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299 Avaliação Psicológica, 2013, 12(3), pp. 299-305 Em defesa do TAT: uma revisão crítica das pesquisas sobre o teste no Brasil Alessandro Antonio Scaduto 1 , Valéria Barbieri Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto-SP, Brasil 1 Endereço para correspondência: Av. Bandeirantes, 3900, Monte Alegre, 14040-901, Ribeirão Preto-SP.. Tel.: (16) 3602-3789. Fax: (16) 3633-2660. E-mail: [email protected] RESUMO O artigo tem por objetivo sensibilizar profissionais e pesquisadores para a necessidade de pesquisas com o Teste de Apercepção Temática (TAT) no contexto brasileiro. Inicialmente, são mencionados os avanços e desafios atuais da Avaliação Psicológica no país, em especial com relação ao uso das chamadas técnicas projetivas. Em seguida, apresenta-se um breve panorama do uso do TAT internacionalmente e no Brasil, discutindo-se a necessidade de investir em pesquisas sobre as características do instrumento em si, tendo em vista a ausência de estudos recentes nessa direção no país. Por fim, são apresentadas sugestões no sentido de se retomar tais pesquisas, visando resgatar as possibilidades investigativas do TAT, bem como caracterizar seus alcances e limitações como teste psicológico. Palavras-chave: teste de apercepção temática (TAT); técnicas projetivas; avaliação psicológica. ABSTRACT – In defense of the TAT: A critical review of the test research in Brazil The article aims to draw the attention of professional and research psychologists for the need of studies on the Thematic Apperception Test (TAT) in the Brazilian context. First, the status of Psychological Assessment in the country is discussed, in terms of its advances and challenges, with an emphasis on the use of projective techniques. Later, a brief panorama is presented regarding the use of TAT in Brazil and abroad, along which the need of Brazilian studies on this instrument is discussed, especially regarding its intrinsic properties; as such studies have not been carried out recently in the country. Finally, suggestions are presented for resuming such studies, so that the potential of the TAT, as well as its scope and limitations as a psychological test can be known. Keywords: Thematic Apperception Test (TAT); projective techniques; psychological assessment. RESUMEN – En defensa del TAT: Una revisión crítica de las investigaciones sobre el test en Brasil Este artículo tiene por objetivo sensibilizar profesionales e investigadores para la necesidad de investigaciones con el Test de Percepción Temática (TAT) en el contexto brasileño. Inicialmente, son mencionados los avances y desafíos actuales de la Evaluación Psicológica en el país, en especial con relación al uso de las llamadas técnicas proyectivas. En seguida, se presenta un breve panorama del uso internacional del TAT y su uso en Brasil, discutiéndose la necesidad de invertir en investigaciones sobre las características del instrumento en sí, haya vista la ausencia de investigaciones recientes en esta dirección en el país. Finalmente, se presentan sugerencias en el sentido de retomar tales investigaciones, para rescatar las posibilidades investigativas del TAT, así como caracterizar sus alcances y limitaciones como test psicológico. Palabras clave: Test de Percepción Temática (TAT); técnicas proyectivas; evaluación psicológica. No atual momento da Avaliação Psicológica no Brasil, são observadas importantes mudanças na regula- mentação, pesquisa e prática profissionais, relatadas em diversos trabalhos (Alves, 2009; Noronha & Reppold, 2010; Primi, 2010), demonstrando a superação de difi- culdades teóricas e técnicas da área em geral e dos testes psicológicos em si. Contudo, diversos desafios ainda de- vem ser ultrapassados, ao mesmo tempo em que esfor- ços continuados se fazem necessários para que os instru- mentos já incluídos no Sistema de Avaliação dos Testes Psicológicos (SATEPSI) continuem aprovados para uso profissional. Nesse contexto, o presente trabalho visa chamar a atenção para a necessidade de pesquisas usando o Teste de Apercepção Temática (TAT), a partir de uma revisão crítica das pesquisas brasileiras sobre este teste. A fonte utilizada para essa revisão foi a base de da- dos BVS-Psi. Foram pesquisados artigos que contives- sem a palavra-chave “Teste de Apercepção Temática”, enfatizando-se no presente trabalho as publicações dos últimos 10 anos. Nesta pesquisa, não foram encontrados ARTIGO

Em Defesa Do TAT

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Temática (TAT) no contexto brasileiro. Inicialmente, são mencionados os avanços e desafios atuais da Avaliação Psicológica no país, em especial com relação ao uso das chamadas técnicas projetivas. Em seguida, apresenta-se um breve panorama do uso do TAT internacionalmente e no Brasil, discutindo-se a necessidade de investir em pesquisas sobre as características do instrumento em si, tendo em vista a ausência de estudos recentes nessa direção no país. Por fim, são apresentadas sugestões no sentido de se retomar tais pesquisas, visando resgatar as possibilidades investigativas do TAT, bem como caracterizar seus alcances e limitações como teste psicológico. Palavras-chave: teste de apercepção temática (TAT); técnicas projetivas; avaliação psicológica.

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299 Avaliao Psicolgica, 2013, 12(3), pp. 299-305Em defesa do TAT: uma reviso crtica das pesquisas sobre o teste no BrasilAlessandro Antonio Scaduto1, Valria BarbieriFaculdade de Filosofa, Cincias e Letras de Ribeiro Preto, Universidade de So Paulo, Ribeiro Preto-SP, Brasil1Endereoparacorrespondncia:Av.Bandeirantes,3900,MonteAlegre,14040-901,RibeiroPreto-SP..Tel.:(16)3602-3789.Fax:(16)3633-2660. E-mail: aascaduto@uol.com.brRESUMOOartigotemporobjetivosensibilizarprofissionaisepesquisadoresparaanecessidadedepesquisascomoTestedeApercepo Temtica (TAT) no contexto brasileiro. Inicialmente, so mencionados os avanos e desafios atuais da Avaliao Psicolgica no pas, emespecialcomrelaoaousodaschamadastcnicasprojetivas.Emseguida,apresenta-seumbrevepanoramadousodoTAT internacionalmente e no Brasil, discutindo-se a necessidade de investir em pesquisas sobre as caractersticas do instrumento em si, tendoemvistaaausnciadeestudosrecentesnessadireonopas.Porfim,soapresentadassugestesnosentidodeseretomar taispesquisas,visandoresgataraspossibilidadesinvestigativasdoTAT,bemcomocaracterizarseusalcanceselimitaescomo teste psicolgico.Palavras-chave: teste de apercepo temtica (TAT); tcnicas projetivas; avaliao psicolgica.ABSTRACT In defense of the TAT: A critical review of the test research in BrazilThe article aims to draw the attention of professional and research psychologists for the need of studies on the Thematic Apperception Test (TAT) in the Brazilian context. First, the status of Psychological Assessment in the country is discussed, in terms of its advances and challenges, with an emphasis on the use of projective techniques. Later, a brief panorama is presented regarding the use of TAT inBrazilandabroad,alongwhichtheneedofBrazilianstudiesonthisinstrumentisdiscussed,especiallyregardingitsintrinsic properties;assuchstudieshavenotbeencarriedoutrecentlyinthecountry.Finally,suggestionsarepresentedforresumingsuch studies, so that the potential of the TAT, as well as its scope and limitations as a psychological test can be known.Keywords: Thematic Apperception Test (TAT); projective techniques; psychological assessment.RESUMEN En defensa del TAT: Una revisin crtica de las investigaciones sobre el test en BrasilEste artculo tiene por objetivo sensibilizar profesionales e investigadores para la necesidad de investigaciones con el Test de Percepcin Temtica (TAT) en el contexto brasileo. Inicialmente, son mencionados los avances y desafos actuales de la Evaluacin Psicolgica enelpas,enespecialconrelacinalusodelasllamadastcnicasproyectivas.Enseguida,sepresentaunbrevepanoramadeluso internacionaldelTATysuusoenBrasil,discutindoselanecesidaddeinvertireninvestigacionessobrelascaractersticasdel instrumento en s, haya vista la ausencia de investigaciones recientes en esta direccin en el pas. Finalmente, se presentan sugerencias en el sentido de retomar tales investigaciones, para rescatar las posibilidades investigativas del TAT, as como caracterizar sus alcances y limitaciones como test psicolgico.Palabras clave: Test de Percepcin Temtica (TAT); tcnicas proyectivas; evaluacin psicolgica.NoatualmomentodaAvaliaoPsicolgicano Brasil, so observadas importantes mudanas na regula-mentao,pesquisaeprticaprofissionais,relatadasem diversostrabalhos(Alves,2009;Noronha&Reppold, 2010;Primi,2010),demonstrandoasuperaodedifi-culdades tericas e tcnicas da rea em geral e dos testes psicolgicos em si. Contudo, diversos desafios ainda de-vemserultrapassados,aomesmotempoemqueesfor-os continuados se fazem necessrios para que os instru-mentosjincludosnoSistemadeAvaliaodosTestes Psicolgicos(SATEPSI)continuemaprovadosparauso profissional.Nessecontexto,opresentetrabalhovisa chamar a ateno para a necessidade de pesquisas usando o Teste de Apercepo Temtica (TAT), a partir de uma reviso crtica das pesquisas brasileiras sobre este teste.A fonte utilizada para essa reviso foi a base de da-dosBVS-Psi.Forampesquisadosartigosquecontives-semapalavra-chaveTestedeApercepoTemtica, enfatizando-senopresentetrabalhoaspublicaesdos ltimos 10 anos. Nesta pesquisa, no foram encontrados ARTIGO300 Avaliao Psicolgica, 2013, 12(3), pp. 299-305Scaduto, A. A., & Barbieri, V.estudosqueabordassemaspropriedadespsicomtricas doinstrumento,exceodotrabalhodeSilva(1983). Esse referido estudo foi incluso no manual mais recente doTAT(Murray,1943/2005),abordandoaquestodo carter antigo de seus cartes, demonstrando no haver diferena na produo diante dos estmulos originais do instrumento ou de cartes com detalhes modernizados. Tal escassez de estudos sobre o TAT levanta a necessidade de esforos nessa direo.OttulodestetrabalhofazalusoaoartigoEm DefesadaAvaliaoPsicolgica(Noronhaecols., 2002), em que diversos pesquisadores da rea atentaram paraanecessidadedeaprimoraroconhecimentoacer-cadostestespsicolgicoseaformaoprofissionaldos psiclogos, como forma de contornar os argumentos da-queles que advogavam uma posio anti-instrumentos (p.174).UmdosmarcosdarevitalizaodaAvaliao Psicolgica no Brasil (Alves, 2009), tal manifesto aponta paraoscaminhosaseremtrilhadostambmpeloTAT, considerando os desafios relacionados ao status das tc-nicasprojetivasemgeraleodebatesobreapesquisae prtica com este instrumento.Umdessesdesafiossereferedelimitaodosal-cances e limites desse tipo de instrumento no contexto da AvaliaoPsicolgicaedaPsicologianumsentidomais amplo.Bandeira,Trentini,WinckeLiberknecht(2006) relembramaimportnciadenoseentenderprojeo apenas como um mecanismo de defesa (conforme clas-sicamente definido na psicanlise freudiana), mas como o processo no qual o sujeito expressa, no meio externo, seus conflitos, pensamentos e sentimentos (p. 131). Os mesmos autores tambm propem a complementarida-de entre testes psicomtricos e projetivos, alm de fazer coro necessidade de uma adequada capacitao profis-sional para prticas de Avaliao Psicolgica.Fensterseifer e Werlang (2008), discutindo a cientifi-cidade das tcnicas projetivas, abordam possibilidades de compreenso sobre as mesmas a partir de outros mode-los que no o psicanaltico. Eles enfatizam a importncia dessas interpretaes para a obteno de dados ideogrfi-cos sobre o examinando, ou seja, relativos comparao intrasujeito,variaododesempenhodoexaminando em momentos diferentes (Tavares, 2003), relacionados a suapercepodomundoexterno,porsuavezmediada porfatoresinternos.Ainda,apresentamumpanorama das crticas a essas tcnicas (fracos ndices psicomtricos e a baixa qualidade metodolgica das pesquisas com tais instrumentos).Considerandoacomplexidadedosconstrutos abordadospelastcnicasprojetivas,sonecessriosins-trumentosdeinvestigaoqueabordemainter-relao entrediversasvariveis(Ainsworth,1951;Fensterseifer & Werlang, 2008; Villemor-Amaral, 2006). Dessa forma, as tcnicas projetivas se opem proposta de anlise de fenmenos isolados, os quais podem ser mais adequada-menteinvestigadosapartirdospressupostosdaTeoria Clssica dos Testes e da Psicometria tradicional. No se tratadeafirmarqueaspropriedadespsicomtricasdas tcnicasprojetivasnosopassveisdeanlise,masde queasestratgiasdevemserrepensadasparatanto,em virtude da inadequao dos pressupostos da Psicometria tradicionalparaavali-las(Cramer,2004;Holt,1999; Jenkins, 2008; Lundy, 1985). Nesse sentido, diversos au-tores tm demonstrado, na literatura internacional, avan-os na demonstrao da validade e fidedignidade do TAT (Cramer, 1999; Jenkins, 2008; Meyer, 2004), referentes, contudo, a medidas derivadas da utilizao de apenas al-guns cartes desse instrumento.Almdeenfatizarqueavalidaodosmtodos projetivosseassemelhavalidaodehipteses,devi-docomplexidadedosfenmenosqueestesabordam, Ainsworth (1951) relembra que a validao se refere aos sistemasdeclassificaoenoaosmtodosemsi.Para avalidaodastcnicasprojetivas,Anzieu(1960/1981), entreoutrasrecomendaes,sugerepesquisasparapa-dronizao da aplicao de tais tcnicas, estudos da rela-osujeito-examinador,desenvolvimentodenormas(a fim de impedir uma mera interpretao configuracional intuitiva [grifo do autor, p. 238]) e anlise de cada ele-mento na configurao global dos resultados.NocasodoTAT,asdiferenasdepadronizaose referem,emespecialnosEUA,aoconflitoentreoque se convencionou denominar de prtica clnica e a pes-quisaemprica.Aronow,WeisseReznikoff(2001),por exemplo, recomendam a aplicao de 10 a 14 cartes ou atmenos,nointeressedapraticidade(p.6).Como j citado acima, medidas desenvolvidas nos ltimos anos tmapresentadoboaspropriedadespsicomtricasdo TAT,taiscomoaDefenseMechanismsManual(DMM; Cramer,2004)eaSocialCognitionandObjectRelations Scales (SCORS; Westen, Lohr, Silk, Kerber, & Goodrich, 2002).Parainformaesdetalhadasdessasevidncias, torna-seimportanteconsultaro rico trabalhode Meyer (2004). Contudo, tais medidas tambm usam apenas al-guns cartes do TAT.No Brasil, a nica forma do TAT com parecer favor-vel para uso no Brasil pelo SATEPSI (Murray, 1943/2005) recomenda a aplicao de 20 cartes pr-selecionados en-treos31doconjunto,deacordocomosexoeafaixa etria do respondente. Apesar disso, pesquisas brasileiras maisrecentescomoTATusaramapenasformasredu-zidasdomesmo(Bandeira&Barbieri,2007;Campos, Bach,&Alves,2003;Carvalho&Paiva,2009;Lago& Bandeira,2008;Milanecols.,2005;Monteiro&Lage, 2004; Scaduto, 2011; Tom & Schermann, 2004). A nica exceo encontrada na pesquisa bibliogrfica realizada foi o trabalho de Antnez e Santoantonio (2004), que reali-zaram um estudo de caso de uma jovem com transtorno de personalidade borderline, respaldando-se na abordagem tericafenmeno-estrutural,referindoaaplicaodo TAT e outros instrumentos avaliativos. Ainda que o foco dessas pesquisas no tenha sido o TAT, entende-se que, 301Em defesa do TATAvaliao Psicolgica, 2013, 12(3), pp. 299-305sem estudos que contemplem todos os cartes sobre os fenmenosquepodemseracessadospeloinstrumento, no possvel conhecer os alcances e limites desta tcnica projetiva como um todo (Fensterseifer & Werlang, 2008; Keiser & Prather, 1990).Esse desafio se acirra considerando a necessidade de se desenvolver normas para os mtodos projetivos, per-mitindo a comparao dos examinandos com um grupo de referncia, de forma a embasar a possibilidade de in-terpretaodos dados (Anzieu, 1960/1981).Nocasodo TAT,pode-seafirmarqueesteseconstituinoseumais atualdesafio,especialmentenoBrasil,emqueoslti-mosesforosnessadireodatamdasdcadasde1950 (comostrabalhospioneirosdeEstherFranaeSilva)e 1960(Herzberg,2000).Internacionalmente,poucoses-tudos normativos do TAT realizados mais recentemente foramencontrados,reportadosporvila-Espada(2000) e Cramer (2004), geralmente empregando amostras pe-quenas se comparado a estudos com outros instrumen-tos, mesmo projetivos.MesmonosEstadosUnidos,onde,talcomono Brasil,otestemuitopopularentreclnicos,osltimos estudosnormativossodofinaldadcadade1990(por exemplo, Bellak, 1999). Apesar da recente revitalizao da pesquisa em Avaliao Psicolgica no Brasil, nota-se que a preocupao expressa por Herzberg (2000) com relao escassez de normas para o TAT ainda se mostra atual.Nosltimos10anos,estudoscomoTATno Brasilapenasutilizaramoinstrumentoparaconhecer fenmenosemcontextosjudicirios(Lago&Bandeira, 2008)edesade(Bandeira&Barbieri,2007;Campos, Bach,&Alves,2003;Monteiro&Lage,2004;Scaduto, 2011),almdeestudossobrerepresentaesdefamlia (Carvalho&Paiva,2009;Tom&Schermann,2004). Apesar de essas pesquisas mostrarem a riqueza de possi-bilidades investigativas que podem ser derivadas do TAT, seu alcance limitado pela variedade de sistemas de co-dificao e escolhas de cartes utilizados, sem evidncias empricas que suportem a validade de tais escolhas. Nesse sentido, apesar de trabalhos de discusso terica sobre os fundamentosdoTAT(Parada&Barbieri,2011;Telles, 2000), no foram encontrados estudos sobre as proprie-dades psicomtricas do instrumento em si, apesar do ele-vado nmero de referenciais utilizados para sua anlise, tantonoBrasilcomointernacionalmente(Fensterseifer & Werlang, 2008; Jenkins, 2008; Meyer, 2004; Parada & Barbieri, 2011; Telles, 2000).Apesardeariquezadastcnicasprojetivasresidir nos dados ideogrficos que estas provm, pode-se afir-mar que uma apreciao completa desses dados implica na integrao (e no oposio) entre nveis de descrio ideogrficos(intrassujeito)enomotticos(referentes comparaodoexaminandocomumgrupodere-ferncia,Tavares,2003).Nessesentido,omesmoau-torafirmaque,apesardeosdadosdoTATteremalto teorideogrfico,possvelestabelecerprocedimentos de validade para este instrumento. Ainda que esse pes-quisadortenhasereferidoaoquechamoudevalidade clnica,diversosestudosinternacionaisdescrevemsis-temas de codificao objetiva (permitindo anlises psi-comtricas) sem que dados ideogrficos sejam perdidos (Cramer, 2004 e Jenkins, 2008).Nosepretendeaquidesvalorizarousodosenso clnico, mas sim atentar para a importncia do rigor e cla-reza metodolgica em pesquisas cientficas, a fim de que resultados semelhantes possam ser obtidos em diferentes contextos (incluindo-se o da prtica profissional clnica). Semumaapreciaoempricadascaractersticasdode-sempenhoemcadacartoindependentedofenme-no que se deseja estudar a generalizao dos resultados pode ser comprometida. Fensterseifer e Werlang (2008) citamtrabalhosqueidentificarammaisde40sistemas diferentesdeclassificaodashistriasdoTAT,sendo possvelapreciaralgunsdessesemJenkins(2008),por exemplo.Critrioscomonmerodecartesaplicados, variveis codificadas, construtos avaliados e tempo gasto para a codificao do TAT variam enormemente ao longo desses sistemas, permitindo abordagens puramente ide-ogrficasouaidentificaodeaspectospredominante-mente objetivos.No contexto brasileiro, apesar da importncia e po-pularidade do TAT (Herzberg & Mattar, 2008; Noronha, 2002),mesmoentrepsiclogoscomportamentais (Oliveira, Noronha, Dantas, & Santarem, 2005), poucos esforos foram direcionados pesquisa com este instru-mentonosltimosanos.Aomesmotempo,problemas relacionadosmqualidadedaformaoeprticaem Avaliao Psicolgica tm sido identificados (Alves, 2009; Noronha,2002;Primi,2010),colocandooTATsobo riscodeserrelegadolistadostestescomparecerdes-favorvelparausonoBrasilpeloSATEPSI.Ouainda, numfenmenosemelhanteaoobservadonosEUApor Jenkins (2008), o distanciamento radical entre pesquisa e prtica e entre abordagens clnicas e empricas.Frente a esse cenrio, advogamos no apenas a re-alizaodemaispesquisascomoTAT,mastambma escolha de um sistema de codificao que permita des-creverumagamaampladeconstrutossemsetornar deverascomplexo,favorecendoaadesoporpartedos profissionais. Uma alternativa nessa direo o sistema propostoporMorval(1982),revisadoporJacquemin, Barbieri e Okino (2003).OsistemadeMorval(1982)baseadona Personologia de Murray (1943/2005) e nos trabalhos de Bellak (Bellak, 1999; Werlang, 2000), com a preocupa-oemoferecerumaferramentadefcilacessotanto para o estudante como ao profissional (p. 7), reunindo conhecimentos sobre a Psicologia do Ego e a Psicologia Cognitivadofinaldadcadade1970.Morval(1982) prope a codificao das histrias por meio de anlises horizontais (conjunto das variveis dentro de uma mes-ma histria) e verticais (variaes do mesmo indicador 302 Avaliao Psicolgica, 2013, 12(3), pp. 299-305Scaduto, A. A., & Barbieri, V.aolongodoprotocolo)dasmesmas.Almdedefinir asvariveisavaliadaseexporosistemadecodificao dashistrias,Morval(1982)apresentaestudosdecaso Tabela 1Variveis do Sistema Morvaliano e Funes Egicas Avaliadas Pelo Mesmo (Adaptado de Morval, 1982)esinaispsicopatolgicosdediferentestranstornos. Umasntesedessemodelopodesersistematizadanas Tabelas 1 e 2.Varivel Defnio operacionalFunes egicas avaliadaspela varivelAnlise formalAtitude Descrio do comportamento e estado psquico do examinando ao longo da narrativa.- Teste da realidade;- Processo de pensamento;- Regresso a servio do Ego;- Funcionamento defensivo;- Tolerncia a estimulaes;- Autonomia do funcionamento;- Maestria e competncia.Adaptao ao estmulo e s instruesDescriodeomissesoudistorespercepti-vasaolongodanarrativa,edograuemquea narrativaatendeinstruodada(tramacom comeo, meio e fm, com descries sobre pen-samentos e sentimentos dos personagens), atri-buindo uma ordem temporal trama da hist-ria.Estilo da HistriaDescriodecaractersticasdanarrativapro-priamente dita, tais como a coerncia, a clare-za,algica,aausnciadeumafase,oslapsos, a imaginao, a riqueza dos detalhes, o estilo, o vocabulrio,acorreoverbal,otamanhodas frases (Jacquemin e cols., 2003).HeriHeriPersonagem(ns)principal(ais)dahistria,ou aquelecomqueoexaminandomaisseidenti-fca.- Identidade;- Sntese/Integrao;- Maestria e competncia.Necessidade(s) do heriMotivaoouforaprincipalqueconduzas aes do heri.- Sntese/IntegraoConduta do HeriNvel evolutivoDescrio do grau em que as condutas do heri socompartilhadascomacultura,sendoclas-sifcadaseminstintivasoudeaprendizagem social.- Julgamento;- Regulao e controle das pulses, afetos e necessidades;- Sntese/Integrao;- Maestria e competncia.Nvel de PerformanceDescrio do grau de organizao e efccia das condutasparaasatisfaodasnecessidades, classifcadas como afetivas, suspensivas, prepa-ratrias, consumativas ou fctcias.Estilo da condutaDescrioda(s)conduta(s)emtermosdesua iniciativa-passividade,impulsividade-controle, fora-fraqueza,coordenao-descoordenao, tenacidade-labilidade e plasticidade-rigidez.Conjunto ou MeioDescriodocontextoemqueatramaocorre, comoopredomniodecaractersticasfsicas (descriodeobjetosoueventos)ousociais (personagenssecundrios),almdapresso destes sob o heri.- Sentimento da prpria Identidade;- Relaes interpessoais.DesfechoDescriodograuemqueasnecessidadesdo heri so satisfeitas, em termos do seu sucesso--fracasso,total-parcialevoluntrio-involunt-rio.Odesfechotambmpodeserclassifcado comoambivalente,provvel,contraditrioou ausente.- JulgamentoOsistemamorvalianoagregavantagenspara oatualcontextodaAvaliaoPsicolgicanoBrasil, comoseuembasamentomultiterico(psicodinmi-coecognitivo),relativasimplicidadedecodificaoe possibilidadedeleiturastantoideogrficascomono-motticas.Almdisso,osistemamorvalianoadotao esquemapresso-necessidadedapropostaoriginaldo TATdeMurray,presentenomanualdoinstrumento atualmente aprovado para uso pelo SATEPSI (Murray, 1943/2005),quetambmrecomendaaadoodemo-delospsicodinmicosparaainterpretaodosdados. Dessa forma, o sistema morvaliano aprimora a proposta original do TAT de Murray, alm de integrar contribui-es de diferentes correntes tericas, tendncia adotada porsistemasdecodificaomaisatuais(Teglasi,2010; Westen e cols., 2002).303Em defesa do TATAvaliao Psicolgica, 2013, 12(3), pp. 299-305Tabela 2Funes Egicas Avaliadas Pelo Sistema Morvaliano (Adaptado de Morval, 1982)Funo Egica Defnio OperacionalTeste darealidadeCapacidadedediscernirentreestimulaesinternaseexternas,percepese ideias; exatido da orientao temporal e espacial e da percepo de circunstncias externas e estados interiores.JulgamentoCompreenso e apreciao de situaes reais ou hipotticas, bem como conscincia e avaliao das consequncias dos comportamentos.Sentimento daprpria identidadeCompreensodesimesmocomoumsernicoemtermosfsicosepsquicos, assimcomoclaramentediferenciadodosoutrosdeseuambiente,envolvendoo conhecimento da realidade exterior, a imagem corporal, autoestima e capacidade de empatia.Regulao e controledas pulses, afetose necessidadesGrau de adaptao das expresses comportamentais das pulses (agressiva e sexual), afetos e necessidades, levando em conta o ambiente e envolvendo as vivncias de ansiedade e culpa e a efccia do processo secundrio e de tolerncia frustrao.Relaes interpessoaisNatureza das relaes interpessoais estabelecidas com os outros no ambiente, em termosdograudeautonomiaedependncia,discriminaodosoutrosedesi mesmo, gratifcao, tipos de confitos e constncia de objeto em tais interaes.Processo de pensamentoNveldefuncionamentodamemria,ateno,concentrao,formaode conceitos e linguagem.Regresso aservio do EgoCapacidadedoEgodetolerarumadiminuioparcialtemporriaecontrolada desuasprpriasfunesparamelhoradaptao,envolvendoatransioentre processos primrio e secundrio e relaxamento, favorecendo o acesso a contedos pr-conscientes e inconscientes e o processo criativo.FuncionamentoDefensivoGrau com que o emprego de mecanismos de defesa afeta a ideao, o comportamento e a adaptao das outras funes egicas, em termos do seu sucesso ou fracasso em lidar com as tenses vivenciadas.Tolerncia a estimulaesGraudesensibilidadeetolernciaaestimulaesdiversas,tantointernascomo externas.Autonomia doFuncionamentoGraucomquefunesegicasprimrias(percepo,memria,linguagem, aprendizagem)esecundrias(esquemasdecomportamentohabituais, habilidades,atitudeseinteresses)funcionamharmoniosamenteesoafetadas pela interferncia das emoes ou pulses.Sntese/IntegraoGrau com que o Ego exerce mediao das exigncias confitivas do Id e do Superego edarealidadeexterior,assimcomoincongrunciasdoEgoemsi,emtermosda integrao entre atitudes, valores, afetos, comportamentos e representaes de si mesmo e capacidade de utilizar experincias anteriores em novas situaes.Maestria e CompetnciaRelao entre o nvel de competncia real e seu sentimento; grau de iniciativa na interao com os outros e o ambiente e nvel de autoefccia.Apesar de tais vantagens, a proposta original do sis-tema morvaliano apresenta importantes limitaes, tais como definies vagas das variveis utilizadas e signifi-caopoucoclaradasmesmasparaprofissionaisinex-perientes com o TAT, alm da ausncia de estudos em-pricosquesuportemaspremissasdosistema(Parada & Barbieri, 2011; Scaduto, 2011). Nesse sentido, apesar dopotencialdessapropostaavaliativa,sonecessrios estudosquemostremseusalcanceselimitaesno contextosocioculturalbrasileiro,almdeaprimorara codificaodesuasvariveis,permitindomaiorespe-cificidadedacategorizaoeinterpretaodashist-rias.Esforosnessadireoseencontramatualmente emcursonaformadeumestudonormativodoTAT a partir do sistema morvaliano, a fim de aprimorar sua utilizao (Scaduto, 2012).Para profissionais e pesquisadores, o TAT apresenta diversas possibilidades investigativas clnicas e cientficas, mostrando-seuminstrumentosuscetveladiferentes leiturastericasemetodolgicas.NoBrasil,aescassez de pesquisas sobre as propriedades desse instrumento le-vanta a necessidade de conhecer seus alcances e limites, a fim de auxiliar os psiclogos na utilizao prtica e em pesquisas posteriores com esse instrumento.Nesse contexto, faz-se necessrio retomar a realiza-o de pesquisas a fim de atualizar e demonstrar as pos-sibilidadesdoTATemnossocontexto.Considerando osatuaisrecursostecnolgicos,possvelqueprofis-sionais possam colaborar com pesquisas enviando casos individuais para um banco de dados central, num mo-delo semelhante ao que vem sido adotado por editoras de testes psicolgicos no pas, a fim de superar o abismo entre prtica e pesquisa ainda observado (tambm) em nossa realidade.ConsiderandoaspossibilidadesdoTATrelatadas naliteraturainternacional(emtermosdasuariqueza eseupotencialparaleiturasobjetivasedinmicas)eo animador (ainda que longe do ideal) status da Avaliao 304 Avaliao Psicolgica, 2013, 12(3), pp. 299-305Scaduto, A. A., & Barbieri, V.PsicolgicanoBrasil,taispesquisaspermitiriamoapri-moramento dos modelos de anlise em uso no pas, bem como o desenvolvimento de novas possibilidades de uso do instrumento. O desafio, assim como as interessantes oportunidades advindas dele encontram-se disponveis e a espera de respostas.RefernciasAlves, I. C. B. (2009). Reflexes sobre o ensino da avaliao psicolgica na formao do psiclogo. Em: C. S. Hutz (Org.), Avanos e polmicas em avaliao psicolgica (pp. 217-242). So Paulo, SP: Casa do Psiclogo.Ainsworth, M. D. (1951). Some problems of Validation of Projective Techniques. British Journal of Medical Psychology, 3, 252-261.Antnez,A.E.A.,&Santoantonio,J.(2008).Anlisefenmeno-estruturaleoestudodecasos.BoletimAcademiaPaulistadePsicologia, 28(1), 53-71.Anzieu, D. (1981). Problemas de Validao (M. L. E. Silva, Trad., 5 Ed., 1976). Em: D. Anzieu (Org.), Os mtodos Projetivos, 3a ed. (pp. 227-241). Rio de Janeiro, RJ: Campus. (Originalmente publicado em 1960)Aronow, E., Weiss, K. 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Porto Alegre, RS: Artmed.Sobre os autoresAlessandroAntonioScadutoPsiclogo,mestreedoutorandoemPsicologiapelaFFCLRP-USP,atuandonasseguintesreas: AvaliaoPsicolgica,OrientaoProfissionalePsicologiaSociocomunitria.FoibolsistaCAPESeFAPESPeatualmentedocentena Universidade de Ribeiro Preto (UNAERP) e pesquisador ligado ao Centro de Pesquisas em Psicodiagnstico FFCLRP-USP.Valria Barbieri Professora Doutora da Faculdade de Filosofia, Cincias e Letras de Ribeiro Preto da Universidade de So Paulo e ps-doutoranda do Centre de Recherche Psychanalyse, Mdecine et Societ da Universidade de Paris VII.Recebido em novembro de 2012Reformulado em abril de 2013Aprovado em agosto de 2013