilíbrio, causando assim danos
na saúde humana, nos seres vivos e no ecossistema ali presente;
PIB – Produto Interno Bruto - soma de todos os bens serviços produzidos em um
determinado período e uma determinada região, expresso em valores monetários;
Porto – o mesmo que Porto do Rio de Janeiro, quando grafado com a inicial
maiúscula;
Porto do Rio de Janeiro – instalações portuárias da cidade do Rio de Janeiro
administrada pela Companhia DOCAS;
SMAC – Secretaria Municipal do Meio Ambiente;
Zoneamento - instrumento do planejamento urbano, caracterizado pela aplicação de
um sistema legislativo (normalmente em nível municipal) que procura regular o uso,
ocupação e arrendamento da terra urbana por parte dos agentes de produção do
espaço urbano, tais como as construtoras, incorporadoras, proprietários de imóveis e o
próprio Estado.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio I. Apresentação
4
I. APRESENTAÇÃO O Estudo de Impacto de Vizinhança da Operação Urbana Consorciada da Região do Porto
do Rio, empreendimento da Prefeitura do Rio de Janeiro, têm por objetivo avaliar os
impactos a serem gerados pela implementação da Operação Urbana Consorciada da
Região do Porto do Rio, instituída pela Lei Complementar Municipal n° 101, de 23 de
novembro de 2009, para a obtenção da Licença Ambiental Prévia – LAP.
O Estudo de Impacto de Vizinhança – EIV, é um dos instrumentos de política urbana
previstos no Estatuto da Cidade (Lei 10.257, de 10 de julho de 2001).
O Estudo apresenta os estudos necessários, em especial os seguintes:
- Informações gerais do Empreendedor;
- Justificativa e descrição do empreendimento;
- Aspectos legais pertinentes;
- Diagnóstico e prognóstico ambiental da área de influência direta e indireta e da área
de intervenção;
- Análise e Avaliação dos Impactos Ambientais e respectivas medidas mitigadoras;
O Estudo se desenvolve pela análise dos diversos elementos formadores do fragmento do
espaço urbano contido no perímetro definido pela lei citada, considerando a situação atual e
os eventuais impactos a serem gerados no futuro pela implantação do empreendimento
proposto.
A análise realizada foi estruturada por uma óptica ambiental capaz de abranger a
simultaneidade e interdependência existente entre as possibilidades de alteração dos
diversos elementos dos meios físico, biótico e antrópico da área da Operação Urbana
Consorciada da Região do Porto do Rio, pelas intervenções previstas pela lei, que poderão
atuar nesse espaço para realização do plano urbano em questão.
Finalmente é abordada a tendência ambiental futura das hipóteses de implantação do
projeto. Para atenuar os principais impactos detectados, foram recomendadas medidas
mitigadoras bem como o estabelecimento de processos de monitoramento, quando
necessário.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio II. Aspectos Legais
5
II.ASPECTOS LEGAIS
EIV - Operação Urbana Consorciada
da Região do Porto do Rio
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio II. Aspectos Legais
6
II. Aspectos Legais 1. Atendimento à Legislação A legislação contida neste capítulo serviu de referência para a elaboração deste relatório e é
abordada nos âmbitos federal, estadual e municipal.
2. Atendimento ao Estatuto da Cidade A Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio atende aos dispositivos
estabelecidos no artigo 33 do Estatuto da Cidade, Lei Federal nº 1614, que são os
seguintes:
I - Definição da área a ser atingida: A delimitação da área abrangida pelo projeto está
descrita no item – Localização do Empreendimento na Caracterização do Empreendimento
nesse estudo. Além disso, no anexo I na Lei Complementar Municipal do Rio de Janeiro n°
101, de 23 de novembro de 2009, está descrito o limite da área de especial interesse
urbanístico.
II - Programa básico de ocupação da área: Está previsto no Capítulo I da Lei Complementar
Municipal do Rio de Janeiro n° 101, no inciso IV (§ 1°) – “ Promoção do adequado
aproveitamento da estrutura urbana existente” e no inciso IX (§ 2°) – “Promover a Habitação
de Interesse Social e o atendimento à população residente em áreas de objeto de
desapropriação”.
III - Programa de atendimento econômico e social para a população diretamente afetada
pela operação: Está previsto no inciso III (§ 1°) – “Atendimento econômico e social da
população diretamente afetada”.
IV - Contrapartida a ser exigida dos proprietários, usuários permanentes e investidores
privados: Está determinado na Seção VI da Lei Complementar Municipal do Rio de Janeiro
n° 101, “Da contrapartida dos Proprietários e Investidores”.
V - Finalidades da operação: Segundo o Artigo 2 do Capítulo I da Lei Complementar
Municipal do Rio de Janeiro n° 101, “A Operação Urbana Consorciada tem por finalidade
promover a reestruturação urbana da AEIU, por meio da ampliação, articulação e
requalificação dos espaços livres de uso público da região do Porto, visando à melhoria da
qualidade de vida de seus atuais e futuros moradores, e à sustentabilidade ambiental e
socioeconômica da região.”
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio II. Aspectos Legais
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VI - Estudo prévio de Impacto de Vizinhança: Está previsto na Seção V, no Art. 35. da Lei
Complementar Municipal n°101: “A implantação da Operação Urbana Consorciada está
sujeita à prévia elaboração de Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV para a implantação
dos usos, em função dos impactos gerados no meio ambiente natural e construído, no
patrimônio histórico, cultural e paisagístico.”
VII - Forma de controle da operação, obrigatoriamente compartilhado com representação da
sociedade civil: O Capítulo IV da Lei Complementar Municipal n°101 institui o Conselho
Consultivo da Operação Urbana Consorciada do Porto do Rio, estabelecendo que três
representantes da sociedade civil, entre outros, serão escolhidos pelos demais integrantes
do Conselho, com mandato de três anos.
3. Legislação Aplicável A legislação aplicável foi contemplada neste relatório está apresentada na Tabela 1.
Tabela 1. Aspectos Legais de referência para o estudo.
Âmbito
Aspecto Legal Data de publicação
Assunto Disposição
Federal Artigo 225° da Constituição
Federal 05/10/1988
Referências Constitucionais sobre o Meio
Ambiente
Trata do meio ambiente, seu conceito, a legislação ambiental brasileira e a tutela constitucional do meio ambiente.
Federal Título VII e VIII da
Constituição Federal
05/10/1988
Ordem econômica e financeira e Aspectos Sociais
Seleção de Trechos relacionados à Política Urbana e à Municipalidade, citados no Código de Obras do Município do Rio de Janeiro.
Federal
Constituição Federal (Artigos Referentes ao
Patrimônio Cultural Brasileiro)
05/10/1988 Patrimônio
Cultural Brasileiro
Artigos que dispõe sobre o Patrimônio Cultural Brasileiro (Art. 5, 20, 23, 24, 30, 170, 215, 216, 220, 221, 225).
Federal Lei nº 3.924 26/07/1961 Arqueologia Dispõe sobre os monumentos arqueológicos e pré-históricos.
Federal Lei n° 6.938 31/08/1981 Política Nacional
de Meio Ambiente
Dispõe sobre a política Nacional de Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação.
Federal Lei n° 7.347 24/07/1985 Direitos Difusos
Disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e dá outras providências.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio II. Aspectos Legais
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Âmbito Aspecto Legal Data de
publicação Assunto Disposição
Federal Lei n° 7.804 18/07/1989 Política Nacional
de Meio Ambiente
Altera a Lei n° 6938 de 31/08/81 que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação.
Federal Lei n° 9.605 12/02/1998 Lei de Crimes
Ambientais
Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.
Federal Lei n° 9.795 27/04/1999 Política Nacional
de Educação Ambiental
Dispõe sobre a educação ambiental e institui a Política Nacional de Educação Ambiental.
Federal Lei n° 10.257 10/07/2001 Estatuto da
Cidade
Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. Define EIA e EIV como instrumentos gerais da Política Urbana e dispõe sobre Operações Urbanas Consorciadas.
Federal Decreto nº 6.514 22/07/08 Condutas
lesivas ao meio ambiente
Dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio ambiente e estabelece o processo administrativo federal para apuração destas infrações.
Federal Decreto n.º
24.643 10/07/1934
Código Nacional das Águas
Decreta o Código Nacional das Águas, permitindo ao poder público controlar e incentivar o aproveitamento das águas.
Federal Resolução
CONAMA nº 001 23/01/1986
Avaliação de Impacto
Ambiental
Estabelece as definições, as responsabilidades, os critérios básicos e as diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente.
Federal Resolução
CONAMA nº 001 8/03/1990 Poluição Sonora
Estabelece padrões, critérios e diretrizes a serem obedecidos pela emissão de ruídos.
Federal Resolução
CONAMA nº 008 06/12/1990
Padrão de Emissões
Atmosféricas
Estabelece limites máximos de emissão de poluentes do ar para processos de combustão externa em fontes novas fixas.
Federal Resolução
CONAMA n°237 19/12/1997
Sistema de Licenciamento
Ambiental
Dispõe sobre a revisão de procedimentos e critérios utilizados pelo Sistema de Licenciamento Ambiental. Estabelece conceito sobre Impacto Ambiental.
Federal Resolução
CONAMA nº 281 12/07/2001
Publicação de Licenciamento
Dispõe sobre o estabelecimentos de modelos simplificados de publicação dos pedidos de licenciamento, sua renovação e concessão pelos órgãos competentes.
Federal Resolução
CONAMA nº 307 05/07/2002
Resíduos de Construção Civil
Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio II. Aspectos Legais
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Âmbito Aspecto Legal Data de
publicação Assunto Disposição
Federal Resolução
CONAMA n° 357 17/03/2005 Efluentes
Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências.
Federal Resolução
CONAMA nº 382 26/12/2006
Padrão de Emissões
Atmosféricas
Estabelece os limites máximos de emissão de poluentes atmosféricos para fontes fixas.
Federal Resolução
CONAMA nº 420 28/12/2009
Gerenciamento de Áreas
Contaminadas
Dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas.
Federal Portaria IPHAN
n°07 01/12/1988 Arqueologia
Estabelecer os procedimentos necessários à comunicação prévia, às permissões e às autorizações para pesquisas e escavações arqueológicas em sítios arqueológicos previstas na Lei n.º 3.924, de 26/07/1961.
Federal Portaria IPHAN nº
230 17/12/2002 Arqueologia
Dispõe sobre a necessidade de estudos de arqueologia em licenciamentos capazes de afetar o patrimônio arqueológico e dá outras providências.
Estadual Constituição
Estadual 5/10/1989
Ordem Econômica Financeira e
Meio Ambiente
Garantir que o Estado e os Municípios atuem no sentido da realização do desenvolvimento econômico e da justiça social, assegurando a elevação do nível e qualidade de vida e o bem-estar da população.
Estadual Lei n°126 10/05/1977 Poluição Sonora Dispõe sobre a proteção contra a poluição sonora no Estado do RJ.
Estadual Lei n° 3.239 02/08/1999 Recursos Hídricos
Institui a política estadual de recursos hídricos; cria o sistema estadual de gerenciamento de recursos hídricos e dá outras providências.
Estadual Lei nº 3.325 17/12/1999 Educação Ambiental
Dispõe sobre a educação ambiental, institui a politica estadual de educação ambiental, cria o programa estadual de educação ambiental.
Estadual Decreto-Lei nº
134 16/06/1975
Prevenção e Controle da Poluição no
Meio Ambiente
Dispõe sobre a prevenção e o controle da poluição do meio ambiente no Estado do RJ e da outras providências.
Estadual Decreto-Lei nº
247 21/07/1975
Segurança contra incêndio
e pânico
Dispõe sobre segurança contra incêndio e pânico. Determina que ficam isentas de sistemas preventivos as edificações residenciais de, no máximo, três pavimentos e com área construída de 900,0m².
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio II. Aspectos Legais
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Âmbito Aspecto Legal Data de
publicação Assunto Disposição
Estadual Decreto nº 897 21/09/1976 Segurança
contra incêndio e pânico
Regulamenta o Decreto-Lei nº 247, de 21 de julho de 1975, que dispõe sobre segurança contra incêndio e pânico.
Estadual Decreto nº 3.800 20/04/1970 Urbanização
Aprova os regulamentos complementares à Lei do Desenvolvimento Urbano do Estado da Guanabara.
Estadual Decreto nº 22.872 28/12/1996
Abastecimento de Água e
Esgotamento Sanitário
Aprova o regulamento dos serviços Públicos de Abastecimento de água e Esgotamento sanitário do estado do Rio de Janeiro, a cargo das concessionárias ou permissionárias.
Estadual Decreto nº 40.156 17/10/2006 Uso de Água Superficial e Subterrânea
Estabelece os procedimentos técnicos e administrativos para a regularização dos usos de água superficial e subterrânea, bem como, para ação integrada de fiscalização com os prestadores de serviço de saneamento básico, e dá outras providências.
Municipal Lei Orgânica da
Cidade do Rio de Janeiro
05/04/1990 Política Urbana
A política urbana tem como objetivo fundamental a garantia de qualidade de vida para os habitantes, nos termos do desenvolvimento municipal expresso nesta Lei Orgânica.
Municipal Lei n.º 613 11/09/1984 Plantio de
Mudas
Dispõe sobre a obrigatoriedade de plantio de mudas de árvores nas áreas de edificação e loteamento do Município do Rio de Janeiro, e dá outras providências.
Municipal Lei n.º 971 04/05/1987 Área de Proteção Ambiental
Institui a área de proteção ambiental (APA) composta pelos logradouros que menciona, e dá outras providências. Institui a APA dos bairros Santo Cristo, Gamboa, Saúde e Centro.
Municipal Lei n.º 1.243 19/05/1988 Urbanização Declara “non aedificandi” as áreas que menciona e dá outras providências.
Municipal Lei n.º 1.406 08/06/1989 Urbanização
Veda nas edificações residenciais multifamiliares a construção de unidades com sala e quarto unificados em um só compartimento.
Municipal Lei n.º 1.606 27/08/1990 Urbanização Dispõe sobre terrenos não edificados e dá outras providências.
Municipal Lei n.º 1.654 09/01/1991 Urbanização
Dispõe sobre as edificações coladas nas divisas nos termos do artigo 448 da Lei orgânica do Município, define exceções que esta admite, e dá outras providências.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio II. Aspectos Legais
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Âmbito Aspecto Legal Data de
publicação Assunto Disposição
Municipal Lei nº 2.236 14/10/1994 Urbanização
Define as condições de uso e ocupação do solo da Área de Especial Interesse Urbanístico da II Região Administrativa – Centro, criada pelo Decreto n.º 12.409, de 9/11/1993, estabelece medidas para a revitalização do Centro da Cidade e seu entorno, e dá outras providências.
Municipal Lei n.º 3.268 29/08/2001 Poluição Sonora
Institui no Município do Rio de Janeiro as condições básicas de proteção da coletividade contra a poluição sonora na forma desta lei.
Municipal Lei Complementar
nº16 04/06/1992
Plano Diretor Decenal
Dispõe sobre a política urbana do município, institui o plano diretor decenal da cidade do Rio de Janeiro, e dá outras providências.
Municipal Lei Complementar
nº 22 09/06/1993 Urbanização
Institui o Programa Municipal de Obras e Adequação e/ ou Complementação dos Edifícios Públicos e dos espaços mobiliários urbanos ao uso e circulação de pessoa portadora de deficiência e dá outras providências.
Municipal Lei Complementar n.º 31
14/07/1997 Urbanização
Dispõe sobre a regularização de obras de construção, modificação ou acréscimo já executadas em edificações que contrariem as normas urbanísticas e edilícias vigentes, na forma e nas condições que menciona.
Municipal Lei Complementar
n.º 33 28/11/1997 Urbanização
Altera o artigo 47 do Regulamento de Construções e Edificações do Decreto “E” nº 3.800/70 e dá outras providências.
Municipal Lei Complementar
nº 73 29/07/2004 Urbanização
Institui o PEU São Cristóvão, Projeto de Estruturação Urbana dos bairros componentes da VII Região Administrativa-São Cristóvão/UEP 05 e dá outras providências.
Municipal Lei Complementar
n° 98 22/07/2009. Urbanização
Dispõe sobre os terrenos remanescentes das desapropriações para implantação da Linha 1 do Sistema Metroviário declarados “Áreas de Especial Interesse Urbanístico”, de acordo com a Lei nº 2.396, de 16/01/1996, e dá outras providências.
Municipal Lei Complementar
n°101 23/11/2009
Operação Urbana
Consorciada da Região do Porto
do Rio
Modifica o Plano Diretor, autoriza o Poder Executivo a instituir a Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio e dá outras providências.
Municipal Lei Complementar
n°102 23/11/2009
Companhia de Desenvolviment
o Urbano da Região do Porto
do Rio
Cria a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro –CDURP e dá outras providências.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio II. Aspectos Legais
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Âmbito Aspecto Legal Data de
publicação Assunto Disposição
Municipal Decreto nº 322 03/03/1976 Urbanização Aprova o Regulamento de Zoneamento do Município do Rio de Janeiro.
Municipal Decreto n.º 1.269 27/10/1977 Urbanização Aprova o Plano Urbanístico Básico da Cidade do Rio de Janeiro (PUB-RIO).
Municipal Decreto nº 5.146 10/06/1985 Urbanização
Altera o Decreto n. 4.912, de 28/12/84, que dispõe sobre a identificação, o fechamento, a limpeza e a conservação de terrenos não edificados e a construção de passeios.
Municipal Decreto nº 5647 30/12/1985 Urbanização
Altera o Decreto n.º 5281, de 23 de agosto de 1985, que simplifica normas e critérios para construção e aceitação de edificações residenciais unifamiliares.
Municipal Decreto n.º 7.336 05/01/1988 Urbanização Aprova o regulamento de Construções de Edificações Residenciais Multifamiliares.
Municipal Decreto n.º 7.351 14/01/1988 Área de Proteção Ambiental
Regulamenta a Lei nº 971 que instituiu a Área de Proteção Ambiental (APA) em parte dos bairros da Saúde, Santo Cristo, Gamboa e Centro.
Municipal Decreto n.º 7.612 5/06/1988 Área de Proteção Ambiental
Dispõe sobre a decretação de áreas de proteção ambiental na cidade do Rio de Janeiro.
Municipal Decreto n.º 8.272 19/12/1988. Urbanização Aprova o Regulamento de Construção de Edificações de Uso Comercial e de Uso Comercial Misto.
Municipal Decreto n.º 9.287 23/04/1990 Urbanização Aprova os Regulamentos de Limpeza Urbana e de Controle de Vetores do Município do Rio de Janeiro.
Municipal Decreto nº 10.040 11/03/1991 Urbanização
Estabelece as condições relativas ao Regulamento de Zoneamento para a Zona Especial 8 (ZE-8) – Cidade Nova, na III Região Administrativa, cria as Áreas de Proteção Ambiental (APA) da Vila Operária da Cidade Nova e do Catumbi e dá outras providências.
Municipal Decreto n.º
10.082 27/03/1991
Esgotamento Sanitário
Institui o sistema de esgotamento sanitário do Município do Rio de Janeiro, regulamenta a Lei n.º 1.631 de 31 de outubro de 1990, e dá outras providências.
Municipal Decreto n.º
11.860 23/12/1992 Urbanização
Cria e delimita a Área de Especial Interesse Urbanístico da Zona Portuária e dá outras providências.
Municipal Decreto n.º
12.409 09/11/1993 Urbanização
Cria e delimita a Área de Especial Interesse Urbanístico da II RA – Centro.
Municipal Decreto nº 13.601 13/01/1995 Urbanização Declara o entorno da Estação D. Pedro II Área de Especial Interesse para a Cidade.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio II. Aspectos Legais
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Âmbito Aspecto Legal Data de
publicação Assunto Disposição
Municipal Decreto n° 14.226 25/09/1995
Área de Proteção do
Ambiente Cultural
Modifica o Anexo 8 do Decreto n° 7.351/88. Exclui da listagem de bens preservados constante do Anexo 8 do Decreto n° 7.351, de 14/01/1988, as edificações de números 227, 229, 231 e 235 da Av. Marechal Floriano.
Municipal Decreto n.º
15.962 30/07/1997 Urbanização
Estabelece os fatores de correção para a contrapartida da legalização. Regulamenta a aplicação da Lei Complementar nº 31, de 14/07/1997.
Municipal Decreto nº 22.872 07/05/2003 Arqueologia Cria a Obrigatoriedade da Pesquisa Arqueológica nas Obras de Intervenção Urbana.
Municipal Decreto nº 22.873 07/05/2003 Arqueologia Cria a Carta Arqueológica do Município do Rio de Janeiro.
Municipal Decreto n.º
23.226 30/07/2003 Urbanização
Estimula o uso residencial e misto nas Áreas Central e Portuária da Cidade e sua periferia imediata.
Municipal Decreto n.º
23.317 10/07/1997 Gás Canalizado
Aprova o regulamento aplicável às instalações de gás canalizado e à medição e faturamento dos serviços de gás canalizado.
Municipal Decreto n.º
24.420 21/07/2004
Área de Proteção do
Ambiente Cultural
Cria a APAC do Entorno do Mosteiro de São Bento, no Centro, I R. A. e dá outras providências.
Municipal Decreto n.º
24.919 2/12/2004 Urbanização
Dispõe sobre o uso dos imóveis que menciona.
Municipal Decreto n.º
26.712 11/07/2006 Urbanização
Determina o tombamento provisório dos bens que menciona.
Municipal Decreto n.º
26.852 8/08/2006 Urbanização
Cria e delimita a Área de Especial Interesse da Região Portuária do Rio de Janeiro para fins que indica, entre outras providências.
Municipal Decreto n.º
26.912 22/08/2006 Urbanização
Regulamenta o Licenciamento Ambiental, a Avaliação de Impactos Ambientais e o Cadastro Ambiental Municipal e dá outras providências.
Municipal Decreto n.º
30.610 15/04/2009 Urbanização
Dispõe sobre a concessão de licenças na Área Portuária do RJ.
Municipal Decreto nº 531 20/08/1976 Urbanização
Estabelece uniformidade em altura para os prédios da Avenida Marechal Floriano, no trecho que menciona. Para os prédios situados na Avenida Marechal Floriano entre as Ruas do Acre e Visconde da Gávea, a altura máxima será de 60,8m.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio II. Aspectos Legais
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Âmbito Aspecto Legal Data de
publicação Assunto Disposição
Municipal Decreto nº 40.793 05/06/2007 Licenciamento
Ambiental
Disciplina o procedimento de Descentralização da fiscalização e do Licenciamento ambiental mediante a celebração de convênios com os Municípios do estado do Rio de Janeiro que possuam órgão/entidade Ambiental competente devidamente estruturado e equipado e dá outras providências.
Municipal Decreto nº 40.980 15/10/2007 Fiscalização Ambiental
Dá nova redação aos arts. 1º, 3º e ao título do anexo do decreto nº. 40.793 de 05 de junho de 2007, que disciplina o Procedimento de descentralização da Fiscalização ambiental mediante a celebração de convênios com Municípios do Estado do Rio de Janeiro e determina outras providências.
Municipal
Ato das Disposições
Constitucionais (Art. 93)
05/04/1990 Área de Proteção Ambiental
Institui a Área de proteção ambiental e Recuperação Urbana da Ponta do Caju, a qual será objeto de atenção especial do Poder Público, na forma que a lei dispuser.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
15
III. CARACTERIZAÇÃO DO
EMPREENDIMENTO
EIV - Operação Urbana Consorciada
da Região do Porto do Rio
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
16
III – CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 1- Introdução A Zona Portuária localizada na área Central da Cidade do Rio de Janeiro foi criada durante
o governo do Presidente Rodrigues Alves e do Prefeito Pereira Passos, a partir de um aterro
que modificou a linha da costa com o intuito de viabilizar um moderno porto para a época,
compatível com a grandeza da capital da jovem República do Brasil. Porém, com a evolução
das técnicas das operações portuárias e, principalmente, devido à necessidade de se ter um
espaço cada vez maior de armazenamento, o trecho do porto entre a Praça Mauá e a
Avenida Francisco Bicalho foi se tornando obsoleto.
Hoje, devido a estas restrições, poucas operações permanecem utilizando o local: o Moinho
Fluminense permanece recebendo descarga de trigo no Armazém 8; papel imprensa
importado é descarregado no Cais da Gamboa; ferro-gusa é exportado, também, através do
Cais da Gamboa pela Operadora Portuária Triunfo, entre outras. Assim, uma grande área
que outrora servia como área de apoio às operações portuárias, de caráter essencialmente
industrial, tornou-se ociosa, formando vazios urbanos e deixando edificações subutilizadas
ou abandonadas.
Assim, para recuperá-las para a cidade, era preciso mais que simples intervenções urbanas
pontuais. Foi necessário conceber um plano completo de revitalização para área, de forma
que a transforme num novo vetor de crescimento da cidade, como ocorreu com os bairros
Copacabana, na década de 1940, Ipanema e Leblon na década de 1960 e com a Barra da
Tijuca a partir da década de 1970.
Para este plano está sendo considerada uma área de intervenção de 489 hectares, área
comparável aos bairros de Copacabana (410 ha), Botafogo (480 ha) e ao Centro (572 ha),
com grandes potencialidades. Ela está localizada próxima a grandes eixos de circulação
(Linha Vermelha, Avenida Brasil e Avenida Francisco Bicalho) e à área central da cidade,
com frente para a Baía da Guanabara. É a porta de entrada para os turistas que chegam à
cidade em cruzeiros e tem em seu interior vários pontos de interesse como a Igreja de São
Francisco da Prainha, o conjunto urbano do Morro da Conceição e a recém construída
Cidade do Samba. Todos estes aspectos são importantes e apontam uma vocação para um
uso da área muito mais intenso do que hoje ocorre com a instalação de novos moradores,
comércios, serviços, equipamentos urbanos, culturais, de lazer e grandes parques. Porém,
eles não são suficientes por si só, a propiciar a recuperação da área.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
17
Para isto foi concebida a Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio, um
plano integrado de intervenção que contempla a alteração de usos, parâmetros edilícios,
novos sistemas viários e de transporte público além de um plano urbano e paisagístico que
transformará a região num local atraente para moradia e trabalho. Obras viárias e de infra-
estrutura estarão sendo realizadas para criar um novo ambiente local que, associadas à
nova legislação urbana, tornará os terrenos atraentes à iniciativa privada, criando novas
moradias e novos postos de trabalho, repovoando a região.
Este é o intuito das intervenções: transformar a região da zona portuária numa área
dinâmica que seja uma nova referência de planejamento urbano para a cidade. Pretende-se
seguir o exemplo de cidades ao redor do mundo como Buenos Aires, Nova Iorque, Baltimore
e Roterdã, entre outras, que ao recuperarem suas áreas portuárias degradadas,
dinamizaram suas economias e ganharam mais um ponto de interesse turístico. Assim,
ganharão também as áreas em seu entorno, para onde esta renovação se irradiará através
de melhorias da ambiência local e dos fluxos da cidade, além de todos aqueles que usam a
região de alguma forma. Em resumo, a cidade ganhará como um todo.
2. Localização do Empreendimento A Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio abrange uma área aproximada
de cinco milhões de metros quadrados na cidade do Rio de Janeiro (Figura 3), situada na
latitude de 22°53’39”S e na longitude de 43°11’33”O. Localiza-se próximo a grandes eixos
de circulação (Linha Vermelha, Avenida Brasil e Avenida Francisco Bicalho) e à área central
da cidade, com frente para a Baía da Guanabara.
Figura 3. Área abrangida pela Operação Urbana Consorciada da região do Porto do Rio.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
18
A intervenção baseia-se na Área de Especial Interesse Urbanístico da Zona Portuária –
Decreto Municipal nº 20.658/2001, revogado pelo decreto nº 26.852/2006, que cria a Área
de Especial Interesse da Região Portuária do Rio de Janeiro, envolvendo parte dos Bairros
da Saúde/Santo Cristo/Gamboa/Centro.
Além da área citada acima, objeto da Carta de Interesse em 29/09/06, áreas lindeiras
passam a ser incluídas como novas vertentes, com intervenções urbanísticas e de infra-
estrutura necessárias ao desenvolvimento da Operação Urbana Porto Maravilha.
2.1 – Delimitação da área de intervenção A área delimita três bairros completos (Santo Cristo, Gamboa e Saúde) e três setores de
bairros (São Cristovam, Centro e Cidade Nova). Desta forma, a delimitação da área da
Operação Urbana Consorciada é a seguinte:
Do entroncamento da Av. Alfred Agache com a Av. Presidente Vargas seguindo por esta,
incluindo apenas o lado par, até a Rua Visconde de Itaboraí; por esta, incluída, até a Rua
Visconde de Inhaúma; por esta, incluída, até o cais do 1º Distrito Naval; seguindo por este,
incluído, até a Praça Mauá; por esta, incluída, até a Avenida Rio Branco; por esta, incluindo
apenas o lado par, até a Avenida Presidente Vargas, por esta, incluindo apenas o lado par,
até o Canal do Mangue; por este, incluído, até a Rua Francisco Eugênio; por esta, incluído
apenas o lado par, até a Rua Melo e Souza; por esta, incluído o lado ímpar, até encontrar a
Av. Pedro II. Deste ponto por uma linha reta até encontrar a divisa dos imóveis do Centro de
Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR-EX) e do Hospital Frei Antônio, excluídos. Deste
ponto por uma linha reta até encontrar a Praça Mário Nazaré; por esta, incluída, até
encontrar a Rua São Cristóvão; por esta, incluindo apenas o logradouro, até encontrar a
Rua Figueira de Melo. Deste ponto, retornando pela Rua São Cristóvão, incluindo apenas o
logradouro, até a Av. Brasil; seguindo por esta, incluindo apenas o lado par, até encontrar a
Rua Sá Freire. Deste ponto, retornando pela Av. Brasil, incluindo apenas o logradouro, até a
Rua Ver. Odilon Braga; seguindo por esta até encontrar a Av. Rio de Janeiro. Deste ponto
por uma reta, perpendicular ao Cais do Porto, até a Baia de Guanabara. Deste ponto por
uma linha costeira junto ao Cais do Porto, incluído, até o Píer Mauá, incluído. Deste ponto
seguindo por uma linha costeira junto ao cais do 1º Distrito Naval até o ponto de partida.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
19
Planta 01: Porto Rio Área de Intervenção
2.2 – Setorização da área de intervenção Os setores da Operação Urbana Consorciada foram definidos com base em propriedades
da morfologia urbana existente, como grau de consolidação e usos predominantes, áreas
com interesse de preservação da ambiência histórica e características sociais.
Foram definidos 14 setores, e sub-setores do Setor A ao Setor N, sendo:
Setor A: Ele começa no entroncamento da Av. Alfred Agache com a Av. Presidente Vargas
seguindo por esta, incluindo apenas o lado par, até a Rua Visconde de Itaboraí; por esta,
incluída, até a Rua Visconde de Inhaúma; por esta, incluída, até o cais do 1º Distrito Naval;
seguindo por este, incluído, até a Praça Mauá; por esta, incluída, até a Travessa do Liceu;
pelo eixo desta até a Rua Sacadura Cabral; pelo eixo desta até a Rua Silvino Montenegro;
pelo eixo desta até a Av. Rodrigues Alves; pelo eixo desta até o Pátio entre os armazéns 7 e
8. Deste ponto, incluído, por uma reta perpendicular ao Cais do Porto até a Baía de
Guanabara. Deste ponto por uma linha costeira junto ao Cais do Porto, incluído, até o Píer
Mauá, incluído. Deste ponto por uma linha costeira junto ao cais do 1º Distrito Naval até o
ponto de partida.
Setor B: O limite do setor B inicia-se no entroncamento da Av. Rodrigues Alves com a Rua
Silvino Montenegro; pelo eixo desta até a Rua Conselheiro Zacarias; pelo eixo desta até a
Rua da Gamboa; pelo eixo desta até a Rua da União; pelo eixo desta até a Rua Santo
Cristo; pelo eixo desta até a Av. Prof. Pereira Reis; pelo eixo desta até o Cais do Porto; por
este, incluído, até o Pátio entre os armazéns 7 e 8. Deste ponto, excluído, por uma reta
perpendicular à Av. Rodrigues Alves; pelo eixo desta até o ponto de partida.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
20
Setor C: O limite do setor C começa no entroncamento do Cais do Porto com o eixo da Av.
Prof. Pereira Reis; seguindo por este até a Rua Santo Cristo; pelo eixo desta até a Praça
Marechal Hermes; por esta, incluída até a Via Prioritária C2; pelo eixo desta até o Canal do
Mangue; pelo eixo deste até o Cais do Porto; por este, incluído; até o ponto de partida.
Setor D: O limite do setor D começa no entroncamento da Rua Santo Cristo com a Rua
Pedro Alves; seguindo pelo eixo desta até o eixo do Canal do Mangue; por este até o
entroncamento com o eixo da Via Prioritária C2; por este até a Praça Marechal Hermes; por
esta, excluída, até o ponto de partida.
Setor E: O limite do setor E começa no entroncamento do eixo do Canal do Mangue com o
eixo da Rua Pedro Alves; seguindo por este até a Rua Moreira Pinto; pelo eixo desta até a
Via Prioritária E1; pelo eixo desta até a Rua Marques de Sapucaí; pelo eixo desta até a Rua
Nabuco de Freitas; pelo eixo desta até a Rua da América; pelo eixo desta até a Rua
Senador Pompeu; pelo eixo desta até a Rua Bento Ribeiro; pelo eixo desta até a Av.
Presidente Vargas; pelo eixo desta até o Canal do Mangue; pelo eixo deste até o ponto de
partida.
Setor F: O setor F começa no entroncamento da Rua Moreira Pinto com a Rua Pedro Alves;
seguindo pelo eixo desta até a Rua Santo Cristo; pelo eixo desta até a Praça Santo Cristo;
por esta, incluída, até a Av. Trinta e Um de Março; pelo eixo desta até a Rua Nabuco de
Freitas; pelo eixo desta até a Rua Marquês de Sapucaí; pelo eixo desta até a Via Prioritária
E1; pelo eixo desta até o entroncamento com o eixo da Rua Moreira Pinto; por este até o
ponto de partida.
Setor G: Ele é limitado pelo entroncamento da Av. Trinta e Um de Março com a Rua Santo
Cristo; seguindo pelo eixo desta até a Rua da União; pelo eixo desta até a Rua da Gamboa;
pelo eixo desta até a Rua Barão da Gamboa; pelo eixo desta até a Av. Trinta e Um de
Março; pelo eixo desta até o ponto de partida.
Setor H: O setor H tem como limite o entroncamento da Av. Trinta e Um de Março com a
Rua Barão da Gamboa; seguindo pelo eixo desta até a divisa do Cemitério dos Ingleses; por
esta até a divisa da AEIS do Morro da Providência; por esta até a Praça Américo Brum.
Deste ponto, excluído, por uma reta até o encontro do Túnel João Ricardo com a Rua Bento
Ribeiro; seguindo pelo eixo desta até a Rua Senador Pompeu; pelo eixo desta até a Rua da
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
21
América; pelo eixo desta até a Rua Nabuco de Freitas; pelo eixo desta até a Av. Trinta e Um
de Março; pelo eixo desta até o ponto de partida.
Setor I: O setor I é limitado pelo entroncamento da Rua Barão da Gamboa com a Rua da
Gamboa; seguindo pelo eixo desta até a Rua Conselheiro Zacarias; pelo eixo desta até a
Rua Sacadura Cabral; pelo eixo desta até a Rua Camerino; pelo eixo desta até a Rua Barão
de São Félix; pelo eixo desta até a Rua Bento Ribeiro; pelo eixo desta até a entrada do
Túnel João Ricardo. Deste ponto por uma reta até a Praça Américo Brum; por esta, incluída,
até o limite da AEIS do Morro da Providência; por esta até a divisa do Cemitério dos
Ingleses; por esta até a Rua Barão da Gamboa; pelo eixo desta até o ponto de partida.
Setor J: O setor J é limitado pelo entroncamento da Rua Bento Ribeiro com a Rua Barão de
São Félix; seguindo pelo eixo desta até a Rua Camerino; pelo eixo desta até a Av. Passos;
pelo eixo desta até a Av. Presidente Vargas; pelo eixo desta até a Rua Bento Ribeiro; pelo
eixo desta até o ponto de partida.
Setor K: O setor K é limitado pelo entroncamento da Rua Camerino com a Rua Sacadura
Cabral; seguindo pelo eixo desta até a Travessa do Liceu; pelo eixo desta até a Rua do
Acre; pelo eixo desta até a Rua Leandro Martins; pelo eixo desta até a Rua Júlia Lopes de
Almeida; pelo eixo desta até a Rua da Conceição; pelo eixo desta até a Rua Senador
Pompeu; pelo eixo desta até a Rua Camerino; pelo eixo desta até o ponto de partida.
Setor L: O setor L é limitado pelo entroncamento da Rua Camerino com a Rua Senador
Pompeu; seguindo pelo eixo desta até a Rua da Conceição; pelo eixo desta até a Rua Júlia
Lopes de Almeida; pelo eixo desta até a Rua Leandro Martins; pelo eixo desta até a Rua do
Acre; pelo eixo desta até a Av. Rio Branco; pelo eixo desta até a Av. Presidente Vargas;
pelo eixo desta até a Av. Passos; pelo eixo desta até a Rua Camerino; pelo eixo desta até o
ponto de partida.
Setor M: O setor M é limitado pelo entroncamento do eixo do Canal do Mangue com o eixo
da Rua Francisco Eugênio; seguindo por esta, incluído apenas o lado par, até a Rua Melo e
Souza; por esta, incluído o lado ímpar, até encontrar a Av. Pedro II. Deste ponto por uma
linha reta até encontrar a divisa dos imóveis do Centro de Preparação de Oficiais da
Reserva (CPOR-EX) e do Hospital Frei Antônio, excluídos. Deste ponto por uma linha reta
até encontrar a Praça Mário Nazaré; por esta, incluída, até encontrar a Rua São Cristóvão;
por esta, incluindo apenas o logradouro, até encontrar a Rua Figueira de Melo. Deste ponto,
retornando pela Rua São Cristóvão, incluindo apenas o logradouro, até a Av. Brasil;
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
22
seguindo por esta, incluindo apenas o lado par, até o Canal do Mangue; pelo eixo até o
ponto de partida.
Setor N: O setor N é limitado pelo entroncamento do eixo do Canal do Mangue com o eixo
da Av. Brasil; seguindo pelo eixo desta até a Rua Sá Freire. Deste ponto, retornando pela
Av. Brasil, incluindo apenas o logradouro, até a Rua Ver. Odilon Braga; seguindo por esta
até encontrar a Av. Rio de Janeiro. Deste ponto por uma reta, perpendicular ao Cais do
Porto, até a Baia de Guanabara. Deste ponto seguindo por uma linha costeira junto ao Cais
do Porto, incluído, até o Canal do Mangue; pelo eixo até o ponto de partida.
Planta 02: Porto Rio Setores
2.3 – Subsetores da área de intervenção Delimitação dos Subsetores Setor A Subsetor A1
Do entroncamento da Av. Alfred Agache com a Av. Presidente Vargas seguindo por esta,
incluindo apenas o lado par, até a Rua Visconde de Itaboraí; por esta, incluída, até a Rua
Visconde de Inhaúma; por esta, incluída, até o cais do 1º Distrito Naval; seguindo por este,
incluído, até a Praça Mauá; por esta, incluída, até a Av. Rodrigues Alves, por esta até o
entroncamento com a Rua Edgard Górdio. Deste ponto por uma reta perpendicular ao Cais
do Porto até o encontro com a Baía de Guanabara. Deste ponto por uma linha costeira junto
ao Cais do Porto, incluído, até o Píer Mauá, incluído. Deste ponto até o ponto de partida.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
23
Subsetor A2
Trecho do Cais do Porto entre a Rua Edgard Gordilho e o Armazém nº 7, incluído.
Subsetor A3
Do entroncamento da Praça Mauá com a Av. Venezuela; seguindo pelo eixo desta até a
Rua Edgard Gordilho; pelo eixo desta até a Rua Coelho Castro; pelo eixo desta até a Av.
Barão de Tefé; pelo eixo desta até a Via Prioritária A2; seguindo pelo eixo desta até a Rua
Antônio Lage; pelo eixo desta até a Av. Rodrigues Alves; seguindo pelo eixo desta até a
Praça Mauá; por esta, excluída até o ponto de partida.
Subsetor A4
Do entroncamento da Av. Venezuela com a Rua Sacadura Cabral; seguindo pelo eixo desta
até a Praça Jornal do Commercio, por esta, incluída, até a Rua Coelho Castro; pelo eixo
desta até a Av. Venezuela; pelo eixo desta até o ponto de partida.
Subsetor A5
Do entroncamento da Av. Rodrigues Alves com a Rua Antônio Lage; seguindo pelo eixo
desta até a Via Prioritária A2; seguindo pelo eixo desta até a Praça Jornal do Commercio,
por esta, excluída, até a Rua Sacadura Cabral; pelo eixo desta até a Rua Silvino
Montenegro; pelo eixo desta até a Av. Rodrigues Alves; pelo eixo desta até o ponto de
partida.
Setor B Subsetor B1
Trecho do Cais do Porto entre o Armazém nº 7, excluído, e a Av. Prof. Pereira Reis.
Subsetor B2
Do entroncamento da Av. Rodrigues Alves com a Rua Silvino Montenegro; seguindo pelo
eixo desta até a Rua Conselheiro Zacarias; pelo eixo desta até a Rua da Gamboa; pelo eixo
desta até a Via Prioritária B3; pelo eixo desta até a Av. Rodrigues Alves; pelo eixo desta até
o ponto de partida.
Subsetor B3
Do entroncamento da Av. Rodrigues Alves com a Via Prioritária B3; seguindo pelo eixo
desta até a Rua da Gamboa; pelo eixo desta até a Rua Rivadávia Corrêa; pelo eixo desta
até a Av. Rodrigues Alves; pelo eixo desta até o ponto de partida.
Subsetor B4
Do entroncamento da Av. Rodrigues Alves com a Rua Rivadávia Corrêa; seguindo pelo eixo
desta até a Rua da Gamboa; pelo eixo desta até a Via Prioritária B1; pelo eixo desta até a
Rua Santo Cristo; pelo eixo desta até a Av. Rodrigues Alves; pelo eixo desta até o ponto de
partida.
Subsetor B5
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
24
Do entroncamento da Av. Rodrigues Alves com a Rua Santo Cristo; seguindo pelo eixo
desta até a Via Prioritária B1; pelo eixo desta até o ponto distante 115m antes do eixo da Av.
Prof. Pereira Reis. Deste ponto, por uma reta paralela à Av. Prof. Pereira Reis, até o ponto
distante 60m após o eixo da Av. Cidade de Lima. Deste ponto, por uma reta paralela à Av.
Cidade de Lima, até a Av. Prof. Pereira Reis; seguindo pelo eixo desta até a Av. Rodrigues
Alves; pelo eixo desta até o ponto de partida. Subsetor B6
Do entroncamento da Via Prioritária B1 com a Rua Santo Cristo; seguindo pelo eixo desta
até a Av. Prof. Pereira Reis; pelo eixo desta até o ponto distante 60m antes do eixo da Av.
Cidade de Lima. Deste ponto por uma reta de 115m paralela à Av. Cidade de Lima. Deste
ponto por uma reta paralela à Av. Prof. Pereira Reis, até a Via Prioritária B1; pelo eixo desta
até o ponto de partida.
Setor C Subsetor C1
Trecho do Cais do Porto entre a Av. Prof. Pereira Reis e o Canal do Mangue. Subsetor C2
Do entroncamento da Av. Rodrigues Alves com a Av. Prof. Pereira Reis; seguindo pelo eixo
desta até a Av. Cidade de Lima; pelo eixo desta até a Praça Marechal Hermes; por esta,
excluída, até Av. Equador; pelo eixo desta até a Via Prioritária C1; pelo eixo desta até a Av.
Rodrigues Alves; pelo eixo desta até o ponto de partida.
Subsetor C3
Do entroncamento da Av. Rodrigues Alves com a Via Prioritária C1; seguindo pelo eixo
desta até a Rua Equador; pelo eixo desta até a Via Prioritária C2; pelo eixo desta até o
Canal do Mangue; pelo eixo deste até a Av. Rodrigues Alves; pelo eixo desta até o ponto de
partida.
Subsetor C4
Lado ímpar da Avenida Cidade de Lima, trecho entre a Praça Marechal Hermes, incluída, e
a Praça Santo Cristo, aplicada dentro de uma faixa de cinquenta e cinco metros de
profundidade, contados a partir do alinhamento.
Subsetor C5
Lado par da Rua Santo Cristo, trecho entre a Praça Marechal Hermes e a Praça Santo
Cristo, aplicada até o limite do subsetor C4.
Setor D Subsetor D1
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
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Do entroncamento do eixo do Canal do Mangue com o eixo da Via Prioritária C2; seguindo
por este até a Rua General Luiz Mendes de Morais; pelo eixo desta até o Canal do Mangue;
pelo eixo deste até o ponto de partida.
Subsetor D2
Do entroncamento da Rua General Luiz Mendes de Morais com a Praça Marechal Hermes;
seguindo por esta, excluída, até a Via Prioritária D1; pelo eixo desta até a Rua General Luiz
Mendes de Morais; pelo eixo desta até o ponto de partida.
Subsetor D3
Do entroncamento da Via Prioritária D1 com a Praça Marechal Hermes; seguindo por esta,
excluída, até º limite com o subsetor D4; seguindo por este até a Via Prioritária D1; pelo eixo
desta até o ponto de partida.
Subsetor D4
Lado par da Rua Pedro Alves, trecho entre a Praça Marechal Hermes e a Praça Patrão-Mor
Aguiar, aplicada dentro de uma faixa de trinta e cinco metros de profundidade, contados a
partir do alinhamento, e quadra situada entre a Praça Patrão-Mor Aguiar, Rua Pedro Alves,
Avenida Francisco Bicalho e Rua General Luiz Mendes de Morais.
SETOR E Subsetor E1
Lado par da Av. Presidente Vargas, trecho entre o Lote nº 2.000, excluído, e o Trevo das
Forças Armadas.
Subsetor E2
Do entroncamento do eixo do Canal do Mangue com o eixo da Via Prioritária E1; seguindo
por este até o leito da linha férrea; por esta, excluída, até o Canal do Mangue; pelo eixo
deste até o ponto de partida.
Subsetor E3
Do entroncamento da Via Prioritária E1 com a Rua Pedro Alves; seguindo pelo eixo desta
até a Rua Moreira Pinto; pelo eixo desta até a Via Prioritária E1; pelo eixo desta até o ponto
de partida.
Subsetor E4
Do entroncamento da Via Prioritária E1 com a Rua Marquês de Sapucaí; seguindo pelo eixo
desta até a Rua Nabuco de Freitas; pelo eixo desta até a Rua da América; pelo eixo desta
até Via Prioritária E1; pelo eixo desta até o ponto de partida.
SETOR F Subsetor F1
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
26
Do entroncamento da Via Prioritária E1 com a Travessa São Diogo; seguindo pelo eixo
desta até a Rua Nabuco de Freitas; pelo eixo desta até a Rua Marquês de Sapucaí; pelo
eixo desta até a Via Prioritária E1; pelo eixo desta até o ponto de partida.
SETOR J Subsetor J1
Do entroncamento da Rua Bento Ribeiro com a Rua Barão de São Félix; seguindo pelo eixo
desta até a Rua Alexandre Mackenzie; pelo eixo desta até a Rua Senador Pompeu; pelo
eixo desta até a Rua Bento Ribeiro; pelo eixo desta até o ponto de partida.
SETOR I Subsetor I1
Do entroncamento da Rua Barão de São Félix com a Rua Bento Ribeiro; seguindo pelo eixo
desta até a entrada do Túnel João Ricardo. Deste ponto por uma reta até a Ladeira do Faria;
seguindo pelo eixo desta até a Rua Visconde da Gávea; pelo eixo desta até a Rua Barão de
São Félix; pelo eixo desta até o ponto de partida.
SETOR M Subsetor M1
Do entroncamento do eixo do Canal do Mangue com o eixo da Via Prioritária M2; seguindo
por este até a Via Prioritária M1; pelo eixo desta até a Rua São Cristóvão; pelo eixo desta
até a Avenida Brasil; pelo eixo desta até o Canal do Mangue; pelo eixo deste até o ponto de
partida.
Subsetor M2
Do entroncamento do eixo da Via Prioritária M2 com o eixo do Canal do Mangue; seguindo
por este até a Rua Francisco Eugênio; pelo eixo desta até a Rua Melo e Souza; pelo eixo
desta até a Rua Idalina Senra; pelo eixo desta por 100m. Deste ponto por uma reta até a Via
Prioritária M1; pelo eixo desta até a Via Prioritária M2; pelo eixo desta até o ponto de
partida.
Subsetor M3
Do entroncamento da Rua São Cristóvão com a Via Prioritária M1; seguindo pelo eixo desta
até a Av. Pedro II. Deste ponto por uma reta até o ponto localizado no eixo da Rua Idalina
Senra, localizado a uma distância de 100m a partir do eixo da Rua Melo e Souza. Deste
ponto, seguindo pelo eixo da Rua Idalina Senra até a Via Prioritária M3; pelo eixo desta até
a Rua São Cristóvão; pelo eixo desta até o ponto de partida
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
27
3 – Objetivos do Empreendimento
3.1 – Objetivos Gerais A Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio tem como objetivo a melhoria
do padrão de urbanização e de qualidade de vida da região do Porto do Rio de Janeiro.
A intervenção inclui uma série de obras de melhoria no sistema viário, criação de condições
para melhorar o problema de habitações subnormais existentes na região, melhorias na
qualidade ambiental e apresenta também para um novo padrão urbanístico compatível com
o adensamento que se pretende na área.
A Seção X da Lei n° 10.257, de 20/07/2001, que instituiu o Estatuto da Cidade, define a
Operação Urbana Consorciada como o conjunto de intervenções e medidas coordenadas
pelo Poder Público municipal, com a participação dos proprietários, moradores, usuários
permanentes e investidores privados, com o objetivo de alcançar em uma área
transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e a valorização ambiental. Desta
forma, a Operação Urbana representa uma perspectiva de melhoria para a região sem
onerar as finanças públicas.
A Lei Complementar n° 101, de 23 de novembro de 2009, define que a Operação Urbana
Consorciada da Região do Porto do Rio tem como objetivo promover a reestruturação
urbana da Área Especial de Interesse Urbanístico (AEIU), por meio da ampliação,
articulação e requalificação dos espaços livres de uso público da região do Porto, visando à
melhoria da qualidade de vida de seus atuais e futuros moradores, e à sustentabilidade
ambiental e socioeconômica da região.
Desta forma, a Operação Urbana Consorciada pretende permitir novos investimentos à
região, estimulando o desenvolvimento econômico e social da zona portuária. Assim, será
possível proporcionar à população residente e flutuante um maior acesso à moradia, à
cultura e ao lazer. A Operação Urbana também visa recuperar e revitalizar o patrimônio
histórico e ambiental do local. Com essas medidas, será possível valorizar a região portuária
e reintregá-la à cidade do Rio de Janeiro.
3.2 – Objetivos Específicos Para estimular o desenvolvimento econômico e social da Região Portuária e revitalizar o
patrimônio histórico e ambiental do local, a Operação Urbana Consorciada pretende:
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
28
- Atrair investimentos para novas unidades residenciais, comerciais e de serviços, sedes
de empresas, estabelecimentos hoteleiros, equipamentos culturais e de lazer,
especialmente para Zona Portuária;
- Fomentar a economia local através de financiamentos em diversas escalas;
- Alterar o fluxo viário da região e a acessibilidade da área;
- Valorizar a área central do Rio;
- Criar novos espaços públicos e novas áreas verdes, aumentando a arborização do
local;
- Reurbanizar os morros da região, com nova infraestrutura e com sua ambiência
preservada como a legislação específica para área preconiza;
- Romper o isolamento dos bairros, melhorando suas condições de circulação e acesso;
- Gerar emprego e renda na cidade;
- Dar melhores condições de moradia à sua população, seja através da recuperação de
unidades residenciais existentes ou com a construção de novas unidades;
- Reforçar a vocação residencial, recuperando prédios antigos, ocupando terrenos
vazios e requalificando áreas de ocupação informal.
A Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio de Janeiro visa transformar a
região da zona portuária numa área dinâmica que seja uma nova referência de
planejamento urbano para a cidade.
A reformulação do desenho urbano e a implantação de novos estabelecimentos comerciais
e residenciais na região portuária permitirá o desenvolvimento econômico e social conciliado
com a melhoria da qualidade ambiental do local.
Os aspectos técnicos, sociais, ambientais e econômicos da Operação Urbana são
destacado a seguir.
3.3 – Aspectos Sócio - Econômicos A Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio pretende atrair investimentos
para novas unidades residenciais, comerciais e de serviços, sedes de empresas,
estabelecimentos hoteleiros, equipamentos culturais e de lazer, especialmente para Zona
Portuária. Assim, a economia local seria fomentada através de financiamentos em diversas
escalas.
Através do programa de recuperação e reestruturação dos sistemas de infraestrutura urbana
elaborado pela Operação, a região será valorizada, gerando mais renda para o Estado, para
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
29
os investidores e para a população habitante. Por exemplo, os antigos armazéns, que hoje
se encontram praticamente em estado de abandono, serão requalificados para novos usos,
mais adequados ao desenvolvimento econômico e turístico que se deseja para a nova área
portuária (restaurantes, bares, casas noturnas, centros comerciais, centros culturais, etc.).
Também será incentivado o máximo aproveitamento comercial e habitacional dos terrenos já
existentes, através de novos zoneamentos, gabaritos, parâmetros edilícios, IAT e densidade
habitacional existente. Isto potencializará as atividades a serem realizadas nestes locais, o
que significa mais giro de capital e maior lucratividade na região.
A geração de empregos na região e a promoção de atividades econômicas nas
proximidades melhorará o IDH da zona portuária (que hoje é um dos menores do Rio de
Janeiro), promovendo o desenvolvimento econômico regional.
A intervenção do empreendimento na região portuária promoverá a inclusão social, através
da geração de empregos, da melhoria nas condições de moradia da população, do maior
acesso à cultura e do rompimento do isolamento dos bairros.
A maior disponibilidade da população à infraestrutura, a serviços e à informação, também
estimula maior inclusão da população local e flutuante.
A Operação prevê a construção de um Aquário, de uma Pinacoteca e do Museu do Amanhã,
estimulando maior acesso à cultura na região.
O aumento do IDH (índice de desenvolvimento humano) e, portanto, a melhora da qualidade
de vida da população, permitirá maior inclusão da população local na cidade.
3.4 – Aspectos Ambientais Diversas ações são direcionadas à melhoria da qualidade ambiental na região.
Com o aumento da cobertura vegetal em relação à existente, pelo plantio de árvores,
teremos maior sombreamento na região, aumentando a absorção de ruídos e possibilitando
a diminuição da temperatura.
Com a implantação de novas praças, e de exigência de existência de área permeável dentro
dos lotes, será aumentada a permeabilidade do solo, permitindo melhor escoamento das
águas.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
30
A implementação de nova infra-estrutura de drenagem também trará melhoria no sistema de
escoamento de águas pluviais, evitando o acúmulo de águas e inundações.
A implementação de novo sistema se esgotos também proporcionará um solução mais
adequada aos efluentes domésticos.
Também está prevista a implantação de um Sistema de Transporte – VLT – Veículo Leve
sobre Trilhos, com utilização de matriz energética menos poluente, modificando o sistema
de transporte que utiliza combustíveis fósseis e, consequentemente, diminuindo as
emissões gasosas em relação ao quadro futuro.
A atividade portuária e industrial existente hoje é potencial geradora, acidental ou proposital
de passivos ambientais, através do despejo de elementos poluentes nas águas da Baía de
Guanabara. Além disso, são atividades emissoras de gases poluentes, produtoras de ruídos
e geradoras de tráfego de veículos pesados. Com a implantação da Operação, a diminuição
das atividades industriais da região também diminuirá a contaminação das águas, a emissão
de poluentes e o risco de contaminação do solo.
3.5 – Programa de Intervenções O Artigo n°233 – A da Seção II do Capítulo II da Lei Complementar Municipal do Rio de
Janeiro n° 101, de 23 de novembro de 2009, “Considera Operação Urbana Consorciada o
conjunto de intervenções e medidas coordenadas pelo Poder Público municipal, com a
participação dos proprietários, moradores, usuários permanentes e investidores privados,
com o objetivo de alcançar em uma área transformações urbanísticas estruturais, melhorias
sociais e a valorização ambiental.”. O Programa Básico de Intervenções a ser
implementado, direta ou indiretamente pelo Poder Público, contemplará o conjunto das
principais intervenções previstas no Anexo II desta Lei Complementar (Artigo 10, da Seção II
do Capítulo III). Sendo assim, as intervenções dispostas no Anexo II são:
“1. Reurbanização de vias existentes, implantação de novas vias e trechos de
ciclovia, considerando pavimentação, drenagem, sinalização viária, iluminação
pública e paisagismo, arborização de calçadas e construção de canteiros, contendo
uma extensão aproximada de quarenta quilômetros de logradouro e com uma área
aproximada de novecentos mil metros quadrados.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
31
2. Recuperação, ampliação e implantação de novas redes: coleta e destinação final
de esgotamento sanitário, drenagem de águas pluviais, abastecimento de água,
energia elétrica e telefonia, gás encanado, além de sistema de melhoria da
qualidade das águas do Canal do Mangue. Obras essas concatenadas com a
abrangência das intervenções apontadas no item 1.
3. Implantação de nova via - Via Trilhos entre a Avenida Rodrigues Alves e a
Avenida Venezuela, paralela a ambas, com aproximadamente quinhentos e vinte
metros de extensão, ligando a Avenida Barão de Tefé à Rua Silvino Montenegro.
4. Implantação de uma via de mão dupla com canteiro central para absorver o
tráfego local, com extensão aproximada de dois mil e seiscentos metros, incluindo a
criação de trecho entre a Rua Silvino Montenegro e a Rua Rivadávia Correia, de
quinhentos e vinte metros, e alargamento das ruas da Gamboa, Equador e General
Luís M. de Morais, correspondendo a mil e setecentos metros.
5. Construção de túnel sob o Morro da Saúde com duas galerias, sendo uma com
aproximadamente sessenta metros de comprimento e dez metros e cinquenta
centímetros de largura e outra com extensão aproximada de quarenta metros e dez
metros e cinqüenta centímetros de largura, para a passagem de nova via de mão
dupla referida no item 4.
6. Construção do túnel de acesso à Zona Portuária com aproximadamente
oitocentos e oitenta metros de extensão, paralelo ao túnel que substituirá o Elevado
da Perimetral até o trecho sob a Praça Mauá e de onde seguirá por sob o atual
prédio da Polícia Federal até retornar à superfície na futura Via Trilhos.
7. Construção de duas rampas, mediante execução de estrutura e iluminação
pública ligando o viaduto do Gasômetro ao Santo Cristo, na altura da atual
Rodoviária Novo Rio, sendo uma com aproximadamente duzentos e cinquenta e
cinco metros de comprimento e oito metros de largura e outra com
aproximadamente cento e sessenta e cinco metros de comprimento e oito metros
de largura.
8. Previsão de espaço para futura implantação de sistema de transporte público de
média capacidade - VLT.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
32
9. Ampliação do túnel existente sob o Morro da Providência para implantação de
sistema de transporte público de média capacidade, mediante execução de
pavimentação, abertura e iluminação, com galeria de aproximadamente duzentos e
quinze metros de extensão e dez metros e cinquenta centímetros de largura.
10. Demolição do Elevado da Perimetral, com a remoção da estrutura existente no
trecho compreendido entre o prédio do Arsenal da Marinha e a Avenida Francisco
Bicalho, com extensão aproximada de quatro mil metros.
11. Construção de túnel em substituição ao Elevado da Perimetral partindo das
proximidades do prédio do Arsenal da Marinha, passando sob a Praça Mauá e Av.
Rodrigues Alves, até a altura do Armazém 5.
12. Implantação de mobiliário urbano, tais como abrigos para pontos de ônibus,
lixeiras, totens informativos, painéis informativos, cabines de acesso à internet,
bancos de praças, relógios de rua, bancas de jornal, quiosques de praia, quiosques
de venda de flores, cabines para banheiros públicos e bicicletários em uma área
aproximada de cinco quilômetros quadrados.
13. Construção de nova sede da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
14. “Implantação dentro do perímetro da operação urbana consorciada do sistema
cicloviário da Área Portuária, a partir da conexão MAM-Praça Mauá viabilizando o
acesso cicloviário do Cais do Porto ao final do Leblon.”
Vista do cais com um novo parque, com a substituição do Elevado da Perimetral por nova via expressa, novos empreendimentos e o terminal marítimo de passageiros ao fundo. (Fonte Rio Prefeitura)
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
33
Requalificação da Praça Mauá e entorno. (Fonte Rio Prefeitura)
Entrada do mergulhão que passará sob a Praça Mauá. (Fonte Rio Prefeitura)
Saída do mergulhão logo após o terminal portuários de passageiros (Fonte Rio Prefeitura)
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
34
Avenida Francisco Bicalho requalificada e novos empreendimentos do entorno. (Fonte Rio Prefeitura)
3.6 – Mudanças Urbanísticas As mudanças propostas para a área da Operação Urbana Consorciada da Região do Porto
do Rio correspondem ao incentivo para a implantação de novos estabelecimentos
comerciais e residenciais, com obras previstas para a melhoria do sistema viário e infra-
estrutura, e reformulação do desenho urbano, objetivando valorizar a região central da
cidade e gerar mais renda para o Estado, investidores e para a população habitante, com
melhoria dos níveis de qualidade de vida. As mudanças referentes ao zoneamento e
gabarito do local, assim como a nova taxa de ocupação proposta, o IAT e o potencial
edilício, são descritas a seguir.
3.6.1 – Novo Zoneamento Para a revitalização da Área Portuária, está sendo alterado o uso predominantemente
industrial da Zona Portuária (ZP) e das áreas ao seu redor: Zona Residencial 5 (ZR-5), Zona
Especial 8 (ZE-8) e Zonas de Uso Misto 1 e 2 (ZUM1 e ZUM2) do Projeto de Estruturação
Urbana (PEU) de São Cristóvão, no trecho dentro da área de intervenção. Elas serão
transformadas em áreas de uso misto (residencial, comercial e de serviços), de modo a
incrementar a ocupação e o aproveitamento local.
Outras áreas terão seus usos mantidos por se tratarem de ocupações com usos compatíveis
à revitalização da região. As áreas centrais (setores J e L) continuarão com seu uso
predominantemente comercial e de serviços assim como os morros da região, de uso
predominantemente residencial, que também permanecerão assim (setores F, G, H, I e K).
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
35
A grande área que engloba os setores A, B, C, D, E e M será transformada em Zona de Uso
Misto, onde serão permitidos os usos residencial e comercial, além do uso industrial leve.
Isto inclui a atual Zona Portuária (ZP), as Zonas de Uso Misto 1 e 2 do PEU de São
Cristóvão, além do trecho da Zona Especial 8 (setor E) incluído nesta intervenção.
A área hoje caracterizada como Zona Residencial 5 (ZR-5) permanecerá da mesma, com
usos residencial, comercial e de serviços, restritos pelo Projeto SAGAS (Decreto n° 7.351 de
1988) de modo a preservar a ambiência local, próxima aos morros.
As áreas do zoneamento atual caracterizadas como Zona Residencial 3 (morros da
Conceição, Gamboa, Saúde, Santo Cristo e do Pinto) e as áreas demarcadas pelo Decreto
322 de 1976 como Áreas Centrais 1 e 2 (AC1 e AC2), permanecerão regidas pelos mesmos
parâmetros vigentes hoje bem como os Centros de Bairros (CB) demarcados nesta área
seja por este mesmo decreto ou pelo Decreto n° 7.351 de 1988.
Planta 06: Porto Rio Mapa Zoneamento Atual
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
36
Planta 16: Porto Rio Mapa Zoneamento Proposto
Planta 15: Porto Rio Mapa Usos Propostos
3.6.2 – Novo Gabarito Os gabaritos para a área também foram alterados para viabilizar a revitalização da região
portuária. Foram alterados os gabaritos da Zona Portuária (setores A, B, C e D), Zona
Residencial 5 (setores A, B e C), Zona Especial 8 (setor E), Zonas de Uso Misto de São
Cristóvão (setor M) e parte da Área Central 1 (setores I e J). As demais áreas (Zona
Residencial 3, Área Central 2 e parte da Área Central 1) terão seu gabarito atual preservado,
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
37
pois muitas estão restringidas por áreas de preservação ambiental e por serem entorno de
edificações tombadas.
A altura máxima dos setores A e B foi ampliada para 90m, onde antes a altura máxima
permitida era de 18m. As áreas de entorno dos morros terão sua ambiência preservada com
a manutenção de um gabarito mais baixo: 7,5m, 11m e 15m de acordo com o local e a
restrição existente.
Os setores C, D, E e M terão gabaritos mais altos, por se tratarem de áreas que não
interferem na paisagem dos morros arredores e onde se pode alcançar uma maior escala na
renovação urbana, que virá a ser referência para o resto da cidade. Assim se conformarão
quadras com gabaritos de 90m, 120m e 150m. Da mesma forma que nos setores A e B, as
franjas dos morros serão preservadas com limites menores de alturas (15m e 60m).
Cabe ressaltar que a altura dos referidos gabaritos refere-se à altura do topo do último
pavimento habitado, isto é, exclui os elementos das coberturas (caixas d’água, casa de
máquinas de elevadores e outros).
Planta 07: Porto Rio Mapa Gabarito Atual
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
38
Planta 18: Porto Rio Mapa Gabarito Proposto
3.6.3 – Taxa de Ocupação Proposta As áreas ao redor dos morros e, sobretudo nos setores A e B terão sua taxa de ocupação
mantida em 70% pois nestas áreas há um tecido urbano consolidado com estas
características. Da mesma forma ocorre com as quadras do setor E com frente para a
Avenida Presidente Vargas: a sua taxa de ocupação será mantida em 100% conforme o
Decreto 10.040 de 1991. As demais áreas, onde as modificações de uso serão maiores
(setores C, D, M e parte dos setores B e E), terão uma ocupação máxima permitida de 50%.
A taxa de ocupação incidirá sobre a base das torres. Sob esta poderão ser construídos
pavimentos-garagem, lojas e galerias que poderão extrapolar estes parâmetros desde que
respeitem afastamentos obrigatórios e taxa de permeabilidade, que será comentada mais
adiante.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
39
Planta 08: Porto Rio Mapa Taxa de Ocupação Atual
Planta 19: Porto Rio Mapa Taxa de ocupação Proposta
3.6.4 – IAT proposto Todas as quadras terão IAT (Índice de Aproveitamento do Terreno) básico proposto de 1,0,
com o qual os proprietários poderão construir sem nenhum ônus extra. Porém, poderão
negociar potenciais adicionais construtivos.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
40
O IAT máximo proposto possibilita ampliar o potencial edilício de cada terreno, permitindo
seu aproveitamento máximo, de acordo com as limitações de gabarito, permeabilidade, taxa
de ocupação e afastamentos.
Da mesma forma que os gabaritos, o IAT máximo será menor nas áreas ao redor dos
morros e onde existam restrições com relação a bens tombados ou à ambiência urbana (1,4
a 2,8) e maior onde as restrições forem mínimas (4,2 a 12,0).
Planta 09: Porto Rio Mapa IAT Atual
Planta 21: Porto Rio Mapa CAT Proposto
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
41
3.6.5 – Novos Parâmetros Edilícios Para o projeto de renovação, além dos parâmetros de uso e ocupação já mencionados (taxa
de ocupação, gabaritos e índice de aproveitamento do terreno), se faz necessário que os
parâmetros edilícios sejam alterados.
Não será estabelecido um parâmetro de lote mínimo, porém será incentivado o
remembramento para a criação de lotes maiores com o objetivo de se criar áreas maiores,
com maiores possibilidades de aproveitamento. Não serão, pois, permitidos
desmembramentos em lotes menores que o estipulado: 1.000m² para os setores A, B, F, I e
J e 2.000m² para os setores C, D, E e M.
Pela legislação atual, o afastamento lateral e de fundos mínimo equivale a um quinto da
altura da torre, levando-se em conta apenas os pavimentos habitados e o afastamento entre
torres corresponde a dois quintos da altura das mesmas ou da média da altura delas (se
forem diferentes). Esta exigência termina por limitar a altura dos edifícios, pois uma grande
altura implicará um grande afastamento. Por este motivo, dentro da área de intervenção, a
exigência de afastamento lateral e de fundos será limitada a 15m e o afastamento entre
edificações será limitada a 30m como forma de incentivar a verticalização. No entanto, é
preciso limitar o uso deste parâmetro de modo a impedir a formação de longos e altos
corredores de edifícios. Assim, este afastamento máximo exigido só poderá ser usado em
fachadas de até 40 m.
Não será exigido afastamento frontal nas áreas do setor A e nas áreas restritas pelo SAGAS
ou próximas aos morros. Nas demais áreas será exigido um afastamento frontal mínimo de
sete metros. Desta forma fica garantido que a largura do logradouro mais os afastamentos
frontais de cada lado somarão 30m no mínimo uma vez que a menor largura de logradouro
nestas áreas é de 16m.
Com o objetivo de reduzir o impacto de circulação de automóveis a ser causado pelos novos
empreendimentos na região, o projeto estabelecerá uma exigência menor de vagas para os
empreendimentos comerciais e residenciais. Atualmente, esta exigência é de uma vaga para
cada 30m² de área útil de salas comerciais. Com relação às vagas obrigatórias para lojas, a
Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio de Janeiro (CET-Rio) ainda é mais restritiva:
exige uma vaga para cada 25m² de área útil de loja. Estes parâmetros serão reduzidos para
uma vaga para cada 50m². Da mesma forma, será exigida uma vaga para cada unidade
residencial. Atualmente se exige uma vaga para unidades com até dois quartos, duas vagas
para unidades de três quartos e três vagas para unidades com mais de três quartos.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
42
Como modo de diminuir a carga sobre a rede de águas pluviais, uma taxa de
permeabilidade mínima deverá se estabelecida, a critério do órgão municipal responsável
pela drenagem das águas pluviais. Com o mesmo objetivo, deverá ser criada a
obrigatoriedade da captação de águas pluviais das futuras edificações para o
armazenamento e reuso nas áreas comuns dos condomínios.
Por fim, é proposta a criação de duas novas quadras no setor E, sobre a linha férrea
existente, como forma de aproveitamento de seu espaço aéreo.
3.6.6 – A nova densidade habitacional resultante A área hoje possui um grande potencial de adensamento por tratar-se de uma grande área
com infra-estrutura já implantada (e que será ampliada) próxima à área central e com
grandes facilidades de transporte.
Como resultado da revitalização da área, e descontando-se a população já existente, prevê-
se que haverá num prazo de 15 anos um incremento populacional em relação a essa
população da ordem de 301.610 habitantes, englobando a população residente, usuária e a
flutuante.
Para este cálculo foi considerado que 53% da área de construção total serão destinadas ao
uso residencial e 47% ao uso comercial. Excluindo-se 20% destas áreas, que serão
destinadas à circulação ou a áreas de uso comum, foi considerado que cada 70m² de área
residencial abrigara 3 pessoas e cada 30m² de área comercial contará com 4 trabalhadores.
3.7 – Situação Fundiária Dentro da área de intervenção, há uma grande diferença de situação fundiária entre os
morros e as áreas planas.
Nos morros, setores F, G, H, I e K, a grande maioria das propriedades é constituída por
pequenos lotes de pequenos proprietários privados, dificultando a execução de grandes
intervenções nesta parte. Trata-se de um tecido urbano do período colonial que foi pouco
alterado ao longo do tempo. Há apenas algumas áreas maiores pertencentes ao governo,
incluindo 1.184 m² pertencentes ao INSS e algumas áreas pertencentes ao Exército. Nestas
áreas, as intervenções consistirão na recuperação das vias existentes, escadarias, praças e
espaços públicos em geral melhorando a iluminação pública, arborização e infra-estrutura.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
43
Dentre as áreas planas, podemos aproximar das características acima mencionadas, as
áreas dos setores J e L, localizadas na área central da cidade. Elas também se apresentam
divididas em lotes pequenos em sua maioria, apresentando as mesmas dificuldades de
intervenção das áreas altas.
Já nos setores A, B, C e D, trecho plano entre os morros e o cais (área aterrada), há uma
predominância de lotes de maiores dimensões e concentração fundiária conseqüentemente
maior. Grandes áreas, incluindo os galpões pertencentes à Cia. Docas do Rio de Janeiro
(204.549 m²), 276.833 m² pertencentes à União e 112.050 m² pertencentes ao Município.
Outras grandes áreas são de propriedade do Banco Central (24.630m²), Exército (43.840m²)
e Estado do Rio de Janeiro (74.306m²). Outros órgãos federais possuem áreas menores:
IBAMA (178m²), INCRA (580m²) e INPI (1.115m²). Dentre as propriedades privadas,
48.934m² pertencem a pessoas físicas, 183.815m² a pessoas jurídicas e 3.157m² a outros.
No setor M, de características mais semelhantes à área plana da zona portuária, os grandes
destaques são as áreas do Gasômetro (115.885m²), pertencente ao Estado do Rio de
Janeiro, e da Usina de Asfalto (41.986m²), pertencente ao Município.
Como conclusão do levantamento fundiário foram identificadas dentre as ocupações
existentes, aquelas que de alguma forma impedem ou restringem a definição de potenciais
adicionais de construção em seus lotes. São elas: Áreas Verdes; Equipamentos Públicos,
como escolas e hospitais; Bens Tombados; Bens Preservados; AEIS – Áreas de Especial
Interesse Social; Ocupação Consolidada; APA do Sagas.
Áreas verdes, equipamentos públicos, bens tombados e preservados devem ser mantidos e,
se estiverem em mau estado de conservação, recuperados. Áreas de especial interesse
social (AEIS) e áreas de proteção ambiental (APA) devem ter sua legislação específica
respeitada, restringindo intervenções nestas áreas.
(Fonte: Rio Prefeitura)
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
44
No gráfico acima podemos verificar que os setores de ocupação mais antiga e mais intensa
apresentam, proporcionalmente, mais áreas de aproveitamento restrito. São eles: os setores
A e B, que estão no trecho de zona portuária mais próximo da área central, e o setor J, na
área central da cidade.
Planta 03: Porto Rio Mapa Situação Fundiária
Planta 04: Porto Rio Mapa Restrições
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
45
3.8 – Acessibilidade e Mobilidade Urbana O Projeto Porto Maravilha propõe uma grande modificação no uso e na ocupação do solo da
Zona Portuária. O aumento do adensamento será acompanhado por um crescimento de
demanda por oferta de transportes e de vias, tanto para o acesso à região, quanto para a
circulação interna do bairro.
Como forma de desestímulo à circulação de automóveis e sua conseqüente necessidade
por vagas de estacionamento, será prevista a implantação de um novo sistema de
transportes, com base na gestão da mobilidade e na criação de duas linhas circulares de
transporte público de média capacidade (sobre trilhos ou sobre pneus), além do incentivo à
utilização de modos não-motorizados proporcionada pelo uso do solo misto.
3.9 – O novo alinhamento das quadras A ocupação industrial tem como uma de suas características morfológicas os grandes usos.
Fábricas, galpões e depósitos deram a escala de ocupação encontrada hoje. O resultado
disso são vias com boa largura e quadras com grandes extensões.
Como forma de dar valor ao solo e permeabilidade à circulação dos futuros residentes,
novos logradouros foram previstos. Novas praças, ruas de pedestres e vias de veículos
foram projetadas levando em consideração as restrições, na forma de bens tombados,
preservados e da situação fundiária, de modo a haver o mínimo de desapropriações
necessárias e tendo por base o trabalho já desenvolvido pelo Instituto Pereira Passos – IPP
Buscou-se um tamanho próximo de um hectare para as quadras remanescentes das
grandes ocupações, de modo a garantir maiores possibilidades de uso do solo, com um
número reduzido de interseções. Para permitir o alargamento de vias e passeios existentes
sem a necessidade de desapropriações, as áreas de recuos oriundos dessas ampliações
poderão ser computadas nos potencias básicos de construção.
Foi proposta ainda a criação de duas quadras no setor E a serem construídas sobre a linha
férrea existente que poderão ser implantadas quando forem viáveis técnica e
financeiramente.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
46
Planta 13: Porto Rio Mapa Quadras Propostas
3.10 – Sistema Viário O sistema viário projetado baseia-se no Projeto de Reurbanização da Área Portuária,
elaborado em 2003 pelo Instituto Pereira Passos. Além da abertura de uma série de novas
vias, este projeto cria o Binário do Porto.
O Binário institui um novo eixo de circulação da Área Portuária, interligando o bairro de São
Cristóvão às proximidades da Praça Mauá.
No Projeto Porto Maravilha, a interligação prevista no projeto do Binário permanece. No
setor A, este continuará funcionando através da Avenida Venezuela e da avenida projetada
sobre a faixa da Rede Ferroviária.
Como forma de conseguir uma melhor conformação de quadras e redução no número de
interseções e conflitos, o trecho do binário que passa pelos setores C e D se dará na forma
de uma via de mão dupla ao longo das avenidas Equador e Francisco Eugênio. Estes
logradouros terão suas larguras ampliadas para 35m, o que possibilitará a implantação de
duas pistas, três faixas cada, com canteiro central e passeios maiores.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
47
Planta 11: Porto Rio Mapa Sistema Viário
Planta 12: Porto Rio Mapa Classificação das Vias
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
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Quadro resumo do quantitativo do Sistema Viário RESUMO GERAL
SETOR COMPRIMENTO
(m) AREA FAIXA
ROLAMENTO (m²)
AREA CANTEIRO
(m²) AREA PASSEIO
(m²) AREA TOTAL (m²)
A 6.943,75 77.040,96 8.727,83 51.215,12 128.256,08
B 6.104,32 84.100,80 6.203,60 50.261,13 134.361,93
C 4.514,97 60.177,89 8.406,39 40.939,86 101.117,75
D 5.104,39 63.991,57 7.733,90 37.935,10 101.926,67
E 3.059,22 36.408,13 6.012,28 19.493,54 55.901,66
F 7.520,04 38.567,76 2.373,41 17.289,76 55.857,52
G 961,11 5.904,64 - 3.452,59 9.357,22
H 2.302,67 15.195,51 - 6.776,88 21.972,39
I 6.654,00 36.283,64 - 23.764,15 60.047,79
J 4.102,92 35.201,13 2.714,76 27.073,29 62.274,42
K 2.040,65 8.451,17 - 5.592,60 14.043,77
L 3.250,08 24.940,95 - 15.444,55 40.385,50
M 2.786,84 42.490,96 7.999,13 31.078,38 73.569,34
N 5.415,97 155.164,60 22.174,38 74.250,65 229.415,25
PRES. VARGAS 3.444,88 103.346,40 - 68.897,60 172.244,00 TOTAL GERAL 60.760,93 683.919,69 72.345,68 404.567,60 1.088.487,29
3.11 – Transporte Público Ao longo do limite sul da área de intervenção, junto à Avenida Presidente Vargas, existe um
complexo de estações de modos de média e alta capacidade, formados por uma estação
ferroviária, dois terminais de ônibus urbanos e duas estações de metrô.
Além das estações existentes, uma terceira estação está em construção na região, a
Estação Cidade Nova, que permitirá a integração entre as linhas 1 e 2 do Metrô sem a
necessidade de transbordos.
Por conta dessa oferta de acessibilidade, o Projeto Porto Maravilha prevê a possibilidade de
implantação de duas linhas de transporte de média capacidade, seja sobre trilhos ou sobre
pneus. Estas linhas farão a interligação das estações de alta capacidade com o restante da
Área Portuária, servindo para o aumento de acessibilidade e para a circulação interna do
novo bairro. Sistema semelhante já havia sido idealizado pelo Instituto Pereira Passos em
2000, para atender à área central da cidade como um todo.
A possibilidade da implantação de um sistema dessa natureza é de grande importância para
a redefinição da matriz modal, que atualmente apresenta grande índice de participação de
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
49
automóveis particulares. A integração entre os pontos de acessibilidade ao restante da Área
Portuária, através do aumento da oferta de transporte público, alcança relevante diminuição
da necessidade de circulação através de automóveis.
Essa mudança deverá contribuir ainda, para aumentar os índices de qualidade ambiental do
novo bairro, agregando, inclusive, valor econômico aos futuros empreendimentos.
A possibilidade da implantação de um sistema dessa natureza é de grande importância para
a redefinição da matriz modal, que atualmente apresenta grande índice de participação de
automóveis particulares. A integração entre os pontos de acessibilidade ao restante da Área
Portuária, através do aumento da oferta de transporte público, alcança relevante diminuição
da necessidade de circulação através de automóveis.
Essa mudança deverá contribuir ainda, para aumentar os índices de qualidade ambiental do
novo bairro, agregando, inclusive, valor econômico aos futuros empreendimentos.
Juntamente, deverá ser considerada a reordenação das linhas de ônibus circulantes pela
área do Porto do Rio. Quatro terminais existentes na região produzem grande quantidade de
viagens desse modo de transporte, sendo um desses o terminal da Rodoviária Novo Rio.
Muitas dessas linhas têm seus itinerários sobrepostos, formando ao longo do dia, filas com
muitos desses veículos vazios.
A possibilidade de transferência da Rodoviária Novo Rio para outro local agregaria valor à
qualidade de vida da região.
Proposição de implantação de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) na chegada da nova Avenida Rodrigues Alves à Praça Mauá (Fonte Rio Prefeitura)
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
50
O novo binário da Zona Portuária, que aproveitará o eixo da Rua Equador neste trecho, servirá aos deslocamentos internos dos bairros requalificados.
Cruzamento da “Rambla” com a Rua Equador: preocupação com o deslocamento dos pedestres.
3.12 – Áreas para Potenciais Adicionais de Construção Uma vez tendo considerado todos os aspectos já relatados nos itens anteriores, foram
identificadas quadras às quais poderão ser aplicados potenciais adicionais de construção.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
51
Planta 22: Porto Rio Mapa Áreas para Potenciais Adicionais de Construção
Destas quadras foram excluídas as áreas de edificações tombadas, preservadas e de
equipamentos urbanos. Foram desconsideradas áreas que serão definidas como futuras
áreas verdes ou futuros equipamentos urbanos. E foram evitadas quadras que têm
restrições quanto à altura por estarem no entorno de bens tombados ou em áreas de
preservação ambiental.
Planta 13: Porto Rio Mapa de Restrições
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
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As áreas de uso mais antigo e consolidado (setores A e B) são mais restritivas, por terem,
em geral, um parcelamento em grãos menores, formado por lotes pequenos pertencentes a
diversos proprietários particulares, o que dificulta o remembramento em lotes maiores.
Por outro lado, as áreas de uso industrial, em sua maioria abandonadas pelo uso portuário,
apresentam-se em melhores condições para aplicação de potenciais adicionais de
construção, por tratar-se de áreas maiores.
Para uma verificação mais real do potencial de renovação da área das intervenções
propostas foi feito um breve estudo que leva em conta o uso atual de cada terreno, o estado
de conservação e o número de pavimentos de sua(s) edificação(ões). Foram definidas como
condicionantes de risco: o uso ativo, o bom estado de conservação e o número de
pavimentos igual ou superior a quatro. Assim sendo, os terrenos foram organizados de
acordo com a tabela abaixo:
Presença de condicionantes Risco Área para CEPAC
3 Máximo Não
2 Médio Não
1 Baixo Sim
0 Nenhum Sim
Dessa forma, embora a área de intervenção tenha uma superfície de 4.893.863,00m²,
apenas uma área de quadras será destinada à aplicação de potenciais adicionais de
construção (1.149.200,13m²). Dentro delas, descontadas as restrições de 385.215,17m²
devido a bens tombados, preservados ou destinados a equipamentos urbanos e
86.518,83m² de áreas com a presença de duas ou mais condicionantes anteriormente
mencionadas, teremos um total líquido de 681.466,13m² de áreas contendo lotes que
efetivamente poderão usufruir deste potencial adicional construtivo. É importante ressaltar,
que a área da Rodoviária Novo Rio não foi considerada como restrita, pois é uma premissa
desta intervenção sua remoção para outro local.
Estas terão o índice de aproveitamento do terreno (IAT) básico reduzido para 1,0. Sobre
este foi considerado o ATE (área total edificável) jurídico (51.618,64m²), isto é, o direito do
proprietário de utilizar o potencial edilício de parte do terreno que lhe tenha sido subtraído
por recuos devido ao alargamento de vias. Levando-se em conta as restrições anteriormente
mencionadas, o potencial edilício básico da área totaliza 681.466,13m².
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
53
Além do coeficiente básico igual a 1,0, os proprietários poderão adquirir um potencial
adicional de construção conforme está indicado no Anexo III e no Anexo VII – Mapa 21. O
total de área máxima edificável é de 4.822.586,59m². A diferença entre este potencial
máximo e o potencial básico, chamado de potencial adicional construtivo, será convertido
em certificados que deverão ser comprados por aqueles que queiram fazer uso dele. O
potencial adicional construtivo total foi calculado em 4.089.501,83m², que será oferecido ao
mercado conforme as faixas de equivalência.
As quadras propostas para sobre a linha férrea, no setor E, têm área total de 67.224,01m²,
com índice de aproveitamento de terreno máximo proposto de 8,0, possibilitam um potencial
adicional construtivo extra de 470.568,07m².
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
54
Planilha - resumo
SETOR ÁREA
LOTES (m²)
ÁREA DE RESTRIÇÃO
01 (m²)*
ÁREA DE RESTRIÇÃO
02 (m²)**
ÁREA REMANESC.
(m²) TAXA OCUP
A. OCUP. (m²)
IAT BÁSICO
ATE BÁSICA
(m²)
IAT JURÍDICO
MÉDIO
ATE JURÍDICO
(m²)
IAT MÁX
MÉDIO ATE MÁX
(m²)
VAR. MÉDIA
IAT VARIAÇÃO
ATE (m²) A 212.242,31 102.589,99 58.465,15 51.187,17 70% 35.831,02 1,00 51.187,17 0,03 1.562,68 6,66 340.770,26 5,63 288.020,41 B 234.617,07 126.334,90 10.129,11 98.153,06 62% 60.502,57 1,00 98.153,06 0,08 7.467,09 4,06 398.303,10 2,98 292.682,95 C 162.822,52 31.899,25 1.806,06 129.117,21 50% 64.558,61 1,00 129.117,21 0,12 15.053,46 7,39 953.628,76 6,27 809.458,09 D 166.355,06 36.451,09 1.914,67 127.989,30 54% 68.904,97 1,00 127.989,30 0,15 18.626,32 7,53 964.324,47 6,39 817.708,85 E 127.995,92 20.542,99 14.203,85 93.249,08 69% 64.262,16 1,00 93.249,08 - - 7,95 741.557,23 6,95 648.308,14 F 20.082,28 9.281,60 - 10.800,68 70% 7.560,48 1,00 10.800,68 0,03 298,48 1,40 15.120,95 0,37 4.021,79 I 37.566,82 6.815,23 - 30.751,59 70% 21.526,11 1,00 30.751,59 0,03 785,56 2,10 64.578,34 1,07 33.041,19 J 31.980,61 16.398,89 - 15.581,72 70% 10.907,20 1,00 15.581,72 0,06 984,29 2,10 32.721,61 1,04 16.155,60 M 155.537,54 30.901,23 - 124.636,31 50% 62.318,16 1,00 124.636,31 0,05 6.840,76 10,52 1.311.581,88 9,47 1.180.104,81
TOTAL 1.149.200,13 381.215,17 86.518,83 681.466,13 58% 396.371,28 1,00 681.466,13 0,08 51.618,64 7,08 4.822.586,59 6,08 4.089.501,83
* Restrições relativas a bens tombados, preservados ou destinados a equipamentos urbanos. ** Restrições relativas a imóveis com uso consolidado, mais de quatro pavimentos e em bom estado de conservação. Para este critério, foi considerado imóvel de aproveitamento restrito aquele que apresenta pelo menos duas destas características.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
55
3.13 – Áreas para novos Equipamentos Urbanos Para atender à nova população que será atraída para o local, a oferta de equipamentos
urbanos será ampliada através da definição espaços para a sua implantação, tais como:
praças, hospitais, escolas, entre outros
Planta 14: Porto Rio Mapa Equipamento Urbanos e Praças
A localização dos novos equipamentos se baseia na distribuição do aumento de densidade
dos setores. Por prever um aumento mais significativo de população, os setores C, D, E e M
concentram grande parte da previsão destes.
Além do grande parque linear ao longo do cais (aproximadamente 250.000m²) e das praças
já existentes, serão implantadas diversas praças, para dotar cada setor de uma área de
lazer proporcional à sua população. Assim, serão praças as quadras A11, B3 (parte), B10,
C8 (parte), D10, E2 e M3. Outras áreas serão destinadas a outros tipos de equipamentos:
B2, C2 (parte), C9, D1, E4 (parte), G1 (parte) e M1.
Dentre as quadras que sofrerão intervenções, as áreas destinadas a equipamentos públicos
se encontram discriminadas na tabela abaixo:
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
56
SETOR PRAÇA
(m²) OUTROS
EQUIP. (m²) TOTAL
(m²) A 4.038,95 - 4.038,95
B 4.970,38 3.548,68 8.519,06
C - 18.379,19 18.379,19
D 12.829,75 17.354,41 30.184,16
E 5.784,16 9.158,83 14.942,99
G - 5.981,79 5.981,79
M 9.490,23 14.711,00 24.201,23
TOTAL 37.113,47 69.133,90 106.247,37
Para a quantificação destas áreas foi considerada como necessária 10% da área de
quadras remanescentes, isto é, sem restrições, destinadas para equipamentos públicos.
Estima-se que serão acrescidos em torno de 85.000 m2 de áreas a serem re-florestas na
região do empreendimento.
3.14 – O Morro da Providência O morro com a mais antiga ocupação por favela no Rio de Janeiro apresenta hoje
problemas oriundos de ocupações deste tipo, principalmente no que se relaciona a questões
de acessibilidade, saneamento e construções em áreas de risco. Tendo em conta estas
variáveis, está sendo estudada a possibilidade de serem implementadas melhorias nas
áreas infra-estruturadas do entorno próximo.
3.15 – Áreas a serem Preservadas
3.15.1 – APA do SAGAS Trata-se de uma área de proteção ambiental que abrange parte dos bairros da Saúde, Santo
Cristo, Gamboa e Centro. O Decreto n° 7.351 (1988), que a institui, estabelece uma
alteração de zoneamento e parâmetros edilícios para a área como já abordado no item do
zoneamento atual.
O seu objetivo é proteger a ambiência do tecido urbano colonial preservado nos morros da
região. Sendo assim, institui limitações de uso e ocupação de modo a restringir alterações
substanciais.
3.15.2 – Bens Tombados Os bens protegidos pelo seu valor histórico e cultural, quer sejam na esfera Federal,
Estadual ou Municipal, permanecem inalterados e protegidos.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
57
– Lista de Bens Tombados Quadro 01 – Bens tombados - IPHAN
Bem imóvel Bairro Endereço Data do tombo Fortaleza da Conceição – Atual Serviço Geográfico do Exército
Saúde Praça Major Valô LH/LBA 24.05.1938
Palácio Episcopal Saúde Rua Major Daemon, 81 LH/LBA 24.05.1938 Jardim do Morro do Valongo Saúde Rua Camerino, s/n° LH/LBA 30.06.1938 Igreja de São Francisco da Prainha* Saúde Adro da Prainha, Morro da
Conceição LH/LBA 08.07.1938
Casa na Ladeira do Morro do Valongo Saúde Ladeira do Valongo, 21 LBA/LAEP 15.07.1938 Igreja de Santa Rita Centro Largo de Santa Rita LH/LBA 15.05.1938 Palácio Itamarati – atual Museu Histórico e Diplomático do Ministério das Relações Exteriores no RJ
Centro Avenida Marechal Floriano, 196
LH/LBA 20.07.1938
Igreja Nossa Senhora da Saúde Gamboa Rua Silvino Montenegro, 52 LH/LBA 20.08.1938 Casa da Rua Mayrink Veiga Centro Rua Mayrink Veiga, 9 LH 29.06.1972 Caixa de Amortização – atual Banco Central, Departamento de Meio Circulante
Centro Avenida Rio Branco, 30 LBA 24.05.1973
Companhia Docas de Santos – atual IPHAN – 6ªSR
Centro Avenida Rio Branco, 44, 46 e 48
LH/LBA 28.07.1978
Colégio Pedro II: prédio Centro Avenida Marechal Floriano, 68-80
LH/LBA 19.05.1983
Prédio da Light – atual Centro Cultural da Light
Centro Avenida Marechal Floriano, 168
LH/LBA 13.06.1988
Antiga estação e cocheira da Linha de Carris e Vila Guarani
Santo Cristo Rua Pedro Alves, 210 12.10.1966 Antiga GB*
Pedra do Sal Saúde Rua Argemiro Bulcão 11.05.1987 Cemitério dos Ingleses Saúde Rua da Gamboa, 181 17.05.1988 Reservatório do Morro do Pinto Gamboa Rua Monte Alverne, 40 09.12.1998 ** Reservatório do Livramento Gamboa Ladeira do Barroso, 202 09.12.1988 ** Superintendência Regional da Polícia Federal, antiga Imprensa Nacional
Saúde Avenida Rodrigues Alves, 1 09.12.1988 **
Alfândega Saúde Avenida Rodrigues Alves, 81 09.12.1988 ** Palácio Duque de Caxias, antigo Ministério da Guerra
Centro Praça Duque de Caxias 09.12.1988 **
Companhia Estadual de Gás (antiga Fábrica de Gás)
Cidade Nova Avenida Presidente Vargas, 2.610
06.09.1990
LH – Inscrição no Livro Histórico LBA – Inscrição no Livro das Belas Artes LAEP – Inscrição no Livro Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico * O tombamento inclui todo o seu acervo, de acordo com a Resolução do Conselho Consultivo da SPHAN, de 13/08/1985, referente ao Processo Administrativo n°13/85/SPHAN * Antigo Estado da Guanabara ** Tombamento provisório
Quadro 03 – Bens tombados - PCRJ Bem imóvel Bairro Endereço Data do tombo Prédio da Antiga Estação e Cocheira da Linha de Carris de Vila Guarani
Santo Cristo Rua Pedro Alves, 210 12.10.1966
Centro Cultural José Bonifácio Gamboa Rua Pedro Ernesto, 80 14.11.1983 Real e Benemérita Sociedade Portuguesa – Caixa de Socorros de Pedro V
Centro Rua Marechal Floriano, 185/189
07.03.1986
Fundição Manuel Lino Costa Saúde Rua Sacadura Cabral, 152 e 154
23.08.1986
Oratório Saúde Morro da Providência 23.08.1986 Prédio da Antiga Estrebaria Saúde Rua Sacadura Cabral, 145 23.08.1986 Escadaria Gamboa Rua Costa Barros entre a
Rua Rosa Saião e a Travessa Ladeira do Livramento
23.08.1986
Galpões da Estrada de Ferro Central do Brasil
Gamboa Rua Barão da Gamboa com Rua da Gamboa (pátio de manobras da Rede Ferroviária Federal)
23.08.1986
Moinho Fluminense Gamboa Rua Sacadura Cabral, 290 23.08.1986 Pintura a óleo sobre alvenaria Gamboa Rua Camerino, 165 23.08.1986 Pinturas a óleo Gamboa Rua do Propósito, 6 23.08.1986 Pinturas a óleo Gamboa Praça Coronel Assunção, 23.08.1986
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
58
357-A – antiga Praça da Harmonia
Trapiche Modesto Leal Santo Cristo Rua Santo Cristo, 152 23.08.1986 Vila Santo Cristo Rua Marquês de Sapucaí, 14 23.08.1986 Vila Operária da Gamboa Santo Cristo Rua Barão da Gamboa, 150,
152, 154, 156, 158 e 160 23.08.1986
Casa com porão Santo Cristo Rua Farnese, 45 23.08.1986 Casa com porão Santo Cristo Rua Farnese, 49 Casa com porão Santo Cristo Rua Farnese, 51 Edifício Santo Cristo Rua Barão da Gamboa, 164
a 184 23.08.1986
Hospital Nossa Senhora da Saúde e Capela de Nossa Senhora das Graças
Santo Cristo Rua Comendador Leonardo, s/n°
23.08.1986
Igreja de São Pedro Santo Cristo Rua Cardoso Marinho, 59 23.08.1986 Cortiço Centro Rua Senador Pompeu, 43 23.08.1986 Cortiço Centro Rua Senador Pompeu, 51 23.08.1986 Cortiço Centro Rua Senador Pompeu, 34 23.08.1986 Sobrado com 2 pavimentos Centro Rua Senador Pompeu, 32 23.08.1986 Pintura a óleo sobre alvenaria Centro Rua Senador Pompeu, 34 23.08.1986 Cortiço Centro Rua Costa Ferreira, 70 23.08.1986 Solar Centro Rua Barão de São Félix, 94 23.08.1986 Vila – Avenida Caruso Centro Rua Barão de São Félix, 97 23.08.1986 Sindicato dos Condutores de Veículos Rodoviários Urbanos de Passageiros - RJ
Centro Rua Camerino, 66 21.06.1990
Escola Municipal República da Colômbia (antiga)
Centro Rua Camerino, 51 21.06.1990
Escola Municipal Rivadávia Corrêa Centro Avenida Presidente Vargas, 1.314
21.06.1990
Prédio da Embrafilme Centro Rua Mayrink Veiga, 28 10.07.1990 Estação Ferroviária D. Pedro II (Central do Brasil)
Centro Praça Cristiano Ottoni, s/n° 22.04.1996
Sede de “O Cruzeiro” Santo Cristo Rua do Livramento, 189 18.09.1998 Estátua: A Ciência – Fonderie Du Val d’Osne
Centro Avenida Presidente Vargas, 1.314
05.10.2000
Imóvel Centro Praça Mauá, 02 05.10.2000 Edifício A Noite Centro Praça Mauá, 07 05.10.2000 ** Imóvel Centro Praça Mauá, 10 05.10.2000 Estátuas: Hipômenes e Atalanta – Fonderie Du Val d’Osne
Saúde Rua Sacadura Cabral, 145 05.10.2000
Estátua: negra, 2 estátuas com lampião e 4 estátuas: a arte, a ciência, a indústria e a navegação – Fonderie Du Val d’Osne – Centro Cultural José Binifácio
Gamboa Rua Pedro Ernesto, 80 05.10.2000
Chafariz: a fonte da criança – Fonderie Du Val d’Osne
Santo Cristo Praça Santo Cristo 05.10.2000
Armazéns n° 01, 02, 03, 04, 05, 06 e 07
Santo Cristo Avenida Rodrigues Alves, s/n°
05.10.2000
Galpão, antiga Sede da Companhia Nacional de Navegação Costeira
Santo Cristo Avenida Rodrigues Alves, 303 a 331
05.10.2000
Albergue da Boa Vontade Gamboa Praça da Harmonia, s/n° 17.07.2006 ** Imóvel Santo Cristo Rua Equador, 476 22.12.2006 ** Painel localizado na fachada frontal térrea junto aos pilotis do Edifício da Justiça Federal
Centro Rua Venezuela, 134 06.03.2007 **
** Tombamento provisório
3.16 – Meio Ambiente O Projeto Porto Maravilha tem, na sua base de requalificação, um programa de recuperação
e reestruturação dos sistemas de infra-estrutura urbana que, junto com a criação e melhoria
dos espaços públicos, permitirá o desenvolvimento econômico e social conciliado com a
melhoria da qualidade ambiental. Princípios de sustentabilidade ambiental foram
incorporados no Plano de Intervenção da Área Portuária, como veremos a seguir.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
59
3.16.1 – Situação Atual Atualmente a região se encontra em parte ambientalmente degradada. O litoral foi
modificado no início do século passado através de aterros para a ampliação do porto da
cidade. Hoje, o solo se encontra alterado pelo processo histórico de urbanização. Há poucas
áreas verdes, regiões com poluição do ar, e as águas da baía se encontram poluídas.
Seguindo a tendência atual de aumento da frota de veículos devido ao aumento do número
de residentes e usuários da área, poderá se verificar um aumento da poluição do ar. O uso
predominantemente industrial da área, indica a possível existência de passivos ambientais,
em decorrência de atividades já encerradas ou ainda em andamento. Dentre as atividades
industriais na área, as que mais geram impacto na região são as operações de descarga e
transporte de farinha de trigo do Moinho Fluminense e a atividade de exportação de ferro-
gusa realizada pela Operadora Portuária Triunfo.
3.16.2 – Aumento da Cobertura Vegetal Conseguido através da criação de áreas verdes (distribuída por todos os setores),
recuperação das existentes, transformação de vias em corredores verdes (total de 39,62
km) e reflorestamento de encostas ocupadas por processos de favelização. Estes elementos
funcionarão de forma integrada, com a interligação dos espaços públicos (como praças e
parques) e as encostas dos morros poderão vir a ser reflorestadas, através dos corredores
verdes. Isso contribuirá para a melhoria da qualidade do ar, compensação de parte das
emissões, maior conforto térmico e paisagístico e aumento da oferta de áreas de lazer para
a população residente e flutuante.
3.16.3 – Mobilidade Sustentável Principal fonte de emissão de ruídos e gases poluentes, o crescimento do número de
viagens deverá ter seus efeitos mitigados pela oferta de um sistema de transportes
sustentável. Isso será alcançado através da possibilidade de implantação de um serviço de
média capacidade (VLT, VLP) e pela racionalização das linhas de ônibus que passam pela
região. Soma-se a isso o estímulo ao uso de modos não poluentes, como o peatonal e
bicicletas, através da recuperação dos passeios, da implantação de ciclovias e do plantio de
árvores nos logradouros, que permitirão o uso desses espaços de modo confortável e com
segurança.
3.16.4 – Alteração do Uso e Ocupação do Solo Juntamente com a oferta de modos sustentáveis de transportes, o Projeto Porto Maravilha
permitirá ganhos ambientais, significativos com a conversão do uso industrial em residencial
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
60
e comércio (misto). A atividade portuária e industrial existente hoje é potencial geradora,
acidental ou proposital, de passivos ambientais através do despejo de elementos poluentes
nas águas da Baía de Guanabara. Além disso, são atividades emissoras de gases
poluentes, produtoras de ruídos e geradoras de tráfego de veículos pesados. A nova
legislação também deverá introduzir elementos que reduzirão o consumo de água e a
impermeabilização do solo, como a exigência de cisternas para reuso da água da chuva e
uma taxa mínima de permeabilidade do solo em cada lote.
3.16.5 – Melhoria das condições ambientais da Baía de Guanabara A redução do assoreamento do sistema hídrico e o fim de atividades potencialmente
poluidoras, somam-se à implantação de uma nova rede local de esgotamento sanitário. Esta
será conectada com a ETE Alegria através do coletor tronco da av. Rodrigues Alves. A
implantação de Unidades de Tratamento de Resíduos, também está prevista em três
pontos: Canal do Mangue, Rio Comprido e Rio Maracanã.
3.16.6 – Melhoria do ambiente paisagístico Com relação à Intervenção da Via Expressa no Cais do Costado do Arsenal da Marinha, o
traçado do Projeto Geométrico objetivou tangenciar a projeção da Perimetral evitando
interferência com as fundações desta Via Elevada. Assim, as condições encontradas não
permitiram adotar a mesma solução do trecho da Av. Rodrigues Alves, onde se possibilitou
a transferência de carga das fundações para as paredes diafragmas laterais.
A solução adotada foi de se executar uma ensecadeira com estacas metálicas. Estacas
estas com espessura entre 10 e 12,5mm, com especificação preliminar de 1,20m de
diâmetro, cravadas em rocha através de processo adotando-se perfuratriz Wirth. Serão
executadas perfurações internas aos tubulões (estacas metálicas) com aproximadamente
1,00m, e, para consolidá-los, estes serão preenchidos com concreto. As estacas desta
ensecadeira distarão uma das outras em torno de 1,80m. Estas serão interligadas por
paredes de concreto com espessura aproximada de 60 cm. A área resultante do topo desta
ensecadeira será aproveitada como um novo cais, um passeio contornando externamente o
traçado da Via Expressa, permitindo tratamento paisagístico, ciclovias e etc., conforme
projeto inicial.
3.17 – Processo de Controle da Operação Urbana O capítulo IV da Lei Complementar Municipal do Rio de Janeiro n° 101, de 23 de novembro
de 2009, que trata da Criação de Conselho Consultivo para a Implementação e Fiscalização
da Operação Urbana Consorciada, está definido que:
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
61
“Art. 40. Fica instituído o Conselho Consultivo da Operação Urbana Consorciada do Porto do Rio, com
competência para emitir parecer sobre o relatório trimestral da CDURP.
§1° O Conselho Consultivo terá a seguinte composição:
I - um representante da CDURP, como coordenador;
II - três representantes do Município;
III - três representantes da sociedade civil, que serão escolhidos pelos demais integrantes do Conselho,
com mandato de três anos.
§2° Os integrantes do Conselho Consultivo deverão, quando da escolha prevista no inciso III do §1°,
buscar eleger representantes que gozem de reputação ilibada, bem como que possuam significativo
conhecimento acerca de reurbanização de áreas metropolitanas ou representem parcela da sociedade
civil diretamente afetada ou inter-relacionada com a Operação.
§3° Os integrantes do Conselho Consultivo não farão jus a qualquer remuneração.
§4° Os integrantes do Conselho Consultivo terão amplo acesso a todos os documentos pertinentes à
Operação.
§5° As reuniões do Conselho Consultivo serão públicas e suas atas serão publicadas no Diário Oficial
do Município e na internet.
§6º Ficará facultada a participação de um representante da União e do Estado do Rio de Janeiro no
Conselho Consultivo.
Art. 41. “A competência do Conselho Consultivo da operação Urbana Consorciada não exclui o
exercício do controle externo pela Câmara Municipal e pelo Tribunal de Contas do Município.”
A garantia de participação da sociedade na gestão da Operação urbana, traz grandes
benefícios como, por exemplo, a garantia de transparência em todas as ações, bem como a
definição da destinação dos recursos auferidos com a venda dos CEPAC´s.
3.18 – Fases da Operação Urbana Na Operação Urbana, são consideradas duas etapas para execução das intervenções, a
saber:
Fase 1: As intervenções propostas são:
• Urbanização do Píer Mauá;
• Revitalização da Praça Mauá;
• Calçamento, iluminação pública, drenagem e arborização dos eixos
Barão de Tefé, Camerino, Venezuela, Rodrigues Alves e Sacadura
Cabral;
• Implantação do trecho inicial do Binário do Porto;
• Reurbanização do Morro da Conceição (vias locais, enterramento de
rede elétrica, restauração de patrimônio histórico – Jardim do Valongo e
Pedra do Sal);
• Demolição da alça de subida do viaduto da perimetral;
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
62
• Construção de garagem subterrânea na Praça Mauá para 900 veículos.
Nesta primeira fase, o prazo previsto é de aproximadamente dois anos.
Fase 2: As intervenções propostas são:
• Reurbanização de aproximadamente 40km de vias (pavimentação,
drenagem, sinalização, iluminação, arborização de calçadas e
canteiros), implantação de novas vias e trechos de ciclovias;
• Implantação de novas redes de esgotamento sanitário, abastecimento
de água, energia elétrica, telefonia e gás encanado;
• Implantação de sistema de melhoria da qualidade das águas do Canal
do Mangue;
• Implantação de via de mão dupla interna, paralela à Rodrigues Alves
(Binário do Porto);
• Demolição do Elevado da Perimetral no trecho entre a Praça Mauá e a
Av. Francisco Bicalho;
• Construção de túnel entre a Praça. Mauá e a Av. Rodrigues Alves (na
altura do Armazém 5) com aproximadamente 2,0 km de comprimento
(dois sentidos);
• Construção de duas rampas ligando o viaduto do Gasômetro ao Santo
Cristo;
• Ampliação do atual túnel ferroviário sob o Morro da Providência para
receber tráfego de automóveis;
• Implantação de mobiliário urbano, tais como abrigos para automóveis,
pontos de ônibus, lixeiras, totens, painéis informativos, bicicletários, etc.
Nesta segunda fase, o prazo previsto é de, no mínimo, quatro a cinco anos de obras.
Convém ressaltar que o intuito da Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio
prevê uma série de obras e ações que dependem do interesse efetivo de agentes
econômicos para realizar o seu propósito.
3.19 – Parceria: Poder Público e Privado
O processo de implantação da Operação Urbana se desencadeia a partir da parceria do
Poder Público e da iniciativa privada.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio III. Caracterização do Empreendimento
63
A necessidade de um novo tipo de ação governamental no Rio de Janeiro, capaz de
promover soluções viáveis e satisfatórias inclusive para as questões de moradia,
principalmente para populações de baixa renda, não é recente.
O desafio histórico enfrentado pelo Poder Público é o de tomar-se agente promotor de
operações de urbanização, capazes de reorientar o crescimento urbano segundo diretrizes
tais como:
• Evitar a expansão dispersa da metrópole,
• Garantir a preservação dos mananciais de água e da cobertura vegetal,
• Preencher os vazios urbanos na malha já consolidada,
• Incentivar o uso do solo em áreas providas de infra-estrutura e acessibilidade.
O Poder Público Municipal estabelece diretrizes para ampliar e agilizar as formas de
participação da iniciativa privada em empreendimentos de interesse público, através da
proposição de legislação específica para implantar operações urbanas, objetivando
compensar, com direitos suplementares de uso e ocupação do solo, tais como a produção
de habitação de interesse social, a produção complementar de infra-estrutura, equipamentos
e serviços públicos e também a preservação do patrimônio cultural e ambiental do
município.
O aumento do potencial construtivo e modificação do usos do solo dos lotes contidos no
perímetro da Operação Urbana são autorizados pelo poder público através da venda de
CEPAC – Certificado de Potencial Adicional de Construção, tendo seu valor mínimo definido
em lei a ser pago pela iniciativa privada.
Os recursos arrecadados com a venda deste certificado são obrigatoriamente aplicados no
perímetro da Operação Urbana, trazendo aumento na qualidade ambiental e urbanística, e
valorização da área, além da segurança para os investidores.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio IV. Áreas de Influência
64
IV. ÁREAS DE INFLUÊNCIA
EIV - Operação Urbana Consorciada
da Região do Porto do Rio
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio IV. Áreas de Influência
65
IV – ÁREAS DE INFLUÊNCIA
1 - Conceituação Os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos
ambientais gerados pelas diversas intervenções propostas foram definidos pelas condições
fisiográficas, da bacia hidrográfica, biológicas e pelas condições de apropriação humana do
espaço considerado, ou seja, as formas de ocupação populacional e as condições das redes
de infra-estrutura, existentes e projetadas, necessárias para a manutenção e melhoria da
qualidade de vida nos locais considerados.
As interferências ambientais do empreendimento proposto manifestam-se em diferentes
abrangências espaciais, de acordo com a característica de cada fator ambiental e com a
interação dos sistemas envolvidos em cada caso.
Desse modo, configura-se uma análise por graus de aproximação sucessivos à área de
intervenção que, a partir do contexto urbano regional, chega ao local da intervenção direta.
Fundamentalmente, reconhecem-se dois cortes espaciais para determinação das áreas de
influência do empreendimento:
ADA - ÁREA DIRETAMENTE AFETADA - compreende as áreas que serão afetadas de
forma direta e mais intensa pela implantação e posterior operação do empreendimento,
constituindo-se na área interna ao perímetro da Operação Urbana Consorciada do Porto do
Rio.
AIA - ÁREA INDIRETAMENTE AFETADA - compreende as áreas sujeitas aos impactos
indiretos da implantação e operação do empreendimento. A sua delimitação compreende os
bairros limítrofes à OUC do Porto do Rio. Em alguns estudos, a AIA poderá incluir todo o
município do Rio de Janeiro.
De maneira geral, deverão ser adotadas as seguintes áreas de influência, que poderão ser
complementadas, se necessário, na execução dos levantamentos específicos, de acordo
com a necessidade dos vários estudos dos fatores ambientais.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
66
V. SITUAÇÃO ATUAL E FUTURAV. SITUAÇÃO ATUAL E FUTURAV. SITUAÇÃO ATUAL E FUTURAV. SITUAÇÃO ATUAL E FUTURA
EIV EIV EIV EIV ---- Operação Urbana Consorciada Operação Urbana Consorciada Operação Urbana Consorciada Operação Urbana Consorciada
da Região do Porto do Rioda Região do Porto do Rioda Região do Porto do Rioda Região do Porto do Rio
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
67
1 – ADENSAMENTO POPULACIONAL 1.1 – INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
Este estudo visa simular as transformações que poderão ocorrer em função da implantação
da Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio de Janeiro, de modo a criar os
futuros cenários prováveis. Desta forma, poder-se-á identificar as novas situações de
adensamento populacional vinculadas ao quadros de infra-estrutura, para depois serem
avaliados os impactos positivos e negativos e propostas algumas medidas preventivas e
mitigadoras.
1.2 – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Foram criados três (03) cenários da situação futura, definindo níveis de adesão à Operação
Urbana, com estoque definido e a utilização do instrumento da outorga onerosa, de modo a
identificar as variações de áreas construídas, usos e de população na região.
O primeiro cenário trata da implantação da Operação Urbana, respeitando todas as regras
definidas em lei; o segundo simula a implantação da Operação Urbana sem estoque
definido, e o terceiro, simula a não implantação da Operação.
Neste estudo está sendo considerada apenas a Área Diretamente Afetada pela Operação
Urbana, ou seja, apenas as quadras contidas no perímetro definido da Operação.
As informações referentes à população atual foram inferidas a partir de dados de áreas
construídas e usos dos imóveis atuais, existentes nos setores da Operação Urbana. Não
foram utilizados dados censitários, uma vez que o recorte criado pela Operação Urbana não
coincide com os distritos do censo. Pode-se dizer que este estudo trabalha com a
capacidade das edificações de abrigar moradores e usuários.
Os critérios de quantificação da população a partir de dados como área construída, e tipo de
uso, serão esclarecidos ao longo deste trabalho.
1.3 – SITUAÇÃO ATUAL
1.3.1 – Áreas construídas e Usos existentes
Na área da Operação Urbana, foram levantadas as áreas construídas existentes nas regiões
passíveis de aplicação de potencial adicional de construção através da compra de
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
68
certificados – CEPAC, e aquelas onde não haverá adicional de construção, e separadas por
uso residencial e não residencial, aí englobando comércio, serviços, e outros usos.
As áreas e os usos foram estimados tomando como base plantas cadastrais da Prefeitura
do Rio de Janeiro do ano 2001.
1.3.2 – Áreas construídas e usos em áreas com previsão de utilização de CEPAC
É o seguinte o quadro de áreas e usos:
USOS E ÁREAS EXISTENTES PASSÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DE CEPAC'S
SETOR soma área de construção
edificações (m2)
área construída residencial
área construída ñ residencial
% área construída residencial
% área construída ñ residencial
A 559.856,00 657,00 559.199,00 0,12 99,88
B 151.108,00 3.372,00 147.736,00 2,23 97,77
C 219.931,00 219.931,00 - 100,00
D 118.930,00 444,00 118.486,00 0,37 99,63
E 87.160,00 117,00 87.043,00 0,13 99,87
F 12.992,00 8.779,00 4.213,00 67,57 32,43
G -
H -
I 40.908,00 1.250,00 39.658,00 3,06 96,94
J 35.181,00 35.181,00 - 100,00
K -
L -
M 105.852,00 443,00 105.409,00 0,42 99,58
N -
TOTAL 1.331.918,00 15.062,00 1.316.856,00 1,13 98,87
O uso não residencial predomina, representando 98,87% do total das áreas passíveis de
utilização de CEPAC, sendo grande a quantidade de galpões e indústrias desativadas e sem
uso.
1.3.3 – Áreas construídas e usos em áreas sem previsão de utilização de CEPAC
É o seguinte o quadro de áreas e usos:
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
69
USOS E ÁREAS EXISTENTES SEM POSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DE CEPAC'S
SETOR soma área de construção
edificações (m2)
área construída residencial
área construída ñ residencial
% área construída residencial
% área construída ñ residencial
A - - -
B 172.400,64 10.254,64 162.146,00 5,95 94,05
C - - -
D - - -
E 113.485,00 7.833,00 105.652,00 6,90 93,10
F 217.112,70 133.790,23 83.322,47 61,62 38,38
G 23.834,52 15.675,14 8.159,37 65,77 34,23
H 180.563,45 82.406,00 98.157,45 45,64 54,36
I 250.246,93 87.640,00 162.606,93 35,02 64,98
J 219.957,65 18.615,00 201.342,65 8,46 91,54
K 125.623,20 33.117,00 92.506,20 26,36 73,64
L 400.296,31 8.476,00 391.820,31 2,12 97,88
M - - -
N 64.542,00 - 64.542,00 - 100,00
TOTAL 1.768.062,40 397.807,02 1.370.255,38 22,50 77,50
O uso não residencial ainda predomina, representando 77,50% do total das áreas não
passíveis de uso de CEPAC. A área residencial é extensa em superfície, porém pequena
em área por não ser verticalizada.
1.3.4 – Total de Áreas construídas e usos na área da Operação Urbana
SETOR soma área de construção
edificações (m2)
área construída residencial
área construída ñ residencial
% área construída residencial
% área construída ñ residencial
A 559.856,00 657,00 559.199,00 0,12 99,88
B 323.508,64 13.626,64 309.882,00 4,21 95,79
C 219.931,00 - 219.931,00 - 100,00
D 118.930,00 444,00 118.486,00 0,37 99,63
E 200.645,00 7.950,00 192.695,00 3,96 96,04
F 230.104,70 142.569,23 87.535,47 61,96 38,04
G 23.834,52 15.675,14 8.159,37 65,77 34,23
H 180.563,45 82.406,00 98.157,45 45,64 54,36
I 291.154,93 88.890,00 202.264,93 30,53 69,47
J 255.138,65 18.615,00 236.523,65 7,30 92,70
K 125.623,20 33.117,00 92.506,20 26,36 73,64
L 400.296,31 8.476,00 391.820,31 2,12 97,88
M 105.852,00 443,00 105.409,00 0,42 99,58
N 64.542,00 - 64.542,00 - 100,00
TOTAL 3.099.980,40 412.869,02 2.687.111,38 13,32 86,68
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
70
O uso não residencial predomina, representando 86,68% do total das áreas da Operação
Urbana. A área residencial é extensa em superfície, porém pequena em área por não ser
verticalizada.
1.3.5 - População existente
A partir das Áreas Construídas Computáveis existentes nos setores da Operação Urbana,
pode-se simular qual deveria ser a população residente e usuária atual, se não fosse a
existência de quantidade expressiva de edificações abandonadas. O número de moradores
e usuários foi obtido através da divisão da área Construída Computável, pelo índice de
lotação constante da tabela 6. A população atual considerada, resultante desta simulação
(tabela 7 e gráfico 3), representam a capacidade dos edifícios de abrigarem a população
usuária.
Tabela 6 - índice de lotação
Uso H Uso m2/pessoa
1 RHBP – residencial horizontal de baixo padrão e médio padrão 30,00
2 CSH – comércio e serviço horizontal 50,00
3 CSV – comércio e serviço vertical 12,50
4 Ind. – indústria 50,00
5 ArmDep – armazéns e depósitos 50,00
1.3.6 – População existente em áreas com previsão de utilização de CEPAC
Utilizando-se as áreas construídas como referência, teríamos a seguinte população
residente e flutuante nessas áreas:
SETOR Nº Total de pessoas em área residencial
Nº Total de pessoas em área não residencial
Nº Total Geral de pessoas
A 22 11.184 11.206
B 112 2.955 3.067
C - 4.399 4.399
D 15 2.370 2.385
E 4 1.741 1.745
F 293 84 377
G
H
I 42 793 835
J 704 704
K
L
M 15 2.108 2.123
N
TOTAL 502 26.337 26.839
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
71
Porém, tendo em vista a subutilização dessas áreas em razão das edificações estarem sem
uso, utilizaremos um fator de atenuação dos dados da população, considerando que
praticamente 75% dessas áreas estão abandonadas.
Como resultado, a população considerada para efeitos de simulação, é de 6.710 pessoas.
1.3.7 – População existente em áreas sem previsão de utilização de CEPAC
Utilizando-se as áreas construídas como referência, teríamos a seguinte população
residente e flutuante nessas áreas:
SETOR Nº Total de pessoas em área residencial
Nº Total de pessoas em área não residencial
Nº Total Geral de pessoas
A - - -
B 342 10.810 11.152
C - - -
D - - -
E 261 7.043 7.305
F 4.460 5.555 10.015
G 523 544 1.066
H 2.747 6.544 9.291
I 2.921 10.840 13.762
J 621 13.423 14.043
K 1.104 6.167 7.271
L 283 26.121 26.404
M - - -
N - 4.303 4.303
TOTAL 13.260 91.350 104.611
Tendo em vista a subutilização dessas áreas em função da baixa atividade econômica e
termos edificações sem uso, utilizaremos um fator de atenuação dos dados da população,
da ordem de 65%
Como resultado, a população considerada para efeitos de simulação, é de 36.614 pessoas.
1.3.8 – População existente na área da Operação Urbana
Como resultado total, teremos o total de 43.324 pessoas na região da Operação Urbana,
entre residentes, usuárias e flutuantes, sendo 6.710 pessoas na área prevista para
adensamento, e 36.614 pessoas na área sem a possibilidade de aplicação de CEPAC.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
72
A população residente nos bairros Gamboa, Santo Cristo e Saúde, conforme último censo
Demográfico de 2000 – IBGE, é estimada em cerca de 22.294 pessoas, sendo 10.490
pessoas na Gamboa, 9.618 em santo Cristo e 2.186 na região da Saúde.
1.4 – INTERVENÇÕES PROPOSTAS PELA OUC DO PORTO DO RIO ASSOCIADAS AO
ADENSAMENTO
1.4.1 – Caracterização das áreas
A área de influência da Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio de
Janeiro está subdividida em 14 setores, a de “A” a “N”.
Cada setor apresenta características próprias, e recebeu tratamento diferenciado em
relação aos cenários futuros da Operação Urbana, no que tange ao estoque máximo
admitido, usos e coeficientes incentivados.
Para a determinação da caracterização atual de população, das áreas construídas e dos
cenários futuros foram consideradas, as informações atuais referentes às áreas de terrenos
e áreas construídas, diferenciadas por tipos de uso, e descontados os lotes que tem
restrições relativas a bens tombados, preservados ou destinados a equipamentos urbanos
(01), ou com restrições relativas aos imóveis com uso consolidado. Para este critério, foi
considerado imóvel de aproveitamento restrito aquele que apresenta pelo menos duas
destas características (Tabela 1)
Tabela 1
SETOR ÁREA LOTES (m²) ÁREA DE RESTRIÇÃO 01 (m²)* ÁREA DE RESTRIÇÃO 02 (m²)** ÁREA REMANESC. (m²)
A 212.242,31 102.589,99 58.465,15 51.187,17
B 234.617,07 126.334,90 10.129,11 98.153,06
C 162.822,52 31.899,25 1.806,06 129.117,21
D 166.355,06 36.451,09 1.914,67 127.989,30
E 127.995,92 20.542,99 14.203,85 93.249,08
F 20.082,28 9.281,60 - 10.800,68
I 37.566,82 6.815,23 - 30.751,59
J 31.980,61 16.398,89 - 15.581,72
M 155.537,54 30.901,23 - 124.636,31
TOTAL 1.149.200,13 381.215,17 86.518,83 681.466,13
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
73
As áreas de uso mais antigo e consolidado são mais restritivas, por terem, em geral, um
parcelamento em grãos menores, formado por lotes pequenos pertencentes a diversos
proprietários particulares, o que dificulta o remembramento em lotes maiores.
Por outro lado, as áreas de uso industrial, em sua maioria abandonadas pelo uso portuário,
apresentam-se em melhores condições para aplicação de potenciais adicionais de
construção, por tratar-se de áreas maiores.
Para uma verificação mais real do potencial de renovação da área das intervenções
propostas foi feito um breve estudo que leva em conta o uso atual de cada terreno, o estado
de conservação e o número de pavimentos de suas edificações. Foram definidas como
condicionantes de risco: o uso ativo, o bom estado de conservação e o número de
pavimentos igual ou superior a quatro. Assim sendo, os terrenos foram organizados de
acordo com a tabela abaixo:
Presença de condicionantes
Risco Área para CEPAC
3 Máximo Não 2 Médio Não 1 Baixo Sim 0 Nenhum Sim
As áreas construídas referem-se tanto àquelas computáveis1, como às não computáveis.
Para os estudos desenvolvidos, se faz necessário discriminar as áreas computáveis. Para
isso, serão subtraídas das áreas construídas as áreas não computáveis.
As áreas não computáveis consideradas para cálculo compreendem: estacionamento de
veículos térreo e subsolo, áticos, acessos térreos em pilotis, áreas comuns e pavimentos
térreos nos edifícios dos apartamentos.
Para o cálculo foram adotados os seguintes parâmetros:
- residencial vertical de baixo padrão - apartamentos de 70 a 110 m2. Consideremos um
apartamento médio entre 80 a 90 m2, com 1 vagas de garagem / apto;
- residencial vertical de médio padrão - apartamentos de 85 a 200 m2. Consideremos um
apartamento médio de 140 m2, com 2 vagas de garagem / apto;
AC = 50/140 = 0,35
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
74
Hipótese adotada = 40% de área não computável
60% de área computável
- residencial vertical de alto padrão - apartamentos de 200 a 350 m2 e apartamentos
maiores de 350 m2. Consideraremos os apartamentos com 350m2, em média com 5 vagas
de estacionamento / apto;
AC = (5*25) / 350 = 125/350 = 0,35
Hipótese adotada = 40% de área não computável
60% de área computável
- comércio e serviço vertical
Consideraremos 1 vaga / 50m2 de área computável2
AC = 25/50 = 0,2
Hipótese adotada = 25% de área não computável
75% de área computável
Dessa forma, embora a área de intervenção tenha uma superfície de 4.893.863,00 m²,
apenas uma área de quadras será destinada à aplicação de potenciais adicionais de
construção (1.149.200,13m²). Dentro delas, descontadas as restrições de 385.215,17 m²
devido a bens tombados, preservados ou destinados a equipamentos urbanos e 86.518,83
m² de áreas com a presença de duas ou mais condicionantes anteriormente mencionadas,
teremos um total líquido de 681.466,13m² de áreas contendo lotes que efetivamente
poderão usufruir deste potencial adicional construtivo.
SETOR ÁREA LOTES (m²) ÁREA DE RESTRIÇÃO 01 (m²)* ÁREA DE RESTRIÇÃO 02 (m²)** ÁREA REMANESC. (m²)
A 212.242,31 102.589,99 58.465,15 51.187,17
B 234.617,07 126.334,90 10.129,11 98.153,06
C 162.822,52 31.899,25 1.806,06 129.117,21
D 166.355,06 36.451,09 1.914,67 127.989,30
E 127.995,92 20.542,99 14.203,85 93.249,08
F 20.082,28 9.281,60 - 10.800,68
I 37.566,82 6.815,23 - 30.751,59
J 31.980,61 16.398,89 - 15.581,72
M 155.537,54 30.901,23 - 124.636,31
TOTAL 1.149.200,13 381.215,17 86.518,83 681.466,13
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
75
Estas terão o índice de aproveitamento do terreno (IAT) básico reduzido para 1,0 (Anexos III
e VII – Mapa 20). Sobre este foi considerado o ATE (área total edificável) jurídico (51.618,64
m²), isto é, o direito do proprietário de utilizar o potencial edilício de parte do terreno que lhe
tenha sido subtraído por recuos devido ao alargamento de vias. Levando-se em conta as
restrições anteriormente mencionadas, o potencial edilício básico da área totaliza
681.466,13m².
SUB SETOR GABARITO TAXA DE OCUPAÇÃO
CAT*1 BÁSICO
CAT*1 MÁXIMO
A01 15m – 4 pav 70% 2,80 2,80
A02 11m – 3 pav 70% 2,10 2,10
A03 90m – 30 pav. 70% 1,00 8,00
A04 9m – 2 pav 70% 1,00 1,40
A05 11m – 3 pav 70% 1,00 2,10
B01 11m – 3 pav. 70% 2,10 2,10
B02 11m – 3 pav 70% 1,00 2,10
B03 18m – 6 pav 70% 1,00 2,80
B04 90m – 30 pav. 70% 1,00 8,00
B05 60m – 20 pav. 50% 1,00 4,20
B06 11m – 3 pav. 70% 1,00 2,10
C01 11m – 3 pav. 70% 2,10 2,10
C02 120m – 40 pav. 50% 1,00 8,00
C03 150m – 50 pav. 50% 1,00 12,00
C04 60m – 20 pav 50% 1,00 4,20
C05 11m – 3 pav 70% 1,00 2,10
D01 150m – 50 pav 50% 1,00 10,00
D02 120m – 40 pav 50% 1,00 8,00
D03 60m – 20 pav 50% 1,00 4,20
D04 11m – 3 pav 70% 1,00 2,10
E01 90m – 30 pav 100% 1,00 11,00
E02 120m – 40 pav 50% 1,00 8,00
E03 15m – 5 pav 70% 1,00 2,80
E04 11m – 3 pav 70% 1,00 2,10
F01 7,5m – 2 pav 70% 1,00 1,40
I01 11m – 3 pav 70% 1,00 2,10
J01 11m – 3 pav 70% 1,00 2,10
M01 150m – 50 pav. 50% 1,00 12,00
M02 150m – 50 pav 50% 1,00 10,00
M03 120m – 40 pav 50% 1,00 8,00
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
76
Além do coeficiente básico igual a 1,0, os proprietários poderão adquirir um potencial
adicional de construção conforme está indicado no Anexo III e no Anexo VII – Mapa 21. O
total de área máxima edificável é de 4.822.586,59m². A diferença entre este potencial
máximo e o potencial básico, chamado de potencial adicional construtivo, será convertido
em certificados que deverão ser comprados por aqueles que queiram fazer uso dele. O
potencial adicional construtivo total foi calculado em 4.089.501,83m², que será oferecido ao
mercado conforme as faixas de equivalência.
As quadras propostas para sobre a linha férrea, no setor E, têm área total de 67.224,01m²,
com índice de aproveitamento de terreno máximo proposto de 8,0, possibilitam um potencial
adicional construtivo extra de 470.568,07m².
1.5 – IMPACTOS PREVISTOS - SITUAÇÃO FUTURA
Foram criados três (03) cenários da situação futura, definindo níveis de adesão à Operação
Urbana, com estoque definido e a utilização do instrumento da outorga onerosa de modo a
identificar as variações de áreas construídas, usos e de população na região. Abaixo, estão
listados os possíveis impactos relacionados aos terrenos ou unidades geoambientais
decorrentes de cada cenário:
1.5.1 – Cenário 1 - Implantação da Operação Urbana com limite de estoque de CEPAC
O objetivo principal deste estudo é simular o grau de transformação que ocorrerá na região
em função dos incentivos da Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio de
Janeiro.
Para os cálculos de adesão à Operação Urbana, algumas premissas foram adotadas:
• não serão todos os terrenos que se transformarão, devido aos usos já existentes –
ocupações verticalizadas, usos institucionais, - e ao parcelamento do solo.
• que parte dos terrenos que se transformarão aderirão à Operação Urbana, adquirindo de
forma onerosa os incentivos oferecidos
• parte se transformará utilizando-se apenas dos Coeficientes de Aproveitamento Básicos
do Plano Diretor em vigor.
Os índices de participação na Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio de
Janeiro foram inferidos a partir de algumas características urbanísticas de cada setor:
• Base fundiária
• Uso e Ocupação do solo
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
77
• Estado de manutenção das edificações
• Distância das vias de grande movimento
• Custo da outorga onerosa
O estoque adicional oferecido em algumas regiões limitou a adesão à Operação Urbana,
isto é, parte dos terrenos que potencialmente poderiam adquirir área construída adicional foi
limitada pelo estoque oferecido pela Operação Urbana.
Visando distribuição ponderada do potencial adicional construtivo estabelecido na Lei
específica compatibilizando-o com seus limites máximos por setor, foram adotados fatores
de participação em função de premissas relacionadas com:
• atratividade imobiliária,
• presença de infraestrutura,
• preços de terrenos e disponibilidade de áreas maiores que não necessitam de
composição de vários lotes para participação da Operação.
Tendo em vista o potencial adicional construtivo total, calculado em 4.089.501,83m², foi feita
a simulação do remembramento dos lotes e de implementação do adicional de construção
na área definida com passível de aplicação de CEPAC, respeitando-se os recuos, os
gabaritos e o IAT’s definidos pela Operação, estimando-se que 53% dos usos serão
residenciais, e 47% não residenciais.
SETOR soma área de construção
edificações - m2
área construída residencial - m2
área construída ñ residencial -
m2
% área construída residencial
m2
% área construída ñ residencial
m2
A 443.165,59 156.343,16 286.822,43 35,28 64,72
B 306.448,49 193.319,09 113.129,40 63,08 36,92
C 806.547,90 297.276,86 509.271,04 36,86 63,14
D 684.445,56 242.536,92 441.908,64 35,44 64,56
E 734.441,64 370.451,61 363.990,02 50,44 49,56
F - - -
G - - -
H - - -
I - - -
J - - -
K - - -
L - - -
M 1.114.452,66 910.540,66 203.912,00 81,70 18,30
N - - -
TOTAL 4.089.501,83 2.170.468,29 1.919.033,54 53,07 46,93
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
78
Todos os empreendimentos que se utilizarem dos benefícios da Operação Urbana, contam
com o coeficiente básico de aproveitamento estabelecido pela legislação. A outorga onerosa
relativa ao potencial adicional de construção incide somente sobre o coeficiente de
aproveitamento que exceder o básico definido em lei.
O fato de existir estoque máximo de Área Construída Adicional, limita a quantidade de
imóveis que se utilizarão do coeficiente de aproveitamento máximo oferecido, que varia
conforme a área do terreno, garantindo a qualidade ambiental e urbana da Operação
Urbana.
Teremos como resultado 2.170.468,29m2 construídos adicionalmente, referentes ao uso
residencial, e 1.919.033,54m2 de construção, referentes ao uso não residencial, não estando
incluído o potencial básico da área de 681.466,13 m2.
1.5.1.1 – População Prevista Operação Urbana com limite de estoque de
CEPAC)
Utilizando-se as áreas construídas como referência, teríamos a seguinte população
residente e flutuante nas áreas com previsão de utilização de CEPAC:
SETOR Nº Total de pessoas em área residencial
Nº Total de pessoas em área não residencial
Nº Total Geral de pessoas
A 5.211 23.902 29.113
B 6.444 9.427 15.871
C 9.909 42.439 52.348
D 8.085 36.826 44.910
E 12.348 30.333 42.681
F - -
G - -
H - -
I - -
J - -
K - -
L - -
M 30.351 16.993 47.344
N - - -
TOTAL 72.349 159.919 232.268
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
79
O total previsto sem o desconto da população existente é de 232.268 pessoas.
Considerando o potencial básico da área (681.466,13 m2), este número sobe para 308.320
pessoas.
1.5.1.2 – População Prevista com desconto da população existente
Descontando-se a população já existente, prevê-se que haverá num prazo de 15 anos um
incremento populacional em relação a essa população da ordem de 301.610 habitantes,
englobando a população residente, usuária e a flutuante.
1.5.1.3 - Análise do cenário (Operação Urbana com limite de estoque de
CEPAC)
Neste estudo de adensamento, a partir da situação atual, foi gerado o cenário de aumento
de área construída na Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio de Janeiro
Que nos conduz as seguintes conclusões:
a) A existência de estoque de potencial adicional de construção garantirá o controle da
qualidade ambiental, social, e urbanística da Operação Urbana Consorciada Da
Região do Porto do Rio de Janeiro, estabelecendo limites para o adensamento em
função da infra-estrutura implantada.
b) Com os recursos advindos da Operação Urbana Consorciada Da Região do Porto do
Rio de Janeiro, além das questões ambientais e urbanísticas e de infra-estrutura,
poderão ser encaminhadas soluções para os problemas habitacionais e de
preservação do patrimônio histórico, que existem na região.
Desta forma, a existência de estoque de potencial adicional de construção, garantirá o
controle da qualidade ambiental, social, e urbanística da Operação Urbana Consorciada do
Porto do Rio, estabelecendo limites para o adensamento relacionados à infra-estrutura
implantada, mitigando os possíveis impactos ocasionados pelo adensamento populacional
durante a fase de operação do empreendimento com a melhoria concomitante da infra-
estrutura, garantindo a qualificação ambiental e a melhoria da qualidade de vida na região.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
80
1.5.2 - Cenário 2 – Implantação da Operação Urbana sem limite de estoque de CEPAC
Tem como objetivo simular o grau de transformação que ocorrerá na região em função dos
incentivos da Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio de Janeiro, sem a
limitação de oferta de CEPAC.
Para os cálculos de adesão à Operação Urbana, algumas premissas foram adotadas:
• não serão todos os terrenos que se transformarão, devido aos usos já existentes –
ocupações verticalizadas, usos institucionais, - e ao parcelamento do solo.
• que parte dos terrenos que se transformarão aderirão à Operação Urbana, adquirindo de
forma onerosa os incentivos oferecidos
• parte se transformará utilizando-se apenas dos Coeficientes de Aproveitamento Básicos
do Plano Diretor em vigor.
O estoque adicional oferecido em algumas regiões não limitou a adesão à Operação
Urbana, isto é, parte dos terrenos que potencialmente poderiam adquirir área construída
adicional não foi limitada pelo estoque oferecido pela Operação Urbana.
Visando distribuição ponderada do potencial adicional construtivo estabelecido na Lei
específica compatibilizando-o com seus limites máximos por setor, foram adotados fatores
de participação em função de premissas relacionadas com:
• atratividade imobiliária,
• presença de infraestrutura,
• preços de terrenos e disponibilidade de áreas.
Tendo em vista o potencial adicional construtivo total, foi elaborado o cálculo do limite
máximo definido por lei sem controle de estoque de CEPAC. Foi feita a simulação do
remembramento dos lotes e de implementação do adicional de construção na área definida
com passível de aplicação de CEPAC, respeitando-se os recuos, os gabaritos e o IAT’s
definidos pela Operação, estimando-se que 53% dos usos serão residenciais, e 47% não
residenciais. A área construída total variou entre 4.822.586,59m² a 5.270.995,50m²,
dependendo da configuração adotada para o adensamento, recuo adotado, altura da
edificação, etc. Assim adotou-se a condição de maior volume de área construída para efeito
de simulação.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
81
SETOR soma área de construção
edificações - m2
área construída residencial - m2
área construída ñ residencial –
m2
% área construída residencial
m2
% área construída ñ residencial
m2
A 571.200,10 201.512,10 369.688,00 35,28 64,72
B 394.984,20 249.170,70 145.813,50 63,08 36,92
C 1.039.566,80 383.162,80 656.404,00 36,86 63,14
D 882.188,00 312.608,00 569.580,00 35,44 64,56
E 946.628,40 477.478,40 469.150,00 50,44 49,56
F
G
H
I
J
K
L
M 1.436.428,00 1.173.604,00 262.824,00 81,70 18,30
N
TOTAL 5.270.995,50 2.797.536,00 2.473.459,50 53,07 46,93
Todos os empreendimentos que se utilizarem dos benefícios da Operação Urbana, contam
com o coeficiente básico de aproveitamento estabelecido pela legislação. A outorga onerosa
relativa ao potencial adicional de construção incide somente sobre o coeficiente de
aproveitamento que exceder o básico definido em lei.
O fato de não existir estoque máximo de Área Construída Adicional, não limita a quantidade
de imóveis que se utilizarão do coeficiente de aproveitamento máximo oferecido, que varia
conforme a área do terreno, não garantindo o controle da qualidade ambiental e urbana da
Operação Urbana.
Teremos como resultado 2.170.468,29 m2 construídos referentes ao uso residencial, e
1.919.033,54m2 de construção, referentes ao uso não residencial.
1.5.2.1 – População Prevista (Operação Urbana sem limite de estoque de
CEPAC)
Utilizando-se as áreas construídas como referência, teríamos a seguinte população
residente e flutuante nas áreas com previsão de utilização de CEPAC:
SETOR Nº Total de pessoas em área residencial
Nº Total de pessoas em área não residencial
Nº Total Geral de pessoas
A 6.717 36.969 43.686
B 8.306 14.581 22.887
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
82
C 12.772 65.640 78.412
D 10.420 56.958 67.378
E 15.916 46.915 62.831
F - - -
G -
H -
I - -
J - -
K -
L -
M 39.120 26.282 65.403
N - -
TOTAL 93.251 247.346 340.597
O total previsto sem o desconto da população existente é de 340.597 pessoas.
1.5.2.2 – População Prevista com desconto da população existente
Descontando-se a população já existente, prevê-se que haverá num prazo de 15 anos um
incremento populacional em relação à essa população da ordem de 333.887 habitantes.
1.5.2.3 - Análise do cenário
Neste estudo de adensamento, a partir da situação atual, foi gerado o cenário de aumento
de área construída na Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio de Janeiro
Que nos conduz as seguintes conclusões:
c) A ausência de estoque definido de potencial adicional de construção, não garante o
controle da qualidade ambiental, social, e urbanística da Operação Urbana
Consorciada Da Região do Porto do Rio de Janeiro, não estabelecendo limites para
o adensamento em função da infra-estrutura implantada.
d) Com os recursos advindos da Operação Urbana Consorciada Da Região do Porto do
Rio de Janeiro, além das questões ambientais e urbanísticas e de infra-estrutura,
poderão ser encaminhadas soluções para os problemas habitacionais e de
preservação do patrimônio histórico, que existem na região, porém aquém da infra-
estrutura prevista em função do não controle do limite de construção pela falta de
estoque definido de limite de potencial adicional de construção.
e) Teremos um incremento previsto de 32.277 pessoas a mais pela ausência de
mecanismo de limite de venda de CEPAC, representando um acréscimo
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
83
populacional de 10% em relação à população prevista com o limite de venda de
CEPAC.
Desta forma, a não existência de estoque definido de potencial adicional de construção, não
garantirá o controle da qualidade ambiental, social, e urbanística da Operação Urbana
Consorciada do Porto do Rio, não estabelecendo limites para o adensamento relacionados à
infra-estrutura implantada, não mitigando os possíveis impactos ocasionados pelo
adensamento populacional durante a fase de operação do empreendimento. A melhoria da
infra-estrutura não será concomitante com o adensamento, não garantindo assim a
qualificação ambiental e a melhoria da qualidade de vida na região.
1.5.3 - Cenário 3 – Sem a Implantação dos incentivos da Operação Urbana
Tem como objetivo simular o grau de transformação que ocorrerá na região sem a
implementação dos incentivos da Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio
de Janeiro.
Para a análise, algumas premissas foram adotadas:
• Nenhum dos terrenos se transformará, não estando previstos remembramentos ou
desmembramentos, mantendo-se os usos já existentes – ocupações horizontais,
verticalizadas, usos residenciais, não residenciais, institucionais, e o atual parcelamento
do solo.
• Não haverá adesão à Operação Urbana, não havendo compra de forma onerosa dos
incentivos oferecidos
Visando considerar um possível futuro para a região foram adotados fatores de avaliação
em função de premissas relacionadas com:
• atratividade imobiliária,
• presença de infraestrutura,
• preços de terrenos e disponibilidade de áreas.
Tendo em vista a atual situação de queda de atividade econômica e de diminuição da
população verificada nos últimos anos, optou-se por considerar que sem os incentivos da
operação, a situação de atividade econômica decorrente da atividade portuária não terá
incremento previsto para a próxima década, acarretando a continuidade do quadro de
abandono das edificações, mantendo a ociosidade dos galpões e outras edificações da
região.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
84
Assim, para a análise, e somente para efeito de cálculo, estamos adotando um suposto
crescimento vegetativo das atividades já instaladas, especialmente a portuária, gerando um
suposto adensamento populacional para a estrutura já existente.
1.5.3.1 – Total de Áreas construídas e usos na área da Operação Urbana
Assim, temos o seguinte quadro atual de áreas na região como um todo.
SETOR soma área de construção
edificações (m2)
área construída residencial
área construída ñ residencial
% área construída residencial
% área construída ñ residencial
A 559.856,00 657,00 559.199,00 0,12 99,88
B 323.508,64 13.626,64 309.882,00 4,21 95,79
C 219.931,00 - 219.931,00 - 100,00
D 118.930,00 444,00 118.486,00 0,37 99,63
E 200.645,00 7.950,00 192.695,00 3,96 96,04
F 230.104,70 142.569,23 87.535,47 61,96 38,04
G 23.834,52 15.675,14 8.159,37 65,77 34,23
H 180.563,45 82.406,00 98.157,45 45,64 54,36
I 291.154,93 88.890,00 202.264,93 30,53 69,47
J 255.138,65 18.615,00 236.523,65 7,30 92,70
K 125.623,20 33.117,00 92.506,20 26,36 73,64
L 400.296,31 8.476,00 391.820,31 2,12 97,88
M 105.852,00 443,00 105.409,00 0,42 99,58
N 64.542,00 - 64.542,00 - 100,00
TOTAL 3.099.980,40 412.869,02 2.687.111,38 13,32 86,68
O uso não residencial predomina, representando 86,68% do total das áreas da Operação
Urbana. A área residencial é extensa em superfície, porém pequena em área por não ser
verticalizada. Não houve previsão de aumento de área construída.
1.5.3.2 – População Prevista (sem a implantação dos incentivos da Operação
Urbana)
Utilizando-se as áreas construídas como referência, teríamos a seguinte população
residente e flutuante nas áreas da Operação Urbana:
SETOR Nº Total de pessoas em área residencial
Nº Total de pessoas em área não residencial
Nº Total Geral de pessoas
A 22 44.736 44.758
B 454 24.791 25.245
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
85
C - 17.594 17.594
D 15 9.479 9.494
E 265 15.416 15.681
F 4.752 7.003 11.755
G 523 653 1.175
H 2.747 7.853 10.599
I 2.963 16.181 19.144
J 621 18.922 19.542
K 1.104 7.400 8.504
L 283 31.346 31.628
M 15 8.433 8.447
N - 5.163 5.163
TOTAL 13.762 214.969 282.473
O total previsto se as atividades portuárias fossem retomadas, sem aumento de área
construída, é de existirem 282.473 pessoas entre população residente, usuária e flutuante.
Neste caso, a o número de pessoas previsto para a atividade não residencial é maior do que
a existente hoje, e segue os padrões definidos na tabela 6 - índice de lotação, levando a um
aumento de população.
1.5.3.3 - Análise do cenário (sem a implantação dos incentivos da Operação
Urbana)
Neste estudo de adensamento, foi admitida a hipótese de retomada das atividades e usos
existentes, sem a utilização dos incentivos da Operação Urbana, e foi gerado o cenário sem
aumento de área construída na área definida da Operação Urbana.
São as seguintes as conclusões:
a) O cenário projetado, de retomada das atividades econômicas ligadas ao segmento
portuário, com a utilização das edificações existentes, é de difícil viabilidade.
b) Ainda assim, verificou-se que a população cresceria dos 41.818 habitantes para
cerca de 282.473, sem aumento de área construída, e com a mesma infra-estrutura
existente. Sem os recursos advindos da Operação Urbana Consorciada Da Região
do Porto do Rio de Janeiro, além das questões ambientais e urbanísticas e de infra-
estrutura, não poderão ser encaminhadas soluções para os problemas habitacionais
e de preservação do patrimônio histórico, que existem na região.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
86
Desta forma, sem a implantação dos incentivos da Operação Urbana, cria-se um cenário
projetado de difícil viabilidade de mitigação, dada a necessidade de investimentos para a
recuperação da região. Assim, com o adensamento populacional, não haverá garantia da
melhoria concomitante da infra-estrutura, não garantindo assim a qualificação ambiental e a
melhoria da qualidade de vida na região.
1.6 – MITIGAÇÃO DOS IMPACTOS
A seguir, estão listadas as medidas mitigadoras já definidas para os possíveis impactos
referentes ao adensamento populacional, ou seja, as medidas que são capazes de prevenir,
minimizar ou compensar os impactos negativos que possam ser potencialmente gerados:
1.6.1 Falta de Água potável decorrente do incremento de população – Fase de
Operação
A região da Operação Urbana Consorciada Porto Rio, que constitui a Área Diretamente
Afetada, apresenta uma densidade populacional baixa, tendo cerca de 22.000 habitantes em
uma área de 490,48 ha.
Esta área, assim como todo o município do Rio de Janeiro, é abastecida pelo Sistema
Guandu e o Sistema Ribeirão de Lajes.
A área da Operação Urbana se distingue por ser uma zona portuária, entretanto é
visualmente perceptível que não recebe investimentos de infraestrutura há décadas, seja em
iluminação pública e pavimentação, bem como em sistemas de drenagem de águas pluviais,
de abastecimento público de água e de esgotamento sanitário, à exceção da área no
entorno da Cidade do Samba e Vila Olímpica.
Com a implantação do Projeto Porto do Rio, ter-se-á um incremento populacional que
atingirá a ordem de 300.000 habitantes, entre os usos residenciais e comerciais, além de
população flutuante.
Assim, se não ocorrerem investimentos de modernização das unidades e da rede de
abastecimento de água, poderá haver escassez do produto.
Como atenuação do problema, à parte da necessidade de remanejamento de tubulações
existentes em função das vias projetadas ou mesmo reutilização de algumas tubulações, em
razão do material, diâmetro e estado de conservação, será adotado um novo sistema de
distribuição, considerando o aporte populacional e a taxa per capita do perfil dos novos
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
87
usuários, que redundarão em vazões de distribuição consideráveis. Para o atendimento da
nova demanda, prevê-se a instalação de 79 km de rede de água potável na área da
Operação Urbana.
Na figura a seguir é possível visualizar a área de projeto e as redes de distribuição, bem
como três pontos de abastecimento de água para a área.
Mapa das áreas de projeto e as redes de distribuição
Também serão feitas intervenções nas unidades existentes que contribuirão para a garantia
do abastecimento de água, a exemplo do sistema de reservação e estações elevatórias.
Dessa forma, a implementação de unidades e de rede de água potável caracteriza medida
mitigadora atenuadora dos possíveis impactos ocasionados durante a fase de operação do
empreendimento, referentes à possível escassez de água ocasionada pelo adensamento
populacional, e a relevância do impacto torna-se baixa, podendo chegar a virtualmente
ausente.
1.6.2 Falta de Esgotamento Sanitário decorrente do incremento de população – Fase
de Operação
A elevação da população projetada para a área e para as novas edificações a serem
construídos no local irão provocar um incremento nas vazões de esgoto sanitário. O atual
sistema de esgotamento sanitário não suportará estes acréscimos de vazões. Além disso,
com a ultrapassagem da vida útil da rede existente, faz-se necessário a implantação de uma
nova rede de esgotamento sanitário.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
88
Assim, para mitigar este impacto futuro foi projetada uma rede de coletores e galerias de
esgoto sanitário com diâmetros variando de 150 mm a 600 mm, sempre localizada nos
passeios com a finalidade de não danificar o asfalto por ocasião das ligações prediais. As
novas redes de coleta encaminharão novas sobrecargas de vazões para as grandes
galerias existentes ou para o coletor-tronco Centro.
Está prevista a instalação de 76 km de rede de coletores e galerias de esgoto sanitário.
A figura abaixo mostra as novas redes coletoras que serão implementadas na área da
Operação Urbana Consorciada Porto do Rio.
Novas redes coletoras na área da Operação Urbana.
A implementação deve ter a supervião do CEDAE, a quem compete a supervisão e
fiscalização de todas as obras de esgotos sanitários executadas no estado do Rio de
Janeiro.
Dessa forma, a implementação de redes coletoras e galerias de esgoto sanitário caracteriza
medida mitigadora atenuadora dos possíveis impactos ocasionados durante a fase de
operação do empreendimento, referentes à possível falta de Esgotamento Sanitário
ocasionada pelo adensamento populacional. A relevância do impacto torna-se baixa,
podendo chegar a virtualmente ausente.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
89
1.6.3 Falta de Drenagem Pluvial decorrente do incremento de população – Fase de
Operação
O planejamento para a região irá ocasionar uma quantidade maior de ruas pavimentadas e
largas e ainda a construção de inúmeros prédios, aumentando os níveis de
impermeabilização, redundando em vazões de escoamento superficial com valores
extremamente mais elevados que as atuais, da ordem de 3 a 4 vezes, se correlacionadas.
Para mitigar tal condição, o manuseio de deságües na região do cais deve ser aumentado
sensivelmente, para seccionar as áreas contribuintes e possibilitar o escoamento das águas
de chuva através de galerias circulares.
Para está prevista uma reformulação da rede de drenagem, integrando ao sistema as novas
vias criadas no marterplan, entre elas o Binário do Porto do Rio, devendo as cotas de
geratriz inferior das galerias influenciarem o nível de implantação dos túneis subterrâneos
que serão implantados sob a Av. Rodrigues Alves.
A topografia longitudinal plana é indicativa de que as galerias terão pouca inclinação, baixas
velocidades de escoamento e grandes diâmetros, que será limitado pela cota de maré
máxima da Baía de Guanabara estimada em 0,60 m. As galerias poderão trabalhar semi-
afogadas, respeitado o limite estabelecido pela RIO ÁGUAS de 85% da seção.
Além disso, recomenda-se a ampliação de galerias existentes e inclusão de novos deságues
no Cais do Porto e no Canal do Mangue na Av. Francisco Bicalho. O paramento vertical do
Cais do porto foi executado com pedras de mão fixadas com argamassa, conformando
espesso paredão a ser atravessado pelas galerias de águas pluviais, nos pontos de
deságue na Baia de Guanabara.
Novas redes de drenagem de águas fluviais.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
90
CAMERINO/MACKENZIE
FREI CANECA
CAMPO DE MARTE
A relação entre as quatro características fundamentais da chuva deverá ser considerada
como parâmetro a ser analisado para o novo projeto, sendo esta relação: intensidade,
duração, freqüência e distribuição, baseada em dados pluviográficos confiáveis e com
relativo período de observações que possibilitam segurança no dimensionamento.
Dessa forma, a implementação de reformulação da rede de drenagem caracteriza medida
mitigadora atenuadora dos possíveis impactos ocasionados durante a fase de operação do
empreendimento, referentes à possível falta de Drenagem Pluvial ocasionada pelo
adensamento populacional. A relevância do impacto torna-se baixa, podendo chegar a
virtualmente ausente.
1.6.4 Falta de Energia Elétrica decorrente do incremento de população – Fase de
Operação
Considerando-se o aumento populacional previsto para a fase de operação do
empreendimento, poderá haver falta de energia elétrica para uso da populaçao.
Assim, como medida mitigadora, deve ser realizado um re-estudo das cargas previstas em
função do aumento de população.
O empreendimento prevê a conversão de todas as redes aéreas em subterrâneas e baseia-
se em estudos das áreas de influência das subestações que alimentam as sub-regiões, e as
consultas informais realizadas contemplaram as previsões de cargas estimadas em função
da população estimada das sub-regiões.
Estudo de Cargas
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
91
1.6.4.1 – Área de Influência das Subestações
Para cada sub-região está previsto um acréscimo diferente do número de habitações,
portanto a solução proposta difere em cada sub-região.
Sub-região 1 – Rodoviária
O acréscimo estimado de 45.000 habitações nessa sub-região corresponderá a um
acréscimo estimado de 11,25 MVA de demanda nos sistemas de distribuição de energia
elétrica da Light, tanto na capacidade de transformação quanto nas redes de distribuição. As
capacidades de transformação das subestações existentes poderão a priori suportar o
crescimento pretendido. Quanto ao sistema distribuidor será necessária a instalação de pelo
menos seis novos circuitos de distribuição. A necessidade de extensões de rede de média e
baixa tensão, no entanto, deverá ser levado em consideração somente por ocasião do
detalhamento da localização dos novos empreendimentos imobiliários na região.
A conversão de rede aérea para subterrânea nesse caso é possível e aconselhável por se
tratar de redes aéreas distribuídas pelas ruas de toda a região.
Sub-região 2 – Praça Santo Cristo
O acréscimo estimado de 40.000 habitações nessa sub-região corresponderá a um
acréscimo estimado de 10 MVA de demanda nos sistemas de distribuição de energia
elétrica da Light, tanto na capacidade de transformação quanto nas redes de distribuição. As
capacidades de transformação das subestações existentes poderão a priori suportar o
crescimento pretendido. Quanto ao sistema distribuidor será necessária a instalação de pelo
menos quatro novos circuitos de distribuição. A necessidade de extensões de rede de média
e baixa tensão, no entanto, deverá ser levado em consideração somente por ocasião do
detalhamento da localização dos novos empreendimentos imobiliários na região.
A conversão de rede aérea para subterrânea nesse caso é possível e aconselhável por se
tratar de redes aéreas distribuídas pelas ruas de toda a região.
Sub-região 3 – Cidade do Samba / Vila Olímpica
A princípio não está previsto acréscimo de habitações nessa sub-região.
A conversão de rede aérea para subterrânea nesse caso e possível e aconselhável por se
tratar de redes aéreas distribuídas pelas ruas de toda a região.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
92
Sub-região 4 – Morro da Saúde
O acréscimo estimado de 10.000 habitações nessa sub-região corresponderá a um
acréscimo estimado de 2,5 MVA de demanda nos sistemas de distribuição de energia
elétrica da Light, tanto na capacidade de transformação quanto nas redes de distribuição. As
capacidades de transformação das subestações existentes poderão a priori suportar o
crescimento pretendido. Quanto ao sistema distribuidor será necessária a instalação de pelo
menos um novo circuito de distribuição. A necessidade de extensões de rede de média e
baixa tensão, no entanto, deverá ser levado em consideração somente por ocasião do
detalhamento da localização dos novos empreendimentos imobiliários na região.
A conversão de rede aérea para subterrânea nesse caso é possível e aconselhável por se
tratar de redes aéreas distribuídas pelas ruas de toda a região.
Sub-região 5 – Praça Cel. Assunção
O acréscimo estimado de 20.000 habitações nessa sub-região corresponderá a um
acréscimo estimado de 5,0 MVA de demanda nos sistemas de distribuição de energia
elétrica da Light, tanto na capacidade de transformação quanto nas redes de distribuição. As
capacidades de transformação das subestações existentes poderão a priori suportar o
crescimento pretendido. Quanto ao sistema distribuidor será necessária a instalação de pelo
menos um novo circuito de distribuição. A necessidade de extensões de rede de média e
baixa tensão, no entanto, deverá ser levado em consideração somente por ocasião do
detalhamento da localização dos novos empreendimentos imobiliários na região.
A conversão de rede aérea para subterrânea nesse caso é possível e aconselhável por se
tratar de pequeno trecho de rede aérea instalada na Av. Venezuela.
Sub-região 6 – Praça Mauá
O acréscimo estimado de 10.000 habitações nessa sub-região corresponderá a um
acréscimo estimado de 2,5 MVA de demanda nos sistemas de distribuição de energia
elétrica da Light, tanto na capacidade de transformação quanto nas redes de distribuição,
que a priori poderão suportar sem grandes investimentos o crescimento pretendido. A
necessidade de extensões de rede de média e baixa tensão, no entanto, deverá ser levado
em consideração somente por ocasião do detalhamento da localização dos novos
empreendimentos imobiliários na região.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
93
A conversão de rede aérea para subterrânea nesse caso não é aconselhável por se tratar
de rede instalada em morro com alto nível de dificuldade para o enterramento da rede
elétrica.
Sub-região 7 – Central do Brasil
O acréscimo estimado de 10.000 habitações nessa sub-região corresponderá a um
acréscimo estimado de 2,5 MVA de demanda nos sistemas de distribuição de energia
elétrica da Light, tanto na capacidade de transformação quanto nas redes de distribuição,
que a priori poderão suportar sem grandes investimentos o crescimento pretendido. A
necessidade de extensões de rede de media e baixa tensão, no entanto, devera ser levado
em consideração somente por ocasião do detalhamento da localização dos novos
empreendimentos imobiliários na região.
A conversão de rede aérea para subterrânea nesse caso é possível e aconselhável por se
tratar de rede instalada em ruas de pequeno transito.
Sub-região 8 – Metrô Comercial
O acréscimo estimado de 5.000 habitações nessa sub-região corresponderá a um
acréscimo estimado de 1,25 MVA de demanda nos sistemas de distribuição de energia
elétrica da Light, tanto na capacidade de transformação quanto nas redes de distribuição. As
capacidades de transformação das subestações existentes poderão a priori suportar o
crescimento pretendido. Quanto ao sistema distribuidor será necessária a instalação de pelo
menos um novo circuito de distribuição. A necessidade de extensões de rede de média e
baixa tensão, no entanto, deverá ser levado em consideração somente por ocasião do
detalhamento da localização dos novos empreendimentos imobiliários na região.
A conversão de rede aérea para subterrânea nesse caso é possível e aconselhável por se
tratar de redes aéreas distribuídas pelas ruas de toda a região.
Sub-região 9 – Metrô Manutenção
O acréscimo estimado de 10.000 habitações nessa sub-região corresponderá a um
acréscimo estimado de 2,50 MVA de demanda nos sistemas de distribuição de energia
elétrica da Light, tanto na capacidade de transformação quanto nas redes de distribuição. As
capacidades de transformação das subestações existentes poderão a priori suportar o
crescimento pretendido. Quanto ao sistema distribuidor será necessária a instalação de pelo
menos um novo circuito de distribuição. A necessidade de extensões de rede de média e
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
94
baixa tensão, no entanto, devera ser levado em consideração somente por ocasião do
detalhamento da localização dos novos empreendimentos imobiliários na região.
A conversão de rede aérea para subterrânea nesse caso é possível e aconselhável por se
tratar de redes aéreas distribuídas pelas ruas de toda a região.
Dessa forma, a revisão das cargas e a melhoria das redes de distribuição de energia
caracteriza medida mitigadora atenuadora dos possíveis impactos ocasionados durante a
fase de operação do empreendimento, referentes à possível falta de Energia Elétrica
ocasionada pelo adensamento populacional. Assim, a relevância do impacto torna-se baixa,
podendo chegar a virtualmente ausente.
1.7 – CONCLUSÕES
1.7.1 Análise dos Cenários
Neste estudo de adensamento, além da situação existente, três cenários foram gerados:
• Operação Urbana Consorciada com estoque de CEPAC
• Operação Urbana Consorciada, sem estoque definido
• Ausência dos incentivos da Operação
É o seguinte o quadro com o resumo dos cenários:
Situação Áreas de
construção edificações (m2)
área construída
uso residencial
área construída uso não
residencial
Nº de pessoas uso residencial
Nº de pessoas uso não
residencial
Nº potencial de pessoas
Cenário 1 - OP com estoque de CEPAC
4.822.586,59 2.583.263,98 2.239.322,61 84.388 223.932 308.320
Cenário 2 - OP sem estoque de CEPAC
5.270.995,50 2.797.536,00 2.473.459,50 93.251 247.346 340.597
Cenário 3 - sem a Operação Urbana
3.099.980,40 412.869,02 2.687.111,38 13.762 268.711 282.473
A comparação dos três cenários, a partir do quadro atual, conduz as seguintes conclusões:
A existência de estoque de potencial adicional de construção, garantirá o controle da
qualidade ambiental, social, e urbanística da Operação Urbana Consorciada do Porto do
Rio, estabelecendo limites para o adensamento em função da infra-estrutura implantada
(cenário 1). Já a situação sem estoque de CEPAC definido (cenário 2), não garante a
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
95
garante a qualidade ambiental, social, e urbanística da região, pois não haverá limite para o
adensamento em função da infra-estrutura implantada.
O crescimento de área construída, previsto para o cenário da Operação Urbana
Consorciada do Porto do Rio (cenário 1), é similar ao previsto no cenário do sem a operação
urbana (cenário 3). A diferença situa-se no fato de que no cenário 1, com a Operação
urbana, haverá garantia de que as receitas advindas da outorga onerosa sejam
integralmente aplicadas na área da operação urbana, gerando investimentos diretos em
infra-estrutura, trazendo melhoria à região. No cenário 3, sem a utilização dos incentivos da
Operação Urbana, nada garante investimentos na região, gerando adensamento sem a
correspondente infra-estrutura, podendo gerar inúmeros impactos ambientais e urbanísticos.
Assim, com os recursos advindos da Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do
Rio, além das questões ambientais e urbanísticas e de infra-estrutura, poderão ser
encaminhadas soluções para os problemas habitacionais e de patrimônio histórico que
existem na região.
1.7.2 Obras de Infra-estrutura
Com as obras previstas de infra-estrutura, prevendo a implementação de unidades e de
rede de água potável; a implementação de redes coletoras e galerias de esgoto sanitário; a
implementação de reformulação da rede de drenagem e a revisão das cargas e a melhoria
das redes de distribuição de energia elétrica, o aumento populacional previsto não
provocará falta de água potável para a população, nem falta de esgotamento sanitário. A
drenagem da água pluvial será incrementada, e as redes de energia elétrica serão
adequadas para atender os níveis de demanda ocasionados por esse incremento
populacional.
Assim, pode-se dizer que com a implementação das ações mencionadas, a relevância dos
impactos ocasionados pelo aumento de população torna-se baixa, podendo chegar a
virtualmente ausente.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
300
10.1 FLORA 10.1.1 INTRODUÇÃO O processo de urbanização da cidade do Rio de Janeiro, assim como das demais
metrópoles brasileiras inseridas no Bioma da Mata Atlântica, ocasionou uma expressiva
diminuição da vegetação (INEA, 2009). Desta forma, a antropização da cidade tornou
necessária a sua arborização. Segundo Pedrosa (1983), a arborização de vias públicas ou
urbanas consiste em trazer para as cidades – pelo menos simbolicamente – um pouco do
ambiente natural e do verde das matas, com a finalidade de satisfazer às necessidades
mínimas do ser humano.
Lombardo (1990) afirma que a arborização ajuda na caracterização da paisagem de ruas,
parques e praças, além de contribuir para dar noção de espaço ao ser humano e realçar o
ambiente físico da cidade. Por isso, na implantação de projetos de arborização urbana, é
fundamental que haja planejamento adequado com definição dos objetivos e das possíveis
metas qualitativas e quantitativas (MILANO & DALCIN, 2000). O aprofundamento dos
estudos relativos à arborização urbana se faz cada vez mais necessário, na medida em que
estes comprovam a contribuição da arborização na melhoria da qualidade de vida da
população (PAIVA e GONÇALVES, 2002 in CAZNOK, 2008).
Segundo Guzzo (1999), pode-se dizer que os benefícios trazidos com a arborização da
empresa são:
a) Estabilidade microclimática, através da diminuição da temperatura, aumento da
umidade do ar e fornecimento de sombra;
b) Melhora das condições do solo urbano, pois reduz o impacto das gotas da chuva
sobre o solo e a erosão (MENDONÇA, 2000);
c) Direcionamento do vento;
d) Melhora do ciclo hidrológico, influenciando no balanço hídrico, o que favorece a
infiltração da água no solo e provocando evapo-transpiração mais lenta;
e) Redução da poluição atmosférica. Apesar de a arborização não ser a solução para
o problema da poluição atmosférica, as folhas, galhos e troncos tem a capacidade de
remover material sólido particulado do ar; f) Melhora das condições de conforto acústico. Segundo Milano (1984), os vegetais
diminuem a reverberação do som, promovendo a redução dos níveis de ruído. De
acordo com Paiva e Gonçalves (2002), duas fileiras de arbustos grandes ou árvores,
plantado nas margens de uma auto-estrada podem reduzir o barulho em cerca de
um decibel para cada 1,20m de espessura;
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
301
g) Redução da intensidade da luz refletida. Mendonça (2000) afirma que a
arborização urbana ajuda na absorção de parte dos raios solares;
h) Aumento da biodiversidade (SANCHOTENE, 1994 apud CAZNOK, 2008);
i) Benefícios estéticos.
Apesar dos inúmeros benefícios que proporciona ao meio ambiente, a presença da
arborização no meio urbano não é isenta de conflitos (COELBA, 2002 apud CAZNOK,
2008). Grandes dificuldades são encontradas ao implantar o verde nas cidades,
principalmente, conciliado à presença de equipamentos urbanos e ao tratamento de sua
manutenção (CAZNOK, 2008).
Segundo Pedrosa (1983), para que a presença da árvore na via pública não seja
inconveniente, há necessidade da escolha das espécies mais aconselhadas para cada rua
ou para cada cidade.
Para Lima (1995), cada cidade tem clima próprio e tipo de solo diferente. É importante que a
diversidade da espécie seja respeitada e que se dê preferência às árvores comuns da
região. A regra número um de uma saudável política de arborização urbana é a
diversificação das espécies. Santamour Junior (1990) salienta que a maior diversidade de
espécies de árvores na paisagem urbana se faz necessária para garantir o máximo de
proteção contra pragas e doenças. Dessa forma, segundo o autor, recomenda-se não
exceder mais que 10% da mesma espécie, 20% de algum gênero e 30% de uma família
botânica.
Para tanto, é preciso um diagnóstico sobre a arborização das vias públicas e também a
aquisição de conhecimentos sobre as características das espécies de árvores (ANGELIS
NETO et al., 2006). Segundo Milano (1983), a análise da arborização de ruas é realizada
por meio de inventários que, em função dos objetivos especificamente definidos, serão
fundamentados em diferentes metodologias e poderão apresentar diferentes graus de
apreciação. Este inventário pode ser total, em cidades de pequeno a médio porte ou parcial,
por meio de amostragens, em cidades de grande porte.
As árvores devem ser distribuídas nas ruas de uma forma estética e paisagística e, portanto,
a diversificação das espécies não implica no plantio aleatório. Recomenda-se manter uma
uniformidade dentro das quadras ou mesmo dentro das ruas e avenidas utilizando uma ou
até mesmo duas espécies (GRAZIANO, 1994).
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
302
No perímetro da Operação Urbana – Área Diretamente Afetada – , assim como no município
do Rio de Janeiro – Área Indiretamente Afetada –, a vegetação é constituída principalmente
por espécies utilizadas na arborização de logradouros, parques e praças, constituindo dessa
forma, as áreas verdes.
Áreas verdes são quaisquer espaços livres nos quais há predomínio de vegetação arbórea,
correspondendo, em geral, o que se conhece como parques, jardins ou praças (LLARDENT,
1982 apud HARDER 2006). Os canteiros centrais de avenidas e os trevos e rotatórias de
vias públicas que exercem apenas funções estéticas e ecológicas, devem, também,
conceituar-se como área verde. Entretanto, as árvores que acompanham o leito das vias
públicas não devem ser consideradas como tal, pois as calçadas são impermeabilizadas
(LOBODA, 2005). A ONU, OMS ou FAO considera ideal o índice de 12 m2 de área
verde/habitante.
No que diz respeito às praças e parques, as praças foram criadas para que pudesse haver o
convívio social, à troca e ao comércio, constituindo verdadeiros espaços populares. Entre
exemplos de praças podem ser citadas a Praça da Apoteose, Praça Mauá, Praça Quinze de
Novembro, Praça Onze, Largo do Machado e Largo da Carioca. Já os parques foram
criados de forma a estabelecer uma relação mais formal e disciplinada com os usuários,
através da contemplação da natureza. Entre exemplos de parques cuja vegetação tem
importância relevante no município do Rio de Janeiro, pode-se citar o Jardim Botânico, o
Parque da Quinta da Boa Vista, o Passeio Público do Rio de Janeiro, o Parque do
Flamengo, o Parque Henrique Lage, o Parque Eduardo Guinle, o Bosque da Barra e o
Parque da Cidade (Fonte: Fundação de Parques e Jardins, 2009).
Nas praças, parques, logradouros e ruas da cidade, as principais espécies introduzidas na
arborização urbana são algodoeiro-da-praia (Hibiscus tiliaceus), abricó-de-macaco
(Couroupita guianensis), casuarina (Casuarina equisetifolia), chapéu-de-sol (Terminalia
catappa), coqueiro-da-bahia (Cocos nucifera), figueiras (Ficus sp), flamboyant (Delonix
regia), ipê (Tabebuia sp), jerivá (Syagrus romanzoffiana), oiti (Licania tomentosa),
mangueira (Mangifera indica), mungubá (Pachira aquatica), paineira (Ceiba speciosa),
palmeira imperial (Roystonea oleracea), pata-de-vaca (Bauhinia variegata), pau-brasil
(Caesalpinia echinata), pau-rei (Pterygota brasiliensis).
Na cidade, também se pode verificar a presença de espécies vegetais em encostas de
morros. Essa vegetação é principalmente constituída por remanescentes de Mata Atlântica,
compondo a Floresta Ombrófila Densa. A diversidade de espécies é grande e, entre as
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
303
principais famílias encontradas estão: Myrtaceae, Lauraceae, Euphorbiaceae,
Flacourtiaceae, Rubiaceae, Fabaceae, Solanaceae, Moraceae, Mimosaceae, Annonaceae,
Meliaceae, Myrsinaceae, Sapotaceae, Asteraceae, Bignoniaceae, Rutaceae, Sapindaceae,
Aquifoliaceae, Arecaceae, Cecropiaceae e Verbenaceae.
Segundo a Fundação de Parques e Jardins e a Secretaria do Meio Ambiente, alguns
projetos de órgãos oficiais têm colaborado com a recuperação e com a manutenção de
Áreas Verdes no Município, como o Programa Adoção de Áreas Verdes (associações de
moradores ou entidades sociais “adotam” determinada área, encarregando-se de sua
manutenção e conservação e envolvendo a população local), Projeto Rio Horta (criação de
uma rede de hortas na cidade, onde a atividade principal é a horticultura orgânica e onde
são dados cursos, treinamentos, oficinas livres e visitas orientadas) e Campanhas Educativas (ex. de campanhas realizadas: Educação Sonora; O Carioca Ama as Árvores;
Patrulheiros Cicloviários; Dengue; Incêndios Florestais; Apague Esta Idéia; Rio Verão etc.).
10.1.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS O levantamento da arborização urbana do presente estudo foi realizado no mês de Outubro
de 2009 na Área Diretamente Afetada pela OUC do Porto do Rio, que abrange a própria
área da Operação.
O levantamento arbóreo foi delimitado por setor definido no Projeto do Porto do Rio (setores
A, B, C, D, E, F, G, H, I, J K, L, M e N). Para localização das vias públicas nos setores, foi
utilizada planta planialtimétrica na escala 1:12.500. As árvores foram identificadas, conforme
o tipo de espécie encontrado e também a sua localização.
Algumas vias são abrangidas por dois ou mais setores, pois são limítrofes a eles. Sendo
assim, essas vias foram consideradas apenas em um dos setores, a não ser quando a
divisão entre um setor e outro está claramente delimitada (ex. Francisco Bicalho, Avenida
Rodrigues Alves). Alguns setores possuem vias públicas de difícil acesso ou de acesso até
mesmo restrito (como setores H, K e N). Por este motivo, o levantamento não foi realizado
em todas as vias públicas destes setores, mas os maiores adensamentos de vegetação
nestes locais foram visitados para a coleta de dados.
O método utilizado no levantamento arbóreo foi de caráter quali-quantitativo. Procurou-se
obter as seguintes informações: data da coleta dos dados, nome do logradouro, nome das
espécies arbóreas e quantidade das espécies encontradas. Em alguns locais, também se
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
304
observou a área permeável dos passeios e a adequação da escolha das espécies às vias
públicas (no que diz respeito ao tamanho compatível da copa ao espaço disponível da via e
ao sistema radicular prejudicial ou não ao calçamento).
As diferentes espécies encontradas em cada logradouro foram fotografadas e mapeadas em
campo em uma planta planialtimétrica. A identificação da espécie, sempre que possível, foi
feita em campo. As espécies que não foram identificadas em campo foram posteriormente
classificadas através de fotos detalhadas dos exemplares.
Posteriormente, as fotografias foram segregadas de acordo com o logradouro onde foram
encontradas e o mapeamento das árvores em planta planialtimétrica foi transferido para
meio eletrônico (AutoCAD). Através do mapeamento, foi possível calcular o Índice de Áreas
Verdes.
10.1.2.1 Cálculo de Áreas Verdes Na metodologia utilizada para calcular o índice de áreas verdes total (IAVT) da área do
projeto, foi considerado o somatório das áreas totais das praças (expresso em metro
quadrado), dividido pelo número de habitantes da área urbana:
IAVT = Σ das áreas totais das praças + áreas verdes n° de habitantes da área urbana
Foram consideradas somente as áreas verdes públicas localizadas na zona urbana e
ligadas ao uso direto da população residente nessa área (NUCCI, 2001 apud LOBODA,
2005). Durante o levantamento arbóreo e através de plantas da área da OUC do Porto do
Rio, foi possível identificar as áreas verdes públicas na zona urbana.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
305
10.1.3 SITUAÇÃO ATUAL
10.1.3.1 Quantificação de Árvores por Setor Como descrito em metodologia, em cada setor delimitado na área da OUC do Porto do Rio
foram contabilizados exemplares arbóreos, com exceção dos setores H, K e N. Na tabela 1,
consta a quantidade de árvores levantada por setor.
Tabela 1. Quantidade de árvores por setor
ÁRVORES NOS SETORES
SETOR A 839 SETOR H -
SETOR B 270 SETOR I 6
SETOR C 385 SETOR J 360
SETOR D 241 SETOR K -
SETOR E 510 SETOR L 202
SETOR F 49 SETOR M 374
SETOR G 34 SETOR N -
TOTAL 3.270
Cada exemplar arbóreo encontrado foi identificado até o nível de espécie. Na tabela 2, são
apresentadas quais e quantas espécies de árvores foram localizadas nos setores da OUC.
Tabela 2. Quantidade de espécies contabilizadas por setor
ESPÉCIES DE ÁRVORES SETORES TOTAL DE
CADA ESPÉCIE A B C D E F G H I J K L M N
ALGODEIRO-DA-PRAIA 3 9 7 NC 19AMOREIRA-NEGRA 1 3 4ARECA-BAMBU 37 2 4 3 NC 9 NC 3 58ÁRVORE-DA-FELICIDADE 2 4 6ÁRVORE-GUARDA-CHUVA 1 4 6 11BANANEIRA 27 11 4 2 2 NC NC NC NC 46CACAUEIRO 1 1CARIOTA-DE-TOUCEIRA 3 3CÁSSIA 18 22 11 1 35 NC 4 NC 1 25 NC 20 NC 137CÁSSIA ROSA 48 1 1 NC 9 59CHAPÉU-DE-SOL 23 40 27 34 26 4 10 NC 2 42 NC 9 15 NC 232COQUEIRO-DA-BAHIA 28 2 7 NC 3 40DRACENA 20 2 2 1 2 NC 34 2 63ESPIRRADEIRA 10 1 12 NC NC 1 NC 24ESTEFANOTE 3 3ESTERCÚLIA 2 2EUFÓRBIA 2 2F. ASIÁTICA 19 6 1 11 16 NC NC 3 8 NC 64F. BENJAMINA 46 5 11 16 1 NC 5 NC 1 10 95
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
306
F. RELIGIOSA 3 44 73 4 18 142FALSA SERINGUEIRA 4 1 5 NC 2 3 NC 15FIGUEIRA 3 1 2 6FLAMBOYANT 31 1 30 5 1 1 NC NC 1 70GOIABEIRA 1 1GRAPTOFILO 1 1GUAIMBÊ 32 32HIBISCUS 16 28 8 4 56IPÊ 13 8 27 3 51IPÊ AMARELO 4 3 1 2 NC 10IPÊ ROSA 13 19 19 1 22 74IÚCA 76 10 2 28 7 3 3 4 133JAQUEIRA 1 1 2JASMIM MANGA 2 1 3JERIVÁ 8 5 4 47 1 2 NC NC 6 4 NC 77LEUCENA 2 3 13 NC 18MAMOEIRO 8 1 9MANGUEIRA 14 11 13 15 8 3 3 NC 2 NC 8 NC 77MIRINDIBA-ROSA 24 3 27MUNGUBA 6 6 23 14 29 2 NC 1 37 NC 1 60 179OITI 229 115 155 98 123 4 NC 80 135 105 NC 1044PALMEIRA-BEATRIZ 2 2PALMEIRA-ELEGANTE 22 22PALMEIRA-DE-MARCARTHUR 3 3PAL. IMP. COCA-COLA 7 1 11 23 42PALMEIRA IMPERIAL 8 3 1 1 NC 19 4 36PALMEIRA REAL 3 3PALMEIRA-DE-MANILA 5 5PALMEIRA-LEQUE-DA-CHINA 17 2 6 2 NC 27PALMEIRA-LEQUE-DE-FIJI 1 1PALMEIRA-RABO-DE-PEIXE 5 1 10 16PALMEIRA-RABO-DE-RAPOSA 1 1PALMEIRA-RÁPIS 1 1PALMEIRA-TRIÂNGULO 1 1PATA-DE-VACA 54 5 18 1 1 79PAU-BRASIL 10 23 33PAU-FERRO 3 10 3 31 47PAU-REI 1 1PINHEIRO 4 1 1 NC 2 1 9PLECTRANTO 1 1 2PRIMAVERA 7 14 NC 21RESEDÁ-GIGANTE 2 2SIBIPIRUNA 9 9TAMAREIRA-ANÃ 4 4TAMAREIRA-DAS-CANÁRIAS 7 7
Total 839 270 385 241 510 49 34 NC 6 360 NC 202 374 NC 3.270 NC = Não Contabilizado
Para a identificação dos locais das espécies arbóreas encontradas no levantamento,
elaborou-se um mapa com a localização da arborização e a identificação do tipo de espécie
de vegetação.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
307
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio PATRIMÔNIO NATURAL
308
Através da quantidade de árvores contabilizada e tendo em vista a extensão do perímetro
da OUC do Porto do Rio, a arborização da região não é expressiva. Poucos locais dentro do
perímetro possuem um adensamento arbóreo expressivo, sendo que a maior parte das
árvores contabilizadas está localizada nas calçadas das ruas. Desta forma, pode-se concluir
que a área da OUC não possui vegetação arbórea significativa até o momento.
10.1.3.2 Áreas Verdes
Foram quantificadas ás áreas verdes existentes nos setores delimitados na OUC.
No Setor “A” foram contabilizadas nove áreas verdes entre praças e áreas públicas
arborizadas. Também foram quantificados os corredores verdes. Estes locais ocupam
10.193 m² no Setor “A”, correspondendo a 1,85% do setor. Desta forma, apesar do número
de áreas verdes ser grande, essas áreas são pouco expressivas em tamanho no setor A.
Cabe ressaltar que, apesar de ter sido encontrado o maior número de exemplares arbóreos
(850) no setor “A” comparado aos outros setores, a área verde deste setor não é a mais
expressiva da Operação Urbana. Isto porque nem todos os exemplares arbóreos estão
presentes em áreas verdes.
O Setor B possui duas áreas verdes, além dos corredores verdes, totalizando uma área de
7.192 m², com 1,34% do setor ocupado por áreas verdes. O total de exemplares arbóreos
registrados foi de aproximadamente 270 exemplares.
O total de metros quadrados de áreas verdes presentes no Setor C foi de 16.697 m2,
incluindo os corredores verdes. O percentual de áreas verdes em relação à área total do
Setor C foi de 4,76%. O número total de árvores no Setor C não variou muito em relação ao
Setor B, com 337 árvores identificadas.
O Setor D possui 12.768 m², ocupando 4,44% do total deste setor, já incluindo os
corredores verdes. O número de árvores encontradas neste setor foi de 241 exemplares.
O Setor E apresenta a maior área verde em metros quadrados no perímetro da Operação
Urbana, totalizando cerca de 33.643 m² distribuídos em cinco áreas verdes, e totalizando
5,33% de áreas verdes em relação à área do setor. O número de árvores encontradas neste
setor é de 514, sendo inferior apenas ao do Setor A.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio PATRIMÔNIO NATURAL
309
O Setor F apresenta uma área verde ocupando em torno de 24.876 m², com um percentual
de 6,23% de áreas verdes em relação à área do setor. O Parque Vila Formosa é em grande
parte responsável por esta porcentagem.
No Setor G, a única área verde presente é um campo de futebol de terra, que não foi
contabilizado. A vegetação presente em encostas de morros não foi considerada como área
verde, nem as árvores foram contabilizadas (apenas os exemplares avistados foram
identificados). O mesmo é válido para o Setor H, que não possui áreas verdes, apenas
vegetações esparsas no morro.
Duas áreas verdes foram localizadas no Setor I, ocupando 212, m², representando apenas
0,05% da área total do Setor.
O Setor J apresenta um grande número de áreas verdes, ocupando 13.104 m², o que
equivale a 4,91% do total do setor. Este percentual é significativo quando comparado aos
demais setores, sendo inferior apenas aos percentuais dos Setores E e F. No setor J foram
identificados 310 exemplares arbóreos.
O Setor K possui algumas áreas verdes que ocupam 1.013 m², representando 0,56% do
total do Setor. Já no Setor L há árvores presentes em locais não considerados como áreas
verdes, e foram identificados 205 exemplares arbóreos.
No Setor M foram encontrados 376 exemplares arbóreos. No Setor N foram verificados 767
m² de área verde, representando um percentual de 0,21% de área verde em relação à área
do setor.
Assim, pode-se concluir que a área atual da Operação Urbana do Porto do Rio atualmente
possui um índice pouco expressivo de áreas verdes. Mesmo no setor onde o maior índice de
áreas verdes foi contabilizado (Setor E = 5,33%), este índice ainda é baixo quando
comparado à área total do setor.
Abaixo, estão representadas as áreas verdes contabilizadas em cada setor.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio PATRIMÔNIO NATURAL
310
Tabela 3. Quantificação de Áreas Verdes por Setor
SETOR Área Total Áreas Verdes Existentes % do Setor
A 552.157,05 10.193 1,85
B 538.154,37 7.192 1,34
C 350.451,32 16.697 4,76
D 287.527,64 12.768 4,44
E 672.473,89 33.643 5,00
F 410.919,04 24.876 6,05
G 88.007,21 - -
H 316.872,16 - -
I 410.512,32 212 0,05
J 266.662,68 13.104 4,91
K 180.611,05 1.013 0,56
L 190.914,42 - -
M 265.966,98 - -
N 362.632,88 767 0,21
Total 4.893.863 120.465 2,46
10.1.3.2.1 – Índice de Áreas Verdes em relação à área da Operação Urbana O índice de áreas verdes em relação à área da Operação Urbana equivale à somatória de
todas as áreas verdes existentes na área da Operação Urbana, dividida pela área total da
Operação Urbana, e é de 2,46% de áreas verdes em relação à área total do
empreendimento.
ÍNDICE DE ÁREAS VERDES EXISTENTES
(% da área da operação) Área Verde (m2) Área OP Índice (%)
120.465 4.893.863 2,46
10.1.3.2.2 – Índice de Áreas Verdes por Habitante O total de áreas verdes existentes na região do empreendimento foi de 120.465 m² (áreas
verdes públicas). O número total de habitantes na área considerado no cálculo foi de 22.879
habitantes.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio PATRIMÔNIO NATURAL
311
Na metodologia utilizada para calcular o índice de áreas verdes total (IAVT) da área do
projeto, foi considerado o somatório das áreas totais das praças (expresso em metro
quadrado), dividido pelo número de habitantes da área urbana:
IAVT = Σ das áreas totais das praças + áreas verdes n° de habitantes da área urbana
O índice de áreas verdes por habitante equivale à somatória de todas as áreas verdes
existentes na área da Operação Urbana, dividida pelo número de habitantes da área, e é de
5,27 m2 por habitante.
ÍNDICE DE ÁREAS VERDES EXISTENTES
(por habitante) Área Verde (m2) Habitantes Índice (m2 / hab)
120.465 22.879 5,27
10.1.3.2.3 – Índice de Cobertura Vegetal relação à área da Operação Urbana O índice de cobertura vegetal em relação à área da Operação Urbana equivale à somatória
de todos os diâmetros definidos pela projeção das copas das árvores existentes na área da
Operação Urbana, dividida pela área total da Operação Urbana, e é de 0,17% de áreas de
copas em relação à área total do empreendimento.
ÍNDICE DE COBERTURA VEGETAL EXISTENTE (% da área da operação)
Cobertura Vegetal (m2) Área OP Índice (%)
18.000 4.893.863 0,37
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio PATRIMÔNIO NATURAL
312
10.1.4 INTERVENÇÕES PROPOSTAS PELA OUC DO PORTO DO RIO ASSOCIADAS À FLORA A OUC do Porto do Rio propõe o aumento da Cobertura Vegetal na Área Diretamente
Afetada. Haverá a criação de áreas verdes (distribuída por todos os setores), recuperação
das áreas verdes existentes, transformação de vias em corredores verdes (total de 39,62
km) e reflorestamento de encostas ocupadas por processos de favelização. Estes elementos
funcionarão de forma integrada, com a interligação dos espaços públicos (como praças e
parques) através dos corredores verdes.
10.1.5 IMPACTOS PREVISTOS - SITUAÇÃO FUTURA A seguir, são apresentados os possíveis impactos ocasionados pela OUC da Região do
Porto do Rio que podem influenciar na vegetação arbórea.
10.1.5.1 Aumento da Cobertura Vegetal – Fase de Operação O projeto de Revitalização da área Portuária prevê o plantio de 11 mil mudas de árvores
distribuídas em 40 km de corredores verdes, praças existentes e instaladas e no
reflorestamento das encostas dos morros.
O plantio das árvores resultará em vários impactos positivos como: aumento da área
cobertura vegetal que tem o papel de habitat para várias espécies da avifauna. Isto
aumentará a oferta para o aumento do número de indivíduos de espécies já existentes, além
de favorecer a vinda de espécies outrora afugentadas da região. Também haverá uma
significativa melhoria de sensação térmica nas áreas arborizadas como resultado da
influência no microclima local. Por fim, áreas arborizadas também refletem em perceptível
redução da intensidade sonora, visto que a densidade arbórea proporciona aumento da
redução do ruído devido servir como obstáculo natural.
Desta forma, os impactos positivos poderão ser percebidos tanto na área diretamente
afetada, quanto na área indiretamente afetada.
10.1.5.2 Interferência em calçadas, redes elétricas e avifauna – Fase de Operação Caso o plantio de 11 mil mudas na área da OUC do Porto do Rio não seja planejado de
maneira adequada, isso poderá impactar negativamente algumas infraestruturas urbanas,
tais como fiação, rede elétrica, calçamento, além de poder interferir negativamente na
diversificação de avifauna (contribuindo muito com o desenvolvimento populacional de
algumas espécies e consequentemente inibindo o desenvolvimento de outras, por exemplo).
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio PATRIMÔNIO NATURAL
313
Este impacto foi considerado devido ao grande número de árvores que serão plantadas na
região da OUC do Porto do Rio.
10.1.5.3 Aumento de Áreas Verdes Públicas – Fase de Operação Com a Operação Urbana, as áreas verdes públicas no perímetro da operação aumentarão
significativamente. Atualmente as áreas verdes públicas correspondem a 120.465m² em
todo o perímetro. Com a implantação da Operação, as áreas verdes públicas terão um
acréscimo (através da recuperação de áreas públicas invadidas e criação de novas) que
corresponderá aproximadamente a 416.026 m² acrescidos, totalizando 536.491 m², o que
significa um aumento de 445,35%. Teremos como decorrência, o aumento da área permeável da região, diminuindo a ocorrência de inundações. Desta forma, teremos um
aumento de 2,46% para 10,96% de área verde em relação à área total do empreendimento,
ÍNDICE DE ÁREAS VERDES EXISTENTE (% da área da operação)
Área Verde (m2) Área OP Índice (%)
120.465 4.893.863 2,46
ÍNDICE DE ÁREAS VERDES FUTURO (% da área da operação)
Área Verde (m2) Área OP Índice (%)
451.491 4.893.863 10,96
10.1.5.4 Aumento da permeabilidade em áreas verdes públicas – Fase de Operação Em decorrência do aumento das áreas verdes públicas, haverá um aumento expressivo do
índice de permeabilidade do solo. O índice de permeabilidade é calculado dividindo-se o
total de áreas permeáveis pelo total da área do empreendimento. Teremos assim um
aumento de 2,46% para 10,96% do índice de permeabilidade.
ÍNDICE DE PERMEABILIDADE DO SOLO EXISTENTE (por hab)
Áreas Permeáveis (m2) Área OP Índice (%)
120.465 4.893.863 2,46
ÍNDICE DE PERMEABILIDADE DO SOLO FUTURO (por hab)
Áreas Permeáveis (m2) Área OP Índice (%)
451.491 4.893.863 10.96
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio PATRIMÔNIO NATURAL
314
10.1.5.5 Aumento da permeabilidade em áreas verdes privadas – Fase de Operação Em decorrência da obrigatoriedade de se manter nos lotes uma área permeável ainda não
regulamentada, mas estimada em cerca de 15% da área do lote, haverá um aumento
expressivo do índice de permeabilidade do solo nas área privadas. O índice de
permeabilidade é calculado dividindo-se o total de áreas permeáveis nas áreas privadas
pelo total da área do empreendimento. Teremos assim um acréscimo de 2,09% ao índice de
permeabilidade das áreas públicas decorrente das áreas com incentivos de CEPAC.
ÍNDICE DE ÁREAS VERDES SETOR PRIVADO (% da área da operação)
Área Verde (m2) Área OP Índice (%)
102.219,92 4.893.863 2,09
Assim, o acréscimo total de permeabilidade, somando-se as áreas públicas e privadas, será
de 13, 05%, totalizando uma área de permeabilidade de 638.711m2.
Se somarmos as áreas permeáveis verificadas nos lotes restantes na área da Operação
Urbana, teremos o seguinte quadro de permeabilidade:
SETOR Total de áreas
permeáveis existente
% de áreas permeáveis
existente
áreas permeáveis com OP 15% áreas
de lotes cepac
áreas permeáveis com OP (áreas
verdes)
total áreas permeáveis
existentes + OP
% de áreas permeáveis
com OP
A 36.705,41 0,75 7.678,08 145.612,00 171.041,56 3,50
B 58.193,61 1,19 14.722,96 102.441,00 169.462,57 3,46
C 23.365,19 0,48 19.367,58 52.948,00 84.362,52 1,72
D 23.975,17 0,49 19.198,40 12.830,00 48.947,19 1,00
E 119.833,46 2,45 13.987,36 7.705,00 137.681,25 2,81
F 38.324,56 0,78 1.620,10 0,00 39.059,89 0,80
G 13.857,57 0,28 0,00 13.857,57 0,28
H 38.060,96 0,78 85.000,00 123.061,74 0,78
I 31.559,40 0,64 4.612,74 0,00 34.570,14 0,71
J 19.028,17 0,39 2.337,26 0,00 18.813,48 0,38
K 19.467,27 0,40 0,00 19.467,27 0,40
L 10.952,55 0,22 0,00 10.952,55 0,22
M 30.826,26 0,63 9.490,00 34.498,13 0,70
N 41.262,49 0,84 18.695,45 0,00 59.957,94 1,23
TOTAL 505.412,08 10,33% 102.219,92 416.026,00 965.733,81 18,00%
Assim, a permeabilidade do solo considerando-se as áreas públicas e privadas será
aumentada em 91,07%, elevando o índice para 18%, e totalizando uma área de
permeabilidade de 965.733,81 m2.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio PATRIMÔNIO NATURAL
315
10.1.5.6 Diminuição do índice de áreas verdes por habitante – Fase de Operação Temos hoje na região da Operação Urbana 5,27 m² por habitante. Este índice é decorrente
da pouca quantidade de população na região. No quadro futuro, mesmo com o aumento de
áreas verdes, haverá também o aumento da população residente para cerca de 200.000
habitantes. Com isso, o índice de áreas verdes iria para 2,26 m² por habitante. Porém, com
a proposição de implementação de novas áreas para reflorestamento na Operação,
sobretudo na região do Morro da Providência (setor H), totalizando aproximadamente
85.000,00 m2 de área, o índice previsto é de 2,68 m² por habitante.
ÍNDICE DE ÁREAS VERDES EXISTENTE
(por habitante)
Área Verde (m2) Habitantes Índice (m2 / hab)
120.465 22.879 5,27
ÍNDICE DE ÁREAS VERDES FUTURO ÁREA PÚBLICAS (por habitante)
Área Verde (m2) Habitantes Índice (m2)
451.491 200.000 2,68
O índice é calculado levando em contas somente as áreas verdes públicas. Se
somarmos as áreas mínimas permeáveis definidas por lei para as áreas privadas, teremos
um acréscimo de 0,51m2, que somado ao índice de áreas públicas totaliza 3,19 m2/
habitante.
ÍNDICE DE ÁREAS VERDES FUTURO ÁREAS PRIVADAS
(por habitante)
Área Verde (m2) Habitantes Índice (m2)
102.219,92 200.000 0,51
ÍNDICE DE ÁREAS VERDES FUTURO ÁREA PÚBLICAS E PRIVADAS (por habitante)
Área Verde (m2) Habitantes Índice (m2)
638.710,92 200.000 3,19
10.1.6 MITIGAÇÃO DOS IMPACTOS 10.1.6.1 Aumento da Cobertura Vegetal – Fase de Operação Este impacto é positivo tanto no que diz respeito à população de avifauna, insetos e outros
animais, quanto no que se refere aos aspectos físicos (microclima e ruído).
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio PATRIMÔNIO NATURAL
316
Recomenda-se que o transplante e plantio de árvores já se inicie na Fase de Instalação do
empreendimento, de forma a beneficiar a população de avifauna e atenuar em alguns locais
possíveis impactos físicos, tais como o ruído provocado por obras.
10.1.6.2 Interferência em calçadas, redes elétricas e avifauna – Fase de Operação Para mitigar os possíveis impactos provocados por um mau planejamento no plantio de
árvores, recomenda-se que algumas medidas sejam tomadas, como:
- Devem ser considerados fatores como as condições do ambiente (deve-se evitar,
portanto, o plantio de espécies cuja aclimatação não seja comprovada), características das espécies, largura de calçadas e ruas (não se recomenda arborizar as ruas estreitas, ou
seja, aquelas com menos de 7 metros de largura ou em áreas onde não haja recuo das
casas). As ruas que apresentam canteiro central seguem os mesmos critérios apresentados
para as demais ruas. O canteiro central, no entanto, poderá ser arborizado de acordo com a
sua largura. Recomenda-se, nos canteiros menores que 1,50m, o plantio de espécies de
porte adequado ou arbustos, e para aqueles mais largos, podem-se escolher espécies de
porte médio a grande.
- No que se refere à rede de energia elétrica, e tendo em vista que parte da rede será
suberrânea, recomenda-se que as covas mantenham uma certa distância das redes
subterrâneas, permitindo o desenvolvimento das espécies sem interferência com a rede
elétrica.
- Quanto à escolha das árvores, na arborização urbana são várias as condições exigidas
de uma árvore, a fim de que possa ser utilizada sem acarretar inconvenientes, sendo que,
entre as características desejáveis, destacam-se:
• resistência a pragas e doenças, evitando o uso de produtos fitossanitários;
• velocidade de desenvolvimento média para rápida;
• a árvore não deve ser do tipo que produz frutos grandes;
• os troncos e ramos das árvores devem ter lenho resistente, para evitar a
queda na via pública, bem como, serem livres de espinhos;
• as árvores não podem conter princípios tóxicos ou de reações alérgicas;
• a árvore deve apresentar bom efeito estético;
• as flores devem ser de preferência de tamanho pequeno, não devem exalar
odores fortes e nem servirem para vasos ornamentais;
• a planta deve ser nativa ou, se exótica, deve ser adaptada;
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio PATRIMÔNIO NATURAL
317
• a folhagem dever ser de renovação e tamanho favoráveis. A queda de folhas
e ramos, especialmente as de folhas caducas podem causar entupimento de
calhas e canalizações,quando não, danificar coberturas e telhados;
• a copa das arvores devem ter forma e tamanho adequados. Árvores com
copa muito grande interferem na passagem de veículos e pedestres e fiação
aérea, além de sofrerem danos que prejudicam seu desenvolvimento natural;
• o sistema radicular deve ser profundo, evitando-se, quando possível, o uso de
árvores com sistema radicular superficial que pode prejudicar as calçadas e
as fundações dos prédios e muros.
10.1.6.3 Aumento de Áreas Verdes Públicas – Fase de Operação Este impacto é positivo e não exige medidas mitigadoras.
10.1.6.4 Aumento da permeabilidade em áreas verdes públicas – Fase de Operação Este impacto é positivo e não exige medidas mitigadoras.
10.1.6.5 Aumento da permeabilidade em áreas verdes privadas – Fase de Operação Este impacto é positivo e não exige medidas mitigadoras.
10.1.6.6 Diminuição do índice de áreas verdes por habitante – Fase de Operação Haverá a diminuição do índice de áreas verdes decorrente do aumento populacional e não
em função de supressão de vegetação. Pelo contrário, estão implementadas novas áreas
verdes, representando um aumento de 445,35% sobre as áreas existentes. O adensamento
populacional será de forma paulatina, ao longo dos anos. Recomenda-se nesse sentido
estudos para ampliação futura desses índices.
10.1.7 CONCLUSÕES
Uma das diretrizes de Uso e Ocupação do Solo estabelecida pelo Plano Diretor do Rio de
Janeiro (instituído pela Lei Complementar nº 16, de 04 de junho de 1992) é a “criação de
áreas verdes e espaços para recreação, esporte e lazer”. A Operação Urbana Consorciada
do Porto Rio pretende aumentar a cobertura vegetal e as áreas verdes em uma região que
atualmente apresenta vegetação bastante escassa.
Com o aumento de cobertura vegetal, pretende-se implantar os corredores verdes na
Operação Urbana e, portanto, haverá o aumento das áreas verdes, uma vez que a
vegetação presente hoje no perímetro da OUC encontra-se principalmente esparsa e não
agrupada. O aumento de áreas verdes promoverá o aumento de áreas permeáveis, tanto
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio PATRIMÔNIO NATURAL
318
em áreas públicas quanto particulares. Todas essas intervenções representam impactos
benéficos para a região e contribuirão com a avifauna local e regional, com o microclima e
conforto acústico nas áreas verdes, com o efeito paisagístico local e, de modo geral, com a
melhoria da qualidade de vida.
Apesar do aumento de áreas verdes ocasionado pela OUC em relação às áreas verdes
atuais, o índice de áreas verdes por habitante, que hoje está abaixo do recomendado pela
OMS, ONU e FAO (12 m²), cairá ainda mais (de 5,27 m² cairá para 2,68 m², considerando
apenas as áreas verdes públicas, ou para 3,19 m², se forem consideradas também as áreas
verdes privadas). Esta queda será ocasionada pelo aumento do adensamento populacional
na região, decorrente da implantação da OUC do Porto do Rio, e não por supressão de
áreas ou vegetação. Atualmente, a região portuária é pouco adensada e a Operação Urbana
pretende tornar esta área mais habitada, promovendo maior valorização da região. Por este
motivo, medidas mitigadoras foram recomendadas, porque a queda no índice não
representará uma diminuição nas áreas verdes. Sugere-se o estudo para ampliação futura
desses índices.
Por fim, recomenda-se o planejamento do plantio de árvores, tanto no que se refere à
escolha das espécies arbóreas, quanto à escolha dos locais onde os exemplares são
plantados. Também se recomenda que o plantio já seja iniciado na Fase de Intervenção da
Operação, de modo a evitar possíveis impactos negativos decorrentes desta Intervenção.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
319
10.2 AVIFAUNA
10.2.1 INTRODUÇÃO A avifauna brasileira é representada por cerca de 1.800 espécies reconhecidas,
correspondendo a aproximadamente 60% das espécies encontradas na América do Sul
(MARINI & GARCIA, 2005, CBRO, 2008 apud FRANCHIN, 2009).
No Estado do Rio de Janeiro, a avifauna da Mata Atlântica, apresenta 258 espécies,
distribuídas em 17 Ordens e 49 famílias. Dessas espécies, 27 são endêmicas e 13
consideradas ameaçadas de extinção (VENTURA & FERREIRA, 2009).
Cerca de 90% das espécies de aves brasileiras presentes na lista vermelha da IUCN (2004)
sofrem com a perda e degradação dos habitats (MARINI E GARCIA, 2005 apud BECKER,
2009). Esses dois fatores são as principais ameaças enfrentadas pelas aves no Brasil.
Outras ameaças incluem a invasão de espécies exóticas, a poluição de habitats naturais e
alterações na dinâmica das espécies nativas (MARINI & GARCIA, 2005 apud BECKER,
2009).
A avifauna presente no ambiente urbano tem despertado o interesse de muitos
pesquisadores. Os estudos vêm abordando principalmente mudanças na abundância
relativa e aspectos demográficos das espécies de aves em relação à urbanização
(MARZLUFF et al., 2001 apud FRANCHIN, 2009).
O estabelecimento de uma comunidade de aves está intrinsecamente relacionado com a
cobertura vegetal (AMBUEL & TEMPLE, 1983 apud FRANCHIN, 2009). Nesse sentido, as
áreas verdes desempenham um papel importante na manutenção da avifauna em zona
urbanas, uma vez que parques e praças podem ser utilizados como refúgios ou “ilhas” para
as espécies que, pressionadas pela degradação ambiental das áreas naturais, consigam se
ajustar às pressões da urbanização (MATARAZZO-NEUBERGER, 1995 apud FRANCHIN,
2009). De fato, a urbanização pode aumentar a diversidade de aves de paisagem simples
como áreas desérticas ou gramados por criar novos habitats e suportar espécies de aves
exóticas, sendo que essa diversidade tende a ser proporcional ao volume de vegetação
local (EMLEN, 1974 apud FRANCHIN, 2009).
As comunidades de aves nos ambientes urbanos são dependentes do tamanho das
cidades, como também da localização das áreas de estudos dentro dos ecossistemas
humanos e, especialmente, das estruturas dos habitats locais. De fato, diferenças de
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
320
habitats interferem diretamente na abundância de aves (JOKIMAKI & KAISANLAHTI-
JOKIMAKI, 2003 apud FRANCHIN, 2009). Diferenças na riqueza da avifauna entre cidades
de uma mesma região geográfica podem indicar diferentes níveis de perturbação em áreas
naturais adjacentes (WILLIS, 2000 apud FRANCHIN, 2009).
Algumas espécies de aves podem ser favorecidas pela disponibilidade de recursos, com
destaque para os restos alimentares encontrados em áreas antrópicas (MARZLUFF, 2001
apud FRANCHIN, 2009). Embora a abundância dessas espécies seja favorecida, o mesmo
não pode se falar da riqueza. Isso porque a urbanização pode provocar uma
homogeneização na comunidade de aves presente nessas áreas (BLAIR, 2001 apud
FRANCHIN, 2009). No Brasil, algumas espécies têm se tornado comuns em ambientes
modificados, sob o efeito das alterações antrópicas (WILLIS & ONIKI, 1992 apud
FRANCHIN, 2009). Isso tem levado ao encontro de padrões similares de ocorrência de
espécies em diferentes cidades com níveis de urbanização similares.
Se por um lado, algumas espécies de aves podem ser favorecidas pela disponibilidade de
recursos nos ambientes urbanos, outras dependerão de áreas naturais adjacentes a esse
ambiente para que possam sobreviver em períodos de escassez de recurso (MATARAZZO-
NEUBERGER, 1995 apud FRANCHIN, 2009).
Detectar os impactos ambientais das atividades humanas nas comunidades naturais é o
problema central da ecologia aplicada. É um problema difícil de ser tratado, pois é
necessário separar perturbações antrópicas daquelas que naturalmente ocorrem na maioria
das populações (SCHROETER et al., 1993 apud COSTA, 2008). Além do mais, em
paisagens ocupadas por atividades humanas, diversas fontes de perturbação devem atuar
simultaneamente na comunidade biótica, de forma que às vezes torna-se impossível
determinar relações de causa e efeito muito específicas.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
321
10.2.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS O levantamento da avifauna foi realizado por análise qualitativa através de observações
visuais e sonoras (pela vocalização das aves), no período de outubro de 2009. O local do
levantamento foi a área diretamente afetada, ou seja, a área da OUC do Porto do Rio. As
observações foram feitas nos períodos da manhã e também na parte da tarde até o pôr-do-
sol.
As aves foram observadas com auxílio de binóculos, sendo que, quando necessário, foi
consultada literatura especializada para identificação das aves. As principais características
morfológicas das aves, assim como as características de canto das mesmas, foram
consultadas em literatura. A nomenclatura e ordem taxonômica seguem CBRO (2008).
Sempre que possível, foi feito registro das espécies através de fotografias.
Táxons com dúvida no registro ou com divergências no reconhecimento foram excluídos das
análises.
10.2.3 SITUAÇÃO ATUAL No levantamento das espécies de avifauna, não foi realizada a contagem dos indivíduos de
cada espécie nos setores do projeto, ou seja, não foi feito um levantamento quantitativo.
Isso porque, muitas vezes, não foi possível observar as aves que ficavam entre os galhos
das árvores ou não foi possível realizar a contagem dos grupos que voavam pela distância e
movimentação dos mesmos.
A seguir está descrito o levantamento das espécies de avifauna nos setores abrangidos pela
Operação Urbana Consorciada Porto Rio.
10.2.3.1 Avifauna por Setor a) SETOR A
Assim como na maior parte dos locais visitados, no Setor A a família de aves mais presente
foi a família Columbidae, que inclui pombos, pombas, rolos e rolinhas. Algumas espécies
dessa família adaptam-se bem a ambientes urbanos, fazendo seus ninhos em cavidades
artificiais e alimentando-se de restos de alimentos espalhados na calçada e nos lixos.
Na Rua Sacadura Cabral, que apesar do intenso fluxo de veículos e pessoas é bem
arborizada, foram avistadas rolinhas-roxas (Columbina talpacoti), como pode ser observado
na Figura 1. O macho possui penas marrom-avermelhadas, em contraste com a cabeça,
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
322
cinza azulada. A fêmea é toda parda. Nos dois sexos, sobre a asa uma série de pontos
negros nas penas.
Figura 1. Rolinhas-roxas na R. Sacadura Cabral.
Os indivíduos dessa espécie de rolinha costumam ser muito agressivos entre si. Os machos
principalmente disputam alimentos e defendem territórios usando uma das asas para dar
forte pancadas no oponente. No momento em que foram observados, dois machos dessa
espécie apresentaram comportamento agressivo (Figura 2).
Figura 2. Comportamento agressivo de rolinhas roxas.
Historicamente, essa é uma das primeiras espécies brasileiras a se adaptar ao meio urbano
e ainda é a espécie nativa mais comum em boa parte das grandes cidades brasileiras. É
curioso notar que costuma ser encontrada em maior quantidade em locais alterados pelo
homem do que em seu próprio habitat original que são as áreas de cerrados e campos.
Como vive em áreas abertas, o desmatamento facilitou sua expansão.
Além dessas rolinhas, outro membro da família Columbidae avistado em diversos locais
nesse setor, o pombo-doméstico (Figuras 3 e 4). A espécie Columba livia possui cabeça
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
323
pequena e redonda, bico fraco, na base coberto pela “cera” a qual é intumescida no pombo.
Sua plumagem é cheia e macia, sendo rica em pó.
Figura 3. Pombo-doméstico na Figura 4. Pombo-doméstico na Praça Praça Mauá. Barão de Tefé. O pombo-doméstico se adaptou perfeitamente à vida nas cidades. Voa bem e move-se no
solo andando com passos miúdos e rápidos. Esta espécie foi encontrada principalmente em
praças, pois nesses locais ainda há pessoas que as alimentam (a espécie é granívora e
frugívora). Essa prática porém tem sido cada vez mais desencorajada, já que o pombo-
doméstico é considerado um problema ambiental, pois compete por alimento com as
espécies nativas, danifica monumentos com suas fezes e pode transmitir doenças ao
homem.
Foram observados muitos tesourões (Fregata magnificens) voando no céu, em vários locais
da área delimitada (Figuras 5, 6 e 7). O macho dessa espécie é preto e distingue-se por um
saco gular vermelho. A fêmea é menor, tem cabeça negra e peito branco. Os juvenis têm
cabeça branca. Essa espécie é de ampla distribuição geográfica, estando presente em
grande parte da costa litorânea brasileira.
Figura 5. Tesourões avistados da R. Sousa e Silva. Figura 6. Tesourões avistados na Praça Barão de Tefé.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
324
Figura 7. Tesourões avistados na Praça Mauá.
No céu, também foram avistados urubus-de-cabeça-preta (Coragyps atratus). É uma das
aves mais comuns em qualquer região do Brasil, exceto em extensas áreas florestadas com
pouca presença humana. Nas proximidades das casas, busca restos de comida e partes de
animais domésticos abatidos. Em vôo, destaca-se o formato mais curto e arredondado das
asas, com a ponta mantida um pouco à frente da cabeça. Quase no final de cada asa,
forma-se uma área mais clara. Exceto por essa área mais clara, adultos e jovens são
totalmente negros.
Na Rua Sousa e Silva, via bastante arborizada, foram avistados diversos pardais (Passer
domesticus). O pardal é bastante abundante ao longo do território, sendo geralmente ubíquo
em zonas humanizadas. É uma espécie exótica introduzida em diversos países que se
adaptou muito bem em diversos ambientes. Ele constrói ninhos em cavidades e fendas
afastadas do solo, como em árvores, telhados, postes de iluminação pública e semáforos.
Também utiliza ninhos de outras aves.
O pardal mede aproximadamente 15 cm de comprimento (entre 14 e 16 cm), sendo sua
envergadura de 19-25 cm. Há dimorfismo sexual na espécie. Os machos apresentam duas
plumagens: (1) durante a primavera apresentam cor acinzentada na região do píleo e na
fronte; cor preta no loro e na garganta; cor marrom com riscos pretos nas asas e região
dorsal; cor cinza-claro ou branca no rosto, peito e abdômen. O bico é preto e os pés são
cinza-rosado. (2) Durante o outono apresentam cor preta no loro; garganta com coloração
apagada ou quase que inexistente. A plumagem no outono é menos evidente; a maxila é
preta e a mandíbula é preto-amarelada. As fêmeas apresentam cor acinzentada no píleo;
marrom nos loros, fronte e bochechas; e uma lista supraciliar clara. Indivíduos jovens
apresentam características semelhantes às fêmeas.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
325
Na Praça Barão de Tefé e na Praça Coronel Assumpção foram avistados diversos siriris
(Tyrannus melacholicus, Figura 8 e 9). Essa espécie possui penugem cinza e as penas do
alto da cabeça são quase vermelhas, uma característica visível só quando eriçam o topete
em suas disputas territoriais. O canto mais emitido é uma forte risada aguda, responsável
pelo nome comum. Possui tons cinza “encardido” invadindo o amarelo do peito. Geralmente
está pousado em fios, antenas, mourões de cerca ou nos galhos mais altos das árvores, o
que amplia seu campo de visão para a captura de insetos, defesa da prole, etc.
Figura 8. Suiriri na Praça Barão de Tefé. Figura 9. Suiriri na
Praça Coronel Assumpção.
Na principal via deste setor, a Avenida Rodrigues Alves, há poucas aves presentes, com
exceção de pombos-domésticos. Poucas aves toleram o constante barulho e movimentação
dos carros de uma avenida deste porte. A avenida também é pouco arborizada, oferecendo
poucos locais para a avifauna habitar. Porém, em uma grande figueira encontrada neste
setor, foi avistado um anu-branco (Guira guira, Figura 10). Esta espécie costuma viver em
lavouras e ambientes mais abertos. Passou a migrar para regiões onde antes era
desconhecida e tornou-se a ave mais comum ao longo das estradas.
As características morfológicas do anu-branco são: corpo franzino, cauda comprida,
graduada e com fita preta. É branco-amarelado e possui bico cor de laranja, forte e curvo
(cinzento no indivíduo imaturo). Sexo sempre semelhante. O cheiro do corpo é forte e
característico, perceptível para nós a vários metros e capaz de atrair morcegos hematófagos
e animais carnívoros. Quando empoleira arrebita a cauda e joga-a até as costas. Anda
sempre em bandos. São aves extremamente sociáveis. Mede cerca de 38 cm.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
326
Figura 10. Anu-branco na Figueira.
b) SETOR B
O Setor B é pouco arborizado. Diferentemente do Setor A, onde grande parte das áreas
verdes está em praças, este setor apresenta a maior parte de suas árvores nas calçadas e
em canteiros. Por ser pouco arborizado, não há muitos locais para as aves construírem seus
ninhos, alimentarem-se e se refugiarem. Além disso, os exemplares de árvores presentes
encontram-se isolados e não agrupados. A ausência de agrupamentos de vegetação e de
corredores ecológicos dificulta a passagem e a circulação de aves com maior segurança.
Por estes fatores, as espécies mais avistadas de aves foram tesourões (Fregata
magnificens) no céu, urubus-de-cabeça-preta (Coragyps atratus) no céu e em imóveis
abandonados, pombos-domésticos (Columba livia) e rolinhas-roxas (Columbina talpacoti)
nas calçadas e um bem-te-vi (Pitangus sulphuratus) em uma árvore. Todas essas espécies
são bem adaptadas ao ambiente urbano. O bem-te-vi foi identificado em uma árvore na
Avenida Pereira Reis através de sua vocalização. Nas Figuras 11 e 12, pode-se observar
uma rolinha-roxa e dois urubus-de-cabeça-preta, respectivamente.
Figura 11. Rolinha-roxa na calçada. Figura 12. Urubus-de-cabeça-preta.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
327
Ave de médio porte, o bem-te-vi mede entre de 20,5 e 25 cm de comprimento para,
aproximadamente, 60 gramas. Tem o dorso pardo e a barriga de um amarelo vivo; uma
listra (sobrancelha) branca no alto da cabeça, acima dos olhos; cauda preta. O bico é preto,
achatado, longo, resistente e um pouco encurvado. A garganta (zona logo abaixo do bico) é
de cor branca. O seu canto trissilábico característico lembra as sílabas bem-te-vi, que dão o
nome à espécie.
C) SETOR C
No setor C foram encontradas algumas espécies da Ordem Passeriformes. Entre elas, estão
Passer domesticus (pardal, Figura 13) e Fluvicola nengeta (lavadeira-mascarada). Estas
espécies, como já mencionado anteriormente, estão bem adaptadas ao ambiente
antropizado. A lavadeira-mascarada foi encontrada à margem do Canal do Mangue. Mede
cerca de 16 cm de comprimento e sua coloração branca e preta é quase inconfundível. O
macho possui as costas levemente mais escuras que a fêmea.
A espécie vive preferencialmente próximo a rios e lagos, mesmo que sejam poluídos e
eutrofizados (PACHECO & SIMON, 1995 apud STRAUBE, 2007). Portanto, embora o Canal
do Mangue seja poluído, a espécie tem se adaptado ao ambiente urbano pela falta de
habitats naturais. Na Figura 14, pode-se observar um exemplar da espécie lavadeira-
mascarada.
Figura 13. Pardal na R. Comandante Figura 14. Lavadeira-mascarada próxima ao Garcia Pires. Canal do Mangue.
Também neste setor, foram avistados diversos tesourões (Fregata magnificens) e urubus-
de-cabeça-preta (Coragyps atratus) voando, como é possível observar nas Figuras 15 e 16.
Pombos-domésticos (Columba livia) também foram observados em vários locais do setor.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
328
Figura 15. Urubu-cabeça-preta observado na Figura 16. Tesourão observado na Rua Rua Cordeiro da Graça. Santo Cristo.
D) SETOR D
As principais vias onde foi realizado o levantamento arbóreo e de avifauna no Setor D foi na
Av. Francisco Bicalho e na Rua Gal. Luiz Mendes de Morais. A primeira via possui diversos
canteiros arborizados, mas como o fluxo de veículos e pessoas é intenso e,
consequentemente a poluição sonora e atmosférica também, não há muitas aves presentes.
Os poucos indivíduos observados pertencem à Família Columbidae (pombos-domésticos).
Na R. Gal. Luiz Mendes de Morais foi possível observar urubus-de-cabeça-preta (Coragyps
atratus) voando (Figura 17).
Figura 17. Urubu-cabeça-preta.
E) SETOR E
Este setor é um dos mais arborizados dentro da área da Operação. Está localizado próximo
à Central do Brasil e nele há vários parques urbanos. Segundo NEVES (2009), os parques
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
329
urbanos geralmente são ambientes com maior área verde dentro das cidades, sendo
importantes elementos associados à conservação da avifauna urbana. Sendo assim, estes
locais são áreas de abrigo, refúgio e alimentação para os pássaros.
Dentre as espécies encontradas, pode-se observar a comum rolinha-roxa (Columbina
talpacoti), cada vez mais presente em grandes cidades urbanas brasileiras (Figura 18).
Outra espécie encontrada foi a lavadeira-mascarada (Fluvicola nengeta). Embora esta
espécie seja mais encontrada à margem de rios, em algumas situações (o que se configura
como algo novo na ocupação de ambientes) a espécie aproveita-se de microhábitats pouco
triviais, como poças formadas pela água da chuva acumulada em gramados. A espécie tem
acompanhado o processo de “desertificação antrópica” (STRAUBE, 2007).
Figura 18. Rolinhas-roxas. Figura 19. Lavadeira-mascarada.
Outra espécie de pássaro encontrada foi a Sicalis flaveola (canário-da-terra), sendo que
foram avistados indivíduos jovens e adultos dessa espécie (Figura 20). O tamanho
aproximado do canário-da-terra é de 13,5 cm. Sua cor é amarelo-olivácea com estrias
enegrecidas nas costas e próximo das pernas e suas asas e cauda são de tom cinza-oliva.
A íris é negra e o bico tem a parte superior cor de chifre e a inferior é amarelada. As pernas
são rosadas. A fêmea e o jovem têm a parte superior do corpo olivácea com densa estriação
parda por baixo, com as penas e cauda e tarso quase enegrecidos.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
330
Figura 20. Canário-da-terra adulto (mais acima)
e Canário-da-terra jovem (à direita).
O canário-da-terra vive em campos secos, campos de cultura e caatinga, bordas de matas,
áreas de cerrado, campos naturais, pastagens abandonadas, plantações e jardins
gramados, sendo mais numeroso em regiões áridas. Costuma ficar em bandos quando não
está em período de acasalamento. Vive em grupos, às vezes de dezenas de indivíduos. O
formato do bico é eficiente em esmagar sementes, sendo, portanto, considerada predadora
e não dispersora de sementes. Ocasionalmente alimenta-se de insetos.
Também foram avistados tesourões (Fregata magnificens) no céu desse setor. Nas ruas,
foram avistados pombos-domésticos (Columba livia) por diversas vezes.
F) SETOR F
O Setor F não possui muitas áreas verdes, com exceção do Parque Vila Formosa e da
Praça da Igreja Santo Cristo dos Milagres. Nessa última área, foram registradas algumas
espécies de aves da família Columbidae e da Ordem Passeriformes.
Em praças públicas ou calçadas é comum notar que moradores e freqüentadores fornecem
alimentos para as aves, principalmente a quirela de milho. Esta prática incentiva a
proliferação de diversas espécies, em especial as da família Columbidae (Figura 21). Entre
as espécies da família, foram avistados rolinhas-roxas (Columbina talpacoti, Figura 22) e
pombos-domésticos (Columba livia), sendo que os pombos foram avistados em vários locais
do setor.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
331
Figura 21. Pombo-doméstico e rolinhas- Figura 22. Rolinha-roxa apoiada sobre um galho. roxas alimentando-se de quirela de milho.
Entre os membros da Ordem Passeriforme presentes no setor, estão bem-te-vis (Pitangus
sulphuratus) e lavadeiras-mascaradas (Fluvicola nengeta, Figura 24). Os bem-te-vis
costumam pousar em lugares salientes, como topos de árvores, telhados e fiações elétricas
(Figura 24).
Figura 23. Lavadeira-mascarada na Praça Santo Cristo dos Milagres. Figura 24. Bem-te-vi em fiação elétrica.
G) SETOR G
Alguns setores possuem vias públicas de difícil acesso ou de acesso até mesmo restrito
(como setores F, G, H, I e K onde se localizam alguns morros). Por este motivo, a
observação da avifauna destes setores só foi realizada à distância, com o auxílio de
binóculos. Foram avistados tesourões (Fregata magnificens) e urubus-de-cabeça-preta
(Coragyps atratus) no céu nestes setores. Pela observação realizada nos demais setores,
pode-se deduzir que também há presença significativa de membros da Família Columbidae
nos morros. Os maiores adensamentos de avifauna provavelmente estão nas encostas dos
morros, onde a vegetação é mais abundante.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
332
H) SETOR H
Vide descrição do Setor G.
I) SETOR I
Vide descrição do Setor G.
J) SETOR J
Assim como o setor E, este setor possui praças e áreas verdes extensas.
Em muitas locais foram avistados pombos-domésticos (Columba livia), assim como em
todos os setores onde foi realizado o levantamento qualitativo (Figuras 25 e 26).
Figura 25. Diversos pombos-domésticos. Figura 26. Pombo-doméstico na Praça Duque de Caxias.
Além de membros da Família Columbidae, também foram avistados membros da Ordem
Passeriforme, como suiriris-cavaleiros (Machetornis rixosa). Esta espécie foi bastante
avistada nesse setor (Figuras 27 e 28). O suiriri-cavaleiro passa a maior parte do tempo no
solo, andando de uma forma que lembra muito o joão-de-barro (família Furnariidae). A
penugem de seu peito é amarelo, a da garganta clara, a cabeça é cinza e as partes
superiores são marrons.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
333
Figura 27. Suiriri-cavaleiro na Praça Figura 28. Suiriri-cavaleiro no gramado Duque de Caxias. na Praça Duque de Caxias.
Morfologicamente, o suiriri-cavaleiro pode ser confundido com outros membros da família
Tyrannidae. Porém, os outros tiranídeos com os quais pode ser confundido possuem
hábitos mais arborícolas, como o suiriri (Tyrannus melancholicus, Figura 29).
Figura 29. Suiriri pousado sobre galhos próximo ao Palácio Duque de Caxias.
Através da vocalização, alguns bem-te-vis (Pitangus sulphuratus) foram identificados no
local. Além de bem-te-vis, foram avistados no céu tesourões (Fregata magnificens), como se
pode observar na Figura 30.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
334
Figura 30. Tesourões no céu próximo à
Central do Brasil.
K) SETOR K
Vide descrição do Setor G.
L) SETOR L
No Setor L as principais espécies de aves observadas foram rolinhas-roxas (Columbina
talpacoti), pombos-domésticos (Columba livia, Figura 31), alguns pardais (Passer
domesticus) sobre árvores e tesourões (Fregata magnificens) no céu. Como este setor não
é muito arborizado e possui fluxo de veículos e pessoas intenso, constatou-se pouca
abundância e riqueza de aves.
Figura 31. Pombos-domésticos na Praça da Anistia.
M) SETOR M
Através da observação do céu feita na Av. Pedro II, pode-se constatar a presença de
tesourões (Fregata magnificens) e gaivotões (Larus dominicanus) sobrevoando o setor.
Essa última é a gaivota no Brasil de maior porte. O crescimento de sua população tem
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
335
causado o deslocamento de diversas outras espécies de aves e mamíferos marinhos de
seus sítios reprodutivos, devido ao constante impacto da predação e parasitismo. Todas
essas características têm feito com que muitos pesquisadores considerem essa espécie
como uma praga nos ambientes costeiros.
Também foram vistos diversas vezes pombos-domésticos (Columba livia, Figura 32) e
alguns pardais (Passer domesticus, Figura 33).
Figura 32. Pombos-domésticos Figura 33. Passer domesticus na R. São Cristóvão. na Av. Francisco Eugênio.
N) SETOR N
O Setor N é bastante urbanizado, sendo que o fluxo de veículos nas principais vias é
intenso. Não há muitas áreas verdes no local e, portanto, a avifauna é escassa.
Foram observados membros da Família Columbidae (pombos-domésticos), muitos urubus-
de-cabeça-preta (Coragyps atratus) em terrenos próximos ao Cais do Porto e alguns
indivíduos da Ordem Passeriforme, como pardais (Passer domesticus, Figura 34).
Figura 34. Passer domesticus no Setor N.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
336
10.2.4 INTERVENÇÕES PROPOSTAS PELA OUC DO PORTO DO RIO ASSOCIADAS À AVIFAUNA De maneira geral, a principal intervenção cujo impacto interferirá na população de avifauna é
o aumento da cobertura vegetal. Segundo a proposta da OUC do Porto do Rio, haverá a
criação de áreas verdes (distribuída por todos os setores), recuperação das áreas verdes
existentes, transformação de vias em corredores verdes (total de 39,62 km) e
reflorestamento de encostas ocupadas por processos de favelização. Estes elementos
funcionarão de forma integrada, com a interligação dos espaços públicos (como praças e
parques) através dos corredores verdes.
Entre outros impactos decorrentes de intervenções da OUC que poderão afetar a população
de avifauna estão: o aumento do adensamento populacional e consequente aumento do
fluxo viário em diversos locais, melhoria na coleta e disposição de resíduos (através do
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos) e aumento da permeabilidade do solo.
10.2.5 IMPACTOS PREVISTOS - SITUAÇÃO FUTURA A seguir, são apresentados os possíveis impactos ocasionados pela OUC da Região do
Porto do Rio que podem influenciar na população de avifauna.
10.2.5.1 Interferências das obras civis nos habitats das aves – Fase de Implantação Um fator que poderá vir a interferir no habitat das aves na área de influência direta refere-se
ao incômodo a ser gerado pelo ruído das máquinas do período de implantação, o que
poderá ocasionar afugentamento temporário/parcial da avifauna pré-existente. Além disso, a
remoção das espécies vegetais em um primeiro momento para a implantação dos
empreendimentos também poderá contribuir com esse afugentamento.
10.2.5.2 Aumento da população de Avifauna com o Aumento da Cobertura Vegetal – Fase de Operação O projeto de Revitalização da área Portuária prevê o plantio de 11 mil mudas de árvores
distribuídas em 40 km de corredores verdes, praças existentes e instaladas e no
reflorestamento das encostas dos morros. Com o aumento da área da cobertura vegetal que
tem o papel de habitat para várias espécies da avifauna, haverá o aumento do número de
indivíduos de espécies já existentes, além de favorecer a vinda de espécies outrora
afugentadas da região ou de regiões adjacentes. Neste sentido, a escolha das espécies
vegetais também é de extrema importância no que se refere ao aumento da riqueza das
espécies de pássaros que habitam a região.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
337
O aumento da cobertura vegetal também contribuirá com a melhora da sensação térmica
nos locais arborizados, assim como na diminuição de ruído, o que também contribuirão no
aumento da abundância da avifauna.
10.2.5.3 Êxodo da Avifauna pelo aumento dos níveis de ruído – Fase de Operação Com a implantação da Operação Urbana, poderá ocorrer o aumento dos níveis de ruído
devido ao maior fluxo viário e de pessoas na região, além da continuidade das obras
iniciadas na Fase de Instalação. Como o conforto acústico é fundamental para manutenção
e aumento da comunidade das aves, este impacto tem natureza negativa sobre a área
diretamente e indiretamente afetada.
10.2.6 MITIGAÇÃO DOS IMPACTOS A seguir, estão listadas as medidas mitigadoras para os possíveis impactos referentes à
avifauna, ou seja, as medidas que são capazes de diminuir os efeitos dos impactos
negativos e suas gravidades.
10.2.6.1 Interferências das obras civis nos habitats das aves – Fase de Implantação A relevância deste impacto é baixa. O ruído produzido nas obras será temporário e com
picos em alguns locais determinados. Além disso, com o posterior aumento da cobertura
vegetal, haverá também um aumento da população de avifauna. Recomenda-se que
transplante-se o quanto antes a cobertura vegetal removida para áreas inseridas dentro do
perímetro da Operação Urbana, de modo que a população de pássaros afugentada tenha
locais próximos para se refugiar. Também se recomenda que as áreas e corredores verdes
previstos nas intervenções da OUC comecem a ser implantados já com o início das obras,
de forma que surjam novos habitats para a população local e regional de avifauna.
10.2.6.2 Aumento da população de Avifauna com o Aumento da Cobertura Vegetal – Fase de Operação Como este impacto é positivo, não há medidas mitigadoras relacionadas a ele. Apenas são
feitas ressalvas quanto à escolha das espécies de árvores e dos locais de plantio das
mesmas, de forma a favorecer o aumento de população de espécies nativas e aumento da
diversidade de espécies de forma geral.
10.2.6.3 Êxodo da Avifauna pelo aumento dos níveis de ruído – Fase de Operação Tendo em vista que a Operação Urbana prevê o aumento da cobertura vegetal, o impacto
na avifauna durante a fase de operação será pouco significativo, uma vez que as aves
afugentadas nas regiões onde haverá maiores níveis de ruído poderão migrar para regiões
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
338
próximas onde verá maior abundância de área verde e, consequentemente, maior conforto
acústico. Recomenda-se iniciar o plantio de árvores e formação de corredores verdes desde
a Fase de Instalação.
10.2.7 CONCLUSÕES A alteração de habitats provocada pela urbanização de grandes cidades tem consequências
diretas sobre a abundância e diversidade da fauna e da flora, ocasionando profundos
impactos no ecossistema. Segundo Jokimäki et al. (1996 apud SILVA, 2006), poucas
espécies de aves são adaptadas para viver em áreas urbanas.
Com o aumento da urbanização ocorre a redução de habitats naturais e,
conseqüentemente, da diversidade de aves (SILVA, 2006). Neste sentido, as áreas verdes
têm uma importância significativa para avifauna, constituindo verdadeiros oásis nesses
ambientes tão alterados pelo homem.
Em geral, as mesmas espécies foram avistadas em lugares similares, mesmo que estes
locais fossem distantes. Estes locais apresentavam semelhanças no que diz respeito à
densidade da vegetação, área verde disponível, ao ruído da região, à movimentação das
ruas próximas a eles e à disponibilidade de alimentos.
A grande parte das aves, em especial às pertencentes a Ordem Passeriformes, foram
encontradas em parques urbanos, onde há refúgio, alimento e abrigo para avifauna.
Segundo Neves (2009), as populações nativas de aves vêm sendo reduzidas ao longo dos
anos por uma série de fatores como o desmatamento e manejo inadequado da flora, além
da caça e captura. Por conta disso, os parques municipais representam importante refúgio
da fauna remanescente (SILVA, 1993 apud NEVES, 2009) e devem ser conservados.
Assim, a Operação Urbana trará benefícios para o desenvolvimento da avifauna local uma
vez que se pretende aumentar significativamente o número de áreas verdes. É importante
ressaltar que, quanto maior a diversidade das árvores plantadas, maior a diversidade das
aves que habitarão as áreas verdes.
Pode-se observar que em locais com adensamentos arbóreos maiores, há mais espécies de
pássaros presentes do que em exemplares isolados de árvores. Este fato sugere a
importância de as áreas verdes criadas não serem fragmentadas, como ilhas urbanas, mas
sim contínuas, formando corredores verdes urbanos. Neste sentido, a Operação Urbana
contribuirá na abundância das aves, se as intervenções propostas de transformação de vias
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
339
em corredores verdes (aproximadamente 39,62 km) e reflorestamento de encostas forem
executadas.
Apenas uma família de aves foi encontrada em todos os locais: a Família Columbidae, que
inclui pombos, pombas, rolas e rolinhas. Algumas espécies dessa família são
sinantrópicas, ou seja, possuem a capacidade de se adaptarem às condições criadas pelo
homem nas áreas urbanas. Esse tipo de seleção de habitat das pombas pode trazer sérios
riscos ao ambiente e implicações diversas: desde doenças associadas (REIS & NÓBREGA,
1956; SICK, 1988; apud BARBOSA et al., 2008) e poluição do ambiente - com a sujeira que
fazem (SICK, 1988 apud BARBOSA et al., 2008) até redução, por competição, da população
de outras espécies nativas mais “frágeis” (CODY et al.,1985 apud BARBOSA et al., 2008).
Por isso, diretamente associado aos columbídeos estão à saúde da população humana, a
limpeza do ambiente e os custos para sua manutenção, além da preservação da avifauna
local e do equilíbrio ecológico (BARBOSA et al., 2008).
Como a região da Operação Urbana localiza-se em área altamente urbanizada com apenas
algumas áreas verdes, as espécies sinantrópicas apresentam vantagem em relação aquelas
espécies que necessitam das condições oferecidas apenas pelo seu habitat natural. Quando
forem implantadas as melhorias ambientais previstas no projeto da Operação, ou seja, com
o aumento de áreas verdes interligadas, espera-se que outras espécies de pássaros
sobressaiam-se sobre as sinantrópicas, favorecendo a diversidade da avifauna e atenuando
as implicações negativas associadas à abundância da Família Columbidae.
As aves do ambiente urbano são em sua maioria oportunistas ou exóticas (MATARAZZONEUBERGER, 1995, IN: SILVA, 2006). Isto pode ser constatado na região de
abrangência da Operação Urbana, através da observação de urubus, gaivotões e pardais. O
urubu-de-cabeça-preta (Coragyps atratus) é uma espécie oportunista, o que permitiu uma
boa adaptação ao ambiente urbano, através da alimentação de carniça e lixo. Os gaivotões
(Larus dominicanus) também são espécies oportunistas capazes de utilizar vários habitats,
diferentes presas, bem como a explotação de fontes antrópicas (GIACCARDI et al. 1997
apud BRANCO, 2002). Esta versatilidade de alimentação e de habitats também beneficiou o
pardal (Passer domesticus), espécie exótica de origem asiática, introduzida no Brasil e em
muitos outros países. Devido, muitas vezes, à alta adaptação ao local invadido, as espécies
introduzidas acabam por diminuir a biodiversidade nativa através de predação, competição e
doenças trazidas consigo, para as quais as espécies nativas não estão acostumadas.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
340
Com a redução da quantidade de lixo (através do Plano de Gerenciamento de Resíduos
Sólidos) e aumento de áreas verdes previstos pela OUC do Porto do Rio, espera-se também
a diminuição de espécies oportunistas e exóticas. Isto beneficiará espécies nativas, desde
que as espécies plantadas de árvores sejam atrativas e favoráveis para essas espécies.
Apesar de tanto espécies frugívoras e granívoras terem sido evidenciadas no levantamento
(ex. suiriri, rolinha-roxa, pombo-doméstico, canário-da-terra), a maior representatividade de
espécies de aves são aquelas que possuem hábitos insetívoros e onívoros (mais
generalistas), como pardal, bem-te-vi, lavadeira-mascarada e suiriri-cavaleiro. Isto
demonstra a necessidade de um manejo mais adequado das praças locais, visando oferecer
melhores condições para sustentação de outras guildas alimentares.
Na Área Influência Indireta há uma avifauna semelhante à encontrada durante os trabalhos
de vistoria e observação na área de abrangência da OUC. Em alguns locais, essa avifauna
chega a ser mais abundante, devido à vegetação mais significativa e níveis de ruído
menores em alguns locais. Isto acontece de forma mais acentuada, também, na Área de
Influência Indireta. Um exemplo é o Mosteiro de São Bento, área bastante arborizada e mais
tranquila comparada aos locais circunvizinhos e que possui vegetação bastante
diversificada, o que reflete na maior riqueza da avifauna. Espera-se que com as
intervenções propostas referentes à formação de corredores ecológicos e aumento de áreas
verdes haja um aumento da riqueza de avifauna, embora o ruído não sofra atenuações
significativas com o aumento da densidade populacional e, consequentemente, do tráfego
viário.
Portanto, de forma geral, os resultados obtidos reforçam a proposta de que a riqueza da avifauna esteja diretamente relacionada à riqueza e abundância da vegetação. Desta
forma, os impactos das intervenções propostas pela OUC do Porto do Rio serão positivos,
uma vez que haverá aumento da abundância da vegetação, formação de corredores verdes
e melhoria da qualidade ambiental de forma geral. Mesmo havendo outros impactos
decorrentes da OUC que poderão influenciar na riqueza da avifauna de forma negativa (ex.
aumento de ruído com obras e aumento do fluxo viário e do fluxo de pessoas), no quadro
geral os benefícios à avifauna sobrepõe significativamente aos impactos negativos.
Recomenda-se um cuidado na escolha das espécies de árvores além daquelas que serão
transplantadas. Dever-se-á dar preferência às espécies nativas de árvores e que se
adaptem facilmente ao ambiente urbano (ver o sub-item 10.1 “Flora”).
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
341
11. RECURSOS HÍDRICOS E QUALIDADE DAS ÁGUAS
11.1 INTRODUÇÃO E OBJETIVOS Os ambientes aquáticos são utilizados em todo o mundo com distintas finalidades, entre as
quais se destacam o abastecimento de água, a geração de energia, a irrigação, a
navegação, a aqüicultura e efeito paisagístico. No entanto, nas últimas décadas, esse
precioso recurso vem sendo ameaçado pelas ações indevidas do homem, o que acaba
resultando em prejuízo para a própria humanidade (MORAES & JORDÃO, 2002).
No país, a qualidade de água é um dos principais problemas ambientais brasileiros. Dentro
do conceito mais amplo de gestão da qualidade de água, o saneamento representa o setor
que mais claramente está vinculado à agenda ambiental, sendo certamente o principal em
termos de impactos sociais e ambientais (LIMA, 2006).
Neste sentido, esse estudo tem como objetivo a caracterização dos recursos hídricos e da
qualidade das águas na ADA – Área Diretamente Afetada – e, diante das intervenções
propostas pela OUC, prever a situação futura da região. As medidas mitigadoras referentes
aos impactos negativos ou positivos provocados pelas intervenções também serão citadas.
11.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS O estudo foi realizado com base em dados encontrados na literatura científica. Após análise
da situação atual da qualidade das águas, procurou-se listar as intervenções da OUC que
poderão influenciar a mesma, de modo a permitir uma comparação entre a situação atual e
futura e, se preciso, propor medidas mitigadoras para os possíveis impactos negativos.
11.3 SITUAÇÃO ATUAL A área indiretamente afetada e a área diretamente afetada estão inseridas na Baía de
Guanabara, segunda maior baía do litoral brasileiro. A Baía possui uma área de cerca de
380km², englobando praticamente toda a Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro
(Figura 1) (site: INEA).
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
342
Figura 1. Região de abrangência da OUC do Porto Rio, localizada as margens da Baía de
Guanabara. Fonte: Google Maps.
A Baía de Guanabara é mundialmente reconhecida como um exemplo de degradação
ambiental. Ela tem sido palco de alguns desastres ecológicos, episódios que demonstram a
falta de respeito ao meio ambiente e de planos de manejo adequado dos recursos naturais
ali contidos (MOULTON & SOUZA, 2006).
Apesar da renovação cíclica de suas águas com as do mar, a baía é receptora de uma
significativa bacia hidrográfica, a qual, por sua vez, recebe uma gama variada de
lançamentos líquidos e sólidos (INEA, 2009). Os despejos industriais se constituem em fonte
de poluição considerável na Baía. O crescimento populacional e o desenvolvimento
industrial trouxeram, além da poluição decorrente desse crescimento, questões ambientais
de ordem física, tais como a destruição dos ecossistemas periféricos à baía, os aterros de
seu espelho d’água, o uso descontrolado do solo e seus efeitos adversos em termos de
assoreamento, sedimentação de fundo, inundação e deslizamento de terra (FEEMA/INEA,
1998 apud LIMA, 2006).
Atualmente, as principais fontes de poluição da Baía são originárias da própria bacia
hidrográfica, dentre elas:
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
343
a) Poluição Industrial: Em suas margens está instalado o segundo maior parque
industrial do País, com cerca de 6.000 indústrias e empresas de pequeno e médio
porte;
b) REDUC - Refinaria Duque de Caxias: responsável pelo lançamento de 1,75 t/dia de
óleo, o que representa 38% do total lançado, além de fenóis, metais pesados e
micropoluentes orgânicos;
c) Dezesseis terminais marítimos de petróleo que lançam aproximadamente 0,5 t/dia
de óleo;
d) Dois portos comerciais (Niterói e Rio de Janeiro);
e) Cerca de 2 mil postos de serviço e quarenta estaleiros que contribuem com mais
de 1 t/dia de óleo;
f) A produção de 18,5 m3/s de esgoto doméstico, com 544 t/dia de carga orgânica.
Desse total, apenas 76 t diárias ou 3 m3/s recebem tratamento;
g) Vários vazadouros de lixo localizados às margens dos rios contribuintes ou da
própria Baía;
h) Inúmeras favelas às margens dos rios contribuintes e em encostas, sujeitas a
inundações e desabamentos;
i) Contínuos desmatamentos e aterros clandestinos.
Desta forma, pode-se perceber que inúmeros fatores contribuem com a degradação das
águas da Baía de Guanabara. A Área Diretamente Afetada é responsável por parte desta
degradação, uma vez que nela se encontra o Porto do Rio de Janeiro, algumas indústrias e
favelas. Além disso, atualmente o esgoto doméstico produzido na região abrangida pela
OUC também contribui com a poluição das águas, assim como os vazadouros de lixo e
regiões desmatadas, sendo que estas últimas contribuem com o assoreamento das águas
da Baía.
11.3.1 Área Diretamente Afetada O trecho da baía de Guanabara no qual está situado o porto do Rio de Janeiro é uma das
áreas completamente alteradas ambientalmente desde o inicio do século XX, onde o
primitivo litoral foi completamente modificado, com o aterro de praias, enseadas, gamboas,
manguezais e da própria baía de Guanabara, visando à instalação e modernização do
sistema portuário da cidade (OLHOVERDE, 2009 apud Moscatelli, 2009).
Desde então, passados praticamente cem anos, a mesma área mostra-se profundamente
impactada. Principalmente o esgoto, não ou precariamente tratado, associado ao aporte de
resíduos, produz tanto um aspecto incompatível com o turismo oferecido pela cidade do Rio
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
344
de Janeiro, como produzem um intenso e generalizado mau cheiro (metano e gás sulfídrico)
que inviabiliza qualquer tipo de proposta de revitalização da área do porto do Rio de Janeiro,
sem que esses problemas sejam de fato efetivamente resolvidos (OLHOVERDE, 2009 apud
Moscatelli, 2009).
Assim, a área de localização da OUC do Porto do Rio está situada em uma das áreas
ambientalmente mais degradadas de toda a baía de Guanabara, onde todas as bacias
hidrográficas aí localizadas foram transformadas em imensos valões de esgoto e
transportadoras de resíduos de todos os tipos, tamanhos e procedências. Direta ou
indiretamente, os resíduos não depositados em manguezais, praias ou costões acabam
circulando indefinidamente nas águas e dessas, potencialmente para o porto do Rio de
Janeiro (OLHOVERDE, 2009 apud Moscatelli, 2009).
11.4 INTERVENÇÕES PROPOSTAS PELA OUC DO PORTO DO RIO ASSOCIADAS AOS RECURSOS HÍDRICOS Dentre as intervenções propostas pela OUC que poderão afetar a qualidade dos recursos
hídricos, pode-se citar a mudança na rede de infraestrutura local. A rede contará com novos
sistemas de esgotamento sanitário, drenagem de águas pluviais e abastecimento de água.
Figura 2. Despejo de esgoto pelas galerias de águas pluviais do porto do Rio de Janeiro (Fonte: OlhoVerde, 2009 apud Moscatelli, 2009).
Figura 3. Despejo de esgoto pelo canal do Mangue (Fonte: OlhoVerde, 2009 apud Moscatelli, 2009).
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
345
A nova rede de distribuição de água será constituída por um conjunto de condutos principais
e secundários assentes nas vias públicas, junto às edificações e com a função de conduzir a
água para os prédios e os pontos de consumo público. Esses condutos principais, em anéis,
caracterizam-se pelas numerosas derivações e uma disposição "em rede", derivando daí o
seu nome.
Quanto ao esgotamento sanitário, entende-se que os novos prédios a serem construídos no
local irão provocar um aumento de adensamento populacional, o que acarreta incrementos
nas vazões de esgoto sanitário. Com certeza o atual sistema de esgotamento sanitário não
suportará estes acréscimos de vazões. Sendo assim, o projeto da OUC propõe novas redes
de coleta, dimensionadas a fim de que novas sobrecargas de vazões possam vir a ser
suportadas. Todo o esgoto destas bacias será encaminhado até o Interceptor da Avenida
Rodrigues Alves, o qual possui a capacidade de recebimento de toda esta vazão, como
demonstra o mapa abaixo.
A área do Porto é abrangida por duas bacias hidrográficas bem definidas. Uma com o
caimento para a baía de Guanabara e outra para o Canal do Mangue. O esgotamento das
águas Pluviais hoje é feito através de duas saídas na área do Porto e várias saídas para o
Canal do Mangue, canal este originado pelos rios Maracanã e Comprido, desaguando na
baía. Para as novas condições de vazão e escoamento são previstas a execução de 9
(nove) novas saídas de deságue, além da ampliação dos 2 (dois) deságues existentes,
como mostra o mapa abaixo.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
346
O sistema de drenagem urbana projetado atende às especificações e normas da Prefeitura
do Rio de Janeiro. Os dispositivos utilizados no projeto foram: caixas de ralo, sarjetas, poços
de visita e galerias.
11.5 IMPACTOS PREVISTOS - SITUAÇÃO FUTURA A seguir, são apresentados os possíveis impactos ocasionados pela OUC da Região do
Porto do Rio que podem influenciar nos recursos hídricos.
11.5.1 Alteração da Qualidade dos Recursos Hídricos Superficiais - Fase de Instalação Durante a fase de instalação, algumas atividades podem produzir certos tipos de resíduos
sólidos e efluentes que se não forem controlados, tanto a produção quanto o destino dos
mesmos, poderão atingir os recursos hídricos superficiais presentes na área, ocasionando
um impacto cuja consequência será em uma alteração da qualidade desta matriz ambiental.
As atividades que poderão ocasionar esta alteração estão relacionadas à movimentação de
terra, carreamento de partículas e eventuais poluentes pela drenagem superficial,
implantação e desmobilização do canteiro de obras; geração de efluentes decorrentes da
operação de sanitários ou refeitórios; geração de resíduos ou caldas de concreto
decorrentes das obras civis; além do abastecimento e manutenção dos equipamentos
utilizados.
11.5.2 Geração de Efluentes - Fase de Instalação Durante a fase de instalação, a qualidade das águas superficiais e subterrâneas pode ser
alterada em virtude do escoamento ou da infiltração de efluentes sanitários provenientes do
canteiro de obras, se estes forem dispostos de maneira inadequada. Caso isso ocorra
poderão afetar diretamente a qualidade do corpo de água no qual é lançado, devido ao
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
347
aumento nas concentrações de nutrientes, coliformes fecais e contaminantes associados
aos efluentes despejados.
11.5.3 Assoreamento da Baía de Guanabara - Fase de Instalação A movimentação e a exposição dos solos durante as obras aumentarão a suscetibilidade
aos processos de erosão linear e a movimentos de massa na Área Diretamente Afetada
pela OUC. As áreas a serem aterradas ficarão expostas a ação das águas pluviais. Além
disso, o impacto das chuvas no solo desprotegido e o estabelecimento de escoamentos
superficiais intermitentes mobilizarão as partículas arenosas e siltosas inconsolidadas,
podendo provocar o aparecimento de formas erosivas lineares, do tipo sulcos e ravinas.
Estes processos poderão levar ao transporte em suspensão de solos e sedimentos e a sua
deposição em ambiente marinho, podendo contribuir para o aumento da turbidez e para o
assoreamento das águas.
11.5.4 Melhora da qualidade das águas do Canal do Mangue e da Baía de Guanabara Com o novo sistema de esgotamento sanitário, projetado para garantir o atendimento às
demandas do novo adensamento previsto para região, haverá a melhoria da qualidade das
águas do Canal do Mangue e da Baía de Guanabara. A qualidade do efluente despejado na
Baía de Guanabara sofrerá uma melhora significativa, apesar do aumento do adensamento
populacional, uma vez que serão instaladas estações de tratamento, infraestrutura
extremamente necessária e que é inexistente atualmente. Com a melhora das redes de
esgoto e da qualidade das águas, haverá menos contaminação de efluentes nas águas,
sendo este um impacto positivo sobre a área abrangida pela Operação.
As melhoras propostas no Plano de Gerenciamento de Resíduos também contribuirão com
a diminuição da contaminação das águas. Entre as intervenções, estão a coleta seletiva e
transporte de resíduos, serviços de limpeza e varrição, lavagens programadas e destinação
final para aterros de inertes, aterros sanitários, centros de triagem/reciclagem, usinas de
compostagem, etc.
11.6 MITIGAÇÃO DOS IMPACTOS A seguir, são apresentadas as medidas para mitigar os impactos relacionados aos recursos
hídricos, mencionados acima.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
348
11.6.1 Alteração da Qualidade dos Recursos Hídricos Superficiais - Fase de Instalação Diversas ações podem mitigar os possíveis impactos às águas provocados pelas obras,
como:
- Plano de Manutenção Preventiva Periódica, com a gestão do processo e a capacitação do
pessoal envolvido, evitando possíveis vazamentos de combustível em máquinas. Os
operadores de máquinas e equipamentos deverão ser capacitados para a detecção de
problemas de operação, evitando o agravamento do impacto, quando acidental;
- Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, já desenvolvido especificamente para a
OUC do Porto do Rio, deverá ser implantado já na fase de Instalação do Empreendimento.
Este plano contempla aspectos relacionados a coleta, transporte, reciclagem e a destinação
final de resíduos. Deverão ser apontadas as formas adequadas de acondicionamento a
cada caso, bem como os critérios de seleção de transportadores para a movimentação e
disposição final dos resíduos a serem gerados, evitando assim a contaminação de águas
pelo armazenamento inadequado de resíduos;
11.6.2 Geração de Efluentes - Fase de Instalação Como medidas mitigadoras para este impacto deverão ser instaladas fossas sépticas para
tratamento dos efluentes gerados e/ou banheiros químicos durante as obras de aterramento
da região.
Uma vez adotadas as medidas necessárias para que o efluente não tenha contato com o
solo e com as águas subterrâneas e superficiais (continentais e costeiras), este impacto
devera ser insignificante, podendo até mesmo ser evitado.
11.6.3 Assoreamento da Baía de Guanabara - Fase de Instalação Na fase de instalação deverá ser feito o controle do transporte e da deposição de
sedimentos nas obras de terraplenagem e nas áreas de apoio das obras, através de
medidas de prevenção e controle. Além disso, a implantação de uma ensecadeira pode
também contribuir com o processo de assoreamento das águas da Baía.
No Projeto Básico estão citadas algumas atividades que poderiam afetar a geologia da
região e algumas medidas que poderiam mitigar e atenuar os impactos acarretados por
essas atividades. As medidas citadas são referentes às atividades de aterramento, cortes e
drenagem. Estas medidas são citadas nas medidas mitigadoras referentes à geologia (ver
subitem 4.1.8.1 do EIV).
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
349
11.6.4 Melhora da qualidade das águas do Canal do Mangue e da Baía de Guanabara Por tratar-se de um impacto positivo, não há mitigação do mesmo.
11.7 CONCLUSÕES Pode-se concluir que os recursos hídricos abrangidos pela área diretamente afetada já se
encontram bastante alterados, uma vez que o local foi bastante degradado ao longo do
processo de ocupação. Atualmente, as atividades industriais e portuárias, o esgoto
doméstico e os vazadouros de lixo contribuem com a poluição das águas na região
abrangida pela OUC. Além disso, nas regiões desmatadas, ocorre o constante processo de
assoreamento das águas da Baía.
Com a Implantação da OUC do Porto do Rio, os principais impactos ambientais previstos
são referentes às intervenções dos projetos de infraestrutura. Estes impactos potenciais
envolvem desde o desencadeamento de processos erosivos que podem provocar o
assoreamento das águas da baía, como o aumento da geração de efluentes e de resíduos
produzidos nas obras. Porém, os principais impactos estão relacionados às obras de
implantação de novas redes de esgoto, de drenagem, abastecimento de água e de estações
de tratamento de esgoto, que por sua vez provocarão uma melhora na qualidade das águas
da Baía e do Canal do Mangue. O controle operacional durante as obras permite mitigar
facilmente possíveis impactos futuros. A nova rede de infraestrutura é extremamente
necessária, uma vez que o aumento do adensamento populacional promoverá um aumento
na quantidade de esgoto e de resíduos, assim como um aumento na demanda por água.
Desta forma, os possíves impactos que poderiam ser ocasionados com o aumento
populacional serão mitigados com a instalação desta nova infraestrutura.
Portanto, a implantação e operação das redes de coleta de esgotos, permitirá a minimização
da contaminação dos solos e águas; a execução de sistemas de drenagem permitirão o
disciplinamento das águas superficiais e minimizarão o assoreamento dos corpos d água
adjacentes; a implantação de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos diminuirá
possíveis contaminações ocasionadas por vazadouros de lixo. Da mesma forma, a
implantação de arborização e áreas permeáveis permitirá maior infiltração das águas das
chuvas, a estabilidade de encostas e margens de canais, minimizando a ocorrência de
processos erosivos e assoreamento. De modo geral, o conjunto de intervenções trará um
impacto benéfico para a região da Operação Urbana.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
350
12 – PAISAGEM URBANA: PATRIMÔNIO CULTURAL E ARQUEOLÓGICO 12.1 – PATRIMÔNIO CULTURAL 12.1.1 – INTRODUÇÃO E OBJETIVOS O patrimônio cultural não se restringe apenas a imóveis oficiais isolados, igrejas ou palácios,
mas na sua concepção contemporânea se estende a imóveis particulares, trechos urbanos e
até ambientes naturais de importância paisagística, passando por imagens, mobiliário,
utensílios e outros bens móveis.
Por este motivo é possível realizar uma das mais importantes distinções que se pode fazer
com relação ao Patrimônio Cultural, pois sendo ele diferente das outras modalidades da
cultura restritas apenas ao mercado cultural, apresenta interfaces significativas com outros
importantes segmentos da economia como a construção civil e o turismo, ampliando
exponencialmente o potencial de investimentos.
12.1.2 – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Patrimônio Cultural: marcos legais, bens tombados, preservados e tutelados
O processo de preservação da área na qual se insere a operação urbana consorciada
(OUC) do Projeto Porto Maravilha indica o reconhecimento do valor e da importância cultural
da região especialmente em termos da formação das primeiras áreas urbanas com funções
religiosas militares e residenciais centrais e que depois acompanharam o desenvolvimento
das funções portuárias de acesso e comércio. Indica valor também da implantação urbana
de inspiração portuguesa guardada no parcelamento do solo e no traçado das ruas,
edificações e ambiências que representam testemunhos da historicidade destes lugares e
seu papel fundamental na implantação e evolução urbana da cidade.
Historicamente a região conhecida como Prainha, nas imediações da Igreja de São
Francisco da Prainha representava um dos cais de atracação da cidade, menos nobre do
que a Praça XV, e por onde desembarcavam, entre mercadorias e suprimentos de
subsistência, os escravos vindos da África. Remanescente desta época é o marco simbólico
da Pedra do Sal e as edificações que localizadas hoje no Morro da Conceição vão
substituindo os locais do antigo mercado de escravos, cadeia etc.
Com o passar do tempo estes morros foram aos poucos sendo ocupados pelo uso
residencial enquanto a cidade crescia e era urbanizada até que na passagem do século XIX
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
351
para o século XX o Rio sofre a grande intervenção modernizadora empreendida pelo
Prefeito Pereira Passos que inaugura uma cidade moderna e pronta para aceitar o destino
de se transformar em uma metrópole. Desta época é a urbanização e aterro da região do
Porto que desde então recebe a configuração urbana que encontramos no local até hoje.
É esta feição de Porto da cidade, reconhecida como portadora de valor cultural para a
cidade e preservada pelos instrumentos de tombamento e gestão urbana, que a OUC se
propõe a revitalizar.
Estudos, pesquisas e projetos realizados e/ou propostos para os diferentes espaços
urbanos que integram a área de intervenção realizados no âmbito de enfoques
preservacionistas e de resgate e valorização da memória urbana local ratificam a
importância do correr de morros formados pelo de São Bento, Conceição, Valongo,
Livramento, Providência, Saúde, Gamboa e Pinto, como estruturantes tanto da malha
urbana primitiva da cidade quanto da paisagem que com o passar do tempo tornou-se
referência da região portuária do Rio de Janeiro.
Assim e tomando por referência o trabalho de Tângari e Silva (2003) a forma de ocupação
destes morros ocorreu de maneira diferenciada e com a seguinte especialização de usos:
religiosos e institucionais em São Bento, Conceição e Valongo; residencial no Livramento,
na Providência e no Pinto1; misto na Saúde e Gamboa. Os bens culturais preservados nesta
área são bastante representativos destes diferentes modelos de ocupação da área e seu
desenvolvimento urbano: mosteiro e igreja, fortaleza, observatório e residência episcopal
nos Morros de São Bento, Conceição e Valongo; casas térreas e assobradadas, com
fachadas de azulejos ou expressivas do melhor estilo eclético do século XIX, assim como
cortiços e vilas representativos da evolução dos modelos habitacionais ligados aos modelos
de trabalho – comércio, indústria, atividades portuárias nos morros do Livramento,
Providência e Pinto; hospital e igrejas ao lado do uso residencial como na Gamboa e na
Saúde. A rigor nos Morros da Conceição, Valongo, Livramento, Saúde e Gamboa vamos
encontrar ocupações de tipo misto com predominância do uso residencial. No Morro de São
Bento o uso residencial se restringe ao mosteiro beneditino ligado à Igreja de Nossa
Senhora de Monserrate, e nos morros da Providência e Pinto vamos encontrar uma
1 O Morro do Pinto não aparece nas pesquisas a que tivemos acesso. É um local eminentemente residencial, com estrutura urbana muito parecida com as dos Morros da Conceição e Valongo, e uma importante área verde em seu cume próximo à vertente do Morro da Providência e à Central do Brasil – Parque Municipal Machado de Assis –, possuindo imóveis residenciais com fachadas azulejadas tombadas pelo município. Este morro faz o fechamento da paisagem portuária na direção norte da cidade assim como emoldura o final da Avenida Presidente Vargas, na altura da Cidade Nova e da Avenida Francisco Bicalho.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
352
ocupação quase exclusiva residencial, tendo o morro da Providência a peculiaridade de
representar historicamente a primeira favela carioca.
Existe na área de intervenção da operação urbana um conjunto de ações de cunho
preservacionista empreendidas pelas três instâncias governamentais responsáveis pela
proteção legal dos bens culturais considerados como portadores de valores essenciais na
construção da história, da memória e da identidade social na cidade do Rio de Janeiro. Tais
ações, levadas a termo em épocas diferentes e a partir de perspectivas variadas, refletem
momentos de um processo de preservação que vem ganhando consistência e densidade ao
longo do tempo e na medida em que a cidade e seus moradores assim o determinam,
mantendo modos de vida, hábitos, crenças, formas de usar e testemunhos materiais de uma
cultura que ao se transformar valoriza o que de mais importante existe na tradição e na
história, que é a possibilidade de partilhar memórias coletivas e individuais e produzir
identidades culturais.
Neste sentido o instrumento mais abrangente e atualizado do processo de preservação é o
Decreto que institui a Área de Preservação Ambiental Sagas (Decreto n.º 7351/1988) que
envolve o patrimônio legalmente protegido pelas três instâncias governamentais – Iphan,
Inepac e Prefeitura Municipal. No que diz respeito a mudança de modelo preservacionista
para esta área, anteriormente centrado no valor dos imóveis isolados para a valorização dos
conjuntos urbanos, não se pode deixar de destacar o papel pioneiro do Iphan no estudo das
áreas de entorno do conjunto arquitetônico do Morro da Conceição, berço da instalação de
fortaleza, igreja, residência episcopal e do comércio de escravos na cidade ao longo dos
séculos XVII e XVIII. Trabalho desenvolvido pelo Iphan nos anos 1980 e que de certa forma
desvendou a cidade mais antiga incrustada nos morros da região portuária quando a
topografia local ainda era marcada pela forte presença do mar nas reentrâncias da costa e
os alagados localizados nos baixios dos morros.
A poligonal definida como área da operação urbana consorciada do Projeto Porto Maravilha
envolve expressivo conjunto de bens considerados como portadores de valor cultural para a
cidade do Rio de Janeiro, protegidos de forma complementar pelas diferentes instâncias
responsáveis pela tutela dos bens tombados e suas áreas de proteção a nível Municipal,
Estadual e Federal. Estes imóveis encontram-se localizados tanto nas áreas
ADA - ÁREA DIRETAMENTE AFETADA - deverá compreender as áreas que serão afetadas
de forma direta e mais intensa pela implantação e posterior operação do empreendimento,
constituindo-se na área interna ao perímetro da Operação Urbana Consorciada Porto
Maravilha.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
353
AIA - ÁREA INDIRETAMENTE AFETADA - deverá compreender as áreas sujeitas aos
impactos diretos da implantação e operação do empreendimento. A sua delimitação deverá
ser em função das características físicas, biológicas, socioeconômicas e culturais dos
sistemas a serem estudados, nas particularidades do empreendimento proposto.
12.1.3 – SITUAÇÃO ATUAL
12.1.3.1 – Bens tombados, preservados e tutelados
Do ponto de vista da proteção legal instituída diretamente pelo instrumento do tombamento
temos:
12.1.3.1.1 – Proteção Federal:
06 (seis) bens tombados isoladamente2 na área do Centro: Banco Central, na Avenida Rio
Branco, 30; Casa na Rua Mayrink, 9; Centro Cultural da Light, na avenida Marechal
Floriano, 168; Colégio Pedro II, na avenida Marechal Floriano, 68 a 80; Sede do Iphan no
Rio de Janeiro, na avenida Rio Branco, 46; Palácio Itamaraty, na avenida Marechal Floriano,
196.
2 O conceito de “bem tombado isoladamente” é utilizado para distinguir daqueles que se referem a conjuntos urbanos ou arquitetônicos nos quais a importância exatamente se refere a ambiência formada por determinado grupo de edificações cujas características e estado de preservação enquanto conjunto adquire significado cultural cujo valor refere-se ao todo formado pelos vários imóveis e/ou equipamentos urbanos e elementos paisagísticos.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
354
Foto 1: Banco Central Foto 2: Rua Mayrink Veiga, 9
Foto 3: Centro Cultural Light. Foto 4: Colégio Pedro II
Foto 5: Sede do IPHAN. Foto 6: Palácio Itamaraty
01 (um) bem tombado isoladamente na Gamboa: Igreja Nossa Senhora da Saúde, Rua
Silvino Montenegro s/n. º.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
355
Foto 7: Igreja Nossa Senhora da Saúde
04 (quatro) bens tombados isoladamente e 01(um) bem tombado em conjunto na Saúde (Conjunto arquitetônico e paisagístico do Jardim e Morro do Valongo; Casa da Ladeira
Morro do Valongo, 20; Fortaleza da Conceição, Praça Major Valo; Igreja de São Francisco
da Prainha, rua Sacadura Cabral s/n.º; Palácio Episcopal, rua Major Daemon, 81.
Foto 8: Jardim e Morro do Valongo
Foto 9: Casa da ladeira do Morro do Valongo, 20. Foto 10: Igreja São Francisco da Prainha.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
356
Foto 11: Palácio Episcopal Foto 12: Fortaleza da Conceição.
De um modo geral o tombamento de um determinado objeto/artefato é o resultado de um
estudo que leva a uma avaliação e atribuição de valor que o insere num rol mais abrangente
do universo cultural que individualiza/caracteriza determinadas sociedades ou grupos
sociais. No caso do Iphan, e em especial em relação a estes treze bens tombados a nível
federal na área da operação consorciada, os valores estabelecidos dizem respeito
principalmente à historicidade e estética dos edifícios e lugares, traduzidos em inscrições
nos livros do Tombo das Belas Artes e do Tombo Histórico. Apenas a casa na Ladeira do
Morro do Valongo, tem sua inscrição no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e
Paisagístico, que se constitui num outro tipo de valor. À maioria dos bens tombados pelo
Iphan nesta área, portanto, são atribuídos os valores históricos e de belas artes sendo fácil
deduzir que estes objetos participam de forma testemunhal da própria história de formação
e desenvolvimento da cidade além de representarem a mestria e arte dos engenheiros,
arquitetos e construtores que edificaram esta cidade.
Em relação à história de ocupação desta região as pesquisas a respeito dos bens tombados
informam que a edificação mais antiga é o Palácio Episcopal, localizado na Rua Major
Daemon, no Morro da Conceição, que data de 1702; seguido da Fortaleza da Conceição, de
1713; da Igreja de Santa Rita, na rua Marechal Floriano, de 1721; e da Igreja de São
Francisco da Prainha, de 1738. Estas datas demonstram a antiguidade da ocupação da área
do Morro da Conceição e seu entorno imediato e a participação desta área, hoje
completamente integrada à cidade, na luta inicial pela ocupação e defesa do território que
nos primórdios foi sustentada pelas elevações existentes no sítio escolhido para
implantação da cidade, como o Morro Cara de Cão (próximo ao Pão de Açúcar), o Morro do
Castelo, arrasado nos anos de 1920 no local onde hoje se localiza a esplanada do Castelo,
o Morro de Santo Antonio, parcialmente desmontado junto ao Largo da Carioca e os Morros
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
357
de São Bento e da Conceição. Do ponto de vista da paisagem o Morro da Conceição forma,
junto com o de São Bento, Livramento, Gamboa, Providência, Saúde, Pinto e São Diogo3,
um conjunto de elevações contínuas que emolduram o pano de fundo da região do Cais do
Porto (Cais da Gamboa e Galpões) projetado na gestão do prefeito Pereira Passos 1903-06
a partir da consolidação do aterro desta área.
Em 1750 surge a Igreja da Saúde, localizada no morro de mesmo nome e indicando uma
espécie de seqüência temporal que se rebate sobre as edificações e ocupação do território
e a casa na Ladeira do Valongo que data de fins do século XVIII. No século XIX temos o
Colégio Pedro II, de 1837, que teria sido instalado em edificação que segundo consta seria
de meados do século XVIII, e que se localiza na Rua Marechal Floriano antigamente
conhecida como Rua Larga e que ocupa o baixio dos morros indicados na vertente oposta à
do Cais do Porto. Ainda seguindo a ocupação desta parte da cidade vamos encontrar a casa
na Rua Mayrink Veiga n.º 9, de 1840; o Palácio Itamaraty, na avenida Marechal Floriano n.º
196, de 1851/55.
No século XX e inspirados pela febre modernizante do prefeito Pereira Passos e suas
reformas embelezadoras vamos encontrar o Conjunto do Valongo, jardim projetado por
Pereira Passos em 1903-06; a Cia Docas de Santos, na Avenida Rio Branco 46, de 1904 e
que junto com a Caixa de Amortização, Avenida Rio Branco 30, de 1905-06, participaram da
abertura e decoração da nova Avenida Central, que demoliu parte expressiva da cidade
colonial para no seu lugar implantar a cidade das luzes, representativa da belle époque
francesa nos trópicos. E finalmente o Prédio da Light, na Avenida Marechal Floriano, de
1911.
Como instrumento de proteção das áreas que envolvem os bens tombados o Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional estabelece “Portarias” através das quais delimita
poligonais e define normas de ocupação das áreas de entorno dos bens tombados a nível
federal.
Na área da operação urbana consorciada está em vigor a Portaria do IPHAN n.º 2, de 14 de
março de 1986, que “Determina as especificações para construções, inclusive reformas e
acréscimos, nas áreas de entorno do Palácio Itamaraty, na Avenida Marechal Floriano; o
Conjunto arquitetônico do Jardim e Morro do Valongo; o Palácio Episcopal e a Fortaleza da
3 Segundo as ilustrações do Atlas dso planos urbanísticos do Rio de Janeiro: de Beaurepaire-Rohan ao Plano Estratégico / Verena Andreatta, editado pela ONG ViverCidades, o morro de São Diogo aparece até 1875/1876 como uma continuidade do morro do Pinto próxima à área destinada para “Parque das Exposições” onde depois foi construída a Estação de Ferro Leopoldina.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
358
Conceição, no Morro da Conceição; a Igreja de São Francisco da Prainha, no adro da
Prainha; a Igreja de Santa Rita, no Largo de Santa Rita; o Edifício da Antiga Caixa de
Amortização, na Avenida Rio Branco; a Casa na Rua Mayrink Veiga n.º 9; o Edifício da Cia.
Docas de Santos, na Avenida Rio Branco, e o Colégio Pedro II, na Avenida Marechal
Floriano.”
A portaria delimita uma série de sub-áreas nas quais define o gabarito de forma a preservar
a ambiência e visibilidade inerentes aos bens tombados (Anexo 3 – Planta 43).
É importante destacar que embora não estejam dentro da área da operação consorciada
alguns bens tombados a nível federal (BTN, estadual (BTE) e Municipal (BTM) dialogam
diretamente com esta região como a Igreja e Mosteiro localizados no Morro de São Bento
(BTN), a Igreja da Candelária (BTN), na Praça Pio X, o Edifício Almirante Tamandaré, antigo
Ministério da Marinha (BTE), na Praça Barão de Ladário s/n.º, o Hospital São Francisco da
Assis (BTN) e o Campo de Santana (BTE), na Avenida Presidente Vargas, , assim como a
antiga Estação Ferroviária Leopoldina – Estação Barão de Mauá (BTE), na avenida
Francisco Bicalho, e o Hospital Frei Antonio (Lazareto) (BTM), na Praça Mário Nazaré, em
São Cristóvão.
12.1.3.1.2 – Proteção Estadual 03 (três) bens tombados e integrantes de conjuntos na área do Centro (Banco Central,
Avenida Rio Branco, 30; Sede do Iphan no Rio de Janeiro, Avenida Rio Branco, 46; Palácio
Duque de Caxias, antigo Ministério da Guerra, Praça Duque de Caxias); e 01 (um) bem
tombado isoladamente (Fábrica de Gás, Avenida Presidente Vargas, 2610).
Foto 13: Palácio Duque de Caxias Foto 14: Antiga fábrica de Gás
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
359
No caso da área de influência do Projeto destacamos a presença do Campo de Santana,
antiga Praça da República, importante parque do centro da cidade, localizado na Avenida
Presidente Vargas, por sua relação com a história política da cidade, assim como com a
paisagem cultural construída socialmente e a partir da relação com a preservação do meio
ambiente. O campo de Santana, além de seu valor histórico, representa no centro da cidade
e em meio a radicalidade da intervenção urbana de abertura da avenida Presidente Vargas,
um verdadeiro oásis de área verde, com sombras de árvores centenárias, lagos e pequenos
animais, formando um micro sistema ecológico em equilíbrio a ser preservado.
04 (quatro) bens tombados isoladamente no Santo Cristo (Alfândega, Avenida Rodrigues
Alves, 81; Cemitério dos Ingleses, Rua da Gamboa, 181; Prédio da antiga estação e
cocheira da linha de Carris de Vila Guarani, Rua Pedro Alves, 210; Superintendência
Regional da Polícia Federal, antiga Imprensa Nacional, Avenida Rodrigues Alves, 1); e um
bem tombado que integra o conjunto de caixas d’água, reservatórios e represas da Cedae
construídos entre o século XVIII e o início do século XX, (Reservatório do Morro do Pinto,
Pinto, Rua Monte Alverne n.º 40).
Foto 15: Prédio da Alfândega. Foto 16: Cemitério dos Ingleses.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
360
Foto 17: Estação e cocheira da Linha de Carris da Vila Guarani
Foto 18: Superintendência Regional da Polícia Federal
01 (um) bem tombado isoladamente na Saúde (Pedra do Sal, Rua Argemiro Bulcão).
Foto 19: Pedra do Sal.
A Resolução n.º 23 de 27/04/1987, da Secretaria de Estado da Cultura determinou, em
11/05/87, o tombamento definitivo da Pedra do Sal, criando respectiva área de tutela
identificada pelas seguintes edificações: Largo João da Baiana n.º 33 e 35; Largo João da
Baiana propriamente dito; Rua São Francisco da Prainha n.º 51, esquina com a Rua
Argemiro Bulcão; Travessa do Sereno n.º 27, 29, 43 e 45; Travessa Argemiro Bulcão n.º 37
a 53; e Rua Sacadura Cabral n.º 97, esquina com a Rua Argemiro Bulcão.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
361
01 (um) bem tombado que integra o conjunto de caixas d’água, reservatórios e represas da
Cedae construídos entre o século XVIII e o início do século XX, na Gamboa (Reservatório
do Livramento, na Ladeira do Barroso n.º 202).
Em relação ao conjunto de bens tombados a nível estadual o que se pode perceber é que
estes são mais representativos dos séculos XIX e XX e procuram contemplar uma riqueza e
multiplicidade de significados dos diversos equipamentos que a cidade ao longo de sua
evolução urbana, estimulada pelo desenvolvimento tecnológico e a industrialização, vai
receber. Além disso, certos bens que na área aparecem como tombados isoladamente, na
verdade integram processos de preservação de conjuntos que se espalham ao longo da
cidade como um todo. São reconhecidos como valiosos representantes dos equipamentos
urbanos da cidade ao longo de sua evolução a Estação e Cocheira da Linha de Carris
Guarani, de 1883, que representa o transporte de tração animal, localizada nas
proximidades da Estação de Trem da Leopoldina e da Rodoviária Novo Rio, nos baixios do
Morro do Pinto; os Reservatórios do Morro do Pinto (1874) e do Livramento (1882) que
integram o conjunto de caixas d’água, reservatórios e represas da Cedae construídos entre
o século XVIII e o início do século XX, representativos do sistema de abastecimentos de
águas da cidade colonial; o Cemitério dos Ingleses, na Saúde, de 1809; e a antiga fábrica de
gás (1853), localizada hoje da Avenida Presidente Vargas, também ao pé do Morro do Pinto.
Além destes o estado vai reconhecer como portadores de valor cultural o Palácio Duque de
Caxias, ao lado da Central do Brasil, na Avenida Presidente Vargas, de 1935, um autêntico
exemplar do Estado Novo e da era Vargas no Rio de Janeiro e que também faz parte de um
processo que preserva o conjunto de edificações de caráter público construídos entre 1934
e 1943, como representativos da imagem de nação moderna que o Estado Novo buscava
construir nos anos 1930 e que inclui outros prédios localizados fora e dentro da área da
operação consorciada. Assim dentro da área e integrante deste conjunto temos a
Superintendência da Polícia Federal, antiga Imprensa Nacional, de 1940, localizada na
Avenida Rodrigues Alves n.º 1; e a Alfândega, de 1944, também localizada na Avenida
Rodrigues Alves n.º 81. Fora da área e parte deste conjunto são os edifícios do Ministério do
Trabalho (av. Presidente Antonio Carlos), o Edifício Almirante Tamandaré, antigo Ministério
da Marinha (Praça Barão do Ladário s/n.º), e o prédio do antigo entreposto de pesca na
Praça XV, a CONAB.
Finalmente as edificações da antiga sede da Cia. Docas de Santos que hoje abriga a 6ª
superintendência regional do Iphan e a sede da antiga Caixa de Amortização, que abriga o
Banco Central, ambas na Avenida Rio Branco e que integram o tombamento em conjunto de
sete edifícios e obelisco construídos na Avenida Rio Branco no período Pereira Passos. Os
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
362
demais edifícios que integram este conjunto e estão fora da OUC são: Centro Cultural da
Justiça, Biblioteca Nacional, Museu Nacional de Belas Artes, Av. Rio Branco n.º 155 a 159 e
n.º 88 a 94, e obelisco.
Do ponto de vista da proteção ao entorno dos bens tombados a Legislação Estadual
estabelecida pelo Decreto-Lei n.º 2 de 11 de abril de 1969 que “Define os Bens Integrantes
do Patrimônio Histórico, Artístico e Paisagístico do Estado da Guanabara e institui medidas
para a sua proteção”, define: “Artigo 7º - Sem a prévia audiência da Divisão do Patrimônio Histórico e Artístico não se expedirá nem se renovará licença para obra, para afixação de anúncios, cartazes, ou letreiros, ou para instalação de atividade comercial ou industrial, em imóvel tombado”. “Parágrafo único – O disposto neste artigo aplica-se também às licenças referentes a imóveis situados nas proximidades do bem tombado, e à aprovação, modificação ou revogação de projetos urbanísticos, inclusive os de loteamento, desde que possam repercutir de alguma forma na segurança, na integridade estética, na ambiência ou na visibilidade do bem tombado, assim como sua inserção no conjunto panorâmico ou urbanístico circunjacente”.
12.1.3.1.3 – Proteção Municipal
a) Bens tombados:
20 (vinte) bens tombados isoladamente no Centro, entre os quais uma estátua que pertence
à escola Rivadávia Correa, uma estátua que pertence ao Palácio Itamaraty e um painel que
pertence ao Edifício da Justiça Federal. (Conselho Estadual dos Direitos da Mulher – antiga
Escola Municipal República da Colômbia – Rua Camerino, 51; Cortiço na Rua Costa
Ferreira, 70; Cortiço na Rua Senador Pompeu, 43; Cortiço na Rua Senador Pompeu, 51;
Edificação residencial, cortiço e comércio, Rua Senador Pompeu, 34; Edifício “A Noite”,
Praça Mauá, 7; Escola Municipal Rivadávia Correa, Avenida Presidente Vargas, 1314;
Estação Ferroviária Pedro II, Praça Cristiano Otoni s/n.º; Estátua na Escola Rivadávia
Correa; Estátua no Palácio Itamaraty; Imóvel na Praça Mauá, 2; Imóvel na Praça Mauá, 10;
Moinho Fluminense, Rua Sacadura Cabral, 290; Prédio do Sindicato dos condutores de
veículos rodoviários e trabalhadores urbanos de passageiros do Município do RJ, Rua
Camerino, 66; Prédio onde funcionou a Embrafilme, Rua Mayrink Veiga, 28; Real
Benemérita Sociedade Portuguesa Caixa de Socorros D. Pedro V, Avenida Marechal
Floriano, 185; Sobrado na Rua Senador Pompeu, 32; Solar na Rua Barão de São Felix, 94;
Vila Avenida Caruso, Rua Barão de São Felix, 97; Painel localizado na fachada frontal térrea
junto ao pilotis do Edifício da Justiça Federal, Avenida Venezuela, 134.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
363
Foto 20: Cortiço na Rua Costa Ferreira Foto 21: Cortiço e comércio na Rua Senador Pompeu
Foto 22: Edifício " A Noite" Foto 23: Escola Municipal Rivadávia Correa.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
364
Foto 24: Estação Ferroviária Pedro II Foto 25: Edifício na Praça Mauá, 2.
Foto 26: Edifício na Praça Mauá, 10.
Foto 27: Moinho Fluminense.
Foto 28: Rua Camerino, 66 Foto 29: Rua Mayrink Veiga, 28.
.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
365
Foto 30: Real Benemérita Sociedade Portuguesa
Caixa de Socorros D. Pedro V.
Foto 31: Sobrado na Rua Senador Pompeu, 32.
Foto 32: Solar na Rua Barão de São Félix Foto 33: Vila Avenida Caruso
08 (oito) bens tombados isoladamente na Gamboa, sendo duas pinturas murais que
decoram bares tradicionais. Albergue da Boa Vontade, Praça da Harmonia s/n.º; Centro
Cultural José Bonifácio, Rua Pedro Ernesto, 80; Escadaria, Rua Costa Barros, entre a
Travessa Rosa Saião e Travessa Ladeira do Livramento; Estátuas, Rua Pedro Ernesto, 80;
Galpões da estrada de Ferro Central do Brasil – Rua Barão da Gamboa com Rua da
Gamboa (pátio de manobras da RFF); Pinturas a óleo sobre alvenaria, Rua Propósito, 6 (Bar
Tapajós); Pinturas de Nilton Bravo no Café e Bar Sulista, Rua Coronel Assunção 357-A.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
366
Foto 34: Albergue da Boa Vontade
Foto 35: Centro Cultural José Bonifácio.
Foto 36: Galpões da Estrada de Ferro Central do Brasil
12 (doze) imóveis tombados isoladamente no Santo Cristo. Bens localizados na Zona
Portuária, Av. Rodrigues Alves s/n.º (armazéns 01 a 07); Chafariz “A fonte da Criança” Praça
Santo Cristo; Conjunto de Edificações, Rua Farnese, 45, 49 e 51; Edifício de apartamentos,
Rua Barão da Gamboa, 164 a 184; Galpão, Av. Rodrigues Alves, 303/331; Igreja de São
Pedro, Rua Cardoso Marinho, 59; Hospital de Nossa Senhora da Saúde e Capela de Nossa
Senhora das Graças, Rua Comendador Leonardo s/n.º; Imóvel, Rua Equador, 476; Sede da
extinta revista O Cruzeiro, Rua do Livramento, 189; Trapiche Modesto Leal, Rua Santo
Cristo, 152; Vila, Rua Marques de Sapucaí, 14.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
367
Foto 37: Armazéns do Cais do Porto
Foto 38: Chafariz “A fonte da Criança”. Foto 39: Galpão na Avenida Rodrigues Alves, 303/ 311
Foto 40: Casa na Rua Farnese, 49/ 51 Foto 41: Casa na Rua Farnese, 45
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
368
Foto 42: Conjunto de apartamentos na Rua Barão da Gamboa
Foto 43: Vila Operária da Gamboa
Foto 44: Igreja de São Pedro
Foto 45: Fundos Hospital de Nossa Senhora da
Saúde
Foto 46: Imóvel na Rua Equador Foto 47: Sede da extinta revista O Cruzeiro
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
369
Foto 48: Trapiche Modesto Leal Foto 49: Vila na Rua Marquês de Sapucaí.
04 (quatro) bens tombados isoladamente na Saúde, sendo um conjunto de duas estátuas
em imóvel tombado. Fundição Manoel Lino Costa, Rua Sacadura Cabral, 152 e 154;
Oratório do Morro da Providência, Morro da Providência; Prédio, Rua Sacadura Cabral, 145;
Estátuas: Hipômenes e Atalanta – Rua Sacadura Cabral, 145.
Foto 50: Fundição Manoel Lino Costa Foto 51: Oratório no Morro da Providência
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
370
Foto 52: Imóvel na Rua Sacadura Cabral, 145.
Na lista de bens tombados pela prefeitura da cidade, encontra-se uma grande diversidade
de bens culturais, como edificações modernistas, ecléticas e art déco, pinturas, esculturas e
painéis. Há prédios monumentais, escadaria, galpões, sobrados, cortiços e vilas.
Desde imóveis residenciais assobradados com fachadas azulejadas como os encontrados
na Rua Farnese, no Morro do Pinto, até edificações modernistas como a Vila Operária da
Gamboa, projetada por Lucio Costa e Gregori Warchavchik, passando por cortiços e vilas
com casario revestido de tijolinhos do século XIX, a preservação empreendida pelo
Município tem um forte caráter residencial e de preservação de elementos que caracterizam
a forma de ocupação tradicional da cidade, especialmente os redutos de caráter residencial
representativos das diferentes camadas sociais que integram a sociedade carioca ao longo
do tempo. Privilegia, além disso, as relações da habitação com o trabalho, o comércio, a
indústria e no caso específico da área da operação urbana consorciada, com as atividades
portuárias e ferroviárias.
b) Bens preservados:
– ver “Relação dos imóveis preservados por subárea de proteção ambiental” que integra o
Decreto n.º 7.351, de 14 de janeiro de 1988.
Do ponto de vista da legislação municipal de proteção, parte significativa da área da
operação urbana consorciada do Projeto Porto Maravilha encontra-se na Área de Proteção
Ambiental constituída por logradouros dos bairros da Saúde, Santo Cristo, Gamboa e Centro
– APA SAGAS, conforme o Decreto n.º 7.351 de 14 de janeiro de 1988 que regulamenta a
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
371
Lei n.º 971, de 4 de maio de 1987, que instituiu a referida APA. Dentre as principais
atribuições da Lei, pode-se destacar:
▪ a manutenção das características consideradas importantes na ambiência e identidade
cultural da área;
▪ preservação do bem cultural que apresenta características morfológicas típicas e
recorrentes na área, sendo o mesmo, parte integrante de um conjunto de bens de valor
cultural;
▪ estabelecimento de critérios para novos gabaritos;
▪ prévia aprovação para demolições e construções;
▪ criação de um escritório técnico se necessário, para fiscalização e acompanhamento das
intervenções.
A partir de 1992 com o Plano Diretor Decenal, Lei Complementar 16/1992 foi instituída a
Área de Proteção do Ambiente Cultural – APAC, destinada a proteger o ambiente
construído, passando a Área de Proteção Ambiental – APA, a ser utilizada apenas para o
ambiente natural. Assim a APA Sagas se transforma em APAC Sagas.
As APACs vem sendo aperfeiçoadas como instrumento de construção de uma memória
social urbana da cidade moderna. Mostram a importância dos conjuntos urbanos
representativos das diversas fases de ocupação da cidade e de como estes lugares de
memória atuam na formação de identidades culturais urbanas diferentes de bairro para
bairro, de região para região, de localidade para localidade, o que torna cada ambiente
único e familiar para os seus moradores e freqüentadores.
Esta preservação do ambiente cultural busca:
• integrar o patrimônio cultural ao cotidiano da cidade e da vida de seus
moradores;
• fortalecer a parceria entre o poder público e as comunidades na manutenção e
melhoria da qualidade de vida;
• estimular e fortalecer a participação da comunidade no planejamento da cidade.
A criação/delimitação e normatização das APACs resulta de estudos que mapeiam, a partir
de levantamentos e inventários das edificações e espaços urbanos existentes, estas áreas e
procuram aferir os valores encontrados nos conjuntos urbanos levantados e considerados
como passíveis de serem preservados e cujos imóveis passam a ser classificados como:
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
372
1. tombados – bens de valor excepcional;
2. preservados – bens caracterizadores do conjunto;
3. tutelados – os demais.
São considerados:
Bem preservado – aquele que pertence a um conjunto arquitetônico cujas características
representem a identidade cultural de um bairro, localidade ou entorno de um bem tombado.
Neste tipo de imóvel devem ser mantidas fachadas, telhados e volumetrias, sendo
permitidas modificações internas, desde que se integrem aos elementos arquitetônicos
preservados. O objetivo deste instrumento é preservar a ambiência urbana. O proprietário
do imóvel preservado, assim como o do tombado, pode obter isenção do IPTU, desde que
ele esteja em bom estado de conservação e caracterização.
Bem tutelado – aquele que situado no entorno dos bens tombados ou preservados pode
ser renovado, substituído ou modificado com a anuência do órgão de tutela. Não possui
valor de conjunto mas também não pode contribuir para a descaracterização do conjunto
protegido.
Em 1992, através do Decreto N. 11.860, de 23 de dezembro de 1992, a prefeitura da cidade
cria e delimita a área de especial interesse urbanístico da zona portuária. Dentro desta
delimitação estão incluídos os armazéns de 01 a 084.
O Decreto N. 19.014 de 5 de outubro de 2000 inclui na relação dos imóveis preservados por
subárea de proteção ambiental, que consta no Decreto N. 7.351 de 14 de janeiro de 1988,
os seguintes imóveis: Morro da Saúde, os prédios números 379, 433 e 435 da Avenida
Rodrigues Alves.
Todo o imóvel construído até 19385 está automaticamente protegido pelo poder municipal.
Quaisquer obras, demolições ou alterações somente serão autorizadas após a aprovação
da Secretaria Municipal de Cultura, sendo prevista pelo Decreto N. 20.048/2001.
O que tem norteado a preservação desta área, é a possibilidade de permanência dos
marcos referenciais (acidentes geográficos) e edifícios históricos como cenários nos quais
os cidadãos se identificam com sua cidade e bairro, o que os leva a valorizar o ambiente em
4 O armazém 08 não possui tombamento individual. 5 Como o primeiro cadastro municipal da cidade é de 1938, no carnê do IPTU todos os imóveis construídos anteriormente terão aquele ano como o ano de sua construção. Informação obtida na SMC.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
373
que vivem, especialmente nas áreas eminentemente residenciais, relacionando os tipos de
edificações e a morfologia das ruas com um estilo de vida que evoca costumes e hábitos
que se modificaram nos atuais modelos de condomínios fechados, com ruas cada vez mais
ocupadas por veículos nas grandes cidades, produzindo sociedades cada vez mais
individualizadas. Nos morros que integram a OUC encontramos laços de sociabilidades e
vizinhança muito diferentes das outras regiões da cidade capazes de constituir uma
paisagem cultural efetivamente singular no panorama urbano, verdadeiros “lugares” na
acepção que esta categoria de preservação do patrimônio imaterial, estabelecida pelo
IPHAN em 20006, pode referenciar. Podem ser vistos como lugares de memória em função
das características históricas e antiguidade dos edifícios e da ocupação urbana, mas são
também lugares no sentido de espaços urbanos representativos e propiciadores de
determinado tipo de vida, lugares que produzem uma cultura urbana caracterizada por
vários detalhes como o uso das ruas, portas e janelas abertas sobre os logradouros,
permeabilidade entre o espaço privado e o espaço público como se um fosse a extensão
natural do outro, etc. Integra esta cultura urbana o usufruto de um espaço urbano
privilegiado em termos de fruição da paisagem circundante – construída e natural – tendo
em vista a localização à cavaleiro em relação à cidade e o mar.
Bibliografia ANDREATTA, Verena. Atlas dos planos urbanísticos do Rio de Janeiro: de Beaurepaire-
Rohan ao Plano Estratégico. Rio de Janeiro: ViverCidades, 2008.
CONSÓRCIO Rio Mar e Vila. Patrimônio Histórico e Cultural da Zona Portuária do Rio de
Janeiro. Relatório dos bens culturais da R.A.I. Setembro, 2007.
LODI, Cristina. Guia do Patrimônio Cultural Carioca: bens tombados. Rio de Janeiro:
Secretaria Extraordinária do Patrimônio Cultural, 2008.
SIGAUD, Márcia Frota & PINHO, Claudia Maria Madureira de. (pesquisa e texto) Morro da
Conceição: da memória o futuro. Rio de Janeiro: Sextante, Prefeitura, 2000.
TÂNGARI, Vera Regina & SILVA, Jonathas Magalhães Pereira de. Requalificação urbana do
Morro do Livramento: cenário e suporte para o futuro da área portuária do Rio de Janeiro.
6 Segundo o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial, instituído pelo Decreto n.º 3351, de 2000, “lugares são espaços onde ocorrem práticas e atividades de naturezas variadas, tanto cotidiana quanto excepcionais, que constituem referência para a população”.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
374
Apresentação de Estudos e Projetos de Intervenção no XVII Congresso Brasileiro de
Arquitetos/IAB/RJ, Sessão de comunicação: Políticas Públicas de Habitação e Urbanismo.
12.1.3.1.4 – Legislação Constituição Federal.
IPHAN Decreto-lei n.º 25, de 30 de novembro de 1937.
Portaria n.º 02, de 14 de maio de 1986.
Decreto n.º 3.551, de 04 de agosto de 2000.
INEPAC Decreto-lei n.º 2, de 11 de abril de 1969.
Lei n.º 509, de 3 de dezembro de 1981.
Decreto n.º 5.808, de 13 de julho de 1982.
Constituição do Estado do Rio de Janeiro, promulgada a 5 de outubro de 1989.
Artigos n.º 73, 74, 229, 230, 231, 261, 268, 322, 358.
Decreto n.º 23.055, de 16 de abril de 1997.
PREFEITURA Municipal do Rio de Janeiro Lei n.º 971, de 4 de maio de 1987.
Decreto n.º 7.351, de 14 de janeiro de 1988.
Lei Complementar n.º 16, de 1992.
Decreto n.º 11.860, de 23 de dezembro de 1992.
Decreto n.º 17.109, de 1998.
Decreto n.º 19.014, de 5 de outubro de 2000.
Decreto n.º 20.048, de 2001.
Lei Complementar n.º 73, de 27 de julho de 2004.
12.1.3.1.4.1 – Idade dos Bens Tombados 12.1.3.1.4.1.1 – Bens Tombados com mais de 150 anos de construção Federal:
• Fortaleza da Conceição – erguida em 1713.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
375
• Palácio Episcopal – construído em 1702
• Igreja São Francisco da Prainha - construída entre 1738 a 1748
• Igreja de Santa Rita - 1721
• Palácio Itamarati – projetado entre os anos de 1851 e 1855
• Igreja Nossa Senhora da Saúde: as obras encerram-se por volta de 1750
• Colégio Pedro II – construção data de meados do século XVIII
Estadual: • Antiga Estação e cocheira da Linha de Carris e Vila Guarani – construída em 1883.
• Cemitério dos Ingleses – aberto em 1809
• Reservatório do Morro do Pinto – construído em 1840
• Companhia Estadual de Gás – projetado e construído em 1853
Municipal: • Solar à Rua Barão de São Félix
• Hospital Nossa Senhora da Saúde e capela
• Cortiço – Rua Senador Pompeu, 34
12.1.3.1.4.1.2 – Bens Tombados com mais de 100 anos de construção: Federal:
• Conjunto Arquitetônico Paisagístico do Jardim do Morro do Valongo – construído entre 1903 – 1906
• Casa da Ladeira do Morro do Valongo – final do século XVIII características construtivas.
• Casa da Rua Mayrink Veiga – construída na década de 1840.
• Caixa de Amortização – construída entre os anos de 1905 – 1906
Estadual: • Reservatório do Livramento – construído em 1882
• Hospital Moncorvo Filho (E) – Rua Moncorvo Filho, 90: Construído em 1899
Municipal: • Conjunto de Sobrados na Rua Farnese nos 45-49-51
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
376
• Trapiche Modesto Leal
• Vila residencial na Rua Marquês de Sapucaí nº 14, Gamboa
• Centro Cultural Municipal José Bonifácio
• Fundição Manoel Lino Costa
• Prédio da antiga estrebaria, na Rua Sacadura Cabral no 145
• Oratório no alto do Morro da Providência
• Real e Benemérita Sociedade Portuguesa Caixa de Socorros D. Pedro V.
• Armazéns Nº 01, 02, 03, 04, 05, 06 e 07 – construído entre os anos de 1908-1911
• Escola Municipal Rivadávia Correa (M) – Av. Presidente Vargas 1314
• Cortiço (M) – Rua Senador Pompeu, 43
• Edificação Residencial, Cortiço e comercial (M) – Rua Senador Pompeu, 34
• Sobrado (M) – Rua Senador Pompeu, 32
• Vila Avenida Caruso (M) – Rua Barão de São Felix, 97
• Prédio do Sindicato dos condutores de veículos rodoviários e trabalhadores urbanos de passageiros do Município do RJ (M) – Rua Camerino, 66 – construído em 1906
• Galpões da estrada de Ferro Central do Brasil (M) – Rua Barão da Gamboa com Rua da Gamboa (pátio de manobras da RFF) – construído em 1879
• Moinho Fluminense (M) – Rua Sacadura Cabral, 290 – construído em 1887.
12.1.3.1.4.1.3 – Bens Tombados Identificados por século de construção
• Cortiço (M) – Rua Costa Ferreira, 70 – Segunda metade do século XIX.
• Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (antiga escola municipal República da Colômbia) (M) – Rua Camerino, 51 – Primeira metade do século XX
• Imóvel (M) – Rua Equador 476 74 – Início do século XX.
Observações:
1) Não foi encontrada a data de construção no levantamento realizado na Prefeitura
• Imóvel (M) – Praça Mauá, 2
• Edifício de apartamentos (M) – Rua Barão da Gamboa 164 a 184
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
377
• Igreja de São Pedro (M) – Rua Cardoso Marinho, 59
2) Não foi encontrado esse bem na relação dos bens tombados na Prefeitura
• Cortiço (M) – Rua Senador Pompeu, 51
12.1.4 – INTERVENÇÕES PROPOSTAS PELA OUC DO PORTO DO RIO ASSOCIADAS AO PATRIMÔNIO CULTURAL
Dentre as as varias intervenções da operação Urbana, estaremos destacando para análise
aqueles que possam potencialmente causar impactos aos bens tombados: a implementação
do novo sistema viário, os novos gabaritos propostos, e os possíveis impactos da
requalificação e transformação urbana.
12.1.5 – IMPACTOS PREVISTOS - SITUAÇÃO FUTURA
Estaremos analisando os impactos da Operação Urbana Consorciada da Região do Porto
do Rio sobre o Patrimônio cultural preservado existente na área.
Existem, pelo que foi possível identificar, tipos diferentes de impactos sobre os projetos e
ações preservacionistas existentes para a área.
12.1.5.1 – Impacto do sistema viário sobre os bens tombados
Na região dos bens tombados pelas diferentes instâncias governamentais e suas áreas de
tutela, e sobre a APAC Sagas teremos a construção dos túneis propostos nos itens 5, 6 e 11
do Anexo II “Conjunto das principais intervenções” da Lei Complementar n.º 101 de 23 de
novembro de 2009.
Recomenda-se que se leve em consideração o potencial arqueológico da área assim como
a proximidade de bens tombados para que, sob nenhum pretexto, os bens sofram as
conseqüências de desestabilização nos terrenos que podem ser provocados por este tipo de
intervenção. Assim, os métodos de escavação a serem utilizados deverão ser previamente
acordados com as instâncias responsáveis pela preservação dos imóveis localizados em
áreas próximas às intervenções visando a prevenção de trepidação que eventualmente
possa ameaçar os bens tombados e preservados.
São estas áreas:
1. O túnel sob o Morro da Saúde com duas galerias para a passagem de nova via de mão
dupla entre a Rua Silvino Montenegro e a Rua Rivadávia Correa;
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
378
2. O túnel de acesso à Zona Portuária, paralelo ao túnel que substituirá o Elevado da
Perimetral até o trecho sob a Praça Mauá e de onde seguirá por sob o atual prédio da
Polícia Federal, tombado a nível Estadual, ate retornar à superfície na futura Via Trilhos.
Além do prédio citado no texto do Anexo II da Lei complementar n.º 101, este túnel passará
sob o prédio da Alfândega, Avenida Rodrigues Alves n.º 81, tombado a nível Estadual; o
imóvel na Praça Mauá n.º 10, tombado a nível municipal e está na proximidade no imóvel n.º
2 da Avenida Rodrigues Alves, tombado a nível Municipal e o imóvel n.º 7 da praça Mauá –
Edifício A Noite, tombado a nível Municipal.
3. O túnel a ser construído em substituição ao Elevado da Perimetral partindo das
proximidades do prédio do Arsenal da Marinha, na Praça Barão de Ladário s/n.º, tombado a
nível Estadual; passando sob a Praça Mauá e Avenida Rodrigues Alves até a altura do
Armazém 5. Este túnel além de observar a proximidade do prédio do Arsenal da Marinha
citado deve ter como preocupação a proximidade e estabilidade do Morro de São Bento
sobre o qual se ergue o Mosteiro sob a mesma invocação tombado pelo Iphan.
12.1.5.2 – Impacto dos gabaritos propostos sobre a preservação da ambiência e
visibilidade dos bens tombados
A preocupação com o impacto dos gabaritos sobre os imóveis e conjuntos preservados tem
como fundamento a premissa estabelecida na legislação federal de preservação do
patrimônio de que não se pode, na vizinhança da coisa tombada, fazer construção que lhe
impeça ou reduza a visibilidade. Além disso, os instrumentos mais modernos, como a
criação das áreas de proteção do ambiente cultural – APAC, objetivam estabelecer
mecanismos de preservação que mais do que voltados para os imóveis isolados garantam a
manutenção dos ambientes urbanos marcados e identificadores de culturas locais,
ambientes urbanos que por suas qualidades espaciais são capazes de gerar determinados
modos de vida e convívio que são culturais. Em certo sentido a APAC pode ser considerada
como um instrumento de valorização e preservação do que atualmente vem sendo
conceituado como paisagem cultural, este agenciamento entre o homem e o meio ambiente
que dado historicamente vem se recriando na lógica de transformação e preservação dos
espaços urbanos e que mais do que preservar a materialidade dos espaços naturais ou
urbanizados pretende garantir a permanência de modos de vida que dão sentido cultural a
estas paisagens urbanas que assim podem ser chamadas de paisagens culturais.
Neste sentido, as construções lindeiras aos bens tombados pelas diferentes instâncias
governamentais e suas áreas de tutela e sobre a APAC Sagas, merecem estudo dos órgão
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
379
de preservação no se que refere a possíveis impactos sobre a ambiência e visibilidade dos
bens tombados.
12.1.5.3 – Impacto da requalificação e transformação urbana
É possível verificar a partir de uma simples observação, que cada localidade representada
simbolicamente por um marco referencial (acidentes geográficos), no caso os morros
existentes, possui características – estilos de vida, identidades culturais resultantes de
histórias de vida e memórias individuais ou coletivas ligadas ao local que habitam e sua
vizinhança – distintas e singulares. De um modo geral, em conversas informais pelas ruas,
verificamos que o Morro da Conceição é considerado aquele que possui maior valor
histórico e cultural, o que está mais preservado e que, portanto, tem um potencial de atração
turística diferenciado e já conquistado. É observável a presença do poder público, de
investimentos e da existência de uma política pública de preservação no Morro da
Conceição que em 1998 foi escolhido como projeto piloto do Programa de Recuperação
Orientada (proRIO), criado através do Decreto n.º 17.109 com o objetivo de “intensificar a
articulação entre os diversos programas da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro,
promovendo um conjunto de ações complementares à organização urbana, que visam
reabilitar e valorizar o patrimônio urbanístico, paisagístico e arquitetônico.”7 Os habitantes do
Morro da Conceição foram também personagens de um documentário dirigido por Cristiane
Grumbach, em 2005, com o título Morro da Conceição... Da dona Iria, do seu João, da dona
Alzira, da dona Maria Amélia, do seu Feijão, da dona Duda, da dona Mida, do seu
Chapéu..., que procura mostrar a delicadeza das relações temporais dos moradores mais
antigos com o bairro, e representar a densidade dos lugares de memória.
Uma observação importante refere-se às fronteiras dos morros que não se restringem às
elevações e a ocupação urbana de inspiração lusitana das ladeiras e cumeadas, mas
também a seus baixios, às ruas que lhes dão acesso e que os interligam, às zonas planas
de intersecção entre as elevações.
Os demais morros, embora muito parecidos do ponto de vista da implantação urbana, das
tipologias residenciais e até mesmo da população, parecem estar esquecidos e têm seus
entornos junto à parte plana da cidade bastante degradados e carentes no que diz respeito
ao atendimento da infra-estrutura urbana básica, desde a coleta regular de lixo, passando
pela iluminação pública e presença de equipamentos urbanos decentes. É o caso do
7 Morro da Conceição – da memória ao futuro. Sigaud, Márcia Frota & Pinho, Claudia Maria Madureira de. Rio de Janeiro, Sextante Editora, 2000.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
380
Livramento, Providência, Saúde, Gamboa e Pinto. Observamos que o serviço de coleta de
lixo existe e tem sua rotina mas o lixo espalhado pelas ruas nos finais de semana indica a
necessidade de desenvolver campanhas junto à população, coleta seletiva, assim como
talvez intensificar a freqüência da coleta.
A região onde se localiza o Morro da Providência é considerada a mais insegura e carente
tendo em vista a presença da favela que mesmo tendo sido beneficiada pelos recursos do
programa Favela Bairro ainda possui graves problemas de assentamento de sua população
em condições mínimas de segurança e com qualidade de vida.
Um outro aspecto interessante da análise social e morfológica desta região é a de que todos
os morros, com exceção do da Gamboa e da Saúde, mantêm relações com os dois lados
da cidade aos quais acessam, ou seja, a região portuária e a região voltada para o Centro
Administrativo e Comercial representado pelo eixo viário da Avenida Presidente Vargas.
Medida emergencial importante para a área é o investimento em melhorias urbanas e de
infra-estrutura, assim como instalação de equipamentos urbanos que contribuam para a
permanência e melhoria das condições de vida da população local. Neste sentido é preciso
levar em consideração a preocupação com a elevação do nível social local trazido pela
operação urbana consorciada do Porto do Rio, cuja elevação do patamar de poder aquisitivo
pode levar a uma transformação do comércio local e conseqüente expulsão destas camadas
da população mais pobre que habitam a região. Equacionar estes problemas onde os
diferentes níveis sociais possam conviver de forma harmônica e sustentável é um desafio
que se coloca para a Prefeitura diante da implantação desta OUC.
12.1.6 – MITIGAÇÃO DOS IMPACTOS
12.1.6.1 – Medidas mitigadoras dos impactos
São as seguintes as medidas mitigadoras dos impactos:
a) Permanência da população habitante nos locais (nas áreas previstas como de uso
residencial e nas consideradas como de especial interesse social, e habitação de interesse
social) – sugere-se, como medida mitigadora, promover uma pesquisa sócio econômica
específica, domiciliar, com o intuito de identificar a quantidade de domicílios nas áreas de
interesse para manutenção do uso residencial, condições de conservação e ocupação,
levantamento do quantitativo das edificações e população residente, renda, composição
familiar, as principais atividades dos habitantes, etc. Pesquisa detalhada para conhecer o
perfil da população e para verificar a necessidade de criação de linhas de financiamento
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
381
adequadas às possibilidades dos habitantes dos setores históricos no sentido de restaurar,
requalificar e revitalizar estes imóveis para o uso residencial. Estes são dados fundamentais
em processos que têm por premissa realizar operações de reabilitação e reassentamento
habitacional como é o caso de parte da área da operação urbana consorciada. (Morros:
Conceição, Livramento, Providência, Gamboa, Saúde e Pinto e parte de áreas planas já
caracterizadas pelo projeto como de interesse social e habitação de interesse social)
Ainda neste aspecto de buscar fazer permanecer a população atual sugere-se o
desenvolvimento de ações educativas voltadas para a preservação do Patrimônio Cultural existente na área, desde a história da formação da região no desenvolvimento
urbano da cidade passando pela biografia de cada edificação e conjunto de edificações
tombadas e preservadas nesta área até a história de vida de seus moradores. Conhecer o
patrimônio material e imaterial é uma forma de estabelecer ou descobrir vínculos identitários
que uma vez recuperados contribuem tanto para a elevação da auto estima dos moradores
quanto para a preservação dos espaços e edificações preservados.
b) Em relação à construção dos túneis propostos na OUC recomenda-se que os mesmos
devem ter seus traçados e projetos, assim como definição de tecnologia para realização das
escavações e consolidação das galerias, previamente aprovados pelas instâncias municipal,
estadual e federal, responsáveis pela preservação dos bens tombados nos terrenos pelos
quais passarão os túneis e nas suas vizinhanças imediatas. Deverão ter ainda o
acompanhamento de equipes de arqueólogos para efetuar a identificação e salvamento de
sítios no sub solo que possuam valor arqueológico.
c) Em relação aos gabaritos propostos para as áreas de entorno de bens tombados, medida
mitigadora importante seria estabelecer critérios de ambiência para as construções lindeiras
aos bens tombados.
12.1.7 – CONCLUSÕES
Entende-se que se forem adotadas as medidas mitigadoras recomendadas, estarão
atendidas as preocupações relativas à preservação do patrimônio histórico.
Bibliografia
ANDREATTA, Verena. Atlas dos planos urbanísticos do Rio de Janeiro: de Beaurepaire-Rohan ao
Plano Estratégico. Rio de Janeiro: ViverCidades, 2008.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
382
CONSÓRCIO Rio Mar e Vila. Patrimônio Histórico e Cultural da Zona Portuária do Rio de Janeiro.
Relatório dos bens culturais da R.A.I. Setembro, 2007.
LODI, Cristina. Guia do Patrimônio Cultural Carioca: bens tombados. Rio de Janeiro: Secretaria
Extraordinária do Patrimônio Cultural, 2008.
SIGAUD, Márcia Frota & PINHO, Claudia Maria Madureira de. (pesquisa e texto) Morro da Conceição:
da memória o futuro. Rio de Janeiro: Sextante, Prefeitura, 2000.
TÂNGARI, Vera Regina & SILVA, Jonathas Magalhães Pereira de. Requalificação urbana do Morro
do Livramento: cenário e suporte para o futuro da área portuária do Rio de Janeiro. Apresentação de
Estudos e Projetos de Intervenção no XVII Congresso Brasileiro de Arquitetos/IAB/RJ, Sessão de
comunicação: Políticas Públicas de Habitação e Urbanismo.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
383
12 – PAISAGEM URBANA: PATRIMÔNIO CULTURAL E ARQUEOLÓGICO 12.2 – PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO 12.2.1 – INTRODUÇÃO E OBJETIVOS O trabalho aqui apresentado refere-se ao diagnóstico do patrimônio arqueológico e ao
potencial arqueológico nas áreas do empreendimento de revitalização da região portuária do
Rio de Janeiro. Utilizaremos fontes bibliográficas para demarcar manchas das ocupações1
humanas que se fixaram ao longo dos séculos, nas áreas do empreendimento.
A partir dessas fontes, serão confeccionadas plantas com áreas de ocupação dos diversos
grupos humanos a fim de subsidiar pesquisas arqueológicas posteriores. Por meio dessas
plantas, poderemos visualizar as ocupações temporais dos grupos sociais nas áreas onde
as obras serão realizadas.
Para tanto, iniciaremos os estudos de diagnóstico e de potencial arqueológico, tratando
sobre arqueologia e, posteriormente, sobre a legislação pertinente. Em seguida, iremos
trabalhar com as fontes bibliográficas da cidade do Rio de Janeiro e apresentaremos, ao
final do trabalho, as propostas de medidas para minimizar os impactos aos bens
arqueológicos da área diretamente afetada – ADA. E ainda, disponibilizaremos as plantas
com as demarcações das manchas de sobreposição da história de ocupação humana.
12.2.1.1 – Apresentação das áreas do Empreendimento
O trabalho se refere ao diagnóstico e ao potencial arqueológico na Área de Especial
Interesse da Região Portuária do Rio de Janeiro, envolvendo os bairros do Caju, Saúde,
Santo Cristo, Gamboa e partes do Centro, São Cristóvão e Cidade Nova, tendo em vista
existência de um projeto de revitalização da área, a Operação Urbana Consorciada da
Região do Porto do Rio.
Os locais que poderão sofrer os impactos com o empreendimento são assim divididos para
arqueologia:
1. Área diretamente afetada (ADA): do entroncamento da Av. Alfred Agache com a
Av. Presidente Vargas seguindo por esta, incluindo apenas o lado par, até a Rua
Visconde de Itaboraí; por esta, incluída, até a Rua Visconde de Inhaúma; por esta,
1 Para esse trabalho entendemos ocupação como sobreposição de ocupações humanas ou dos diversos grupos sociais ao longo dos séculos.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
384
incluída, até o cais do 1º Distrito Naval; seguindo por este, incluído, até a Praça
Mauá; por esta, incluída, até a Avenida Rio Branco; por esta, incluindo apenas o lado
par, até a Avenida Presidente Vargas, por esta, incluindo apenas o lado par, até o
Canal do Mangue; por este, incluído, até a Rua Francisco Eugênio; por esta, incluído
apenas o lado par, até a Rua Melo e Souza; por esta, incluído o lado ímpar, até
encontrar a Av. Pedro II. Deste ponto por uma linha reta até encontrar a divisa dos
imóveis do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR-EX) e do Hospital
Frei Antônio, excluídos. Deste ponto por uma linha reta até encontrar a Praça Mário
Nazaré; por esta, incluída, até encontrar a Rua São Cristóvão; por esta, incluindo
apenas o logradouro, até encontrar a Rua Figueira de Melo. Deste ponto, retornando
pela Rua São Cristóvão, incluindo apenas o logradouro, até a Av. Brasil; seguindo
por esta, incluindo apenas o lado par, até encontrar a Rua Sá Freire. Deste ponto,
retornando pela Av. Brasil, incluindo apenas o logradouro, até a Rua Ver. Odilon
Braga; seguindo por esta até encontrar a Av. Rio de Janeiro. Deste ponto por uma
reta, perpendicular ao Cais do Porto, até a Baia de Guanabara. Deste ponto por uma
linha costeira junto ao Cais do Porto, incluído, até o Píer Mauá, incluído. Deste ponto
seguindo por uma linha costeira junto ao cais do 1º Distrito Naval até o ponto de
partida. Essa área será exatamente onde ocorrerão os impactos da implantação e da
operação do empreendimento.
2. Área de influência direta (AIA): são os locais ao redor da ADA. Essa área por ser
limítrofe à ADA sofrerá impacto direto das obras e da operação do empreendimento,
podendo ser encontrado um sítio que ultrapasse o limite da ADA. A AIA está assim
definida: Percorre a Perimetral até o Museu Histórico Nacional contornando-o até a
Avenida Antonio Carlos, seguindo esta até a Rua 7 de Setembro, seguindo-a até a
Praça Tiradentes contornando-a até a Rua da Carioca, incluindo a Rua Visconde de
Rio Branco, incluindo a Rua Frei Caneca, incluindo a Rua Estácio de Sá até o
entroncamento com a Rua do Bonfim, seguindo-a até a Perimetral - ponto de partida.
12.2.1.2 – Justificativa
Conforme a resolução CONAMA 001/1986, deve constar no Estudo de Impacto Ambiental, o
diagnóstico do patrimônio arqueológico, a fim de serem verificados os impactos que esses
bens poderão sofrer durante a implantação e a operação do empreendimento, verificando-se
a partir dos estudos, a viabilidade de sua implantação. A partir da viabilidade da instalação
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
385
do empreendimento, deverão haver medidas para minimizar os impactos que o
empreendimento poderá causar.
Dessa forma, o estudo em questão se refere ao diagnóstico do patrimônio arqueológico,
bem como, ao potencial arqueológico da área. Esse trabalho subsidiará as pesquisas
vinculadas aos empreendimentos de revitalização da região do Porto da cidade do Rio de
Janeiro e embasará medidas para minimizar os possíveis impactos ao patrimônio
arqueológico.
O reduzido número de sítios arqueológicos registrados no IPHAN na área do
empreendimento (AID e ADA), um total de 10 (dez), não corresponde ao intenso uso e
mudanças ocorridas na região ao longo dos séculos, o que justifica a necessidade de
maiores pesquisas arqueológicas na região.
Como a ADA, que abrange os bairros de Santo do Caju, Saúde, Santo Cristo, Gamboa,
partes do Centro, São Cristóvão e Cidade Nova, sofreu grandes transformações antrópicas,
também foi palco das transformações sociais, econômicas e políticas ocorridas no Rio de
Janeiro e de importância para todo o país. Assim, acreditamos que a pesquisa arqueológica
só irá aumentar o conhecimento sobre as sucessivas ocupações da região.
Além disso, os resultados e práticas provenientes da pesquisa arqueológica, ao serem
divulgados para o grande público, poderão sensibilizá-los para a preservação do patrimônio
arqueológico, sendo imprescindíveis trabalhos de Educação Patrimonial durante as etapas
de pesquisa arqueológica.
12.2.1.3 – Objetivos
• Diagnosticar os sítios arqueológicos da ADA e AIA.
• Fazer um estudo a partir de fontes bibliográficas da cidade do Rio de Janeiro.
• Elaborar plantas ilustrativas da ocupação humana na AIA e ADA ao longo do tempo.
• Visualizar os sobrepostos de ocupação dos diferentes grupos sociais e as
transformações espaciais na AIA e ADA.
• Propor medidas para minimizar impactos causados pelo empreendimento ao
patrimônio arqueológico.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
386
12.2.2 – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para subsidiar a pesquisa arqueológica, iremos nos basear em fontes bibliográficas da
história de ocupação do Rio de Janeiro, contemplando a AII, no entanto, iremos nos
aprofundar na AIA e ADA. Essa revisão será feita a partir dos autores: SEDA, P. (2003); BESSA,
J.R. e MALHEIROS, M.F. (1997); CAVALCANTI, N., ABREU, M. e CARDOSO, E.D. et al..
O contexto histórico irá subsidiar a confecção de plantas de sobreposição da ocupação dos
diversos grupos sociais e das transformações espaciais que ocorreram na área do
empreendimento, a fim de visualizar os sobrepostos de ocupação da área, optando pelo
critério temporal.
Essas plantas serão delimitadas a partir de manchas da história dessas ocupações nas
áreas do empreendimento. Essas irão abarcar a ADA, mas sempre que as referências
bibliográficas nos levarem além desses limites, iremos ultrapassá-los até a AIA. Assim, as
plantas ilustrativas de ocupação dos diversos grupos sociais irão contemplar a ADA e a AIA.
Para a confecção da planta, as manchas serão delimitadas a partir dos períodos iniciais de
ocupação humana que conseguiremos abordar no levantamento bibliográfico e das
mudanças que ocorreram na cidade dentro da ADA do empreendimento.
Utilizaremos manchas coloridas para marcar as áreas que foram ocupadas pelos grupos
humanos que se fixaram nesse local ao longo dos séculos (temporal). Foi chamada de
mancha, pois não conseguimos ter uma delimitação geográfica exata desses locais.
Sabemos que a partir da metodologia adotada para a confecção das plantas (consulta de
fontes bibliográficas), que privilegiou o critério de temporalidade, deixaremos de fora alguns
aspectos relevantes para a ocupação espacial de um determinado local. Considerando
essas opções, partilhamos das questões e problemas colocados por Julia WP na
apresentação da Carta de Potencial Arqueológico da Cidade do Rio de Janeiro. Etapa 1:
Centro da Cidade, do século XVI ao XX2, na qual aponta a dificuldade de:
(...) localizar na cidade um número de atividades sócio-culturais, como, por
exemplo, festas, folias, danças, músicas, procissões, tradições, costumes, ações
de resistência, trabalho dos escravos de ganho ou a organização dos grupos
étnicos africanos, bem como a de outros grupos ‘esquecidos’ pela história
consagrada, que muitas vezes não têm demarcação espacial definida ou limitada
a um único edifício (...).
2 XV Congresso da Sociedade de Arqueologia Brasileira – SAB. Belém / PA, setembro de 2009.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
387
Também é importante ressaltar que não iremos abarcar toda história do Rio de Janeiro a
partir das fontes bibliográficas, nem das plantas. Essas fazem parte de um estudo preliminar
que poderá subsidiar estudos mais aprofundados e pontuais, considerando que a história é
dinâmica, em constante transformação e sempre sujeita a revisões, conforme diversas
interpretações. Com isso, concordamos mais uma vez, com a mesma apresentação de Julia
WP, que acrescenta:
(...) é importante destacar a inviabilidade de se contemplar toda a história do Rio
de Janeiro em mapas ilustrativos não apenas pelas dificuldades na transposição
do conteúdo histórico a um suporte cartográfico, mas pelo próprio dinamismo da
produção historiográfica, com constantes revisões e divergências entre
pesquisadores. Soma-se a isso o desconhecimento por parte dos historiadores e
demais estudiosos de outros processos, grupos e vivências presentes no cenário
urbano, confirmando a idéia de que toda e qualquer tentativa de se escrever
uma história total é uma ilusão. Assim, cabe ressaltar que os mapas não são a
história da cidade, mas consistem em interpretações possíveis conforme os
estudos de diferentes pesquisadores.
Trouxemos à tona as afirmações apresentadas no Congresso, pois achamos importante
esclarecer que uma planta ou mapa não contará a história de um determinado local, nem
será uma história total, indiferente da metodologia adotada.
Cabe ressaltar ainda, que as futuras pesquisas arqueológicas poderão utilizar o presente
estudo para trabalhos posteriores na área, o que gera, automaticamente, mais
conhecimento em relação a essas áreas. Assim, lacunas deixadas pela história poderão ser
preenchidas, bem como, novos conhecimentos a partir de sua metodologia que será
relatada posteriormente.
Foram levantados para o diagnóstico, os sítios arqueológicos registrados no IPHAN-Rio de
Janeiro para a AIA e ADA. Esse levantamento foi realizado a fim de confeccionarmos uma
planta que contenha os sítios arqueológicos registrados. Essa informação é de extrema
relevância, pois o reconhecimento do sítio vem a partir desse registro. Apesar de todos os
sítios arqueológicos serem bens da União, o registro equivale ao reconhecimento oficial de
sua existência.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
388
Como esse diagnóstico arqueológico faz parte de um estudo de impacto ambiental, também
abriremos um ítem para uma breve discussão da legislação arqueológica, uma vez que
achamos importante levantarmos os instrumentos de proteção do patrimônio.
12.2.3 – SITUAÇÃO ATUAL 12.2.3.1 – Conceito de Arqueologia aplicado
A arqueologia é uma ciência que estuda o comportamento humano, o cotidiano, o espaço,
as relações sociais, entre outros aspectos através da cultura material, utilizando-se de
métodos de estudo específicos da disciplina.
Para Trigger (2004, p. 18 e 19), a arqueologia é uma ciência social no sentido de que:
A arqueologia (...) procura explicar o que aconteceu a um grupo específico de
seres humanos no passado e fazer generalizações a respeito do processo de
mudança cultural. Porém, ao contrário dos etnólogos, dos geógrafos, dos
sociólogos, dos cientistas políticos e dos economistas, os arqueólogos não podem
observar o comportamento da população que eles estudam; ao contrário dos
historiadores também não têm, na maioria dos casos, acesso direto ao
pensamento dessa gente registrado em textos escritos. A arqueologia infere
comportamento humano, e também idéias, a partir de materiais remanescentes do
que pessoas fizeram e usaram, e do impacto físico de sua presença no meio
ambiente. A interpretação de dados arqueológicos depende da compreensão de
como seres humanos se comportam no presente e, em particular, de como esse
comportamento se reflete na cultura material.
A arqueologia possui metodologias e técnicas específicas para o desenvolvimento da
pesquisa arqueológica. Conforme aponta Najjar (2005, p. 13):
(...) a arqueologia não é um ramo auxiliar da história nem uma técnica: é uma
ciência e dispõe de procedimentos teórico-metodológicos próprios. A arqueologia,
portanto, é uma disciplina científica e, como tal, compreende uma série de etapas
de pesquisa que devem ser cumpridas, a saber: formulação de problemas
(hipóteses, levantamentos e estudos de viabilidade); implementação (licenças,
logística); obtenção de dados (levantamentos, escavação); processamento dos
dados (limpeza, conservação, catalogação, classificações); análise dos dados
(questões temporais e espaciais); interpretação (aplicação da opção teórica);
publicação e, nos casos indicados restauração.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
389
Quando falamos de arqueologia, muitas vezes nos remetemos somente à pré-história, como
campo de atuação do arqueólogo. No entanto, conforme aponta Najjar (2005, p. 17), a
arqueologia histórica se estabeleceu na década de 1960 com os primeiros estudos
sistemáticos de ruínas do século XVI de aldeias espanholas e missões jesuíticas.
Constata-se então, que houve um alargamento no campo da pesquisa arqueológica, não se
restringindo somente a pré-história. Conforme a definição do norte americano Orser,
traduzido em 1992 (p. 23):
(...) a definição de arqueologia histórica que está emergindo atualmente é a que
define a arqueologia histórica como o estudo arqueológico dos aspectos
materiais, em termos históricos, culturais e sociais concretos, dos efeitos do
mercantilismo e do capitalismo que foi trazido da Europa em fins do século XV e
que continua em ação ainda hoje.
A área de implantação do projeto de revitalização do Porto do Rio de Janeiro será realizada
em área urbana bastante antropizada. Serão implantados vários empreendimentos com a
finalidade de revitalizar a região. Haverá melhorias de vias, necessitando de alargamento
das ruas, demolição da Perimetral etc.; em outras áreas haverá, desde a demolição de
casas para reutilização do espaço, bem como, a restauração de outros imóveis, entre outras
intervenções. A partir do exposto, as obras na ADA serão variadas em diferentes dimensões
e escalas. Dessa forma, os sítios arqueológicos que porventura se encontrem na área
poderão ser destruídos com o revolvimento de solo.
Dentro desse contexto, gostaríamos de chamar atenção para arqueologia urbana. Tochetto
e Thiesen (2007, p. 178) explicam que:
Vários autores têm apresentado a discussão sobre o fazer da arqueologia na e
da cidade. No primeiro caso, os sítios são considerados isoladamente, sendo a
cidade apreciada como ambiente no qual estão inseridos, o que abarcaria, além
de sítios de ocupação histórica, os de pré-histórica. No segundo, a cidade passa
a ser considerada ambiente e objeto da pesquisa, onde as manifestações
arqueológicas são tratadas como componentes de um sistema amplo e
integrado.
E acrescentam (2007, p. 178) que “independentemente da orientação teórica adotada, os
meios urbanos apresentam alta densidade de estruturas e de artefatos, resultado da
dinâmica e contínua ocupação humana nos territórios que delimitam os tecidos urbanos”.
As autoras, nesse mesmo artigo, abordam a questão da importância de ações para a
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
390
integração dos moradores locais com a pesquisa arqueológica, para que haja valorização
por parte destes ao patrimônio arqueológico, bem como, sua efetiva preservação. “(...)
qualquer projeto de preservação do patrimônio, seja ele arqueológico, histórico, natural, etc.,
possui como condição indispensável de êxito a consciência do cidadão do valor desse
patrimônio. (2007, p. 189)
Nesse sentido, a Portaria 230/2002, coloca que os projetos de arqueologia para os
empreendimentos, devem contemplar a educação patrimonial.
A pesquisa arqueológica a ser desenvolvida na área da revitalização do Porto do Rio de
Janeiro atende aos conceitos aqui levantados. Assim, a pesquisa arqueológica torna-se
imprescindível para a produção de conhecimento da região, tanto para a comunidade
acadêmica, quanto para a população e, principalmente exercendo o papel social de
memória e identidade da população. “A arqueologia em meio urbano, preocupada com o
cumprimento do seu papel para com a sociedade, como ciência social, possibilita a
restituição de sentido aos bens materiais relacionados à trajetória das cidades, provocando
a apropriação destes e a construção de memórias”. (2007, p. 193)
12.2.3.2 – Legislação aplicada à preservação do Patrimônio Arqueológico
Para a preservação3 do patrimônio arqueológico, existe tanto uma legislação específica
quanto legislações que contemplam o patrimônio como um todo. Dentro do universo de
normas legais de preservação de patrimônio, podemos citar para a preservação do
patrimônio arqueológico: o Decreto-lei no 25/37, a Lei no 3.934/61, a legislação de bens
móveis e a legislação ambiental, a Constituição Federal, as normas internacionais, dentre
outras. Temos que considerar também as Portarias emitidas pelo IPHAN, único órgão
responsável pela fiscalização e gerenciamento do patrimônio arqueológico.
Quando a Lei no 3.924/61, também conhecida como lei de arqueologia, foi criada, a intenção
era preservar os bens em detrimento da exploração econômica. No entanto, antes dela já
havia a Recomendação da UNESCO sobre arqueologia em 1956 – Carta de Nova Delhi –
3 Há vários conceitos de preservação. Para esse trabalho utilizaremos o de CASTRO (1991) “Preservação é o conceito genérico. Nele podemos compreender toda e qualquer ação do Estado que vise conservar a memória de fatos ou valores culturais de uma Nação. É importante acentuar este aspecto já que, do ponto de vista normativo, existem várias possibilidades de formas legais de preservação. A par da legislação, há também as atividades administrativas do Estado, que sem restringir ou conformar direitos, caracterizam-se como ações de fomento que têm como conseqüência a preservação da memória. Portanto, o conceito de preservação é genérico, não se restringindo a uma única lei, ou forma de preservação específica.” (p. 5)
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
391
somente 5 anos antes da promulgação da Lei no 3.924/61. Essa recomendação define os
princípios internacionais a serem aplicados em matéria de Pesquisas Arqueológicas.
Anteriormente à criação e à promulgação da Lei de Arqueologia, além dessa preocupação
internacional, também havia esforços no Brasil para a proteção dos sítios arqueológicos,
como Pinheiro da Silva escreve sobre essa trajetória em seu artigo intitulado Os desafios da
proteção legal: uma arqueologia da Lei nº 3.924/61, publicado na Revista do Patrimônio nº
33.
Todos os monumentos arqueológicos e pré-históricos ficam sob a guarda e proteção do
poder público, após a promulgação da Lei no 3.924/61. Em 1988, a Constituição Federal a
reitera e, ainda acrescenta que são bens da União: “as cavidades naturais subterrâneas e
os sítios arqueológicos e pré-históricos”.
A Lei no 3924/61 estabelece ainda os requisitos básicos para a fiscalização dos bens
arqueológicos e da pesquisa arqueológica no Brasil, no entanto, o IPHAN, órgão federal
responsável pela salvaguarda desse bem, a fim de aprimorar a fiscalização, cria a Portaria
07, de 01 de dezembro de 1988. A partir das considerações vistas na referida portaria, esta
resolve no artigo 1° “estabelecer os procedimentos necessários à comunicação prévia, às
permissões e às autorizações para pesquisas e escavações arqueológicas em sítios
arqueológicos previstas na Lei nº 3.924, de 26 de julho de 1961”.
No entanto, mesmo antes da Constituição Federal e da Portaria 07/88, há a promulgação da
Resolução do CONAMA n° 001/86, que “considerando a necessidade de se estabelecerem
as definições, as responsabilidades, os critérios básicos e as diretrizes gerais para uso e
implementação da Avaliação de Impacto Ambiental como um dos instrumentos da Política
Nacional do Meio Ambiente” resolve quais empreendimentos necessitam de Estudos de
Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), bem como, as diretrizes
para a elaboração desse estudo.
Dentre os pré-requisitos para a confecção do EIA, o patrimônio arqueológico é contemplado
na resolução, no artigo 6º, alínea c, no meio sócio-econômico que diz:
Artigo 6º - O estudo de impacto ambiental desenvolverá, no mínimo, as seguintes
atividades técnicas:
(...)
c) o meio sócio-econômico – o uso e ocupação do solo, os usos da água e a sócio-
economia, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e
culturais da comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local, os
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
392
recursos ambientais e a potencial utilização futura desses recursos. [grifo nosso]
Retornando à Portaria 07/88, esta estabelece no art. 5º as informações que devem compor
os pedidos de permissão/autorização para a realização de pesquisas arqueológicas
encaminhadas ao IPHAN. No art. 11º consta a lista de informações que deverão compor os
relatórios enviados ao IPHAN para o acompanhamento dos projetos arqueológicos
desenvolvidos em todo o território nacional. Essa Portaria é válida, ainda hoje, para qualquer
trabalho arqueológico desenvolvido no Brasil.
Assim a Portaria 07/88 continua regulamentando as pesquisas arqueológicas, no entanto, o
IPHAN cria duas Portarias específicas voltadas para a pesquisa arqueológica ligada às
obras de impacto ambiental, são elas: a Portaria 230/2002 e a Portaria 28/2003.
Cabe aqui observar que, embora haja portarias específicas para pesquisa arqueológica
voltada ao licenciamento ambiental, todos os projetos arqueológicos, devem possuir um
caráter científico, tal qual, regulamenta a Portaria 07/88. Com isso, os projetos
arqueológicos voltados ao licenciamento ambiental, também devem possuir a preocupação
científica da pesquisa.
A Portaria 230/2002, regulamenta os procedimentos arqueológicos a serem realizados
durante as fases de licenciamento ambiental, com o objetivo de:
(...) compatibilizar as fases de obtenção de licenças ambientais em urgência com os
estudos preventivos de arqueologia, objetivando o licenciamento de
empreendimentos potencialmente capazes de afetar o patrimônio arqueológico, e
Considerando a necessidade de compatibilizar as fases de obtenção de licenças
ambientais, com os empreendimentos potencialmente capazes de afetar o
patrimônio arqueológico, faz se saber que são necessários os procedimentos
abaixo para obtenção das licenças ambientais em urgência ou não, referentes à
apreciação e acompanhamento das pesquisas arqueológicas no país (...)
Também cabe observar que esta Portaria prevê no Art. 6, § 7º que as pesquisas
arqueológicas relacionadas aos licenciamentos ambientais, implicam minimamente em
alguns trabalhos.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
393
§ 7º O desenvolvimento dos estudos arqueológicos acima descritos, em todas as
suas fases, implica trabalhos de laboratório e gabinete (limpeza, triagem, registro,
análise, interpretação, acondicionamento adequado do material coletado em
campo, bem como programa de Educação Patrimonial), os quais deverão estar
previstos nos contratos entre os empreendedores e os arqueólogos responsáveis
pelos estudos, tanto em termos de orçamento quanto de cronograma.
A Portaria define as responsabilidades do empreendedor e do arqueólogo contratado no
desenvolvimento da pesquisa, assim como alguns dos procedimentos mínimos para a
preservação do patrimônio arqueológico em todas as fases do licenciamento.
A Portaria 28/2003, apesar de não ser aplicada para o empreendimento em questão, será
citada por tratar de legislação especifica de arqueologia e licenciamento ambiental. Assim,
ela estabelece normas específicas para a realização de estudos arqueológicos no momento
da renovação da licença ambiental de operação para Usinas Hidrelétricas, que não
contemplaram os estudos arqueológicos atualmente exigidos.
Além da legislação federal de preservação do patrimônio arqueológico, a cidade do Rio de
Janeiro, também possui legislação específica para a preservação do patrimônio
arqueológico no meio urbano.
Então na esfera municipal temos o Decreto Municipal n° 22.872, de 07 de maio de 2003,
“cria a Obrigatoriedade da Pesquisa Arqueológica nas Obras de Intervenção Urbana”.
O Decreto Municipal n.° 22.873, de 07 de maio de 2003, que “cria a Carta Arqueológica do
Município do Rio de Janeiro”, para “garantir a preservação dos sítios arqueológicos como
legado as gerações futuras e proteger este potencial cultural para que seja estudado (...)”.
A partir do levantamento da legislação de preservação do patrimônio arqueológico,
constatamos o quanto é essencial para o EIA/RIMA o diagnóstico do patrimônio
arqueológico na área de intervenção do empreendimento, bem como o potencial
arqueológico, pois há uma preocupação do poder público na preservação desse patrimônio.
12.2.3.3 – Sítios arqueológicos e pesquisa arqueológica
Até o momento estão registrados 130 sítios arqueológicos no município do Rio de Janeiro,
segundo dados levantados no IPHAN-Rio de Janeiro e no Cadastro Nacional de Sítios
Arqueológicos (CNSA), disponibilizado no sítio eletrônico do IPHAN.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
394
Dentro desse total, na AIA há 05 (cinco) sítios arqueológicos registrados no centro e 01 (um)
registrado no Bairro de São Cristóvão. São eles:
• Sítio Praça XV – sítio arqueológico histórico, registrado em 1996. Localizado na rua
1º de Março, Praça XV, Mercado, Av. Alfred Agache no centro do Rio de Janeiro. As
ocorrências integram a área central da Praça XV. O local também foi conhecido
como Terreiro do Carmo, Largo da Polé e Largo do Paço. Encontra-se parcialmente
destruído.
• Sítio Antigo Cais – sítio arqueológico histórico, registrado em 1986. Sítio já
pesquisado no Projeto Antigo Cais da Praça XV. Encontra-se parcialmente destruído.
• Sítio Casa do Trem – sítio arqueológico histórico com vestígios de edificações,
registrado em 1984. Localiza-se na Praça Marechal Âncora – Museu Histórico
Nacional.
• Sítio Paço Imperial – Casa da Moeda – sítio arqueológico histórico, com a
descrição e delimitação de prédio com três pavimentos, registrado em 1983.
Localizado anexo à Praça XV de Novembro.
• Sítio Ilha de Villegagnon – sítio arqueológico histórico, registrado em 1976.
Localiza-se na Ilha de Villegagnon – Escola Naval. Designações anteriores: Forte do
Coligny – Ilha de Serygipe (1555). O sítio encontra-se destruído.
• Sítio Jardim das Princesas – sítio arqueológico histórico, registrado em 1995.
Localizado na Quinta da Boa Vista, s/n – São Cristóvão. Esse sítio foi pesquisado,
contendo 10 complementações na ficha de registro.
Na ADA foram registrados 04 (quatro) sítios arqueológicos (anexo 3 – Planta 40):
• Sítio Posto de Abastecimento de combustíveis Santo Cristo – sítio arqueológico
histórico com vestígios de muro de pedras. Durante a escavação do Projeto de
Monitoramento Arqueológico em obra de remediação de solo, Posto Santo Cristo,
também foi encontrado vestígios de louças, metal, material construtivo, ossos de
animais e vidro. O sítio foi registrado em 2009. Localiza-se na Rua Santo Cristo, n°
198 – Santo Cristo.
• Sítio Cemitério da Gamboa – sítio arqueológico histórico. Localiza-se na Rua Pedro
Ernesto, 36 – Gamboa, registrado em 1996. Esse sítio foi alvo de salvamento
arqueológico.
• Sítio São Francisco da Prainha – sítio arqueológico histórico. Situa-se na encosta
do Morro da Conceição voltada para o mar, entre a Praça Mauá e Praça Jornal do
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
395
Comércio, em plena malha urbana do centro antigo da cidade (Rua Sacadura Cabral,
Largo da Prainha). Localiza-se sob o adro posterior da igreja de São Francisco da
Prainha, construída no século XVIII (1738), em substituição à capela da Ordem de
São Francisco da Penitência destruída em 1710 durante a invasão francesa. Com
exceção do adro fronteiriço a Rua Sacadura Cabral, o entorno da igreja é composto
por residências unifamiliares de um e dois pavimentos que integram a área de
proteção cultural (APAC) do SAGAS (Saúde/Gamboa/Santo Cristo e parte do
Centro). Outras designações do sítio e/ou da localização: Morro da Conceição. O
sítio foi registrado em 2000.
• Sítio Metropolitano do Rio de Janeiro – Central do Brasil - sítio arqueológico
histórico. Localiza-se na Estação Ferroviária Central do Brasil, registrado em 1973.
Encontra-se destruído.
Anexo 3: Planta 40
A partir desse diagnóstico, constatamos que os sítios arqueológicos, tanto da ADA quanto
da AID, são históricos. Não há nenhum registro no IPHAN de sítio arqueológico pré-
histórico, caracterizando a necessidade de pesquisas nessa região.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
396
Todos os sítios localizados na ADA foram encontrados durante a execução de obras na
cidade, tendo sido pesquisados nesse período. Assim, há a necessidade de pesquisa
arqueológica a qualquer movimentação de solo nessa região.
Consideramos o número de sítios arqueológicos registrado na ADA e na AIA reduzido,
confirmando que as áreas são merecedoras de pesquisas mais aprofundadas para o
conhecimento da história dos grupos que ocuparam aquele território, seja desde a fundação
da cidade do Rio de Janeiro, seja antes da chegada do europeu, pois como já discutido a
arqueologia estuda as relações sociais, culturais, econômicas, políticas, etc., das
sociedades a partir da cultura material.
Em suma, a ADA e AIA são arqueologicamente desconhecidas, sendo indispensável as
pesquisas arqueológicas na região.
12.2.3.4 – A ocupação dos diversos grupos sociais ao longo dos séculos no Rio de Janeiro
Tendo-se em vista a área do empreendimento, foi realizada uma pesquisa bibliográfica que
contempla especialmente essa região, a fim de que possamos compreender qual e como foi
a ocupação dos diversos grupos sociais ao longo da história do Rio de Janeiro. O
conhecimento dessas ocupações, conforme já abordado, é de fundamental relevância para
os eventuais bens arqueológicos que podem ser encontrados na área em questão, bem
como para a confecção das plantas.
A ocupação pré-histórica na cidade do Rio de Janeiro, conforme artigo publicado nos Anais
do Museu Histórico Nacional, do arqueólogo Paulo Seda, “ao que tudo indica inicia-se (...)
do litoral, mais particularmente do Rio de Janeiro, com os primeiros sítios de coletores
especializados de moluscos, o sambaqui.” (2003, p. 20). O sambaqui de Camboinhas,
localizado no Estado do Rio de Janeiro é, até o momento, o mais antigo, datado de
7958+244 anos A.P.
Esses grupos existiram na costa litorânea da região sul e sudeste do Brasil e foram
encontrados, conforme Gaspar (2004, p. 37) no litoral baiano, em Alagoas, Piauí, Maranhão
e Pará. Também são conhecidos sambaquis no baixo Amazonas e recentemente foram
descobertos sítios no Xingu.
Não temos conhecimento de relatos sobre esse tipo de sítio arqueológico na área do
empreendimento. No entanto, essas ocupações integraram a paisagem do litoral da cidade
do Rio de Janeiro. A partir dessa constatação, acreditamos que no momento da pesquisa
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
397
arqueológica, uma investigação mais acurada sobre a ocupação pré-histórica na ADA possa
encontrar vestígios e contribuir para o conhecimento arqueológico da região.
Quando o europeu chegou na Baía de Guanabara, ela era ocupada por nativos que viviam
em tribos. Existem relatos, crônicas, cartas e outros documentos escritos por missionários,
cronistas, viajantes, entre outras autoridades européias, sobre os grupos que aqui viviam.
As descrições dos lugares onde ficavam os grupos indígenas são incompletas, o que torna
difícil determinar a sua localização4. Conforme BESSA e MALHEIROS (1997):
Para algumas áreas, as informações da época são mais precisas. O cosmógrafo
francês André Thevet, por exemplo, elaborou um mapa da Ilha do Governador,
onde aparecem, só aí, cerca de 36 tabas. Era nesta ilha que ficavam as aldeias
Paranapucuhy, Pindó-usú, Koruké, Pirayijú, Coranguá. Outro cronista francês,
Jean de Léry, num levantamento parcial, encontrou em torno da Baía de
Guanabara um total de 32 aldeias tupis entre 1550 e 1560. Depois, novas listas,
também parciais, foram feitas por missionários e cronistas portugueses,
acrescentando outras povoações.
O primeiro nome da lista de Léry é a aldeia Kariók ou Karióg, situada no sopé do
morro da Glória, na foz do rio Carioca, o rio sagrado dos Tamoios que tinha,
além dessa, uma segunda foz, mais caudalosa, na praia do Flamengo, onde
localizava-se outra aldeia, chamada Urusúmirim ou Abruçumirim. O Pão de
Açúcar também estava cercado por aldeias indígenas. Três delas situadas ao
lado do Morro da Babilônia: Jaboracyá, Eyramiri, Pana-ucú. Duas - Japopim e
Ura-uassú-ué - quase em frente ao penedo.
Entre o Pão de Açúcar e o Morro da Viúva, ficava a aldeia Okarantim. No
caminho para o rio Carioca, a aldeia Tantimã. Na barra da Tijuca, a aldeia
Guiraguadú-mirim. A aldeia Maracajá, na ilha do Fundão, era ocupada pelos
Temiminó.
A lista continua. Próximo à Lagoa Rodrigo de Freitas existia uma aldeia chamada
Kariané. Distribuídas pelos morros de Santa Tereza e Santo Antônio, as aldeias
de Katiuá, Kiriri, Anaraú e Purumuré. Na região ocupada hoje pelos subúrbios ao
longo da Central do Brasil existiam dezenas de aldeias, entre as quais Pavuna,
4 BESSA, J. R e MALHEIROS, M. F. Aldeamentos Indígenas do Rio de Janeiro. 1997. http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/historia/0039_04.html. Acesso em outubro/2009.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
398
Irajá, Catiú, Savigahy, Taly, Uepeé, Itauá, Uery, Acorosó, Margavia, Sarapú,
Iraramem, Sapopema.
Do outro lado da baía, em Niterói, existiam também muitas aldeias, algumas das
quais foram registradas em documentos históricos, como Icaraí, Itauna,
Nurucuné, Arapatué, Urapué, Uraramery, Caranacuy.
Infelizmente nenhum dos relatos citados por BESSA e MALHEIROS localiza indígenas na
região da ADA e AIA, embora deixem claro que houve uma intensa ocupação indígena na
Baía de Guanabara, tornando-se importante o aprofundamento da pesquisa arqueológica na
região do empreendimento.
A expedição portuguesa chegou à Baía de Guanabara em 1531, comandados pelos irmãos
Pero Lopes de Souza e Martim Afonso de Souza, que tinham a missão de reconhecer a
costa brasileira e combater os invasores estrangeiros, principalmente os franceses.
Permaneceram por três meses e deixaram um marco simbólico de posse das terras: a
construção da primeira casa portuguesa da Guanabara.5
Com o abandono da região pelos portugueses, os franceses juntamente com os aliados
Tupinambás, em 1555, se apossaram das terras para colocar em prática o projeto da França
Antártica no Brasil.
Portugal tentou por 5 anos negociações com os franceses para a retirada dos invasores,
sem sucesso. Então envia para Guanabara, em 1560, uma esquadra comandada pelo
governador geral do Brasil, Mem de Sá, que destruiu as fortificações dos franceses. 6
Mesmo com a vitória de Mem de Sá, alguns poucos franceses e os aliados Tupinambás
voltaram a ocupar a orla da baía, com a construção de duas fortificações, uma na região da
Carioca (Forte de Uruçu-Mirim) e outra na ilha do Gato, depois denominada Governador
(Forte de Paranapuan).7
Sob o comando de Estácio de Sá, partiu de Lisboa uma esquadra que desembarcou na
Guanabara, em 1565, na altura do sopé do morro Cara de Cão, atualmente Urca, local onde
instalou-se a cidade provisória São Sebastião do Rio de Janeiro.
5 CAVALCANTI, N. O Rio de Janeiro Setecentista: a vida e a construção da cidade da invasão francesa até a chegada da Corte. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004, p. 21 6 Ibid., p. 22 7 Ibid,. p.22
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
399
Após o seu estabelecimento, “Estácio de Sá organizou-lhe uma mínima estrutura político-
administrativa e judiciária. Foram então, nomeados o ouvidor, o escrivão de sesmaria, o
tabelião e outras autoridades. Constituída essa estrutura básica, deu-se o início à
distribuição das terras em forma de sesmarias, tendo em vista o desenvolvimento da futura
cidade.” (CAVALCANTI, 2004, p. 23)
Como sítio definitivo da cidade, Estácio escolheu a sesmaria pública da Carioca. Mas para a
realização dessa tarefa teria que expulsar os invasores franceses e seus aliados
Tupinambás que ali estavam, na fortaleza Uruçu-Mirim. Durante 23 meses, vários conflitos
ocorreram entre portugueses e invasores.
Com a chegada do reforço português em 1567, ocorreu um violento combate em Uruçu-
Mirim, com vitória dos portugueses. Entre os mortos e feridos estava o fundador da cidade
Estácio de Sá, que faleceu alguns dias após a batalha.
O segundo combate, também com vitória dos portugueses, ocorreu na Ilha do Gato, onde os
inimigos estavam aquartelados na fortaleza de Paranapuam.
Após a morte de Estácio de Sá, a responsabilidade de transferir a cidade para um local
definitivo passou a ser de Mem de Sá. Então, o sítio escolhido por ele foi o Morro do
Descanso, posteriormente denominado de Morro do Castelo.
A decisão da mudança da região da Carioca para o Morro do Descanso baseou-se na
estratégia de defesa militar da cidade. No entanto, essa troca gerou problemas para o
crescimento da cidade.
Se o sítio no alto do morro, (...), apresentava vantagens do ponto de vista
estratégico-militar, padecia de outro lado de sérios problemas limitadores do
crescimento e futuro desenvolvimento da cidade. Isso porque eram escassas as
fontes de água, exíguas as áreas planas ou de declividade suave que
permitissem a implantação das edificações, além de o solo apresentar
composição propícia ao desmoronamento caso se realizassem grandes cortes
em suas encostas. (CAVALCANTI, 2004, p. 26)
As regiões próximas ao Morro do Castelo eram formadas por lagoas, charcos, manguezais e
terrenos baixos que não permitiam a ocupação imediata.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
400
Para a circulação da população foram criados caminhos. Eles ligavam o morro com a várzea
e com a orla marítima (porto). Outro caminho importante aberto foi até a fonte da Carioca,
devido à busca pela água potável. Além desses, surgiram as ladeiras da Misericórdia, do
Castelo e a do Poço do Porteiro, ou da Ajuda.8
Conforme CAVALCANTI, (2004, p. 27):
Em 1590 os monges beneditinos recém-chegados à cidade ocuparam o alto do
morro existente na sesmaria que lhes fora doada por Manoel de Brito Lacerda.
Nele já existia uma capela edificada por Aleixo Manoel (o velho) em 1582,
dedicada a Nossa Senhora da Conceição. Um outro morro já conhecido na
época pelo nome de Santo Antônio, em homenagem à capela existente na área
que lhe era dedicada, foi destinado em 1591 aos frades carmelitas. Preferiram
esses religiosos repassar essa propriedade para os frades franciscanos que lá
se instalaram em 1607. Um pouco mais afastada desse morro voltada para a
direção sul, o devoto Antônio Gomes do Desterro construiu em sua propriedade
uma capela dedicada a Nossa Senhora do Desterro que emprestou seu nome à
região de entorno. Outro devoto, Miguel Carvalho Cardoso, edificou uma capela
dedicada a Nossa Senhora da Conceição no alto do morro pertencente ao padre
Salsa, local que passou a ser conhecido pelo mesmo nome da santa. Na direção
sudoeste, depois do mangue de São Diogo, os jesuítas construíram em sua
sesmaria um engenho, já ativo em 1579, uma casa de recreio e uma capela.
Todos esses pontos deram origem a novos caminhos, cujos trajetos passariam
de preferência por trechos de terrenos secos ou que exigissem o menor volume
de obras e, consequentemente de recursos. Seus traçados, bem como as
larguras e o alinhamento que iam adquirindo, expressavam os imperativos da
natureza.
A partir da malha urbana constituída, a população inicia a ocupação das laterais desses
morros e sempre que necessário, aterrando as áreas alagadiças. Dessa forma, entra em
decadência o núcleo constituído no Morro do Castelo. Inclusive, em 1637, os vereadores
deliberaram a construção da Casa da Câmara e Cadeia na parte baixa da cidade.
8 Ibid., p. 27
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
401
Devido às dificuldades para o povoamento das regiões alagadas, a urbe cresceu lentamente
ao longo do tempo. Contudo, essas áreas eram constituídas de sesmarias e/ ou chácaras.
Conforme aponta CARDOSO et al, (1997, p. 14):
A necessidade que os primeiros povoadores do Rio tiveram de transformar o
meio ambiente para torná-lo habitável enquanto cidade constituiu um verdadeiro
desafio, numa época de precaríssimos meios tecnológicos e muita pouca
disposição para se perder tempo com tudo aquilo que não trouxesse um ganho
imediato. Na verdade, a cidade cresceria muito lentamente, até mesmo
penosamente, demorando três séculos para extravasar o núcleo central, berço
do seu nascimento.
Até mesmo a área que corresponde aos atuais bairros da Saúde, da Gamboa e
do Santo Cristo, (...), contígua ao centro histórico, já ocupada no princípio do
século XVII, só seria efetivamente urbanizada ao longo do século XIX.
No século XVII, conforme PINHEIRO e RABHA, (2004, p. 17) havia uma população esparsa
de pescadores do Morro do São Bento ao Morro do São Diogo.
Como a Prainha até São Cristovão eram áreas de sesmarias, havia negociações para a
implantação de chácaras. Conforme CARDOSO, et al. (1987, p. 25):
(...) o número de chácaras e os negócios com a terra se multiplicaram por toda a
área. Em seu Extractos de Manuscriptos sobre Aforamentos, Restier Gonçalves
afirma que ‘no século XVIII, toda a região litorânea do recôncavo – desde a
Prainha até São Cristovão – estava ocupada por vastas chácaras com moradias
confortáveis. Importantes roças cobriam os valladdos e montes – notadamente
os cannaviáes de São Diogo, ainda batido pelo mar.’ (1987, p. 25)
Ao longo do século XVIII, as chácaras continuavam sendo implantadas. Essas ganham
espaço e se consolidam nesse período no alinhamento dos morros que começa no da
Conceição e termina no de São Diogo.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
402
A transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro, em 1763
intensificou o processo de urbanização, com as áreas alagadiças sendo dessecadas para
melhor expansão comercial.
Com o aumento da população, a cidade se expandiu “tanto na direção sul (Lapa e Glória),
quanto na direção oeste (em direção ao Campo de Santana) e na direção norte
(alinhamento Conceição/Providência).” (CARDOSO et al.1987, p. 27)
As atividades portuárias, ainda no século XVIII, estavam em desenvolvimento no litoral da
Prainha e da Saúde, em sua maior parte entre os Arsenais da Marinha e de Guerra.9
A transferência do mercado de escravos em 1769, da rua Direita (centro) para o Valongo, foi
importante para o desenvolvimento comercial de escravos na região:
O rico negócio com a mercadoria negra atraiu para o local uma série de
atividades de benefícios: criou-se um sistema de transporte marítimo entre o
Valongo e outros bairros; várias atividades comerciais surgiram para apoiar os
negócios com escravos; foi construído um cemitério – próximo ao Valongo, na
atual rua Pedro Ernesto – para o enterro dos negros mortos no mercado, e
vários melhoramentos urbanos foram realizados no local. Os brejos praianos
começaram a ser dessecados, a rua do Valongo foi melhorada, facilitando as
condições de tráfego, e várias ruas foram abertas próximas ao mercado de
escravos, destacando-se a do Livramento, que ligava a Saúde a Gamboa,
possibilitando a ocupação desta nova área, que se limitava, então, a algumas
chácaras com pequena população. (1987, p. 29)
Ainda durante o século XVIII, alguns caminhos se consolidaram na região, principalmente
nos Morros da Conceição e do Livramento. Algumas construções, sobretudo as religiosas,
surgiram, como é o caso das igrejas da Conceição, de São Francisco da Prainha, da Saúde,
de Nossa Senhora do Livramento, a Casa do Bispo e a Fortaleza da Conceição. Entretanto,
somente a partir do século XIX, a cidade do Rio de Janeiro começa a sofrer mudanças
significativas. Entretanto, o Morro da Saúde, do Livramento, de Paulo Caiero e de São Diogo
ainda possuíam características rurais10.
9 CARDOSO, E. et. al. História dos Bairros: Saúde, Gamboa, Santo Cristo. Rio de Janeiro: Index. 1987, p. 104.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
403
Com a chegada da Família Real em 1808, as transformações, principalmente no porto,
ocorreram devido à abertura dos portos ao comércio para as chamadas “bandeiras amigas”.
A Prainha e a praia do Valongo (que durante o século XIX foi perdendo
gradativamente essa denominação, sendo seu nome confundido com a praia
contígua, a da Saúde) experimentaram uma enorme expansão nas suas
atividades, que progressivamente foram atingindo as praias vizinhas, a da
Gamboa e a do Saco do Alferes. A construção de trapiches, depósitos e pontos
de atracação intensificou-se em todo esse trecho do litoral carioca. (CARDOSO
et al., 1987, p. 45)
A região de São Cristovão também foi beneficiada com a instalação da Família Real na
Quinta da Boa Vista. Os caminhos que ligavam o Paço a essa região começaram a receber
melhorias públicas, aterrando locais irregulares que impediam a carruagens da corte e
beneficiando os caminhos ao Saco do Alferes e à Praia Formosa.11
Outro fator que colaborou para a urbanização dessa região nesse período foi a produção de
café.
Por volta de 1830 registrou-se um enorme desenvolvimento nos embarcadouros
do litoral que se estendiam da Prainha à Gamboa, graças à instalação dos
armazéns para a exportação do café na Prainha, os antigos ocupantes,
traficantes e atravessadores, como eram considerados foram sendo despejados,
ao mesmo tempo em que a maioria das pontes de atracação construídas no
século anterior era substituída por grandes armazéns de café. Essas edificações
estendiam-se da Prainha pela rua de São Francisco da Prainha e imediações.
(CARDOSO et al., 1987, p. 51)
A chegada da Corte e a exportação do café geraram as mudanças significativas na urbe
nessa região, com a abertura de ruas, aterros na orla para permitir a construção de novos
cais e melhoramentos de ruas, modificando significativamente a paisagem da região.
10 Ibid,. p. 37 11 Ibid., p. 46
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
404
Fonte: CARDOSO, E. et. al. História dos Bairros: Saúde, Gamboa, Santo Cristo. Rio de Janeiro: Index. 1987, p.
38
Fonte: CARDOSO, E. et al. História dos Bairros: Saúde, Gamboa, Santo Cristo. Rio de Janeiro: Index. 1987, p.
39.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
405
Os morros da Saúde e Conceição começaram a ser ocupados por moradias com a abertura
de pequenos becos e travessas em suas encostas. “No morro do Livramento, o beco das
Escadinhas passou a contar com suas primeiras casas urbanas. Esse morro, onde
predominavam grandes chácaras, era, já nessa época, ponto de encontro de grupos
populares como os capoeiras. (CARDOSO et al., 1987, p. 55).
A partir de 1850 as freguesias do centro passaram por grandes modernizações. Na
freguesia da Candelária estavam as casas comerciais, parte do comércio importador,
bancos e companhias de navegação.
Por volta de 1850, no bairro da Saúde, inaugurou-se a Praça da Harmonia (atual Praça
Coronel Assunção) e, nas suas proximidades, se instalou o Mercado da Harmonia. Havia
um grande movimento comercial, conhecido como distrito do Livramento, que compreendia
as ruas entre as praias da Gamboa e do Valongo, entre os morros da Saúde e Livramento.12
Em relação às atividades comerciais na região, conforme CARDOSO et al., (p. 72):
Em 1839, a maior parte dos estabelecimentos situados desde a rua da Prainha,
atual Acre, até os lados do morro do Livramento, passando pelas ladeiras do
morro da Conceição, era constituída por tabernas (...). eram também numerosos
os armazéns de mantimentos e de madeiras, o talho de carne de vaca e de
porco, o barbeiro, a quitanda de verduras, a quitanda para medidas pequenas e
a padaria.
Já em 1852 não há referências sobre tabernas na região, mas existe a presença de
armazéns, principalmente de madeira, mantimentos e molhados, aparecendo, inclusive,
grandes números de armazéns de café, localizados exclusivamente na atual Visconde de
Inhaúma e em suas transversais.
Por outro lado, era na região do centro que se concentrava as residências populares mais
miseráveis.13
12 Ibid., p. 69 13 ABREU, M. A., Evolução Urbana do Rio de Janeiro. 2ª ed. RJ: IPLARIO, 1997.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
406
Com efeito, para muitos, livres ou escravos, a procura de trabalho era diária, e
este era apenas encontrado na área central.
A solução era então o cortiço, habitação coletiva e insalubre e palco de atuação
preferencial das epidemias de febre amarela, que passam a grassar quase
anualmente na cidade a partir de 1850. (ABREU, 1997, p. 42)
Esse tipo de habitação se concentrou nas freguesias periféricas ao centro de negócios,
como Santana, Santo Antônio, São José e Santa Rita.
Também foi durante o século XIX, mais precisamente em 1858, que intensificou o processo
de expansão da malha urbana com a inauguração do primeiro trecho da Estrada de Ferro
Dom Pedro II (atual Central do Brasil), passando então a ocupação de freguesias
suburbanas. Entretanto, nos bairros São Cristovão, Saúde, Santo Cristo, Gamboa, Caju,
Catumbi e Rio Comprido, a circulação do bonde iniciou em 1860.14
Após 10 anos do início da operação da estrada de ferro, a costa da Prainha à Praia
Formosa estava ocupada.
O litoral do Saco do Alferes foi dividido em terrenos um pouco menores que os
das praias vizinhas, abrigando trapiches e armazéns, e em lotes bem pequenos,
onde foram construídos prédios residenciais e comerciais. O antigo largo do
Gambá, situado à beira-mar, no começo da rua da América, recebeu, em 1878, a
denominação da praça do Santo Cristo, por estar sendo construída no local uma
capela sob a invocação desse santo. (CARDOSO e. al.,1987, p. 71)
A preocupação de melhoramentos da cidade, na região central, foi percebida desde
1875,quando o Estado era aconselhado a realizar a abertura e o alargamento de ruas, a
construir novas praças a fim de melhorar as condições higiênicas, a harmonizar as
construções para haver mais ventilação nas casas e escoar as águas pluviais. Essas
transformações vão efetivamente acontecer no início do século XX, na administração
Pereira Passos.15
14 Ibid., p. 43 15 Ibid., p. 49
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
407
Fonte: CARDOSO, E. et al. História dos Bairros: Saúde, Gamboa, Santo Cristo. Rio de Janeiro: Index. 1987, p.
102.
A população continuou a crescer na área central do Rio de Janeiro, durante o século XIX,
sobretudo pelas camadas carentes que trabalhavam no centro da cidade e precisavam
residir próximas ao local de emprego.
(...) Nas freguesias de Santana e Santo Antônio, por exemplo, predominavam as
atividades manufatureiras, e sua população ‘na maioria de rendas baixas, se
aglomerava em cortiços’. Em Santa Rita, por sua vez, localizavam-se ‘as mais
importantes casas comerciais de café, muitos trapiches e estaleiros’. (ABREU,
1997, p. 49)
Estado levou as recomendações a sério no que tange à expropriação dos cortiços.
Destaca-se aí a administração do Prefeito Barata Ribeiro que, em 1893,
empreendeu verdadeira guerra aos cortiços, dentre os quais o célebre Cabeça
de Porco, para cuja destruição foi necessário planejar todo um esquema policial-
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
408
militar. Começava aí um processo de intervenção direta do Estado sobre a área
central da cidade, que viria a se intensificar sobremaneira a partir do início do
século, e que seria responsável pelo aumento da estratificação social do espaço
carioca. (ABREU,1997, p. 50)
Área onde localizava-se o Cortiço Cabeça de Porco. Construção do túnel João Ricardo em 1922. Morro do
Livramento. Fonte: CARDOSO, E. et al. História dos Bairros: Saúde, Gamboa, Santo Cristo. Rio de Janeiro:
Index. 1987, p. 94
O início do século XX foi marcado pela administração de Pereira Passos e foi um período de
grandes transformações na cidade, adquirindo características novas. Não podemos
esquecer que algumas mudanças foram realizadas pela União, evidenciando a política de
modernização da cidade.
O governo federal ficou responsável pela construção do porto e pela abertura das avenidas
Francisco Bicalho e Rodrigues Alves, em aterro, para dar acesso ao porto. Essas
intervenções não foram drásticas em termos sociais, pois não houve muitas demolições.16
O conjunto de obras do porto compreendia, além da construção do novo cais, o
aterro do litoral da Prainha, do Valongo e dos sacos da Gamboa e do Alferes, da
Praia Formosa e ainda do prolongamento do canal do Mangue até o mar. Sobre
o espaço aterrado foram construídas duas largas avenidas interligadas: a
Rodrigues Alves, ao longo do cais, e a Francisco Bicalho, às margens do canal.
A imensa superfície restante foi urbanizada segundo padrões modernos: ruas
largas, quadras regulares, traçado ortogonal, lotes de grandes dimensões. O
16 Ibid., p. 63
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
409
vivo contraste entre essa ocupação e a anterior ficou patente na área em
particular na Sacadura Cabral, claro limite entre o velho e o novo. (CARDOSO et
al., 1987, p. 101)
A abertura da Avenida Central (atual Rio Branco) foi a mais importante em termos de
transformação urbana. Para sua construção, foram demolidas duas mil casas e muitas com
famílias numerosas.17
As demais mudanças ocorridas na cidade, como o alargamento e abertura de novas ruas,
destruíram cortiços, armazéns e trapiches numa extensão aproximada de 13 ha, também fez
com que grande parte da população fosse “forçada a morar com outras famílias, a pagar
aluguéis altos (devido à diminuição da oferta de habitações) ou a mudar-se para os
subúrbios, já que pouquíssimas foram as habitações populares construídas pelo estado em
substituição às que foram destruídas”. (ABREU, 1997, p. 66)
Para o alargamento da Rua da Prainha, foram derrubadas todas as casas do lado ímpar e,
ao final da obra, desapareceram dois monumentos históricos da região: o Aljube e a estação
das barcas da Prainha. A rua passou de 6,5m para 17m, dando lugar à rua do Acre.18
Antiga Rua da Prainha inicio do século XX, atual Rua do Acre. Fonte: CARDOSO, E. et al. História dos Bairros: Saúde,
Gamboa, Santo Cristo. Rio de Janeiro: Index. 1987, p. 73.
Conforme CARDOSO et al., (1987, p. 105):
17 Ibid., p. 63 18 CARDOSO, E. et. al. História dos Bairros: Saúde, Gamboa, Santo Cristo. Rio de Janeiro: Index. 1987, p. 104.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
410
Outra intervenção violenta ocorreu na Rua Camerino, que foi alargada para 17m
e prolongada para dar continuidade à Avenida Passos. A concretização desse
projeto exigiu a demolição de quase todos os prédios existentes e o corte de
pequeno trecho da encosta do morro da Conceição. Para evitar o deslizamento
do morro, foi construído um alto muro de sustentação e a encosta foi ajardinada
dando origem ao Jardim do Valongo.
Como consequência dessas ações, os morros do centro da cidade, Providência, Santo
Antônio e outros, “passam a ser rapidamente ocupados, dando origem a uma forma de
habitação popular que marcaria profundamente a feição da cidade neste século – a favela”
(ABREU, 1997, p. 66). Entretanto o morro da Providência já havia sido ocupado desde 1897
pelos militares de baixa hierarquia vindos de Canudos.
Após essa reestruturação urbana ocorrida no século XIX e início do XX, a região do porto
sofreu um período de estagnação, acentuando as características existentes. Segundo
Cardoso et al. (1987, p. 128):
Os bairros portuários ficaram, de certa maneira, à margem da cidade, no tempo
e no espaço. No tempo, porque enquanto a cidade se modernizava através da
verticalização da área central e de bairros como Copacabana, na Saúde, na
Gamboa e no Santo Cristo as formas se cristalizavam, as atividades
permaneciam, as tradições se perpetuavam. Marginalizados também no espaço,
pela sua própria conformação geográfica.
Em 1929 foi construído, na Praça Mauá, no terreno do antigo Liceu, o edifício A Noite, o
mais alto da América Latina na época. Por volta de 1930, desenvolveu-se ali um centro de
boemia, com abertura de bares no bairro da Saúde. Em contrapartida, o espaço do Morro da
Conceição continuou com a pacata vida interiorana.19
Assim, na década de 1940, ocorreu outra intervenção drástica na cidade: a construção da
Avenida Presidente Vargas, que ligava a Avenida Rio Branco aos acessos da cidade.
Concluída em 1944. A intenção da abertura dessa via, “além de se constituir em corredor
19 Ibid., p.140 e 141
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
411
principal de transporte pensava-se, na época, que essa avenida viria a ser também o eixo
de expansão da área central de negócios (...).” (CARDOSO et al. 1987, p. 133)
Outra importante obra para a região portuária foi a construção da Avenida Perimetral, nas
décadas de 1960 e 1970. Trata-se de “viaduto elevado que se estende ao longo de toda a
zona portuária (a antiga e a nova), desde a ponta do Calabouço até São Cristovão, onde faz
conexão com um sistema de outras vias elevadas de acesso direto à avenida Brasil e a
Ponte Rio-Niterói”. (CARDOSO et al., 1987, p. 133)
Essas foram algumas das importantes intervenções ocorridas na região portuária do Rio de
Janeiro. Juntamente com a transformação da ocupação dos grupos sociais na área.
A partir desses apontamentos fica evidente, que não temos aqui a intenção de abarcar toda
a história daquela região, como já explicitado no início desse trabalho, mas que possamos
demarcar nas plantas as manchas de ocupação humana na região.
12.2.3.5 – Síntese Histórica das Plantas Ilustrativas
Esse tópico é um resumo do levantamento histórico realizado, a fim de um diálogo entre o
texto e as manchas de ocupação que farão parte das plantas ilustrativas. Assim dividimos
essa síntese por séculos, iniciando com os indígenas até o século XX.
Sintese Histórica das Plantas Ilustrativas
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
412
12.2.3.6 – Indígenas
Não conseguimos demarcar nenhuma ocupação pré-colonial na área do empreendimento
(AIA e ADA), no entanto esses grupos estiveram presentes na Baía de Guanabara. Essa
afirmação só nos leva a crer na necessidade de estudos mais aprofundados nessa região.
12.2.3.7 – Século XVI
As sesmarias distribuídas logo no início da colonização não podem ser demarcadas a partir
dos autores trabalhados. Mas podemos afirmar que na região do empreendimento as
sesmarias estavam presentes.
A AIA e ADA do empreendimento eram formadas por áreas alagadas e morros.
Os morros de sesmarias dos beneditinos (São Bento), Nossa Senhora da Conceição e
Santo Antônio já estavam ocupados nesse século pelos religiosos e sesmeiros.
Após o mangue de São Diogo, na sesmaria dos jesuítas, foram construídos por eles um
engenho.
12.2.3.8 – Final do século XVII
Instituídas as chácaras nas sesmarias entre a Prainha e São Cristovão.
Também havia chácaras no alinhamento dos morros Conceição e São Diogo.
A população de pescadores era esparsa entre os morros São Bento e São Diogo.
12.2.3.9 – Século XVIII
Intensificação da ocupação em direção ao Campo de Santana devido à transferência da
capital de Salvador para o Rio de Janeiro em 1763.
Desenvolvimento das atividades portuárias no litoral da Prainha e da Saúde, principalmente
entre os arsenais da Marinha e de Guerra.
Em 1769, dá-se a transferência do mercado de escravos para o Valongo. Constrói-se o
cemitério dos pretos novos (rua Pedro Ernesto), desseca-se os brejos praianos, há
melhorias de ruas como do Valongo, abertura da rua do Livramento que ligava a Saúde a
Gamboa, possibilitando a ocupação dessa região. Até então, eram locais de chácaras com
pequena população.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
413
Caminhos se consolidavam entre os morros da Conceição e do Livramento.
Começaram a surgir as construções religiosas como: Conceição, São Francisco da Prainha,
da Saúde, Nossa Senhora do Livramento, a Casa do Bispo e a Fortaleza da Conceição.
12.2.3.10 – Século XIX
Aumento populacional durante o século XIX.
Os morros da Saúde, Livramento, Paulo Caiero e São Diogo ainda tinham características
rurais.
Com a chegada da Família Real e a abertura dos portos às “bandeiras amigas”, a Prainha e
a praia do Valongo sofreram uma enorme expansão nas atividades portuárias, expandindo
para as praias de Gamboa e a do Saco do Alferes, tais atividades. Havendo construções de
trapiches, depósitos e pontos de atracação em todo o trecho do litoral carioca.
A região de São Cristóvão sofreu melhorias de vias públicas com a instalação da Corte na
Quinta da Boa Vista, beneficiando os caminhos ao Saco do Alferes e a Praia Formosa.
Em 1830, o litoral entre a Prainha e a Gamboa se desenvolvia, devido à exportação do café.
Foram expulsos os antigos traficantes. As pontes de atracação foram substituídas por
armazéns de café. Essas edificações estendiam-se da Prainha pela rua de São Francisco
da Prainha e imediações.
Morros da Saúde e Conceição eram ocupados por moradias com abertura de pequenos
becos e travessas em suas encostas.
O morro do Livramento passou a ter as primeiras casas urbanas. O local era ponto de
encontro de grupos populares como os capoeiristas.
Em 1850, na freguesia da Candelária se concentrava as casas comerciais, os bancos e
Companhia de Navegação. No bairro da Saúde, inaugurou-se a Praça da Harmonia e o
Mercado da Harmonia. Havia uma concentração comercial que se estendia entre as praias
da Gamboa e do Valongo e entre os Morros da Saúde e Livramento.
As residências populares mais miseráveis (os cortiços) aumentavam, concentrando-se nas
freguesias de Santana, Santo Antônio, São José e Santa Rita.
Em 1858, inaugurou o primeiro trecho da Estrada de ferro Pedro II, atual Central do Brasil.
Dez anos após a instalação da Estrada de Ferro, a costa da Prainha à Praia Formosa
estava ocupada.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
414
O Saco do Alferes foi dividido em terrenos, abrigando trapiches e armazéns, além de
prédios residenciais e comerciais.
Nas freguesias de Santana e Santo Antônio predominavam as atividades manufatureiras.
Na freguesia de Santa Rita, localizavam-se as casas comerciais de café, trapiches e
estaleiros.
Em 1893 há uma verdadeira guerra contra os cortiços, dentre as destruições está o cortiço
Cabeça de Porco.
12.2.3.11 – Século XX
Mudanças drásticas nas características da cidade, com várias demolições de residências,
aberturas e alargamentos de ruas, modificando significativamente as relações sociais.
Houve o aterro do porto com as terras do Morro do Senado, atual Cruz Vermelha,
modificando a paisagem da Baía de Guanabara, deixando os bairros, antes diretamente
ligados a Baía, agora distantes.
Sintese histórica do Século XX
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
415
As obras compreenderam desde a construção do novo cais, ao aterro do litoral da Prainha,
do Valongo, sacos da Gamboa e do Alferes, da Praia Formosa e do prolongamento do
mangue até o mar.
Construíram duas avenidas no local aterrado: Francisco Bicalho e Rodrigues Alves.
A abertura da Avenida Central (atual Rio Branco) também causou transformações sociais,
pois foram demolidas mais de duas mil casas.
Outras ruas foram abertas ou alargadas destruindo cortiços, armazéns e trapiches.
Exemplo: a rua da Prainha, atual rua do Acre, foi alargada; houve a demolição da Estação
de Barcas da Prainha; a Rua Camerino foi alargada para 17m; surgimento das favelas no
centro: Santo Antônio e Providência, essa última já favelizada desde 1897.
A região central sofreu uma estagnação após essas mudanças.
Por volta de 1930, há na Praça Mauá um centro de boemia. E a construção do prédio A
Noite. O Morro da Conceição continuava pacato.
Na década de 1940 há a abertura da Avenida Presidente Vargas com a desapropriação de
residências.
E, finalmente nas décadas de 1960/70 há a construção da Avenida Perimetral cortando os
bairros portuários do Rio de Janeiro ocupados desde o período pré-colonial e início do
colonial.
12.2.4 – INTERVENÇÕES PROPOSTAS PELA OUC DO PORTO DO RIO ASSOCIADAS AO PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO
A partir do diagnóstico e do levantamento histórico realizado na área do empreendimento,
verificamos o potencial arqueológico da região com sucessivas ocupações durante os
séculos.
É importante ressaltar que a área do empreendimento, a partir da chegada do europeu, foi
ocupada mais intensamente pelos grupos sociais de classe baixa, estando muito presente a
cultura africana e a classe trabalhadora que precisava se instalar nas proximidades do
centro, onde se concentravam as áreas comercial, financeira e política.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
416
A presença do negro na área do empreendimento é evidente, desde o período da instalação
do mercado de escravos, da presença do cemitério dos pretos novos, dos trabalhadores
negros libertos, inclusive na Pedra do Sal, onde se encontravam para exaltar seus deuses.
Essa cultura ainda é muito presente na atualidade naquela região.
A classe trabalhadora que necessitava morar perto de seus trabalhos também contribuiu
para a formação da região portuária. Havia os cortiços e, posteriormente, a formação das
favelas. Percebe-se inicialmente a exclusão dessa região pelo Estado e, posteriormente a
presença deste na expulsão da população que habitava os cortiços, sem instalação de
novas residências para essa classe de trabalhadores.
É importante a pesquisa arqueológica na área do empreendimento, pois houve sucessivas
ocupações para a formação da cidade do Rio de Janeiro atual. Trata-se de um momento
único de fonte de conhecimento da região, tanto para a comunidade acadêmica, quanto
para a população que ali reside.
A partir desse trabalho podemos incentivar o conhecimento da população sobre arqueologia,
a história da cidade e da região para que possam, a partir desse reconhecimento, valorizar e
preservar o patrimônio arqueológico.
Assim recomendamos que na ADA seja instalado um local de guarda do acervo
arqueológico, bem como, o laboratório de análise desses vestígios e, que juntamente sejam
realizadas ações educativas de valorização do patrimônio arqueológico, com a exposição do
material recolhido durante as pesquisas.
Referências Bibliográficas ABREU, M. A., Evolução Urbana do Rio de Janeiro. 2ª ed. Rio de Janeiro. IPLARIO, 1997.
BESSA, J. R.e MALHEIROS, M. F. Aldeamentos Indígenas do Rio de Janeiro. 1997. http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/historia/0039_04.html. Acesso em outubro/2009.
CAVALCANTI, N. O Rio de Janeiro Setecentista: a vida e a construção da cidade da invasão francesa até a chegada da Corte. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.
CARDOSO, E. et al. História dos Bairros: Saúde, Gamboa, Santo Cristo. Rio de Janeiro: Index. 1987.
GASPAR, M.D. Sambaqui: Arqueologia do Litoral Brasileiro. Rio de Janeiro. 2ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
417
NAJJAR, R. Arqueologia Histórica: manual/Rosana Najjar. Brasília: IPHAN, 2005.
ORSER, C. E. Jr. Introdução à Arqueologia Histórica. Tradução e apresentação Pedro Paulo Abreu Funari, Belo Horizonte: Oficina de Livros, 1992.
PINHEIRO, A. I. de F.e RABHA, N. M. de C. E. Porto do Rio de Janeiro: Construindo a Modernidade. Rio de Janeiro: Andrea Jakobsson Estúdio.
SEDA, P. Uma História com muito mais de 500 anos. IN: Anais do Museu Histórico Nacional. n° 35, p. 15-44, 2003.
TOCHETTO, F. e THIESEN, B. A Memória Fora de Nós: A Preservação do Patrimônio Arqueológico em Áreas Urbanas. IN: Patrimônio Arqueológico: o desafio da preservação. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. n° 33, p. 174-199, 2007.
TRIGGER, B. G. História do Pensamento Arqueológico. São Paulo: Odysseus, 2004.
Legislação Carta de Lausanne – ICOMOS/ICAHM de 1990 IN: Cartas Patrimoniais, 3ª ed. Rio de Janeiro, IPHAN, 2004, p. 303-310.
Constituição Federal de 1988 IN: Coletânea de Leis Sobre Preservação do Patrimônio, Rio de Janeiro, IPHAN, 2006, p. 15-21.
Decreto-lei nº 25, de 30 de novembro de 1937 IN: Coletânea de Leis Sobre Preservação do Patrimônio, Rio de Janeiro, IPHAN, 2006, p. 99-107.
Lei nº 3.924, de 26 de julho de 1961 IN: Coletânea de Leis Sobre Preservação do Patrimônio, Rio de Janeiro, IPHAN, 2006, p. 25-32.
Portaria do IPHAN nº 07, de 01de dezembro de 1988 IN: Coletânea de Leis Sobre Preservação do Patrimônio, Rio de Janeiro, IPHAN, 2006, p. 161-164.
Portaria do IPHAN nº 230, de 17 de dezembro de 2002 IN: Coletânea de Leis Sobre Preservação do Patrimônio, Rio de Janeiro, IPHAN, 2006, p. 183-186.
Portaria do IPHAN nº 28, de 31 de janeiro de 2003 IN: Coletânea de Leis Sobre Preservação do Patrimônio, Rio de Janeiro, IPHAN, 2006, p. 187-189.
DECRETO MUNICIPAL n.° 22.872, de 07 de maio de 2003.
DECRETO n.° 22.873, de 07 de maio de 2003.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
418
12.2.5 – IMPACTOS PREVISTOS - SITUAÇÃO FUTURA
Todos os sítios arqueológicos registrados já foram pesquisados,
Constata-se, entretanto, que a partir dos estudos realizados, a área do empreendimento
(ADA e AIA), demonstra possuir potencial arqueológico, e são necessárias medidas para
não se destruam potenciais sítios que ainda foram encontrados.
Entende-se que a destruição de potenciais sítios arqueológicos poderá ocorrer na fase de
planejamento e de instalação do empreendimento, pois nesses dois momentos poderá
haver o revolvimento de solo.
Neste sentido, o impacto é permanente, irreversível e de grande relevância, merecendo
recomendações para minimizar o impacto, conforme segue adiante.
12.2.6 – MITIGAÇÃO DOS IMPACTOS
12.2.6.1 – Fase Planejamento
• Para as áreas identificadas como de potencial arqueológico na região do
empreendimento, promover os estudos arqueológicos, que deverão contar com a
análise mínima de documentos primários, iconográficos, cartográficos e
bibliográficos.
• Caso seja realizada intervenção em solo, e existirem indícios de existência de
potencial arqueológico, deverá ser realizado o monitoramento/acompanhamento
arqueológico de campo, com o projeto de pesquisa arqueológica autorizado pelo
IPHAN.
• Nos projetos de restauração, deve-se contratar profissional especializado para
desenvolver o estudo do bem, a partir da análise mínima de documentos primários,
iconográficos, cartográficos e bibliográficos.
12.2.6.2 – Fase Instalação
• Seja elaborado e executado o projeto de monitoramento/acompanhamento
arqueológico em todas as áreas identificadas como de potencial arqueológico e que
sofrerão revolvimento de solo, previamente autorizado pelo IPHAN.
• Seja elaborado e executado o projeto de monitoramento/acompanhamento
arqueológico para todos os bens de interesse histórico, bem como, todos os bens
tombados (federal, estadual ou municipal), previamente autorizado pelo IPHAN.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
419
As medidas aplicadas para minimizar os impactos causados pelo empreendimento devem
ser cumpridas tanto pelo empreendedor público quanto pelo privado.
12.2.7 – CONCLUSÕES
Entende-se que se forem adotadas as medidas mitigadoras recomendadas para as etapas
de planejamento e de instalaçao do empreendimento, estarão atendidas as preocupações
relativas à preservação do patrimônio arqueológico. Ainda assim, se na fase de operação do
empreendimento forem verificados remanescentes de ocupação humana, recomenda-se
seja feita o acompanhamento arqueológico para salvaguarda desses bens.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
420
13. POLUIÇÃO VISUAL 13.1 INTRODUÇÃO E OBJETIVOS Este estudo visa avaliar os impactos da Poluição Visual existente na região da Operação
Urbana e os impactos positivos ou negativos que serão gerados pelas transformações que
serão implementadas.
Ao lado das mais conhecidas formas de agressão ao meio ambiente conhecidas pela
população (poluição atmosférica, resíduos sólidos, poluição das águas, etc.) encontra-se
aquela denominada poluição visual, que pode ser definida como a degradação ao que a se
denomina de meio ambiente construído ou artificial, este resultante da interação do homem
com o meio ambiente através das normas e das ações ligadas ao urbanismo, zoneamento,
paisagismo, patrimônio cultural, etc.
Apesar de possuir pouco destaque na doutrina jurídica, a matéria há muito é estudada com
afinco pelos urbanistas e vem adquirindo importância crescente, principalmente nos grandes
centros, devido à concorrência cada vez maior existente na publicidade dos produtos e
serviços das empresas (públicas ou privadas), que, sem dúvida, afeta sobremaneira a
paisagem urbana e/ou natural da qual têm direito de usufruir os cidadãos.
Basicamente esta forma de poluição advém da intervenção humana que acresce à
paisagem certos elementos fora de harmonia com o padrão local, tornando tal interação
agressiva e, consequentemente, prejudicial ao homem.
Como afirma Paulo Affonso Leme Machado, no conceito legal mencionado estão protegidos
"o homem e sua comunidade, o patrimônio público e privado, o lazer e o desenvolvimento
econômico através das diferentes atividades... a paisagem e os monumentos naturais,
inclusive os arredores naturais desses monumentos..." (Direito Ambiental Brasileiro,
Malheiros, 6ª ed., p. 357).
13.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS O agir humano que ora é analisado traduz-se basicamente em duas formas: na colocação
de luminosos, letreiros, outdoors, enfim, de qualquer forma de divulgação ampla que se
projete sobre a paisagem e sobre os cidadãos e no desrespeito às normas de zoneamento
para a edificação de prédios em desacordo com o meio local;
Como afirma Hely Lopes Meirelles no acórdão acima mencionado, cabe ao "Município a
proteção estética da cidade e para tanto pode e deve a Prefeitura policiar a afixação de
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
421
anúncios no perímetro urbano e nos seus arredores. A publicidade urbana, abrangendo os
painéis e letreiros expostos ao público sob qualquer modalidade, é assunto de peculiar
interesse do Município e, como tal, fica sujeita à regulamentação e autorização local"; tal
lição bem demonstra o grau de comprometimento do Poder Executivo Municipal com a
prevenção da poluição visual, que deve ser garantido através da criação e aperfeiçoamento
de normas locais relacionadas ao tema.
Vale dizer que sem dúvida torna-se ainda mais evidente a ocorrência da poluição visual e do
dano ambiental quando estamos diante de um local protegido por ato administrativo ou lei
por força de sua importância histórica, artística, arqueológica ou paisagística (bens
tombados, via de regra).
Pelos motivos apontados se estará avaliando o quadro existente na região atualmente e
qual serão as interferências que serão causadas com o advento da operação Urbana.
13.3 SITUAÇÃO ATUAL A Zona Portuária localizada na área Central da Cidade do Rio de Janeiro foi criada durante
o governo do Presidente Rodrigues Alves e do Prefeito Pereira Passos, a partir de um aterro
que modificou a linha da costa com o intuito de viabilizar um moderno porto para a época,
compatível com a grandeza da capital da jovem República do Brasil. Porém, com a evolução
das técnicas das operações portuárias e, principalmente, devido à necessidade de se ter um
espaço cada vez maior de armazenamento, o trecho do porto entre a Praça Mauá e a
Avenida Francisco Bicalho foi se tornando obsoleto.
Hoje, devido a estas restrições, poucas operações permanecem utilizando o local. Assim,
uma grande área que outrora servia como área de apoio às operações portuárias, de caráter
essencialmente industrial, tornou-se ociosa, formando vazios urbanos e deixando
edificações sub-utilizadas ou abandonadas.
Este é o cenário atual. Há muitas áreas degradadas e abandonadas, além da área que ficou
embaixo da perimetral, e que perdeu qualidade.
Os viadutos que constituem a perimetral são atualmente marcantes na descaracterização da
paisagem existente, caracterizando-se como um grande elemento horizontal interrompendo
a visão do mar.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
422
Visão da Av. Rodrigues Visão do canteiro central da Alves no setor A. Av. Rodrigues Alves no setor A, embaixo do Elevado da Perimetral.
Vista de um prédio em ruínas Visão do Armazém 8.
As edificações em ruínas, com pichações, e os galpões abandonados complementam essa
visão do apocalipse, de final de guerra, com seus espaços sem uso e com poucas pessoas
na rua. Foi esse quadro de abandono levou ao contínuo êxodo da população, decrescendo
as taxas de crescimento populacional.
Praça localizada na Av. Barão de Tefé.
Rua. Argemiro Bulcão.
Há varios exemplos de poluição causada pela fiação elétrica, como na Rua Argemiro
Bulcão. Nas áreas com a fiação elétrica subterrânea, como por exemplo, na Praça
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
423
localizada na Av. Barão de Tefé, a poluição causada pela fiação praticamente não existe,
qualificando as regiões onde esta situação ocorre.
Outro exemplo de poluição é a causada pela sinalização viária, como o exemplo abaixo da
Rua Pedro Ernesto, demonstrando uma falta de projeto visual para a implementação da
sinalização viária.
R. Pedro Ernesto. Pichações nas Edificações
As pichações fazem parte desta leitura dos elementos degradadores da paisagem, e
causam intensa degradação ao local e contribuem com a poluição visual.
Visão geral da Praça Mauá R. Costa Barros.
Mesmo nas vistas do alto, como da Praça Mauá (figura acima), pode-se ver a marcante
interferência na paisagem do viaduto da perimetral.
Um elemento ordenador da paisagem é a relação entre a paisagem natural e a paisagem
construída. A Paisagem pode ser entendida como o domínio do visível, ou seja, de tudo
aquilo que podemos ver. Podemos considerar que a paisagem não é formada só por
volumes, mas também por cores, odores, movimentos e sons.
A Paisagem apresenta várias escalas e varia dependendo do local onde nos encontramos,
pois ela é uma sobreposição de momentos diferentes em vários estágios da história. Por
exemplo, se nos localizamos diante de uma cidade vendo uma determinada cena, ela muda
no minuto seguinte, pois o vento já derrubou folhas, as pessoas mudaram de lugar; a
paisagem é modificada.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
424
Geralmente são considerados dois tipos de Paisagem, a paisagem construída e a paisagem
natural. A Paisagem Construída é aquela transformada pelo homem, pois a produção do
espaço artificial é resultado da ação dos homens interagindo sobre o espaço existente.
Ainda pode-se acrescentar que quanto mais complexa for a vida social, mais a paisagem
construída será evidente, por causa da imensa diversidade de edificações, cores, funções e
formas exigidas por esse tipo de sociedade.
Já a paisagem natural é aquela que ainda não foi modificada pelo ser humano, mas por
fatores naturais como ventos, movimentação dos solos, percurso de rios, abertura de
clareiras, formações de matas, etc. Assim, conforme Milton Santos (1999) a paisagem seja
natural, seja construída, é resultado de uma acumulação de tempos.
Atualmente, a paisagem natural da área do empreendimento caracteriza-se em grande
parte, pelo distinto relevo dos morros do Pinto, Providência, e Conceição. O Morro da
Providência, sendo o mais alto e localizado no centro da região, é bem visível acima de
qualquer edificação atual, assim como o Morro do Pinto. Já o Morro da Conceição, quando
observado em direção ao norte é quase encoberto pelos edifícios existentes na Avenida
Presidente Vargas.
O relevo da região forma um importante diálogo com a orla do mar, fazendo com que as
vistas dos morros em direção ao oceano sejam parte essencial da vida diária de seus
habitantes. É necessário, portanto, entender como a paisagem construída afeta este
aspecto da região. As edificações atuais são em grande parte, construções de baixa altura e
fachada contínua, criando uma atmosfera peculiar desta área do Rio de Janeiro que, mesmo
ocupando grande parte da área, permite que as visadas não sejam bloqueadas.
Na planta abaixo estão demarcados os três relevos de maior importância da paisagem
natural da região: Morro da Conceição, Morro da providência e Morro do Pinto, e um corte
longitudinal mostrando a relação entre a paisagem construída e a natural, na qual se pode
verificar o Morro da Providencia como de maior altura.
Morro da Conceição Morro do Pinto Morro da Providência
Situação Atual – Vista da Av. Presidente Vargas
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
425
13.4 INTERVENÇÕES PROPOSTAS PELA OUC DO PORTO DO RIO ASSOCIADAS À POLUIÇÃO VISUAL De maneira geral, as mudanças propostas para a área da Operação Urbana Consorciada da
Região do Porto do Rio correspondem ao incentivo para a implantação de novos
estabelecimentos comerciais e residenciais, com obras previstas para a melhoria do sistema
viário e infra-estrutura, e reformulação do desenho urbano, objetivando valorizar a região
central da cidade e gerar mais renda para o Estado, para os investidores e para a população
habitante, com melhoria dos níveis de qualidade de vida.
Trata-se de um conjunto de intervenções, através de instrumentos de indução do
desenvolvimento urbano – um conjunto de novos instrumentos de natureza urbanística para
induzir formas de uso e ocupação do solo.
Foram introduzidas mudanças no uso e ocupação do solo, com mudanças no zoneamento e
gabarito do local, assim como novas taxas de ocupação propostas, novos indices de
Aproveitamento do Terreno – IAT. Tais mudanças permitirão uma ocupação mais densa, e
mais racional, permitindo a ocupação racional do espaço, e terão como consequencia um
aumento do adensamento populacional.
Em complemento às intervenções urbanísticas e viárias já mencionadas e visando gerar
maior conectividade na região, e da mesma com os bairros próximos e demais localidades,
outras vias serão implantadas e/ou reurbanizadas, potencializando o uso efetivo de toda
malha viária, oferecendo aos usuários locais e futuros freqüentadores, novas alternativas de
acessibilidade a Região Portuária.
A reurbanização dos espaços públicos (vias e praças existentes) consistirá na implantação
de novos padrões de pavimentação (passeios e vias), de arborização (passeios, parças,
parques e canteiros) valorizando a paisagem urbana, melhorando as condições ambientais
locais.
Uma nova sinalização viária, iluminação pública, mobiliário urbano (abrigos para pontos de
ônibus, lixeiras, totens e painéis informativos, bancos de praças, bancas de jornal, banheiros
públicos, bicicletários e quiosques) complementarão o processo de revitalização da região.
A ambiência dos morros (áreas de ocupação mais antiga) será preservada através da
implantação de uma nova infraestrutura, bem como a recuperação da pavimentação dos
seus espaços públicos. Os entornos de bens tombados tanto dos morros como das demais
áreas receberão cuidados especiais.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
426
13.5 IMPACTOS PREVISTOS - SITUAÇÃO FUTURA Com a divulgação da Operação Urbana, e as melhorias previstas para a região, poderá
ocorrer valorização dos imóveis e estímulo a negócios imobiliários com expansão dos
investimentos na área.
A interação entre a paisagem natural e a construída deve ser harmoniosa, criando um
vínculo entre o homem e seu habitat. Atualmente existe uma malha urbana que encobre
toda a região do empreendimento, mas não obstrui as visadas privilegiadas dos morros do
Pinto, Providência e Conceição com relação ao mar. As futuras edificações devem manter
este equilíbrio, visando não afetar negativamente a paisagem da região.
Os desenhos de corte abaixo mostram que as possíveis edificações futuras terão um
gabarito máximo visivelmente maior do que o atual, o que poderia ser preocupante para os
habitantes dos morros. É importante notar, porém, que as áreas de gabarito mais alto
estarão localizadas longe das encostas dos morros, fazendo assim com que a altura dos
novos edifícios não afete diretamente as vistas dos morros em direção ao mar, havendo
somente obstruções parciais de visão em certas áreas.
As edificações de gabarito mais alto (150 metros) serão permitidas somente ao redor da
Avenida Francisco Bicalho, e os edifícios com altura máxima permitida de 120 metros serão
distribuídos ao longo da Avenida Rodrigues Alves, próximo ao mar nos setores A, B e C. As
áreas mais próximas às encostas dos morros terão gabarito de 11 metros, para manter uma
maior distância entre os morros e as construções mais altas.
Na figura abaixo podem ser vistos os 03 morros: Morro da Conceição, Morro da Providencia
e Morro do Pinto. Pelo corte representando a situação atual e a futura podem ser vista a
relação entre a paisagem construída e a paisagem natural. Em ambas o Morro da
Conceição permanece a cavalheiro pela maior envergadura.
As vedações parciais de visão estarão mais vinculadas à vista do Morro da Conceição.
Morro da Conceição
Morro do Pinto
Morro da Providência
Projeção Futura – Vista da Av. Presidente Vargas
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
427
A reurbanização dos espaços públicos (vias e praças existentes) com novos padrões de
pavimentação (passeios e vias), de arborização (passeios, parças, parques e canteiros), são
elementos e impacto positivo e não há medidas mitigadoras. A nova sinalização viária,
iluminação pública, mobiliário urbano (abrigos para pontos de ônibus, lixeiras, totens e
painéis informativos, bancos de praças, bancas de jornal, banheiros públicos, bicicletários e
quiosques) complementarão o processo de revitalização da região e também trará impactos
positivos à paisagem.
A ambiência dos morros (áreas de ocupação mais antiga) será preservada através da
implantação de uma nova infraestrutura, bem como a recuperação da pavimentação dos
seus espaços públicos. Os entornos de bens tombados tanto dos morros como das demais
áreas receberão cuidados especiais.
13.6 MITIGAÇÃO DOS IMPACTOS A seguir, são apresentadas as medidas para mitigar os impactos relacionados à Poluição
Visual.
13.6.1 A verticalização de algumas áreas poderia tirar a ambiência de bens tombados e morros A verticalização de algumas áreas poderia tirar a ambiência dos morros e dos bens
tombados. A Operação Urbana tem definido na Lei que a criou que as edificações junto aos
morros tem gabarito limitado, justamente para proteger as características desses volumes.
Já para as edificações distantes, a implementação da edificação verticalizada exige recuos
de modo a propiciar os vazios entre as construções e manter as características da
paisagem. Assim, considera-se que se trata de um impacto mitigável pel aplicação da
legislação. Recomenda-se o estudo de casos isolados eventualmente não previstos.em lei.
13.7 – CONCLUSÕES As mudanças previstas de uso e ocupação do solo, alterando os usos existentes, taxas de
ocupação e gabaritos com a modificação do Índice de Aproveitamento de terreno – IAT,
associados aos investimentos previstos de infra-estrutura, trarão para a região uma melhora
de qualidade de vida e qualidade ambiental, levando a uma valorização imobiliária que está
sendo considerada como positiva para a região da Operação Urbana.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
96
2 – INFRAESTRUTURA: EQUIPAMENTOS URBANOS E COMUNITÁRIOS 2.1 – INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
Este estudo visa estudar o quadro existente de equipamentos urbanos e comunitários, a fim
de avaliar a situação futura com as transformações que poderão ocorrer em função da
implantação da Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio de Janeiro, de
modo que possam ser identificadas as novas situações para serem avaliados os impactos
positivos e negativos e propostas algumas medidas preventivas e/ou mitigadoras.
2.2 – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O levantamento foi feito através de pesquisa na Prefeitura, em bancos de dados como:
“Armazém de Dados” do Instituto Pereira Passos, CADLOG – Cadastro de Logradouros;
sites das Secretarias da Educação da Saúde, da Cultura, e da própria prefeitura, entre
outros. Em função do novo quadro populacional, foram avaliadas as necessidades e
demandas futuras.
2.3 – SITUAÇÃO ATUAL
2.3.1 Relação dos Equipamentos existentes
O levantamento de equipamentos urbanos considerou principalmente os Bairros: Gamboa,
Santo Cristo e Saúde; e parte dos Bairros Centro, São Cristóvão e Cidade Nova. Cabe
ressaltar que nestes três últimos bairros foram considerados apenas os equipamentos
concernentes na área abrangida pela Operação Urbana.
O levantamento foi feito através de pesquisa na Prefeitura, em bancos de dados como:
“Armazém de Dados” do Instituto Pereira Passos, CADLOG – Cadastro de Logradouros;
sites das Secretarias da Educação da Saúde, da Cultura, e da própria prefeitura, entre
outros.
O levantamento de dados dos equipamentos urbanos, principalmente quanto à educação,
saúde e lazer apresentou um retrato da atual cobertura da demanda nos Bairros Gamboa,
Saúde e Santo Cristo, podendo prognosticar o aumento do incremento de equipamentos
para atender a demanda resultante do projeto de revitalização da área portuária. Foram
analisados somente a demanda dos Bairros Gamboa, Saúde e Santo Cristo, estes inseridos
totalmente na área portuária.
Conforme o levantamento, os equipamentos públicos foram relacionados na Tabelas abaixo:
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
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Bairro: Gamboa
Tipo Nome Endereço Mantenedor
Escola Escola Municipal Antônio Raposo Tavares Rua do Propósito, 73 Municipal
Centro Cultural - Biblioteca Centro Cultural José Bonifácio Rua Pedro Ernesto, 80 Municipal
Esporte Vila Olímpica da Gamboa Rua União, s/nº Municipal
Hospital Hospital Nossa Sra. da Saúde Rua da Gamboa, 303 SUS
Posto de Saúde Az Equipamentos Rua Pedro Ernesto, 69 Municipal
Instituição ICP – Instituto Central do Povo Rua Rivadávia Correia, 188 ONG
Fundação Fundação Darcy Vargas Rua do Livramento, 27 ONG
Cemitério Cemitério dos Ingleses Rua da Gamboa, 181 Municipal
Bairro: Saúde
Tipo Nome Endereço Mantenedor
Escola Classe em Cooperação Darcy Vargas Rua Souza e Silva, 112 Municipal
Creche Vilma Lúcia Gomes Coutinho Tv Sereno, 33 Particular
Faculdade Fundação Educacional Severino Sombra Rua Sacadura Cabral, 178 Particular
Universidade Observatório do Valongo Ladeira Pedro Antônio, 43 Federal
Lazer Cidade do Samba Rua Rivadávia Correia, 60 Municipal
Escola Escola Municipal Vicente Licínio Cardoso Rua Edgard Gordilho, 63 Municipal
Hospital Hospital dos Servidores do Estado Rua Sacadura Cabral, 178 Federal
Hospital Hospital Pro Matre Avenida Venezuela, 153 Público
Hospital Paulo Humberto da Silva Campos Avenida Venezuela, 131 Municipal
Delegacia Delegacia de Fraudações Rua Silvino Montenegro, 1 Federal
Alfândega Ministério da Fazenda-Serviço de Arrecadação da Alfândega do Porto
Avenida Rodrigues Alves, 81 Federal
Bairro: Santo Cristo
Tipo Nome Endereço Mantenedor
Creche Creche Municipal Tia Dora Rua Barão da Gamboa, 203 Municipal
Creche Creche da Providência Rua Ebroíno Uruguai, 251 Municipal
Escola Escola Estadual Benjamim Constant Pça. Marechal Hermes, S/Nº Estadual
Escola Escola Municipal Benjamim Constant Pça. Marechal Hermes, S/Nº Municipal
Escola Escola Municipal General Mitre Rua Farnese, 39 Municipal
Escola Escola Municipal Francisco Rua da América, 81 Municipal
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
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Benjamin Galote
Escola de Samba Escola de Samba Grande Rio Avenida Rodrigues Alves,
733 Particular
Agremiação Agremiação Recreativa Vizinha Faladeira Rua Orestes, 13 Particular
Escola de Artes Escola Fábrica de Espetáculos - Espectulu
Avenida Rodrigues Alves, 847 Particular
Organização
Centro de Estudos e Atendimento São Domingos Sávio Rua Santo Cristo, 137 ONG
Centro de Saúde CMS José Messias do Carmo Rua Waldemar Dutra, 55 Municipal
Hospital Instituto Municipal de Geriatria e Gerontologia Miguel Pedro
R. Waldemar Dutra Médico, 55 Municipal
Hospital Hospital de Oncologia Rua Equador, 831 Federal
Rodoviária Rodoviária Novo Rio Avenida Francisco Bicalho, 1 Municipal
Bairro: São Cristóvão
Tipo Nome Endereço Mantenedor
Delegacia Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis
Avenida Francisco Bicalho, 250 Estadual
Museu Museu do Primeiro Reinado Av. Pedro II, 293 Federal
Museu Museu Militar Conde de Linhares Av. Pedro II, 383 Federal
Bairro: Cidade Nova
Tipo Nome Endereço Mantenedor
Escola Fundação Municipal Lar Escola Francisco de Paula
Avenida Presidente Vargas, 1997 Municipal
Escola CIEP Avenida dos Desfiles Rua Marques de Sapucaí,
s/n Municipal
Bairro: Centro
Tipo Nome Endereço Mantenedor
Escola Ciep José Pedro Varela Rua Do Lavradio, 133 Municipal
Creche Creche Municipal Aldeia dos Curumins
Rua Amaro Cavalcanti 103/109 Municipal
Creche Creche Municipal Arco-Íris Rua Do Lavradio, 33 Municipal
Escola Escola Municipal Campos Salles Pça. Da República, S/Nº Municipal
Escola Escola Municipal Celestino da Silva Rua Do Lavradio, 56 Municipal
Escola Escola Municipal Rivadavia Corrêa Av. Pres. Vargas, 1314 Municipal
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
99
A partir do levantamento dos equipamentos podemos considerar as seguintes
características quanto à Infraestrutura de equipamentos urbanos existentes nos Bairros da
Região Portuária considerando: Gamboa, Santo Cristo e Saúde.
a) Educação
Abaixo, conforme dados obtidos em dezembro de 2009 da secretaria municipal de educação
da Cidade do Rio de Janeiro, podemos discorrer o seguinte quanto aos equipamentos para
educação englobando creches, pré-escola e ensino médio.
Creches
Somente no Bairro de Santo Cristo existe uma Creche Municipal que atende 185 crianças.
Escola Escola Municipal Tiradentes Rua Visconde do Rio
Branco, 48 Municipal
Escola Colégio Pedro II Avenida Marechal Floriano,
80 Particular
Escola Paraíso Infantil Travessa Sereno, 31 Particular
Escola SENAC – Serviço Nacional do Comércio Av. Marechal Floriano, 6 Particular
Universidade Sociedade Universitária Gama Filho
Avenida Presidente Vargas, 62 Particular
Museu Museu Histórico e Diplomático Avenida Marechal Floriano,
196 Federal
Museu Museu Cartográfico do Serviço Geográfico do Exército
Rua Major Daemon, 81 – Morro da Conceição Federal
Corpo de Bombeiros Corpo de Bombeiros
Avenida Presidente Vargas, 633 Estadual
Delegacia Delegacia Especial de Atendimento à Terceira Idade Rua Senador Pompeu, s/n Estadual
Delegacia Primeira e Delegacia de Polícia Praça Mauá, 5 Estadual
Delegacia Quarta Delegacia de Polícia Praça Cristiano Ottoni, s/nº Estadual
Hospital Centro Psiquiátrico do Rio de Janeiro
Praça Cel. Assunção, S/N – Praça Mauá Estadual
Cemitério Cemitério Comunal Israelita do Rio de Janeiro
Avenida Presidente Vargas, 583 Particular
Institucional INPI – Instituto Nacional de Propriedade Industrial Praça Mauá, 7 Federal
Estação Ferroviária
Estão Ferroviária Central do Brasil Praça Cristiano Ottoni, s/nº Federal
Estação Marítima Estação Marítima de Passageiros: ESMAPA Av. Rodrigues Alves, 10 Concessão
Rodoviária Terminal Rodoviário Américo Fontenelle
Rua Barão de São Felix, nº 161 Municipal
Rodoviária Terminal Rodoviário Mariano Procópio Praça Mauá, s/ n° Municipal
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100
Os Bairros Gamboa e Saúde não têm creche municipal. Se considerarmos o número total de
crianças entre 0 e 4 anos nos três bairros (Gamboa, Santo Cristo e Saúde) que é de 1826
conforme censo de 2000 – Fonte IBGE, o número de matrículas municipais corresponde a
10% de cobertura da demanda pelo processo municipal.
Escolas – Pré-escola e Ensino Fundamental
Em termos de Escolas Municipais, na Gamboa, a Escola Municipal Antonio Raposo Tavares
atende em torno de 250 alunos entre Pré-Escola e Ensino Fundamental. Na Saúde, a
Escola Municipal Vicente Licínio Cardoso atende em torno de 900 alunos entre Pré-escola e
Ensino Fundamental. Por último, o Bairro Santo Cristo tem 3 escolas municipais que
atendem cerca de 1600 alunos entre Pré-escola e Ensino Fundamental.
Analisando, podemos dizer que o total de matrículas para pré-escola e ensino médio nos
três bairros na rede municipal atende cerca de 2750.
Avaliando os dados do IBGE, segundo o censo de 2000, o número de crianças e
adolescentes com idade entre 5 e 14 anos (idade escolar correspondente à pré-escola e
ensino médio) nos bairros Gamboa, Santo Cristo e Saúde é de 3.434.
Confrontando o número de matrículas da rede municipal e o número de crianças levantado
no último censo (2000), podemos afirmar que há um déficit de matrículas. Porém, caber
ressaltar que muitas crianças podem estar matriculadas em colégios particulares ou colégios
da rede pública de bairros vizinhos. Concluindo considera-se que a oferta de matrículas pela
rede municipal atende à demanda atual da região para crianças matriculadas entre pré-
escola e ensino fundamental.
Escolas – Ensino Médio
Em termos de ensino médio, existe no Bairro Santo Cristo o Colégio Estadual Benjamin
Constant com 14 salas, podendo proporcionar cerca de 500 matrículas para jovens entre 15
e 18 anos.
Segundo dados do censo de 2000 (fonte IBGE), o número de jovens residentes no Bairro
Santo Cristo com idade entre 15 e 19 anos é de 822. Se considerarmos, também, os bairros
Gamboa e Saúde este número sobe para 2186 jovens. Se analisarmos estes números
podemos dizer que o número de matrículas ofertadas não atende à demanda local. No
entanto, precisamos considerar dois pontos:
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
101
Primeiro, o número de jovens levantados pelo censo considera a faixa etária entre 15 e 19
anos, porém, a faixa etária considerada no ensino médio está entre 15 e 17, caso não haja
repetências. Assim, são dois anos a mais considerados no número do IBGE, o que resulta
em um acréscimo significativo.
Segundo, vários jovens na idade do ensino médio podem estar freqüentando colégios
técnicos em outros bairros.
Concluindo para a população atual residente nos três bairros, a quantidade de matrículas
ofertadas atende o número de jovens com idade entre 15 e 17 anos.
b) Saúde
Atendimento Básico e Hospitais
No Bairro Gamboa está localizado o Hospital N. Sra. da Saúde, também conhecido como
Hospital da Gamboa. A gestão do hospital é particular, porém atende pelo SUS várias
especialidades. O hospital da Gamboa não atende a emergências.
No Bairro Saúde está localizado o Hospital dos Servidores do Estado, sob administração
federal, com 450 leitos de internação e Centro Cirúrgico com 20 salas em funcionamento.
Também encontramos no Bairro Saúde a maternidade Pro-Matre que mantém convênio com
o SUS e a Prefeitura do Rio de Janeiro para atendimento a partos.
No Bairro Santo Cristo, temos o Hospital de Oncologia sob administração Federal que
disponibiliza 83 leitos, ocupando uma área de 6.200 m². Possui 6 leitos na CTI – Centro de
Terapia Intensiva. Este hospital é especializado em ginecologia oncológica. Há também uma
Unidade do Instituto Municipal de Geriatria e Gerontologia Miguel Pedro sob administração
Municipal. No mesmo local funcional o Centro Médico de Saúde - CMS José Messias do
Carmo.
As unidades de saúde instaladas na região cobrem além do que a demanda requer na
região. Porém, cabe ressaltar que muitos cidadãos se deslocam para esta região para
serem atendidos pelo hospital especializado em oncologia e para os partos pela Pro Matre.
Ressalta-se que somente o Hospital dos Servidores atende a emergências.
Em termos de Unidades de Atendimento Ambulatorial, temos o Centro Médico de Saúde
localizado no Bairro de Santo Cristo.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
102
Para o número de pessoas residentes na região, 22.294 habitantes (censo 2000 – Fonte
IBGE), pode-se concluir que o centro médico atende a demanda, assim como os hospitais
existentes.
c) Lazer e Cultura
Na Gamboa temos o Centro Cultural José Bonifácio também conhecido como Centro de
Memória e Documentação Brasileira. Tem uma biblioteca com 5 mil volumes, sala de vídeo
e espaço para concertos. Em suas instalações funcionam a Galeria de Arte Heitor dos
Prazeres, o Teatro Ruth de Souza, com capacidade para 100 espectadores, e o espaço
Cine Vídeo Grande Othelo, com 60 lugares, e Biblioteca Popular.
Também na Gamboa temos a Vila Olímpica localizada ao pé da Morro da Providência, é um
equipamento público desportivo que compreende quadras poliesportivas, piscinas, inclusive
uma adaptada para deficientes físicos.
Na Saúde foi construída a Cidade do Samba, projeto que permite participar de todo o
processo de preparação das Escolas de Samba para o Carnaval durante todo o ano.
No Bairro Santo Cristo, temos a escola de Samba do Grupo B “Vizinha Faladeira” que foi
fundada em 1930. Esta escola de samba chegou a não participar mais dos desfiles, porém,
grupos de pessoas reativaram a escola, que inclusive foi campeã em 1937 no grupo
especial.
Em relação a equipamentos de lazer e cultura, a área está principalmente voltada ao
esporte e ao samba, com a existência da Vila Olímpica e da Cidade do Samba. Em termos
culturais, a existência do Centro Cultural José Bonifácio atende a demanda local como
espaço cultural.
d) Áreas Comunitárias
Dentre os conceitos de Áreas Comunitárias, a praça desempenha um importante papel
como espaço de uso coletivo. Em uma definição bastante ampla, praça é qualquer espaço
público urbano livre de edificações e que propicie convivência e/ou recreação para seus
usuários. Normalmente, a apreensão do sentido de "praça" varia de população para
população, de acordo com a cultura de cada lugar. Em geral, este tipo de espaço está
associado à idéia de haver prioridade ao pedestre e não acessibilidade de veículos.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
103
Na área da Operação Urbana, e em áreas contíguas verificamos a utilização de espaços
como “Praça-jardim”, que são espaços nos quais a contemplação da formação vegetal e a
existência de áreas verdes são priorizadas, como por exemplo o Parque Vila Formosa, no
morro do Pinto, e a Praça da República, com os jardins do Campo de Santana, grande
passeio público arborizado e urbanizado no início do século XIX.
Campo de Santana Vista Parque Vila Formosa
Também se verifica a utilização de espaços como “Praça seca”, que são espaço como
Largos históricos ou espaços que suportam intensa circulação de pedestres, como por
exemplo a Praça Mauá, a Praça General Pedra, a Praça Noronha Santos, a Praça Procópio
Ferreira, Praça Santo Cristo, entre outras.
Visão geral da Praça Mauá Detalhe Praça Mauá
Praça localizada na Av. Barão de Tefé. Visão geral da Praça Coronel Assumpção.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
104
Praça Santo Cristo. Praça Procópio Ferreira.
2.4 – INTERVENÇÕES PROPOSTAS PELA OUC DO PORTO DO RIO
Lazer e Cultura
Com a previsão do aumento do número de pessoas residentes na região, considera-se
importante ofertar mais equipamentos de cultura e lazer. Como resultado do estudo de
revitalização da região portuária do Rio de Janeiro, são apresentados os principais projetos,
inclusive, alguns deles já aprovados:
AquaRio
Como parte do projeto de revitalização do Porto, foi projetado a aprovado o projeto do
AquaRio apresentado pelo escritório Alcides Horacio Azevedo Arquitetos Associados. O
empreendimento tem valor estimado em R$ 65 milhões e será construído pela iniciativa
privada em parceria com a Prefeitura, que cederá a área na Avenida Rodrigues Alves. O
projeto prevê exposição de 12 mil animais marinhos de 400 espécies diferentes em dois
grandes tanques e outros 40 secundários.
Um túnel dividirá o tanque principal em dois ambientes: o Recinto Oceânico, com diversas
espécies marinhas, e o Recinto Mergulho, onde o público terá a oportunidade de mergulhar
próximo aos peixes. Haverá áreas para atividades de educação ambiental e pesquisas
marinhas, além de estacionamento subterrâneo, restaurante panorâmico, galeria comercial
e escola de mergulho. Nos 27 mil metros de área construída será instalado um centro para
recuperação de animais marinhos resgatados nas praias. Abaixo, podemos ver através de
foto ilustrativa o projeto.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
105
Fonte: Diário do Rio de Janeiro - 2004
Pinacoteca
Será instalada, no Palácio Dom João VI, a Pinacoteca do Rio como parte do projeto de
revitalização da área portuária. No palacete, que tem quatro andares e um pé direito de
cinco metros entre os pavimentos, está prevista a criação da maioria das áreas de
exposições. No térreo, haverá cafeteria e livraria. O prédio ganhará um terraço panorâmico.
Fonte: www.jusbrasil.com.br
Píer Mauá
O projeto inclui a transformação do Píer da Praça Mauá em um parque, que terá anfiteatro,
chafarizes, restaurantes e quiosques.
Museu do Amanhã
O Museu do Amanhã é uma iniciativa da Fundação Roberto Marinho, em parceria com os
governos municipal e estadual do Rio de Janeiro, e tem inauguração prevista para 2013. O
Museu do Amanhã traz um espaço educativo, cultural e de mobilização que revalorize a
experiência da visita e do viver na Baía de Guanabara. O Museu do Amanhã vai ocupar
cerca de 20 mil m² nos Armazéns 5 e 6 do Cais do Porto, cedidos pela Companhia Docas do
Rio de Janeiro, além de outras áreas do entorno.
A idéia é que a região portuária seja revitalizada através, principalmente, da instalação de
equipamentos de lazer e cultura, o que provocará um aumento no número de pessoas que
virão para eventos culturais e lazer. Este pólo cultural na região proporcionará um aumento
na oferta de empregos na região diretos e indiretos.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
106
Mapa de Equipamentos Urbanos e Praças
As novas áreas de Lazer e Cultura estão localizadas nos setores B, C, D, E, e M.
Áreas Comunitárias
Seguindo o conceito de criação de Áreas Comunitárias que propiciem convivência e/ou
recreação para seus usuários, estará sendo implementado desde o Píer Mauá e ao longo do
Cais até o canal do Mangue um espaço de uso público para uso da população, recuperando
os antigos armazéns para uso cultural e aumentando consideravelmente o espaço para uso
da comunidade.
Serão implementados cerca de 400.000 m2 de novos espaços para utilização pela
comunidade.
2.5 – IMPACTOS PREVISTOS - SITUAÇÃO FUTURA
Com a implementação da Operação Urbana, estão previstos os seguintes impactos a serem
analisados. Devem ser definidas as ações de mitigação se aplicáveis.
2.5.1 Creches – Fase de Operação
Com o aumento populacional previsto, quer seja de população residente e/ou flutuante,
prevê-se o aumento da demanda na região por creches. Recomenda-se a análise da
demanda para que sejam implementadas medidas de atenuação desse impacto.
2.5.2 Salas de aula para a Pré-escola e Ensino Fundamental – Fase de Operação
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
107
Com o aumento da população na região, prevê-se o aumento da demanda por salas de aula
para a Pré-escola e para o Ensino Fundamental. Recomenda-se a análise da demanda para
que sejam implementadas medidas de atenuação desse impacto.
2.5.3 Salas de aula para o Ensino Médio – Fase de Operação
Com o aumento da população na região, prevê-se o aumento da demanda por salas de aula
para a faixa de Ensino Médio. Recomenda-se a análise da demanda para que sejam
implementadas medidas de atenuação desse impacto.
2.5.4 Salas de aula para o Ensino Técnico – Fase de Operação
Com o aumento da população na região, prevê-se o aumento da demanda por salas de aula
para o Ensino Técnico. Para atenuar essa falta potencial na região, já estão previstas as
instalações da Escola de Restauração Carioca e a Escola do Audiovisual Carioca, que serão
interligadas à Vila Olímpica da Gamboa.
2.5.5 Unidades de Saúde – Fase de Operação
Com o aumento da população na região, prevê-se o aumento da demanda por unidades de
Saúde. Recomenda-se a análise da demanda para que sejam implementadas medidas de
atenuação desse impacto.
2.5.6 Equipamentos de Lazer e Cultura – Fase de Operação
Com o aumento da população na região, prevê-se o aumento da demanda por
equipamentos de Lazer e Cultura. Para atenuar essa falta potencial na região, já foram
apresentados os principais projetos, inclusive, alguns deles já aprovados: como parte do
projeto de revitalização do Porto, foi projetado a aprovado o projeto do AquaRio; também
será instalada, no Palácio Dom João VI, a Pinacoteca do Rio como parte do projeto de
revitalização da área portuária; outro projeto inclui a transformação do Píer da Praça Mauá
em um parque, que terá anfiteatro, chafarizes, restaurantes e quiosques; outra intervenção é
a criação do Museu do Amanhã, que traz um espaço educativo, cultural e de mobilização
que revalorize a experiência da visita e do viver na Baía de Guanabara.
2.5.7 Espaços para Uso Comunitário – Fase de Operação
Com o aumento da população, haverá o aumento da demanda por espaços para uso
comunitário. Para mitigar possíveis impactos futuros, como resultado do estudo de
revitalização da região portuária do Rio de Janeiro, está prevista a implementação desde o
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
108
Píer Mauá e ao longo do Cais até o canal do Mangue um espaço de uso público para uso da
população.
2.6 – MITIGAÇÃO DOS IMPACTOS
A seguir, estão listadas as medidas mitigadoras já definidas para os possíveis impactos
referentes ao adensamento populacional, ou seja, as medidas que são capazes de prevenir,
minimizar ou compensar os impactos negativos que possam ser potencialmente gerados:
2.6.1 Falta de Creches – Fase de Operação
Com o aumento da demanda na região, poderá ocorrer uma falta de creches. Para mitigar
essa fator será necessário equipar os bairros com mais creches. Recomenda-se o estímulo
para a instalação de ao menos uma creche nos Bairros da Gamboa e Saúde para o
atendimento a demanda tanto do número de pessoas residentes quanto flutuantes. A
instalação de novas creches pode ser via investimento público ou em parceria com creches
privadas.
2.6.2 Falta de salas de aula para a Pré-escola e Ensino Fundamental – Fase de
Operação
Com o aumento da demanda na região, poderá ocorrer uma falta de salas de Pré-escola e
Ensino Fundamental. Para atenuar essa falta na região será necessária a provisão de mais
escolas de ensino fundamental e pré-escola. Recomenda-se o com incentivo para que
colégios particulares tenham interesse em investir na região com a oferta de matrículas na
pré-escola e ensino fundamental. Recomenda-se também a o estudo para a instalação pelo
órgão público de mais uma escola de ensino fundamental e pré-escola no Bairro da Saúde.
2.6.3 Falta de salas de aula para o Ensino Médio – Fase de Operação
Com o aumento da demanda na região, poderá ocorrer falta de salas de ensino Médio.
Recomenda-se a implementação de mais uma escola de ensino médio no Bairro da Saúde,
visto que a única existente está no Bairro Santo Cristo. A rede privada, através do incentivo
e revitalização da área, provavelmente, irá ter interesse em ofertar matrículas e instalar
colégios na região.
2.6.4 Falta de salas de aula para o Ensino Técnico – Fase de Operação
Com o aumento da demanda na região, poderá ocorrer uma falta de salas de ensino
Técnico.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
109
Para atenuar essa falta potencial na região estão previstas as instalações da Escola de
Restauração Carioca e a Escola do Audiovisual Carioca, que serão interligadas à Vila
Olímpica da Gamboa.
A instalação das duas escolas na região portuária está diretamente relacionada ao projeto
de revitalização e ao fato de que na região há um reduzido número de vagas de ensino
público de cursos técnicos.
A Escola de Restauro contribuirá com a formação técnica de pessoas que irão absorver a
demanda por profissionais no projeto “Novas Alternativas” que está embasado na
recuperação de imóveis tombados permitindo o uso comercial e residencial.
A Escola do Audiovisual Carioca o intuito suprirá a falta de profissionais capazes de atuar na
indústria audiovisual, formando e capacitando técnicos das diversas atividades de cinema,
vídeo, animação e restauração de filmes, da memória e do acervo audiovisual brasileiro.
2.6.5 Falta de unidades de Saúde – Fase de Operação
Com o aumento da demanda poderá ocorrer uma falta de unidades de Saúde. Recomenda-
se a implementação de ao menos mais um centro médico que poderá ser localizado no
bairro Gamboa ou no bairro Saúde.
2.6.6 Falta de equipamentos de Lazer e Cultura – Fase de Operação
Com o aumento da demanda poderia ocorrer uma falta de equipamentos de Lazer e Cultura.
Com a previsão do aumento do número de pessoas residentes na região, considera-se
importante ofertar mais equipamentos de cultura e lazer.
Como resultado do estudo de revitalização da região portuária do Rio de Janeiro, já são
apresentados os principais projetos, inclusive, alguns deles já aprovados: como parte do
projeto de revitalização do Porto, foi projetado a aprovado o projeto do AquaRio. O
empreendimento tem valor estimado em R$ 65 milhões e será construído pela iniciativa
privada em parceria com a Prefeitura, que cederá a área na Avenida Rodrigues Alves. O
projeto prevê exposição de 12 mil animais marinhos de 400 espécies diferentes em dois
grandes tanques e outros 40 secundários.
Também será instalada, no Palácio Dom João VI, a Pinacoteca do Rio como parte do
projeto de revitalização da área portuária.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
110
Outro projeto inclui a transformação do Píer da Praça Mauá em um parque, que terá
anfiteatro, chafarizes, restaurantes e quiosques.
Outra intervenção é a criação do Museu do Amanhã. É uma iniciativa da Fundação Roberto
Marinho, em parceria com os governos municipal e estadual do Rio de Janeiro, e tem
inauguração prevista para 2013. O Museu do Amanhã traz um espaço educativo, cultural e
de mobilização que revalorize a experiência da visita e do viver na Baía de Guanabara. O
Museu do Amanhã vai ocupar cerca de 20 mil m² nos Armazéns 5 e 6 do Cais do Porto,
cedidos pela Companhia Docas do Rio de Janeiro, além de outras áreas do entorno.
Com a implementação desses equipamentos de lazer e cultura, haverá um aumento da
oferta desses equipamentos, atendendo a demanda que será gerada pelo crescimento da
região. Considera-se que o impacto será positivo desde que implementadas as ações
previstas.
2.6.7 Falta de espaços para Uso Comunitário – Fase de Operação
Com o aumento da demanda poderia ocorrer uma falta de espaços para uso comunitário.
Com a previsão do aumento do número de pessoas residentes na região, considera-se
importante ofertar mais áreas para uso da comunidade. Para mitigar possíveis impactos
futuros, como resultado do estudo de revitalização da região portuária do Rio de Janeiro,
estará sendo implementado desde o Píer Mauá e ao longo do Cais até o canal do Mangue
um espaço de uso público para uso da população, recuperando os antigos armazéns para
uso cultural e aumentando consideravelmente o espaço para uso da comunidade. Assim,
quantificando os espaços verdes na área do empreendimento, especificando o total de
áreas por setor, as áreas verdes existentes e as áreas verdes propostas, temos o seguinte
quadro:
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
111
SETOR Área Total Áreas Verdes Existentes
% do
Setor
Áreas Verdes Propostas
% do Setor
Total Áreas Verdes
% Total
A 552.157,05 10.193 1,85 145.612 26,37 155.805 28,22
B 538.154,37 7.192 1,34 102.441 19,04 109.633 20,37
C 350.451,32 16.697 4,76 52.948 15,11 69.645 19,87
D 287.527,64 12.768 4,44 12.830 4,46 25.598 8,90 E 672.473,89 33.643 5,00 7.705 1,15 41.348 6,15
F 410.919,04 24.876 6,05 - - 24.876 6,05
G 88.007,21 - - - - - 0,00
H 316.872,16 - - 85.000 26,82 85.000 26,82
I 410.512,32 212 0,05 - - 212 0,05
J 266.662,68 13.104 4,91 - - 13.104 4,91
K 180.611,05 1.013 0,56 - - 1.013 0,56
L 190.914,42 - - - - - 0,00
M 265.966,98 - - 9.490 3,57 9.490 3,57
N 362.632,88 767 0,21 - - 767 0,21
Total 4.893.863 120.465 2,46 416.026 8,50 536.491 10,96
Verifica-se que com a Operação Urbana, as áreas verdes públicas no perímetro da
operação aumentarão significativamente. Atualmente as áreas verdes públicas
correspondem a 120.465m² em todo o perímetro. Com a implantação da Operação, as áreas
verdes públicas terão um acréscimo (através da recuperação de áreas públicas invadidas e
criação de novas) que corresponderá aproximadamente a 416.026 m² acrescidos,
totalizando 536.491 m², o que significa um aumento de 445,35%. Teremos ainda, como
decorrência, o aumento da área permeável da região, diminuindo a ocorrência de
inundações. Assim teremos um aumento de 2,46% para 10,96% de área verde em relação à
área total do empreendimento, e por consequência o aumento de espaços para uso
comunitário. Considera-se que o impacto será positivo desde que implementadas as ações
previstas.
2.7 – CONCLUSÕES
Para mitigar futuras demandas nas áreas de Educação e Saúde foram feitas algumas
recomendações para o incentivo de criação de novas Creches, aumento do número de salas
de aula para as faixas de Pré-escola, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Ensino Técnico.
O atendimento a estas recomendações poderá ser feito pelos próprios órgãos públicos ou
pela iniciativa privada. Foi apontada também a necessidade de equipar a região com mais
uma unidade de saúde capaz de atender a nova demanda gerada pelo aumento
populacional.
Na área de Equipamentos para o Lazer e Cultura, entende-se que as ações já previstas de
serem implementadas pela Operação Urbana, de implementação de novos equipamentos,
trará impactos positivos e atenderá as demandas previstas.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
112
Da mesma forma, com o aumento das áreas verdes e em especial, com o plano de
recuperação da área do porto ao longo do cais, com previsão de utilização pela comunidade
de todo o espaço ao longo do mar, considera-se que haverá impactos positivos que
atenderão as demandas previstas.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
113
3 – TRANSPORTE: TRÁFEGO VIÁRIO E DEMANDA POR TRANSPORTE E
3.1 – INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
Este estudo objetiva avaliar sob a ótica operacional e de impacto no tráfego, as
modificações propostas dentro do projeto denominado Operação urbana Consorciada da
Região do Porto do Rio.
Este documento apresenta a consolidação das pesquisas e estudos realizados em diversos
pontos do projeto.
3.2 – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para avaliar o impacto no sistema viário, das edificações a serem implantadas dentro do
perímetro da Operação Consorciada da Região do Porto do Rio, foi utilizada metodologia
que incorpora as avaliações de impacto de pólos geradores de tráfego.
No caso de pólos geradores de tráfego a área construída computável é o referencial
principal para se calcular a quantidade de viagens de autos geradas ou atraídas pelo
empreendimento, para um período de pico, quantificadas em veículos por hora. Nos
caminhos preferenciais a serem percorridos pelos usuários da edificação para chegar ou
sair, de acordo com a capacidade viária e o tráfego de passagem existente são identificados
os pontos críticos para os quais se buscam medidas mitigadoras.
No caso da Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio, cada setor foi
considerado como se fosse um empreendimento pólo gerador de tráfego (foram unificados
num só setor os setores M e N). Foram identificadas as áreas construídas computáveis para
cada setor e destacadas aquelas de produção ou de atração de viagens, qual seja as áreas
residenciais e as não residenciais (comércio, serviços, hospitais, hotéis, escolas, clubes,
instituições, indústrias, etc,). Entende-se por geração de viagem a denominação genérica
das viagens tanto produzidas como atraídas por um empreendimento.
Extraindo-se a área construída existente da área total final foi deduzida a área computável
que será adicionada, denominada de área computável acrescida. A partir da área
computável acrescida foram calculadas as atrações de viagens para os usos não
residenciais. Adotou-se como parâmetro para os pólos geradores, a relação de 1.000
veículos por hora para cada 50.000m² de área construída computável em novos
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
114
empreendimentos com predominância de edifícios de escritórios de grandes dimensões. Na
Operação Urbana da Região do Porto do Rio, as construções terão dimensões variadas se
forem produzidas por adesão à Operação, resultando num mix de usos e dimensões que a
diferenciam de outras Operações Urbanas.
O resultado da geração de viagens acrescidas atraídas para cada setor, foi distribuído pelos
principais percursos do sistema viário de acesso seguindo rotas baseadas na pesquisa
origem/destino estimadas. Foi estudado o pico da manhã por concentrar os maiores picos
de volume de tráfego pelo uso de escritórios e para compatibilizar com outros referenciais.
Do mesmo modo foram calculadas as produções de viagens residenciais, considerando os
mesmos parâmetros para os diversos padrões deste uso em cada setor, ou seja, 100m²
para todos os setores, de A a N. O volume total das viagens acrescidas, geradas em cada
setor foi distribuído pelos principais percursos do sistema viário de acesso seguindo as rotas
atuais e as estimadas na nova configuração.
Considera-se que a plena ocupação dos empreendimentos nos diversos setores da
Operação Urbana ocorrerá na meta de 2.025, e que já tenham sido executadas as melhorias
de infra-estrutura, assim como outras melhorias como a implantação do sistema integrado
de transportes – VLT, e a transferência da estação Rodoviária, pois o cenário é de forte
crescimento da demanda por transportes na região. Neste sentido, uma faixa de domínio foi
reservada para utilização por um sistema de média capacidade, notadamente um sistema
de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos).
Cabe destacar que os quantitativos calculados de viagens de autos indicam a plena
ocupação potencial de todas as edificações previstas contidas no perímetro da Operação
Urbana. Não foram feitas reduções por vacância locacional, desemprego, férias,
absenteísmo ou por rodízio.
3.3 – SITUAÇÃO ATUAL
3.3.1 Introdução
O estudo de tráfego através de metodologia de coleta nos permitiu obter dados relativos ao
número de veículos que circulam por vias determinadas em determinado período, permitindo
determinar quantitativamente a capacidade das vias e, em conseqüência, o estabelecimento
de ações necessárias à melhoria da circulação ou das características de projetos.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
115
Os estudos de tráfego se constituem no instrumento para o planejamento de vias e da
circulação do trânsito nas mesmas, objetivando o transporte de pessoas e mercadorias de
forma eficiente, econômica e segura.
Foram utilizados dados de coleta realizada em 2001/2002, pelo órgão municipal,
complementados por coletas realizadas em 2009.
3.3.2 – Área de Estudo
A área de projeto urbanístico constitui os logradouros que formam o chamado Binário, do
qual fazem parte importantes vias de circulação do tráfego na região.
O estudo de circulação, entretanto, em função da magnitude das mudanças propostas, tem
sua área bastante ampliada e compreende basicamente todo o sistema viário existente e o
conjunto de novas vias projetadas, contidos no polígono formado pelas Avenidas Francisco
Bicalho, Rodrigues Alves, Rio Branco e Presidente Vargas, ou seja, a chamada Região do
Porto do Rio.
3.3.3 Metodologia
O volume, a velocidade e a densidade são três características fundamentais dos aspectos
dinâmicos do tráfego. A análise destes três elementos permite a avaliação global da fluidez
do movimento geral de veículos.
Neste estudo, em função de restrições de prazo e custos existentes, optou-se pela
realização de contagens volumétricas de tráfego, as quais demonstram o carregamento
atual da rede nos principais pontos de intervenção.
Define-se Volume de Tráfego como o número de veículos que passam por uma seção de
uma via durante uma unidade de tempo. É expresso normalmente em veículos/dia (vpd) ou
veículos/hora (vph).
Para a média dos volumes de veículos que circulam durante 24 horas em um trecho de via é
dada a designação de “Volume Médio Diário” (VMD).
O procedimento utilizado neste levantamento de dados de campo foi através de pesquisa
realizada por observação direta, que trata de registrar os fenômenos de trânsito tal como
são.
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116
3.3.3.1 Contagem Volumétrica Global
A Contagem Volumétrica visa determinar a quantidade, o sentido e a composição do fluxo
de veículos que passam por um ou vários pontos selecionados do sistema viário, numa
determinada unidade de tempo. Com estes dados é possível analisar a capacidade da via
quanto a congestionamentos indicando ponto para projetos de dimensionamento viário
considerando a canalização de tráfego entre outras opções.
São considerados dois pontos básicos para realização das contagens: nos trechos entre
interseções e nas interseções. As contagens entre interseções têm como objetivo identificar
os fluxos de uma determinada via e as contagens em interseções levantar fluxos das vias
que se interceptam e dos seus ramos de ligação.
A Contagem Volumétrica Global é aquela em que é registrado o número de veículos que
circulam por um trecho de via, independentemente de seu sentido, grupando-os geralmente
pelas suas diversas classes. São empregadas para o cálculo de volumes diários,
preparação de mapas de fluxo e determinação de tendências do tráfego.
A Contagem manual é feitas por pesquisadores, com auxílio de fichas e contadores
manuais. São ideais para a classificação de veículos, análise de movimentos em
interseções e contagens em rodovias com muitas faixas. Para contagens em vias urbanas é
comum adotar um critério de grupamento de veículos com base em características
semelhantes de operação (automóveis, ônibus e caminhões).
Volume equivalente: adotou-se a conversão UCP – Unidades de Carros de Passeio para
converter veículos grandes (caminhões e ônibus) em carros de passeio, sendo que os
fatores de conversão utilizados foram: 1,25 para van, 1,75 para ônibus e 2,25 para
caminhões.
A capacidade de uma via é definida em termos do fluxo máximo que pode acomodar nas
condições em que ela se apresenta. O valor do fluxo máximo é difícil de determinar, já que,
por maior que seja o fluxo observado, não se pode ter certeza de que um valor um pouco
maior não possa ser acomodado na via.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
117
3.3.3.2 Classificação Funcional das Vias
Vias Expressas são vias que apresentam elevado padrão de fluidez, sendo destinadas a
atender grandes volumes de tráfego de média e longa distância, de passagem, e a ligar os
sistemas viários urbanos, rurais e regionais.
Vias Arteriais São aquelas responsáveis pelos grandes deslocamentos viários entre
regiões extremas da cidade e pelos grandes deslocamentos podendo, inclusive se
interligarem com outras vias da região Metropolitana. Caracterizam-se por possuírem
cruzamentos semaforizados ou acessibilidade direta às vias locais ou coletoras, sem
controle de acessos (agulhas/transposições).
Vias Coletoras são vias com a função de interligar as ruas dos setores residenciais às vias
arteriais e expressas; coletar e distribuir os fluxos veiculares entre vias arteriais, entre
arteriais e coletoras e ou entre coletoras e locais e que por vezes servem como apoio direto
às vias arteriais ou às vias de trânsito rápido.
Vias Locais são as vias de unidade de residência, cuja função básica é de formar o
itinerário de veículos das vias coletoras às habitações.
3.3.3.3 – Capacidade Máxima Calculada por Veículo/ Faixa
Adotou-se como critério para a classificação qualitativa da via o seguinte critério:
a) Para as Vias Locais:
600 veic / h / faixa = folgado
850 veic / h / faixa = adequado
1000 veic / h / faixa no limite da capacidade.
b) Para as Vias Coletoras:
1000 veic / h / faixa = folgado
1200 veic / h / faixa = adequado
1500 veic / h / faixa no limite da capacidade.
c) Para as Vias Arteriais:
1200 veic / h / faixa = folgado
1500 veic / h / faixa = adequado
1800 veic / h / faixa = máximo
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118
d) Capacidade para as Vias expressas ou de Trânsito Rápido:
Até 3,00m de largura por faixa: máximo 1.700 veic/hora
De 3,00 a 4,00m de largura por faixa: 2.000 veíc/hora
3.3.3.4 – Outras considerações
O valor negativo (nos cálculos de capacidade viária): se dá quando é ultrapassado o volume
ideal adotado para qualquer tipo de via, o que significa que os volumes estão passando de
uma faixa de capacidade ideal para outra que está no limite da saturação.
As contagens, de maneira geral são elaboradas para os cruzamentos das vias, (seja qual for
sua classificação) e não expressam a realidade da distribuição de viagens ao longo das
mesmas, pois os veículos podem entrar ou sair em transversais, as viagens podem ser
curtas ou longas, por trecho do trajeto e trechos mais carregados que outros.
3.3.4 Locais de Contagem
Considerando os pontos acima apontados, os pontos de contagem foram os seguintes:
Código Local
1 Viaduto Eng. Paulo de Souza Reis, na saída p/ a Linha Vermelha
2a Rampa de subida p/ a Perimetral, próximo à Av. Barão de Teffé
2b Rampa de descida da Perimetral, próximo à Av. Barão de Teffé
11 Rua Francisco Eugênio x Rua São Cristóvão
12 Rua Santo Cristo x Rua Pedro Alves
13 Rua Venezuela x Rua Antônio Lage
14 Av. Rodrigues Alves x Av. Barão de Teffé
15 Rua Sacadura Cabral x Rua Souza e Silva
16 Av. Barão de Teffé x R. Sacadura Cabral
17 Rua Camerino x R. Barão de São Félix
18 Rua Equador, próximo à R. Prof. Pereira Reis
19 Rua Cidade de Lima, próximo à Rua Prof. Pereira Reis
G01 Av. Perimetral, rampa de descida na Praça Mauá
G02 Viaduto do Gasômetro, sentido Centro, diversos acessos
G03 Viaduto do Gasômetro, sentido Av. Brasil, diversos acessos
G04 Rampa de descida da perimetral, próximo à Av. Barão de Teffé
G05 Rampa de subida da perimetral, próximo à Av. Barão de Teffé
G06 Pça. Mauá, diversos fluxos
G07 Rua Rivadávia Correa, após o Túnel João Ricardo
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119
G08 Rua Equador x R. Com. Garcia Pires
G09 Largo do Sto. Cristo
G10 Av. Barão de Teffé x Av. Venezuela
S48 Av. Rodrigues Alves, entre os armazéns 13 e 14
S49 Av. Francisco Bicalho, junto à Estação Leopoldina
S60 Av. Francisco Eugênio, entre a Linha Vermelha e a Av. Francisco Bicalho
1118 Av. Passos após Av. Mal. Floriano
1181 Av. Mal. Floriano, próximo à Av. Passos
3.3.4.1 Características das Vias
3.3.4.1.1 Principal Via Expressa
Av. Perimetral
A Avenida Perimetral é um elevado que liga o bairro do Caju até a região da Praça XV, no
centro da cidade do Rio de Janeiro. Corta os bairros do Caju, parte de São Cristóvão, Santo
Cristo, Gamboa e Saúde. Com 5,5 km de extensão.
É uma das mais importantes vias da cidade, permitindo o acesso à Avenida Brasil e à Ponte
Rio-Niterói. O viaduto possui duas pistas, com duas faixas de rolamento em cada sentido,
com aproximadamente 7.50m de largura cada pista.
A obra da Perimetral no fim dos anos 50. O primeiro trecho construído foi até a Candelária,
depois continuou pela Praça Mauá (contornando o Mosteiro de São Bento e por cima da Av.
Rodrigues Alves), a terceira e última fase foi a sua ligação com a Ponte Rio Niterói, no início
dos anos 70.
Segundo seus idealizadores, a construção da Perimetral obedeceu a dois objetivos: criar
alternativas de tráfego para as vias existentes, já congestionadas e sem condições de serem
ampliadas, e, sobretudo, permitir a ligação das Zonas Sul e Norte sem que os veículos
passassem pelo centro urbano da cidade.
3.3.4.1.2 Principais Vias Arteriais
Avenida Francisco Bicalho
Via ao longo do canal do mangue apresentando dois sentidos de aproximadamente 26
metros cada, sendo que possui 6 faixas de rolamento em cada sentido.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
120
A Avenida Francisco Bicalho, construída em 1907, como parte do pacote das obras do
porto, saneava de vez os restos do mangal de São Diogo, tendo sua parte da Avenida do
Mangue já saneado pelo Barão de Mauá.
Esse aterro da Avenida Francisco Bicalho acabou com as ilhas dos Melões (ou das Moças)
e dos Cães (onde está a Rodoviária Novo Rio), os sacos do Alferes e de São Diogo (ou
Diego) e a praia Formosa, que ia até a estação ferroviária Barão de Mauá.
Avenida Rodrigues Alves
A Av. Rodrigues Alves possui dois sentidos com duas pistas em cada sentido, com três
faixas de rolamento cada uma, e um canteiro central com aproximadamente 10.00m de
largura que servem para abrigar os largos pilares de sustentação do viaduto da Perimetral.
As calçadas laterais têm em média 4.00m cada.
Av. Presidente Vargas
A Avenida Presidente Vargas foi projetada pelo Presidente Getúlio Vargas e inaugurada em
07 de setembro de 1944. Para a sua implantação foram demolidas mais de 500
construções, incluindo 4 igrejas.
Aproximadamente, com 4 km de extensão, possui 8 faixas de rolamentos em cada um dos
dois sentidos separados por canteiros centrais. Ao todo, a Avenida ocupa uma largura de 80
metros considerando as 16 faixas de rolamento e os canteiros.
3.3.4.1.3 Principais Vias Coletoras
Rua Prof. Pereira Reis: apresenta duas mãos de direção, com 03 faixas de rolamento em
cada sentido, e largura média de 12,45 metros para cada sentido.
Rua Barão de Tefé: apresenta sentido único, com 04 faixas de rolamento e largura média de
17,00 metros.
Rua Sacadura Cabral: apresenta sentido único, com 03 faixas de rolamento e largura média
de 12,81 metros.
Rua Camerino: apresenta sentido único, variando desde 04 faixas de rolamento e largura de
17,00 metros, a 9,85 metros, com 03 faixas.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
121
3.3.4.1.4 Caracterização do Fluxo
O trânsito que circula na área envolvida apresenta um fluxo intenso na parte da manhã que
vem das Zonas Norte, Oeste e da Ponte Rio-Niteroi e que se distribui pela Av. Perimetral e
pela Av. Francisco Bicalho, buscando chegar à área central do Município. O fluxo que segue
pela Av. Perimetral se divide para dois sentidos; seguir pela própria Perimetral para chegar a
Zona Sul ou então, através de acesso, descer para a Av. Rodrigues Alves para entrar na Av.
Barão de Teffé que continua como Rua Camerino e depois como Av. Passos que alcança a
Av. Presidente Vargas. Este fluxo se reverte no período do fim do dia, quando à um intenso
fluxo pela Av. Perimetral que vem da Zona Sul e do Centro, para alcançar as Zonas Norte e
Oeste e a Ponte Rio-Niterói.
Ao mesmo tempo em que observamos um fluxo intenso de veículos na Av. Perimetral,
podemos constatar na Av. Rodrigues Alves uma situação de baixo fluxo viário. A malha
viária existente nos Bairros Santo Cristo, Gamboa e Saúde está pouco utilizada,
principalmente, devido às poucas atividades econômicas na região. Hoje, devido a
restrições, poucas operações permanecem utilizando a área que compreende a região
portuária: o Moinho Fluminense permanece recebendo descarga de trigo no Armazém 8,
papel imprensa importado é descarregado no Cais da Gamboa, ferro-gusa é exportado,
também, através do Cais da Gamboa pela Operadora Portuária Triunfo, entre outras. Assim,
uma grande área que outrora servia como área de apoio às operações portuárias, de caráter
essencialmente industrial, tornou-se ociosa, formando vazios urbanos e deixando
edificações subutilizadas ou abandonadas. Como reflexo disto, o tráfego de veículos na
região é muito baixo.
3.3.5 – Avaliação da Capacidade Viária dos Pontos Críticos
Os pontos críticos estarão sendo avaliados, levando-se em conta a capacidade permitida,
calculada em função da largura da via e o número de faixas de rolamento, a capacidade
utilizada, e a não utilizada.
3.3.5.1 – Avaliação: Pontos Críticos das vias Expressas
• Av. Perimetral
a) Sentido bairro – centro
Largura média da via 7,50 m com 2 faixas de rolamento
Largura de cada faixa = 3,75m
Capacidade permitida = 2.000 veic/hora = 100 %
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
122
Capacidade utilizada = 4.753 veic/hora = 119%
Capacidade não utilizada = - 753 veic.eq./h = - 19%
b) Sentido centro – bairro
Largura média da via 7,50 m com 2 faixas de rolamento
Largura de cada faixa = 3,75m
Capacidade permitida = 2.000 veic/hora = 100 %
Capacidade utilizada = 4.255 veic/hora = 106 %
Capacidade não utilizada = - 255 veic.eq./h = - 06%
No sentido bairro–centro, no período da manhã, logo após o Viaduto do Gasômetro, temos o
maior pico de tráfego, com a capacidade da via ultrapassada em 19%. No sentido centro-
bairro, no período da tarde, no pico de tráfego, a capacidade da via Fo ultrapassada em
06%.
3.3.5.2 – Avaliação: Pontos Críticos das vias Arteriais
• Av. Rodrigues Alves altura da Rua Barão de Tefé
c) Sentido bairro – centro
Largura média da via 12 m com 3 faixas de rolamento
Largura de cada faixa = 4,00m
Capacidade permitida = 5.400 veic/hora = 100 %
Capacidade utilizada = 4.652 veic/hora = 86 %
Capacidade não utilizada = 748 veic.eq./h = 14%
d) Sentido centro – bairro
Largura média da via 12 m com 3 faixas de rolamento
Largura de cada faixa = 4,00m
Capacidade permitida = 5.400 veic/hora = 100 %
Capacidade utilizada = 2.770 veic/hora = 51 %
Capacidade não utilizada = 2.630 veic.eq./h = 49%
No sentido bairro–centro, no período da manhã, temos o maior pico de tráfego, com
ociosidade de 14%. No período da tarde no sentido centro-bairro, mesmo no período de
pico, verificou-se ociosidade de 49%.
• Av. Rodrigues Alves altura da Prof. Pereira Reis
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
123
a) Sentido bairro – centro
Largura média da via 12 m com 3 faixas de rolamento
Largura de cada faixa = 4,00m
Capacidade permitida = 5.400 veic/hora = 100 %
Capacidade utilizada = 4.753 veic/hora = 88 %
Capacidade não utilizada = 647 veic.eq./h = 12%
b) Sentido centro – bairro
Largura média da via 12 m com 3 faixas de rolamento
Largura de cada faixa = 4,00m
Capacidade permitida = 5.400 veic/hora = 100 %
Capacidade utilizada = 3.440 veic/hora = 64 %
Capacidade não utilizada = 1.960 veic.eq./h = 36%
No sentido bairro–centro, no período da manhã, temos o maior pico de tráfego, com
ociosidade de 12%. No período da tarde no sentido centro-bairro, no período de pico,
verificou-se ociosidade de 21%.
• Av. Francisco Bicalho altura da Av. Francisco Eugênio
a) Sentido bairro – centro
Largura média da via 12 m com 3 faixas de rolamento
Largura de cada faixa = 4,00m
Capacidade permitida = 1.800 veic/hora = 100 %
Capacidade utilizada = 4.005 veic/hora = 74 %
Capacidade não utilizada = 1.395 veic.eq./h = 26%
b) Sentido centro – bairro
Largura média da via 12 m com 3 faixas de rolamento
Largura de cada faixa = 4,00m
Capacidade permitida = 1.800 veic/hora = 100 %
Capacidade utilizada = 4.464 veic/hora = 83 %
Capacidade não utilizada = 936 veic.eq./h = 17%
No sentido bairro–centro, no período da manhã, temos o maior pico de tráfego, com
ociosidade registrada de 26%, considerando a capacidade máxima da via, com as 03 pistas.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
124
No período da manhã no sentido centro-bairro, no período da tarde, verificou-se ociosidade
de 17%.
3.3.5.3 – Avaliação: Pontos críticos das vias coletoras
• Av. Prof. Pereira Reis
a) Sentido Santo Cristo
Largura média da via 12,45 m com 3 faixas de rolamento
Largura de cada faixa = 4,15m
Capacidade permitida = 4.500 veic/hora = 100 %
Capacidade utilizada = 2.049 veic/hora = 46 %
Capacidade não utilizada = 2.451 veic.eq./h = 54%
b) Sentido Rodrigues Alves
Largura média da via 12,45 m com 3 faixas de rolamento
Largura de cada faixa = 4,15m
Capacidade permitida = 4.500 veic/hora = 100 %
Capacidade utilizada = 1.975 veic/hora = 44 %
Capacidade não utilizada = 2.525 veic.eq./h = 56%
No sentido bairro–centro, no período da manhã, temos o maior pico de tráfego, com
ociosidade registrada de 54%, considerando a capacidade máxima da via, com as 03 pistas.
No no sentido centro-bairro, no mesmo período, verificou-se ociosidade de 56%.
• Av. Barão de Tefé
a) Cruzamento com Rua Sacadura Cabral
Largura média da via 17 m com 4 faixas de rolamento
Largura de cada faixa = 4,25m
Capacidade permitida = 6.000 veic/hora = 100 %
Capacidade utilizada = 3.642 veic/hora = 61 %
Capacidade não utilizada = 2.358 veic.eq./h = 39%
No cruzamento com a Sacadura Cabral, no período da manhã, temos o maior pico de
tráfego, com ociosidade registrada de 39%, considerando a capacidade máxima da via, com
as 04 faixas de rolamento e sem o tempo de parada no semáforo.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
125
• Rua Sacadura Cabral
a) Cruzamento com a Rua Barão de Tefé
Largura média da via 12,81 m com 03 faixas de rolamento
Largura de cada faixa = 4,27m
Capacidade permitida = 4.500 veic/hora = 100 %
Capacidade utilizada = 1.856 veic/hora = 41 %
Capacidade não utilizada = 2.644 veic.eq./h = 59%
No cruzamento com a Rua Barão de Tefé, no período da manhã, temos o maior pico de
tráfego, com ociosidade registrada de 59%, considerando a capacidade máxima da via, com
as 03 faixas de rolamento e sem o tempo de parada no semáforo.
• Rua Camerino
b) Altura da saída da Rua Barão de São Felix
Largura média da via 9,80 m com 03 faixas de rolamento
Largura de cada faixa = 3,27m
Capacidade permitida = 4.500 veic/hora = 100 %
Capacidade utilizada = 3.866 veic/hora = 86 %
Capacidade não utilizada = 634 veic.eq./h = 14%
Na saída com a Rua Barão de são Felix, no período da manhã, temos o maior pico de
tráfego, com ociosidade registrada de 14%, considerando a capacidade máxima da via, com
as 03 faixas de rolamento.
3.3.5.4 – Pontos críticos das vias locais
No caso de vias locais a capacidade média a ser considerada é de 600 veíc/hora por faixa,
ou para um carregamento máximo admissível, de 800 a 1000 veíc/hora por faixa. Não foram
feitas contagens específicas para análise.
3.3.6 – Conclusões
Comparando-se as contagens realizadas pela prefeitura em 2001-2002, e as contagens
atuais, verifica-se que o percentual de capacidade não utilizado na via expressa – Av.
Perimetral caiu de 10% para uma média de 4%, sendo esta capacidade negativa nos
períodos de pico, indicando a saturação do sistema.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
126
Já nas vias arteriais, houve uma diminuição do percentual de capacidade não utilizada na
ordem de 18 a 22%. Isto significa que há atualmente um fluxo maior de veículos do que
havia na contagem anterior, caindo de 28% em média para 20% a capacidade ainda
utilizável nas vias.
Para as vias coletoras houve um aumento médio de 17% de tráfego, diminuindo a
capacidade de utilização das vias.
Com a possível saída da Rodoviária Novo Rio, deixarão de circular em dias normais cerca
de 50 mil pessoas e, em épocas de feriados e datas comemorativas, cerca de 80 mil/dia. No
terminal operam 42 empresas de ônibus, com 51 bilheterias de vendas de passagens, 220
linhas - 46 linhas intermunicipais; 170 linhas interestaduais e 4 linhas internacionais – para
Assunção (Paraguai), Buenos Aires (Argentina), Santiago (Chile) e Puerto Suarez (Bolívia).
A Rodoviária Novo Rio recebe, por mês, 01 milhão e 100 mil passageiros. (Fonte:
SECTRAN – Secretaria de Transportes do Rio de Janeiro).
Neste caso, além das linhas Interestaduais, intermunicipais e internacionais, deixarão de
afluir para a rodoviária cerca de 100 linhas municipais. A circulação desses ônibus hoje
representa cerca de 22% do tráfego total de veículos na área da operação urbana. Assim,
com a possível saída da Rodoviária teremos um aumento de capacidade de circulação no
sistema viário.
Com o declínio da população residente na área definida pela Operação Urbana, deduz-se
que apenas parte desse tráfego se destina à região, sendo que a grande maioria apenas
utiliza a região como tráfego de passagem – apenas cruza a região e não a ela se destina.
Pode-se afirmar que com exceção dos momentos de pico, na via expressa e em algumas
vias arteriais, a maior parte das vias apresenta capacidade sub-utilizada dentro da Operação
Urbana, e com a infra-estrutura viária existente, permite com a reordenação do sistema
viário uma reformulação dos usos com o conseqüente adensamento populacional.
3.4 – INTERVENÇÕES PROPOSTAS PELA OUC DO PORTO DO RIO
3.4.1 – Diretrizes Urbanísticas e de Uso do Solo
Considerando as diretrizes e objetivos gerais do projeto de urbanização, tais como:
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
127
a) tratar a área como um espaço estratégico de desenvolvimento,
incrementando seus potenciais latentes para promoção de núcleos
econômicos, sociais e culturais da cidade;
b) tornar a região atrativa para novos empreendimentos privados, com ênfase
nas atividades de serviços, comércio, lazer cultural e como espaço
privilegiado de moradia para camadas médias da população;
c) romper o caráter de isolamento dos bairros portuários, articulando-os entre si,
com o tecido urbano do Centro e com as principais vias de comunicação do
conjunto da cidade através do maior número possível de meios de
locomoção: a pé, de bicicleta, em veículos motorizados, em sistemas de
transportes alternativos, como bondes e barcas;
d) reintegrar a área à paisagem e ao uso da Baía de Guanabara, através de
diversas finalidades como lazer, esporte;
e) valorizar o patrimônio arquitetônico e urbano local, colocando em destaque
seus elementos mais significativos;
f) criar uma política que vise ao reaproveitamento de imóveis de valor histórico
para fins habitacionais, comerciais ou de serviços;
g) investir em melhorias pontuais de locais emblemáticos, para sinalizar a
disposição governamental de aportar novos valores e quebrar a inércia que
envolve toda a área;
Foram adotadas algumas as seguintes linhas de ação:
� Criar uma chamada frente marítima, área cultural e de lazer, com vista para a baía,
museus, bares, ciclovia, amplo espaço para pedestres e reduzido tráfego de veículos;
� Criar um sistema viário (binário principal ou arterial primário) que permita, até certo
ponto, substituir o sistema viário de passagem existente, tomado pelo novo uso da frente
marítima;
� Melhorar a acessibilidade da região (binário arterial secundário), que hoje dispõe de um
sistema viário bastante fragmentado e de difícil penetração.
� Melhorar o transporte coletivo, através de uma série projetos em estudo, entre os quais
destacamos:
� Terminal hidroviário próximo à Rodoviária Novo Rio, ligando à estação Araribóia, em
Niterói;
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
128
� Expansão da Linha 2 do Metrô até a Praça XV, passando pela estação Carioca (fora
da área de estudo, porém com forte influência);
� Veículo Leve sobre Trilhos – VLT (6 linhas em 4 anéis, abrangendo toda a área do
centro do Rio);
� Criação de estacionamentos subterrâneos na Praça. Mauá e Av. Barão de Teffé;
� Alteração nas linhas de ônibus e em diversos terminais rodoviários.
3.4.2 – Caracterização do Projeto Viário
As intervenções urbanas previstas para a área têm por finalidade promover a reestruturação
urbana local por meio da ampliação, articulação e requalificação dos espaços livres
buscando melhorar a qualidade de vida dos atuais e futuros moradores da região. O novo
sistema viário terá por base uma malha de vias estruturantes que buscará integrar melhor as
diversas partes da área de intervenção e, esta com a área central da cidade e bairros do
entorno.
A criação de um novo eixo interno à área de intervenção (Binário do Porto) ligando a
Avenida Francisco Bicalho e o acesso à Linha Vermelha (Viaduto Engenheiro Paulo de
Souza Reis) à Praça Mauá, em conjunto com a abertura de novas vias e o alargamento de
algumas vias existentes, permitirá o desmonte do Elevado da Perimetral, no trecho entre o
Arsenal da Marinha e a Avenida Francisco Bicalho.
A transferência do tráfego do Elevado da Perimetral para o nível do solo, numa remodelada
Avenida Rodrigues Alves, se dará através da construção de uma rampa de transição do
trecho remanescente do elevado, na altura da Avenida Presidente Vargas, interligando-se a
um túnel com duas galerias nas imediações do prédio do Arsenal da Marinha, passando sob
a Praça Mauá e seguindo pelo alinhamento da atual Avenida Rodrigues Alves até a altura
do Armazém 5 onde voltará à superfície.
O Binário do Porto será formado pelo alargamento das ruas General Luiz Mendes de Morais
e Equador, implantação das vias B01 e A01, construção de um túnel sob o Morro da Saúde,
reurbanização da Avenida Venezuela e construção do Túnel do Binário. Este conectará os
fluxos da Avenida Primeiro de Março em túnel paralelo ao da nova Via Perimetral,
contornando o Morro de São Bento, passando sob da Praça Mauá, desviando na direção do
prédio da Polícia Federal e voltando à superfície, através de rampa, após a Rua Argemiro
Bulcão. Visando dar maior fluidez ao tráfego neste novo eixo, serão implantadas duas novas
alças interligando-o ao Elevado do Gasômetro. Essas alças serão construídas no
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
129
alinhamento da Rua Comandante Garcia Pires, uma partindo da Rua Equador em direção
ao elevado e outra descendo deste em direção à Rua Cidade de Lima.
Em complemento às intervenções urbanísticas e viárias já mencionadas e visando gerar
maior conectividade na região, e da mesma com os bairros próximos e demais localidades,
outras vias serão implantadas e/ou reurbanizadas, potencializando o uso efetivo de toda
malha viária, oferecendo aos usuários locais e futuros freqüentadores, novas alternativas de
acessibilidade a Região Portuária.
A reurbanização dos espaços públicos (vias e praças existentes) consistirá na implantação
de novos padrões de pavimentação (passeios e vias), de arborização (passeios, parças,
parques e canteiros) valorizando a paisagem urbana, melhorando as condições ambientais
locais.
Uma nova sinalização viária, iluminação pública, mobiliário urbano (abrigos para pontos de
ônibus, lixeiras, totens e painéis informativos, bancos de praças, bancas de jornal, banheiros
públicos, bicicletários e quiosques) complementarão o processo de revitalização da região.
As principais intervenções propostas pelo projeto, indicadas na figura 2, são apresentadas a
seguir:
3.4.2.1 – Conjunto de novas vias e Túnel do Morro da Saúde
O cerne do projeto consiste na abertura e adaptação do conjunto de vias que formam o
chamado Binário do Porto. São hoje vias hoje ociosas e subtilizadas receberão tratamento
adequado e vias complementares serão abertas, inclusive um túnel sob o Morro da Saúde.
Este conjunto será a espinha dorsal do tráfego na região, facilitando a circulação que hoje
se apresenta bastante fracionada.
Figura 1 – Principais Intervenções no Tráfego (COHIDRO)
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
130
Em 2003 foram elaborados estudos de tráfego, pela COHIDRO, verificando a situação de
volume de tráfego na época e as alternativas para o projeto da Operação Urbana , ocasião
em que foram encampadas várias sugestões apresentadas pelo CET-Rio. Segue um
resumo das principais alterações:
a) Mão dupla no Viaduto Engo. Paulo de Souza Reis
O quadro de contagem de veículos apresentado foi o seguinte:
Contagem Volumétrica Classificada - Perfil
Posto:
Local:
Bairro:
Referência:
Data:
manhã 1
tarde 1
auto van onib. cam.
1 1,25 1,75 2,25
17:15 18:15 17:15 18:15
Contagem Volumétrica Classificada - Perfil Local : Data: 11/06/2002
Viad. Eng. Paulo de Souza Reis
11/06/2002 terça
fatores de equivalência
na saída para a Linha Vermelha
Centro
Viad. Eng. Paulo de Souza Reis
Hora de Pico
Fluxo 1 2
Vol. total contado (UCP) 19.328 15.475
Fluxo Hora de Pico (UCP/h) 2.630 1.667
Croquis
bom
bom
Condições do Tempo
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
6:00
- 6
:15
6:30
- 6
:45
7:00
- 7
:15
7:30
- 7
:45
8:00
- 8
:15
8:30
- 8
:45
9:00
- 9
:15
9:30
- 9
:45
10:0
0 -
10:1
5
10:3
0 -
10:4
5
11:0
0 -
11:1
5
11:3
0 -
11:4
5
12:0
0 -
12:1
5
12:3
0 -
12:4
5
13:0
0 -
13:1
5
13:3
0 -
13:4
5
14:0
0 -
14:1
5
14:3
0 -
14:4
5
15:0
0 -
15:1
5
15:3
0 -
15:4
5
16:0
0 -
16:1
5
16:3
0 -
16:4
5
17:0
0 -
17:1
5
17:3
0 -
17:4
5
18:0
0 -
18:1
5
18:3
0 -
18:4
5
19:0
0 -
19:1
5
19:3
0 -
19:4
5
20:0
0 -
20:1
5
20:3
0 -
20:4
5
21:0
0 -
21:1
5
21:3
0 -
21:4
5
Hora
Flu
xo (
UC
P/h
)
Fluxo 1 Fluxo 2
1
2
Viaduto Engenheiro Paulo de Souza Reis
Linha Vermelha
AB
C
Figura 3 – Contagens no Viaduto Engenheiro. Paulo de Souza Reis (2002)
A seção C apresenta duas faixas de tráfego em 7,3m e um fluxo de pico de 1.667 UCP/h na
hora de pico (17:15h às 18:15h.). Na proposta do Binário, esta seção tem uma faixa por
sentido. Com a capacidade de aproximadamente 1900 UCP/h, ela comporta o tráfego atual.
A seção B possui as mesmas dimensões e o mesmo horário de pico, com um fluxo de
2.630 UCP/h, que não são afetados na proposta do Binário.
A seção A apresenta quatro faixas de tráfego em aproximadamente 14,5m. O fluxo de pico
levantado é a soma dos ouros dois, ou seja, 4.297 UCP/h na hora de pico (17:15h às
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
131
18:15h). Na proposta do Binário, esta seção necessita três faixas no sentido São Cristóvão,
dispondo 1 faixa no sentido Centro, para um tráfego hoje inexistente.
A princípio não haveria, para o tráfego hoje existente, maiores problemas com a redução de
capacidade. Entretanto, é preocupante a longa extensão, de aproximadamente 550 metros,
com somente uma faixa por sentido.
Foi então encampada a sugestão da CET-Rio de alargamento de trechos do Viaduto Eng..
Paulo de Souza Reis, conforme ofício nº 094/2002 CET-Rio/CRT/AP1 (figuras 3 e 4).
Foi também incorporada a proposta de uma alça de descida com sentido Centro no Viaduto
Eng. Paulo de Souza Reis, a partir do alargamento da rampa de descida na Rua Francisco
Eugênio.
Figura 3 - Viaduto Engo. Paulo de Souza Reis – situação atual
Figura 4 – Proposta de rampa e alargamento no Viaduto Eng. Paulo de Souza Reis.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
132
3.4.2.2 – Contagens Volumétricas
Para análise da alocação do trafego na rede foram realizadas novas contagens
volumétricas, seguindo-se a mesma metodologia das contagens realizadas em 2002, para
posterior comparação.
O quadro de contagem de veículos apresentado foi o seguinte:
Na nova contagem verificou-se um aumento médio de 16% no pico do período da tarde na
Seção B, no sentido da Linha vermelha, e da ordem de 39% na Seção C, também no pico
da tarde, com fluxo de pico de 2.327 UCP/h na hora de pico (17:45 às 18:45 h.). Com a
capacidade da faixa dimensionada para aproximadamente 1900 UCP/h, poderíamos ter
eventualmente momentos de pico em que o tráfego ficaria mais lento.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
133
Para complementar a alocação do trafego na rede foram realizadas contagens volumétricas
especificamente para este estudo ou obtidas, junto à CET-Rio (GIT e GCT) e Secretaria
Municipal de Transportes, em 2002, pela COHIDRO.
Os pontos de contagem foram:
Código Local
1 Viaduto Eng. Paulo de Souza Reis, na saída p/ a Linha Vermelha 2a Rampa de subida p/ a Perimetral, próx. a Av. B. de Teffé 2b Rampa de descida da Perimetral, próx. a Av. B. de Teffé 11 Rua Francisco Eugênio x Rua São Cristóvão 12 Rua Santo Cristo x Rua Pedro Alves 13 Rua Venezuela x Rua Antônio Lage 14 Av. Rodrigues Alves x Av. Barão de Teffé 15 Rua Sacadura Cabral x Rua Souza e Silva 16 Av. Barão de Teffé x R. Sacadura Cabral 17 Rua Camerino x R. Barão de São Félix 18 Rua Equador, próx. à R. Prof. Pereira Reis 19 Rua Cidade de Lima, próx. à R. Prof. Pereira Reis G01 Av. Perimetral, rampa de descida na Pça Mauá G02 Viaduto do Gasômetro, sentido Centro, diversos acessos G03 Viaduto do Gasômetro, sentido Av. Brasil, diversos acessos G04 Rampa de descida da Perimetral, próx a Av. B. de Teffé G05 Rampa de subida p/ a Perimetral, próx a Av. B. de Teffé G06 Pça. Mauá, diversos fluxos G07 Rua Rivadávia Correa, após o Túnel João Ricardo G08 R. Equador x R. Com. Garcia Pires G09 Largo do Sto. Cristo G10 Av. Barão de Teffé x Av. Venezuela S48 Av. Rodrigues Alves, entre os armazéns 13 e 14 S49 Av. Francisco Bicalho, junto à Estação Leopoldina S60 Av. Francisco Eugênio, entre a Linha Vermelha e a Av. Francisco Bicalho 1118 Av. Passos após Av. Mal. Floriano 1181 Av. Mal. Floriano, próx. Av. Passos
Os pontos de pesquisa são apresentados na figura 5, a seguir.
As contagens, para cada ponto, são apresentadas no anexo 4. Foram elaborados mapas do
tráfego atual, para os períodos de pico da manhã de da tarde, os quais também são
apresentados nas figuras 6 e 7, para os períodos da manhã e da tarde, e após tratamento e
análise, nas figura 8 e 9 para o carregamento futuro.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
134
Figura 5 – Área de Estudo e Pontos de Pesquisa – Fonte: COHIDRO
Figura 6 – Contagem PM volumes atuais – Fonte: COHIDRO
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
135
Figura 7 – Contagem PT volumes atuais – Fonte: COHIDRO
Figura 8 – Contagem PM carregamento estimado– Fonte: COHIDRO
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
136
Figura 9 – Contagem PT carregamento estimado– Fonte: COHIDRO
3.5 – IMPACTOS PREVISTOS - SITUAÇÃO FUTURA Para avaliar o impacto no sistema viário, das edificações a serem implantadas dentro do
perímetro da Operação Consorciada da Região do Porto do Rio, foi utilizada metodologia
que incorpora as avaliações de impacto de pólos geradores de tráfego.
No caso de pólos geradores de tráfego a área construída computável é o referencial
principal para se calcular a quantidade de viagens de autos geradas ou atraídas pelo
empreendimento, para um período de pico, quantificadas em veículos por hora. Nos
caminhos preferenciais a serem percorridos pelos usuários da edificação para chegar ou
sair, de acordo com a capacidade viária e o tráfego de passagem existente são identificados
os pontos críticos para os quais se buscam medidas mitigadoras.
No caso da Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio, cada setor foi
considerado como se fosse um empreendimento pólo gerador de tráfego (foram unificados
num só setor os setores M e N). Foram identificadas as áreas construídas computáveis para
cada setor e destacadas aquelas de produção ou de atração de viagens, qual seja as áreas
residenciais e as não residenciais (comércio, serviços, hospitais, hotéis, escolas, clubes,
instituições, indústrias, etc,). Entende-se por geração de viagem a denominação genérica
das viagens tanto produzidas como atraídas por um empreendimento.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
137
Extraindo-se a área construída existente da área total final foi deduzida a área computável
que será adicionada, denominada de área computável acrescida. A partir da área
computável acrescida foram calculadas as atrações de viagens para os usos não
residenciais. Adotou-se como parâmetro para os pólos geradores, a relação de 1.000
veículos por hora para cada 50.000m² de área construída computável em novos
empreendimentos com predominância de edifícios de escritórios de grandes dimensões. Na
Operação Urbana da Região do Porto do Rio, as construções terão dimensões variadas se
forem produzidas por adesão à Operação, resultando num mix de usos e dimensões que a
diferenciam de outras Operações Urbanas.
O resultado da geração de viagens acrescidas atraídas para cada setor, foi distribuído pelos
principais percursos do sistema viário de acesso seguindo rotas baseadas na pesquisa
origem/destino estimadas. Foi estudado o pico da manhã por concentrar os maiores picos
de volume de tráfego pelo uso de escritórios e para compatibilizar com outros referenciais.
Do mesmo modo foram calculadas as produções de viagens residenciais, considerando os
mesmos parâmetros para os diversos padrões deste uso em cada setor, ou seja, 100m²
para todos os setores, de A a N. O volume total das viagens acrescidas, geradas em cada
setor foi distribuído pelos principais percursos do sistema viário de acesso seguindo as rotas
atuais e as estimadas na nova configuração.
Considera-se que a plena ocupação dos empreendimentos nos diversos setores da
Operação Urbana ocorrerá na meta de 2.025, e que já tenham sido executadas as melhorias
de infra-estrutura, assim como outras melhorias como a implantação do sistema integrado
de transportes – VLT, e a transferência da estação Rodoviária, pois o cenário é de forte
crescimento da demanda por transportes na região. Neste sentido, uma faixa de domínio foi
reservada para utilização por um sistema de média capacidade, notadamente um sistema
de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos).
Cabe destacar que os quantitativos calculados de viagens de autos indicam a plena
ocupação potencial de todas as edificações previstas contidas no perímetro da Operação
Urbana. Não foram feitas reduções por vacância locacional, desemprego, férias,
absenteísmo ou por rodízio.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
138
3.5.1 - As áreas construídas computáveis
As tabelas seguintes foram produzidas com base no Estudo de Adensamento da Operação
Urbana
Planta 45 – Simulação de Adensamento por setor
A área do terreno foi separada em usos assim como a área construída computável
existente. A partir das hipóteses de adensamento, de transformação da situação atual, seja
de terrenos vagos, seja de edificações que tendem a ser demolidas ou reformadas foi
montada o “Calculo de Adensamento”, com as áreas computáveis remanescentes, isto é,
aquelas que permanecem com a edificação atual e com as áreas computáveis que se
transformam por demolição e nova edificação ou reforma da atual. A Tabela 1 mostra as
áreas e os usos existentes nos setores com previsão de utilização de CEPAC.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
139
Tabela 1
Situação existente em áreas previstas para utilização de CEPAC
SETOR Área de construída (m2)
Área constr uso residencial (m2)
área constr uso ñ residencial (m2)
A 559.856,00 657,00 559.199,00
B 151.108,00 3.372,00 147.736,00
C 219.931,00 219.931,00
D 118.930,00 444,00 118.486,00
E 87.160,00 117,00 87.043,00
F 12.992,00 8.779,00 4.213,00
G -
H -
I 40.908,00 1.250,00 39.658,00
J 35.181,00 35.181,00
K -
L -
M 105.852,00 443,00 105.409,00
N -
TOTAL 1.331.918,00 15.062,00 1.316.856,00
A Tabela 2 mostra a simulação das áreas e usos com a aplicação dos incentivos de
potencial adicional de construção, sem o desconto das áreas e usos existentes.
Tabela 2
Situação prevista para áreas com utilização de CEPAC sem desconto das áreas existentes
SETOR Área de construída (m2)
Área constr uso residencial (m2)
área constr uso ñ residencial (m2)
A 571.200,10 201.512,10 369.688,00
B 295.688,10 186.531,04 109.157,07
C 778.227,43 286.838,52 491.388,91
D 660.412,49 234.020,67 426.391,82
E 708.653,05 357.443,87 351.209,17
F - - -
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
140
G - - -
H - - -
I - - -
J - - -
K - - -
L - - -
M 1.075.320,67 878.568,67 196.752,00
N -
TOTAL 4.089.501,83 2.144.914,87 1.944.586,96
A Tabela 3 mostra a simulação das áreas e usos com a aplicação dos incentivos de
potencial adicional de construção, com o desconto das áreas e usos existentes, isto é,
apresenta a área construída computável acrescida que é aquela obtida pela diferença entre
a área computável total final e a área computável existente da Tabela 1.
Tabela 3
Situação prevista para áreas com utilização de CEPAC com o desconto das áreas existentes
SETOR Área de construída (m2)
Área constr uso residencial (m2)
área constr uso ñ residencial (m2)
A 11.344,10 200.855,10 - 189.511,00
B 144.580,10 183.159,04 - 38.578,93
C 558.296,43 286.838,52 271.457,91
D 541.482,49 233.576,67 307.905,82
E 621.493,05 357.326,87 264.166,17
F - 12.992,00 - 8.779,00 - 4.213,00
G - - -
H - - -
I - 40.908,00 1.250,00 39.658,00
J - 35.181,00 35.181,00
K - - -
L - - -
M 969.468,67 878.125,67 91.343,00
N -
TOTAL 2.757.583,83 2.132.352,87 777.408,96
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
141
Todas essas tabelas são apresentadas por setores. Dentre eles distingue-se o Setor “N”,
que terá a maior área computável final seguido do setor “E”.
3.5.2 – Vagas acrescidas pela Operação Urbana
Geração de viagens é a denominação genérica das viagens produzidas quando saem da
edificação ou atraídas quando chegam à edificação. Uma edificação de escritórios, por
exemplo, pode atrair viagens no pico da manhã e produzir viagens no pico da tarde. O
inverso ocorre com as edificações residenciais. O cálculo da geração de viagens deste
estudo está diretamente relacionado ao número de vagas acrescidos pela Operação, em
função do tipo de uso.
Foi elaborada a tabela 1B como seqüência metodológica. Para efeito de impacto no sistema
viário nos interessa verificar o acréscimo de viagens de autos que ocorrerá por
conseqüência do montante de área computável acrescida. O setor ”M” se destaca pelo
maior número de vagas acrescidas seguido dos setores “E” e “C”.
24h TABELA 1B VAGAS ACRESCIDAS COM A OP COM DESCONTO DAS JA EXISTENTES
SETOR residencial ñ residencial Nº Total
A 1.563 5.736 3.807
B 1.933 2.263 2.521
C 2.973 10.185 10.497
D 2.425 8.838 9.677
E 3.705 7.280 9.726
F 14 174 - 174
G - - -
H - - -
I 12 422 - 390
J - 378 - 352
K - - -
L - - -
M 9.105 4.078 11.660
N - - -
TOTAL 21.858 39.354 61.212
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
142
3.5.3 – Estimativa de Tráfego Futuro
A estimativa de carregamento futuro do tráfego do Binário, para os períodos de pico da
manhã e da tarde, pode ser vista nas figuras 8 e 9,
Foram estimadas 61.212 vagas de veículos a serem acrescidas pela Operação Urbana,
sendo 21.858 para o uso residencial e 39.354 para o uso não residencial.
Estima-se que pelo menos 40% das viagens que serão geradas pela Operação Urbana em
função destas vagas já são atualmente realizadas no entorno da Operação, seja pela Av.
Francisco Bicalho, ou pela Av. Rodrigues Alves. Assim, na realidade, estariam sendo
geradas pela área da Operação 60% desse total, ou seja, novas 36.727 viagens.
Desse total estima-se que no horário de pico da manhã, das 07:00h às 08:00h, 40%
adentrariam à região para acesso ao binário, distribuídas pelas vias: viaduto Eng. Paulo de
Souza Reis, Comandante Garcia Pires (Av. Brasil), e Praça Mauá, e totalizando 6.174
viagens. Estima-se que 60% destas viagens tenham sua origem no viaduto Eng. Paulo de
Souza Reis, Comandante Garcia Pires (Av. Brasil), representando um volume de pico de
3.704 vph, abaixo do limite da Av. do Binário. A Av. do Binário tem 03 pistas com faixas que
comportam em média 1.500 vph, totalizando 4.500 vph em cada sentido. No sentido inverso,
no pico da tarde, a questão se repete.
Já para o uso residencial estima-se que 15% das viagens no período de pico da manhã
teriam sua origem na região da Operação Urbana, com destino para fora dela, e outros 10%
se destinariam a áreas dentro da própria operação.
3.5.4 – Impactos 3.5.4.1 – Mudanças na Circulação Viária
Para a realização das obras de infra-estrutura, serão necessárias mudanças na circulação
viária, com alterações de fluxo viário, interdição de ruas, mudanças de itinerários de
circulação de transporte público. Estas alterações poderão trazer problemas ao usuário e
gerar congestionamentos.
3.5.4.2 – Aumento do número de viagens
Em função da implantação da nova estrutura do sistema viário, e com o aumento do número
de viagens, algumas vias poderiam não suportar a nova carga de veículos prevista e com
isso causar congestionamentos.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
143
3.6 – MITIGAÇÃO DOS IMPACTOS
A seguir, estão listadas as medidas mitigadoras já definidas para os possíveis impactos
referentes ao adensamento populacional, ou seja, as medidas que são capazes de prevenir,
minimizar ou compensar os impactos negativos que possam ser potencialmente gerados:
3.6.1 – Impactos decorrentes das Mudanças na Circulação Viária
Para prevenir a possíveis problemas que possam ser gerados aos usuários decorrentes das
alterações na circulação viária, torna-se necessário planejar antecipadamente as
modificações na circulação viária, e divulgá-las amplamente e com antecedência,
informando as áreas a serem modificadas, para que as mudanças ocorram sem grandes
transtornos e sejam de conhecimento do usuário.
Assim, estariam minimizados possíveis impactos decorrentes de alterações na circulação
viária.
3.6.2 Impactos decorrentes do aumento do número de viagens
Com o aumento do número de viagens, algumas vias poderiam ficar sobrecarregadas e
causar congestionamentos. Para prevenir possíveis impactos negativos recomenda-se a
realização de uma pesquisa de origem e destino de veículos por placas (licença do
veículo), em pontos de controle previamente definidos, além de contagens volumétricas
complementares nas vias relacionadas acima. Assim, estariam minimizados possíveis
impactos decorrentes de excesso de tráfego nas vias de circulação.
3.7 – CONCLUSÕES
Com o declínio da população residente na área definida pela Operação Urbana, deduz-se
que apenas parte desse tráfego se destina à região, sendo que a grande maioria apenas
utiliza a região como tráfego de passagem – apenas cruza a região e não a ela se destina.
Pode-se afirmar que com exceção dos momentos de pico, na via expressa e em algumas
vias arteriais, a maior parte das vias apresenta capacidade sub-utilizada dentro da Operação
Urbana, e com a infra-estrutura viária existente, permite com a reordenação do sistema
viário uma reformulação dos usos com o conseqüente adensamento populacional.
Com a possível saída da Rodoviária Novo Rio, deixarão de circular em dias normais cerca
de 50 mil pessoas e, em épocas de feriados e datas comemorativas, cerca de 80 mil/dia. No
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
144
terminal operam 42 empresas de ônibus, com 51 bilheterias de vendas de passagens, 220
linhas - 46 linhas intermunicipais; 170 linhas interestaduais e 4 linhas internacionais – para
Assunção (Paraguai), Buenos Aires (Argentina), Santiago (Chile) e Puerto Suarez (Bolívia).
A Rodoviária Novo Rio recebe, por mês, 01 milhão e 100 mil passageiros. (Fonte:
SECTRAN – Secretaria de Transportes do Rio de Janeiro).
Neste caso, além das linhas Interestaduais, intermunicipais e internacionais, deixarão de
afluir para a rodoviária cerca de 100 linhas municipais. A circulação desses ônibus hoje
representa cerca de 22% do tráfego total de veículos na área da operação urbana. Assim,
com a possível saída da Rodoviária teremos um aumento de capacidade de circulação no
sistema viário.
Considerando-se ainda que estarão implementados os sistemas complementares de
transporte público de média ou alta capacidade (VLT; interligação com o metro, entre
outros), e também a implementação das ciclovias, a região ganhará maior acessibilidade,
reduzindo as viagens de autos. Garantindo-se a alta acessibilidade, pode-se retirar da
circulação um percentual expressivo de automóveis que estariam circulando por falta de
opção em transporte coletivo.
Assim, considera-se que com a implementação de todas as ações previstas, a região
ganhará qualidade de vida e qualidade ambiental, gerando impactos positivos para a
melhora do padrão de mobilidade.
3.8 – MEIOS DE TRANSPORTE – SITUAÇÃO ATUAL
A região apresenta hoje os seguintes meios de transporte, além do uso de automóveis:
3.8.1 – Transporte Coletivo
3.8.1.1 – Transporte por Ônibus
O Transporte Coletivo da Cidade do Rio de Janeiro conta hoje com cerca de 8000 ônibus,
distribuídos em 48 empresas, transportando cerca de 80 milhões de passageiros por mês
ou, aproximadamente, 2,7 milhões de passageiros por dia.
Apesar da Região Portuária ter um baixo índice demográfico, a quantidade de linhas de
ônibus que passa pela região é alta. Isto está diretamente relacionado ao fato da Rodoviária
Novo Rio estar localizada no Bairro Santo Cristo. Por outro lado nenhuma estação da rede
metroviária passa pelos Bairros Santo Cristo, Gamboa e Saúde. Assim, o principal meio de
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
145
transporte para quem chega ao Rio de Janeiro através de sistema rodoviário é através de
linhas de ônibus ou táxi.
3.8.1.2 – Rodoviária Novo Rio
A Rodoviária Novo Rio foi construída em 1965, estrategicamente localizada – próxima ao
Centro e às principais vias de entrada e saída do Rio de Janeiro (Ponte Rio - Niterói,
Avenida Brasil e Linha Vermelha), facilitando a mobilidade da população a diversos pontos
da cidade. Com a construção da Rodoviária as linhas e ônibus municipais e intermunicipais
passaram a se concentrar na região portuária.
Pela rodoviária circulam em dias normais cerca de 50 mil pessoas e, em épocas de feriados
e datas comemorativas, esse número pode chegar até 80 mil/dia. No terminal operam 42
empresas de ônibus, com 51 bilheterias de vendas de passagens, 220 linhas - 46 linhas
intermunicipais; 170 linhas interestaduais e 4 linhas internacionais – para Assunção
(Paraguai), Buenos Aires (Argentina), Santiago (Chile) e Puerto Suarez (Bolívia). A
Rodoviária Novo Rio recebe, por mês, 01 milhão e 100 mil passageiros.(Fonte: SECTRAN –
Secretaria de Transportes do Rio de Janeiro).
Os dois únicos meios de transporte para a saída de passageiros da Rodoviária Novo Rio e
dos terminais Mariano Procópio e Américo Fontenelle são ônibus e táxi, sendo que o
transporte por metrô é o mais eficiente quanto a pontos geradores de grande fluxo como
rodoviárias. Há estudos de transferência da Rodoviária Novo Rio para outra região.
3.8.1.3 – Terminal Rodoviário Américo Fontenelle
Localizado na Rua Barão de São Felix, nº 161 possui 90 linhas de ônibus das 14 empresas
operando neste terminal.
3.8.1.4 – Terminal Rodoviário Mariano Procópio
Localizado na Praça Mauá, s/ n° possui 23 linhas de ônibus das 10 empresas operando
neste terminal.
3.8.1.5 – Metro
O Metro do Rio de Janeiro foi inaugurado em 1979 e contava com 4,3 quilômetros de trilhos
ligando cinco estações: Praça Onze, Central, Presidente Vargas, Cinelândia e Glória.
Atualmente, o Metro conta com 2 linhas, as quais são: Linha Laranja e Linha Verde. A linha
1 do metro - laranja, inaugurada em 1979 conta hoje com 19 estações distribuídas em 18 km
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146
de extensão ligando a Zona Norte à Zona Sul. A linha 2 do metro – verde foi inaugurada em
1981 e conta hoje com 16 estações distribuídas em 22 km de extensão, ligando a região
Central à Pavaúna.
Da rede metroviária existente, 3 estações da linha 1 – laranja, estão localizadas Centro do
Rio de Janeiro no limite da área de estudo, as quais são: Estação Uruguaiana, Estação
Presidente Vargas e Estação Central.
3.8.2 – Transporte Ferroviário
Em 9 de fevereiro de 1855, o Governo Imperial firmou contrato com o engenheiro inglês
Edward Price para a construção da primeira seção de uma estrada de ferro que visava
promover, a partir do Município da Corte (a então cidade do Rio de Janeiro), uma completa
integração do território brasileiro sobre trilhos.
Foi então organizada a Companhia de Estrada de Ferro D. Pedro II. O projeto tinha como
objetivo a construção de uma espécie de "espinha dorsal" entre o Rio de Janeiro e Belém do
Pará, que teria conexões com todas as regiões do Brasil através de ramais a serem
construídos pela própria companhia, ou, por meio de outras ferrovias.
Quando da Proclamação da República, em 1889, a Estrada de Ferro D. Pedro II teve seu
nome alterado para Estrada de Ferro Central do Brasil. Ainda assim, os trabalhos de
ampliação continuaram.
A Estrada de Ferro Central do Brasil teve aquela que foi considerada a maior malha de trens
suburbanos do Brasil, com três sistemas: Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.
3.8.3 – Transporte Marítimo de Passageiros
São três os tipos de transporte marítimo que transportam passageiros na região
metropolitana do Rio: barca, aerobarco e catamarã. O Aerobarco e o Catamarã realizam a
mesma travessia da barca em menor tempo de percurso.
O transporte marítimo de passageiros entre o Rio de Janeiro e Niterói é realizado pelas
companhias Barcas S/A Transportes Marítimos e Transtur - Transportes Marítimos &
Turismo S/A. O transporte é feito entre os seguintes terminais hidroviários: Terminal
Hidroviário da Praça XV, Terminal Hidroviário de Niterói e Terminal Hidroviário de Paquetá.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
147
Segundo dados da empresa Barcas S/A, em 2007 foram transportados 20.378.000
passageiros. Em 2004, ano base dos registros, este número foi de 15.788.000 de
passageiros. Atualmente, cerca de 85 mil passageiros são transportados diariamente
através das embarcações da companhia Barca S/A.
O transporte marítimo teve melhorias significativas nos últimos anos o que contribui para
uma maior eficiência na locomoção, principalmente entre a cidade do Rio de Janeiro e
Niterói.
3.8.4 – Transporte por Taxi
Os táxis no Rio de Janeiro são administrados pela Prefeitura da Cidade. Eles se dividem em
táxis comuns e táxis especiais.
Os táxis comuns são de cor amarela, faixa azul escura em sua lateral e placa vermelha.
Todo táxi comum deve ter em seu vidro dianteiro as seguintes identificações: Cartão de
Identificação do Motorista, um selo de vistoria municipal, e outro selo de vistoria estadual
referente ao taxímetro. Esses selos são trocados anualmente, conforme calendário
municipal de vistoria.
Os táxis especiais são dotados de cor vermelha, azul, branco, prata e verde prata. Podemos
verificar que existem 5 tipos de táxis especiais no Rio de Janeiro, porém esses tipos de táxis
não circulam vazios pela cidade como os táxis comuns, eles ficam locados em pontos
específicos da cidade e também seguem as mesmas exigências do táxi comum.
Hoje em dia todos os táxis no Rio possuem ar-condicionado por exigência da Prefeitura. Os
táxis no Rio de Janeiro podem se agrupar em associações e cooperativas e para isso
utilizam-se de logotipos nas laterais de seu carro para melhor identificação do usuário, isso
não significa que os táxis que não possuem logotipos em suas laterais, sejam ilegais, muito
pelo contrário, a maior segurança do usuário são as identificações acima citadas.
3.8.5 – Ciclovias
As ciclovias na Cidade do Rio de Janeiro começaram a ganhar espaço na década de 80
com a instalação das duas primeiras ciclovias na Zona Oeste com 2 km ao longo da Av.
Marechal Fontelle e 3 km de ciclofaixa sobre a calçada na Av. Cesário de Melo em Campo
Grande.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
148
Em 1991 foram incluídos no Projeto Rio Orla, 27 km de ciclovias, ao longo das praias do
Leme ao Pontal e foi criada a faixa compartilhada (pedestres e ciclistas) da Lagoa Rodrigo
de Freitas.
Em 1992, o Plano Diretor da Cidade passou a incluir a bicicleta como meio de transporte e
em 1993 foi criada a Secretaria de Meio Ambiente da Cidade do Rio de Janeiro, quando
também foi criado o Grupo de Trabalho para o planejamento e implantação do sistema
cicloviário.
A tabela abaixo apresenta os seguintes dados quanto à malha de ciclovias na Cidade do Rio
de Janeiro:
Distribuição das Ciclovias na Cidade Km %
Centro e Zona Sul 54 38
Zona Norte 8 6
Barra e Jacarepaguá 48 34
Zona Oeste 31 22
Total de Ciclovias 141 100 Fonte: IPP – nov/2007
Através da tabela acima, podemos ver que o Centro e a Zona Sul concentram a maior parte
de ciclovias seguidas pela Barra da Tijuca com Jacarepaguá e Zona Oeste.
Os dados acima mostram que a Cidade do Rio de Janeiro possuía em 2007, 141 km de
ciclovias distribuídas através da figura abaixo:
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
149
No mapa acima estão distribuídas as ciclovias existentes e as projetadas. Focando a área
do estudo, podemos ver que há duas ciclovias projetas na área sendo:
• Ciclovia Santos Dummont ligando o MAM – Museu de Arte Moderna à Praça Mauá
através do seguinte trajeto: Av. General Justo, Av. Pres. Kubitschek, Rua visconde
de Inhaúma, Av. 1º de Março, Rua D. Gerardo, Av. Rio Branco. A extensão desta
ciclovia será de 4 km.
• Ciclovia do Porto ligando a Praça Mauá até Cidade Nova passando pelos bairros
Saúde, Gamboa e Santo Cristo através das Avenidas Rodrigues Alves e Francisco
Bicalho.
É o seguinte o número de viagens:
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
150
Conforme o gráfico acima pode-se constatar que a Região Portuária apresentou 357
viagens/dia em bicicleta em 2004. Talvez este baixo número de viagens esteja relacionado à
falta de ciclovias na região.
No entanto, são realizadas 646 mil viagens de bicicletas por dia, equivalente a 3,24% do
número de viagens por dia na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. (IPP – 2003).
Uma pesquisa encomendada pelo IPP ao Programa de Engenharia de Transporte da
COPPE/UFRJ, em 2003, indicou que 39,4% das pessoas sugerem criação de local
adequado para estacionar bicicleta como estímulo ao seu uso. Como podemos ver na foto
abaixo, as biclicletas são presas de modo improvisado em equipamentos urbanos. (Fonte:
MetroRio/2007)
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
151
Desde Janeiro/2005 o transporte de bicicletas no metrô da Cidade do Rio de Janeiro está
em vigor.
A foto abaixo permite observar como é feita a entrada de bicicletas ao acesso aos trens.
É importante conciliar as ciclovias com bicicletários e paraciclos. Os bicicletários permitem
estacionar as bicicletas por um período de longa duração com capacidade acima de 20
bicicletas, podendo ser público ou privado com acesso controlado e vigiado opatndo por uso
gratuito ou tarifado. Devem ser localizados em áreas públicas ou privadas delimitadas e
cobertas, geralmente próximos a pólos geradores de tráfego e estações de modos de
transporte de massa. Podem ser equipados com bombas de ar comprimido, borracheiro
entre outros serviços.
Os paraciclos são direcionados ao estacionamento de curta duração e com pequeno porte,
em média de 8 bicicletas, localizados em calçadas de maneira pulverizada. O uso deve ser
público, sem controle e gratuito.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
152
Podemos ver nas fotos a seguir um exemplo de paraciclo e bicicletário.
Exemplo de bicicletário Exemplo de paraciclo
O uso de bicicletas é e deve continuar sendo estimulado na Cidade do Rio de Janeiro. O
relevo da Cidade contribui para o uso de bicicleta como meio de transporte. Considerando a
crescente conscientização global em relação ao efeito estufa, a valorização por utilizar
transportes alternativos e não impactantes ao meio ambiente, além de contribuírem para
uma qualidade de vida melhor como a bicicleta é fundamental para o crescimento
sustentável de cidades.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
154
4. CARACTERIZAÇÃO DO SOLO
4.1. GEOLOGIA: Aspectos Geológicos, Geotécnicos e Geomorfológicos
4.1.1 INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
O conhecimento do substrato de áreas que serão objeto de intervenções é essencial para se
garantir o sucesso do empreendimento e minimizar custos futuros com a correção de
problemas geológico-geotécnicos. Dessa maneira, pretende-se aqui diagnosticar os terrenos
suscetíveis a processos do meio físico através da caracterização dos aspectos geológico-
geotécnicos e geomorfológicos no âmbito da Operação Urbana Consorciada Porto
Maravilha, para depois serem avaliados os impactos positivos e negativos e propostas
algumas medidas preventivas e mitigadoras.
4.1.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para a determinação dos terrenos suscetíveis aos processos do meio físico (erosão,
assoreamento, inundação, escorregamentos, etc.) foram realizadas as seguintes etapas:
• Levantamento bibliográfico e cartográfico acerca dos aspectos geológico-geotécnicos,
geomorfológicos e histórico de uso e ocupação do solo do Município do Rio de Janeiro
e dá área da Operação Urbana Consorciada.
• Identificação de unidades geoambientais ou terrenos, suas características e
fragilidades, a partir de uma análise integrada das informações levantadas
anteriormente, e elaboração de diagnóstico sintético da área do empreendimento;
• Identificação das principais ações passíveis de causar impactos potenciais no ambiente
geológico-geotécnico ou componente geoambiental da área de estudo e proposição de
medidas preventivas e mitigadoras.
4.1.3 CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA E GEOMORFOLÓGICA DA REGIÃO
4.1.3.1 Aspectos Geológicos
Para a caracterização do substrato rochoso do município do Rio de Janeiro foram
consultados o Mapa Geológico do Estado do Rio de Janeiro, na escala 1:500.000 (CPRM,
2000a) e seu correspondente texto explicativo (SILVA; CUNHA, 2001).
O município do Rio de Janeiro é constituído de forma geral por rochas pré-Cambrianas
pertencentes ao Domínio Tectono-magmático da Serra do Mar, bem como por coberturas
sedimentares fanerozóicas e cenozóicas (CPRM, 2000a; SILVA; CUNHA, 2001).
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
155
Mais especificamente na área do empreendimento, as rochas pré-Cambrianas são
representadas pela Suíte Rio de Janeiro de idade neoproterozóica e Complexo Rio Negro.
As unidades litoestratigráfiacas sedimentares correspondem principalmente a Depósitos
Alúvio-coluvionares, além de aterros compostos por materiais diversos lançados sobre
mangues, praias e solos residuais.
Na Tabela 1, a seguir, são apresentadas as características principais destas unidades
geológicas com relação às litologias predominantes e seu comportamento geotécnico, e na
Figura 1 são ilustradas suas distribuições na área do empreendimento.
Tabela 1. Unidades litoestratigráficas de ocorrência na área de estudo
Unidades Litoestratigráficas
Litologias Unidades Geotécnicas
Aterros (1) Materiais diversos lançados sobre mangues, praias e solos residuais
Terrenos altamente heterogêneos constituídos por entulhos e materiais naturais lançados sobre corpos d água, lagunas, mangues, alagadiços, restingas e solos residuais. Escavabilidade,espessuras e capacidade de suporte variáveis, dependendo do tipo de material e técnicas de aterro empregadas.
Depósitos Alúvio-Coluvionar (2)
Areias, argilas, cascalhos, restos de matéria orgânica e blocos de rochas.
Sedimentos arenosos e/ou argilosos com cascalheiras e solos orgânicos/turfeiras localizados. Inclui colúvios e depósitos de tálus interdigitados a sedimentos aluviais. Capacidade de suporte variável – muito baixa em camadas argilosas e orgânicas e média a alta nas demais. Escavabilidade é variável de fácil a moderada, com possibilidade de dificuldades devido à baixa coesão e nível d água raso, além de possibilidade de recalques diferenciais.
Suíte Rio de Janeiro (3)
Biotita granito megaporfirítico folheado a milonítico, dominantemente peraluminoso caracterizados como de derivação crustal
Possuem horizontes de solo residual de espessura variável com predomínio de solo saprolítico e de rocha alterada (< 3m). Escavabilidade no horizonte de solo é fácil a moderada e nas rochas muito difícil , detonável, determinando alta capacidade de suporte. Comum a presença de blocos e matacões.
Complexo Rio Negro (4)
Anfibolito, ortognaisse, metadiorito, metagabro, gnaisse granulítico
Possuem horizontes de solo residual de espessura variável com predomínio de solo saprolítico e de rocha alterada, recobertos por colúvios com espessura variável. Escavabilidade no horizonte de solo é fácil a moderada e na rocha é difícil, escarificável e/ou detonável. Capacidade de suporte alta a média em função do elevado grau de fraturamento e foliação.
Fonte: Adaptado de CPRM (2000), SILVA; CUNHA (2001), CPRM (2010a).
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
156
Figura 1. Geologia da área da Operação Urbana Consorciada Porto Maravilha, destacada no Mapa
(Adaptado de CPRM, 2010a, apresentação sem escala).
As rochas da Suíte Rio de Janeiro constituem granitóides com texturas e estruturas
magmáticas bem preservadas, porém mostram evidências de superposição de deformação
que imprimiram estruturas microbandadas e gnáissicas (SILVA; CUNHA, 2001). Na área do
empreendimento estas rochas distribuem-se principalmente ao longo dos Morros do Pinto,
Providência e da Conceição, alongados na direção NE-SW.
As litologias do Complexo Rio Negro, por sua vez, distribuem-se em áreas dos Morros da
Gamboa e da Saúde, em altitudes inferiores àqueles com exposição de rochas granitóides
da Suíte Rio de Janeiro, entremeadas em área de planície.
Os Depósitos Alúvio-coluvionares constituem depósitos que apresentam fácies proximais
com cascalhos, areias e lamas; constituindo rampas de colúvio e depósitos de tálus,
localizados junto à base e à meia-encosta dos morros. Resultam da ação de fluxos aluviais
e gravitacionais de transporte de materiais de alteração das vertentes e são constituídos por
material de espessura, extensão e granulometria variada, que envolve desde argila até
blocos de rocha e matacões provenientes do embasamento. Já as fases mais distais
ocorrem como sedimentos arenosos e lamosos, eventualmente com cascalheiras,
distribuídos em regiões de baixa declividade e ao longo das drenagens (SILVA; CUNHA,
2001).
Destaca-se que parte destes depósitos, notadamente os terrenos localizados na Região do
Porto, mais especificamente na Avenida Rodrigues Alves, sofreram aterramento em direção
as águas da Baía de Guanabara, conforme o histórico apresentado na Seção 4.1.4. A
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
157
descrição da origem dos materiais constituintes destes aterros aponta que em parte são
constituídos por material de alteração de rochas granitóides-gnáissicas de morros
desmontados e, em parte referem-se a sedimentos arenosos provenientes da Baía da
Guanabara.
De fato, dados de poços de monitoramento, implantados ao longo da orla, indicam a
existência de material de aterro com pedregulhos de até 1,8 m de diâmetro, situados a cerca
de 2 metros de profundidade. Estes são recobertos por camadas de areia de granulação
variada com presença de pedregulhos na base e de predominância de textura fina, micácea
a pouco micácea sobreposta.
4.1.3.2 Geomorfologia
Os estudos geomorfológicos foram realizados com base na compilação e análise de dados
bibliográficos e cartográficos, interpretação de material cartográfico e análise de registro
fotográfico realizado durante visitas à área de estudo. Para a caracterização geomorfológica
da área de estudo foram consultadas a Carta Geomorfológica da Folha Rio de Janeiro (SF.
23-Z-B), na escala 1:250.000 (CPRM, 2000b) e bibliografias complementares.
O Município do Rio de Janeiro apresenta três importantes grupos montanhosos e alguns
conjuntos de serras menores e morros isolados em meio a planícies circundadas por esses
maciços principais (STORINO, 2002).
Os maciços montanhosos são representados pelos maciços costeiros da Pedra Branca e da
Tijuca, situados em sua porção central e em seu extremo sudeste, respectivamente, além do
maciço alcalino intrusivo do Mendanha, localizado a norte do município. As áreas de
planície, localizadas no município do Rio de Janeiro, correspondem à Baixada da Baía de
Guanabara, a norte-nordeste e Baixada de Jacarepaguá, a sul-sudoeste (CPRM, 2000b).
A área abrangida pela região da Operação Urbana Consorciada está inserida na unidade de
relevo Baixada de Guanabara e, conforme destacado, em meio às áreas planas desta
unidade de relevo, destacam-se conjuntos de serras menores e morros isolados. Dessa
forma, na área do empreendimento foram descritas as formas de relevo do tipo Planície
Colúvio-alúvio-marinha (122), constituída por agradação litorânea, e do tipo Morrotes e
Morros Baixos Isolados (222), formados por processos de degradação, conforme CPRM
(2000b) e apresentação da Figura 2. Na Tabela 2 são apresentadas as características
principais das formas de relevo que constituem a Unidade de Relevo Baixada da Baía da
Guanabara, na área do empreendimento em estudo.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
158
Figura 2. Geomorfologia da área da Operação Urbana Consorciada Porto Maravilha,
destacada no Mapa (Adaptação: CPRM, 2000b.)
Tabela 2. Características das formas de relevo que compõem a Unidade de Relevo Baixada da Baía
da Guanabara na área do empreendimento
Região Geomorfológica/
Unidade de Relevo
Formas de Relevo
Características
Planície Flúvio-marinha/ Baixada da Baía de Guanabara
Planícies-Colúvio-Alúvio-Marinhas
Constituem terrenos Argilo-Arenosos das Baixadas. Superfícies subhorizontais, com gradientes extremamente suaves e convergentes à linha de costa, de interface com os Sistemas Deposicionais Continentais (processos fluviais e de encosta) e Marinhos. Terrenos mal drenados com padrão de canais meandrante e divagante. Presença de superfícies de aplainamento e pequenas colinas ajustadas ao nível de base das Baixadas.
Morrotes e Morros Baixos Isolados
Formas de relevo residuais, com vertentes convexas a retilíneas e topos aguçados ou arredondados, com sedimentação de colúvios, remanescentes do afogamento generalizado do relevo produzido pela sedimentação flúvio-marinha, que caracteriza as baixadas litorâneas. Drenagem imperfeita dos fundos de vales afogados. Predomínio de amplitudes topográficas entre 100 e 200m e gradientes suaves a médios.
Fonte: Adaptado de CPRM (2000b)
Na área do empreendimento o tipo de relevo Morrotes e Morros Baixos Isolados é
representado notadamente pelos Morros do Pinto, da Providência e da Conceição, os quais
são constituídos por rochas granitóides e seus materiais de alteração, bem como por
depósitos e rampas coluviais. Os relevos colinosos, entremeados na planície, representados
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
159
por porções dos Morros da Gamboa e da Saúde, são constituídos por rochas metabásicas
gnáissico-granulíticas. No restante da área distingue-se o tipo de relevo Planície-colúvio-
alúvio-marinha desenvolvido sobre sedimentos de transição entre o ambiente marinho e
continental de origem fluvial e/ou lagunar.
4.1.4 HISTÓRICO GEOLÓGICO DA ÁREA DA OPERAÇÃO URBANA
Segundo Bento (2006), as áreas costeiras sofrem intensa ocupação humana mesmo
apresentando ambientes deposicionais dinamicamente instáveis e ecossistemas frágeis.
Desta forma, essas áreas costumam receber todo o tipo de obras e intervenções de
engenharia com potencial para alterar ou mesmo extinguir o equilíbrio natural destas
regiões. Na região portuária abrangida pela Operação Urbana, o histórico do processo de
ocupação e de intervenções não foi diferente – mesmo tratando-se de um ambiente
geologicamente instável (não só região costeira, mas também tratando-se das regiões
montanhosas), a área sofreu profundos impactos resultantes do processo de ocupação
urbana.
Do ponto de vista histórico, pode-se afirmar que os terrenos localizados na Região do Porto,
mais especificamente na Avenida Rodrigues Alves, foram constituídos por aterro sobre as
águas da Baía de Guanabara. Este aterro estende-se a partir do Mangal de São Diogo,
Praia Formosa (ambos nos atuais Bairros de Santo Cristo e São Cristóvão), até a então
denominada “Prainha” (atual Praça Mauá), junto ao Morro de São Bento. No sentido oposto,
o aterro estendeu-se das diversas praias e pequenos “piers” com trapiches, juntos aos
morros que circundam os atuais Bairros do Santo Cristo, Gamboa e Saúde, até a muralha
estabelecida como Cais de acostamento do novo Porto do Rio de Janeiro (1903-1910)
(C/SUBPC/CCPE, 2009).
Figura 3. São Cristóvão visto da Praia Formosa. As águas da Baía mostram uma mistura de lodo com material de aterro (1905) (IN: C/SUBPC/CCPE, 2009).
Figura 4. O Morro do Pinto e a Igreja de Santo Cristo dos Milagres, à esquerda, antes do aterro para construção do Cais do Porto. A foto, datada de 1905, mostra a cercania da atual Av. Prof. Pereira Reis (IN: C/SUBPC/CCPE, 2009).
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
160
O material que compõe o aterro é proveniente, principalmente, do Morro do Senado
(C/SUBPC/CCPE, 2009). Segundo Pinheiro e Rabha (2004), com o aterro, surgiu uma
ampla área entre o novo alinhamento do Cais e o antigo litoral. Sua realização estava
garantida pelo aproveitamento das terras provenientes do arrasamento do Morro do Senado
e do depósito das areias recolhidas da Baía de Guanabara, oriundas da dragagem de
bancos de areia de até 10m de profundida em marés médias. Os desmontes do Morro do
Senado (total) e do Castelo (parcial) forneceriam material necessário para o aterro, além do
arrazamento das Ilhas dos Melões e das Moças. Também foi utilizado material de pequenas
elevações situadas nas proximidades da área central da cidade. De acordo com Braga e
Marques, os morros da área central, como os do Senado, Castelo e Santo Antônio, hoje
arrasados, eram constituídos de biotita-gnaisse, facilmente erodíveis e apresentavam-se já
decompostos, fato este que contribuiu para facilitar seu desmonte (C/SUBPC/CCPE, 2009).
Figura 7. Desmonte do Morro do Castelo em 1922 (A. MALTA IN:DIDONET, 2001).
Figura 6. A delimitação da área aterrada, com parte da linha inicial do cais. Ao fundo, o maquinário empregado nas fundações da muralha do cais (1910) (IN: C/SUBPC/CCPE, 2009).
Figura 5. Uma das ilhas desaparecidas no Saco de Alferes, já em processo de desmonte e início do aterro do cais (1905) (IN: C/SUBPC/CCPE, 2009).
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
161
4.1.5 DIAGNÓSTICO ATUAL
A caracterização dos materiais geológicos, aliado ao levantamento dos aspectos
geomorfológicos da área de estudo, permitem estabelecer, de forma geral, a existência de
dois tipos principais de unidades geoambientais, as quais possuem diferentes
características e fragilidades do ponto de vista da suscetibilidade geoambiental a diferentes
interferências.
A composição dos materiais geológicos, suas estruturas e coberturas detríticas, aliado à
identificação dos atributos dos terrenos, notadamente forma e inclinação das vertentes,
permitem inferir vários problemas de comportamento e de estabilidade de acordo com os
usos atuais e futuros. Na Tabela 3 é apresentada uma síntese dos dois tipos de unidades
geoambientais identificadas na área de estudo, a partir das características geológicas,
geotécnicas e geomorfológicas levantadas, e apresentadas as principais características da
dinâmica superficial e fragilidades.
Tabela 3. Características das unidades geoambientais identificadas na área do empreendimento
Unidade
Geoambiental Dinâmica Superficial e Fragilidades
Morros e Morrotes
Graníticos-gnáissicos
Erosão em sulcos nos cortes e aterros, sendo mais intensa nos cortes devido à constituição do solo de alteração, Queda de blocos, rastejos e escorregamentos nas vertentes de maior inclinação ou com encostas rochosas Escorregamento em taludes de corte na transição solo/rocha, comumente associado a surgências de água; Instabilidade e queda de blocos por descalçamento em taludes de corte e em superfícies de encosta; Dificuldade de escavação, cravação de estacas e de terraplanagem devido à presença de matacões; Possibilidade de recalques diferenciais de fundações de estruturas devido à implantação sobre matacões.
Planícies colúvio-
aluvionares e aterros
Inundações localizadas devido à baixa inclinação desses terrenos e dificuldade de escoamento superficial; Potencial de desenvolvimento de processos erosivos devido à erodibilidade dos solos arenosos com baixa coesão e friabilidade dos materiais de aterro; Risco de desestabilização de paredes de escavação, recalque de fundações e de redes subterrâneas em locais de sedimentos moles com baixa capacidade de suporte; Possibilidade de contaminação devido à elevada permeabilidade em sedimentos arenosos e lençol freático raso. Risco de assoreamento das áreas próximas às interferências; Dificuldades de escavação devido à abrasão e alta resistência em locais com pedregosidade, notadamente em áreas de aterros
Os terrenos Morros e Morrotes Granito-Gnáissicos são constituídos por rochas graníticas e
gnáissico-granulíticas e seus materiais de alteração, bem como depósitos coluvionares.
Estão representados na área principalmente pelos Morros do Pinto, Providência (Figuras 8 e
9) e Conceição, constituídos por rochas granitóides, além dos Morros da Gamboa e da
Saúde, formados por rochas metabásicas gnáissico-granulíticas.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
162
Moldados sobre rochas graníticas suas encostas apresentam maiores declividades que as
observadas em áreas compostas por metabásicas, o que aliado a solos rasos, estruturações
das rochas e presença de matacões no solo, propiciam a ocorrência de processos de
movimentos de massa do tipo rastejos, escorregamentos e queda de blocos, além de
processos erosivos. A ocupação desordenada e a implantação de cortes e aterros de forma
improvisada potencializam a ocorrência desses processos do meio físico. Por outro lado,
estes terrenos quando moldados sobre as rochas metabásicas gnáissico-granulíticas
apresentam maiores espessuras de solos coluvionares e maior fraturamento da rocha, o que
conferem menor estabilidade a processos erosivos e relativa menor capacidade de suporte.
Nesses terrenos devem ser avaliadas a possibilidade de ocorrências de matacões e a
irregularidade do topo rochoso para a implantação de obras civis. Além disso, os taludes de
corte e as áreas de solos expostos devem ser protegidos e implementados sistemas de
drenagem e cobertura vegetal logo após a sua exposição.
Nas áreas de planícies colúvio-aluvionares as características variadas dos materiais
constituintes dificultam o estabelecimento de modelo único de comportamento. No entanto,
é possível fazer uma previsão dos problemas esperados em execução de obras, conforme
suas variações gerais. Da mesma forma, os materiais constituintes dos aterros são variados
e apresentam heterogeneidades, neste caso devido tanto à variedade de fontes de seus
materiais, bem como em função dos procedimentos técnicos de implantação destes aterros.
Em porções dos terrenos de Planícies Colúvio-aluvionares, devido à baixa inclinação e
dificuldades de escoamento superficial, podem ocorrer inundações localizadas. Já a
presença eventual de lençol d’água raso possibilita a contaminação devido à permeabilidade
dos materiais arenosos sedimentares e de aterro. A baixa coesão dos materiais arenosos e
baixa capacidade de suporte também condicionam a desestabilização de paredes de
escavação e o desenvolvimento de processos erosivos, notadamente em locais de
confluência de fluxos d água pluviais, os quais, por sua vez, podem conduzir ao
assoreamento de áreas próximas às interferências.
Ainda em locais de ocorrência de solos moles podem ocorrer recalques de fundações e de
redes subterrâneas. Assim, devem ser adotadas medidas que propiciem a estabilização dos
recalques e melhorem as condições de suporte e resistência dos substratos no caso de
aterros e evitem danificações em tubulações e outras obras subterrâneas. A implantação de
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163
sistemas de drenagem superficial e subterrânea também são indicadas a fim de se evitar a
saturação do subleito viário e contaminação do lençol d’água superficial.
Destaca-se que o presente diagnóstico traça um modelo geológico-geomecânico conceitual
dos terrenos da área do empreendimento. Este foi elaborado com o intuito de facilitar a
análise seguinte, visto que a delimitação destes modelos do terreno, quando associadas aos
tipos de obras previstas para o empreendimento, permitem identificar cenários de impactos
potenciais e possíveis medidas mitigadoras.
Figura 8. Morro da Providência, onde o risco de escorregamentos é maior devido à declividade do local. (Fonte: http://www.chicobruno.com.br/newsimage/antes_2.jpg).
Figura 9. Processos de movimento de massa no Morro da Providência, onde há exposição do solo (Fonte: noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=247832).
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164
No entanto, considera-se imprescindível a realização de investigações geológico-
geotécnicas mais detalhadas, a serem realizadas nas etapas seguintes ao desenvolvimento
do empreendimento, a fim de alcançar a elaboração de modelos geológicos-geomecânicos
mais evoluídos, bem como reduzir as incertezas e, consequentemente os riscos de natureza
geológica durante a implantação das obras.
4.1.6 INTERVENÇÕES PROPOSTAS PELA OUC DO PORTO DO RIO ASSOCIADAS À
GEOLOGIA
Diversas intervenções propostas pela OUC do Porto do Rio de Janeiro poderão afetar os
terrenos da região, em especial no que diz respeito às obras civis. Destacam-se as
investigações preliminares para planejamento das obras como realização de tradagens e
sondagens; a utilização de explosivos para abertura de túneis, realização de fundações para
implantação de ensacadeiras e outras obras de arte, bem como todas as operações de
movimentações de terras para a implantação de sistemas de infraestrutura subterrâneos
(esgotamento sanitário, distribuição de água, alimentação elétrica, de telecomunicações e
distribuição de gás), superficiais (drenagem urbana) e implantação de vias e túneis. Estas
movimentações de terras incluem as escavações, dragagens, terraplenagens (cortes e
aterros), disposição de depósitos de excedentes e retiradas de material de empréstimo.
Além disso, a construção, alteração e demolição de imóveis e implantação de áreas verdes
constituem ações que podem impactar de maneira positiva ou negativa a estabilidade dos
terrenos e a hidrodinâmica local. O plantio de árvores, por exemplo, previsto na região
poderá atenuar os processos erosivos e de assoreamento do local, bem como aumentar as
áreas permeáveis.
Cabe lembrar que, apesar de haver o aumento de áreas verdes, também haverá um
aumento nas construções em algumas áreas que hoje são ocupadas por terrenos baldios e,
portanto, são permeáveis. Desta forma, em algumas áreas, poderá ocorrer a diminuição da
permeabilidade do solo.
Os serviços preliminares em áreas de implantação de corpo estradal, tais como retirada da
vegetação, destocamento e limpeza também tem potencial de causar impactos nos terrenos
devido às movimentações de terras, exposição de solos e indução a processos erosivos e
assoreamento. Além disso, incluem-se também a implantação de caminhos de serviços e
áreas de apoio.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
165
Além dos impactos ambientais, sobretudo relacionados às movimentações de terras
associadas à implantação das áreas de apoio, existe também o risco de contaminação do
solo e águas superficiais e subterrâneas no caso de lançamentos inadequados e
vazamentos de efluentes provenientes destas áreas.
O impacto de alteração no risco de contaminação de solo e águas subterrâneas também
tem o potencial de ocorrência durante a movimentação das máquinas durante toda a fase de
implantação dos empreendimentos, notadamente por óleos e graxas. Além disso, este
impacto potencial também pode ocorrer durante a escavação de eventuais áreas
contaminadas e disposição em condições distintas da situação pretérita. Alguns compostos,
como por exemplo metálicos, em contato com ar, oxidam e liberam seus contaminantes em
formas mais biodisponíveis. A disposição inadequada destes materiais escavados e
contaminados também podem resultar em contaminação de novas áreas, tanto do solo
superficial, como, eventualmente das águas subsuperficiais e mesmo superficiais.
Ressalta-se que a severidade dos impactos provocados está relacionada às medidas de
planejamento e cuidados previstos e a serem adotados nos projetos de intervenções da
Operação, notadamente durante as obras quando se concentram a maioria dos impactos
nos terrenos da área.
4.1.7 IMPACTOS PREVISTOS – SITUAÇÃO FUTURA
Abaixo, estão listados os possíveis impactos relacionados aos terrenos ou unidades
geoambientais encontradas na área da Operação Urbana:
4.1.7.1 Indução de Processos Erosivos, Movimentos de Massa e de
Assoreamento – Fase de Instalação
Entre os possíveis impactos ocasionados durante a fase de instalação e de operação do
empreendimento estão a indução a processos erosivos e de assoreamento resultantes
principalmente das movimentações de terras e exposição dos solos durante as ações de
limpeza dos terrenos, terraplenagem, abertura de túneis, implantação de fundações para
colocação de ensacadeiras e obras de arte, abertura de trincheiras para colocação dos
sistemas de infraestrutura subterrâneos e superficiais e preparação do terreno para
implantação de áreas de apoio às obras e novas construções.
Dessa forma, a movimentação e exposição dos solos durante as obras aumentarão a
suscetibilidade aos processos de erosão linear e a movimentos de massa na Área
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
166
Diretamente Afetada pela OUC. As áreas a serem aterradas ficarão expostas a ação das
águas pluviais. Além disso, o impacto das chuvas no solo desprotegido e o estabelecimento
de escoamentos superficiais intermitentes mobilizarão as partículas arenosas e siltosas
inconsolidadas, podendo provocar o aparecimento de formas erosivas lineares, do tipo
sulcos e ravinas.
Estes processos poderão levar ao transporte em suspensão de solos e sedimentos e a sua
deposição em ambiente marinho, podendo contribuir para o aumento da turbidez e para o
assoreamento das águas.
Ressalta-se que o risco de ocorrência de processos erosivos laminares e lineares é maior
nas áreas de terreno do tipo Morros e Morrotes granítico-gnáissicos, notadamente nas
encostas de maior declividade e ocupação desordenada. Da mesma forma, possíveis
movimentações de terras nestes terrenos podem desencadear a ocorrência de movimentos
de massa, além de queda de blocos, principalmente em períodos de ocorrência de maiores
índices pluviométricos. No caso de implantação de túneis em áreas destes terrenos, ou em
suas proximidades, como na travessia em túnel no Morro da Saúde e no realce do túnel da
RFFSA no Morro da Previdência, a utilização de explosivos ou outras formas de desmonte
podem desencadear movimento de massa e queda de blocos, principalmente nos locais de
corpos de tálus presentes nos emboques ou próximos a estes.
Nas áreas de distribuição dos terrenos do tipo Planícies colúvio-aluvionares e Aterros a
indução a processos erosivos é relativamente menor em função dos menores valores de
declividade aí encontrados. No entanto, em locais que ocorrem a concentração de fluxos d
água superficiais, existe o risco potencial de ocorrência principalmente devido à ocorrência
de solos friáveis e baixa capacidade de suporte.
Com relação à possibilidade de implantação de processo de assoreamento, as áreas mais
suscetíveis correspondem àquelas situadas próximas à Baía da Guanabara onde serão
implantadas as escavações em túnel no Morro da Saúde e as galerias viárias subterrâneas
da Via Expressa e Via Binária, bem como demais obras ao longo da orla. No entanto, a
previsão em projeto de colocação de ensecadeiras especiais ao longo do cais existente,
constitui método construtivo que permitirá a execução dos trabalhos em área seca, sem
necessidade de trabalhos em ambiente subaquático, os quais poderiam potencializar a
ocorrência do assoreamento das águas da baía.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
167
Outra área passível de sofrer os impactos do assoreamento corresponde ao Canal do
Mangue onde serão conduzidas várias ações de reurbanização e melhoria no sistema de
qualidade de suas águas.
4.1.7.2 Alteração da Permeabilidade do Solo, Capacidade de Suporte e
Dinâmica das Águas Subterrâneas – Fase de Instalação e Fase de Operação
Com a implantação da Operação Urbana, pode ocorrer a diminuição da permeabilidade do
solo em consequência da implantação de novos empreendimentos e vias em terrenos
atualmente permeáveis. A diminuição da permeabilidade pode dificultar a recarga de
possíveis formações aqüíferas que eventualmente existam na área de estudo e prejudicar
possíveis áreas de cobertura vegetal que necessitam de água no solo, notadamente em
épocas de menor pluviosidade. Ressalta-se que a impermeabilização do solo ainda tem
como potencial impacto resultante o aumento das velocidades e volumes dos deflúvios que
alcançam os canais de drenagem superficiais, podendo resultar em elevados picos de
enchente em períodos de maior pluviosidade e concentração de volumes. Apesar do
potencial impacto da diminuição de áreas de recargas de eventuais formações aqüíferas, e
possível reflexo em poços de água subterrânea, em consulta ao Sistema de Informações de
Águas Subterrâneas – SIAGAS do Serviço Geológico do Brasil (CPRM,2010b), não foram
localizados poços cadastrados na área do empreendimento.
Por outro lado, a previsão do plantio de árvores em áreas do empreendimento tem como
impacto potencial o aumento da permeabilidade de algumas áreas, propiciando a recarga de
aqüíferos subsuperficiais, a alimentação duradoura dos canais superficiais e melhor
desenvolvimento de espécies vegetais.
Ainda com relação à dinâmica das águas subsuperficiais, a execução de rebaixamentos do
nível d’água, devido à necessidade de bombeamentos de água em obras localizadas abaixo
do nível freático, também poderia afetar os níveis d água de poços de águas subterrâneas.
No entanto, conforme destacado, não foram encontrados cadastros de poços de água
subterrânea na área do empreendimento.
Todavia, a execução de rebaixamento da água subsuperficial em áreas com camadas
argilosas e orgânicas pode resultar em recalques diferenciais em estruturas e colapsos dos
terrenos, notadamente em área da unidade geoambiental Planície Colúvio-aluvionar e
aterros.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
168
4.1.7.3 Alteração do Risco de Contaminação do Solo e Águas Subterrâneas -
Fase de Instalação e Fase de Operação
O potencial impacto de alteração do risco de contaminação do solo pode ocorrer em toda a
área do empreendimento em função da movimentação de máquinas movidas a
combustíveis fósseis. No caso da falta de manutenção adequada, podem ocorrer
vazamentos de óleos e graxas e contaminação do solo.
Além disso, movimentações de terras em áreas potencialmente contaminadas podem
resultar na exposição destes materiais, cuja disposição em novas áreas também podem
causar contaminação. As áreas mais vulneráveis à ocorrência de áreas contaminadas
referem-se aos antigos pátios de armazenamento de toda a área portuária, além de outros
potenciais sítios contaminados, como postos de gasolina e indústrias localizadas ao longo
das áreas de intervenção do empreendimento.
A ausência de um cadastro de áreas contaminadas elaborado pelos órgãos ambientais, a
exemplo do cadastro e formas de gerenciamento conduzidos pela Companhia Ambiental do
Estado de São Paulo – CETESB (2010), dificulta a identificação destes locais de passivo
ambiental e o seu gerenciamento, os quais deverão ser localizados e investigados, a fim de
minimizar os riscos ambientais associados.
Ainda com relação à contaminação de solos, a presença de nível d’água raso em alguns
locais da área do empreendimento, notadamente nos terrenos de Planície Colúvio-aluvionar,
pode conduzir à contaminação das águas subsuperficiais.
4.1.7.4 Recalques excessivos e diferenciais - Fase de Instalação e Fase de
Operação
Nas áreas da unidade Planície Colúvio-aluvionar e Aterros, a execução de aterros em áreas
com presença de intercalações de camadas de sedimentos de baixa capacidade de suporte
e muito compressíveis (solos moles), com nível d’ água aflorante ou raso, pode conduzir a
ocorrência de recalques excessivos e diferenciais ou mesmo escorregamentos em solos
moles, mesmo que em declividades baixas.
No caso de implantação de fundações em áreas com variações de profundidade do topo
rochoso, com presença de matacões, ou ainda ocorrências de face mista de escavação
(solo e rocha) também podem resultar em recalques excessivos e diferenciais.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
169
Considerando os usos urbanos consolidados em toda a extensão do empreendimento, a
ocorrência de recalques excessivos e diferenciais tem sua grande importância por ter o
potencial de atingir edificações lindeiras às áreas de maiores interferências, notadamente
associadas a execução de grandes aterros e corte, bem como, implantação de túneis e
fundações para pontes e viadutos.
4.1.8 MITIGAÇÃO DOS IMPACTOS
A seguir, estão listadas as medidas mitigadoras para os possíveis impactos referentes aos
componentes geoambientais, ou seja, as medidas que são capazes de prevenir, minimizar
ou compensar os impactos negativos e suas gravidades.
Destaca-se que a condução de investigações geológico-geotécnicas mais detalhadas, tem o
grande potencial de minimizar as incertezas e contribuir para um gerenciamento de riscos
mais adequado, podendo ainda, prevenir potenciais impactos ambientais, notadamente
durante a implantação do empreendimento.
4.1.8.1 Processos Erosivos, Movimentos de Massa e de Assoreamento –
Fase de Instalação
Na fase de instalação deverá ser feito o controle do transporte e da deposição de
sedimentos nas obras de terraplenagem e nas áreas de apoio das obras, através de
medidas de prevenção e controle.
No Projeto Básico estão citadas algumas atividades que poderiam afetar a geologia da
região e algumas medidas que poderiam mitigar e atenuar os impactos acarretados por
essas atividades. As medidas citadas são referentes às atividades de aterramento, cortes e
drenagem.
� Aterramento
Aterros são segmentos de via rodoviária, cuja implantação requer o depósito de materiais,
quer provenientes de cortes, quer de empréstimos, no interior dos limites das seções de
projeto ("off-sets"), que definem o corpo estradal. As operações de aterro compreendem a
descarga, espalhamento, conveniente umedecimento ou aeração e compactação dos
materiais oriundos de cortes ou empréstimos para diversos fins.
No projeto básico da OUC RJ, são propostas atividades e medidas com o intuito de diminuir
processos erosivos provocados pelo aterramento. Caso sejam executadas, essas medidas
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
170
evitarão possíveis assoreamentos e demais processos erosivos. As medidas previstas são
descritas abaixo.
O lançamento do material para a construção dos aterros deve ser feito em camadas
sucessivas em toda a largura da seção transversal e em extensões tais que permitam seu
umedecimento e compactação.
Outra medida prevista no projeto, que tem o intuito de proteger os taludes contra os efeitos
da erosão, inclui a sua conveniente drenagem e proteção, mediante a plantação de
gramíneas e/ou a execução de patamares, com o objetivo de diminuir o efeito erosivo da
água.
Havendo a possibilidade de solapamento da saia do aterro, em épocas chuvosas, deverá
ser providenciada a construção de enrocamento, no pé do aterro. Os aterros de acessos
próximos dos encontros de viadutos, o enchimento de cavas de fundações e das trincheiras
de bueiros, bem como todas as áreas de difícil acesso ao equipamento usual de
compactação, serão compactados mediante o uso de equipamento adequado, como
soquetes manuais, sapos mecânicos, etc. A execução será em camadas, nas mesmas
condições de massa específica aparente seca e umidade, descritas para o corpo dos
aterros.
A identificação da área a ser removida para aterros deverá ser feita em campo por técnico
experiente (geólogo ou engenheiro geotécnico) através de escavações realizadas, de
sondagens de investigação ou da própria vala, à medida que o solo for sendo escavado. A
escavação deverá ser feita em cavas de pequeno comprimento, visando diminuir o risco de
rupturas da via existente. Quando a cava apresentar-se adequada deverá ser iniciado o
lançamento da areia.
� Cortes
Cortes são segmentos de rodovia, cuja implantação requer escavação do material
constituinte do terreno natural, ao longo do eixo e no interior dos limites das seções do
projeto ("off-sets"), que definem o corpo estradal. As operações de cortes compreendem
escavações dos materiais constituintes do terreno natural, transporte dos materiais
escavados para aterros ou bota-foras, retirada das camadas de má qualidade. Os cortes
serão efetuados em solos e rochas, sendo que a escavação é precedida dos serviços de
desmatamento, destocamento e limpeza.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
171
No projeto básico da OUC RJ, são propostas atividades e medidas com o intuito de diminuir
processos erosivos provocados pelas atividades de corte. Caso sejam executadas, essas
medidas evitarão possíveis assoreamentos e demais processos erosivos. As medidas
previstas são descritas abaixo.
As massas excedentes do material extraída da escavação serão objeto de remoção, de
modo a não constituírem ameaça à estabilidade da via, e nem prejudicarem as comunidades
da região.
Os taludes dos cortes deverão apresentar, após a operação de terraplenagem, a inclinação
indicada no projeto, para cuja definição foram consideradas as indicações provenientes das
investigações geológicas e geotécnicas anteriores. Qualquer alteração posterior da
inclinação só será efetivada caso o controle tecnológico, durante a execução, a
fundamentar.
Nos cortes em que o projeto indicar, será executado o terraceamento e respectivas obras de
drenagem dos patamares, bem como revestimento dos taludes, para proteção contra a
erosão, em conformidade com o solicitado no projeto.
� Drenagem
As medidas de drenagem citadas abaixo estão previstas no Projeto Básico do Aterro que
podem contribuir com a diminuição dos processos erosivos ocasionados. Caso sejam
executadas, evitarão os processos erosivos decorrentes das obras a serem executadas na
OUC RJ.
A principal medida efetuada que irá evitar o processo erosivo é a construção de valetas de
proteção, que constituem canalizações executadas nas cristas dos cortes, nos pés dos
aterros e nas banquetas de corte e/ou aterro para captar os deflúvios e proteger as obras
implantadas da ação erosiva do escoamento indisciplinado.
4.1.8.2 Alteração da Permeabilidade do Solo, Capacidade de Suporte e
Dinâmica das Águas Subterrâneas – Fase de Instalação e Fase de Operação
No projeto básico do empreendimento já foram estabelecidos parâmetros de aumento da
permeabilidade do solo, especialmente na exigência de manutenção de percentual de áreas
permeáveis dentro dos lotes. Além disso, com a Operação, haverá um aumento de áreas
verdes na região e do volume de massa arbórea pelo plantio de árvores. Estes fatores
contribuirão com o aumento da permeabilidade do solo.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
172
Da mesma forma, no detalhamento do projeto básico o dimensionamento da drenagem
superficial e aporte de suas águas para os corpos d água coletores devem considerar as
condições de permeabilidade do solo previstas em função de novas impermeabilizações e
decorrentes da implantação de áreas verdes, a fim de se evitar e minimizar potencias
inundações das áreas mais deprimidas durante eventos pluviométricos extremos.
Com relação à necessidade de rebaixamento do nível d’água subsuperficial para execução
de obras, deverão ser investigadas a ocorrência de camadas de solos moles e realizados
ensaios de dinâmica dos solos e para definição das técnicas mais adequadas para a
melhoria da capacidade de suporte dos terrenos, bem como aplicadas medidas para o
controle efetivo de recalques e colapsos de solos.
4.1.8.3 Risco de Contaminação do Solo e Águas Subterrâneas - Fase de
Instalação e Fase de Operação
Para a prevenção e minimização do risco de contaminação do solo e águas subterrâneas
deverá ser levantado um cadastro das potenciais áreas contaminadas existentes na área do
empreendimento e conduzidos estudos de investigação para confirmação ou não da
contaminação e seu nível de risco para o traçado das estratégias de gerenciamento destes
sítios. Ao longo da obras viárias, onde serão conduzidas as maiores movimentações de
terras, notadamente em locais de nível d’água raso, estes estudos deverão ser
prioritariamente conduzidos.
Com relação aos potenciais riscos de contaminação do solo e águas subterrâneas a partir
de vazamentos de óleos e graxas de máquinas empregadas durante a implantação das
obras, deverão ser executadas manutenções periódicas nestas. Da mesma forma, deverão
ser implantadas estruturas de contenção de vazamentos e de manejo de efluentes e
resíduos nas áreas de apoio.
4.1.8.4 Recalques excessivos e diferenciais - Fase de Instalação e Fase de
Operação
Para a minimização destes potenciais impactos, destaca-se a necessidade de investigações
geológico-geotécnicas mais detalhadas. Assim, é imprescindível buscar a definição do topo
rochoso e localização da presença e espessuras de corpos de tálus e matacões, para fins
de fundações de pontes e viadutos e execuções dos túneis.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
173
Da mesma forma e, conforme já exposto no projeto básico do empreendimento, os métodos
de escavação de túneis deve prever equipamentos capazes de lidar com mudanças bruscas
de faces rocha-solo e analisar a possibilidade de aprofundamentos dos túneis para
minimizar a travessia destas faces mistas.
Medidas de melhoria e reforço para controle de recalques e aumento da capacidade de
suporte dos terrenos deverão ser implementadas e, quando possível, evitadas a execução
de cortes e aterros em locais de solos moles. A pressurização da frente de escavação pode
ser uma medida efetiva nestas condições.
De fato, no projeto básico foi considerada a ocorrência de solos de ISC menor que o
indicado no projeto, expansão maior que 2% (dois por cento), baixa capacidade de suporte
ou solos orgânicos. Para tanto, foi colocada a necessidade de escavação abaixo do greide
de terraplenagem, na espessura definida no projeto, procedendo-se à execução de novas
camadas, constituídas de materiais selecionados, conforme definido no projeto.
4.1.9 CONCLUSÕES
De forma geral, pode-se concluir que a área do empreendimento possui os componentes
geoambientais já bastante alterados, uma vez que o local sofreu diversas mudanças ao
longo do processo de ocupação, dentre as quais destacam-se aterramento de áreas de
mangues, brejos, alagados e pântanos, restingas e terraços; ocupação desordenada e
disposição inadequadas de resíduos e contaminantes, bem como, modificações dos canais
de drenagem e desmonte de morros, seja para “liberação” de espaços na cidade, seja para
uso como material de empréstimo para a execução dos aterros.
O presente estudo considera que os principais impactos ambientais sobre os terrenos deve-
se às intervenções de terraplenagem, abertura de túneis e execução de demais obras de
arte especiais (pontes, viadutos e colocação de ensecadeiras), relacionados aos projetos
estruturais. No entanto, estas intervenções estarão restritas à fase de implantação e são
passíveis de aplicação de medidas mitigadoras de seus impactos ambientais. Estes
impactos potenciais envolvem desde o desencadeamento de processos erosivos, de
movimentos de massa, assoreamento, contaminação de solos e águas subterrâneas e
recalques.
Para todos estes impactos é imprescindível o aprofundamento das investigações geológico-
geotécnicas, bem como aquelas relacionadas à confirmação de sítios contaminados, a fim
de minimizar as incertezas e contribuir para um gerenciamento de riscos mais adequado,
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
174
podendo ainda, prevenir os potenciais impactos ambientais, notadamente durante a
implantação do empreendimento. Além disso, a aplicação das medidas de controle e
supervisão ambiental, previstas de serem aplicadas durante as obras minimizarão e evitarão
a ocorrências de vários impactos ambientais potenciais.
Entre os impactos negativos atuais referentes aos seus terrenos, pode-se destacar a baixa
permeabilidade do solo e a instabilidade do mesmo em diversos locais, principalmente nas
áreas montanhosas que possuem ocupação irregular. Os processos erosivos e de
movimentos de massa, são comuns nessas áreas instáveis, especialmente nas épocas de
chuva.
Com a Operação Urbana Consorciada, a permeabilidade do solo será alterada: em alguns
locais ocorrerá o aumento da mesma, devido ao plantio de árvores (como está previsto nas
encostas de morros); em outras áreas ocorrerá a diminuição da permeabilidade, tendo em
vista que terrenos serão impermeabilizados para a construção de novos empreendimentos.
De modo geral, o impacto negativo provocado pela diminuição da permeabilidade será
atenuado pelo aumento desta em outras áreas, atenuando o impacto na área da Operação.
Mesmo assim, recomenda-se as medidas mitigadoras mencionadas para este impacto.
Por fim, destaca-se que apesar da previsão de alguns potenciais impactos negativos
durante a construção da obras, a implantação dos projetos urbanísticos e de infraestrutura
resultarão em impactos positivos importantes para os componentes geoambientais da área
do empreendimento. Como exemplo, podem ser citadas a implantação e operação das
redes de coleta de esgotos, que permitem a minimização da contaminação dos solos e
águas; e a execução de sistemas de drenagem superficial, que permitem o disciplinamento
das águas superficiais e minimizam o desenvolvimento de processos erosivos em vertentes
mais inclinadas e o assoreamento dos corpos d água adjacentes. Da mesma forma, a
implantação de arborização e ares permeáveis, permite maior infiltração das águas das
chuvas, a estabilidade de encostas e margens de canais, também minimizando a ocorrência
de processos erosivos e assoreamento.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
175
4.2 – CONTAMINAÇÃO E POTENCIAL CONTAMINAÇÃO NA ÁREA DA
OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA DO PORTO DO RIO
4.2.1 – INTRODUÇÃO: CONCEITUAÇÃO E LEGISLAÇÃO REFERENTES A ÁREAS
CONTAMINADAS
Uma área contaminada pode ser definida como uma região, local ou terreno onde há
comprovadamente poluição ou contaminação causada pela introdução de quaisquer
substâncias ou resíduos que nela tenham sido depositados, acumulados,
armazenados, enterrados ou infiltrados de forma planejada, acidental ou até mesmo
natural. Desta forma, regiões onde ocorre ou ocorreu o manejo de substâncias cujas
características físico-químicas, biológicas e toxicológicas podem causar danos e/ou
riscos aos bens a proteger são denominadas áreas potencialmente contaminadas
(CETESB, 2001).
Desde que a poluição de origem industrial começou a se manifestar, a qualidade do
solo foi afetada negativamente (SILVA, 2007). Sánchez (2001) afirma que as
substâncias nocivas introduzidas no solo ali permanecem, podendo poluir lençóis de
água subterrânea, ou mesmo mananciais superficiais, além de afetar a biota. De fato,
os poluentes ou contaminantes de uma área podem ser transportados por diferentes
vias, como o ar, o próprio solo, as águas subterrâneas e superficiais, alterando suas
características naturais de qualidade e determinando impactos negativos e/ou riscos
sobre os bens a proteger, localizados na própria área ou em seus arredores (CETESB,
2001).
A quantificação e o exato dimensionamento do dano ambiental resultante da
contaminação de áreas com resíduos sólidos ou semi-líquidos perigosos ou efluentes
industriais é um dos mais tormentosos problemas atinentes à responsabilização civil
por danos ambientais. Isso porque tais impactos afetam o ecossistema como um todo,
partindo-se da visão sistêmica de meio ambiente, que abrange não apenas os
recursos naturais, artificiais e culturais, mas todas as demais condições e influências
que regem e abrigam a vida em todas as suas formas (STEIGLEDER, 2008).
Assim, para eliminar ou reduzir os impactos ambientais decorrentes de
contaminações, é fundamental que haja o reconhecimento da contaminação, a
avaliação dos seus riscos ao homem e ao meio ambiente, e, finalmente, o controle da
situação, através da remediação e monitoramento da contaminação. Esses
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
176
procedimentos devem ser tomados a fim de sanar o problema da poluição de solos e
águas. Quanto mais cedo forem tomadas as devidas providências, maiores as
chances de recuperação dos terrenos (VASQUES & MENDES, 2006).
Neste sentido, ressalta-se a importância do Artigo 225 da Constituição Federal de
1988, que, segundo SILVA (2007), surgiu como tentativa de minorar os efeitos
negativos de impactos ambientais inevitáveis, decorrentes das atividades normais da
sociedade de produção e consumo em que vivemos. Nos parágrafos 2º e 3º do Artigo
225 o explorador dos recursos naturais fica obrigado a recuperar o meio ambiente e
reparar eventuais danos que venham a causar.
Anteriormente à regulamentação da Constituição Federal em 1988, a Lei de
Parcelamento de Solo Urbano (Lei n° 6.766/79), já fazia referências às áreas cujo
terreno apresente problemas ambientais. O Artigo 3º “veda o parcelamento de:
II - terrenos aterrados com material nocivo antes do saneamento
V - áreas poluídas até sua correção.”
Em 2002, o Código Civil, instituído pela Lei Federal n° 10.406, determinou em seu
Artigo 1.228, Parágrafo 1°, que o direito de propriedade deve ser exercido em
consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam
preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as
belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como
evitada a poluição do ar e das águas.
Diversas outras regulamentações surgiram no sentido de auxiliar no processo de
gerenciamento de sítios contaminados. Entre elas, é possível mencionar: a Lei nº
6.938/81 (Política Nacional do Meio Ambiente), que define a obrigatoriedade da
recuperação de áreas degradadas – uma vez que estas também incluem o caso das
áreas contaminadas – imposta aos poluidores identificados; a Lei n°9.605/98 (Lei de
Crimes Ambientais), que aplica sanções penais e administrativas para os responsáveis
pela contaminação do solo; e a Ação Civil Pública, que é disciplinada pela Lei nº
7.347/85, e que pode ser utilizada como um mecanismo de responsabilização pelo
Ministério Público, caso se comprove a responsabilidade pela poluição no solo e na
água subterrânea; etc.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
177
Apenas em 2009 surgiu uma regulamentação federal específica para o gerenciamento
de áreas contaminadas. A Resolução CONAMA n°420, regulamentada em 28 de
dezembro de 2009, estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas
contaminadas por substâncias químicas em decorrência de atividades antrópicas. Em
seu Artigo 3°, a Resolução define que “a proteção do solo deve ser realizada de
maneira preventiva, a fim de garantir a manutenção da sua funcionalidade ou, de
maneira corretiva, visando restaurar sua qualidade ou recuperá-la de forma compatível
com os usos previstos”. A Resolução também determina em seu Artigo 22° que “o
gerenciamento de áreas contaminadas deverá conter procedimentos e ações voltadas
ao atendimento dos seguintes objetivos:
“I - eliminar o perigo ou reduzir o risco à saúde humana;
II - eliminar ou minimizar os riscos ao meio ambiente;
III - evitar danos aos demais bens a proteger;
IV - evitar danos ao bem estar público durante a execução de ações para reabilitação;
e
V - possibilitar o uso declarado ou futuro da área, observando o planejamento de uso e
ocupação do solo.”
No Estado do Rio de Janeiro, o problema das áreas contaminadas não é tratado de
maneira sistematizada pelos dispositivos legais (SILVA, 2007). Algumas das
regulamentações do Estado relacionadas de forma geral às áreas contaminadas são
as seguintes: Decreto-lei nº 134, de 06/06/1975, que dispõe sobre a prevenção da
Poluição do Meio Ambiente no Estado do Rio de Janeiro e dá outras providências;
Decreto nº 1.633, de 03/08/1977, que regulamenta, em parte, o Decreto-Lei nº 134, de
06/06/1975, e institui o Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras; Decreto nº
8.974, de 15/05/1986, que regulamenta a aplicação das penalidades de interdição ou
multas previstas no Decreto nº 134, de 06/06/1975, quando as pessoas físicas ou
jurídicas causarem a poluição das águas, do ar ou do solo, conforme definida no
Decreto nº 134, de 06/06/1975, deixarem de observar as disposições do Sistema de
Licenciamento de Atividades Poluidoras (SLAP); Diretriz FEEMA – DZ 056, que
estabelece a realização anual de auditoria de conformidade legal para as atividades
potencialmente poluidoras.
Rodrigues Jr. (2003, IN SILVA, 2007) também destaca a utilização de Termos de
Ajustamento de Conduta (TACs), entre órgão ambiental e empresas, como uma
iniciativa que tem dado bons resultados no estado do Rio de Janeiro no que se refere
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
178
ao gerenciamento de áreas contaminadas, pois o referido instrumento pode ser
utilizado para obrigar as atividades com elevado potencial de contaminação a
realizarem diagnósticos e recuperação de áreas contaminadas. Este instrumento
surgiu com a medida provisória nº 1.949-24/00, relacionada à Lei nº 9.605/98, e tem
como finalidade permitir a adequação das empresas às exigências legais
(SCHEEFFER, 2001, IN: SILVA, 2007).
Tendo em vista a importância da investigação de áreas contaminadas e
potencialmente contaminadas, uma vez que todos devem defender e proteger o Meio
Ambiente garantindo a sadia qualidade de vida, o objetivo deste estudo consiste em
listar as áreas contaminadas e potencialmente contaminadas no perímetro da
Operação Urbana. A partir desta investigação, podem-se nortear as ações e medidas
mitigadoras para a utilização das áreas localizadas na região.
4.2.2 METODOLOGIA
Para a coleta de dados das áreas com potencial ou efetiva contaminação, os
seguintes órgãos públicos do Rio de Janeiro foram contatados:
� SMAC: Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Realiza as atividades de
licenciamento ambiental juntamente com o INEA. No órgão buscaram-se
informações relacionadas às áreas contaminadas e potencialmente contaminadas
na região da OUC;
� INEA: Instituto Estadual do Ambiente. O INEA foi instalado no início de 2009 e
unificou três órgãos ambientais vinculados à Secretaria de Estado do Ambiente
(SEA): a Fundação Estadual de Engenharia e Meio Ambiente (Feema), a
Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (Serla) e o Instituto Estadual de
Florestas (IEF). No INEA, foram procurados dados referentes às áreas
contaminadas inseridas no perímetro da OUC;
� COMPANHIA DOCAS DO RIO DE JANEIRO: Entrou-se em contato com o
SUPENG (Superintendência de Engenharia de DOCAS) e com a
Superintendência do Meio Ambiente. No SUPENG buscou-se encontrar as plantas
das tubulações subterrâneas da região portuária; no entanto, a informação
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
179
transmitida foi de que os documentos mais antigos do órgão foram queimados e,
portanto, não mais existem;
� IPP: Instituto Pereira Passos. Buscou-se encontrar informações históricas de
ocupação, industrialização, desenvolvimento estrutural e contaminação da região.
Como o município do Rio de Janeiro ainda não possui um cadastro de áreas
contaminadas (o único Município que possui um banco de dados de AC no Brasil é
São Paulo), os dados foram obtidos através de um levantamento da documentação
referente a Processos de Licenciamento Ambiental e relatórios de monitoramento de
contaminação e remediação do local (relatório de investigação ambiental,
geoambientais, de remediação, de monitoramento, etc.).
O SMAC também forneceu mapas com as potenciais áreas contaminadas, para
referenciar o presente estudo.
O histórico de ocupação, desenvolvimento e ocupação da área descrito em vários
estudos e livros encontrados no IPP também serviram de subsídio à pesquisa.
É válido lembrar que as contaminações listadas são anteriores ao início de Junho de
2010, quando houve o término da coleta dos dados. O INEA também ressaltou que
pode haver a ausência de alguma área contaminada entre as áreas informadas pelo
órgão, uma vez que o tempo de levantamento de informações foi curto e os dados não
estavam disponíveis anteriormente.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
180
4.2.3 HISTÓRICO DE OCUPAÇÃO E DEGRADAÇÃO AMBIENTAL DA ÁREA
A necessidade que os primeiros povoadores do Rio de Janeiro tiveram de transformar
o Meio Ambiente para torná-lo habitável constituiu um verdadeiro desafio,
considerando os precários artifícios tecnológicos da época. No entanto, este fator não
impediu a drenagem de lagoas e pântanos e a movimentação dos morros da região ao
longo de vários séculos, alterando drasticamente a paisagem inicialmente encontrada
(CARDOSO ET. AL, 1987). Desta forma, o início da colonização de todo o Recôncavo
da Baía de Guanabara, significou também o início de sua destruição (COELHO, 2007).
No século XVII, os primeiros focos de poluição no local foram decorrentes das
atividades de pesca e matança das baleias e atividades de engenhos de açúcar. Já
nessa época, devido à busca de implantação de espaço para ocupação da região, a
luta do homem contra brejos e pântanos se iniciou e perdurou por quatro séculos
(COELHO, 2007).
Figura 2. Região abrangida pela Operação Urbana: Áreas conquistadas ao mar, às lagoas e aos alagadiços durante quatro séculos (Fonte: Adaptado de COELHO, 2007).
Figura 1. Reprodução da Região abrangida pela Operação Urbana da Região do Porto do Rio em 1608.
Morro do Castelo
Morro de São Bento
Prainha
Morro da Conceição
Pedra do Sal
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
181
Os problemas referentes à higiene da população criavam um ambiente insalubre na
cidade, que possuía dejetos espalhados por todos os locais já ocupados. Só em 1641
foi executada a primeira obra em prol do saneamento: uma vala na atual Rua
Uruguaina, que levava esgoto e despejos do curtume, além do lixo jogado pela
população, à Prainha (COELHO, 2007).
Ao longo do século XVIII, a área foi ocupada por vastas chácaras que foram sendo
loteadas conforme demanda populacional. O povoamento foi intensificado devido à
expansão das atividades portuárias e pela descoberta de minas de ouro. Também o
contínuo dessecamento de pântanos e lagos refletiram na nova ocupação da área
(CARDOSO ET. AL, 1987). O desenvolvimento e aumento da população não foram
acompanhados pela adoção das necessárias posturas higiênicas por parte do governo
e dos habitantes (COELHO, 2007). Sendo assim, com o aumento populacional,
aumentava também a quantidade de dejetos e lixo que contaminavam a área.
Em finais do século XVIII, a cidade era dotada somente de um pequeno número de
cais de reduzidas dimensões. As operações de embarque e desembarque eram
realizadas através de dezenas de pequenas embarcações, o que acarretava em uma
grande lentidão no transbordo de mercadorias. Esses problemas eram agravados pela
armazenagem deficiente nos mal aparelhados trapiches de beira-mar (CARDOSO ET.
AL, 1987).
Mosteiro de São Bento
Palácio do Bispo
Rua da Vala Capela e Trapiche de São Francisco
Figura 3. Reprodução da Região abrangida pela Operação Urbana da Região do Porto do Rio em 1710, com destaque para a Rua da Vala.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
182
A chegada da estrada de ferro acelerou o desenvolvimento da região, que necessitava
cada vez mais de novos melhoramentos. A cidade tornava-se o centro comercial do
país. Edificações vultosas surgiam, bem como novos armazéns e atracadouros eram
construídos. A área entre os morros e a Baía permanecia com os trapiches, oficinas e
bolsões residenciais de baixa renda (IPLAN RIO, 1989). Nestes novos
estabelecimentos também não existia a preocupação com o armazenamento
adequado dos produtos ou com a higiene do local, o que possivelmente agravava o
problema de contaminação do solo já na época.
Na verdade, a higiene era um problema que se agravava cada vez mais na até então
capital do Brasil. Com a falta de uma rede de esgotamento sanitário, os dejetos
humanos eram armazenados no fundo dos quintais das casas e transportados em
barris por escravos, para locais ermos e distantes das ocupações. Em 1808, até a
chegada da família imperial no Brasil, um dos pontos de lançamento desses barris era
a atual Praça da República, em grandes fossas mandadas abrir pela Câmara
(COELHO, 2007).
Figura 5. Fundição Indígena, em 1907, existente desde 1829, quando ainda era Fundição Imperial (Fonte: CARDOSO ET. AL, 1987).
Figura 4. Frored, Victor. Panorama do Rio de Janeiro. Ainda no século XVIII, diversos trapiches se instalaram no litoral da Saúde e tiveram grande importância na dinamização do comércio entre o Rio e as cidades costeiras, feita através de Portos da Baía de Guanabara (Fonte: CARDOSO ET. AL, 1987).
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
183
Na primeira metade do século XIX, a maior parte dos estabelecimentos situados desde
a atual Rua Acre até os lados do morro do Livramento era constituída por tabernas,
armazéns de mantimentos e madeiras e quitandas (CARDOSO ET. AL, 1987). No
decorrer do século, apareceram as primeiras oficinas de fundição, serralherias e
pequenas fábricas de utensílios, ligadas às atividades portuárias e ao tráfego de
escravos (IPLAN RIO, 1989). Grande parte desses estabelecimentos estava instalada
na Saúde, em especial na Rua da Saúde (atual Sacadura Cabral), devido à
proximidade de diversos trapiches (CARDOSO ET. AL, 1987).
Na mesma época, o sopé e as encostas dos morros da Conceição, Saúde e parte do
Livramento também apresentavam estruturas urbanas voltadas para as atividades
portuárias, como depósitos, armazéns, atracadouros, mercados, etc. (IPLAN RIO,
1989). Se a ameaça da contaminação antes era oriunda principalmente das atividades
domésticas, com o estabelecimento do comercial e de indústrias surgiu a ameaça da
contaminação do solo por produtos advindos das atividades comerciais e industriais
(COELHO, 2007).
Com o aumento da produção de café, produzido em escala crescente a partir de 1830,
cais e trapiches multiplicaram-se pela área, onde também se estabeleceram grandes
armazéns de exportação de café (CARDOSO ET. AL, 1987). Em 1831, a transferência
do Mercado de Escravos do Largo do Carmo para o Valongo seria de grande
importância como um primeiro indício de “especialização espacial” da cidade, pois o
Rua da Prainha (Acre)
Armazém do Sal
Largo de São Francisco da Prainha
Figura 6. Reprodução da Região abrangida pela Operação Urbana da Região do Porto do Rio (1817).
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
184
núcleo central já não comportava mais este tipo de atividade. Daí, talvez, um processo
de desvalorização da área, que, junto com as próprias características das funções
portuárias, trariam uma conotação bastante negativa à região (IPLAN RIO, 1992).
O crescimento da região era proporcional ao agravamento das más condições de
higiene e da precariedade sanitária da cidade. Segundo COELHO (2007), tudo isso se
agravava quando as grandes chuvas faziam transbordar as valas, inundando as ruas
com detritos e imundices e indignando a população e as autoridades sanitárias. Foi
então, em 1853, que o Imperador Dom Pedro II autorizou a execução de serviços de
esgotamento sanitário doméstico e de águas pluviais na cidade do Rio de Janeiro.
Com isso, a região central foi uma das primeiras a receber a rede de saneamento.
Na década de 1870, ocorreu rapidamente o loteamento e ocupação do Morro do Pinto.
No Morro da Gamboa foi construído um hospital para doenças infecciosas (atual Pedro
Ernesto), necessário para atender os surtos de doenças decorrentes das condições de
higiene da época. A ocupação se estendeu também nos morros da Conceição e da
Saúde, que já contavam com um número significativo de edificações. A abertura de
ladeiras, becos e travessas permitiu a total ocupação desses locais. Surgiram
inúmeros cortiços e estalagens com alta densidade (IPLAN RIO 1989). Cabe lembrar
que as regiões de ocupação do morro não foram contempladas com o sistema de
esgotamento sanitário e a população vivia em precárias condições sanitárias
(COELHO, 2007). Por exemplo, no Morro do Livramento, próximo à Estação de Ferro
Central do Brasil, estava situado o maior cortiço da região, o “Cabeça de Porco”,
abrigando cocheiras, oficinas e armazéns em seu interior e funcionando em condições
deploráveis de higiene. Seu nome se incorporou ao vocabulário popular como
sinônimo de habitação coletiva insalubre (CARDOSO ET. AL, 1987).
Com a introdução da Máquina a Vapor e a Guerra do Paraguai, houve um impulso da
industrialização. Em muitos locais, já havia caldeiras para máquinas a vapor,
maquinismos para engenhos de açúcar, equipamentos de caldeiraria e serralheria,
bem como tubos de ferro fundido para encanamentos de água (COELHO, 2007).
Ao mesmo tempo em que apresentava condições precárias para a função portuária e
residencial, a área portuária havia se tornado importante concentração de indústrias e
oficinas, fundições e serralherias (IPLAN RIO, 1982). Dentre os estabelecimentos que
já se achavam disseminados pelo litoral compreendido entre o trapiche da Praça Mauá
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
185
e a Ilha dos Melões, alguns eram dotados de obras marítimas e retaguarda de porte,
como: Docas Nacionais, Moinho Fluminense, Dique Finnie ou da Saúde, Moinho
Inglês e a Estação de Ferro Central do Brasil (IPLAN RIO, 1989). Alguns desses
estabelecimentos receberam em suas áreas uso bastante distinto de ocupação após o
seu encerramento. Um exemplo é o Moinho Inglês, onde atualmente o terreno é
ocupado por um banco e por uma praça.
A imensidade de cais, docas, armazéns, aterros e maquinários no local, constituíam
um verdadeiro problema e tornavam a necessidade de construção de um porto para a
cidade do Rio cada vez maior (CARDOSO ET. AL, 1987). Com isso, o Império
concedeu a criação de duas Companhias para exploração do Porto: A Cia Docas da
Alfândega e a Docas D. Pedro II. A primeira foi responsável pelo alinhamento do Cais
e pela melhoria nos serviços a partir do Arsenal de Guerra Marinha. A segunda,
formada em 1870, construiu em cinco anos um cais de 160 metros de extensão, entre
a Pedra do Sal e a Praça Municipal (Barão de Tefé) (IPLAN RIO, 1989).
Figura 7. Moinho Inglês, localizado junto ao Morro da Saúde, início da Rua Gamboa (Fonte: CARDOSO ET. AL, 1987).
Figura 8. O Moinho Fluminense, desde 1889 na antiga Rua da Saúde, vendo-se à direita as ruínas do Mercado Harmonia. Foto tirada em 1904 (Fonte: CARDOSO ET. AL, 1987).
Figura 9. Os trapiches na Saúde. A construção de um Porto era considerada uma questão prioritária na Cidade (Fonte: CARDOSO ET. AL, 1987).
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
186
A proximidade do terminal ferroviário com o litoral foi responsável pela instalação, em
1879, da Estação Marítima localizada na Gamboa, estimulando a vocação portuária da
região. O incremento das atividades portuárias correspondia um aumento no comércio
e nos serviços. A Rua da Saúde concentrava a maioria dos estabelecimentos,
incluindo desde escritórios, até pequenos estaleiros e oficinas de reparos de navios
(CARDOSO ET. AL, 1987). Tornavam-se cada vez mais frequentes os focos de
geração de resíduos e de consequente contaminação (COELHO, 2007).
Com o constante alastramento de epidemias, em 1882, a Prainha, a Saúde e a
Gamboa receberam encanamento de gás e esgoto, oferecendo condições mais
propícias para a instalação dos moinhos e outras fábricas nas ruas próximas ao mar. A
partir da década de 80, acompanhando um surto de industrialização no Rio de Janeiro,
foram instalados na Saúde os seus dois maiores ramos fabris: a construção naval e a
moagem de trigos e outros cereais (CARDOSO ET. AL, 1987).
No início do século XX, os terrenos localizados na atual Av. Rodrigues Alves foram
aterrados. Em 1908, cerca de 1.900 metros de Cais de Porto a partir do Canal do
Mangue já estavam concluídos. Nestes locais, diversos armazéns foram construídos e
posteriormente remembrados (C/SUBPC/CCPE, 2009).
Figura 10. Inauguração do Cais do Porto em 1910. Nesta data, quase 2.500 km de Cais estavam prontos (Fonte: CARDOSO ET. AL, 1987).
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
187
Em 1911 foi fundado o Complexo do Gasômetro em São Cristóvão por um grupo
Belga. Em 1915, ele foi considerado o maior do mundo, com capacidade de
fornecimento de 180 mil metros cúbicos por dia. Pelo grande volume armazenado por
vários anos, indícios de contaminação foram verificados no solo da região pela CEG,
que desde 2002 realiza a remediação e monitoramentos do local, enviando as
informações ao INEA (BRANDÃO, 2010).
Na década de 40, foi inaugurado o Hospital dos Servidores e um grande conjunto
habitacional do Instituto de Pensões dos Portuários, na encosta do Morro da
Providência, já bastante adensado por famílias pobres. Um ano depois era inaugurado
o Cais do Caju, prolongado a partir do cais de São Cristóvão (IPLAN RIO, 1989).
Figura 11. Trecho da Planta do Rio de Janeiro de 1935, baseado em fotografias aéreas de 1928. Acervo do Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos – IPP. Os terrenos construídos na Avenida Rodrigues Alves, esquina com a R. Professor Pereira Reis, estão indicados pela seta vermelha.
Figura 12. Avenida Rodrigues Alves, pouco após sua construção, quando ainda se chamava Av. do Cais do Porto. À direita vê-se o prédio do Corpo de Bombeiros, hoje Rodoviária Novo Rio (Fonte: CARDOSO ET. AL, 1987).
Figura 13. Morro da Providência (Fonte: CARDOSO ET.
AL, 1987).
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
188
Na década de 50, o petróleo passava a ser o principal produto recebido pelo porto e foi
inaugurada a Refinarias de Manguinhos (1954) na região, em plena Avenida Brasil
(IPLAN RIO, 1989). Logo após a sua inauguração, a Refinaria já tinha uma capacidade
inicial de produção de 10 mil barris por dia. Entre seus principais produtos estão:
gasolina, diesel, óleo combustível e gás liquefeito de petróleo. Os efluentes da
refinaria anteriormente eram lançados no Canal do Cunha. Em 1996, ocorreu um
vazamento de óleo proveniente da Refinaria no canal do Cunha, contribuindo para a
poluição da Baía de Guanabara (COELHO, 2007).
Em 1962 foi concluído o Cais do Parque de Minério e Carvão. Ao final desta década,
as exportações do Porto do Rio concentravam-se no café e no minério e as
importações lideradas pelo petróleo também se compunham de carvão e trigo (IPLAN
RIO, 1989).
Em 1967, foi autorizada a formação da Companhia Docas da Guanabara. A partir de
1983, o Rio, que era tido como um porto tipicamente importador, volta a ser um dos
maiores exportadores do país, principalmente pelos embarques dos produtos
siderúrgicos da CSN e COSIGUA. No fim dos anos 80, o Porto passa a embarcar
principalmente minério, óleo combustível e peças de aço para o exterior e suprido
Figura 14. Vista Aérea da Zona Portuária (1960). No lado direito, vê-se a curva da Rua Sacadura Cabral, limite entre a área antiga e aterrada. No centro estão o Prédio do Moinho Fluminense, Praça da Harmonia e Polícia Militar (Fonte: CARDOSO ET. AL, 1987).
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
189
parte do mercado interno com os chamados granéis líquidos (IPLAN RIO, 1989).
Desta forma, o armazenamento desses produtos (minérios, óleo combustível e
produtos siderúrgicos) nos armazéns próximos ao Porto também reforçam o perfil
destes locais como áreas potencialmente contaminadas.
Atualmente, permanecem muitas construções comerciais no local, além das igrejas,
palácios e fortalezas. Ainda existem vilas, trapiches, fábricas, praças e galpões. São
muitos os espaços de moradia e trabalho que permaneceram no local, como a
Fundição Manoel Lino da Costa, o trapiche Modesto Leal, a estação e a cocheira da
Linha de Carris Vila Guarani, o Moinho Fluminense e os antigos galpões ferroviários
(CARDOSO ET. AL, 1987). Nestes locais, as atividades comerciais ou industriais
perduraram durante um longo período e, com isso, o risco de contaminação dos
materiais produzidos, armazenados e transportados é grande, o que sugere a
existência de passivos ambientais em diversas áreas na região.
4.2.3.1 Mapa de Ocupação Histórica
A partir do histórico apresentado acima, elaborou-se o mapa de ocupação histórica da
área onde se insere a Operação Urbana Consorciada do Porto do Rio de Janeiro. No
mapa constam alguns usos (comercial, industrial e residencial) que potencialmente
puderam impactar o solo e águas subterrâneas da região, ao longo do processo de
Avenida Perimetral
Edifício Rio Branco 1
Píer Mauá
Polícia Federal
Figura 15. Reprodução da Região abrangida pela Operação Urbana da Região do Porto do Rio, já em 2002.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
190
ocupação urbana. É importante destacar que alguns dos estabelecimentos apontados
de nome não específico (ex. Armazéns e Mercados) se referem à região de existência
e não à localidade exata.
A partir do mapeamento geral, pode-se observar uma grande ascensão comercial da
região no século XIX, enquanto que, nos séculos anteriores, o local foi ocupado por
chácaras, loteamentos, trapiches e alguns armazéns. No século XX, apesar de poucos
empreendimentos estarem representados no mapa, pode-se observar o surgimento de
estabelecimentos de maior porte e também o surgimento dos armazéns criados com a
construção do Cais do Porto.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
191
Tabernas, Armazéns e Quitandas
Fabriquetas e Oficinas
de Fundição
Armazéns, Mercados,
etc.
Armazéns, Mercados,
etc.
Mercado de Escravos
Armazéns, Mercados,
etc.
Loteamento
Cortiço
Moinho Fluminense
Moinho Inglês
Diversos Cais Trapiches
Prainha Armazéns
Gasômetro Hospital dos
Servidores
Chácaras
Legenda
Século XVII
Século XVIII
Século XIX
Século XX
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
192
4.2.4 SITUAÇÃO ATUAL
Segundo a contaminação de solo, subsolo e águas subterrâneas na região que
abrange a área da Operação Urbana Consorciada do Porto do Rio, foram definidos
quatro grandes grupos segundo a origem da contaminação:
- Contaminações oriundas de atividades domésticas;
- Contaminações oriundas de atividades comerciais e industriais;
- Contaminações oriundas do armazenamento incorreto de matérias-
primas e produtos;
- Contaminações oriundas de atividades do Porto do Rio.
Ressalta-se que, embora os problemas de contaminação aqui mencionados sejam
atuais, não significa que eles são decorrentes somente de atividades realizadas no
presente. Muitas contaminações provenientes de atividades passadas podem persistir
por um longo período, dependendo de sua concentração, características físico-
químicas do contaminante, quantidade de focos de contaminação, tempo de
vazamento, geologia do solo, vazão das águas subterrâneas, clima da região, etc.
4.2.4.1 Contaminações de origem doméstica
As contaminações de origem doméstica podem ser provocadas pelo sistema deficiente
de esgotamento sanitário (vazamentos em tubulações, despejos em locais
inadequados ou até mesmo ausência do sistema) e pelo armazenamento inadequado
de lixo doméstico.
Como foi mencionado anteriormente no histórico da Região Portuária, a Cidade do Rio
de Janeiro foi uma das primeiras a receber sistema de esgotamento sanitário no
mundo. Segundo COELHO, 2007, os esgotos sanitários do Rio de Janeiro e
adjacências contam com sistemas muito antigos, construídos para regiões
urbanizadas onde só existiam, em sua grande maioria, domicílios e edificações
unifamiliares. A impossibilidade de atender o escoamento da vazão de esgoto de uma
população muitas vezes superior à de dimensionamento das redes, tornou necessária
a construção de ligações de extravasamento do sistema para a rede de galerias
pluviais e para os rios e canais das bacias de esgotamento.
Este extravasamento diário e sistemático, em especial nos dias de chuva, criou dois
sistemas paralelos de esgotamento sanitário. No pluvial, acumulam-se não só os
sólidos sedimentáveis dos esgotos, como também os sedimentos de cargas não
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
193
pontuais trazidos pelas chuvas (COELHO, 2007). Um estudo feito em 2009 pelo
Projeto OLHO VERDE (IN: SEICOR, 2009) confirmou que, além de haver tratamento
de esgoto bastante precário ou até inexistente em alguns locais, o sistema não
comporta todo o esgoto recebido, o que faz com que galerias pluviais recebam esgoto
da cidade. Consequentemente, o esgoto proveniente do sistema de esgotamento e de
galerias pluviais é despejado nas águas do Porto, contribuindo ainda mais para a
contaminação de águas e solos da região.
Outro problema de grandes dimensões, associado às águas pluviais contaminadas, é
o número de favelas existentes nos morros, áreas de difícil esgotamento. Segundo
COELHO (2007), os esgotos gerados pela população favelada formam valas negras e
acabam chegando aos sistemas de drenagem urbana.
A disposição de resíduos também ocorre de forma inadequada em alguns locais. Não
há aterros existentes no perímetro da OUC, que constituem as principais áreas de
fontes de contaminação do solo proveniente do armazenamento inadequado de
resíduos. Porém, como em certos locais (como em alguns morros onde há favelas) o
Figura 16. Despejo de esgoto pelo Canal do Mangue (Fonte: OLHO VERDE, 2009, IN SEICOR, 2009).
Figura 17. Despejo de esgoto pelas galerias de águas pluviais do Porto do Rio de Janeiro (Fonte: OLHO VERDE, 2009, IN: SEICOR, 2009).
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
194
acesso para coleta de lixo por caminhões é dificultoso ou inviável, alguns moradores
espalham o lixo em quintais, terrenos baldios, ruas e vielas. Nestes locais, o risco de
contaminação do solo também é grande.
Desta forma, nessas áreas, caracteriza-se um estreito vínculo de pobreza e meio
ambiente, com questões quase intransponíveis nos serviços de coleta e tratamento de
esgotos e de lixo (COELHO, 2007).
Estes fatores tornam as áreas habitadas nos morros potencialmente contaminadas,
uma vez que há possibilidade de contaminação do solo e de águas ocasionada pelo
esgoto e resíduos produzidos na própria região, e ainda não foram realizados estudos
comprobatórios analisando estas contaminações especificamente.
4.2.4.2 Contaminações oriundas de atividades comerciais e industriais
Os dados coletados no perímetro da Operação Urbana permitiram avaliar algumas
áreas como potencialmente contaminadas e áreas contaminadas. Os dados das
áreas contaminadas foram obtidos através de informações disponibilizadas pelo INEA
e pelo SMAC. Os dados das áreas potencialmente contaminadas foram
disponibilizados pelo SMAC e por pesquisa em diversas fontes a partir do histórico da
região.
4.2.4.2.1 Áreas Comerciais e Industriais Potencialmente Contaminadas
Diversos estabelecimentos comerciais e industriais podem provocar contaminações
em solos e águas subterrâneas, caso não operem em condições apropriadas. Neste
sentido, a CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), em conjunto com
a GTZ, formulou a lista 3101 contendo as principais atividades potencialmente
poluidoras. Dentre algumas destas atividades estão metalúrgicas (1100000 a
1199999), mecânicas (1200000 a 1299999), fabricação de móveis (1610000 a
1639999), construção civil (3210000 a 3210999), armazéns gerais e trapiches
(5512000 a 5512999), química (2000000 a 2099999), borracha (1800000 a 1899999),
produtos farmacêuticos e veterinários (2100000 a 2199999), serviços de higiene
(5410000 a 5419999), utilidade pública (3110000 a 3199999), garagens (5048000 a
5048999).
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
195
Realizou-se um levantamento das áreas com potencial de contaminação na região a
partir de dados fornecidos pelo SMAC. São muitos os estabelecimentos com potencial
contaminação nos setores abrangidos pela OUC da Região do Porto do Rio, como é
possível perceber no mapeamento apresentado a seguir. Entre essas atividades,
pode-se citar diversos depósitos e armazéns, diversas empresas com atividade de
beneficiamento de vários produtos (ex. móveis, roupas, calçados, plástico, papel,
alimentos), oficinas mecânicas, postos de combustíveis, transportadoras, depósito e
comércio atacadista de variados produtos e serviços de carpintaria, segundo a lista de
atividades potencialmente poluidoras do IBGE.
Através do mapa, pode-se perceber a imensa quantidade de estabelecimentos que
exercem atividades com função poluidora no perímetro da OUC do Porto do Rio e,
consequentemente, a importância de se fazer estudos investigatórios de contaminação
na região, uma vez que esta pode se dispersar pelo solo e águas subterrâneas.
É válido ressaltar que alguma dessas atividades não estão mais ativas, visto que a
última atualização do mapeamento das atividades potencialmente poluidoras é do ano
de 2002. Porém, em 2005 foi realizado um mapeamento das atividades industriais,
apresentado no mapa posterior ao das atividades potencialmente poluidoras, onde é
possível perceber que um número menor de estabelecimentos apresenta potencial
poluidor.
Ainda que algumas atividades não sejam mais exercidas no local, outras atividades
com potencial poluidor passaram a ser realizadas após o mapeamento. Desta forma, a
quantidade de estabelecimentos com potencial poluidor é bastante expressiva na
região da Operação Urbana.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
196
Legenda
Estabelecimento com
potencial de contaminação
(2002)
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
197
Legenda
Indústria com
potencial de contaminação
(2005)
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
198
4.2.4.2.2 Áreas Comerciais e Industriais Contaminadas
Entre as áreas contaminadas verificadas no perímetro da OUC do Porto do Rio
relacionadas às atividades industriais e comerciais, podem-se destacar indústrias,
garagens e postos de combustíveis.
Os dados obtidos foram fornecidos pelo INEA e pelo SMAC, conforme metodologia já
descrita e são apresentados abaixo.
4.2.4.2.2.1 Postos de Combustíveis
Dentre as atividades com maior potencial poluidor, os Postos de Combustíveis
merecem destaque especial (Código IBGE: 6109000 a 6110999). Quando os postos
não implantam os controles exigidos pelo Órgão Ambiental ou quando algum acidente
operacional ocorre, seus resíduos oleosos podem alcançar solos, águas subterrâneas
e até galerias de águas pluviais. Os próprios tanques de armazenamento dos diversos
tipos de combustível podem se tornar, em caso de vazamento, fontes de
contaminação do solo e do lençol freático (COELHO, 2007).
Segundo a Resolução CONAMA n°273/2000, os Postos de Combustíveis devem obter
licença ambiental, uma vez que são potencial ou parcialmente causadores de
acidentes ambientais. Dentre os controles exigidos pelo Órgão Ambiental, estão:
caixas separadoras de água e óleo; sistema adequado para coleta e destino final dos
resíduos sólidos; sistema de monitoramento dos efluentes oleosos e dos tanques de
combustível; sistema de prevenção à corrosão dos tanques de armazenamento de
combustível (COELHO, 2007). No Estado do Rio de Janeiro, os Postos de
Combustível devem atender as seguintes normas técnicas regulamentadas pela
FEEMA: DZ-1841. R2 e IT-1842.R2.
O SMAC forneceu uma listagem dos Postos de Combustível com contaminação
comprovada na região abrangida pela Operação Urbana. Os dados referentes às
contaminações foram obtidos através dos processos de licenciamento desses postos,
cujas características, histórico, contaminação e possível processo de remediação e
monitoramento são descritos adiante. Os postos são: Posto de Combustível Sacadura
Cabral LTDA.; Chaminé Posto de Serviços LTDA.; Posto de Gasolina Cordeiro LTDA.;
Auto Posto Santo Cristo – Shell.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
199
- Auto Posto Santo Cristo – Shell
a) Características do Empreendimento
O Auto Posto Santo Cristo localiza-se na Rua Santo Cristo, n°189, Bairro Santo Cristo
– Rio de Janeiro, RJ. O empreendimento ocupa uma área equivalente a 2.046,94 m²,
tendo sido licenciado para revender combustíveis líquidos e gás natural veicular
(Parecer Técnico MA/CGCA/CLA n°762, 2009).
O Posto encontra-se em terreno comercial ZR-5, próximo à Sub-bacia do Canal do
Mangue. O solo do local é constituído por areia fina e média com pedregulhos
sobrepostos a um aterro de areia siltosa (GEO CSD, 2005).
Segundo a norma ABNT – NBR 13.786 /2001, o local é classificado como Classe 2,
pois a região de entorno possui ocupação mista: a 100 metros a noroeste do Posto
encontra-se uma igreja, a 300 metros a noroeste uma área de recreação e a 10 metros
ao sudeste uma área residencial (URS, 2009).
b) Histórico do Terreno
Em 1940, o local era utilizado como uma plataforma de enchimento de tanques da
antiga base de combustíveis da Shell. Estes tanques localizavam-se a montante da
área, onde hoje reside uma comunidade. Além dos tanques, também existia uma linha
de transporte de combustível subterrânea no local (URS, 2009).
A partir de 1970, o Auto Posto Santo Cristo passou a operar no local, onde realizou
suas atividades comerciais até o ano de 2005 (URS, 2009). O sistema de
abastecimento subterrâneo de combustíveis do posto compreendia três tanques de
combustível, sendo um tanque pleno para o armazenamento de gasolina comum e
dois tanques bi compartimentados, um para o armazenamento de gasolina aditivada e
álcool comum e outro para armazenamento de diesel aditivado e diesel comum (Fonte:
GEO CSD, 2005). Havia também linhas subterrâneas de distribuição de combustíveis
no local (URS, 2009).
c) Contaminação, Remediação e Monitoramento do local
Em setembro de 2000, iniciou-se a investigação preliminar de contaminação no local
monitorados (URS, 2009). Foram instalados poços de monitoramento localizados em
seis áreas: Área do Quartel, Rua Mendonça, Área do Posto, Rua Santo Cristo, Praça
Santo Cristo, Avenida Professor Pereira Reis (URS, 2009).
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
200
Em julho de 2002, foi realizada uma Investigação Preliminar Ambiental Nível 2 e
também uma Análise do Risco, com o intuito de verificar a presença de produto
residual no solo fora do empreendimento (offsite). Nesta investigação, foi identificada
fase livre do produto em quase todos os poços monitorados (URS, 2009).
Em fevereiro de 2005, constatou-se a presença de borra oleosa e fase livre fora da
área do empreendimento (URS, 2009). Em setembro deste mesmo ano, a empresa
GEOKLOCK iniciou o processo de remoção da fase livre, através de bomba diafragma
(Processo de Licenciamento n°14/201.174/2008).
No mês de julho de 2006, a remoção da fase livre do contaminante passou a ser
realizada pela empresa ECOTEST, através de bailers descartáveis de polietileno e
mantas absorventes. No fim do mês, um sistema móvel de bombeamento passou a
remover e separar o contaminante, composto por bomba pneumática, tambor de 200
L, caixa separadora de água e óleo e filtro de carvão ativado. Com a implantação
deste sistema, o total de borra oleosa retirada nesse período foi de 12.777,39
toneladas de resíduo (Processo de Licenciamento n°14/201.174/2008).
Em janeiro de 2007, interrompeu-se a remoção da fase livre do contaminante, devido a
escavações para retirada de borras oleosas e solo contaminado (Processo de
Licenciamento n°14/201.174/2008). Em maio de 2007, uma investigação ambiental de
reconhecimento de solos impactados verificou que o solo próximo à área do posto, ao
sul do quartel, estava contaminado por resíduos oleosos. Também foi constatada fase
livre e/ou adsorvida do contaminante na área do posto, na Rua Mendonça, região
sudeste do quartel. Esta última contaminação, no período da investigação, estava
avançando em direção à Praça Santo Cristo (URS, 2009).
O processo de remoção da fase livre foi retomado em julho de 2007, pela empresa
ECOTEST (Processo de Licenciamento n°14/201.174/2008).
Em dezembro de 2007, uma investigação complementar offsite na área do quartel
demonstrou que, além do contaminante encontrado em sua fase livre no local, foi
verificada a presença de fragmentos de carvão mineral não relacionado com as
operações da Shell. Isto demonstra a existência de diferentes tipos de hidrocarboneto
no solo e na água subterrânea, decorrentes de contaminações provocadas não só
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
201
pelas atividades do empreendimento atual instalado na área, como também de
atividades passadas realizadas no local (URS, 2009).
No mês de março de 2009, com a baixa detecção do produto encontrado e a
recuperação nula de fase livre do contaminante, o processo de remoção foi
interrompido. No mês de abril de 2009, determinou-se que o monitoramento ambiental
e remoção da fase livre seriam mensais, com a utilização de bailers descartáveis
(Processo de Licenciamento n°14/201.174/2008).
No levantamento realizado em dezembro de 2009, verificou-se a presença de fase
livre em dois poços localizados na Rua Mendonça, dois poços localizados na Praça
Santo Cristo, em um posto localizado na própria área do posto e em seis poços
localizados na Rua Santo Cristo, demonstrando que a contaminação persiste no local.
Para o processo de remedição, recomendou-se o bombeamento de produto em fase
livre nas cavas abertas para a remoção de solo impactado e a validação das cavas
abertas para remoção de solo impactado (URS, 2009).
- Posto de Gasolina Cordeiro LTDA.
a) Características do Empreendimento
O Posto de Gasolina Cordeiro LTDA localiza-se na Avenida Francisco Bicalho, n° 10,
em Zona Urbana, onde a região de entorno tem predomínio de estabelecimentos de
uso comercial, embora também haja estabelecimentos de uso industrial e residencial
(ENSR International, 2006).
A área onde o posto está inserido possui 2.119,50 m², embora a área construída seja
de cerca de 116,84 m². Segundo a ABNT NBR 13.786/01, o empreendimento é
classificado como classe 3, devido à presença de corpo hídrico e atividades de risco
(CEG) dentro de um raio de 100 m do estabelecimento (ENSR International, 2006).
O estabelecimento possui pista de abastecimento, área para lavagem, depósito, loja
de conveniência, estacionamento para clientes e administração. A pavimentação do
local é de concreto. O posto conta ainda com um tanque de óleo queimado com
capacidade de 1000L (em processo de desativação em setembro de 2009) e uma
caixa separadora de água é óleo (SMA, 2009).
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
202
Segundo relatório elaborado pela ENSR International (2006), o fluxo de água
subterrânea da área ocorre sentido sudoeste ao nordeste, em direção à Baía de
Guanabara.
b) Histórico do Terreno
A área onde se localiza o posto pertencia à Companhia Estadual de Gás – CEG. Há
cerca de três anos, o Posto Cordeiro LTDA. passou a operar no local, na parte
nordeste do terreno (SMA, 2009).
c) Contaminação, Remediação e Monitoramento do local
Entre os anos de 2000 e 2001, quando o terreno pertencia à CEG, foi realizada uma
investigação ambiental onsite e offsite. Entre os anos de 2001 a 2005, foram
realizados monitoramentos mensais no local, que permitiram detectar fase livre de
hidrocarbonetos ao longo da área investigada (incluindo a área do posto). Desta
forma, a contaminação da área por hidrocarbonetos de fase livre é pretérita ao início
das operações do empreendimento que ocupa a área atualmente (ENSR, 2009).
Em 2006, a empresa ENSR realizou uma investigação ambiental complementar para
delimitar a pluma de contaminação da fase livre e os locais de instalação de poços
para a extração do contaminante (SMA, 2009). Na parte nordeste do local foram
instalados 20 poços de monitoramento (Parecer Técnico MA/CGLA/CLA n°298/2010).
Em maio do mesmo ano, um sistema de remediação do tipo bioslurping foi implantado
no local por solicitação da CEG.
Até o momento da elaboração do Relatório de Investigação Ambiental pela empresa
SMA – setembro de 2009, a remediação persistia (SMA, 2009). A cada seis meses,
devem ser apresentados relatórios referentes ao monitoramento analítico dos
parâmetros BTEX e PAH’s, com amostras retiradas dos poços de monitoramento
(Parecer Técnico MA/CGLA/CLA n°298/2010).
- Chaminé Posto de Serviços LTDA.
a) Características do Empreendimento
O posto de combustíveis Chaminé LTDA. se situa na Avenida Rodrigues Alves, n°455,
no bairro Saúde, Rio de Janeiro – RJ. A área do entorno do Posto é urbanizada, não
residencial. Próximo ao estabelecimento, encontra-se o Porto do Rio e armazéns. Por
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
203
haver corpo d’ água dentro de um raio de 100 metros do empreendimento, a área é
classificado como Classe 3 pela ABNT:NBR 13.786/01 (SOS Contecma, 2008).
O posto oferece serviços de abastecimento de combustíveis líquidos (gasolina comum,
aditivada, álcool comum e diesel) e GNV (gás natural veicular), calibragem de pneus,
lavagem, troca de óleo e lanchonete (SOS Contecma, 2008).
O fluxo da água subterrânea no local ocorre no sentido sudeste para noroeste (SOS
Contecma, 2008).
b) Histórico do Terreno
Antes da atividade realizada no local pelo Posto de Combustível, um moinho
funcionava na área (SOS Contecma, 2008).
c) Contaminação e Monitoramento do local
Quatro poços de monitoramento foram instalados no local. A partir destes poços e
através de malhas de VOC (Compostos Orgânicos Voláteis), detectou-se que os
valores de VOC eram superiores aqueles estabelecidos pela FEEMA. Além disso, na
água subterrânea, foram encontrados resultados superiores aos valores de
intervenção, para os parâmetros de BTEX. Desta forma, em dois poços de
monitoramento foi detectada fase líquida não aquosa (fase livre), demonstrando que o
local não está adequado à legislação ambiental vigente no que se refere aos níveis
permissíveis dos compostos encontrados no solo (SOS Contecma, 2008).
- Posto de Combustível Sacadura Cabral LTDA.
a) Características do Empreendimento
O Posto de Combustível Sacadura Cabral localiza-se na Rua Sacadura Cabral, n° 237,
no bairro da Gamboa, Rio de Janeiro – RJ. O posto ocupa uma área equivalente a
712, 34 m² (SOS Contecma, 2009).
Os serviços prestados pelo estabelecimento incluem a revenda de combustíveis
líquidos, a lavagem de automóveis, a lubrificação, troca de óleo e fornecimento de
GNV (gás natural veicular). O posto possui três tanques ecológicos de 15 mil litros
cada, sendo um para o armazenamento de gás natural, um para armazenamento de
álcool comum e um para o armazenamento de diesel comum (SOS Contecma, 2009).
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
204
O piso do local é de bloquete, com exceção da área de lavagem, que possui piso de
concreto (SOS Contecma, 2007).
A área de entorno do empreendimento é urbanizada, havendo residências e comércio
no local. Por haver um laboratório químico em um raio de 100 metros do
empreendimento, a área é classificada como classe 3 pela ABNT:NBR 13.786/01
(SOS Contecma, 2007).
b) Histórico do Terreno
O posto de combustível funciona desde 1995 no local.
c) Contaminação, Remediação e Monitoramento do local
Em maio de 2007, foi realizada uma Avaliação Geoambiental Preliminar na área do
Posto, com o intuito de caracterizar o meio físico e identificar eventuais passivos
ambientais, relacionados à presença de combustíveis derivados de petróleo no solo e
em águas subterrâneas (SOS Contecma, 2009).
Após avaliação, conclui-se que o empreendimento não estava em conformidade com a
legislação ambiental vigente, em função dos resultados obtidos no mapeamento de
VOC, nos valores obtidos nas análises do solo para benzeno e nas análises químicas
de água subterrânea para benzeno, tolueno, etilbenzeno e xileno. Também foram
detectados índices de explosividade acima do permitido (SOS Contecma, 2009).
Em outubro de 2007, foi elaborado um projeto de remediação através da aplicação do
reagente de Fenton. O projeto foi implantado um ano após ser elaborado (em outubro
de 2008). Após sete meses de aplicação do reagente, coletaram-se amostras de água
subterrânea, com o intuito de avaliar a eficiência do método de remediação escolhido
(SOS Contecma, 2009).
Os resultados coletados após sete meses de aplicação do reagente de Fenton
demonstraram uma redução de aproximadamente 99% dos compostos BTEX. Houve,
contudo, um aumento do composto Fenantreno. Foi possível reduzir os índices de
explosividade em 100% (SOS Contecma, 2009). Em março de 2010, novos testes
demonstraram que as concentrações de benzeno e tolueno reduziram novamente,
mas houve aumento em algumas amostras nas concentrações dos compostos
químicos de interesse nos ranges BTEX, PAH e TPH. Dessa forma, o
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
205
empreendimento ainda não se encontra em conformidade com a legislação ambiental
vigente e recomendou-se a continuidade da aplicação do reagente Fenton para
remediação do local (SOS Contectma, 2010).
Na listagem fornecida pelo INEA referente aos Postos de Combustível que possuem
suas áreas contaminadas, constam os seguintes estabelecimentos além daqueles
fornecidos pelo SMAC:
Tabela 1. Postos de Combustíveis com contaminação ou com suspeita de contaminação
n° Processo Classe Empresa Endereço Status
200528/03 Posto Garagem Barão de São Felix
Rua Barão de São Felix, 148 - Centro
ACI - presença de fase livre
203557/02 Posto Auto Serviço
Primeiro do Brasil Ltda
Praça Marechal Hermes, 80 - Santo
Cristo
AS - indício de contaminação
Sendo que:
AS: Área Suspeita de Contaminação – aquela em que, após a realização de uma avaliação
preliminar, forem observados indícios da presença de contaminação ou identificadas condições
que possam representar perigo.
ACI: Área Contaminada sob Intervenção - aquela em que for constatada a presença de
substâncias químicas em fase livre ou for comprovada, após investigação detalhada e
avaliação de risco, a existência de risco à saúde humana.
4.2.4.2.2.2 Indústrias e demais comércios
Verificou-se contaminação nos terrenos dos seguintes estabelecimentos localizados
na região da OUC, segundo o INEA:
Tabela 2. Indústrias e Garagens com contaminação ou com suspeita de contaminação
n° Processo Classe Empresa Endereço Status
203948/03 Indústria CEG Av. Pedro II, 68 - São Cristovão
ACI - presença de fase livre
203715/05 Indústria Instituto Nacional Traumatoortopedia
Av. Brasil, 500 - Caju
AS - indício de contaminação por ascarel
200205/05 Transportes Viação Cidade do Aço Ltda
R. Santo Cristo, 224 - Santo Cristo AMR
203222/03 Transportes Transportes São Silvestre S.A.
R. Rego Barros, 103 - Santo Cristo
AS - indício de contaminação
Sendo que:
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
206
AS: Área Suspeita de Contaminação – aquela em que, após a realização de uma avaliação
preliminar, forem observados indícios da presença de contaminação ou identificadas condições
que possam representar perigo.
ACI: Área Contaminada sob Intervenção - aquela em que for constatada a presença de
substâncias químicas em fase livre ou for comprovada, após investigação detalhada e
avaliação de risco, a existência de risco à saúde humana.
AMR: Área em Processo de Monitoramento para Reabilitação - aquela em que o risco for
considerado tolerável, após a execução de avaliação de risco.
Desta forma quatro estabelecimentos comerciais apresentaram indícios ou suspeita de
contaminação, além dos postos de combustíveis. Uma contaminação foi ocasionada
pela CEG, uma suspeita de contaminação foi localizada onde hoje está instalado o
Instituto Nacional de Traumatoortopedia e duas suspeitas de contaminação são
oriundas de empresas de transporte coletivo.
A CEG é a empresa responsável pelo gasômetro e a pluma de contaminação abrange
o próprio terreno da empresa, localizado na Av. Pedro II, em São Cristóvão. No
sudeste do terreno, foi implantado sistema de remediação desde agosto de 2004, do
tipo bioslurping e barreira hidráulica. Na porção nordeste do terreno, o sistema de
remediação utilizado foi a estação multifásica com bioslurping desde maio de 2006. O
processo de remediação ainda é realizado no local e não há previsão de conclusão do
mesmo.
Hoje, o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia se localiza onde ficava o
antigo prédio do Jornal do Brasil, na Avenida Brasil. Segundo o Ministério da Saúde,
atual proprietário do prédio, o vazamento ocorreu antes da desapropriação, em
outubro de 2004, quando o prédio foi invadido. A quantidade de ascarel armazenada
inadequadamente em caixas de contenção próximas a transformadores no andar
térreo do edifício foi, em 2005, de dois mil litros.
4.2.4.2.2.3 Mapeamento das Áreas Contaminadas
As áreas contaminadas, provenientes de atividades comerciais e industriais,
verificadas nos setores abrangidos pela OUC do Porto do Rio foram as seguintes:
SETOR A: Posto de Combustível Sacadura Cabral.
SETOR B: Chaminé Posto de Serviços LTDA, Auto Posto Santo Cristo.
SETOR C: Viação Cidade do Aço Ltda, Auto Serviço Primeiro do Brasil LTDA.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
207
SETOR D: Não foram verificadas contaminações neste setor.
SETOR E: Não foram verificadas contaminações neste setor.
SETOR F: Não foram verificadas contaminações neste setor.
SETOR G: Não foram verificadas contaminações neste setor.
SETOR H: Transportes São Silvestre S.A.
SETOR I: Garagem Barão de São Felix.
SETOR J: Não foram verificadas contaminações neste setor.
SETOR K: Não foram verificadas contaminações neste setor.
SETOR L: Não foram verificadas contaminações neste setor.
SETOR M: CEG, Posto de Gasolina Cordeiro LTDA.
SETOR N: Instituto Nacional de Traumatoortopedia.
A seguir, pode-se visualizar a área abrangida pela OUC do Porto do Rio e as áreas
com contaminação de origem comercial e industrial, abrangidas na mesma. Como se
pode perceber através do mapa, os postos de combustível são os principais focos de
contaminação no perímetro da Operação Urbana, também porque são os
empreendimentos nos quais a investigação por AC’s é mais frequente.
Nos setores ‘B’, ‘C’ e ‘M’ foi verificado maior número de áreas contaminadas (duas em
cada) quando comparados aos demais setores. Nos setores ‘D’, ‘E’, ‘F’, ‘G’, ‘J’, ‘K’, ‘L’
não foram verificadas áreas contaminadas.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
208
Legenda
Contaminação industrial Contaminação em transportadoras Contaminação em Postos de Combustível
A
K
L J
I
B
H
G
F
E
D M
N
C
Legenda
Contaminação industrial Contaminação em transportadoras Contaminação em Postos de Combustível
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
209
4.2.4.3. Contaminações provenientes do armazenamento incorreto de
matérias-primas e produtos
Como relatado no histórico de ocupação da região portuária, a construção do Porto do
Rio contou com o cais e com diversos armazéns localizados próximos ao mar. Nestes
armazéns, os mais diversos produtos já foram armazenados, provenientes de
importação ou aguardando embarque. Produtos com finalidade alimentícia,
siderúrgica, combustível, têxtil, mineral, enfim, elaborados para os mais diversos fins e
contendo as mais variadas substâncias químicas. Tudo indica que o armazenamento
destes produtos não foi realizado de forma cuidadosa, ou seja, de maneira a conter
possíveis vazamentos sem que os mesmos afetassem o solo e águas subterrâneas, já
que essa preocupação ambiental é relativamente recente.
Além disso, tubulações interligando indústrias e armazéns com a finalidade de
transporte de produtos também podem contribuir com a poluição e contaminação do
solo. Como exemplo de tubulação, pode-se mencionar o abastecimento do Armazém
08, atualmente realizado diretamente às instalações do Moinho Fluminense, localizado
na retro área do porto, através de uma instalação subterrânea (SEICOR, 2009).
Além disso, o histórico também relatou o armazenamento inadequado realizado nos
vários trapiches localizados na região portuária antes da existência do Porto do Rio.
Isso sugere um potencial risco de contaminação nas áreas próximas ao mar e nos
locais onde se situam os armazéns.
4.2.4.4 Contaminações oriundas de atividades portuárias
Diversas contaminações provocadas por instalações e embarcações afetaram a região
portuária e, de maneira geral, a Baía de Guanabara. Com a ocorrência de múltiplos
acidentes e episódios de poluição deste gênero, o Presidente Fernando Henrique, em
2000, sancionou a Lei n°9.996 que dispõe sobre prevenção, controle e fiscalização da
poluição causada por lançamento de óleos e outras substâncias nocivas ou perigosas
em águas, que se aplica em embarcações nacionais, portos organizados, instalações
portuárias, dutos, plataformas e suas instalações de apoio (COELHO, 2007).
O artigo sétimo da Lei menciona que portos organizados, instalações portuárias,
plataformas e suas instalações de apoio deverão dispor de planos de emergência
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
210
individuais para o combate à poluição por óleo e substâncias nocivas ou perigosas,
mediante aprovação do órgão ambiental competente. Para o atendimento deste artigo,
o CONAMA lançou a Resolução n°293, de 12 de dezembro de 2001, que dispõe e
orienta a elaboração do conteúdo mínimo de planos de emergência individual para
incidentes de poluição por óleo em portos organizados, instalações portuárias ou
terminais, dutos, plataformas e suas respectivas instalações de apoio.
Na região portuária da OUC, ocorreram diversos vazamentos de óleo, muitos sem a
origem da contaminação definida. Um exemplo disso ocorreu em 30 de janeiro de
1997, quando houve um vazamento de óleo no mar de origem não identificada, no
Cais do Porto. Segundo COELHO (2007), diversas podem ser as causas de
vazamento por óleo no mar, como falhas operacionais, rompimento de tubos e
válvulas, abalroamento de navios em pedras do fundo e as chamadas emissões
fugitivas dos sistemas de armazenamento e drenagem nos pátios de combustível.
Segundo NOGUEIRA et. al (2005), regiões portuárias, onde uma quantidade bastante
expressiva de hidrocarbonetos e seus derivados é manipulada, são caracterizadas
como zonas de maior risco potencial e de maior susceptibilidade ambiental. Portanto,
investigações ambientais com o intuito de se verificar a qualidade do solo nos locais
são de extrema importância na instalação de empreendimentos situados na região
portuária. Após instalação, o funcionamento dos futuros pólos industriais e urbanos
deve ser acompanhado e fiscalizado pelos órgãos governamentais responsáveis, além
de serem monitorados os compartimentos ambientais, a fim de se evitar possíveis
problemas de poluição e/ou contaminação de solos e água subterrânea. Desta forma,
pode-se concluir que toda a região adjacente ao porto apresenta potencial risco de
contaminação já existente.
Para a obtenção de informações sobre áreas contaminadas na região portuária foram
solicitadas informações à Companhia Docas do Rio de Janeiro. O único local
contaminado fornecido pelo órgão foi a área localizada entre o Armazém 8 e 9 e o
antigo Armazém Frigorífico do porto do Rio de Janeiro.
Em 2006, a firma Haztec Tecnologia de Planejamento Ambiental S.A iniciou serviços
de investigação ambiental na área do cais do porto do Rio de Janeiro, com o objetivo
de verificar, com base em uma planta da década de 1920, a existência de tubulações
subterrâneas pertencentes às antigas empresas Caloric Co., atualmente Esso
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
211
Brasileira de Petróleo Limitada e Anglo Mexican., atualmente Shell do Brasil Ltda. Os
serviços até então executados limitaram-se à detecção parcial do traçado das
tubulações. Ao longo do ano de 2008 as ações foram expandidas para um maior
detalhamento das informações, incluindo a abertura de novas cavas para avaliação
das tubulações (tamanho, profundidade, declividade e integridade), identificação das
extremidades dessas tubulações, confirmação de traçados em pontos de dúvida sobre
a existência de dutos, instalação de poços de monitoramento, com determinação da
profundidade do lençol freático, verificação da existência de fase livre sobrenadante ao
aqüífero freático.
A partir da delimitação da pluma de contaminação, foi iniciado um sistema de
remediação piloto onde se implantou um equipamento móvel para bombeamento e
remoção da fase livre no cais. Ao longo do ano de 2009, foram feitos bombeamentos
mecanizados de 6 a 9 poços por dia, extraindo-se um volume de 300 a 450 litros. A
partir do monitoramento dos poços foi possível recuperar produto em fase livre,
encaminhando o efluente do sistema de separação de água e óleo para a caixa
separadora.
Desde agosto de 2008 foram recuperados 373 litros de produto. Durante esse período
de execução dos serviços de remediação foram realizadas atividades de medição
diária do nível d’água e das espessuras da fase livre e medição da quantidade de
hidrocarbonetos recuperados. O monitoramento do sistema e o acompanhamento da
evolução das condições hidrogeológicas estão sendo realizados pela firma Haztec.
4.2.5 INTERVENÇÕES PROPOSTAS PELA OUC DO PORTO DO RIO
ASSOCIADAS AO USO DO SOLO
Entre as intervenções propostas relacionadas ao uso de solo, estão aquelas
relacionadas à construção de novos empreendimentos para uso comercial e
residencial, além de construção de equipamentos de infraestrutura urbana, tais como
equipamentos para drenagem, esgotamento, rede elétrica, rede de gás, rede de água
potável e vias para transporte. Estas intervenções afetarão o solo e as águas
subterrâneas e, portanto, a qualidade do solo é um fator importante a ser analisado.
Além disso, em muitos locais, haverá movimentação do solo, ou seja, solos de cortes
poderão ser utilizados posteriormente em solos de aterro, havendo transporte de
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
212
material e, possivelmente de contaminantes. Assim, áreas antes não contaminadas ou
que estavam contaminadas com determinadas substâncias, passam a receber
contaminantes de outra origem.
É importante mencionar que algumas áreas cujo zoneamento atual é de uso
comercial, o uso futuro será misto, o que significa que muitas pessoas irão morar em
terrenos anteriormente empregados para fins comerciais e que podem conter passivos
ambientais.
Com a OUC, haverá o aumento de esgoto e resíduos com o aumento do adensamento
na área da Operação. Porém, com isso, haverá também uma reestruturação do
sistema de esgotamento, que será conectado com a ETE Alegria através do coletor
tronco da av. Rodrigues Alves. A implantação de Unidades de Tratamento de
Resíduos, também está prevista em três pontos: Canal do Mangue, Rio Comprido e
Rio Maracanã. A Operação também prevê um Plano de Gerenciamento de Resíduos,
contemplando a coleta, transporte e destinação final de resíduos.
Tendo analisado as intervenções propostas pela OUC do Porto do Rio referentes ao
uso do solo e à áreas contaminadas, torna-se necessário o estudo dos impactos
ambientais e a mitigação dos mesmos, quando necessário.
4.2.6 IMPACTOS PREVISTOS – SITUAÇÃO FUTURA
A seguir, são apresentados os possíveis impactos ocasionados pela OUC da Região
do Porto do Rio referentes às áreas contaminadas.
4.2.6.1 Existência de Possíveis Áreas Contaminadas – Fase de
Planejamento
Anteriormente à fase de instalação, a existência de possíveis áreas contaminadas
resultantes de atividades passadas podem inviabilizar a execução de projetos na área
diretamente atingida.
Em locais onde o solo e águas subterrâneas estejam contaminados, a implantação de
empreendimentos e a movimentação do solo podem futuramente afetar a saúde de
trabalhadores nas obras e, posteriormente, dos futuros ocupantes dos imóveis. Com a
existência destes riscos, as licenças ambientais para a instalação dos
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
213
empreendimentos poderão não ser emitidas pelos órgãos ambientais competentes e
os projetos poderão ser inviabilizados.
4.2.6.2 Existência de Áreas Contaminadas – Fase de Instalação
Após a identificação de áreas contaminadas situadas na área diretamente afetada, a
demora no processo de diagnóstico da contaminação na área poderá atrasar a
emissão de Licenças de Instalação dos empreendimentos e, com isso, até inviabilizar
a implantação dos mesmos. Também o processo de remediação poderá ser lento, o
que poderá implicar em postergar projetos de implantação, sendo necessário esperar
um prazo maior para a recuperação total da área.
4.2.6.3 Movimentação e Remoção de Solo Contaminado na OUC – Fase de
Instalação
O solo da região da OUC poderá ser movimentado nas operações de corte e aterro na
Fase de Instalação, o que poderá acarretar na volatilização de contaminantes e risco à
saúde dos trabalhadores envolvidos nas obras. Além disso, com a remoção de solos
de uma área para outra, contaminantes poderão ser disseminados e até mesmo
misturados com outros contaminantes, afetando a saúde de pessoas.
4.2.6.4 Contaminação do solo e da água por lançamento de combustíveis,
óleos, graxas e outros produtos de manutenção de veículos e maquinário – Fase
de Instalação
Podem ocorrer impactos decorrentes do descarte ou lançamento acidental de
combustíveis, resíduos oleosos e de graxas provenientes de veículos e máquinas na
Fase de Instalação. Estes elementos podem contaminar a área diretamente afetada,
principalmente em relação ao solo e à água. Também pode haver contaminação
resultante do escoamento da água utilizada para lavagem de veículos e de
equipamentos.
4.2.6.5 Contaminação de solo, subsolo e águas subterrâneas devido à
disposição inadequada de resíduos de construção civil, perigosos e não-
perigosos, além dos resíduos domésticos – Fase de Instalação
Toda obra civil notoriamente produz resíduos, desde pranchas e travessas de madeira
para caixas, até entulhos de concreto, pedaços de cerâmica e tijolos, dentre outros
resíduos típicos. Da mesma forma, são esperados resíduos classificados como Classe
1 – Perigosos, representados por estopas, latas de tinta e solvente, e Classe 2 – Não
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
214
Perigosos, que congrega um grupo numeroso de resíduos. A primeira categoria de
materiais, além das restrições impostas pela legislação vigente, representa importante
vetor na geração de impacto, sobretudo no que diz respeito ao solo e à água.
A manutenção de espaços de convívio (refeitórios, áreas de descanso, etc.) na Fase
de Instalação pressupõe a geração de resíduos tipicamente domésticos, formados por
sobras de comida, embalagens de alimentos e vasilhames de bebidas.
4.2.6.6 Contaminação de solo e de corpos hídricos devido ao lançamento
acidental de combustíveis e lubrificantes – Fase de Operação
A movimentação e manutenção de automóveis utilizados na Fase de Operação pelos
empreendedores exigirá o constante abastecimento com suprimentos, gasolina, óleo
diesel e óleo lubrificante. O lançamento deste tipo de material no solo ou nos corpos
hídricos representa um impacto de grande magnitude, em vista do alcance (área
diretamente e indiretamente afetada) e da severidade que pode apresentar.
4.2.6.7 Melhora no sistema de esgotamento sanitário e na coleta de
resíduos – Fase de Operação
Com as intervenções propostas para o sistema de esgotamento sanitário, a qualidade
do efluente despejado na Baía de Guanabara sofrerá uma melhora significativa apesar
do aumento do adensamento populacional, uma vez que serão instaladas estações de
tratamento, infraestrutura extremamente necessária e inexistente atualmente. Com a
melhora das redes de esgoto e da qualidade das águas, haverá menos contaminação
de efluentes no solo e nas águas, sendo este um impacto positivo sobre a área
abrangida pela Operação.
Também as melhoras propostas no Plano de Gerenciamento de Resíduos contribuirá
com a diminuição da contaminação do solo e águas. Entre as intervenções, estão a
coleta seletiva e transporte de resíduos, serviços de limpeza e varrição, lavagens
programadas e destinação final para aterros de inertes, aterros sanitários, centros de
triagem/reciclagem, usinas de compostagem, etc. É importante mencionar que o Plano
visa atender toda a área de abrangência da Operação, incluindo as favelas e regiões
de difícil acesso, ou comércios cuja periodicidade é irregular, como as feiras livres.
4.2.6.8 Contaminação de corpos hídricos e solo devido à disposição
inadequada de resíduos domésticos e industriais – Fase de Operação
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
215
Tal como na Fase de Implantação, na Fase de Operação ocorrerá a geração de
resíduos sólidos tipicamente domiciliares, como sobras de comida, materiais
recicláveis de todas as naturezas, mas também elementos contaminados e outros
tipos distintos.
4.2.6.9 Substituição de áreas de uso industrial para áreas de uso
comercial e uso residencial – Fase de Operação
Atualmente, áreas que possuem uso industrial passarão a ser de uso misto (comercial
e residencial) com a implantação da OUC do Porto do Rio. Isso permitirá uma melhoria
na qualidade do solo, que é menos impactado com as atividades comerciais e
residenciais do que com as atividades industriais.
4.2.6.10 Utilização de áreas atualmente não utilizadas por áreas
potencialmente contaminadoras – Fase de Operação
Com a implantação de diversos empreendimentos com potencial de contaminação em
áreas hoje não utilizadas, aumentará o risco do solo do local ser impactado por
contaminantes provenientes das novas atividades exercidas. Considera-se, no
entanto, este impacto pouco significante, uma vez que muitos locais onde hoje são ou
foram exercidas atividades potencialmente poluidoras, passarão a receber usos
comerciais ou residenciais, que são menos impactantes (conforme subitem 6.9).
4.2.7. MITIGAÇÃO DOS IMPACTOS
A seguir, estão listadas as medidas mitigadoras para os possíveis impactos referentes
às áreas contaminadas, ou seja, as medidas que são capazes de diminuir os impactos
negativos e suas gravidades.
4.2.7.1 Existência de Possíveis Áreas Contaminadas – Fase de
Planejamento
De acordo com o estudo realizado acima, deverá ser verificado na Fase de
Planejamento se a área de implantação dos empreendimentos estão inseridas em
local contaminado ou potencialmente contaminado. Nas áreas que estiverem,
investigações mais detalhadas deverão ser realizadas, confirmando a existência de
passivos ambientais ou a eficácia da remediação, caso a mesma já esteja sendo
realizada. De acordo com a Resolução CONAMA n°420/2009, em seu Artigo 33, para
fins de reabilitação da área contaminada, o proprietário informará o uso pretendido à
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
216
autoridade competente que decidirá sobre sua viabilidade ambiental, com fundamento
na legislação vigente, no diagnóstico da área, na avaliação de risco, nas ações de
intervenção propostas e no zoneamento do uso do solo.
Com a investigação confirmatória, será possível planejar o uso ou a forma de
remediação das áreas a serem utilizadas, seja para fins comerciais ou residenciais.
4.2.7.2 Existência de Áreas Contaminadas – Fase de Instalação
Na Fase de Instalação, deverá ser realizado o diagnóstico da contaminação daquelas
áreas onde há presença de contaminantes (através de análise em campo, com a
instalação de poços de monitoramento e amostragem de solo e águas subterrâneas).
Desta forma, será possível determinar a área de abrangência da pluma de
contaminação e poderá (ão) ser adotado(s) o(s) melhor (es) método(s) de remediação
para a descontaminação e viabilização da área.
Segundo a Resolução CONAMA n°420/ 2009, estas etapas constituem as fases de
diagnóstico e intervenção, realizadas após a fase de investigação:
“Art. 23:
... II - Diagnóstico: etapa que inclui a investigação detalhada e avaliação de risco, as
expensas do responsável, segundo as normas técnicas ou procedimentos vigentes,
com objetivo de subsidiar a etapa de intervenção, após a investigação confirmatória
que tenha identificado substâncias químicas em concentrações acima do valor de
investigação.
III - Intervenção: etapa de execução de ações de controle para a eliminação do perigo
ou redução, a níveis toleráveis, dos riscos identificados na etapa de diagnóstico, bem
como o monitoramento da eficácia das ações executadas, considerando o uso atual e
futuro da área, segundo as normas técnicas ou procedimentos vigentes.”
Quanto antes for realizado o diagnóstico, antes as medidas de remediação poderão
ser adotadas e antes as Licenças Ambientais das áreas poderão ser emitidas para que
o empreendimento seja implantado. Diversas medidas de remediação deverão ser
consideradas com auxílio de empresas e profissionais especializados, de forma que os
métodos mais rápidos e viáveis economicamente sejam priorizados.
4.2.7.3 Movimentação e Remoção de Solo Contaminado na OUC - Fase de
Instalação
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
217
Para evitar que solos contaminados sejam removidos inadequadamente, a
substituição de materiais selecionados deve ser feita por outros nunca de qualidade
inferior, podendo somente ser processado após prévia autorização da fiscalização.
Além disso, sempre deverão ser feitas análises comprobatórias de presença de
contaminantes em um terreno onde haverá a movimentação ou corte de solo, mesmo
que nesta área não seja construído nenhum empreendimento. Desta forma, evitar-se-á
ocasionais problemas com a dispersão de contaminantes e saúde de trabalhadores
nas obras.
4.2.7.4 Contaminação do solo e da água por lançamento de combustíveis,
óleos, graxas e outros produtos de manutenção de veículos e maquinário - Fase
de Instalação
Para evitar o escoamento de resíduos contaminantes para o solo e água subterrânea,
deverá ser feita a impermeabilização das áreas de estacionamento, manutenção, e
lavagem, as quais deverão ser dotadas de sistema de drenagem com caixa
separadora areia-óleo-água. Além disso, deverá ser priorizada a manutenção de
veículos em locais apropriados, fora do canteiro de obras e, quando não for possível,
adotar todos os meios para prevenção deste tipo de lançamento.
Deverá ser implantado plano de manutenção preventiva periódica, com a gestão do
processo e a capacitação do pessoal envolvido. Os operadores de máquinas e
equipamentos deverão ser capacitados para a detecção de problemas de operação,
evitando o agravamento do impacto, quando acidental.
4.2.7.5 Contaminação de solo, subsolo e águas subterrâneas devido à
disposição inadequada de resíduos de construção civil, perigosos e não-
perigosos, além dos resíduos domésticos - Fase de Instalação
Dentre as intervenções propostas, foi elaborado um Plano de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos desenvolvido especificamente para a OUC do Porto do Rio. Este
plano contempla aspectos relacionados a coleta, transporte, reciclagem e a destinação
final de resíduos e deverá ser implantado já na Fase de Instalação do
Empreendimento.
Deverão ser apontadas as formas adequadas de acondicionamento a cada caso, bem
como os critérios de seleção de transportadores para a movimentação e disposição
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
218
final dos resíduos a serem gerados, evitando assim a contaminação de solos e águas
pelo armazenamento inadequado de resíduos.
4.2.7.6 Contaminação de solo e de corpos hídricos devido ao lançamento
acidental de combustíveis e lubrificantes – Fase de Operação
O Programa de Manutenção Preventiva periódica iniciado na fase de Instalação
deverá ser mantido pelos empreendedores. A manutenção dos veículos deverá ser
realizada sempre em local impermeável, que possua sistema de contenção em caso
de vazamentos. Também deverão ser elaborados Planos Emergenciais em caso de
vazamentos acidentais.
4.2.7.7 Melhora no sistema de esgotamento sanitário e na coleta de
resíduos
Por tratar-se de um impacto positivo, não há mitigação do mesmo.
4.2.7.8 Contaminação de corpos hídricos e solo devido à disposição
inadequada de resíduos domésticos e industriais – Fase de Operação
Já está previsto um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, que deverá ser
implantado já na Fase de Instalação e deverá contar com o aumento de resíduos
provenientes da construção civil, adequando sua estrutura para atender o aumento da
demanda de coleta, transporte e disposição de resíduos.
4.2.7.9 Substituição de áreas de uso industrial para áreas de uso
comercial e uso residencial – Fase de Operação
Por tratar-se de um impacto positivo, não há mitigação do mesmo.
4.2.7.10 Utilização de áreas atualmente não utilizadas por áreas
potencialmente contaminadoras – Fase de Operação
Com a exigência das licenças ambientais pelos Órgãos Competentes, a existência de
possíveis passivos ambientais passa a ser fiscalizada e monitorada, o que não era
realizado até pouco tempo atrás. Portanto, as medidas mitigadoras deste subitem são
de responsabilidade dos Órgãos Ambientais, que devem fiscalizar os
empreendimentos que possuem potencial de contaminação.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
219
4.2.8 CONCLUSÕES
A partir do histórico industrial da região e das áreas atualmente contaminadas e
potencialmente contaminadas, pode-se concluir que há riscos de contaminação em
algumas áreas definidas no perímetro da Operação Urbana.
Como apresentado no presente estudo, há alguns locais no perímetro da Operação
Urbana que apresentam contaminação ou indícios da mesma, o que potencializa os
riscos de plumas de contaminantes se dispersarem na área. No total, foram
contabilizadas dez áreas contaminadas na área da OUC do Porto do Rio, sendo que
seis áreas são correspondentes a Postos de Combustível, duas são empresas de
transporte e duas são contaminações industriais. Se comparada à área total da OUC
do Porto do Rio, a quantidade de áreas contaminadas é pequena. No entanto, isso
não significa que não haja o risco de mais áreas estarem contaminadas na região e
sim que futuramente mais investigações de passivos deverão ser realizadas, em
especial nos locais onde atividades potencialmente poluidoras são executas e haja
indícios de contaminação.
Além dessas áreas onde já houve avaliação preliminar e/ou comprobatória, outras
áreas na região apresentam alto potencial de contaminação. Como a região fora
ocupada por indústrias e diversos estabelecimentos (trapiches, armazéns, comércios
de variados tipos, indústrias, depósitos, mercados) em um passado não muito
longínquo, há possibilidade de haver passivos ambientais decorrentes dessas
atividades. Estes passivos devem ter sido ocasionados pela falta de cuidado na
manipulação, armazenamento e transporte de mercadorias, o que pode ter afetado a
qualidade de solo e águas.
Atualmente, existe um número bastante expressivo de atividades comerciais e
industriais na região que tem potencial poluidor, havendo ainda risco de contaminação
no local. Desta forma, atenção especial deverá ser dada caso esses locais venham a
ser utilizados na OUC do Porto do Rio.
A falta de esgotamento sanitário e a má disposição de resíduos em regiões habitadas
menos favorecidas, são outros fatores que influenciam no risco de contaminação de
solos e águas da região, tanto no passado, quanto no presente. No futuro, através das
intervenções propostas pela OUC da Região do Porto do Rio, o sistema de rede de
esgoto e de gerenciamento de resíduos sofrerá uma significativa melhora, seja pela
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
220
construção de novas redes e de estações de tratamento de esgotos, seja pelo Plano
de Gerenciamento de Resíduos Sólidos proposto. Com isso, o risco de contaminação
oriunda de esgoto e de resíduos irá diminuir significativamente, mesmo havendo
aumento populacional.
Assim, o conjunto das atividades passadas e atuais na região, além da intensa
atividade portuária realizada na área da Operação, poderia representar um risco ao
empreendedor que adquirir um terreno no local.
Portanto, tendo em vista os riscos de passivos ambientais existentes na região,
recomenda-se sempre que forem constatados indícios de contaminação, a realização
de Avaliação Preliminar – Fase I e, caso os resultados dessa avaliaçãor classifiquem a
área como suspeita de contaminação, deverá ser realizada a Investigação
Confirmatória – Fase II, assim como nos locais onde o solo será removido ou
movimentado. Através da investigação confirmatória, o futuro proprietário e os órgãos
ambientais pertinentes poderão saber se o terreno está ou não contaminado e, caso
esteja, quais as medidas remediadoras deverão ser executadas para a viabilização
ambiental do terreno.
Caso a atividade a ser desenvolvida no local possua potencial de contaminação, a
Resolução CONAMA n°420/2009 determinou que:
“Art. 14. Com vista à prevenção e controle da qualidade do solo, os empreendimentos
que desenvolvem atividades com potencial de contaminação dos solos e águas
subterrâneas deverão, a critério do órgão ambiental competente:
I - implantar programa de monitoramento de qualidade do solo e das águas
subterrâneas na área do empreendimento e, quando necessário, na sua área de
influência direta e nas águas superficiais; e
II - apresentar relatório técnico conclusivo sobre a qualidade do solo e das águas
subterrâneas, a cada solicitação de renovação de licença e previamente ao
encerramento das atividades.”
Mesmo após investigar os passivos ambientais existentes na área e remediá-los se
necessário, o empreendedor deverá adotar medidas de monitoramento do solo e
águas subterrâneas ao solicitar suas licenças ambientais, quando a atividade a ser
realizada no local for potencialmente contaminadora e quando solicitado pelo Órgão
Ambiental.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V Situação Atual e Futura
221
É importante lembrar que a geologia da área é bastante heterogênea, seja nos locais
de aterro, seja nas áreas sedimentares, ou nas áreas montanhosas (ver item de
Geologia deste estudo). Especialmente nas áreas aterradas, há locais com areia,
blocos de rocha e entulho, o que faz com que cada local tenha características próprias
e, consequentemente, a percolação do contaminante também será diferente em cada
local. Com isso, estudos geoambientais deverão fazer parte da investigação
comprobatória de contaminação. Atenção especial deverá ser dada nos locais onde o
sedimento é mais arenoso e na porção Oeste do perímetro da OUC (próxima ao Canal
do Mangue), onde o lençol freático é mais raso e, por isso, os contaminantes poderiam
se dispersar mais rapidamente por áreas maiores.
Os impactos provocados no solo e nas águas subterrâneas ocasionados pelas obras
civis e manutenção de veículos e maquinário utilizados nas obras durante a Fase de
Instalação e de Operação poderão ser atenuados, caso as medidas mitigadoras sejam
executadas.
Cabe ressaltar que a valorização econômica da região tornará os processos de
investigação confirmatória, remediação e monitoramento, quando cabíveis, viáveis
para os empreendimentos, considerando o potencial econômico futuro do
empreendimento a ser construído.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
222
5. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
5.1 INTRODUÇÃO E OBJETIVOS 5.1.1 - A Estrutura Urbana Existente A configuração do espaço urbano decorre de múltiplos fatores: a forma e as tipologias de
ocupação e uso do solo urbano, e a ocupação espontânea, influenciadas pelo mercado
imobiliário, pelo sistema viário e transportes, pela topografia, pela hidrografia, pela
disponibilidade de redes de infraestrutura, equipamentos e serviços.
A legislação que referencia a construção da cidade “legal”, produzida nos últimos 30 anos,
sofreu diversas alterações e especificações dadas por demandas do mercado imobiliário e
dos moradores dos bairros.
A necessidade de orientar o crescimento e gerir a cidade, preocupando-se com os
problemas ambientais, habitacionais, viários e de infraestrutura, de forma integrada e mais
flexível, é cada vez mais urgente, para a melhoria da qualidade de vida do centro urbano.
A legislação urbana federal (Estatuto da Cidade) e municipal (Plano Diretor Estratégico entre
outras leis) oferecem opções de intervenções urbanas que visam a inclusão social das
camadas menos favorecidas.
As necessidades, no perímetro da Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do
Rio de Janeiro não são diferentes. Trata-se de área com diversidades sociais e de
implantação urbanística, coexistitndo simultaneamente favelas e bairros consolidados, áreas
de risco e praças arborizadas, ruas com esgoto canalizados e noutras a céu aberto.
A Área Portuária caracteriza-se por uma diversidade tipológica, sendo esta possibilitada pelo
próprio histórico da evolução urbana da região. Residências, trapiches e armazéns dividem
o espaço, denunciando as diferenças no parcelamento urbano. Nos morros que pontuam a
paisagem portuária, este parcelamento possui características da ocupação colonial: lotes
estreitos e profundos com o casario seguindo o alinhamento da via, em sua maioria
contando com um ou dois pavimentos. Na parte baixa da região, resultante da conquista do
espaço por meio de aterros (realizados entre os anos 1903-10101), quadras possuem lotes
de maiores dimensões, na sua maioria ocupada por galpões.
1 ANDREATTA, Verena. Atlasandreatta: Atlas dos planos urbanísticos do Rio de Janeiro de Beaurepaire-Rohan ao Plano Estratégico. Rio de Janeiro: Vivercidades, 2008.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
223
A estrutura viária, que irriga toda a região, também se desenvolve a partir dessa diferença
entre aterro e morro. No aterro, o sistema viário é reticulado, contendo hierarquias que se
refletem na largura das vias. Já nos morros, as vias são estreitas e sinuosas. Dos morros
existentes na área, apenas um – o Morro da Providencia, possui um parcelamento irregular,
resultando em quadras mais densas, com grande quantidade de vielas não carroçáveis.
Do ponto de vista da legislação, a área delimitada como objeto de intervenção da Operação
Urbana Consorciada Porto Maravilha, encontra-se inserida na Área de Planejamento 12
(AP1), compreendendo as Regiões Administrativas I, II, III e VII. Os bairros onde serão
realizadas intervenções são Saúde, Santo Cristo, Gamboa e parte do Caju, Centro, Rio
Comprido e São Cristóvão.
A seguir são apresentadas, por cada setor proposto pela Operação Urbana, as
características principais relacionadas ao ambiente urbano, divididas pelas seguintes
temáticas: sítio, uso e ocupação do solo, estrutura viária e de transportes e tipologia das
edificações. Como suporte para as informações dadas a seguir, é importante recorrer aos
mapas e ao conjunto de legislações, anexos a este relatório3.
5.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A Operação Urbana é um instrumento de intervenção na cidade que objetiva a melhoria do
padrão de urbanização de uma determinada área. Trata-se de um sistema de captação de
recursos onde pode haver a cooperação entre o poder público municipal e a iniciativa
privada.
A Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio pretende atrair investimentos
para novas unidades residenciais, comerciais e de serviços, sedes de empresas,
estabelecimentos hoteleiros, equipamentos culturais e de lazer, especialmente para Zona
Portuária. Assim, a economia local seria fomentada através de financiamentos em diversas
escalas.
Assim, será incentivado o máximo aproveitamento comercial e habitacional dos terrenos já
existentes, através de novos zoneamentos, gabaritos, parâmetros edilícios, IAT e densidade
habitacional existente. Isto potencializará as atividades a serem realizadas nestes locais, o
que significa mais giro de capital e maior dinamismo dos negócios na região.
2 Lei Complementar nº 16 de 04 de junho de 1992. 3 Decreto nº 322 de 3 de março de 1976 – Zoneamento; Decreto n.º 7351 de 14 de janeiro de 1988 - Regulamenta a Área de Proteção Ambiental em parte dos em parte dos bairros da Saúde, Santo Cristo, Gamboa e Centro; Portaria nº 2 do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional; Lei Complementar N° 73 de 27 de Julho de 2004.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
224
5.3 SITUAÇÃO ATUAL Área diretamente Afetada Setor A
• Sítio:
Área plana, resultante de aterro, situada entre o Morro da Conceição e a Baía de
Guanabara. Constitui-se de área densamente construída, dispondo como vazios apenas as
praças. Massas arbóreas significativas estão presentes apenas nas praças e em algumas
ruas, sendo estas: Rua Souza e Silva, Avenida Venezuela e Rua Edgard Gordilho.
• Uso e Ocupação do Solo:
O uso predominante é o de edifícios de escritórios, tanto de instituições públicas quanto
privadas. Dois edifícios educacionais estão localizados neste setor: Escola Municipal
Vicente Licídio Cardoso, que atende aos alunos do quarto ao nono ano do ensino
fundamental; e a Fundação Darcy Vargas, que tem como proposta a complementação da
formação educacional de adolescentes com idade entre 11 e 18 anos. Há três edificações
voltadas para o atendimento à saúde: o Hospital Pró-Matre, especializado em partos; o
Hospital dos Servidores Públicos, direcionado ao atendimento em diversas especialidades; e
o Centro Psiquiátrico do Estado do Rio de Janeiro, voltado para a saúde mental. Encontram-
se neste setor, ainda, alguns armazéns do Cais do Porto e galpões industriais. O uso
residencial multifamiliar também é presente nesta área, principalmente em sobrados. Alguns
edifícios foram invadidos por famílias, que ao torná-los habitação, ratificam a vocação
residencial da área.
Existem três praças no setor A: Praça Mauá, a Praça Jornal do Comércio e a Praça Coronel
Assunção. A primeira é caracterizada por ser de passagem de pedestres, havendo pouco
mobiliário urbano, e uma estátua, sobre uma coluna, de Irineu Evangelista, conhecido como
Barão de Mauá. Possui uma área considerável em relação às demais praças do setor. A
Praça do Jornal do Comércio é a menor dentre as praças deste setor. Também possui
pouco mobiliário, sendo os existentes, em sua maioria, abrigos de ônibus. Já a Praça
Coronel Assunção caracteriza-se por ser uma praça de permanência, havendo quadra de
esportes e equipamentos para o lazer infantil. Bancos e arborização tornam essa praça um
bom lugar para o estar.
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225
Foto 1: Praça Mauá, 2009. Foto 2: Praça Coronel Assunção, 2009.
A área possui três zonas urbanísticas:
o Área Central 2 (AC 2);
o Zona Portuária (ZP);
o Zona Residencial 5 (ZR 5).
Como Centro de Bairro 1A (CB1A), tem-se a Rua do Livramento. Já o Centro de Bairro 1B
(CB1B), é constituído pela Rua Sacadura Cabral e pela Avenida Barão de Tefé. No Quadro
1, do decreto Nº 322, de 03 de março de 1976, podemos encontrar os usos permitidos para
cada uma das zonas descritas acima.
Uma consideração importante relativa ao uso do solo neste setor é o fato da maioria do seu
território ser uma ZP. Nesta zona, os usos admitidos são em sua maioria relativas à
armazenagem, indústrias, locais para a venda de equipamentos, e pequenos serviços como
estofamento, marcenaria e carpintaria. Poucos são os usos comerciais considerados
adequados. São considerados apenas tolerados os usos residenciais e educacionais, bem
como os voltados para as atividades artísticas. Já na AC 2, que configura a menor porção
do Setor A, são permitidos quase todos os usos comerciais. Pelo decreto n. 322, o uso
residencial não é considerado nem adequado, nem tolerado nesta zona. No entanto o
Decreto n.º 23.226 de 30 de julho de 2003, versa sobre o estímulo à habitação tanto na Área
Centra, quanto na Zona Portuária. O uso residencial fica assegurado, ainda, na ZR-5, que
neste setor constitui dois trechos adjacentes ao Morro do Livramento.
Neste setor, o Índice de Aproveitamento do Terreno (IAT) atual é de 5,0, e a taxa de
ocupação é de 70%. Na maior parte da área, de acordo com o decreto 322, encontra-se
determinada como a altura máxima 23,0m. Dois instrumentos de preservação determinam a
altura máxima das edificações para duas áreas deste setor. Para as quadras situadas entre
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
226
as Ruas Sacadura Cabral, Coelho Castro, Edgard Gordilho e Avenida Barão de Tefé, é
definido o gabarito máximo de dois pavimentos para as edificações. Este parâmetro é
definido pela Portaria nº 2 do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Já o Decreto que rege a Área de Proteção Ambiental e Cultural em parte dos em parte dos
bairros da Saúde, Santo Cristo, Gamboa e Centro (APAC SAGAS), determina que o entorno
da Praça Coronel Assunção deve ser ocupado por edificações com no máximo 11,0m de
altura.
• Estrutura Viária e de Transportes:
O sistema viário deste setor vale-se de seu parcelamento urbano, que consiste em uma
malha reticulada cujas vias possuem largura variável em função da hierarquia viária.
Algumas das vias são importantes eixos de integração com o Centro da cidade, tais como
as Avenidas Rodrigues Alves e Venezuela. A primeira conduz o tráfego viário nos dois
sentidos, enquanto a outra conduz, apenas, em direção ao Centro. Estas são as vias onde
circula a maior parte dos ônibus. Outras ruas, tais como Edgard Gordilho, Barão de Tefé e
Silvino Montenegro são vias importantes no direcionamento do fluxo para o interior do setor,
em direção à Avenida Presidente Vargas.
As vias servidas por linhas de ônibus são: Avenidas Rodrigues Alves, Venezuela e Barão de
Tefé; e Ruas Silvino Montenegro, Antônio Lage, Silva e Souza; Edgard Gordilho e Sacadura
Cabral.
Neste setor localiza-se o Terminal Rodoviário Mariano Procópio, que atende principalmente
às linhas de ônibus intermunicipais. Outro terminal localizado neste setor é o Terminal de
marítimo de passageiros, Píer Mauá, que tem sedo utilizado principalmente para o turismo.
Além da malha viária, há uma via de trem, sem uso atualmente, que passa entre os galpões
localizados entre a Avenida Rodrigues Alves e a Avenida Venezuela.
• Tipologia das edificações:
Este setor tem como tipologia predominante edifícios de variados pavimentos, em sua
maioria de uso institucional. Nas quadras entre as Ruas Coelho e Castro e Sacadura Cabral,
encontram-se edificações mais antigas, com um conjunto de casas implantadas em lotes
tipicamente coloniais, apresentando ornamentos característicos do estilo eclético. Ao todo
são 21 imóveis tombados pelo Estado e pelo Município neste setor, e 27 imóveis
preservados de acordo com o decreto que estabelece a APAC SAGAS.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
227
Foto 3: Edifícios na Rua Coelho e Castro Foto 4: Galpões na Avenida Venezuela.
Setor B
• Sítio:
O setor B possui as mesmas características de parcelamento do setor anterior, pois também
é área remanescente do mesmo aterro. No entanto, há nele uma pequena elevação, que se
constitui no Morro da Gamboa. A cota máxima deste morro é de 20,0m acima do nível do
mar. Suas quadras possuem desenho irregular. Até pouco tempo esse setor possuía um
grande terreno vazio, onde atualmente se encontra a Cidade do Samba. Ainda assim, há
uma grande quantidade de terrenos não ocupados nesse setor.
• Uso e Ocupação do Solo:
Neste setor encontram-se em equilíbrio usos residenciais, comerciais e institucionais.
Existem, em pequeno número, edificações destinadas ao uso industrial. Não há edifícios
destinados à função educacional. Contudo, a Cidade do Samba pode representar um
potencial para o desenvolvimento do turismo e da cultura. Um equipamento público de
grande importância é o Hospital da Gamboa localizado no alto do morro de mesmo nome.
Cabe ressaltar que a construção recente de um conjunto residencial no alto do Morro da
Saúde, voltado para a habitação multifamiliar foi uma importante ação de parceria entre o
poder público e a iniciativa privada, com o objetivo de se incentivar a vocação habitacional
da Área Portuária. A habitação neste conjunto foi tão bem aceita, que neste ano ele sofre
acréscimo de edifícios, aumentando assim, o número de unidades habitacionais ofertadas.
Embora exista uma única praça neste setor, o Largo José Francisco Fraga, ele se beneficia
de duas áreas de lazer localizadas em setores vizinhos: a Praça Coronel Assunção (setor A)
e a Vila Olímpica da Gamboa (Setor G). O referido largo confere à paisagem qualidade
bucólica, tendo em vista que é bem arborizado e margeado por casas baixas que despejam
sobre ele portas e janelas.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
228
Foto 5: Largo José Francisco Fraga
O decreto que regula o zoneamento da cidade do Rio de Janeiro estabelece duas zonas
para este setor:
o Zona Portuária (ZP)
o Zona Residencial 5 (ZR-5)
As dimensões de ambas zonas encontram-se em equilíbrio, sendo a ZP ligeiramente maior.
Assim, a ocupação atual encontra-se adequada com relação à legislação. Os usos
admitidos na ZP são, em sua maioria, relativas à armazenagem, indústrias, locais para a
venda de equipamentos, e pequenos serviços como estofamento, marcenaria e carpintaria.
Muitos dos seguimentos do uso comercial não são considerados adequados. São
considerados apenas tolerados os usos residenciais e educacionais, bem como os voltados
para as atividades artísticas. O Decreto n.º 23.226 de 30 de julho de 2003, contudo, tem
como base, estímulo à habitação na Zona Portuária. Já o uso residencial, é adequado na
ZR-5.
Neste setor, o Índice de Aproveitamento do Terreno (IAT) atual é de 5,0, e a taxa de
ocupação de 70%. Na parte da área, relativa à ZP estima-se que a altura máxima deva ser
de 23,0m4. O decreto que regulamenta a Área de Proteção Ambiental (APA) em parte dos
bairros da Saúde, Santo Cristo, Gamboa e Centro.(SAGAS) engloba boa parte deste setor.
Fica por este decreto estabelecido como altura máxima para as edificações localizadas no
alto do morro da saúde, que fica nos fundos da Igreja da Saúde, de 4,50 m. Este decreto
estabelece, ainda, que o gabarito do Morro da Gamboa e de seu entorno, bem como no
entorno do Morro da Saúde, deve respeitar a altura máxima de 11,0m.
• Estrutura Viária e de Transportes: 4 Decreto n.º 23.226 de 30 de julho de 2003.
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229
A estrutura viária deste setor acompanha a irregularidade das quadras. Assim, são poucas
as vias que estabelecem entre elas relações de ortogonalidade. As vias localizadas no
Morro da Gamboa se caracterizam por serem estreitas e em aclive. No Morro da Saúde a
mesma situação se repete. As ruas servidas por ônibus são: Rua Silvino Montenegro, Rua
Rivadávia Correia, Rua da Gamboa, Avenida Rodrigues Alves e Avenida Professor Pereira
Reis.
• Tipologia das edificações:
O tipo das edificações deste setor se difere no que diz respeito à ocupação dos morros e da
parte baixa. Nos morros, essa tipologia se caracteriza pela forma de ocupação do período
colonial, ou seja, casario baixo, de no máximo dois pavimentos, ocupando todo o lote.
Frequentes são as fachadas com ornamento em gesso ou revestidas com azulejos
coloridos. O casario que corre ao longo das vias pavimentadas em paralelepípedos confere
à paisagem ares coloniais, de qualidade ímpar, de importância histórica.
Foto 6: Casario da Rua Comendador
Leonardo - Morro da Gamboa
Foto 7: Casario na Rua Santo Cristo
Na parte baixa, este setor guarda ainda exemplares do casario antigo, principalmente ao
longo das Ruas Barão da Gamboa, Gamboa, e União, e especialmente ladeando o Largo
José Francisco Fraga. Ainda na parte baixa encontram-se galpões, incluídos os construídos
para constituírem a Cidade do Samba, e muitos terrenos vazios.
São ao todo quatro imóveis tombados pelos níveis municipal e federal. A APAC SAGAS tem
como preservados 90 imóveis nesse setor.
Setor C
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
230
• Sítio:
O Setor C está todo compreendido na parte plana da Área Portuária. Esta área quase não
apresenta vazios, havendo uma única praça – Marechal Hermes, onde encontra-se
edificado um terminal rodoviário. Também são escassas as massas arbóreas nesse setor.
• Uso e Ocupação do Solo:
O uso predominante neste setor é o de depósito, referindo-se predominantemente a
instituições públicas. A Rodoviária Novo Rio está localizada neste setor. Há apenas um
edifício voltado para fins educacionais – a Escola Municipal Benjamim Constant – que
compreende o ensino fundamental. Para a saúde, há uma das unidades do Hospital
Brasileiro de Oncologia.
Assim como o estabelecido para o Setor B, seu vizinho, o zoneamento do município
estabelece duas zonas para o Setor C:
o Zona Portuária (ZP)
o Zona Residencial 5 (ZR-5)
A ZP é aqui predominante, o que responde ao uso predominante já identificado, de depósito
e armazém. Pouca atividade comercial foi identificada. Na parte destinada à ZR-5 há poucos
edifícios voltados para fins habitacionais. O IAT atualmente estabelecido para esse setor é
de 5,0. A taxa de ocupação é de 70%. Na maior parte deste setor a altura máxima para as
edificações é de 23,0m. Apenas os dois quarteirões situados em frente ao Morro do Pinto
encontram-se regidos pelo SAGAS, que estabelece uma altura máxima de 11,0 m para as
construções.
• Estrutura Viária e de Transportes:
O sistema viário compreende vias ortogonais, constituindo-se exceção única a Rua Santo
Cristo de desenho sinuoso. Este setor possui dois terminais rodoviários, sendo um de
grande importância, a Rodoviária Novo Rio, que se constitui no ponto de chegada e saída
dos ônibus intermunicipais, interestaduais, e até mesmo internacionais. Para apoio à
referida rodoviária, encontra-se o Terminal Rodoviário Padre Henrique Otte, que recebe
ônibus que se dirigem principalmente à Zona Sul do Rio de Janeiro. Todas as vias são
servidas por ônibus, exceto a Rua Mendonça.
• Tipologia das edificações:
A tipologia predominante das edificações desse setor é o galpão. Um deles, localizado na
Rua Equador, é tombado pelo Município. Duas edificações são preservadas pela APAC
SAGAS.
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Foto 8: Galpões junto à extinta Linha Férrea Foto 9: Casario na Rua Sacadura Cabral.
Setor D
• Sítio:
Também localizado e uma área predominantemente plana, essa área não encontra-se
densamente construída, graças a uma extensa área que pertence à R.F.F.S.A., ainda
desocupada.
• Uso e Ocupação do Solo:
O uso é equilibrado entre comercial e de depósitos. Do comercial, destacam-se pequenos
bares e serviços tais como serralheria e marcenaria. Todo este setor pertence à Zona
Portuária de acordo com o decreto que regula o zoneamento do município. Desta forma, os
usos admitidos neste setor são, em sua maioria, relativas à armazenagem, indústrias, locais
para a venda de equipamentos, e pequenos serviços como estofamento, marcenaria e
carpintaria. Poucos são os usos comerciais considerados adequados. Os usos residenciais
e educacionais são considerados adequados, bem como os voltados para as atividades
artísticas. Neste setor, a taxa de ocupação é de 70%, e o Índice de Aproveitamento do
Terreno (IAT) atual é de 5,0. Nesta área, de acordo com o decreto 322, a altura máxima
para construção é de 23,0m.
• Estrutura Viária e de Transportes:
Três vias longas constituem-se no sistema viário deste setor, sendo a primeira uma das
mais importantes de ligação entre o Centro da Cidade e a Zona Oeste, a Av. Francisco
Bicalho. A Rua General Luis Mendes de Moraes, juntamente com a Praça Diná de Queiróz
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
232
são importantes vias de escoamento para o Viaduto Paulo de Souza Reis, que leva ao
bairro de São Cristóvão. Todas as vias são servidas por ônibus.
• Tipologia das edificações:
Boa parte das edificações desse setor constitue-se de galpões. No entanto, ao longo da Rua
Pedro Alves, lado par, existem algumas tipologias menores, como casas de dois pavimentos
com loja no térreo. Há neste setor, um edifício tombado pelo Estado, e 12 edificações
preservadas pelo Município através da APAC SAGAS.
Foto 10: Galpão na Rua General Luis
Mendes de Moraes
Foto 11: Aspecto do casario na Rua Pedro
Alves
Setor E
• Sítio:
Este setor tem boa parte de seu sítio plano, e uma pequena parte em aclive, já pertencendo
ao Morro do Pinto. Na parte plana, há poucas edificações em virtude da área ser ocupada
pelos trilhos de trem da Supervia, que levam à Estação Pedro II. Já a parte acidentada é
densamente ocupada.
Três praças estão localizadas nesse setor: Praça Noronha Santos, Praça General Pedra e
Praça Procópio Ferreira. As duas primeiras são vizinhas e separadas apenas pelo Viaduto
São Pedro e São Paulo. Ambas formam áreas verdes, gramadas, com massas arbóreas. Já
a Praça Procópio Ferreira é pavimentada e com poucas árvores.
• Uso e Ocupação do Solo:
A parte plana deste setor é, em sua maior parte, ocupada pelos trilhos e oficinas da
Supervia. Os outros edifícios localizados na parte plana, são de uso institucional, havendo
um destinado a uma universidade.
A legislação atual estabelece para este setor Três zonas distintas:
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
233
o Zona Residencial 3 (ZR-3);
o Zona Especial 85;
o Área Central 1 (AC 1).
Para a ZR3 é considerado adequado apenas o uso residencial, sendo tolerados de apoio à
moradia tais como assistência médica, artesanato, costura, ensino, hospedaria, restaurante,
dentre outros.
A ZE8 divide-se em duas subzonas: Subzona Comercial 1 (C-1) e Subzona de Uso
Específico (UE-1). Esta última pertence ao centro de operações e manutenção do Metrô. Na
C-1 são permitidos os usos de escritórios administrativos, hotel, bares e restaurantes,
atividades culturais, assistência à saúde, concessionárias, instituições públicas, dentre
outros. Atualmente, nestas subzonas, estão instalados usos compatíveis com a legislação.
A outra zona, AC 1, tem como adequados usos de serviços voltados para o ambiente
doméstico, administração, comércio, assistência médica com e sem internação, pensionato,
posto de serviço com e sem oficina e vendas de peças com e sem instalação. No caso do
Setor E, esta zona quase não possui atividades diferentes das referentes ao transporte de
passageiros, pois a maior parte do seu território está ocupada por trilhos e por terminais
rodoviários e ferroviários.
O gabarito permitido neste setor varia de acordo com as subzonas, sendo de 63,0m de
altura nas quadras próximas à Av. Presidente Vargas; e de 20,0m de altura na área que
atualmente pertence ao Metrô. A taxa de ocupação é de 100%, exceto na parte acidentada,
onde é de 70%. O IAT definido entre o limite do setor e o leito da linha ferroviária é de 3,5; e
entre a Avenida Presidente Vargas e o leito da Ferrovia é de 11,0.
5 Segundo decreto nº 10.040 de 11 de março de 1991, que estabelece as condições relativas ao Regulamento de Zoneamento para a Zona Especial 8 (ZE-8) – Cidade Nova.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
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Foto 12: Vista das oficinas da Supervia no Setor
E.
• Estrutura Viária e de Transportes:
O uso deste setor é majoritariamente voltado para o setor de transporte público. É nele que
está situado o Terminal Ferroviário Central do Brasil, e o Terminal Rodoviário Coronel
Américo Fontenelle. A partir deste pólo, os meios de transporte levam os passageiros aos
pontos mais diversos da cidade. Há ainda neste setor o atendimento do transporte
metroviário, havendo a estação Central do Brasil, que se integra com o transporte
ferroviário.
Encontram-se neste setor vias importantes de ligação entre a zona Norte e Centro, através
da Avenida Presidente Vargas, e entre o Centro e o Porto do Rio, através do Túnel João
Ricardo. Ao longo da Avenida Presidente Vargas há uma grande quantidade de paradas de
ônibus. Também neste setor há o acesso a um importante eixo de ligação entre a Zona Sul
e o Centro. As vias servidas por ônibus são a Avenida Presidente Vargas, a Avenida 31 de
Março, a Rua da América e a Rua Senador Pompeu.
• Tipologia das edificações:
As edificações localizadas neste setor são de grande porte, havendo alguns edifícios acima
de 10 pavimentos. A exceção é a parte do setor localizada em um dos acessos ao Morro do
Pinto, caracterizada por possuir edificações de um ou dois pavimentos, voltadas para o uso
residencial, comercial, ou misto entre esses dois usos. Há apenas um edifício tombado, pelo
Estado, e 15 imóveis preservados pela APAC SAGAS.
Setor F:
• Sítio:
Este setor engloba todo o Morro do Pinto. O sítio deste setor é acidentado, variando da cota
5 à cota 65 acima do nível do mar. É uma área densamente construída, que contém,
contudo, um parque urbano na parte mais alta. Este parque, denominado Machado de
Assis, é uma grande área verde com massa arbórea. Além deste ponto como área de
massa arbórea, há outra, abaixo da Rua do Pinto, que reveste uma grande área em declive.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
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Foto 13: Parque Machado de Assis. Foto 14: Parque Machado de Assis.
• Uso e Ocupação do Solo:
Neste setor o uso é predominantemente residencial, havendo apenas alguns pequenos
comércios locais, tais como bares e padarias. Para a educação, há apenas uma escola
municipal, a E. M. General Mitre. Cabe registrar a carência neste setor, que tem uma
população significativa, de mais edifícios educacionais e de outros voltados para a
assistência à saúde.
A Zona a qual pertence o Setor F é a ZR3, para a qual o uso adequado é o residencial. São
considerados tolerados os usos de apoio à moradia tais como assistência médica,
artesanato, costura, ensino, hospedaria, restaurante, e outros.
Esta érea encontra-se inserida totalmente na APAC SAGAS, tendo, assim, dois gabaritos
permitidos: 7,50m na área que vai desde a Rua do Pinto até o leito da Supervia; e 11,00m
no restante do setor. A taxa de ocupação aqui estabelecida é de 70%.
• Estrutura Viária e de Transportes:
A estrutura viária caracteriza-se aqui por possuir vias estreitas e sinuosas. Boa parte delas,
no entanto, é possível de ser acessível por veículos de pequeno porte. No interior do setor
não há transporte público, e os moradores têm de caminhar até as ruas Santo Cristo e
América onde existem as paradas de ônibus.
• Tipologia das edificações:
Os imóveis aqui se caracterizam por ocuparem todo o lote, ou por terem pequenos quintais.
São em geral, casas e sobrados, muitos deles em estilo colonial. Há neste setor quatro
imóveis tombados pelo Município. São tombados 18 imóveis neste setor, sendo preservados
pela APAC SAGAS um total de 196 imóveis.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
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Foto 15: Casas localizadas na Rua Pedro
Alves, lado impar. Foto 16: Casario na Rua Carmo Neto.
Setor G:
• Sítio:
O Setor G é plano, apresentando um ligeiro aclive em direção ao Morro da Providência. A
densidade construída neste setor é relativamente baixa, tendo em vista que apresenta uma
grande quadra onde estão localizados os Galpões do antigo Pátio Ferroviário da Estação
Marítima, onde foi construída a Vila Olímpica da Gamboa, que se constitui em uma área
livre, porém com pouca arborização. Outra área livre é a Praça Santo Cristo, onde está
edificada a Igreja Santo Cristo dos Milagres. Esta é arborizada, possuindo, ainda, um
chafariz com uma escultura.
• Uso e Ocupação do Solo:
Há, neste setor, a concomitância de usos comercial e residencial. Boa parte das moradias
está localizadas em vilas residenciais. Para o Lazer, a vila Olímpica é uma importante área,
contendo quadras poliesportivas e piscinas, além de playground.
A lei de zoneamento da cidade prevê para este setor duas zonas:
o Zona Residencial 3 (ZR3);
o Zona Residencial 5 (ZR5).
Para ambas, o uso considerado adequado é o residencial. A diferença entre elas reside nos
usos tolerados, possuindo a ZR3 mais restrições. Nesta, são tolerados os usos que servem
como apoio à moradia tais como assistência médica e ensino, além de artesanato, costura,
hospedaria, restaurante, dentre outros. Já na ZR5, além desses, são tolerados os usos de
borracheiro, carpintaria, circo, distribuição de cargas, ferro velho, conserto de equipamentos,
alguns tipos de indústria (dentre elas as extrativas), gráfica, marcenaria, depósito de
material de construção e serralheria.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
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O gabarito permitido para o setor é regido pelo que está determinado para a APA SAGAS:
Na quadra localizada entre a Rua Cardoso Marinho e a Vila Olímpica da Gamboa a altura
máxima estabelecida para as construções é de 7,50m; no restante é de 11,0m. A taxa de
ocupação estabelecida para este setor é de 70%. O IAT está estabelecido para a quadra
formada pelas Ruas da América, Sacadura Cabral, Cardoso Marinho e Barão da Gamboa,
sendo de 3,50.
• Estrutura Viária e de Transportes:
Na quadra edificada, a malha viária apresenta-se por duas vias perpendiculares. A de maior
extensão, Rua Cardoso Marinho, é destinada ao tráfego de ônibus em direção ao terminal
rodoviário Padre Henrique Otte. Cabe salientar que neste setor está localizada uma das
saídas do túnel que passa sob o Morro da Providência, destinado ao transporte ferroviário e
que atualmente encontra-se desativado. Todas as ruas são servidas por ônibus.
Foto 17: Saída do túnel ferroviário sob o
Morro da Providencia.
• Tipologia das edificações:
As edificações que compõem este setor são de uma maneira geral de baixo gabarito, e com
a projeção horizontal colada nas divisas. Muitas são em estilo eclético, mas a grande
maioria encontra-se descaracterizada. Neste setor há cinco imóveis tombados, todos pelo
Município. De acordo com a APAC SAGAS, são preservados 61 imóveis.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
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Foto 18: Rua Cardoso Marinho – lado impar Foto 19: Rua Cardoso Marinho - lado par
Setor H:
• Sítio:
De sítio acidentado, o Setor H compreende o Morro da Providência e parte de seu entorno.
A parte plana deste setor se configura pelas quadras situadas entre o referido morro e o leito
da Supervia. A área remanescente de uma grande pedreira, situada entre as partes plana e
acidentada do setor, termina por compô-lo. O Morro da Providência é a mais alta elevação
da área portuária, pois seu cume está 115,0m acima do nível do mar.
• Uso e Ocupação do Solo:
A parte alta do Morro da Providência é densamente edificada. E ao contrário dos demais
morros da área portuária, este possui uma ocupação irregular, não havendo o parcelamento
prévio do solo. Dos morros, esta é a ocupação mais recente, sendo resultado de um
processo de favelização, sendo este considerado o primeiro do Rio de Janeiro.
O uso do setor é predominantemente residencial. O decreto que rege o Zoneamento da
cidade estabelece a área onde se insere o Setor H como ZR3. Para esta zona, o uso
considerado adequado é o residencial, sendo tolerados usos que comportem pequenos
comércios e serviços voltados para as atividades domésticas. Também são considerados
tolerados usos voltados para a educação e assistência à saúde.
Existem duas faixas de altura permitidas para esse setor de acordo com a determinação da
APA SAGAS: no entorno do Terminal Rodoviário Procópio Ferreira e na Rua Coronel
Aldomaro Costa, a altura máxima é de 17,0m; nas demais áreas é de 11,0m. A taxa de
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
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ocupação definida para o Setor H é de 100% para o entorno do Terminal Rodoviário
Procópio Ferreira. Para o restante do setor essa taxa é de 70%.
• Estrutura Viária e de Transportes:
Na parte alta deste setor, o sistema viário constitui-se basicamente de vielas, quase não
havendo vias carroçáveis. Com isso, nesta área o transporte público também é precário.
Já na parte baixa, onde o sistema viário já permite a circulação de veículos, os ônibus são a
opção de transporte público. Localizado na Rua Bento Ribeiro, encontra-se o Terminal
Rodoviário Procópio Ferreira, que é vizinho ao Terminal Ferroviário Central do Brasil, o que
oferece à população da região a opção do transporte ferroviário. A Central do Brasil também
tem a opção de transporte metroviário.
• Tipologia das edificações:
As edificações situadas no alto do morro possuem padrão construtivo baixo, sendo em sua
maioria resultado da autoconstrução por seus moradores. Em sua maioria, possuem entre
um e três pavimentos. Já na parte mais baixa, podem ser encontradas edificações de até
dois pavimentos, constituindo-se em grande parte de edificações antigas em estilo eclético.
No alto do Morro da Providência há um oratório tombado pelo Município. Segundo o
regulamentado pela APAC SAGAS, existe 22 imóveis preservados neste setor.
Foto 20: Morro da Providencia Foto 21: Travessa Dona Felicidade - Morro
da Providência ao fundo.
Setor I:
• Sítio:
Neste setor, o sítio é acidentado, apresentando duas elevações e um vale. Uma das
elevações faz parte do Morro da Saúde, e a outra, do Morro do Livramento. Relativamente
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
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ao Morro da Providência, a diferença de nível entre as partes baixa e alta não é tão grande,
pois varia entre as cotas 5,0 e 55,0m acima do nível do mar. As áreas verdes corresponden
neste setor ao Cemitério dos Ingleses e a uma faixa de encosta entre a Rua Euclides da
Costa e Ladeira do Barroso.
• Uso e Ocupação do Solo:
O predomínio, neste setor, é do uso residencial. Contudo, puderam ser identificados usos
tais como indústrias, depósitos, hotéis e uma rádio difusora. Com a finalidade de uso
cultural, há neste setor o Centro Cultural José Bonifácio. Para fins educacionais há uma
escola, a Escola Municipal Raposo Tavares, voltada para a Educação Infantil.
A lei de zoneamento atual estabelece este setor como uma ZR 3, para a qual é considerado
adequado apenas o uso residencial, sendo tolerados de apoio à moradia tais como
assistência médica, artesanato, costura, ensino, hospedaria, restaurante, dentre outros. A
altura máxima das edificações, de acordo com o SAGAS, é de 11,0m. Para este setor é
definida uma taxa de ocupação de 70%.
• Estrutura Viária e de Transportes:
No trecho correspondente ao Morro do Livramento o sistema viário conta com vias sinuosas,
estreitas, mas carroçáveis, e ainda vielas para pedestres. Já na parte baixa, há um sistema
viário ortogonal. A Rua Sacadura Cabral é por onde passa a maior parte dos ônibus que
atendem à localidade.
• Tipologia das edificações:
As edificações são remanescentes da ocupação antiga da cidade, sendo, em sua maioria,
colada nas divisas, e de até dois pavimentos, com poucas exceções. Predomina o
parcelamento colonial com as fachadas do casario em estilo eclético. Podem ser
encontrados ainda alguns exemplares coloniais. Há, neste setor, quatro edificações
tombadas pelo Município e uma tombada pelo Estado. As Ruas do Propósito, Pedro Ernesto
e Livramento, bem como suas transversais, contam com a maior parte do casario
preservado, de acordo com a APAC SAGAS, são 450 imóveis preservados.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
241
Foto 22: Rua do Propósito. Foto 23: Casario na Rua Conselheiro
Zacarias
Foto 24: Ladeira do Barroso - Morro do
Livramento
Setor J:
• Sítio:
De sítio plano, este setor é densamente edificado. Nele há duas praças: a Praça Duque de
Caxias, que contempla um conjunto paisagístico frontal ao Palácio de mesmo nome; e a
Praça dos Estivadores, que é pouco arborizada. A massa arbórea fica, portanto, por conta
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
242
das áreas dos lotes não ocupadas por edificações. Isso se dá no terreno do Palácio do
Itamaraty, e na divisa do Palácio Duque de Caxias voltada para a Rua Bento Ribeiro.
Foto 25: Praça dos Estivadores
• Uso e Ocupação do Solo:
O uso predominante neste setor é o comercial. No entanto, há também a presença do uso
cultural, de hotéis e o de escritórios de concessionárias de serviços públicos. Voltada para o
uso educacional, encontra-se neste setor a Escola Municipal Rivadávia Correa.
As zonas estabelecidas para o Setor J, segundo a lei de zoneamento atual da cidade do Rio
de Janeiro, são:
o Área Central 1 (AC 1);
o Área Central 2 (AC 2).
A diferença entre as duas zonas acima, é a de que a AC 2 é mais restritiva que a AC 1. Na
AC 2 são permitidos quase todas as atividades voltadas para o uso comercial. No entanto,
apenas na AC 1, é que são permitidos, além dos usos da AC 2, armazenagem, assistência
médica com internação, reparos de veículos, laboratório farmacêutico, marcenaria,
pensionato, dentre outros usos.
O gabarito é aqui determinado pela Portaria nº 2 do IPHAN e pela APAC SAGAS. A primeira
define gabaritos para cada quadra, variando entre dois e oito pavimentos. Já o segundo,
estabelece as alturas máximas para as quadras situadas entre as Ruas Senador Pompeu e
Barão de São Félix, excluindo a contígua à Praça dos Estivadores. A altura máxima aqui
estabelecida é de 11,0m. Para as quadras situadas entre a Avenida Presidente Vargas e a
Avenida Marechal Floriano Peixoto a taxa de ocupação é de 70%. Para o restante do setor é
de 100%. O IAT encontra-se definido para as quadras situadas entre as Ruas Bento Ribeiro,
Barão de São Félix, Alexandre Mackenzie e Senador Pompeu é de 4,20.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
243
• Estrutura Viária e de Transportes:
A malha viária deste setor caracteriza-se por uma malha reticulada, com vias retilíneas,
sendo, quase todas, importantes eixos de ligação entre diferentes bairros da cidade. Com
isso, há o atendimento neste setor dos transportes rodoviários, além do trem e do metrô,
este através da estação Presidente Vargas.
• Tipologia das edificações:
Predominam as edificações de dois pavimentos, embora possam ser encontradas
edificações mais altas. Em geral, essas ruas compreendem um correr de casas em estilo
eclético. São tombados nesse setor dezessete imóveis pelo Município, um pelo Estado e
dois pelo Governo Federal. Pela APAC SAGAS são 204 imóveis preservados, havendo
ainda, três imóveis tutelados.
Foto 26: Rua Barão de São Félix. Foto 27: Rua Barão de São Félix.
Setor K:
• Sítio:
O Setor K é basicamente composto pelo Morro da Conceição. Desta forma, o terreno é
acidentado, chegando à cota 45,0 acima do nível do mar. As massas arbóreas
predominantes encontram-se nas áreas dos terrenos onde se encontram as edificações que
se destinam ao uso militar. Este setor constitui-se também por partes baixas, que formam a
parte circundante do morro.
Outro local onde há uma área verde é no Jardim do Valongo, que é tombado pelo IPHAN.
Outra área livre tombada, pelo INEPAC, é a Pedra do Sal, que tem uma escadaria moldada
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
244
na própria pedra, constituindo-se de um acesso ao Morro da Conceição. Outra área livre
localizada no Setor K é o Largo São Francisco da Prainha, local sem arborização, mas que
funciona como um local de estar, contendo bancos e mesas de jogos. Há no alto do Morro
da Conceição duas outras áreas livres para uso público: a Praça Major Valô, onde há uma
imagem de Nossa Senhora da Conceição sobre um pedestal; e um mirante situado na Rua
Jogo da Bola, quase na esquina com a Travessa Joaquim Soares. Este mirante possui
árvores, bancos de concreto e brinquedos para crianças. Já na Praça Major Valô, não há
equipamentos, mas é freqüente ver crianças nela brincando.
Foto 28: Jardim do Valongo
• Uso e Ocupação do Solo:
O uso deste setor é predominantemente residencial. No entanto, há a presença de
edificações voltadas para o uso militar, localizadas no final da Rua Major Daemon, e na
Praça Major Valô. Também localizada no Morro da Conceição encontra-se o Observatório
do Valongo, que atualmente pertence à Universidade Federal do Rio de Janeiro, sendo sede
do curso de Astronomia. No morro encontram-se localizadas duas escolas. Já na parte mais
baixa, encontram-se muitos edifícios destinados aos usos comercial e institucional.
Este setor encontra-se todo ele em ZR 3, que é voltada para o uso residencial e ouros que
dêem suporte a esse uso, tais como algumas atividades de pequeno comércio e serviços
para consertos de objetos domésticos. A altura máxima permitida para as edificações nesse
setor é de dois pavimentos, sendo esta estabelecida pela Portaria nº 2 do IPHAN. A taxa de
ocupação definida para este setor é de 70%.
• Estrutura Viária e de Transportes:
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
245
A estrutura viária do alto do Morro da Conceição constitui-se de uma única via carroçável
que cruza o morro: a Rua Jogo da Bola. As demais vias constituem-se em acessos
exclusivos para pedestres. Desta forma, não há transporte público no morro. O transporte
oferecido para a população deste setor é principalmente o Rodoviário, havendo, um pouco
distante, uma estação de metrô – a Uruguaiana.
• Tipologia das edificações:
O casario é fruto de um parcelamento urbano colonial, que preconizava uma sequencia sem
afastamentos laterais e de frente. No entanto, muitos desses casarios tiveram de se adequar
ao código de posturas para as edificações, implantado pelo Prefeito Pereira Passos. Assim,
ganharam roupagem típica das construções ecléticas, tais como platibanda e ornamentos.
Em sua maioria, as casas possuem de um a três pavimentos. No entorno do Morro da
conceição é possível, contudo, encontrarmos edifícios com mais de cinco pavimentos.
Há neste setor sete imóveis tombados pelo IPHAN, e três pelo Município. Segundo o
decreto que regulamenta a APAC SAGAS, são preservados 247 imóveis.
Foto 29: Rua São Francisco da Prainha Foto 30: Rua Argemiro Bulcão
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
246
Foto 31: Rua Major Daemon
Setor L:
• Sítio:
Este setor apresenta sítio plano, densamente edificado. A presença de massa arbórea
significativa ocorre apenas em uma das vias deste setor: a Avenida Marechal Floriano
Peixoto. A única área livre localizada neste setor é a Praça da Anistia.
• Uso e Ocupação do Solo:
O uso comercial é predominante neste setor. Havendo ainda sedes de instituições públicas,
empresas privadas e bancos. Há também a presença de hotéis. Embora em menor parte,
pode ser identificada a presença do uso residencial neste setor, principalmente na Rua
Senador Pompeu. Uma importante instituição de ensino encontra-se localizado neste setor:
o Colégio Pedro II, que compreende os ensinos médio e fundamental.
Segundo a lei que regulamenta o zoneamento atual da cidade, foram estabelecidas as
seguintes zonas para esta área:
o Área Central 1 (AC 1);
o Área Central 2 (AC 2).
Na AC 2 são permitidos quase todas as atividades voltadas para o uso comercial. Já na AC
1, são permitidos, além dos usos da AC 2, armazenagem, assistência médica com
internação, reparos de veículos, laboratório farmacêutico, marcenaria, pensionato, dentre
outros. O gabarito é aqui determinado pela Portaria nº 2 do IPHAN, que determina para boa
parte das quadras o gabarito de dois pavimentos. No entanto, é permitido o gabarito de oito
pavimentos para as edificações voltadas para a Avenida Rio Branco. A taxa de ocupação
estabelecida para todo o setor é de 70%, com exceção da quadra delimitada pelas ruas
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
247
Camerino, Leandro Martins, Conceição e Avenida Marechal Floriano Peixoto, onde esta taxa
é de 100%.
• Estrutura Viária e de Transportes:
Na estrutura viária neste setor predominam as vias carroçáveis. No entanto, algumas vias
são estreitas, configurando-se como preferenciais para pedestres. O transporte público
rodoviário é abundante neste setor, principalmente por nele se localizarem trechos de
importantes avenidas tais como a Presidente Vargas e Rio Branco. O transporte metroviário
também é acessível neste setor, através da Estação Uruguaiana.
• Tipologia das edificações:
As edificações localizadas neste setor possuem, em boa parte, altura de até três
pavimentos. Esse é o caso das edificações localizadas nas vias estreitas. Nas principais
avenidas, contudo, predominam edifícios acima de oito pavimentos. São encontrados muitos
exemplares de edificações em estilo eclético neste setor, mas também há muitos edifícios
construídos recentemente.
São tombados pelo Governo Federal, cinco imóveis. Pelo município são tombados três
imóveis. Neste setor são preservados pela APAC SAGAS, 217 imóveis.
Foto 32: Rua Senador Pompeu Foto 33: Rua Camerino
Setor M:
• Sítio:
O sítio deste setor é plano. Embora não tenha seu território densamente construindo, ele
quase todo pavimentado, não havendo quase áreas verdes. O Setor M limita-se pelo Canal
do Mangue, que recebe a contribuição do Rio Maracanã, e deságua na Baía de Guanabara.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
248
• Uso e Ocupação do Solo:
O uso predominante neste setor está ligado às atividades industriais. Os tanques destinados
à reserva de gás foram desativados, e uma extensa área ficou sem uso. O edifício do
Instituto Médico Legal foi transferido para este setor. Os parâmetros urbanísticos neste setor
sofreram alteração recente por meio da Lei Complementar Nº 73 de 27 de julho de 2004,
que estabelece o Projeto de Estruturação Urbana (PEU) da região de São Cristóvão. Assim,
a partir deste lei o zoneamento deste setor constitui-se por duas zonas:
o Zona de Uso Misto 1 (ZUM1-SC);
o Zona de Uso Misto 2 (ZUM2-SC).
Para estas zonas e bem semelhante a disposição dos usos permitidos, sendo estes
comerciais, residenciais, serviços e industriais. Outros parâmetros urbanísticos
estabelecidos são a altura máxima, de 39,0m (ou o gabarito de 12 pavimentos); e o IAT de
5,5.
• Estrutura Viária e de Transportes:
As vias desses setores são todas acessíveis aos veículos. Dentre elas, a mais importante é
a Avenida Francisco Bicalho, que é eixo de ligação entre a Avenida Brasil e as Zonas Norte
e Sul, bem como para a Área Central. Esta avenida é densamente servida por ônibus. A
Estação Ferroviária Leopoldina é vizinha a este setor, e possui integração com o restante da
malha ferroviária.
• Tipologia das edificações:
Em geral, as edificações são galpões. Mas há exemplares de edificações em estilo eclético,
principalmente ao longo da Avenida Pedro II.
Setor N:
• Sítio:
Este setor apresenta sítio plano, resultado do aterro feito para se constituir o Porto do Rio de
Janeiro. É uma área de baixa densidade construída, com alguns terrenos vazios. Não há
áreas arborizadas.
• Uso e Ocupação do Solo:
O uso do solo neste setor é voltado basicamente para as atividades portuárias. No entanto,
está em fase de construção a nova sete do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia
(INTO), ocupando o prédio que era a sede do Jornal do Brasil.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
249
Pelo decreto que estabelece o zoneamento para a cidade do Rio de Janeiro, este setor está
definido como ZP. Nesta zona, os usos admitidos são em sua maioria relativas à
armazenagem, indústrias, locais para a venda de equipamentos, e pequenos serviços como
estofamento, marcenaria e carpintaria. Apenas algumas atividades comerciais são
consideradas adequadas. Os usos residenciais e educacionais, e as atividades artísticas,
são apenas tolerados.
• Estrutura Viária e de Transportes:
Neste setor está localizada uma das mais importantes avenidas da cidade, a Avenida Brasil.
Ela liga as zonas Oeste e Central da cidade. Por ela, passa boa parte do transporte público
rodoviário que abastece o centro da cidade. Este setor possui acesso à Ponte Presidente
Costa e Silva, que liga o Rio de Janeiro à Niterói.
• Tipologia das edificações:
Em sua maioria as edificações localizadas neste setor constituem-se de galpões.
5.4 INTERVENÇÕES PROPOSTAS PELA OUC DO PORTO DO RIO ASSOCIADAS ÀO USO DO SOLO
De maneira geral, as mudanças propostas para a área da Operação Urbana Consorciada da
Região do Porto do Rio correspondem ao incentivo para a implantação de novos
estabelecimentos comerciais e residenciais, com obras previstas para a melhoria do sistema
viário e infra-estrutura, e reformulação do desenho urbano, objetivando valorizar a região
central da cidade e gerar mais renda para o Estado, investidores e para a população
habitante, com melhoria dos níveis de qualidade de vida. As mudanças referentes ao
zoneamento e gabarito do local, assim como a nova taxa de ocupação proposta, o IAT e o
potencial edilício, são descritas a seguir.
5.4.1 – Novo Zoneamento da Área de Intervenção Para ser bem sucedida a revitalização da Área Portuária, está sendo alterado o uso
predominantemente industrial da Zona Portuária (ZP) e das áreas ao seu redor: Zona
Residencial 5 (ZR-5), Zona Especial 8 (ZE-8) e Zonas de Uso Misto 1 e 2 (ZUM1 e ZUM2)
do Projeto de Estruturação Urbana (PEU) de São Cristóvão, no trecho dentro da área de
intervenção. Elas serão transformadas em áreas de uso misto (residencial, comercial e de
serviços), de modo a incrementar a ocupação e o aproveitamento local.
Outras áreas terão seus usos mantidos por se tratarem de ocupações com usos compatíveis
à revitalização da região. As áreas centrais (setores J e L) continuarão com seu uso
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
250
predominantemente comercial e de serviços assim como os morros da região, de uso
predominantemente residencial, que também permanecerão assim (setores F, G, H, I e K).
A grande área que engloba os setores A, B, C, D, E e M será transformada em Zona de Uso
Misto, onde serão permitidos os usos residencial e comercial, além do uso industrial leve.
Isto inclui a atual Zona Portuária (ZP), as Zonas de Uso Misto 1 e 2 do PEU de São
Cristóvão, além do trecho da Zona Especial 8 (setor E) incluído nesta intervenção.
A área hoje caracterizada como Zona Residencial 5 (ZR-5) permanecerá da mesma, com
usos residencial, comercial e de serviços, restritos pelo Projeto SAGAS (Decreto n° 7.351 de
1988) de modo a preservar a ambiência local, próxima aos morros.
As áreas do zoneamento atual caracterizadas como Zona Residencial 3 (morros da
Conceição, Gamboa, Saúde, Santo Cristo e do Pinto) e as áreas demarcadas pelo Decreto
322 de 1976 como Áreas Centrais 1 e 2 (AC1 e AC2), permanecerão regidas pelos mesmos
parâmetros vigentes hoje bem como os Centros de Bairros (CB) demarcados nesta área
seja por este mesmo decreto ou pelo Decreto n° 7.351 de 1988.
Tabelas de zoneamento do uso do solo Tabela de usos Zonas Usos adequados Usos inadequados Usos vedados ZUM Residencial I e II
Comercial I e II Serviços I e II
Comercial III Serviços III Industrial I
Industrial II
Tabela de atividades econômicas Uso Descrição Atividade (CNAE) Comercial I Comércio varejista,
diversificado, de atendimento cotidiano ou vicinal
COMÉRCIO VAREJISTA Comércio varejista não-especializado; Comércio varejista de produtos alimentícios, bebidas e fumo; Comércio varejista de material de construção; Comércio varejista de equipamentos de informática e comunicação; equipamentos e artigos de uso doméstico; Comércio varejista de artigos culturais, recreativos e esportivos; Comércio varejista de produtos farmacêuticos, perfumaria, cosméticos, artigos médicos, ópticos e ortopédicos; Comércio ambulante e outros tipos de comércio varejista
Comercial II Comércio varejista, diversificado, de atendimento esporádico à população em geral
COMÉRCIO VAREJISTA Comércio varejista de combustíveis pare veículos automotores; Comércio varejista de produtos novos não especificados anteriormente e de produtos usados
Comercial III Comércio atacadista ou varejista que exija planejamento específico para sua implantação
Comércio; reparação de veículos automotores; Comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
251
Serviço I Atendimento cotidiano ou vicinal
Correio e outras atividades de entrega; Alojamento; Alimentação; EDUCAÇÃO Educação infantil – pré-escola Educação infantil – creche; Atividades de exploração de jogos de azar e apostas; Atividades esportivas de recreação e lazer; Reparação e manutenção de equipamentos de informática e comunicação e de objetos pessoais e domésticos; Outras atividades de serviços pessoais; Serviços domésticos
Serviços II Atendimento esporádico à população em geral
Captação, tratamento e distribuição de água; Construção de edifícios; Obras de infra-estrutura; Serviços especializados para a construção; Eletricidade, gás e outras utilidades; Transporte terrestre; Transporte aquaviário; Transporte aéreo; Atividades dos serviços de tecnologia da informação; Atividades de prestação de serviços de informação; Atividades de serviços financeiros; Seguros, resseguros, previdência complementar e planos de saúde; Atividades auxiliares dos serviços financeiros, seguros, previdência complementar e planos de saúde; Atividades imobiliárias; Atividades jurídicas, de contabilidade e de auditoria; Atividades de sedes de empresas e de consultoria em gestão empresarial; Serviços de arquitetura e engenharia, testes e análises técnicas; Publicidade e pesquisas de mercado;
Uso Descrição Atividade (CNAE) Outras atividades profissionais, científicas e técnicas;
Agências de viagens, operadores turísticos e serviços de reservas; Atividades de vigilância, segurança e investigação; Serviços para edifícios e atividades paisagísticas; Serviços de escritórios, de apoio administrativo e outros serviços prestados às empresas; Educação: ensino fundamental e ensino médio; Atividades de atenção à saúde humana integradas com assistência social, prestadas em residências coletivas e particulares; Atividades de organizações associativas; Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais
Serviço III Exige planejamento específico para sua implantação
Armazenamento e atividades auxiliares dos transportes; Pesquisa e desenvolvimento científico; Atividades cinematográficas, produção de vídeos e de programas de televisão, gravação de som e edição de música; Atividades de rádio e de televisão; Telecomunicações; Atividades veterinárias; Aluguéis não-imobiliários e gestão de ativos tangíveis não-financeiros; Administração pública, defesa e seguridade social; Educação superior; Atividades de atenção à saúde humana; Atividades de atenção à saúde humana integradas com assistência social, prestadas em residências coletivas e particulares; Atividades artísticas, criativas e de espetáculos; Atividades ligadas ao patrimônio cultural e ambiental
Industrial I Cuja atividade é de natureza não potencialmente poluidora, ou seja, cujo processo produtivo não requer, em geral, mecanismos de controle de poluição
Edição e edição ligada à impressão
Industrial II Cuja atividade é de natureza potencialmente poluidora, desenvolvida em estabelecimento de pequeno ou médio porte em geral
Fabricação de produtos têxteis; Confecção de artigos do vestuário e acessórios; Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados; Fabricação de produtos de madeira; Fabricação de celulose, papel e produtos de papel; Impressão e reprodução de gravações; Fabricação de produtos de minerais não-metálicos; Fabricação de produtos diversos; Fabricação de móveis; Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
252
5.4.2 – Novo Gabarito da Área de Intervenção Os gabaritos para a área também foram alterados para viabilizar a revitalização da região
portuária. Foram alterados os gabaritos da Zona Portuária (setores A, B, C e D), Zona
Residencial 5 (setores A, B e C), Zona Especial 8 (setor E), Zonas de Uso Misto de São
Cristóvão (setor M) e parte da Área Central 1 (setores I e J). As demais áreas (Zona
Residencial 3, Área Central 2 e parte da Área Central 1) terão seu gabarito atual preservado,
pois muitas estão restringidas por áreas de preservação ambiental e por serem entorno de
edificações tombadas.
A altura máxima dos setores A e B foi ampliada para 90m, onde antes a altura máxima
permitida era de 18m. As áreas de entorno dos morros terão sua ambiência preservada com
a manutenção de um gabarito mais baixo: 7,5m, 11m e 15m de acordo com o local e a
restrição existente.
Os setores C, D, E e M terão gabaritos mais altos, por se tratarem de áreas que não
interferem na paisagem dos morros arredores e onde se pode alcançar uma maior escala na
renovação urbana, que virá a ser referência para o resto da cidade. Assim se conformarão
quadras com gabaritos de 90m, 120m e 150m. Da mesma forma que nos setores A e B, as
franjas dos morros serão preservadas com limites menores de alturas (15m e 60m).
Cabe ressaltar que a altura dos referidos gabaritos refere-se à altura do topo do último
pavimento habitado, isto é, exclui os elementos das coberturas (caixas d’água, casa de
máquinas de elevadores e outros).
5.4.3 – Taxa de Ocupação Proposta As áreas ao redor dos morros e, sobretudo nos setores A e B terão sua taxa de ocupação
mantida em 70% pois nestas áreas há um tecido urbano consolidado com estas
características. Da mesma forma ocorre com as quadras do setor E com frente para a
Avenida Presidente Vargas: a sua taxa de ocupação será mantida em 100% conforme o
Decreto 10.040 de 1991. As demais áreas, onde as modificações de uso serão maiores
(setores C, D, M e parte dos setores B e E), terão uma ocupação máxima permitida de 50%.
A taxa de ocupação incidirá sobre a base das torres. Sob esta poderão ser construídos
pavimentos-garagem, lojas e galerias que poderão extrapolar estes parâmetros desde que
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
253
respeitem afastamentos obrigatórios e taxa de permeabilidade, que será comentada mais
adiante.
5.4.4 – IAT proposto Todas as quadras terão IAT (Índice de Aproveitamento do Terreno) básico proposto de 1,0,
com o qual os proprietários poderão construir sem nenhum ônus extra. Porém, poderão
negociar potenciais adicionais construtivos.
O IAT máximo proposto possibilita ampliar o potencial edilício de cada terreno, permitindo
seu aproveitamento máximo, de acordo com as limitações de gabarito, permeabilidade, taxa
de ocupação e afastamentos.
Da mesma forma que os gabaritos, o IAT máximo será menor nas áreas ao redor dos
morros e onde existam restrições com relação a bens tombados ou à ambiência urbana (1,4
a 2,8) e maior onde as restrições forem mínimas (4,2 a 12,0).
5.4.5 – Novos Parâmetros Edilícios Para o projeto de renovação, além dos parâmetros de uso e ocupação já mencionados (taxa
de ocupação, gabaritos e índice de aproveitamento do terreno), se faz necessário que os
parâmetros edilícios sejam alterados.
Não será estabelecido um parâmetro de lote mínimo, porém será incentivado o
remembramento para a criação de lotes maiores com o objetivo de se criar áreas maiores,
com maiores possibilidades de aproveitamento. Não serão, pois, permitidos
desmembramentos em lotes menores que o estipulado: 1.000m² para os setores A, B, F, I e
J e 2.000m² para os setores C, D, E e M.
Pela legislação atual, o afastamento lateral e de fundos mínimo equivale a um quinto da
altura da torre, levando-se em conta apenas os pavimentos habitados e o afastamento entre
torres corresponde a dois quintos da altura das mesmas ou da média da altura delas (se
forem diferentes). Esta exigência termina por limitar a altura dos edifícios pois uma grande
altura implicará um grande afastamento. Por este motivo, dentro da área de intervenção, a
exigência de afastamento lateral e de fundos será limitada a 15m e o afastamento entre
edificações será limitada a 30m como forma de incentivar a verticalização. No entanto, é
preciso limitar o uso deste parâmetro de modo a impedir a formação de longos e altos
corredores de edifícios. Assim, este afastamento máximo exigido só poderá ser usado em
fachadas de até 40 m.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
254
Não será exigido afastamento frontal nas áreas do setor A e nas áreas restritas pelo SAGAS
ou próximas aos morros. Nas demais áreas será exigido um afastamento frontal mínimo de
sete metros. Desta forma fica garantido que a largura do logradouro mais os afastamentos
frontais de cada lado somarão 30m no mínimo uma vez que a menor largura de logradouro
nestas áreas é de 16m.
Com o objetivo de reduzir o impacto de circulação de automóveis a ser causado pelos novos
empreendimentos na região, o projeto estabelecerá uma exigência menor de vagas para os
empreendimentos comerciais e residenciais. Atualmente, esta exigência é de uma vaga para
cada 30m² de área útil de salas comerciais. Com relação às vagas obrigatórias para lojas, a
Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio de Janeiro (CET-Rio) ainda é mais restritiva:
exige uma vaga para cada 25m² de área útil de loja. Estes parâmetros serão reduzidos para
uma vaga para cada 50m². Da mesma forma, será exigida uma vaga para cada unidade
residencial. Atualmente se exige uma vaga para unidades com até dois quartos, duas vagas
para unidades de três quartos e três vagas para unidades com mais de três quartos.
Como modo de diminuir a carga sobre a rede de águas pluviais, uma taxa de
permeabilidade mínima deverá se estabelecida, a critério do órgão municipal responsável
pela drenagem das águas pluviais. Com o mesmo objetivo, deverá ser criada a
obrigatoriedade da captação de águas pluviais das futuras edificações para o
armazenamento e reuso nas áreas comuns dos condomínios.
Por fim, é proposta a criação de duas novas quadras no setor E, sobre a linha férrea
existente, como forma de aproveitamento de seu espaço aéreo.
5.5 IMPACTOS PREVISTOS - SITUAÇÃO FUTURA A seguir, são apresentados os possíveis impactos ocasionados pela OUC da Região do
Porto do Rio, associados ao uso do solo, e que podem influenciar na população de avifauna.
5.5.1 – Novos parâmetros de Uso do Solo Está sendo alterado o uso predominantemente industrial da Zona Portuária (ZP) e das áreas
ao seu redor, Zona Residencial 5 (ZR-5), Zona Especial 8 (ZE-8) e Zonas de Uso Misto 1 e
2 (ZUM1 e ZUM2) do Projeto de Estruturação Urbana (PEU) de São Cristóvão, no trecho
dentro da área de intervenção. O novo uso previsto é de uso misto (residencial, comercial e
de serviços), de modo a incrementar a ocupação e o aproveitamento local.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
255
Os novos usos poderiam ter conflitos com os atuais usos já existentes, gerando impactos
decorrentes de incompatibilidades entre os próprio usos.
5.5.2 – Novo Gabarito da Área de Intervenção
Os gabaritos para a área foram alterados para viabilizar a revitalização da região portuária.
Foram alterados os gabaritos da Zona Portuária (setores A, B, C e D), Zona Residencial 5
(setores A, B e C), Zona Especial 8 (setor E), Zonas de Uso Misto de São Cristóvão (setor
M) e parte da Área Central 1 (setores I e J). As demais áreas (Zona Residencial 3, Área
Central 2 e parte da Área Central 1) terão seu gabarito atual preservado, pois muitas estão
restringidas por áreas de preservação ambiental e por serem entorno de edificações
tombadas.
O aumento de gabarito poderia tirar a ambiência das áreas no entorno dos morros. Para isto
deveriam ser definidos gabaritos mais baixos nesses locais.
5.5.3 – Novas Taxas de Ocupação e novos Índices de Aproveitamento do
Terreno – IAT As áreas ao redor dos morros e, sobretudo nos setores A e B terão sua taxa de ocupação
alterada e poderão provocar impactos na ambiência, pois nestas áreas há um tecido urbano
consolidado com estas características.
O IAT máximo proposto possibilita ampliar o potencial edilício de cada terreno, permitindo
seu aproveitamento máximo, de acordo com as limitações de gabarito, permeabilidade, taxa
de ocupação e afastamentos.
O aumento do IAT poderia também poderia tirar a ambiência das áreas no entorno dos
morros e onde existam restrições com relação a bens tombados
5.6 MITIGAÇÃO DOS IMPACTOS A seguir, são apresentadas as medidas para mitigar os impactos relacionados ao uso e
ocupação do solo mencionados acima.
5.6.1 – Incompatibilidade dos novos usos com os usos atuais da região do Porto do Rio O uso predominante atualmente é o uso industrial da Zona Portuária (ZP). Praticamente a
maior parte dessas atividades já foi encerrada ou está em vias de encerramento ou
mudança. A valorização imobiliária decorrente dos novos usos a serem implementados na
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
256
região incentivará a mudança daqueles usos remanescentes, eliminando a possibilidade de
incompatibilidades entre os usos novos e antigos.
Assim, considera-se que fica mitigado esse possível impacto, preservando a qualidade dos
usos futuros.
5.6.2 – Comprometimento da ambiência dos morros em função dos novos gabaritos A altura máxima dos setores A e B foi ampliada para 90m, onde antes a altura máxima
permitida era de 18m. As áreas de entorno dos morros, porém, terão sua ambiência
preservada com a manutenção de um gabarito mais baixo: 7,5m, 11m e 15m de acordo com
o local e a restrição existente.
Assim, considera-se que fica mitigado esse possível impacto, preservando a ambiência dos
morros.
5.6.3 – Novas Taxas de Ocupação e novos Índices de Aproveitamento do Terreno – IAT As áreas ao redor dos morros e, sobretudo nos setores A e B terão sua taxa de ocupação
mantida em 70% pois nestas áreas há um tecido urbano consolidado com estas
características.
Da mesma forma que os gabaritos, o IAT máximo será menor nas áreas ao redor dos
morros e onde existam restrições com relação a bens tombados ou à ambiência urbana (1,4
a 2,8) e maior onde as restrições forem mínimas (4,2 a 12,0).
Assim, considera-se que fica mitigado esse possível impacto, preservando a ambiência dos
morros e dos bens tombados.
5.7 – CONCLUSÕES As mudanças previstas de uso e ocupação do solo, alterando os usos existentes, taxas de
ocupação e gabaritos com a modificação do Índice de Aproveitamento de terreno – IAT, já
contém parâmetros de preservação das áreas de tecido urbano já consolidado, e da
ambiência geral dos morros, caracterizando assim medida mitigadora já implementada na
legislação da Operação Urbana com eesa finalidade.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
257
6. VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA
6.1 INTRODUÇÃO E OBJETIVOS Este estudo visa avaliar a valorização imobiliária do solo urbano decorrente da urbanização
do promovida pelo poder público municipal e da implantação de empreendimentos privados,
estabelecidos em lei específica, e as suas conseqüências para a cidade. O Estatuto da
Cidade previu a elaboração de um Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança – EIV, para
implantação, na área urbana, de empreendimentos e atividades privadas ou públicas
específicos. No entanto a aplicação do EIV exige a avaliação mínima de algumas questões
urbanas, dentre elas a valorização imobiliária. A degradação dos recursos naturais, o caos
nos centros urbanos e a mudança nas relações de vizinhança tem tornado cada vez mais
necessária a avaliação dos impactos positivos e negativos à qualidade de vida da
população, resultantes da implantação de novos empreendimentos.
A necessidade de orientar o crescimento e gerir a cidade, preocupando-se com os
problemas ambientais, habitacionais, viários e de infraestrutura, de forma integrada e mais
flexível, é cada vez mais urgente, para a melhoria da qualidade de vida do centro urbano.
6.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Com o Estatuto aprofunda-se, então, a gênese de um direito urbano-ambiental dotado de
institutos e características peculiares, pois permitem pela primeira vez na história do país a
construção de um conceito mais factível e, portanto, mais instrumental de cidade
sustentável. Entende-se esta como aquela que apresenta condições de promover vários
direitos, tais como o acesso à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, a
melhores condições de mobilidade e acessibilidade, a serviços públicos, ao trabalho e ao
lazer. Possibilita também o reconhecimento da dinamicidade e complexidade das cidades,
devendo nesse contexto, por um lado incorporar necessidades urbanas e por outro
estabelecer os limites para vida em sociedade.
A Operação Urbana é um instrumento de intervenção na cidade que objetiva a melhoria do
padrão de urbanização de uma determinada área. Trata-se de um sistema de captação de
recursos onde pode haver a cooperação entre o poder público municipal e a iniciativa
privada.
A legislação urbana federal (Estatuto da Cidade) e municipal (Plano Diretor Estratégico entre
outras leis) oferecem opções de intervenções urbanas que visam a inclusão social das
camadas menos favorecidas.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
258
As necessidades, no perímetro da Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do
Rio de Janeiro não são diferentes. Trata-se de área com diversidades sociais e de
implantação urbanística, coexistitndo simultaneamente favelas e bairros consolidados, áreas
de risco e praças arborizadas, ruas com esgoto canalizados e noutras a céu aberto.
A Área Portuária caracteriza-se por uma diversidade tipológica, sendo esta possibilitada pelo
próprio histórico da evolução urbana da região. Residências, trapiches e armazéns dividem
o espaço, denunciando as diferenças no parcelamento urbano. Nos morros que pontuam a
paisagem portuária, este parcelamento possui características da ocupação colonial: lotes
estreitos e profundos com o casario seguindo o alinhamento da via, em sua maioria
contando com um ou dois pavimentos. Na parte baixa da região, resultante da conquista do
espaço por meio de aterros, quadras possuem lotes de maiores dimensões, na sua maioria
ocupada por galpões.
A Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio pretende atrair investimentos
para novas unidades residenciais, comerciais e de serviços, sedes de empresas,
estabelecimentos hoteleiros, equipamentos culturais e de lazer, especialmente para Zona
Portuária. Assim, a economia local seria fomentada através de financiamentos em diversas
escalas.
Assim, do conjunto de intervenções, quer sejam de melhoria da infra-estrutura, ou de
implementação de novos equipamentos para o uso da comunidade, ou pela qualificação
paisagística e ambiental, ou ainda pela geração de novas oportunidades de trabalho, é que
se estará verificando a valorização imobiliária decorrente.
6.3 SITUAÇÃO ATUAL A Zona Portuária localizada na área Central da Cidade do Rio de Janeiro foi criada durante
o governo do Presidente Rodrigues Alves e do Prefeito Pereira Passos, a partir de um aterro
que modificou a linha da costa com o intuito de viabilizar um moderno porto para a época,
compatível com a grandeza da capital da jovem República do Brasil. Porém, com a evolução
das técnicas das operações portuárias e, principalmente, devido à necessidade de se ter um
espaço cada vez maior de armazenamento, o trecho do porto entre a Praça Mauá e a
Avenida Francisco Bicalho foi se tornando obsoleto.
Hoje, devido a estas restrições, poucas operações permanecem utilizando o local: o Moinho
Fluminense permanece recebendo descarga de trigo no Armazém 8, papel imprensa
importado é descarregado no Cais da Gamboa, ferro-gusa é exportado, também, através do
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
259
Cais da Gamboa pela Operadora Portuária Triunfo, entre outras. Assim, uma grande área
que outrora servia como área de apoio às operações portuárias, de caráter essencialmente
industrial, tornou-se ociosa, formando vazios urbanos e deixando edificações sub-utilizadas
ou abandonadas.
Há muitas áreas degradadas e abandonadas, além da área que ficou embaixo da perimetral,
e que perdeu qualidade.
Visão da Av. Rodrigues Visão do canteiro central da Alves no setor A. Av. Rodrigues Alves no setor A, embaixo do Elevado da Perimetral.
Armazens vazios na Rua Armazem vazios na Rua Antonio laje Antônio Laje.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
260
Vista de um prédio em ruínas Visão do Armazém 8.
Do ponto de vista de infra-estrutura a região hoje é caracterizada como área sujeita a
inundações, com sistem de drenagem aquém das necessidades, iluminação pública
deficiente, sistema de esgotamento sanitário inadequado.
Esse quadro de abandono levou ao contínuo êxodo da população, decrescendo as taxas de
crescimento populacional. Estima-se que hoje o total de população da região gire em torno
de 22.000 pessoas. O preço dos imóveis caiu em consequência.
Hoje o preço médio do metro quadrado de áreas para armazenagem na região oscila entre
R$ 40,00 a R$ 75,00 por m2. Comparativamente, o preço por metro quadrado em cidades
como Osasco e Taboão da Sera em São Paulo oscila entre R$ 700,00 a R$ 1.500,00.
Na região central do Rio de Janeiro, o preço para compra de imóvel comercial oscilou entre
1.500,00 a R$ 2.000,00 por m2.
Prédios Comerciais R$ m2
Centro - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro preço area preço/m2
rua da quitanda x Presidente vargas 14.000.000,00 9.000,00 1.555,56
rua da quitanda x Conseheiro Saraiva 69.000,00 35,00 1.971,43
Fontes: www.zap.com.br; www.olx.com.br; www.skyscrapercity.com
Na região do Leblon, no Rio de Janeiro, o preço para compra de imóvel residencial oscilou
entre 7.500,00 a R$ 15.000,00 por m2.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
261
Prédios Residenciais R$ m2
Leblon preço area preço/m2
Rua Ataufo de Paiva 1.500.000,00 150,00 10.000,00
Av. Bartolomeu Mitre 1.190.697,60 160,00 7.441,86
Av. Delfim Moreira 2.664.000,00 180,00 14.800,00
Rua Rainha Guilhermina 1.333.280,00 160,00 8.333,00
Fontes: www.zap.com.br; www.olx.com.br; www.skyscrapercity.com
Existem vários ítens que contribuem para a valorização ou desvalorização de um imóvel. A
localização, a vizinhança e os meios de transporte são fatores que contribuem para a
valorização. Os serviços públicos e a proximidade da praia também influenciam
positivamente no valor da moradia. Não é preciso ter uma escola ou hospital na porta de
casa, mas que estejam, pelo menos, a 50 metros de distância. Os bairros que mais
oferecem todos esses tipos de serviço são os da Zona Sul, além da Tijuca e do Méier.
Quem mora em bairros periféricos, desprovidos de equipamentos de apoio ao cotidiano
como os serviços bancários, precisa se deslocar para áreas centrais. A questão de
transporte é fundamental para todos os bairros. É preciso que o deslocamento seja rápido.
O ponto de referência de destino é o Centro do Rio. A proximidade de estações de metrô
contribui para a valorização.
6.4 INTERVENÇÕES PROPOSTAS PELA OUC DO PORTO DO RIO ASSOCIADAS À VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA De maneira geral, as mudanças propostas para a área da Operação Urbana Consorciada da
Região do Porto do Rio correspondem ao incentivo para a implantação de novos
estabelecimentos comerciais e residenciais, com obras previstas para a melhoria do sistema
viário e infra-estrutura, e reformulação do desenho urbano, objetivando valorizar a região
central da cidade e gerar mais renda para o Estado, para os investidores e para a população
habitante, com melhoria dos níveis de qualidade de vida.
Trata-se de um conjunto de intervenções, através de instrumentos de indução do
desenvolvimento urbano – um conjunto de novos instrumentos de natureza urbanística para
induzir formas de uso e ocupação do solo.
Foram introduzidas mudanças no uso e ocupação do solo, com mudanças no zoneamento e
gabarito do local, assim como novas taxas de ocupação propostas, novos indices de
Aproveitamento do Terreno – IAT. Tais mudanças permitirão uma ocupação mais densa, e
mais racional, permitindo a ocupação racional do espaço, e terão como consequencia um
aumento do adensamento populacional.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
262
Para garantir na região uma melhoria no padrão de qualidade de vida e qualidade ambiental,
serão feitos investimentos na infra-estrutura, tais como:
• Novo Sistema de Abastecimento de Água • Novo Sistema de Esgotamento Sanitário • Novo Sistema de Drenagem Urbana • Novo Sistema de Iluminação Pública e Distribuição de Energia • Novo Sistema de Telecomunicações • Novo Sistema de Distribuição de Gás
Novo sistema viário complementar, que terá por base uma malha de vias estruturantes que
buscará integrar melhor as diversas partes da área de intervenção e, esta com a área
central da cidade e bairros do entorno.
Em complemento às intervenções urbanísticas e viárias já mencionadas e visando gerar
maior conectividade na região, e da mesma com os bairros próximos e demais localidades,
outras vias serão implantadas e/ou reurbanizadas, potencializando o uso efetivo de toda
malha viária, oferecendo aos usuários locais e futuros freqüentadores, novas alternativas de
acessibilidade a Região Portuária.
A reurbanização dos espaços públicos (vias e praças existentes) consistirá na implantação
de novos padrões de pavimentação (passeios e vias), de arborização (passeios, parças,
parques e canteiros) valorizando a paisagem urbana, melhorando as condições ambientais
locais.
Uma nova sinalização viária, iluminação pública, mobiliário urbano (abrigos para pontos de
ônibus, lixeiras, totens e painéis informativos, bancos de praças, bancas de jornal, banheiros
públicos, bicicletários e quiosques) complementarão o processo de revitalização da região.
A ambiência dos morros (áreas de ocupação mais antiga) será preservada através da
implantação de uma nova infraestrutura, bem como a recuperação da pavimentação dos
seus espaços públicos. Os entornos de bens tombados tanto dos morros como das demais
áreas receberão cuidados especiais.
6.5 IMPACTOS PREVISTOS - SITUAÇÃO FUTURA A seguir, são apresentados os possíveis impactos ocasionados pela OUC da Região do
Porto do Rio, associados ao uso do solo, e que podem influenciar a região.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
263
6.5.1 Valorização de imóveis da área de diretamente atingida e de influência Com a divulgação da Operação Urbana, e as melhorias previstas para a região, poderá
ocorrer valorização dos imóveis e estímulo a negócios imobiliários com expansão dos
investimentos na área.
6.6 MITIGAÇÃO DOS IMPACTOS A seguir, são apresentadas as medidas para mitigar os impactos relacionados à valorização
imobiliária.
6.6.1 Valorização de imóveis da área de diretamente atingida e de influência Com a divulgação da Operação Urbana, e as melhorias previstas para a região, poderá
ocorrer valorização dos imóveis e estímulo a negócios imobiliários com expansão dos
investimentos na área.
A divulgação do Projeto da Operação Urbana, e a especificação das melhorias previstas
para a região, deverá ter veiculação ampla, não restrita somente a região, e sim no âmbito
da metrópole, para atrair e qualificar os novos investimentos. O mercado imobiliário
movimenta-se em função de expectativas e a medida que essas começam a se concretizar
a situação dos impactos tenderá a se estabilizar.
Considera-se que se trata de um impacto de natureza positiva para a região e não necessita
ser mitigado.
6.7 – CONCLUSÕES As mudanças previstas de uso e ocupação do solo, alterando os usos existentes, taxas de
ocupação e gabaritos com a modificação do Índice de Aproveitamento de terreno – IAT,
associados aos investimentos previstos de infra-estrutura, trarão para a região uma melhora
de qualidade de vida e qualidade ambiental, levando a uma valorização imobiliária que está
sendo considerada como positiva para a região da Operação Urbana.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Prognóstico Ambiental
264
7 – VENTILAÇÃO E ILUMINAÇÃO 7.1 INTRODUÇÃO E OBJETIVOS Este estudo visa avaliar as condições de Ventilação e Iluminação na região contida no
perímetro da Operação Urbana do Porto do Rio.
7.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 7.2.1 – Iluminação Natural Uma parte significativa do uso de energia em edificações está associada ao
condicionamento de ar e à iluminação artificial. Devido ao clima ameno existente em
grande parte do território nacional, a construção de edificações adequadas ao clima
local pode resultar em um consumo de energia substancialmente menor (Lôbo e
Bittencourt, 2003).
O uso otimizado da luz natural em edificações usadas principalmente de dia pode,
pela substituição da luz artificial, além de produzir uma contribuição significativa para a
redução do consumo de energia elétrica, contribuir para a melhoria do conforto visual
e bem-estar dos ocupantes. A luz natural possui uma variabilidade e qualidade mais
agradáveis e apreciadas que o ambiente proporcionado pela iluminação artificial.
Aberturas, em geral, proporcionam aos ocupantes o contato visual com o mundo
exterior e permitem também o relaxamento do sistema visual pela mudança das
distâncias focais. A presença da luz natural pode garantir uma sensação de bem-estar
e um relacionamento com o ambiente maior no qual estamos inseridos (CB-02, 1998).
Para uma edificação ser energeticamente eficiente, deve proporcionar um nível
adequado de iluminação que permita reduzir ou que substitua o uso da iluminação
artificial. No entanto, esta estratégia visando a eficiência gera um conflito com o
objetivo de reduzir os ganhos térmicos provenientes da radiação solar, principalmente
em regiões de clima tropical. Para ser energeticamente eficiente, então, a edificação
deve proporcionar um balanço entre a iluminação natural e os ganhos térmicos nos
ambientes internos. Há tendência em reduzir a carga térmica em edificações, o que
ocasiona um baixo potencial de uso da iluminação natural nos ambientes internos da
edificação devido às propriedades óticas dos vidros especificados (CARLO et. al,
2003).
Cabe salientar que é na fase de projeto da edificação que as decisões mais
importantes ligadas ao consumo futuro da mesma são tomadas (Lôbo e Bittencourt,
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Prognóstico Ambiental
265
2003). O compromisso entre ganho de luz natural e redução da carga térmica pode ser
atendido com a qualidade do projeto. Há opções que proporcionam diferentes níveis
de iluminação interna para um mesmo caso e não fornece obstáculos para que
sistemas mais eficientes de distribuição da luz natural sejam utilizados, permitindo que
a eficiência da edificação seja elevada com uso de brises verticais (CARLO et. al,
2003). Neste sentido, a ventilação apresenta papel importante no que diz respeito à
redução da carga térmica e ao balanço entre iluminação natural e temperatura de
interiores. Dessa forma, a elaboração de projetos que considerem adequadamente o
clima da região qual a edificação está inserida, resulta na melhoria da eficiência
energética da mesma (Lôbo e Bittencourt, 2003).
7.2.2 – Ventilação Segundo Mazon et. al, 2006, a ventilação natural regula o clima interno de uma
edificação por meio de uma troca de ar controlada pelas aberturas. As forças motrizes
naturais geram o efeito chaminé, que tem sua origem na diferença de temperatura
entre o ar externo e o ar no interior do ambiente construído e pelas diferenças de
pressão ocasionadas pela ação do vento. Uma circulação natural de ar adequada,
dentro de um ambiente construído, além de auxiliar na diminuição do gradiente
térmico, contribui para a renovação do ar interno (remoção dos poluentes do ar
interno).
A ventilação natural permite projetos espaçosos e iluminados, redução significativa do
custo energético da edificação e um clima interno agradável que é uma condição
prévia para um bom rendimento do trabalho executado pelas pessoas no interior da
edificação (Mazon et. al, 2006). O conhecimento dos mecanismos da ventilação
natural, compreendida como o movimento do ar para dentro e para fora de uma
edificação sob a ação das forças atmosféricas naturais, é de suma importância para o
estudo do conforto térmico dos usuários de uma edificação (Hunziker, 2001).
A possibilidade de visualização dos fenômenos relacionados à ventilação natural, tanto
em edificações como em espaços urbanos, é de grande auxílio para o projetista na
etapa de decisão do projeto (Hunziker, 2001). Quando a ventilação natural pode ser
uma estratégia suficiente para a obtenção de um ambiente interno confortável,
recursos de projeto devem ser utilizados, como: ter cuidados na forma e orientação da
edificação; projetar espaços fluidos; facilitar a ventilação vertical (ex. lanternins) e
utilizar elementos para direcionar o fluxo de ar para o interior (Mazon et. al, 2006).
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Prognóstico Ambiental
266
A velocidade de circulação do ar no interior da edificação e as temperaturas
superficiais internas são variáveis que podem ser alteradas, por meio de estratégias
arquitetônicas, sem emprego de equipamentos mecânicos, para se obter uma melhor
condição de conforto aos ocupantes (Mazon et. al, 2006).
7.3 SITUAÇÃO ATUAL 7.3.1 – Prisma de Ventilação e Iluminação A Lei Orgânica do Município do Rio de Janeiro, em seu inciso V do Artigo 227, afirma
que o Município deverá dar prioridade ao desenvolvimento de pesquisas relacionadas
com a conservação e economia de energia, favorecendo o uso de elementos naturais
de iluminação, insolação e ventilação, dentro de parâmetros de higiene da habitação e
saneamento da Cidade.
Neste sentido, além dos projetos que favorecem a iluminação e ventilação natural de
um ambiente interno, cabe salientar a importância de prismas de ventilação e
iluminação. Segundo a NR-18, prisma de ventilação e iluminação constitui um vão livre
ao longo de toda a altura de um prédio, destinado a prover de ventilação e iluminação
às unidades habitacionais ou aos cômodos que se comunicam com ele.
O Art. 4° do Decreto n.º 5.281 do Município do Rio de Janeiro, de 23 de Agosto de
1985, determina que “os afastamentos laterais e de fundos mínimos, quando exigidos,
bem como os prismas de iluminação e ventilação, terão, dimensões mínimas de:
I – 1,50m (um metro e cinqüenta centímetros) para as edificações de até 7,50m (sete
metros e cinqüenta centímetros) de altura;
II – 2,50m (dois metros e cinqüenta centímetros) para as edificações com altura
superior a 7,50m (sete metros e cinqüenta centímetros).
Parágrafo único – Excetuam-se os banheiros, cozinhas e áreas de serviço das
edificações com altura superior a 7,50m (sete metros e cinqüenta centímetros) que
poderão ter dimensão mínima de 1,50m (um metro e cinqüenta centímetros)”.
As atuais construções nem sempre atendem a esse parâmetro.
7.3.2 – Iluminação Natural Atualmente, pode-se observar que a iluminação natural é bastante aproveitada nas
regiões não verticalizadas, e menos aproveitada nas áreas mais verticalizadas, em
decorrência da existência de maiores áreas de sombreamento causadas pela
proximidade entre as construções e eventual falta de planejamento de implantação em
relação às orientação solar. É comum verificar que edificações têm suas janelas
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Prognóstico Ambiental
267
diretamente voltadas para a face oeste (sol poente), sem a utilização de “brise soleils”
para a atenuação da incidência da luz solar, o que ocasiona a necessidade de
vedações por cortinas, impedindo a entrada da iluminação natural e obrigando a
utilização da luz artificial.
7.3.3 – Ventilação Natural Já a ventilação natural é aproveitada principalmente nas regiões dos morros, onde há
maior circulação de ar. Este é o caso do Morro da Providência, do Morro da Conceição
e do Morro do Pinto. Nos locais em que há alto índice de verticalização comercial, ou
seja, nos edifícios localizados nas principais vias, pode-se afirmar que o
aproveitamento da ventilação natural é de pequena monta, uma vez que há uso
intensivo de ventilação artificial (através do uso de ar condicionado) para amenizar o
calor intensivo da região. É o caso das áreas situadas mais próximas ao centro do Rio
de Janeiro.
7.4 INTERVENÇÕES PROPOSTAS PELA OUC DO PORTO DO RIO ASSOCIADAS À VENTILAÇÃO E ILUMINAÇÃO 7.4.1 – Iluminação Natural A cidade do Rio de Janeiro pode ser caracterizada como uma área de demasiada
insolação anual. Devido à intensa luz solar da região onde se localiza o
empreendimento, certas medidas devem ser tomadas não somente para protejer o
ambiente interno de luminosidade excessiva e calor, mas também para limitar o
consumo de energia elétrica.
A utilização de “brise soleils” é recomendada nas futuras edificações para a atenuação
da incidência da luz solar, fazendo assim possível com que os espaços sejam
iluminados com a luz natural, sem causar um excesso de luminosidade nos interiores.
A Figura 1 (Gomes, 24) abaixo mostra como brise soleils permitem que, no inverno, a
luz direta do sol e o calor preencham o ambiente, enquanto que no verão, a luz natural
é refletida e o calor pode ser emanado de volta para o exterior durante a noite.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Prognóstico Ambiental
268
Figura 1. Uso de brise soleils.
De acordo com o artigo 28 sobre sustentabilidade ambiental e energética da Lei
Complementar no 101 de 23 de novembro de 2009 que institui a Operação Urbana
Consorciada da Região do Porto do Rio, as novas edificações devem adotar o uso de
aquecimento solar e maximizar a iluminação natural. A luz natural deve ser utilizada ao
máximo na iluminação de interiores para limitar o consumo de energia.
Um estudo de iluminação natural em ambientes internos feito pelo Comitê Brasileiro de
Construção Civil mostra vários caminhos através dos quais a luz natural pode alcançar
um ponto no interior de uma edificação. A Figura 2 (Comitê, 7) distingue três caminhos
básicos resultantes da divisão do fluxo luminoso admitido em três componentes:
a) CC - Componente do Céu; luz que alcança um ponto do ambiente interno
proveniente diretamente do céu;
b) CRE - Componente Refletida Externa: luz que alcança um ponto do
ambiente interno após ter refletido em uma superfície externa; e
c) CRI - Componente Refletida Interna: luz que alcança um ponto do ambiente
interno somente após ter sofrido uma ou mais reflexões nas superfícies
internas.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Prognóstico Ambiental
269
CC CRE CRI
Figura 2. Possíveis caminhos percorridos pela luz solar.
A reflexão da luz em superfícies internas e externas deve ser considerada na escolha
de materiais para consrtução e mobília. Estes influenciarão diretamente a quantidade
de luz natural admissível em cada ambiente. Materiais com alto índice de refletividade
não seriam propícios para ambientes com luminosidade excessiva.
A orientação da construção é também um fator importante com relação à incidência de
luz solar nas principais fachadas. Devido à movimentação solar no hemisfério sul, as
edificações devem ser orientadas no sentido leste para limitar a quantidade de luz
solar que atinge o interor diretamente durante o verão, e aumentá-la durante o inverno
como pode ser constatado na Figura 3 (Gomes, 15).
Figura 3. Orientação da construção.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Prognóstico Ambiental
270
Nota-se que a incidência solar é mais intensa durante o verão devido à diferença em
declinação solar que ocorre em cada estação do ano. A Tabela 1 (Rosa, 586) mostra a
variação na declinação solar anual com relação à Terra, tornando evidente a diferença
entre estações.
Tabela 1. Variação da declinação solar durante os meses do ano.
Os diferentes graus de declinação solar afetam o sombreamento das edificações de
maneira variada durante o ano. O sol encontra-se mais alto com relação ao horizonte
durante o verão e seu movimento é mais inclinado durante o inverno, fazendo assim
com que o sombreamento de construções seja intensificado no inverno, apesar de que
a insolação seja menos severa. A Figura 4 (Gomes, 14) mostra o movimento solar de
cada estação do ano, o solstício de verão sendo o mais elevado, e solstício de inverno
o mais baixo.
Figura 4. Movimento solar.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Prognóstico Ambiental
271
7.4.1.1 – Sombreamento
É importante notar que a verticalização de edificações proposta causará
sombreamento sobre as atuais construções, fazendo com que a luz natural não atinja
diretamente os imóveis de menor altura. O mapa abaixo inclui simulação de
implantação das edificações propostas e gabarito máximo proposto de cada setor,
mostrando que algumas áreas estarão encobertas pela sombra de outros edifícios
durante certas horas do dia. As edificações estão em azul.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Prognóstico Ambiental
272
Mapa de Edificações Propostas e Gabarito Máximo Proposto
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
264
Análise de Sombreamento por Setor Setor A
A1: altura máxima de 15 metros (5 pavimentos)
A2: altura máxima de 11 metros (3 pavimentos)
A3: altura máxima de 90 metros (30 pavimentos)
A4: altura máxima de 7,5 metros (2 pavimentos)
A5: altura máxima de 11 metros (3 pavimentos)
Setor B
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
265
B1: altura máxima de 11 metros (3 pavimentos)
B2: altura máxima de 11 metros (3 pavimentos)
B3: altura máxima de 18 metros (6 pavimentos)
B4: altura máxima de 90 metros (30 pavimentos)
B5: altura máxima de 60 metros (20 pavimentos)
B6: altura máxima de 11 metros (3 pavimentos)
Setor C
C1: altura máxima de 11 metros (3 pavimentos)
C2: altura máxima de 120 metros (40 pavimentos)
C3: altura máxima de 150 metros (50 pavimentos)
C4: altura máxima de 60 metros (20 pavimentos)
C5: altura máxima de 11 metros (3 pavimentos)
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
266
Setor D
D1: altura máxima de 150 metros (50 pavimentos)
D2: altura máxima de 120 metros (40 pavimentos)
D3: altura máxima de 60 metros (20 pavimentos)
D4: altura máxima de 11 metros (3 pavimentos)
Setor E
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
267
E1: altura máxima de 90 metros (30 pavimentos)
E2: altura máxima de 120 metros (40 pavimentos)
E3: altura máxima de 15 metros (5 pavimentos)
E4: altura máxima de 11 metros (3 pavimentos)
Setor M
M1: altura máxima de 150 metros (50 pavimentos)
M2: altura máxima de 150 metros (50 pavimentos)
M3: altura máxima de 120 metros (40 pavimentos)
As áreas ao redor da Avenida Francisco Bicalho possuem o gabarito máximo proposto mais
alto, de 150 metros, e as regiões ao longo do cais seguem com 120 metros. Os gabaritos
propostos são cada vez menores de acordo com a proximidade das encostas dos morros da
região, sendo o mais baixo de 7,5 a 11 metros. Os setores adjacentes ao mar A2, B1 e C1
contêm os atuais galpões portuários, com gabarito máximo de 11 metros, mas cruzando a
Avenida Rodrigues Alves, nos setores A3, B4 e C2, a altura admitida é de 90 a 120 metros,
criando um grande contraste com as áreas mais próximas. Movendo em direção ao centro
da região, os gabaritos decrescem rapidamente para 7,5, 11, e 18 metros nos setores A5,
A4, B6, C11 e B3, fazendo com que as edificações mais altas causem sombreamento sobre
os setores mais ao sul durante a parte da manhã.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
268
Já durante a tarde, quando o sol se encontra em direção ao noroeste e oeste, os setores
M1, M2, D1, C3, C2 e D2 com alturas máximas de 150 e 120 metros, causarão
sombreamento sobre as áreas D3, C4, C5 e B5, bloqueando a luz solar direta de atingir
estas construções. É importante notar, porém, que em uma região de clima tropical intenso
como a do Rio de Janeiro, a sombra pode ser um grande benefício. As edificações que não
recebem luz solar direta têm a possibilidade de utilizar maior quantidade de luz natural sem
aumentar drasticamente a troca de calor com o ambiente externo, decrescendo assim o
consumo de energia elétrica.
7.4.2 – Ventilação A distribuição de vento anual na região do empreendimento apresenta tipicamente duas
direções predominantes. A 1ª frequência (sudeste), que aparece em todas as estações do
ano, está relacionada com a circulação de brisa marítima diurna que ocorre na região
portuária devido a sua proximidade com a Baía de Guanabara. A 2ª frequência (nordeste)
está relacionada em parte com a circulação geral atmosférica (atuação da Alta do Atlântico)
e em parte com a brisa noturna terrestre (De Souza et all, 1996). Nos eventos de frentes frias ocorre um giro do vento em toda a cidade do Rio de Janeiro,
passando a ocorrer ventos predominantes de sudoeste. Essa direção de vento, menos
comum durante o ano, aparece principalmente na distribuição média de frequência do
inverno. Tal fato pode estar associado a 2 motivos: 1) Maior número de chegadas de frentes
frias ao Município do Rio de Janeiro nessa época do ano e; 2) Menor intensidade das brisas
marítimas e terrestres devido ao menor gradiente térmico terra-mar (de Souza et al, 1996).
Devido às possíveis mudanças morfológicas da paisagem construída da região, é
importante entender o comportamento dos ventos desta área e como estes serão alterados
em função das novas edificações. A ventilação natural dos interiores dos prédios, bem como
dos ambientes externos, depende de uma arquitetura que facilita a circulação do ar, fazendo
com que o consumo de energia necessário seja mais baixo.
O posicionamento e a orientação das edificações propostas pode modificar o movimento
dos ventos através da região como um todo, como pode ser visto na Figura 5 (Prata, A.).
Devido à altura permitida dos novos edifícios, é necessário espaçar as construções de tal
maneira que os ventos não sejam bloqueados completamente, e os recuos requeridos por
lei entre as edificações futuras já certificam-se disso. Edificações em série como mostra a
figura abaixo, tendem a causar a canalizaçao dos ventos, aumentando a sua velocidade em
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
269
certas áreas. Isto pode ser considerado como um ponto avantajoso numa cidade de clima
quente como Rio de Janeiro.
Figura 5. Ventos e posicionamento de edificações.
Existem várias maneiras na qual os ventos podem reagir a edificações e seus diferentes
elementos de construção. A Figura 6 abaixo (Prata, A.) mostra exemplos de possíveis
mudanças nos ventos em resposta às construções.
Efeito de pilotis Efeito de barreira
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
270
Efeito venturi Efeito de canalização
Efeito de canto Efeito de esteira
Figura 6. Mudanças causadas nos ventos por edificações.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
271
Assim, ciente que a nova configuração morfológica influencia na ventilação da região,
seguem abaixo algumas recomendações para auxiliar a ventilação natural dos ambientes
internos, já citadas por Paulo Rheingantz em seu trabalho Projeto Bioclimático:
• Localizar arborização de modo a não prejudicar ventilação natural durante
estação quente (evitar áreas verdes a montante ventos dominantes)
• Orientar envoltório dos edifícios para máxima exposição aos ventos frescos
• Utilizar elementos projetados (beirais e elementos verticais para desviar os
ventos para o interior dos ambientes
• Paredes leste / oeste protegidas da incidência direta do sol – brises verticais
móveis nas paredes verticais leste / oeste
• Paredes norte com brises / proteções horizontais em toda superfície
• Paredes sul com beirais em toda superfície
• Aberturas transparentes ao vento, direcionando correntes de ar na direção do
corpo
• Utilizar elementos reguláveis que possibilitem controlar ventos (e chuvas)
durante temporais da estação quente
7.5 IMPACTOS PREVISTOS - SITUAÇÃO FUTURA A seguir, são apresentados os possíveis impactos ocasionados pela OUC da Região do
Porto do Rio, associados à ventilação e insolação.
7.5.1 Demasiada exposição à luz solar das fachadas das edificações
Com o aumento de edificações verticalizadas, e devido ao fato da cidade do Rio de Janeiro
poder ser caracterizada como uma área de demasiada insolação anual, poderá haver nas
edificações um aumento de exposição à luz solar, deixando de proteger os ambientes
internos das edificações da luminosidade excessiva, aumentando a necessidade de
atenuação do calor gerado.
7.5.2 Excesso de Insolação devida a orientação da fachada principal voltada para a face oeste
A orientação da construção é também um fator importante com relação à incidência de luz
solar nas principais fachadas. Devido à movimentação solar no hemisfério sul, as
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
272
edificações voltadas para o oeste poderão ter um excesso de insolação, aumentando em
execsso a quantidade de luz solar que atinge o interor diretamente durante o verão.
7.5.3 – Excesso de Sombreamento causado pelo aumento da verticalização A verticalização de edificações proposta poderá causar sombreamento sobre as atuais
construções, fazendo com que a luz natural não atinja diretamente os imóveis de menor
altura.
7.5.4 – Alteração do comportamento dos ventos em função das novas edificações O comportamento dos ventos desta área poderá ser alterado em função das novas
edificações, podendo causar aumentando a sua velocidade em certas áreas, e diminuição
em outras.
7.6 MITIGAÇÃO DOS IMPACTOS A seguir, são apresentadas as medidas para mitigar os impactos relacionados à associados
à ventilação e insolação.
7.6.1 Demasiada exposição à luz solar das fachadas das edificações
Com o aumento de edificações verticalizadas, e devido ao fato da cidade do Rio de Janeiro
poder ser caracterizada como uma área de demasiada insolação anual, poderá haver nas
edificações um aumento de exposição à luz solar, deixando de proteger os ambientes
internos das edificações da luminosidade excessiva, aumentando a necessidade de
atenuação do calor gerado.
Como medida atenuadora recomenda-se nas futuras edificações a utilização de “brise
soleils” ou outros elementos, inclusive vidros adequados, para a atenuação da incidência da
luz solar, fazendo assim possível com que os espaços sejam iluminados com a luz natural,
sem causar um excesso de luminosidade nos interiores.
Considera-se que com a utilização das medidas recomendadas o impacto será mitigado.
7.6.2 Excesso de Insolação devida a orientação da fachada principal voltada para a face oeste
A orientação da construção é também um fator importante com relação à incidência de luz
solar nas principais fachadas. Devido à movimentação solar no hemisfério sul, recomenda-
se que as edificações devem ser orientadas no sentido leste para limitar a quantidade de luz
solar que atinge o interor diretamente durante o verão, e aumentá-la durante o inverno.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
273
Considera-se que com a utilização das medidas recomendadas o impacto será mitigado.
7.6.3 – Excesso de Sombreamento causado pelo aumento da verticalização A verticalização de edificações proposta poderá causar sombreamento sobre as atuais
construções, fazendo com que a luz natural não atinja diretamente os imóveis de menor
altura.
Para atenuar possíveis efeitos de sombreamento excessivo, previu-se na legislação um
aumento dos recuos laterais das edificações verticalizadas. Assim, as edificações mais altas
terão também maiores recuos, diminuindo assim o tempo de sombreamento das edificações
de menor altura.
Considera-se que com a utilização das medidas recomendadas o impacto será mitigado,
podendo, ainda assim, ocorrerem situações não previstas que devem ser avaliadas.
7.6.4 – Alteração do comportamento dos ventos em função das novas edificações O comportamento dos ventos desta área poderá ser alterado em função das novas
edificações, podendo causar aumentando a sua velocidade em certas áreas, e diminuição
em outras.
Para atenuar possíveis efeitos de mudança de comportamento dos ventos, recomenda-se
que no posicionamento e na orientação das edificações propostas, sejam utilizados
elementos que deixem o pavimento térreo aberto para a ventilação permanente, como por
exemplo, a utliziação de “pilotis”. Outra possibilidade é o espaçamento das construções, de
tal maneira que os ventos não sejam bloqueados completamente, passando por entre as
edificações.
Considera-se que com a utilização das medidas recomendadas o impacto será mitigado.
7.7 – CONCLUSÕES Considera-se que com o atendimento das recomendações citadas, os efeitos da
implementação da Operação Urbana relativos à insolação e ventilação deverão ser
mitigados.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
274
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CB-02- Comitê Brasileiro de Construção Civil. CE-02:135.02 - Comissão de Estudo de Iluminação
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LÔBO, Denise Gonçalves Ferreira; BITTENCOURT, Leonardo Salazar. A influência dos captadores
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MAZON, Ana Amélia Oliveira; SILVA, Rodolfo Gonçalves Oliveira da Silva; SOUZA, Henor Artur.
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De Souza, L. S., Carvalho, D. D., Seabra, M. S., Ribeiro, M. L., Gonçalves, I. F. S., Um Enfoque
Climatológico das Relações entre Precipitação Pluviométrica e Vento na Região Metropolitana do Rio
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Prata, Alessandra. Ventilação Natural no Meio Urbano. Universidade de São Paulo - Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo. Conforto Ventilação Urbana Aula em Slides, 7330112.
Rheingantz, Paulo. Projeto Bioclimático: Quadro-Síntese de Recomendações para a Cidade do Rio
de Janeiro. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo –
PROARQ, p. 1-7.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
275
8. QUALIDADE DO AR E POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
8.1 INTRODUÇÃO E OBJETIVOS A qualidade do ar de uma região depende essencialmente das fontes emissoras de
poluentes e de suas condições físico-meteorológicas. O grau de contaminação do ar é
avaliado pela quantidade e pelo tipo de substâncias nocivas à saúde pública e prejudiciais
aos materiais, à fauna e à flora.
O monóxido de carbono (CO) constitui um dos mais perigosos tóxicos respiratórios para
homens e animais. Essa junção entre o CO, os hidrocarbonetos (HC), óxidos e dióxidos de
nitrogênio (NO e NO2) e o dióxido de enxofre (SO2) forma um conjunto de elementos
altamente nocivos às plantas, aos animais e ao homem.
Além dos gases, há materiais particulados que também poluem o ar. Essas partículas
causam irritação do trato respiratório e, conforme seu tamanho, podem penetrar no
organismo. É o que ocorre, por exemplo, com o material particulado emitido pelos veículos a
diesel.
A atividade antrópica intensificou de tal forma a poluição do ar com o lançamento contínuo
de grandes quantidades de substâncias poluentes, que a qualidade do ar tornou-se um
problema ambiental dos mais significativos, tanto nos países industrializados como naqueles
em desenvolvimento, tornando-se uma ameaça à saúde e ao bem-estar das pessoas e do
meio ambiente em geral.
Este estudo tem como objetivo demonstrar a situação atual de poluição atmosférica na ADA
– Área Diretamente Afetada, que abrange o perímetro da Operação Urbana – , e na AIA –
Área Indiretamente Afetada, que abrange o entorno da ADA – e quais as intervenções
propostas pela OUC do Porto do Rio que poderão afetar a qualidade do ar na região.
8.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS O estudo da qualidade do ar foi realizado com base em dados encontrados na literatura e
em monitoramentos realizados pelo INEA. Também, baseado nos dados obtidos no estudo
de tráfego viário deste EIV, foi possível realizar cálculos para contabilizar as emissões de
gases de efeito estuda na Área Diretamente Afetada.
Após análise da situação atual da qualidade do ar, procurou-se listar as intervenções da
OUC que poderão influenciar a mesma, de modo a permitir uma comparação entre a
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
276
situação atual e futura e, se preciso, propor medidas mitigadoras para os possíveis impactos
negativos.
8.2.1 Metodologia para contabilização das emissões de gases de efeito estufa na ADA A partir dos dados obtidos no item 3.2 – “Sistemas de Circulação Viária e Transportes”,
foram calculadas as atuais emissões de CO2 na área da Operação Urbana Consorciada
Porto do Rio. As emissões de CO2 foram realizadas de acordo com a metodologia top-down
do IPCC. Esta metodologia leva em conta apenas as emissões de dióxido de carbono (CO2)
a partir dos dados de produção e consumo de energia, sem detalhamento de como essa
energia é consumida. Neste cálculo, somente veículos movidos a gasolina e a óleo diesel
foram utilizados.
A estimativa das emissões de GEE pelo método “top-down” recomendada pelo Ministério
das Minas e Energia - MME em 1999 no Balanço Energético Nacional – BEN, prevê a
conversão de todas as medidas de consumo de combustível para uma unidade comum:
CC = CA x Fconv x 45,2 x 10-3 x Fcorr onde,
• 1 tEP(Brasil) = 45,2 x 10-3 TJ (tera-joule = 1012 J);
• CC = consumo de energia em TJ;
• CA = consumo de combustível (m3, l, kg);
• Fconv = fator de conversão da unidade física de medida da quantidade de combustível
para tEP, com base no poder calorífico superior (PCS) do combustível (valores podem
variar de ano para ano, de acordo com a publicação anual do BEN pelo MME
www.mme.gov.br). Os valores do ano 2004 dos Fconv são: gasolina (0,771 tEP/m3);
álcool hidratado (0,496 tEP/m3); diesel (0,848 tEP/m3); gás natural seco (0,857
tEP/103m3);
• Fcorr = fator de correção de PCS para PCI (poder calorífico inferior). No BEN, o
conteúdo energético tem como base o PCS, mas para o IPCC, a conversão para
unidade comum de energia deve ser feita pela multiplicação do consumo pelo PCI. Para
combustíveis sólidos e líquidos o Fcorr = 0,95 e para combustíveis gasosos, o Fcorr =
0,90, conforme Ministério da Ciência e Tecnologia – MCT.
A quantidade de carbono emitida na queima do combustível deve ser calculada
conforme segue:
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
277
QC = CC x Femiss x 10-3 onde,
• QC = conteúdo de carbono expresso em GgC;
• CC = consumo de energia em TJ;
• Femiss = fator de emissão de carbono (tC/TJ). Os valores do IPCC, 1996 e MCT, 1999
dos Femiss são: gasolina (18,9 tC/TJ); álcool anidro (14,81 tC/TJ); álcool hidratado
(14,81 tC/TJ); diesel (20,2 tC/TJ); gás natural seco (15,3 tC/TJ);
• 10-3 = tC/GgC.
Finalmente, as emissões de CO2 podem ser calculadas de acordo com a expressão abaixo,
lembrando que em função dos respectivos pesos moleculares, 44 t CO2 corresponde a 12 t
de C ou 1t CO2 = 0,2727 t C.
ECO2 = EC x 44/12 onde,
• ECO2 = emissão de CO2 expresso em GgCO2 (Unidade padrão do IPCC que equivale a
mil toneladas de CO2);
• EC = emissão de C.
8.3 SITUAÇÃO ATUAL 8.3.1 Área Indiretamente Afetada A cidade do Rio de Janeiro é uma metrópole com problemas de qualidade do ar. Segundo o
INEA (2009), a região metropolitana do Rio de Janeiro possui em sua atmosfera todos os
principais poluentes, em níveis que, se não chegam a ser alarmantes, são preocupantes.
Por conseguinte, a maioria das estações de amostragens da rede de monitoramento,
manual e automática, foi instalada nessa região.
A rede de monitoramento da qualidade do ar da Região Metropolitana é composta por 32
estações manuais e 4 estações automáticas fixas e duas móveis, capacitadas à realização
de medições contínuas das concentrações de poluentes gasosos, partículas inaláveis, além
de parâmetros meteorológicos; direção e velocidade dos ventos, umidade e temperatura do
ar. Os dados gerados são enviados a uma estação central, onde são analisados.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
278
Segundo os resultados do monitoramento, são estabelecidos parâmetros quanto à
qualidade do ar, segundo metodologia da CETESB – SP que foi adotada pelo INEA. Esta
escala divide as condições de qualidade do ar em seis categorias, sendo:
Boa - Praticamente não há riscos à saúde;
Regular - Pessoas de grupos sensíveis (crianças, idosos e pessoas com doenças
respiratórias e cardíacas), podem apresentar sintomas como tosse seca e cansaço. A
população, em geral, não é afetada;
Inadequada – Toda a população pode apresentar sintomas como tosse seca, cansaço,
ardor nos olhos, nariz e garganta. Pessoas de grupos sensíveis (crianças, idosos e
pessoas com doenças respiratórias e cardíacas), podem apresentar efeitos mais sérios
na saúde;
Má – Toda a população pode apresentar agravamento dos sintomas como tosse seca,
cansaço, ardor nos olhos, nariz e garganta e ainda apresentar falta de ar e respiração
ofegante. Efeitos ainda mais graves à saúde de grupos sensíveis (crianças, idosos e
pessoas com problemas cardiovasculares)
Péssima e Crítica – Toda a população pode apresentar sérios riscos de manifestações
de doenças respiratórias e cardiovasculares. Aumento de mortes prematuras em
pessoas de grupos sensíveis.
A rede de monitoramento está voltada, na quase totalidade das suas estações de
amostragem, para a medição das concentrações de poluentes provenientes do tráfego de
veículos. Isso porque, entre as diversas fontes que contribuem para a degradação da
qualidade do ar na região, destaca-se a poluição provocada por veículos, que contribui com
a parcela mais significativa de emissão de poluentes (77% dos poluentes emitidos são
provenientes do tráfego veicular). Em relação à taxa de emissão por tipologia, as indústrias
petroquímicas respondem por, respectivamente, 90% do total das emissões de
hidrocarbonetos e 21% do total dos óxidos de nitrogênio.
Nos países desenvolvidos, em cidades com mais de 500 mil habitantes, a população utiliza,
na sua maioria, trens e metrôs para o transporte de grande capacidade de passageiros. No
entanto, nas cidades brasileiras este tipo de transporte é feito em grande parte pelo modal
rodoviário. Na região metropolitana do Rio de Janeiro o modal rodoviário, representado
pelos ônibus, transporta cerca de 90% do total de passageiros. Além do transporte de
passageiros ser predominantemente rodoviário, a cidade do Rio de Janeiro também possui
uma grande frota de veículos automotores (MATTOS, 2001). Todos estes fatores
contribuem negativamente para a qualidade do ar.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
279
Resultados atuais mostram que grande parte das áreas monitoradas apresentam problemas
de poluição do ar. Mesmo assim, os valores obtidos nos últimos anos indicam uma
tendência decrescente de poluição atmosférica. De acordo com o INEA (2009), este
decréscimo pode estar diretamente relacionado ao término de obras de transporte público,
como a Linha Vermelha e da Linha Amarela.
8.3.2 Área Diretamente Afetada Assim como na AIA, as principais fontes de emissões gasosas na ADA são as chamadas
veiculares, provenientes de veículos automotores leves e pesados.
A estação de monitoramento mais próxima dentro da Área Diretamente Afetada pertencente
à Rede de Monitoramento da Qualidade do Ar é a estação manual localizada na Avenida
Antônio Carlos, no estacionamento do Ministério da Fazenda. Esta estação monitora as
partículas inaláveis, ou seja, seus resultados podem ser relacionados com a saúde pública.
Uma medição realizada por esta estação no verão, no dia 08 de dezembro de 2009,
classificou o ar da região como “bom”. Já a medição realizada no outono, no dia 07 de
maio de 2010, classificou o ar da região como “regular”. Esta mudança nos valores
encontrados nas diferentes estações pode estar relacionada às alterações na umidade de
ar, bem como aumento de tráfego viário no período das medições. Mesmo assim, no
período mais crítico analisado, a qualidade do ar é tolerável pela população geral.
8.3.2.1 Inventário de emissões de CO2 de origem fóssil, atualmente, na área da Operação Urbana Consorciada Porto do Rio.
A Tabela 1 apresenta os resultados do cálculo das emissões de CO2 ocasionadas pelo uso
de combustíveis fósseis na área da Operação Urbana atualmente, de acordo com a
metodologia top-down.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
280
Tabela 1. Emissões de CO2 na área da Operação Urbana.
Cálculo Veículos movidos a Gasolina/ Álcool Veículos movidos a Óleo diesel
CC em TJ 73.667 25.196
QC em GgC 13.923 5.090
ECO2 em GgCO2 51.051 18.662
Total em Toneladas 51.050.922 18.662.207
O total de veículos que circulam atualmente no perímetro da Operação Urbana é de
131.268.810 veículos por ano. Estes geram um total de 69.713.129 toneladas de CO2 por
ano.
Os 100.130.515 de veículos movidos a gasolina/ álcool geram 51.050.922 de toneladas CO2
de por ano, enquanto que os 31.138.295 veículos movidos a óleo diesel contribuem com
18.662.207 toneladas de CO2 por ano. Desta forma, cerca de 24% dos veículos da ADA são
movidos a diesel e estes veículos contribuem com cerca de 27% na poluição atmosférica na
ADA. Isto demonstra que os veículos movidos a diesel emitem maior quantidade de CO2 em
relação aos veículos movidos a gasolina ou álcool.
8.4 INTERVENÇÕES PROPOSTAS PELA OUC DO PORTO DO RIO ASSOCIADAS À QUALIDADE DO AR
De maneira geral, as principais intervenções cujo impactos poderão interferir na qualidade
do ar na região abrangida pela OUC são o aumento na cobertura vegetal e aumento do
tráfego viário. Além dessas intervenções, haverá novas propostas para o transporte público,
tais como implantação de um circuito de Veículo Leve sobre Trilho (VLT) e de um circuito
cicloviário, que terão impactos sobre a qualidade do ar.
8.5 IMPACTOS PREVISTOS - SITUAÇÃO FUTURA A seguir, são apresentados os possíveis impactos ocasionados pela OUC da Região do
Porto do Rio que podem influenciar na população de avifauna.
8.5.1 - Comprometimento da Qualidade Ambiental pelo aumento dos níveis de emissões atmosféricas - Fase de Instalação Na fase de implantação do empreendimento, ocorrerão emissões atmosféricas resultantes
do funcionamento de veículos e equipamentos que utilizam combustíveis. Além disso, as
obras como a demolição da perimetral e movimentação de terra poderão gerar grande
volume de particulados na área.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
281
8.5.2 – Comprometimento da Qualidade do Ar pelo aumento do Tráfego Viário -
Fase de Operação Com a realização da Operação Urbana Consorciada Porto do Rio, as emissões do setor de
transportes vão sofrer um aumento nos próximos anos, devido ao aumento do adensamento
populacional e também pelo aumento do crescimento econômico que ocorrerá na região.
Com base nisso e nos dados futuros sobre o trânsito na região, foram calculadas as
emissões de CO2 após a Operação Urbana. Os resultados foram apresentados na Tabela 2
abaixo. Tabela 2. Emissões de CO2 na área da Operação Urbana
O total de veículos que circularão no perímetro da Operação Urbana após a realização do
projeto será aumentado, estimado em 193.903.215 veículos por ano. Estima-se que os
150.195.773 veículos movidos a gasolina gerem 76.576.383 de toneladas CO2 de por ano.
Os 46.707.443 veículos movidos a óleo diesel contribuirão com 27.993.311 toneladas de
CO2 por ano.
No total serão gerados cerca de 104.569.694 toneladas de CO2 por ano, o que corresponde
a um aumento de quase 50% das emissões de CO2 em relação à situação atual.
8.6 MITIGAÇÃO DOS IMPACTOS A seguir, são apresentadas as medidas para mitigar os impactos relacionados à qualidade
do ar mencionados acima.
8.6.1 - Comprometimento da Qualidade Ambiental pelo aumento dos níveis de emissões atmosféricas - Fase de Instalação Sugere-se que os equipamentos e veículos utilizados durante as obras estejam em boas
condições mecânicas, a fim de minimizar as emissões atmosféricas. Também sugere-se que
as obras de demolição de pontos como a Perimetral sigam métodos eficientes capazes de
minimizar a emissão de particulados.
Cálculo Veículos movidos a Gasolina/
Álcool Veículos movidos a Óleo
diesel
CC em TJ 110.500 37.795
QC em GgC 20.884 7.635
ECO2 em GgCO3 76.576 27.993
Total em Toneladas 76.573.383 27.993.311
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
282
Durante as atividades de preparação e limpeza do terreno e na movimentação de materiais,
equipamentos e veículos de carga, as áreas de trabalho e acessos podem ser umidecidas.
Além disso, outras medidas que podem prevenir o comprometimento da qualidade de ar
pelas obras envolvem o cascalhamento de vias internas, lavagem dos pneus dos caminhões
na saída do empreendimento para vias públicas e a regulagem de veículos de acordo com
as normas do PROCONVE.
8.6.2 – Comprometimento da Qualidade do Ar pelo aumento do Tráfego Viário - Fase de Operação O aumento da cobertura vegetal poderá contribuir gradualmente com a melhoria da
qualidade do ar, uma vez que os vegetais utilizam CO2 em sua fotossíntese, principal gás
no efeito estufa. Porém, mesmo com o aumento da captação de carbono, os níveis de
emissão de CO2 ainda estarão altos. Desta forma, outras alternativas são sugeridas.
Dentre as alternativas existentes para a melhoria da qualidade do ar, não se pode deixar de
mencionar a necessidade da melhoria da modal de transporte publico e da matriz
energética. Com a implantação de novos transportes públicos (VLT) com a matriz energética
menos poluente proposta pela OUC, haverá menor emissão de CO2 e o tráfego viário da
região poderá ser reduzido, uma vez que mais pessoas utilizarão desse tipo de transporte.
Da mesma forma, com a implantação de sistema cicloviário, menos carros circularão na
rua, contribuindo também com a diminuição das emissões de gases do efeito estufa.
Uma possível mudança na rodoviária poderia potencializar os efeitos positivos de melhora
na qualidade do ar, já que diminuiria o fluxo de veículos movidos a diesel na região.
Outros planos de urbanização previstos pela OUC têm o objetivo de reduzir a demanda por deslocamentos, uma vez que o número de moradias aumentará na região, assim como o
número de empresas. Desta forma, será reduzida também a frequência das viagens e a
distância viajada, significando, portanto, menor consumo de energia e emissão de gases de
efeito estufa (MATTOS, 2001).
Por fim, recomenda-se que outra estação de monitoramento de ar seja instalada no
perímetro da OUC do Porto do Rio, para informar com maior precisão a qualidade do ar na
região. Assim, caso seja necessário, poderão ser adotadas medidas mitigadoras mais
eficazes no futuro.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
283
8.7 CONCLUSÕES Atualmente a qualidade do ar na Área Diretamente Afetada é prejudicada principalmente
pelas emissões gasosas veiculares na região e em especial por dióxido de carbono. Estas
emissões são responsáveis por gerar cerca de 69.713.129 toneladas de CO2 por ano no
perímetro da OUC do Porto do Rio, o que é uma quantidade bastante significativa. Mesmo
assim, a qualidade do ar é classificada principalmente como “boa” a “regular”, e a poluição
atmosférica é tolerada pela maioria da população (com exceção em algumas épocas do
ano, quando a umidade do ar é menor).
Com a implantação da Operação Urbana, haverá um aumento nas emissões gasosas de
dióxido de carbono, ocasionado pelas obras em um primeiro momento e, posteriormente,
pelo aumento do tráfego viário. Este aumento será de quase 50% em relação às emissões
atuais (cerca de 104.569.694 toneladas de CO2 por ano). Porém, na simulação de tráfego,
não foi considerada a implantação de VLT , transporte coletivo com matriz energética pouco
poluente, e dos sistema cicloviários, forma de locomoção não poluente. Desta forma, com o
aumento da infraestrutura de transportes, haverá diminuição de veículos poluentes no
sistema viário, mitigando os possíveis impactos provocados. Além disso, com o aumento da
cobertura vegetal, também haverá um aumento na captação de CO2 na região, que poderá
ser potencializado caso algumas espécies de árvores escolhidas tenham maior capacidade
de sequestro de gás carbônico.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
284
9. RUÍDO E POLUIÇÃO SONORA
9.1 INTRODUÇÃO E OBJETIVOS As ondas sonoras emitidas por fontes diversas de ruído se propagam no meio ambiente de
várias formas. Qualquer processo que provoque flutuações no ar pode gerar ondas sonoras.
Em zonas urbanas, um dos maiores responsáveis pelo ruído são os veículos automotivos
(carros, caminhões, ônibus), além dos ruídos provocados por aeronaves.
A propagação do som pode ser prejudicada pela presença de obstáculos na trajetória de
propagação. Assim, a construção de grandes edificações ou as modificações topográficas –
mudanças que devem ocorrer na área em questão – poderá fazer com que o nível de ruído
na área em estudo diminua.
A energia gerada por fontes sonoras sofre atenuação ao se propagar no ar livre. Os fatores
causadores dessa atenuação são: distância percorrida por ondas sonoras, barreiras,
absorção atmosférica, vegetação, variação da temperatura e efeito do vento.
Em centros urbanos, existe o que se denomina ruído de fundo, produzido por fontes
diversas: tráfego de veículos, indústrias, trem, metrô, aeronaves, etc. O nível de ruído de
fundo em um determinado local está intimamente relacionado uso e ocupação do solo.
O objetivo deste estudo foi verificar os níveis de ruído atuais na ADA – Área Diretamente
Afetada, que abrange o perímetro da Operação Urbana – e compará-los com os impactos
provocados pelas intervenções propostas pela OUC do Porto do Rio.
9.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Para a elaboração do diagnóstico atual do parâmetro ambiental de ruído, foram feitas
medições do nível de pressão sonora em alguns pontos pré-selecionados. Utilizamos como
referência, os níveis de ruído considerados toleráveis pela Resolução n0 01/1990 do
CONAMA.
Para as medições foi utilizada a norma da ABNT NBR 10.151:2000 - Acústica-Avaliação do
ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade – Procedimento, conforme
especificado na Resolução CONAMA 01/1990, em seu artigo VI.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
285
Para os efeitos desta Norma aplicam-se as seguintes definições:
Nível de pressão sonora equivalente, LAeq, em dB(A): É o nível que, na hipótese de
poder ser mantido constante durante o período de medição, acumularia a mesma
quantidade de energia acústica que os diversos níveis variáveis acumulam no mesmo
período.
Nível de ruído ambiente: É o nível de pressão sonora equivalente ponderado em “A”, no
local e horário considerados, na ausência do ruído gerado pela fonte sonora em questão.
O equipamento utilizado para as medições tem as seguintes características:
Decibelímetro Digital nacional, modelo DEC-420, fabricado pela Instrutherm, conforme
Norma IEC 651 – Tipo 2, ANSI S1.4 – Tipo 2, BSEN 651 (1994).
Especificações:
Nome: Medidor de Nível Sonoro Tipo: 2
Marca: Instrutherm
Modelo: DEC-420
No de série: 09010900458786
Data da Calibração: 28/01/2009
Calibrado por: Laboratório de Calibração Instrutherm
Escala: 30 a 130 dB
Precisão: ± 1,5 dB
Resolução: 0,1 dB
Microfone de eletreto condensado destacável
Ponderação: A e C
Resposta: Rápida e lenta
Memória de valor máximo (pico)
Freqüência: 31,5 Hz a 8 kHz
As medições foram realizadas nos meses setembro, outubro e novembro de 2009, nos
períodos diurno e noturno. As medições foram realizadas nas ruas situadas dentro do
perímetro da região da Operação Urbana Consorciada Porto do Rio, e imediações.
As medições estão apresentadas em nível de pressão sonora equivalente (LAeq) em dB(A).
As medições foram realizadas com base nas seguintes especificações: foram efetuadas em
pontos afastados aproximadamente 1,20m do piso e pelo menos 2,00m de quaisquer
superfícies refletoras como muros, paredes entre outros.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
286
Todas as medições foram realizadas em resposta rápida “FAST”, na curva “A”, com o
medidor de nível de pressão sonora ajustado para resposta rápida (fast).
Foram medidos os níveis de ruído produzidos no ambiente, gerados por fontes tais como:
passagem de veículos, caminhões, ônibus e aviões, entre outros.
É importante ressaltar que, quando duas fontes de ruído são combinadas, o nível de
pressão sonora resultante não é a soma algébrica dos dois níveis individuais em decibéis, e
sim sua soma direta em Leq. Seguindo esses cálculos, a combinação de duas fontes de
igual pressão sonora implica um aumento de 3 dB em relação à produzida por cada uma
delas consideradas separadamente.
No caso de ruas e avenidas, o nível de pressão sonora futuro pode ser previsto através de
equações. Atualmente, as equações mais confiáveis e testadas por vários trabalhos
científicos são as propostas pelo Her Majesty’s Stationery Office (HMSO), do departamento
de transportes do Reino Unido. Nesta equação são considerados o volume de tráfego, a
velocidade média dos veículos e a quantidade de veículos pesados em circulação. Para este
estudo, foi utilizado o modelo do HMSO. Há equações específicas para se saber o
decaimento do ruído em função de cada variável. Para o caso em questão, os principais
atenuantes são a distância e as barreiras naturais ou construídas (edificações em geral).
Este estudo não considerou o aspecto atenuante da vegetação pelo fato de que, na região
analisada, não existe uma vegetação densa o suficiente para atuar significativamente nesse
sentido.
9.3 SITUAÇÃO ATUAL 9.3.1 - Área Indiretamente Afetada e Entorno Na área indiretamente afetada - AIA, os níveis de pressão sonora encontrados são
característicos de uma zona urbana de alta densidade, com vias arteriais de movimento
intenso.
9.3.2 - Área Diretamente Afetada Na área diretamente afetada - ADA, os níveis de pressão sonora encontrados são
característicos de uma zona urbana de alta densidade, com vias arteriais de movimento
intenso.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
287
A tabela abaixo, define os níveis de ruído permitidos para diversos tipos de ocupação do
solo, em dB(A), conforme especificado na norma NBR 10.151:2000.
Tabela 1. Níveis de Ruído permitidos de acordo com o uso do solo.
Tipos de áreas Diurno Noturno
Áreas de sítios e fazendas 40 35
Vizinhanças de hospitais (200m além divisa) 45 40
Área estritamente residencial urbana 50 45
Área mista, predominantemente residencial, sem corredores de trânsito 55 50
Área mista, com vocação comercial e administrativa, sem corredores de
trânsito
60 55
Área mista, com vocação recreacional, sem corredores de trânsito 65 55
Área mista até 40m ao longo das laterais de um corredor de trânsito 70 55
Área predominantemente industrial 70 60
Na próxima tabela, estão expostos os resultados de algumas das medições de nível de
pressão sonora das áreas de influência indireta e de entorno, para os horários diurno e
noturno.
Tabela 2. Medições de ruído realizadas em ruas dos setores abrangidos pela OUC do Porto do Rio,
no período diurno e noturno.
Setor Pontos de medição Diurno
(Leq)
Diurno
(Lmax)
Noturno
(Leq)
Noturno
(Lmax)
A Praça Mauá (abaixo da Perimetral) 81,9 85,6 70,8 74,5
A Rua Edgard Gordilho c/ Av. Venezuela 83,2 86,3 69,2 71,3
A Av. Barão de Tefé c/ Av. Rodrigues Alves 82,5 85,4 75,9 77,3
A Av. Barão de Tefé c/ Av. Venezuela 80,6 84,2 65,5 70,4
A Av. Barão de Tefé c/ Rua Sacadura Cabral 73,2 75,2 67,5 71,7
A Av. Presidente Vargas c/ Rua Visconde Itaboraí 82,1 86,4 70,9 74,3
B Av. Rodrigues Alves (perto rodoviária) 80,0 83,7 76,0 79,2
B Av. Rodrigues Alves (Início Setor B) 88,8 89,7 82,1 82,8
B Av. Rodrigues Alves com Rua Rivadávia Corrêa 84,4 91,2 74,13 75,3
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
288
B Av. Rodrigues Alves com Rua Santo Cristo 83,09 86,1 70,64 72,6
C Av. Cidade Lima com Av. Professor Pereira Reis 83,8 88,3 72,08 74,7
C Rodoviária 84,9 87,5 75,6 77,8
C Av. Rodrigues Alves com Rua Cordeiro da Graça 82,9 85,3 72,8 75,2
C Praça Marechal Hermes 81,5 84,5 69,8 72,8
D Av. Francisco Bicalho c/ Viad. Eng. Paulo S. Reis 83,9 86,8 74,6 77,4
D Rua General Luiz Mendes de Morais 75,4 77,5 71,7 74,5
E Av. Presidente Vargas (Próx. Central do Brasil) 82,6 88,0 69,4 72,9
E Av. Presidente Vargas (Próx. Viad.Marinheiros) 83,1 87,4 70,9 73,8
J Av. Presidente Vargas (Pça Duque de Caxias) 82,1 84,9 71,0 73,5
J Av. Marechal Floriano c/ R. Alexandre Mackenzie 80,5 83,2 70,3 73,1
J Rua Barão de São Félix com Rua Camerino 77,8 79,5 69,0 71,7
L Av. Presidente Vargas (Fim do 1ºcanteiro central) 78,9 81,9 73,5 76,2
L Av. Presidente Vargas (Fim do 2ºcanteiro central) 80,6 84,5 72,6 75,8
L Monumento Francisco Pereira Passos 76,5 78,2 72,8 75,1
L Av. Rio Branco com Rua Teófilo Otoni 78,0 81,7 73,3 75,1
L Av. Marechal Floriano com Av. Passos 77,6 81,5 71,8 73,8
L Rua Acre com Av. Mal. Floriano 77,8 80,3 68,0 71,0
L Av. Mal. Floriano com Av. Rio Branco 77,9 80,2 70,8 72,1
L Av. Rio Branco com Rua Acre 76,9 80,3 70,8 72,7
M Rua Melo e Souza 75,5 77,0 70,0 73,9
M Av. Francisco Bicalho com Rua Idalina Senra 83,8 86,5 75,0 77,6
N Av. Brasil 84,6 87,5 74,6 77,6
O nível de pressão sonora gerado em grandes avenidas e corredores de tráfego constitui
um dos mais graves problemas ambientais em algumas regiões da cidade. Como se pode
perceber, o nível de pressão sonora registrado nos corredores existentes na área estudada
foi bastante elevado.
Comparando os resultados obtidos nas medições, com os sugeridos pela NBR 10151, que
constam na tabela 1, o nível de pressão sonora atual já supera o recomendado. Os níveis
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
289
limite recomendados, entre 65 e 70 dB(A) no período diurno e de 55 dB(A) noturno, não
foram verificados em nenhum dos pontos medidos.
Figura 1. Níveis de Ruído Período Diurno. Observar as áreas vermelhas, com os níveis de ruído mais elevados,
seguidas pelas áreas em laranja, amarelo, verde e azuis, onde o nível de ruído é menor.
Figura 2. Níveis de Ruído Período Noturno. Observar como o nível de ruído decresce à noite em relação ao dia,
devido principalmente à diminuição de tráfego viário e circulação de pessoas.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
290
Conclui-se, assim, que os níveis de ruído medidos nas ruas da região, nos corredores de
tráfego da AIA e na ADA são bastante elevados.
Portanto, pode-se considerar que na situação atual, a AIA é uma região de nível de pressão
sonora elevada nas proximidades de grandes vias de tráfego, como Av. Presidente Vargas,
Perimetral, Rodrigues Alves, Av. Francisco Bicalho e Av. Brasil. Nestes locais, a poluição
sonora é questão crítica e problemática. Nas vias intermediárias, com nível de pressão
sonora mais baixo, esse problema é mais ameno.
9.4 INTERVENÇÕES PROPOSTAS PELA OUC DO PORTO DO RIO ASSOCIADAS AOS RÚIDOS Entre as intervenções propostas pela OUC que poderão ocasionar impactos sobre a ADA –
Área Diretamente Afetada, pode-se citar a geração de ruídos pela execução de obras, pelo
aumento do tráfego viário em relação ao tráfego atual e construção de barreiras físicas e
arborização do local, que irão atenuar a poluição sonora.
9.5 IMPACTOS PREVISTOS - SITUAÇÃO FUTURA A seguir, são apresentados os possíveis impactos ocasionados pela OUC da Região do
Porto do Rio que podem influenciar nos níveis de ruído da ADA.
9.5.1 Comprometimento da Qualidade Ambiental pelo aumento dos níveis de ruído – Fase de Instalação Para a instalação do empreendimento serão necessários serviços de terraplanagem,
asfaltamento, construção e alargamento de vias e túneis, ou demolição de obras existentes.
Isto demandará equipamentos de construção civil (tratores, rolos compactadores, bate-
estacas, britadeiras, caminhões, etc) que, em geral, emitem uma pressão sonora
equivalente a 90 dB(A) (no caso de britadeira) medidos a 7 metros de distância. A Tabela 3
indica o nível sonoro previsto, em função da distância das obras.
Tabela 3. Nível de ruído conforme a distância das obras
Distância das Obras (m) Nivel de Ruído (dB(A))
7 90 20 81 50 73 100 67
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
291
150 63 200 61 250 59 300 57 400 55 500 53 600 51 700 50 800 49 900 48
1000 47 1500 43
Os cálculos efetuados revelam que o nível de pressão sonora a cerca de 320 metros de
distância do equipamento em operação é menor que o NCA (Nível Critério Ambiente)
recomendado. Portanto, a Área de Influência Indireta e a Área de Entorno não serão
impactadas pelo ruído gerado na fase de implantação do empreendimento.
Na Área de Influência Direta, por sua vez, o ruído gerado na fase de implantação será
encoberto pelo ruído de fundo já diagnosticado na região, e também não haverá impacto na
região. Apenas os imóveis situados até 300 metros dos equipamentos estarão sujeitos a um
nível de pressão sonora maior (aproximadamente 77 dB(A)). No entanto, é preciso
considerar que eles já estão sujeitos a um nível de pressão sonora elevado devido à
presença de grandes avenidas. Tais valores chegam a atingir de 91,2 dB(A) no período
diurno e 82,8 no noturno, como medida de pico de geração de ruído.
Portanto, o impacto ambiental causado pelo ruído será de pequena magnitude,
abrangendo uma região limitada a um raio de 200 metros da operação dos equipamentos e
de média magnitude para os imóveis mais próximos. Deve-se levar em conta que o ruído
que será emitido ao meio ambiente está muito próximo do já existente atualmente. O
impacto terá pequena duração, limitada a implantação do empreendimento, e será
totalmente reversível, pois o desligamento dos equipamentos cessa o impacto
imediatamente.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
292
9.5.2 Comprometimento da Qualidade Ambiental decorrente de Poluição Sonora – Fase de Operação
Para a fase de operação do empreendimento, cabe a este estudo realizar uma previsão dos
níveis de pressão sonora que deverão existir após sua implantação.
Ao contrário do trânsito em estradas e rodovias, nas áreas urbanas os veículos dificilmente
se movem com fluidez. A maior intensidade de tráfego dá-se nos cruzamentos sinalizados
ou semaforizados, cuja variedade de destinos e as características das vias por onde
circulam, fazem com que um veículo em determinado itinerário mova-se com uma série de
acelerações e desacelerações, com pequenos períodos de movimento fluído e outros
períodos completamente parados. Este tipo de tráfego é chamado de pulsante. As
velocidades são baixas e médias com veículos em marcha lenta e motores com altas
rotações dominando claramente o ruído produzido pelo motor e pelo escapamento.
Geralmente, tanto automóveis como veículos pesados transitam em regime próximo a
máxima potência e consequentemente com nível sonoro elevado. As variáveis que
influenciam na propagação do som em áreas urbanas são muitas e o estudo de suas
relações é muito complexo. Pode-se citar alguns dos principais fatores:
Absorção do som pelo ar em função da distância entre a fonte de ruído e o receptor. Para
o fluxo de veículos, tem-se 3 dB de atenuação de ruído ao ar livre para cada duplicação da
distância. Tal relação é dada pela seguinte equação:
NPS0 – NPS1 = 10 log (d1/d0) Onde:
NPS = Nível de Pressão Sonora, em dB(A);
d = distância entre a fonte e o receptor,em metros.
Com esta equação é possível se fazer a previsão dos níveis de pressão sonora em qualquer
distância d1 a partir de um nível medido em qualquer outra distância d0.
Gradiente de temperatura que provoca movimentos de ascendência ou descendência da
sondas sonoras;
Efeito do vento que depende da velocidade do vento e mudança de sua direção,
provocando aumentos ou declínios nos níveis de pressão sonora, dependendo da
localização do receptor.
Cobertura do solo ou tipo de pavimento que compõe a pista de rodagem e seu estado de
conservação influenciam na emissão de ruídos, em função de seu atrito com os pneus dos
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
293
veículos. Sabe-se que o pavimento asfáltico liso é o menos ruidoso, seguido pelo de
concreto gasto pelo uso. Para um mesmo tipo de pneus, as diferenças encontradas entre o
menos ruidoso (asfalto liso) e o mais ruidoso (concreto frisado) alcançam os 11 dB(A);
A inclinação da via indica os trechos mais ruidosos. Para manter a velocidade, é
necessário aumentar a potência do motor, aumentando sua rotação, que se consegue
reduzindo a relação de marchas. O ruído gerado pelo motor é função direta de sua rotação,
logo, quanto mais lenta a marcha, maior o ruído emitido. Pode-se afirmar ainda que, em
veículos que utilizam a 5ª marcha, os níveis de pressão sonora em função da velocidade
tendem a ser menores;
As barreiras acústicas urbanas mais comuns são as paredes ou fachadas das edificações.
A fonte de ruído, os veículos, situa-se entre duas barreiras paralelas. À medida que reduzem
notavelmente os níveis sonoros em sua parte posterior, refletem o ruído para a calçada,
criando um espaço semi-reverberante entre os prédios, principalmente quando a distância
entre as fachadas, ou barreiras, é pequena. Essa situação torna mais lenta a redução dos
níveis sonoros do tráfego, resultando no fenômeno conhecido como efeito canhão
(SANCHO, 1982). Logo, as reflexões do som com as paredes originam um aumento dos
níveis de ruído e em ruas estreitas, os níveis de ruído são maiores que em ruas
largas,mesmo que o fluxo horário de veículos seja menor nas vias estreitas;
Efeito da Vegetação GERGES (1992) conclui que para uma atenuação de 2 dB em 1kHz é
necessário uma área de árvores densas à 10 m de distância da fonte e com uma largura de
20m. Quando a grama for densa e houver folhagens no solo, essa atenuação pode
aumentar para 4 dB. Mesmo oferecendo pouca atenuação em função da área que ocupa, a
vegetação pode servir como uma barreira visual, ocasionando um efeito psicológico mais
favorável ao receptor.
Além dos fatores citados, pode-se afirmar ainda que a presença de veículos pesados e
motos, causa um incremento nos níveis equivalentes de pressão sonora, em tráfego de
pouca ou média intensidade e que em vias de altas velocidades o nível de ruído é maior.
A maioria das pesquisas realizadas até hoje foram desenvolvidas a partir de análises do
ruído do tráfego veicular contínuo, contribuindo de forma decisiva no desenvolvimento de
metodologias de mapeamento sonoro, modelos de previsão e no fornecimento de dados
para estudos futuros.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
294
Os cálculos foram realizados segundo o modelo HMSO, a partir da seguinte equação geral:
L10 = 10log10 q + 33 log10 (v + 40 + 500/v) + 10 log10 (1 + 5p/v) – 26,6
q = volume de tráfego, em veículos/hora;
v = velocidade média, em km/h;
p = porcentagem de veículos pesados, em %.
O modelo foi elaborado para situações onde a fonte esteja a 0,5 metros de altura e a 3,5
metros do meio-fio ao eixo da via de tráfego. Considera-se que para uma distância igual a
10 m, o incremento causado pela distância da fonte ao receptor é igual à zero, e que para
distâncias superiores aos 13m previstos, deva haver uma consideração baseada na
equação 1.
A principal utilização que se pode fazer com a equação do HMSO, é no controle de tráfego
urbano, buscando benefícios na qualidade ambiental. Em áreas onde o ruído deve ser
controlado com maior rigor, nas proximidades de hospitais e prédios escolares, é possível, a
partir do nível de pressão sonora recomendado, alterar as características do tráfego de
veículos segundo as variáveis de fluxo total de veículos, velocidade média e porcentagem
de veículos pesados em interseções. Ou seja, o conforto acústico passaria a ser um dos
principais condicionantes do controle de tráfego urbano.
Através de uma enquete social, realizada junto à população em diferentes bairros da capital
no sul do país, concluiu-se que 47% da população considerava que o ruído mais perturbador
é produzido pelos ônibus, revelando que possíveis melhorias realizadas no ruído produzido
pelos ônibus trariam resultados significativos na redução da poluição sonora.
A Tabela 4 simula como seria o comportamento do ruído ambiental nas vias que compõem a
ADA e AID na região da Operação para os horários diurno e noturno, já com a
implementação da Operação Urbana.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
295
Tabela 4. Nível de ruído
Setor Pontos de medição Diurno Diurno Noturno Noturno
(Leq) (Lmax) (Leq) (Lmax) A Praça Mauá (abaixo da Perimetral) 77,8 81,3 67,3 70,8 A Rua Edgard Gordilho c/ Av. Venezuela 79,0 82,0 65,7 67,7
A Av. Barão de Tefé c/ Av. Rodrigues Alves 79,2 82,0 72,9 74,2
A Av. Barão de Tefé c/ Av. Venezuela 77,4 80,8 62,9 67,6
A Av. Barão de Tefé c/ Rua Sacadura Cabral 69,5 71,4 64,1 68,1
A Av. Presidente Vargas c/ Rua Visconde Itaboraí 78,0 82,1 67,4 70,6
B Av. Rodrigues Alves (perto rodoviária) 76,0 79,5 72,2 75,2 B Av. Rodrigues Alves (Início Setor B) 84,4 85,2 78,0 78,7
B Av. Rodrigues Alves com Rua Rivadávia Corrêa 80,2 86,6 70,4 71,5
B Av. Rodrigues Alves com Rua Santo Cristo 78,9 81,8 67,1 69,0
C Av. Cidade Lima com Av. Professor Pereira Reis 80,4 84,8 69,2 71,7
C Rodoviária 79,8 82,3 71,1 73,1
C Av. Rodrigues Alves com Rua Cordeiro da Graça 79,6 81,9 69,9 72,2
C Rua Equador - Binário 78,5 83,3 72,4 76,9 C Praça Marechal Hermes 81,5 84,5 69,8 72,8
D Av. Francisco Bicalho c/ Viad. Eng. Paulo S. Reis 83,9 86,8 74,6 77,4
D Rua General Luiz Mendes de Morais 77,8 80,1 73,2 76,8
E Av. Presidente Vargas (Próx. Central do Brasil) 82,6 88 69,4 72,9
E Av. Presidente Vargas (Próx. Viad.Marinheiros) 83,1 87,4 70,9 73,8
J Av. Presidente Vargas (Pça Duque de Caxias) 82,1 84,9 71 73,5
J Av. Marechal Floriano c/ R. Alexandre Mackenzie 80,5 83,2 70,3 73,1
J Rua Barão de São Félix com Rua Camerino 77,8 79,5 69 71,7
L Av. Presidente Vargas (Fim do 1ºcanteiro central) 78,9 81,9 73,5 76,2
L Av. Presidente Vargas (Fim do 2ºcanteiro central) 80,6 84,5 72,6 75,8
L Monumento Francisco Pereira Passos 76,5 78,2 72,8 75,1 L Av. Rio Branco com Rua Teófilo Otoni 78 81,7 73,3 75,1 L Av. Marechal Floriano com Av. Passos 77,6 81,5 71,8 73,8 L Rua Acre com Av. Mal. Floriano 77,8 80,3 68 71 L Av. Mal. Floriano com Av. Rio Branco 77,9 80,2 70,8 72,1 L Av. Rio Branco com Rua Acre 76,9 80,3 70,8 72,7 M Rua Melo e Souza 75,5 77 70 73,9
M Av. Francisco Bicalho com Rua Idalina Senra 83,8 86,5 75 77,6
N Av. Brasil 84,6 87,5 74,6 77,6 Nas Av. Rodrigues Alves, e nas vias contíguas teremos, mesmo com o aumento de tráfego,
uma diminuição média de 3 dB(A), como resultado da demolição da Perimetral, pois hoje o
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
296
elevado serve como caixa de ressonância para os ruídos produzidos na avenida abaixo
dele.
Já no caso da Rua Equador – Via do Binário, termos em função do acréscimo de tráfego um
aumento médio de 0,8 dB(A). Na Rua General Luiz Mendes de Morais, que servirá de
acesso ao Binário, haverá um acréscimo de 2,4 dB(A) resultante do incremento de veículos.
Considera-se assim que o impacto ambiental será pouco significativo para a região,
pois,a pesar do aumento do fluxo viário, a diluição do fluxo de veículos por outras vias de
circulação atenuará o nível de pressão sonora medido nas principais vias existentes, e que
tem níveis de ruído acima das recomendadas pela legislação.
As medições de ruído foram colocadas em mapa de diagnóstico de ruídos, para os períodos
diurno e noturno, conforme consta nas figuras 4 e 5.
Figura 4. Níveis de Ruído Período Diurno
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
297
Figura 5. Níveis de Ruído Período Noturno
9.6 MITIGAÇÃO DOS IMPACTOS A seguir, são apresentadas as medidas para mitigar os impactos relacionados à poluição
sonora, mencionados acima.
9.6.1 Comprometimento da Qualidade Ambiental pelo aumento dos níveis de ruído – Fase de Instalação
Como as principais intervenções no caso, a demolição da perimetral e construção do túnel
estão localizadas distante dos principais pontos residenciais, conclui-se que o impacto de
nível de ruído já terá caído consideravelmente nos pontos residências. Portanto, apesar do
aumento dos níveis de ruído nos locais de obra, este aumento não deverá atingir a
comunidade diretamente afetada pelo desconforto ambiental das emissões sonoras.
Mesmo assim, recomenda-se que os equipamentos utilizados durante a obra, tais como
geradores de energia, britadeiras, entre outros, sejam dotados de atenuação acústica e que
as vias de acesso e trânsito desses equipamentos estejam em bom estado de conservação,
de modo a evitar o ruído de impacto nas caçambas. Além disso, sugere-se que os níveis de
ruído obedeçam aos horários determinados por lei.
9.6.2 Comprometimento da Qualidade Ambiental decorrente de Poluição Sonora – Fase de Operação
Apesar dos impactos ambientais gerados serem todos de baixa relevância, recomenda-se
algumas medidas de controle que podem ser implementadas, como:
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
298
O controle do número de veículos pesados e médios que circularão pela nova via deve
ser limitado, pois estes são os maiores emissores de ruído ao meio ambiente.
A velocidade dos veículos deve ser controlada, pois a partir de 60 Km/h os pneus dos
automóveis são os principais geradores de ruído do veiculo, suplantado o ruído gerado
pelo motor.
O asfalto utilizado nas novas vias deve ser de boa qualidade e baixa rugosidade
diminuindo o atrito dos pneus no solo e assim controlando o nível de pressão sonora
emitido ao meio ambiente.
O controle do estado e da eficiência dos abafadores de ruído dos veículos que circulam
na região deve ser sistemático. Com isso evita-se a emissão de ruído
desnecessariamente ao meio ambiente.
Os empreendimentos imobiliários devem ter um recuo apropriado da via de trafego a fim
de propiciar condições para uma boa dispersão da energia sonora, não a centralizando
em pontos específicos. Estes recuos devem ser arborizados.
9.7 CONCLUSÕES Atualmente, os níveis de ruído são considerados elevados na maior parte dos locais
pertencentes à área abrangida pela Operação Urbana Consorciada do Porto do Rio,
estando acima dos parâmetros permitidos por lei.
Na fase de instalação, os ruídos emitidos pelas máquinas ficarão próximos aos níveis atuais
nas principais avenidas, não devendo afetar a comunidade através do desconforto ambiental
causado pelas emissões sonoras. Porém, para amenizar o impacto ambiental, os
equipamentos em operação devem estar em bom estado de conservação e manutenção eas
vias de acesso e trânsito desses equipamentos não devem estar esburacadas e
desniveladas. Os horários de obra também devem considerar os níveis de ruídos nos
períodos estabelecidos por lei.
Já na fase de operação, o impacto ambiental ocasionado pelo aumento do nível de ruído
será pouco significativo, pois o ruído da área abrangida pela OUC do Porto do Rio já possui
níveis altos, acima dos níveis permitidos por lei, e o aumento do nível em alguns locais não
será muito superior ao atual. Mesmo com o aumento do fluxo viário na região, em algumas
vias o fluxo será diluído. Além disso o aumento da vegetação e das barreiras acústicas
urbanas, diminuirá o ruído em alguns locais da área diretamente afetada.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio V – Situação Atual e Futura
299
Com a implementação das medidas mitigadoras recomendadas, a qualidade ambiental
acústica da região irá melhorar, devendo a Operação Urbana provocar impactos ambientais
positivos em relação à poluição sonora.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio VI Conclusões
428
VI – CONCLUSÕES
A Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio é de vital importância para a
melhoria da qualidade ambiental e urbanística da região.
O diagnóstico permitiu identificar as questões ambientais mais significativas e que hoje
constituem problemas para a região. No perímetro da Operação Urbana há grande
diversidade, do ponto de vista social e econômico.
A Operação Urbana trará especial contribuição, ao incentivar atividades geradoras de
emprego e de renda, cumprindo o papel de inserção social e cidadania.
A melhoria da situação de infra-estrutura na região propiciará a melhoria de qualidade de
moradia e de vida, além de diminuir os impactos ambientais, como falta de saneamento
básico, e outros fatores decorrentes.
Carente de áreas verdes, a região será beneficiada por expressivo aumento de áreas verdes
públicas, e consequente aumento de permeabilidade do solo. O aumento dessas áreas
verdes também trará contribuições para a avifauna, pelo aumento da massa arbórea. Por
essa mesma razão, o fenômeno de geração de ilhas de calor, terá seus efeitos reduzidos
nessa região.
Com a ligação do coletor de esgotos na Av. Rodrigues Alves às redes a serem
implementadas, haverá sensível melhora na qualidade das águas.
Os impactos do empreendimento ao longo das fases de planejamento, instalação e
operação, tem mitigação prevista na legislação da Operação Urbana, e neste relatório. Uma
vez adotadas as medidas mitigadoras previstas neste relatório, passarão a ser pouco
significativos.
A abertura de novas vias na região permitirá a re-estruturação do sistema viário previsto na
operação, direcionando fluxos de tráfego e melhorando a sua fluidez. A implementação de
transportes coletivos alternativos melhorará a acessibilidade na região.
A maior fluidez de tráfego de veículos, permitirá melhorar no quadro de poluição do ar, tendo
em vista a minimização dos congestionamentos hoje existentes.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio VI Conclusões
429
Os níveis de ruído, por essa mesma razão, tenderão a uma melhora em relação aos níveis
de ruído existentes.
Com a desativação da Perimetral, haverá uma significativa recuperação da paisagem e da
relação com as edificações e a paisagem natural, junto à Av. Rodrigues Alves
A Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio, atendendo as disposições do
Estatuto da Cidade, permitirá a re-qualificação da estrutura urbana e ambiental da região,
re-caracterizando o papel que cabe à região, através de re-organização do desenho Urbano,
e orientando o desenvolvimento futuro para a preservação ambiental e a melhoria da
qualidade de vida nos bairros da região.
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio VII Equipe Técnica
430
VII EQUIPE TÉCNICA Direção: Arquiteto Roberto Israel Eisenberg Sarue - CREA 0600469560 Coordenação de Equipes: Paula Meerholz Roosch – Bióloga CRB - EQUIPE TÉCNICA
Antropóloga - Ana Carmen Jara Castro Arqueóloga - Regiane Gambim Barreto Arquiteta – Alessandra Accorsi Sarue Arquiteta - Helga Santos da Silva Bióloga - Janaina do Amaral Vieira Bióloga – Paula Meerholz Roosch Ecóloga – Desirée Isler Arquiteta Therezinha Banevicius – consultora Geóloga - Andréia Márcia Cassiano - CREA 5061740520. Levantamentos em campo Levantamento em Campo – Isael Pereira Levantamento em Campo – Marcelo Pereira Estagiário arquitetura – Adriano Martins Estagiária arquitetura – Paula Peret Almeida de Oliveira Estagiário artes plásticas – Anelise Tietz
Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio VIII Referências Bibliográficas
431
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