Elis Ferreira Neves - servicos.toledo.br · 2016 . Elis Ferreira Neves ... Maiara Cordeiro com suas piadas alegrando meus dias, Danieli Carmona com suas histórias do final de semana,

Elis Ferreira Neves

REQUALIFICAÇÃO DA ANTIGA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE ANDRADINA:

TRANSFORMANDO OS ESPAÇOS URBANOS

Centro Universitário Toledo

Araçatuba

2016

Elis Ferreira Neves

REQUALIFICAÇÃO DA ANTIGA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE ANDRADINA:

TRANSFORMANDO OS ESPAÇOS URBANOS

Centro Universitário Toledo

Araçatuba

2016

Trabalho Final de Graduação apresentado como requisito parcial para obtenção

do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário

Toledo, sob a orientação da Profa. Me. Ana Paula Cabral Sader.

Elis Ferreira Neves

Requalificação da antiga Estação Ferroviária de Andradina: Transformando os Espaços Urbanos.

Banca examinadora:

__________________________________

Prof. Me. Ana Paula Cabral Sader

Examinadora

__________________________________

Prof. Esp. Sérgio Ballassoni

Examinador

__________________________________

Arquiteta e Urbanista Silvia Valdiviezo

Examinadora

Araçatuba, 28 de novembro de 2016.

“Arquitetura deve falar de seu tempo e lugar, porém anseia por intemporalidade”.

Frank Gehry

À Deus, meus pais e irmã.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, dono de todas as coisas, por sempre me provar que esteve comigo durante toda a minha vida e durante

essa jornada, por sempre controlar todas as coisas da forma mais bondosa, cuidadosa e me capacitar diante dos desafios. Agradeço também aos

meus pais Gilberto e Cleonice, e irmã Lívia, que em meio a tantas dificuldades e problemas nunca deixaram de me apoiar e me incentivar a

continuar, sempre muito orgulhosos de mim, comemorando comigo minhas alegrias e lutando comigo em minhas dificuldades. Sempre me

escutando falar sobre arquitetura sem ao menos entender sobre o assunto e concordarem com tudo mesmo sem saber se estava certo.

Agradeço aos fiéis amigos que estiveram comigo durante cinco longos anos e que de alguma colaboraram com a minha formação, me

dizendo o que fazer e ajudando no que era preciso. Sempre os mesmos, Bianca Navarro, amiga de todas as horas, Thais Caroline, amiga de

infância, Mariana Calister sempre minha parceira, Maiara Cordeiro com suas piadas alegrando meus dias, Danieli Carmona com suas histórias do

final de semana, Karine Colaferro com um grande coração, Nathália Dias me colocando “pra cima”, Jaqueline Gonçalves contagiando com sua

risada, Danilo Silva e Wellington Rodrigues, sempre curtindo a vida. Amigos que vou levar no coração para sempre, amigos que já conhecia e

amigos que conheci ao cursar a faculdade, amigos que já me viram chorar de desespero e sorrir de alívio, amigos que compartilharam alegrias e

tristezas ao longo dos anos. São esses que vou me lembrar com muito amor e carinho. E à todos os colegas de classe, que se mostraram grandes

amigos, dispostos a ajudar e com quem pude contar principalmente na fase final do curso, muito obrigada! Agradeço também à amiga fiel Karen

Gisely, que durante os quatro anos de viagem para a faculdade sentou-se do meu lado e compartilhou suas experiências, alegrias e dificuldades.

Por fim, agradeço aos professores e mestres da instituição, que com muita paciência e profissionalismo nos passaram ensinamentos

valiosos sobre arquitetura, e principalmente sobre a vida. À minha orientadora Ana Paula Cabral Sader que com muita calma me passou seus

conhecimentos e mesmo que eu não tenha sido uma de suas melhores alunas sempre me ouviu e tentou me ajudar no que era possível. Sempre

admirei como pessoa, como professora, e é a profissional em quem me espelho para o futuro.

Obrigado a todos.

Resumo

Em 1932, a partir da implantação da linha férrea, nasce a cidade de Andradina. Assim como a maioria das cidades próximas da região, a

principal fonte de renda firmou-se a partir da construção e funcionamento da estrada de ferro. Ramal ferroviário que aos poucos foi caindo no

esquecimento, a partir da consolidação de outras fontes de economia que regiam a cidade durante seu crescimento. A criação da estação

ferroviária que por muito tempo foi de grande utilidade, atualmente não passa de uma construção histórica sem seu devido valor reconhecido. E

hoje, mesmo que a linha principal ainda esteja em funcionamento para cargueiros, aquele espaço ainda pode contar uma história através de

elementos da sua construção original.

Este projeto pretende trazer ao município um ponto de referência onde se concentram as atividades culturais no centro da cidade. O local

de intervenção foi escolhido a fim de trazer à cidade o valor de sua história, transformando um local abandonado em um local de uso contínuo,

objetivando fortalecer a cultura e a educação da população em relação às artes, enfatizando a importância da questão cultural na cidade de

Andradina. Os projetos e a requalificação urbana pretenderão fortalecer a ligação entre os moradores, a história e a cultura da cidade.

Palavras-chave: requalificação, espaço urbano, patrimônio histórico, preservação.

Abstract

From the implement of the railway on the borders of Guanabara farm, the city of Andradina was born. Just like most cities nearby, the

primary source of income was secured by the construction and operation of the railway and by arriving merchants. The rail branch that was

gradually forgotten, since the consolidation of alternative economy sources that ruled the city during its growth. The creation of the railway,

which has been of great utility for a long time, is currently nothing more than a historical building barely acknowledged by the population. And

today, although the main line is still in use for freighters, it can tell its story through the original elements of its foundation.

This project’s intention is to bring to the county a landmark where cultural activities are focused on, and to provide everyone the easiness

of being connected to and near all sections. The intervention site was chosen as a theme in order to transform reality and bring to the city its

History's merit, turning the abandoned site into one of continuous use, aiming to strengthen the population’s culture and education and stress the

importance of culture in the city of Andradina. The projects and the requalification must create a link between residents and the city’s History.

Key-words: requalification, urban space, historical heritage, preservation.

LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Mapa do Brasil com indicação do estado de São Paulo ............................................................................................................................ 24

Figura 02: Mapa de São Paulo com indicação da cidade de Andradina..................................................................................................................... 25

Figura 03: Mapa de Zoneamento da cidade de Andradina ......................................................................................................................................... 28

Figura 04: Mapa de Uso e Ocupação do Solo do Entorno ......................................................................................................................................... 29

Figura 05: Mapa de Cheios e Vazios do Entorno ....................................................................................................................................................... 30

Figura 06: Mapa de Gabarito de Altura do Entorno ................................................................................................................................................... 31

Figura 07: Mapa de Visadas ....................................................................................................................................................................................... 32

Figura 08: Mapa de Pontos Relevantes do Entorno ................................................................................................................................................... 33

Figura 09: Mapa Topográfico da Área ....................................................................................................................................................................... 34

Figura 10: Mapa de Vegetação Predominante do Entorno ......................................................................................................................................... 35

Figura 11: Mapa de Orientação Solar e Ventos Dominantes da Área ........................................................................................................................ 36

Figura 12: Fluxos Viários do Entorno ........................................................................................................................................................................ 37

Figura 13: Principais Vias da Cidade ......................................................................................................................................................................... 38

Figura 14: Parte Posterior do Auditório Ibirapuera – São Paulo – SP ....................................................................................................................... 40

Figura 15: Entrada do Auditório Ibirapuera – São Paulo – SP ................................................................................................................................... 41

Figura 16: Perspectiva da Fachada Frontal da Biblioteca ............................................................................................................................................... 43

Figura 17: Interior da Biblioteca ................................................................................................................................................................................ 44

Figura 18: Localização do Terreno ............................................................................................................................................................................. 45

Figura 19: Entorno da Área de Implantação ............................................................................................................................................................... 46

Figura 20: Fluxograma e Programa de Necessidades do Teatro ................................................................................................................................ 48

Figura 21: Fluxograma e Programa de Necessidades da Escola de Artes .................................................................................................................. 49

Figura 22: Fluxograma e Programa de Necessidades da Biblioteca .......................................................................................................................... 50

Figura 23: Fluxograma e Programa de Necessidades da Estação Ferroviária ............................................................................................................ 51

Figura 24: Fluxograma Geral da Proposta .................................................................................................................................................................. 52

Figura 25: Espaço teatral sem segurança .................................................................................................................................................................... 53

Figura 26: Pátio frontal da Estação Ferroviária .......................................................................................................................................................... 55

Figura 27: Pátio posterior da Estação Ferroviária ...................................................................................................................................................... 56

Figura 28: Tabela de Arborização .............................................................................................................................................................................. 57

Figura 29: Perspectiva interna do Teatro .................................................................................................................................................................... 59

Figura 30: Perspectiva externa do Teatro ................................................................................................................................................................... 60

Figura 31: Detalhamento de Cobertura ...................................................................................................................................................................... 61

Figura 32: Foyer ......................................................................................................................................................................................................... 62

Figura 33: Cafeteria do Teatro.................................................................................................................................................................................... 63

Figura 34: Corredor de Acesso às salas de aulas ........................................................................................................................................................ 64

Figura 35: Parte da Escola Coberta ............................................................................................................................................................................ 65

Figura 36: Interior da Biblioteca ................................................................................................................................................................................ 66

Figura 37: Fachada Posterior da Biblioteca ................................................................................................................................................................ 67

Figura 38: Fachada Frontal da Biblioteca .................................................................................................................................................................. 68

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

PROCON .................................................................................................................................................................................................................... 15

NOB – Noroeste do Brasil .......................................................................................................................................................................................... 26

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................................................................ 15

1. IMAGINABILIDADE, SIGNIFICADO E ENCONTRO NOS ESPAÇOS URBANOS ................................................................................ 17

1.1. Imaginabilidade e significado da cidade .................................................................................................................................................. 18

1.2. O espaço urbano para pessoas ................................................................................................................................................................. 20

1.3. Cidade viva como lugar de encontro ....................................................................................................................................................... 22

2. ANDRADINA ....................................................................................................................................................................................................... 24

2.1. Andradina e a Estação Ferroviária ........................................................................................................................................................... 26

3. LEVANTAMENTO E DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO ........................................................................................................ 28

3.1. Zoneamento ............................................................................................................................................................................................. 28

3.2. Uso e Ocupação do Solo .......................................................................................................................................................................... 29

3.3. Cheios e Vazios ....................................................................................................................................................................................... 30

3.4. Gabarito de Altura ................................................................................................................................................................................... 31

3.5. Visadas e Pontos Relevantes ................................................................................................................................................................... 32

3.6. Topografia do Terreno ............................................................................................................................................................................. 34

3.7. Vegetação ................................................................................................................................................................................................ 35

3.8. Orientação Solar e Ventos Dominantes ................................................................................................................................................... 36

3.9. Sistema Viário e Fluxos ........................................................................................................................................................................... 37

4. REFERÊNCIAS PROJETUAIS ......................................................................................................................................................................... 39

4.1. Auditório Ibirapuera – São Paulo – SP .................................................................................................................................................... 39

4.2. Biblioteca Alceu Amoroso Lima – São Paulo – SP ..................................................................................................................................... 42

5. PROJETO ............................................................................................................................................................................................................. 45

5.1. Localização .............................................................................................................................................................................................. 45

5.2. Conceito e Partido Arquitetônico ............................................................................................................................................................ 47

5.3. Programa De Necessidades, Organograma e Fluxogramas ..................................................................................................................... 47

5.4. Requalificação da Antiga Estação Ferroviária......................................................................................................................................... 53

5.5. Teatro e Escola de Artes .......................................................................................................................................................................... 58

5.6. Biblioteca ................................................................................................................................................................................................. 66

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................................................................................... 69

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................................................................... 70

ANEXOS ................................................................................................................................................................................................................... 71

15

INTRODUÇÃO

A partir da implantação da linha férrea, a comando do fazendeiro Antônio Joaquim de Moura Andrade, nasce a cidade de Andradina.

Assim como a maioria das cidades próximas pela região, a principal fonte de renda se originou a partir da construção e funcionamento da estrada

de ferro, que aos poucos foi sendo esquecida, a partir da consolidação de outras fontes de economia que regiam a cidade.

Com o tempo, a linha férrea de Andradina e das regiões vizinhas foram deixando de ser parte importante para a população. A estação

ferroviária que por muito tempo foi de grande utilidade, atualmente significa apenas história para a cidade. E hoje, mesmo que a linha principal

ainda esteja em funcionamento para cargueiros, aquele espaço ainda pode contar uma história através de elementos da sua construção original.

Atualmente, a área de intervenção abriga o prédio do Centro Cultural Pioneiros de Andradina. O prédio, tombado em 1998, encontra-se

em estado de desvalorização, pois não há nenhum atrativo para que essa parte importante da cidade chame a atenção da população. Além disso, é

um espaço utilizado como ponto de tráfico de drogas, prostituição e sem preservação de sua memória enquanto patrimônio histórico e quanto ao

uso cultural. As atividades culturais da cidade estão em pontos distintos da cidade, sendo localizadas entre a Casa de Cultura Cora Coralina, que

é precária em relação à estrutura, não possui o tamanho adequado com problemas de segurança, situada na Rua J.A. de Carvalho, entre a

Biblioteca Pública Municipal Euclides da Cunha e entre o Museu Histórico Pedagógico Regente Feijó, com funções não sinalizadas e esquecidos

como parte cultural da cidade, localizados na Rua Paes Leme juntamente com prédio do Banco do Brasil e PROCON tratado apenas como um

anexo. Por estas funções estarem divididas na cidade, o projeto tem a intenção de trazer ao município um ponto de referência onde se concentram

todas as atividades culturais, dando aos usuários a facilidade de estarem ligados e próximos a todos os setores.

Outra questão analisada foram os terrenos laterais que também estão dentro da proposta. Por anos um dos terrenos foi abrigo para circos e

parques que visitavam a cidade, mas hoje parte dele está em desuso e a cada dia fica mais descuidado, a outra parte foi dedicada ao Poupa

Tempo, assim, de alguma forma se torna um local movimentado. Ao lado, na mesma rua encontra-se o outro terreno que de fato nunca foi

utilizado para fins relevantes, apenas em festivais e eventos ao ar livre, onde serve de maneira inadequada para estacionamento.

16

Por estas razões, o local foi escolhido a fim de trazer para a cidade o valor de sua história, com a proposta de um projeto para uma nova

Biblioteca, um novo Teatro e a requalificação da antiga Estação Ferroviária, objetivando fortalecer a cultura e educação da população em relação

às artes e enfatizando a importância da questão cultural na cidade de Andradina. O projeto propõe também a implantação de salas de aula para

dança, teatro, música, sala de exposições, entre outras funções culturais.

Para isso foram realizados estudos no entorno, baseados nos usos e ocupações ao seu redor, estudos dos vazios urbanos existentes no local

para que haja valorização não apenas da área construída, mas também do restante da paisagem urbana. Segundo Lynch (1980, p. 1) “a cada

instante, há mais do que o olho pode ver, mais do que o ouvido pode perceber, um cenário ou uma paisagem esperando para serem explorados.

Nada é vivenciado em si mesmo, mas sempre em relação aos seus arredores, às sequências de elementos que a ele conduzem, à lembrança de

experiências passadas”.

Dessa maneira, espera-se que o conjunto de projetos e a requalificação urbana criem uma ligação entre os moradores e a história da

cidade, e que o torne-se atrativo como ponto de encontro e espaço de convivência entre as pessoas.

17

1. IMAGINABILIDADE, SIGNIFICADO E ENCONTRO NOS ESPAÇOS URBANOS.

Uma cidade precisa ser apreciada, tanto através de seu significado quanto através do seu uso direto. Antes de a cidade ser um lugar de

trabalho e moradia, ela é um ímã (Rolnik, 1994), portanto ela precisa atrair as pessoas para a apreciação. Quando é dito que as pessoas moram em

determinada cidade, isso quer dizer que elas vivem ali, e para que as pessoas digam isso é importante que o espaço urbano tenha capacidade de

assegurar que elas podem de fato viver. Para cada um que reside em uma cidade, a mesma chama a atenção em algum aspecto. Para alguns um

determinado lugar tem importante significado, para outros todo o conjunto urbano é importante, porém, para todos a paisagem urbana prevalece.

Através do que se vê é que entende-se o que está acontecendo ao seu redor e o que é considerado relevante, por isso não só o significado e a

imaginabilidade mas também os espaços urbanos em relação a mobilidade das pessoas tem bastante relevância no planejamento da cidade. A

cidade precisa ser feita para pessoas, desde espaços privados e fechados até espaços públicos e abertos, ou vice-versa. Por onde uma pessoa passa

algo acontece, a partir desse fato deve-se planejar a cidade com caminhos e espaços que gerem possibilidades aos participantes do local, abrindo

a visão para o geral e não apenas para o que está em sua frente. Assim, chega-se ao o ponto no qual entra o entorno como parte importante não só

no planejamento externo, mas também no planejamento das edificações. O entorno passa a compor de outra maneira a paisagem urbana, agora

não é mais um elemento individual, está acompanhado de um espaço urbano sendo utilizado por pessoas o tempo todo, sendo observado e vivido.

Para compor esse espaço e o mesmo ser considerado parte influente da cidade, é necessário que quem transite por ali dê vida ao local de alguma

maneira, sendo possível através das trocas sociais, a convivência com outras pessoas e os encontros proporcionados pelo lugar onde se está.

Assim, a cidade viva não se justifica apenas pela mobilidade dos automóveis ou da fluidez dos caminhos percorridos, mas também pelas relações

geradas entre pessoas, fazendo com que a vida não aconteça individualmente e sim coletivamente. Automaticamente, as pessoas vão se

comunicando, se conhecendo, se identificando e quanto mais isso acontece, mais pessoas frequentarão o lugar, a fim de buscar exatamente isso,

trocas sociais e vida na cidade.

18

1.1. Imaginabilidade e significado da cidade

Um projeto arquitetônico não é simplesmente uma construção ocupando espaço na cidade, muito mais do que isso, um projeto precisa ter

utilidade e ser relevante em seu contexto espacial. A proposta de um projeto de cunho histórico, cultural ou qualquer outro que seja não se

justifica apenas pela sua necessidade, embora seja uma justificativa válida, ela vai além, é julgada importante pelo efeito que causará na

sociedade em que se encontra. Para Lynch (1980, p. 51) “existem outras influências atuantes sobre a imaginabilidade, como o significado social

de uma área, sua função, sua história, ou mesmo seu nome.” A partir desse pensamento, a proposta de requalificação da antiga Estação

Ferroviária onde se encontra o Centro Cultural Pioneiros de Andradina leva em consideração essa temática, visando fortalecer o espaço e trazer

um significado a um espaço público para que seja de fato um local que influencie a cultura e educação da população em relação às artes,

enfatizando a importância da questão cultural e histórica. Sendo possível atingir esse alvo através da imaginabilidade do observador, forçando a

mente a imaginar e assim gerar possibilidades diversas no contexto espacial, além de fazer com que o observador guarde na memória aquilo que

viu, ouviu, sentiu e tenha em sua mente a lembrança do significado da cidade.

Ainda de acordo com Lynch (1980, p. 120) “nomes e significados: características não físicas que podem aumentar a imaginabilidade de

um elemento. Os nomes, por exemplo, são importantes para a cristalização da identidade.” Por isso, com a intenção de trazer uma nova

possibilidade de “Centro” Cultural, o projeto para requalificação tem o intuito de transformar um local esquecido em um centro, uma referência

para a cidade de Andradina e fornecer qualidade de vida através da educação.

Com isso, tem-se o significado do espaço público como questão relevante da temática. Para Gehl (2013, p. 63) “o que importa não são

números, a multidão ou o tamanho da cidade, e sim a sensação de que o espaço da cidade é convidativo e popular; isso cria um espaço com

significado”. A partir deste pensamento, entende-se que esses espaços urbanos geram significados para as pessoas, sendo estes diferentes para

cada um, porém, individualmente importantes para todos. É válido dizer que, a presença de outros participantes dos espaços públicos de

determinada cidade são essenciais, mas neste caso quando se trata de um lugar significativo, ele por si só consegue trazer e reacender sensações

aos participantes a ponto de convidá-lo a estar ali e transmitir bem estar ao usuário.

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O significado de determinado lugar é uma questão particular, porém, para a cidade em geral, um lugar pertencente a ela representa algo

que pode ser importante ou não. Quando se trata de um lugar de cunho histórico, de alguma forma aquele espaço significou ou tem algum

significado para a cidade onde ele se encontra, podendo trazer isso desde a sua formação ou por alguma questão atual. Pensando nisso, é

interessante que esse significado seja valorizado, que a memória do que foi aquele local seja lembrada nos dias de hoje por seus participantes.

Chega-se ao ponto da preservação da memória considerada significativa para a cidade: a questão do Patrimônio Histórico. “O Patrimônio

Cultural é dividido em três grupos, [...] o terceiro grupo de elementos é considerado o mais importante pois trata-se dos chamados bens culturais

nos quais englobam objetos, artefatos e construções obtidas a partir do meio ambiente e do saber fazer” (Lemos, 2010, p.10). A partir desse

pensamento, entende-se que é dessa maneira que os monumentos, construções e outros artefatos são preservados, e baseado no contexto desta

temática é desse modo que se preserva a memória significativa para uma cidade. Assim, a cidade pode manter a memória e o significado de

determinado local ou monumento, frisando a história para que ela nunca seja esquecida. A partir disto, vale o pensamento de Rolnik (1994, p.

18), que diz que “esta dimensão que permite que o próprio espaço da cidade se encarregue de contar sua história. A consciência desta dimensão

na arquitetura levou a que hoje se fale muito em preservação da memória coletiva, através da conservação de bens arquitetônicos, isto é, da não

demolição de construções antigas”.

Percebe-se assim o quão importante se torna a prática da preservação para uma cidade, pois a história tem valor relevante na cultura, e

essa prática faz com que as gerações liguem-se cada vez mais com a importância da formação da cidade, com os elementos culturais e estéticas

construtivas de uma época tão distante. Segundo Lemos (2010, p. 24) “essa questão da memória social, tão dependente da preservação

sistemática de segmentos do Patrimônio Cultural, tem sido tratada com seriedade somente agora nos tempos recentes, a partir dos primeiros

movimentos europeus da segunda metade do século XIX”. Entende-se que, cada vez mais a preservação de patrimônios tem sido valorizada,

porém, ainda assim esse ato não acontece em grande escala. É necessário que aspectos culturais regionais tenham significado mantido, até porque

uma construção histórica numa cidade não está ali por acaso, através dela muitas coisas aconteceram e ela é parte importante no local onde se

encontra.

20

Para Lemos (2010, p. 28), “desse modo, percebemos que necessariamente o termo preservar deve ser aplicado com toda a amplitude do seu

significado. É dever de patriotismo preservar os recursos materiais e as condições ambientais em sua integridade, sendo exigidos métodos de

intervenção capaz de respeitar o elenco de elementos componentes do Patrimônio Cultural”.

Com isso, percebe-se que é dever do cidadão preservar aquilo que julga ser importante historicamente e que tenha significado relevante

não só para si, mas também para a cidade. É importante que uma cidade valorize sua história e os elementos que marcaram o percurso de seu

crescimento, assim, esse ato fortalecido pela população cada vez mais irá influenciar as gerações futuras, mostrando a importância da memória e

a necessidade da preservação.

1.2. O espaço urbano para pessoas

A cidade não é apenas uma parte que compõe um estado. Diante da grandeza de um país, a cidade tem relevância para quem nela habita,

pois por muitos anos a cidade foi considerada abrigo para os moradores antigos, pessoas que vivenciaram a cidade em seu crescimento e

desenvolvimento. As pessoas não apenas observam a paisagem, mas fazem parte dela, dividindo essa paisagem com outras pessoas que também

participam dela (Lynch, 1980). Por essa razão, a cidade deve ser valorizada, pois emocionalmente ela tem valor para a população.

Em todo projeto arquitetônico, uma das primeiras coisas a serem pesquisadas é o espaço urbano. Ao iniciar projetos e planejar o espaço

da cidade, importa pensar em quem vai usufruir e para quê aquele espaço servirá na sociedade. Para Gehl (2013, p. 33), “o natural ponto de

partida do trabalho de projetar cidades para pessoas é a mobilidade e os sentidos humanos, já que estes fornecem a base biológica das atividades,

do comportamento e da comunicação no espaço urbano”. Muitos fatores influenciam a qualidade do lugar, e é através do planejamento que se

pode começar a enxergar o futuro do espaço urbano.

De acordo com Lynch (1980, p. 5), “uma imagem clara do entorno constitui uma base valiosa para o desenvolvimento individual”, o

contexto espacial do local onde se pretende intervir com um projeto arquitetônico diz muito sobre qual tipo de edificação será projetada.

21

A vida ativa de uma cidade dá-se em vários níveis e lugares. Um espaço, por menor que seja, tem a capacidade de fornecer às pessoas

uma atração, uma atividade social ou individual, o importante é que aquele lugar influencie o usuário de forma a fazer com que a população de

uma cidade use os espaços urbanos oferecidos por ela.

É, em si mesmo, uma conexão importante o fato de tanto o caráter quanto a gama da vida urbana serem dramaticamente

influenciados pela qualidade do espaço público. A conexão torna-se ainda mais interessante se olharmos as relações entre as

atividades necessárias, opcionais e o significativo grupo de atividades sociais. Se a vida na cidade é reforçada, criam-se as pré-

condições para fortalecer todas as formas de atividade social no espaço urbano (JAN GEHL, 2013, p. 22).

Dessa forma, seria possível atrair pessoas ao usufruto do espaço urbano durante todo o tempo, criar espaços de convivência e pontos de

encontro e dessa maneira manter o local em constante uso, fornecendo à população o uso de uma parte da cidade que pertence a eles.

Porém, se o espaço urbano pertence à população, seu valor deve ser ligado ao bom senso e moral de cada um. Uma edificação ou apenas

um espaço público não é apenas um espaço momentâneo onde pessoas passarão sem perceber o que acontece a sua volta, é o local onde pessoas

passarão um tempo com suas atividades. O que quer que seja ou onde quer que esteja um projeto arquitetônico, o mesmo é valorizado através dos

usuários, com bom senso, ética e educação. Para Hertzberger (1999, p. 45), “o segredo é dar aos espaços públicos uma forma tal que a

comunidade se sinta pessoalmente responsável por eles, fazendo com que cada membro da comunidade contribua à sua maneira para um

ambiente com o qual possa se relacionar e se identificar”.

Espera-se que o projeto de fato traga aos usuários a vontade de estar ali, fazendo parte de algo que de certa forma os pertence. São eles

que usufruirão daquele ambiente e, portanto o zelo e cuidado também devem partir de quem será beneficiado.

22

1.3. Cidade viva como lugar de encontro

A cidade é considerada viva quando os espaços urbanos são perceptíveis aos olhos humanos e utilizados pelos mesmos, cada vez mais

tornando-se espaços públicos (Gehl, 2013). Dessa maneira, tem-se por cidade viva aquela que convida a população para o passeio, para a

realização de suas atividades e para que tenham o desejo de que suas vidas aconteçam ali.

Ainda na opinião de Gehl (2013, p. 63), “a cidade viva também precisa de uma vida urbana variada e complexa, onde as atividades

sociais e de lazer estejam combinadas, bem como oportunidades para participação na vida urbana (...) a cidade viva emite sinais amistosos e

acolhedores com a promessa de interação social. Por si só, a simples presença de outras pessoas sinaliza quais lugares valem a pena”.

Em todo lugar, grandes projetos arquitetônicos são conhecidos não apenas pela beleza, grandeza ou por quem o criou, uma edificação

precisa funcionar de maneira a gerar possibilidades e oportunidades, e é dessa forma que um lugar se torna funcional, causando impacto aos

usuários com o conforto da fluidez, além de outros aspectos, gerando aos participantes daquele espaço um sentimento de segurança ao caminhar.

É natural que as pessoas se sintam atraídas por espaços onde encontram outros participantes e variedade de atividades (Gehl, 2013). Se as

pessoas se sentirem bem naquele espaço, outras pessoas se achegarão para compartilhar da experiência de se encontrarem e se relacionarem

socialmente.

Em geral, reforça-se o potencial para uma cidade segura quando mais pessoas se movimentam pela cidade e permanecem nos

espaços urbanos. Uma cidade que convida as pessoas a caminhar, por definição, deve ter uma estrutura razoavelmente coesa que

permita curtas distâncias a pé, espaços públicos atrativos e uma variedade de funções urbanas. Esses elementos aumentam a

atividade e o sentimento de segurança dentro e em volta dos espaços urbanos (GEHL, 2013, p. 6).

23

Baseado no pensamento referente à segurança dos espaços urbanos, Lynch (1980, p. 5) afirma que:

Na verdade, um ambiente característico e legível não oferece apenas segurança, mas também reforça a profundidade e a intensidade

potenciais da experiência humana. Embora a vida esteja longe de ser impossível no caos visual da cidade moderna, a mesma ação

cotidiana poderia assumir um novo significado se fosse praticada num cenário de maior clareza. Potencialmente, a cidade é em si o

símbolo poderoso de uma sociedade complexa. Se bem organizada em termos visuais, ela também pode ter um forte significado

expressivo.

Vários aspectos envolvem a cidade sobre a questão de ser e se tornar um local de encontro e de trocas sociais entre pessoas. Um lugar

precisa convidar as pessoas a estarem ali, não apenas pela quantidade de outros participantes, mas também na organização visual que o espaço

oferece, um cenário claro para que as pessoas possam entender o lugar e consigam ter visão de quase tudo o que acontece ao redor.

24

2. ANDRADINA

O município estende-se por 964,2 km², a 630 quilômetros da cidade de São Paulo (Figuras 01 e 02), e contava com 57.250 habitantes no

censo de 2015. A densidade demográfica é de 57,4 habitantes por km² no território do município, que está situado a 401 metros de altitude e as

coordenadas geográficas do município, são a uma latitude de 20° 53' 38'' Sul e de longitude: 51° 23' 1'' Oeste (IBGE, 2016).

Figura 01: Mapa do Brasil com indicação do estado de São Paulo

Fonte: UOL Ciência Hoje, 2016.

25

Figura 02: Mapa de São Paulo com indicação da cidade de Andradina

Fonte: Perfil Morato, 2016.

26

2.1. Andradina e a Estação Ferroviária

Andradina foi fundada em 1932. Antônio Joaquim de Moura Andrade, seu fundador, era fazendeiro e considerado o maior criador de

gado do Brasil, recebendo assim o título de Rei do Gado. Ele fez com que fosse construída uma nova ramificação ferroviária entre as estações

das cidades de Araçatuba, SP e Três Lagoas, MS, e com isso, povoados foram criados às margens dessa ferrovia.

Os serviços do engenheiro Benelow & Benelow foram contratados para que fosse feito um projeto de urbanização da povoação. Em 11 de

julho de 1937 aconteceu o surgimento do povoado e a cidade começou a se formar, situada em terras da Fazenda Guanabara, na mesma data em

que chegou o primeiro trem de ferro da variante da Estrada de Ferro NOB à nova povoação.

Moura Andrade, proprietário da Fazenda Guanabara loteou pequenos sítios em suas terras para que pioneiros e suas famílias pudessem

morar sem precisar de fiador. Ajudou também com a instalação de energia elétrica e empregos nos comércios que a ele pertenciam inclusive o

primeiro Banco da cidade, e dessa maneira conseguiu atrair novos comerciantes e compradores para os sítios. Foi colocado um grande cartaz em

frente à estação de trem da NOB com a seguinte frase: "Esta é a prova da fertilidade das terras de Andradina". A partir daí, a cidade começou a se

desenvolver economicamente, e como homenagem ao fundador da cidade de Andradina, o povoado passou a ser conhecido como a “Terra do Rei

do Gado”.

Em 30 de dezembro de 1938, a cidade de Andradina ganhou autonomia administrativa e foi elevada à condição de município por Ademar

de Barros, interventor federal no estado de São Paulo. Mas mesmo depois de ser considerada município, vários desmembramentos aconteceram

na cidade de Andradina, e a partir destas separações foram surgindo novos povoados, que atualmente são os municípios de Guaraçaí, Castilho e

Nova Independência (PREFEITURA DE ANDRADINA, 2015).

27

A inauguração da estação ferroviária de Andradina se deu no ano de 1937 e em 1986 foi construída uma nova estação, fora da cidade.

Sem uma nova variante construída, o pátio ferroviário foi transferido para a nova estação, recebendo como nome Andradina-nova, a antiga

estação teve os trilhos retirados fora à linha principal, que atualmente serve como passagem de cargueiros, pois o trem de passageiros parou de

funcionar em 1966. Com isso, a estação estava ameaçada a demolição, com a possibilidade de ruir por falta de conservação, entretanto, foi salva

pelo tombamento municipal, em 1998. (ESTAÇÕES FERROVIÁRIAS, 2014).

28

3. LEVANTAMENTO E DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

3.1. Zoneamento

A cidade de Andradina encontra-se dividida entre oito zonas principais (Figura 03). Os terrenos a serem utilizados no projeto têm a

vantagem de pertencerem à zona central, facilitando a localização para os usuários e encontra-se próximo de outras atividades que venham a ser

relevantes para a proposta de um local como referência. Percebe-se também que os corredores de comércio e serviços diversificados passam pela

área, e assim faz com que a ideia de um projeto como referência se fortaleça ainda mais como uma atividade central.

Figura 03: Mapa de zoneamento da cidade de Andradina

Fonte: Plano Diretor, 2016. Modificado pela autora, 2016.

29

3.2. Uso e Ocupação do Solo

A área de intervenção está situada no centro da cidade, entre uma área comercial e uma área residencial (Figura 04). Com a intenção de

fazer com que o projeto seja uma referência cultural para a cidade, a localização da implantação tem muita relevância para que esse objetivo seja

alcançado. Próximo a escolas, é um local que atrai crianças, adolescentes e jovens a todo momento, seja para prática de esportes ou para

momentos de lazer.

Figura 04: Mapa de Uso e Ocupação do Solo do Entorno


30

3.3. Cheios e Vazios

O entorno da área de intervenção encontra-se na maior parte construída (Figura 05). Portanto, a área vazia ainda poderá ser usada como

espaço de contemplação, ponto de encontro e convivência, e ao mesmo tempo, entrar em harmonia com a área construída. Existem poucas

opções de atividades culturais na cidade e os terrenos vazios do local possuem grande potencial construtivo, possibilitando a construção de

edificações que incentivem a prática dos estudos e do conhecimento através da cultura, e que seja conhecido como tal em razão de se localizar ao

lado do prédio do Centro Cultural.

Figura 05: Mapa de Cheios e Vazios do Entorno


31

3.4. Gabarito de Altura

A maioria das construções no entorno da área a ser contemplada é composta por construções térreas, o que facilita as novas construções

propostas para o local (Figura 06). Edificações térreas não fogem do gabarito da área, pois é um local onde as construções são na maioria desde

sua formação inicial e assim, a paisagem urbana entra em harmonia com todo o entorno. A ideia é projetar edificações trazendo harmonia com o

ambiente onde estão inseridos e ao mesmo tempo chamem a atenção da população.

Figura 06: Mapa de Gabarito de Altura do Entorno


32

3.5. Visadas e Pontos Relevantes

Os terrenos contemplados têm a vantagem de estar envolvidos por espaços de cunho educacional, instituições e esportivos, a maioria de

cunho educacional (Figuras 07 e 08). A partir do local de intervenção, é importante que se abram portas voltadas para esse tipo de atividade,

visualmente e significativamente, possibilitando a proximidade entre os vários campos da cultura e educação. O Centro Cultural tem o poder de

atrair atenção para atividades culturais e o entorno colabora com esse pensamento, de maneira projetar valorizando o conforto visual e a

edificação inserida.

Figura 07: Mapa de Visadas


33

Figura 08: Mapa de Pontos Relevantes do Entorno

Fonte: Google Maps, 2016. Modificado pela autora, 2016.

34

3.6. Topografia do Terreno

A topografia do terreno é bem característica. Entre 5m e 1m de inclinação, cada terreno terá sua topografia mantida em algumas áreas e

poucas delas passarão por leves mudanças para que as edificações se adequem com os níveis do local (Figura 09). O terreno com maior

inclinação será direcionado ao teatro em razão da sua forma e o terreno de menor inclinação será direcionado a biblioteca.

Figura 09: Mapa Topográfico da Área


35

3.7. Vegetação

A vegetação do entorno e da própria área de intervenção é escassa (Figura 10). Somente as praças próximas ao local são contempladas

com vegetação, e por isso, nos terrenos escolhidos para a proposta de um novo teatro e uma nova biblioteca deverão ser implantadas árvores de

modo a transformar a situação do local, na questão estética e funcional. Além disso, a vegetação servirá para o conforto térmico da área.

Figura 10: Mapa de Vegetação Predominante do Entorno


36

3.8. Orientação Solar e Ventos Dominantes

As edificações construídas no local deverão ser adequadas para que haja conforto térmico e visual em relação à orientação solar e o vento

dominante, sendo ele de sudeste em direção à noroeste. A partir disso, serão tomadas medidas para melhor ventilação do local em razão da área

buscar o conforto necessário para que os usuários possam exercer suas atividades (Figura 11).

Figura 11: Mapa de Orientação Solar e Ventos Dominantes da Área


37

3.9. Fluxos e Sistema Viário

A proposta para melhor uso da área é o fechamento de uma das ruas, aumentando o terreno para que haja mais espaço para circulação de

pessoas. As ruas que envolvem o trecho a ser fechado têm outras possibilidades de movimento, por essa razão, fechá-la não trará dificuldades à

mobilidade urbana (Figura 12). Ao redor dos terrenos, as vias são na maioria de mão única e algumas delas de duplo sentido. Independentemente

dos sentidos das vias, ainda é possível o fácil acesso por todo o redor do local, pois avenidas principais da cidade situam-se no entorno o local de

intervenção (Figura 13).

Figura 12: Fluxos Viários do Entorno


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Figura 13: Principais Vias da Cidade


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4. REFERÊNCIAS PROJETUAIS

4.1. Auditório Ibirapuera – São Paulo – SP

Nome: Auditório Ibirapuera

Arquiteto: Oscar Niemeyer

Data do projeto: 1954

Data de conclusão: 2005

Área Construída: 7.000 m²

Localização: São Paulo – SP

Construído em concreto branco armado e caracteriza-se pela simplicidade volumétrica do bloco único que em planta é um trapézio e, em

corte, um triângulo (Figura 14). O edifício completa o conjunto do Parque Ibirapuera, desenhado na década de 1950 por Niemeyer.

(AUDITÓRIO IBIRAPUERA, 2015).

40

Figura 14: Parte Posterior do Auditório Ibirapuera – São Paulo – SP

Fonte: Site Brazil My Country, 2015.

Da porta de entrada do Auditório sai uma espécie de língua de fogo, escultura do próprio arquiteto, chamada de Labareda (Figura 15). A

capacidade interna para o público é de 800 lugares (AUDITÓRIO IBIRAPUERA, 2015).

41

Figura 15: Entrada do Auditório Ibirapuera – São Paulo – SP

Fonte: Site Brazil My Country, 2015.

O Auditório Ibirapuera serve como referência projetual, pois inspira ousadia com sua forma incomum em relação ao entorno, gerando

impacto sobre a área onde está situado. Suas cores distintas são marcantes ao olhar do observador e, além disso, a funcionalidade do auditório

traz referência em razão da acústica impecável e a relação do público e privado.

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4.2. Biblioteca Alceu Amoroso Lima – São Paulo – SP

Nome: Biblioteca Alceu Amoroso Lima

Arquitetos: José Oswaldo Vilela

Ano: 1979

Reforma: 2006

Área Construída: 2330 m²

Localização: São Paulo – SP

Foi planejado a partir do conceito arquitetônico "a forma segue a função", possuindo espaços específicos para atividades como música,

cinema e artes plásticas. O prédio, projetado para atender também aos portadores de necessidades especiais, possui uma arquitetura elegante e

sóbria. O uso do concreto foi uma opção para vencer grandes vãos, harmonizando com a cobertura de estrutura metálica (Figura16). Na

construção foram utilizados pisos de alta resistência, concreto, esquadrias de ferro e vidro (Figura 17). Em uma das laterais do prédio existem

duas grandes vigas que funcionam como protetores termo acústicos e são os reservatórios de água do prédio (PREFEITURA DE SÃO PAULO,

2016).

43

Figura 16: Perspectiva da Fachada Frontal da Biblioteca

Fonte: Fotos por Rafael Munduruca, 2010.

44

Figura 17: Interior da Biblioteca

Fonte: Fotos por Rafael Munduruca, 2010.

A Biblioteca Alceu Amoroso Lima tem forte relevância para a proposta de uma nova Biblioteca, principalmente seu material construtivo:

concreto e vidro. A edificação é fortemente urbana e dispõe de espaços confortáveis para o usuário, além de fortalecer a relação entre interno e

externo.

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5. PROJETO

5.1. Localização

Os terrenos escolhidos para a proposta de requalificação da antiga Estação Ferroviária estão localizados em Andradina-SP, na Avenida Barão

do Rio Branco, nos cruzamentos com a Avenida Guanabara e a Rua Treze de Maio (Figura 18). O primeiro terreno conta com 5.899 m², o segundo

com 3.177 m² e o terceiro com 3.200 m², totalizando 12.276 m².

Figura 18: Localização do Terreno


46

Próximo ao comércio, habitações e serviços, é um local bastante movimentado por se localizar na área central da cidade, situado em uma

das primeiras ruas formadas na cidade, atraindo atenções e sendo muito conhecido pela população andradinense (Figura 19). O espaço sempre foi

usado para festas e festivais por ser uma área cultural.

Figura 19: Entorno da Área de Implantação

Fonte: Google Earth, 2016. Modificado pela autora, 2016.

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5.2. Conceito e Partido Arquitetônico

O conceito principal que rege a requalificação da antiga Estação Ferroviária de Andradina e o projeto de Biblioteca, Teatro e escola de

artes é a permeabilidade, possibilitando a integração de espaços internos e externos, dando sensação de liberdade para que uma pessoa possa ter a

experiência de estar dentro e fora dos espaços ao mesmo tempo. A proposta de requalificação visa o uso do espaço livre, assim como a proposta

de projeto para uma Biblioteca, Teatro e Escola. Essa característica beneficia também a população em atividades abertas ao púbico, permitindo a

todos usufruir do entretenimento oferecido, possibilitando acesso à educação e à cultura.

O partido arquitetônico surgiu através das formas sinuosas que percorrem as construções ao longo da área de intervenção, a fim de fazer

com que os novos projetos funcionem com organicidade visual, e em relação aos caminhos propostos, visa possibilitar a fluidez do espaço, sem

barreiras. Com essa continuidade é possível que o pedestre transite pelo espaço e tenha visão geral do local e entorno imediato, além de ligar a

volumetria ao espaço onde está inserido.

5.3. Programa de Necessidades, Organograma e Fluxogramas

O programa de necessidades se baseou nos principais ambientes necessários para a proposta de um Teatro, uma Biblioteca e um novo

Centro Cultural. Cada edificação teve sua organização de maneira a manter próximas algumas de suas funções, gerando a facilidade de

locomoção e fácil acesso a todas as áreas.

O teatro foi planejado com a intenção de atender aos usuários com conforto e acessibilidade, e para isso, toda a parte de circulação livre,

ou seja, bilheteria, cafeteria e banheiros encontram-se no foyer, possibilitando proximidade entre os ambientes. Mantendo separado anfiteatro em

razão de ter uma função diferente, a área dos espetáculos foi organizada no centro para que a entrada seja de fácil acesso e fique

proporcionalmente ligada às áreas dos atores e depósito de cenário. Essa área de funcionários, camarins e vestiários acontece atrás do palco, para

48

que existam comodidade e privacidade dos atores, onde camarins femininos e masculinos ficam separados, estando próximos aos vestiários e

banheiros. (Figura 20).

Figura 20: Fluxograma e Programa de Necessidades do Teatro

Fonte: Elaborado pela autora, 2016.

49

O novo prédio da área didática tem sua setorização planejada visando à privacidade dos usuários e alunos das salas de aulas, por serem

lugares que necessitam de espaço e concentração (Figura 21). A área de salas de aula encontra-se de um lado da edificação, onde estas funções

necessitam de mais concentração. O outro lado é composto por área administrativa e banheiro social, fazendo com que o amplo espaço seja

dividido igualmente para todas as funções. Dessa maneira, alunos e funcionários têm seus espaços definidos para que não haja conflito entre

funções e circulação indevida.

Figura 21: Fluxograma e Programa de Necessidades da Escola de Artes


50

Na intenção de construir um ambiente livre de paredes e barreiras, a biblioteca foi pensada de forma a deixar a circulação livre (Figura

22). Próximo à recepção encontram-se as áreas de funcionários, visando à segurança do acervo e, próximo à saída existirá o balcão controle e

devolução de livros. Além disso, a biblioteca possuirá um espaço livre dedicado à leitura e convívio e próximo ao acervo, mesas para melhor

comodidade dos usuários. As salas de estudos coletivos e individuais ficam localizadas distantes da área livre em razão de sua função e a

necessidade de ser um lugar que exige silêncio e conforto acústico. A biblioteca foi construída numa estrutura linear para facilidade de

locomoção dos usuários.

Figura 22: Fluxograma e Programa de Necessidades da Biblioteca


51

O prédio da antiga Estação Ferroviária também receberá novo uso. Visando fortalecer a história da cidade e incentivar a população a se

interessar pela questão história, o prédio abrigará o novo museu da cidade de Andradina, com um amplo espaço. Abrigará também um espaço

para exposições e feiras de arte destinada aos trabalhos manuais realizados por alunos no Centro Cultural, dessa forma, os usuários podem vender

seus trabalhos e arrecadar fundos para projetos culturais e até mesmo repassar os lucros aos autores dos trabalhos. O Ministério da Cultura da

cidade terá um espaço para que tenham proximidade com a área cultural e fornecer apoio imediato quando necessário (Figura 23).

Figura 23: Fluxograma e Programa de Necessidades da Estação Ferroviária


52

A organização geral foi pensada de acordo com o potencial do terreno para suportar cada edificação, dessa maneira, construiu-se uma

estrutura linear a partir do sentido da linha férrea (Figura 24). Podendo ter acessos a partir das vias ao redor, o outro lado oferece uma passarela

também linear que possibilita a entrada e liga todos os blocos, de maneira a trazer segurança aos usuários e facilidade na questão da fluidez do

caminho a ser percorrido.

Figura 24: Fluxograma Geral da Proposta


53

5.4. Requalificação da Antiga Estação Ferroviária

O Centro Cultural Pioneiros de Andradina está localizado na antiga Estação Ferroviária, área central da cidade e de grande importância,

pois está situado em uma das primeiras ruas da cidade. O entorno desta área ainda possui construções desde a época de sua fundação, sendo elas

comerciais, serviços e habitações. Percebe-se assim o valor histórico que esta área possui para a população, incluindo o prédio da antiga Estação

Ferroviária, tombada como patrimônio histórico da cidade.

A problemática observada no prédio foi principalmente a funcionalidade. Espaços amplos em desuso, banheiros sem manutenção, área

destinada a apresentações teatrais sem segurança e sem espaço adequado (Figura 25), além de uma área improvisada para camarins. A área de

lazer externa composta por uma lanchonete está atualmente em desuso, porém tem grande potencial para funcionamento.

Figura 25: Espaço teatral sem segurança

Fonte: Foto por Karen Gisely, 2015.

54

Sendo a antiga Estação Ferroviária um local que deveria incentivar a cultura e a educação através de sua história, de maneira a integrar os

vários ramos da arte, o projeto de requalificação propõe dedicar às salas existentes no prédio ao Ministério da Cultura da cidade, visando

melhorar a qualidade de trabalho para melhor planejamento de projetos culturais. O prédio contará com um amplo espaço para exposições

temporárias de trabalhos artesanais e pinturas de alunos, podendo haver feiras de arte com a possibilidade de vendas, no intuito de repassar os

lucros aos autores dos trabalhos. O museu histórico da cidade também terá um novo espaço, promovendo a história e ligando a área da proposta à

função do museu, que por sua vez é cultural.

Por ser uma construção tombada como patrimônio histórico, necessita-se da preservação dos recursos materiais utilizando métodos para

que sejam respeitados os elementos que compõem o patrimônio (Lemos, 2010), não havendo demolição de paredes. O prédio entrará em

harmonia com as novas construções através de suas cores, branco e cinza, e assim o observador poderá enxergar que a história permanece intacta

através da arquitetura original (Figura 26 e 27).

55

Figura 26: Pátio frontal da Estação Ferroviária


56

Figura 27: Pátio posterior da Estação Ferroviária


57

Foram escolhidas árvores adequadas ao calçamento e com alturas proporcionais à fiação existente no local (Figura 28). As árvores do

local já possuem essa vantagem, portanto, a proposta de intervenção com novas árvores continuará visando a segurança neste sentido. Além

disso, a nova arborização também não irá interferir no aspecto visual do projeto, ou seja, as árvores não darão flores, não acrescentando excesso

de cores no local, dando um aspecto visual limpo e simples, chamando a atenção prioritariamente para o projeto.

Figura 28: Tabela de Arborização


58

5.5. Teatro e Escola de Artes

Para o bom aproveitamento do teatro, um local onde os sentidos de audição e visão são essenciais, o projeto trará consigo elementos que

colaboram com o conforto acústico e visual, como piso revestido em carpete e iluminação adequada (Figura 29). É importante que o usuário

tenha total visão do palco e que os ruídos causados por passos e barulhos externos não atrapalhem o entendimento do público. Um café interno

atenderá aos usuários do teatro antes, durante e depois dos espetáculos apresentados, e será de uso exclusivo para o público interno.

O novo Teatro será organizado visualmente e funcionalmente em três blocos, se diferenciando em sua volumetria. O formato do bloco

central onde será o auditório partirá da própria forma do auditório como motivo de facilitar a circulação dos usuários. A partir desse bloco

central, os outros blocos surgirão em outras formas, porém, sem grandes diferenças visuais (Figura 30). Suas cores se dividem em branco, cinza e

um elemento de cobertura metálica vermelha, tendo base também metálica com treliças em W. Essa estrutura possui 30 cm de altura (Figura 31),

posicionadas em diferentes ângulos, possibilitando a colocação de placas de metal vermelhas e formando uma estrutura ondulada, que por sua

vez não prejudica o espaço em relação ao seu peso por ser relativamente leve (TÉCHNE, 2016). Serão utilizados elementos que forneçam

conforto acústico, sendo eles o carpete para a redução de ruídos de passos e do próprio ruído ambiente revestindo o chão do local, e placas

acústicas para facilitar entendimento sonoro do usuário. O foyer do Teatro será amplo e a bilheteria será organizada no centro e em forma oval,

facilitando a circulação para que sejam evitadas as filas (Figura 32). Nas laterais do foyer para cada lado existirão banheiros, assim como a

administração e a cafeteria aberta (Figura 33), dando ao usuário visão ampla de todo o ambiente logo ao entrar. Ao fundo do palco será a área

destinada aos atores e funcionários, com camarins, banheiros e vestiários, além de um depósito de cenário e de limpeza, tendo uma circulação

funcional para cada ambiente.

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Figura 29: Perspectiva interna do Teatro


60

Figura 30: Perspectiva externa do Teatro


61

Figura 31: Detalhamento de Cobertura

Fonte: Elaborado pela autora, 2016

62

Figura 32: Foyer


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Figura 33: Cafeteria do Teatro


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Uma nova construção será dedicada às aulas, contando com salas de aulas para teatro, dança, música e oficinas de arte. O espaço livre

externo próximo à edificação servirá como área convivência, ponto de encontro de alunos, espaço dedicado ao lazer, não sendo necessariamente

utilizado apenas por alunos, será aberto ao público fazendo com que a área esteja em constante circulação de pessoas. A proposta das salas de

aulas tem intenção de fornecer um lugar para crianças, adolescentes e jovens na área de ensino, dando a oportunidade de trazer à realidade a

cultura através da educação. Para o conforto dos usuários, as salas possuirão técnicas de conforto térmico e acústico, deixando o local confortável

a fim de que isso colabore com o aprendizado, além de iluminação por meio de cobertura em Shed na área do corredor, melhorando também o

conforto visual (Figura 34).

Figura 34: Corredor de Acesso às salas de aulas


65

Esta nova construção também será organizada em blocos separados. No bloco de entrada estarão localizados a recepção com um banheiro

social e sala de administração, ambas separadas por um espaço de jardim revestido em vidro funcionando como iluminação natural. No bloco

seguinte terão salas de aulas e de professores, devidamente separadas para que não haja conflito de funções e com uma ampla circulação central,

espaço perceptível aos usuários e utilizado por eles, tornando-se um espaço público para convívio de alunos (Gehl, 2013). Suas cores e materiais

seguirão a harmonia de toda a proposta e assim como a cobertura metálica vermelha cobre o Teatro, a escola tem parte coberta pelo mesmo

elemento, separando essas áreas através de um pátio para convívio e trocas sociais (Figura 35).

Figura 35: Parte da Escola Coberta


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5.6. Biblioteca

No contexto de todo o projeto, a biblioteca permite ao usuário uma circulação contínua em um ambiente sem paredes que impedem a

visão, porém espaços setorizados através dos próprios móveis existentes (Figura 36). Elementos como vidro, brises (Figura 37) e aberturas

superiores funcionam para conforto visual e térmico, deixando a biblioteca arejada e clara para o melhor aproveitamento das áreas de leitura. O

acervo infantil da mesma forma terá seu espaço e estética, de maneira a estimular as crianças através das cores.

Figura 36: Interior da Biblioteca


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Figura 37: Fachada Posterior da Biblioteca


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Nas laterais do prédio da biblioteca existirão coberturas, dando continuidade à cobertura do Teatro, continuidade esta através de cor,

forma e material, em razão de serem terrenos separados e entre eles possuir uma construção existente que bloqueia visão geral da proposta. Essa

cobertura segue o termo “forma e função”, pois serve para amenizar a entrada de raios solares em suas fachadas além de conversar visualmente

com as outras edificações (Figura 38). Esse bloco não possui paredes, pois a proposta é fornecer uma circulação livre. As áreas que utilizarão

paredes serão aquelas que de certa forma precisam de privacidade e que podem causar incômodo em razão de ruídos e vozes.

Figura 38: Fachada Frontal da Biblioteca


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Considerações Finais

A proposta de Requalificação da antiga Estação Ferroviária e construção de um novo Teatro, uma nova Biblioteca e uma Escola de Artes

vieram da necessidade da cidade em valorizar a questão cultural e da educação, através das artes. A partir desses aspectos, foi importante alertar

sobre o significado da cidade para a população e o uso dos espaços públicos da cidade como uma maneira proporcionar encontros e trocas

sociais.

Toda a pesquisa foi realizada através de visitas ao local de intervenção, estudo do entorno e de questões relevantes para o projeto. A partir

disso foi possível entender a necessidade da cidade e, por meio da arquitetura, mudar a realidade do local. Transformou-se a paisagem urbana

existente em uma paisagem viva para o olhar do observador, ou seja, a população residente. Foi possível manter a construção original do prédio

existente, considerado patrimônio histórico por tombamento, procurando conscientizar as pessoas sobre a importância da memória da cidade e da

preservação de bens históricos.

A proposta de Requalificação da antiga Estação Ferroviária e construção de um novo Teatro, uma nova Biblioteca e uma Escola de Artes

tiveram por objetivo não apenas trazer uma referência cultural para a cidade, mas possibilitar novos aprendizados para a população, através da

arquitetura e da valorização da memória da cidade.

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REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFIA:

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BRAZIL MY COUNTRY. Disponível em: < http://www.brazilmycountry.com/sao_paulo_atracoes/auditorio_ibirapuera/>. Acesso em:

23/08/2015

GEHL, Jan, Cidades Para Pessoas. 2ª ed. São Paulo: Perspectiva, 2013.

GOOGLE EARTH. Mapas. Disponível em: < https://www.google.com/earth/>. Acesso em: 26/05/2016

HERTZBERGER, Herman. Lições de Arquitetura. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

IBGE. Disponível em: < http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?codmun=350210>. Acesso em: 04/03/2016

LEMOS, Carlos A.C. O Que É Patrimônio Histórico. 2ª ed. São Paulo: Brasiliense, 2010.

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02/09/2015

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<http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/bibliotecas/bibliotecas_bairro/bibliotecas_a_l/alceu/index.php?p=84>. Acesso em:

22/04/2016

ROLNIK, Raquel. O que é Cidade. 3ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.

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ANEXOS

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