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ASSOCIA˙ˆO CULTURAL E EDUCACIONAL DE GAR˙A FACULDADE DE AGRONOMIA E ENGENHARIA FLORESTAL ELABORA˙ˆO DE PROCEDIMENTOS E INSTRU˙ES DE TRABALHO PARA DEFINI˙ˆO DE CRITRIOS DAS OPERA˙ES FLORESTAIS NO SISTEMA DE CERTIFICA˙ˆO FSC Juliana Mistroni Ramos Monografia apresentada Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal como parte das exigŒncias para conclusªo do curso de Engenharia Florestal e obtenªo do ttulo de Engenheira Florestal. Gara - Sªo Paulo - Brasil 2005

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ASSOCIAÇÃO CULTURAL E EDUCACIONAL DE GARÇA

FACULDADE DE AGRONOMIA E ENGENHARIA FLORESTAL

ELABORAÇÃO DE PROCEDIMENTOS E INSTRUÇÕES DE

TRABALHO PARA DEFINIÇÃO DE CRITÉRIOS DAS

OPERAÇÕES FLORESTAIS NO SISTEMA DE CERTIFICAÇÃO

FSC

Juliana Mistroni Ramos

Monografia apresentada à Faculdade de Agronomia

e Engenharia Florestal como parte das exigências

para conclusão do curso de Engenharia Florestal e

obtenção do título de Engenheira Florestal.

Garça - São Paulo - Brasil

2005

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ASSOCIAÇÃO CULTURAL E EDUCACIONAL DE GARÇA

FACULDADE DE AGRONOMIA E ENGENHARIA FLORESTAL

ELABORAÇÃO DE PROCEDIMENTOS E INSTRUÇÕES DE

TRABALHO PARA DEFINIÇÃO DE CRITÉRIOS DAS

OPERAÇÕES FLORESTAIS NO SISTEMA DE CERTIFICAÇÃO

FSC

Juliana Mistroni Ramos

Orientadores:

Prof. Ms. José Mauro Santana da Silva

Eng.ª Agrônoma Marcela Trecenti Capoani

Estágio Supervisionado Curricular

Garça - São Paulo - Brasil

2005

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O AUTO-RETRATO

No retrato que me faço

- traço a traço -

às vezes me pinto nuvem,

às vezes me pinto árvore...

às vezes me pinto coisas

de que nem há mais lembrança...

ou coisas que não existem

mas que um dia existirão...

e, desta lida, em que busco

- pouco a pouco -

minha eterna semelhança,

no final, que restará?

Um desenho de criança...

Corrigido por um louco!

Apontamentos de História Sobrenatural

Mário Quintana

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Aos meus pais Pedro e Eliani,

por serem a razão do meu viver, com todo meu amor.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à Deus por ter me dado a vida, e dela gozar de acertos e erros que me

tornam uma pessoa cada dia melhor. Obrigada pelas pessoas maravilhosas que

colocou em meu caminho, porque a vida só se é completa quando estamos perto de

pessoas que amamos.

A todos os professores que com dedicação colaboraram para minha formação

acadêmica e em especial, aos professores Ms. Jozébio Esteves Gomes e Ms. José

Mauro Santana da Silva pela paciência e por não pouparem esforços para a

contribuição do meu saber.

Aos funcionários e amigos da Lwarcel Celulose e Papel, em especial aos

engenheiros Luís Antônio Künzel, Marcela Trecenti Capoani, Ariel Evandro Fossa e

Rodrigo Zillo Giovanetti.

Aos meus amigos, verdadeiros presentes de Deus, Daiana, Ralfh, Tatiane,

Luciana e Diogo que tanto colaboraram para minha formação profissional e pessoal

nessa etapa de minha vida.

Não esqueceria da minha mais recente amiga Naiara, que me ensinou que nada

acontece por acaso. Que confiou e me fez confiar enquanto era para ser somente uma

disputa. Que me mostrou que nem sempre somente os velhos amigos podem ser

importantes em nossas vidas.

Dos meus irmãos Luciana, Tatiana e Pedro Jr., não tenho o que falar, mas

simplesmente agradeço por serem parte de mim. Pela alegria aos meus retornos, pelo

amor e mimos que são inexplicáveis em um pedaço de papel.

Apesar de a dedicatória ter sido feita aos meus pais, é indispensável que eu

agradeça à essas duas pessoas que me disseram e principalmente mostraram como eu

deveria ser. Agradeço todo dia por essas pessoas que não mediram esforços para

chegar aonde cheguei e que me amam incondicionalmente assim como eu os amo.

Pai, mãe, muito obrigada!

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................7

LISTA DE TABELAS ........................................................................................................8

RESUMO..........................................................................................................................9

1 - INTRODUÇÃO ..........................................................................................................10

1.1. A certificação .......................................................................................................10

1.2. FSC......................................................................................................................10

1.2.1. História do FSC .............................................................................................11

1.3. Princípios e Critérios do FSC...............................................................................12

1.4. Benefícios da Certificação ...................................................................................13

1.5. Etapas da Certificação.........................................................................................14

1.6. Capacitação e qualificação de colaboradores .....................................................15

1.7. Gerenciamento de documentos...........................................................................16

1.8. Descrição da empresa .........................................................................................16

1.8.1. Localização ...................................................................................................16

1.8.2. Dados Gerais ................................................................................................16

1.8.3. Histórico da Empresa ....................................................................................17

1.9. Objetivos do Trabalho..........................................................................................18

1.9.1. Objetivo Geral ...............................................................................................18

1.9.2. Objetivo Específico........................................................................................18

2 - MATERIAL E MÉTODOS..........................................................................................18

3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES ..............................................................................19

3.1. Procedimento.......................................................................................................23

3.2. Instrução de Trabalho ..........................................................................................25

3.4. Treinamentos.......................................................................................................28

4 - CONCLUSÕES .........................................................................................................28

5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................30

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Modelo para elaboração de procedimentos............................................ 22

Figura 2 - Modelo para elaboração de instruções de trabalho................................ 24

Figura 3 - Página 1 do Banco de Dados de um documento no Celerina................ 25

Figura 4 - Página 2 do Banco de Dados de um documento no Celerina................ 25

Figura 5 - Disposição para seleção dos documentos.............................................. 26

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Relação das Instruções de Trabalho com Instruções complementares.. 18

Tabela 2 - Relação dos Procedimentos com Instruções de Trabalho e

Procedimentos complementares.............................................................................. 19

Tabela 3 - Modelo de ficha para avaliação do controle de qualidade...................... 23

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ELABORAÇÃO DE PROCEDIMENTOS E INSTRUÇÕES DE TRABALHO PARA

DEFINIÇÃO DE CRITÉRIOS DAS OPERAÇÕES FLORESTAIS NO SISTEMA DE

CERTIFICAÇÃO FSC

RESUMO: O setor florestal apresenta uma dinâmica institucional

própria, que vendo alterando a maneira pelo qual as empresas respondem às

questões ambientais. Entre as variáveis importantes dessa dinâmica está o processo

de certificação. A certificação é um processo voluntário em que é realizada uma

avaliação de um empreendimento por uma organização independente, a

certificadora, e verificados os cumprimentos de questões ambientais, econômicas e

sociais que fazem parte dos princípios e critérios do FSC. O empreendimento deve

capacitar e supervisionar os seus colaboradores para assegurar a implementação

das atividades previstas no plano de manejo nos critérios do FSC de forma segura e

correta. O mais importante, quando se trata de gestão, é ter indivíduos capacitados

e para que isso seja possível é necessário que eles tenham experiência, boa

formação ou treinamento. É importante que saibam o que exatamente estará sendo

exigido deles, o por quê de estarem realizando tais tarefas e as conseqüências para

o caso de não serem seguidas as instruções dadas e dos impactos ambientais de

suas atividades de trabalho, não sendo suficiente que apenas conheçam os

aspectos. Os meios pelos quais esses compromissos serão atingidos são os

procedimentos e instruções de trabalho que previnem os aspectos ambientais

identificados de gerar um impacto. Através dos treinamentos e do esforço na

conscientização, as pessoas tomaram conhecimento dos procedimentos, dos

requisitos, dos impactos significativos, dos benefícios e das responsabilidades,

incluindo a preparação para um trabalho seguro e o atendimento às emergências.

PALAVRAS-CHAVE: certificação, FSC, procedimento, instrução de trabalho,

treinamento.

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1 - INTRODUÇÃO

1.1. A certificação

As exigências de que os produtos e serviços florestais sejam produzidos de

maneira sustentável refletem a preocupação mundial pela proteção da

biodiversidade e o combate às mudanças climáticas, preocupações estas que

começaram a ser internalizadas nos mercados, através da adoção voluntária da

certificação do manejo florestal e da cadeia de custódia para os produtos florestais.

O setor florestal apresenta uma dinâmica institucional própria, que vem

alterando a maneira pela qual as empresas respondem às questões ambientais.

Entre as variáveis importantes dessa dinâmica está o processo de certificação. A

certificação florestal surgiu, nos últimos anos, da necessidade de um instrumento

para conferir credibilidade e garantia aos diferentes membros do campo

organizacional (NARDELLI, 2001).

1.2. FSC

Dentre todas as iniciativas, a certificação florestal FSC (Forest Stewardship

Council ou Conselho de Manejo Florestal) é a que se encontra em estado mais

avançado de desenvolvimento e goza de maior credibilidade e transparência, já que

alcançou importante grau de consenso entre os diferentes agentes econômicos,

ambientais e sociais. Para receber o selo, entretanto, é preciso que não somente a

floresta seja certificada, mas toda a cadeia de custódia, que se estende desde a

origem da matéria-prima até a venda final (IMAFLORA, 2005).

O FSC Internacional (FSC IC) estabelece regras para o credenciamento das

certificadoras que serão as responsáveis pela liberação do selo FSC. Para

garantir a credibilidade e acompanhar a evolução da certificação no mundo, as

certificadoras são monitoradas constantemente pelo FSC IC.

No Brasil existem atualmente quatro certificadoras credenciadas pelo FSC

IC. Cabe às certificadoras avaliar operações de manejo florestal ou de cadeias de

custódia para conceder o uso do selo FSC nos produtos, e auditar operações

certificadas, sejam de manejo florestal ou de cadeia de custódia. Também cabe à

ela avaliar e cobrar por este serviço. O FSC Brasil não recebe nenhum subsídio ou

repasse financeiro pelas certificações concedidas no país.

O papel do FSC Brasil no processo de certificação é:

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Coordenar o desenvolvimento de padrões de certificação nacionais e

regionais de manejo florestal;

Coordenar consultas junto às operações florestais certificadas no Brasil e

movimentos interessados na certificação sobre as propostas de políticas do

sistema FSC;

Atuar como agente nominal da logomarca FSC para seu uso fora de produto

e emitindo a licença numerada que garante a autorização para aplicação.

A certificação é um processo voluntário em que é realizada uma avaliação de

um empreendimento por uma organização independente, a certificadora, e

verificados os cumprimentos de questões ambientais, econômicas e sociais que

fazem parte dos princípios e critérios do FSC (P&C do FSC).

Assim, os objetivos da certificação florestal FSC coincidem plenamente com

os do chamado Comércio Justo, onde as populações em zonas de floresta podem

encontrar uma forma de viver dignamente através da exploração de seus recursos.

Os consumidores, por sua vez, obtêm um produto de qualidade, com a garantia de

que os direitos dos trabalhadores e do meio ambiente foram respeitados.

Por ser um instrumento de mercado, a principal motivação das empresas em

aderirem aos padrões de certificação tem sido a oportunidade de negócios. De modo

geral, as empresas encontram-se pressionadas por clientes internacionais e, mais

recentemente, por compradores nacionais. Esta tendência vem abrangendo

empresas de diversos portes (NARDELLI, 2001).

Atualmente, os melhores padrões e critérios de manejo florestal são os

estabelecidos pelo FSC. O FSC é o único sistema de certificação independente que

adota padrões ambientais internacionalmente aceitos, incorpora de maneira

equilibrada os interesses de grupos sociais, ambientais e econômicos e tem um selo

amplamente reconhecido no mundo todo. O FSC oferece a melhor garantia

disponível de que a atividade madeireira ocorre de maneira legal e não acarreta a

destruição das florestas primárias como a Amazônia (GREENPEACE, 2005).

1.2.1. História do FSC

O FSC é uma organização internacional não governamental e sem fins

lucrativos com sede na cidade de Bonn, na Alemanha. Foi fundado em 1993 por

representantes de entidades ambientalistas, pesquisadores, produtores de madeira

comunidades indígenas, populações florestais e industriais de 25 países (FSC,

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2005). Atualmente, o FSC está presente em 75 países dos 5 continentes, somando

um total de 54 milhões de florestas certificadas e 30 mil produtos com selo do FSC.

Já foram emitidos aproximadamente 700 certificados de manejo florestal, e mais de

3.770 certificados de cadeia de custódia (GREENPEACE, 2005).

No Brasil, as primeiras certificações FSC ocorreram em 1995. Desde então, a

certificação tem catalisado uma série de mudanças na forma de pensar e fazer

manejo florestal no país (IMAFLORA, 2005). É hoje o país com maior área de

florestas e o maior número de produtos certificados pelo FSC. São mais de 3

milhões de hectares de florestas certificadas desde o Amazonas até o Rio Grande

do Sul e 185 certificações de cadeia de custódia até novembro deste ano. A maior

parte dos produtos com selo FSC destina-se hoje à exportação para países

europeus e da América do Norte (WWF, 2005).

Hoje, o mercado de produtos brasileiros certificados pelo FSC movimenta

mais de R$ 1bilhão por ano e a estimativa é que este número atinja R$ 3 bilhões até

2007 (WWF, 2005).

Os impactos desse processo são observados em operações florestais

certificadas, que têm conseguido conciliar o uso da floresta com uma série de

benefícios sociais e ambientais, como conservação da biodiversidade, redução do

impacto da exploração, aumento da segurança no trabalho, regularização fundiária e

trabalhista, relação com comunidades tradicionais, entre outros.

1.3. Princípios e Critérios do FSC

O objetivo da instituição FSC, de caráter internacional, foi promover o diálogo

entre os setores econômico, social e ambiental das partes envolvidas com as

questões florestais para mudar a prática da gestão de áreas florestais no mundo

(IMAFLORA, 2005). Para isso, o FSC define e publica 10 Princípios e 56 Critérios

universais, bem como padrões nacionais ou regionais conforme o tipo de floresta,

que abrangem os aspectos econômicos, sociais e ambientais. Desta forma, os

padrões FSC incluem diferentes perspectivas de diferentes setores da sociedade

sobre o que representa o bom manejo florestal, sendo aplicados mundialmente.

A missão do FSC Brasil é difundir e facilitar o bom manejo das florestas

brasileiras conforme Princípios e Critérios que conciliam as salvaguardas ecológicas

com os benefícios sociais e a viabilidade econômica.

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1.4. Benefícios da Certificação

A certificação FSC proporciona benefícios não só para os empreendedores,

mas também às comunidades e populações locais, aos trabalhadores, ao poder

publico, aos consumidores e até mesmo às gerações futuras. Esses benefícios

poderão se apresentar de algumas formas:

- Para os empreendedores:

Interação e cooperação entre empresas envolvidas no manejo florestal

responsável;

Reconhecimento internacional de que seu manejo florestal é adequado e não

põe em risco o patrimônio florestal;

Adoção de práticas de manejo florestal responsável e melhoria contínua do

processo;

Acesso a novos mercados ou manutenção dos atuais por empresas que

assumiram o compromisso de dar preferência para produtos certificados;

Diminuição no número de acidentes de trabalho;

Acesso facilitado a financiamentos;

Interação e cooperação entre empresas envolvidas no manejo florestal

responsável;

- Comunidades e populações locais:

Melhoria na qualidade de vida.

Garantia de que as áreas de riqueza natural não tenham impacto negativo;

Aproximação empresa/ comunidade;

- Para o consumidor:

Opção de escolha entre produtos disponíveis de acordo com o certificado de

origem.

Garantia de que o produto foi produzido de uma forma justa para as

comunidades;

Maior geração de emprego e qualificação da mão-de-obra.

- Poder Público:

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Apoio no controle do manejo florestal e da aplicação da legislação florestal.

- Para os trabalhadores:

Melhores condições de trabalho/ segurança;

Bem estar e liberdade de organização;

Garantia de que os direitos dos trabalhadores e das comunidades sejam

respeitados;

- Para as gerações futuras:

Receberão um setor florestal e um ambiente mais adequado e socialmente

benéfico.

Garantia da preservação das espécies da fauna e da flora.

1.5. Etapas da Certificação

O processo de certificação é composto de várias etapas que visam um

diagnóstico preciso, seguro e transparente do empreendimento avaliado. Em

resumo, as etapas são as seguintes:

Requerimento e proposta para certificação;

Pré-avaliação (opcional);

Consulta a lideranças locais/ regionais - consulta pública;

Auditoria principal;

Relatório e revisão do processo;

Adequação da operação de acordo com o relatório;

Disponibilizar aos interessados um resumo público referente à certificação;

Recebimento do certificado;

Monitoramento anual;

Renovação da certificação em cinco anos.

A adesão da indústria papeleira do Brasil à certificação FSC significa sua

permanência no mercado, a oportunidade de introduzir novos produtos no mercado,

e um passaporte para a modernidade e para a economia globalizada. Significa,

também, a durabilidade do empreendimento e sua permanência no mesmo local,

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mantendo os empregos da comunidade e viabilizando os investimentos, além de

melhorar a imagem dos empresários do setor.

1.6. Capacitação e qualificação de colaboradores

O empreendimento deve capacitar e supervisionar os seus colaboradores

para assegurar a implementação das atividades previstas no plano de manejo de

forma segura e correta. O mais importante, quando se trata de gestão, é ter

indivíduos capacitados e para que isso seja possível é necessário que eles tenham

experiência, boa formação ou treinamento (P&C do FSC).

O enfoque principal do treinamento deve ser a realização das atividades

necessárias à execução do plano de manejo, como por exemplo, a construção de

infra-estruturas, atividades de exploração de impacto reduzido, incêndios florestais e

esclarecimentos sobre as legislações e regulamentações aplicáveis à unidade de

manejo. Os treinamentos das atividades desenvolvidas por cada colaborador de

serviços gerais visam aprimorar os conhecimentos sobre as suas atividades dentro

do empreendimento, considerando uma maior capacidade de produção, priorizando

a segurança do colaborador e causar menores danos possíveis ao ambiente dentro

do sistema de certificação FSC (LRQA, 2005). Os treinamentos devem ocorrer com

atualizações periódicas, e sempre que forem contratados novos funcionários.

É importante que saibam o que exatamente estará sendo exigido deles, o por

quê de estarem realizando tais tarefas e as conseqüências para o caso de não

serem seguidas as instruções dadas e dos impactos ambientais de suas atividades

de trabalho, não sendo suficiente que apenas conheçam os aspectos. Os meios

pelos quais esses compromissos serão atingidos são através da elaboração e

instituição de procedimentos e instruções de trabalho.

Os procedimentos são uma seqüência de atividades dentro de uma operação.

As instruções de trabalho são a descrições do desenvolvimento de cada atividade

dentro do procedimento.

Procedimentos e instruções de trabalho devem possibilitar, através de

critérios de operação definidos, serem monitorados, o que quer dizer que registros

são mantidos para demonstrar conformidade para com a instrução e para que o

controle seja realizado com sucesso. Devem ser elaborados não apenas para

estabelecer o controle e como este será alcançado, mas também para definir o

resultado pretendido daquele controle e com segurança.

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1.7. Gerenciamento de documentos

A documentação do sistema precisa ser controlada, de tal modo a garantir

que os procedimentos e planos estejam acessíveis e atualizados. Para isto, é

importante que cópias controladas sejam identificadas e mantidas em local

conhecido e acessível. É necessário que se conte com o uso de sistemas de

informação que possibilitem o aumento da velocidade no planejamento, na

implementação e no controle das ações ligadas ao sistema de gestão ambiental

(AFONSO, 2001). O Siga Quality Celerina é um sistema de Gestão da Qualidade,

que oferece às empresas controle total dos processos. A solução contempla

processos como Inspeção de Entregas, Inspeção de Processos, Metrologia,

Controle de Documentos, Auditorias, entre outros.

1.8. Descrição da empresa

1.8.1. Localização

Trabalho realizado junto à empresa Lwarcel Celulose e Papel - Divisão

Florestal, localizada no município de Lençóis Paulista � Sp, região Centro-Oeste (-

48º 49� 11.9�� lat; - 22º 34� 09.5�� long.), Rod. Mal. Rondon, Km 300.

1.8.2. Dados Gerais

A empresa atua na região abrangendo um total de dezenove municípios, com

áreas de plantio distribuídas entre próprias, de arrendamento e de fomento, totalizando

aproximadamente 25.000,00 ha. É responsável pela geração de 650 empregos diretos,

entre próprios e terceirizados e 1620 empregos indiretos. No setor florestal, gera 648

empregos diretos, subdivididos entre 117 funcionários próprios e outros 531 de

terceiros prestadores de serviços. Os empregos indiretos gerados pelo

empreendimento são estimados em aproximadamente 1600 postos de trabalho. No

campo social e de pesquisa, a empresa desenvolve inúmeros convênios com

instituições sociais, universidades e órgãos de pesquisa.

A produção anual de celulose branqueada de eucalipto deverá alcançar 150 mil

toneladas em 2005, com previsão de 220 mil toneladas a partir de 2009, como

resultado do projeto de ampliação e modernização da unidade industrial. A Divisão

Florestal é responsável pelo abastecimento de sua matéria-prima principal, o eucalipto.

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Hoje a Lwarcel Celulose e Papel representa aproximadamente 20% do

abastecimento do mercado doméstico de celulose de eucalipto branqueada que é

fornecida para fabricação de vários tipos de papel (papéis de imprimir e escrever,

papéis sanitários, cartões, etc). Aproximadamente 15% de suas vendas são destinados

ao mercado internacional, especialmente Europa e Estados Unidos. O manejo florestal

dos plantios das florestas é realizado dentro de princípios e procedimentos que visam

alcançar a máxima produtividade florestal, assegurando a conservação da capacidade

produtiva das terras e dos recursos e processos naturais.

1.8.3. Histórico da Empresa

A Lwarcel Celulose e Papel Ltda. pertencente ao grupo Lwart, é um

empreendimento agroindustrial voltado à produção de celulose branqueada de

eucalipto

Em 1975 os irmãos Luiz, Wilson, Alberto e Renato Trecenti criaram a Lwart

Lubrificantes, nome formado a partir das inicias dos nomes e sobrenome dos sócios. A

Lwart Lubrificantes deu origem ao Grupo Lwart, atualmente constituído por três

empresas atuantes nos setores químicos � re-refino de óleos lubrificantes e produção

de asfaltos modificados � e papel e celulose.

A Lwarcel Celulose e Papel Ltda., segunda empresa criada pelo grupo, foi

fundada em 1984. Inicialmente, a Lwarcel não possuía plantios próprios e toda a

matéria prima para a fábrica era comprada de terceiros. Em 1985, foi criada a empresa

Trecenti Agrícola Ltda., voltada à produção florestal, sendo finalmente incorporada pela

Lwarcel em 1999. A partir da criação do braço florestal do grupo, o mesmo passou a

adquirir terras para a produção de madeira.

Desde o inicio das aquisições, a estratégia da empresa sempre foi comprar

terras com plantios florestais ou áreas de pastagem, evitando a conversão de áreas

naturais para o plantio de eucalipto. Em seu conjunto, as áreas adquiridas pela

empresa para fins de produção florestal apresentavam por ocasião da compra a

seguinte cobertura:

44% eram ocupados por plantios de eucalipto; 35% por plantios de pinus; e 21% por pastagens.

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No ano de 1996 iniciaram-se os contratos de arrendamento e, em 2003, os de

fomento florestal. Atualmente, as áreas de arrendamento e de fomento florestal

totalizam cerca de 8.000 hectares de plantios com eucalipto.

1.9. Objetivos do Trabalho

1.9.1. Objetivo Geral

Este trabalho tem como objetivo geral desenvolver documentos para um

sistema de gestão de qualidade para fins de alcançar a certificação, de acordo com o

princípio 7 dos Princípios e Critérios estabelecidos pelo FSC.

1.9.2. Objetivo Específico

- Elaborar procedimentos e instruções de trabalho que definam critérios

para os colaboradores, a fim de alcançar à máxima produtividade, nos

padrões de qualidade exigidos e com segurança.

- Integrar os colaboradores dos critérios estabelecidos.

2 - MATERIAL E MÉTODOS

Para elaboração dos documentos, foi de fundamental importância o auxílio

dos técnicos e supervisores de cada equipe, que colaboraram relatando de forma

detalhada as etapas das operações. Quando necessário, foram feitas pesquisas

bibliográficas para complemento das descrições. Na prática, a documentação do

sistema apresenta a forma como os colaboradores devem operar.

A atividade de elaboração dos procedimentos gerais da empresa teve início a

partir da construção de uma matriz que definia os tipos de documentos, a

padronização de formatos, o processo de elaboração e de aprovação de

documentos normativos.

De acordo com a descrição dada para os procedimentos, traçava-se o

fluxograma, ou seja, a segmentação gráfica de todos os passos do processo,

utilizando os símbolos padronizados mundialmente para representar as diversas

fases do processo. Posteriormente, de acordo com o fluxograma, essas fases foram

descritas.

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Cada instrução de trabalho representa uma fase dentro do procedimento,

sendo elaboradas simultaneamente aos procedimentos do qual se tratavam.

Posteriormente à elaboração, foi utilizado um sistema Intranet para controle

de documentos, um programa computacional denominado Celerina. Deste modo,

era possível acompanhar as revisões dos procedimentos até a sua homologação.

Os documentos foram inseridos no Celerina para o seu controle de edição,

impressão e destinatários. Alimentava-se o banco de dados fornecendo o tipo de

documento (IF � Instrução Florestal, PF � Procedimento Florestal, FF � Formulário

Florestal, MF � Mapa Florestal), nome do documento, número de revisão e de

páginas, motivo da elaboração e destinatários (elaboradores, revisor, aprovador e

homologador). Assim, quando o documento era salvo, o cabeçalho era

automaticamente gerado e fornecido um número de identificação.

Quando finalizado pelos elaboradores, o revisor recebia o documento. Se

fosse julgado como inadequado, o próprio revisor poderia fazer alterações ou

devolvê-lo aos elaboradores. O mesmo acontecia com o aprovador, que poderia

tanto devolvê-lo como aprová-lo e seguir para o homologador.

Dando prosseguimento ao desenvolvimento da documentação do sistema,

foram elaborados, os procedimentos gerais para treinamento e conscientização.

Estes procedimentos contemplam o tipo de capacitação ambiental que as pessoas

vão precisar para executar as suas funções buscando não agredir o meio ambiente.

Após a aprovação e homologação, as instruções de trabalho foram utilizadas

para montar o treinamento dos colaboradores. Além do treinamento específico da

função do colaborador, outros treinamentos de orientações gerais foram elaborados,

como: Certificação FSC, Conservação de Fauna e Flora, Prevenção de Combate à

Incêndios, Primeiros Socorros, Gerenciamento de Resíduos e de Combustíveis,

Hábitos de Higiene, Gerenciamento de Agrotóxicos e de Adubos e Manuseio de

Motosserra.

A eficácia dos treinamentos é verificada diariamente através de controles de

qualidade e periodicamente por auditorias internas.

3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES

Durante as etapas iniciais de elaboração dos critérios para as operações, já

era notório o empenho dos técnicos e supervisores na sua implantação, que

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20

constantemente questionavam problemas ocorridos e que muitas vezes resultavam

em itens que aperfeiçoavam a qualidade dos materiais.

A busca da conscientização ambiental foi realizada continuamente através de

palestras e outros materiais, abrangendo, também as equipes das empreiteiras.

Nas Tabelas à seguir, estão relacionados as instruções de trabalho e

procedimentos que foram desenvolvidos. Observa-se que um procedimento pode

ser completado por vários procedimentos e/ou instruções de trabalho, porém, as

instruções de trabalho só podem ser completadas por outras instruções, já que estas

são a menor divisão desses documentos.

Tabela 1 � Relação das Instruções de Trabalho com Instruções complementares.

Oper. Instruções de Trabalho Instruções anexas

Adubação Manual - Adubação Mecânica Líquida - Adubação Mecânica Sólida - Aplicação Lodo Biológico - Capina Química Manual Preparo de Calda Capina Química Mecânica Preparo de Calda Capina Química Semi-mecanizada - Combate Formiga - Construção e Manutenção de Cercas - Coroamento e Roçada Manual - Roçada de Desbrota - Plantio, Replantio e Irrigação Preparo de Calda Preparo de Calda - Roçada Mecânica -

SIL

VIC

UL

TU

RA

Subsolagem - Carregamento e Transporte de Madeira Inv. de Estoq., Med. De Carga e Exped. CTM Invent. De estoque, Medição de carga e

Expedição CTM -

Corte e Derrubada Descascamento Mecânico Coleta de Amostras Corte e Derrubada Descascamento Mecânico - Microplanejamento - Macroplanejamento -

CO

LH

EIT

A

Remoção de Madeira - Adubações - Coleta, Preparo e Plantio de Mini-estacas - Fertirrigação do Mini-jardim - Irrigações - Manejo de Mini-jardim Fertirrigação do Mini-jardim Manejo de Mudas a Pleno-sol e Expedição Adubação Irrigação

Monitoramento de Pragas e Doenças Adubação

VIV

EIR

O

Manejo de Mudas em Casa de Sombra Irrigação

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21

Manejo de Mudas em Casa de Vegetação Monitoramento de Doenças e Pragas

Preparo de Substrato e Semeio - Preparo de Tubetes e Bandejas - Medição e Instalação de Parcelas - Cubagem Rigorosa Corte e Derrubada Inventário de Sobrevivência de 15 e 90 dias -

PL

AN

EJ.

Obtenção do Índice Lwarcel de Qualidade de

Florestas -

Tabela 2 � Relação dos Procedimentos com Instruções de Trabalho e Procedimentos

complementares.

Documentos Anexos

Oper Procedimentos Procedimentos Instruções

Capina Química Mecânica Preparo de Calda Roçada Manual

Controle de mato-competição -

Capina Química Manual Preparo de Solo Decisão de Reforma ou

Regeneração Regeneração de 0 a 1 ano -

Capina Química Mecânica Controle de Mato-competição Combate à Formiga Constr. e Manut. de Estradas e Aceiros Adubação Manual

Inventário de Sobrevivência

Manutenção de 0 a 1 ano

Adubação Mecânica Líquida

Controle de Mato-competição Capina Química Mecânica

Constr. e Manut. de Estradas e Aceiros Combate à Formiga Manutenção de 1 a 2 anos

- Adubação Mecânica Líquida Constr. e Manut. de Estradas e Aceiros Aplicação de Lodo Biológico

Inventário Florestal Adubação Mecânica Sólida Manutenção de 2 a 6 anos

- Combate a Formiga

Constr. e Manut. de Estradas e Aceiros Adubação Mecânica Sólida Manutenção de 6 anos ou

mais Inventário Florestal Combate a Formiga

Planejamento de Implantação

- -

Marcação de Covas Combate a Formiga Preparo de Calda Plantio, Replantio e Irrigação

Plantio de Eucalipto -

Inventário de Sobrevivência

Controle de Mato-competição Combate a Formiga

Recuperação de Áreas

Degradadas Roçada Mecânica

Constr. e Manut. de Estradas e Aceiros Adubação Mecânica Sólida

SIL

VIC

UL

TU

RA

Preparo de Solo

Construção e Manut. de Cercas

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Combate a Formiga Inventário de Sobrevivência Regeneração de 0 a 1 ano Controle de Mato-competição Adubação Mecânica Líquida

Conservação de Fauna e

Flora - - Construção e Manutenção de

estradas e Aceiros - - Prevenção e Combate à

Incêndios - - Recuperação de Áreas

Degradadas - - Sistema de Vigilância nas

Fazendas - - Controle e Fiscalização de

Pesca Amadora - -

CO

NS

ER

VA

ÇA

O

Gerenciamento de Agrotóxicos - - Coleta de Pólen - - Monitoramento de Pragas e Doenças -

Preparo de Calda

Plantio Manutenções Inventário Florestal

Plantio Piloto

Preparo de Solo

-

Polinização Controlada - - Preparo de Solo Pomar de semente Clonal Manutenções

-

Preparo de Solo Pomar de Semente por Muda Manutenções

-

Produção de Mudas Clonais

de Eucalipto - -

Seleção de Árvores

Superiores - -

Seleção de Clones

Superiores - -

Preparo de Solo Manutenções Testes Clonais

Inventário Florestal

-

Preparo de Solo Manutenções Testes Progênie

Inventário Florestal

-

VIV

EIR

O

Produção de Mudas por

Semente - -

Macroplanejamento Coleta de Amostras Roçada Mecânica Constr. e Manut. de Estradas e Aceiros

Microplanejamento

Venda de Madeira Corte e Derrubada Inventário de Corte Remoção de Madeira Descascamento Mecânico

Inv. De Est., med. Carga e exp. CTM

CO

LH

EIT

A

Colheita e Transporte Florestal

Med. De carga

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Carregamento e Transp. de madeira

Fomento Florestal - - F

OM

EN

TO

Gestão de Terras - -

Venda de madeira - - Vistorias nas Frentes de Serviço - -

Gerenciamento de Resíduos - - Gerenciamento de Veículos

de Transporte de Pessoal - -

Uso de Insumos Florestais Gerenciamento de Agrotóxicos - Calibragem de Materiais e Equipamentos de Medição - -

Gerenciamento de Veículos

e Equipamentos - -

Armazenamento e Manuseio de Combustíveis Gerenciamento de Resíduos -

GE

RA

IS

Serviços de

Georreferenciamento - -

Inventário Florestal - -

Planejamento de Longo Prazo

- -

Planejamento Anual de Colheita

- -

PL

AN

EJA

ME

NT

O

Planejamento Anual de Silvicultura

- -

3.1. Procedimento

Além do procedimento mostrar quais atividades devem ser executadas, ele

define quem deverá realizar cada atividade dentro de uma operação, sempre

acompanhado de rigorosos controles de qualidade. Na figura 1 é apresentado um

modelo para elaboração de procedimentos.

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24

Figura 1 - Modelo para elaboração de procedimentos.

3.1.1. Controle de Qualidade

Os controles de qualidade visam avaliar se as operações estão sendo

desenvolvidas dentro das normas de qualidade estabelecidas pela empresa. Dentro

desses controles são determinados os colaboradores que farão as avaliações da

qualidade esperada. Na tabela 3 é apresentado um modelo para avaliação dos

controles de qualidade.

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25

Tabela 3 - Modelo de ficha para avaliação do controle de qualidade.

O que avaliar Resumo da atividade à ser avaliada. Quando avaliar Intervalo de tempo que a avaliação deverá ser realizada. Como avaliar Avaliar de acordo com o orientado na instrução de trabalho. Onde avaliar Nas frentes de serviço. Quem avaliar Colaborador responsável pela operação. Porque avaliar Garantir que a operação atenda a recomendação.

Controle Quando a % de não conformidade for superior a ao recomendado pelo responsável. Orientar a equipe de serviço.

3.2. Instrução de Trabalho

Na maioria das instruções, usou-se de fotografias e/ou figuras para facilitar o

seu entendimento. Sua linguagem é de forma simples de maneira que fiquem de

fácil compreensão para o público alvo, os colaboradores. Sempre geradas à partir do

procedimentos, também são controlados por padrões de qualidade. Na figura 2, têm-

se um modelo para elaboração das instruções de trabalho.

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Figura 2 - Modelo para elaboração de instruções de trabalho.

É importante destacar quais cuidados os colaboradores devem ter para

realizar cada atividade. Estes cuidados podem ser com o meio ambiente, segurança

e saúde.

3.3. Gerenciamento de Documentos pelo programa computacional Celerina

No Celerina, as informações a respeito dos documentos armazenados ficam

disponíveis em seu banco de dados. A forma com que estas informações são

apresentadas pode ser verificada nas Figura 3 e 4. Na figura 5, é mostrada a forma

com que é disponibilizado os documentos para consultas.

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Figura 3 � Página 1 do Banco de Dados de um documento no Celerina.

Figura 4 � Página 2 do Banco de Dados de um documento no Celerina.

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Figura 5 � Disposição para seleção dos documentos.

3.4. Treinamentos

Os treinamentos foram elaborado para cada instrução de trabalho, além dos

procedimentos sobre conservação ambiental. Nesses treinamentos, citou-se as

mudanças na empresa para a Certificação FSC e o por quê que estão ocorrendo, o

que é a certificação e os benefícios dela para os colaboradores, comunidade,

empresa e meio ambiente.

Todas as vezes que as instruções de trabalho e/ou procedimentos forem

alterados, novos treinamentos deverão ser feitos para manter os colaboradores

atualizados.

4 - CONCLUSÕES

Entre os grandes desafios para o ambientalismo do setor florestal estão a

consolidação das práticas do manejo florestal sustentável no senso comum e o

direcionamento das empresas para a adoção efetiva dessas práticas. Através dos

treinamentos e do esforço na conscientização, as pessoas tomaram conhecimento

dos procedimentos, dos requisitos, dos impactos significativos, dos benefícios e das

responsabilidades, incluindo a preparação para um trabalho seguro e o atendimento

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às emergências. Para isso, foram elaborados 45 procedimentos e 37 instruções de

trabalho.

Acredita-se, portanto, que os objetivos do trabalho foram alcançados com

sucesso, estando a empresa, neste item, apta à pleitear a certificação pelo órgão

FSC.

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5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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chegar ao consumidor. Disponível em:

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NARDELLI, A. M. B. Sistemas de Certificação e visão de sustentabilidade no

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