Em busca de um modelo de composição_ABCIBER_2008

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    MOHERDAUI, L. Em busca de um modelo de composio para os jornais digitais. In: Anaisdo II Simpsio Nacional da ABCiber (Associao Brasileira de Pesquisadores emCibercultura). So Paulo - SP, 2008.

    Em busca de um modelo de composiopara os jornais digitais1

    Luciana Moherdaui2

    ResumoEsse artigo tem por objetivo problematizar o modelo atual de composio das capas dosseguintes sites jornalsticos1: G1(Globo Notcias), Folha Online, Terra Notcias, ltimo

    Segundo, estadao.com.br, CNN,MSNBC,The New York Times,ABC News, CBS, WashingtonPostLe Monde, Le Figaro, La Repubblica, Corriere Dela Sera, El Pais, El Mundo, BBCNews e Guardian Unlimited. A proposta categorizar critrios e cruzar procedimentosadotados e na composio on-line.

    Palavras-chave: design informacional, jornalismo e tecnologia

    1. ApresentaoDesde que o jornalismo comeou a ser praticado na world wide web, no inicio dos

    anos 1990, pesquisadores tm elaborado tipologias para definir conceitos, nomenclaturas,cronologia histrica, fases e caractersticas do produto (SALAVERRA, 2005;MIELNICZUK, 2003; SAAD, 2003; MACHADO, 2000; DEUZE, 2001; PAVLICK, 2001;ARMAANZAS, 1996; PALACIOS, 1999, 2002; SILVA JNIOR, 2001; 2006).

    Os diversos estudos publicados no Brasil e no exterior tambm se ocuparam empropor narrativas especficas (SALAVERRA, 2006, PAUL, 2005, MCADAMS, 2005,MURRAY, 2003, LANDOW, 1995), modelos de design (CAIRO, 2007; HARROWER,2002; BRINGHURST, 2004; GARCA, 1997; NIELSEN, 2000; DE PABLOS, 1999),sistemas de publicao (SCHWINGEL, 2003, 2004, 2008; GILMOR, 2004) e analisar asfunes do usurio e aferio de acesso (BOCZKOWSKI 2004, MOHERDAUI, 2005), entreoutros.

    Das diversas nomenclaturas diferentes para denominar a nova prtica jornalstica, as

    mais utilizadas so webjornalismo, definido por Luciana Mielniczuk (1998) como a produode contedo exclusivamente para a web, e jornalismo digital, de Elias Machado (2007) econsiderada a mais adequada do ponto de vista das possibilidades de produo, distribuio ecirculao, pois significa:

    1 O presente trabalho foi realizado com o apoio do UOL (www.uol.com.br), atravs do Programa UOL BolsaPesquisa, processo nmero 20080102180000.2 Jornalista e mestre pela Facom/UFBA. Bolsista do UOL, realiza doutorado na PUC/SP, em Comunicao eSemitica. Fez parte da equipe que criou o iG, autora do primeiro manual de jornalismo digital do Pas eintegra os grupos netart (PUC/SP) e Redpajd (Csper Lbero/SP). E-mail: [email protected]://lattes.cnpq.br/8620716474850938.

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    imagens, com a reorganizao do layout, pois defendia que as fotos tinham de contar histriae no serem publicadas como adereos. Tambm foi Arnold o responsvel pela modulaodos textos, em vez de publicar matrias em colunas extensas, e pela reduo da diagramaode oito para seis colunas.

    Outro profissional expressivo na rea Peter Palazzo (1926-2005), da Palazzo andAssociates, responsvel pelo redesenho do Sunday New York Herald Tribune, que circulounos Estados Unidos at 1966. A organizao das capas, com espaos em branco, uso degrandes fotos e arte e a diviso do contedo em editorias causaram grande impacto nomercado. O trabalho de Palazzo foi considerado vanguarda no incio da dcada de 1960. Suaimportncia foi tamanha que ajudou a criar a disciplina de design de jornais nasuniversidades.

    Os novos padres influenciaram jornais como o The New York Times, caracterizadopelo constante uso da cor cinza e pela primeira pgina carregada de massa textual. No inciodos anos 1970, o Times mudou o conceito grfico, diminuiu a diagramao para seis colunas eredesenhou a capa e as pginas internas, o que lhe conferiu o crdito de jornal mais modernodaquela dcada.

    Na esteira do Times, tambm ganharam novos contornosNewsday, Louisville Courier- Journal, Today, The Christian Science Monitore Minneapolis Tribune. De olho nocomportamento dos leitores, os jornais mesmo os pequenos passaram e ter cadernossemanais sobre variedades, esportes, moda e lazer, conforme explica o designerMario Garcia(1981, p. 3) em seu Contemporary Newspaper Design A structural approach:

    As readers acquire news and more diversified lifestyles, newspapers areforced to seek means to cater a especial audiences whose interests rage fromfashion to leisure to sports to food. Even the smallest dailies haveincorporated weekly sections as parte of their standard fare.

    Pautado pelas novas tendncias, o Chicago Tribune reorganizou suas editorias e

    incorporou cadernos especiais no apenas nos finais de semana, mas diariamente. O DallasMorning News criou Fashion!Dallas, que circulava as quartas-feiras com cor na capa, nfaseem fotografia e arte, combinando anncios e contedo editorial de modo atraente e efetivo,sob o lema: The design is the key to the success of Fashion! Dallas, o objetivo do jornal eraapresentar grande variedade de informao, fotos e arte, disposta graficamente em cadapgina.

    Todas essas mudanas implementadas valorizaram um novo profissional, sobretudonas grandes redaes: o designergrfico. Mario Garcia destaca a importncia dos anos 1970para a grande imprensa americana:

    The 1970s provide an impetus for improved newspaper design - but one thatwas usually more realistic for large dailies or newspapers with trained

    designers as part oh their staffs. This is likely to change the future, assmaller dailies and weeklies begin to discover the beneficial effects ofdesign on their publications. (Ibidem, p.3)

    Entretanto, rever conceitos e alterar totalmente a noo de organizao de um jornalno tarefa das mais fceis, preciso no dissociar o projeto grfico do projeto editorial, naspalavras de Mario Garcia5 (loc. cit.), cuja marca aparece atualmente nos redesenhos dosprincipais jornais do mundo: These special sections demand the greatest talents and skills interms de typography and design as well as content.

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    Muitos jornais passaram a adotar estratgias de design grfico para criar umaidentidade visual em suas pginas. Dos tradicionais, o Baltimore News American saiu comuma inovadora mistura de tipos, arte e fotos, e o Boston Herald American modernizou aprimeira pgina. O Washington Star optou por uma mudana drstica em suas pginas,

    especialmente nas internas, ao adotar um design baseado efetivamente em revistas.Se os anos 1970 foram marcados pelo alto grau de influncia dos elementos de design

    nas redaes, os anos 1980 forneceram razes para essa solidificao, at os dias atuais.Entretanto, preciso ponderar que tais mudanas aconteceram muitos anos depois dosurgimento dos primeiros dirios, em 16506. A primeira pgina do The New York Times, de1864, era diagramada com textos distribudos em seis colunas e a manchete ocupando o ladoesquerdo superior da pgina, escrita em uma linha em uma coluna. No havia imagens, arteou grficos e a impresso era feita em preto e branco. A capa do Times de 1980 aparecediagramada em seis colunas, com trs fotos coloridas em destaque e manchete com tiposgrandes de centralizada, ocupando quatro colunas.

    Ainda que tenha levado mais de trs sculos para incorporar o design ao jornalismo,ou para que o design surgisse para o jornalismo, guardadas as restries econmicas,tecnolgicas e culturais, no se pode negar que resultou em uma mudana completa deparadigmas e de prticas nas redaes, sobretudo porque os novos formatos adotados setornaram padro em todo o mundo. Nesse sentido, no sem razo que o estudo dacomposio das pginas nos jornais digitais deve atentar para os mtodos de criao e deproduo utilizados largamente por profissionais como Edmundo Arnold e Peter Palazzo, poisalgumas das lies passam pelo entendimento do meio, da sua relao com o leitor e da suaabrangncia.

    Fazer essa correlao de projetos importante para a nova mdia porque, apesar de aworld wide web7 ter sido desenvolvida para ser dinmica, a produo jornalstica e grfica serestringe a uma superfcie em branco, diagramada em colunas e com predomnio de texto(NELSON, 2001). Ou seja, o jornalismo entrou para a rede mundial de computadores com

    influncia completa da verso impressa por uma srie de razes que perpassam a economia ea infra-estrutura, principalmente. Assim a releitura da bibliografia sobre design grfico dejornais contribuir para o entendimento das novas prticas estabelecidas por conta do adventoda produo noticiosa na internet e conseqentemente nortear os estudos sobre a composiodas pginas on-line, objeto desse texto.

    3. Composio das pginasA criao da world wide web, anunciada pelo engenheiro britnico Tim Bernes Lee,

    no incio dos anos 90, mudou as relaes dos leitores com os jornais, dos jornais com os jornalistas e dos jornalistas com a rede8. Do ponto de vista dos leitores, a web ampliou aparticipao na produo de contedo. Do ponto de vista da produo jornalstica, alterou oconceito de notcia. Do ponto de vista empresarial, mudou a distribuio e a circulao de

    informao9. Mas no se pode afirmar o mesmo do ponto de vista do design informacional10.Nesse caso, as empresas jornalsticas deram um passo atrs: a nova plataforma de

    publicao, projetada para repensar os modelos analgicos em vigor, simula o papel, naspalavras de Ted Nelson (2001), com diagramao em colunas, predomnio de texto e poucouso de recursos multimdia e do potencial de criao da nova mdia11. O que foi consideradodesign grfico de vanguarda no jornalismo impresso h mais de 30 anos hoje praticamentetransposto para a rede, apesar de a internet ser uma nova forma social que produz uma novaprtica social e, por isso, possibilita aes especificas (ECHEVERRA, 1999; CASTELS,1999). Isso acontece porque os designers levaram a experincia da mdia impressa para arede:

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    (...) Many of them were trained as graphic designers for print, and theybought the skills and assumptions of graphic design to the web. They knewhow to wave together words and images in order to communicate in thetwo-dimensional space of print page. They assumed that a web site couldfunction like a newspaper or magazine as form visual communications.Some designers came to web designer because they were attracted by thepotential of this new form. (BOLTER e GROMALA, 2003. p.6).

    Outra questo importante que se coloca a de que designer nem arquiteto dainformao podem ter uma viso estruturalista da pgina, forma e contedo no podem serseparados. Para Jay David Bolter e Diane Gromala (op. cit., p.3-6), o erro de Jakob Nielsen eDonald Norman, da Nielsen Norman Group (http://www.nngroup.com) assumir que a nicameta tornar a interface transparente, quando na realidade o ideal estabelecer um ritmoapropriado entre ser transparente e reflexivo. Tambm incorreto achar que o melhor design claro, simples e natural. Para os autores a condio de existncia da nova mdia a

    remediao, ou seja, a representao de uma mdia em outra, oscilando entre imediao(transparncia) e hipermediao (opacidade). Uma torna a interface invisvel e a outra d aousurio a conscincia de sua interao.

    Formatos de mdia no so apenas canais de informao, e o designertem de enxergaro computador como uma nova mdia que permite transformar a experincia multimdia. Nadcada de 1940, era visto como uma enorme mquina de calcular, projetada por Alan Turing,para resolver problemas de engenharia e cincia. Mesmo quando Ted Nelson, no final dosanos 1960, cunhou o termo hipertexto, pois o computador permitia um novo tipo de leitura ede escrita, ainda no era percebido como uma mdia. Apenas em 1968, a denominaoaparece pela primeira vez no artigo The Computer as a Communication Device, de J.C.R.Licklider (1915-1990) e Robert W. Taylor12:

    We can say with genuine and strong conviction that a particular form ofdigital computer organization, with its programs and its data, constitutesthe dynamic, moldable medium that can revolutionize the art of modelingand that in so doing can improve the effectiveness of communication amongpeople so much as perhaps to revolutionize that also. (1968, p. 27)

    Em seu artigo, Licklider e Taylor (op. cit., p. 21) defendiam que a comunicao nopodia se restringir apenas ao envio e recebimento de informaes, sobretudo em um momentoem que a tecnologia avanava e permitia ao leitor interagir com a informao, no de modopassivo, como acontecia, ao ler livros comprados em livraria, por exemplo, mas comoparticipantes ativos num processo continuado. Naquela poca, os pesquisadores j pensavam acomunicao como um dispositivo todos-todos (LEVY, 1999, p. 63). Com o advento da web,

    o computador passa a representar e reconfigurar formatos culturais existentes (BOLTER eGROMALA, op. cit., p. 12) por meio da tecnologia, como jornais, revistas, filmes e tev.Nesse sentido, para Jay David Bolter e Diane Gromala, o projeto grfico passa pelas seguintesnoes: a) o computador tornou-se um novo meio; b) o design como artefato muda para odesign como experincia; e c) o design digital no pode ser invisvel.

    Partindo do pressuposto de que o computador uma nova mdia e que o usurio no oopera, mas interage com ele, a lgica do design grfico digital a de que o projeto tem que serelaborado para ser experimentado e no simplesmente utilizado. Pois a condio dainformao na rede a ao (BOLTER e GROMALA, op. cit., p. 24, MANOVICH, 2001, p.227), que exige que a interface seja dinmica e no uma srie de telas estticas. Um caminho

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    para esse tipo de formatao estudar a constituio da arte digital. Ela pode contribuir paracriar uma tipologia do design on-line e critrios de composio das pginas, uma vez que suaessncia resulta na interao entre usurio e criao. Sem o usurio, arte digital ficariaincompleta, pois ela os convida a criar significados. Sua interface definida totalmente pela

    relao com o usurio ou pela interao13.A estratgia do design na web deve passar pelo entendimento de que a criao

    pressupe ser janela e espelho, e no ser invisvel como planejada normalmente, segundoexplicam Bolter e Gromala:

    Think of the computer screen as a window, opening up onto a visual worldthat seems to be behind or beyond it. This is the world of information thatthe computer offers. Texts, graphics, digitalized images, and sound.Concentrating on the text or images, the user forgets about the interface(menus, icons, cursor), and the interface becomes transparent. HCI (human-computer interface) specialists and some designers speak as if that were theonly goal of interface design: to fashion a transparent window onto a world

    of information (op. cit., p. 26).

    A lgica dos autores na defesa de rever o modelo concebido para a arte digital comoparmetro para a criao na web parte da assertiva que a interface desenhada atualmente nose parece, em alguns momentos, uma janela, mas um espelho que reflete o usurio e suarelao com o computador. Para que funcione, preciso, como avisa Bolter e Gromala(Ibidem, p. 27), mudar o modo como o usurio interage com a interface, pois olhar somenteatravs da interface no permite dimensionar como formada a experincia de interao.

    4. Elementos do design informacionalLonge da idia de a interface ser janela e espelho, os jornais digitais seguem ainda

    estruturados a partir da lgica de concepo dos projetos grficos de suas verses impressas.Ou tanto atrs, se a anlise for ampliada para o uso de critrios de composio na edio dascapas. sabido, entretanto, que o conceito de nova mdia surge a partir da convergncia entreformas culturais contemporneas (interfaces digitais, hipertexto e bases de dados) e modelosanteriores, como o cinema, de acordo com Lev Manovich. O pesquisador russo consideracomo forma cultural modalidades tecnolgicas pelas quais pode haver uma relao homem-contedo:

    All existing media are translated into numerical data acessible for thecomputer. The result: graphics, moving images, sounds, shapes, spaces andtexts become computable, that is, simply sets of computer data. In short,media become new media (op.cit., p.25).

    Para Manovich, a nova mdia no pode ser entendida em uma lgica de transposiode uma forma cultural existente, ou no sentido da metfora (MC ADAMS, 1995, BOLTER eGROMALA, 2003) - projetar um novo modelo14 remetendo-o a modelos anteriores. Pelocontrrio, deve operar no sentido de migrao ou de deslocamento,como forma de ampliaodos atuais modelos narrativos. Nesse sentido, a construo de uma interface planejada para o

    jornalismo , na viso de Silva Jr. (2001), condicionada pela hipermdia, caracterstica damdia digital.

    Desse modo, a questo que Manovich coloca a seguinte: como a mudana paranarrativas baseadas em computador (teleao) redefine a natureza das narrativas precedentes eque novas possibilidades emergem desse marco tecnolgico e cultural? A essa questo

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    coloca-se a problematizao do design informacional, uma vez que o projeto editorial estintrinsecamente ligado ao projeto grfico.

    Para responder a essa pergunta preciso, porm, ampliar os conceitos de arquiteturada informao e de interface. Se no jornalismo impresso, a exigncia a de um perfil com

    bom texto, conhecimentos gerais e domnio de uma lngua estrangeira, na rede muito maisque um redator de contedo, assume uma nova postura, ele um arquiteto da informao,pois est inserido na concepo dos princpios sistemticos, estruturais e organizacionais parafazer algo funcionar a estrutura elaborada de um artefato, idia ou poltica que se evidenciapor ser ntida. (WURMAN, 1996, p. 16). No mesmo grupo, est o designerinformacional,responsvel por planejar um ambiente visual que organiza o material a ser apresentado na telado computador (GARCIA, 1997, p.5).

    No caso da arquitetura da informao, Lpez, Gago, Pereira (2003) e Machado (2004)propem que seja entendida da seguinte forma: 1) na dcada de 1960, predomina o sistema deorientao na busca; 2) nos anos 1990, orientao na busca e recuperao de informao; e 3)a partir dos anos 2000, o roteiro para criao de narrativas multimdias. J o designer dainformao, deve ter habilidades em: 1) gerenciamento; 2) arte visual; 3) linguagem; 4)tecnologia e 5) jornalismo, conforme defende o designer Mario Garcia (op. cit., p. 22-29).Garcia destaca que, no caso do jornalismo, o conhecimento da rea contribui para a melhorapresentao do contedo em uma pgina digital e enumera cinco competncias: hierarquia,brevidade, acuracia, relatividade (localizar contedos j destacados e indicar arquivo e busca)e consistncia (oferecer background).

    Alm dessas competncias preciso que o designer e o arquiteto de informaoutilizem o conceito de newsmaking, de valor-notcia de composio, pois o uso de prticassociais j estabelecidas restringem produo superfcie da tela, transformando o navegadorem um paginador (BEILGUELMAN, 2003, p. 37, 67).

    De modo geral, a composio est sendo estruturada (e tem evoludo) ao longo dosltimos anos levando em conta principalmente: a) aumento do uso da banda larga no mundo;

    b) baixo custo de acesso internet; c) crescimento do interesse dos usurios por sitesnoticiosos; d) inovaes tecnolgicas que possibilitam desenvolver contedo jornalstico nociberespao, com as caractersticas exclusivas do novo suporte; e) tendncias de designobservadas a partir de anlise de perfil de consumo do usurio e do tipo de configurao deseu computador.

    A anlise das capas dos jornais G1(Globo Notcias), Folha Online, Terra Notcias,ltimo Segundo, estadao.com.br, CNN, MSNBC, The New York Times, ABC News, CBS,Washington Post Le Monde, Le Figaro, La Repubblica, Corriere Dela Sera, El Pais, El

    Mundo, BBC News e Guardian Unlimited, realizada entre 20 e 31 de julho, aponta para acategorizao feita acima. H uma srie de elementos padronizados que formam o conjuntodas pginas: 1) exibio de estatsticas (matrias mais lidas, mais comentadas, mais enviadaspor e-mail, ou nuvens de assuntos relacionados); 2) ferramentas de interatividade e de

    servios (SMS, RSS, newsletter, podcast, personalizao, comentrios, enquetes, correes efale conosco, entre outros), formatos de contedos (links relacionados, blogs, pginasespeciais, reportagem multiforme, texto multilinear, pacotes multimdia, comunidades e opensource); 3) multimdia (udio, vdeo, slide show, infogrfico animado, fotos e galeria defotos); 4) rea de registro e login; 5) verses analgicas dos jornais, rdios ou emissoras detev; 6) sistema de busca avanado (por data, texto e multimdia); 7) resoluo de tela (amaioria apresenta configurao 1024); 8) acesso ao contedo se d por mouse; 9) menus sopredominantemente horizontais; 10) servios pagos e gratuitos; 11) anncios de mdia rica eestticos (como os links patrocinados). Em busca de uma identidade visual e para fidelizar o

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    usurio, alguns sites jornalsticos tm elementos diferenciados, como os widgets doestadao.com.brou as verses em outras lnguas e a acessibilidade para deficientes, da BBC15.

    O contedo segue a lgica dos jornais impressos, cuja composio (capas, internas eespeciais) criada a partir das teorias do jornalismo gneros e critrios e noticiabilidade,

    entre outros. Em uma pgina em branco, diagramada em colunas (que vo de 3 a 12), oequilbrio (BRINGHURST, op. cit., p. 71) se d entre quatro principais elementos bsicos quedevem ser levados em conta no desenho desse quebra-cabea: manchetes (fonte, tamanho eespao ocupado), texto (tamanho e importncia) fotos e legendas devem impactar o contedoapresentado, conforme explica o jornalista e designer Tim Harrower em The Newspaper

    Designers Hanbook(2002, p.22):

    Newspaper pages are like puzzles - puzzles can that fit together in a numberof different ways. Though pages may seem complicated at first, youll findonly four basic elements four kinds of puzzles pieces are essential. Andbecause these four elements get used and over again, they occupy 90% ofall editorial turf. Once you master these four basic building blocks, youve

    mastered page design.

    No caso do jornalismo digital, a estrutura a seguinte: em uma superfcie em branco,h manchetes, fotos, hipertexto e multimdia destacadas pelos critrios de importncia eatualizao. No h definio de nmeros de chamadas, como acontece na mdia tradicional.As capas exibem milhares de informaes conectadas umas s outras, e as alteraes sofeitas na medida em que um novo fato surge ou pela temporalidade do texto. Talvez isso sejaexplicado pela falta de uma complexificao sobre critrios de seleo dos elementos quecompe as pginas, pois mais importante que aplicar o newsmaking ao contedo destacado, preciso elaborar valores-notcia de composio grfica.

    Outra questo que se coloca nessa discusso o conceito de interface, confundido como de superfcie ao longo de mais de uma dcada. O termo se refere a softwares que do forma

    interao entre usurio e computador. A interface atua como uma espcie de tradutor,mediando entre as duas partes, tornando uma sensvel para a outra. Essa mediao se tornanecessria porque a lgica do pensamento humano se d por meio de palavras, conceitos,imagens, sons e associaes, sendo difcil compreender a linguagem de sinais e smbolosnumricos usada pelo computador. (JOHNSON, 2001, p. 17). Para Jef Raskin (2002, p.2), ainterface qualquer modo como um usurio executa tarefas em um dispositivo, e que faz comque ele responda. J Andr Lemos (1997) trabalha com a idia de manipulao direta (directmanipulation), ou seja, a interface atua como um mediador cognitivo, e essa mediao criada por meio de uma ao global com mltiplos agentes em uma manipulao direta dainformao.

    Para o entendimento do significado de interface preciso, porm, redefinir a relaoentre homem e mquina, amplamente discutida por autores como Gilbert Simondon (1958),

    Anthony Giddens (1991), Flix Guatarri e Gilles Deleuze (1976), e que pe fim a abordagensromntica (a esttica ciborgue no deve ser uma herana onde o corpo a parte desprezvel eele deve ser a mquina) e cartesiana (a parte mental superior e o corpo a parte maqunica,que obedece a comandos pr-programados) para dar lugar idia de que a mquina entendida como um fenmeno heterogneo, em que h uma subjetividade particular ou vrias,mas no existe uma mquina em si.

    Com isso, a idia segundo a qual tcnica e ambiente so distintos, mas imbricados,possibilita a criao de interfaces que so ao mesmo tempo janela e espelho, pois a tcnica condio para uma interveno humana adequada, e o ambiente o meio associado queassegura o desempenho tcnico. A mquina, no entendimento de Simondon (1958, p. 60),

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    representa a materializao do pensamento humano, que forja conexes mentais e depois asinscreve no objeto.

    5. ConclusesO panorama apresentado at agora indica que, do ponto de vista jornalstico, a reviso

    dos conceitos de arquitetura da informao, de interface e da relao homem-mquinacontribui para a criao de projetos de design grfico digitais, a partir das caractersticas danova mdia e das mdias tradicionais. Esse trabalho resultaria naquilo que Manovich chamade deslocamento ou migrao, considerando a remediao (BOLTER e GRUSIN, 2000) ou areconfigurao dos formatos existentes (BASTOS, 2000; BEILGUELMAN, 2003).

    Tendo como base terica fundamental o valor-notcia de composio (GOLDING eELLIOTT, apud WOLF, 1985) e as tipologias do design grfico pensadas para ao jornalimpresso, possvel fazer um estudo dos elementos fundamentais de composio e ampli-lospara as caractersticas do jornalismo digital, como hipertextualidade, multimidialidade ememria (DEUZE, 2001; PALACIOS, 1999), e tambm para as caractersticaspotencializadas na web nos sites jornalsticos: instantaneidade, interatividade, personalizao,imerso e dinamismo (MACHADO, 1997; PALACIOS, 1999; DEUZE; 2001; PAVLICK,2000; MURRAY, 2003; SALAVERA e NOCI, 2006).

    Os critrios de relevncia so utilizados para avaliar a seleo de uma notcia e oprocesso de produo, ou seja, no esto presentes apenas na informao, conforme explicamPeter Golding e Philip Elliott:

    Os valoresnotcia utilizam-se de duas maneiras. So critrios de seleodos elementos dignos de serem includos no produto final, desde o materialdisponvel at a redao. Em segundo lugar, funcionam como linhas-guiapara a apresentao do material, sugerindo o que deve ser realado, o quedeve ser omitido, o que deve ser prioritrio na preparao das noticias a

    serem publicadas. Os valores-notcia so, portanto, regras prticas queabrangem um corpus de conhecimentos profissionais que, implicitamente, e,muitas vezes, explicitamente, explicam e guiam os procedimentosoperacionais em uma redao. (apud WOLF, op. cit., p.195-196).

    A esses conceitos h que se considerar, sobretudo, os fatores condicionantes para oinicio de um projeto: a world wide web constituda basicamente por links (WEINBERGER,2000), ou seja, a web hipertextual (NELSON, 2001). Sendo assim, um link no pode terespaos determinados em uma pgina ou ser includo revelia. Pelo contrrio, tem que sereditado conforme valores-notcia de composio. Mesmo procedimento ser aplicado aoselementos interativos, estruturas de busca, tags, multimdia, fotos (galeria, randmicas,estticas, slide show com ou sem udio), texto, nmero de chamadas, posio dos mdulos

    de contedo e posio dos anncios. Pois as interfaces so precrias e precisam serreformatadas. At agora, o design grfico digital est em fase de experimentao porque noh critrios de composio - a mdia apenas mimetiza, no remedia.

    6. BibliografiaARMAANZAS, E. et al. El periodismo electrnico: informacin y servicios multimedia en laera del ciberespacio. Barcelona: Ariel Comunicacin, 1996.BASTOS, H. Jornalismo electrnico: internet e reconfigurao de prticas nas redaes.Coimbra: Minerva, 2000.BEIGUELMAN, G. O livro depois do livro. So Paulo: Peirpolis, 2003.

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    Notas1A nomenclatura se justifica porque os sites noticiosos usados como corpus nesta pesquisa so diagramados emuma pgina em branco (o browser) e, apesar de serem originrios de veculos diferentes (como tev e impresso),apresentam mesmo formato: contedo prprio agncias de notcias + fotos + multimdia + links. Trata-se danoo de remedio, ou seja, a representao de um meio em outro (BOLTER & GRUSIN: 1998).2 O texto desse tpico baseado em uma livre traduo das pginas 1 a 17 do livro Contemporary NewspaperDesign A structural approach, do designer Mario Garcia, publicado em 1981 nos EUA pela editora Prentice-Hall.3 Para saber mais sobre a SND, acessar o endereo http://www.snd.org.

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    4 Para saber mais sobre Edmund Arnold, ver Bernstein, A. Edmund Arnold, 93; Designed Newspapers. EUA,Washington Post, 2007. Disponvel em http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2007/02/08/AR2007020802133.html. Acesso jul. 2008.5 Para conhecer os projetos do designer Mario Garcia, ver http://garciamedia.com. Acesso em jul. 2008.6 O primeiro jornal dirio publicado foi Einkommende Zeitug, em 1650 na Alemanha. O Daily Courantsemanteve at 1735. Os primeiros dirios franceses surgiram em 1777 para surgirem em Paris. A impresso nasceuem 1438 e ganhou difuso na segunda metade do sculo XV. A imprensa peridica s nasceu mais de um sculoe meio aps a inveno da tipografia, tendo sido um verdadeiro florescimento de escritos de informao dosmais diversos. Desde o sculo XVI, pelo menos, as notcias j tinham se tornado verdadeira mercadoria. In:TERROU, A. Histria da Imprensa; traduo de Edison Darci Heldt. So Paulo: Martins Fontes, 1990.7 A world wide web foi desenvolvida pelo engenheiro britnico Tim Bernes Lee e anunciada no inicio da dcadade 1990. Para saber mais sobre a parte multimdia da internet, acessar http://www.w3.org/People/Berners-Lee.8 PAVLICK, J. Journalism tools for the Digital Age. In: 7 Frum Mundial de Editores. Rio de Janeiro, 07. jun.2000.9Para saber sobre as mudanas na nova mdia e as funes do usurio na produo de contedo, ver:MOHERDAUI, L. O usurio de notcias no jornalismo digital. Um estudo da funo do sujeito no A Tarde OnLine e no ltimo Segundo, 2005. 120 fls. Dissertao (Mestrado em Comunicao), Programa de Ps-Graduaoem Comunicao e Cultura Contemporneas. Faculdade de Comunicao da Universidade Federal da Bahia,Salvador. Disponvel em www.facom.ufba.br/jol. Acesso em jun. 2008.10Para Mario Garcia, information design is not a new discipline. Whoever created the first Sears catalog was ainformation designer with a lot of information to present in a limited amount of space and in a restricted format.Anyone who first constructed a university catalog probably had an even more difficult to face, as did the persondesigning the menu or wine list of a large restaurant. Annual reports, stock listings, sports results, gallerysamplings, and auction offerings, not to mention the more established examples of information design innewspapers, magazines, and television programming are all compiled by information designers. Informationdesigners, regardless of the medium in which they work carry out basic formula as they conceptualize the meansto present information. This is a time-tested way of going through a checklist that ensures that various strategiesare in place before a final concept is created. As this is done, the information designer reviews a multi-taskprocess that includes bringing together message, audience, size of the canvas on which information will bepresented, potencial for visual development, and legibility In: GARCIA, M. Redesigning Print for the Web.EUA: Paperback, 1997, p. (p. 13-14).11 Para saber mais sobre os formatos das pginas noticiosas na web, acessar Contra a clicagem burra, disponvel

    em www.contraaclicagemburra.blogspot.com. Acesso em jun. 2008.12LICKLIDER, J.C.R e TAYLOR R, W. The Computer as a Communication Device, 1968. Disponvel emhttp://gatekeeper.dec.com/pub/DEC/SRC/publications/taylor/licklider-taylor.pdf. Acesso em jul. 2008.13 Para aprofundar o conceito de computador como uma nova mdia e sobre a mudana do conceito de design,ver BOLTER, J. D. e GROMALA, D. Windows and Mirrors. EUA: The MIT Press, 2003, p. 14-26.14 O conceito de ideal do matemtico alemo Richard Dedekind (1831-1916) faz sentido nessa pesquisa porqueo autor o definiu como um sistema algbrico que atendia a certas condies. Mediante sistematizao,Dedekind preferia enfatizar propriedades fundamentais dos objetos matemticos, em oposio ssuas representaes particulares. Ou, seja, por modelo ideal de composio, entende-se enfatizar as propriedadesfundamentais dos objetos.15 Para saber mais sobre as ferramentas de composio, consultar http://www.estadao.com.br. Acesso em jul.2008.