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Elaborando um projeto Baseados nas novas e modernas ferramentas para o desenvolvimento de Negócios Inovadores criamos uma Mapa de Elaboração de Projetos, inspirado no Business Model Canvas (Alexander Osterwalder e Yves Pigneur) que apresentaremos a seguir.  A ideia é fazer o download do Mapa de Projetos e trabalhar com o uso de Post its para ir elaborando o esboço do projeto. Definindo o problema   Os projetos podem nascer de diversas maneiras, seja através de uma ideia (solução), de uma necessidade detectada em um grupo, em uma comunidade, em uma empresa. De um problema concreto a ser resolvido, ou de um desejo a ser satisfeito (seu ou de terceiros). Seja qual for sua gênese, ao final, sempre há um problema a ser solucionado e que diz respeito, em geral, a um conjunto de pessoas (coletivo). Mesmo quando pensamos na produção de um CD independente, que não há de fato um problema no ambiente externo, será preciso produzi-lo e ao final vende-lo ou, ao menos, distribui-lo; e esses, com certeza, são problemas a serem resolvidos, e dependeram da determinação de um público-alvo. Estabelecer qual o problema a ser resolvido e quem se beneficiaria com essa solução devem ser os passos iniciais para a construção mental de um projeto. Determinando esses dois campos do nosso modelo, começamos a esboçar partes importantes de um projeto, como seu Porque (Why), também entendida como a Justificativa para o projeto e seu Público-Alvo.

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Elaborando um projeto Baseados nas novas e modernas ferramentas para o desenvolvimento de Negócios Inovadores criamos

uma Mapa de Elaboração de Projetos, inspirado no Business Model Canvas (Alexander Osterwalder e

Yves Pigneur) que apresentaremos a seguir. A ideia é fazer o download do Mapa de Projetos e trabalhar com o uso de Post its para ir elaborando o

esboço do projeto.

Def in indo o p roblema  

Os projetos podem nascer de diversas maneiras, seja através de uma ideia (solução), de uma

necessidade detectada em um grupo, em uma comunidade, em uma empresa. De um problema concreto

a ser resolvido, ou de um desejo a ser satisfeito (seu ou de terceiros). Seja qual for sua gênese, ao final,

sempre há um problema a ser solucionado  e que diz respeito, em geral, a um conjunto de pessoas

(coletivo).

Mesmo quando pensamos na produção de um CD independente, que não há de fato um problema no

ambiente externo, será preciso produzi-lo e ao final vende-lo ou, ao menos, distribui-lo; e esses, com

certeza, são problemas a serem resolvidos, e dependeram da determinação de um público-alvo.

Estabelecer qual o problema a ser resolvido e quem se beneficiaria com essa solução devem ser os

passos iniciais para a construção mental de um projeto. Determinando esses dois campos do nosso

modelo, começamos a esboçar partes importantes de um projeto, como seu Porque (Why), também

entendida como a Justificativa para o projeto e seu Público-Alvo.

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 Definindo o Público -Alv o  

Se existe um problema, ele diz respeito a um grupo de pessoas, uma comunidade, uma empresa. Daí

deriva que precisamos nos perguntar: Quem se beneficiaria com uma possível solução para o problema?

Em alguns casos, como no Crowdfunding (Financiamento Coletivo  –  Curso On-line), especialmente

quando falamos no financiamento de CAUSAS, há a necessidade de pensar também no perfil do

 APOIADOR do projeto.

 Assim como no Canvas tradicional existe a possibilidade de criarmos uma Plataforma Multilateral (Ex:

Facebook  –  usuários e anunciantes) aqui usaremos a mesma premissa no Mapa de Elaboração de

Projetos e identificaremos os segmentos distintos com o uso de CORES no Mapa. (a sugestão é

trabalharmos com Post-its de cores diferentes). Ex: beneficiários Post it amarelo e Financiadores Post it

rosa. (Para mais informações sobre o perfil de apoiadores no Crowdfunding leia  esse post. Em caso dedúvidas em relação à projetos de crowdfunding enviem questões para

[email protected])

Des c revendo a s o lução  

Uma vez detectado o problema e os beneficiários, é preciso definir uma solução (objeto) para o problema.

Ou responder à pergunta: O que será feito?

Nesse mesmo bloco é recomendado definir também qual é o objetivo de se propor essa solução (Objetivo

Geral do Projeto) e quais os objetivos Específicos da proposta. Lembrando que essa é a primeira

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aproximação com o Projeto e o Mapa deve apenas conter as ideias e os marcos principais, expressos de

forma direta em frases curtas. Não é o momento de redigir o projeto!

Definindo as Ativ idades Chave  

Com a definição de uma solução proposta já é possível iniciar a formulação das principais atividades

(ações) necessárias para que os objetivos do projeto sejam cumpridos. Como o projeto será concluído?

Lembrando que esse é um momento inicial de aproximação com o projeto e não é preciso detalhar as

 Ações nem a metodologia, mas determinar quais são as principais Etapas a serem cumpridas para a

execução do Projeto, bem como quais as competências necessárias para executá-lo? Pensando no CD

independente, por exemplo: Produção (escolha do repertório, pré-produção, produção, pós-produção,

mixagem e masterização); Impressão da Capa; Prensagem; Distribuição e Vendas.

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 Definindo o s Marcos do Projeto (Milestones)  

 Após definir as ações, recomenda-se definir um cronograma básico do projeto, elencando seus grandes

marcos em termos de Local e Data. Esses Marcos devem se basear nas Etapas apontadas nas

 Atividades Chave e ajudar a determinar a duração do Projeto e sua abrangência territorial.

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 Definindo os Indicado res do Projeto  

 Após a definição dos Marcos do Projeto é importante definir quais serão os indicadores (métricas) para

monitorar o andamento do projeto, bem como seus principais Riscos e também poder avalia-lo ao final.

Sugere-se, avaliar o projeto em sua Eficiência (otimização na aplicação dos recursos financeiros e

materiais em relação aos resultados alcançados pelo projeto), Eficácia (capacidade demonstrada pelo

projeto de atingir os objetivos e metas previamente estabelecidos) e Efetividade (capacidade que os

resultados do projeto têm de produzir mudanças significativas e duradouras no público beneficiário).

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 Definin do os Recurs os Chave neces sário s  

Com a definição da solução, as Etapas descritas, os Marcos e o Sistema de Monitoramento e Avaliação

definidos, será preciso uma primeira aproximação com as necessidades humanas e materiais do projeto e

se perguntar: Quais são os recursos humanos necessários para isso? (equipe); Qual a infra-estrutura

necessária? (espaço físico, transporte, etc…); Quais os equipamentos necessá rios? (máquinas,

iluminação, som, etc…). Tentar listar os mais relevantes em termos de custo para o projeto. Ainda não é o

momento de detalhar!

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 Def in indo os Custos d o Projeto  

O projeto já está praticamente estruturado, restando agora o dimensionamento de seus principais custos.

Para isso é preciso observar necessidades de pessoas, materiais, equipamentos, transporte, entre outros.

Os custos serão influenciados pelos blocos Atividades Chave, Recursos Chave, Monitoramento

(Indicadores e Riscos) e Marcos Chave. É preciso prestar atenção em todos eles. Por exemplo, o tempo

de execução de um projeto impactará diretamente nos custos de manutenção de uma equipe, assim

como a abrangência geográfica terá impactos significativos nos gastos de logística (transporte,

hospedagem e alimentação) envolvidos no projeto.

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 Defin indo a Est ratégia de Financ iamento  

 Após a definição dos custos do projeto e suas principais características é preciso captar recursos para

financiá-lo. Nesse momento, o Escopo do Projeto, bem como o Problema ajudarão a determinar o melhor

caminho para financiá-lo.

É preciso ter em mente que um projeto não precisa ser inteiramente financiado por um único financiador,

e que é possível pensar em uma Matriz contendo ao menos os seguintes modelos de financiamento:

  Recursos próprios

  Crowdfunding

  Patrocínio Privado

  Leis de Incentivo

  Editais Públicos

  Editais Institutos (nacionais e internacionais)

  Editais Internacionais (Países, ONGs, etc)

Também é importante perceber que muitos financiadores exigem contrapartidas próprias ou de terceiros

no financiamento do projeto e que a única restrição aqui no Brasil é que recursos públicos não pode ser

contrapartida de outros recursos públicos, mesmo que de diferentes instâncias e esferas.

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 Após esse primeiro passo, já é possível visualizar o Projeto, ainda que não detalhadamente, é possível

encontrar com facilidade inconsistências e incoerências no Mapa, propiciando um olhar crítico e uma

avaliação preliminar de sua Factibilidade, Viabilidade e Atratividade que determinarão o avanço para o

passo seguinte de estabelecer o Escopo do Projeto e uma orçamentação precisa.

Nesse post, daremos mais alguns passos em direção a esses objetivos e para tal será preciso entender

que, para se elaborar um bom projeto, será preciso pensar antes em como será sua execução. 

Isso parece óbvio, mas o que ocorre em grande parte dos casos é que primeiro aparece um Edital; dai

buscam-se pessoas que sabem escrever e que tem alguma noção de execução de projetos, mas cuja

preocupação maior acaba sendo entregar o projeto redigido no prazo, com o mínimo necessário (deredação e reflexão) para que seja aprovado. Nossas sugestões nesse sentido são: 1º) tentar mudar a

lógica e reprogramar o processo e; 2º) se não for possível alterar essa lógica de operação, quando for

redigir um projeto tenha sempre em mente que será relevante construí-lo com vistas à sua posterior

execução.

O Project Management Institute (PMI), em seu livro de “Boas Práticas” o Project Management Book of

Knowledge (PMBOK) mostra que os projetos têm 5 fases: 1) Iniciação; 2) Planejamento; 3)Execução; 4)

Monitoramento e controle; e 5) Encerramento.

Nosso esforço então se concentrará na Fase do Planejamento, sendo o Projeto Elaborado o resultado

(output) dessa fase. E para nos orientar no Planejamento (como alcançaremos nossos Objetivos e

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Metas?) devemos nos pautar nas “áreas do conhecimento[1]”  que deverão ser geridas durante sua

execução: Integração, escopo, tempo, custo, qualidade, pessoas, comunicação, riscos e aquisições.

Essas são áreas da execução de projetos que devem ser geridas, monitoradas e controladas para manter

o Projeto em direção do cumprimento dos objetivos e metas propostas e nos dão uma boa ideia das

necessidades a serem organizadas pelo planejamento (assunto do próximo post). Conhecê-las e, aindamelhor, reconhece-las como relevantes, será necessário quando dermos o próximo passo.

É claro que todo esse esforço de gestão deve ser adaptado à realidade dos diferentes projetos e que

essa metodologia (baseada em boas práticas) serve tanto à construção de um submarino nuclear, quanto

para a gravação de um CD ou um Projeto para Formação de Jovens para o Mercado de Trabalho. Assim,

é preciso entender o grau de sofisticação necessária para que se controlem essas variáveis da melhor

forma possível, dentro das necessidades e da realidade da equipe e do orçamento do projeto.

Com isso em mente e com o Mapa de Elaboração de Projetos em mãos, é hora de começar a responder

às perguntas chave que já foram esboçadas anteriormente. A Elaboração de Projetos é de certa forma

um processo no qual caminhamos do básico para o específico (da panorâmica para o detalhe) e nessepercurso, de modo cartesiano, e em linguagem popular, vamos dando “nome aos bois” e “amarrando o

guiso no gato”. Como assim? 

Todos já ouviram falar do 5W2H, acrônimo de (What, When, Where, Why, Who, How e How Much)?, ou:

O que será feito?

Quando será feito?

Onde será feito?

Porque será feito?

Quem o fará?

Como isso será feito?

Quanto vai custar?

 A essas perguntas incluímos outras duas em nosso Mapa de Elaboração de Projetos – Qual é o problema

a ser resolvido? E quem se beneficiará dessa solução? E mais para frente incluiremos mais uma que será

muito importante: Para quem estamos elaborando esse projeto? (Edital? Crowdfunding? Patrocínio?

Negócio Novo? Novo Produto?).

O interessante desse processo de construção é que ele será útil tanto para pensarmos na consecução do

Objetivo Geral do Projeto, quanto em seus Objetivos Específicos e até no nível das Ações (uma vez que a

cada ação – durante a execução – é possível e importante aplicar o 5W2H).

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Responder a todas essas perguntas e organizar as informações em torno desse roteiro será o próximo

passo que faremos para começar a dar forma à redação do nosso projeto.

What – O que será feito? Começando pela definição do Problema e do Beneficiário (público-alvo), podemos definir com clareza

qual será nossa solução, ou o que será feito. Em termos técnicos falaremos tanto do nosso OBJETO,quanto do nosso OBJETIVO. Vamos usar os 3 exemplos anteriores:

Objeto  Objetivo 

Construir um submarino nuclear Melhorar as defesas nacionais

Gravar um CD Divulgar o trabalho da banda x

Capacitar Jovens Aumentar suas chances de inserção no mercadode trabalho

Nessa parte também se pode descrever as grandes ETAPAS ou FASES do projeto, que em nosso Mapa

de Elaboração de Projetos estavam descritas nas Ações Chave.

Resumidamente:

Objeto  – o que faremos?

Objetivo Geral  – o que queremos atingir com isso? Qual nosso grande objetivo?

Objetivos Específicos  –  para se chegar ao objetivo geral, percorreremos um determinado caminho e

atingiremos outros objetivos mais específicos; quais são?

Etapas do Projeto  –  podem ou não estar relacionados aos objetivos específicos, mas faz sentido se

estiverem, pois descreve o caminho do projeto.

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When – Quando será feito? Esse item é muito importante para configurar um projeto, pois pela definição do PMBOK um Projeto “é

um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo”, ou seja, tem

um começo, um meio e um fim.

Nesse item devemos definir a duração do projeto (tempo)  –  quando se iniciará e quando será seu

encerramento (prazo), bem como um cronograma de execução com suas ETAPAS E FASES descritas e

encadeadas, num CRONOGRAMA FISICO DE EXECUÇÃO.

Geralmente esse esforço deve ser sintetizado em uma tabela ou quadro:

Etapa/Fase

Descrição Início Fim

Jan/2014

Fev/2014

Mar/2014

 Abr/2014

ETAPA I 02/01/2014 28/02/2014 xxxxxxx xxxxxxx

FASE I02/01/2014

31/01/2014

xxxxxxx

FASE II01/02/2014

28/02/2014

xxxxxxx

ETAPA II01/03/2014

30/04/2014

xxxxxxx

xxxxxxx

Where – Onde será feito? Nesse ponto podemos definir um local específico, a abrangência geográfica (Grande Região Geográfica,

Unidade da Federação, Município, Bairro, etc..) ou um setor no interior da organização (departamento da

empresa).

É perfeitamente possível que diferentes ETAPAS ou FASES ocorram em diferentes locais e isso deve

estar descrito nesse tópico.

Why – Porque será feito? Esse tópico tratará da justificativa do projeto e, de maneira geral se baseará no Problema a ser resolvido.

Mas aqui também será incluída uma pergunta importante: Para quem estamos escrevendo esse projeto?

(É para um Edital Internacional? Para o Governo? Para um Patrocinador? Para o Crowdfunding? Para

seu superior? Para criar um produto para cliente final?)

É importante conhecer seu interlocutor e saber como convencê-lo da importância do projeto. Para o

Governo, de modo geral a justificativa vem do enquadramento do projeto às diretrizes dos Programas e,

portanto, quase sempre descritas no próprio Edital. O mesmo pode servir para outros Editais de Institutos

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e ONGs Internacionais, cujo principal critério é o enquadramento da MISSÃO da sua organização aos

objetivos do Edital.

 A justificativa vai ficando mais auspiciosa conforme entramos na ceara do Patrocínio e do Crowdfunding,

ou quando precisamos convencer nossa corporação da importância do projeto do nosso departamento.

Não há regra, nem manual, mas o fundamental é saber com que estamos falando, como ele pensa e

como age e o que é VALOR para essas pessoas. Simples? Não, mas é o que pode ser dito. Quando você

vai explicar para um empresário que determinada ação social é importante você vai tratar do assunto

como se estivesse falando com a Secretaria de Assistência Social? Acredito que não. Então, de modo

geral, quando pensamos na importância de um projeto do ponto de visto do empresário, pensamos tanto

no seu impacto social, quanto na visibilidade que daria à empresa ou à marca do Patrocinador. Sem

puritanismo, essa é a regra do Capital. Ele precisa se reproduzir e de forma ampliada, com receitas

maiores que os custos e gerando excedente em forma de lucro para se sustentar no tempo. Com isso em

vista, qual seria o retorno esperado para o Patrocinador que apoiasse seu projeto? (visibilidade,

marketing, etc…). Essas palavras devem aparecer em sua justificativa lado a lado aos seus valores ou osde sua organização.

Who – Quem o fará? Esse é um tópico que ajudará às pessoas a entenderem se o Projeto é Factível, se ele irá de fato sair do

papel. Aqui é importante demonstrar sua proficiência no assunto, sua capacidade de execução, sua

experiência anterior em projetos similares. Enfim sua história ou de sua organização.

Descrever sua equipe, suas competências. Fornecer informações relevantes para a o seu Projeto e que

dizem respeito aos Objetivos e às Ações a serem encaminhadas na execução desse Projeto (desseobjeto e desses objetivos).

É preciso ter um Currículo da Organização (organizado e atualizado) e registro de Projetos anteriores

para comprovar a Credibilidade do Proponente.

Quando pensamos no Crowdfunding (financiamento coletivo), entra na análise também a Imagem

Institucional (awareness) e a Reputação (Internet), assuntos que podem ser vistos nos  4 PS do

Crowdfunding (no primeiro Pilar – Proponente).

How – Como isso será feito? Qual o método a ser utilizado? Quais as ações necessárias para se atingir os objetivos propostos? Aqui

cabe uma descrição geral do método que explique como se conseguirá, partindo desse OBJETO alcançar

os OBJETIVOS do Projeto.

Qual o caminho a ser percorrido e quais as definições estratégicas?

How Much – Quanto custará? 

 A orçamentação do projeto é uma das partes mais criticas do projeto, pois, de modo geral, é muito difíciladitar contratos por conta de erros de orçamentação.

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Muitos projetos são aditados em prazo, mas não financeiramente (especialmente projetos com recursos

públicos) e isso tem significativo impacto nas condições objetivas necessárias para sua execução. O

mesmo deve acontecer com projetos patrocinados e financiados pelo crowdfunding.

Como mencionado no Mapa de Elaboração de Projetos, variáveis de tempo (prazo), equipe (recursos),

abrangência (localidade) terão impacto significativo no orçamento do projeto, assim como, por exemplo,nos casos do crowdfunding, terão as taxas financeiras e as recompensas aos apoiadores. 

 Aqui vale o exame metódico e o uso de Planilhas de Excel bem elaboradas, com links, inputs e outputs

claros e que sejam fáceis de alterar, conforme a necessidade do projeto muda ao longo de sua

concepção.

-*-*-

Demos um passo em direção à Elaboração de um projeto factível, viável e atrativo, com a ajuda do

5W2H.

Todos os projetos que você se deparar irão precisar dessas questões respondidas. Assim, mantê-las

preparadas poderá agilizar bastante a Elaboração de Projetos e sua adequação às necessidades de

Editais específicos.

No próximo post trataremos da importância do processo de Planejamento para a construção do projeto,

os impactos disso para sua boa execução e daremos algumas orientações de como devemos pensar para

planejar nossas ações.

Para todo problema, existe sempre

mais de uma solução. Tendo em vista que um Projeto é a resposta a um Problema, uma Necessidade ou a um Desejo de uma

ou de um conjunto de pessoas (preferencialmente), é perfeitamente plausível que haja diferentes

soluções para os mesmos problemas, não?

Senão, vejamos. Sendo fruto (resultado) de um processo de Planejamento, o Projeto será uma solução

(Objeto, Objetivos e Metas) orientada (Matriz SWOT) por possibilidades e restrições vindas do ambiente

externo (oportunidades e ameaças) e do ambiente interno (forças e fraquezas do Proponente) e sem

dúvida de fatores como o Tempo (qual o prazo que temos para formatar e realizar esse projeto?),

Recursos (qual nosso orçamento? Ao que temos acesso?) e nossas Habilidades e Competências (o quesabemos fazer? Quem nós conhecemos que poderia fazer o que não sabemos?).

Nesse sentido, as fronteiras que nos ajudarão a cercar nosso Objeto e nos subsidiar para criar uma

Solução “ótima” para nosso Problema, serão a Factibilidade, Viabilidade e Atratividade do Projeto. Para

ajudar a ilustrar essa ideia, vamos pegar o mesmo Objeto  – Gravação de um CD  –  e pensar em dois

Proponentes distintos: de um lado, uma Banda Consagrada (BC) já em seu terceiro álbum após dois

sucessos consecutivos e de outro, uma Banda Independente (BI), com alguns anos de estrada, em busca

de lançar seu primeiro CD.

Penso que a primeira grande diferença nasce dos Objetivos: Para BC os objetivos são, em última

instância, comerciais e suas metas são financeiras, enquanto para BI, seus objetivos são de marketing esuas metas são econômicas (ganhar projeção e visibilidade). A segunda grande diferença está na

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capacidade de cada uma de mobilizar recursos para cumprir seus objetivos. A BC tem um histórico de

vendas e consegue efetuar cálculos mais ou menos seguros que permitem aos investidores decidir sobre

a Viabilidade Econômica/Financeira do Projeto (ROI – Retorno sobre o Investimento), através de cálculos

como Pay-back, Taxa Interna de Retorno, Valor Presente Líquido, entre outros. Também conta com uma

equipe profissional, apoio de uma gravadora e suporte de Relações Públicas e Marketing. No caso da BI,o grande objetivo é não ter prejuízo e conseguir distribuir seu CD, e por nunca ter vendido um CD, não

sabe qual poderá ser a aceitação do Produto e, portanto, é incapaz de fazer qualquer tipo de cálculo

financeiro para atrair investidores. Como nunca vendeu, vive dos recursos próprios (shows e pequenos

investimentos de membros, amigos e parentes), não tem equipe profissional de apoio, nem tem acesso

ao grande público, seja pela imprensa, seja pela propaganda.

Por conta dessas diferenças o que é Factível e Viável para os dois será muito diferente. As restrições

claras do ponto de vista da BI farão com que a decisão de seguir com o Projeto nas condições objetivas

atuais seja tomada com base na sua expectativa de apoio financeiro e na Atratividade do Projeto,

tanto do ponto de Vista do Público-Alvo (beneficiários e financiadores), quanto do Proponente (ele

mesmo). A pergunta a ser feita é: Nessas condições, em que o Projeto é tanto Factível, quanto Viável ele

ainda é Atrativo? O resultado seria minimamente aceitável para nosso público-alvo? E para nós?

Nesse estágio do projeto, já foi descartada a possibilidade de um Investidor (para cujo Projeto teria o

formato de um Plano de Negócios), restando a eles a possibilidade de buscar recursos em Editais,

com Patrocinadores, e através do Crowdfunding (Financiamento Coletivo). Definir a estratégia de

financiamento e endereçar   corretamente o Projeto será a diferença entre o sucesso e o fracasso da

estratégia adotada.

Editais Editais podem ser publicados pelo Governo, por Autarquias, Institutos, ONGs, podem ser de origem

nacional ou internacional, mas de maneira geral, qual seja sua origem, a seleção dos Projetos baseia-se

em critérios técnicos objetivos e explicitados nas regras do próprio Edital.

Financiar projetos com base em Editais é dentre as alternativas, a mais burocrática e engessada das

formas de resolver o problema de financiamento de uma organização. De modo geral, ao menos no

Brasil, os recursos são quase sempre destinados exclusivamente ao Objeto do Edital, ficando vetados

usos para pagamento de gastos correntes e serviços de apoio da organização (administração, apoio

 jurídico, marketing, prestação de contas, etc.) que extrapolam o âmbito do projeto financiado.

 A factibilidade deve ser comprovada através de documentação, currículo da equipe, histórico de

atividades correlatas e atestados de outras instituições, bem como à situação Tributária, Trabalhista e

Fiscal da organização, através de Certidões Negativas de diversas naturezas[2]. 

 Além de outros critérios específicos que possam estar descritos no Edital, a principal preocupação dos

analistas se dará em relação à adequação do Projeto ao formato do Edital, à coerência e a coesão do

projeto; ao alinhamento do Objeto e Objetivos ao escopo do Edital e; à adequação orçamentária,

passando por montantes, usos e fontes, bem como em relação às contrapartidas.

Resumidamente, a linguagem será técnica, a Factibilidade deverá ser documentada, a Viabilidade

avaliada pela adequação orçamentária (Valores Financiados x Contrapartidas  –recursos próprios e deterceiros) e a Atratividade pela aderência ao Edital e aos interesses da Instituição Proponente.

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É importante lembrar, que aqueles que se aventurarem pelas Leis de Incentivo, passarão tanto por essa

fase, quanto pela fase de busca de um Patrocinador.

Patrocinadores Estratégias de financiamento com base em Patrocínio dependerão da base de fãs (seguidores, leitores,

apoiadores, etc.) da organização, do seu perfil socioeconômico, da abrangência geográfica das ações, do

alcance e impacto da comunicação e da capacidade de criar métricas, indicadores e medir os resultados

para comprovar todas essas afirmações por parte do Proponente.

Exceto no caso de o patrocínio recebido for de amigos ou de amigos de amigos, o interesse de um

Patrocinador será o de vincular sua Marca/Produto ao seu Projeto. Do ponto de vista do Patrocinador, só

fará sentido apoiar seu Projeto se, e somente se, houver alguma aderência do público-alvo impactado  – 

seja diretamente pelo projeto, seja pela comunicação dele  – à estratégia de marketing da sua empresa.

Um projeto voltado ao Patrocínio deverá ter além do conteúdo técnico que demonstre tanto sua

factibilidade, quanto sua viabilidade, uma grande preocupação Estética (apresentação das peças de

propaganda  –  material impresso e digital) e de Planejamento de Marketing baseada em métricas e

indicadores confiáveis para demonstrar com clareza o impacto do projeto junto a um público-alvo (direto e

nas ações de comunicação).

 A troca aqui é econômica. O Patrocinador não terá participação nos resultados do Projeto, como tem um

investidor, mas terá um reforço em sua estratégia de marketing e isso o fará decidir dentre os diversos

projetos que chegam até ele. Mesmo não havendo a promessa de retorno financeiro, o patrocinador

analisará o Projeto como o faz com um Investimento, calculando o ROI (retorno sobre o investimento) e

decidindo sua escolha com base em cálculos. Isso vale também, com certeza, para todos os projetos deLeis de Incentivo, sejam esportivos ou culturais. Enfim, “tenho recursos finitos e posso investi -los em

ações de Responsabilidade Social: qual desses projetos alavancará mais nossa estratégia de marketing

(qualitativa e quantitativa)?”  

Escolher as empresas certas para buscar apoio com base no conhecimento prévio do seu público-alvo é

também um processo fundamental para garantir o sucesso da estratégia.

Resumindo, a Factibilidade do projeto será determinada pela capacidade intrínseca da organização, a

Viabilidade (quanto dinheiro conseguirei captar?) será determinada, em última instância, pelo alcance

(marketing) do projeto e a Atratividade será decidida quase sempre de forma relativa, em comparação a

outros projetos em uma análise do Patrocinador.

Crowdfunding Endereçar um Projeto ao Crowdfunding (Financiamento Coletivo) também terá suas especificidades. A

primeira e mais importante é entender se a ideia ou o projeto (lembrando que nessa altura ele já está

redigido em suas principais decisões técnicas) faz sentido para um bom número de pessoas . Perceber

em primeiro lugar, se o projeto será financiado por seus beneficiários ou por terceiros (Projetos Sociais,

por exemplo) e entender que falamos de ao menos  3 tipos de apoiadores com diferentes

motivações (pessoais, racionais e instintivas).

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Um dos grandes limitadores atuais do ponto de vista da Viabilidade de um Projeto no Crowdfunding é seu

custo. Atualmente os Projetos financiados estão situados na faixa dos R$ 40 mil, com alguns casos

ultrapassando a casa dos R$ 100 mil, de modo que essa é uma grande restrição. Projetos cujos

resultados beneficiem os apoiadores com resultados tangíveis (pré-venda de produtos e serviços: CDs,

Livros, Shows, etc.) tendem a conseguir valores maiores, bem como projetos sociais de granderepercussão e debate nacional (Belo Monte).[3] 

Com essas primeiras ideias em mente, parte-se para a análise dos 4Ps do Crowdfunding (3 Pilares do

Crowdfunding  – Proponente, Projeto e Poder ), buscando entender pontos fortes e fracos que possam

alavancar ou comprometer o sucesso de sua campanha.

Com o entendimento desses 3 Pilares é o momento de síntese e definição da História a ser contada por

meio de um vídeo de cerca de 4 minutos de duração que fale diretamente com seu público-alvo (quem vai

financiar seu projeto?), das faixas de apoio (no Crowdfunding convencionou-se organizar os Apoios por

faixas financeiras; Ex. R$ 10,00; R$ 25,00; R$ 50,00; R$…) e suas  respectivas recompensas e

do Planejamento de Campanha. 

Resumindo, um projeto de Crowdfunding tem sua Viabilidade determinada pelo seu Custo versus o Poder

de Mobilização do Proponente. Sua Factibilidade dada pela credibilidade e imagem pública do

Proponente e sua Atratividade pela história contada pelo vídeo e pelos resultados e recompensas

oferecidos como contrapartida aos apoiadores.

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No próximo post falaremos sobre a Gestão de Projetos para subsidiar os leitores nos processos de

Planejamento.

 Até breve!

[1] O que será feito? Porque será feito? Quando será feito? Onde será feito? Por quem será feito? Como

será feito? e Quanto custará?

[2] Durante a execução e prestação de contas devem observar padrões rígidos e burocráticos (Lei 8.666,

quando falamos de Recursos Públicos) que incham os custos meio (não cobertos pelo Edital) e dificultam

tanto a execução, quanto sua prestação de contas.

[3] Em média, somente entre 3% e 5% das pessoas impactadas pela comunicação se convertem em

apoiadores financeiros dos projetos, qualquer que seja a natureza do projeto; e os valores médios

aportados situam-se na casa dos R$ 50,00 o que significa que para financiar um projeto médio será

preciso cerca de 800 apoiadores e um alcance de cerca de 20 mil pessoas com algum interesse nacausa.

FONTE: http://blog.soulsocial.com.br/elaboracao-de-projetos-parte-i/