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Universidade de Brasília
ELIZABETH SANTANA ALVES DE ALBUQUERQUE
O ENSINO DOS JOGOS COOPERATIVOS COMO PROPOSTA DE
AÇÃO DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: UMA
EXPERIÊNCIA NO TRATO DA VIOLÊNCIA URBANA.
SÃO LUÍS - 2007
Elizabeth Santana Alves de Albuquerque
O ENSINO DOS JOGOS COOPERATIVOS COMO PROPOSTA DE AÇÃO DAS
AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: UMA EXPERIÊNCIA NO TRATO DA
VIOLÊNCIA URBANA.
Monografia realizada como requisito
parcial para obtenção do título de
Especialista em Esporte Escolar, pelo Centro de Ensino a Distância, da
Universidade de Brasília.
Orientador: Professor Ms Alex Fabiano Santos Bezerra
São Luís -2007
ii
Albuquerque, Santana Alves Elizabeth
O ENSINO DOS JOGOS COOPERATIVOS COMO
PROPOSTA DE AÇÃO DAS AULAS DE EDUCAÇÃO
FÍSICA ESCOLAR: UMA EXPERIÊNCIA NO TRATO DA
VIOLÊNCIA URBANA: São Luis-Ma, 2007
Monografia (Especialização) – Universidade de Brasília.
Centro de Ensino a Distância, 2007.
1. Jogo 2. Jogos Cooperativos 3. Jogos pedagógicos
3
ELIZABETH SANTANA ALVES DE ALBUQUERQUE
O ENSINO DOS JOGOS COOPERATIVOS COMO PROPOSTA DE AÇÃO DAS
AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: UMA EXPERIÊNCIA COM
CRIANÇAS DE UMA ESCOLA MUNICIPAL DE SÃO LUÍS-MA.
Trabalho apresentado ao Curso de Especialização em Esporte Escolar do Centro de Educação à Distância da Universidade de Brasília em parceria com o Programa de Capacitação Continuada em Esporte Escolar do Ministério do Esporte para obtenção do título de Especialista em Esporte Escolar.
Comissão formada pelos professores:
Presidente:
Profº. Ms Alex Fabiano Santos Bezerra
Universidade Federal do Maranhão
Membro:
Profº Dr. Paulo Henrique Azevedo
Universidade de Brasília
São Luís, agosto de 2007.
4
A Deus, fonte de vida.
A meus pais, pelo incentivo e carinho constantes.
Aos meus filhos e marido pela compreensão durante a elaboração deste trabalho.
A toda minha família por vocês existirem.
5
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a todos aqueles que, direta ou indiretamente contribuíram para a
elaboração desta monografia e, de modo especial ao professor Ms Alex Fabiano Santos
Bezerra, pela orientação segura, pela confiança e pelo incentivo constante.
Ao Ministério do Esporte pela oportunidade de participar de um curso de especialização
à distância.
A UNB pela competência dos membros do CEAD em especial aos responsáveis pela
Especialização em Esporte Escolar.
As crianças da Unidade de Educação Básica Professor Rubem Almeida.
À Professora Maria José, pelo apoio na pesquisa bibliográfica, incentivo na elaboração
do trabalho e pela competência no seu trabalho.
Ao meu amigo José Carlos Ribeiro por nunca me deixar desistir.
Ao Profº Dr. Paulo Henrique Azevedo pelas competentes críticas e sugestões
apresentadas na defesa deste trabalho.
6
“ A grande diferença que há entre um adulto
e uma criança poderia ser sintetizada assim:
a criança sabe brincar e brinca; o adulto não
sabe e não consegue mais brincar.”
Silvino Santin
7
RESUMO
Os jogos cooperativos como proposta de ação das aulas de Educação Física escolar:
uma experiência no trato da violência urbana da cidade de São Luís-MA. O estudo
objetivou analisar a aplicação da metodologia dos jogos cooperativos em escolares
com exclusão social, a partir das aulas de Educação Física escolar. Especificamente
descreveu-se o processo de construção de convivência dos alunos da 4º série com
indícios de agressividade e violência na escola, aplicou-se a metodologia dos jogos
cooperativos como principio das aulas de Educação Física, no sentido de resgatar
valores e atitudes positivas em escolares e caracterizou-se o jogo como elemento
primordial no processo de educação. O Relato de Experiência surgiu a partir do
trabalho realizado na Unidade de Ensino Básico Rubem Almeida, com alunos na
faixa etária de 10 a 12 anos de idade, cursando a quarta série do ensino fundamental.
Os resultados apontaram uma significativa mudança na convivência dos alunos nas
diversas atividades da escola envolvendo as mais diversas áreas do conhecimento. A
utilização de temáticas problematizadoras a partir de vídeos, exposições, visitas e
atividades extra-clase, possibilitou um resgate da auto estima dos alunos,
influenciando positivamente no comportamento dos mesmos no processo de
educação. Conclui-se que os jogos cooperativos se mostraram numa boa
metodologia para aplicar como principio das aulas de Educação física, resgatando
valores e atitudes positivas em escolares; observamos uma melhora significativa no
comportamento e desempenho destes alunos através dos jogos.
PALAVRAS CHAVES: Jogo, Jogos Cooperativos; Jogos Pedagógicos.
8
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................ 9
2. OBJETIVOS............................................................................................................... 11
3. REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 12
3.1 O Esporte enquanto fenômeno social .................................................................. 12
3.2 Esporte Escolar ..................................................................................................... 13
3.3 Jogos Cooperativos............................................................................................... 17
3.4 Categorias dos Jogos Cooperativos ...................................................................... 22
3.5. Jogos Pedagógicos............................................................................................... 23
4. LEITURA DA REALIDADE ................................................................................... 27
5. LEITURA DA REALIDADE ESPECÍFICA............................................................ 28
6 ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS DA INTERVENÇÃO. ........................... 32
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 35
9
1. INTRODUÇÃO
O movimentar-se é uma característica essencialmente humana, e este ato está
carregado de significados e intenções. A Educação Física escolar neste cenário assume
uma conotação ampla da Educação através do movimento, ela tem o atributo também de
preparar o homem para a vida em sociedade.
Este processo de convivência tem mostrado como as relações humanas são
importantes para o processo de desenvolvimento do homem nos mais diversos contextos
em que ele vive. Nesta perspectiva a Educação Física escolar, junto com as demais
disciplinas da escola, vem ser um pilar na formação de escolares e futuros cidadãos,
quando esta preconizar em seus mais diversos conteúdos, situações significativas e
desenvolvimentistas para os alunos.
Entre os diversos conteúdos presentes nas aulas de Educação Física escolar, o
esporte sempre aparece como maior destaque. O esporte enquanto fenômeno social por
muito tempo reforçou a competição como elemento primordial, isso resultou na
esportivização das aulas de Educação Física. As novas abordagens de ensino dos
esportes resgatam características esquecidas no modelo competitivo, como destaque
além do ato motor, reforça-se as relações interpessoais, a lealdade, respeito, a
cooperação.
Os jogos enquanto conteúdos das aulas também merecem destaque haja vista ele
ser ferramenta metodológica nos demais conteúdos da Educação Física. No entanto este
conteúdo pode ser mais bem abordado pelo professor, favorecendo alternativas de
explorar este conteúdo, de forma que atenda as reais necessidades individuais e
coletivas dos alunos.
É neste cenário que o uso do jogo no ensino dos esportes ou de qualquer outro
conteúdo da Educação Física assume um papel mais educativo para o aluno. “O uso do
jogo no processo educativo de crianças e jovens têm possibilitado grandes avanços
educacionais na medida em que se passou a compreender o significado deste num
sentido mais amplo da palavra jogo” (HUIZINGA, 1996).
10
Na infância o jogo é essencial, afinal uma das principais características das
crianças é o jogo, caracterizado como ato de brincar. O conjunto de regras, a
competição, o tempo e o espaço em que ele ocorre determinam as situações de
adaptação e readaptação que provocam diferentes atitudes comportamentais nas
crianças.
A tentativa de definir e classificar o jogo pela área da Educação Física, limitou a
sua atuação aos domínios do comportamento humano. Porém a aplicação dos Jogos
cooperativos vem potencializar o jogo em várias dimensões, favorecendo aspectos
como: construção de uma relação positiva, empatia, cooperação, comunicação,
participação, apreço e autoconceito e alegria.
Em nossa experiência enquanto profissional da Educação Física da Rede
Municipal de Ensino, percebemos de forma geral, uma prática descontextualizada, com
ênfase na esportivização, com problemas na formação dos professores e uma série de
problemas de ordem metodológica. Essa realidade passou a mudar com a organização
da rede e renovação do quadro de professores. Uma das mudanças foi a construção do
Projeto Político Pedagógico da Rede, que ainda está em fase de consolidação.
A Escola Professor Rubem Almeida conta hoje com quatro professores de
Educação Física sendo dois formados pela Universidade Federal do Maranhão, um
acadêmico da Universidade Estadual do Maranhão e um que não tem curso superior.
Destes, três estão na escola a mais de dez anos e a autora deste trabalho com um ano e
meio de casa. O bairro do Coroadinho é considerado o segundo bairro mais violento da
Cidade de São Luís segundo a Secretaria Estadual de Segurança, é uma comunidade
com nível sócio econômico baixo, e que iniciou através de invasões. Provavelmente
devido a essa situação o índice de violência seja muito alto e uma das violências mais
comuns são contra crianças e adolescentes.
Diante das considerações acima chegamos à seguinte situação problema: Como
a metodologia dos jogos cooperativos pode influenciar de forma positiva no
processo de educação de escolares, da 4ª série do ensino fundamental, em situação
de exclusão social a partir das aulas de Educação Física Escolar ?
11
2. OBJETIVOS
Objetivo Geral:
Analisar a aplicação da metodologia dos jogos cooperativos em escolares com
exclusão social, a partir das aulas de Educação Física escolar oportunizada à crianças da
4ª série do ensino fundamental.
Objetivos Específicos:
1. Descrever o processo de construção de convivência de alunos da 4º série com
indícios de agressividade e violência na escola, a partir das aulas de Educação Física;
2. Aplicar a metodologia dos Jogos cooperativos como principio das aulas de Educação
física, no sentido de resgatar valores e atitudes positivas em escolares;
3. Caracterizar o jogo como elemento primordial no processo de Educação de alunos da
4ª série, oportunizando a interdisciplinaridade com as outras disciplinas da escola.
12
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1 O Esporte enquanto fenômeno social
Sabe-se que o esporte é considerado, pelo mundo inteiro, como um grande
fenômeno social muito complexo e de difícil análise. Este possui sua existência junto
com a história da humanidade e vem sofrendo modificações de acordo com cada época
da sociedade. Está sempre caminhando ao lado das classes dominantes seguindo suas
regras e características.
O esporte é um fenômeno sócio-político-cultural, que não pode deixar de ser um
forte meio de propagação e manutenção ideológicas, um dos mais significativos
“veículos” (entre outros fenômenos utilizados pelo Estado), massificado e direcionado
pela mídia e decorrentemente pelo senso comum; “ademais, não por causalidade todas
as estruturas hierarquizadas (igreja, forças armadas, burocracia) promovem o esporte
com tanto desvelo” (LAGUILLAUMIE, apud PINTO 1989).
É como dito um elemento cultural presente na sociedade, considerado até como
um patrimônio da humanidade. Na maioria das vezes o esporte reflete as situações pelas
quais a sociedade passa e até a percepção que o povo tem de si mesmo (SANTOS,
2003).
O esporte é de grande importância não só para a educação Física escolar, mas
para toda sociedade que se realiza com algumas conquistas, quer seja no futebol, no
voleibol ou outra modalidade de esporte. O que não é possível é deixar de oferecer aos
alunos uma vivência em todos os conteúdos da Educação Física favorecendo o seu
desenvolvimento integral, dando oportunidade aos alunos escolherem determinadas
práticas esportivas se assim preferirem, sempre cuidando para que não aconteça a
especialização e perdas esportivas precoces causando traumas irreversíveis no
desenvolvimento infantil:
“A contribuição da Educação Física é a de ser um espaço em que cada
uma delas conheça e se reconheça em seu corpo, não como um feixe de
13
músculos e ossos que deve ser “treinado”, mas como um corpo portador
dos sentimentos, dos desejos das necessidades humanas “(VAGO, 1999,
p.54).
Os esportes são na avaliação de FARIA Jr. (1992), destacados agentes
educativos. Para esse autor: “O esporte atrai, incita à ação, dá noções de divisão do
trabalho, desperta o espírito de equipe, conduz ao esforço e a superação, desenvolve a
solidariedade e o altruísmo. No esporte, a espontaneidade se afirma e a improvisação
conduz a inteligência à atividade”. (p.112)
Como afirma (KORSAKAS, 2002, p.84):
Desde a idade antiga já se pensava no esporte como elemento
importante na educação do homem. Nessa época, os gregos atribuíam
um grande valor às atividades físicas e esportivas na formação física e
moral de seus cidadãos. E ainda que a própria concepção de esporte
tenha passado por enormes transformações durante todos esses séculos,
as discussões sobre a sua relação com a educação continuam presentes.
Vale ressaltar também, que nessa época, o esporte não tinha a importância social
que possui hoje. Pois este era praticado, apenas por homens amadores, que tinham como
principal referência os jogos gregos e dentre eles os jogos olímpicos. Já o esporte
moderno surgiu no século XIX, e apesar de possuir uma perspectiva pedagógica, este
não deixou de apresentar suas características competitivas. É considerado um dos
fenômenos sociais mais significativos dos últimos tempos e chega ao novo milênio
atingindo os campos político, econômico, cultural e educacional.
3.2 Esporte Escolar
O esporte escolar, segundo Roberto Paes apud (SANTOS, 2003), pode ser
importante por várias razões: ser um dos conteúdos da Educação Física, por ser
praticado nos sistemas de ensino e em formas assistemáticas, evitando-se a seletividade,
a hipercompetitividade de seus praticantes, com a finalidade de alcançar o
desenvolvimento integral do indivíduo e a sua formação para o exercício da cidadania e
14
a prática do lazer, de ser a escola uma agência de promoção e difusão da cultura e até
mesmo por uma questão de justiça social, uma vez que em outras agências o acesso ao
esporte será restrito a um número reduzido de crianças e de jovens clientes de
academias e/ ou de escolas de esportes. No entanto, no ambiente escolar o esporte pode
seguir diferentes abordagens, se organizar de diversas maneiras e ainda buscar
diferentes objetivos com a prática.
O esporte escolar é ainda restrito a crianças e adolescentes consideradas talentos
esportivos, sendo dominantemente compreendido como base para o esporte de
rendimento e desenvolvido a partir desta compreensão. Esta é uma realidade que
distancia a prática do esporte da perspectiva educacional, gerando exclusão nas práticas
escolares e desigualdade de oportunidades, pois é um processo que já se inicia sendo
oferecido para poucos. E é justamente a dimensão educacional sobre a ótica da
concepção histórico-crítica que precisa ser cada vez mais valorizada no universo
escolar, onde o esporte envolve-se em uma roupagem performática, priorizando os
talentos em detrimento dos “pernas-de-pau”, criando: “Uma espécie de dupla
pedagogia, pela qual um grupo de alunos, minoritários, está submetido a uma proposta
inspirada no esporte de alto rendimento, enquanto o restante, que é a maioria, é
desconsiderado pela escola” (RIGOR, 1995, p.90).
Segundo (RITA, 2004), a dura realidade do país não é projetada para os milhões
de brasileiros. O que assistimos são espetáculos de esporte de alto nível que se pautam
pelo individualismo e competitividade, e não o esporte como jogo, com lazer, como
educação. A mídia televisiva tem duas preocupações centrais quando transmite jogos:
Um relacionamento à especulação de limites humanos como recordes, marcas e
pontos.
A comparação das performances entre homens e mulheres, atribuindo ao sexo
masculino o paradigma “superior”.
Torna-se importante destacar que tais princípios do esporte de rendimento
podem se manifestar no esporte educacional, no nascimento do esporte na criança.
Portanto, os professores de Educação Física têm que compreender melhor esses
princípios, pois o estranhamento no esporte pode ser muito forte na formação inicial das
crianças, que poderia conduzi-las à passividade da mera torcida pelos colegas
15
considerados mais “aptos”. Essas divisões e fragmentações estranham as possibilidades
educacionais no esporte e precisam ser revistas pelos professores.
Nesse sentido ASSIS apud (DORANTE, 2001) propõe a possibilidade de
reinvenção do esporte, passando a pensá-lo na escola, a partir da visão crítica em
relação aos códigos, valores e sentidos fundamentais da sociedade capitalista, implica
reconhecer a necessidade e a possibilidade de pensá-lo a luz de um determinado projeto
político-pedagógico.
Tal projeto aponta para a construção de uma sociedade baseada em outros
códigos, valores e sentidos, onde a escola, entendida como espaço de intervenção, é o
local privilegiado de construção de um “novo esporte”, que surge das críticas ao “velho
esporte” e, contraditoriamente, do imenso fascínio que ele exerce sobre adultos e
crianças, com a institucionalização de temas lúdicos, e das possibilidades
emancipatórias com que ele possa se configurar.
BETTI (1991) apud (DORANTE, 2001) argumenta que o ensino do esporte deve
servir a usos diversos, considerando tanto o aprendizado para a prática, como o
aprendizado para o consumo crítico do fenômeno esportivo e define como objetivo da
Educação Física na escola, incluindo o esporte como um dos seus conteúdos nos
seguintes termos:
[...] introduzir o aluno no universo cultural das atividades físicas, de modo a prepará-lo para delas usufruir durante toda a sua vida [...]. Devem-se ensinar o basquetebol, o voleibol, (a dança, a ginástica, o jogo...) visando não apenas o aluno presente, mas o cidadão futuro, que vai partilhar, produzir, reproduzir, e transformar as formas culturais da atividade física. Por isso, na Educação Física Escolar, o esporte não deve restringir-se a um “fazer” mecânico, visando um rendimento exterior ao indivíduo, mas tornar-se um “compreender”, um “incorporar”, um “aprender” atitudes, habilidades e conhecimentos, que levam o aluno a dominar os valores e padrões da cultura esportiva (BETTI, 1991).
16
É preciso mudar, retomar o prazer da vivência do movimento, buscar a interação
entre os alunos mediada pela bola, abrir espaço onde a sucessão de movimentos e
jogadas possibilitem manifestação do gesto subjetivo e a elaboração coletiva do
conhecimento.
Aí não haverá lugar para insucessos ou exclusões, pois todos poderão ser agentes
na construção de suas aprendizagens e na conquista de autonomia, podendo o esporte
cumprir o papel de possibilitar o exercício da cidadania, no caminho de uma sociedade
efetivamente democrática (FONSECA, apud DORANTE, 2001).
BRACH (2000) admite que o esporte que deve ser tratado e privilegiado na
escola pode ser aquele que atribui um significado menos central ao rendimento máximo
e à competição, e procura permitir aos educandos vivenciar também formas de prática
esportiva que privilegiem antes o rendimento e a cooperação.
Ainda este autor reforça que o sentido interno das ações no interior da instituição
do esporte de rendimento é pautado pelos códigos (e semântica) da vitória-derrota, da
maximização do rendimento e da racionalização dos meios. Por outro lado, no esporte
enquanto atividade de lazer, outros códigos apresentam-se como relevantes e capazes de
orientar a ação, como por exemplo, motivos ligados à saúde, ao prazer e à sociabilidade.
Brohm (apud PINTO, 1989) afirma que a competição possui o poder de
perverter todas as relações humanas, provocando uma necessidade doentia de
comparação qualitativa e quantitativa, e conseqüentemente, incitando a agressividade, o
egoísmo, o narcisismo, e mito do êxito.
A primeira vista parece que a melhor decisão a tomar é excluir a competição do
processo pedagógico escolar. MACHADO (2002), no entanto, salienta que ignorar a
competição e excluí-la do processo de formação esportiva da criança constitui um erro
pedagógico grave que precisa ser evitado pelos profissionais da área. Omitir a
competição numa sociedade que a mantém em sua natureza é criar um quadro artificial
que levará à aquisição forçada de situações abstratas, servindo mesmo para provocar ou
acentuar desajustamentos, marginalização e conflitos diante da realidade social em que
vivem, de fato. O autor ainda considera que dependendo da orientação dada, a
competição é um mero recurso didático que se usa para atingir um determinado fim, no
17
programa escolar. O professor saberá como dosar o conteúdo, uma vez que apenas ele
poderá responder sobre seu vínculo com o processo educativo que dirige e com as
crianças que educa.
Como diz o Dr. Antonio Petrus, catedrático de sociologia da Universidade
Central de Barcelona, “o esporte é como um antibiótico de largo espectro. A competição
é como o colesterol: existe o bom, e o ruim”. A questão é utilizar os “medicamentos”
para potencializar o bom e anular o ruim (MACHADO, 2000).
De acordo com (DORANTE, 2001), o esporte escolar deve ser importante
ferramenta para a socialização e para a inclusão social. O esporte escolar deve ser uma
oportunidade de aprendizado da cultura de grupo, permitindo que a juventude adquira as
capacidades que possibilitarão a sua participação na sociedade, como membros efetivos.
Educar é preparar para a participação social. Educar é propor mudanças positivas na
conduta dos cidadãos. Por isso a escola deve assumir toda a sua importância e deve
oferecer o esporte como instrumento e não como fim; um instrumento para alcançar um
fim: a formação útil à sociedade.
Segundo o Coletivo de Autores (1992), na escola é preciso resgatar os valores
que privilegiam o coletivo sobre o individual, defende o compromisso da solidariedade
e respeito humano, a compreensão de que o jogo se faz “a dois”, e de que é diferente
jogar “com” o companheiro e jogar “contra” o adversário.
3.3 Jogos Cooperativos
Existem muitas definições para a competição e cooperação, aqui citaremos as
definições de BROTTO (1999):
Cooperação: É um processo de interação social, em que os objetivos são
comuns, as açoes são compartilhadas e os benefícios são distribuídos para todos.
Competição: è um processo de interação social,em que os objetivos são
mutuamente exclusivos, as ações são isoladas ou em oposição umas as outras, e
os benefícios são concentrados somente para alguns.
18
Apresentando uma ótima contribuição AMARAL (2004) define jogos
cooperativos como:
“atividades que requerem um trabalho em equipe com o
objetivo de alcançar metas mutuamente aceitáveis. Não é
necessário que os indivíduos que cooperam tenham os
mesmos objetivos, porem seu alcance deve proporcionar
satisfação para todos os integrantes do grupo”.
SOLER (2005) entende jogos cooperativos como: um processo educativo
baseado na cooperação e na resolução pacifica de conflitos, cujo propósito maior é unir
pessoas ao redor de um objetivo comum. A meta deve ser a superação de obstáculo e
desafios externos ao grupo.
Devido a excessiva valorização que a sociedade atribui à competição houve a
preocupação de alguns profissionais da área, em estudar e introduzir a cooperação
dentro dos jogos. “ao contrário de ser uma característica própria, inerente ao homem, a
competição, assim como a cooperação, é um valor cultural aprendido, no entanto, a
sociedade e o nosso sistema educacional se baseiam e tem perpetuado somente uma
ética competitiva. Não ensinamos as crianças a amarem os esportes, nos a ensinamos a
vencer os jogos” (ORLICK, 1989a).
Segundo Orlick & Itzelsberger (1995), os jogos cooperativos são jogos com uma
estrutura alternativa onde os participantes jogam com o outro e não contra o outro. Joga-
se para superar desafios e não os outros; joga-se para se gostar do jogo. São jogos onde
o esforço cooperativo é necessário para se atingir um objetivo comum e não para fins
mutuamente exclusivos.
Segundo AMARAL (2004), quando entrarmos em contato com o grupo
devemos levar em consideração algumas orientações que irão facilitar o
desenvolvimento dos jogos cooperativos, são elas:
- conhecer as necessidades e limitações dos membros do grupo;
- encontrar o melhor caminho para entender o grupo e cada indivíduo;
19
- entender que alguns integrantes apresentam dificuldades de se relacionar com
outras pessoas;
- idade cronológica
Ainda segundo o autor acima citado a seleção das atividades não é uma tarefa
muito fácil. Devemos ter atenção aos objetivos e à estrutura da proposta:
-adequação das atividades às necessidades do grupo;
- adequação das atividades ao ambiente;
- atividade com nível de dificuldade gradativo;
- atividades que proporcionem um incremento no nível de motivação e
cooperação do grupo.
A condução da atividade deve ser de tal forma que permita ao grupo explorar
todas as possibilidades que surgirem durante a atividade, devemos:
- proporcionando uma discussão durante a atividade em que o grupo perceba o
seu próprio desenvolvimento;
- permitindo que a atividade se desenvolva naturalmente no ritmo do grupo;
- preparando o grupo para o tipo de atividade a ser realizada.
Principais características entre os jogos cooperativos e os jogos competitivos:
JOGOS COOPERATIVOS JOGOS COMPETITIVOS
Visão de abundancia Visão de escassez
Objetivos comuns Objetivos exclusivos
Ganhar com o outro Ganhar do outro
Jogar com o outro Jogar contra o outro
Confiança mútua Desconfiança / suspeita
Todos fazem parte Todos à parte
20
Descontração / atenção Preocupação / tensão
Solidariedade Rivalidade
Diversão para todos Diversão à custa de alguns
A vitória é compartilhada A vitória é uma ilusão
Vontade de continuar jogando Pressa para acabar com o jogo
Principais Objetivos trabalhados pelo jogo .
Segundo SOLER (2005) os objetivos trabalhados no jogo, são essenciais para o
desenvolvimento humano, como exemplo cita:
a) Possui função terapêutica;
b) Serve para desenvolver habilidades físicas, afetivas, sociais e intelectuais;
c) Desenvolve a criatividade;
d) Permite uma maior socialização;
e) Abre novos canais de comunicação;
f) Permite a catarse.
Para FRIEDMANN (1996) o jogo apresenta diversos enfoques que são
projetados sobre ele. Isso mostra o quanto o jogo é rico no desenvolvimento humano.
Os enfoques apresentados pelo autor são os seguintes:
• Educacional – Contribuição do jogo para o desenvolvimento e aprendizagem
das crianças;
• Sociológico – Influência do contexto social no qual os diferentes grupos de
crianças bricam;
• Psicológico – Utilizado para perceber as emoções e a personalidade de quem
joga;
21
• Antropológico – o jogo refletindo nos costumes e na história das diferentes
culturas;
• Folclórico – Analisando o jogo como expressão das diversas gerações, e de
como é transmitido através dos tempos;
• Filosóficos - quais valores humanos estão presentes ou ausentes no jogo.
Para o autor acima está comprovado quão fundamental é o jogo tanto para a
formação do ser humano, quanto da importância deste como elemento educacional.
Os jogos cooperativos levam a escola não só ao aprendizado da leitura, escrita
ou cálculo, mas também a ensinar valores humanos essenciais. O objetivo aqui, passa a
ser a construção de uma ética cooperativa, uma ética para a convivência, que permita a
aproximação entre as pessoas na sociedade em que vivemos. Esta ética é constituída por
três pilares segundo SOLER (2005), que são:
• Respeito pelo outro;
• Solidariedade com o outro;
• Cooperação com o outro.
A escola tem um grande poder de transformação, mas ela, por si só, não
modifica nada, quem deve proporcionar está mudança é a população que esta dentro
dela, através de ações práticas e não por meio de discursos.
O nosso sistema educacional ainda reforça a competição dentro de sala de aula,
tornando muitas das vezes neste sistema de difícil assimilação. Os professores não
ensinam as crianças a amarem o aprendizado, mas a tirarem notas altas; como os
professores de Educação Física não ensinam as crianças a amarem os esportes, nós as
ensinamos a vencer jogos.
Para SOLER (2005) existem maneiras possíveis de ver e viver o jogo, tanto na
escola quanto na vida, cabe a nós escolhermos as possibilidades de agir e ser no mundo.
22
Os jogos cooperativos facilitam a aproximação e a aceitação onde a ajuda entre os
membros da equipe torna-se essencial para se alcançar o objetivo final.
3.4 Categorias dos Jogos Cooperativos
Como em todo lugar é necessário a adequação de atividades ou materiais, nos
jogos cooperativos é necessário adequar os jogos ao grupo que se propõe a jogar.
Referindo-se a esse assunto TERRY ORLICK (1989) dividiu os jogos cooperativos em
diferentes categorias, que são:
a) Jogos Cooperativos sem perdedores: Todos os participantes formam um único
grande time. São jogos plenamente cooperativos.
b) Jogos de resultado coletivo: Permitem a existência de duas ou mais equipes,
havendo um forte traço de cooperação dentro de cada equipe e entre as equipes
também. O principal objetivo é realizar metas comuns.
c) Jogos de inversão: Enfatizam a noção de interdependência por meio da
aproximação e troca de jogadores que começam em times diferentes. Os jogos
de inversão se dividem em quatro tipos:
- Rodízio: os jogadores mudam de lado de acordo com situações
preestabelecidas;
- Inversão do goleador: o jogador que marca o ponto, passa para o outro time;
- Inversão do placar: o ponto conseguido é marcado para o outro time;
- Inversão total: tanto o jogador que fez o ponto, como o ponto conseguido,
passam para o outro time.
- Jogos semicooperativos: indicados para um início de trabalho com jogos
cooperativos, especialmente com adolescentes num contexto de aprendizagem
esportiva.
23
3.5. Jogos Pedagógicos
Antes do séc. XIX, não se pensava no jogo como educativo. O jogo aparece
como uma atividade fútil, até mesmo nefasta, através das apostas a dinheiro, para poder
encerrar um real valor educativo. Graças ao pensamento remoto houve a descoberta de
valores educativos associando o jogo e educação, fazendo dele uma atividade séria, pelo
menos para a criança. (BROUGÈRE, 1998).
Muitos educadores reconheceram a importância educativa do jogo. Platão em As
Leis (1948), destaca a importância do “aprender brincando”, em oposição à utilização
da violência e da repressão. A pratica de aliar o jogo aos primeiros estudos parece
justificar o nome de ludus, atribuído às escolas responsáveis pela instrução elementar,
semelhante aos locais destinados a espetáculos e à prática de exercícios de
fortalecimento do corpo e do espírito (KISHIMOTO, 1998, pp39-40).
Durante muito tempo confundiu-se “ensinar” com “transmitir” e nesse contexto
o aluno era um agente passivo da aprendizagem e o professor um transmissor não
necessariamente presente nas necessidades do aluno. Acreditava-se que toda
aprendizagem ocorria pela repetição.
Hoje sabe-se que não existe ensino sem que ocorra a aprendizagem, e esta não
acontece senão pela transformação, pela ação facilitadora do professor e do processo de
busca do conhecimento. O jogo aqui ganha um espaço como a ferramenta ideal da
aprendizagem, na medida em que propõe estimulo ao interesse do aluno. Assim, brincar
significa extrair da vida nenhuma outra finalidade que não seja ela mesma. Em síntese,
o jogo é o melhor caminho de iniciação ao prazer estético, à descoberta da
individualidade e a meditação individual.
Toda criança vive um intenso processo de desenvolvimento corporal e mental.
Esse desenvolvimento exige a cada instante a exploração de nova habilidade. A criança
não é atraída por algum jogo ou brincadeira por forças externas e sim por uma força
interna própria de sua evolução. Os jogos permitem satisfazer a necessidade imposta por
seu crescimento.
24
Os jogos são tipos de atividades que podem ser praticadas em todas as matérias,
de diversas maneiras, facilitando a aprendizagem, desenvolvendo a originalidade, a
criatividade dos alunos, enriquecendo e vivenciando fatos. Os jogos pedagógicos são
excelentes recursos de que o professor poderá lançar mão no processo ensino
aprendizagem, porque contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual e social
na criança.
Segundo Pinto e Lima (O dia-a-dia do professor) para ser um bom jogo, o
professor deverá propor:
- Um jogo interessante e desafiador para as crianças resolverem;
- Verificar se o jogo é propicio às crianças de acordo com o seu desenvolvimento e prontidão;
- Dar oportunidade para que todos possam participar ativamente do principio ao fim do jogo;
- Permitir que as crianças possam se auto-avaliar no final do jogo.
Este autor apresenta a importância do Jogo nas seguintes áreas:
1- NA AREA COGNITIVA:
- Desenvolve na criança a capacidade de observação do meio à sua volta, através de comparações de semelhanças e diferenças;
- Permite a elaboração de certas estruturas: classificação, ordenação, estruturação de tempo e espaço; primeiros elementos de lógica, através da resolução de problemas simples, buscando estratégias para vencer o jogo.
- Comunicação e expressão usando da necessidade de explicar as regras, contestar ou comentar as fases do jogo.
2- NA AREA MOTORA
- O jogo permite ocasiões para criar e construir seus próprios brinquedos aperfeiçoando as suas habilidades;
- O jogo permite que a criança possa avaliar a sua competência motora, sendo motivada a se ultrapassar pelo auto-desafio.
3- NA ÁREA SOCIO AFETIVA
- O jogo permite a criança se livrar do seu egocentrismo;
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- O jogo permite a criança viver situações de colaboração, competição e também de oposição;
- O jogo permite a criança, conhecer regras respeitando o parceiro, aumentando seus contatos sociais.
A atividade lúdica proporcionada pelos jogos deve ser o desencadeador de todo
o processo de aprendizagem. Assim o Jogo desenvolve a imaginação e exige a tomada
de iniciativa, desafiando a sua inteligência para encontrar soluções para os problemas.
Existem três modos principais de estabelecer relações entre o jogo e a educação:
a primeira é a recreação, onde o jogo é o relaxamento indispensável ao esforço em
geral, o esforço físico em Aristóteles, em seguida o esforço intelectual e, enfim o
esforço escolar; o interesse que a criança manifesta pelo jogo deve poder ser utilizado
para uma boa causa. É possível dar o aspecto de jogo a exercícios escolares, é o jogo
como artifício pedagógico; o jogo pode ser o lugar de uma Educação Física, menos
porque se trata de um jogo porque as crianças despendem seus esforços físicos, daí a
utilização de certos jogos em diversas tradições de Educação Física. O que interessa ao
educador nesses jogos não é que se trate de jogo, mas do suporte natural de uma
atividade física cujo interesse se considera para uma educação completa que não omite
o corpo. (BROUGÈRE, 1998).
Nesta abordagem do processo educativo a afetividade ganha destaque, pois
acreditamos que a interação afetiva ajuda mais a compreender e modificar as pessoas do
que um raciocínio brilhante, repassado mecanicamente. Esta idéia ganha adeptos ao
enfocar as atividades lúdicas no processo do desenvolvimento humano.
A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode
ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a
aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa
saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de
socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento.
Quanto mais o adulto vivenciar sua ludicidade, maior será a chance de este
profissional trabalhar com a criança de forma prazerosa.
26
O adulto que volta a brincar não se torna criança novamente, apenas ele convive,
revive e resgata com prazer a alegria do brincar, podendo transpor esta experiência para
o campo de educação, isto é, a presença do jogo.
Brincar ajuda a criança no seu desenvolvimento físico, afetivo, intelectual e
social, pois, através das atividades lúdicas, a criança forma conceitos, relaciona idéias,
estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão oral e corporal, reforça habilidades
sociais, reduz a agressividade, integra-se na sociedade e constrói seu próprio
conhecimento.Portanto, ao valorizar as atividades lúdicas, ainda a percebemos como
uma atividade natural, espontânea e necessária a todas as crianças, tanto que o brincar é
um direito da criança reconhecido em declarações, convenções e leis à nível mundial.
SANTOS (1997).
Quando se brinca, se aprende antes de tudo a brincar, a controlar um universo
simbólico particular. Isso se torna evidente se pensarmos no jogo de xadrez ou nos
esportes, em que o jogo é a ocasião de se progredir nas habilidades exigidas no próprio
jogo. Isso não significa que não se possa transferi-las para outros campos, mas aprende-
se primeiramente aquilo que se relaciona com o jogo para depois aplicar as
competências adquiridas a outros terrenos não lúdicos da vida. Por isso é necessário
aprender a contar antes de participar de jogos que usam números. O jogo supõe uma
cultura especifica ao jogo, mas também o que se costuma chamar de cultura geral: os
pré-requisitos. (KISHIMOTO ,1998)
CYRCE ANDRADE (1994, p97) afirma que: “ Mais importante que os adultos
sejam pessoas que saibam jogar, é fundamental que se recupere o lúdico no universo
adulto. “Saber jogar” é mais do que mostrar algumas brincadeiras e jogar as crianças, é
sentir prazer no jogo... Se é difícil encontrar hoje adultos privilegiados nesta
convivência com o lúdico, mais difícil ainda imagina-los entre os educadores de
comunidade de baixa renda”.
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4. LEITURA DA REALIDADE
A pesquisa foi realizada na Unidade de Educação Básica Professor Rubens
Almeida a escola está inserida em um bairro da periferia de São Luís. Este considerado
como de situação de risco, motivo pelo qual muitos professores se recusam a prestar
serviços nessa área. O bairro apresenta uma população extensa em relação a outros
bairros de São Luís, embora tenha um comércio considerado bom é considerado de
baixíssima renda econômica. A maioria da população tem renda familiar mensal em
torno de 3 salários mínimos e trabalha como doméstica, diarista, pedreiros, motoristas e
cobradores de ônibus. Contém uma escola de ensino fundamental (1ª a 8ª série), esta
com dois anexos próximos que funcionam a educação infantil e ensino fundamental de
1ª a 4ª séries e nenhuma escola de ensino fundamental maior ou da rede privada. A
maior parte dos alunos destas escolas reside no mesmo bairro. A escola funciona em
três turnos, sendo que no matutino funciona de 1ª a 4ª séries (fundamental menor), no
turno vespertino de 5ª a 8ª série (fundamental maior) e noturno o Programa de Ensino
de Jovens e Adultos (EJA).
A escola onde se deu a pesquisa consta de dois pavilhões com 15 salas de aula,
uma biblioteca, uma secretaria, uma diretoria, uma sala de vídeo, um pátio, um
refeitório, uma sala de informática, sala de professores, sala da coordenação
pedagógica, banheiros masculinos e femininos e uma quadra poli esportiva coberta. A
biblioteca também serve aos outros anexos. Os anexos participam em todos os eventos
dirigindo-se a escola principal.
O bairro apresenta vários grupos folclóricos como tambor de criolas, blocos
tradicionais, quadrilhas, dança do cacuriá, etc...
Embora seja uma população com o nível educacional baixo (a maioria tem
somente o fundamental menor) estes tem um grande poder de organização política e as
lideranças de bairros são bastante fortalecidas principalmente pelo grande número de
habitantes que chamam bastante a atenção de políticos em épocas de eleição.
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5. LEITURA DA REALIDADE ESPECÍFICA
5.1 Característica da pesquisa
Pesquisa ação sendo caracterizada pelo relato de experiência.
5.2 Cenário:
A pesquisa foi realizada na Unidade de Ensino Básico Rubem Almeida, situada
à Rua .da Mangueira s/n no Bairro do Coroadinho em São Luís- Maranhão no turno
matutino. O trabalho se desenvolveu em vários locais da escola como: quadra poli
esportiva, sala de vídeo, pátio e em outras localidades de São Luís. Existem dois
portões que dão acesso à quadra que é coberta, seu piso é de cimento com as
marcações do Basquetebol, Handebol, Futebol de Salão e Voleibol, é rodeada de
alambrado e em um dos seus lados existe uma arquibancada. O pátio possui
aproximadamente 600m² é revestido de lajota e fica na frente do refeitório.
5.3 Sujeitos:
Crianças na faixa etária de 10 a 12 anos cursando a 4ª série, sendo 18 do sexo feminino
e 19 do sexo masculino.
A 4ª série “A” foi a turma referente a pesquisa, onde tinham alunos repetentes
(3) de várias séries anteriores. A pesquisa foi realizada com a professora de Educação
física juntamente com a professora da turma “A”. Ao final do ano letivo tivemos
somente uma reprovação e nenhum aluno evadido.
1º Momento
Inicialmente foi feito o planejamento anual das atividades de Educação Física
juntamente com a outra professora de Educação Física do turno escolhido, e as
atividades paralelas com as professoras da 3ª e 4ª séries do ensino fundamental menor
(anexo 10).
As turmas de 4ª séries (A,B,C e D) ficaram sob nossa responsabilidade, para o
planejamento das atividades anuais.
29
2º Momento
Nos primeiros dias de aula, foi elaborado juntamente com os alunos de cada
turma um “Pacto de Convivência”, que descreveremos em outro momento. Esses
primeiros dias serviram também para que pudéssemos fazer o diagnostico de cada
turma, tanto no comportamento quanto no conhecimento sobre a disciplina (Educação
Física). Este diagnóstico foi feito através de observação e diálogos com as professoras e
com os alunos.
3º Momento
As atividades aconteceram conforme o planejamento em todas as turmas. Após
aproximadamente dois meses de aula a professora da 4ª série “A” nos procurou pedindo
que realizássemos atividades que desenvolvessem a afetividade e o companheirismo,
pois a turma se mostrava bastante agressiva e individualista.
Foi feito um planejamento com atividades específicas para esta turma, mas que
acabamos utilizando em outras turmas devido termos identificado o mesmo problema.
O planejamento foi baseado em atividades e jogos cooperativos, atividades de
desenvolvimento da auto estima e afetividade, visto que esta população é muito carente
de afetividade. Uma das atividades específicas para esta turma foram atividades em
alguns sábados, onde as mesmas não eram obrigatórias mas contávamos com a presença
de 95% dos alunos.
As Ações:
1-Pacto de Convivência
Este pacto nada, mas é, que normas que serviram para o bom andamento das
aulas durante o período letivo. Estas normas são elaboradas conjuntamente entre
professor e alunos, onde todos davam sugestões de como deveriam acontecer as aulas de
Educação Física, desde a forma de sair da sala de aula para a quadra até o respeito pelos
funcionários da escola, incluindo seu comportamento dentro e fora da aula.
O objetivo do pacto é fazer com o aluno participe da elaboração das normas da
escola, além de respeitar a comunidade escolar como um todo, orientar sobre seu
30
comportamento dentro da escola, principalmente ao se dirigir para a quadra de esportes
(os mesmos saiam da sala de aula correndo e gritando, perturbando assim as turmas que
permaneciam dentro da sala de aula).
As atividades foram realizadas nos horários da aula de Educação Física e aos
sábados, tinham como objetivo fazer com que a criança fosse à escola para realizar
atividades esportivas e de lazer além de projeção de filmes, sem que isso fosse
obrigatório e que ela sentisse vontade e prazer de estar na escola. Estas atividades
também aconteciam fora da escola com diversos objetivos que não eram somente
voltados para a Educação Física, mas também para a História, Geografia e meio
ambiente.
Uma dessas atividades foi um passeio com a turma a alguns pontos turísticos da
cidade como o Centro Histórico e a praia do Calhau, visto que muitos alunos não
conheciam estes locais. Além dos alunos terem a oportunidade de observar diversos
aspectos históricos, culturais e ambientais estes também puderam discutir vários
aspectos do passeio em sala de aula com a outra professora.
Outra atividade vivenciada fora da escola foi a visita ao Núcleo de Esportes da
Universidade Federal do Maranhão, onde os alunos conheceram as dependências do
Núcleo de Esportes da UFMA e logo após tiveram uma atividade na piscina com os
alunos da disciplina de Natação II, aqui o objetivo era mostrar onde e como funciona o
Curso de Educação Física da UFMA, fazendo com que estas crianças sintam vontade de
estar dentro de uma universidade como alunos. Muitos alunos têm a universidade como
algo muito distante da sua realidade, algo que não foi feito para ele, que o mesmo nunca
terá oportunidade de entrar. Aqui mostramos alguns alunos que tiveram esta
oportunidade mesmo sendo de escola pública.
Quanto às sessões de vídeos, estes foram escolhidos de acordo com o que era
trabalhado em sala de aula.
Os filmes apresentados foram os seguintes:
Pinóquio► Teve como objetivo mostrar o quanto a mentira pode ser prejudicial
e vergonhosa para quem a faz e para as pessoas que gostamos;
31
Procurando Nemo►hoje com a inclusão de alunos especiais nas classes normais
da escola pública torna-se mais que fundamental que os alunos ditos normais se
familiarizem com diversos tipos de deficiências. Este filme mostrou que as deficiências
na maioria das vezes são imposta por nós às pessoas, que estas mesmo com deficiências
podem ser pessoas normais. Mostrou também o que um pai é capaz de fazer para salvar
um filho, mesmo que ele o tenha desobedecido;
Robôs, Os Incríveis e Patinho Feio►Como muitos destes alunos tinham
problemas com a auto-estima, estes filmes tiveram o objetivo de elevar a mesma,
fazendo-os acreditar que um futuro melhor depende das suas atitudes, comportamentos
e desempenhos. Como afirma Soler (2005) “a auto-estima é uma importante
necessidade humana, que contribui de maneira essencial para o processo da vida, sendo
indispensável para um desenvolvimento normal e saudável.
Era do Gelo ►como um dos nossos objetivos era fazer com que os alunos
tivessem uma melhor convivência com seus colegas, através da cooperação e da
afetividade, escolhemos esse vídeo onde o sentido de cooperação e afetividade é muito
grande durante todo o filme;
Uma das atividades realizadas dentro da escola foram os jogos recreativos. Estes
jogos além de fazerem parte das aulas normais de Educação Física também estavam
presentes nas atividades dos sábados. Estas atividades eram livres participavam quem
queria e no local que desejavam, pois eram colocados à disposição vários materiais
como cordas, bolas (basquete, futebol, voleibol), arcos, etc.. Após as atividades era
servido um lanche aos alunos. Este era patrocinado pelas professoras e alguns pais, pois
no sábado os alunos não dispunham da merenda escolar.
32
6 ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS DA INTERVENÇÃO.
Após a construção do pacto os alunos tiveram um melhor comportamento e
atitudes mais gentis, principalmente com os professores e pessoal administrativo.
Notamos que o relacionamento com os colegas de sala de aula melhorou
consideravelmente. Os mesmos diminuíram a freqüência de brigas e atitudes hostis
entre eles.
Um dos pontos mais positivos desta intervenção com certeza foi a relação entre
o professor de Educação Física com os outros professores, com os alunos e com a
direção da escola. Haja vista que os professores de Educação Física não tinham uma boa
relação com a comunidade escolar com exceção de alguns alunos.
Em relação aos pontos negativos, o que observamos destaca-se a dificuldade em
conseguirmos transportes para os passeios que programamos com as crianças. Tínhamos
mais facilidade de conseguir este serviço com alguns pais e com amigos, que com a
Secretaria de Educação.
Uma grande quantidade de professores da rede municipal, principalmente da
área de Educação Física, era tida como despreparados, antiquados e desinteressados.
Após a realização de concurso público pela Prefeitura de São Luís, houve uma mudança
na Educação Física escolar do município por conta dos professores aprovados. Estes
professores viriam para mudar o quadro descrito anteriormente.
Embora o pensamento a respeito dos professores anteriores a esse concurso não
fosse dos melhores, a pesquisa foi realizada com uma professora com larga experiência
no ensino fundamental, aprovada em concurso público municipal em 1992 assim como
a autora deste trabalho, embora esta, com raras experiências no ensino fundamental
menor.
O trabalho feito nesta escola foi bastante gratificante embora não tenha tido
muita divulgação entre os professores. Acreditamos que isto tenha acontecido porque
infelizmente muitos professores não tem interesse em projetos que aconteçam fora do
seu horário de expediente e por isso não se importam no seu sucesso ou na sua
divulgação e consequentemente no seu engajamento.
33
Acreditamos que se os professores tivessem uma visão mais ampla de como
melhorar a participação dos seus alunos nas atividades escolares e conhecimento a
respeito da sua própria área dentro da interdisciplinaridade, esta realidade com certeza
melhoraria bastante.
34
8 CONCLUSÃO
Fala-se muito hoje em dia em globalização, interdisciplinaridade,
transdisciplinaridade, humanização, etc., só que os exemplos práticos são poucos, ao
mesmo tempo em que valorizamos a Educação Física e os novos profissionais,
deixamos para trás as outras disciplinas e os professores chamados de retrógrados,
mostrando que somos auto-suficientes. Podemos até fazer um bom trabalho na nossa
escola, mas será que estamos facilitando a vida dos nossos alunos?
Neste trabalho concluímos que:
• Os jogos cooperativos é uma boa metodologia para aplicar como principio
das aulas de Educação física, resgatando valores e atitudes positivas em
escolares;
• Os nossos alunos melhoraram sensivelmente o seu comportamento, dentro
e fora da sala de aula;
• A relação estabelecida entre os alunos, professores e demais funcionários da
escola foi significativa;
• Os jogos aqui tiveram grande importância no desempenho dos alunos em
sala de aula oportunizando a ligação com as outras disciplinas da escola
(interdisciplinaridade).
• Reflexo a curto e médio prazo nas relações familiares e da comunidade
diminuindo a potencialidade de problemas sociais nesta comunidade.
Nesta pesquisa tivemos a oportunidade de mostrar que basta um pouco de
vontade para transformamos de forma positiva a vida de alunos de escolas públicas, de
fazê-los ver escola de forma diferente e as aulas de Educação Física não meramente
como a ginástica ou o futebol mas como disciplina que contribui na formação de
verdadeiros cidadãos.
35
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