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1 Ministério da Cultura Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional Departamento de Museus e Centros Culturais Museu do Diamante PLANO MUSEOLÓGICO MUSEU DO DIAMANTE 2007

Em 18 de outubro, entre 13 e 15 horas, a chefe da Unidade ... · Arquivo Godofredo Filgueiras Filho ( 25 documentos de 1929 a 1983 ) ... Oliveira Rolim, que nasceu no Tijuco, em 1749,

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Ministério da Cultura Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

Departamento de Museus e Centros Culturais Museu do Diamante

PLANO MUSEOLÓGICO

MUSEU DO DIAMANTE

2007

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Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva Ministro da Cultura Gilberto Moreira Passos Gil Presidente do IPHAN Luiz Fernando de Almeida Diretor do Departamento de Museus e Centros Culturais – DEMU / IPHAN José do Nascimento Junior Coordenador Técnico do DEMU / IPHAN Mário de Souza Chagas MUSEU DO DIAMANTE / BIBLIOTECA ANTÔNIO TORRES Diretora Lílian Aparecida Oliveira Equipe Técnica Andre Andion Ângulo (Museólogo - Reg. Corem 2 r. 617-I) Equipe Nível Médio Francisco Moreira da Silva José Luiz Pinto Filho Ronney Leite Brito Estagiários Kamila Brant (estagiária) Conservação e limpeza Maria da Luz Ranulfo Rosana Nascimento Vigilância Heloísio Pires José Viana Manoel Ranulfo Nildécio Moreira

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Mas o padre, que não era nada bobo, enquanto as autoridades discutiam a sua prisão,

"pulando cercas e muros", fugiu, levando consigo os seus sete pecados ou setenta-e sete...

Nos "seqüestros" das casas e bens, "tudo é visto e resolvido" pelos executores da lei, havia

de tudo, até mesmo:

as sugestões perigosas

de França e Estados Unidos

Mably, Voltaire e outros tantos,

que são todos libertinos...

(Romance XLVII)

(...)”

Romanceiro da Inconfidência

Cecília Meireles

1953

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ÍNDICE

Apresentação___________________________________________________

Metodologia____________________________________________________

Trajetória e histórico das coleções do M.D___________________________ Território______________________________________________ Identificação da missão__________________________________ Campo de atuação______________________________________ Função social__________________________________________ Metas e objetivos da Instituição___________________________ Diagnóstico/Demandas________________________________

Programa institucional

Programa arquitetônico

Programa de acervos

Programa de exposições

Programa de gestão de pessoas

Programa de pesquisa

Programa de segurança

Programa educativo e cultural

Programa de difusão e divulgação

Programa de financiamento e fomento

Bibliografia

Índice de imagens

Anexos

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Plano Museológico

I. Trajetória e histórico de suas Coleções. Em busca da trajetória histórica da Museu do Diamante, vários foram os ofícios, cartas e outros suportes de registro visitados o registro de sua origem entre o período inicial de sua fundação – 1954, 1955, 1956, 1957 até os dias atuais conforme atestam. O acervo do Museu do Diamante (MD) – localizado em Diamantina é fundado em 1954, e encontra-se desde o início do processo de constituição de seu acervo na rua Direita, 14, naquela época Rua Tiradentes, 14.

Ato de Criação: O Museu do Diamante foi criado juntamente com a Biblioteca Antônio Torres, em 12 de abril de 1954, através da Lei Nº 2.200, pelo Presidente Getúlio Vargas, com projeto do então Deputado Juscelino Kubitschek de Oliveira. Na atualidade encontra-se vinculado, ao DEMU/Departamento de Museus e Centros Culturais/Iphan, porém desvinculou-se a Gestão da Biblioteca Antônio Torres do Museu do Diamante.

Apresentação Denominação: Museu do Diamante Localização: DEMU Endereço: Rua Direita, 14 - 39.100.000- Diamantina – MG Telefone: 038 - 531 1382 Tombamento: O prédio foi tombado pelo IPHAN em 28 de junho de 1950, através do Processo Nº 429-T-50, Inscrição Nº 278, Livro Histórico, folha 47. Propriedade: O prédio do Museu do Diamante é de propriedade do IPHAN, desapropriado pela União em 1943.

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Área construída: 576.54m2 Área externa: 154,00 m2 ( pátio interno fechado ) e 3.256,82 m2 ( terrenos dos fundos ). Área total: 3.987,36m2 Acervo: museológico e fotográfico Tipologia do acervo: o acervo museológico é composto de acessórios de armaria, armas, equipamento de defesa, construções artísticas, estampas, pinturas, esculturas, objetos pecuniários, acessórios de interior, condicionador de temperatura, equipamentos de artes de espetáculos, de artistas, artesãos, de fiação e tecelagem, de mineração, instrumentos musicais, maquinaria, petrechos de pesca, objetos cerimoniais, comemorativos, de culto e funerário, equipamento de comunicação escrita, transporte, acessórios de indumentárias, artigos de tabagismo, toalete, adorno, objetos de devoção pessoal, instrumento de auto penitência e castigo. O acervo fotográfico é composto de fotografias de personalidades de Diamantina, ruas casas e monumentos da cidade, e sobre mineração e garimpo na região. Atendimento ao público: Aberto ao público, de acordo com a Ordem de Serviço Nº 18/95, de 22/06/95, da Coordenadora da 13ª CR/IPHAN - MG, Claudia Lage. Horário de atendimento ao público: de 3ª feira à sábado: de 12:00h às 17:30 e domingo: de 09:00h às 12:00h. Horário de funcionamento: de 2ª feira a 6ª feira: de 7:30 às 12:00 e de 13:30 às 17:00 h. Biblioteca Antônio Torres Localização: 13ª SR/Minas Gerais Endereço: Rua da Quitanda, 48 – Centro – Diamantina - MG cep: 39100 000 Tel.: 38 3531 9404 (público) Área construída: 542,84 m2 Área Externa: 26,72 m2 (pátio interno fechado ) Área Total: 568,46 m2 Acervo: Arquivistico e Bibliográfico Tipologia do acervo: Arquivo: 23.419 documentos de 1781 a 1978 e 164 livros de 1806 a 1902; ( documentos originários do Fórum de Diamantina – inventários, testamentos, escrituras, processos criminais,livros de registros de batizados, casamentos, óbitos, etc. )

Arquivos Particulares: 428 documentos de 1826 a 1983:

Arquivo Antônio Torres ( 241 documentos de 1826 a 1934 )

Arquivo Godofredo Filgueiras Filho ( 25 documentos de 1929 a 1983 )

Arquivo Cônego Severiano Campos Rocha ( 09 documentos sem data )

Arquivo José Teixeira Neves ( 145 documentos de 1945 a 1968 )

Arquivo Delenda Carthago ( 06 documentos de 1910 a 1911 )

Arquivo Ciro Arno ( 02 documentos sem data )

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Obras Raras: 1.791 livros de Direito, Filosofia, Medicina, Geografia, Geologia, História e Literatura, etc. com datas limites de 1605 a 1899. Jornais: 2.768 jornais publicados em Diamantina, com datas limites de 1825 a 1967. Partituras musicais: 142 partituras de 1877 a 1908 Icnografia: 14 estampas de 1899 a 1960; 22 plantas de 1869 a 1976. Referências Bibliográficas: aproximadamente 13.000 livros de Literatura, História, Geografia, Geologia, etc. – além de Dicionários e Enciclopédias.

O Território A formação da cidade de Diamantina, antigo Arraial do Tejuco, em Minas Gerais, está relacionada diretamente com a exploração do diamante, apesar do surto de mineração do ouro ter sido responsável por sua ocupação inicial. Em 1713, a Bandeira paulista conforme confirmação da documentação existente atribui a Jerônimo Gouvêia, partindo do Serro Frio, acompanhado do curso do Rio Jequitinhonha, encontrou grande quantidade de ouro na confluência dos córregos Piruruca e Rio Grande. Nesta área, entre as serras de Santo Antônio e São Francisco, nas encostas dos cursos d’água, iniciou-se a exploração. Como a área mais rica localizava-se no Córrego Tijuco, pequeno afluente do Rio Grande, ali se fixaram os primeiros povoadores, dando origem ao arraial. Alguns anos depois do surgimento do povoado, entre 1719 e 1722, foram encontrados os primeiros diamantes juntos às lavras dos córregos Morrinhos e Caeté-Mirim. No início, a exploração e comercialização da pedra se deu sem o controle da Coroa Portuguesa, que, apenas em 1730, através de regimento, determinou algumas medidas como a instituição da cobrança do quinto, o lançamento d capitação sobre cada escravo empregado na mineração diamantífera, a anulação das concessões de datas e a proibição da exploração do ouro na região, criando uma administração própria. Diamantina manteve-se na condição de arraial, subordinada à Vila do Príncipe – Comarca do Serro Frio – desde o início de sua formação em 1713 até 1832, quando foi elevada à categoria de vila, com a nova denominação de Diamantina. Dessa maneira, a cidade manteve-se uma condição administrativa especial, com a Demarcação Diamantina definida em 1731, que incluía o Arraial do Tijuco e outros núcleos urbanos.

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A organização administrativa, com representação e atuação local, foi estabelecida em 1734, com a criação da Intendência dos Diamantes, situada no Arraial do Tijuco. Dessa maneira, a apolítica administrativa portuguesa estabeleceu os responsáveis diretos pelo cumprimento de suas ordens na área de demarcação, que eram representados, principalmente, pelo intendente e pelo governador da Capitania. Assim, a Intendência foi atuando durante um longo período,conforme as variadas decisões da Metrópole sobre a forma de extração e comercialização do diamante, funcionando de 1771 a 1845, foi estabelecido o monopólio régio, definido pelo Regimento Diamantino. Da mesma forma que pouco se alterou a administração dos diamantes, o processo de extração também sofreu poucas modificações.O trabalho de exploração nos rios compreendia basicamente a retirada do cascalho de seus leitos, depois de desviar as águas par um canal artificial, e sua lavagem para procurar os diamantes. Esse processo, descrito e ilustrado de diversas formas, foi relatado, em 1817, pelo viajante Saint-Hilaire(1974,p.37) da seguinte maneira: “Em geral o trabalho da exploração dos diamantes nos riachos se faz em dois tempos e em duas época diferentes. Durante a estação da secam em que naturalmente as águas devem ser menos abundantes e em que se pode governá-las mais facilmente, retira-se o cascalho do leito dos rios; depositam-no em montes na estação das chuvas e cuida-se de lavá-los e procurar os diamantes que pode conter. Há serviços, como disse, onde o cascalho não se tira mais do leito dos regatos, já esgotados, mas onde ele é extraído dos terrenos vizinhos.”

Com a elevação do Arraial do Tijuco do Tijuco á categoria de vila, em 1832, passou a vigorar um anova ordem administrativa com a autoridade representada pela Câmara dos Vereadores, enfraquecendo o poder do intendente. A partir de 1845 com a extinção da Real Extração de Diamantes e o franqueamento das lavras, ocorre um novo crescimento da exploração de diamantes. Diversos serviços de lapidação de diamante se instalaram no antigo Tijuco. Já na segunda metade do século XIX começaram a organizar-se as primeiras companhias estrangeiras de mineração mecanizada na área, que convivia com o trabalho e técnicas tradicionais dos garimpeiros. Assim, em torno de exploração diamantífera foi se constituindo uma dinâmica cultural específica, registrada por um acervo cultural valioso, que permanece preservado, na atualidade, na cidade e no MUSEU DIAMANTE.

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O Prédio O prédio do Museu do Diamante pertenceu ao inconfidente Pe. José da Silva de Oliveira Rolim, que nasceu no Tijuco, em 1749, sendo de uma família abastada e de destaque na sociedade do arraial. Foi ele um dos religiosos que aderiram à Inconfidência Mineira, ocupando um papel relevante na trama da Conjuração.

O prédio onde funciona o Museu do Diamante é um dos modelos de referência da arquitetura civil do século XVIII. Este notável prédio, pela suas proporções e sobriedade de linhas, representa um tipo de residência da classe abastada do antigo Arraial do Tijuco. Nele viveu o inconfidente Padre José de Oliveira e Silva Rolim, natural do antigo Arraial do Tijuco, e um dos principais implicados na Conjuração Mineira de 1789. Foi preso, enviado a Portugal, tendo seus bens confiscados, inclusive o prédio que foi vendido em praça pública e arrematado por José Soares Pereira da Silva. Em 1809, a casa foi adquirida por Ana Clara Freyre, permanecendo como residência particular até 1943, quando foi desapropriada pela União e onde posteriormente foi instalado o Museu do Diamante.

A antiga residência do Padre Rolim, situada na área central, na Rua Direita, tem

especial significado na estrutura urbana da cidade em função de seu amplo

terreno de fundos, em declive que inclusive, está em divisa com algumas

edificações. Este terreno, onde corria o córrego do Tijuco, estabelece uma clara

continuidade com a quadra, determinando uma faixa horizontal e contínua ao

conjunto das edificações. Dessa maneira, compõe uma das mais amplas áreas

livres do centro da cidade, oferecendo uma interrupção no aglomerado construtivo

e permitindo que se destaque o ritmo escalonado dos telhados e torres das igrejas

na paisagem urbana. Por outro lado, a forma de implantação do prédio é um

importante exemplo das soluções típicas que determinam uma configuração

urbana especial. O prédio, aproveitando o desnível do terreno, transversalmente

inclinado, adota o caráter semi-assobradado, estando do lado direito ao nível da

rua e do lado esquerdo, sobre um pedral protegido por gradil de madeira, que

toma a feição de passeio. Assim, como em diversas outras edificações, o pedral

na frente do prédio, destaca a construção e produz uma marcação irregular no

conjunto contínuo das ruas.

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a) Identificação da Missão (Re significar) Tem a “finalidade de recolher, classificar, conservar e expor elementos característicos das jazidas, formações e espécimes de diamante ocorrente no Brasil, bem como objetos de valor histórico relacionados com a indústria daquela mineração em face dos aspectos principais do seu desenvolvimento, da sua técnica e sua influência na economia e no meio social do antigo Distrito de Diamantina e de outras regiões do país”.

Campo de atuação: Da função social: Das metas e objetivos da instituição: Imbuído da certeza que bons museus são fundamentais para o desenvolvimento cultural, social e econômico das cidades, principalmente aqueles que têm no seu patrimônio cultural sua maior riqueza, e, preocupado com a situação com que se depara o Museu do Diamante, propomos aqui sua revitalização, confiante que, quando implementada, transformará o museu propulsor do turismo qualificado e referência fundamental no desenvolvimento de programas de educação e cultura. É ainda referência com centro de estudos sobre o distrito diamantino. Neste sentido as metas e objetivos a serem alcançadas pelo Museu do Diamante são:

1. Contratação de projetos para a adequação dos espaços físicos do prédio, para definição da nova museológia e museografia, luminotécnica e de restauração de acervo;

2. Contratação da obra de adaptação do prédio visando atender a demanda de acessibilidade, a melhoria das condições de exposição e de ambiente(diminuir o alto índice de umidade);

3. Contratação dos serviços de restauração. A intenção é que o público acompanhe a restauração a partir de uma lamina de vidro;

4. Aquisição de mobiliário e equipamento para reserva técnica; 5. Aquisição, confecção de mobiliário museográfico atendendo ao novo projeto

museológico; 6. Contratação de pesquisa histórica e iconográfica complementar para

sinalização, painéis e folheteria; 7. Programação visual e impressão digital de painéis com informações

complementares ao acervo em exposição; 8. Contratação de empresa para a construção e manutenção da home Page do

Museu; 9. Aquisição de mobiliário e equipamento para Cybe café; 10. Contratação de equipe para o desenvolvimento de programas multimídia;

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11. Execução de treinamento e estabelecimento das atividades de recepção a grupos;

12. Elaboração. Programação visual e impressão de folheteria; 13. Contratação de equipe para montagem propriamente dita da exposição

permanente do museu; 14. Contratação de equipe de educadores (01 coordenador/pesquisador e 04

educadores).

Projetos Arquitetônicos Projeto de adequação para uso do Museu do Diamante em Diamantina/MG. Este projeto contemplará os seguintes ambientes: 1. Criação de portaria única como acesso adequado aos portadores de deficiências físicas; 2. Espaço de integração e apoio ao turista/visitante como cyber –café, bar/lanchonete e balcão de vendas de revistas livros postais; 3. Criação de uma vala rebaixada na lateral direita e fundos da edificação como finalidade de drenar a umidade e promover aberturas em vidro temperado com vista para o jardim, ventilação e iluminação do porão, a ser valorizado como o espaço de integração; 4. Elevador especial para portadores de deficiência física; 5. Abertura parcial do teto/ piso para integração espacial e visual dos dois pavimentos; 6. Fechamento da demais portas da fachada principal como vidro temperado fixo mantendo a visibilidade interna e bloqueando acessos sem controle; 7. Promover ligações entre os cômodos destinados a exposição formando um fluxo contínuo para apreciação do visitante. Retirada das folhas das portas nos cômodos para ampliar espaços de paredes livres para exposição. 8. Reformulação total do espaço destinado aos sanitários com a inclusão de sanitários para portadores de deficiência física; 9. Revitalização do pátio colonial por meio de um deck em madeira ao lado da vitrine e de frente para o cyber-café, ampliando a integração interna e externa; 10. Projeto de um Pavilhão Tecnico destinado a arquivo do acervo, manutenção e reparos; recepção como controle de ponto, copa e vestiários para funcionários e seguranças; 11. Projeto de guarita/portaria para cesso ao terreno pela rua dos fundos; 12. Coordenação dos projetos complementares, a serem de definidos, para compatibilização com o projeto executivo de arquitetura; 13. Apoio técnico á obra por meio de visitas periódicas e com prazos a serem definidas posteriormente; 14. Caderno de encargo contendo especificações dos matérias a serem utilizados na obra.

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Introdução

Primeira Reunião

Em 18 de outubro de 2006, entre 13 e 15 horas, a diretora da Unidade

Museológica II – Museu do Diamante, os servidores, os funcionários terceirizados

de conservação e segurança e a estagiária (no total de 11 pessoas1) reuniram-se

para discutir o início dos trabalhos de implementação do PLANO MUSEOLÓGICO

do Museu do Diamante.

A reunião foi iniciada pela diretora do Museu do Diamante, Lílian Aparecida

Oliveira, falando sobre a Portaria que regulamenta a implementação do Plano, que

já tinha sido disponibilizado para os demais funcionários, em momento anterior, o

referido conteúdo publicado no DOU2. Foi apresentando aos demais funcionários

o novo integrante da equipe do Museu, o museólogo Andre Andion Angulo,

recentemente empossado nesta unidade no dia 26 de setembro de 2006, oriundo

do concurso público realizado pelo IPHAN em 2005.

Lílian também transmitiu informações sobre o processo de revitalização a

qual o Museu do Diamante passará brevemente, com o aporte entre R$

700.000,00 e R$ 1.200.000,00 oriundos da CEF – Caixa Econômica Federal, por

iniciativa do DEMU – Departamento de Museus e Centros Culturais do

IPHAN/Minc que serão administrados pela Fundação Gutierrez, proponente de

projeto a ser aprovado na Lei Federal de Incentivos Fiscais (PRONAC/Lei

Roaunet). Tal fundação será parceira no projeto pelo fato do Museu do Diamante

não possuir uma Associação de Amigos e a cidade de Diamantina não contar com

entidade de perfil cultural e de preservação patrimonial, com experiência nesta

modalidade de repasse de recursos públicos e na operacionalização de um projeto

de tal magnitude Também foi discutida a situação de transição pelas quais os

museus do IPHAN estão passando com a criação do DEMU (no segundo

semestre de 2003), que com certeza é um dos melhores momentos da história dos

1 Somente um dos funcionários – o vigilante do turno da noite, José Vianna, não pôde comparecer à reunião. 2 2 Portaria n° 1, de 05 de julho de 2006, publicado no Diário Oficial da União de 11 de julho de

2006.

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museus e da museologia nacional. Também foi apresentado a questão da criação

do Instituto Nacional / Brasileiro de Museus, comumento denominado de IBRAM,

que fará com quê a situação do Museu do Diamante se altere bastante, pelo fato

deste ser uma unidade dentro da 13ª Superintendência Regional3 do IPHAN, o

quê faz com quê o mesmo tenha pouca autonomia administrativa e uma enorme

carência de recursos para manutenção e custeio, que podemos perceber com

simples exemplos, como a falta de tinta na impressora e a falta de lâmpadas

incandescentes comuns para serem substituídas.

Foi transmitida na reunião a necessidade de cooperação de todos para o

desenvolvimento e implementação do referido Plano Museológico, que segundo a

portaria tem o prazo até o dia 5 de julho de 2007 para que o mesmo esteja

finalizado.

Foi relatada a natureza do Plano, a sua importância para a orientação das

atividades do Museu e Biblioteca, a sua integração com a comunidade e a

necessidade desta ser agente de produção social do Plano. Neste primeiro

momento teremos um processo de reconhecimento da instituição, discutindo sua

trajetória e o papel que cada funcionário teve na história do Museu do Diamante.

Também foi discutido a necessidade do bom atendimento ao público, a

cordialidade que deve ser exercida, indiferente de cor, credo, e, principalmente,

condição sócio-econômica das pessoas que procuram o Museu do Diamante /

Biblioteca Antônio Torres. Foi solicitado aos funcionários que todas as demandas

do público sejam registradas e atendidas na medida do possível, e sempre ser

lembrada que a instituição é pública e deve ter uma inserção e papel de destaque

na sociedade.

Neste primeiro encontro sobre o Plano Museológico foi reforçado a questão

que o processo de elaboração do mesmo se dará de maneira contínua,

democrática e participativa sendo o museólogo André Andion Angulo o

responsável pela coleta das impressões e demandas dos trabalhadores do Museu

do Diamante.

3 Desde 26 de abril, 19 museus regionais do IPHAN passaram para a responsabilidade do DEMU.

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Metodologia

Optou-se na apresentação dos programas assinalando conjuntamente o

diagnóstico atual da instituição seguido das propostas para o planejamento e

execução de seus objetivos nas diferentes vertentes dos programas presentes na

portaria que rege a elaboração dos Planos Museológicos para os museus do

IPHAN.

Desta forma é possível ter uma panorama regular de identificação de

possíveis problemas em cada área, assim como a discussão de alternativas e

soluções que podem se dadas em relação aos pontos pendentes previamente

identificados.

Também a forma metodológica está assegurada para que haja uma maior

integração inter-pessoal entre os funcionários da instituição, tendo o técnico em

museologia André Andion Angulo o papel de facilitador para coleta de impressões

e propostas dos funcionários da casa, pois foi detectado que o conjunto de

pessoas da instituição possui um determinado receio em se expressarem em

público, como foi facilmente percebido na primeira reunião de apresentação do

Plano Museológico, assim como na discussão sobre a implementação da Coleta

Seletiva Solidária4, criando-se uma comissão de reciclagem no Museu do

Diamante, da qual Andre Angulo foi designado pela direção para coordena-la,

exercendo este papel de facilitador entre os integrantes da referida comissão que

é formada por mais dois servidores, além das duas funcionárias terceirizadas de

limpeza e conservação.

A proposta é implementar o conceito de coleta seletiva da SENAES/MTE –

Secretaria Nacional de Economia Solidária, liga ao Ministério do Trabalho e

Emprego, cujos exemplos podem ser conferidos junto aos grupos incubados

dentro do PRONINC5, no seguinte sítio: www.acompanhamentoproninc.org.br. No

entanto, para isto, é necessário uma integração com o poder público municipal,

que tem seu ordenamento legal sobre a gestão de resíduos do município e um

4 Regulado pelo decreto federal 5.940, de 25 de outubro de 2006, comunicado pelo Ofício-Circular Interministerial nº 02/GAB/MDS/Mcidades. Recebido no Museu através do memorando do DPA de nº 39. 5 Programa Nacional de Incubadoras de Cooperativas Populares.

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agente fundamental neste processo será a incubadora de cooperativas populares

e economia solidária em formação dentro da UFVJM – Universidade Federal do

Vale do Jequitinhonha e Mucuri, cuja sede é Diamantina.

Em relação a missão institucional, esta será idealizada na reunião pública

do Plano Museológico, aberta à sociedade de Diamantina, prevista para maio de

2007.6

Programa Institucional

Em 29 de janeiro de 2007, através da portaria № 43 de 26/01/07 a gestão

administrativa, financeira e patrimonial do Museu do Diamante é transferida da

13ª Superintendência Regional, em Minas Gerais, para a Administração Central do

IPHAN, ficando o Departamento de Museus e Centros Culturais - DEMU

responsável por sua operacionalização.

O Museu do Diamante não possui regimento interno, mas possui

ordenamentos de antigos diretores e algumas regras da SR, que devem ser

revistas e uma das metas a ser executada concomitante com o Projeto de

Revitalização do Museu com recursos da CEF é a elaboração de um Regimento

Interno participativo. Optou-se em criar este instrumento durante a execução do

projeto, pois avolumar-se-á bastante a quantidade de pessoas trabalhando na

instituição, e como o regimento interno cria normativa para as atividades básicas

da instituição, assim como as funções e tarefas de cada funcionário, será

interessante sua construção participativa com os futuros novos integrantes do

museu.

Na atual conjuntura de organização das relações entre sociedade e Estado,

é mais do que urgente a criação de uma associação de amigos para o Museu do

Diamante. Tendo em vista que tivemos uma recente portaria do IPHAN, expedida

pelo DEMU, que regulamenta a atuação destas entidades junto aos museus do

Instituto, que fortalece a integração destas relações entre entidade civil e órgão

público, fazendo com que as associações de apoio não se tornem unidades que

6 Esta reunião não foi possível de ser realizada tendo em vista a V Semana Nacional de Museus e o início da greve dos servidores da Cultura.

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venham a se desvirtuar de seu objetivo principal, que é o de apoiar as atividades

das unidades museológicas em questão. É tempo seguro7 na atualidade, a

formação desta associação para auxiliar nas atividades do Museu e para servir

como um importante elo de integração do Museu com a comunidade de

Diamantina. Como a Associação possui este instrumento (a Portaria anteriormente

citada) que ordena sua relação com o Museu, é possível também a constituição de

um Conselho Consultivo na Associação que funcione como porta-voz dos anseios

da sociedade diamantinense na atuação do Museu do Diamante, sem a ingerência

de possíveis vindouras administrações não afeitas à participação popular.

Uma outra meta do Museu importante na sua dimensão institucional seria

conseguir um assento permanente no Conselho Municipal de Patrimônio e Cultura

e nas câmaras temáticas dos poderes legislativos e judiciário sobre o referido

tema. Tendo em vista que a cidade de Diamantina é Patrimônio Nacional desde de

1938 e Patrimônio da Humanidade desde 1999 e que foi uma das cidades

brasileiras contempladas com o Programa Monumenta, que tem como meta abrir

uma linha de crédito para a restauração de propriedades particulares, com

carência de pagamento de até 20 anos, com juros de 0%, através da Caixa

Econômica Federal8; e o montante arrecadado com o pagamento deste

empréstimo será investido na constituição de um fundo municipal de patrimônio e

cultura, a ser gerido por um conselho, o qual percebo que o museu deve ter um

papel de divulgação desta operação na atualidade, assim como ser um dos

integrantes desta esfera de participação junto ao poder público municipal e

comunidade que deliberará sobre este fundo a ser gerido pelo município.

7 Sempre foi dada como mau exemplo dentro da 13 SR a Associação de Amigos do Museu do Ouro, até mesmo inibindo a criação destas entidades nos outros museus do estado de MG. 8 Informações constantes do site do Programa www.monumenta.gov.br Mas que não foram repassadas pelo gestores responsáveis na audiência pública ocorrida em outubro, na Câmara de Vereadores de Diamantina.

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Programa Arquitetônico

Ficha de Tombamento do prédio onde está situado o Museu do Diamante Fonte: Arquivo Central do IPHAN – www.iphan.gov.br/ans

Casa do Padre Rolim (Diamantina, MG)

Outros Nomes:Casa à rua Tiradentes Descrição:Construída no século XVIII, sua importância histórica reside no fato de ter sido residência do inconfidente padre José de Oliveira e Silva Rolim, natural do antigo Arraial do Tijuco e um dos principais personagens da Conjuração Mineira de 1789. Em princípios do século XIX, de volta ao Brasil, o inconfidente foi reembolsado da quantia relativa à arrematação de sua casa, através de decisão do governo imperial, datada de 21 de maio de 1823. O imóvel continuou em mãos de particulares até 1945, quando foi desapropriado pela União, passando mais tarde a abrigar o atual Museu do Diamante. A antiga casa do Padre Rolim está situada na parte baixa da rua Direita, no Largo da Matriz. Trata-se de construção semi -assobradada, implantada num nível superior ao da rua, cujo desnível é corrigido na esquerda da fachada principal por muro de pedra guarnecido por gradil de madeira recortada. Na direita, abrem-se três vãos para o pavimento inferior, este, no nível da rua, aproveitando a sua inclinação. A planta, composta por partido retangular, é acrescida de um braço na lateral direita e é formado por uma seqüência de cômodos e uma varanda interna, guarnecida de balaústres de madeira recortada, que dá para um pátio lajeado de pedra. A solução da distribuição interna dos cômodos é bem simples, em continuidade linear, observando-se a substituição de várias paredes em taipa de sebe e de formigão por alvenaria de tijolos, fruto de restaurações ocorridas. ao longo do tempo. Aos fundos possui uma grande área, onde corria o ribeirão do Tijuco e, na lateral direita, estreita faixa de terreno que dá passagem ao conduto de água que abastece o chafariz existente em ângulo com a edificação. A edificação apresenta cobertura em quatro águas, com beirais arrematados em cimalha e cachorros, a exemplo das edificações coloniais de Diamantina. Cunhais e enquadramento dos vãos em madeira, sendo estes, tanto externa como internamente em vergas retas. A fachada principal, simples e harmoniosa, compõe-se de seis janelas de caixilho de vidro e guilhotina, três das quais encimam as portas do pavimento inferior. Todas as portas possuem vedação do tipo calha. Internamente, apresenta piso em tabuado largo e forros que se alternam entre os tipos esteira e saia-e-camisa. Entre 1951 e 1953, a edificação passou por obras gerais de restauração empreendidas pelo IPHAN, incluindo a recuperação da área do pomar aos fundos e da entrada de antigo túnel ali existente. Uso Atual:Museu do Diamante Endereço: Rua Direita, 14 - Diamantina - MG

Livro Histórico

Inscrição:278 Data:28-6-1950

Nº Processo:0429-T Observações:O Museu do Diamante foi criado em 1954. A antiga Rua Tiradentes teve seu nome original resgatado, chamando-se atualmente Rua Direita.

Pesquisando as solicitações do então diretor do IPHAN, Sr. Rodrigo Melo

Franco de Andrade na documentação que está depositada no Museu do

Diamante, vemos que o processo de restauração acima citado, entre 1951 e 1953,

é precedido de um árduo processo de negociação entre o IPHAN e o antigo

proprietário, iniciando-se em 1946 e podemos perceber que a casa foi quase que

totalmente refeita no período anteriormente citado, pois o antigo proprietário

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iniciou um processo de demolição quando teve conhecimento da intenção do

IPHAN em desapropriar o seu imóvel (documentação administrativa do Museu do

Diamante do ano de 1943 até 1953).

Uma hipótese seria a busca pelo antigo proprietário, por tesouros

escondidos na própria construção, como potes de ouro e chifres cheios de

diamantes, já que histórias similares circulam pela cidade, e pelo fato da casa ter

sido residência do tesoureiro da Real Extração de Diamantes, pai do inconfidente

Padre Rolim. Este detalhe corrobora para a construção de um imaginário de

desvios de diamantes e propinas que poderiam estar enterrados na casa e no

jardim do atual Museu do Diamante.

Vale ressaltar que é uma pena que o Museu do Diamante não possua a

cópia das correspondências enviadas pelos responsáveis pelo IPHAN em

Diamantina, Sr° Sílvio Vasconcellos, entre outros, em resposta as diversas

solicitações do Sr° Rodrigo Mello Franco de Andrade, diretor do órgão nos seus

primeiros 31 anos (1937-1968), as quais foram mencionadas acima. Aponta-se

aqui para a necessidade de uma pesquisa que identifique onde está depositado

este material, que em rápida aferição constatamos que possa estar em 3 lugares –

Na sede da 13ª SR em Belo Horizonte, no Museu da Inconfidência9, em Ouro

Preto e no Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro. Vale ressaltar que

como se trata de uma rede de cinco museus, que até 29 de janeiro de 2007

estavam ligados a 13ª SR – Museu do Diamante - Diamantina, Museu do Ouro -

Sabará, Museu Regional de São João Del Rei, Casa dos Otoni - Serro e Museu

Regional de Caeté e que mesmo que haja uma possível desvinculação destas

unidades museológicas por ocasião da portaria 43 do IPHAN, ou mesmo a criação

de um instituto específico para os museus, fica registrada a necessidade de se

inventariar esta memória administrativa que possibilitou a criação deste conjunto

de unidades museológicas do IPHAN no estado de Minas Gerais. Além do mais, a

identidade destas instituições é muito próxima, assim como o acervo nelas

depositado. E caso haja a iniciativa de alguma destas instituições na pesquisa

9 Em determinado período, os 5 museus regionais de Minas Gerais ficaram sob a coordenação do Museu da Inconfidência.

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desta documentação, ressalto que deva haver um intercâmbio de esforços e

informações para que possa ser otimizado tempo e recursos nesta empreitada.

Este é um ponto para ser abordado no Programa de Pesquisa do Plano

Museológico, mas assinala-se que é necessário que os outros 4 museus que

integravam a rede de Museus Regionais da 13ª SR também discutam estes

pontos, já que esta ação também diz respeito e este conjunto de instituições que

possuem histórico de criação, acervos e temática bastante semelhantes.

Relatório da atual situação do prédio – 2º semestre de 2006:

1- Falta de conservação dos acabamentos em madeira de uma

maneira geral: empenamento das janelas de guilhotina, diversos

vidros quebrados destas janelas (pedaços de 19,5 X 19,5 cm), o

portal de entrada encontra-se solto em sua extremidade direita

inferior assim como o batente de madeira do chão, gradil de

madeira da entrada apodrecido em vários pontos. Nesta parte da

construção, onde se tem a entrada do museu, cujo chão é de

pedras, há uma grande infestação de baratas10 que possuem

hábitos noturnos, quando as mesmas deixam suas tocas e

invadem o museu e sua escada de acesso. Várias salas, em

especial a de armas, instrumentos de suplício, reserva técnica I e

da chefia estão com o chão de tábuas bastante desnivelado. Pelo

fato da sala da chefia e da reserva técnica I serem locais onde

haja a necessidade de se ficar sentado durante bastante tempo

(pesquisa, computador, reuniões), causa um tremendo

desconforto lombar, podendo ocasionar problemas de saúde mais

sérios para os usuários permanentes destes espaços.

2- Pintura interna e externa da construção muito danificada,

causando uma impressão ruim da arquitetura da casa,

10 Periplanetas americanas, insetos enormes!

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contrastando com o esmero exercido na limpeza e conservação

interna do imóvel.

3- A forma de fixação dos objetos museológicos e outros – pregos

enormes nas paredes - nestas 3 salas também não é condizente

com o status do prédio tombado. Além do que, esta parte do

prédio ainda é a original da construção, a que menos sofreu

intervenções ao longo da história da construção.

4- Acessibilidade ao prédio: Por se tratar de construção

implementada em sítio desnivelado à rua, temos escadas de

acesso ao segundo pavimento e altos degraus ao pavimento

inferior, na separação da rua com a calçada (que também é uma

questão de resolução não muito simples, pois a grande altura em

relação a calçada se faz necessária pois é um dos pontos de

escoamento de águas pluviais da cidade, passando com muita

força quando surge uma chuva mais forte na região.

Urge a implementação de rampa para acesso a cadeirantes e pessoas com

necessidades especiais. Também não é bem resolvida a tampa do bueiro de

escoamento de águas pluviais localizada bem em frente à entrada das salas de

exposições temporárias do pavimento inferior, com risco iminente de visitantes e

transeuntes de Diamantina escorregarem e torcerem o pé na referida tampa, fato

já ocorrido muitas vezes.

5- Instalação de rede elétrica deficiente e péssimo sistema

luminotécnico em todos os espaços do Museu. Recentemente

(março de 2007), com a instalação de mais dois computadores,

houve queima de um estabilizador. É urgente a revisão de todo

sistema elétrico da casa, adaptado às novas demandas de

energia e equipamentos. É necessário salientar que a casa é

tombada, tendo as suas limitações prováveis.

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6- Caixas d’água necessitando de limpeza e higienização simestral ,

pois as mesmas encontravam-se até recente dada com grossa

camada de lama e lodo, podendo gerar sérios problemas de

saúde nos funcionários e usuários do museu, já que esta água

também é usada para se beber11.

7- Sistema de segurança (sensores de presença, câmeras e alarme)

inoperante há alguns anos. O que ajuda a poluir esteticamente o

ambiente do museu, ainda mais pelo fato do sistema não

funcionar.

8- Entrada de luz natural em demasia, em especial no salão a direita

da entrada, pela manhã, que contém muitas peças sacras com

douramento e policromia e, pela tarde, no salão da liteira,

afetando, especificamente, três baús de couro.

9- As tampas dos vasos sanitários dos banheiros masculino e

feminino encontram-se ressecadas com rachaduras, o quê pode

ocasionar corte nos usuários (visitantes e funcionários). Até a

presente data apenas a do banheiro masculino foi trocada.

10- Corredor de acesso da rua ao porão com problemas de infiltração

(junto ao chafariz da Rua Direita), o quê corrobora com o

surgimento de mofo que põe em perigo as peças armazenadas no

salão anterior as salas de exposição temporária (utilizada como

uma “reserva técnica”) e torna o ambiente desconfortável ao

público visitante da sala de exposição temporária. O mesmo

problema se dá em todo o piso inferior da casa, em especial à

última sala, embaixo da sala da direção, que tem as paredes bem

umedecidas, na qual está depositada uma balaustrada do altar da

antiga Sé. Esta sala, inclusive, está com uma infestação de cupins

raramente descritos, pois fazem caminhos aéreos, como podemos

observar na foto abaixo:

11 As duas caixas d`água do museu foram higienizadas em maio de 2007 por profissional qualificado em

recente curso ministrado pela COPASA/MG.

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Já foi solicitada a retirada desta balaustrada e dos materiais

pertencentes à equipe de obras, ligada a Escritório Técnico de Diamantina /

13 SR (grandes pranchas de madeira e estruturas de andaimes de ferro,

assim como tijolos de cimento, lustres e toda uma sorte de pequenos

materiais).

OBS: O Museu do Diamante, infelizmente, sempre funcionou como uma

espécie de depósito de materiais da equipe de obras / Escritório Técnico

em Diamantina.

11- O pequeno corredor externo, sem saída, junto às janelas dos

banheiros também não está com um uso correto atualmente:

deixa-se sacos de lixo em trânsito pela funcionária terceirizada de

manutenção, assim como é usado como local de hospedagem de

duas tartarugas, com pequena casinha e presença constante de

vasilha de inox com água parada, o quê pode ser foco de

proliferação de vetores.

12- O lampião e aquecedor de ambiente, peças museológicas da

exposição permanente, presentes no corredor externo junto ao

pátio também não estão bem localizados, pois, devido ao seu

tamanho, podem atingir a cabeça de um visitante de alta estatura

que não tenha atenção a eles. Por estarem ao tempo, sua

conservação também se mostra deficiente.

13- O pátio interno do museu, que é uma área muito interessante para

uso em momentos de atividades ao ar livre, apresentações

teatrais, oficinas etc, demanda por conservação constante, pois

há o crescimento de mato pelas frestas do piso e da parede de

pedras que ladeia um dos lados do “quadrado”. Podemos

observar na foto abaixo, em primeiro plano a esquerda, o pátio já

limpo e no resto como se dá o crescimento da vegetação.

Também é possível observar o caimento da água, que se dá em

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direção ao porão do museu. Poe este motivo o sistema de

drenagem tem de estar funcionando perfeitamente, caso contrário

significa uma possibilidade de sinistro ä construção e ao que se

encontra depositado no subsolo, que funciona como reserva

técnica e deposito temporário de materiais.

14- Por fim assinalo o estado do quintal do museu, uma das únicas

áreas verdes do centro de Diamantina, que está em um estado

lastimável de conservação, com mato alto e uma quantidade

grande de entulho de obras. Neste espaço encontra-se duas

minas desativadas, além da passagem do córrego do Tijuco, que

deu origem ao nome primitivo da localidade. Estas características

devem ser planejadas na “revitalização” em curso da instituição,

pois podem ser apropriadas de forma museográfica e educativa.

Sabe-se que é uma áreas a serem contempladas pelo Programa

Monumenta, em curso na cidade.

Em relação à sinalização do Museu do Diamante dentro da cidade de

Diamantina ela é quase inexistente. Até mesmo na fachada do prédio que abriga o

Museu e no outro, que abriga a Biblioteca Antônio Torres, conhecida como “Casa

do Muxarabi”, só encontramos, no primeiro, uma pequena placa de acrílico,

patrocinada pela bandeira Visa de cartões de crédito em todos os prédios públicos

de interesse histórico da cidade12, e na Biblioteca há um papel colado na porta

informando o horário de funcionamento, que umedece com a chuva.

Também é interessante assinalar que a Biblioteca Antônio Torres (BAT),

prédio que também possui tombamento federal isolado (no Livro de Belas Artes)

pois preservou suas estruturas internas como balcões, pátio interno e piso foram

preservados, possui entradas pela Rua da Quitanda e pelo Beco do Alecrim. Esta

viabilidade de acesso devia ter uma comunicação sinalizada de alguma forma – a

de que o prédio está aberto para visitação, pois permitiria que as pessoas

12 Há de se assinalar que os únicos prédios que mantiveram as placas intactas foi o Museu do Diamante e a Biblioteca Antônio Torres. Todas as outras formam destruídas em atos de vandalismo.

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interagissem com o espaço, já sabendo previamente que não necessitariam de

fazer consultas na biblioteca e arquivo. No entanto, também devemos pensar um

circuito para os não-leitores, para que os mesmos não atrapalhem os

pesquisadores e usuários do arquivo e biblioteca.

Programa de Acervos

O Museu do Diamante possui 1677 peças catalogadas e 806 fotografias de

ruas, casas, monumentos e de personalidades de Diamantina e sobre mineração

e garimpo na região, totalizando 2485 bens culturais sendo que grande parte do

acervo de objetos tridimensionais se refere a minerais, arte sacra, numismática e

mobiliário. O museu adquire dentre outras na década de 50, por ação de Rodrigo

de Mello Franco de Andrade, a Coleção Coimbra, que nos remete aos gabinetes

de curiosidade da Renascença – armas, instrumentos de suplício, couro de

animais selvagens como cobras e jacarés, chifres, arcada de piranha, crânio de

onça, capivara e a peça que coroa esta singular coleção – uma imensa vértebra

de mastodonte. Isto exemplifica como é abrangente a coleção da instituição, tanto

no que concerne a temas quanto à diversidade de materiais.

Em um panorama atual, de novembro de 2006, podemos inferir que grande

parte das peças se encontra em bom estado de conservação. No entanto a própria

arquitetura do prédio, por suas dimensões e pé-direito, não é muito favorável na

implementação de uma reserva técnica que possa guardar em boas condições o

variado acervo que não se encontra em exposição, assim como ser depositário de

doações que vem aumentando e de acervos que devem ser pesquisados e

adquiridos, assim como objetos de igrejas de Diamantina que entram em processo

de restauração – como é o caso atual do acervo de imaginária da Igreja de São

Francisco (santos de roca, Cristo crucificado em tamanho natural e vários de

pequena dimensão além de mobiliário), que atualmente se encontra depositada no

museu, sendo parte em reserva técnica e parte em exposição.

Esta é outra questão que tem de ser melhor discutida, pois o depósito de

peças de outros lugares, como vem ocorrendo ao longo dos últimos anos, pode

ocasionar grande risco de contaminação para o acervo do museu, em relação à

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térmitas e fungos, principalmente. Por isso é muito interessante a discussão de

uma oficina de restauração e conservação preventiva no futuro museu de arte

sacra, já que o mesmo conta com peças oriundas de várias igrejas de Diamantina

e arredores, o que possibilitaria ser um espaço ideal de armazenagem quando de

grandes intervenções em igrejas tombadas na região.

Nas duas “reservas técnicas” (denominadas a partir de agora de RT 1 e RT

2, obedecendo a uma sinalização já existente na instituição) os espaços, que são

pequenos, se tornaram bastante reduzidos para a natureza do material que lá se

encontra – como o Museu do Diamante é o depositário do altar-mor da antiga

Sé13, constituído de vários fragmentos de madeira como colunas, retábulos,

adornos, dentre outros objetos que variam de pequenas a grandes dimensões. A

forma como hoje este acervo se encontra acondicionado não permite a

identificação clara dos objetos, assim como impede uma regularidade de

conservação preventiva, pois não há espaço para se locomover entre a grande

quantidade de peças ali depositadas.

Com a retirada dos fragmentos do altar, foi possível um remanejamento do

acervo das reservas técnicas, retirando-se as peças de madeira da RT 1, pois a

mesma encontra-se na rota de uma colônia de cupins que está instalada no

pavimento inferior e no jardim junto à construção, provavelmente na raiz do

abacateiro (vide a imagem da página 15).

Vale ressaltar que a localização desta “reserva”, a RT 2, também não é

muito feliz, pois ela se encontra no pavimento inferior do prédio, atrás do salão de

exposição temporária que tem comunicação com a Rua Direita. O local seria ideal

para servir de apoio na montagem de exposições temporárias, assim como área

de apoio para eventos, solenidades e comemorações, podendo ser usado para

serviços de bufe, entre outras ações. Tal sala encontra-se com grave problema de

infiltração, devido ao sistema de drenagem do pátio interno do museu.

13 O altar-mór foi retirado pela 13 SR, através do Sr. Paulo e Sr. Junno Marins, chefes da equipe de obras e do ET de Diamantina, respectivamente, por documentação expedida pela 13 SR, em Belo Horizonte, subscrita por Márcia Cabral, então substituta do Superintendente, Leonardo Barreto. O material retirado encontra-se atualmente no Seminário de Diamantina, de responsabilidade da Mitra de Diamantina, apesar da documentação expedida pela 13 SR arquivada no Museu do Diamante, constar que sua origem seria a Casa de Chica da Silva.

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No que concerne a RT 1, uma pequena sala de 6 m², encontramos grande

parte do acervo de pequena dimensão do Museu – 273 peças, sendo 267 peças

em prateleiras e no chão e seis peças dentro de um imenso cofre de ferro. Grande

parte daquelas peças exóticas estão localizadas nesta “reserva”. Também é na RT

1 que foi instalado o computador para o museólogo recém concursado, que traça

estas linhas, em uma grande mesa entre o cofre e a janela. Há de se assinalar

que a mesa tem de ter grandes calços nas suas bases de apoio devido ao

desnível da sala, a qual se localiza em um local da construção original setecentista

do prédio.

Grande parte do acervo da RT 1 se constitui de interessantes partes de

santos de roca, que possibilitam a leitura das expressões faciais, na elaboração

artística com a utilização de gesso, pintura e douramento, da técnica empregada

no entalhe em madeira. OBS: Estas peças foram transferidas para a reserva

técnica 2 em janeiro de 2007, após a retirada do altar da antiga Sé. Há também

uma enorme quantidade de sapatas de arreio de montaria.

No pátio interno há 63 pedras e conglomerados de cristais, apesar de ser

um material de grande resistência, possibilitando sua exposição ao tempo, a atual

forma de exposição não consegue transmitir a riqueza e a beleza desta parte do

acervo. Além do mais, a sujeição ao tempo faz com que os cristais fiquem sujos

de limo e poeira. Alguns conglomerados também começam a se soltarem pelo fato

das fortes chuvas da região.

Nos últimos anos até bem pouco tempo o servidor José Luiz Pinto Filho

executava uma rotina de conservação preventiva nas peças do acervo, de uma

forma geral temos os objetos museológicos em bom estado de conservação. Mas

há de se assinalar que o Museu não possui um espaço apropriado para estas

ações de conservação. Atualmente os espaços disponíveis no prédio não são

apropriados para tais práticas.

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Gostaria de apontar um fato que percebo que não deve ficar de fora de uma

possível discussão sobre esta questão da conservação preventiva. A Cúria de

Minas Gerais está montando um Museu de Arte Sacra vizinho ao Museu do

Diamante, na ”Casa do Intendente” ou “Casa do forro pintado” com recursos do

Programa Monumenta/BID. Em conversas com o coordenador local da UEP

(Unidade Executora de Projeto) deste programa, o engenheiro Carlos Emanuel,

ele aponta que será instalado uma laboratório de conservação e restauração.

No meu entendimento já que este museu se encontra a 15 metros do

Museu do Diamante pela Rua Direita, mas que os quintais das instituições se

comunicam e, percebendo a atual conjuntura de integração museológica em redes

e sistemas, seria muito interessante que algumas trocas possam ser feitas entre

as duas instituições, apesar de pertencerem a esferas administrativas diferentes.

Como este Museu de Arte Sacra está ainda na restauração do prédio, sem

ter havido um Plano Museológico, nem mesmo um ordenamento museográfico14

específico para ele, deve-se levar esta dimensão de parcerias e otimização de

recursos e esforços para que as duas instituições possam dinamizar seus esforços

junto a sociedade, não havendo sobreposição de ações e até mesmo de leituras

dos acervos. Grafa-se que como o acervo do Museu do Diamante também é muito

rico em peças de arte sacra, na chamada revitalização da exposição que está em

curso devemos atentar para este novo vizinho, o Museu de Arte Sacra, que tem

este recorte específico sobre a imaginária religiosa mineira católica de séculos

passados, desde a época da Comarca do Serro Frio até a questão da

religiosidade dos dias atuais, muito forte no cotidiano de Diamantina.

É importante ressaltar o eixo programático de nº 7 da Política Nacional de

Museus, que versa sobre aquisição e gerenciamento de acervos culturais. Este

eixo sinaliza a criação de um programa de políticas integradas de permuta,

aquisição, documentação, pesquisa, preservação, conservação, restauração e

difusão de acervos nos níveis municipal, estadual e nacional...

14 A UEP do Monumenta em Diamantina afirma que há uma parceria com a Superintendência Estadual de Museus de MG e que a mesma está responsável pelo projeto museográfico.

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Falando então sobre uma política de coleta de acervo, imagino que a maior

deficiência do acervo seja o objeto que dá nome ao Museu, o diamante. O museu

possui 46 pequenos diamantes brutos, outros 15 quartzos lapidados, sendo que

14 em uma cruz que pertencia a coroa de N.S. das Mercês (roubada do museu em

1982, sendo apenas esta parte recuperada do objeto recuperado) e outro

diamante que integra um alfinete de gravata.

É lógico que seria muito dispendioso a compra de diamantes, por questões

óbvias devido aos altos valores destas peças, mas poderíamos pensar os marcos

legais de uma parceria com o IBAMA e Polícia Federal para que estes dois órgãos

depositassem ou doassem os diamantes apreendidos em operações, que ocorrem

com freqüência nesta região e em outras áreas do Brasil. Além disso, seria

possível também a parceria com joalherias nacionais, algumas delas consideradas

as maiores do mundo, como a Amsterdam Sauer e a H.Stern, para que houvesse

também formas de aquisição de acervo relativo a pedras preciosas brasileiras, não

sendo necessariamente por compra a forma de aquisição, mas empréstimos,

comodato, depósitos temporários etc.

Outra coleção interessante para integrar o acervo do Museu do Diamante

seria a formada por 14 esculturas pertencentes à família Pádua, tradicional clã de

ourives e joalheiros de Diamantina, há cinco gerações, que foram um dos

precursores da técnica de coco e ouro e da arte glíptica, técnica empregada nas

referida coleção. Vale a pena a aquisição, apesar do alto valor atribuído à coleção

de 14 esculturas em cristal, citrino e topázio, além dos cinzéis com ponta de

diamantes brutos, buril e outros instrumentos de joalheria, além da bengala do

artista, magnífico trabalho em coco e ouro, já tendo sido avaliado por técnicos do

IPHAN15 e do IBGM (Instituto Brasileiro de Gemas e Minerais) em torno de R$

1.380.000,00 (um milhão trezentos e oitenta mil reais)16.

Neste caso, uma possível proposta seria realmente a compra deste acervo,

produzido na década de 30 do século XX, através de um projeto aprovado pela Lei

15 A avaliação executada pela Divisão Técnica da então 13 Coordenadoria Regional/MG do IPHAN (atual 13

SR), atribuiu o valor de US$ 750.000,00 à coleção. No câmbio de julho de 2007 (R$1,91) o valor se aproxima

ä avaliaçao efetuada pelo IBGM. 16 Relação das peças e avaliação em anexo.

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Federal de Incentivo a Cultura para se efetuar a doação para o Museu do

Diamante. Um possibilidade seria que no projeto a ser submetido ao CNIC,

houvesse um ajustamento de investimento de parte desta verba para que se

criasse um memorial da família Pádua, na própria loja aberta há cinco gerações,

em 1888, no centro de Diamantina, uma das joalherias mais antigas, ainda em

funcionamento, em território nacional. Este projeto de um centro de memória já

existe e está em mãos do atual proprietário – Antônio Pádua, o qual se

comprometeu a aceitar que parte do montante obtido com a venda das peças seja

aplicado na restauração de sua joalheria e na criação deste centro de memória.

Destaca-se que o montante destes recursos, que passa de um milhão de

reais, seria direcionado para uma das regiões de menor Índice de

Desenvolvimento Humano (IDH) do país – o Vale do Jequitinhonha. O IDH da

região gira em torno de 0,454, segundo dados do IBGE. Deve-se levar este dado

em consideração, já que a proposta não é apenas de se comprar a coleção para a

doação a uma instituição museológica, que só por isso já seria válido, tendo em

vista as características do acervo em questão. Vislumbra-se também o

investimento destes recursos na restauração de uma casa no centro histórico e na

elaboração de um memorial sobre a técnica de ourivesaria,arte glípticae coco e

ouro desta região de Minas Gerais.

É importante ressaltar que a unidade da coleção ainda se mantém por um

apego sentimental do atual proprietário em manter estas 14 peças reunidas, assim

como os objetos pessoais de seu avô. A família de alguns dos retratados, como a

de João Pessoa, já ofereceram vultosas somas para que o Sr. Antônio Pádua

vendesse somente uma peça, assim como a Embaixada americana (querendo

adquirir a imagem de Roosevelt) e o Museu Paulista, que possui uma peça desta

em seu acervo e que agora quer comprar toda a coleção. Mas sempre foi uma

convicção do referido Sr. em manter estas peças na cidade de Diamantina.

Outro acervo que deve ser uma das metas do Museu do Diamante é o de

propriedade do Srº. Assis Alves Horta, antigo funcionário do IPHAN na cidade de

Diamantina. Sem entrar em méritos de como este Srº orquestrou a coleta de

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peças que forma sua coleção, o fato é que ele é possuidor de documentos únicos

sobre a história e formação social do antigo arraial do Tijuco.

Dentre as peças, um daguerreótipo com a imagem de Chica da Silva,

documentos assinados por ela, fotografias diversas que mostram a evolução

urbana de Diamantina. Sabemos da existência deste acervo através de diversos

comentários feitos por moradores da cidade, assim como pelo filho do Srº Assis

Alves Horta, em uma visita ao Museu do Diamante. Parece que o filho tem uma

consciência muito grande sobre a importância do acervo de seu pai, inclusive

iniciou processo de catalogação do mesmo.

Muitos afirmam que o Srº Horta só passará adiante esta coleção através de

um montante considerável de dinheiro (um Srº, antigo morador da cidade, afirma

que a CEMIG comprou uma foto sobre a inauguração da luz elétrica em

Diamantina por R$ 40.000,00). A fórmula para a aquisição deste acervo poderia

ser a mesma a ser executada com a coleção da joalheria Pádua, através de

projeto a ser aprovado pelo PRONAC, via Lei Roaunet.

A estratégia para a aquisição deste acervo poderia ser a seguinte:

1- Conversa com o responsável pela visitação da Igreja do Carmo, o

estudante de história Flávio, que já visitou a casa do Srº Assis

Horta em Belo Horizonte e tem uma idéia do montante do acervo

que ele possui.

2- O Museu deve fazer uma listagem, enumerando as peças

constantes desta coleção.

3- Após este inventário, poderia-se optar em dois caminhos: o

primeiro, apontado acima, negociar-se um valor com o Srº Assis

Alves Horta e encaminhar projeto via Lei Rouanet, captando-se

recursos com empresas privadas.

4- O outro caminho seria o tombamento compulsório da coleção,

com a abertura de um inquérito administrativo contra o Srº Assis

Alves Horta, que, talvez, tenha usado sua condição de

“funcionário do Patrimônio” na cidade de Diamantina, para que

pudesse formar coleção de tal monta, o que o levaria a ser

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processado por prevaricação. É importante frisar que esta opção

litigiosa estará sendo feita contra um Srº de 91 anos de idade e

corre-se o perigo desta coleção fragmentar-se no andamento do

processo.

Mais uma vez vale ressaltar que é corrente em toda a cidade de Diamantina

que este Srº possui um acervo de grande relevância para a cidade, as pessoas

questionam muito como o mesmo juntou este acervo ao longo do tempo, sendo

funcionário do Patrimônio. O IPHAN deve ter um posicionamento para a pesquisa

e aquisição, até mesmo para que se esclareça junto a sociedade diamantinense

de como o órgão trata de questões que tragam dúvidas à lisura de seus

procedimentos ao longo dos tempos.

Programa de exposições

Exposições temporárias e itinerantes

O programa de exposições temporárias e itinerantes será elaborado

anualmente pela Direção, prevendo a abertura de editais semestrais para a

cessão dos espaços a elas destinados. Deve-se levar em consideração que o

espaço para exposições temporárias é muito bem localizado dentro da cidade,

bem no centro de Diamantina, no chamado quadrilátero do poder (junto ao Banco

do Brasil, Prefeitura, Catedral e Museu do Diamante), na verdadeira Ágora da

cidade, o que o torna um excelente ponto de visibilidade e de comercialização;

que pode gerar, em consonância com a associação de amigos a ser criada, um

bom espaço para que grupos historicamente excluídos de Diamantina e região

possam expor e comercializar seus produtos diretamente ao público.

Logicamente que tais produtos estarão alinhavados a uma dinâmica de

tradições, saberes e fazeres da população da região, estimulando desta forma a

preservação de técnicas centenárias e também a ressaltar a identidade de

camadas sociais usualmente excluídas da dinâmica produtiva de Diamantina.

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Exposição Permanente

A exposição permanente do Museu do Diamante, que permanece

praticamente a mesma desde 1954, ano de inauguração da instituição, será alvo

de uma grande intervenção neste ano de 2007, pois há um projeto em andamento

para a aprovação no PRONAC e com captação de recursos prevista junto a Caixa

Econômica Federal.

A Revitalização do Museu do Diamante – Uma proposta.

Desde 2005 a notícia em voga no mundo museológico é o aporte de um

considerável recurso da CEF – Caixa Econômica Federal (algo entre R$

700.000,00 e um milhão e duzentos mil reais) no chamado Plano de Revitalização

do Museu do Diamante. Pelas informações obtidas por mim até o presente

momento, não está fechada a forma final de implementação do referido plano;

então gostaria de subscrever nas próximas linhas uma proposta de intervenção.

Re-formulação Museográfica:

Atualmente a exposição permanente se estende por um total de 9

salas, que podemos categorizar da seguinte forma:

Sala 1 – Sala da mineração / garimpo

Sala 2 – Arte sacra: santos e oratórios (é uma das duas grandes salas do prédio

do Museu)

Sala 3 – Santos de Roca da Igreja de São Francisco (que serão retirados quando

do término das obras de restauração da referida igreja).

Sala 4 – Imaginária religiosa

Sala 5 – Armas

Sala 6 – Objetos de tortura e do cotidiano dos escravos.

Sala 7 – Sala da liteira: objetos de montaria, máquinas de escrever,

máquina de costura, objetos de tabacaria, garrafas de cristal, pratos de porcelana,

baús etc (junto com a sala 2 se constituem nos maiores espaços da casa).

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Sala 8 – Quarto de dormir

Sala 9 – Sala da Música (com piano e uma partitura em chumbo, duas

caixas de músicas francesas e grande espelho oxidado).

OBS: Entre a sala 6 e 7, temos duas salas que atualmente são ocupadas

pelos arquivos da instituição como o acervo de fotos, atos administrativos, livros,

computador, material de consumo etc (é a sala da chefia) e a outra, menor,

funcionando como uma reserva técnica. Com certeza seriam excelentes espaço

para se integrarem a exposição permanente do Museu do Diamante, pois se

encontram no itinerário do circuito expositivo.

Como o terreno dos fundos possui uma área de 2.834,28 m², e, pouco a

pouco, vem sendo lentamente invadido por acréscimos de construções das casas

vizinhas (os famosos puxadinhos, muito em voga na cidade por conta de dois

fatores que pressionam o espaço urbano: o carnaval de Diamantina, executado

sem um planejamento adequado da Prefeitura Municipal, e a implementação da

UFVJM, que também pressiona por espaços para aluguel de quartos e

apartamentos para alunos e professores), é mais do que urgente a construção de

um anexo que possa abrigar a administração do museu, sala para conservação

preventiva, reserva técnica que permita o abrigo das peças que não estão em

exposição, assim como doações que o museu recebe regularmente. Também

seria viável a implementação de uma pequena loja para venda de publicações e

produções diversas relativas à temática do museu, assim como um pequeno café

que permitisse as pessoas desfrutarem deste espaço que se constitui como uma

das maiores áreas verdes do centro de diamantina.

Nesta área também se encontram duas minas de ouro e diamantes

desativadas, sendo uma delas constituída por uma galeria de túneis bem

preservados, assim como no terreno passa o córrego Tijuco, que dá origem a

ocupação do então distrito diamantino, sede do Arraial do Tijuco, sendo o primeiro

local onde se descobriram diamantes na região. Uma proposta seria a produção

de dioramas (life-groups) caracterizando como era a extração de ouro e diamantes

no século XVIII, sendo que o referido espaço foi um sítio verdadeiro desta

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atividade e local de surgimento do arraial pioneiro que origina o centro da cidade

de Diamantina.

Também existem neste terreno do museu minas de extração de ouro e

diamante (grupiaras) que formam túneis que se alongam pelos subterrâneos da

cidade. Estes túneis, que também existem em outros pontos da cidade, aguçam

de sobremaneira o imaginário da população local e dos turistas. Seria muito

interessante a abertura do maior destes túneis para visitação, com possibilidade

de se cobrar um ingresso separado da taxa de visitação do museu, inclusive com

a locação de equipamentos obrigatórios para a segurança da visita, como botas e

capacetes com lâmpadas.

Para a área interna do prédio do museu, percebo que a exposição

permanente poderia se dividir nos seguintes módulos, podendo haver variações

quanto a sua localização em relação às salas mencionadas a seguir, em itálico:

Núcleo 1 – Histórico da casa e do Museu do Diamante.

Sala 1 e sala com chão de pedra

Área de recepção onde teríamos guarda-volumes, porta guarda-chuva,

vitrines com livros e produtos da loja em exposição (servindo de chamariz para a

loja e bistrô dos fundos do museu.

Painéis explicativos que contextualizassem:

1- a história da casa; Padre Rolim e sua ligação com a Inconfidência Mineira.

2- seu tombamento no livro histórico, o processo de desapropriação na

década de 40, o projeto de Lei de JK chancelado por Getúlio Vargas.

3- Os processos de restauração que a Casa sofreu e um memorial de

implementação do próprio Museu do Diamante.

Núcleo 2 – O Diamante.

Sala 2, 3 e 4. tendo as seguintes temáticas.

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Temática 1 – O Diamante na Comarca do Serro Frio e Arraial do Tijuco.

Contextualizar a descoberta do Diamante, a implementação do distrito diamantino,

o Livro da Capa Verde.

Temática 2 – O comércio e uso dos diamantes no mundo, do passado até

os dias atuais. A formação geológica. A questão tecnológica dos diamantes em

perfuratrizes, seu uso em joalheria (20% apenas da produção mundial, a qual

pertence os espécimes de Diamantina). Certificado Kimberly, diamantes artificiais,

bombardeio de cores etc.

Temática 3 – Diamante e Sociedade. A situação atual do garimpeiro em

Diamantina, a extração de cristais também abordada na região. A perversidade

desta atividade extrativa, onde países paupérrimos são produtores como Serra

Leoa, África do Sul e Brasil. A questão da “lavagem” da origem de Diamantes, que

Diamantina é um dos palcos desta atividade ilegal. Um módulo onde se abordasse

o lado nada glamuroso e sim violento da atividade, que repercute na ordenação

social de Diamantina.

Núcleo 3 – O Negro no distrito Diamantino.

Salas 5, 6 Administrativo e Reserva

O papel do negro da formação da sociedade de Diamantina. Aspectos

históricos da escravidão na região, o legado cultural africano, a formação social na

atualidade, sua inserção comunitária e discriminação. Chica da Silva como

baluarte e estereotipo contemporâneo da figura da negra em Diamantina.

Núcleo 4 – Diamantina e o mundo: A Estrada Real, Estrada de Ferro,

telefonia, tombamento e Patrimônio Mundial.

Salas 7,8 e 9

A ligação de Diamantina com o mundo desde o século XVIII, a questão da

Estrada Real, a implementação da estrada de ferro e do telefone no início do

século XX (uma das primeiras cidades do Brasil a ter rede de telefones). O

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reconhecimento de Diamantina como patrimônio nacional em 1938, o papel de

Lúcio Costa e Rodrigo de Melo Franco.

Programa de Gestão de Pessoas

Um ensaio deste momento ocorreu com a apresentação de cada

funcionário relatando sua trajetória dentro da instituição, ocorrida na primeira

reunião, citada na introdução deste Plano. O quê é interessante é que temos uma

situação de transição na natureza das contratações dos servidores que

alcançaram a estabilidade no Museu. Como estes 3 entraram no IPHAN antes da

constituição de 1988 (o Sr. Francisco há 32 anos e o Sr. José Luiz e Sr. Ronney

há 22 anos), vemos que a situação funcional é, no mínimo, curiosa:

José Luiz Pinto Filho – Agente de Segurança (apesar da existência da guarda

armada de terceirizados). Museu do Diamante

Roney Leite Brito – Encarregado de Turma. Museu do Diamante

Francisco Geraldo – Agente Administrativo II. Biblioteca Antônio Torres

Tendo em vista a particularidade da contratação dos funcionários

terceirizados, com período de entrada na instituição entre 8 e 5 anos atrás,

discutiu-se a questão sobre o vínculo empregatício destes, que são trabalhadores

empregados por firmas que prestam serviços terceirizados, obedecendo à uma

lógica excludente de Estado mínimo tão preconizada por mandatos executivos

anteriores da administração federal.

Uma proposição votada por unanimidade foi a posição de se criar vagas

efetivas, de carreira, para os agentes de segurança e manutenção nas unidades

museológicas, tendo em vista a peculiar dedicação que estes profissionais tem de

alcançar com o trato de suas funções em unidades museológicas que muito

diferem de trabalhos similares realizados em outros órgãos e empresas que

também necessitam de segurança e limpeza, como bancos, supermercados,

universidades etc.

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É interessante assinalar que todos o 6 funcionários terceirizados (4 de

segurança e dois de manutenção) são trabalhadores que foram escolhidos por

antigos dirigentes do IPHAN em Diamantina, e o vínculo com um empresa externa

se faz por conta de uma legalidade, ocasionando uma situação precarizada e

excludente já antes mencionada. Ressalta esta situação o fato da empresa que

anteriormente prestava estes serviços ter falido e todos eles terem sido lotados em

outra empresa – a Sudoeste. Desta maneira percebemos que estes trabalhadores

tem uma ligação forte com as questões e particularidades do Museu do Diamante

e da Biblioteca Antônio Torres, sendo sua condição de terceirizados uma

perversão das relações de trabalho. Neste momento foi realizada outra licitação

em relação a empresa de limpeza, tendo a sudoeste perdido a concorrência17, o

que deixa os atuais funcionários em mais uma situação de aflição, pois não há no

edital a obrigatoriedade de permanência dos atuais funcionários e sabemos que a

questão salarial pode mudar, pois a gestão de pessoal da empresa terceirizada

não tem interferência do contratante, no caso o IPHAN. Assinala-se que a

transição se deu de maneira que os funcionários não obtiveram perdas salariais

nem atrasos em seus pagamentos.

Um fórmula interessante para minorar a relação de mais-valia entre mão-

de-obra contratada e empresa, imposta por essa relação de contratação de

pessoal tão em voga em tempos atuais, seria a organização dos atuais

trabalhadores em um cooperativa ou uma empresa auto-gestionária, para que os

mesmos pudessem se fortalecer frente as possíveis desestabilizações da relação

de trabalho com o IPHAN e que os mesmos fossem os responsáveis pela

administração dos recursos provenientes de seu próprio trabalho. No entanto, este

processo é delicado e de difícil operacionalização tendo em vista o nível de estudo

destes trabalhadores e a mudança de postura que esta nova relação obrigaria tais

pessoas a empreenderem. No entanto, fica aqui a sugestão para que haja uma

integração com outras políticas federais que perpassam pela Economia Solidária e

o Cooperativismo e Associativismo(ver: www.acompanhamnetoproninc.org.br )

17 Atualmente é a Setysys a empresa de conservação e limpeza.

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Quadro de funcionários no 2° semestre de 2006.

NOME Função/status

1- Lílian Aparecida Oliveira Chefe da Unidade Museológica II/DAS

2- Andre Andion Ângulo Técnico em Museologia/SP recém-concursado

3- Roney Leite Encarregado de turma/SP (22 anos)

4- José Luiz Agente de segurança/SP (22 anos)

5- Kamila Brant Estagiária ensino médio / contrato até final de 2007

6- Heloisio Segurança armado / terceirizado (8 anos)

7- Nildecio Segurança armado / terceirizado (8 anos)

8- Manuel Segurança armado / terceirizado (8 anos)

9- José Segurança armado / terceirizado (8 anos)

10- Maria da Luz Conservação e limpeza / terceirizada (8 anos)

11- Rosana Conservação e limpeza / terceirizada (8 anos)

12- Francisco Geraldo Moreira da silva Auxilar administrativo II / SP (27 anos)

OBS: as expressões em itálico se referem a como se encontram nos referidos

contra-cheques dos servidores.

SP – Servidor público

DAS – Cargo de confiança

Os dois últimos, de números 11 e 12, estão lotados na Biblioteca Antônio Torres.

Dos 12 trabalhadores do Museu do Diamante / Biblioteca Antônio Torres

apenas 4 são funcionários de carreira, totalizando 1/3. Vale ressaltar que o

funcionário Francisco Geraldo, o único de carreira que fica lotado na Biblioteca

Antônio Torres, exercendo funções de atendimento ao público e serviços técnicos

nas áreas de biblioteconomia e Arquivologia, está há 3 anos para a sua

aposentadoria e o mesmo já manifestou em nossa primeira reunião o desejo de

efetivar seu desligamento quando for possível. Esta situação ocorrerá em muitas

unidades do IPHAN ao longo do país; com certeza uma das possibilidades para

que a instituição não perca seu patrimônio humano seja a aprovação do Plano de

Carreira que está sendo discutido neste momento no Executivo federal.

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Programa de Pesquisa

O acervo bibliográfico e arquivístico da Biblioteca Antônio Torres (BAT)

pode ser considerado uma verdadeira mina de ouro pouco explorada. Com

documentação que data desde o século XVIII até o recebimento de doações de

grande parte da produção acadêmica regional contemporânea, o acervo

bibliográfico e arquivístico é de grande valia para a elaboração de inúmeros

trabalhos a respeito da dinâmica social, econômica, política e cultural desta região

do Alto Vale do Jequitinhonha.

Assim como a documentação administrativa do Museu e da Biblioteca,

aliada ao grande número de fotos do acervo, sem contar os objetos e a

documentação de catalogação dos objetos museológicos devem servir aos

pesquisadores que vem crescendo em número bastante elevado devido à

implementação da UFVJM – Universidade dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri.

Várias linhas de pesquisa podem ser traçadas com este rico acervo existente no

Museu do Diamante e na Biblioteca Antônio Torres.Vale ressaltar que a três anos

vêm sendo desenvolvido projeto de pesquisa em parceria com o Museu do

Diamante e Departamento de Nutrição, cuja linha de pesquisa é sobre a

Alimentação especificamente de escravos no século XVIII.No final do mês de maio

de 2007 foi apresentado a Monografia como parte dos requisitos exigidos para

conclusão do Curso sob a orientação da professora Drª. Ana Catarina Perez Dias

e co orientação da responsável pelo Museu do Diamante Lilian Aparecida Oliveira

que vêm realizado na ausência de condições de trabalho favorável divulgando o

acervo arquivístico.

Em relação aos cursos de graduação da UFVJM ( http://www.fafeid.edu.br ),

o recém-criado curso de turismo também pode ser um excelente usuário do

acervo e documentação do museu para estudos em relação ao planejamento

regional e ao aproveitamento turístico de viés histórico e cultural em Diamantina e

região, que é um dos objetivos primordiais de sua implementação no Vale do

Jequitinhonha.

Uma ação que poderia facilitar a maior produção acadêmica sobre o acervo

do Museu do Diamante e Biblioteca Antônio Torres seria a publicação de

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catálogos temáticos, dividindo o acervo, fotos e documentos em grandes temas de

acordo com as suas especificidades. Em uma primeira visão poderíamos ter

publicações sobre:

1- Pedras e minerais

2- Imaginária religiosa

3- Armaria e instrumentos de suplício

4- Numismática

5- Indumentária

6- Mobiliário

7- Meios de Transporte

8- Alimentação e abastecimento no distrito diamantino

Outra instituição interessante para o estreitamento de laços em relação à

pesquisa é o Instituto Eschwege, instalado na Casa da Glória, ligado à UFMG.

Esta unidade é referência nacional em pesquisa sobre minerais, focando

particularmente na Serra do Espinhaço, área onde se encontra Diamantina e um

dos temas principais do próprio. O Museu pode ser um espaço ímpar para a

comunicação e difusão das pesquisas realizadas pelo Instituto, assim como seu

acervo também pode ser muito interessante para os propósitos da UFMG.

Programa de Segurança Em 1997, foi implementado um sistema de câmeras, sensores de presença

e alarmes no museu. No entanto, este equipamento não funciona há muitos anos,

ficando os “restos mortais” ainda afixados na arquitetura do prédio. Este sistema

tinha sido concebido para a não contratação de seguranças terceirizados, mas se

mostrou inoperante, com muitos problemas de operacionalização. Quando foram

contratados os vigilantes armados terceirizados, em turnos de 12 por 36, este

sistema de alarme ainda funcionava, inclusive os vigilantes tinham senhas que

armavam e desativavam o sistema, o qual também executava ligação telefônica

para a delegacia e para a casa de um funcionário do IPHAN, o Jackson Camelo

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(atualmente lotado no escritório técnico). Este sistema deveria ser revisto e re-

formulado tendo em vista as novas tecnologias na área de segurança. Tendo em

vista a existência de sensores de presença que antigamente disparavam alarmes,

poderia-se aproveita-los e conecta-los ao sistema de iluminação e webcams e o

interior do museu poderia ser monitorado via web pela direção do museu,

funcionários autorizados, a empresa de vigilância, assim como À um sistema

central que poderia ser instalado no DEMU, na coordenação técnica no Rio de

Janeiro e na sede, em Brasília.

É desnecessário assinalar que o acervo do Museu do Diamante possui

peças de alto valor comercial, como diamantes, peças em ouro, imaginária

religiosa, assim como equipamentos eletrônicos como computadores novos,

impressora, data-show etc. Para isso é necessário um eficiente sistema de

segurança, que iniba possíveis furtos e assaltos.

Há pouco tempo (1 ano) foi implementado um destacamento das polícias

civil e militar ao lado do prédio do Museu do Diamante, isso já ocasiona uma

sensação maior de segurança, assinala-se sensação, e não uma segurança

efetiva. Mas seria interessante o museu estrutura uma estratégia de retirada de

peças com o auxílio da Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros em caso de

incêndio. Mais uma vez é interessante ressaltar que como teremos um museu de

arte sacra vizinho ao prédio do Museu do Diamante, tal estratégia pode

O que enfaticamente deve ser resolvido é o redimensionamento dos muros

nos fundos da área verde do museu. Atualmente, o muro que faz divisa com a Rua

Francisco Sá mede aproximadamente 1,40m o que permite que até mesmo uma

criança possa entrar em uma área de quase 3.000 m², que por falta de um

jardineiro e de uma manutenção periódica, também sempre se encontra encoberta

de mato, o que facilita que marginais possam usar a área para fuga e esconderijo,

assim como no período da seca o mato e a cana-do-brejo pegam fogo com muita

facilidade, o que também põe em risco grave o museu.

Resolvida esta questão, outro ponto a ser sanado é quanto à casa vizinha,

que em uma obra aparentemente irregular, abriu duas janelas para o pátio interno

do Museu do Diamante. Tais janelas sistema quilhotina(lateral esquerdo) não

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possuem grades e torna-se um ponto vulnerável para a entrada de pessoas dentro

da área do museu. Seria interessante a assessoria por parte dos arquitetos do

DEMU e do Escritório Técnico da 13ª SR.

Programa educativo e cultural

Atualmente o Museu do Diamante não dispõe de infra-estrutura e de

condições de segurança para que se possa receber grupos escolares de uma

forma dinâmica e organizada. Pelo fato das peças ficarem expostas em sua

grande maioria sem a proteção de vitrines e outros aparatos museográficos, a

recepção dos grupos escolares tem de ocorrer com a quantidade máxima de 10

alunos por vez. No projeto de Revitalização do museu o projeto museográfico será

desenhado especialmente para que se possa comportar um número maior de

alunos nos grupos em visitação pela exposição.

Uma das ações a serem realizadas neste ano de 2007, que já foi

devidamente aprovada nos Planos de ação para 2007 é a formulação e confecção

de material de material didático para o setor educativo, o qual também vem sendo

idealizado pela direção do museu. O ideal seria a criação de uma publicação

especialmente direcionada para os professores do ensino básico (incluindo uma

publicação especial para as turmas de EJA – Educação de Jovens e Adultos) e

ensino médio; assim como um material especialmente formatado para cada ciclo

de ensino.

É importante ressaltar que este aspecto de educação patrimonial é

importantíssimo em uma cidade que tem seu centro tombado, pois cria uma

consciência prévia na população para o entendimento da necessidade de

preservação do espaço, aliviando o trabalho de fiscalização do IPHAN, que por

muitos não é compreendido e até mesmo odiado por muitos moradores da cidade.

Em relação à programação cultural, o museu conta com um projeto

denominado Quinta Patrimonial, quando nas quintas-feiras são programados

cursos de história da arte, bate-papo temáticos, mostras, exposições, projeções de

filmes e documentários. Percebemos que os eventos do Museu devem se

concentrar nas quintas-feiras, para fortalecer o conceito da Quinta Patrimonial,

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aludindo como se fosse um momento das pessoas visitarem uma quinta (uma

casa de chácara) e estabelecer diálogos com as questões inerentes ao patrimônio.

Programa de difusão e divulgação A divulgação das atividades e eventos promovidos pelo Museu do Diamante

será realizada pela Coordenação de Comunicação, através dos seguintes meios:

publicação de folhetos e catálogos sobre o acervo do museu; Deveria-se

pensar em um folheto mensal, de uma página A4 em frente verso, onde

pudesse estar registrado os temas e maiores preocupações relativas ao

patrimônio e à dinâmica cultural da cidade. Um nome hipotético poderia ser:

Papel do Patrimônio.

veiculação na imprensa local: São dois os jornais de circulação no âmbito

do município – Gazeta Tijucana e A Voz de Diamantina. Em geral, o papel

do IPHAN é muito debatido nestes dois veículos; sendo que as questões

em relação ao patrimônio arquitetônico, pelo fato do centro ser tombado

como patrimônio nacional, desde 1938, e considerado patrimônio da

humanidade desde 1999, terem 90% das matérias em tais veículos. O

Museu do Diamante deve ser um elemento ímpar para a comunicação e

difusão da importância da preservação e conservação do patrimônio

material e imaterial da região, abrangendo outras áreas do Vale do

Jequitinhonha, que tenham como passado em comum o garimpo de

diamantes.

Criação junto à um emissora local – a Rádio Cidade (FM 104,9 MHZ e

Rádio comunitária) de um programa semanal, com 1 hora de duração, com

sugestão de ser denominado de A Hora do Patrimônio. Talvez este seja o

meio de comunicação com a maior inserção em todas as camadas sociais

de Diamantina, pois o rádio é um veículo muito utilizado na cidade. Neste

programa poderemos criar estratégias para que a população encare o

IPHAN como um órgão realmente comprometido com a salvaguarda do

patrimônio cultural de Diamantina e não como o temível “Patrimônio” que só

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diz não, que não permite as obras nas residências e na cidade (e os

poderes locais tem grande parcela de culpa nesta fama do IPHAN, pois

tudo que eles não se prontificam a fazer, se alega que “não tem autorização

do IPHAN”). Além desta dinâmica, encarando Diamantina como uma

cidade-museu, o programa poderá contar com a participação de antigos

moradores da cidade, que exporiam suas memórias em pautas temáticas a

serem elaboradas pelo Museu, previamente, como “A Diamantina de Chica

da Silva”, “JK e seus tempos”, “Vida de Menina, um retrato de Helena

Morley”. Além do mais, poderíamos ter um momento denominado vitrine,

onde se falaria sobre uma peça do acervo do museu, contextualizando-a

com a dinâmica social de seu tempo. Estes programas seriam gravados em

MP3 e ficariam disponíveis na home-page do Museu do Diamante.

mala direta, via correios e Internet, para o público do Museu do Diamante;

outros meios disponíveis.

Em relação ao turismo, que é um importante meio de difusão do acervo, já

foi apontado algumas possibilidades com o curso de Turismo da UFVJM no

programa de pesquisa. Um parceiro muito interessante na dinamização da

atividade turística na região está sendo o Instituto Estrada Real, o qual tem

um escritório local que funcionará até o ano de 2009. Através da gestora

local, a turismóloga Luciana Teixeira, está se construindo uma integração

entre os empresários do setor, governo e sociedade organizada. Uma das

últimas ações construídas de forma coletiva, nas chamada Rodadas de

Negócio efetuadas mensalmente pelo IER em Diamantina, foi criado este

roteiro, o qual o Museu do Diamante é um dos parceiros:

SEGMENTO: GEMAS & JÓIAS

PRODUTO

“Diamantina: Garimpo Real”

Duração: 03 dias / 02 noites

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1º dia:

Check in no meio de hospedagem escolhido

City Tour - Parada estratégica no Instituto Eschwegue e no Museu do Garimpo da Pousada Relíquias do Tempo

Contação de “Causos” sobre o Garimpo no pátio do Museu do Diamante (Contador e Capacitação)

Jantar Livre

2º dia:

Café da Manhã no meio de hospedagem escolhido

Visita ao Garimpo Real, com apresentação sobre as técnicas e particularidades do garimpo artesanal

Almoço Tematizado com pratos de Garimpo no Restaurante O Garimpeiro

Visita ao Museu do Diamante

Visita à Joalheria Pádua, para conhecer a lapidação do diamante

Jantar na Trattoria La Dolce Vita

3º dia

Café da Manhã no meio de hospedagem escolhido

Manhã livre, com possibilidade de Circuito de Compras

Almoço Livre

Check out e fim de nossos serviços.

OPÇÕES DE MEIO DE HOSPEDAGEM

Pousada do Garimpo

Pousada Relíquias do Tempo

Pousada dos Cristais

Diamante Palace Hotel

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OPERADOR: Caminhos Reais Atualização: 19/06/07 Instituto Eschwegue - Centro de referência nacional em geologia, ligado a

UFMG, localizado na Casa da Glória (a casa do Passadiço).

Museu do Garimpo - Denominado Museu Daniel Nascimento, na verdade uma

exposição com objetos e maquetes relativa a extração e comércio de Diamantes e

coco e ouro realizado por um dos diamantários mais atuantes no século XX em

Diamantina, o Sr. Daniel Nascimento. Localizado no Porão da Pousada Relíquias

do Tempo, de proporiedade do filho e nora do homenageado, um dos casarões

mais interessantes do centro histórico.

Causos do Garimpo – Contação de histórias sobre particularidades do garimpo

em Diamantina desde o século XVIII - a descoberta "acidental" dos diamantes por

um padre vendo garimpeiros de ouro jogando damas com diamantes brutos, casos

de esplendor e decadência da extraçao e comércio, formas de falsificaçao das

pedras, os diamantes e a prostituição e os tesouros descobertos e desenterrados

em Diamantina.

Joalheria Pádua - Fundada em 1888, uma das mais antigas do Brasil em

funcionamento e pertencente a mesma família há 5 gerações, a qual foi uma das

percurssoras do côco e ouro e da arte glíptica em MG, onde podemos observar

peças esculpidas em blocos de quartzo, citrino e topázio, com rostos de

personalidades da História, como Tiradentes, João Pessoa, Roosevelt, O Grito do

Ipiranga, entre outros.

O chamado Garimpo Real é uma área onde haverá a demonstração de

como era a atividade do garimpo, desde o século XVIII até os dias atuais. No

entanto, o objetivo principal é que se crie um museu de sítio sobre o garimpo de

diamantes, em uma área real de garimpo18, que possua pesquisa geológica e

18 Que não é o caso atual deste Garimpo Real.

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concessão de lavra expedida pelo DNPM (Departamento Nacional de Produção

Mineral).

A implementação e gestão possivelmente será de natureza privada, no

entanto, pode haver outras formas de criação desta estrutura, como uma Parceria

Público-Privada (PPP) ou através de um termo de Parceria entre poder público e

uma OSCIP constituída para este museu em específico; ou até mesmo uma

unidade avançada do Museu do Diamante, sob responsabilidade do IPHAN/Minc.

O que há de se especificar é que a demonstração do processo de garimpo é por

demais importante para se ilustrar diversas dimensões do cotidiano do Distrito

Diamantino ao longo dos últimos 300 anos: a aridez do trabalho nas lavras, a

ganância da atividade e a desconstrução de solidariedade no garimpo, o impacto

ambiental, dentre outras diversas possibilidades. Assinala-se que tal estrutura

seria auto-sustentável em termos de recursos, facilmente demonstrável por um

Plano de Negócios, tendo a atividade turística como base de arrecadação.

Programa de financiamento e fomento

A receita do Museu do Diamante será proveniente dos seguintes meios:

Recursos da União/Ministério da Cultura;

Doações da Associação de Amigos do Museu do Diamante -

AAMUD, que serão provenientes da venda de produtos culturais,

realização de eventos, doações etc;

Captação de recursos das leis de incentivo a cultura federal e do

estado de MG, através da elaboração de projetos para melhoria e

implementação das atividades do Museu do Diamante previstas em

seu planejamento plurianual.

Recursos de editais públicos, como os da Petrobrás, BNDES, Caixa

Econômica Federal e Oi/Telemar, entre outros.

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Possíveis TACs – Termo de Ajustamento de Conduta a serem

discutidos junto à justiça e Ministério Público, quando do julgamento

de ações a danos contra o patrimônio na região de Diamantina.

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Bibliografia

ARANTES, Otília; VAINER, Carlos e MARICATO, Ermínia. A CIDADE DO PENSAMENTO ÚNICO – Desmanchando consensos. Petrópolis: Ed. Vozes, 2002.

Bases para a Política Nacional de Museus. Consulta eletrônica ao longo do

primeiro semestre de 2007. Sítio virtual:

http://www.revistamuseu.com.br/emfoco/emfoco.asp?id=2064

Caderno de Diretrizes Museológicas. Consulta eletrônica ao londo do primeiro

semestre de 2007. Sítio virtual:

http://www.museus.gov.br/downloads/cadernodiretrizes_primeiraparte.pdf

MOTTA, Lia. A apropriação do patrimônio urbano: do estético-estilístico nacional ao consumo visual global. In: ARANTES, Antônio (org). O Espaço da Diferença. São Paulo: Papirus, 2000.

Plano Museológico. Apostila elaborada por Márcio Rangel e Rose Miranda.

Recebida por correio eletrônico em outubro de 2006.

Consultas eletrônicas (entre novembro de 2006 e julho de 2007)

www.revistamuseu.com.br

www.museus.gov.br

www.museologia.org.br

www.cofem.org.br

www.acompanhamnetoproninc.org.br

www.cultura.gov.br

www.iphan.gov.br

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Índice de Imagens

Capa - Fachada do Museu do Diamante.

Imagem 2 Panorama do pavimento inferior da construção. Esta sala se localiza abaixo da sala da direção e da reserva técnica 1. Podemos ver os caminhos de cupins que praticam rapel expressão cunhada pelo chefe do Escritório Técnico de Diamantina, o arquiteto Junno Marins da Mata, em visita ao Museu quando da retirada do altar-mor da antiga Sé. Observa-se também a grande quantidade de materiais diversos lá depositados. Imagem 3 Panorama do pátio interno com trabalho de capina.

Imagem 4 Panorama da reserva técnica 2, após a retirada dos fragmentos do altar-mor da antiga Sé. Atualmente se encontra aí depositado uma parte do acervo do Museu do Diamante e diversas peças que pertencem a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, que se encontra em restauração pelo Programa Monumenta / BID.

Imagem 5 O Museólogo Andre Andion Angulo no computador instalado na reserva técnica 1. Sala com piso com declive acentuado. Créditos:

Capa, imagens 1,2,3 e 4 – Andre Andion Angulo

Imagem 5 – Janine Ojeda

Todas as imagens foram produzidas em março de 2007.

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ANEXOS

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Anexo 1 – Proposta de estatuto da Associação de Amigos do Museu do Diamante ASSOCIAÇÃO DE AMIGOS DO MUSEU DO DIAMANTE CAPÍTULO I: Denominação, Sede, Finalidade, Duração. Art. 1º - A Associação dos Amigos do Museu do Diamante (AMUD) é uma associação civil, sem fins lucrativos, com prazo de duração indeterminado, que se regerá pelo presente Estatuto e pelas disposições legais aplicáveis. Art. 2º - A AMUD é composta por pessoas físicas e/ou jurídicas, tendo a Cidade Diamantina como sede e foro, podendo, a critério da Diretoria, nomear representantes ou correspondentes, no Brasil ou no exterior, sendo sua sede estabelecida à Rua Direita, 14 – Centro – Diamantina – MG, em sala cedida pelo Museu do Diamante, em documento próprio. Art. 3º - A AMUD tem por finalidade prestar apoio ao Museu do Diamante, a Biblioteca Antônio Torres e a Casa de Chica da Silva promovendo o aprimoramento e o desenvolvimento de suas atividades e ainda, difundir a ação destas instituições junto ao público, cabendo em especial: a) Adquirir peças para o acervo do Museu do Diamante e Biblioteca Antônio Torres, de acordo com a política de aquisição previamente estabelecida; b) Auxiliar o programa de processamento técnico, de conservação e restauração, dos acervos museológico, bibliográfico, arquivístico e iconográfico do Museu do Diamante e Biblioteca Antonio Torres; c) Apoiar e/ou promover cursos, conferências, seminários sobre assuntos da área de História, cultura material e imaterial, extração mineral e patrimônio; d) Incentivar estudos e pesquisas nas áreas ligadas ao Museu do Diamante; e) Incentivar e apoiar a realização de exposições temporárias e itinerantes, que visem a divulgação do acervo do Museu do Diamante e Biblioteca Antônio Torres; f) buscar meios para o custeio das atividades e eventos promovidos pelo Museu do Diamante, Biblioteca Antônio Torres e Casa de Chica da Silva g) Estabelecer e manter intercâmbio com outras instituições congêneres, no país e no exterior; e h) Promover a obtenção de recursos, subvenções e doações, destinadas ao desenvolvimento e execução de projetos e programas do Museu do Diamante CAPÍTULO II: Quadro Social Art. 4º - O número de associados é ilimitado, podendo participar do quadro social pessoas físicas ou jurídicas, desde que satisfaçam as exigências e condições previstas neste Estatuto, não respondendo os mesmos, pessoalmente, pelas obrigações sociais contraídas pela Associação. Art. 5º - As pessoas jurídicas que venham se associar deverão submeter à aprovação da Diretoria o nome de até duas pessoas físicas, com poderes para representá-las na AMUD Parágrafo único – Os representantes poderão ser substituídos a qualquer tempo, desde que seguida a norma contida neste artigo.

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Art. 6º - A admissão de associados será precedida de proposta assinada pelo candidato, ou a convite da Diretoria da AMAERO. Art. 7º - A Associação dos Amigos do Museu Aeroespacial terá as seguintes categorias de associados: a) Fundadores - aqueles que participaram da constituição da AMAERO, e também aqueles que se associarem, no prazo de 30 dias, a contar da data de sua constituição. b) Honorários - pessoas físicas que tiverem prestado relevantes serviços à Associação, ao Museu do Diamante, a Biblioteca Antônio Torres e à cidade de Diamantina c) Provedores - pessoas jurídicas que contribuírem com anuidade, que de acordo com a diferenciação da contribuição, a critério do Conselho Deliberativo, poderão ser classificados como “Beneméritos”. d) Contribuintes - pessoas físicas que contribuírem com mensalidade, semestralidade ou anuidade, que de acordo com a diferenciação da contribuição, a critério do Conselho Deliberativo, poderão ser classificados como “Beneméritos”. Art. 8º - A proposta para associado honorário deverá ser justificada convenientemente e subscrita por, no mínimo, três associados da mesma categoria, ou superior, ou por membro do Conselho Deliberativo. Parágrafo Único – O Conselho Deliberativo apreciará a proposta, a ser votada pela maioria simples de seus membros presentes à reunião. Art. 9º - As contribuições sociais terão seus valores e a periodicidade respectiva fixados em Assembléia Geral. CAPÍTULO III: Direitos e Deveres dos Associados Art. 10 - São direitos dos Associados: a) assistir às Assembléias Gerais b) ser informado, antecipadamente, dos eventos promovidos ou patrocinados pela AMUD. c) propor associados, obedecidas as exigências estatutárias. d) receber um certificado e carteira da categoria correspondente à sua inscrição. e) representar a AMUD em congressos, jornadas, encontros e demais atividades culturais,promovidas por outras associações, nacionais e/ou estrangeiras, quando formalmente credenciado pelo presidente do Conselho Deliberativo ou Diretor Executivo. f) apresentar sugestões ao Conselho Deliberativo. g) desfrutar dos direitos correspondentes à sua categoria, conforme decisão do Conselho Deliberativo. h) é direito assegurado aos associados, de quaisquer das categorias, votar e ser votado em Assembléias Gerais. Parágrafo único - é necessário o associado estar com suas mensalidades, semestralidades ou anuidades quitadas, para fazer uso de seus direitos. Art. 11 - São deveres do Associado: a) respeitar e obedecer este Estatuto, e demais atos normativos da AMUD; e b) pagar com regularidade as contribuições sociais. Art. 12 - Será excluído o associado que incorrer nas seguintes faltas:

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a) deixar de solver seus compromissos financeiros por mais seis meses consecutivos, sem justificativa convincente e comprovada, aceita pelo Conselho Deliberativo; e b) ter atuação pública e notória contrária aos interesses da AMUD. Parágrafo único – A exclusão é ato decisório da competência do Conselho Deliberativo. CAPÍTULO IV: Patrimônio e Contribuições Sociais 32 Art. 3 - O Patrimônio da AMUD é constituído de: a) contribuição dos associados em suas diversas categorias; b) subvenções federais, estaduais e municipais; c) doações, patrocínios, legados e outros recursos que lhe forem concedidos por pessoas físicas ou jurídicas, associados ou não; d) bens móveis ou imóveis e direitos, pertencentes à AMUD; e) rendas eventuais, proveniente dos serviços e atividades oferecidas pela AMUD; f) repasses de verbas oriundas de convênios institucionais. Parágrafo primeiro - Os valores dos serviços a serem prestados pela AMUD serão fixados pela Diretoria Executiva. Parágrafo segundo - As rendas da AMUD serão integralmente aplicadas na consecução e desenvolvimento de suas finalidades. CAPÍTULO V: Organização Art. 14 - A AMUD será integrada pelos seguintes órgãos: a) Assembléia Geral; b) Conselho Deliberativo; c) Diretoria Executiva; e d) Conselho Fiscal Parágrafo único – Os membros do Conselho Deliberativo, Diretoria Executiva e do Conselho Fiscal, não serão remunerados, a qualquer título ou pretexto pela AMUD, nem dela auferirão quaisquer dividendos, benefícios ou vantagens econômico-financeiras. CAPÍTULO VI: Da Assembléia Geral Art. 15 - A Assembléia Geral, órgão soberano de deliberação social, poderá ser Ordinária ou Extraordinária. Parágrafo Primeiro – A Assembléia Geral Ordinária reunir-se-á anualmente no decorrer do primeiro semestre, e será constituída pelos sócios em pleno gozo de seus direitos estatutários. Parágrafo segundo – A convocação da Assembléia Geral Ordinária ou extraordinária, deverá ser feita por via epistolar ou eletrônica, com antecedência de 10 (dez) dias da data da reunião, por iniciativa do Presidente do Conselho Deliberativo. Art. 16 - A Assembléia Geral Ordinária ou Extraordinária, instalar-se-á em primeira convocação com a presença da maioria dos associados com direito a voto, e em segunda convocação, 30 (trinta) minutos após, com qualquer número de associados presentes com direito a voto. Art. 17 - A primeira Assembléia Geral Ordinária, será realizada no máximo em 30 (trinta) dias após a constituição da AMUD, com o objetivo de eleger os membros efetivos e suplentes do Conselho Deliberativo, os membros efetivos e suplentes

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do Conselho Fiscal, e os membros da Diretoria, bem como estabelecer os valores e periodicidade das contribuições sociais. Art. 18 - A Assembléia Geral Extraordinária será convocada pelo Presidente do Conselho Deliberativo, ou pelo seu substituto legal, ou por convocação de no mínimo 1/3 dos associados em pleno gozo de seus direitos estatutários. Art. 19 - À Assembléia Geral Ordinária compete: a) examinar e pronuncia-se sobre o relatório do balanço e da situação financeira do exercício anterior, após aprovação pelo Conselho Fiscal; b) apreciar os planos de ação da Diretoria Executiva; c) fixar o número de membros dos Conselhos Deliberativo e Fiscal; e d) eleger, dentre os associados com direito a voto, os membros dos Conselhos Deliberativo e Fiscal, cujos mandatos serão de 02 (dois) anos, permitida a reeleição. Art. 20 - A Assembléia Geral Extraordinária poderá ser convocada a qualquer tempo para: a) decidir sobre qualquer assunto relevante e de interesse da Associação e/ou de seus associados; b) deliberar sobre reforma do Estatuto vigente; e c) decidir sobre a dissolução da Associação. Art. 21 - As decisões das Assembléias Gerais, serão tomadas por maioria simples de voto, exceto quanto à dissolução da Associação, que será por 3/4(três quartos) dos votos. CAPÍTULO VII: Conselho Deliberativo Art. 22 - O Conselho Deliberativo é o órgão orientador da AMUD, eleito pela Assembléia Geral, constituído por 4 (quatro) associados em pleno gozo de seus direitos e pelo Chefe do Museu do Diamante, como membros nato, totalizando 5 integrantes. Parágrafo primeiro - O Presidente e o Vice-Presidente do Conselho Deliberativo, serão eleitos por seus pares, permitida a reeleição. Art. 23 - O Conselho Deliberativo se reunirá por convocação do seu Presidente e as atas das reuniões serão lavradas em livro próprio. Art. 24 - O mandato dos Conselhos é pessoal, não podendo ser exercido por delegação. Art. 25 - Para que as reuniões do Conselho Deliberativo possam se instalar e deliberar, será necessária a presença, no mínimo, da maioria simples de seus membros. Art. 26 - As deliberações do Conselho Deliberativo serão tomadas por maioria dos votos de seus membros presentes, cabendo ao Presidente ou seu substituto o voto de desempate. Art. 27 - O Conselho Deliberativo convocará membros da Diretoria Executiva, às reuniões, quando a julgamento de seu Presidente se fizer necessário. Art. 28 - O Conselho Deliberativo tem como incumbência: a) estabelecer as diretrizes fundamentais da política geral da AMUD, verificar e acompanhar a execução, conforme o Estatuto; b) designar os membros da Diretoria Executiva, cujos mandatos serão de dois anos;

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c) autorizar a Diretoria Executiva a comprar ou alienar bens, contrair empréstimos, emitir cheques e tributos, dar garantias e contratar pessoal; d) apreciar proposta e modificações do Regimento Interno da AMUD, apresentadas pela Diretoria Executiva, bem como aprová-lo; e) outorgar Títulos de associado honorário às pessoas que houveram prestado serviços relevantes à Associação, ao Museu do Diamante, a Biblioteca Antônio Torres, a Casa de Chica da Silva ou a cidade de Diamantina. f) deliberar sobre a exclusão de associados, em qualquer categoria. g) examinar anualmente a proposta de Plano de Ação da Diretoria Executiva; h) apreciar anualmente o parecer do Conselho Fiscal, bem como as demonstrações financeiras e o orçamento anual, encaminhadas e apresentadas pela Diretoria Executiva; e i) fixar o valor das contribuições relativas às categorias de sócios. Art. 29 - Compete ao Presidente do Conselho Deliberativo: convocar e presidir as reuniões do órgão, convocar e presidir a Assembléia Geral, representar o Conselho Deliberativo. Art. 30 - O Vice-Presidente substituirá o Presidente do Conselho Deliberativo em suas ausências e impedimentos. Art. 31 - Caberá ao Secretário lavrar as atas das reuniões do Conselho Deliberativo. CAPÍTULO VIII: DIRETORIA EXECUTIVA Art. 32 - A Diretoria Executiva compor-se-á dos seguintes membros: a) Diretor Executivo b) Diretor Adjunto c) Tesoureiro Art. 33 - Os membros do Conselho Fiscal não poderão acumular suas funções com as de membros da Diretoria Executiva. Art. 34 - Compete à Diretoria Executiva: a) promover a realização dos objetivos da AMUD; b) administrar a AMUD, executando as deliberações da Assembléia Geral e do Conselho Administrativo; c) cumprir e fazer cumprir o presente Estatuto; d) elaborar e/ou reformar o Regimento Interno para apreciação do Conselho Deliberativo; e) elaborar projeto de reforma deste Estatuto, a ser submetido ao Conselho Deliberativo, que apresentará à Assembléia Geral Extraordinária, na forma estatutária; f) assinar convênios e demais instrumentos de interesse sócio – cultural ou educacional da AMUD; g) admitir, licenciar e demitir pessoal, quando autorizado pelo Conselho Deliberativo; h) administrar as finanças da AMUD, investindo os recursos existentes, emitir cheques, e títulos, assinar contratos e outorgar garantias, quando necessário, com aprovação do Conselho Deliberativo; i) fixar os valores dos serviços a serem prestados pela AMUD; e j) submeter ao Conselho Deliberativo e à Assembléia Geral, anualmente, a proposta do Plano de Ação da AMUD.

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Art. 35 - São atribuições do Diretor Executivo: a) superintender, supervisionar e fiscalizar os serviços necessários à administração da AMUD; b) cumprir e fazer cumprir os dispositivos do Estatuto e deliberações da Assembléia Geral, do Conselho Deliberativo. Art. 36 - São atribuições do Diretor Adjunto: a) substituir o Diretor Executivo em sua ausência ou impedimentos; e b) assistir o Diretor Executivo em suas obrigações na administração da AMAERO. Art. 37 - Compete ao Tesoureiro: a) gerir as finanças e a contabilidade da AMUD; b) assinar, juntamente com o Diretor Executivo, os cheques, ordens de pagamento, os atos e documentos que envolvam obrigações sociais, inclusive empréstimos e financiamentos; e c) desempenhar encargos correlatos, atribuídos pelo Diretor Executivo. CONSELHO FISCAL Art. 38 - O Conselho Fiscal, órgão de fiscalização econômico-financeira da AMUD, compor-se-á de 03 (três) membros efetivos, e de suplentes, todos eleitos pela Assembléia Geral, dentre os associados com direito a voto. Art. 39 - O Conselho Fiscal deverá se reunir uma vez por ano, e extraordinariamente, sempre que se fizer necessário. Parágrafo único – No caso de impedimento de membros efetivos do Conselho Fiscal, serão convocados membros suplentes. Art. 40 - As deliberações do Conselho Fiscal serão tomadas por maioria de votos, e constarão de Ata lavrada em livro próprio, aprovada e assinada pelos conselheiros presentes. Art. 41 - Compete ao Conselho Fiscal: a) examinar a escrituração contábil da AMUD, assim como a documentação a ela referente, emitindo parecer; b) examinar o relatório das atividades da AMUD, assim como a demonstração dos resultados econômico–financeiros do exercício social, emitindo parecer quanto a estes últimos; c) examinar, trimestralmente, as demonstrações dos resultados econômico-financeiros da AMUD, emitindo parecer; e d) examinar se os montantes das despesas realizadas estão de acordo com os programas e decisões da Assembléia Geral, emitindo parecer. CAPÍTULO IX: Liquidação e Dissolução Art. 42 - A dissolução da AMAERO, por proposta do Conselho Deliberativo, será decidida pela Assembléia Geral Extraordinária, especialmente convocada para esse fim, de acordo com o Art. 20, letra c Parágrafo único – O patrimônio existente, se houver, não será distribuído aos associados, passando a pertencer ao Museu do Diamante. CAPÍTULO X: Do Exercício Social e das Contas Art. 43 - O ano Social coincidirá com o ano civil. Ao fim de cada exercício será preparado o Balanço Patrimonial, as Demonstrações de Resultados da AMUD, com o parecer doConselho Fiscal.

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Art. 44 - Anualmente, após aprovação pela Assembléia Geral Ordinária, deverão ser publicados em jornal com circulação em Diamantina, o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultados da AMUD, com o parecer do Conselho Fiscal. Art. 45 - O Conselho Deliberativo submeterá, anualmente, à aprovação da Assembléia Geral Ordinária, a proposta do orçamento elaborado pela Diretoria Executiva para o exercício financeiro seguinte, responsabilizando-se pela sua execução. Art. 46 - Os casos não previstos neste Estatuto, serão resolvidos pelo Conselho Deliberativo da AMUD. Diamantina, 06 de fevereiro de 2007.